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Título: Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais e
4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais
Autor: Centro de Estudos Judiciários
Ano de Publicação: 2016
Foto da capa: José L. Dinis
Edição: Centro de Estudos Judiciários
Largo do Limoeiro
1149-048 Lisboa
cej@mail.cej.mj.pt
Centro de Estudos Judiciários
Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais
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Índice
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 5
1.1. LINHAS PROGRAMÁTICAS E METODOLÓGICAS GERAIS E ESPECÍFICAS ................................... 5
1.2. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS................................................................................................ 8
1.3. CRITÉRIOS ESTRUTURANTES RELATIVOS AO 32.º CURSO .................................................... 10
1.4. CRITÉRIOS ESTRUTURANTES RELATIVOS AO 4.º CURSO TAF .............................................. 15
2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS RELATIVOS AO 32.º CURSO................................................... 17
2.1. COMPONENTE FORMATIVA GERAL E DE ESPECIALIDADE ..................................................... 17
2.1.1. Direito Constitucional ................................................................................................... 17
2.1.2. Direito Europeu e Internacional ..................................................................................... 17
2.1.3. Inglês Jurídico ............................................................................................................. 21
2.1.4. Tecnologias de Informação e Comunicação ................................................................... 22
2.1.5. Jurisprudência em sede de Direitos Fundamentais ......................................................... 23
2.1.6. Ética e Deontologia ...................................................................................................... 26
2.1.7. Psicologia Judiciária..................................................................................................... 26
2.1.8. Contabilidade e Gestão ................................................................................................ 26
2.2. COMPONENTE FORMATIVA PROFISSIONAL .......................................................................... 27
2.2.1. Direito Civil e Processual Civil e Comercial .................................................................... 27
2.2.2. Direito Penal e Processual Penal .................................................................................. 40
2.2.3. Direito da Família e das Crianças .................................................................................. 51
2.2.4. Direito do Trabalho e da Empresa ................................................................................. 62
3. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS RELATIVOS AO 4.º CURSO TAF .............................................. 71
3.1. LINHAS GERAIS DA COMPONENTE FORMATIVA DE ESPECIALIDADE NO DIREITO
TRIBUTÁRIO, SUBSTANTIVO E PROCESSUAL ....................................................................... 71
3.1.1. Princípios de contabilidade financeira e contabilidade fiscal ............................................. 72
3.1.2. Regimes jurídicos dos impostos e direito aduaneiro e contencioso aduaneiro .................... 74
3.1.3. Contratação Pública ..................................................................................................... 81
3.1.4. Organização Administrativa .......................................................................................... 82
3.1.5. Direito do Ambiente ..................................................................................................... 84
3.1.6. Direito do Urbanismo ................................................................................................... 86
3.1.7. Direito das Relações Laborais na Administração Pública ................................................. 88
3.1.8. Responsabilidade Civil dos Poderes Públicos ................................................................. 91
3.1.9. Direito Contraordenacional substantivo e processual ....................................................... 94
3.1.10. Inglês Jurídico ............................................................................................................. 97
3.1.11. Outras áreas da Componente Formativa geral e de especialidade .................................... 98
3.2. COMPONENTE FORMATIVA PROFISSIONAL .......................................................................... 99
3.2.1. Direito Administrativo substantivo e processual............................................................... 99
3.2.2. Direito Tributário, substantivo e processual .................................................................. 107
3.2.3. Direito Civil, no domínio dos contratos e responsabilidade civil. Direito Processual Civil. .. 113
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Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais
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1. Introdução
A formação inicial de Magistrados para os tribunais judiciais compreende um
curso de formação teórico-prática, organizado em dois ciclos sucessivos, e um estágio
de ingresso, sendo que o primeiro ciclo desse curso se realiza na sede do CEJ, com a
ressalva dos estágios intercalares de curta duração, que decorrem nos tribunais – tal
como se estabelece nos n.ºs 1 e 2 do artigo 30.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro.
No presente ano de atividades do CEJ (ao qual, por comodidade, nos
referiremos como ano letivo), foram abertos dois concursos para ingresso em dois
novos cursos de formação de magistrados, respetivamente para os Tribunais Judiciais e
para os Tribunais Administrativos e Fiscais.
Assim, o primeiro ciclo do 32.º Curso de formação teórico-prática de futuros
Magistrados para os Tribunais Judiciais decorrerá entre 15 de setembro de 2016 e 15 de
julho de 2017. Trata-se de um curso destinado a preencher um total de 84 vagas,
sendo 28 na magistratura judicial e 56 na magistratura do Ministério Público.
Do mesmo modo, o primeiro ciclo do 4.º Curso de formação teórico-prática de
futuros Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais decorrerá entre 15 de
setembro de 2016 e 15 de julho de 2017. O curso tem um total de 42 vagas.
Apresentam-se, de seguida, as linhas programáticas que são comuns aos dois
cursos e, imediatamente a seguir, as opções metodológicas, objetivos formativos e
Programas específicos do 32.º Curso de formação para os Tribunais Judiciais e do 4.º
Curso para os Tribunais Administrativos e Fiscais (adiante e abreviadamente 32.º Curso
TJ e 4.º Curso TAF).
1.1. Linhas programáticas e metodológicas gerais e
específicas
Estabelece a Lei n.º 2/2008 um conjunto de objetivos gerais para o curso de
formação teórico-prática e de objetivos específicos para o primeiro ciclo desse curso.
Quanto a objetivos gerais, determina o n.º 1 do artigo 34.º da Lei n.º 2/2008 que o
curso de formação teórico-prática para os tribunais judiciais «tem como objetivos
fundamentais proporcionar aos auditores de justiça o desenvolvimento de qualidades
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e a aquisição de competências técnicas para o exercício das funções de juiz (…) e de
Magistrado do Ministério Público».
Nesse contexto, enuncia o n.º 2 do citado preceito legal, «no domínio do
desenvolvimento de qualidades para o exercício das funções», os seguintes:
« a) A compreensão do papel dos juízes e dos Magistrados do Ministério
Público na garantia e efetivação dos direitos fundamentais do
cidadão;
b) A perceção integrada do sistema de justiça e da sua missão no
quadro constitucional;
c) A compreensão da conflitualidade social e da multiculturalidade, sob
uma perspetiva pluralista, na linha de aprofundamento dos direitos
fundamentais;
d) O apuramento do espírito crítico e reflexivo e a atitude de abertura a
outros saberes na análise das questões e no processo de decisão;
e) A identificação das exigências éticas da função e da deontologia
profissional, na perspetiva da garantia dos direitos dos cidadãos;
f) Uma cultura de boas práticas em matéria de relações humanas, no
quadro das relações profissionais, institucionais e com o cidadão em
geral;
g) Uma cultura e prática de autoformação ao longo da vida.»
E o n.º 3 elenca, «na vertente da aquisição das competências técnicas»:
« a) A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos técnico-
jurídicos necessários à aplicação do direito;
b) O domínio do método jurídico e judiciário na abordagem, análise e
resolução dos casos práticos;
c) A aquisição de conhecimentos e técnicas de áreas não jurídicas do
saber, úteis para a compreensão judiciária das realidades da vida;
d) A compreensão e o domínio do processo de decisão mediante o
apuramento da intuição prática e jurídica, o desenvolvimento da
capacidade de análise, da técnica de argumentação e do poder de
síntese, bem como o apelo à ponderação de interesses e às
consequências práticas da decisão;
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e) O domínio dos modos de gestão e da técnica do processo, numa
perspetiva de agilizar os procedimentos orientada para a decisão
final;
f) A aquisição de conhecimentos e o domínio das técnicas de
comunicação com relevo para a intervenção judiciária, incluindo o
recurso às tecnologias da informação e da comunicação;
g) A utilização das aplicações informáticas disponíveis para gerir o
processo de forma eletrónica e desmaterializada;
h) A aquisição de competências, no âmbito da organização e gestão de
métodos de trabalho, adequadas ao contexto de exercício de cada
magistratura.»
Sobre os objetivos específicos do primeiro ciclo, no desenvolvimento daqueles
objetivos gerais, rege o artigo 36.º, também este desdobrado nas componentes
pessoal e técnica.
Quanto ao «domínio das qualidades para o exercício das funções», afirma o n.º 1
ter a formação como escopo:
«a) Promover a formação sobre os temas respeitantes à administração da
justiça;
b) Propiciar o conhecimento dos princípios da ética e da deontologia
profissional, bem como dos direitos e deveres estatutários e
deontológicos;
c) Proporcionar a diferenciação dos conteúdos funcionais e técnicos de
cada magistratura.»
E no n.º 2, «em matéria de competências técnicas», declara-se que o primeiro
ciclo visa proporcionar:
«a) A formação sobre a importância prática dos direitos fundamentais e o
domínio dos respetivos meios de proteção judiciária;
b) A aquisição e o aprofundamento dos conhecimentos jurídicos, de
natureza substantiva e processual, nos domínios relevantes para o
exercício das magistraturas;
c) O desenvolvimento da capacidade de abordagem, de análise e do
poder de síntese, na resolução de casos práticos, com base no estudo
problemático da doutrina e da jurisprudência, mediante a
aprendizagem do método jurídico e judiciário;
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d) O exercício na tomada de decisão, fundado numa argumentação
racional e na análise crítica da experiência, por forma a conferir
autonomia às posições assumidas;
e) O domínio da técnica processual, privilegiando as perspetivas de
agilização dos procedimentos, da valoração da prova e da
fundamentação das decisões, com especial incidência na
elaboração das peças processuais, no tratamento da matéria de
facto, nos procedimentos de recolha e produção da prova, e na
estruturação das decisões;
f) A aprendizagem dos modos de gestão judiciária e do processo, numa
perspetiva de racionalização de tarefas por objetivos;
g) A aprendizagem das técnicas de pesquisa, tratamento, organização e
exposição da informação, útil para a análise dos casos, incluindo o
recurso às novas tecnologias;
h) A aquisição de saberes não jurídicos com relevo para a atividade
judiciária, nomeadamente em matéria de medicina legal, psicologia
judiciária, sociologia judiciária e contabilidade e gestão;
i) Possibilidade de aprendizagem de uma língua estrangeira, numa
perspetiva de utilização técnico-jurídica;
j) A aprendizagem de técnicas da comunicação, verbais e não verbais,
incluindo o recurso às tecnologias da comunicação;
l) A aprendizagem da utilização das aplicações informáticas disponíveis
para gerir o processo de forma eletrónica e desmaterializada;
m) A integração das competências que vão sendo adquiridas, através
de breves períodos de estágio nos tribunais.»
Tendo presentes estes parâmetros, devem os mesmos projetar-se nas diversas
atividades formativas a desenvolver, com a necessária adequação destas à
especificidade das funções das magistraturas judicial e do Ministério Público.
1.2. Orientações estratégicas
Sem prejuízo do cumprimento dos objetivos gerais e específicos legalmente
assinados ao primeiro ciclo da formação inicial dos auditores de justiça, deve também
ter-se em conta que a atual Direção, partilha o entendimento expresso pela sua
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antecessora no Projeto Estratégico, apresentado ao Conselho Geral de 18 de julho de
2012, - no sentido de continuar a «rever a política de organização curricular de modo
a sublinhar o diálogo entre as disciplinas e os docentes [e] (…) a especificidade
profissional da vocação do CEJ» e de introduzir ajustamentos no sistema de avaliação
de modo a «reforçar a independência e consciência crítica dos auditores».
Com as alterações introduzidas na legislação orgânica que rege o CEJ (Lei n.º
2/2008, de 4 de janeiro e Lei n.º 45/2013, de 3 de julho), o modelo avaliativo acentua o
papel formativo dos docentes e uma ideia de aprendizagem contínua dos auditores,
em que formadores e formandos estejam mais preocupados com a formação dos
futuros Magistrados para o seu próximo desempenho funcional, e menos com a
avaliação destes e a sua classificação ou graduação.
Nessa medida, o processo avaliativo tenderá a centrar-se numa prognose da
ocorrência dos requisitos éticos e técnicos que caracterizam um desempenho
profissional exemplar. Como se sublinhou no mencionado Projeto Estratégico, a
avaliação deve estar «centrada na realização de objetivos claros, atinentes ao
conjunto de requisitos técnicos e morais que caracterizam os bons Magistrados». Ou,
dito de outro modo, respigando diferente trecho, «o regime de avaliação deve
contribuir para a orientação identitária dos Magistrados, em especial, pela sua
independência e responsabilidade, capacidade de decisão e de fundamentação».
Consequentemente, e não obstante a necessária individualização dos docentes
enquanto avaliadores responsáveis pela concreta avaliação, nos termos legais
estabelecidos em cada momento, o método de avaliação contínua foi convolado
para uma avaliação global, em que todos os fatores de avaliação que relevem para
a aferição daqueles requisitos éticos e técnicos sejam considerados e em que os juízos
formulados por todos os docentes que interajam funcionalmente com cada um dos
auditores sejam ponderados, sempre com salvaguarda da total transparência do
processo avaliativo.
Assim a elaboração do presente Plano de Estudos pretende inscrever-se na
mesma linha reformadora, procurando evitar modelos académicos ou universitários e
visando, ao mesmo tempo, acentuar a componente prática da formação assente no
privilegiar da interdisciplinaridade dos saberes, na complementaridade com o ensino
universitário e na orientação ao estudo do caso concreto».
Trata-se, afinal, de organizar as atividades formativas numa lógica de aquisição
de competências para o saber fazer, numa perspetiva de cumprimento da ética
profissional e de respeito pelo cidadão, enquanto destinatário da atividade dos
tribunais, em que têm papel essencial vários aspetos a desenvolver: formação
adequada nos domínios da ética e deontologia profissionais e dos direitos humanos;
estudo e assimilação de boas práticas profissionais; preparação para a
especialização; exercitação das capacidades de compreensão e valoração da
prova, e de ponderação e decisão, segundo o direito e o bom senso; elaboração de
materiais de formação comuns dentro de cada área formativa e dirigidos a todos os
auditores; mobilização dos formandos para o seu próprio processo formativo;
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valorização da ponderação e análise crítica das matérias e materiais formativos pelos
auditores.
E tudo isto terá de ser alcançado sem que se deva sobrecarregar
excessivamente a carga horária dos formandos, por tal prejudicar as capacidades de
assimilação de conhecimentos, as necessidades de realização de trabalhos e de
preparação das sessões e o desiderato de maior ponderação e reflexão dos auditores
sobre os conteúdos formativos.
Acresce que, para atingir níveis satisfatórios de desenvolvimento dos aspetos
referidos, mostra-se ainda de particular relevância enquadrar na formação do primeiro
ciclo: reforço de uma perspetiva formativa prática nos contactos com a atividade dos
tribunais, aprofundando o modelo de estágio intercalar já existente (previsto no n.º 1
do artigo 42.º da Lei n.º 2/2008); utilização em sessão das gravações e outros materiais
formativos de formação contínua; estudo integrado (e não estanque) das matérias
das componentes formativas geral e de especialidade, numa lógica de
interdisciplinaridade e complementaridade com as áreas da componente profissional
(embora, neste ponto, com a vantagem de significar a desnecessidade de
autonomização de várias daquelas matérias, que serão tratadas no âmbito das áreas
da componente profissional, daí resultando um ganho em termos de gestão da carga
horária).
1.3. Critérios estruturantes relativos ao 32.º Curso
Todas as anteriores considerações determinam que a organização das
atividades formativas viesse a ser estruturada segundo os critérios que se passam a
descrever.
A) No que concerne às áreas da componente formativa profissional que
constituem o núcleo central da formação, organizou-se o 32.º Curso
Normal de Formação em 6 grupos de 14 elementos, com duas
composições alternativas: ou como grupos mistos, para os módulos de
formação comum (identificados por letras); ou como grupos específicos,
para os módulos especificamente dirigidos a determinada magistratura
(identificados por números). Uma e outra alternarão semanalmente,
iniciando-se com sessões de formação comum.
B) O horário semanal-tipo comporta, genericamente, a seguinte distribuição
de carga horária semanal pelas 4 áreas da componente profissional
(expressa em número de unidades letivas – UL - de 90 minutos cada) no
conjunto da formação comum e específica: 3/4 UL para as Áreas de
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Direito Civil, Direito Comercial e Direito Processual Civil (doravante, e por
facilidade, Jurisdição Civil) e de Direito Penal e Direito Processual Penal
(ou Jurisdição Penal); e 1/2 UL para as Áreas de Direito da Família e das
Crianças (ou Jurisdição de Família) e de Direito do Trabalho e da Empresa
(ou Jurisdição do Trabalho).
C) A distribuição da carga horária anual na componente profissional é, pois,
e em resumo, a seguinte:
Área Penal, 53 UL de formação comum e 33 UL de formação
específica para cada uma das magistraturas.
Área Civil, 36 UL de formação comum e 48 UL de formação
específica para a magistratura judicial e 37 UL de formação
específica para a magistratura do Ministério Público.
Área do Trabalho e Empresa, 34 UL de formação comum e 23
UL de formação específica para cada uma das magistraturas.
Área de Família e Crianças, 31 UL de formação comum e 28 UL
de formação específica para cada uma das magistraturas.
Em termos percentuais, essa distribuição da carga horária da
formação profissional é a seguinte:
Magistratura Judicial: Penal 30,06%, Civil 29,37%, Família e
Crianças 20.62% e Trabalho e Empresa 19,95%.
Magistratura do Ministério Público: Penal 31,27%, Civil 26,54%,
Família e Crianças 21,45% e Trabalho e Empresa 20,74%.
D) Ressalta assim a opção por uma diminuição da carga horária de cerca
de 20% nas áreas de estudos de Direito da Família e das Crianças e de
Direito do Trabalho e da Empresa relativamente ao plano curricular do
31.º Curso Normal, facto que encontra o seu fundamento, por um lado,
na necessidade de reduzir a carga horária semanal a que os Auditores se
encontravam sujeitos e que foi então considerada excessiva, por outro,
nas decorrências do aprofundamento da especialização e as
despectivas consequências tendo em conta as possibilidades de acesso
a tribunais de competência especializada em termos de perspetiva de
carreira de curto ou médio prazo em ambas as magistraturas e,
finalmente, na necessidade de alargar o tempo disponível na
componente formativa geral e de especialidade tendo em conta a
implementação da nova área de Jurisprudência em sede de Direitos
Fundamentais (Jurisprudência do Tribunal Europeu dos direitos do
Homem, do tribunal de Justiça da União Europeia e de outras instâncias
de controlo) e o alargamento do tempo concedido à área de Direito
Europeu e Internacional – cf. infra.
E) A planificação de sessões das diferentes jurisdições, que integra o
presente Plano de Estudos, obedece ainda a uma divisão da
programação geral pelo tempo letivo disponível correspondente a 35
semanas de módulos letivos, acrescendo-lhes uma semana dedicada ao
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estágio intercalar (a ter lugar no período compreendido entre 15 a 19 de
maio), uma semana dedicada ao Programa AIAKOS da Rede Europeia
de Formação Judiciária (a ter lugar na semana de 10 a 14 de Outubro) e
ainda os períodos dedicados às atividades que serão propostas para a
abertura e o encerramento do primeiro ciclo do curso.
F) A ocupação letiva normal com as áreas da componente profissional
reportar-se-á, em regra, a 4 de 5 dias úteis, ficando livre a 6.ª feira, sendo
que esse dia da semana será preenchido ou com a assistência dos
auditores a ações de formação contínua que em regra têm lugar nesse
dia (e sempre que as mesmas se revistam de interesse pedagógico para
os auditores e complementem com utilidade a sua formação curricular),
ou com a participação em atividades enquadradas no âmbito das
componentes formativas geral e de especialidade ou em módulos
temáticos pluridisciplinares ou ainda, com a calendarização de sessões
de substituição (prevenindo a ocorrência de feriados nessa semana ou
impedimentos de Docentes no dia e hora inicialmente para elas
previstos).
G) No que se refere às áreas que integram a componente formativa geral e
de especialidade estas serão as seguintes: Jurisprudência em sede de
Direitos Fundamentais (Jurisprudência do Tribunal Europeu dos direitos do
Homem, do tribunal de Justiça da União Europeia e de outras instâncias
de controlo) com 10 UL, Direito Europeu e Internacional com 20 UL,
Psicologia Judiciária com 8 UL, Inglês Jurídico com 10 UL, Psicologia
Judiciária com 8 UL, Tecnologias de Informação e Comunicação com 3
UL, Contabilidade e Gestão com 1 UL, Ética e Deontologia com 9 UL e
Direito Constitucional com 6 UL.
H) As restantes, com referência ao que se dispõe nos artigos 38.º e 39.º da Lei
n.º 2/2008, serão ou incorporadas noutras áreas, ou abordadas em ações
de formação contínua de presença obrigatória (v.g., em matéria de
Instituições e Organização Judiciárias, Organização e Métodos e Gestão
do Processo ou Investigação Criminal e Gestão do Inquérito) ou em
sessões ou conferências especificamente organizadas ou, ainda,
ministradas durante o segundo ciclo, de modo descentralizado e em
pequenos grupos, nos departamentos do Instituto de Medicina Legal de
Lisboa, Porto e Coimbra como é o caso das relativas à Medicina Legal e
Ciências Forenses.
I) A nova área de Jurisprudência em sede de Direitos Fundamentais
(Jurisprudência do Tribunal Europeu dos direitos do Homem, do tribunal de
Justiça da União Europeia e de outras instâncias de controlo) é pensada
tomando em conta que a Convenção Europeia dos Direitos do Homem e
os seus protocolos constituem um instrumento de direito internacional de
âmbito regional que incorpora um conjunto de direitos que as Partes
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Contratantes reconhecem a qualquer pessoa dependendo da sua
jurisdição. Para assegurar o respeito pelos compromissos que resultam
para as Partes da Convenção e seus Protocolos foi criado o Tribunal
Europeu dos Direitos do Homem, com competência para a interpretação
e aplicação daqueles, e cujas decisões definitivas são vinculativas para
as Partes que nelas tomem parte.
Ora, a jurisprudência do Tribunal Europeu, modelando e concretizando os
direitos reconhecidos, interpela quotidianamente os magistrados e outros
profissionais do foro portugueses a adequarem àquela as suas práticas e
jurisprudência nacionais, tendo presente que, constitucionalmente, as
normas constantes de convenções internacionais, regularmente
ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua
publicação oficial e enquanto vinculares internacionalmente o Estado
Português.
Por seu lado, o Comité de Ministros do Conselho da Europa através da
sua Recomendação n.º 4/2004, de 12 de maio, relativa à Convenção
Europeia dos Direitos do Homem sobre o Ensino Universitário e a
Formação Profissional, recomenda aos Estados que nos programas de
preparação para os exames nacionais ou locais de acesso a diversas
profissões jurídicas e, nomeadamente, na formação inicial e contínua
destinada aos magistrados judiciais e aos magistrados do Ministério
Público assegurem uma formação profissional adequada no que se
refere à Convenção e jurisprudência do Tribunal Europeu.
Em obediência a tais princípios, no plano do curso que se apresenta, a
autonomização desta área relativamente à do Direito Constitucional e o
reforço das respetivas unidades letivas tem em vista não só fornecer uma
dimensão institucional do sistema de proteção e uma perspetiva
diacrónica do procedimento, como também a abordagem mais
aprofundada da jurisprudência do TEDH e de outras instâncias de
controlo na ótica do aplicador, com um tratamento de forma integrada,
ainda que sumária, de outros instrumentos e mecanismos de proteção de
direitos humanos, nomeadamente no quadro da União Europeia.
Com a opção e metodologia seguidas pretende-se que os novos
magistrados, no âmbito da formação inicial, se familiarizem de forma
consistente com a jurisprudência, em particular do Tribunal Europeu, e
adquiram competências bastantes para se autonomizarem e poderem
responder, nas suas linhas gerais, a questões que, neste contexto, lhe
surjam na vida prática.
J) No período que abrangeu os anos letivos de 2005/2006 a 2009/2010, o
plano curricular do 1.º Ciclo dos Cursos Normais do Centro de Estudos
Judiciários previa a existência de uma área de estudos autónoma de
Direito Europeu e Internacional a qual, a partir de 2006/2007,
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compreendia uma carga horária de 36 sessões semanais de 1 UL (1,5
horas). Destas 36 sessões, 33 destinavam-se à transmissão de
conhecimentos, sendo divididas da seguinte forma (com referência à
estrutura do programa atualmente em execução): 7 para a Parte I
(Direito Institucional da União Europeia, incluindo a matéria do reenvio
prejudicial) e 13 para cada uma das Partes II (Cooperação Judiciária
Internacional em matéria civil) e III (Cooperação Judiciária Internacional
em matéria penal).
Todavia, nos currículos subsequentes, a carga horária desta área veio a
ser substancialmente reduzida até se chegar às 6 UL que constavam do
plano curricular do 31.º Curso Normal (2014/2015), as quais eram
essencialmente consagradas ao Direito Institucional da União Europeia, já
que as matérias referentes à cooperação judiciária foram diluídas no
plano de estudos das áreas de Direito Civil, Direito Penal e Direito da
Família e Crianças.
