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PLANO MUNICIPAL
DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
JACAREI/SP
2015 - 2025
(Documento para Consulta Pública – on line)
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Prefeitura Municipal de Jacareí/SP
Prefeito Hamilton Ribeiro Mota
Secretaria de Assistência Social
Vera Lúcia Varela Monteiro Lino
Diretoria de Proteção Social BásicaMariza de Fátima Rodrigues Araújo
Diretoria de Proteção Social EspecialSueli de Fátima Lima
Diretoria Administrativa e FinanceiraMaria Sílvia Kozlovski
Centro de Referência Especializado de Assistência Social
Iris Fernandes de Oliveira
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
Jair Rottini
Lizandra Teodoro de Azevedo Silva
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COMISSÃO MUNICIPAL INTERSETORIAL DE ELABORAÇÃO DO PMASE
Secretaria de Assistência Social:Vera Lúcia Varela Monteiro Lino (SAS)Natália Maria Unger (Diretora de Gestão do Sistema Municipal de Assistência Social)Sueli de Fátima Lima (Diretora de Proteção Social Especial)Cassandra Maria Marques (Gerente do Centro de Referência Especializado de Assistência Social)Juliana de Andrade Espanhol (Supervisora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social)Terezinha Guimarães Britto (Gerente de Centro de Referência de Assistência Social)Elaine Cristina Macarini (Supervisora de Direitos Socioassistenciais)
Secretaria de Assuntos Jurídicos:Flávia de Oliveira Ribeiro (Procuradora do Município)Marlene Aparecida Machado (Assistente Técnica)
Secretaria de Saúde:Noeli de Oliveira Cardoso Brissi (Gerente de Políticas de Saúde)Tatiana Tognolli Bovolini (Supervisora do Centro de Atendimento Integral ao Adolescente)
Secretaria Municipal de Educação:Fernanda Fortes de Araújo (Diretora de Planejamento Escolar)Almir Santos Gonçalves (Assessor Comunitário)
Fundação Cultural de Jacarehy – José Maria de Abreu:Maria Cristina de Paula Machado (Assessora Comunitária)Silvana Paranhos da Silva Machado (Assistente Técnico Operacional)
Secretaria de Desenvolvimento Econômico:Ilda Maria de Jesus (Assistente Técnico)Silvana Aparecida da Silva Nunes (Gerente de Apoio ao Trabalhador)
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Secretaria de Esportes e Recreação:Tadeu Teixeira de Rezende (Supervisor de Iniciação Esportiva)Ivanil de Oliveira Santos (Gerente de Desenvolvimento Esportivo)
COMISSÃO AMPLIADA DE ACOMPANHAMENTO DO PMASE
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
Camila Maria Leite de Oliveira
Lizandra Teodoro de Azevedo Silva
Secretaria Municipal de Saúde/CAPS-AD
Karina Hiromi Okamoto
Lilihan Martins da Silva
Secretaria Municipal de Assistência Social/ CREASAngela Maria SantanaEduardo Leite da CunhaMárcia Leme da Rosa
Secretaria Municipal de EducaçãoElisângela Aparecida de SiqueiraConselho TutelarEd-Lamara Water de Moraes
Joelma Teixeira dos Santos
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Fundação CASA
Cleide Teixeira da Silva
Elson Percídio Silvério
Juraci Pereira da Rocha
Secretaria de Estado da Educação
Daniela Aparecida Guedes de Paula (Supervisão de Ensino/Diretoria de Ensino da Região de Jacareí/SP)
Defensoria Pública
Marília Sílvia Macedo (Defensoria Publica)
Ministério Público
Carlos Eduardo Brechani (Ministério Público)
Andrêze Cristine do Nascimento Silva (NAT/ Ministério Público)
Marina de Moraes (NAT/Ministério Público)
COORDENAÇÃO GERALCassandra Maria MarquesIris Fernandes de OliveiraJuliana de Andrade Espanhol
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SUPERVISÃO TÉCNICA Irandi Pereira
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APRESENTAÇÃO
O Estado Democrático de Direito, com a Constituição da República Federativa do Brasil (1988), Estatuto da Criança e doAdolescente (1990) e, mais recente, com a lei federal que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (2012),assumiu o compromisso de garantir, ao adolescente em conflito com a lei, uma atenção pública de qualidade, numareafirmação com as diretrizes internacionais, considerando-se tratar-se o ato infracional questão complexa e multifacetada.
A vigência do atual paradigma de direitos, regido pela doutrina da proteção integral em substituição ao modelodoutrinário da situação irregular (Código de Menores), teve nessas duas décadas pouco avanço no que se refere à políticasocioeducativa ao adolescente a quem se atribui autoria de ato infracional e, por isso, cumpre algum tipo de medidasocioeducativa, em termos da gestão. Tanto que o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente (CONANDA)aprovou, em 2006, os parâmetros pedagógicos e arquitetônicos, visando ao desenho do Sistema Nacional de AtendimentoSocioeducativo (SINASE), evidenciando a lógica de atendimento numa ambiência sistêmica. Anos depois, tais parâmetros setransformaram de resolução em lei federal sob o nº 12.594/2012, instituindo-se o Sistema Nacional de AtendimentoSocioeducativo (SINASE).
Nessa esteira da ambiência de gestão por sistemas, a política pública setorial de Assistência Social (PNAS) foielaborada como também um documento-referência, denominado de Tipificação de Serviços Socioassistenciais (NOB-SUAS, leinº 12435/2011), trazendo para a sua responsabilidade a execução das medidas socioeducativas em meio aberto, a Prestaçãode Serviços à Comunidade (PSC) e a Liberdade Assistida (LA). O SUAS, recém-criado, atribuiu a organização dos programassocioeducativos em meio aberto (denominados de serviços) aos Centros de Referência Especializados da Assistência Social(CREAS).
Nesse sentido, o ente municipal ganhou espaço normativo e atribuições na atenção ao adolescente autor de atoinfracional, a partir de princípios e regras editadas pelas instâncias federal e estadual, expressos nos sistemas SUAS – SINASE.Assim, a adequação aos novos marcos regulatórios tem se transformado em preocupação do poder público municipal, emespecial, do Poder Executivo. Nessa adequação, há que se contemplarem também diretrizes, planos, projetos políticospedagógicos, pois os mesmos incidem diretamente sobre a criação, financiamento e manutenção de serviços para oatendimento em medida socioeducativa. Tais programas devem considerar a participação ativa da sociedade brasileira efuncionar de modo articulado com outras instâncias e políticas públicas (setoriais e transversais) nos territórios.
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Uma das evidências desse propósito reside na elaboração do Plano Municipal Decenal de AtendimentoSocioeducativo (PMASE), em sintonia com os entes federal e o estadual nos processos de elaboração, aprovação eimplementação dos planos, visando à qualidade do atendimento ao adolescente em conflito com a lei. A função de um planodessa natureza é ordenar o sistema socioeducativo, pois não se pode mais tratar a gestão pública do campo socioeducativode modo ingênuo, incipiente e desarticulado: a política socioeducativa, com seus programas/serviços/ações, não pode maissofrer descontinuidade ou continuar à deriva de interesses que em nada contemplam os direitos humanos dos adolescentes.
Os planos, ao definirem objetivos, metas e ações para dez anos, vão à contramão do antigo modelo hierárquico ecentralizador nas mãos do governo federal. Para a elaboração de planos das políticas é necessário que haja um esforço detoda a sociedade e de planejadores da administração pública, por suas funções técnica e política. Na sua elaboração énecessário realizar, dente outros quesitos, diagnóstico ou leitura de cenário da realidade social; estudo detido da legislação emarcos regulatórios e outros documentos; eleição de prioridades locais para a implantação e manutenção de serviços eprogramas; definição dos recursos orçamentários para a consecução da política socioeducativa e instrumentos deacompanhamento e controle dos gastos públicos; definição de responsabilidades pela articulação e implementação dasações; articulação do plano da política socioeducativa com outros, para se evitar a dispersão ou mesmo a superposição derecursos e iniciativas; sustentabilidade da política socioeducativa, favorecendo-se compromissos de médio e longo prazos; edefinição de propostas para a formação permanente para o aprimoramento do sistema de garantia de direitos.
A proposta aqui apresentada tem este objetivo: planejar ações e metas para se garantir um atendimentosocioeducativo qualificado, articulado interinstitucional e intersetorialmente para a garantia da execução com qualidade dasmedidas socioeducativas ao adolescente em conflito com a lei, na base municipal, para o período 2015-2025.
Comissão Municipal Intersetorial de Elaboração do PMASE de Jacareí/SP
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JACAREI
É um município da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. Faz limite ao norte com São José dosCampos; ao sul com Santa Branca e Guararema; a leste com Jambeiro; e a oeste com Igaratá e Santa Isabel. É servido pelasRodovias Presidente Dutra (liga São Paulo ao Rio de Janeiro), Rodovia Pedro I (liga Jacareí à região de Campinas), RodoviaAyrton Senna (paralela à Rodovia Presidente Dutra e liga Jacareí a São Paulo), Rodovia Carvalho Pinto (continuação daRodovias Airton Senna até Taubaté), Estrada Velha Rio-São Paulo (liga São Paulo a Taubaté) e Rodovia Nilo Máximo (ligaJacareí a Santa Branca).
Faz parte do chamado Complexo Metropolitano Expandido que compõe, aproximadamente, 75% da população doEstado de São Paulo. As regiões metropolitanas de Campinas, São Paulo, Baixada Santista e do Vale do Paraíba e Litoral Nortejá formam a primeira macrometrópole do hemisfério sul. O município de Jacareí1 localiza-se no início da Bacia do Rio Paraíba
1 O termo Jacareí" é proveniente da língua tupi e significa "rio dos jacarés" pela junção dos termos îakaré (jacaré) e 'y (água, rio). InNAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos, 3ª. edição revista e aperfeiçoada, São Paulo. Global.2005.
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do Sul, entre dois principais centros urbanos do país, a 72 km de São Paulo e a 350 k m do Rio de Janeiro. Tem uma área de464,270 km2, sendo 98,62% desta área urbanizada. A densidade demográfica corresponde a 459,46 hab/km2.
O município nasceu a partir da ocupação do Interior pelos paulistas durante o período colonial na busca por mão deobra indígena e à procura de fontes minerais. Jacareí tornou-se cidade pela Lei nº 17 de 03 de abril de 1849 e, a ausência deregistro preciso de quando iniciou a povoação da vila, denominada de Nossa Senhora da Conceição da Paraíba, a datacomemorativa de sua fundação é 03 de abril, contando sua existência a partir de 1652. Segundo pesquisas, o núcleo inicialda cidade está nas redondezas da Capela do Avareí (1728) e, depois, nas redondezas do Largo da Matriz (século XIX), que foiurbanizado na década de 1930. O Largo da Matriz continua, desde aquela época, palco das festas em homenagem àpadroeira da cidade, Nossa Senhora da Imaculada Conceição. O dia da padroeira é 8 de dezembro, feriado municipal. OBrasão, a Bandeira e o Hino Oficial da cidade foram instituídos por lei municipal em 1952, 1968 e 1969, respectivamente.
Os dados da população, segundo o Censo Populacional do IBGE de 2010, totalizava 211.214 habitantes e comestimativa para 224.826, em 2014. É um município predominantemente urbano: do total da população, 98,62% residem emárea urbana e 1,38% em área rural. São 108.122 mulheres e 103.092 homens. A população infanto-juvenil, entre zero a 29anos de idade, é 99.862, com a seguinte representação: de zero a 14 anos, 46.968 e de 15 a 29 anos, 52.894. Háprogressivamente uma diminuição do número de nascimentos, diminuindo a população jovem e, nesse quesito, suplanta arealidade nacional, estadual e regional, tendo a menor taxa de fecundidade, a saber: Brasil (1.89), São Paulo (1.66) e Jacareí(1.52).
Os indicadores gerais do município são: densidade demográfica 459,46 hab./km2; mortalidade infantil até 01 (um) anode idade 16,67 por mil; expectativa de vida 70,80 anos; taxa de fecundidade 2,19filhos por mulher; taxa de alfabetização93.97% e índice de desenvolvimento humano-M Educação 0,740 (alto); índice de desenvolvimento humano (IDH-M) 0,777(alto); índice de desenvolvimento humano renda (IDH-M Renda) 0,749 (alto); índice de desenvolvimento humano longevidade(IDH-M Longevidade) 0,837 (muito alto) (Fontes: IPEADATA, PNUD, IBGE).
Na atenção ao adolescente em conflito com a lei, Jacareí implanta, em 2006, o Centro de Referência Especializado deAssistência Social (CREAS) com programas e/ou serviços de medidas socioeducativas em meio aberto, Prestação de Serviçosà Comunidade (PSC) e Liberdade Assistida (LA).
SIGLAS E ABREVIATURAS
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CF Constituição da República Federativa do Brasil
CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
COMAS Conselho Municipal de Assistência Social
CNAS Conselho Nacional de Assistência Social
CONDECA Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente
CONANDA Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
CRAS Centro de Referência de Assistência Social
CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social
DP Defensoria Pública
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
FUNDAÇÃO CASA Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente
FUNABEM Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor
FEBEM Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor
LA Liberdade Assistida
LDBN Lei de Diretrizes da Educação Nacional
LOAS Lei Orgânica de Assistência Social
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LOS Lei Orgânica de Saúde
MSE Medidas Socioeducativas
MP Ministério Público
MSE/MA Medidas Socioeducativas em Meio Aberto
NAT/MP Núcleo de Assessoria Técnica do Ministério Público
NOB/SUAS Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
PAEFI Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos
PEASE/SP Plano Estadual Decenal de Atendimento Socioeducativo de São Paulo
PMASE Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo de Jacareí/SP
PNASE Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo
PNAS Plano Nacional de Assistência Social
PNBEM Política Nacional de Bem-Estar do Menor
PSC Prestação de Serviços à Comunidade
SAS Secretaria de Assistência Social
SGDCA Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
SUAS Sistema Único de Assistência Social
SUS Sistema Único de Saúde
OAB Ordem dos Advogados do Brasil
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ONU Organização das Nações Unidas
PJ Poder Judiciário
SDH-PR Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
SIEASE Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo
SIMASE Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo
SINASE Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO, 14
MARCO LEGAL E INSTITUCIONAL, 21
POLÍTICA SOCIOEDUCATIVA AO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI, 49
CONTEXTO DO SISTEMA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO, 62
PLANO MUNCIPAL DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO - Eixos Estruturantes, 118
BIBLIOGRAFIA e REFERÊNCIAS TÉCNICAS , 182
15
INTRODUÇÃO
A principal legislação brasileira, Constituição da República Federativa do Brasil (1988), adota o universo criança-
adolescente como sujeito de direitos e prioridade absoluta (BRASIL, CF, art. 227). É definida como criança a pessoa até 12
anos de idade e adolescente aquela entre 12 e 18 anos. Ao conceber esse grupo etário como sujeito de direitos e prioridade
absoluta, adota o princípio da doutrina da proteção integral, um conjunto de direitos para todas as crianças e adolescentes,
sem qualquer traço discricionário, adotada pela Organização das Nações Unidas na Convenção sobre os Direitos da Criança
(ONU:CDC, 1989). A legislação brasileira em vigor apresenta rompimento do paradigma da doutrina da situação irregular,
presente em legislações anteriores a 1988, para a doutrina da proteção integral e, nesse sentido, determina que, para esse
grupo etário, os direitos devem ser garantidos enquanto responsabilidade compartilhada entre a família, a sociedade e o
Estado.
Não apenas esse documento da ONU foi ratificado pelo governo brasileiro. Enquanto Estado-Membro das Nações
Unidas, outros tratados foram acordados, considerando-se as diferentes tipologias e finalidades. E, no que interessa ao Plano
Municipal de Atendimento Socioeducativo de Jacareí/SP (PMASE), cabe destaque aos relacionados com o adolescente,
o ato infracional e a justiça: Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça da Infância e Juventude
(Regras de Pequim, 1985), Diretrizes das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquência Juvenil (Diretrizes de Riad, 1990),
Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção dos Jovens Privados de Liberdade (1990).
Assim, com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei federal nº 8.069/90, os princípios
fundamentais, contidos na Carta Magna e nos tratados internacionais da ONU, foram adotados, visando-se à garantia do
respeito à dignidade humana, dos direitos sociais e de cidadania. Nesse sentido, o Estatuto representa avanços na
compreensão e regulamentação de tais princípios em especial quando reafirma a concepção de crianças e adolescentes como
sujeitos em estágio peculiar de desenvolvimento. E, no caso do adolescente com e conflito com a lei, traz mudanças
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significativas quando estabelece o direito de ampla defesa, reconhece a responsabilização do adolescente por sua conduta
infracional, promove mudanças nas práticas de execução das medidas socioeducativas, numa atenção clara à mudança
paradigmática da situação irregular para a proteção integral. A expressão adolescente em conflito com a lei refere-se à
pessoa entre 12 e 18 anos de idade, envolvida em determinadas circunstâncias que a levam ao cometimento de ato
infracional, seu percurso no sistema de Justiça (na aplicação de medida socioeducativa) e no Executivo (na apuração do ato
infracional e na execução da política socioeducativa) e, notadamente, sobre as relações estabelecidas nesse percurso, com as
instâncias e poderes púbicos, familiares, pares, profissionais e sociedade em geral.
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), em parceria com a Secretaria dos Direitos
Humanos da Presidência da República (SDH-PR), foi responsável pelo debate com a sociedade e, em especial, com os
diferentes atores que compõem o Sistema de Garantia de Direito da Criança e do Adolescente (SGDCA) dos Parâmetros
Pedagógicos e Arquitetônicos sobre o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), aprovado mediante
resolução nº 119 de 11/12/2006. Nesse documento, princípios, diretrizes, normas técnicas (jurídicas, políticas, pedagógicas,
financeiras, administrativas) compuseram o documento público, norteando, para o território nacional, a política
socioeducativa ao adolescente autor de ato infracional. Nele, foram priorizadas as especificidades de cada ente da
administração pública (federal, estadual, municipal), a execução das medidas socioeducativas de restrição e privação de
liberdade - e o meio aberto ganhou destaque -, a articulação interinstitucional (entre sistemas), intersetorial (entre as
políticas públicas/setoriais) e as práticas interdisciplinares, considerando-se a política socioeducativa como incompleta pela
sua transversalidade às demais políticas, sob a ênfase da doutrina da proteção integral.
A lei federal nº 12.594, promulgada em 18 de janeiro de 2012, originária do documento SINASE de 2006, ao instituir o
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, define a exigência de criação também dos sistemas estaduais e municipais
de atendimento socioeducativo ao regulamentar “a execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescentes que
pratiquem ato infracional” (BRASIL, SINASE, art. 1º, 2012). Uma das tarefas postas pela Lei do SINASE refere-se à elaboração
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dos Planos Decenais de Atendimento Socioeducativo que visa à definição de fluxos, responsabilidades e procedimentos a
serem adotados pelos sistemas estaduais e municipais de atendimento socioeducativo.
O Plano Nacional Decenal de Atendimento Socioeducativo foi aprovado em 18/11/2013 para o período 2014-2023, por
meio da resolução do Conanda nº 160, e o Plano Estadual Decenal de Atendimento Socioeducativo de São Paulo teve sua
aprovação em 18/11/2014, para o período 2015-2024. Vários foram os eixos definidos em cada instância para os planos
decenais que, em síntese, tratam da gestão da política socioeducativa e sistema, qualificação do atendimento, participação
do adolescente (protagonismo juvenil), articulações interinstitucional e intersetorial.
Nesse sentido, os municípios têm o dever de elaboração de seus planos decenais, com definição de eixos, objetivos,
ação, metas, prazos, responsabilidade, parcerias e financiamento da política socioeducativa, e a principal e urgente ação
refere-se à instituição do Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo e sua coordenação para que a execução das
medidas socioeducativas, em meio aberto, possam ser realizadas de acordo com o novo ordenamento jurídico-institucional
promulgado.
No caso de Jacareí/SP, o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo (PMASE) corresponde ao período
decenal de 2015-2024 e foi elaborado pela Comissão Municipal Intersetorial, instituída pelo Executivo, mediante Portaria n.
2.500, de 12 de setembro de 2013 e contou, em todo o processo público de debate, escuta e consulta, com integrantes da
Comissão Municipal Ampliada, criada pela sociedade local para essa finalidade. O ponto de partida para a elaboração do
PMASE de Jacareí/SP foram os ordenamentos jurídicos e institucionais, tanto os anteriores quanto a lei nº 12.594/12, que
instituiu o SINASE, bem como a trajetória de execução das medidas em médio aberto de Prestação de Serviços à Comunidade
(PSC) e de Liberdade Assistida (LA) de responsabilidade Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), por meio do Centro
de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS), os planos das políticas setoriais e os dados coletados pelo CREAS
sobre o contexto do adolescente em conflito com a lei.
No SINASE (2012), a competência municipal para a elaboração do PMASE de Jacareí/SP é estabelecida no inciso II do
art. 5º quando trata de “elaborar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, em conformidade com o Plano Nacional e
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o respectivo Plano Estadual”; sua elaboração pressupõe parcerias com as instâncias federal e estadual (inciso II, art. 3º e
inciso V, art. 4º); e com a sociedade local, considerando a diretriz da democracia representativa e participativa conforme
mandamento constitucional constante do inciso II, art. 204: “participação da população, por meio de organizações
representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis” (BRASIL, CF, art. 204).