O plano curricular que agora se apresenta perfilha entendimento diverso
do prosseguido pelo Centro de Estudos Judiciários após 2010,
entendendo-se dever voltar a conferir a esta área de estudos uma
concentração temática indispensável quer à adequada compreensão
do significado e alcance do impacto do Direito Europeu no Direito
Interno, ao mesmo tempo que, com a mesma, se visa proporcionar aos
formandos uma abordagem destes temas, cuja especificidade é
inegável, fornecida por reconhecidos especialistas em cada uma das
áreas.
Tal abordagem mostra-se perfeitamente sintonizada com o sentido das
orientações genéricas sobre a formação de magistrados formuladas quer
pela Comissão Europeia – a última das quais expressa na Comunicação
de 13 de Setembro de 2011 ao Parlamento e ao Conselho, COM (2011),
551 final – quer pelo Conselho da União Europeia – Resolução (2008/C
299/01) sobre a formação de Juízes, Procuradores e Funcionários Judiciais
na União Europeia e ainda as Conclusões do Conselho de 27 de Outubro
de 2011 sobre a formação judiciária na União Europeia (JOE 2011/C
361/03) – quer ainda pelo Parlamento Europeu – Resolução de 9 de Julho
de 2008 sobre o papel do juiz nacional no sistema judiciário Europeu (JOE
2009/C 294 E/06).
Relembra-se que esta opção estratégica permitiu ao Centro de Estudos
Judiciários, no citado período de 2006 a 2010 responder sempre de forma
muito positiva a todas as solicitações originadas pelas sucessivas
avaliações a que Portugal foi sujeito por parte da Comissão Europeia no
que tange ao conteúdo da formação ministrada aos futuros magistrados
relativa à aplicação de instrumentos de Direito Europeu, como também a
receber desta, então, os mais rasgados elogios.
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Independentemente de tudo o que ficou atrás consignado, julga-se
igualmente de extrema importância realçar que, ao contrário de outras
matérias abordadas no atual programa curricular do CEJ para a
formação inicial, são poucas as matérias abordadas na Parte II e III que
constam de qualquer currículo universitário oferecido por uma Faculdade
de Direito Portuguesa, pelo que nos deparamos com temas que os novos
Auditores de Justiça desconhecem em absoluto e cuja relevância,
complexidade e dificuldade na abordagem inicial se reconhecem.
De acordo com este entendimento, e perfilhando uma estratégia similar
à prosseguida em 2005, de introdução gradual desta temática como
área de estudos autónoma no Plano Curricular, propõe-se para 2016/2017
o alargamento das sessões para 20 UL (seis para a parte I, e sete para
cada uma das partes II e III).
1.4. Critérios estruturantes relativos ao 4.º Curso TAF
A) Quanto à ocupação horária dos auditores de justiça em atividades
formativas no CEJ, deve respeitar-se uma carga horária letiva que
assegure o cumprimento de um programa que conscientemente se
assume como extenso mas que, simultaneamente, permita a
sedimentação dos conhecimentos ministrados, permita uma adequada
preparação das sessões e assegure as necessidades decorrentes do
trabalho individual e em grupo dos auditores de justiça, assim como a
gestão, por estes, do investimento pessoal, em função das exigências
avaliativas de cada momento. Porém, e não obstante, torna-se
necessário, em algumas áreas, aumentar o tempo letivo, como
decorrência da ampliação das matérias formativas, o que será
compensado com a menor carga letiva ou mesmo eliminação, noutros
setores da componente formativa da especialidade e ainda com a
cessação da obrigatoriedade de presença nas atividades de formação
contínua.
B) A formação inicial dos Auditores do 4.º Curso TAF deverá ser orientada
para a prossecução dos objetivos que presidem à formação judiciária
dos Magistrados, traduzidos no aperfeiçoamento das competências
técnicas e funcionais necessárias ao desempenho da função e no
desenvolvimento das suas qualidades pessoais.
C) No que concerne ao concreto conteúdo programático de cada uma
das componentes formativas, geral, da especialidade e profissional,
respeita-se a diferenciação e autonomia das diversas áreas formativas.
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D) Continua a propugnar-se pela existência de uma identidade
programática da componente formativa geral e de especialidade
comum ao 32.º Curso e ao 4.º Curso TAF, nas vertentes do Direito
Constitucional (6 UL), do Direito Europeu e Internacional-Parte I (6 UL), da
Jurisprudência relativa a Direitos Fundamentais (10 UL), Tecnologias de
Informação e Comunicação (3 UL) e Ética e Deontologia (9 UL).
E) Todavia, a estrutura do Curso, pela especificidade das matérias que nele
se pretendem ver abordadas, continuará a evidenciar um largo espectro
de áreas autónomas, designadamente, no que se refere à Organização
Administrativa (8 UL), às Relações Laborais em funções públicas (15 UL),
ao Direito do Urbanismo (12 UL), ao Direito do Ambiente (8 UL), à
Contratação Pública (16 UL), á Responsabilidade Civil dos Poderes
Públicos (17 UL), às Contraordenações (13 UL) e mesmo ao Inglês Jurídico
(10 UL).
F) Idênticas razões determinaram a manutenção da autonomia do Direito
substantivo e processual (84 UL) cuja avaliação terá lugar nas sessões de
formação profissional de Direito Tributário.
G) De igual forma se continuará a recorrer maioritariamente a docentes
externos na lecionação de matérias desta mesma componente atenta a
respetiva especificidade e o reduzido número de docentes residentes
disponíveis.
H) No que respeita às três áreas de estudo que compõem a componente
profissional, entendeu-se aumentar a carga horária semanal do Direito
Administrativo, quando tal se afigurasse pedagogicamente necessário
até um máximo de 3 UL semanais e conceder idêntica flexibilidade área
de Direito Tributário, até um máximo de 2 UL semanais. Por seu turno, e por
se ter mostrado adequada, mantem-se, salvo casos excecionais, de 1 UL
a carga horária semanal da área de Direito Civil e Processual Civil.
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2. Conteúdos programáticos relativos ao
32.º Curso
2.1. Componente formativa geral e de especialidade
2.1.1. Direito Constitucional
Com a área de estudos de Direito Constitucional visa-se proporcionar aos
auditores de justiça, para além de uma análise do processo constitucional (âmbito,
objeto, tipos de recurso, pressupostos gerais e específicos e trâmites, designadamente
mediante a análise da jurisprudência do Tribunal Constitucional), uma sensibilização
para a importância e o alcance dos direitos fundamentais, a compreensão das
normas de direitos fundamentais, o estudo da metodologia da sua interpretação e
concretização pelos tribunais, os meios de tutela judicial dos direitos, liberdades e
garantias pessoais;
As 6 UL sessões serão ministradas em Plenário, em comum com o 4.º TAF, por
docentes universitários e Magistrados.
2.1.2. Direito Europeu e Internacional
Como atrás se referiu procurar-se-á através desta área de estudos proporcionar
aos auditores de justiça a familiarização com os institutos de direito europeu e
internacional e com os procedimentos da sua aplicação prática, o aprofundamento
dos conhecimentos nos domínios das instituições e do direito ao nível internacional e
europeu para além do conhecimento dos mecanismos de cooperação judiciária civil
e penal europeus e internacionais, na perspetiva do utilizador.
As sessões referentes à Parte I terão lugar em sessões plenárias, em comum com
o 4.º TAF, sendo as seguintes, referentes às Partes II e III lecionadas em grupos de 14
Auditores (formação comum ou específica).
Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:
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PARTE I – 6 sessões
INTRODUÇÃO
O ordenamento jurídico da União Europeia entre o direito interno e o direito
internacional. Direito comunitário e direito da União Europeia. Direito originário e direito
derivado. Os tribunais nacionais como tribunais comuns da União Europeia.
FONTES DO DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
Os Tratados da União Europeia e a sua constitucionalização. Os princípios gerais do
direito comunitário e os instrumentos de direito comunitário.
A EFICÁCIA DO DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA
O efeito direto. A aplicabilidade direta. O primado. A interpretação conforme. A
responsabilidade extracontratual dos Estados-Membros por violação do direito
comunitário. O caso específico da responsabilidade do Estado-juiz.
O SISTEMA JURISDICIONAL DA UNIÃO EUROPEIA
As obrigações dos tribunais nacionais enquanto tribunais comuns da União Europeia.
Carácter essencialmente pretoriano da sua enumeração. A autonomia processual dos
Estados-Membros e os seus limites: os princípios da equivalência e da efetividade. O
Tribunal de Justiça como garante da interpretação e aplicação uniformes do direito
da União Europeia pelos tribunais nacionais. O reenvio prejudicial e a sua natureza.
Reenvio prejudicial de interpretação e reenvio prejudicial de validade. A faculdade
de reenvio prejudicial e o seu alcance. Os casos de obrigatoriedade do reenvio
prejudicial ao TJ e a sua garantia.
PARTE II – 7 sessões
Sessão 1
ENQUADRAMENTO E COLHEITA DA PROVA
Evolução, critérios, instrumentos, relevo e objetivos da cooperação judiciária europeia
em matéria civil e comercial; A cooperação entre os tribunais dos Estados-Membros no
domínio da obtenção de provas – o Regulamento (CE) n.º 1206/2001, do Conselho, de
28 de Maio de 2001.
Sessão 2
CITAÇÕES E NOTIFICAÇÕES
A citação e a notificação dos atos judiciais e extrajudiciais em matéria civil e
comercial – o Regulamento (CE) n.º 1393/2007, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 13 de Novembro de 2007.
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Sessão 3
BRUXELAS I
A competência judiciária, o reconhecimento e a execução de decisões em matéria
civil e comercial – o Regulamento (UE) n.º 1215/2012, de 12 de Dezembro de 2012.
Sessão 4
FAMÍLIA e CRIANÇAS
A competência, o reconhecimento e a execução de decisões em matéria
matrimonial e de responsabilidade parental – o Regulamento (CE) n.º 2201/2003, do
Conselho, de 27 de Novembro de 2003.
Sessão 5
SUCESSÕES
Competência, lei aplicável, reconhecimento e execução das decisões; a aceitação e
execução dos atos autênticos em matéria de sucessões; o Certificado
Sucessório Europeu - o Regulamento (UE) n.º 650/2012, do Parlamento Europeu e do
Conselho de 4 de Julho de 2012.
Sessão 6
CRÉDITOS
A cobrança de créditos na União Europeia – os Regulamentos (CE) n.ºs 1896/2006, e
861/2007, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006 e 11 de
Julho de 2007; o procedimento europeu de injunção de pagamento e o processo
europeu para ações de pequeno montante.
Sessão 7
CONTRATOS, RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL
Os Regulamentos (CE) n.ºs 593/2008 e 864/2007, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 17 de Junho de 2008 e 11 de Julho de 2007 – obrigações contratuais e
extracontratuais.
PARTE III – 7 Sessões
Sessão 1
INTRODUÇÃO
Noção e fundamentos da Cooperação Judiciária Internacional em Matéria Penal. As
Fontes: Direito Europeu, Direito Internacional, Direito Interno e Hierarquia das fontes.
Aplicação da lei no espaço. Os institutos da CJIMP. Introdução às estruturas
operacionais da EU: Os Magistrados de Ligação, a Rede Judiciária Europeia e a
EUROJUST.
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Sessão 2
EXTRADIÇÃO
Caracterização da figura. Os limites à Extradição. Os Instrumentos internacionais: do
Conselho da Europa à UE. O processo de Extradição ativa e passiva. Os intervenientes
no processo de Extradição.
Sessão 3
MANDADO DE DETENÇÃO EUROPEU
Os princípios estruturantes da DQ de 13 de Junho de 2002: O reconhecimento mútuo,
a decisão de entrega como decisão judicial, a segurança e a tutela dos direitos
fundamentais. Os motivos de recusa: obrigatórios e facultativos. A exigência de
garantias. O princípio da especialidade. O procedimento de entrega – A emissão do
mandado. Breve nota sobre o procedimento de execução
Sessão 4
AUXÍLIO JUDICIÁRIO
Conceito. O auxílio em vista da obtenção de meios de prova e o auxílio em vista da
deteção e apreensão dos produtos do crime. Fundamentos de recusa. Forma e
requisitos do pedido. A tradução. As modalidades de transmissão. As notificações. A
tramitação do procedimento ativo e passivo. A deslocação para acompanhamento
dos atos.
Sessão 5
O AUXÍLIO JUDICIÁRIO NA UE
Instrumentos Jurídicos.
Sessão 6
TRANSMISSÃO DE PROCESSOS E EXECUÇÃO DE SENTENÇAS PENAIS
Delegação de competência e denúncia internacional. Competência internacional
dos tribunais portugueses. Requisitos e documentação instrutória. A transmissão do
procedimento. Efeitos da transmissão. Condições de admissibilidade da execução de
sentenças. O caso especial da Transferência de Pessoas Condenadas.
Sessão 7
EXECUÇÂO DE SENTENÇAS PENAIS NA UE
Instrumentos jurídicos.
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2.1.3. Inglês Jurídico
A formação em Inglês Jurídico compreenderá 10 sessões de 1 UL a executar em
grupos de 14 Auditores (formação específica ou comum).
Visa-se, através dessas sessões, apetrechar os auditores de justiça com o
vocabulário técnico-jurídico necessário à compreensão de textos jurídicos em língua
inglesa e à comunicação com outrem, bem como desenvolver conhecimentos em
áreas temáticas diretamente relacionadas com o Direito que permitam compreender
e debater as diferenças e semelhanças existentes entre os sistemas jurídicos de
Portugal e dos países da common law, designadamente, o Inglês.
Serão fomentadas a leitura e análise de textos jurídicos e, periodicamente, em
alternativa, serão projetados filmes e documentários relacionados com estes tópicos.
Incidir-se-á, com particular relevo, no alargamento vocabular e no desenvolvimento
das capacidades de expressão/exposição oral. A prática de vocabulário será feita
através de exercícios e outras atividades, de entre as quais se destacam atividades de
simulação e debates.
A avaliação (“apto”/”não apto”) será feita através de uma prova escrita final e
o nível e mérito da participação ativa nas sessões.
Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:
1ª Sessão
O sistema romano-germânico e o sistema de “Common Law”. Profissionais da justiça.
Fontes e ramos do Direito. Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário.
2ª Sessão
Recursos para tradução. A atividade de tradutores e intérpretes, aspetos técnico-
linguísticos dos trabalhos de tradução jurídica, questões linguísticas suscitadas pela
utilização de terminologia jurídica. Diferenças terminológicas entre processo civil e
processo penal. Exercícios de aplicação de vocabulário.
3ª Sessão
Direito penal. Estudo comparado do processo penal e intervenientes nos sistemas
jurídicos inglês e português. Tipos de crimes. Exercícios de compreensão e debate.
4ª Sessão
Projeção de um documentário relacionado com o processo penal no sistema de
“common law”. Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário. Debate.
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5ª Sessão
O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem: abordagem a partir de um processo.
Análise linguística dos textos e exercícios de prática e consolidação de vocabulário.
6ª Sessão
Direito civil. Processo cível. Peças processuais. Estudo comparado dos sistemas
judiciários inglês e português através da terminologia. Exercícios de compreensão,
audição e de aplicação de vocabulário.
7ª Sessão
Direito da família. Vocabulário relacionado com o casamento, a dissolução do
casamento, as questões que afetam crianças. Exercícios de aplicação de
vocabulário.
8ª Sessão
Direito do trabalho: Tipos de contrato de trabalho. Ações judiciais. Um caso prático.
Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário.
9ª Sessão
A União Europeia: O Tribunal Europeu de Justiça e outras instituições e órgãos
importantes. Exercícios de audição e de aplicação de vocabulário.
10ª Sessão
Teste escrito de avaliação
2.1.4. Tecnologias de Informação e Comunicação
A matéria referente às tecnologias de informação e comunicação, dados os
conhecimentos que a generalidade dos auditores de justiça já possui acerca de um
número razoável de aplicações informáticas na ótica do utilizador, visa proporcionar-
lhes a familiarização com as novas aplicações informáticas de uso mais frequente nos
tribunais incluindo as relativas aos registos comercial e predial on-line e às custas
judiciais.
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2.1.5. Jurisprudência em sede de Direitos Fundamentais
As matérias relativas à jurisprudência do tribunal europeu dos direitos do homem
e de outras instâncias de controlo serão ministradas conjuntamente aos Auditores de
Justiça do 4.º Curso para os Tribunais Administrativos e Fiscais, visando o
aprofundamento dos seus conhecimentos no domínio da jurisprudência do Tribunal
Europeu dos Direitos do Homem, em particular do processo equitativo e do direito de
propriedade.
Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:
A) Direito Institucional e o processo (1 UL)
1. O sistema institucional de proteção convencional na CEDH
2. Estrutura da Convenção Europeia na versão originária:
a. Complexo de direitos e liberdades reconhecidos: o lugar dos direitos
económicos e sociais
b. Os órgãos da Convenção
c. Composição, organização, atribuições e competências dos órgãos
d. O Comité de Ministros: Composição e competências
3. A Reforma de 2004
4. As reformas posteriores.
5. O modelo atual
a. O Tribunal Europeu
b. A Secretaria
c. O Comité dos Ministros
d. As partes e seu patrocínio: O Agente do Governo:
6. O regime do processo no Tribunal Europeu
a. O quadro jurídico de referência
b. Pressupostos processuais
c. A intervenção de terceiros
d. A decisão de admissibilidade e o arquivamento do processo
A decisão provisória – artigo 39.º do Regulamento
e. O exame contraditório da causa e a resolução amigável dos conflitos
f. Audiência pública
g. Decisão
h. Recurso para o tribunal pleno
i. Força vinculativa e execução das sentenças
j. Nota geral sobre prazos do processo e sobre apoio judiciário
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B. Direito material e jurisprudência (9 UL)
1. Direito à Vida (Artigo 2.º)
a. Generalidades
b. Âmbito da previsão convencional
c. As obrigações positivas dos Estados
d. Uso de força letal.
e. Direito a morrer?
f. A questão da pena de morte
g. Embriões
h. Análise de jurisprudência mais relevante
2. Proibição da tortura (Artigo 3.º) e Proibição da escravatura e trabalho
forçado (Artigo 4.º)
a. Proibição da tortura
b. Proibição absoluta: salvaguarda da dignidade e integridade da
pessoa humana
c. Obrigações positivas dos Estados
d. Distinção entre tortura e pena ou tratamento desumano ou
degradante
e. Gravidade dos maus tratos: critérios para determinação
f. Proibição da escravatura
g. Análise de jurisprudência relevante
3. Direito à liberdade e à segurança (Artigo 5.º)
a. Âmbito da previsão convencional
b. As privações, limitações e restrições de liberdade relevantes
c. Distinção entre restrição e privação liberdade
d. Níveis de garantias:
e. A legalidade da detenção: Conceito de legalidade
f. Apresentação a autoridade judicial competente
g. Noção de autoridade judicial competente
h. Detenção de menor, de pessoa suscetível de propagar doença
contagiosa, de alienado mental, de alcoólico, de toxicómano ou de
vagabundo
i. Detenção para extradição ou expulsão.
j. Informação detalhada (factual e jurídica), e língua que compreenda.
k. A nomeação de intérprete.
l. A apresentação a magistrado
m. Análise de jurisprudência relevante
4. Direito a um processo equitativo (Artigo 6.º)
4.1. Vertente penal
a. Acusação em matéria penal: conceito autónomo As infrações
administrativas ou disciplinares
b. Critérios para determinação:
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c. Tribunal independente e imparcial, estabelecido por lei
d. Direito não absoluto, mas as limitações não devem restringir a sua
substancia
e. Elementos constitutivos do direito
f. Dimensão do processo equitativo
4.2. Vertente civil
a. Determinação e direitos e obrigações de carácter civil
b. Direito ao exame da causa publicamente:
c. O prazo razoável, critérios para a sua delimitação, Violação do prazo
razoável
d. Jurisprudência em casos Portugueses
e. Presunção de inocência:
f. Direitos do acusado, extensivos ao defensor Informação sobre a
acusação;
g. Garantias de defesa e defensor oficioso
h. Interrogatório de testemunhas
i. Análise de jurisprudência relevante
5. Direito ao respeito pela vida privada e familiar (Artigo 8.º)
a. Vida privada e familiar: delimitação
b. Vida familiar: princípios;
c. A célula familiar (pelo menos relações entre parentes próximos);
d. Crianças a cargo;
e. Imigrantes e estrangeiros (expulsão);
f. Os efeitos do decurso do tempo.
g. Jurisprudência relevante
6. Liberdade de expressão (Artigo 10.º)
a. A liberdade de expressão em gera: Direito não absoluto; Obrigações
positivas dos Estados; Conteúdo do direito
b. Restrições: As ingerências e suas exceções
c. A imprensa
d. Análise de jurisprudência relevante
7. Direito a um recurso efetivo (Artigo 13.º)
a. Enquadramento: Recurso efetivo e recurso de amparo;
Antecedentes e textos posteriores
b. Natureza jurídica: Direito subjetivo; Direito processual
c. Relação com outros direitos: Inexistência independente;
Autonomia; A teoria do efeito útil; Sobreposição; Interpretação
da Comissão e do Tribunal;
d. Âmbito, objeto e limites do direito
e. Caracterização do recurso efetivo
f. Direito a um recurso efetivo e duração excessiva do processo
g. Análise de jurisprudência relevante
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8. Direito de propriedade (Protocolo I – artigo 1.º)
a. Âmbito da previsão convencional;
b. Noção de propriedade: conceito autónomo
c. Privação da propriedade: princípios gerais; utilidade pública;
indemnização; condições previstas na lei.
d. Regulamentação do uso dos bens (equilíbrio interesse geral e direitos
da pessoa)
e. Jurisprudência relevante
2.1.6. Ética e Deontologia
As temáticas a abordar nas sessões de Ética e Deontologia serão selecionadas
com base nas constantes dos 3 e-books que o CEJ recentemente publicou. As sessões
serão dirigidas por Docentes e decorrerão, à exceção da primeira, em grupos de 14
auditores (formação comum ou específica) visando-se reforçar o seu carácter
interativo.
2.1.7. Psicologia Judiciária
Nesta área procurar-se-á o desenvolver de competências tendo como horizonte
uma adequada realização da audição de crianças/jovens e entrevistas a adultos, em
sede de processo cível e penal.
Visar-se-á, especificamente, incrementar os conhecimentos sobre as diversas
variáveis que influenciam o relato da criança, nomeadamente, ambientais, do
desenvolvimento da criança, do entrevistador e da entrevista, o promover de
estratégias que minimizem a revitimização da criança, o desenvolver competências
de análise qualitativa do relato da criança/jovem, o identificar estratégias para
condução de interrogatório junto de arguidos e de obtenção de prova testemunhal
junto das testemunhas e o conhecer de indicadores de simulação e dissimulação.
A sua concretização ocorrerá no terceiro trimestre e compreenderá um
seminário de dois dias completos (8UL).
2.1.8. Contabilidade e Gestão
A sessão terá em vista o transmitir dos conhecimentos básicos de contabilidade
e gestão que se têm por indispensáveis.
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2.2. Componente formativa profissional
2.2.1. Direito Civil e Processual Civil e Comercial
A formação inicial deverá nortear-se pelos objetivos que devem presidir à
formação judiciária dos Magistrados: o desenvolvimento das suas qualidades pessoais
e a aquisição e o aperfeiçoamento das competências técnicas e funcionais
necessárias ao desempenho da função.
Duas das grandes dificuldades que se abatem sobre o exercício da magistratura,
designadamente no que concerne ao Direito Civil, Processual Civil e Comercial, são a
sua complexidade e a sua fragmentação.
A resposta exige uma ideia conseguida de método. Por isso, a propedêutica
deverá ter um lugar privilegiado na preparação dos auditores de justiça. Como ler,
como ouvir, como dialogar, como interpretar, como argumentar, como decidir, que
podem valorizar o quotidiano do magistrado e não convertê-lo num somatório de
esforços mal aproveitados.
Para além da matriz curricular genérica, a componente formativa específica do
Direito Civil, Processual Civil e Comercial deverá compreender, de forma particular e
na dupla perspetiva teórico-prática, as seguintes orientações programáticas comuns a
ambas as Magistraturas (Judicial e do Ministério Público):
▪ A análise global e concatenada dos diversos meios de tutela cível, como
formas de execução prática de pretensões substantivas;
▪ O domínio dos princípios fundamentais do processo civil enquanto
elementos integradores do ordenamento jus-processual de base;
▪ A determinação das esferas de competência e de atuação dos diversos
intervenientes no processo civil, numa perspetiva autónoma, integrada e
interdisciplinar;
▪ Conhecimento dos Estatutos de ambas as magistraturas;
▪ A compreensão do novo paradigma do processo civil, recentrando a
justiça nas suas funções primordiais de promoção e de garantia dos
direitos;
▪ A inteleção da dupla responsabilidade na gestão de um processo, no
sentido da eficácia e da eficiência, por um lado, e da qualidade da
decisão, por outro;
▪ O domínio da tramitação geral e específica das ações declarativas, dos
procedimentos cautelares, dos processos executivos e dos processos
especiais;
▪ Apreensão e sinalização das fundamentais temáticas substantivas do
Direito Civil e do Direito Comercial, apreciadas de forma integrada com o
direito adjetivo.
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A formação deverá ainda ter presente a diferenciação de funções inerentes a
cada Magistratura e o correlativo grau diverso de conhecimento do Direito Civil,
Processual Civil e Comercial.
O tratamento de cada uma das temáticas far-se-á sempre com apelo aos
direitos fundamentais e valores constitucionais, apelando-se à compreensão das
exigências éticas da função, bem como a uma cultura de boas práticas no processo
civil.
O domínio do método jurídico e judiciário estará presente naquela abordagem,
incidindo, de igual modo, no tratamento dos temas e das questões problemáticas do
direito civil e comercial, no quadro dos diversos tipos de ações.
As questões substantivas serão abordadas pelo prisma do seu tratamento
processual, em sede de elaboração dos articulados, de identificação do objeto do
litígio e de enunciação dos temas da prova, de produção de prova e de apreciação
da matéria de facto e de direito.
Com especial incidência, privilegiar-se-á o domínio dos modos de gestão
judiciária na ótica da condução finalística do processo, a qual passará pelo domínio
da capacidade de análise e de síntese e do processo de decisão.
A abordagem casuística orientar-se-á no sentido de proporcionar - com recurso
a processos reais ou simulações práticas - a consolidação sistematizada dos
conhecimentos jurídicos, apelando-se ao direito europeu e ao direito internacional e
integrando outros ramos do saber.
O tratamento dos casos será experimentado mediante a elaboração de peças
escritas, seja com vista à iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma
de aferir o grau de aprendizagem do auditor.
A distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de conta a sua pertinência em
relação às funções e competências do Juiz e do Ministério Público no processo, de
modo a evitar sobreposições, mas sem prejuízo da conjugação das abordagens
complementares que se mostrem indispensáveis.
A formação pautar-se-á sempre pela clarificação das regras deontológicas, no
sentido da implementação de práticas adequadas.
O programa temático das sessões contém a sua calendarização, de forma a
permitir coordenar a gestão dos temas prioritários e antever a densidade com que
cada tema deve ser tratado.
A formação inicial no Direito Civil, Processual Civil e Comercial obedece ao
conteúdo temático calendarizado segundo a ordem adotada no plano de formação
comum e específica.
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Tal formação terá como objetivos formativos a verificação da aquisição pelos
auditores das seguintes competências:
Quanto a ambas as magistraturas
a) No fim do primeiro trimestre:
▪ Delimitação do âmbito e enquadramento da justiça cível no ordenamento
jurídico;
▪ Análise do Estatuto dos Magistrados Judiciais e do Ministério Público;
▪ Assimilação dos princípios estruturantes do processo civil e das suas linhas
sistemáticas;
▪ Domínio dos diversos modos de tutela cível;
▪ Estudo da organização judiciária;
▪ Delimitação dos tipos de jurisdição;
▪ Análise da tipologia das ações;
▪ O procedimento da injunção e a subsequente ação declarativa;
▪ Apreensão sistemática da dinâmica do processo civil e dos termos do
início, desenvolvimento, vicissitudes e extinção da instância;
▪ Análise dos articulados da contestação e seguintes;
▪ Aquisição e desenvolvimento de competências na matéria das
modificações subjetivas e objetivas da instância;
▪ Análise dos processos especiais de interdição e de inabilitação;
b) No fim do segundo trimestre:
▪ Domínio aprofundado da temática dos acidentes de viação dos prismas
adjetivo e substantivo;
▪ Compreensão do processo especial da tutela da personalidade e
desenvolvimento da temática do direito à personalidade física e moral do
ser humano;
▪ Delimitação dos vários procedimentos cautelares e seus pressupostos e
análise da figura inovatória da inversão do contencioso;
▪ Aquisição de conhecimentos nas áreas específicas do direito do consumo
e da responsabilidade civil extracontratual.
c) No fim do terceiro trimestre:
▪ Delimitação teórica e aplicação prática dos Direitos Fundamentais;
▪ Identificação das regras, trâmites e vicissitudes do processo de inventário e
aprofundamento de áreas específicas do Direito das Sucessões;
▪ Estudo do processo de insolvência;
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▪ Delimitação de conceitos e tramitação em sede de ações de registo civil e
predial;
▪ Análise de processos de jurisdição voluntária;
▪ Conhecimento da tramitação do processo de execução e dos termos da
reclamação, verificação e graduação de créditos;
▪ Análises de temáticas de direito societário, com especial enfoque na
vinculação das sociedades comerciais, na desconsideração da
personalidade jurídica das sociedades comerciais e na responsabilidade
dos gerentes ou administradores;
▪ Aquisição e desenvolvimento de conhecimentos no âmbito do
contencioso dos contratos de leasing, ALD e compra e venda com reserva
de propriedade e crédito ao consumo.
Quanto à Magistratura Judicial:
a) No fim do primeiro trimestre:
▪ Identificação da tramitação das ações cíveis;
▪ Compreensão de um modelo de processo civil que deve assentar num
postulado da confiança, construído a partir de uma ética de
responsabilidade social, tributando-a a quem dirige o processo e a quem,
em cada momento, no âmago do sistema, dele prestará contas: o juiz;
▪ Domínio da marcha do processo declarativo, nas suas fases essenciais e
atos processuais;
▪ Apreciação da validade e eficácia dos atos processuais;
▪ Análise da função e do conteúdo da petição inicial e da causa de pedir;
▪ Compreensão da intervenção liminar do juiz;
▪ Delimitação dos termos e formas de citação em geral e apreciação dos
efeitos da revelia;
▪ Apreciação detalhada da natureza, função, conteúdo e regime
processual dos articulados;
▪ Análise das modificações subjetiva e objetivas da instância.
b) No fim do segundo trimestre:
▪ Domínio do papel do juiz como gestor do processo;
▪ Apreensão do conceito de gestão inicial do processo e sua aplicação
prática, designadamente no despacho liminar e no despacho pré-
saneador;
▪ Perceção da função primordial da audiência prévia, atos a praticar e
termos da concretização da gestão processual nesta fase;
▪ Conhecimento da técnica de saneamento do processo e de aferição dos
pressupostos processuais e sua exercitação prática;
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31
▪ Análise das exceções dilatórias e das exceções perentórias;
▪ Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova e sua
concretização prática;
▪ Capacidade de apreciação da problemática da prova, analisando os
diversos meios probatórios, nas perspetivas do direito nacional e do direito
europeu;
▪ Domínio aprofundado das regras, trâmites e vicissitudes da audiência final,
com especial abordagem das temáticas da psicologia do testemunho e
da ética judiciária;
▪ Capacidade de seleção da matéria de fato e de avaliação da prova;
▪ Análise da sentença e concretização dos seus elementos integradores.
c) No fim do terceiro trimestre:
▪ Análise dos vícios da sentença e compreensão da matéria dos recursos;
▪ Domínio aprofundado da tramitação dos procedimentos cautelares e da
figura inovatória da inversão do contencioso;
▪ Análise dos títulos executivos, da tramitação da ação executiva e dos seus
incidentes;
▪ Estudo sobre as garantias reais de crédito;
▪ Domínio do instituto dos embargos de executado e da oposição à
penhora;
▪ Compreensão da matéria substantiva e adjetiva do direito do
arrendamento;
▪ Análise da ação especial de prestação de contas e da ação especial de
divisão de coisa comum.
Quanto à Magistratura do Ministério Público:
a) No fim do primeiro trimestre:
▪ Caracterização do papel do Ministério Público na jurisdição civil e respetivo
enquadramento estatutário e funcional;
▪ Delimitação dos termos e modelo de intervenção pré-judicial do Ministério
Público, sua concretização na organização e instrução do processo
administrativo e identificação do conteúdo da atividade de atendimento
ao público;
▪ Conhecimento aprofundado da marcha do processo civil declarativo e
dos termos concretos da intervenção do Ministério Público no mesmo;
▪ Assimilação dos termos da intervenção do Ministério Público e dos meios
de atuação ao seu dispor em sede de defesa do consumidor e proteção
dos ausentes;
▪ Aquisição de competências teóricas e práticas na temática dos interesses
difusos e da ação popular.
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b) No fim do segundo trimestre:
▪ Identificação do papel do Ministério Público no controlo da legalidade das
associações;
▪ Conhecimento do procedimento previsto no Decreto-Lei n.º 272/2001, de
13 de outubro;
▪ Domínio dos termos da representação do Estado e dos incapazes em sede
de pedidos de indemnização civil em processo penal;
▪ Caracterização aprofundada dos termos da tutela dos incapazes, na
vertente substantiva e processual;
▪ Conhecimento dos processos especiais de interdição e inabilitação, e
respetiva tramitação;
▪ Domínio da temática da responsabilidade civil extracontratual do Estado;
▪ Assimilação das regras atinentes aos vários modos de impugnação de
decisões.
c) No fim do terceiro trimestre:
▪ Identificação dos interesses do Estado-coletividade, e de outros interesses
legalmente previstos, cuja defesa incumbe ao Ministério Público;
▪ Apreensão do papel do Ministério Público no processo de inventário;
▪ Delimitação de conceitos e tramitação em sede de insolvência, na
vertente da atuação do Ministério Público;
▪ Aquisição de conhecimentos sobre ações de registo, em especial o
processo para suprimento e retificação do óbito;
▪ Domínio da tramitação da ação executiva e dos termos da execução por
custas e multas;
▪ Assimilação aprofundada de competências no âmbito da reclamação,
graduação e verificação de créditos;
▪ Apreensão instrumental e substantiva no âmbito da impugnação pauliana;
▪ Domínio dos processos especiais de liquidação de herança vaga a favor
do Estado e aceitação de herança jacente.
Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:
1ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Apresentação
- Metodologia de trabalho
- Métodos de avaliação
- Estatutos dos Magistrados Judiciais e do Ministério Público
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- Enquadramento da justiça cível e princípios do processo civil
- Visita guiada a um processo civil real
2.ª Sessão –
Formação Específica MJ (2 UL)
- Apresentação
- O papel do Juiz no processo civil
- Impedimentos e suspeições
- Atos processuais:
▪ Regime geral
▪ Validade e eficácia
Formação Específica MP (2 UL)
- Apresentação
- O Ministério Público na jurisdição civil
- Enquadramento funcional do Ministério Público: representação, assistência e
fiscalização
3.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Modos de tutela cível
- Espécies de ações consoante o fim
- Organização judiciária
4.ª Sessão –
Formação Específica MJ (3 UL)
- Petição inicial:
▪ Função e conteúdo
▪ Pedido e causa de pedir
▪ Vícios
- Apresentação, recebimento, recusa da petição inicial
- A intervenção liminar do juiz
Formação Específica MP (2 UL)
- O processo administrativo
- O atendimento ao público
- Petição inicial:
▪ Ónus de alegação
▪ Estrutura da petição inicial
5.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- A dinâmica processual civil
- A instância: início, suspensão e extinção
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- Modificações objetivas da instância:
▪ Alteração e ampliação do pedido e da causa de pedir
▪ Verificação do valor da causa
6.ª Sessão –
Formação Específica MJ (3 UL)
- Citação
- Revelia
- Contestação e reconvenção
Formação Específica MP (2 UL)
- A intervenção do Ministério Público na defesa dos interesses do Estado-
coletividade
7.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Modificações subjetivas da instância:
▪ Incidente de habilitação de herdeiros
▪ Incidente de habilitação do adquirente ou cessionário
▪ Incidentes de intervenção de terceiros
8.ª Sessão –
Formação Específica MJ (2 UL)
- Réplica
- Articulados supervenientes
- Modificações subjetivas da instância:
▪ Incidentes de intervenção de terceiros
Formação Específica MP (3 UL)
- Contestação:
▪ Ónus de impugnação
▪ Estrutura da contestação
▪ Especificidades do Ministério Público
- Réplica
- Articulados supervenientes
- A defesa dos ausentes:
▪ Revelia
▪ A contestação em ações decorrentes de contratos de consumo
9.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- O procedimento da injunção e a subsequente ação declarativa
- O processo especial da tutela da personalidade
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10.ª Sessão –
Formação Específica MJ (2 UL)
- Exercitação escrita avaliativa
Formação Específica MP (2 UL)
- Exercitação escrita avaliativa
11.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Acidentes de viação
12.ª Sessão –
Formação Específica MJ (3 UL)
- Gestão inicial do processo findos os articulados:
▪ Despacho liminar e despacho pré-saneador
- Audiência prévia:
▪ Suas finalidades
▪ A conciliação e a mediação
Formação Específica MP (2 UL)
- Controlo da legalidade das associações
- O despacho pré-saneador
- A audiência prévia
13.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Exercitação escrita avaliativa
14.ª Sessão –
Formação Específica MJ (4 UL)
- Despacho saneador:
▪ Pressupostos processuais
▪ Exceções dilatórias
▪ Exceções perentórias
▪ Saneador-sentença
Formação Específica MP (2 UL)
- Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova
- A prova em processo civil: a obtenção da prova
- A audiência final:
▪ Procedimento, instrução e discussão
15.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Interdição e inabilitação:
▪ Enquadramento de direito material
▪ Tramitação processual
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16.ª Sessão –
Formação Específica MJ (3 UL)
- Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova em ações
- Simulação de audiência prévia
Formação Específica MP (3 UL)
- Interdição e inabilitação:
▪ Pressupostos da incapacidade
▪ Estrutura da petição inicial
- Proteção jurídica dos idosos
17.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Custas processuais
- Apoio Judiciário
18.ª Sessão –
Formação Específica MJ (4 UL)
- Direito probatório material
- Direito probatório formal
- Audiência final
- Simulação e/ou assistência a audiência final em tribunal
Formação Específica MP (2 UL)
- O procedimento do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de outubro
19.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Direito do consumo (I):
▪ Cláusulas contratuais gerais e práticas comerciais desleais
▪ Serviços públicos essenciais
▪ A Lei de Ação Popular
- Direito do consumo (II):
▪ Crédito ao consumo
▪ Venda de bens de consumo
▪ Contencioso derivado de contratos de locação financeira, ALD, compra e
venda com reserva de propriedade
20.ª Sessão –
Formação Específica MJ (3 UL)
- Sentença:
▪ Estrutura da sentença
▪ Decisão da matéria de facto
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Formação Específica MP (2 UL)
- A defesa do consumidor:
▪ Cláusulas contratuais gerais e práticas comerciais desleais
▪ A ação inibitória
21.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Processo de inventário e Direito das Sucessões:
▪ O papel do Juiz e do Ministério Público no novo regime do Inventário
22.ª Sessão –
Formação Específica MJ (3 UL)
- Sentença:
▪ Vícios da sentença
- Recursos
- Exercitação escrita avaliativa a elaborar em prazo a definir
Formação Específica MP (2 UL)
- Interesses difusos:
▪ A defesa do ambiente, da saúde pública e do património cultural
▪ A intervenção do Ministério Público na ação popular
- Exercitação escrita avaliativa a elaborar em prazo a definir
23.ª Sessão –
Formação Comum (1 UL) (Docente MJ/MP)
- Procedimentos cautelares
24.ª Sessão –
Formação Específica MJ (3 UL)
- Procedimentos cautelares
Formação Específica MP (2 UL)
- Impugnação das decisões:
▪ Nulidades, reclamações e recursos
25.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Processos de jurisdição voluntária
26.ª Sessão –
Formação Específica MJ (2 UL)
- Exercitação escrita avaliativa
Formação Específica MP (2 UL)
- Exercitação escrita avaliativa
27.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
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- Responsabilidade civil extracontratual do Estado:
▪ Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro
28.ª Sessão –
Formação Específica MJ (3 UL)
- Arrendamento Urbano
Formação Específica MP (3 UL)
- Responsabilidade civil extracontratual do Estado:
▪ Ressarcimento de danos do Estado
▪ Lei n.º 67/2007, de 31 de dezembro
- A defesa dos interesses patrimoniais do Estado:
▪ Impugnação pauliana
▪ Domínio público hídrico
▪ Arrendamento de imóveis do Estado
▪ Injunção contra o Estado
29.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Ação executiva:
▪ Objeto e espécies de execução
▪ Títulos executivos
- A penhora:
▪ Requisitos de penhorabilidade
▪ Realização da penhora
▪ Efeitos da penhora
- Reclamação, verificação e graduação de créditos:
▪ Tramitação processual
30.ª Sessão –
Formação Específica MJ (3 UL)
- Ação executiva (I):
▪ Fase inicial
▪ Despacho liminar
- Ação executiva (II):
▪ Oposição à execução mediante embargos
▪ Oposição à penhora
Formação Específica MP (3 UL)
- Execução por custas e multas
- Reclamação de créditos:
▪ Privilégios creditórios e garantias reais de crédito
▪ Requerimento de reclamação
31.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Processo de insolvência
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32.ª Sessão –
Formação Específica MJ (3 UL)
- Processo de insolvência
- Processos especiais:
▪ Processo de divisão de coisa comum
▪ Processo de prestação de contas
Formação Específica MP (3 UL)
- Processo de insolvência
- Pedido de indemnização cível em processo penal:
▪ A representação do Estado e dos incapazes
- Processos especiais:
▪ Processo de liquidação da herança vaga a favor do Estado
▪ Processo de aceitação de herança jacente
33.ª Sessão –
Formação Comum (2 UL) (Docente MJ/MP)
- Exercitação escrita avaliativa
34.ª Sessão –
Formação Específica MJ (2 UL)
- Exercitação escrita avaliativa
Formação Específica MP (2 UL)
- Exercitação escrita avaliativa
35.ª Sessão –
Formação Comum (3 UL) (Docente MJ/MP)
- Ações de registo:
▪ Registo civil
▪ Registo predial
- Temas de direito societário:
▪ A vinculação das sociedades comerciais
▪ A desconsideração da personalidade jurídica das sociedades comerciais
▪ A responsabilidade dos gerentes ou administradores
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2.2.2. Direito Penal e Processual Penal
A formação nesta área obedece ao princípio da diferenciação na formação
inicial, de acordo com as particularidades das funções inerentes a cada uma das
magistraturas, sendo que o grau de conhecimentos específicos de direito penal e
processual penal necessário ao exercício qualificado de funções por parte dos futuros
magistrados do Ministério Público é maior, em particular, na fase inicial do processo.
Daí resulta uma maior intensidade, num primeiro momento, quanto à formação
específica dos auditores de justiça com destino à magistratura do Ministério Público e
uma especial diferenciação das temáticas a abordar.
Contudo, a todos os auditores de justiça será proporcionada, de forma
sequencial, a abordagem dos temas de processo penal, na perspetiva:
▪ de uma compreensão dos fins, âmbito e natureza da tutela penal;
▪ dos princípios estruturantes e da sistemática do processo, bem como das
esferas de competência e de atuação dos diversos intervenientes
processuais, com uma diferenciação clara das funções e competências
do Juiz e do Ministério Público;
▪ da função, natureza e estrutura de cada uma das fases do processo;
▪ dos modos de dirigir os atos processuais e de elaborar as peças escritas;
▪ dos meios de prova e da realização dos procedimentos probatórios;
▪ do processo decisório, em sede de inquérito, de instrução e de julgamento,
com particular destaque para os aspetos relativos à motivação da decisão
e dos meios de recurso, em especial quanto aos requisitos de
admissibilidade e à motivação do recurso em primeira instância.
A abordagem será casuística e orientada no sentido de proporcionar a
consolidação sistematizada dos conhecimentos jurídicos, bem como o domínio
prático dos métodos jurídico e judiciário na análise e resolução de casos, aliado a uma
boa organização e método, tendo em vista uma eficiente gestão do processo e um
conhecimento das instituições judiciárias, da sua organização e funcionamento, tanto
na sua vertente jurídica como sociológica.
Será também numa dimensão casuística que deverão ser abordados temas e
problemáticas do direito penal, com incidência especial nos tipos de crimes mais
frequentes ou relevantes na prática judiciária, como o homicídio, ofensa à integridade
física, violência doméstica, ameaça, coação, crimes sexuais, furto, abuso de
confiança, roubo, burla, falsificação de documentos, condução sob a influência do
álcool, condução sem carta, tráfico de estupefacientes e de substâncias
psicotrópicas, detenção de arma proibida e crime praticado com arma, entre outros,
em cujo tratamento se incluirão as questões mais pertinentes relacionadas com os
direitos fundamentais e com o direito constitucional, a tratar preferencialmente em
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articulação com os desenvolvimentos ao nível processual. Do mesmo modo serão, a
propósito da marcha do processo, ilustradas problemáticas relacionadas com a
autoria, os crimes cometidos por omissão e por negligência, causas de exclusão da
ilicitude e da culpa, a unidade e pluralidade de infrações, o crime continuado e o
concurso de crimes, a comparticipação, o concurso de normas ou o caso julgado e os
limites do poder de cognição.
Os temas e as questões problemáticas devem ser abordados, em regra, com
apelo a situações concretas, apoiados em processos reais e no estudo de elementos
da doutrina e da jurisprudência previamente selecionados ou com âmbito de
pesquisa definido, privilegiando-se não só o questionamento técnico-jurídico
propriamente dito, mas também a abordagem das implicações sociais e humanas de
cada caso, tendo em conta ademais as vertentes da psicologia e sociologia
judiciárias.
O tratamento dos casos, predominantemente por via de discussão oral, deverá
ser experimentado ou complementado mediante elaboração de peças escritas, seja
com vista à iniciação nos modos de execução técnica, seja como forma de aferir o
grau de aprendizagem do auditor.
A formação específica e a distribuição dos temas far-se-á tendo em linha de
conta a sua ligação intrínseca com as funções e competências do Juiz e do Ministério
Público no processo, mas sem prejuízo de conjugação das abordagens
complementares que se mostrem indispensáveis, adiantando-se como competências
fundamentais inerentes ao exercício de funções de ambas as magistraturas:
▪ A determinação e diagnóstico do problema a resolver, a partir do caso,
tendo por objetivo alcançar a melhor solução do ponto de vista prático e
jurídico (justiça do caso concreto), no âmbito de um procedimento que
respeite, no plano substantivo e processual, os direitos de todas as pessoas
envolvidas, sem prejuízo, antes pressupondo, do rastreio pedagógico de
situações pontuais em que tal objetivo não tenha sido plenamente
alcançado;
▪ Sustentação das decisões em sólidos conhecimentos de direito substantivo
e processual, tanto nacional como internacional;
▪ Condução do processo com pleno respeito pelas regras éticas e
deontológicas;
▪ Conhecimento mínimo, mas efetivo, dos estatutos da vítima, do arguido,
das testemunhas e dos demais sujeitos e intervenientes processuais, como
meio de garantia do efetivo respeito pelos seus direitos e de exigência no
cumprimento dos respetivos deveres;
▪ Interiorização da importância da atualização, aprofundamento e partilha
dos conhecimentos jurídicos;
▪ A síntese e a clareza na abordagem e na decisão a proferir sobre as
questões concretamente colocadas, bem como na sua fundamentação
de facto e de direito;
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▪ A fundamentação na sua dimensão de legitimação interna e externa e a
sua função de controlo objetivo do próprio ato decisório;
▪ Sensibilização para a importância da estruturação, conteúdo e dimensão
das decisões processuais – apelo ao direito fundamental a uma decisão
em tempo razoável, que seja, além do mais, compreensível, exequível e
baseada no bom senso;
▪ A assertividade dos comportamentos e a sua adequação às
circunstâncias, de acordo com as concretas necessidades - passividade,
atividade, autoridade e humildade;
▪ Desenvolvimento e adequação da capacidade de expressão escrita e
falada, bem como a capacidade de gerir o tempo e os atos em prol dos
objetivos a atingir, sempre concretamente definidos e assumidos, tendo
ademais em conta a economia e a eficácia na condução do processo –
com destaque, na fase inicial do processo, para a importância da direção
efetiva do inquérito criminal;
▪ Capacidade de gestão dos conflitos, em especial na condução de
diligências e da audiência de julgamento, garantindo e respeitando
efetivamente os princípios da igualdade, do contraditório, da
imparcialidade, da lealdade e da confiança;
▪ Capacidade de gestão do processo e do próprio serviço, de permanente
procura e adoção das melhores práticas profissionais, com espírito crítico e
de abertura à inovação e criatividade e ao trabalho e à decisão em
coletivo;
▪ Capacidade de adaptação, mas também de crítica e de ação
relativamente a práticas judiciárias julgadas inadequadas, quer do ponto
de vista legal, ético e deontológico ou tendo em conta as melhores
práticas na gestão do processo ou do serviço;
▪ Exigência de níveis adequados de autoformação, privilegiando-se o
preenchimento das unidades letivas das respetivas sessões de formação
inicial com a discussão e abordagem interativa dos temas a tratar, com
base em casos concretos, tendo sempre ou preferencialmente como
ponto de partida peças processuais previamente selecionadas e
distribuídas, pelo menos em suporte digital, juntamente com a menção
sumariada das matérias a tratar e uma referência à jurisprudência
fundamental dos tribunais internacionais e nacionais, bem como à
bibliografia essencial a consultar;
▪ Na abordagem casuística, relevo especial ao tratamento dos tipos de
crime mais frequentes, mas também às temáticas jurídico-penais com uma
maior atualidade ou dimensão interdisciplinar, aproveitando-se na medida
do possível os materiais das ações de formação contínua que possam
estar disponíveis;
▪ A abordagem interativa poderá permitir, na espontaneidade das
intervenções a realizar, a discussão e tomada de decisões sobre questões
não só técnico-jurídicas, mas também culturais, éticas, deontológicas e de
assertividade comportamental na condução do processo;
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▪ Numa perspetiva casuística e de aplicação dos métodos jurídico e
judiciário, aproveitamento máximo da realização de simulações, não
teatrais ou de encenação, mas de experimentação oral e escrita de
despachos, de atos processuais mais simples ou de mera exercitação da
capacidade de decisão dos auditores;
▪ Aquando da abordagem das fases processuais próprias e sempre que o
tratamento dos casos concretos o permita, dar especial atenção às
questões da apreciação e valoração da prova – tratamento da prova
direta e indireta;
O acompanhamento da evolução do processo formativo dos auditores
implicará a verificação prática das seguintes competências:
Quanto à Magistratura Judicial
a) No fim do primeiro trimestre:
▪ Ser capaz de diagnosticar um problema jurídico, apontando com poder
de síntese as questões concretas a resolver;
▪ Saber enquadrar a solução jurídica encontrada nas normas constitucionais
pertinentes e fazer uma adequada ponderação dos valores e interesses
fundamentais em causa;
▪ Resolver questões relacionadas com a aplicação da lei penal e processual
penal no tempo;
▪ Saber conduzir um primeiro interrogatório judicial de arguido detido com
domínio de todas as regras processuais penais e constitucionais implicadas;
▪ Dominar o procedimento processual de aplicação das medidas de
coação ou de garantia patrimonial;
▪ Ser capaz de avaliar a prova indiciária e determinar em concreto a
existência de indícios suficientes ou de fortes indícios da prática de um
crime;
▪ Ser capaz de decidir em concreto a aplicação de uma medida de
coação com ponderação adequada dos respetivos pressupostos e dos
princípios e direitos constitucionais pertinentes;
▪ Ser capaz de elaborar um despacho de aplicação de medida de coação
ou garantia patrimonial, devidamente fundamentado de facto e de
direito;
▪ Saber enumerar os factos concretos em função dos elementos objetivos e
subjetivos típicos constitutivos dos crimes tratados;
▪ Ser capaz de proferir uma decisão de autorização de escutas e respetiva
destruição, bem como de autorização de revistas e buscas, de validação
de apreensões, e de missão de mandados de detenção, verificando a
existência dos respetivos pressupostos;
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▪ Dominar os princípios e os requisitos formais e materiais atinentes à
admissibilidade, validade, produção e apreciação da prova com
particular incidência no processo de valoração da prova indiciária;
b) No fim do segundo trimestre:
▪ Dominar os princípios e os requisitos formais e materiais atinentes à
admissibilidade, validade, produção e apreciação da prova até à fase de
instrução;
▪ Revelar capacidade de prolação de decisão instrutória devidamente
motivada de facto e de direito, com domínio do conceito de indícios
suficientes;
▪ Saber conduzir um debate instrutório de acordo com as respetivas
finalidades;
▪ Conhecer a tramitação do processo sumário e abreviado.