Nesse sentido, as comissões – a municipal intersetorial e a ampliada – foram o retrato de respeito a essa diretriz, como
o reconhecimento, de fato, dos adolescentes e jovens como sujeitos de direitos individuais e coletivos, na prioridade de sua
escuta durante o processo de elaboração do PMASE extensivo aos seus familiares e comunidades. O sistema de Justiça, o
atores da gestão das políticas públicas municipal, a representação da Fundação CASA e Jacareí, as organizações da sociedade
civil e toda a rede de proteção social, conselheiros do CMDCA e das demais políticas setoriais e do Conselho Tutelar tiveram
participação destacada em todos os encontros de consulta pública e oficinas de elaboração do PMASE de Jacareí/SP.
Nesse processo foram realizadas uma série de atividades - escutas públicas, oficinas, seminários e reuniões – com a
sociedade de Jacareí para a elaboração do PMASE de Jacareí/SP. E, nas atividades, cada participante pode conhecer a
dinâmica da política socioeducativa, destinada ao adolescente em cumprimento de medida em meio aberto e em privação de
liberdade, o papel e atuação dos sistemas de Justiça, do Executivo e dos conselhos, a atuação da rede de proteção social, dos
conselhos, a percepção dos adolescentes e jovens, suas famílias e comunidades sobre a atenção direta destinada a esses
adolescentes pelo CREAS. E, mais, cada um trouxe sua contribuição em termos da compreensão e necessidade de se
construir um plano de atendimento de longo prazo (decenal), dos dados e informações sobre o contexto de envolvimento dos
adolescentes nas práticas de delitos e a superação das mesmas, das condições de atendimento e das dificuldades da
sociedade, de modo geral, em compreender sobre esse momento vivido pelos adolescentes e jovens, da busca das famílias
para a alteração de tal situação e a necessidade, cada vez mais, da solidariedade da rede de proteção social a elas.
Os dados e informações para a composição da análise do contexto situacional (análise diagnóstica e/ou de cenário)
foram coletados pelo CREAS; outros, foram apresentados nos encontros e oficinas, explicitavam os problemas e os desafios
(ações públicas) a serem mobilizados pelo poder local, para os próximos dez anos, em termos dos eixos (prioridades),
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objetivos, metas, prazos, responsabilidades e parcerias. E, na ampliação do processo democrático de participação, o PMASE
será colocado em mais uma consulta, neste caso, pelo sistema eletrônico, no período de 10 de maio a 20 de maio de
2015 e, após a sistematização das contribuições advindas desse movimento, será enviado ao Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente de Jacareí/SP (CMDCA) para aprovação. Todo esse movimento participativo na elaboração de um
documento público, como é o caso do PMASE, foi possível pelo compromisso e competência da Comissão Municipal
Intersetorial e Comissão Municipal Ampliada, com a coordenação dos trabalhos pela Secretaria Municipal de Assistência Social
(SAS), por meio do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) e, em especial, de representantes do
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), do Ministério Público e seu Núcleo de Assessoria
Técnica (MP/NAT) e da Defensoria Pública.
Convém destacar que a instituição e a manutenção de um Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo (SIMASE)
em Jacareí/SP pressupõem a continuidade do compromisso de todos os atores do Sistema de Garantia de Direitos da Criança
e do Adolescente (SGDCA) presentes no município com a gestão pública da política socioeducativa e, em sua articulação com
as instâncias e órgãos da administração, nos níveis estadual e federal (Resolução Conanda nº 113 de 11/04/2006). E,
somadas a esse compromisso, a realização da formação continuada de todos os profissionais da área; a produção de estudos
sobre adolescência, violência e conflitualidade; a atualização anual dos dados e informações (diagnóstico); a continuidade da
metodologia de escuta dos principais interessados do PMASE, os adolescentes e suas famílias; a realização da avaliação
sistemática do plano, considerando-se os parâmetros definidos no atual ordenamento jurídico e institucional e,
principalmente, na lei federal nº 12.594/12 (Sinase).
O PMASE de Jacareí/SP guarda relação com os Planos Decenais em âmbito nacional e estadual visando à efetivação
da política socioeducativa de qualidade e, sua estrutura, é composta por quatro Eixos temáticos:
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EIXO 1: GESTÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO EIXO 2: QUALIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO EIXO 3: PARTICIPAÇÃO E AUTONOMIA DO ADOLESCENTE EIXO 4: ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL, INTERGOVERNAMENTAL, INTERINSTITUCIONAL E FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS
O PMASE de Jacareí/SP está estruturado do seguinte modo:
Eixos Conjunto de temas que orientam o planejamento de um determinado trabalho, funcionando como um suporte ou
guia.Objetivos O que se quer alcançar.Ações O que serão realizados.Estratégias O modo (como fazer) para realizar as ações e atingir os objetivos previstos. Metas Definição quantitativa e com prazos determinados.Responsáve
is
Órgão e Instituições públicos que tem investidura para que as ações previstas se realizem.
Parcerias Instituições envolvidas nas ações previstas e sem as quais o cumprimento das metas fica inviabilizado de acordo
com o planejado.Financiame
nto
Indicação de órgãos e instâncias que poderão definir recursos para custear as ações e metas previstas.
21
E, para a definição das metas, foram definidos os seguintes períodos para desencadeamento do objetivo e ações
previstas:
Curto
Prazo
2015 a 2017 Ações que deverão ser iniciadas imediatamente após a aprovação do PMASE e concluídas até o ano
de 2017.Médio
prazo
2018 a 2021 Ações que deverão ser iniciadas e concluídas no período
Longo
prazo
2022 a 2025 Ações que deverão ser iniciadas e concluídas no período
As indicações de responsabilidade, exceto os órgãos responsáveis pela gestão do sistema de atendimento
socioeducativo, parcerias e financiamento são apontadas no PMASE de Jacareí/SP, levando-se em conta o papel da
gestão necessário para garantir a realização das ações e metas, não significando que os indicados, sejam o executor
operacional ou técnico do Plano.
O PMASE de Jacareí/SP (PMASE), após sua aprovação pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente (CMDCA), tornar-se-á documento-referência da política socioeducativa ao adolescente em conflito com a lei e,
para tanto, é composto de princípios e diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), dos tratados internacionais,
como a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (1989), dos Parâmetros Pedagógicos e Arquitetônicos do
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (2006), da Lei Federal n. 12594 (2012) que institui o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (SINASE).
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MARCO LEGAL E INSTITUCIONAL
Incidência dos tratados internacionais sobre a política de direitos
No plano internacional, em especial da Organização das Nações Unidas (ONU), um conjunto de documentos públicos
teve incidência sobre a legislação brasileira e, por extensão, no desenho da política de direitos à criança e ao adolescente e,
em especial, sobre a política socioeducativa ao adolescente em conflito com a lei.
A Declaração dos Direitos da Criança (Declaração de Genebra), aprovada em 1924 pela Assembleia da Sociedade das
Nações, pode ser considerada um dos principais documentos trazidos ao cenário internacional com vistas ao debate sobre a
infância. Contudo, apenas em 1949, com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, adotada pela Organização das
Nações Unidas (1949), os aspectos da proteção física e moral da criança pelos adultos foram a base para essa formulação: no
art. 25, há o reconhecimento de que crianças eram dignas de cuidados e proteção especiais. Após dez anos, a Declaração dos
Direitos da Criança é aprovada pela ONU (1959), verifica-se um avanço paradigmático sobre as políticas públicas voltadas a
esse grupo etário: de um espírito jurídico “protecionista-salvador”, em que a criança ainda era tratada como objeto de
caridade e de práticas coercitivas à concepção e trato como sujeito de direitos (COSTA, 1994).
A gramática de direitos fundamentais ganha destaque no referido documento e, com isso, o princípio universal dos
direitos é garantido, considerando-se a criança encontrar-se em condição peculiar de desenvolvimento, em razão de sua
maturidade física e intelectual: a proteção e a promoção tornam-se princípios juridicamente protegidos, tanto antes quanto
depois do nascimento, sem nenhum traço discriminatório ou mesmo de diferenciação. O processo de ratificação da
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Declaração dos Direitos da Criança foi buscado pela ONU entre seus Estados-Membros no sentido de que o reconhecimento
dos direitos fundamentais pudesse ser incorporado, por meio de mudanças e/ou inclusão, nas legislações dos mesmos. Os
principais direitos foram: direito a cuidados pré-natais; adequadas condições de habitação, alimentação e cuidados médicos;
atenção especial às crianças portadoras de deficiências; educação gratuita e obrigatória; convivência familiar e prioridade de
socorro; e proteção contra as diversas formas de violências e exploração.
Nos anos de 1980, outro documento foi aprovado pela ONU, Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração
da Justiça e da Juventude (Regras de Beijing, 1985), em que foi estabelecido o princípio da legalidade processual, no caso de
prática de ato infracional por adolescentes. E, assim, foi necessário reiterar, aos Estados-Membros, ações públicas para a
efetivação de condições adequadas para o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes. Tais regras fixaram diretrizes
para respeito às garantias processuais que um processo imparcial e justo requer: a presunção de inocência, a defesa técnica,
o direito ao contraditório, além do essencial respeito à intimidade, com o sigilo processual, e a aplicação de medida
proporcional às condições de cumprimento pelo adolescente. Também o documento previu a concessão da medida de
remissão e uma pluralidade de medidas que poderiam ser aplicadas e já adiantava que a privação de liberdade era uma
medida excepcional, breve e o último recurso dentre o rol de outras medidas. Outra orientação, trazida pelas Regras de
Beijing, tratou da necessidade de profissionalização das pessoas que atuavam com adolescentes privados de liberdade. Os
direitos de educação e de formação profissional dos que se encontravam em medidas socioeducativas foram definidos para
melhor integração e/ou (re)inserção social. Outra orientação, já definida à época, foi a separação de adolescentes internos em
relação aos adultos detidos. A realização de estudos e pesquisas sobre os perfis e sobre as razões e/ou motivos do
envolvimento em práticas infracionais foi definida, considerando-se uma melhor gestão da política de atendimento.
A ONU, por meio de sua Assembleia Geral, aprovou, em 1989, a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC),
reafirmando os princípios e direitos estabelecidos em outros documentos e exigindo dos Estados-Membros empenho para a
efetividade do direito à promoção e proteção de crianças e adolescentes: os direitos inerentes à dignidade da pessoa humana
24
e os valores universais da paz, justiça e liberdade, como a condição peculiar de pessoas em desenvolvimento, foram
refirmados na convenção. A família ganhou destaque no processo de garantia de tais direitos para que os menores de idade
pudessem apresentar um desenvolvimento sadio e adequado e tornar-se adultos plenos de direitos e capacidades.
A CDC apresenta em sua essência ruptura paradigmática no campo dos direitos infanto-juvenis, em várias dimensões:
a primeira delas refere-se ao seu conteúdo que possibilita uma gama de elementos essenciais para mudanças legislativas
(criança e adolescente sujeito de direitos) em contraposição à concepção “objeto de compaixão”; a segunda dimensão é
sobre as mudanças trazidas nos planos jurídico e institucional, em torno da possibilidade de mobilização da opinião pública
em favor da criança e do adolescente como sujeitos de direitos; a terceira dimensão recai sobre a possibilidade de
obrigações, de natureza coercitiva, sobre os Estados-Membros que não operarem mudanças em seus sistemas para as
devidas proteção e promoção de crianças e adolescentes. Para Veronese (1999), os Estados-Membros, além de não violarem
os preceitos da CDC, precisariam agir positivamente, adotando ações e mecanismos de promoção e proteção da criança e do
adolescente, sob pena de sofrerem sanções por parte da comunidade internacional.
Um conjunto de documentos públicos adotados pela ONU, em 1990, relaciona-se ao adolescente em conflito com a lei:
<> as Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil (Diretrizes de Riad) reconheceram a
necessidade de estratégias públicas com o fim de prevenir o envolvimento dos jovens em atos infracionais, e as ações de
prevenção ganharam destaque para a socialização e integração de das crianças e adolescentes nos espaços da família, da
vida comunitária, da convivência com os pares, da escola, da formação profissional e trabalho. Estava definido nessas
diretrizes como deveria ser garantida a participação desse grupo etário nas dinâmicas de socialização e integração,
respeitados a maturidade e o desenvolvimento pessoal. Aos Estados-Membros cabiam promulgar e aplicar leis e
procedimentos especiais para proteger e promover os direitos infanto-juvenis. E, nesse sentido, encontra-se nas Diretrizes de
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Riad a busca de esforços para o olhar e trato multi e interdisciplinares dos programas e serviços públicos do sistema de
justiça e de outros setores na atenção a crianças e ao adolescente;
<> as Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção dos Menores Privados de Liberdade, que dão ênfase à
proteção de adolescentes atendidos no sistema de privação de liberdade, sob a ótica da garantia dos direitos humanos e
liberdades fundamentais. A família e a sociedade ganham destaque nesse documento com vistas à possibilidade de oposição
aos efeitos prejudiciais dos modelos de detenção e reclusão a que estiverem submetidos os adolescentes. Nesse sentido, a
comunicação e a relação externa dos adolescentes em privação de liberdade devem ser favorecidas, considerando-se os
Planos Individuais de Atendimento (PIA) e sua relação com o Político Pedagógico e/ou Institucional da entidade/unidade
responsável pelo atendimento aos adolescentes. Os programas e/ou serviços de atenção ao egresso devem ser oportunizados
para se evitar a reincidência e que nova medida judicial seja aplicada;
<> as Regras Mínimas das Nações Unidas para a Elaboração de Medidas não Privativas de Liberdade têm recorte
especial de atenção aos responsáveis pela aplicação das leis: o sistema de justiça, (Poder Judiciário, Ministério Público,
Defensoria Pública), advogados, dentre outros, com o objetivo de incentivar a adoção, pelos Estados-membros, de meios mais
eficazes que a privação de liberdade para “prevenir a criminalidade e melhorar o tratamento dos encarcerados”. As regras,
mais uma vez, ratificam a preocupação da ONU com a “modernização e humanização do Direito Penal e da execução da
pena”, procurando estabelecer diretrizes que possam viabilizar a aplicação de medidas em meio aberto, sempre que for o
caso, ao adolescente a quem se atribui a autoria de ato infracional. E um dos avanços do documento é a solicitação aos
Estados-Membros que elaborem um relatório de cinco em cinco anos, a partir de 1994, sobre a aplicação das Regras de
Tóquio (SOARES JÚNIOR, 06 de maio, 2013).
26
Incidência da legislação nacional e documentos sobre a política de direitos
O tema criança surge nas primeiras legislações do Brasil com a Lei do Ventre Livre, que declarava livres todos os filhos
de mulheres escravas nascidos a partir da data de promulgação da lei em 28 de setembro de 1871. Outros documentos
(decretos e códigos) surgiram para regulamentar, secundariamente, assuntos como a imputabilidade penal, a assistência
social e o trabalho infantil e não asseguraram proteção e promoção dos direitos da criança e do adolescente. Desse conjunto
documental ganham ênfase o Código Criminal do Império (1830) e o Código Penal da República (1890), ao trazer disposições
sobre o recolhimento de crianças e adolescentes em situação irregular, considerados delinquentes e que colocavam em risco
a sociedade da época. Com a “Lei Áurea” (1888), houve a abolição da escravatura num tempo-espaço de urbanização e de
imigração. As precárias condições de vida (infraestrutura, educação, trabalho, saúde, moradia) elevaram ainda mais os
índices de pauperização de parte significativa da população. Somado a esse contexto, o processo de industrialização tardia no
país refletiu sobremodo na vida das famílias das camadas populares.
Um grande número de crianças abandonadas e sem condições de subsistência básica foram vítimas de todo tipo de
violência e violação a seus direitos, em especial, as que viviam nas ruas. As primeiras iniciativas tiveram cunho
assistencialista e partiam dos coletivos civis e da Igreja. A roda dos expostos foi uma dos modelos de assistência filantrópica
da época para abrigar recém-nascidos abandonados por suas famílias de origem. Abrigos foram construídos para prestar
assistência médica e alimentar às crianças abandonadas, contudo, eram insuficientes frente às demandas de uma nova
sociedade urbana. E, assim, a infância e a adolescência das camadas populares passaram por um processo histórico de
marginalização moral, social e econômica, restando-lhes a exploração em atividades de trabalho em suas piores formas,
privação do acesso à educação escolar, saúde, moradia, convivência familiar e comunitária.
27
Com a República (1889) e as transformações no cenário da vida social (capital – trabalho) nos planos nacional e
internacional, o “problema do menor” (carente e abandonado) passou a ser objeto de atenção da sociedade e algumas
providências tiveram de ser tomadas pelas instituições governamentais. No contexto de passagem do século XIX para o
século XX, cresciam as formas de abandono de crianças e adolescentes pela situação de pobreza e mendicância, levando
parte deles à prática de delitos e, com isso, setores da sociedade, cada vez mais, voltaram-se a preocupar com a segurança e
proteção daqueles. A criação das Casas dos Expostos (ou Rodas dos Expostos), em 1896, marcou um período de desatenção à
infância brasileira, quando bebês eram apartados de suas famílias e adentravam aos espaços das instituições
assistencialistas e religiosas, para sua criação, ou entregues à adoção. Assim, esse grupo etário e social passou a ser visto
como delinquente e considerado potencialmente perigoso por ausência de cuidados da família, sem instrução moral e
educacional, diante da nova ordem social, econômica e política: instituía-se a relação equivocada entre pobreza e
delinquência. Segundo Machado (2003),
Tal mecanismo histórico é estritamente ideológico porque nasceu e se desenvolveu sempre e em todas ascomunidades absolutamente desvinculado da realidade fática. Isso porque, se é fato que boa parte dos jovensautores de condutas criminosas era e é oriunda dos segmentos menos favorecidos da população, também é fatoque a imensa maioria das crianças desvalidas nunca praticou nenhum ato definido como crime, seja no Brasil doséculo XX, seja na Europa ou nos Estados Unidos dos séculos XVIII e XIX. Pese, repito, tal circunstância fática, poruma perversa inversão das premissas, toda infância desvalida passou a ser vista como delinquente (MACHADO,2003, p. 32).
Crianças e adolescentes objetos de cuidado, filantropia e caridade passaram a objetos de controle, repressão,
institucionalização, como vítimas e atores de um processo de violência social. O recolhimento em grandes internatos foi a
política escolhida para o cuidado desse grupo. As medidas de recolhimento eram muito semelhantes à dos adultos, num
desrespeito à pessoa em peculiar condição de desenvolvimento: foram objetos de controle social, vistos com hostilidade e
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segregados em instituições de internação, em locais afastados das cidades. O pensamento da época pode ser resumido do
seguinte modo: proteger a criança para proteger a sociedade (RIZZINI, 1997).
No entanto, as medidas tomadas (punitivas e repressivas) não tiveram o resultado esperado, pois crescia o número de
crianças e adolescentes em situação de rua e abandonados e, na prática de delitos, como sobrevivência. Um novo modelo de
atendimento foi desenvolvido pela elite da época (cientistas, médicos, juristas) e, como resposta, foi pautado nas ações de
(re)educação desse grupo, visando à sua (re)integração sociofamiliar e, para isso, era preciso combinar educação básica,
instrução moral e capacitação profissional, o que poderia levá-los a romper a carência, dependência, delinquência.
Em 1925, foi criado o primeiro Juizado de Menores no Brasil, no Rio de Janeiro, com atribuições específicas na área da
infância e adolescência. E, a partir desse marco, foi necessária a inauguração da presença muito tímida do Estado na
organização e manutenção de políticas públicas para crianças e adolescentes. O Juizado de Menores acumulava as funções
jurisdicionais e assistenciais e, com isso, as responsabilidades do Poder Executivo com a política de assistência social passou
à esfera do Poder Judiciário na atenção à população carente, abandonada, órfã e delinquente. Esse movimento pode ser
caracterizado como “judicialização” do problema social de crianças e adolescentes das camadas populares (COSTA, 1994).
Toda essa competência do Poder Judiciário resultou, na prática, “como um órgão de assistência social” e, ainda, com Poder
Judicial decisivo sobre o destino de crianças e adolescentes empobrecidos (VERONESE, 1999, p. 24).
Nesse sentido, o Estado brasileiro, por meio do Poder Judiciário, pôde intervir nas dinâmicas privada (famílias) e pública
(políticas, Justiça) no sentido de garantir “segurança e bem-estar” de crianças e adolescentes, e, para tanto, houve a
necessidade da criação de estruturas jurídico-institucionais e administrativas para os Juizados de Menores na atenção a uma
“subcategoria” de pessoas, os “menores”, no universo da categoria ampla e universal, a “infância”.
Em 1927, foi promulgado o primeiro Código de Menores no Brasil, visando à organicidade de todo um conjunto de leis e
normas esparsas sobre o tema infância e adolescência e à regulamentação da ação jurídica e institucional de
29
responsabilização do dever do Estado na assistência aos menores de idade. Em linhas gerais, foram estabelecidas as
diretrizes e as políticas a serem aplicadas; regulamentadas as questões como a tutela, pátrio poder, trabalho infantil e ato
infracional; e criado um corpo de assistentes sociais, com comissários voluntários ou membros de conselhos para auxílio aos
Juizados de Menores. Cabe ressaltar que a internação era para todos, independentemente do cometimento de cometimento
de ato infracional: “interne-se até completar 18 anos de idade” era a medida da época. Assim, estavam regulamentados os
princípios da doutrina da situação irregular com o Código de Menores, uma vez que crianças e adolescentes continuaram
como objetos do controle social arbitrário por parte do mundo adulto e, consequentemente, do Estado que os privavam de
liberdade, sem a estruturação de políticas públicas capazes de (re)inseri-los na vida social e familiar.