c) No fim deste ciclo de formação:
▪ Saber conduzir uma audiência de julgamento com conhecimento e
respeito pelos estatutos do arguido, do ofendido e dos demais sujeitos e
intervenientes processuais;
▪ Ser capaz de proferir despachos no âmbito dos principais incidentes
suscitados em audiência, com ponderação efetiva dos valores da gestão
do processo e do rigor na aplicação das respetivas normas;
▪ Revelar capacidade de prolação de decisão nos recursos de processo de
contraordenações, após audiência de julgamento ou por simples
despacho;
▪ Saber elaborar, perante um caso posto, uma sentença devidamente
estruturada, completa e fundamentada de facto e de direito, com técnica
adequada de apreciação crítica da prova, poder de síntese, clareza,
objetividade, economia, tempestividade e bom senso;
▪ Conhecer as regras atinentes ao concurso supervenientes de crimes e
aplicá-las corretamente;
▪ Conhecer a tramitação do processo sumaríssimo;
▪ Saber elaborar despachos de admissão de recursos e conhecer as
normas relativas à sua tramitação.
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Quanto à Magistratura do Ministério Público
a) No fim do primeiro trimestre:
▪ Com base numa participação criminal o auditor deverá ser capaz de aferir
da verificação dos pressupostos para o exercício da ação penal;
▪ Ponderar a necessidade de submissão dos autos ao regime do segredo de
justiça e proferir despacho em conformidade;
▪ Delinear planos de investigação em função da factualidade denunciada,
incluindo a oportunidade/necessidade de delegação e os moldes
concretos desta, em casos de pequena e média complexidade;
▪ Apreciar a oportunidade/necessidade de recorrer a meios intrusivos de
investigação, tais como buscas, interseções telefónicas e formular o
despacho a determinar/promover a sua realização, em casos de pequena
e média complexidade;
▪ Apreciar a legalidade da detenção e formular o despacho de emissão de
mandados de detenção;
▪ Conhecer as normas legais relativas ao interrogatório judicial e não judicial
de arguido detido, distinguir as funções desempenhadas por cada
interveniente processual e adquirir as competências básicas que lhe
permitam participar e intervir ou dirigir essa diligência;
▪ Elaborar o despacho de apresentação de arguido detido a primeiro
interrogatório judicial, em casos de pequena e média complexidade;
▪ Promover a aplicação de medidas de coação.
▪ Determinar e avaliar a legalidade dos meios de prova produzidos em
inquérito e dominar os princípios atinentes à apreciação da prova com
particular incidência no processo de valoração da prova indiciária;
b) No fim do segundo trimestre:
▪ Analisar a prova produzida na perspetiva da (in)existência de indícios
suficientes;
▪ Proferir o despacho de encerramento da fase de inquérito;
▪ Participar nas diligências de instrução;
▪ Conhecer as normas legais relativas ao debate instrutório, distinguir as
funções desempenhadas por cada interveniente processual e adquirir as
competências básicas que lhe permitam participar e intervir nessa
diligência;
▪ Conhecer a tramitação do processo sumário e abreviado;
c) No fim do ciclo de formação:
▪ Conhecer as normas legais relativas à audiência de julgamento, distinguir
as funções desempenhadas por cada interveniente processual e adquirir
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46
as competências básicas que lhe permitam participar e intervir nessa
diligência;
▪ Ponderar a necessidade de promover a produção de novas provas;
▪ Avaliar a prova produzida;
▪ Conhecer as regras do conhecimento supervenientes de crimes e aplicá-
-las com correção;
▪ Conhecer a tramitação do processo sumaríssimo;
▪ Interpor e motivar recursos;
Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:
1ª Sessão -
Formação Comum (1 UL – Docente MJ e MP)
Apresentação, Programa, Metodologia de trabalho e de avaliação.
Formação Comum (2 UL – Docente MJ)
A aplicação da lei penal e processual penal no tempo. O artigo 371-A do Código de
Processo Penal. Estudo de casos e jurisprudência.
2ª Sessão -
Formação Específica (2 UL - Docente MJ)
Organização Judiciária. Competência do tribunal. A intervenção do Juiz de Instrução
Criminal no inquérito: atos a praticar e atos a ordenar.
Formação Específica (2UL - Docente MP)
Organização Judiciária. O Ministério Público na Constituição e na justiça penal. O
Ministério Público e os órgãos de polícia criminal. Lei de Organização da Investigação
Criminal. Delegação de competência nos OPC. Diretiva n.º 1/2002 da PGR
3ª Sessão -
Formação Comum (2 UL – Docente MJ)
Medidas de Coação. Requisitos substanciais de um despacho de aplicação de
medida de coação.
Formação Comum (2 UL – Docente MP)
Detenção, constituição de arguido, despacho de apresentação de detido a
interrogatório judicial.
4ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Simulação de primeiro interrogatório judicial de arguido detido com prolação de
despacho de aplicação de medidas de coação
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Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Simulação de despacho de apresentação a interrogatório judicial de arguido detido.
Promoção com vista à aplicação de medidas de coação. Simulação de interrogatório
não judicial de arguido detido e despacho subsequente.
5ª Sessão -
Formação comum (1 UL – Docente MJ)
Aplicação da prisão preventiva e regime de reavaliação da aplicação de medidas
de coação.
Formação comum (2 UL – Docente MP)
Legitimidade e competência do MP para a realização do inquérito. Notícia do crime.
Queixa: legitimidade, caducidade, desistência e renúncia.
6ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
Exercitação formativa de despacho que aplica medida de coação.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
Abertura de Inquérito e o plano de investigação, em função do tipo de crime.
7ª Sessão -
Formação comum (2 UL – Docente MJ)
Os princípios constitucionais relativos à prova. Proibições de prova. Prova direta e
indireta. As presunções judiciais.
Formação comum (1 UL – Docente MP)
Nulidades e irregularidades na obtenção da prova: estudo de casos.
8ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
Prova testemunhal. Depoimento indireto. Prova por acareação. Declaração para
memória futura. Técnicas de interrogatório.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
Prova testemunhal. Depoimento indireto. Prova por acareação. Declaração para
memória futura. Técnicas de interrogatório.
9ª Sessão -
Formação comum (1 UL – Docente MJ)
Prova por declarações de arguido e co-arguido. Prova por declarações do assistente
e das partes civis.
Formação comum (2 UL – Docente MP)
Prova por declarações de arguido e de ofendido no crime de violência doméstica.
Especificidades. A interpretação da avaliação do risco e a aplicação de medidas de
coação.
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10ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
Exercitação.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
Exercitação.
11ª Sessão -
Formação Comum (2 UL – Docente MJ)
Escutas telefónicas.
Formação Comum (2 UL – Docente MP)
Extensão do regime das escutas telefónicas (art.º 189.º do CPP). Registo de voz e
imagem (Lei n.º 5/2002). Reproduções mecânicas. Regimes de videovigilância.
12ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
Prova documental, pericial, por reconhecimento e por reconstituição do facto.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
Prova documental, pericial por reconhecimento e por reconstituição do facto.
13ª Sessão -
Formação Comum (1 UL – Docente MJ)
Exames e perícias. Perícias médico-legais e forenses – organização médico-legal.
Formação Comum (2 UL – Docente MP)
Medidas cautelares e de polícia. Revistas, buscas e apreensões.
14ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
A prova em ambiente digital. Valoração da prova indiciária.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
A prova em ambiente digital. Valoração da prova indiciária.
15ª Sessão -
Formação comum (2 UL – Docente MJ)
Regime jurídico da proteção de testemunhas e estatuto da vítima.
Formação comum (1 UL – Docente MP)
Segredo de Justiça.
16ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
A fase de instrução.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
Encerramento do inquérito: Prazos de inquérito, comunicação dos atos e tramitação
processual subsequente.
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17ª Sessão -
Formação Comum (2 UL – Docente MJ e MP)
Conceito de indícios suficientes. A elaboração da acusação e do despacho de
pronúncia.
Formação Comum (1 UL – Docente MP)
O arquivamento em caso de dispensa de pena e a suspensão provisória do processo.
18ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
Elaboração de um requerimento de abertura de instrução.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
Elaboração de um despacho de acusação.
19ª Sessão -
Formação Comum (2 UL – Docente MJ e MP)
Simulação de debate instrutório.
Formação Comum (1 UL – Docente MJ e MP)
Comentário à simulação.
20ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
Elaboração de uma decisão instrutória.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
O arquivamento nos termos do artigo 277.º, com elaboração de despacho.
21ª Sessão -
Formação Comum (1 UL – Docente MJ)
Processos especiais: Sumário e Abreviado.
Formação Comum (1 UL – Docente MP)
Especificidades da acusação em processo sumário e abreviado. A singularização do
Tribunal ao abrigo do artigo 16.º n.º 3 al. d), 381 n.º 2 e 391-A, n.º 2.
22ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
Simulação de decisão instrutória.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
Simulação de despacho de suspensão provisória do processo.
23ª Sessão -
Formação comum (1 UL – Docente MJ)
A fase de julgamento. Saneamento e o despacho a que alude o artigo 311.º.
Formação comum (1 UL – Docente MP)
Representação judiciária do arguido e do assistente. A acusação particular.
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24ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Exercitação.
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Exercitação.
25ª Sessão -
Formação Comum (2 UL – Docente MJ)
A fase de julgamento. A audiência de julgamento. Admissibilidade e produção da
prova em audiência.
Formação Comum (1 UL – Docente MP)
Responsabilidade penal das pessoas coletivas: perspetiva substantiva e processual.
26ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
A fase de julgamento. Alteração substancial e não substancial dos factos. A sentença:
estrutura e conteúdo. O relatório e a fixação dos factos. A contradição intrínseca de
factos. A motivação de facto e a contradição entre o facto e a motivação.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
A fase de julgamento. Alteração substancial e não substancial dos factos. A sentença:
estrutura e conteúdo. O relatório e a fixação dos factos. A contradição intrínseca de
factos. A motivação de facto e a contradição entre o facto e a motivação.
27ª Sessão -
Formação comum (2 UL – Docente MJ)
A escolha da pena e os critérios legais para a determinação da pena concreta.
Motivação da escolha da pena na sentença. O conteúdo da parte decisória da
sentença.
Formação comum (1 UL – Docente MP)
Recursos.
28ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
A narração dos factos na sentença. A fixação dos factos em processo sumário.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
Elaboração de alegações de recurso.
29ª Sessão -
Formação Comum (2 UL – Docente MP e MJ)
Simulação de Audiência de Julgamento
Formação Comum (2 UL – Docente MJ)
O concurso superveniente de crimes e o cúmulo jurídico.
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30ª Sessão -
Formação Específica (1 UL – Docente MJ)
O pedido de indemnização cível. Custas Processuais.
Formação Específica (1 UL – Docente MP)
O pedido de indemnização cível. Custas processuais.
31ª Sessão -
Formação Comum (2 UL – Docente MP)
Processo Sumaríssimo.
32ª Sessão -
Formação específica (2 UL – Docente MJ)
Elaboração de uma sentença.
Formação específica (2 UL – Docente MP)
Elaboração de acusação em processo sumaríssimo.
33ª Sessão -
Formação comum (2 UL – Docente MP)
Contra-ordenações. Questões substantivas e processuais. A fase administrativa do
processo de contra-ordenação.
Formação comum (1 UL – Docente MJ)
Processo de contra-ordenação – fase judicial.
34ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Exercitação escrita.
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Exercitação escrita.
35ª Sessão -
Formação Comum (2 UL – Docente MP)
Perda de bens a favor do Estado - no Código Penal e na Lei n.º 5/2002. As Ações
encobertas.
2.2.3. Direito da Família e das Crianças
As matérias a abordar nesta área de estudos estruturam-se nos seguintes
capítulos:
a) Organização Judiciária na área do Direito da Família e das Crianças e
os princípios gerais de intervenção nessa área
b) Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade
c) Responsabilidades Parentais
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d) Divórcio e Inventário para separação de meações
e) Intervenção do Ministério Público em matéria do Direito da Família e das
Crianças
f) Direito Internacional da Família - instrumentos comunitários e
internacionais relevantes em matéria do Direito da Família e das
Crianças.
g) Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo – o processo
de promoção e proteção.
h) A Adoção
i) A Delinquência Juvenil – Lei Tutelar Educativa.
Através da respetiva abordagem visa-se:
1. Dar a conhecer as regras de organização judiciária em matéria de
Direito da Família e das Crianças;
2. Sensibilizar o auditor de justiça para o universo dos princípios
fundamentais e estruturantes do Direito da Família e das Crianças,
habilitando-o a aplicar diretamente normas convencionais de cariz
internacional, mesmo em situações em que a lei escrita nacional não
lhe oferece resposta cabal;
3. Sensibilizar o auditor de justiça para a realidade chamada «CRIANÇA»,
lendo-a por lentes pluridisciplinares, que a abarquem na unidade
jurídica e social por ela constituída, enquanto sujeito autónomo de
direitos;
4. Fazer compreender ao auditor de justiça que o «interesse superior da
criança» não é apenas uma construção cultural que só deva interessar
ao jurista;
5. Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade inelutável de
substituição da ficção chamada «MENOR» (criação originária do
Direito), com uma validade estritamente jurídica, pela figura da
«CRIANÇA», realidade antropológica anterior ao Direito (rutura de um
tempo antigo por um novo tempo, sempre renovado em expressões
polifórmicas e interdisciplinares);
6. Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de encarar o Direito
das Crianças e dos Jovens como um autónomo ramo do Direito Civil,
distanciando-se do regime do Direito Civil, e que encara o cidadão
«CRIANÇA» (sujeito englobado numa autónoma cultura), não como um
adulto em potência, mas como um ser autónomo e completo em
direitos;
7. Habilitar o auditor de justiça a reconhecer o novo paradigma do
Divórcio em Portugal, após a publicação da Lei n.º 61/2008, de 31/10,
identificando, com propriedade, as consequências pessoais e
patrimoniais do decretamento do mesmo e o edifício processual da
figura, tanto no âmbito dos Tribunais, como no das Conservatórias do
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Registo Civil (com especial ênfase na tramitação do inventário para
separação de meações, nos alimentos devidos a ex-cônjuges e no
incidente de atribuição da utilização da casa de morada de família);
8. Sensibilizar o auditor de justiça, futuro magistrado do MP, para a
organização dos serviços do Ministério Público e para as inúmeras
competências criadas, por força do Decreto-Lei n.º 272/2001 de 13/10,
para o Ministério Público, e para as melhores práticas no exercício dessa
magistratura, de acordo com as suas estatutárias e legais funções;
9. Sensibilizar o auditor de justiça para as intervenções corretas, sob os
pontos de vista substantivo e adjetivo, no âmbito das ações de filiação,
mormente, as seguintes:
Averiguações oficiosas
- para investigação da maternidade ou paternidade;
- para impugnação da paternidade presumida.
Investigação da maternidade
Impugnação da maternidade
Investigação da paternidade
Impugnação da paternidade
Impugnação da perfilhação;
10. À luz do regime das responsabilidades parentais, gizado pela Lei n.º
61/2008, de 31/10, habilitar o auditor de justiça a identificar as questões
que urge decidir nas ações e processos de:
a) Regulação do exercício das responsabilidades parentais,
seus incidentes e alteração;
b) Limitação do exercício das responsabilidades parentais;
c) Inibição do exercício das responsabilidades parentais;
d) Tutela e administração de bens;
e) Entrega judicial de menor;
f) Apadrinhamento civil;
11. Habilitar o auditor de justiça a identificar os vários institutos previstos na
lei como «providências tutelares cíveis», adaptando o caso concreto
que é chamado a resolver ao instituto tido como mais adequado;
12. Habilitar o auditor de justiça ao conhecimento das regras adjetivas
implementadas através do novo Regime Geral do Processo Tutelar
Cível, aprovado pela Lei n.º 141/2015 de 8 de Setembro;
13. Sensibilizar o auditor de justiça para a importância da audição da
criança sobre as questões que lhe dizem respeito, como é apanágio
dos instrumentos internacionais (convencionais e comunitários) e da lei
interna;
14. Habilitar o auditor de justiça a identificar o campo de aplicação da
providência tutelar cível «apadrinhamento civil», à luz da Lei n.º 103/09,
de 11/9), contribuindo para a sua dinamização e para o seu eficaz
implemento no conjunto de respostas legais para as situações de
crianças institucionalizadas sem vocação para a adoção ou de
crianças adotáveis cujo projeto adotivo ruiu;
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15. Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de implementação
da mediação familiar como forma integrada e alternativa de resolução
dos conflitos familiares, não numa ótica de «vencedor» e «vencido» mas
de partes colaborantes entre si, na senda da procura do melhor bem-
estar da criança;
16. Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de imprimir rigor
científico à intervenção judiciária nesta Área que, apesar de navegar,
primacialmente, em águas de jurisdição voluntária, não deve abdicar
das mínimas balizas legais;
17. Sensibilizar o auditor de justiça para a panóplia de instrumentos jurídicos
de cariz comunitário e convencional, agrupantes de um verdadeiro
«Direito Internacional da Família e das Crianças», aplicável sempre que
a situação vivencial de uma criança se desenrole em palcos
transfronteiriços, justificada pela atual e fácil liberdade de circulação de
pessoas no espaço europeu e mundial;
18. Habilitar o auditor de justiça a saber diagnosticar as situações de perigo
que uma criança possa vivenciar, identificando sinais de alarme
capazes de exigir a imediata e urgente intervenção do sistema de
proteção em Portugal, edificado pela Lei n.º 147/99 de 1/9, com as
alterações introduzidas pela Lei n.º 142/2015 de 8 de setembro;
19. Habilitar o auditor de justiça a conhecer, sob os prismas substantivo e
adjetivo, o sistema de proteção em Portugal;
20. Sensibilizar o auditor de justiça da magistratura do Ministério Público
para a importância e necessidade de uma verdadeira articulação com
as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, tendo em
consideração as imposições legais decorrentes da LPCJP e as
orientações superiores vigentes, articulação essa que deve estender-se
ao conhecimento dos processos-crime pendentes relativos à mesma
situação, designadamente nos casos de violência doméstica
intrafamiliar;
21. Habilitar o auditor de justiça a identificar as questões que urge decidir
nos processos de adoção (nacional e internacional) e a conhecer, de
forma aprofundada, o novo Regime Jurídico do Processo de Adoção,
aprovado pela Lei n.º 143/2015 de 8 de setembro;
22. Sensibilizar o auditor de justiça para a necessidade de agilizar
procedimentos tendentes ao decretamento da adotabilidade e da
adoção de uma criança em tempo útil (respeitando o específico
«tempo da criança») e com vocação de definitividade;
23. Habilitar o auditor de justiça a concluir que o encaminhamento de um
determinado caso para a adoção passa pela necessária inter-relação
com considerações de ordem psicológica, social e jurídica,
dependendo a solução concreta da compatibilização possível destes
três tipos de abordagens - quer isto dizer que será preciso decidir como
orientar um determinado caso social, dentro dos recursos existentes e
das normas legais em vigor, tendo em conta as vantagens e
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55
inconvenientes previsíveis para o desenvolvimento global da criança, e
a possibilidade de estabelecimento e consolidação de uma relação
afetiva adequada com a família adotante;
24. Habilitar o auditor de justiça a melhor lidar com a criança que pratica
factos qualificados na lei como crimes, explorando os seus talentos para
a desejável recondução a uma reeducação para o Direito;
25. Sensibilizar o auditor de justiça para a especificidade e autonomia do
Direito Tutelar Educativo, criado pela Lei n.º 166/99 de 14/9, com as
alterações introduzidas pela Lei n.º 4/2015 de 15 de janeiro, face aos
Direito Penal e Direito Processual Penal, reconduzindo-o a uma ideia de
ressocialização do ser prevaricante, numa tentativa de o guiar ao
mundo das regras civilizacionais de um Estado de Direito;
26. Mostrar ao auditor de justiça o funcionamento, ao vivo, de uma Casa
de Acolhimento para crianças e jovens (no âmbito das medidas
aplicáveis ao abrigo da Lei de Promoção de Crianças e Jovens em
Perigo).
EM SÍNTESE, estabelecem-se como metas as seguintes:
Até à 16ª Sessão:
1. Aquisição e consolidação conceptual dos grandes princípios
estruturantes em matéria de Direito da Família e das Crianças e domínio
da sua aplicabilidade prática;
2. Conhecimento das regras de organização judiciária em matéria de
Direito da Família e das Crianças;
3. Conhecimento do direito substantivo e processual em matéria de
divórcio, filiação, investigação e impugnação de paternidade e
maternidade, e exercício das responsabilidades parentais e questões
conexas;
4. Aquisição e consolidação do conhecimento dos instrumentos
comunitários e internacionais relevantes em matéria de Direito da Família
e das Crianças e do domínio da sua aplicabilidade prática;
Da 17ª sessão e até à conclusão do 1.º Ciclo:
1. Conhecimento dos princípios norteadores e do direito substantivo e
processual no âmbito da intervenção de promoção dos direitos e
proteção das crianças e jovens em perigo;
2. Conhecimento do direito substantivo e processual em matéria de
procedimentos pré-adotivos e de adoção;
3. Conhecimento dos princípios norteadores e do direito substantivo e
processual no âmbito da intervenção tutelar educativa;
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4. Domínio das boas práticas respeitantes às especificidades processuais
próprias dos diversos tipos de intervenção, no âmbito das matérias
assinaladas em 1, 2 e 3.
Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:
1ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
Apresentação.
A organização judiciária na área do Direito da Família e das Crianças e os princípios
gerais de intervenção nessa área
A organização judiciária nesta Área (o mapa judiciário)
A Constituição da República Portuguesa e o Direito da Família e das Crianças –
princípios constitucionais
A Convenção sobre os Direitos da Criança e outros instrumentos supranacionais
relevantes;
O Regime Geral do Processo Tutelar Cível (Lei n.º 141/2015 de 8/9);
A reforma legislativa do Direito das Crianças e Jovens (Leis n.os147/99 de 1/9 e 166/99
de 14/9, com as alterações introduzidas pelas Leis n.os 142/2015 de 8/9 e 4/2015 de
15/1, respetivamente).
2ª Sessão -
Formação Específica (1 UL – Docente MJ)
Continuação do tema da sessão anterior. Resolução de casos práticos.
Formação Específica (1 UL – Docente MP)
Continuação do tema da sessão anterior. Resolução de casos práticos.
3ª Sessão -
Formação Comum (2 UL)
Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade. Introdução ao
tema.
4ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Continuação da sessão anterior, na ótica da atividade da magistratura judicial: a
prova e a sentença nas ações de filiação.
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Continuação da sessão anterior, na ótica da atividade da magistratura do Ministério
Público:
Averiguação oficiosa da maternidade e paternidade e impugnação desta.
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A preparação da instauração da ação de investigação de
paternidade/maternidade; a elaboração da petição inicial.
A preparação da instauração da ação de impugnação da paternidade
presumida; a elaboração da petição inicial.
5ª Sessão -
Formação comum (1 UL)
Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade (continuação).
6ª Sessão -
Formação Específica (1 UL – Docente MJ)
Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade (continuação e
resolução de casos práticos).
Formação Específica (1 UL – Docente MP)
Filiação, investigação e impugnação de paternidade e maternidade (continuação e
resolução de casos práticos).
7ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
Responsabilidades Parentais
Regulação do exercício das responsabilidades parentais – guarda/residência
(exercício conjunto, exercício unilateral), contatos, alimentos e outras questões
substantivas e processuais;
Alteração de regime do exercício das responsabilidades parentais;
Incumprimento de regime do exercício das responsabilidades parentais;
8ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Continuação da sessão anterior, na ótica da atividade da magistratura judicial:
Processo de regulação do exercício das responsabilidades parentais, a
conferência de pais, a audiência de discussão e julgamento e a sentença;
Incidentes de incumprimento de regime do exercício das responsabilidades
parentais, guarda/residência, contatos e alimentos, aqui se incluindo a
intervenção do Fundo de Garantia dos Alimentos devidos a Menores.
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Continuação da sessão anterior, na ótica da atividade da magistratura do Ministério
Público:
Intervenção em sede de apreciação do acordo quanto ao exercício das
responsabilidades parentais relativo a filhos menores, no âmbito do divórcio por
mútuo consentimento;
Instauração oportuna da providência tutelar cível adequada ao caso
concreto;
Incidentes de incumprimento de regime do exercício das responsabilidades
parentais, guarda/residência, contatos e alimentos, aqui se incluindo o
acionamento do Fundo de Garantia dos Alimentos devidos a Menores.
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Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais
58
9ª Sessão -
Formação comum (1 UL)
Continuação do tema da sessão anterior. Resolução de casos práticos.
10ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).
11ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
Responsabilidades Parentais
Limitações ao exercício das responsabilidades parentais;
Inibição do exercício das responsabilidades parentais;
Formas de suprimento das responsabilidades parentais – a tutela;
O apadrinhamento civil;
Mediação familiar.
12ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Divórcio e Inventário para separação de meações
Divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges - questões substantivas e
processuais;
Os temas da prova, os meios de prova e a sentença;
Especificidades da intervenção judicial no inventário para a separação de
meações;
Os alimentos devidos a ex-cônjuges;
Os créditos compensatórios;
A atribuição da utilização da casa de morada de família.
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Intervenção do Ministério Público em matéria de direito da família e das crianças: a
organização dos serviços, os processos administrativos, o atendimento ao público e as
competências atribuídas pelo Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13/10.
13ª Sessão -
Formação comum (1 UL)
Simulação de ato processual: conferência de pais no âmbito de processo de
regulação do exercício das responsabilidades parentais.
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59
14ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Continuação do tema anterior. Resolução de casos práticos.
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Continuação do tema anterior. Resolução de casos práticos.
15ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
Instrumentos jurídicos comunitários e internacionais relevantes na área do Direito da
Família e Crianças.
16ª Sessão -
Formação Específica (1 UL – Docente MJ)
Continuação do tema anterior. Resolução de casos práticos.
Formação Específica (1 UL – Docente MP)
Continuação do tema anterior. Resolução de casos práticos.
17ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo – o processo de promoção
e proteção
Princípios orientadores da intervenção;
Intervenção não judiciária;
As entidades com competência em matéria de infância e juventude;
As Comissões de Proteção de Crianças e Jovens;
O papel do Ministério Público no sistema de proteção de crianças e jovens;
O processo judicial de promoção e proteção;
Medidas de proteção.
18ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
O Processo de promoção e proteção, na ótica da intervenção judicial:
A apensação de processos e a harmonização de decisões;
As fases de instrução e de decisão do processo judicial de promoção e
proteção;
O conteúdo da decisão que aplica medida de proteção;
Aspetos específicos da medida de confiança com vista a futura adoção.
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
O Processo de promoção e proteção na ótica da intervenção do Ministério Público:
A atividade do magistrado interlocutor junto da Comissão de Proteção de
Crianças e Jovens;
O papel de dinamizador da articulação entre a segurança social, as
instituições de acolhimento, outras entidades com competência em matéria
de infância e juventude e as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens;
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60
Outras atribuições do Ministério Público no âmbito da promoção e defesa dos
direitos das crianças;
A articulação do processo de promoção e proteção e/ou providências
tutelares cíveis pendentes com o processo-crime;
Aspetos específicos da medida de confiança com vista a futura adoção.
19ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
Intervenção em situações de Crianças e Jovens em Perigo (Continuação do estudo
do tema).
20ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Processo de promoção e proteção (Continuação e resolução de casos práticos).
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Processo de promoção e proteção (Continuação e resolução de casos práticos).
21ª Sessão -
Formação comum (1 UL)
Processo de promoção e proteção (Continuação e resolução de casos práticos).
22ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).
23ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
A Adoção:
Consentimento prévio para a adoção;
Confiança administrativa com vista à adoção;
Medida protetiva prevista no art.º 35.º, n.º 1, alínea g), da Lei de Proteção de
Crianças e Jovens em Perigo;
O processo de constituição do vínculo da adoção;
A adoção internacional.
24ª Sessão -
Formação Específica (1 UL – Docente MJ)
A Adoção na ótica da intervenção judicial:
os processos de consentimento prévio para a adoção;
a medida protetiva prevista no art.º 35.º, n.º 1, alínea g), da Lei de Proteção de
Crianças e Jovens em Perigo;
a constituição do vínculo da adoção.
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61
Formação Específica (1 UL – Docente MP)
A Adoção na ótica da intervenção do Ministério Público: a intervenção na definição
do projeto de vida «adoção» e as novas atribuições do Ministério Público decorrentes
do Regime Jurídico do Processo de Adoção.
25ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
O Processo de promoção e proteção e adoção: simulação de ato processual.
26ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).
27ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
Visita a uma casa de acolhimento de crianças/jovens em perigo.
28ª Sessão -
Formação Específica (1 UL – Docente MJ)
Comentário à exercitação escrita.
Formação Específica (1 UL – Docente MP)
Comentário à exercitação escrita.
29ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
Delinquência Juvenil;
Aspetos sociais e jurídicos;
Intervenção judiciária:
Pressupostos da intervenção;
O processo tutelar educativo;
Medidas tutelares educativas.
Articulação entre a intervenção tutelar educativa e a de promoção e
proteção.
30ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
O Processo tutelar educativo na ótica da intervenção judicial:
Decisão de aplicação de medida cautelar;
Audiência preliminar;
Audiência;
Execução da medida tutelar.
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62
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
O Processo tutelar educativo na ótica da intervenção do Ministério Público:
Fase do inquérito;
Sessão conjunta de prova;
Suspensão do processo;
Encerramento do inquérito;
Papel do Ministério Público na aplicação e execução da medida tutelar.
31ª Sessão -
Formação comum (1 UL)
Continuação da sessão anterior.
32ª Sessão -
Formação Específica (2 UL – Docente MJ)
Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).
Formação Específica (2 UL – Docente MP)
Elaboração de peça processual simulada (exercitação escrita).
33ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
Delinquência Juvenil: Simulação de audiência.
34ª Sessão -
Formação Específica (1 UL – Docente MJ)
Comentário à exercitação escrita.
Formação Específica (1 UL – Docente MP)
Comentário à exercitação escrita.
35ª Sessão -
Formação comum (2 UL)
Síntese e balanço final.
2.2.4. Direito do Trabalho e da Empresa
Aos auditores de justiça será proporcionada no âmbito da Jurisdição Laboral, de
modo sequencial, a abordagem:
▪ dos temas de processo do trabalho, na perspetiva da compreensão da
natureza e dos meios de tutela cível, nas espécies declarativa e cautelar;
▪ da natureza e dos meios de tutela criminal e contraordenacional;
▪ dos princípios estruturantes e da sistemática de cada uma das tipologias
processuais correspondentes àqueles meios de tutela;
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▪ das esferas de competência e modos de atuação dos diversos
intervenientes processuais, com clara diferenciação das funções do Juiz e
do Ministério Público;
▪ dos modos de definição e desenvolvimento dos termos e dos litígios
individuais e coletivos, com especial incidência na técnica de tratamento
e seleção dos factos;
▪ da tramitação geral do processo declarativo comum e dos processos
especiais emergentes de acidente de trabalho e doença profissional, dos
procedimentos cautelares e das contraordenações laborais e da
segurança social, e de impugnação judicial da regularidade e licitude do
despedimento;
▪ das suas particularidades face aos termos gerais dos processos civil e
penal, e enquanto regimes subsidiários das tipologias processuais laborais,
em particular quanto aos princípios enformadores e orientadores, fases
processuais e elaboração das correspondentes peças, regras de direito
probatório, e ao julgamento da matéria de facto e de direito.
Serão enunciados e tratados os temas e as problemáticas do direito do trabalho
e da empresa, onde se incluem as matérias dos direitos fundamentais dos sujeitos
laborais, as tipologias contratuais de maior incidência prática, como é o caso da
contratação a termo resolutivo (certo e incerto), contrato de trabalho temporário e
outros contratos de trabalho com regime especial, os princípios enformadores e as
principais regras sobre saúde e segurança no trabalho, os temas de direito
comunitário, seguindo de perto a jurisprudência dos nossos tribunais superiores e do
TJUE, bem como as questões de direito das sociedades, em particular a insolvência do
empregador e ainda a responsabilidade dos sócios gerentes e dos empregadores
perante os trabalhadores enquanto credores, ainda que se não verifique a insolvência
– temática esta a articular com a jurisdição cível.
A formação dirigida a auditores, futuros Magistrados, implica também um
particular enfoque na conduta pró-ativa que deve ser assumida por estes no que se
refere aos mecanismos da resolução amigável dos litígios, designadamente em sede
de conciliação, bem como na busca da verdade material e uso das demais
ferramentas processuais decorrentes dos princípios estruturantes do processo laboral;
isto sem prejuízo da aquisição das noções fundamentais sobre ética e deontologia
profissional e da sensibilização para a necessidade de permanente reflexão sobre a
função judicial, o seu contexto económico e social, numa perspetiva de
comunicabilidade, abertura e transparência da justiça próprias de uma sociedade
democrática.
A abordagem dos temas será casuisticamente orientada, no sentido de
proporcionar uma primeira aproximação e a consolidação sistematizada dos
conhecimentos jurídicos, bem como o domínio prático do método jurídico e judiciário
na análise e resolução dos casos, com destaque para as técnicas de hermenêutica
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jurídica aqui aplicáveis. As diversas temáticas baseiam-se, como regra, em situações
concretas, sempre que possível em processos reais, assim como em elementos da
jurisprudência e da doutrina, previamente selecionados ou com âmbito de pesquisa
definido.
Os diversos temas e o seu tratamento decorrerão, em regra, da discussão oral e
do debate, que poderão ser complementados através de exercitação escrita,
previamente calendarizada, seja com vista à iniciação dos modos de execução
técnica, seja como modo de aferir o grau de aprendizagem do auditor.
A distribuição das diversas matérias será feita indistintamente pelo corpo
docente que lhe está afeto, embora as que respeitem especificamente ao modo de
intervenção de cada magistratura devam ser, em princípio, asseguradas por docentes
delas provenientes.
Os objetivos pedagógicos essenciais para os auditores são:
▪ A aquisição de informação atualizada sobre as condições de
funcionamento dos tribunais de trabalho;
▪ Designadamente incidindo sobre as questões de facto e de direito mais
comummente aí tratadas, quer na perspetiva da intervenção do
Magistrado Judicial, quer do Magistrado do Ministério Público;
▪ Questões essas cuja identificação constituiu uma preocupação e um
critério essencial adotado na elaboração do plano de estudos.
▪ Pretende-se portanto que aprofundem o conhecimento de procedimentos
práticos experimentados sobre a forma de abordar funcionalmente tais
questões;
▪ Designadamente, e já numa perspetiva eminentemente prática, que
aperfeiçoem o conhecimento das regras e da arte de elaboração das
peças processuais principais e mais comummente usadas na jurisdição –
(Despacho saneador e decisões e sentenças no caso dos Magistrados
Judiciais) (articulados no processo comum e de acidente de trabalho,
tentativas de conciliação em acidentes de trabalho, recursos no caso dos
Magistrados do MP);
▪ Visando-se ainda a aquisição de técnicas de intervenção e condução de
diligências, destacando-se nelas as que visam propósitos de conciliação e
mediação.
▪ Integrando tais conhecimentos e práticas na compreensão geral do que
são os respetivos desempenhos funcionais, no exercício da função
soberana do Estado de administrar justiça, fazendo cumprir a Constituição
e as leis em defesa do interesse comum e da coisa pública.
▪ Complementarmente pretende-se a aquisição de conhecimentos jurídicos
em matérias em que se tenham verificado lacunas na formação
universitária (por exemplo: acidentes de trabalho; contraordenações;
processo de trabalho, etc.)
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Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é a seguinte:
1ª Sessão
Formação comum (2 UL)
Apresentação, objetivos, programa, metodologia
Princípios Constitucionais
Direitos Fundamentais e de Personalidade dos sujeitos laborais
2ª Sessão
Formação específica (1 UL)
Direitos Fundamentais e de Personalidade dos sujeitos laborais (continuação): reserva
da intimidade da vida privada, tecnologias da comunicação e informação, proteção
da parentalidade, mobbing
3ª Sessão
Formação Comum (2 UL)
As fontes internacionais do Direito do Trabalho:
Direito da União Europeia (tratados, convenções, diretivas, regulamentos)
Convenções da ONU, da OIT, e do Conselho da europa
Jurisprudência do TJUE e do TEDH
4ª Sessão
Formação específica (2 UL)
O contrato de trabalho e figuras afins.
Presunção de laboralidade e método indiciário
Falso trabalho autónomo
Interposição fictícia e “outsourcing”
5ª Sessão
Formação comum (2 UL)
Tempo de trabalho (período normal de trabalho, isenção de horário, banco de horas
e trabalho suplementar)
6ª Sessão
Formação específica (2 UL)
Férias, feriados e faltas
A retribuição
7ª Sessão
Formação comum (2 UL)
Contrato de trabalho a termo resolutivo certo e incerto
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8ª Sessão
Formação específica (2 UL)
Contrato de trabalho a termo resolutivo certo e incerto (continuação)
Contrato de trabalho temporário
9ª Sessão
Formação comum (2 UL)
A prestação de trabalho: categoria profissional, função, polivalência profissional
O local de trabalho e as suas alterações (mobilidade geográfica)
10ª Sessão
Formação específica (2UL)
Exercitação escrita
11ª Sessão
Formação comum (2 UL)
O contrato de trabalho no contexto da empresa, do direito comercial e do direito das
sociedades comerciais:
Insolvência e PER
Responsabilidade de gerentes e administradores
Empresas em relações de grupo
12ª Sessão
Formação específica (1 UL)
O magistrado na jurisdição laboral
Os princípios estruturantes do processo laboral (em especial os decorrentes dos arts.
27.º, 51.º-52.º, 72.º e 74.º do CPT)
Especificidades da prova (direito probatório material, ónus da prova e presunções)
13ª Sessão
Formação comum (2 UL)
A cessação do contrato de trabalho: Modalidades. Despedimento por causas
objetivas.
14ª Sessão
Formação específica (1 UL- Docente MJ)
Procedimentos cautelares laborais especificados
Arresto e procedimento cautelar comum
Formação específica (1 UL- Docente MP)
Intervenção principal e acessória
O pré-patrocínio e a conciliação pré-judicial
15ª Sessão
Formação comum (1 UL)
A cessação do contrato de trabalho: as formas de resolução fundadas em justa causa
subjetiva
Centro de Estudos Judiciários
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16ª Sessão
Formação específica (1 UL- Docente MJ)
Processo Comum Laboral: a fase liminar e a audiência das partes
Formação específica (1 UL- Docente MP)
A tutela processual declarativa: o papel do MP
Os procedimentos cautelares
17ª Sessão
Formação comum (2 UL)
O poder disciplinar, o seu exercício, e o procedimento disciplinar com vista à
aplicação de sanção distinta do despedimento
Procedimentos para a cessação do contrato de trabalho
18ª Sessão
Formação específica (1 UL- Docente MJ)
A reconvenção e a compensação
A gestão processual, a audiência prévia e a possibilidade da dispensa desta
Formação específica (1 UL- Docente MP)
O processo comum laboral:
Tramitação (perspetiva geral)
A introdução do feito em juízo
A fase dos articulados
19ª Sessão
Formação comum (2 UL)
Segurança e saúde no trabalho: sessão formativa a realizar na ACT
20ª Sessão
Formação específica (2 UL)
Exercitação escrita
21ª Sessão
Formação comum (2 UL)
A Responsabilidade emergente de Acidente de Trabalho e de Doença Profissional
Regime legal
Os conceitos de Acidente de Trabalho e Doença Profissional
O nexo de causalidade
A predisposição patológica e a lesão ou doença anterior
Os acidentes in itinere
22ª Sessão
Formação específica (1 UL- Docente MJ)
O Processo Comum Laboral:
A audiência prévia
A audiência de julgamento
A prova
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Formação específica (1 UL- Docente MP)
O processo comum laboral:
Audiência prévia
A audiência de julgamento
A prova
A sentença
23ª Sessão
Formação comum (2 UL)
Descaraterização do Acidente de Trabalho
Casos especiais de reparação: acidente causado pelo empregador, por outro
trabalhador ou por terceiros
24ª Sessão
Formação específica (1 UL- Docente MJ)
O Processo Comum Laboral: A sentença
Formação específica (1 UL- Docente MP)
O processo comum laboral: Recursos
25ª Sessão
Formação comum (2 UL)
Direito à reparação: objetivos, conteúdo e danos reparáveis
Entidades responsáveis e beneficiários
Determinação e avaliação da incapacidade
A Tabela Nacional de Incapacidades e a Lista Nacional das Doenças
Profissionais
26ª Sessão
Formação específica (1 UL)
A ação de impugnação judicial da regularidade e licitude do despedimento
27ª Sessão
Formação comum (2 UL)
Acidentes de trabalho (continuação): Cálculo das prestações em dinheiro
28ª Sessão
Formação específica (1 UL)
A ação de reconhecimento da existência de contrato individual de trabalho
29ª Sessão
Formação comum (2 UL)
Cálculo das prestações em dinheiro (continuação)
Outras prestações
A remição facultativa
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Revisão da incapacidade
Atualização das pensões
Garantia do pagamento das pensões
30ª Sessão
Formação específica (2 UL)
O processo emergente de Acidente de Trabalho: Fase conciliatória
31ª Sessão
Formação comum (2 UL)
Simulação de audiência de julgamento
32ª Sessão
Formação específica (1 UL)
O processo emergente de Acidente de Trabalho - Fase contenciosa
33ª Sessão
Formação comum (2 UL)
Exercitação escrita
34ª Sessão
Formação específica – 1 UL
Contraordenações laborais e relativas à Segurança Social
35ª Sessão
Formação comum – 1 UL
Os crimes com incidência laboral
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3. Conteúdos programáticos relativos ao
4.º Curso TAF
3.1. Linhas gerais da componente formativa de
especialidade no Direito Tributário, substantivo e
processual
O direito tributário substantivo revela uma apreciável e crescente complexidade
técnica, um considerável entrosamento com outros saberes (ciências económicas,
contabilidade, auditoria, etc.), encontrando-se em permanente atualização num
contexto (de direito) internacional e europeu de enorme dinamismo, circunstâncias
que, aliás, justificam o acolhimento no programa de especialidade das matérias que
em seguida se elencam.
Por outro lado, nem todos os auditores dispõem à partida do mesmo nível de
conhecimentos nesta área, de elevada especialização, sobretudo aqueles que são
recrutados pela via profissional detendo apenas experiência na área administrativa.
Um dos objetivos da formação nesta componente consiste, por isso, no nivelamento
do grau de conhecimentos específicos de todos os auditores, de modo a que finda a
formação se encontrem preparados a encarar os desafios profissionais com que se
venham a confrontar.
Para a lecionação das matérias abrangidas pela componente formativa de
especialidade no direito tributário, substantivo e processual afigura-se, pois, pertinente
a participação de docentes convidados, escolhidos dentre os mais habilitados
especialistas nas várias matérias, sem prejuízo da intervenção uniformizadora da
docente de direito tributário, substantivo e processual do Centro de Estudos Judiciários.
Atendendo à importância relativa da componente formativa da especialidade,
à necessidade de sindicar a aquisição de conhecimentos e à vertente motivacional
da avaliação, a formação nesta componente será sujeita a avaliação, expressa
através das menções “apto” ou “não apto”.
As provas de aferimento de conhecimentos nesta componente serão
elaboradas e corrigidas pela docente de direito tributário do CEJ, e a avaliação delas
resultantes será levada em consideração como (mais um) elemento da avaliação
contínua a ponderar na avaliação final dos auditores.
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Não se vislumbrando qualquer vantagem científica ou pedagógica no
fracionamento dos momentos avaliativos na componente formativa de
especialidade, esta será efetuada em três momentos, contemplando: (i) a matéria
relativa aos princípios de contabilidade financeira e contabilidade fiscal; (ii) as
matérias referentes aos regimes jurídicos dos vários impostos e ao direito aduaneiro e
contencioso aduaneiro; (iii) as matérias respeitantes ao direito fiscal europeu e ao
direito fiscal internacional.
3.1.1. Princípios de contabilidade financeira e contabilidade fiscal1
A formação sobre princípios da contabilidade financeira destina-se a facultar
conhecimentos teórico-práticos básicos necessários à compreensão do estado atual
da normalização contabilística em Portugal e da harmonização contabilística
internacional, da estrutura e âmbito de aplicação do SNC, assim como da correta
articulação entre os seus elementos fundamentais.
Pretende-se proporcionar a compreensão dos conceitos essenciais necessários à
apreensão das correções fiscais impostas à contabilidade das empresas, assim como
a familiarização com as demonstrações financeiras prevista no SNC, imprescindível
para uma correta apreciação da prova documental exigida aos juízes da área
tributária.
Quanto à matéria referente à contabilidade fiscal, centrar-se-á no estudo das
correções impostas pelo regime fiscal ao resultado contabilístico das empresas, com
vista ao apuramento do lucro tributável em sede de IRC (conforme traduzido nas
várias linhas do campo 07 da declaração de rendimentos de IRC modelo 22).
Os objetivos propostos expressam-se na compreensão dos conceitos
elementares de contabilidade financeira necessários à correta apreensão da
contabilidade fiscal e familiarização com as mais importantes demonstrações
financeiras. Apreensão das correções impostas pelo regime fiscal ao resultado
contabilístico das empresas, com vista ao apuramento do lucro tributável em sede de
IRC.
Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das 16 UL desta área de estudos é a seguinte:
1.ª Sessão
Introdução. A normalização contabilística em Portugal - do POC ao SNC. A
normalização contabilística a nível internacional.
1 Cf. artigo 40.º, n.º 1, alínea xiii) da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, alterada pela Lei n.º 60/2011, de 28 de novembro, e pela Lei n.º 45/2013, de
3 de julho.
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73
2.ª Sessão
A interpretação da lei contabilística. Princípios fundamentais de contabilidade
(pressupostos; caraterísticas qualitativas e seus requisitos). Regime de acréscimo e
conceito de período contabilístico.
3.ª Sessão
As demonstrações financeiras: objetivos; pressupostos fundamentais; princípios e
políticas contidas nas DF; características qualitativas; e elementos das DF. As principais
demonstrações financeiras no SNC.
4.ª Sessão
As principais demonstrações financeiras no SNC (cont.) Os documentos de prestação
de contas.
5.ª Sessão
O modelo português de dependência parcial do direito fiscal relativamente ao direito
contabilístico; as correções impostas pelo regime fiscal ao resultado contabilístico das
empresas, com vista ao apuramento do lucro tributável em sede de IRC: introdução e
referência genérica. As variações patrimoniais positivas (artigo 21.º CIRC).
6.ª Sessão
Rendimentos (artigo 20.º do CIRC) e gastos (artigo 23.º, do CIRC).
7.ª Sessão
Inventários (artigos 26.º a 28.º do CIRC)
8.ª Sessão
Depreciações e amortizações (artigos 29.º a 38.º do CIRC). Subsídios (artigo 22.º do
CIRC).
9.ª Sessão
Ajustamentos, perdas de imparidade e provisões (artigos 35.º a 40.º do CIRC).
10.ª Sessão
Outros encargos (artigos 41.º a 45.º do CIRC): créditos incobráveis e realizações de
utilidade social.
11.ª Sessão
Mais-valias e menos-valias realizadas (artigos 46.º a 48.º do CIRC).
12.ª Sessão
Instrumentos financeiros derivados (artigo 49.º do CIRC).
13.ª Sessão
Eliminação da dupla tributação económica de lucros distribuídos (artigo 51.º CIRC).