Um dos exemplos dessa política foi a criação do Serviço de Assistência ao Menor (SAM,1942) vinculado Ministério da
Justiça, que tinha, entre seus objetivos, amparo e recuperação de menores de idades em situação irregular (desvalidos e
delinquentes), de natureza correcional e repressiva. Os “menores carentes” eram acolhidos em patronatos agrícolas e escolas
de ofícios urbanos, e os “infratores”, internados em reformatórios ou casas de correção. Na esteira de criação do SAM, outros
órgãos foram instituídos, como a Legião Brasileira de Assistência (LBA), que prestava assistência à população carente; as
Casas do Pequeno Jornaleiro, do Lavrador e do Trabalhador, com atividades de apoio socioeducativo e de capacitação para o
trabalho; e também a Casa das Meninas, esta para as que apresentavam problemas de conduta (COSTA, 1994).
Em 1950 foi criado, no Brasil, o primeiro escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na cidade de
João Pessoa, Estado da Paraíba/PB, com a finalidade de implementar projetos de proteção à saúde da criança e da gestante.
Em nível internacional, o UNICEF foi criado em 1946, após a criação da própria Organização das Nações Unidas (ONU) em
1945, com o objetivo de atender a crianças que passavam por graves dificuldades no período pós-guerra e, em 1950, teve
sua ação estendida para contemplar crianças e mulheres nos países em desenvolvimento, tornando-se, em 1953, órgão
permanente da ONU.
30
A Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem) foi criada em 1964, ano de instalação da ditadura militar no
Brasil, substituindo o SAM pelas sistemáticas de denúncias de maus tratos, violações de direitos, ineficiência e ineficácia do
atendimento prestado aos internos. A nova instituição adotou o mesmo modelo de atendimento (controle, repressivo,
assistencialista) como também as mesmas instalações físicas e o corpo de funcionários. Nesse espaço-tempo da política
interna, a Funabem, ao centralizar suas ações em torno da normatização da política de atendimento e realizar atendimento
direto, também descentralizava, para as Fundações Estaduais do Bem-Estar do Menor (Febem), o atendimento aos carentes,
abandonados, órfãos e infratores. Contudo, a relação direta de articulação, supervisão e acompanhamento pela Funabem
sobre a política de atendimento não acontecia em todos os Estados da federação, apesar das diretrizes nacionais da Política
Nacional de Bem-Estar do Menor (PNBEM, 1964). No Estado de São Paulo, o atendimento era realizado pela Fundação
Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), criada em 1974 e que, a partir de 22/09/2006, passou a ser denominada de Centro
de Atendimento Socioeducativo de Adolescentes (Fundação CASA).
Em 1979, em pleno regime militar ditatorial, houve a revisão do Código de Menores de 1927 e, com isso, foram criados
diversos órgãos e instituições destinados à assistência e à institucionalização de crianças e adolescentes das camadas
populares. Nesse percurso, a doutrina da situação irregular ganhou enfoque na lei e, com isso, a continuidade da política
centrada na coerção-repressão-controle se manteve assim como a atuação da Justiça de Menores. A criação das Varas
Menores e de Família é ilustrativa desse contexto. É interessante notar que, passados anos de vigência de uma lei específica,
a política de institucionalização massiva de crianças e adolescentes das camadas populares se manteve inalterada, apesar de
muitos deles possuírem famílias. A insuficiência de condições materiais, organizacionais e emocionais dos mesmos servia de
justificativa para a internação dos filhos e agregados menores de idade. A medida de internação era aplicada, sem tempo
determinado de duração, podendo estender-se até os 21 anos, quando o jovem poderia ser transferido para o juiz das
execuções penais que determinaria, ou não, a sua liberdade ou continuidade do recolhimento. As práticas, mais uma vez,
consolidavam a existência de uma subcategoria de crianças e adolescentes, os “menores em situação irregular” que, na
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verdade, não representava o universo da aplicação da medida de internação: o que havia era uma confusão conceitual entre
os que estavam desvalidos em seus direitos fundamentais e sociais e aqueles envolvidos com a prática de delitos (MACHADO,
2003).
O conjunto de marcos legais no plano internacional teve incidência na legislação brasileira e, por extensão, no desenho
da política de garantia dos direitos à criança e ao adolescente, considerando-se que seu conteúdo possibilitava a mobilização
de determinados setores da sociedade brasileira, em especial, estimulados pela instituição do Ano Internacional da Criança,
em 1979, pelo UNICEF. Apesar de todo processo repressivo, com cerceamento do direito de expressão e de organização,
vários foram os movimentos e organizações nascidos da sociedade civil em defesa dos direitos humanos de crianças e
adolescentes que auxiliaram no processo de ruptura da doutrina da situação irregular de outros tempos para a doutrina da
proteção integral, nos anos 1990. Dentre eles, cabe nomear: a Associação de Juízes de Menores no Brasil (1968) 2, a República
do Pequeno Vendedor em Belém do Pará (1974), o Movimento em Defesa do Menor (1976), a Pastoral do Menor (1977), a
Associação de Ex-Alunos da Funabem (1980), a realização das Semanas Ecumênicas do Menor, no período de 1981 a 1992, o
Projeto Meninos e Meninas de Rua (1983), a Pastoral da Criança (1983), o Movimento dos Meninos e Meninas de Rua (1985), a
Frente Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (1986).
O processo de redemocratização do Brasil nos anos de 1980 contribuiu para que a sociedade refletisse sobre temas até
então pouco debatidos e a “questão do menor” foi um deles. Grupos de diversos setores da sociedade foram se articulando,
tanto para denúncias das práticas repressoras e das constantes violações de direitos dos internos em instituições, como a
2 Em 1980 teve seus estatutos sociais alterados para a inclusão em seu quadro associativo dos Curadores de Menores; em 1993, ela teve seus estatutos sociais e a razão social modificados para Associação Brasileira de Magistrados e Promotores Públicos da Infância e Juventude (ABMP) e, em 2008, sofreu nova alteração estatutária, com a presença em seus quadros dos Defensores Públicos da Infância e da Juventude, mantendo a sigla ABMP.
32
Funabem e as Febem, quanto para proposições direcionadas a um novo olhar e trato à infância e adolescência das periferias
das grandes cidades, ficando clara a necessidade de contraponto à doutrina da situação irregular.
Com a Constituição Federal de 1988, o grupo crianças e adolescentes foi reconhecido enquanto sujeito de direitos e
destinatário de toda proteção pela condição peculiar de pessoas em desenvolvimento (CF, art. 227). No entanto, cabe
considerar que, do ponto de vista constitucional, a questão dos direitos teve a seguinte trajetória: a Constituição de 1934
trouxe algumas referências sobre os direitos da criança e do adolescente na regulamentação do trabalho (com idade mínima
de 14 anos) e ações de assistência; a Constituição de 1937 (Estado Novo) tratou do amparo aos mais carentes e preocupação
com o ensino público; a Constituição de 1946 não trouxe inovações, seguindo as anteriores; a Constituição de 1967, em pleno
regime ditatorial militar, significou retrocesso, ao permitir o trabalho de menores de 14 anos, até então proibido, e fixou a
idade mínima para o trabalho aos 12 anos, ao mesmo tempo em que instituiu o ensino obrigatório e gratuito em
estabelecimentos oficiais para crianças de sete a 14 anos.
Os documentos constitucionais até 1988 demonstram que crianças e adolescentes não possuíam, de fato, direitos
assegurados. Apenas a Constituição de 1988 passou a adotar o princípio da dignidade da pessoa humana, ou seja, o
reconhecimento da qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano. Isso implica ser a pessoa merecedora do respeito
por parte do Estado, da sociedade e da família: é portadora de direitos e o Estado tem o dever com a sua proteção e
promoção, visando ao pleno desenvolvimento dela. Crianças e adolescentes passam de objetos de tutela do Estado para a
condição especial de sujeitos-cidadãos e, nesse sentido, há a quebra do paradigma até então presente na legislação e
atenção a esse grupo etário: da doutrina da situação irregular para a doutrina da proteção integral. É dever do Estado, por
sua vez, a implementação de programas de assistência integral à saúde, educação, assistência social, esporte, cultura, lazer
e formação profissional, sem qualquer traço discriminatório. Aos adolescentes de 12 a 18 anos incompletos, em conflito com
a lei, foram asseguradas garantias processuais, incluindo a defesa técnica.
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Um novo movimento social surge no processo constituinte: o Fórum Nacional de Entidades Não Governamentais de
Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fórum Nacional DCA), em 1988, para a articulação da sociedade, em todo o
território nacional, visando à regulamentação dos art. 204, 227 e 228 da Carta Magna para a área da infância. Na trajetória do
movimento social da infância, a ruptura do modelo paradigmático – da situação irregular para a proteção integral – se
traduziu numa das principais bandeiras de luta e, por consequência desse processo, “foi um movimento de lutas pela garantia
de que os direitos do cidadão/deveres do Estado estivessem garantidos juridicamente, transformando-se os textos legais em
compromissos públicos com sua realização e, caso não cumpridos, em instrumento e denúncia e cobrança dos mesmos”
(HERINGER, 1992, p. 53-54). O Fórum Nacional DCA se ramificou pelos Estados e municípios da federação, nem sempre com a
mesma natureza de articulação da sociedade civil, como também, da articulação da sociedade civil e Estado e da sociedade
civil, governos e indivíduos.
A possibilidade de apresentação de emendas populares no processo constituinte (1987 e 1988) pode ser considerada
“um marco de sua atuação no período, constituindo-se em um momento concreto de tradução das expectativas de mudança
em propostas concretas, em textos de lei” (HERINGER, 1992, p. 54). E, com a instituição do Grupo de Redação do ECA, em
dezembro de 1988, constituído por representantes de entidades de defesa dos direitos de crianças e adolescentes e de
alguns juristas, a articulação com o Fórum Nacional DCA, por meio de seu secretariado nacional, permitiu que parte
considerável da sociedade brasileira participasse do processo de construção de um nova ordem social e jurídica em favor do
grupo infanto-juvenil.
A década de 1990, com a presença de modelos diferenciados de organização da sociedade civil (organizações não
governamentais), Constituição aprovada em 1988, eleições presenciais em 1989 e a necessária regulamentação dos direitos
infraconstitucionais (políticas sociais/setoriais), aponta para a transformação das relações Estado e sociedade civil diante de
um novo modo de se fazer política: a atuação articulada de diferentes setores da sociedade em torno de diversas
especificidades de direitos e conquistas. Nessa década, outras organizações e institucionalidades surgiram como a criação da
34
Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente (1990), a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e
do Adolescente (1993), os Centros de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e, por consequência, a Rede de
Centros de Defesa, denominada de Associação Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - ANCED (1994) -, a
Associação Nacional dos Direitos da Infância: Comunicação e Direitos (ANDI (1993). No plano das institucionalidades públicas,
foram criados os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, nos níveis nacional, estadual e municipal, e os Conselhos
Tutelares, em âmbito municipal, a partir da promulgação do ECA. A “questão do menor” começava a dar lugar à “questão da
criança e do adolescente” na esteira de sua condição peculiar de pessoas em desenvolvimento, sujeitos de direitos e
prioridade absoluta da família, da sociedade e do Estado.
(...) parece-nos importante perceber que os movimentos de luta pela defesa da criança e do adolescente, começama “ganhar corpo” na segunda metade da década de 80, definindo-se a partir daí mais pela sua identidade políticado que vinha acontecendo até então. Isto porque, de início, aqueles atores que começaram a destacar-se na lutapelos direitos de crianças e adolescentes eram os mesmos que realizam trabalhos de atendimento direto a criançase adolescentes privados de seus direitos básicos, combinando, portanto, a sua atuação como prestadores deserviços atuantes no vácuo deixado pelo Estado nesta área e, ao mesmo tempo, como sujeitos políticos destadiscussão (HERINGER, 1992, p. 56).
O Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) regulamentou princípios, diretrizes e disposições da Carta Magna e,
também, adotou as orientações dos tratados da ONU, dos quais o Brasil é signatário: a proteção e a promoção integral de
crianças e adolescentes ganharam destaque na legislação especial o que, ainda, implica a necessária adequação do
ordenamento jurídico-institucional. No que se refere às garantias dos direitos ao adolescente em conflito com a lei como as de
proteção às vítimas de abandono e/ou violência, as medidas de proteção (Art.101, ECA). O Estatuto firmou-se no cenário
nacional, a partir do princípio de que todas as crianças e adolescentes são sujeitos de direitos, dignos da proteção integral e
prioridade absoluta, em razão de sua peculiar condição de estar em processo de desenvolvimento.
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O sistema de atendimento ganhou novos paradigmas: a universalidade da política de direitos recaiu sobre a
necessidade de as políticas públicas serem direcionadas a esse grupo etário, sem nenhum traço discricionário de gênero, raça
ou etnia, classe social (garantia da proteção integral) rompendo com as restrições e/ou subcategorizações (ECA, 1990, art.
3º)3: considera-se criança, para os efeitos de aplicação do Estatuto, a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre 12 e 18 anos incompletos e, ainda, pode-se aplicar o Estatuto nos casos expressos em lei às
pessoas entre 18 e 21 anos de idade (ECA, 1990, art. 2º).
Na condição de pessoas com prioridade absoluta, é dever da família, da comunidade, da sociedade e do poder público
assegurar a efetivação dos direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (ECA, 1990, art. 4º, caput). Os direitos
das crianças e adolescentes devem ter preferência na sua efetivação, com a formulação de políticas sociais públicas e
destinação privilegiada de recursos. A família, a sociedade e o Estado, portanto, são corresponsáveis por zelar e agir, visando
à proteção dos direitos fundamentais das crianças e adolescentes, cada um no âmbito de suas atribuições: essa articulação
de corresponsabilidades possibilita viabilizar, a esse grupo etário, as condições necessárias ao pleno desenvolvimento físico,
mental, intelectual, afetivo e social para que possa ser capaz de expressar suas potencialidades humanas4.
3 Art. 3º - “A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade” (BRASIL, ECA, 1990).
4 Art. 4º - “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivaçãodos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, aorespeito, à liberdade e à convi9vência familiar e comunitária” (BRASIL, ECA, 1990).
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Com o ECA (1990), o Juizado voltou-se à sua função essencialmente jurisdicional e passou a ser denominado como Juiz
da Infância e Juventude e teve sua competência definida nos art. 148 e 149, em oposição à do Código de Menores de 1979:
as garantias processuais, como o devido processo legal, o pleno e formal conhecimento da acusação, a ampla defesa e a
presença do contraditório (defesa por profissional habilitado), compõem o processo nos casos de apuração de ato infracional
cometido por adolescentes.
Sobre o contexto das políticas públicas de atendimento, ganham destaque na legislação especial as diretrizes da
descentralização político-administrativa, como a municipalização do atendimento direto; a participação paritária e
deliberativa entre o governo e a sociedade civil nos Conselhos de Direitos (nova institucionalidade) nos âmbitos das esferas
públicas federal, estadual e municipal (ECA, 1990, art. 86 a 88); a criação dos Conselhos Tutelares (ECA, 1990, art. 131 a
135), com ação exclusiva na esfera municipal e com competência para aplicação das medidas de proteção (ECA, 1990, art.
88, I, 136 e 137). E quatro são as modalidades de atuação, previstas nas linhas definidoras do perfil da política de direitos,
nesta ordem:
Quadro 1 – Política de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Políticas Sociais Básicas Direito de todos e dever do Estado.
Dirigem-se ao universo mais amplo de destinatários: sãouniversais.
Educação
Saúde
Cultura
Formação Profissional
Esporte
Lazer e recreação
Trabalho
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Política de AssistênciaSocial
O art. 203 da CF delimita a abrangência das ações do aparelhoassistencial do Estado àqueles que delas necessitem, independentede contribuição à Seguridade Social.
Os destinatários são, portanto, as pessoas e grupos que seencontrem em estado permanente ou temporário de necessidade,em razão de privação econômica ou de outros fatores devulnerabilidade.
Proteção básica: visa prevenir situações de vulnerabilidade e riscosocial por meio do desenvolvimento de potencialidades eaquisições e do fortalecimento de vínculos familiares ecomunitários.
Programas, projetos, serviços ebenefícios
Política de ProteçãoEspecial
Não abrange o universo e nem ao menos segmentos determinadosda população infanto-juvenil.
Sua escala de intervenção são os casos ou, no máximo, grupos decrianças e adolescentes que se encontram em circunstâncias e afatores que ameacem ou, efetivamente, transgridam a suaintegridade física, psicológica ou moral, por ação ou omissão dafamília, de outros agentes sociais ou do próprio Estado.
Proteção especial: contribuir para a reconstrução de vínculosfamiliares e comunitários, a defesa de direitos, o fortalecimento daspotencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduospara o enfrentamento das situações de violação de direitos.
Crianças e adolescentes em situaçãode abandono e tráfico
Crianças e adolescentes vítimas deabuso, negligência e maus tratos nafamília e nas instituições
Crianças e adolescentes em situaçãode rua (trabalho, moradia)
Crianças e adolescentes envolvidosno uso e tráfico de drogas
Crianças e adolescentes vítimas deexploração sexual
Adolescentes em conflito com a lei
Outras situações que impliquemameaça ou violação da integridadefísica, psicológica ou moral dascrianças e adolescentes a elas
38
expostos
Política de Garantias Crianças e adolescentes envolvidos em conflito de naturezajurídica.
Defesa técnica na estrutura do Estado para casos/grupos.
Defesa jurídico-social e técnica no âmbito da sociedade civil paracasos/grupos.
Conflito de natureza jurídica / defesa jurídico-social de direitos.
Defesa jurídico-social dos direitosindividuais e coletivos da populaçãoinfanto-juvenil
Sistema de Justiça: Poder Judiciário,Ministério Público, Defensoria Pública
Advocacia (defesa técnica)
Sistema de Segurança Pública
Centros de Defesa, Comissões deDireitos Humanos, Conselhos deDireitos, Conselhos Tutelares, etc.
Fonte: COSTA (1993). Elaboração PEREIRA, 2014.
Nesse sentido, o sistema de atendimento previsto no ECA estrutura-se a partir de três grandes sistemas de garantia: o
sistema primário, referente às políticas públicas de atendimento a todas as crianças e os adolescentes (ECA, 1990, art. 4º, 86
e 87); o sistema secundário, compreendido pelas medidas de proteção dirigidas a crianças e adolescentes em situação de
risco pessoal ou social, em regra não a autores de ato infracional, embora também aplicáveis a crianças e, supletivamente,
aos adolescentes que praticaram ato infracional; e o sistema terciário, que trata das medidas socioeducativas, aplicáveis aos
adolescentes entre 12 e 18 anos de idade, a quem se atribui a autoria de ato infracional (COSTA, 1999; SARAIVA, 2012).
A estruturação do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) está concebida em três eixos,
a saber:
39
O eixo da promoção dos direitos engloba a formulação da política de garantia de direitos ao universo criança e
adolescente, sem qualquer traço discricionário. Isso requer a formulação de políticas públicas que garantam a organização e
funcionamento de um conjunto de programas e serviços das políticas sociais básicas com base no direito constitucional e no
ECA (art.87). A formulação e a execução das políticas de garantia de direitos não se restringem a ações governamentais nas
três esferas da administração pública, pois a Carta Magna (1988) garante a participação da sociedade civil nesse processo
(art. 86, ECA), e, sobre as diretrizes da política de direitos, há uma ampliação do modelo de gestão e da participação da
sociedade civil: a municipalização e a descentralização do atendimento, a criação dos Conselhos de Direitos, Tutelares e
Fundos, a integração interinstitucional e intersetorial, a quem se atribua autoria de ato infracional, e a mobilização da opinião
pública (art. 87, ECA).
O eixo da defesa dos direitos da criança e do adolescente, incluindo-se, nesse eixo, a responsabilização do Estado, da
sociedade, da família diante de situações de violação e/ou negação dos direitos humanos: desde os maus tratos, exploração,
opressão, negligência à negação do acesso a serviços públicos ou mesmo em relação à prestação do serviço público básico
(art. 5º, ECA). A defesa dos direitos realiza-se por meio da utilização de mecanismos judiciais (habeas corpus, mandado de
segurança, ação civil pública, ação criminal, entre outros) e administrativos (procedimentos de fiscalização, apuração de
irregularidades ou infração administrativa e aplicação de sanções), que objetivam ameaçados ou violados os direitos de
crianças e adolescentes. Entidades da sociedade civil também podem participar desse processo de defesa assim como a
própria sociedade, mediante pressão nos órgãos públicos de defesa.
O eixo do controle social envolve desde a constituição de espaços de articulação da sociedade civil para a vigilância
dos direitos humanos de crianças e adolescentes e, por consequência, dos princípios e diretrizes dos marcos legais e
institucionais quanto dos órgãos públicos qualificados para essa ação (Auditoria, Tribunal de Contas, Ministério Público,
Conselhos de Direitos, Legislativo). As instâncias públicas participam em mais de um eixo e, no que se refere à política
socioeducativa e seu sistema de atendimento, estão envolvidos os seguintes órgãos e instâncias: Secretarias de Segurança
40
Pública (Polícias) e de Justiça (órgãos da Cidadania), o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Judiciário, o Executivo
(órgãos e serviços de execução das medidas socioeducativas), as entidades da sociedade civil, as famílias e instituições
legalmente constituídas (art. 210, ECA).
Quadro 2 – Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Promoção:
Promoção e execução depolíticas públicas.
Entidades públicas e privadas depromoção.
A política de atendimento dos direitos humanos de criançase adolescentes é operacionalizada por meio de três tipos deprogramas, serviços e ações públicas:
I – serviços e programas das políticas públicas,especialmente, das políticas sociais, afetos aos fins dapolítica de atendimento dos direitos humanos;
II – serviços e programas de execução de medidas deproteção aos direitos humanos;
III – serviços e programas de execução de medidassocioeducativas e assemelhadas.
Defesa
Realiza-se por meio demecanismos judiciais eadministrativos.
Órgãos e instituições de defesa. Judiciais:
Varas da Infância e da Juventude e suas equipesmultiprofissionais; Varas Criminais Especializadas; Tribunaisdo Júri; Comissões Judiciais de Adoção; Tribunais de Justiça;Corregedorias Gerais de Justiça.
Público-Ministeriais:
Promotorias de Justiça; Centros de Apoio Operacionais;Procuradorias de Justiça; Procuradorias Gerais de Justiça;Corregedorias Gerais do Ministério Público.
Defesa:
Defensorias Públicas; Serviços de Assessoramento Jurídico e
41
Assistência Judiciária.
Segurança:
Polícia Civil Judiciária, inclusive a Polícia Técnica; PolíciaMilitar; Guarda Municipal.
Outros:
Advocacia Geral da União e as Procuradorias Gerais dosEstados.
Conselhos Tutelares.
Ouvidorias.
Entidades de Defesa.
Controle As ações de controle são realizadas pormeio das instâncias públicas ecolegiados próprios; conselhos; órgãosgovernamentais; entidades dasociedade civil.
Sistema de Justiça.
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Conselhos Setoriais de formulação e controle das políticaspúblicas.
Tribunais de Contas.
Poder Legislativo.
Fóruns dos Direitos e da Sociedade Civil.
Fonte: ECA, 1990. Elaboração PEREIRA, 2014.
A resolução nº 113/2006, alterada pela resolução n.º 117, ambas do Conanda, conceitua o Sistema de Garantia dos
Direitos da Criança e do Adolescente do seguinte modo:
Art. 1º O SGD da Criança e do Adolescente constitui-se na articulação e integração das instâncias públicasgovernamentais e da sociedade civil, na aplicação de instrumentos normativos e no funcionamento dos
42
mecanismos de promoção, defesa e controle para a efetivação dos direitos humanos da criança e do adolescente,nos níveis Federal, Estadual, Distrital e Municipal.
Art. 2º Compete ao SGD promover, defender e controlar a efetivação dos direitos civis, políticos, econômicos,sociais, culturais, coletivos e difusos, em sua integralidade em favor de todas as crianças e adolescentes, além degarantir a apuração e reparação dessas ameaças e violações.
E seu funcionamento, como um todo articulado (interinstitucional, intersetorial) e práticas interdisciplinares, do
seguinte modo:
Figura 1: Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
43
Fonte: Murilo J. Digiácomo, Ministério Público/PR.
Cabe destacar que outras leis e decretos de proteção à criança e ao adolescente foram alterados ou mesmo
regulamentados após a promulgação do ECA, em 1990: a lei nº 10.097/2000, que reformulou artigos da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT) sobre o contrato de aprendizagem dos adolescentes; a lei nº 11.788/2008, que dispõe especificamente
sobre o estágio de estudantes; o decreto nº 6.481/2008, que trata sobre a proibição das piores formas de trabalho infantil e
da ação imediata para sua eliminação, contendo a chamada Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP), incidindo
sobre o Direito à Profissionalização e à Proteção do Trabalho; a lei nº 12.010/2009, que trata da adoção, trazendo alterações
44
no direito à convivência familiar, ao acolhimento institucional e à adoção; a lei nº 12.696/12, que alterou os art. 132, 134, 135
e 139 do estatuto e que dizem respeito à organicidade, à padronização do atendimento e sobre o funcionamento dos
Conselhos Tutelares, com a primeira eleição unificada, em todo o território nacional, em 2015, e posse em 10 de janeiro de
2016.
E, nesse conjunto, está a lei nº 12.594/2012, que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE)
que regulamentou, a partir do estabelecimento de normas, a execução de medidas socioeducativas a adolescentes autores
de ato infracional: metodologia de atendimento, financiamento do sistema socioeducativo, competências dos entes
federativos e dos órgãos governamentais, papéis e responsabilidades dos gestores públicos, elaboração e implementação dos
Planos Decenais de Atendimento Socioeducativo nas três esferas de governo (DIGIÁCOMO, 2012a).
Também há documentos públicos do Conanda (Resolução) que tratam do SGDCA, incluindo a política de atendimento,
como, por exemplo, a lei 12.696/2012 que foi regulamentada pela resolução nº 152; as resoluções nº 105/2005, nº 113/2006
e nº 139/2010, que regulamentam as disposições do estatuto referentes aos Conselhos de Direitos, ao sistema de garantia de
direitos e aos Conselhos Tutelares, respectivamente: a resolução nº 105/2005, que estabeleceu os parâmetros para criação e
funcionamento dos Conselhos de Direitos em todo o território nacional; a resolução nº 113/2006, que definiu as diretrizes e
critérios para a institucionalização e fortalecimento do sistema de garantia dos direitos da criança e do adolescente; e a
resolução nº 139/2010, que fixou parâmetros para a criação e funcionamento dos Conselhos Tutelares, discriminando
princípios a serem observados no atendimento por esses órgãos, seus direitos e deveres.
E sobre a elaboração dos planos decenais, o Conanda editou duas resoluções: a de nº 160 de 18 de novembro de 2013,
que aprovou o Plano Nacional Decenal de Atendimento Socioeducativo, e a de nº 161, de 04 de dezembro de 2013, que
45
estabeleceu os parâmetros para discussão, formulação e deliberação dos planos decenais dos direitos humanos da criança e
do adolescente em âmbitos estadual, distrital e municipal5.
Incidência da legislação estadual e documentos sobre a política de direitos
No Estado de São Paulo foram promulgados algumas leis e decretos que tratam dos direitos da criança e do
adolescente e que notadamente incidem sobre a política socioeducativa ao adolescente em conflito com a lei, dentre elas,
cabe destaque para a lei nº 8.074/1992 e o Decreto de Regulamentação nº 39.959/1994 que criou e regulamentou o Conselho
Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca/SP), visando formular e deliberar sobre a política de promoção,
proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; acompanhar e avaliar a proposta orçamentária do governo do
Estado; deliberar sobre as prioridades de atuação na área infanto-juvenil (Planos) para a garantia da universalidade de acesso
aos direitos preconizados pelas leis vigentes; controlar as ações de execução da política estadual em todos os níveis; e,
também, promover a criação do Fundo Estadual para a Infância e a Adolescência (FIA/SP) e sua regulamentação mediante o
decreto nº 39.104/94, dentre outros.
E, no que se refere à institucionalidade do sistema socioeducativo paulista, a Fundação Estadual do Bem-Estar do
Menor (FEBEM/SP), herdeira de outros modelos institucionais do passado, similar ao processo de criação da Funabem (1964),
prestava atendimento a crianças e adolescentes em situação de abandono, de orfandade e na prática de ato infracional, na
lógica da política nacional, em que predominavam as práticas pela lógica da instituição total.
5 Cabe ressaltar que há um documento assinado pelo Coordenador Geral do Sinase denominado “Orientação sobre o prazo deelaboração dos Planos Municipais de Atendimento Socioeducativo” elaborado na Comissão Intersetorial do Sinase, em reuniãodo colegiado, no dia 27/08/20914, em Brasília/DF.
46
Numa breve síntese, o primeiro educandário para atendimento à criança abandonada foi a Casa dos Expostos, que
funcionava na Chácara Wanderley, construída em 1897, no bairro do Pacaembu e, mais tarde, passou a ser conhecida como
Asilo Sampaio Viana. Voltando às origens, foi criado berçário e lactário e teve nova denominação, Educandário Sampaio
Viana, posteriormente, recebeu o nome de Casa da Criança do Serviço Social de Menores e, após, teve nova alteração para
Unidade de Triagem Sampaio Viana Triagem, vinculada à Febem/SP. E, para o jovem abandonado de todo o Estado de São
Paulo, foi criado o Fundo de Assistência ao Menor. Em 1967, foi criada a Secretaria de Promoção Social do Estado e, com ela, o
Serviço Social de Menores e, um ano mais tarde, a Coordenadora dos Estabelecimentos Sociais do Estado (CESE), à qual ficou
subordinado o atendimento às crianças, adolescentes e jovens. Com a demanda por atendimento à população adulta, foi
criada a Fundação Paulista de Promoção Social do Menor (Pró-Menor), em 1974, e a ela foram agrupadas todas as unidades
de atendimento de crianças, adolescentes e jovens. Com a criação da Funabem, em 1964, a Fundação Pró-Menor teve seu
nome alterado para Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem/SP), numa adequação à política federal para a área.
A grande concentração do atendimento à população infanto-juvenil era realizada na capital e em algumas unidades do
interior. Com o advento do ECA, em 1990, as grandes unidades e a centralização do atendimento passaram por
reordenamento institucional da política socioeducativa. Em 1992, com a promulgação do ECA (1990), foi possível promover a
separação entre o sistema de acolhimento institucional (abrigos e similar) e o atendimento socioeducativo (medidas
socioeducativas). A modalidade acolhimento institucional passou pelos processos de descentralização e municipalização do
atendimento e, à FEBEM, ficaram reservados o atendimento de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em
meio aberto e em privação de liberdade e, ainda, o atendimento em internação provisória (até 45 dias) e o atendimento
inicial, duas modalidades distintas do rol das medidas socioeducativas. E, a partir de 1996, a Febem/SP deu início, de modo
mais sistemático, ao processo de descentralização do atendimento: novas pequenas unidades foram criadas para atender ao
adolescente, o mais próximo de sua moradia. Também, empreendeu-se o processo de municipalização da política
socioeducativa em que o ente federado municipal passou a se responsabilizar pela execução das medidas em meio aberto –
47
Prestação de Serviços à Comunidade e Liberdade Assistida. Os programas e/ou serviços socioeducativos eram realizados pela
gestão municipal, direta e/ou indiretamente, em convênio com organizações da sociedade civil. À Febem/SP ficaram
reservados a responsabilidade do atendimento em meio fechado (Semiliberdade e Internação) e, ainda, a internação
Provisória e o Atendimento Inicial.
A partir de 2005, outra reestruturação do sistema paulista socioeducativo foi buscada, considerando-se as bases legais
e institucionais em vigor, como o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), a aprovação dos Parâmetros
Pedagógicos e Arquitetônicos do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (2006) e a criação do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS (2011). Em 2006, a Febem/SP, diante desse reordenamento institucional, teve nova nomenclatura,
Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação CASA). Em 2005, 82% dos adolescentes paulistas
estavam cumprindo medidas socioeducativas em grandes complexos da capital e, com a descentralização, cerca de 44%
estavam no interior e 38%, na capital e os demais, distribuídos na grande São Paulo (12%) e no litoral (5%). Em 2009, foi
assinado protocolo de intenção entre a Fundação CASA e a Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social de
São Paulo (SEADS), visando à “passagem da coordenação da Fundação CASA para a SEADS, a partir de 01 de julho de 2009”,
da “transição do programa de atendimento das medidas socioeducativas em meio aberto”. E a resolução nº 14/2009 da
SEADS definiu procedimentos para o cofinanciamento das medidas socioeducativas em meio aberto, consignado no Fundo
Estadual de Assistência Social - FEAS (São Paulo, PEASE, 2014, p. 25).
Ao final do cumprimento desta primeira etapa do processo, iniciou-se o ano de 2010 a municipalização das medidassocioeducativas em meio aberto em todo o Estado de São Paulo, passando a sua coordenação para a SEADS e aexecução por cada município envolvido. A partir desta data, caracterizaram o atendimento em meio fechado sob acoordenação da Fundação CASA e o atendimento em meio aberto sob a coordenação da SEADS (São Paulo, PEASE,2014, p. 25).
48
Segundo análise apresentada no documento público Plano Estadual Decenal de Atendimento Socioeducativo de São
Paulo (PEASE), a ruptura de um modelo a outro, ou seja, da doutrina da situação irregular para a doutrina da proteção
integral, “não se apresentou de forma tranquila ao perceber as situações de violações expostas na história recente do sistema
socioeducativo” e, no período de 2003 a 2013 foram notificadas 224 rebeliões de adolescentes, em seu interior (São Paulo,
PEASE, 2014, p. 24).
Incidência da legislação municipal e documentos sobre a política de direitos
Sobre os marcos regulatórios e institucionais que incidem sobre a política de garantia dos direitos da criança e do
adolescente de Jacareí/SP, cabe destaque para a criação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
(CMDCA), Conselho Tutelar (CT) e Fundo da Infância e Adolescência (FIA) em 1991, pela Lei Municipal n. 3.091, de 19 de
dezembro de 1991, alterada pela Lei n. 4.418, de 27 de Dezembro de 2000, com ampla discussão local, entre os anos 1988 e
1989, em que os debates para a regulamentação dos art. 204, 227 e 228 da Constituição da República (1988) eram
realizados em todo o país. Em 2000, há o decreto-lei nº 4.410/2000, que fez alterações na lei de criação do CMDCA, CT e FIA.
Outro decreto para a garantia dos direitos da criança e do adolescente é o de nº 2.499, de 12/09/2013, que constituiu a
Comissão Municipal de Acompanhamento e Avaliação do Programa Prefeito Amigo da Criança (PPAC), com alterações pelo
decreto nº 2.752, de 27/02/2014.
Do mesmo modo, o Poder Público municipal instituiu os Conselhos das Políticas Setoriais, criados os sistemas de
atendimento e mantidos programas, projetos, serviços e benefícios relacionados aos direitos fundamentais da população
infanto-juvenil. Também há toda uma rede de proteção social mobilizada na atenção dos direitos da criança e do adolescente
bem como no acompanhamento e monitoramento das ações públicas.
49
Sobre a política socioeducativa, o município é o responsável pela execução direta dos programas e/ou serviços
socioeducativos aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)
e de Liberdade Assistida (LA), na política de Assistência Social, por meio do CREAS, desde 2006
(www.casa.sp.gov.br/site/noticias.php?cod=346). Os programas e/ou serviços socioeducativos são realizados diretamente
pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), vinculado à política de assistência social. E há uma
rede de entidades e serviços, denominada de Rede Acolhedora, em que os adolescentes em cumprimento de medida de PSC
prestam serviços à comunidade, recebem orientação e acompanhamento por parte de técnicos e educadores sociais, visando
à qualidade do atendimento, à não quebra de medida e mesmo à não reincidência no cometimento de ao infracional. O
município conta ainda com o atendimento descentralizado da Fundação CASA na atenção ao adolescente em medidas de
privação de liberdade, desde quando foi criada a Unidade Jacareí, em 2007, com capacidade para 56 vagas.
Antes disso, a lei nº 4.242 de 18/10/1999 autorizou “o Executivo Municipal a celebrar convênio com a Febem/SP,
objetivando a implantação de um programa de atendimento das medidas socioeducativas, prestação de serviços e
semiliberdade da Comarca de Jacareí”. A lei nº 4.306, de 10/04/2000, alterou parte das cláusulas desse convênio, a saber: no
art. 1º, cláusula quarta, das Obrigações do Município, em “colocar à disposição do programa das medidas sócio-educativas
um profissional da área técnica para acompanhar a execução do Programa (4.1.12) e gerenciar, administrar e acompanhar
todos os adolescentes inseridos nas medidas sócio-educativas conforme descrito no item anterior, cumprindo o preconizado
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (4.1.13)”; e, no art. 2º, “executar, através da Secretaria do Bem-Estar Social, o
objeto do presente Convênio rigorosamente de acordo com o ECA e o PLANO DE TRABALHO apresentado, observando sua
capacidade física e técnica (4.1.3)”, dentre outras disposições (http://camara-municipal-de-
jacarei.jusbrasil.com.br/legislacao/651304/lei-4306-00).
Para a elaboração do Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo (PMASE) foi constituída, pelo
decreto/portaria nº 2500, de 12 de setembro de 2013, a Comissão Municipal Intersetorial, composta por 20 representantes de
50
diferentes setores das políticas setoriais, de conselhos e outros órgãos, sob a coordenação da política de assistência social,
por meio do CREAS, responsável pela execução das medidas socioeducativas. A sociedade local, com diferentes
representantes da sociedade civil, do sistema de Justiça, da Fundação CASA (Jacareí), dos movimentos sociais, instituiu, de
modo independente e autônomo, a Comissão Municipal Ampliada, para o acompanhamento de todo o processo de consulta e
escuta no método de elaboração do PMASE e, também, para a sua participação nas oficinas e encontros, indicando as
sugestões para o período de 2015-2024.
51
POLÍTICA SOCIOEDUCATIVA AO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI
Ato infracional
A definição de ato infracional é descrita na legislação brasileira e, em especial no art. 103 do ECA (1990), como a
“conduta descrita como crime ou contravenção penal”. A idade mínima de responsabilização penal estabelecida é aos 18
anos de idade (art. 228, CF, 1988); antes dessa idade, o grupo etário crianças e adolescentes está sujeito às medidas
previstas no ECA (1990), do seguinte modo: antes de 12 anos de idade, medidas de proteção previstas no art. 101, e, aos
adolescentes, entre 12 e 18 anos, medidas socioeducativas (art. 112).
O tratamento diferenciado dos adultos dá-se em razão da condição de sujeito do adolescente que se encontra numa
circunstância peculiar ou especial de pessoa em desenvolvimento (art. 6º, ECA); contudo, os que cometem atos infracionais
são responsabilizados por sua prática ilícita. É preciso verificar que “os atos infracionais praticados por adolescentes resultam
de um processo complexo e que sua prática não conta com causas mensuráveis singularmente ou isoladas do contexto onde
os fatos ocorrem” (COSTA, et al, 2014, p.38). E, atentando-se para os dados do perfil e trajetória dos adolescentes em conflito
com a lei pelo sistema de garantia de direitos e para uma série de situações e/ou fatores desencadeados, em parte, pelas
práticas delituosas, o papel da família, da sociedade e do Estado precisa ser considerado quando da aplicação de uma medida
socioeducativa. Após apurado o fato e garantida a defesa técnica, cabe ao juiz aplicar a medida socioeducativa conveniente;
e a medida mais adequada será aquela que melhor responder às necessidades do adolescente e sua capacidade de cumpri-la
(art. 112) - e considerar, ainda, a proporcionalidade em relação ao ato cometido e o envolvimento do adolescente na prática
de delitos (art. 122, parágrafo 2º).
52
Art. 112 – Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente asseguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internato em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI (BRASIL, ECA, 1990).
O atual modelo de responsabilização especial para os adolescentes “contempla sanções específicas e reconhece em
seus destinatários uma capacidade de responder pelos atos praticados, de acordo com a sua etapa de desenvolvimento” e,
também, considera o conteúdo predominantemente pedagógico, em razão de sua condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento. A aplicação de uma medida socioeducativa pode ser vista como uma possibilidade de o adolescente
contribuir na organização de seus referenciais de convivência social: “nessa direção, vê-se que a responsabilização dos
adolescentes faz parte da dimensão educativa das medidas socioeducativas, as quais devem propiciar, tanto quanto possível,
a apropriação da própria realidade pessoal e social” (COSTA, et al, 2014, p.39-41).
Sobre o entendimento das medidas socioeducativas, estabelece a lei nº 12.594/12:
Art. 1º
(...)
53
Parágrafo 2º Entendem-se por medidas socioeducativas as previstas no art. 112 da Lei nº 8.069/90, de 13 de julhode 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), as quais têm por objetivos:
I . a responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas do ato infracional, sempre que possívelincentivando a sua reparação;
II. integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e sociais, por meio do cumprimento deseu plano individual de atendimento; e
III. desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como parâmetro máximo deprivação de liberdade ou restrição de direitos, observados os limites previstos em lei (BRASIL, Sinase, 2012).
Esse é o espírito das leis e dos marcos regulatórios: Constituição da República, Tratados Internacionais da ONU, ECA,
SINASE (Lei Federal nº 12.594/12). A própria lei (nº 12.594/12), ao instituir o “Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (SINASE) e regulamentar a execução das medidas destinadas a adolescente que pratique ato infracional” (art.
1º) para a sua implementação no território nacional, baseia-se nos princípios da doutrina da proteção integral (um conjunto
de direitos sem qualquer tipo de discricionariedade), na incompletude institucional da gestão da política socioeducativa e, por
extensão, na organização dos programas e/ou serviços de execução das medidas.
E, considerando-se o Sinase, um subsistema do SGDCA, há a necessidade de ações públicas articuladas
interinstitucionais e intersetoriais e, ainda, olhar interdisciplinar no trato do adolescente.
Art. 1º
(...)
Parágrafo 1º Entende-se por Sinase o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem aexecução de medidas socioeducativas, incluindo-se nele, por adesão, os sistemas estaduais, distrital emunicipais, bem como todos os planos, políticas e programas específicos de atendimento a adolescenteem conflito com a lei (BRASIL, SINASE, 2012).
54
As leis por si só não mudam a realidade sobre a garantia dos direitos de crianças e adolescentes; contudo, numa
sociedade que ainda tem muitas conquistas para ser alcançadas, elas são o norte na busca pela efetivação da cidadania
plena desse grupo etário. As estruturas das políticas têm sido possíveis, não em quantidade e nem em qualidade, graças ao
novo ordenamento jurídico legal e institucional, advindo após a Carta Magna de 1988, e à adoção, pelo Brasil, da doutrina da
proteção integral, presente no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 e da própria lei de regulamentação das medidas
socioeducativas, a de nº 12.594, de 2012. Os Planos Decenais de Atendimento Socioeducativo, construídos e implementados
de modo articulado pelos três âmbitos da esfera pública, podem colaborar para diminuir a distância entre o plano legal e a
realidade vivenciada pelo adolescente em conflito com a lei.