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74
14.ª Sessão
Dedução de prejuízos fiscais (artigo 52.º CIRC).
15.ª Sessão
Apuramento da matéria coletável e da coleta em sede de IRC: taxas de imposto e
deduções à coleta. O pagamento do imposto. Os benefícios fiscais das empresas.
16.ª Sessão
O preenchimento da declaração modelo 22; discussão de casos práticos. Outras
obrigações acessórias relevantes; a documentação de suporte à contabilidade em
função da atividade prosseguida.
3.1.2. Regimes jurídicos dos impostos2 e direito aduaneiro e contencioso aduaneiro3
No que concerne à componente formativa da especialidade dos Regimes
Jurídicos dos Impostos e do Direito Aduaneiro e Contencioso Aduaneiro, a formação
visa dotar os auditores de justiça do conhecimento atualizado sobre os regimes dos
impostos mais relevantes - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, Imposto
sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, Imposto sobre Valor Acrescentado,
Imposto sobre Valor Acrescentado nas Transações Intracomunitárias, Imposto
Municipal sobre os Imóveis, Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosa de
Imóveis e Imposto de Selo e Impostos Especiais sobre o Consumo – e do direito e
contencioso aduaneiro, com enfoque nos princípios que os enformam, assim como
nos aspetos teórico-práticos mais candentes.
Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das 68 sessões desta área de estudos é a
seguinte:
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) – 16 UL
1.ª Sessão
Incidência pessoal e real.
2 Cf. Artigo 40.º, n.º 1, alínea xiv) da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, alterada pela Lei n.º 60/2011, de 28 de novembro, e pela Lei n.º 45/2013, de
3 de julho.
3 Cf. Artigo 40.º, n.º 1, alínea xv) da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, alterada pela Lei n.º 60/2011, de 28 de novembro, e pela Lei n.º 45/2013, de
3 de julho.
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75
2.ª Sessão
A cláusula geral anti abuso.
3.ª Sessão
As normas anti abuso específicas: os preços de transferência.
4.ª Sessão
As normas anti abuso específicas: pagamentos a entidades residentes em países com
regime fiscal privilegiado; imputação de lucros a sociedades residentes em países com
regime fiscal privilegiado.
5.ª Sessão
O regime especial de tributação dos grupos.
6.ª Sessão
A eliminação da dupla tributação económica no CIRC.
7.ª Sessão
O regime das fusões, cisões, entradas de ativos e permuta de partes sociais. A
liquidação de sociedades.
8.ª Sessão
O regime das fusões, cisões, entradas de ativos e permuta de partes sociais. A
liquidação de sociedades (continuação).
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) – 16 UL
1.ª Sessão
Incidência pessoal e real.
2.ª Sessão
Semi-dualização do imposto.
3.ª Sessão
Fases da determinação do rendimento coletável, taxas, liquidação e cobrança.
4.ª Sessão
Tributação dos rendimentos do trabalho dependente.
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76
5.ª Sessão
Tributação dos rendimentos empresariais e profissionais.
6.ª Sessão
Tributação dos rendimentos de capitais e das mais-valias mobiliária.
7.ª Sessão
Tributação dos rendimentos prediais e das mais-valias imobiliárias.
8.ª Sessão
A tributação dos residentes não habituais
A Tributação do património. Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI),
Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto do Selo
(IS) – 16 UL
1.ª Sessão
A reforma da tributação do património em Portugal.
2.ª Sessão
Insuficiências do sistema anterior de avaliações e o sistema de avaliações instituído
pela reforma e consagrado no CIMI.
3.ª Sessão
Insuficiências do sistema anterior de avaliações e o sistema de avaliações instituído
pela reforma e consagrado no CIMI.
4.ª Sessão
Os benefícios fiscais em sede de IMI.
5.ª Sessão
Os factos tributários sujeitos a IMT.
6.ª Sessão
O regime das procurações irrevogáveis, dos contratos-promessa, das cessões de
posição contratual e da permuta de imóveis.
7.ª Sessão
Os benefícios fiscais em sede de IMT.
8.ª Sessão
O imposto de selo. Natureza do imposto e factos a ele sujeitos.
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77
O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) – 16 UL
1.ª Sessão
Origem e evolução do IVA. Os princípios estruturantes do imposto.
2.ª Sessão
Sujeitos passivos.
3.ª Sessão
Operações tributáveis.
4.ª Sessão
Localização das operações.
5.ª Sessão
Valor tributável e taxas. As isenções.
6.ª Sessão
O direito à dedução.
7.ª Sessão
As obrigações dos sujeitos passivos e as regularizações do imposto.
8.ª Sessão
Enquadramento das operações financeiras em IVA.
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O Imposto sobre o Valor Acrescentado nas transações Intracomunitárias (RITI) – 8 UL
1.ª Sessão
O IVA nas operações internacionais. Importações e exportações de bens com países
terceiros.
2.ª Sessão
O regime do IVA nas transações intracomunitárias de bens. Características e estrutura
do RITI e as operações a ele sujeitas.
3.ª Sessão
O regime do IVA nas transações intracomunitárias de bens. Sujeitos passivos e regras
de localização das operações.
4.ª Sessão
O regime do IVA nas transações intracomunitárias de bens; conclusão. Facto gerador,
exigibilidade, isenções, valor tributável, taxas e dedução.
Impostos especiais de consumo – 16 UL
1.ª Sessão
Harmonização europeia e sistema português de IEC.
2.ª Sessão
Incidência subjetiva.
3.ª Sessão
Incidência objetiva.
4.ª Sessão
Isenções e desagravamentos por reembolso.
5.ª Sessão
Facto gerador e exigibilidade.
6.ª Sessão
Base tributável e taxas. Liquidação, pagamento e reembolso.
7.ª Sessão
Garantias.
8.ª Sessão
Circulação.
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79
Direito e Contencioso Aduaneiro – 8 UL
1.ª Sessão
As fontes do direito aduaneiro.
2.ª Sessão
O desalfandegamento das mercadorias. Os regimes aduaneiros.
3.ª Sessão
Classificação pautal das mercadorias.
4.ª Sessão
Origem das mercadorias.
5.ª Sessão
Valor aduaneiro das mercadorias.
6.ª Sessão
Taxas dos direitos aduaneiros.
7.ª Sessão
A dívida aduaneira; cobrança, extinção da dívida aduaneira, reembolso e dispensa
de pagamento dos direitos aduaneiros. Franquias aduaneiras.
8.ª Sessão
O contencioso aduaneiro.
Direito Fiscal Internacional – 8 UL
1.ª Sessão
A interpretação das convenções para evitar a dupla tributação.
2.ª Sessão
Estrutura e Comentários da Convenção Modelo da OCDE (CMOCDE).
3.ª Sessão
A dupla tributação internacional e dupla tributação económica.
4.ª Sessão
A dupla tributação internacional e dupla tributação económica (continuação).
5.ª Sessão
A residência no direito internacional fiscal.
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80
6.ª Sessão
O conceito de estabelecimento estável.
7.ª Sessão
As categorias de rendimentos nas Convenções de Dupla Tributação.
8.ª Sessão
As categorias de rendimentos nas Convenções de Dupla Tributação (continuação).
Direito fiscal europeu – 8 UL
1.ª Sessão
Integração direta e indireta. A troca automática de informações no contexto da
Diretiva 2011/16/UE no que respeita à troca automática de informações obrigatória no
domínio da fiscalidade, e a alteração introduzida pela Diretiva 2014/107/UE do
Conselho de 9 de dezembro de 2014.
2.ª Sessão
A Diretiva 2011/96/UE relativa ao regime fiscal comum aplicável às sociedades-mães e
sociedades afiliadas de Estados-Membros diferentes e a alteração introduzida pela
Diretiva 2014/86/UE do Conselho de 8 de julho de 2014.
3.ª Sessão
A Diretiva 2003/49/CE do Conselho de 3 de Junho de 2003 relativa a um regime fiscal
comum aplicável aos pagamentos de juros e royalties efetuados entre sociedades
associadas de Estados-Membros diferentes.
4.ª Sessão
A Diretiva 2003/48/CE relativa à tributação dos rendimentos da poupança sob a forma
de juros e a alteração introduzida pela Diretiva 2014/48/UE do Conselho de 24 de
março de 2014.
5.ª Sessão
As liberdades fundamentais na jurisprudência do TJUE sobre tributação direta.
6.ª Sessão
As convenções de dupla tributação na jurisprudência do TJUE.
7.ª Sessão
Os prejuízos fiscais na jurisprudência do TJUE.
8.ª Sessão
O “pacote antiabuso” da Comissão Europeia.
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81
3.1.3. Contratação Pública
A contratação pública tem o seu enquadramento no âmbito da formação dos
auditores de justiça no contexto da componente formativa da especialidade, o que
deverá ser uma realidade no plano de estudos do 4.º Curso TAF, à semelhança do que
se introduziu no curso anterior.
O presente programa pretende refletir quer o direito aplicável aos
procedimentos pré-contratuais, quer os principais aspetos do direito material aplicável
à fase de execução dos contratos, submetidos ao Código dos Contratos Públicos.
Terá lugar, tendencialmente, no segundo trimestre de formação dos auditores
de justiça, através do recurso a formador externo, o que se justifica pela extensão,
especificidade, dificuldade técnica e atualidade da matéria.
Considerando que se encontra em curso o processo de revisão legislativa do
Código dos Contratos Públicos, que se perspetiva para muito breve, tal poderá vir a
aditar alterações ao presente programa, de forma a conformá-lo com a nova
realidade legislativa.
Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que
venham a impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de estudos é
a seguinte:
1.ª Sessão (2 UL)
Apresentação. Considerações gerais. As fontes de direito da contratação pública.
Direito da União Europeia e direito nacional. Enquadramento do direito da
contratação pública. Introdução às espécies, princípios e procedimentos pré-
contratuais. Os princípios gerais da contratação pública. Direito constitucional, Direito
da União europeia e Direito Administrativo.
2.ª Sessão (2 UL)
A sistemática do Código dos Contratos Públicos. Relevância do Código de
Procedimento Administrativo no regime dos contratos celebrados pela Administração
Pública. Âmbito de aplicação subjetivo do Código dos Contratos Públicos. Conceitos
de entidade adjudicante e de organismo de direito público. A contratação in house.
3.ª Sessão (2 UL)
Âmbito de aplicação objetivo do Código dos Contratos Públicos. Fatores de exclusão
de contratos do âmbito do Código dos Contratos Públicos. Tipos de procedimentos. A
escolha dos procedimentos.
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82
4.ª Sessão (2 UL)
As peças do procedimento: conceito, elaboração e aprovação. Esclarecimentos,
alterações e retificações. As especificações técnicas. Marcha do procedimento pré-
contratual. Decisão de contratar e a fase de apresentação da proposta ou
candidatura.
5.ª Sessão (2 UL)
Contratação eletrónica em especial. Análise e avaliação da candidatura e da
proposta. Admissão e exclusão da candidatura e da proposta.
6.ª Sessão (2 UL)
Decisão de adjudicação e de não adjudicação. Fase de outorga do contrato.
7.ª Sessão (2 UL)
Os contratos administrativos e os contratos públicos à luz do Código dos Contratos
Públicos. Âmbito e regime material e procedimental dos contratos administrativos.
8.ª Sessão (2 UL)
O regime de modificação dos contratos administrativos. O regime de invalidade dos
contratos administrativos.
9.ª Sessão (1 UL)
As novas Diretivas de contração pública.
10.ª Sessão (1 UL)
Exercitação.
3.1.4. Organização Administrativa
Pretende-se com esta área de estudos proporcionar aos auditores de justiça os
conhecimentos eminentemente teóricos em matéria de organização administrativa.
A formação deverá incidir sobre as formas tradicionais de organização
administrativa, deve habilitar à compreensão das novas formas de organização
administrativa, no contexto da criação de novas entidades administrativas, proceder
ao enquadramento das formas de atuação em relação aos poderes das entidades
administrativas e associar as formas de organização administrativas às relações de
poder.
Visa-se dotar os auditores de justiça dos conhecimentos aprofundados em
matéria de organização administrativa, permitindo-lhes a compreensão das formas de
organização administrativa tradicionais e dos novos fenómenos de atuação dos
poderes públicos. Pretende-se ainda o domínio das diversas formas de atuação das
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83
entidades administrativas e a associação das formas de organização administrativa às
relações de exercício do poder público.
Sendo pertinente, a formação deve fazer apelo à jurisprudência nacional e
europeia. Esta formação terá lugar, tendencialmente, no primeiro trimestre do curso,
com recurso a docentes externos.
Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que
venham a impor diferentemente, a planificação das 4 sessões de 2 UL desta área de
estudos é a seguinte:
1.ª Sessão (2 UL)
Apresentação
Considerações gerais
1. O Direito Administrativo da União Europeia
1.1. Implicações do direito da União Europeia na organização administrativa
1.1.2. O conceito de organismo de direito público
1.1.2. O conceito de empresa pública
1.1.3. O conceito de serviço económico de interesse geral
2. Implicações constitucionais na organização administrativa
2.1. Os princípios constitucionais de organização da Administração Pública
3. Relações jurídicas no interior da Administração Pública
3.1. As relações inter-orgânicas e intra-orgânicas
3.1.1. Direção
3.1.2. Supervisão
3.1.3. Superintendência
3.1.4. Tutela
3.1.5. Coordenação
3.1.6. Cooperação
4. Administração Pública em sentido orgânico
4.1. Elementos da Administração Pública
4.1.1. Pessoas coletivas
4.1.1.1. Órgãos
4.1.1.2. Serviços públicos
2.ª Sessão (2 UL)
5. Sectores da Administração Pública
5.1. A Administração Estadual Direta
5.2. A Administração Indireta do Estado e das Regiões Autónomas
5.2.1. Institutos Públicos
5.3 Sector Empresarial do Estado
5.4. Sector Empresarial Municipal
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3.ª Sessão (2 UL)
5.5. O exercício da função administrativa mediante formas de auto-
administração. A Administração Autónoma
5.5.1. A Administração Autónoma territorial
5.5.1.1. Municípios
5.5.1.2. Entidades Intermunicipais
5.5.1.3. Freguesias
5.5.1.4. Regiões Autónomas
5.5.2. A Administração Autónoma Associativa. As Associações Públicas
5.6. As entidades administrativas independentes
5.6.1. Entidades independentes com funções de regulação
5.7. Contratos interadministrativos
4.ª Sessão (2 UL)
6. Entidades Privadas com Funções Administrativas.
6.1. A reserva de Direito Administrativo. Os limites à delegação de funções
públicas.
6.2. O exercício da função administrativa por entidades privadas com
poderes públicos
6.2.1. As pessoas coletivas de utilidade pública
6.2.2. As instituições particulares de solidariedade social
6.2.3. As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa
6.2.4. As federações desportivas com utilidade pública
6.3. A privatização da Administração Pública
6.3.1. A privatização formal
6.3.1.1. Entes privados de mão pública ou entidades
administrativas privadas
6.3.1.2. Gestão privada de pessoas coletivas públicas
(empresarialização)
6.3.2. A privatização de responsabilidades e o exercício privado de
funções públicas: a participação de particulares na gestão de
atividades públicas
6.3.2.1. As parcerias público-privadas
6.3.2.2. Contratos de associação
3.1.5. Direito do Ambiente
A matéria do Direito do Ambiente tem-se assumido relevante, obtendo
expressão nos litígios que são dirimidos nos tribunais administrativos, a estes cabendo o
controlo jurisdicional da legalidade e a tutela dos direitos e interesses dos particulares
quando estejam em causa atuações administrativas que interfiram com imperativos
de preservação ambiental.
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85
Além da ordem jurídica interna, o direito ambiental tem alcançado relevo no
ordenamento jurídico europeu, com expressão em vários instrumentos jurídicos.
Importa, assim, dotar os auditores de justiça do 4.º Curso TAF do enquadramento
normativo mais significativo, alicerçado na atividade da Administração neste domínio,
familiarizando-os com os principais institutos e regimes jurídicos, dando-lhes também a
conhecer os meios de garantia e de tutela contenciosa da legalidade ambiental, de
molde a dotá-los dos instrumentos técnico-jurídicos indispensáveis à prática judiciária
nestas áreas específicas.
A matéria do Direito do Ambiente, agora autonomizada do Direito do
Urbanismo, pela sua especificidade, será lecionada procurando fazer uma
abordagem prática das questões com recurso, sempre que possível, a situações
extraídas a situações reais, em ordem a melhor preparar os auditores de justiça para a
decisão do caso concreto.
Esta formação ocorrerá durante o decurso do segundo e/ou terceiro trimestre,
sendo o aproveitamento dos auditores feito através da realização de uma prova
escrita final de aferição de conhecimentos, conjunta com a da matéria do Direito do
Urbanismo.
Esta componente da especialidade será assegurada através do recurso a
docente externo.
Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que
venham a impor diferentemente, a planificação das 4 sessões de 2 UL desta área de
estudos é a seguinte:
1.ª Sessão (2 UL)
Apresentação
Considerações gerais
1. Perspetiva internacional e europeia do ambiente
2. Direito fundamental ao ambiente
3. Princípios constitucionais e gerais em matéria de ambiente
Princípios da prevenção, da precaução, do desenvolvimento sustentável, do
aproveitamento racional dos recursos naturais e do poluidor-pagador
4. Sentido e alcance dos princípios jurídico-ambientais em face da Administração
5. Lei de Bases do Ambiente e organização administrativa em matéria ambiental
2.ª Sessão (2 UL)
6. Formas de atuação administrativa em matéria ambiental
6.1. Atividade regulamentar
6.1.1. Planos de ordenamento do território e direito do ambiente
6.2. Contratos em matéria ambiental
6.3. Atos administrativos
6.3.1. Licenças ambientais. Regime geral e regimes especiais
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3.ª Sessão (2 UL)
6.3.2. Em especial, enquadramento e referências ao regime dos
Resíduos
6.4. Atuação informal e operações materiais da Administração em matéria
ambiental
7. Procedimentalização administrativa ambiental
7.1. Os procedimentos autorizativos em matéria ambiental e a proteção de
terceiros: caracterização das relações jurídico-administrativas em matéria
ambiental
7.2. Direitos de acesso à informação, participação e acesso à justiça: a
Convenção de Aarhus
7.3. Procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental
4.ª Sessão (2 UL)
8. Tutela jurisdicional do ambiente
9. Em especial, a ação pública e ação popular
10. Responsabilidade civil administrativa por danos ao ambiente
10.1. O dano ambiental e o dano ecológico
5.ª Sessão (1 UL)
Exercitação
3.1.6. Direito do Urbanismo
As matérias que integram o denominado Direito do Urbanismo assumem
importância fulcral no âmbito da atividade dos tribunais administrativos já que lhes
cabe o controlo jurisdicional da legalidade e a tutela dos direitos e interesses dos
particulares quando estejam em causa atuações administrativas que interfiram com
imperativos de preservação urbanística, ordenamento do território e adequada
organização e gestão do espaço urbano.
Importa, por isso, sensibilizar os auditores de justiça do 4.º Curso TAF para os
problemas decorrentes da atividade da Administração neste domínio, familiarizando-
os com as formas de que pode revestir-se no tocante à atividade de planificação
territorial, de aplicação de sistemas e instrumentos de execução dos planos e do
controlo exercido sobre as operações urbanísticas, numa visão que se pretende
integrada com os meios específicos de controlo administrativo das atividades com
implicações no espaço urbano, dando-lhes ainda a conhecer os meios de garantia e
de tutela contenciosa da legalidade específicos do Direito do Urbanismo, de molde a
apetrechá-los com os instrumentos técnico-jurídicos indispensáveis à prática judiciária
nestas áreas específicas.
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87
A matéria do Direito do Urbanismo será lecionada procurando fazer uma
abordagem prática das questões com recurso, sempre que possível, a situações
extraídas de processos em ordem a melhor preparar os auditores de justiça para a
decisão do caso concreto.
A formação deverá ocorrer, tendencialmente, no decurso do segundo trimestre,
sendo o aproveitamento dos auditores feito através da realização de uma prova
escrita final de aferição de conhecimentos cumulativa com a matéria Direito do
Ambiente.
Esta componente da especialidade será assegurada através do recurso a
docentes externos.
Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que
venham a impor diferentemente, a planificação das 4 sessões de 2 UL desta área de
estudos é a seguinte:
1.ª Sessão (2 UL)
Apresentação
Considerações gerais
Introdução ao Direito do Urbanismo
1. Conceito e natureza do Direito do Urbanismo
2. As fontes de Direito do Urbanismo
Introdução ao Direito do Urbanismo (continuação)
3. A Administração Pública do urbanismo
O solo urbano
1. Garantia constitucional e regime urbanístico da propriedade privada do solo
2.ª Sessão (2 UL)
O solo urbano (continuação)
2. Servidões administrativas e restrições de utilidade pública
3. Constituição e gestão de patrimónios imobiliários públicos
O planeamento urbanístico
1. O sistema de planeamento territorial: âmbito espacial e material,
relacionamento, vinculação e avaliação ambiental dos instrumentos de
planeamento territorial
2. Tipologia, funções e natureza jurídica dos instrumentos de planeamento
territorial
3.ª Sessão (2 UL)
O planeamento urbanístico (continuação)
3. Procedimento de elaboração e aprovação dos instrumentos de
planeamento territorial
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4. Conteúdo material, contratualização e dinâmica dos instrumentos de
planeamento territorial
4.1. Contratação urbanística
4.2. A alteração, retificação, revisão e suspensão dos planos
5. Medidas cautelares e sucessão de instrumentos de planeamento territorial
6. Programação e execução dos instrumentos de planeamento territorial
7. Discricionariedade de planeamento e vinculação aos princípios da
legalidade e da igualdade
4.ª Sessão (2 UL)
A urbanização e a edificação
O Regime Jurídico da Urbanização e Edificação
1. Modalidades de operações urbanísticas
2. Procedimentos de controlo prévio de operações urbanísticas: licença,
autorização e comunicação prévia
3. Controlo sucessivo de operações urbanísticas
4. A validade dos atos de gestão urbanística
5.ª Sessão (2 UL)
A urbanização e a edificação (continuação)
5. Os ilícitos urbanísticos e as medidas de tutela da legalidade urbanística
5.1. A fiscalização municipal de obras, sanções administrativas, embargo,
legalização, demolição, reposição da situação e cessação da
utilização
6. Utilização e conservação do edificado
7. Regime legal dos encargos urbanísticos: cedências e compensações para o
domínio público municipal
8. Implicações registrais e notariais dos atos de gestão pública
As expropriações de plano e as expropriações urbanísticas
6.ª Sessão (2 UL)
O contencioso do urbanismo
1. O contencioso dos planos urbanísticos
2. O contencioso dos atos de gestão urbanística
3. O contencioso dos contratos urbanísticos
3.1.7. Direito das Relações Laborais na Administração Pública
Pretende-se nesta área de estudos dotar o Auditor dos conhecimentos que lhe
permitam uma melhor compreensão do regime instituído pela Lei n.º 35/2014, de 20 de
junho e da sua articulação com o regime geral do contrato de trabalho, numa
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perspetiva teórico-prática, assim como a compreensão integrada dos vários institutos
do direito laboral da Administração Pública.
Indo ao encontro da atual laborização das relações laborais na Administração
Pública, irá entrecruzar-se os direitos públicos e privado.
Todas as questões serão abordadas à luz dos princípios gerais que enformam o
direito laboral.
A formação compreenderá quer um enquadramento teórico das matérias,
assegurada por um docente externo, quer uma abordagem eminentemente prática,
realizada em subgrupo pelos docentes do CEJ, das Jurisdições Administrativa e Fiscal e
do Trabalho.
A avaliação será feita através de trabalhos de grupo, sobre a matéria objeto de
formação.
Assim, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que
venham a impor diferentemente, a planificação das 4 sessões de 2 UL desta área de
estudos é a seguinte:
1.ª Sessão (1 UL)
O emprego público: noção e evolução recente
A aproximação entre o regime de emprego público e o regime de emprego privado
O atual regime laboral na Administração Pública: indicação e apreciação global
O regime da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho (LTFP) e o seu âmbito de aplicação
2.ª Sessão (1 UL)
As fontes de regulação do emprego público
As especificidades da aplicação do sistema de fontes de direito do trabalho
Normas base do regime
Articulação da LTFP e o Código do Trabalho
A jurisdição competente
3.ª Sessão (1 UL)
Trabalhador e empregadores públicos: categorias e delimitações
Trabalho em funções públicas e tipos de vínculos
Modalidades de vínculos de emprego
O empregador público: a personalidade jurídica, a sucessão e a pluralidade de
empregadores públicos
4.ª Sessão (1 UL)
A Formação do vínculo de emprego público
Recrutamento, forma do título e período experimental
Invalidade do vínculo de emprego público
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Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais
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5.ª Sessão (1 UL)
Direitos e deveres dos sujeitos com vínculo de emprego público
Direitos e deveres do trabalhador público: as especificidades de direito público
Direitos e deveres do empregador público: as especificidades de direito público
Poderes do empregador: as especificidades de direito público
6.ª Sessão (1 UL)
Remuneração
Legalidade das atribuições patrimoniais e determinação da remuneração
Estrutura da remuneração
Complementos remuneratórios
Alteração da remuneração
Garantias da remuneração
7.ª Sessão (1 UL)
Direitos e deveres do trabalhador público: uma abordagem de direito privado
Em especial, os direitos de igualdade e à ocupação efetiva
Acordos de limitação da liberdade de trabalho
8.ª Sessão (1 UL)
Funções, carreira e local de trabalho
Mobilidade entre postos de trabalho
A avaliação de desempenho.