Política socioeducativa
A política pública socioeducativa é aquela voltada ao adolescente em conflito com a lei que, por decisão judicial e após
o devido processo legal, deve cumpri-la no interior do sistema de atendimento socioeducativo. Adolescente em conflito com a
lei é entendido como a pessoa que tem relação com o sistema de Justiça na aplicação de decisão judicial e com o Executivo
na apuração do ato e execução da medida socioeducativa. As medidas têm caráter restritivo de liberdade (Prestação de
Serviços à Comunidade e Liberdade Assistida) e privativo de liberdade (Semiliberdade e Internação), além de outras6 (BRASIL,
ECA, 1990).
6 Art. 112 – Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I. Advertência; II. Obrigação de reparação do dano; III. Prestação de Serviços à Comunidade; IV. Liberdade Assistida; V. Inserção em regime de Semiliberdade. VI. Internação em estabelecimento educacional; VII. Qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI (BRASIL, ECA, 1990).
55
Na aplicação de uma medida socioeducativa é preciso considerar a capacidade do adolescente em cumpri-la, levando-
se em conta o princípio da dignidade humana e o respeito à sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, a
brevidade de tempo para o cumprimento da medida, a natureza dos regimes de atendimento, o caráter de responsabilização
e de não punição do envolvido nos espaços dos programas socioeducativos. As medidas possuem dupla dimensão:
contemplam sanções específicas (privação e restritivas de direitos) e conteúdo pedagógico (na sua execução), considerando-
se que o sujeito adolescente encontra-se em situação peculiar de desenvolvimento.
No caso da privação de liberdade de adolescentes, o Estado brasileiro é o responsável principal por sua tutela e por
isso é impedido constitucionalmente de transferi-la a outro tipo de iniciativa. E, no caso do meio aberto, o acompanhamento é
notadamente realizado pelos Centros de Referência Especializados da Assistência Social (CREAS), vinculados à Política de
Assistência Social, e, ainda, por entidades da sociedade civil desde que tenham os programas e/ou serviços inscritos e
cadastrados no CMDCA e mediante convênio com o órgão público responsável pela execução da política socioeducativa no
município.
A política socioeducativa é concebida transversalmente e, por isso, depende, para a sua execução, das demais políticas
públicas. Ela integra o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) de modo interinstitucional (os
Poderes Judicial, Legislativo e Executivo), intersetorial (educação, saúde, assistência social, esporte, cultura, lazer, trabalho,
moradia) e, por decorrência, as práticas têm caráter interdisciplinar. E, enquanto modelo sistêmico de atendimento, a
execução das medidas socioeducativas é de responsabilidade dos três entes federados com funções normativas, executivas,
avaliativas e controle, com competências específicas. O ente federado estadual é o responsável pela criação e manutenção
de programas socioeducativos de privação de liberdade (Internação, Semiliberdade) e ainda nas modalidades de Internação
Provisória (acautelamento judicial) e Atendimento Inicial, que não correspondem ao rol das medidas socioeducativas; e o
municipal, pelos programas e/ou serviços em meio aberto (Prestação de Serviços à Comunidade e Liberdade Assistida).
56
Tendo em vista os diferentes e complexos contextos - compreensão do fenômeno, julgamento do fato, aplicação de
decisão legal, encaminhamento do envolvido ao sistema de atendimento, definição da política de direitos humanos, de planos
decenais da política socioeducativa, de projeto político-pedagógico e de plano individual de atendimento, elaboração de
relatórios de acompanhamento, participação dos envolvidos e equipes técnicas em audiências, organização do trabalho em
rede -, é importante que os envolvidos (profissionais e instituições) ligados à política socioeducativa conheçam e possam
manejar com maestria as diferentes bases teóricas bem como o conhecimento sobre as práticas para que a atenção ao
sujeito-adolescente seja amparada no rigor da ciência (PEREIRA, 2014). Contudo, não é tarefa fácil buscar essa construção
em que se conjugam vários saberes e práticas sobre o adolescente e as diferentes institucionalidades do SGDCA, em especial,
aquelas presentes nos processos de apuração, aplicação e execução de medidas socioeducativas. E, mais, está-se tratando
de algo muito complexo, considerando-se as contradições presentes no espaço-tempo-metodologias (idade do adolescente,
tempo de medida e estratégias de atendimento, protagonismo juvenil, diferentes modalidades de medida para diferentes
tipologias de ato infracional ou contravenção penal). Na verdade, essa questão se situa no tempo do presente e, por isso
mesmo, está à espera de tradução e experimentação, pois as lições do passado, sob o jugo da doutrina da situação irregular
(Códigos de Menores), ainda se encontram presentes nos tempos de hoje, inclusive, na aplicação das medidas
socioeducativas.
É importante mencionar que, na constituição da política socioeducativa, as bases teóricas e metodológicas
consideradas são as que se encontram mais próximas da constituição de um campo investigativo específico – o campo
socioeducativo -, situadas a partir do século XX e com a adoção de uma legislação de direitos humanos da criança e do
adolescente, fundada no Brasil no último quartil do referido século. Há uma considerável produção sobre o fenômeno
adolescência e conflitualidade que serve de guia na concepção da política socioeducativa, e, notadamente, no “chão” dessa
política há uma série de produções (bibliográficas, técnicas, relatórios de práticas, avaliações) que se encontram registradas
por várias instituições do SGDCA e mesmo da academia (PEREIRA, 2014).
57
A definição de uma política enquanto pública implica a compreensão do contexto socioeconômico e cultural no qual a
política socioeducativa deva ser inserida. A análise de cenário (ou diagnóstica) é relevante não só para se avaliar o grau de
sua justeza e impacto para os destinatários e a sociedade, de modo geral, mas, principalmente, para a identificação das
potencialidades, limites e impasses na escolha de seu formato, elenco de prioridades e estratégias de efetivação. O caso da
política socioeducativa não é diferente porque sua natureza transversal permeia as demais políticas públicas, exigindo maior
cuidado no manejo dos processos de definição, de acompanhamento, de avaliação e de controle social.
O diálogo entre as institucionalidades em seu âmbito, Conselhos de Direitos, é fundamental para que a política se
estabeleça e se universalize na real garantia dos interesses do adolescente, conforme os princípios adotados nas disposições
preliminares do ECA7. Nesse sentido, os aspectos intersetorial, interinstitucional e interdisciplinar devem ser observados
nesse processo, uma vez que, na interpretação da lei especial, devem ser levados em consideração “os fins sociais a que ela
se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos e a condição peculiar da criança e do
adolescente como pessoas em desenvolvimento” (art. 6º). E, ao ratificar o preceito constitucional contido no art. 227 da Carta
Magna (1988), o Estatuto (1990) amplia a noção de dever para com os direitos da criança e do adolescente quando
estabelece ser “dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta
prioridade”, a efetivação de uma série de direitos e, dentre eles, “o direito à vida, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária” (art. 4º).
7 Art. 1º “Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”; Art. 3º “A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana”; Art. 5º “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão” (BRASIL, ECA, 1990).
58
O desenho da gestão da política socioeducativa encontra-se disposto no art. 86 do ECA8 e sua realização será feita “por
meio de um conjunto articulado de ações” nas três esferas da administração pública (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) e também pelas ações governamentais e não governamentais e “proteção jurídico-social por entidades de defesa
dos direitos da criança e do adolescente” (Art. 87). Sua elaboração, democrática e participativa, encontra respaldo no art. 204
da CF que trata da mobilização da opinião pública para a participação nos espaços de formulação, de gestão e do controle da
política de direitos. E, enquanto diretrizes, deve considerar, no escopo de competências ou responsabilidades, segundo o art.
88 do ECA, o primado da municipalização do atendimento; a criação das institucionalidades democráticas (Conselhos de
Direitos, Conselhos Tutelares, Fundos da Infância e da Adolescência); a criação e manutenção de programas específicos,
observada a descentralização político-administrativa; e, sobre a política socioeducativa, a integração operacional de órgãos
do sistema de Justiça e Executivo para agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribui autoria de ato
infracional.
Apesar de alguns esforços do SGDCA, constata-se ausência de indicadores para avaliação da execução da política
socioeducativa, dos processos de apuração do ato infracional e mesmo da aplicação de medida socioeducativa, da articulação
dos poderes (Legislativo, Executivo, Judiciário) em termos do financiamento e, sobretudo, do Orçamento Criança-Adolescente
(OCA). Pode-se verificar que, nessas duas décadas de vigência de uma plataforma de direitos, o Estado brasileiro ainda se
encontra em processo de reordenação de suas instituições no intuito de uma gestão da política socioeducativa enquanto
sistema. O SINASE se constitui em um subsistema no interior do SGDCA e, como tal, “tem interfaces com diferentes sistemas
e políticas e exige atuação diferenciada que coadune responsabilização (com a necessária limitação de direitos determinada
8 A política de direitos deve ser realizada “através de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios” (art. 86, ECA) e as linhas de ação dessa política passam pela garantia de: “a) políticas sociais básicas; b) políticas e programas de assistência social; c) serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus tratos, exploração, abuso; d) serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; e) serviço de proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos (art. 87) (BRASIL, ECA, 1990).
59
por lei e aplicada por sentença) e satisfação de direitos” (BRASIL, CONANDA, SINASE, 2006, p. 23). E, enquanto lei federal nº
12.593/12 que o instituiu como “o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a execução das medidas
socioeducativas”, tendo por finalidade “ordenar cada uma das atribuições legais que se destinem à efetivação das
determinações judiciais relativas à responsabilização diferenciada do adolescente a quem se atribua a prática de ação
conflitante com a lei” (BRASIL, SINASE, arts. 1º e 2º, 2012), especificou as orientações em torno da elaboração dos planos, da
organização de um sistema de informações e da avaliação da política socioeducativa (RAMIDOFF, 2012).
A partir dos objetivos das medidas socioeducativas, expressos no parágrafo 2º do art. 1º do Sinase (2012) quanto aos
aspectos da responsabilização, da integração social e da desaprovação da conduta infracional, pode ser definida a
operacionalização da política socioeducativa para que o adolescente cumpra devidamente a medida socioeducativa aplicada,
de acordo com o seguinte desenho: programas e/ou serviços de atendimento (a organização e funcionamento, por unidade, e
das condições necessárias para o cumprimento da medida); por unidade (a base física para organização e funcionamento de
programa de atendimento); e por entidade de atendimento (a pessoa jurídica de direito público ou privado que instala e
mantém a unidade de atendimento, com recursos humanos e materiais), segundo o art. 1º, parágrafos 3º, 4º e 5º,
respectivamente.
Cabe ressaltar que a atenção ao adolescente em cumprimento de medida socioeducativa é incompleta, pois depende
de uma série de políticas (programas e/ou serviços, projetos, benefícios) para a sua realização. Tendo em vista a natureza
transversal da política de direitos, a incompletude institucional é a sua marca (princípio) e depende, por isso mesmo, da
indispensável articulação das várias áreas para maior efetividade e eficiência da política socioeducativa. A própria resolução
nº 119 do CONANDA que instituiu os parâmetros pedagógicos e arquitetônicos do SINASE explicita que
Os órgãos deliberativos e gestores do SINASE são articuladores das diferentes áreas da política social. Neste papelde articulador, a incompletude institucional é um princípio fundamental norteador de todo o direito da adolescênciaque deve permear a prática dos programas socioeducativos e da rede de serviços. Demanda a efetiva participação
60
dos sistemas e políticas de educação, saúde, trabalho, previdência social, assistência social, cultura, esporte, lazer.Segurança pública, entre outras, para a efetivação da doutrina da proteção integral de que são destinatários todosos adolescentes (BRASIL, CONANDA, SINASE, 2066, p. 23).
Os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, pela sua natureza e competência, têm papel central de
articulação do Sinase com os demais sistemas de outras políticas sociais e, por isso, devem se fortalecer enquanto espaços
de formulação, deliberação e controle da política de direitos, especialmente entre si, com os Conselhos de Direitos, em
âmbitos nacional e estadual; agir articuladamente nos três âmbitos da esfera pública com as demais políticas e conselhos;
informar e mobilizar a sociedade em torno dos reais interesses da população infanto-juvenil (COSTA, 2006). Limites e
impactos aparecerão na mobilização e articulação por uma nova cultura de direitos e, principalmente, na avaliação e da
política de direitos e em sua incidência sobre a política socioeducativa.
Os princípios, normas e diretrizes que regem a política socioeducativa têm ações que devem ser promovidas pelo Poder
Público e articuladas pelas três esferas públicas (União, Estados, Municípios), pelos poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário) e, ainda, pela sociedade civil, representada nos Conselhos de Direitos. As competências entre os três âmbitos são
definidas de modo que cada um deles possa arcar com sua responsabilidade no interesse superior do adolescente a quem se
atribuam autoria de ato infracional e aplicação de medida socioeducativa. O desenho das competências da gestão da política
socioeducativa, expresso no Sinase (2012), nos artigos 3º, referente à União; 4º, aos Estados; e 5º, aos municípios, numa
síntese, tem a seguinte apresentação:
Quadro 3 – Competências dos entes federados na gestão da política socioeducativa.
Federal <> formular e coordenar a efetivação da política nacional deatendimento;<> elaborar o Plano Nacional Decenal de Atendimento Socioeducativopara a devida integração e articulação da política e respectivo
Conanda<> Atribuições legais de natureza normativa,deliberativa, avaliativa e de controle do SistemaNacional de Atendimento Socioeducativo.
61
sistema;<> prestar assistência técnica e de suplementação financeira(orçamentária) aos sistemas estaduais e municipais; <> instituir o sistema nacional de informação do atendimentosocioeducativo, com a adesão dos sistemas estaduais e municipais; <> definir programa de formação continuada dos profissionais dosistema socioeducativo (nacional, estaduais e municipais) e atores doSGDCA e implementar e manter a Escola Sinase; <> acompanhar o desenvolvimento da política socioeducativa (planos,programas, unidades de atendimento, formação continuada dosoperadores e/ou socioeducadores, cofinanciamento dos sistemasestaduais e municipais e financiamento do próprio Sinase).
Estadual <> formular e coordenar a efetivação da política estadual deatendimento;<> elaborar o Plano Estadual Decenal Atendimento Socioeducativo; <> prestar assistência técnica e de suplementação financeira(orçamentária) ao próprio sistema estadual de atendimento e aossistemas municipais; <> instituir o sistema estadual de informação do atendimentosocioeducativo, com a adesão do sistema municipal e articulação aosistema nacional; <> definir programa de formação continuada dos profissionais dosistema socioeducativo (estadual e municipal) e atores do SGDCA eem articulação com as Escolas Sinase; <> acompanhar o desenvolvimento da política socioeducativa (planos,programas, unidades de atendimento, formação continuada dosoperadores e/ou socioeducadores); <> estabelecer previsão orçamentária e repasse de verbas (recursospúblicos) aos sistemas municipais socioeducativos para financiamentodos programas ou serviços socioeducativos e manutenção do SistemaEstadual de Atendimento Socioeducativo; <> criar e manter os programas ou serviços socioeducativos deprivação de liberdade (Internação, Semiliberdade) e ainda asmodalidades de Internação Provisória e Atendimento Inicial eprogramas para o egresso;
Condeca<> Atribuições deliberativas e de controle dosrespectivos sistemas estaduais de atendimentosocioeducativo e deliberação sobre o respectivo PlanoEstadual de Atendimento Socioeducativo e decontrole do Sistema Estadual de AtendimentoSocioeducativo.
62
<> organizar a ação socioeducativa, contemplando a matricialidadefamiliar;<> articular com o sistema municipal de atendimento socioeducativo,tendo em vista que o adolescente poderá transitar em várias medidasdurante o cumprimento da decisão judicial;<> adotar providências legais que assegurem as garantiasfundamentais da ampla defesa, do contraditório e do devido processolegal ao adolescente a quem se atribua a autoria de ato infracional.
Municipal <> formular e coordenar a efetivação da política municipalsocioeducativa;<> elaborar o Plano Municipal Decenal de AtendimentoSocioeducativo;<> prestar assistência técnica e financeira (orçamentária) ao sistemamunicipal de atendimento socioeducativo;<> instituir o sistema municipal de informação do atendimentosocioeducativo, com a adesão ao sistema estadual e nacional;<> definir programa de formação continuada dos profissionais dosistema municipal socioeducativo e atores do SGDCA e em articulaçãocom as Escolas Sinase; <> estabelecer previsão orçamentária e repasse de verbas (recursospúblicos) ao sistema municipal socioeducativo para financiamento dosprogramas e/ou serviços socioeducativos em meio aberto (PSC e LA) emanutenção do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo; <> criar e manter os programas e/ou serviços socioeducativos derestrição de liberdade (Prestação de Serviços à Comunidade eLiberdade Assistida); <> articular com o sistema estadual de atendimento socioeducativo,tendo em vista que o adolescente poderá transitar em várias medidasdurante o cumprimento da decisão judicial;<> organizar a ação socioeducativa, contemplando a matricialidadefamiliar e organizar programa para o egresso; <> articular com o SGDCA para que as garantias fundamentais daampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, no caso doadolescente a quem se atribua a autoria de ato infracional, sejamefetivadas.
CMDCA<> Atribuições deliberativas e de controle dorespectivo sistema municipal de atendimentosocioeducativo e deliberação sobre o respectivo PlanoMunicipal de Atendimento Socioeducativo e decontrole do Sistema Municipal de AtendimentoSocioeducativo.
Fonte: CF (1988), ECA (1990), SInase (2006), lei federal nº 12.594/12 (Re-Elaboração PEREIRA, 2014).
63
A partir do exposto, é possível afiançar que, na atenção ao adolescente a quem se atribua a autoria de ato infracional,
com aplicação de medida socioeducativa e, por extensão, a existência de um subsistema organizado (Sinase), no interior de
um sistema mais amplo, o SGDCA, as bases constitutivas de uma política pública socioeducativa estão dadas (PEREIRA,
ZAMORA, ALAPANIAN, 2014). Nesse sentido, cabe destacar a análise de Cunha e Cunha (2002) na compreensão do papel
regulador do Estado em se tratando da política pública:
O Estado toma para si a responsabilidade pela formulação e execução das políticas econômica e social muitorecente diante da intensificação da questão social, após a crise econômica de 1929, e o desenvolvimento docapitalismo monopolista determinaram novas relações entre capital e trabalho e entre estes e o Estado, fazendocom que as elites econômicas admitissem os limites do mercado como regulador natural e resgatassem o papel doEstado como mediador civilizador, ou seja, com poderes políticos de interferência nas relações sociais. Nessesentido pode-se entender a política social como estratégia de intervenção e regulação do Estado no que diz respeitoà questão social (CUNHA e CUNHA, 2002, p. 11).
Ao Estado cabe “assumir as políticas públicas, observando a trajetória histórica de sua construção, incluindo as
definições quanto à sua natureza, necessidades locais, regionais, nacionais e as prioridades estabelecidas nesses processos”
(PEREIRA, 1996, p. 23), pois os direitos sociais são concretizados por meio de políticas públicas de caráter universal,
transversal ou supletivo na direção das necessidades concretas da população, pois “mediante as políticas públicas é que são
distribuídos e redistribuídos bens e serviços demandados pela sociedade em sua relação de reciprocidade e antagonismo com
o Estado” (SILVESTRE, 2010, p. 63). Nesse sentido, “as políticas públicas evidenciam interesses plurais presentes na
sociedade e são instrumentos valiosos para estimular e constituir-se em espaço de fortalecimento do processo organizativo
das classes sociais e dos diferentes grupos, camadas e “forças vivas” que se criam e recriam no decorrer da história”
(BATTINI, 1994 apud SILVESTRE, 2010, p. 63-64).
64
No caso da política socioeducativa ao adolescente em conflito com a lei, por se tratar de execução de decisão judicial,
necessariamente, seu caráter é público e estatal, em sentido amplo e estrito. A política socioeducativa pela sua
transversalidade depende da articulação entre as diferentes políticas (econômicas, sociais, culturais) e também entre as
diferentes institucionalidades que a representam e pela intersetorialidade, enquanto garantia de programas socioeducativos.
No plano institucional, a política socioeducativa deve ser garantida por um conjunto de instituições e poderes quecompõem as linhas de ação e as diretrizes de atendimento dos direitos da criança e do adolescente conformeartigos 87 e 88 do Estatuto. Esse conjunto de instituições e poderes, denominado de Sistema de Garantia deDireitos é composto pelo Poder Judiciário, Poder Executivo e Poder Legislativo (SILVESTRE. 2010, p. 64).
E, enquanto política pública, sua organização se dá por meio de planejamento, planos e projetos em que os princípios,
as diretrizes, os objetivos e normas devem estar expressos. A lei federal nº 12.594/2012, que instituiu o SINASE, elenca nos
artigos 7º e 8º a elaboração de planos de atendimento socioeducativo decenais nas três esferas da administração pública.
65
CONTEXTO DO SISTEMA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
No Brasil, a população adolescente (12 a 18 anos incompletos) soma pouco mais de 20 milhões de pessoas e, menos
de um adolescente em cada mil (0,094%) cumpre medidas socioeducativas. Em números absolutos, em 2011 havia 19.595
adolescentes cumprindo medida em meio fechado (internação e Semiliberdade) e 88.022, em meio aberto (Prestação de
Serviços à Comunidade ou Liberdade Assistida).