9.ª Sessão (1 UL)
Tempo de trabalho
Período normal de trabalho e horário de trabalho
Modalidade de horário de trabalho
Instrumento de flexibilização da organização do tempo de trabalho
Tempo de não trabalho
Descansos, férias e feriados
Férias
Faltas
10.ª Sessão (1 UL)
O regime dos acidentes de trabalho e doenças profissionais
A caracterização do acidente de trabalho
11.ª Sessão (1 UL)
O contencioso dos acidentes de trabalho no D.L. n.º 503/99, de 20 de novembro
Os ónus da prova no contencioso dos acidentes em serviço: uma perspetiva
comparada entre o regime do D.L. n.º 503/99, de 20 de novembro e o regime do
Código do Trabalho e respetiva regulamentação
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12.ª Sessão (1 UL)
Poder disciplinar
Princípios do procedimento disciplinar no emprego público
A infração disciplinar e sanção disciplinar
Procedimentos disciplinares
Impugnação do procedimento disciplinar
13.ª Sessão (1 UL)
Princípios gerais em matéria de extinção do vínculo de emprego público
Causas de extinção comuns
Cessação do contrato trabalho em funções públicas na sequência de processo de
reorganização de serviços e racionalização de efetivos
14.ª Sessão (1 UL)
Estruturas representativas dos trabalhadores: associações sindicais e comissões de
trabalhadores
Negociação coletiva no âmbito do vínculo de emprego público
Instrumentos de regulamentação coletiva
Conflitos coletivos de trabalho
15.ª Sessão (1 UL)
Greve
Serviços mínimos
3.1.8. Responsabilidade Civil dos Poderes Públicos
A autonomização desta componente formativa de especialidade visa dotar os
auditores de justiça dos conhecimentos teórico-práticos aprofundados em matéria de
responsabilidade civil dos poderes públicos, abrangendo o regime geral da
responsabilidade civil, os pressupostos gerais da responsabilidade civil e os vários
regimes particulares de responsabilidade civil que se encontram previstos e regulados
na Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro, sem esquecer o seu enquadramento
constitucional e no direito civil.
Deve habilitar à compreensão e domínio dos vários regimes de responsabilidade
civil, com relevo para o da responsabilidade civil extracontratual do Estado pelo
exercício da função administrativa, político-legislativa e jurisdicional, sem prejuízo do
regime da responsabilidade pelo risco e da indemnização pelo sacrifício.
Será ainda abordado o tema da responsabilidade civil pré-contratual.
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Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais
92
Os temas serão tratados quer do ponto de vista do seu enquadramento
dogmático, quer mediante recurso a casos, assim como mediante a análise e
tratamento de jurisprudência sobre a matéria.
A lecionação ficará a cargo das docentes do CEJ, repartindo-se as sessões de
enquadramento dogmático, em Auditório, com as sessões em subgrupo.
A avaliação contempla a realização de um exercício final escrito.
Nestes termos, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica
que venham a impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de
estudos é a seguinte:
1.ª Sessão (2 UL)
Considerações introdutórias
Métodos de avaliação
1. Enquadramento constitucional da responsabilidade civil do Estado e dos
poderes públicos
1.1. A responsabilidade dos entes públicos
1.2. A responsabilidade dos servidores públicos
2. A responsabilidade civil contratual e extracontratual: traços distintivos
3. O regime legal da responsabilidade civil extracontratual do Estado e dos
poderes públicos: o Código Civil e a Lei n.º 67/2007
4. A evolução do Decreto-Lei n.º 48.051/67 para a Lei n.º 67/2007
5. A influência do direito europeu na Lei n.º 67/2007
6. O regime legal da responsabilidade civil extracontratual do Estado e dos
poderes públicos previsto na Lei n.º 67/2007:
6.1. Âmbito de aplicação objetivo
6.1.1. Funções do Estado
2.ª Sessão (2 UL)
6.2. Âmbito de aplicação subjetivo
6.2.1. Sujeitos do dever de indemnizar: pessoas coletivas públicas,
entes privados e trabalhadores das entidades abrangidas
6.2.2. Responsabilidade funcional e responsabilidade pessoal
6.3. Obrigação de indemnizar
6.4. Prescrição
6.5. Solidariedade da obrigação de indemnizar
6.6. O direito de regresso
7. Responsabilidade civil extracontratual pelos danos causados no exercício
da função administrativa: responsabilidade por facto ilícito ou delitual
7.1. Pressupostos da responsabilidade por facto ilícito
7.1.1. Facto voluntário
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Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais
93
3.ª Sessão (2 UL)
7.1.2. Ilicitude
7.1.2.1. Em especial, as normas de proteção e as ilegalidades
formais, procedimentais e competenciais
7.1.2.2. Causas de justificação da ilicitude: cumprimento de um
dever, consentimento do lesado, estado de necessidade e
legítima defesa
7.1.3. Culpa
7.1.3.1. Culpa pessoal e funcionamento anormal do serviço
7.1.3.2. Prova da culpa e presunções de culpa
7.1.3.3. Culpa do lesado
7.1.3.4. A culpa in vigilando
7.1.3.5. Concorrência de culpas
7.1.4. Dano
7.1.4.1. Os danos ou encargos especiais e anormais
7.1.4.2. Os danos futuros
7.1.4.3. Referência à perda de chance
7.1.5. Nexo de causalidade
7.2. A indemnização
4.ª Sessão (2 UL)
A ação administrativa para efetivação da responsabilidade civil contratual e
extracontratual do Estado.
A cumulação dos pedidos, impugnatório e de responsabilidade civil extracontratual
O ónus da prova e a prova nas ações de responsabilidade
As diferentes causas de pedir nas ações de responsabilidade civil extra contratual do
Estado por danos decorrentes da função administrativa: os atos pessoais e funcionais,
a falha ou culpa de serviço, o conceito funcional de Administração, o ilícito material e
formal
Exercícios práticos
5.ª Sessão (2 UL)
Responsabilidade civil extracontratual pelos danos causados no exercício da função
jurisdicional
- Responsabilidade pela administração da justiça
- Em especial, a causa de pedir pela violação do direito a decisão em prazo
razoável
- Em especial, a causa de pedir da responsabilidade por erro judiciário
- Os responsáveis da obrigação de indemnizar
- A decisão jurisdicional
- Pressupostos materiais do dever de indemnizar
- Pressuposto processual da prévia revogação da decisão danosa
- O direito de regresso
Exercícios práticos
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6.ª Sessão (2 UL)
A causa de pedir nas ações de responsabilidade civil extra contratual do Estado por
danos decorrentes da função administrativa (continuação): a responsabilidade por
erro médico e as dificuldades na prova.
A causa de pedir nas ações de responsabilidade civil extra contratual do Estado por
danos decorrentes da função legislativa, nomeadamente por omissão legislativa e por
violação de direito europeu.
7.ª Sessão (2 UL)
A causa de pedir nas ações de responsabilidade civil extracontratual do Estado por
facto lícito versus indemnização pelo sacrifício
A causa de pedir nas ações de responsabilidade pelo risco e in vigilando, que envolva
atividades especialmente perigosas
Exercícios práticos (análise de ações de responsabilidade civil extra contratual do
Estado por facto lícito e pelo sacrifício)
Exercícios práticos
8.ª Sessão (2 UL)
A causa de pedir nas ações de responsabilidade contratual e pré-contratual. O
incumprimento contratual
O dano indemnizável em sede de responsabilidade contratual (a perda de chance).
Exercícios práticos
9.ª Sessão (1 UL)
Exercitação escrita.
3.1.9. Direito Contraordenacional substantivo e processual
No contexto da Lei do CEJ, a matéria do Direito Contraordenacional substantivo
e processual é configurada como integrando a componente formativa da
especialidade, comum ao direito administrativo e fiscal.
O recurso de contraordenações há muito que integra o âmbito da competência
jurisdicional dos tribunais tributários. Porém, para os tribunais administrativos é uma
novidade recente, introduzida com a revisão do CPTA.
Assim, importa em sede de componente formativa da especialidade enquadrar
este ramo de direito e salientar as suas especificidades.
A disciplina do direito contraordenacional substantivo e processual deverá
fornecer uma formação integrada em sede do regime jurídico geral do direito das
contraordenações tributárias e administrativas e deve indicar as interseções entre o
ilícito de mera ordenação social e o ilícito penal. No âmbito da disciplina é também
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95
estudada a quer a fase administrativa, quer a fase judicial do processo
contraordenacional tributário e administrativo, com as suas regras e princípios.
O enquadramento teórico e dogmático da matéria ficará a cargo de docentes
externos, reservando-se às docentes do CEJ o estudo da fase judicial do recurso das
contraordenações tributárias e da impugnação judicial da decisão que aplica a
coimas em matéria urbanística. Este último estudo partirá de uma abordagem do caso
concreto para o estudo teórico-prático da indicada fase judicial, com a indicação as
diferentes formas processuais, do seu regime, regras e princípios. Nesta abordagem
será tida em conta, também, a diversa jurisprudência sobre a matéria.
O Direito Contraordenacional será lecionado entre o final do segundo trimestre e
o terceiro trimestre.
Nestes termos, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole
pedagógica que venham a impor diferentemente, a planificação das sessões de 2
desta área de estudos é a seguinte:
1.ª Sessão (2 UL)
Apresentação e considerações gerais
O Direito das contraordenações: enquadramento geral
O Regime Geral das Contraordenações (RGCO): interseções entre o Ilícito de Mera
Ordenação Social (IMOS) e o Ilícito Penal
O princípio da legalidade (tipicidade) e a previsão de normas contraordenacionais
em branco
Referência ao âmbito de competência dos Tribunais Administrativos e Fiscais (TAF)
O regime das contraordenações tributárias e administrativas: os aspetos gerais e
especificidades
O erro no âmbito das infrações contraordenacionais, a inversão das regras de
punibilidade da negligência e o risco de responsabilidade sancionatória objetiva:
critérios de responsabilização pessoal
A inversão da regra de punibilidade da tentativa, as infrações de mera atividade ou
mera desobediência e o risco de violação do princípio da ofensividade: critério de
delimitação do início da tentativa
2.ª Sessão (2 UL)
Comparticipação e critérios de imputação da responsabilidade da pessoa coletiva
Responsabilidade solidária e responsabilidade subsidiária da pessoa coletiva e do
dirigente: os princípios da pessoalidade, da proporcionalidade e a proibição de bis in
idem
Os critérios de determinação da medida da coima e o concurso de infrações
contraordenacionais
A finalidade da coima e a superação do benefício obtido pela infração
Proibição de automaticidade da sanção acessória: em especial, a perda de objetos
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96
Os regimes de reincidência
Concurso entre crime e contraordenação: unidade e pluralidade do facto e ne bis in
idem
A prescrição da contraordenação e da coima
3.ª Sessão (2 UL)
A aplicação da lei no tempo: a proibição de retroatividade e a aplicação da lei mais
favorável
Introdução às questões processuais no âmbito do IMOS: os princípios constitucionais
processuais comuns ao Direito Público Sancionatório
Regulação, Supervisão, exercício de poderes sancionatórios e processo
contraordenacional: a necessidade de delimitações face ao princípio nemo tenetur
A fase administrativa do processo contraordenacional
A decisão sancionatória como um ato administrativo
Os vícios da decisão sancionatória administrativa, em especial, o vício de violação da
audiência prévia e do dever de fundamentação
O direito à defesa e o direito ao recurso
4.ª Sessão (2 UL)
Contraordenações Tributárias
A fase judicial do recurso de contraordenação
Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos
5.ª Sessão (2 UL)
Contraordenações Tributárias
A fase judicial do recurso de contraordenação (cont.)
Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos
6.ª Sessão (2 UL)
Contraordenações Administrativas
A impugnação judicial da decisão que aplica a coimas em matéria urbanística:
tramitação, prova, julgamento e âmbito da sentença
O papel do Ministério Público
A reformatio in pejus
Exercícios práticos
7.ª Sessão (1 UL)
Exercitação escrita
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3.1.10. Inglês Jurídico
Através da área de Inglês Jurídico visa-se apetrechar os auditores de justiça com
o vocabulário técnico-jurídico necessário à compreensão de textos jurídicos em língua
inglesa e à comunicação com outrem e o desenvolvimento dos conhecimentos em
áreas temáticas diretamente relacionadas com o Direito Administrativo e Fiscal.
Para tanto será fomentada a leitura e análise de textos jurídicos. Incidir-se-á, com
particular relevo, no alargamento vocabular e no desenvolvimento das capacidades
de expressão/exposição oral. A prática de vocabulário será feita através de exercícios
e outras atividades. Será utilizado a plataforma Moodle do CEJ, onde os auditores de
justiça terão acesso aos materiais (textos, links para material audiovisual, documentos,
glossários e outros) que serão utilizados. Assim, antes de cada sessão poderão ter
conhecimento prévio do vocabulário e dos exercícios.
A avaliação (“apto”/”não apto”) será feita através de uma prova escrita final e
o nível e mérito da participação ativa nas sessões.
Nestes termos, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica
que venham a impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de
estudos, que serão ministradas em grupos de 14 Auditores, é a seguinte:
Sessão 1-
O sistema romano-germânico e o sistema de “Common Law”. Profissionais da justiça.
Fontes e ramos de Direito. Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário.
Sessão 2-
Recursos para a tradução, o tribunal e a atividade de tradutores e intérpretes,
questões linguísticas suscitadas pela utilização de terminologia jurídica. Diferenças
terminológicas entre processo civil e processo penal. Exercícios de aplicação de
vocabulário.
Sessão 3-
Direito civil. Processo cível. Peças processuais. Estudo terminológico comparado dos
sistemas judiciários inglês e português. Exercícios de compreensão, audição e de
aplicação de vocabulário.
Sessão 4-
Vocabulário: organização administrativa portuguesa, procedimento administrativo,
regulamentos administrativos, atos administrativos e contratos administrativos.
Exercícios de aplicação de vocabulário.
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Sessão 5-
Os tribunais administrativos: Inglaterra e Portugal. O julgamento das ações
administrativas. Exercícios de compreensão e de aplicação de vocabulário.
Sessão 6-
Vocabulário relacionado com o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Exercícios de
compreensão e de aplicação de vocabulário a partir de um processo administrativo
no TEDH.
Sessão 7-
Direito fiscal: fontes, estrutura do sistema tributário português. Exercícios de aplicação
de vocabulário.
Sessão 8-
O processo tributário. Direito fiscal internacional. Exercícios de compreensão e de
aplicação de vocabulário.
Sessão 9-
Vocabulário relacionado com o Tribunal de Justiça e outras instituições e órgãos
importantes. Exercícios de audição e de aplicação de vocabulário. Análise de um
acórdão do Tribunal de Justiça relevante em matéria fiscal.
Sessão 10-
Teste escrito de avaliação.
3.1.11. Outras áreas da Componente Formativa geral e de especialidade
Os auditores de justiça do 4.º TAF participarão ainda nas sessões referentes às
áreas da componente formativa geral e de especialidade que compõem o Plano
Curricular do 32.º Curso Normal nas vertentes do Direito Constitucional (6 UL), do Direito
Europeu e Internacional-Parte I (6 UL), da Jurisprudência relativa a Direitos
Fundamentais (10 UL), Tecnologias de Informação e Comunicação (3 UL) e Ética e
Deontologia (9 UL), nos moldes atrás explanados no programa do 32.º Curso.
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3.2. Componente formativa profissional
3.2.1. Direito Administrativo substantivo e processual
A componente profissional do Direito Administrativo, substantivo e processual visa
dotar os auditores de justiça dos conhecimentos teórico-práticos das formas
tradicionais de atuação dos poderes públicos, do ato, do contrato e do regulamento
administrativo, direcionados para a prática judiciária nos Tribunais Administrativos e do
âmbito da jurisdição administrativa, com a análise dos vários tipos de processos do
contencioso administrativo e o domínio da sua tramitação, considerando as várias
fases processuais, os vários atos processuais e as várias vicissitudes da instância, a partir
das pretensões materiais acionáveis em juízo, no contexto da forma processual
adequada e dos poderes decisórios do juiz.
Pretende-se dotar os auditores de justiça das aptidões fundamentais para a
correta aplicação do direito ao caso concreto, treinando-os na elaboração de peças
essenciais do processo e para a sua correta tramitação, no âmbito dos princípios de
boa gestão processual.
Igualmente tem por objetivo a apreensão pelos auditores de justiça das novas
realidades do direito e do contencioso administrativo, atravessados pela
transmigração de institutos e de soluções oriundos do direito administrativo global, do
direito administrativo europeu e dos direitos administrativos especiais e pelas
exigências determinadas pelo direito da proteção internacional dos direitos do
homem e pelo direito da proteção constitucional dos direitos fundamentais.
No que concerne aos objetivos formativos por trimestre, a formação profissional
do Direito Administrativo assenta na verificação da aquisição das seguintes
competências:
No fim do primeiro trimestre:
a) Compreensão do enquadramento do direito administrativo e dos direitos
administrativos especiais;
b) Assimilação dos princípios estruturantes do direito administrativo e suas
concretizações;
c) Assimilação das formas tradicionais de atuação dos poderes públicos;
d) Apreensão sistemática dos princípios do procedimento administrativo, dos
principais traços da reforma do Código do Procedimento Administrativo e dos
procedimentos administrativos especiais;
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100
e) Delimitação do âmbito e enquadramento da justiça administrativa e fiscal no
ordenamento jurídico, substantivo e adjetivo;
f) Domínio dos diversos modos de tutela administrativa, nos termos regulados pelo
CPTA;
g) Análise da tipologia dos meios processuais;
h) Apreensão sistemática da dinâmica do processo administrativo e fiscal e dos
termos do início, desenvolvimento, vicissitudes e extinção da instância.
No fim do segundo trimestre:
a) Estudo detalhado do processo administrativo;
b) Domínio aprofundado dos meios processuais: ação administrativa, contencioso
eleitoral, ação administrativa de contencioso pré-contratual, intimação para
prestação de informações, consulta de processos ou passagem de certidões,
intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias, processo cautelar,
providências cautelares relativas à formação de contratos;
c) Domínio dos pressupostos processuais comuns e específicos em relação a cada
meio processual;
d) Delimitação da ação administrativa e pretensões dedutíveis;
e) Tramitação dos meios processuais;
f) Domínio da marcha dos meios processuais, nas suas fases essenciais e atos
processuais;
g) Compreensão do conceito de contrainteressado;
h) Caracterização do papel do Ministério Público na jurisdição administrativa;
i) Aquisição de conhecimentos nas áreas específicas do direito da
responsabilidade civil extracontratual do Estado, no domínio da causa de pedir
e da prova.
No final deste Ciclo de formação:
a) Delimitação teórica e adjetiva dos diversos tipos de ação administrativa;
b) Identificação das regras, trâmites e vicissitudes da ação administrativa, em
função das pretensões dedutíveis;
c) Domínio da ação executiva;
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101
d) Compreensão das vicissitudes da instância executiva e seus incidentes;
e) Conhecimento da tramitação da instância executiva no âmbito da
indemnização por facto da inexecução;
f) Compreensão dos princípios processos especiais não previstos e regulados pelo
CPTA;
g) Compreensão da matéria dos recursos jurisdicionais;
h) Aquisição de conhecimentos no direito da nacionalidade, dos estrangeiros e
do asilo e meios adjetivos adequados;
i) Conhecimento alargado da jurisprudência administrativa;
j) Domínio na elaboração de despachos e de sentenças no âmbito dos vários
meios processuais regulados pelo CPTA.
Nestes termos, e salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica
que venham a impor diferentemente, a planificação das sessões desta área de
estudos é a seguinte:
1.ª Sessão
Apresentação. Metodologia de trabalho e de avaliação: plano de estudos e
plataforma Moodle. Trabalhos na área de investigação aplicada. A jurisdição
administrativa e fiscal e o princípio da especialização. O Estatuto dos Tribunais
Administrativos e Fiscais – ETAF. Referência ao Estatuto dos Magistrados Judiciais – EMJ.
O Código de Processo nos Tribunais Administrativos - CPTA
2.ª Sessão
Considerações sobre os fundamentos, a evolução e a caracterização do direito
administrativo. Considerações sobre a Administração Pública, a função administrativa
e o exercício de poderes públicos. Referência à europeização e à globalização do
direito administrativo. Referência aos direitos administrativos especiais. A relação
jurídico-administrativa e o procedimento administrativo.
3.ª Sessão
Âmbito objetivo e subjetivo do Código de Procedimento Administrativo – CPA. As
novas formas de organização administrativa e o contencioso administrativo.
Referência aos princípios fundamentais de direito administrativo: a Constituição e os
princípios gerais da atividade administrativa consagrados no CPA. Exercícios práticos.
Centro de Estudos Judiciários
Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais
102
4.ª Sessão
Os princípios da prossecução do interesse público e da legalidade, em especial. O
princípio da boa administração, em especial o princípio da separação de poderes. A
discricionariedade e a vinculação administrativa. Os limites ao controlo jurisdicional.
Exercícios práticos.
5.ª Sessão
Enquadramento do regime dos procedimentos administrativos previstos no CPA.
Referência às diferentes formas de atuação administrativa: ato, regulamento e
contrato. O ato administrativo: conceito e tipologias. O procedimento administrativo
do ato. A eficácia do ato administrativo. Exercícios práticos.
6.ª Sessão
A invalidade do ato administrativo. Exercícios práticos.
7.ª Sessão
Revogação e anulação do ato administrativo pela Administração. O princípio do
aproveitamento do ato administrativo. A execução do ato administrativo. O
regulamento administrativo: conceito e categorias. Fundamento do poder
regulamentar. Exercícios práticos.
8.ª Sessão
O procedimento administrativo do regulamento. Exercícios práticos.
9.ª Sessão (2UL)
Relações entre regulamentos. Eficácia dos regulamentos. Invalidade, caducidade e
revogação dos regulamentos. Exercícios práticos.
10.ª Sessão (1UL)
Contratos administrativos e contratos celebrados pela Administração. Referência ao
regime dos contratos no CPA e no Código dos Contratos Públicos. Exercícios práticos.
11.ª Sessão (2UL)
Outras formas de atuação administrativa: declarações da Administração, atuações
informais e operações materiais. Exercícios práticos.
12.ª Sessão (1 UL)
Os princípios do procedimento administrativo: da adequação procedimental, do
inquisitório, da celeridade, da cooperação e boa-fé procedimental e utilização dos
meios eletrónicos. Exercícios práticos.
13.ª Sessão (2UL)
Os acordos endoprocedimentais. O auxílio administrativo. A conferência
procedimental. Exercícios práticos.
Centro de Estudos Judiciários
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103
14.ª Sessão (1UL)
A aplicação do direito procedimental geral aos direitos procedimentais especiais.
15.ª Sessão (2 UL)
Os procedimentos administrativos de 2.º grau no CPA: reclamação e recursos
administrativos. Exercícios práticos.
16.ª Sessão (1 UL)
Resolução de dúvidas.
17.ª Sessão (2 UL)
Exercitação escrita.
18.ª Sessão (1 UL)
Breve referência aos principais modelos de justiça administrativa. Exercícios práticos.
19.ª Sessão (2 UL)
O contencioso administrativo de revisão e de plena jurisdição. O atual modelo da
justiça administrativa. Alcance da reserva constitucional da jurisdição administrativa.
Âmbito e enquadramento da justiça administrativa: a relação jurídica administrativa. A
justiça administrativa como justiça comum. Os poderes dos tribunais administrativos e a
autocontenção judicial. O direito de acesso à justiça administrativa e a tutela
jurisdicional efetiva.
20.ª Sessão (1 UL)
Os princípios do processo equitativo e justo. Os princípios processuais da
disponibilidade privada, do dispositivo, do inquisitório, da igualdade das partes, da
promoção do acesso à justiça ou pro accione, da cooperação e da boa-fé
processual. Os princípios do direito processual administrativo em especial.
21.ª Sessão (2 UL)
Tutela declarativa, cautelar e executiva e as diferentes formas do processo. A alçada
do tribunal e o valor da causa. Critérios de determinação do valor da causa. Princípio
da livre cumulabilidade de pedidos. Traços essenciais da reforma do direito processual
administrativo de 2015.
22.ª Sessão (1 UL)
A ação administrativa. A aplicação subsidiária do Código de Processo Civil. A
constituição da instância e a sua dinâmica. A petição inicial, função e conteúdo. A
causa de pedir e o pedido. Apresentação, recebimento e recusa. Os pressupostos
processuais em geral: competência do tribunal, personalidade e capacidade
judiciárias e legitimidade ativa e passiva. Exercícios práticos.
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104
23.ª Sessão (2 UL)
Os pressupostos processuais em geral: patrocínio judiciário, representação em juízo e
prazo da ação. Sujeitos do processo. Os contra interessados em especial. A
intervenção do Ministério Público e a ação pública. As partes da ação popular. Os
litígios intra-administrativos e os litígios entre particulares. Exercícios práticos.