Os dados das fontes oficiais indicam que aumentou a taxa de restrição e privação de liberdade passando de 4,5% em
2010 para 10,6%, em 2011 como também cresceram os atos infracionais relacionados ao tráfico de drogas, de 7,5% em 2010
para 26,6% em 2011. Tais dados indicam, por um lado, que os principais motivos de internação estão diretamente
relacionados à vulnerabilidade social a que estão expostos os adolescentes e, por outro, deixam claro que os atos cometidos
não são contra vida (BRASIL, SNPDCA/SDH-PR, 2012, Levantamento Anual da Coordenação Geral do SINASE).
Para o atendimento ao adolescente em privação de liberdade existiam 448 unidades socioeducativas no país,
das quais 286 possuem destinação exclusiva a um único programa (63,8%) e 162 mistas (36,2%), que envolvem mais de um
programa de atendimento. Quanto à destinação por gênero, 77% (346) das instituições são exclusivamente masculinas, 54
exclusivamente femininas e 48 são instituições mistas. Do total de unidades, 263 (58.7%) têm destinação específica de faixa
etária e 185 não têm faixa etária especificada (BRASIL, SNPDCA/SDH-PR, 2012, Levantamento Anual da Coordenação Geral do
SINASE).
O estado de São Paulo concentrava 136 unidades (30% do total nacional) (BRASIL, SNPDCA/SDH-PR, 2012,
Levantamento Anual da Coordenação Geral do SINASE); e, em 2014, 149 Centros de Atendimento, sendo que os Centros de
Internação foi o modelo que mais foi implementado passando de 41 para 56 correspondendo a mais de 36% de
66
implementação . (SÃO PAULO: Fundação CASA, DT/NUPRIE, 12/08/2014, apud PEASE/SP, 2014). E, os dados disponíveis
indicam que a Capital (São Paulo) lidera o ranking de Divisões Administrativas que atendem adolescentes em medida
socioeducativa com 33,4%; em seguida, vem a região metropolitana com 15,2% em 2013 e, em terceiro lugar, a divisão
administrativa de Campinas com 12,1% no mesmo ano.
No município de Jacareí/SP, 01 (um) Centro de Atendimento Socioeducativo (Unidade de privação de liberdade) de
responsabilidade da Fundação CASA (SÃO PAULO: Fundação CASA, DT/NUPRIE, 12/08/2014, apud PEASE/SP, 2014). E, segundo
o Número de adolescentes, provenientes do meio externo, segundo Município de Residência (2006 a 2013), no caso
Jacareí/SP, dados da Fundação CASA/NUPRIE (2014) sobre o atendimento de adolescentes em privação de liberdade indicam o
seguinte:
Quadro 4 - Número de adolescentes, provenientes do meio externo, segundo Município de Residência (2006 a 2013)
Jacareí/SP
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 201319 90 102 121 168 178 168 119Fonte: Fundação CASA/NUPRIE apud PEASE, 2014.
O ato infracional tipificado como tráfico de drogas assume o primeiro lugar dentre os demais atos desde 2010, com
46% em segundo lugar vem o roubo qualificado com 41% e, em terceiro lugar, embora não se configure como ato infracional,
vem a “quebra de medida” (descumprimento da medida imposta) com 4,5% em 2013 e, os dados revelam que, em grande
número por quebra da medida de Semiliberdade. Para o atendimento desta população a Fundação CASA saltou do total de 95
Centros em 2006 para 148 Centros em 2013, sendo que os Centros de Internação foi o modelo que mais foi implementado
passando de 41 para 56 correspondendo a mais de 36% de implementação.
67
Nos anos de 2009 a 2011, os dados sobre a proporção de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em
privação de liberdade (meio fechado) e em restrição de liberdade (meio aberto), no território nacional, são os seguintes:
Quadro 5: Atendimento Nacional Socioeducativo – Privação e Liberdade e Meio Aberto: Anos – 2009 - 2011
Ano Privação de liberdade(meio fechado)
Restrição de liberdade(meio aberto)
Proporção
2009* 16.940 40.657 1 para 2,4
2010* 17.703 69.650 1 para 3,9
2011 19.595* 88.075* 1 para 4,5
*Fonte: Levantamento Nacional 2011 - Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei.Brasília: SDH/PR, 2012. ; ** Fonte: Censo SUAS/MDS, 2012.
O Serviço de Proteção Social à Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa em Meio Aberto (Liberdade
Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade) foi tipificado pela Resolução nº 109/09 do Conselho Nacional de Assistência
Social (CNAS) como serviço de responsabilidade do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). O
CREAS é uma unidade pública estatal de atendimento e referência para o acompanhamento especializado à famílias e
indivíduos em situação de violação de direitos, assim como adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em
meio aberto. A política de Assistência Social incorporou em suas ações, através do CREAS, o atendimento aos adolescentes
em cumprimento das medidas de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e de Liberdade Assistida (LA). De acordo com o
Censo SUAS/CREAS, de 2012, de um total de 2.167 CREAS, 1.561 (72%) informaram ofertar o serviço de medida
socioeducativa em Meio Aberto (PSC e LA) e, segundo dados do Censo SUAS 2012 e do Levantamento Nacional de 2011,
realizado pela SDH/PR, há 01 (um) adolescente privado de liberdade para cada 4,5 cumprindo medida socioeducativa no meio
aberto (PSC e LA).
68
Os programas em Meio Aberto foram significativamente ampliados em 2010: de 40.657 adolescentes atendidos em
2009 para 88.075 em 2011, fruto da Resolução nº 7, da Comissão Intersetorial Tripartite (CIT) em que foi possível promover
uma expansão da oferta do programa e/ou serviço de medidas socioeducativas em meio aberto no Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), passando de 388 para 903 o número de municípios com cofinanciamento federal. (BRASIL,
Levantamento Nacional 2011 - Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Conflito com a Lei. Brasília: SDH/PR, 2012;
Censo SUAS/MDS, 2012).
No estado de São Paulo, os dados contidos na previsão de atendimento nos planos municipais de assistência social
elaborados no período de 2011 a 2014, apresentavam o seguinte quadro sobre a quantidade de programas e/ou serviços em
meio aberto: Liberdade Assistida (LA): 572 (2011), 601 (2012), 666 (2013), 656 (2014) e Prestação de Serviços à Comunidade
(PSC): 452 (2011), 445 (2012), 550 (2013), 573 (2014) (Fonte: PMAS/WEB, 2014 apud PEASE/SP, 2014).
A leitura de contexto ou de cenário sobre o sistema municipal de atendimento socioeducativo consiste na descrição e
análise de determinadas situações sobre a realidade do adolescente em conflito com a lei e a gestão dos programas e/ou
serviços socioeducativos em meio aberto de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e de Liberdade Assistida (LA), de
competência do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
Para a elaboração PMASE de Jacareí/SP foram apresentados dados levantados pela equipe do CREAS e atualizado em
diversos encontros de debate e definição das prioridades e, contou especialmente, com a colaboração do Sistema de Justiça.
A atualização dos mesmos ocorre anualmente; contudo, considerando a vigência decenal, a metodologia de coleta deve ser
aperfeiçoada e, relacionada aos dados estaduais, regionais (municípios do entorno de Jacareí) e nacional, para melhor análise
do atendimento.
Sobre a gestão do atendimento dos programas e/ou serviços de PSC e LA
69
O órgão responsável pela execução direta das medidas socioeducativas aplicadas ao adolescente em meio aberto de
Jacareí/SP, é o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), equipamento governamental, o qual compõe
os Serviços da Proteção Social Especial da Secretaria de Assistência Social do município de Jacareí. Através do Serviço de
Proteção Social de Adolescentes em cumprimento de Medida Socioeducativa de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e
Liberdade Assistida (LA), é que o processo de socioeducação é desenvolvido.
O CREAS ainda não utiliza das metodologias de autocomposição de conflitos e/ou práticas restaurativas. A metodologia
de ação educativa (socioeducação) está pautada no Plano de Trabalho e no Guia de Orientações Técnicas do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (disponível no site www.mds.gov.br) que, deverá resultar na elaboração e
aprovação do Projeto Político Pedagógico.
Os programas e/serviços socioeducativos de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e de Liberdade Assistida (LA)
têm por finalidade prover atenções socioassistenciais e acompanhamento de adolescentes em cumprimento de medidas
socioeducativas restritivas de liberdade e, portanto, em meio aberto, definidas pela justiça, após o devido processo legal.
Toda ação socioeducativa (socioeducação) desenvolvida pela equipe do CREAS deve contribuir para o acesso a direitos e para
a (re)significação de valores na vida pessoal e social dos adolescentes. Também visam ao fortalecimento da família no
cuidado com seu adolescente durante e após o cumprimento de medida socioeducativa. Nesse sentido, ganha ênfase na
atenção psicossocial do adolescente a centralidade da família, considerando os diversos fatores e complexidade sociocultural
e comunitária a que está sujeita. E, por isso, as intervenções requerem atendimento especializado, sistemático e monitorado.
As ações do CREAS são norteadas pelas diretrizes da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), Norma Operacional
Básica, Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, Estatuto da Criança e Adolescente, Plano Nacional de Promoção,
Proteção e Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente à Convivência Familiar e Comunitária, SINASE (lei nº 12.594/12) e
70
SINASE – parâmetros pedagógicos e arquitetônicos (2006), tratados internacionais sobre o adolescente em conflito com a lei,
demais legislações das políticas setoriais e documentos que preconizam a proteção integral e a defesa dos direitos. Cabe
ressaltar que o CREAS fez adesão ao Portal da Fundação CASA o que colabora para manter e manejar dados e
informações sobre o atendimento ao adolescente em conflito com a lei do município.
No que se refere à proteção integral, as principais ações que constituem a socioeducação são: acolhida; escuta
qualificada; estudo social; diagnóstico socioeconômico; monitoramento e avaliação dos programas e/ou serviços; orientação e
encaminhamento para a rede de serviços locais com resolutividade; construção de plano individual de atendimento (PIA);
orientação sociofamiliar; atendimento psicossocial; referência e contra referência; informação, comunicação e defesa de
direitos; apoio à família e comunidades (convívio familiar, grupal e sócio-comunitário); acesso à documentação pessoal;
articulação da rede de serviços socioassistenciais; articulação com as demais políticas públicas setoriais e com o Sistema de
Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA); elaboração de relatórios, prontuários, pareceres.
Uma gama de ações cabe ao CREAS, considerando o rol de atribuições da assistência social como, por exemplo, a
Defesa Social e Institucional (palestras; ações de mobilização e sensibilização para enfrentamento de violações de direitos;
produção e distribuição de material socioeducativo; eventos e seminários relacionados aos temas pertinentes ao trabalho
desenvolvido) e a Vigilância Social (estudo da demanda atendida por meio de instrumentais que favoreçam obtenção de
informações, possibilitando diagnosticar o perfil das famílias e suas vulnerabilidades; registro dos atendimentos realizados em
prontuários individuais e relatórios estatísticos). Tais ações são desenvolvidas no Serviço de Proteção e Atendimento
Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) e no Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida
Socioeducativa de PSC e LA. Cada programa e/ou serviço socioeducativo (PSC e LA) tem uma equipe técnica de referência;
contudo, sempre que possível e dependendo de algumas atividades (grupos, oficinas, atividades lúdicas, cursos, palestras,
entre outras) são planejadas e realizadas entre si.
71
A ação socioeducativa tem como objetivos gerais para os programas e/ou serviços de PSC e LA:
Realizar acompanhamento social a adolescentes durante o cumprimento da medida socioeducativa de liberdadeassistida e de prestação de serviços à comunidade e sua inserção em outros serviços e programassocioassistenciais e de políticas públicas setoriais;
Criar condições para a construção/reconstrução de projetos de vida que visem à ruptura com a prática do atoinfracional;
Estabelecer contato com o adolescente a partir das possibilidades e limites do trabalho a ser desenvolvido, enormas que regulem o período de cumprimento da medida socioeducativa;
Contribuir para o estabelecimento da autoconfiança e da capacidade de reflexão sobre a construção da autonomia;
Possibilitar acessos e oportunidades para a ampliação do universo informal e cultural, e o desenvolvimento dehabilidades e competências;
Fortalecer a convivência familiar e comunitária.
E como objetivos específicos da ação socioeducativa:
Realizar atendimento psicossocial individual, familiar e em grupo;
Encaminhar famílias para a Central de Cadastro (Cad único) visando inserção em programas de transferência derenda, respeitando os critérios de elegibilidade e inserção vinculada à inclusão em serviços da assistência social;
Realizar encaminhamentos monitorados à rede de serviço, conforme as necessidades;
Articular ações intersetoriais (educação, saúde, assistência social, capacitação para o trabalho, esporte) paraatendimento ao adolescente;
Contribuir para o retorno do adolescente à unidade escolar;
72
Contribuir para a profissionalização do adolescente, ofertando cursos custeados pelo CREAS e outrosdisponibilizados na rede de atendimento, bem como através do PRONATEC;
Encaminhar o adolescente à rede de saúde, dentro da necessidade apresentada (dependência química, transtornosmentais, outras questões de saúde);
Realizar grupos socioeducativos;
Encaminhar para o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;
Promover oficinas de convivência com foco na arte-educação;
Promover atividades externas sempre na dimensão socioeducativa (passeios socioeducativos, eventos, espetáculosteatrais);
Informar ao juiz da Vara da Infância e Juventude, por meio de relatório social, o desempenho do adolescente frenteao cumprimento da medida socioeducativa.
No desenvolvimento da ação socioeducativa (socioeducação) a metodologia adotada com base nos documentos legais
e técnicos busca, no diálogo com diversos saberes constitutivos dos profissionais do CREAS (interdisciplinaridade) e ainda na
articulação com as equipes intergovernamental (Fundação CASA), intersetorial (políticas setoriais) e interinstitucional
(sistema de justiça), o aperfeiçoamento de diferentes metodologias para a melhor atenção ao adolescente em cumprimento
de medida bem como na extensão do apoio aos familiares, visando ao equilíbrio do olhar e trato ao caráter sancionatório e
educativo da medida socioeducativa. Nesse sentido, a responsabilização do adolescente no cumprimento da medida é
referenciada numa ação socioeducativa (socioeducação) que considera a ênfase na doutrina da proteção integral (um
conjunto de direitos para os adolescentes, sem qualquer traço discricionário) sob a ótica dos direitos humanos: o adolescente
é sujeito de direitos e como pessoa em situação peculiar de desenvolvimento necessita de referência, apoio e segurança.
73
As ações socioeducativas (socioeducação) voltadas ao adolescente em cumprimento de medida de LA são estruturadas
com ênfase na sua vida social (família, escola, trabalho, profissionalização e comunidade). A elaboração do Plano Individual
de Atendimento (PIA) se constitui numa importante ferramenta de acompanhamento de sua evolução pessoal e social e, por
isso, a articulação com as políticas setoriais (educação, saúde, esporte, cultura, etc.) são fundamentais para o alcance das
metas definidas e dos compromissos pactuados com todos e, em especial com o sujeito da ação (o adolescente) e sua família.
O acompanhamento psicossocial é realizado de forma sistemática, por meio de atendimento individual, familiar, de
grupo e de visitas domiciliares, acrescidas de outras estratégias definidas no PIA.
No desenvolvimento da ação socioeducativa (socioeducação) ao adolescente em PSC, o programa e/ou serviço
identifica, no município, as instituições, locais e tarefas que o adolescente possa realizar considerando a finalidade da
medida: ao prestar serviços à comunidade o adolescente possa refletir e reorientar suas atitudes em torno do bem comum,
na atenção pública ao outro. A instituição que acolhe o adolescente no cumprimento de PSC é definida como acolhedora, tem
acompanhamento referenciado pela equipe técnica do CREAS para a realização da ação socioeducativa, uma vez que, o
adolescente em PSC tem, em cada instituição acolhedora, um profissional ou socioeducador durante o período de prestação
de serviços. A medida de PSC se configura em tarefas gratuitas e de interesse geral, com jornada máxima de oito horas
semanais, sem prejuízo à escola ou ao trabalho, e de acordo com a determinação judicial. E, antes do encaminhamento do
adolescente para a instituição acolhedora passa pela equipe do CREAS para esclarecimento do que se configura a medida e a
sua responsabilidade no cumprimento da mesma e, consequentemente, a elaboração do PIA. Todo esse
acompanhamento é de responsabilidade do técnico e/ou do agente social de referência do CREAS.
A atenção técnica ao adolescente em PSC e LA é organizada e mediada pelas áreas do Serviço Social e Psicologia e,
nesse sentido, o que se busca é trabalhar a situação vivenciada, ampliando a conscientização do adolescente e de sua família
74
sobre suas potencialidades e recursos, contribuindo para a melhoria das condições de (re)construção de suas atitudes
favorecendo a (re)elaboração de seu projeto de vida (perspectiva de futuro) e de ruptura com a prática do ato infracional.
No que se refere às condições materiais dos programas e/ou serviços de PSC e LA, o CREAS, situado na Rua Doutor
Pompílio Mercadante, 598, possui: 03 três) salas para atendimento, 01 (uma) sala para a realização de grupos
socioeducativos, 02 (dois) espaços para realização de oficinas, 03 (três) salas para o trabalho técnico, 01 (uma) sala para
agentes sociais (socioeducadores) , 01 (uma) sala para setor administrativo, além de banheiros, cozinha, recepção, área
externa. Os equipamentos e recursos materiais essenciais ao desenvolvimento da ação socioeducativa (socioeducação) são
adequados: mobiliário, computadores, telefones fixos, acesso à internet, material de expediente e material didático-
pedagógico para o desenvolvimento de atividades individuais e coletivas, arquivos e armários para guarda de prontuários
físicos, em condições de segurança e sigilo, impressoras, material multimídia (TV, equipamento de som, aparelho de DVD,
máquina fotográfica, máquina copiadora, data-show e mural com informações de interesse dos atendidos). Também dispõe de
veículo para utilização pela equipe para o desenvolvimento do trabalho.
A equipe do CREAS é composta por 32 profissionais, sendo: 14 técnicos (11 assistentes sociais e 03 psicólogos), 02
agentes sociais (socioeducadores), 04 estagiários (03 de serviço social e 01 de ensino médio), 02 auxiliares de serviços
gerais, 03 administrativos e 02 auxiliar de serviços gerais e 03 motoristas. Ha ainda, a presença de 01 supervisor e 01
gerente. A equipe da MSE é constituída por 02 (duas) assistentes sociais, 02 (dois) psicólogos e 01 (um) agente social
(educador social), conforme recomendação mínima da NOB/RH SUAS na relação população atendida. Também compõe a
equipe a gerente e a supervisora do equipamento, as quais são assistentes sociais de formação com carreira na prefeitura
(concursadas). Contudo, a complexidade da ação socioeducativa impõe sempre a necessidade de se contar com equipe de
profissionais mais ampla para se garantir a interdisciplinaridade das ações, manter a qualidade do atendimento e aperfeiçoar
as metodologias de intervenção, o monitoramento e a avaliação dos programas de PSC e LA.
75
A equipe de trabalho (técnicos, educadores, gerente, supervisor, equipe administrativa e de apoio) são funcionários
públicos concursados e prestadores de serviços, com exigência em nível superior em serviço social e psicologia para os
técnicos, supervisor e gerente, sendo que o CREAS e a Secretaria de Assistência Social promovem a formação continuada,
conforme recomenda o Guia de Orientações Técnicas do CREAS, através da contratação de prestação de serviços (pessoas
físicas e jurídicas com conhecimento teórico, técnico e prático no campo socioeducativo). Em razão da complexidade das
situações atendidas no CREAS, a equipe deve ter uma qualificação técnica, reunindo um conjunto de conhecimento e
habilidades que sejam compatíveis com a natureza e com os objetivos dos programas e/ou serviços ofertados, bem como
com as atribuições pertinentes à função exercida no CREAS. Contudo, a equipe do CREAS tem acesso a capacitações, espaços
para discussões e estudos de situações, participação em Seminários, Conferências, Cursos e Palestras, entre outras
atividades que agregam conhecimentos técnicos para a qualificação da ação socioeducativa (socioeducação). Um exemplo
dessa necessidade, refere-se às práticas restaurativas, a gestão do Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo
(SIMASE), o monitoramento e avaliação da implementação do PMASE de Jacareí/SP, entre outros.
O regulamento das ações socioeducativas do CREAS é pautado pelo Guia de Orientações Técnicas: Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que destaca no Capítulo 5 as orientações sobre infraestrutura,
identificação e recursos humanos necessários para o funcionamento da unidade. O aperfeiçoamento sobre o funcionamento
dos programas e/ou serviços de PSC e LA terá destaque no PMASE de Jacareí/SP, em eixo correspondente (Eixo 2 –
Qualificação do Atendimento Socioeducativo).
Tomando o documento Guia de Orientações Guia de Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de
Assistência Social (CREAS) são atribuições das equipes:
Quadro 6 – Atribuições da equipe do CREAS
76
Coordenador(a) Articular, acompanhar e avaliar o processo de implantação do CREAS e seu (s) serviço (s),quando for o caso;
Coordenar as rotinas administrativas, os processos de trabalho e os recursos humanos da Unidade;
Participar da elaboração, acompanhamento, implementação e avaliação dos fluxos e procedimentos adotados, visandogarantir a efetivação das articulações necessárias;
Subsidiar e participar da elaboração dos mapeamentos da área de vigilância socioassistencial do órgão gestor deAssistência Social;
Coordenar a relação cotidiana entre CREAS e as unidades referenciadas ao CREAS no seu território de abrangência;
Coordenar o processo de articulação cotidiana com as demais unidades e serviços socioassistenciais, especialmente osCRAS e Serviços de Acolhimento, na sua área de abrangência;
Coordenar o processo de articulação cotidiana com as demais políticas públicas e os órgãos de defesa de direitos,recorrendo ao apoio do órgão gestor de Assistência Social, sempre que necessário;
Definir com a equipe a dinâmica e os processos de trabalho a serem desenvolvidos na Unidade;
Discutir com a equipe técnica a adoção de estratégias e ferramentas teórico-metodológicas que possam qualificar otrabalho;
Definir com a equipe os critérios de inclusão, acompanhamento e desligamento das famílias e indivíduos nos serviçosofertados no CREAS;
Coordenar o processo, com a equipe, unidades referenciadas e rede de articulação, quando for o caso, do fluxo de entrada,acolhida, acompanhamento, encaminhamento e desligamento das famílias e indivíduos no CREAS;
Coordenar a execução das ações, assegurando diálogo e possibilidades de participação dos profissionais e dos usuários;
Coordenar a oferta e o acompanhamento do (s) serviço (s), incluindo o monitoramento dos registros de informações e aavaliação das ações desenvolvidas;
Coordenar a alimentação dos registros de informação e monitorar o envio regular de informações sobre o CREAS e asunidades referenciadas, encaminhando-os ao órgão gestor;
Contribuir para a avaliação, por parte do órgão gestor, dos resultados obtidos pelo CREAS;
Participar das reuniões de planejamento promovidas pelo órgão gestor de Assistência Social e representar a Unidade emoutros espaços, quando solicitado;
Identificar as necessidades de ampliação do RH da Unidade e/ou capacitação da equipe e informar o órgão gestor deAssistência Social;
77
Coordenar os encaminhamentos à rede e seu acompanhamento.
Técnico de Nível Superior Acolhida, escuta qualificada, acompanhamento especializado e oferta de informações e orientações;
Elaboração, junto com as famílias/indivíduos, do Plano de acompanhamento Individual e/ou Familiar, considerando asespecificidades e particularidades de cada um;
Realização de acompanhamento especializado, por meio de atendimentos familiar, individuais e em grupo;
Realização de visitas domiciliares às famílias acompanhadas pelo CREAS, quando necessário;
Realização de encaminhamentos monitorados para a rede socioassistencial, demais políticas públicas setoriais e órgãos dedefesa de direito;
Trabalho em equipe interdisciplinar;
Alimentação de registros e sistemas de informação sobre as ações desenvolvidas;
Participação nas atividades de planejamento, monitoramento e avaliação dos processos de trabalho;
Participação das atividades de capacitação e formação continuada da equipe do CREAS, reuniões de equipe, estudos decasos, e demais atividades correlatas;
Participação de reuniões para avaliação das ações e resultados atingidos e para planejamento das ações a seremdesenvolvidas; para a definição de fluxos; instituição de rotina de atendimento e acompanhamento dos usuários;organização dos encaminhamentos, fluxos de informações e procedimentos.
Orientador(a) Social (agentesocial ou socioeducador)
Recepção e oferta de informações às famílias do CREAS;
Realização de busca ativa no território;
Participação das reuniões de equipe para o planejamento de atividades, avaliação de processos, fluxos de trabalho eresultados;
Participação das atividades de capacitação e formação continuada da equipe do CREAS;
Apoio nos grupos, oficinas, passeios e eventos socioeducativos, controle de frequência escolar e/ou cursos custeados peloCREAS, entrega de vales-transportes e cesta básica.
Fonte: Guia de Orientações Guia de Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)
78
Quanto à concessão de benefícios e o respectivo procedimento de aplicação, a previsão da concessãode benefícios extraordinários e enaltecimento, o CREAS oferta de Benefícios Eventuais, há a preocupação com oadolescente e família após o devido cumprimento da medida socioeducativa (pós-medida) e, para tanto, sãoestudados casos que apresentem necessidade de continuidade de uma ação protetiva e, são encaminhados aosserviços do CRAS (PAIF), CREAS (PAEFI) e/ou Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, bem como nosequipamentos de saúde (CAPS - AD, CAIA, etc.), esporte, cultura e, nessa articulação, busca-se acompanhar, porum determinado período, o adolescente e família.
Os recursos destinados à gestão dos programas e/ou serviços socioeducativos em meio aberto tem aseguinte dinâmica de cofinanciamento:
Recurso Federal – valor anual no valor de R$ 208.800,00, com valores mensais de R$ 17.400,00. Tal recurso édenominado de PFMC - Piso Fixo de Média Complexidade – não diferenciando valores para aplicação nos programasde atendimento PAEFI, MSE LA ou MSE PSC (recursos destinados às ações do CREAS, no geral).
Recurso Estadual – valor anual de R$ 223.200,00, com valores mensais de R$ 18.600,00. Tal recurso édestinado apenas para o programa e/ou serviço de LA.
Recurso Municipal – valor anual de R$ 194.000,00, com valores mensais de R$ 16.666,00. Tal recurso édestinado para o desenvolvimento do programa e/ou serviço de PSC.
Sobre o adolescente em medida de PSC e LA
Os dados e informações foram coletados pela equipe do CREAS visando o processo de elaboração do PMASE
de Jacareí/SP, para o decênio 2015-2024:
79
Quadro 7 – Adolescentes que iniciaram no cumprimento de MSE em meio aberto (PSC e LA)
Período Quantidade
Março de 2012 a Março de 2013 175
Abril de 2013 a Abril de 2014 138
Fonte: CREAS Jacareí/SP
E, no primeiro semestre de 2014, foram aplicadas 77 medidas de Liberdade Assistida, 02 medidas de Prestação de
Serviços à Comunidade e 01 medida acumulada de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade, pelo Poder
Judiciário.
Quadro 8 – Adolescentes que iniciaram no cumprimento de MSE de PSC, LA e LA+PSC
MSE LA Período
LA 134 Abril de 2013 a Abril de 2014
PSC 03 Abril de 2013 a Abril de 2014
LA+PSC 01 Abril de 2013 a Abril de 2014
TOTAL 138
Fonte: CREAS Jacareí/SP
Quadro 9 – Cumprimento e Descumprimento de MSE, em porcentagem
80
Período Quantidade
% Cumprimento de MSE % Descumprimento de MSE
Março de 2012 a Março de 2013
175 100%
Abril de 2013 a Abril de 2014
138 78% 22%
Fonte: CREAS Jacareí/SP
81
Fonte: CREAS de Jacareí/SP - Mar de 2012 a Mar de 2013.
82
No período de Abril de 2013 a Abril de 2014, 02 (dois) adolescentes (01%) mudaram de Jacareí/SP e, nesse sentido,
foram cumprir a MSE em outra Comarca.
Não cumpriram integralmente a MSE aplicada, no período de Abril de 2013 a Abril de 2014: 28 adolescentes em LA, 01
(um) em PSC e 01 (um) em LA+PSC, totalizando a “quebra” de medida por 30 adolescentes (22%).
Os motivos para o não cumprimento integral da MSE aplicada se devem, pela ordem, aos seguintes fatores: Internação
do adolescente na Fundação CASA pelo cometimento de outro ato infracional em 77% dos casos; falta de interesse e
compromisso do adolescente, em 9%; falecimento do adolescente em 6%, reclusão no sistema penal de adultos, em 6% e a
não localização do adolescente em 2% (Fonte CREAS Jacareí/SP, Mar de 2012 a Mar de 2013).
Quadro 10 – Adolescentes em MSE de Advertência, Obrigação de Reparar o Dano e Remissão
Período / Ano Advertência
Obrigação de Reparar o Dano
Remissão (perdão judicial, exclusão deprocesso)
2012 14 04 146
2013 11 08 178
2014 (Meses de Janeiro a Julho)
05 03 105
Fonte: CREAS Jacareí/SP – Cartório.
Os dados do quadro 10 indicam preocupação do sistema de justiça na melhor justeza da aplicação das medidas
socioeducativa uma vez que o ECA apresenta um rol das mesas que vão desde as que se encerram no próprio - advertência e
83
obrigação de reparar o dano – incluindo a remissão e, também, da aplicação de medias em meio aberto (Prestação de
Serviços à Comunidade e Liberdade Assistida).
Quadro 11 – Adolescentes em MSE, entrada e desligamento: Dezembro, 2012.
Dez/2012 MSE Jan
Fev
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Entrada LA 16 10 07 01 07 01 07 12 15 0 0 07 83
Desligamento
LA 02 04 07 19 11 02 05 14 14 05 15 06 94
Entrada PSC 01 0 0 0 0 0 01 01 0 0 0 0 03
Desligamento
PSC 02 02 03 01 0 0 03 04 0 02 0 0 17
Entrada LA+PSC
01 0 01 0 0 0 0 0 0 0 0 0 02
Desligamento
LA+PSC
04 05 04 08 0 0 02 05 0 0 01 0 29
Fonte: CREAS Jacareí/SP, Jan a Dez, 2013.
Os dados do quadro 11 consideram a entrada e desligamento do adolescente em MSE até ao mês Dezembro de 2012;
contudo, os adolescentes permanecem por mais tempo, em especial, na MSE de LA ou mesmo quando tem MSE de privação
de liberdade (Fundação CASA) para o meio aberto (CREAS), conforme tabela 8:
84
Quadro 12 – Total Geral de Adolescentes em MSE, entrada e desligamento: Dezembro, 2012.
Dez/2012 Jan
Fev
Mar
Abr Mai Jun Jul Ago
Set
Out
Nov
Dez
Total
Entrada 18 10 08 01 07 01 08 13 15 0 0 07 88
Desligamento
08 11 14 28 11 02 10 23 04 07 16 06 151
Total 136
135
129 102
98 97 95 85 96 89 73 74
Fonte: CREAS Jacareí/SP, Jan a Dez, 2013.
Os dados constantes dos referidos quadros considerando o ano de vigência coletado, indicam meses em que o número
maior de entrada de adolescentes no sistema de atendimento municipal atendimento em meio aberto (CREAS), aconteceram
nos meses de Janeiro (18), Setembro (15) e Agosto (13) e, quanto ao desligamento, resultado da finalização da MSE, com
êxito, aconteceu nos meses de Abril (28), Agosto (23) e Novembro (16). Nesse sentido, é importante que na atualização e
aperfeiçoamento dos dados (diagnóstico situacional) essa relação entrada/desligamento merece leitura detida do contexto,
articulação intersetorial (políticas públicas), intergovernamental e interinstitucional em relação ao Sistema de Garantia de
Direitos da Criança e do Adolescente, considerando a própria instituição do Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo
(SIMASE) na articulação com os demais sistemas de atendimento, em âmbitos estadual e federal e, ainda, na adesão ao
sistema de informação, conforme regula a Lei Federal SINASE (2012).
85
Quadro 13 – Local de ocorrência de atos infracionais relativos ao tráfico de drogas, homicídio e roubo, praticado por
adolescente
Bairro Período Março de 2012 a Março de 2013 Período de Janeiro a Julho de 2014
Centro 09 07
Cidade Salvador 09 02
Parque Meia Lua 08 03
Parque Santo Antônio 07 01
Jardim Pitoresco 07 0
Vila Zezé 06 0
Campo Grande 05 03
Cassunga 0 03
Esperança 0 02
Bandeira Branca 04 0
Jardim Liberdade 04 05
Jardim Primavera 04 03
Jardim Real 0 02
Paraíso 01 02
Santa Marina 03 0
Santa Maria 01 02
86
São João 03 01
Igarapés 02 02
Jardim Emília 0 02
Jardim Marcondes 02 0
Jardim Paraíba 02 02
Nova Esperança 02 0
Nova Jacareí 02 01
Parque dos Príncipes 02 03
Santo Antonio da Boa Vista 02 05
Vila Denise 0 02
Cecap, Elza Maria, Jardim das Indústrias, Jardim do Vale, Jardim Independência, JardimPaulistano, Jardim Siesta, Jardim Didinha, Porto Velho, Rio Comprido, Sant Cruz dos Lázaros, Vernejo Ijal, Vila Formosa: 01, em cada bairro.
Altos de Santana, Cecap, Cidade Jardim, Córrego Seco, Jardim Conquista, Jardim das Oliveiras, Jardim do Portal, Jardim Jacinto, Jardim Olímpia, Jardim Santana , Nova Aliança, Rio Comprido, Santa Paula, Vila Garcia: 01, em cada bairro.
Fonte: CREAS de Jacareí/SP – Cartório.
E, o quadro a seguir indica a região de moradia dos adolescentes em cumprimento de MSE em meio aberto:
Quadro 14 - Região de Moradia dos Adolescentes – Período: Março de 2012 a Março de 2013
Região Quantidade Porcentagem
87
Norte 11 6%
Sul 30 17%
Centro 34 19%
Oeste 50 29%
Leste 50 29%
Total 175 100%Fonte: CREAS Jacareí/SP.
88
Fonte: CREAS Jacareí/SP
89
Quadro 15 - Região de Moradia por Bairro: Região Central - Período: Março de 2012 a Março de 2013
Região / Bairro – CentroBairro Quantidade Porcentagem
Campo Grande 8 24%Centro 7 21%Jd. Paraíba 4 12%Vila Formosa 3 9%Jd. Bela Vista 3 9%Jd. Liberdade 2 6%Pq. Itamaraty 3 9%Avareí 3 9%Jd. São José 1 3%Total 34 100%
Fonte: CREAS Jacareí/SP.
90
Fonte: CREAS de Jacareí/SP
Tomando os dados relativos aos períodos Março de 2012 a Março de 2013 e de Janeiro a Julho de 2014, percebe-se
relação entre local de moradia dos adolescentes e local de cometimento do ato infracional, consideradas as tipologias tráfico,
homicídio e roubo, pela ordem: Centro(09) e (07); Campo Grande (05) e (03); Jardim Paraíba (02) e (02). E, a maioria dos
91
adolescentes, moradores da Região Central, ao todo 57, em termos percentuais, tem-se, pela ordem: Centro (18%),
Campo Grande (18%), Jardim Santa Maria (12%), Jardim Paraíba (11%).
Quadro 16 - Região de Moradia por Bairro: Região Leste – Período: Março de 2012 a Março de 2013
Região/Bairro – Leste
Bairro Quantidade Porcentagem
Jd. Das Indústria 1 2%
Jd. Marcondes 1 2%
Jd. Sta Marina 2 4%
Pq. Califórnia 2 4%
Conj. S. Benedito 3 6%
Jd. Primavera 3 6%
Jd. Real 3 6%
Pq. dos Príncipes 3 6%
Vila Zezé 3 6%
Jd. Pitoresco 6 12%
Cid. Salvador 9 18%
Rio Comprido 14 28%
Total 50 100%
Fonte: CREAS Jacareí/SP.
92
Tomando os dados relativos aos períodos Março de 2012 a Março de 2013 e de Janeiro a Julho de 2014, percebe-
se relação entre local de moradia dos adolescentes e local de cometimento do ato infracional, consideradas as tipologias
tráfico, homicídio e roubo, pela ordem: Cidade Salvador (09) e (02) e Jardim Pitoresco (07) e (zero). E, a maioria dos
93
adolescentes, moradores da Região Leste, ao todo 99, em termos percentuais, tem-se, pela ordem: Cidade
Salvador (17%), Parque dos Príncipes (14%), Vila Zezé (11%), Rio Comprido (10%).
Quadro 16 - Região de Moradia por Bairro: Região Norte – Período: Março de 2012 a Março de 2013
Região / Bairro – Norte
Bairro Quantidade Porcentagem
Jd. Conquista 2 18%
Pq. Meia Lua 9 82%
Total 11 100%Fonte: CREAS Jacareí/SP.
94
Tomando os dados relativos aos períodos Março de 2012 a Março de 2013 e de Janeiro a Julho de 2014, percebe-se
relação entre local de moradia dos adolescentes e local de cometimento do ato infracional, consideradas as tipologias tráfico,
homicídio e roubo, tem-se a relação Parque Meia Lua (08) e (03). E, a maioria dos adolescentes, moradores da Região
Norte, ao todo 32, em termos percentuais, tem-se, pela ordem: Parque Meia Lua (59%), Jardim Conquista (28%), P.
Andrade (13%).
95
Quadro 17 - Região de Moradia por Bairro: Região Oeste – Período: Março de 2012 a Março de 2013
Região / Bairro – Oeste
Bairro Quantidade Porcentagem
Conjunto 1º de Maio 1 2%
Jd. Didinha 1 2%
Independência 1 2%
Jd. Jacinto 1 2%
Jd. Paulistano 1 2%
Jd. Pedramar 1 2%
Pinhal 1 2%
Jd. Esperança 1 2%
São João 1 2%
Terras de S. João 1 2%
Veraneio Ijal 1 2%
Jd. Emília 2 4%
Jd. São Luiz 2 4%
Bandeira Branca I 3 6%
Jd. Terras da Conceição 3 6%
Jd. Nova Esperança 3 6%
Igarapés 4 8%
Vila Garcia 4 8%
Bandeira Branca II 4 8%
Jd. Panorama 4 8%
Pq. Imperial 4 8%
Nova Jacareí 6 12%
Total 50 100%Fonte: CREAS Jacareí/SP.
96
97
Tomando os dados relativos aos períodos Março de 2012 a Março de 2013 e de Janeiro a Julho de 2014, percebe-se
relação entre local de moradia dos adolescentes e local de cometimento do ato infracional, consideradas as tipologias tráfico,
homicídio e roubo, tem-se a seguinte relação: Nova Jacareí (02) e (01); Igarapés (02) e (02) e Bandeira Branca (04) e (zero). E,
a maioria dos adolescentes, moradores da Região Oeste, ao todo, 141, tem-se pela ordem: Jardim Esperança (27%),
Bandeira Branca II (7%), Parque Imperial (6%).
Quadro 18 - Região de Moradia por Bairro: Região Sul – Período: Março de 2012 a Março de 2013
Região/Bairro – Sul
Bairro Quantidade Porcentagem
Jd. Maria Amélia 3 10%
Jd. Colônia 3 10%
Jd. Do Vale 3 10%
Pq. Sto Antônio 6 20%
Jd. Sto Antonio da Boa Vista 6 20%
Jd. Paraíso 9 30%
Total 30 100%Fonte: CREAS Jacareí/SP.
98
Tomando os dados relativos aos períodos Março de 2012 a Março de 2013 e de Janeiro a Julho de 2014, percebe-se
relação entre local de moradia dos adolescentes e local de cometimento do ato infracional, consideradas as tipologias tráfico,
homicídio e roubo, tem-se a seguinte relação: Santo Antônio da Boa Vista (02) e (05) e Parque Santo Antônio ((08) e (03). E, a
maioria dos adolescentes, moradores da Região Sul, ao todo 77, tem-se, pela ordem: Jardim Santo Antônio da Boa
Vista (23%), Jardim Paraíso (16%), Jardim Maria Amélia (14%) e Parque Santo Antônio (13%).
99
Convém observar que, tomando os dados pela Região de Moradia dos Adolescentes autores de ato infracional
(Registros do Município de Jacareí - 1ºDP, 2ºDP, 3ºDP,5ºDP, DIG, Plantão – DDM, DDM, DISE Plantão e DISE), ao todo 452
registros, há a presença de adolescentes, por região de moradia, pela ordem: Norte (7%), Centro (13%), Sul (17%), Leste
(22%), Oeste (31%) e, como nada costa (9%). E, desse total, há a presença de 05 adolescentes (1%) que são oriundos de
outros municípios, conforme gráfico abaixo (Fonte CREAS de Jacareí/SP).
.
100
7
E, por região de ocorrência do ato infracional nos Registros do Município de Jacareí (1ºDP, 2ºDP, 3ºDP,5ºDP, DIG,
Plantão – DDM, DDM, DISE Plantão e DISE), tem-se, um total de 371 registros e, percentualmente, pela ordem: Centro (31%),
101
Oeste (27%), Leste (23%), Sul (11%), Norte (6%), entre outras situações, conforme gráfico a seguir (Fonte CREAS de
Jacareí/SP):
:
102
Quadro 19 – Tipologia de ato infracional cometido por adolescente – Período Maio de 2012 a Março de 2013
Ato Infracional Praticado - Dados CREAS
Ato Infracional Quantidade Porcentagem
Estupro 1 1%
Infanticídio 1 1%
Danos ao Patrimônio Público 1 1%
Desacato 1 1%
Abuso Sexual 1 1%
Dirigir sem Permissão 3 2%
Porte de Arma 4 2%
Furto 7 4%
Lesão Corporal 8 5%
Roubo 43 25%
Tráfico (drogas) 105 60%
Total 175 100%
Fonte: CREAS Jacareí/SP.
103
104
Quadro 20 – Ato Infracional Praticado (Registros do Município de Jacareí (1ºDP, 2ºDP, 3ºDP,5ºDP, DIG, Plantão – DDM, DDM,
DISE Plantão e DISE): Período Março de 2012 a Março de 2013
Ato Infracional Praticado – Documento Registros
Ato Infracional Quantidade Porcentagem
Violação de direito autoral 1 0%
Estelionato 1 0%
Moeda falsa 1 0%
Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção 1 0%
Sequestro e cárcere privado 1 0%
Tentativa de Homicídio 1 0%
Uso de documento falso 1 0%
Violação de domicílio 1 0%
Desobediência 1 0%
Fraude de lei por estrangeiro/Fraude 2 0%
Importunar alguém 2 0%
Resistência 3 1%
Estupro de vulnerável 4 1%
Difamação 4 1%
Praticar vias de fato com alguém 6 1%
Desacato 9 2%
Receptação 13 3%
Porte Ilegal e/ou Irregular de arma 15 4%
Injúria 19 5%
Dano 23 6%
Roubo 24 6%
Dirigir sem a devida permissão 31 8%
Furto 37 9%
105
Ameaça 41 10%
Lesão Corporal 68 17%
Tráfico (drogas) 100 24%
Total 410 100%Fonte: CREAS Jacareí/SP.