24.ª Sessão (1 UL)
A pretensão de impugnação de atos administrativos: pressupostos processuais
específicos. Exercícios práticos.
25.ª Sessão (2 UL)
A pretensão de condenação à prática de ato devido: pressupostos processuais
específicos. Referências ao contencioso administrativo de revisão e ao contencioso
administrativo de plena jurisdição. A pretensão de impugnação de normas e de
condenação à emissão de normas: pressupostos processuais específicos. Exercícios
práticos.
26.ª Sessão (1 UL)
A ação relativa à validade e execução de contratos: pressupostos processuais
específicos. Exercícios práticos.
27.ª Sessão (2 UL)
A citação: especificidades no direito processual administrativo. A contestação e tipos
de defesa (impugnação e exceção). As exceções dilatórias. A impugnação
especificada. A revelia. A reconvenção. A réplica. A tréplica. Articulados
supervenientes. Exercícios práticos.
28.ª Sessão (1UL)
As modificações objetivas da instância. A apensação de processos. Referência às
modificações subjetivas da instância. Exercícios práticos.
29.ª Sessão (2 UL)
A suspensão e a extinção da instância. Referência à tramitação dos processos
urgentes. O dever de gestão processual. A gestão inicial do processo. O despacho
liminar e o de aperfeiçoamento. O despacho pré-saneador. A audiência prévia, a
tentativa de conciliação e a mediação. Exercícios práticos.
30.ª Sessão (1 UL)
O despacho saneador e o conhecimento dos pressupostos processuais e das
exceções dilatórias. O saneador-sentença. Referência ao conhecimento das
exceções perentórias no saneador-sentença. Exercícios práticos.
31.ª Sessão (2 UL)
A fase de instrução. Os princípios da imediação, oralidade, concentração e livre
apreciação da prova. O ónus da prova e os poderes inquisitórios do juiz administrativo
em matéria de prova. O direito à prova e os meios de prova. Exercícios práticos.
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105
32.ª Sessão (1 UL)
O objeto do litígio e os temas da prova. Exercícios práticos.
33.ª Sessão (1 UL)
A prova documental, por confissão, as declarações de parte, a prova pericial, por
inspeção, por verificação não judicial qualificada e a prova testemunhal. O valor
probatório do processo administrativo. A instrução parcelar da causa. A disciplina da
audiência final. As alegações finais. O julgamento.
34.ª Sessão (2 UL)
Exercício prático – Simulação de audiência final.
35.ª Sessão (2 UL)
Sentença: regime, conteúdo e vícios. A decisão da matéria de facto e sua
fundamentação. O artigo 95.º do CPTA. Exercícios práticos.
36.ª Sessão (1 UL)
Os pedidos impugnatórios e os efeitos ultra constitutivos da sentença anulatória. As
ações e sentenças condenatórias e os poderes de pronúncia do juiz. A sentença
substitutiva. Exercícios práticos.
37.ª Sessão (2 UL)
Exercício prático.
38.ª Sessão (1 UL)
A ação administrativa urgente: os diferentes pressupostos e tramitações. O
contencioso eleitoral: pressupostos processuais específicos e sua tramitação. Exercícios
práticos.
39.ª Sessão (2 UL)
O contencioso dos procedimentos de massa: processuais específicos e sua
tramitação. O contencioso pré-contratual: processuais específicos e tramitação.
Impugnação dos documentos conformadores do procedimento. Referência ao efeito
suspensivo automático e os critérios de decisão do levantamento do efeito. Exercícios
práticos.
40.ª Sessão (1 UL)
A intimação para a prestação de informações, consulta de processos ou passagem
de certidões: processuais específicos e tramitação. A intimação para a proteção de
direitos, liberdades e garantias: processuais específicos e tramitação. Exercícios
práticos.
41.ª Sessão (2 UL)
A intimação para a proteção de direitos, liberdades e garantias: processuais
específicos e tramitação (continuação). A tutela cautelar no contencioso
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administrativo e respetivas pretensões: caracterização e tipologia. Os pressupostos, a
causa de pedir, a tramitação e os poderes do juiz e a injunção cautelar. O ónus de
alegação e prova. Exercícios práticos.
42.ª Sessão (1 UL)
Critérios de decisão. As providências cautelares relativas a procedimentos de
formação de contratos em especial. Caducidade, alteração e revogação das
providências cautelares. A declaração de ineficácia dos atos de execução indevida.
Exercícios práticos.
43.ª Sessão (2 UL)
O decretamento provisório da providência. Levantamento do efeito suspensivo
automático da ação pré-contratual. A adoção de medidas provisórias. Substituição
da petição e decretamento provisório da providência na intimação de proteção de
direitos, liberdades e garantias. A regulação provisória do pagamento de quantias.
Exercícios práticos.
44.ª Sessão (1 UL)
A produção antecipada de prova. A antecipação do conhecimento do mérito em
processo cautelar. Seleção de processos com andamento prioritário. Exercícios
práticos.
45.ª Sessão (1 UL)
Esclarecimento de dúvidas
46.ª Sessão (2 UL)
Exercitação conjunta.
47.ª Sessão (2 UL)
O caso julgado: limites objetivos e subjetivos. Recursos em processo administrativo:
espécies, efeitos, tramitação e decisão. Exercícios práticos.
48.ª Sessão (2 UL)
A ação executiva: finalidade e espécies. Pressupostos específicos da ação executiva.
A execução contra particulares. Os processos executivos em especial: a execução
para prestação de facto ou de coisa e para pagamento de quantia certa.
Compensação de créditos em processo executivo. Os processos executivos em
especial: a execução de sentença de anulação. Exercícios práticos.
49.ª Sessão (1 UL)
Causa legítima de inexecução. A indemnização pela inexecução. A sanção
pecuniária compulsória. Extensão dos efeitos de sentença. Exercícios práticos.
50.ª Sessão (2 UL)
Exercício prático.
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51.ª Sessão (1 UL)
A tutela do direito à nacionalidade e os processos de oposição à aquisição da
nacionalidade portuguesa. Os ónus da prova e os poderes do juiz. Referência à tutela
da entrada, permanência, saída e afastamento de cidadãos estrangeiros. Exercícios
práticos.
52.ª Sessão (2 UL)
Enquadramento normativo, internacional, europeu e nacional dos refugiados e o
direito de asilo. A ação para efetivação do direito de asilo e de proteção
internacional. Os ónus da prova e os poderes do juiz. Exercícios práticos.
53.ª Sessão (1 UL)
Esclarecimento de dúvidas.
54.ª Sessão (2 UL)
Exercitação conjunta.
55.ª Sessão (2 UL)
Processos especiais não previstos no CPTA: a perda de mandato e a dissolução de
órgão autárquico e o mandado urbanístico. A arbitragem no CPTA. Exercícios práticos.
56.ª Sessão (2 UL)
Balanço global do 1.º ciclo formativo.
3.2.2. Direito Tributário, substantivo e processual
Colocando em perspetiva a necessidade não só de sedimentar os
conhecimentos teórico-práticos indispensáveis ao exercício da função judicial mas de,
em simultâneo, desenvolver as competências imprescindíveis para o efeito, o plano de
estudo da componente formativa profissional de direito tributário substantivo e
processual é desenhado de modo a proporcionar um conhecimento sólido do
processo tributário mantendo o enfoque nos princípios que deve servir, e que por o isso
o enformam e delimitam.
A metodologia a aplicar, que é transversal, passará pelo estudo e análise de
casos práticos e da jurisprudência, e pela resolução de exercícios práticos, neste
último caso colocando o enfoque na discussão da respetiva correção, procurando
assim permitir ao longo do curso, a superação das falhas que forem sendo
identificadas.
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108
Também nesta componente formativa será mantido presente o objetivo
essencial de nivelar os conhecimentos específicos dos auditores nas matérias do
direito tributário, substantivo e processual, independentemente da experiência anterior
ao ingresso no CEJ.
A avaliação será contínua e conforme suprarreferido, levará também em
consideração o desempenho nos exercícios escritos da componente formativa de
especialidade.
A formação inicial no Direito Tributário tem como objetivos formativos a
aquisição pelos auditores das seguintes competências:
No final do primeiro trimestre:
a) Apreensão e capacidade de operacionalizar os princípios jurídico-
constitucionais da tributação e correta compreensão das especificidades em
matéria de interpretação, integração e eficácia do direito fiscal.
b) Compreensão e capacidade de operacionalizar os princípios que regem o
procedimento tributário; panorâmica sobre os principais procedimentos
tributários e domínio dos principais procedimentos tributários.
c) Conhecimento da delimitação da competência material dos tribunais
tributários. Domínio e capacidade de operacionalizar os princípios do
contencioso tributário e os poderes do juiz tributário.
d) Capacidade de tratar adequadamente o erro na forma processual.
e) Domínio das especificidades relativas ao valor da causa e as alçadas dos
tribunais tributários, assim como das particularidades do regime de custas
processuais nesta matéria.
f) Domínio do objeto, fundamentos, pressupostos processuais, e tramitação da
impugnação judicial. Os auditores deverão saber tramitar esta forma de
processo e compreender as respetivas particularidades, assim como elaborar
despachos e sentenças adequadas à mesma. Mais deverão dominar as
particularidades referentes à instrução e ónus da prova.
g) Apreensão das especificidades da ação administrativa especial, da intimação
para a consulta de documentos, passagem de certidões, e prestação de
informações, da produção antecipada de prova, da execução de julgados,
da ação de impugnação de normas, da intimação para um comportamento
e da ação para o reconhecimento de um direito no contencioso tributário.
h) Apreensão das particularidades da execução fiscal e domínio da tramitação
do processo de execução fiscal.
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No final do segundo trimestre:
a) Domínio do objeto, fundamentos, pressupostos processuais, e tramitação da
oposição à execução. Os auditores deverão saber tramitar esta forma de
processo e compreender as respetivas particularidades, assim como elaborar
despachos e sentenças adequadas à mesma. Mais deverão dominar as
particularidades referentes à instrução e ónus da prova.
b) Compreensão da figura e regime da responsabilidade tributária subsidiária.
c) Elaboração de uma sentença num processo de oposição à execução fiscal.
d) Domínio das especificidades dos embargos de terceiro na execução fiscal.
e) Domínio dos regimes da reclamação da decisão do órgão de execução fiscal,
do arresto e arrolamento, da impugnação de atos de apreensão e das
providências cautelares adotadas pela Administração tributária.
f) Compreensão das especificidades da tutela cautelar dos particulares no
contencioso tributário.
g) Domínio dos regimes do recurso da decisão de determinação de acesso direto
à informação bancária e do recurso da decisão de avaliação da matéria
coletável por método indireto.
h) Domínio da fase judicial do recurso de contraordenação.
No final deste Ciclo de formação:
a) Compreensão das especificidades da gestão processual no processo tributário.
b) Apreensão e capacidade de operacionalização dos conceitos de imposto,
taxa e contribuições especiais.
c) Apreensão de alguns aspetos fundamentais do direito fiscal europeu: a tutela
contenciosa, a metodologia do TJ nas decisões em matéria de tributação
direta; o juízo da discriminação segundo o TJ, e liberdade de circulação de
capitais com países terceiros.
Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das 34 sessões de 2 UL cada desta área de
estudos é a seguinte:
1.ª Sessão
Apresentação dos participantes, programa, objetivos e metodologia.
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2.ª Sessão
Princípios jurídico-constitucionais da tributação. Análise de jurisprudência e discussão
de casos práticos.
3.ª Sessão
Interpretação, integração e eficácia do direito fiscal. Análise de jurisprudência e
discussão de casos práticos.
4.ª Sessão
O procedimento tributário. Princípios do procedimento tributário. Os principais
procedimentos tributários; em particular, o procedimento de liquidação e a revisão do
ato tributário e o procedimento de inspeção tributária. As garantias (não
contenciosas) dos contribuintes. Análise de jurisprudência e discussão de casos
práticos.
5.ª Sessão
Os meios impugnatórios administrativos e judiciais. A competência material dos
tribunais tributários. O contencioso tributário; princípios do contencioso tributário e
poderes do juiz tributário. As diversas formas processuais. Processos urgentes e
prioritários. O tratamento do erro na forma processual no contencioso tributário. O
papel do Ministério Público no contencioso tributário. O valor da causa e as alçadas
dos tribunais. Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.
6.ª Sessão
A impugnação judicial. Objeto; a enformação da ação às especificidades do ato
tributário. Os fundamentos de impugnação e as zonas de fronteira com outras
espécies processuais. Os pressupostos processuais. Representação em juízo: a
representação da Autoridade Tributária e das restantes entidades públicas; a
obrigação de constituição de mandatário. Análise de jurisprudência e discussão de
casos práticos.
7.ª Sessão
A marcha do processo de impugnação judicial. Fase inicial. O efeito suspensivo. Os
requisitos da PI. A apreciação liminar. A contestação. Consequências da falta de
contestação. Modificações da instância. A fase da instrução. Ónus da prova e meios
de prova. Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.
8.ª Sessão
Exercitação escrita (elaboração de despachos judiciais).
9.ª Sessão
Comentário ao exercício escrito. A marcha do processo de impugnação judicial
(continuação). A sentença. Os incidentes (remissão). Análise de jurisprudência e
discussão de casos práticos.
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10.ª Sessão
Exercitação escrita (elaboração de uma sentença num processo de impugnação
judicial).
11.ª Sessão
Comentário ao exercício escrito. A ação administrativa especial; a intimação para a
consulta de documentos, passagem de certidões, e prestação de informações; a
produção antecipada de prova e a execução de julgados. Ação de impugnação de
normas. Intimação para um comportamento e ação para o reconhecimento de um
direito. Especificidades e remissão. As custas no processo tributário. A reclamação de
custas. Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.
12.ª Sessão
A execução fiscal. Natureza do processo de execução fiscal. Âmbito, competências,
legitimidade, títulos executivos, nulidades. A tramitação do processo de execução
fiscal. Aspetos gerais (apensação; coligação); instauração e citação; a penhora.
Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.
13.ª Sessão
A tramitação do processo de execução fiscal (continuação). A garantia e a
suspensão do processo; interrupção e extinção do processo. Análise de jurisprudência
e discussão de casos práticos.
14.ª Sessão
Exercitação escrita.
15.ª Sessão
Comentário ao exercício escrito. A oposição à execução. Objeto e fundamentos;
pressupostos processuais; a tramitação. Análise de jurisprudência e discussão de casos
práticos.
16.ª Sessão
Os fundamentos taxativos da oposição à execução. Prescrição e caducidade. Análise
de jurisprudência e discussão de casos práticos.
17.ª Sessão
A responsabilidade tributária subsidiária. Análise de jurisprudência e discussão de casos
práticos.
18.ª Sessão
Exercitação escrita (elaboração de uma sentença num processo de oposição à
execução fiscal).
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19.ª Sessão
Comentário ao exercício escrito. Os embargos de terceiro na execução fiscal. Análise
de jurisprudência e discussão de casos práticos.
20.ª Sessão
A reclamação da decisão do órgão de execução fiscal. Análise de jurisprudência e
discussão de casos práticos.
21.ª Sessão
Arresto e arrolamento. A impugnação de atos de apreensão e de providências
cautelares adotadas pela Administração tributária. A tutela cautelar dos particulares
no processo tributário. Especificidades e remissão. Análise de jurisprudência e
discussão de casos práticos.
22.ª Sessão
O recurso da decisão de determinação de acesso direto à informação bancária. O
recurso da decisão de avaliação da matéria coletável por método indireto. Análise de
jurisprudência e discussão de casos práticos.
23.ª Sessão
O recurso da decisão de avaliação da matéria coletável por método indireto
(continuação). Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.
24.ª Sessão
A fase judicial do recurso de contraordenação. Análise de jurisprudência e discussão
de casos práticos.
25.ª Sessão
A fase judicial do recurso de contraordenação (cont.). Análise de jurisprudência e
discussão de casos práticos.
26.ª Sessão
Exercitação escrita.
27.ª Sessão
Comentário ao exercício escrito. Os recursos no processo tributário. Análise de
jurisprudência e discussão de casos práticos.
28.ª Sessão
Exercitação escrita (elaboração de despachos judicial) e respetivo comentário.
29.ª Sessão
A gestão processual no processo tributário. Imposto, taxas e contribuições especiais e
figuras afins. Análise de jurisprudência e discussão de casos práticos.
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113
30.ª Sessão
Direito fiscal europeu: a tutela contenciosa no direito fiscal europeu. Análise de
jurisprudência e discussão de casos práticos.
31.ª Sessão
Direito fiscal europeu: a metodologia do TJ nas decisões em matéria de tributação
direta; o juízo da discriminação segundo o TJ. Análise de jurisprudência e discussão de
casos práticos.
32.ª Sessão
A liberdade de circulação de capitais com países terceiros. Análise de jurisprudência e
discussão de casos práticos.
33.ª Sessão
Exercitação escrita.
34.ª Sessão
Comentário ao exercício escrito final do 3.º trimestre. Balanço final.
3.2.3. Direito Civil, no domínio dos contratos e responsabilidade civil. Direito Processual Civil.
Atentar-se-á num modelo de processo civil assente no princípio do processo
equitativo.
A abordagem e a discussão dos temas e das questões problemáticas do direito
civil, com especial enfoque na matéria dos contratos e na responsabilidade civil, serão
equacionadas em sintonia com a sequência da marcha do processo comum,
partindo-se de um plano adjetivo para o tratamento de situações concretas com
incursão nos temas do direito substantivo.
Na resolução oral dos casos práticos e na simulação escrita das decisões
apelar-se-á aos institutos de direito civil substantivo, no domínio dos contratos e da
responsabilidade civil, sendo de considerar, neste particular, os seguintes conteúdos
temáticos:
Quanto ao direito dos contratos: Noção e tipos de contratos, pressupostos do
contrato, estrutura do contrato (vontade e declaração), conteúdo do contrato
(formação e elementos do conteúdo), eficácia do contrato e extinção do contrato.
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114
Quanto à responsabilidade civil: responsabilidade delitual, contratual e pré-
contratual, responsabilidade subjetiva e objetiva, responsabilidade por facto ilícito e
por facto lícito, pressupostos da responsabilidade e obrigação de indemnizar.
Os objetivos a alcançar são os seguintes:
No primeiro Trimestre:
a) Assimilação dos princípios estruturantes do processo civil e das suas linhas
sistemáticas;
b) Análise da tipologia das ações;
c) Domínio da marcha do processo declarativo, nas suas fases essenciais e atos
processuais;
d) Apreciação da validade e eficácia dos atos processuais;
e) Delimitação da competência dos Tribunais Judiciais e dos TAF no domínio dos
acidentes de viação, responsabilidade hospitalar e cobrança de dívidas
através de injunção;
f) Análise da função e do conteúdo do pedido e da causa de pedir em ações
baseadas em obrigações emergentes de contratos e ações de indemnização
por responsabilidade civil;
g) Compreensão da intervenção liminar do juiz;
h) Delimitação dos termos e formas de citação em geral e apreciação dos efeitos
da revelia;
i) Apreciação da natureza, função, conteúdo e regime processual dos
articulados;
j) Apreensão sistemática dos termos do início, desenvolvimento, vicissitudes e
extinção da instância;
k) Aquisição e desenvolvimento de competências em matéria de modificações
objetivas e subjetivas da instância;
l) Intuição do papel do juiz como gestor do processo;
m) Apreensão do conceito de gestão inicial do processo e sua aplicação prática,
designadamente no despacho liminar e no despacho pré-saneador;
n) Conhecimento da técnica de saneamento do processo e de aferição dos
pressupostos processuais e sua exercitação prática;
o) Análise das exceções dilatórias e das exceções perentórias.
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No final do 2.º Trimestre:
a) Perceção da função primordial da audiência prévia, atos a praticar e termos
da concretização da gestão processual nesta fase;
b) Sensibilização para a conciliação e a mediação;
c) Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova e sua
concretização prática;
d) Capacidade de apreciação da problemática da prova, analisando os diversos
meios probatórios;
e) Domínio aprofundado da temática dos acidentes de viação nos prismas
adjetivo e substantivo;
f) Análise do regime dos contratos de locação, designadamente o
arrendamento;
g) Domínio das regras, trâmites e vicissitudes da audiência final e abordagem das
temáticas da psicologia do testemunho,
h) Aprofundamento da temática do enriquecimento sem causa.
No final deste Ciclo formativo:
a) Capacidade de seleção da matéria de facto e de avaliação da prova;
b) Concretização dos elementos integradores da sentença;
c) Análise dos vícios da sentença e compreensão da matéria dos recursos;
d) Estudo do procedimento de injunção e subsequente ação declarativa;
e) Análise de temáticas do direito societário, com especial enfoque na
vinculação das sociedades comerciais e na responsabilidade dos seus
gerentes ou administradores;
f) Conhecimento da tramitação dos procedimentos cautelares de arrolamento,
arresto e embargo de obra nova;
g) Análise dos títulos executivos, da tramitação da ação executiva e dos seus
incidentes;
h) Domínio dos embargos de executado e da oposição à penhora;
i) Aquisição e desenvolvimento de conhecimentos no âmbito das custas
processuais.
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Salvo motivo imprevisto ou circunstâncias de índole pedagógica que venham a
impor diferentemente, a planificação das 34 sessões de 1 UL (salvo se em contrário for
indicado) cada desta área de estudos é a seguinte:
1.ª Sessão –
Apresentação e metodologia de trabalho
Princípios e linhas sistemáticas do processo civil (I)
2.ª Sessão –
Princípios e linhas sistemáticas do processo civil (II)
Tipologia das ações consoante o fim
3.ª Sessão –
Atos processuais:
Regime geral
Validade e eficácia
Delimitação da competência dos Tribunais Judiciais e dos TAF: acidente de viação,
responsabilidade hospitalar e cobrança de dívidas através de Injunção
4.ª Sessão –
O pedido e a causa de pedir/Vícios da petição inicial
Ações baseadas em obrigações emergentes de contratos
Ações de indemnização por responsabilidade civil
5.ª Sessão –
Apresentação, recebimento, recusa da petição inicial
A intervenção liminar do juiz
6.ª Sessão
Citação
Revelia
7.ª Sessão –
Contestação
Reconvenção
Réplica
Articulados supervenientes
8.ª Sessão –
Exercitação escrita
9.ª Sessão – (2 UL)
A instância: início, suspensão e extinção
Modificações objetivas da instância
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10.ª Sessão –
Modificações subjetivas da instância (I)
Incidente de habilitação de herdeiros
Incidente de habilitação do adquirente ou cessionário
11.ª Sessão –
Modificações subjetivas da instância (II)
Incidentes de intervenção de terceiros
Discussão e correção do exercício escrito
12.ª Sessão –
Gestão inicial do processo: despacho liminar e despacho pré-saneador
13.ª Sessão –
Despacho saneador:
Pressupostos processuais
Exceções dilatórias
14.ª Sessão –
Exceções perentórias
Saneador-sentença
15.ª Sessão –
Audiência prévia
Suas finalidades
Conciliação e mediação
16.ª Sessão –
Identificação do objeto do litígio e enunciação dos temas da prova, no âmbito de
ações que versam sobre os contratos e sobre a responsabilidade aquiliana
17.ª Sessão –
Simulação de audiência prévia
18.ª Sessão –
Exercitação escrita
19.ª Sessão –
Direito probatório (I)
Princípios gerais, ónus da prova e presunções legais
Prova documental
Prova testemunhal
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20.ª Sessão – (2 UL)
Direito probatório material (II)
Prova por confissão
Prova por declarações de parte
Discussão sobre o exercício escrito
21.ª Sessão –
Direito probatório (III)
Perícia
Inspeção judicial
Verificações não judiciais qualificadas
Presunções judiciais
22.ª Sessão –
A responsabilidade civil extracontratual, em especial por acidentes de viação
23.ª Sessão –
Outros casos de responsabilidade civil extracontratual, como a responsabilidade
hospitalar
24.ª Sessão –
Audiência final
Disciplina da audiência
Psicologia do testemunho
25.ª Sessão –
O regime dos contratos de locação, designadamente o arrendamento
26.ª Sessão –
O enriquecimento sem causa
27.ª Sessão –
Sentença, em particular a decisão sobre a matéria de facto (I)
28.ª Sessão –
Sentença (II)
Vícios da sentença
Recursos
Exercitação escrita a elaborar em prazo a definir
29.ª Sessão –
O procedimento da injunção e a subsequente ação declarativa
Centro de Estudos Judiciários
Plano de Estudos - 32.º Curso Normal de Formação de Magistrados para os Tribunais Judiciais - 4.º Curso de Formação de Magistrados para os Tribunais Administrativos e Fiscais
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30.ª Sessão –
Temas de direito societário: A vinculação das sociedades comerciais. A
responsabilidade dos gerentes ou administradores
31.ª Sessão –
Exercitação escrita
32.ª Sessão –
Procedimentos cautelares
Arrolamento
Arresto
Embargo de obra nova
33.ª Sessão –
Ação executiva
34ª Sessão –
Custas processuais (civis e administrativas):
Conta final e reclamação da conta
Apoio judiciário
Impugnação da decisão de indeferimento do apoio judiciário
Discussão e correção dos exercícios escritos.
35.ª Sessão –
Síntese e balanço final
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