106
107
Os dados coletados nas diferentes fontes – Registro CREAS e Registro (1ºDP, 2ºDP, 3ºDP,5ºDP, DIG, Plantão –
DDM, DDM, DISE Plantão e DISE), no período Março de 2012 a Março de 2013, indicam algumas diferenças tomando a
tipologia e quantidade de adolescentes envolvidos que, incidem sobre as porcentagens. A tipologia “tráfico” (drogas) nas
duas fontes de dados aparece como primeiro: CREAS (60%) e Registros policiais (24%). E, pela ordem tem-se, as seguintes
diferenças: Roubo: CREAS (25%) e Registros policiais (6%); Lesão Corporal: CREAS (5%) e Registros policiais (17%); Furto:
CREAS (4%) e Registros policiais (9%). Interessante observar que não aparece nos dados do CREAS, algumas tipologias dos
Registros policiais e, tal diferenciação tem a ver com a fonte de dados utilizada para o registro e metodologias de trabalho de
cada órgão.
Tomando os dados sobre a prática de ato infracional, local de moradia e local de cometimento do ato, cabe destacar a
existência de espaços governamentais de acesso aos direitos do adolescente, a saber:
Educação
Educação municipal: ensino fundamental (EMEF) são 28 espaços escolares, sendo, por região: Região Central, 06 (seis)
unidades, nos bairros de Jardim Santa Maria (1), Jardim Bela Vista (1), Centro (2) e Campo Grande (2); Região Oeste , 09
(nove) unidades, nos bairros de Bandeira Branca I (1), Parateí de Baixo (1), São João (1), Rio Abaixo (1), Pq. Imperial
(1), Veraneio Ijal (1), Nova Esperança (1), Conjunto 1º de Maio (1), São Silvestre (1); Região Leste, 09 (nove)
unidades, nos bairros de Jd. Primavera (1), Jd. Santa Marina (1), Jd. Luiza (1), Conj. São Benedito (1), Cidade
Salvador (1), Varadouro (1), Rio Comprido (1), Vila Zezé (1), Jd. Pitoresco (1); Região Sul, Jd. Paraíso (1), Jd.
Colônia (1), Pq. Santo Antonio (1) e Região Norte, Parque Meia Lua (1) (Fonte CREAS de Jacareí/SP).
108
Educação estadual: Região Central, 07 (sete) unidades, nos bairros Vila Emídia (1), Campo Grande (1), Vila
Pinheiro (1), Jd. Bela Vista (1), Centro (3); Região Leste, 06 (seis) unidades, nos bairros de Jd. Santa Marina (1), Jd.
Califórnia (1), Cidade Salvador (1), Jd. Das Indústrias (1), Jd. Santa Marina (1), Pq. Califórnia (1); Região Norte, 03
(três) unidades, nos bairros Pagador Andrade (1), Pq. Meia Lua (2); Região Oeste, 12 unidades, nos bairros do Pq.
Imperial (1), Igarapés (1), Terras de São João (1), Parateí do Meio (1), Bandeira Branca II (1), Vila Machado (1), Jd.
América (1), São João (1), São Silvestre (1), Jd. São José (1), Nova Jacareí (2) e na Região Sul, 02 (duas) unidades,
nos bairros de Jd. Paraíso (1), Jd. Sto Antonio da Boa Vista (1) (Fonte CREAS de Jacareí/SP).
Considerando a defasagem idade – série cursada pelos adolescentes em conflito com a lei, a rede municipal de
educação garante o direito à modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), em 08 (oito) unidades escolares, equivalente ao
primeiro segmento do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) e, a situação enfrentada refere-se à frequência (permanência) dos
mesmos no semestre letivo. As unidades de EJA, estão localizadas em: Barão de Jacareí, Beatriz Junqueira, Joaquim Passos,
José Éboli, Lamartine Delamare, Maria Luiza, Maria Regina e Tarcísio Barbosa, e os adolescentes em cumprimento de MSE, que
frequentavam as aulas, por ano e, por unidade: Barão de Jacareí, 01 (um) adolescente em 2012 e na Lamartine Delamare, 02
(dois) adolescentes em 2013 e 02 (dois adolescentes no primeiro semestre de 2014. Tendo em vista que o Plano Municipal
Decenal de Educação encontra-se em processo de construção, o olhar e trato ao adolescente em conflito com a lei, deve
ganhar destaque, sobre o direito ao acesso, permanência e sucesso escolar e, sobretudo, na articulação SME e SAS-CREAS
quanto a articulação educação e formação profissional (Fonte: Doc. Educação de Jovens e Adultos, s.d).
Bibliotecas: São 02 (duas) situadas na Região Central, Bairro Centro e outra na Região Norte, bairro Parque Meia
Lua (1), com espaços amplos e acervo diversificado (Fonte CREAS de Jacareí/SP).
109
Assistência Social
Quadro 21 - Equipamentos e Instituições Governamentais e Não Governamentais/Conveniadas
Região Quantidade Bairro Equipamentos/InstituiçõesCentral 14 Centro Sala dos Conselhos (CMAS, CMI, CMDCA, CMDPCD)
Centro CRAS Centro Associação Humanitária Amor e CaridadeCentro Centro de Convivência para PCDCentro Lar Frederico OzananCentro CREASCentro Serviço de Acolhimento Institucional de CriançasCentro Central de CadastroCentro Centro POP (população em situação de rua)Centro Serviço de Abordagem SocialCentro Casa Viva Vida
Campo Grande ASPAD- Associação de Pais e Amigos do DownVila Formosa Comunidade de Ação Social Fanuel
Jd. Santa Maria Fraternidade Espírita BatuíraLeste 4 Cidade Salvador CRAS
Jd. Das Indústrias CEPAC – Associação Criança Especial de Pais CompanheirosCidade Salvador Lar Fraterno da AcáciaJardim Pitoresco AME – Associação Morada da Esperança
Norte 2 Pq. Meia Lua CRASPq. Meia Lua Projeto Socioeducativo “Fazendo arte” GEIA – Mantenedora
“Vicente Decária”Oeste 8 Residencial São Paulo CRAS
Jd. Esperança Acolhimento Institucional de AdolescentesNova Esperança Casa de Passagem/Albergue
Jd. Flórida Centro da Juventude de Jacareí (SAJ)Jd. Paraíba Conselho TutelarSão João JAM - Jacareí Ampara Menores
São Silvestre Lar Frederico OzananNova Jacareí Obra Social e Assistencial São José
Sul 1 Centro CRAS (locado na região Central)Fonte: CREAS Jacareí/SP.
110
Quadro 22 - Instituições Não Governamentais/Não Conveniadas:
Região Quantidade
Bairro Instituições
Central 7 Centro ASSOCIAÇÃO DE COMBATE AO CÂNCERCentro ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA AMOR E CARIDADE
Centro CRUZADA DE ASSISTÊNCIA DE JACAREÍ
Centro SOS COMUNIDADECentro SOBESCAL – SOCIEDADE SÃO CAMILO DE LELIS
Jd. Santa Maria ORGANIZAÇÃO GURI NA ROÇA
Jd. Santa Maria APAC – ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA AOS CONDENADOS
Leste 2 Jd. Das Indústrias OBRA SOCIAL NOSSA SENHORA DE GUADALUPE E DO CARMO
Pq. Califórnia ASSOCIAÇÃO CASA FONTE DA VIDA
Oeste 4 Jd. Flórida CRUZ VERMELHA BRASILEIRA
Parateí do Meio DESAFIO JOVEM EBENEZER
Jd. São José ENTIDADE ASSISTÊNCIA E FILANTRÓPICA ROSA DE SAROM
Jd. Paraíba AACAD – ASSOCIAÇÃO ALIANÇA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Fonte: CREAS Jacareí/SP.
111
Além do CREAS, a assistência social é também desenvolvida pelo Centro de Referência da Assistência Social (CRAS),
caracterizada como unidade de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que tem por objetivo
“prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidades e riscos sociais nos territórios, por meio de desenvolvimento de
potencialidades e aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e da ampliação do acesso aos direitos
de cidadania”. Nesse sentido, tem como principais atividades, o Acompanhamento de famílias em grupo e particularizado, a
Escuta referenciada, a Acolhida, os Grupos de convivência com famílias, as Visitas domiciliares, o Acompanhamento
prioritário das famílias em descumprimento de condicionalidades do programa Bolsa Família, o Acompanhamento prioritário a
famílias com beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada), a Orientação/acompanhamento para inserção no BPC
(Benefício de Prestação Continuada), o Encaminhamento para inserção de famílias no Cadastro Único de Programas Sociais, a
Busca Ativa, a Atividade de gestão do território, articulando a rede de proteção básica, a Orientação/acompanhamento para
inserção no PRC (Programa de Renda Cidadã), o Acompanhamento prioritário das famílias beneficiárias do PRC (Programa de
Renda Cidadã). São destinatários das ações públicas do CRAS, adultos, idosos, famílias e crianças e adolescentes e, nesse
sentido, tem estreita relação com as ações do CREAS quanto na atenção ao adolescente em conflito com a lei e, extensiva,
aos familiares.
Saúde
Quadro 23 – Serviços de saúde, por região, bairro, quantidade.
Região Quantidade Bairro Serviço
Central 9 Jd. Paraíba SIM – Serviço Integrado de Medicina
Jd. Paraíba Ambulatório de Infectologia
Jd. Paraíba CAIA – Centro de Atendimento Integral ao Adolescente
112
Centro Santa Casa
Centro NASF – Núcleo Apoio Saúde da Família
Centro CAPS – AD
Centro Projeto Crescer
Centro UPA Infantil
Pq. Brasil UBS Pq. Brasil
Leste 5 Pq. Califórnia Hospital São Francisco
Jd. Das Indústrias UBS Jardim das Indústrias
Cidade Salvador UBS Cidade Salvador
Vila Zezé UBS Vila Zezé
Rio Comprido UMSF - Unidade Médica Saúde da Família
Norte 3 Pq. Meia Lua UBS Parque Meia Lua
Pq. Meia Lua UMSF - Unidade Médica Saúde da Família
Pagador Andrade UMSF - Unidade Médica Saúde da Família
Oeste 6 Nova Esperança UBS Nova Esperança
Bandeira Branca UBS Bandeira Branca
Igarapés UMSF - Unidade Médica Saúde da Família
Jd. São Silvestre UMSF - Unidade Médica Saúde da Família
Jd. São Paulo UMSF - Unidade Médica Saúde da Família e UBS
Jd. Paulistano CAPS – II
Sul 4 Pq. Santo Antonio UBS Parque Santo Antonio
Jd. Paraíso UBS Jardim Paraíso
Jd. Do Vale UMSF - Unidade Médica Saúde da Família
Jd. Sto Antonio da BoaVista
UMSF - Unidade Médica Saúde da Família
Fonte: CREAS Jacareí/SP.
113
No que se refere à política de saúde, “as ações, condutas e atividades são voltadas para a população de adolescentes e
jovens de uma maneira geral” e, a SMS “trabalha com linhas de cuidado, por ciclos de vida ou redes de atenção, em
consonância com as normas e diretrizes do SUS (Sistema Único da Saúde)”.
No caso da ação articulada entre SUS e CREAS, “há necessidade de implementação de fluxos de cuidado e que nas
Unidas Básicas de Saúde e de Saúde da Família, deve-se estabelecer o Projeto Terapêutico Singular (PTS)”, de acordo com as
necessidades dos atendidos. Ainda há dificuldade no “estabelecimento e manutenção do cuidado compartilhado entre os
níveis de atenção à saúde entre os próprios serviços, bem como na articulação com todo o Sistema de Garantia de Direitos,
através da discussão conjunta permanente que se constitui mecanismo capaz de instituir e resignificar o plano de ação e
consequentemente uma política de atenção não fragmentada, voltada para o cuidado”.
Os projetos e ações com adolescentes e jovens são realizados, em sua grande maioria “nos espaços em que eles vivem
e convivem, como por exemplo, nas Unidades Escolares, buscando levar temáticas como dependência química, doenças
sexualmente transmissíveis, sexualidade com vistas à promoção, prevenção e também à captação de situações já instaladas
que imponham alguma intervenção”. E, os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas participam incluídos
nas Unidades Escolares, se apropriam de toda essa programação e “dos espaços de saúde aos quais têm direito, bem como a
assistência a seus familiares”.
Um dos desafios para a área da saúde consiste no debate de casos “deslocando o foco médico-centrado para a esfera
da clínica ampliada, com ênfase nos aspectos biopsicossociais com vistas a ampliar as possibilidades de saída do jovem desta
realidade excludente”. Nesse sentido, o investimento da SMS recai “na estratégia de Saúde da Família, onde a família passa a
ser o objeto de atenção, no ambiente em que vive, permitindo uma compreensão ampliada do processo saúde/doença”. É
objetivo da SMS que “o profissional considere esta demanda como parte da atenção básica e que receba suporte técnico
114
especializado através do matriciamento, no que se refere ao atendimento dos jovens em cumprimento de medidas
socioeducativas e suas especificidades”.
Apesar de ainda a SMS não participar da elaboração do PIA do adolescente, “porém há uma troca de informações entre
estes profissionais (SAS-CREAS) e técnicos da Saúde para a inclusão dos jovens e adolescentes aos serviços de saúde que,
por sua vez, devem elaborar o Projeto Terapêutico Singular (PTS) a ser compartilhado com os profissionais do Sistema de
Garantia de Direitos que atuam no caso”. Contudo, não há no Plano Municipal de Saúde, eixo específico para o atendimento
desse adolescente; contudo, “ao elaborarmos o Plano de Atenção à Saúde do Adolescente existe uma diretriz que contempla
ações direcionadas a esta população, considerando suas especificidades e vulnerabilidades” (Fonte Doc. SMS, s.d.).
Esporte, Recreação e Lazer
Quadro 24 – Serviços de esporte, recreação e lazer, por região, bairro, quantidade.
Região Quantidade Bairro Serviço
Central 8 Centro EducaMais Centro (judô, xadrez, tae-kwon-do)
Centro Parque dos Eucaliptos (pista de skate)
Centro Parque da Cidade (xadrez, academia ao ar livre)
Jd. Paraíba Quadra de Futsal Beira Rio
Jd. Paraíba Quadra de Rugby Beira Rio
Jd. Liberdade Pista de Skate
Vila Formosa Quadra de Futsal
Jd. Santa Maria Campo Futebol do Santa Maria
Leste 5 Vila Branca Campo de Atletismo Du Cambusano
Jd. Santa Marina Campo de Futsal
Jd. Das Indústrias Quadra de Futsal
Jd. Primavera Quadra de Futsal
115
Jd. Luíza Quadra de Futsal
Norte 2 Pq. Meia Lua Quadra de Futsal
Jd. Conquista Quadra de Futsal
Oeste 4 Vila Garcia Quadra de Futsal
Nova Esperança Quadra de Futsal
Jd. Siestra Clube de Campo Trianon (quadra de rugby)
São João EducaMais (judô, voleibol)
Sul 3 Pq. Santo Antonio EducaMais (Quadra de Basquetebol e Futsal e Pista de Skate)
Pq. Santo Antonio Pista de Bicicross
Jd. Paraíso Campo de Futebol
Fonte: CREAS Jacareí/SP.
Cultura
Até o início da década de noventa, o Departamento de Cultura fazia parte da Secretaria de Esportes, Cultura
e Turismo. Com a criação da Fundação Cultural de Jacarehy José Maria de Abreu, pela lei n. 2.034 de 14/09/81 e
instituída pela lei n. 2.293 de 12/11/85 e constituída por Escritura Pública em 10/04/1987, de personalidade jurídica
de direito privado, dotada de autonomia técnica, administrativa e financeira e, em 1993, pela lei n. 3.477 de
29/12/1993, que alterou a estrutura administrativa e a personalidade jurídica da Fundação, tornando-a uma
Fundação Pública de Direito Público. E, dentre seus objetivos destacam-se o de “estabelecer premissas básicas
para uma política cultural do município e desenvolver ações culturais de formação e difusão nas áreas de artes
plásticas, literatura, teatro, música, cinema, vídeo, dança, folclore, história, antropologia, mediante convênios ou
recursos próprios”.
116
EducaMais: O programa EducaMais consiste em um “amplo projeto de educação, cultura, esporte e lazer que
atende professores e a comunidade, reforçando o compromisso da administração municipal com o
desenvolvimento humano e social”. Os projetos desenvolvidos tem o objetivo de “levar à comunidade a educação
além do ensino formal e para alcançar essa meta, conta com espaços em diferentes regiões” do município. Ao
todo, são 05 (cinco) equipamentos municipais com diferente e diversificada grade de oportunidades na área da
educação não escolar, sendo, na Região Central, 02 (dois), na Região Sul, 02 (dois), nos bairros Jd. Paraíso (1) e
Pq. Santo Antônio (1) e na Região Oeste, 01 (um), no bairro São João (1), com um total de .... vagas (Fonte CREAS de
Jacareí/SP).
Apesar da existência de toda uma rede das políticas setoriais, os dados indicam a porcentagem de
adolescentes na categoria reincidência (retorno à prática de ato infracional), no período de março de 2012 a março
de 2013, a saber: de um total de 175 casos, 26% já eram reincidentes na relação com 74% na categoria primária.
Apesar de alta porcentagem de reincidência, encontra-se abaixo da média nacional (Fonte: CREAS de Jacareí/SP).
E, tomando a MSE anteriormente aplicada Medida Socioeducativa aplicada anteriormente aos adolescentes
reincidentes, os dados mostram o seguinte: de um total de 50 casos, 20% contavam com PSC, 32% com LA+PSC e
48% com LA, tomando o período de Março de 2012 a Março de 2013 (Fonte: CREAS de Jacareí/SP).
Sobre a elaboração do importante instrumento de acompanhamento do adolescente em medida socioeducativa de PSC
e LA, o Plano Individual de Atendimento (PIA), dos 175 casos, relacionados de Março de 2012 a Março de 2013, 122 (70%)
deles haviam sido elaborados pela equipe, 21 (12%) não foram elaborados e, dos 32 (18%) declarados como “n” motivos por
não terem sido elaborados, tem-se: adolescente internado por cometimento de novo ato infracional, 53%; mudança do
adolescente /outra Comarca, 16%; adolescente não compareceu para participar da elaboração do PIA, 13%; adolescente
117
recluso no sistema prisional, 13%; adolescente não localizado, 3%; falecimento do adolescente, 3%, conforme pode ser
observado nos gráfico seguintes (Fonte: CREAS de Jacareí/SP).
118
119
E, sobre os prazos legais definidos na legislação (SINASE, 2012) para a elaboração do PIA, tem-se a seguinte situação,
tomando o período Março de 2012 a Março de 2013: dos 122 PIA elaborados, 65 deles (53%) foram realizados dentro do prazo
legal e 57 (47%), fora do prazo previsto para a elaboração (Fonte CREAS Jacareí/SP).
.
120
PLANO MUNICIPAL DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE JACAREÍ/SP -
EIXOS ESTRUTURANTES
Como um documento político e técnico, a elaboração do PMASE de Jacareí/SP teve como ponto de partida a legislação
nacional, as Resoluções do CONANDA, os tratados internacionais sobre o tema do adolescente em conflito com a lei e, em
especial, os Planos Decenais Nacional e Estadual (São Paulo) de Atendimento Socioeducativo, os Planos das políticas setoriais,
em particular, os relacionados ao município.
Aspectos relevantes para o processo de elaboração do PMASE de Jacareí/SP:
Os diferentes momentos de escuta pública durante as definições dos eixos, objetivos, ações, estratégias e metas
considerando o princípio constitucional da democracia e participação popular dos cidadãos nas ações públicas.
A diversidade de atores institucionais do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA), com
particular articulação com o Sistema de Justiça presentes no município, e ainda, especialmente, com os adolescentes e
jovens, sujeitos destinatários das medidas definidas e aprovadas e familiares.
A competência do ente federado municipal em coordenar, formular, instituir, regular e manter o Sistema Municipal de
Atendimento Socioeducativo (SIMASE) e a criação da Coordenação Municipal do SIMASE para a estreita relação com os
sistemas nacional e estadual (São Paulo) e respectivas coordenações.
121
A devida articulação do SINASE e SUAS considerando que a gestão do sistema em meio aberto (PSC e LA) no município
de Jacareí/SP é de responsabilidade direta do CREAS.
A gestão socioeducativa tem como enfoque a transversalidade da política de direitos humanos da criança e do
adolescente, a incompletude da política socioeducativa na atenção ao adolescente em conflito com a lei e em
cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto (PSC e LA) e a interdisciplinaridade na atenção aos sujeitos da
ação, a quem se atribui a autoria de ato infracional.
A articulação harmoniosa interinstitucional (Sistema de Justiça, Legislativo, Executivo, Conselhos), intersetorial e
intergovernamentais (políticas setoriais) e, em especial com os adolescentes e familiares atendidos, com os
profissionais investidos no desenvolvimento da socioeducação e ainda a relação extra-governamental (sociedade civil),
possibilitou o debate e as sugestões em diferentes momentos do processo de elaboração do Plano.
O cofinanciamento e as diferentes parcerias em torno das ações, estratégias e metas do Plano podem configurar-se
como ponto alto de sua implementação e avaliação de impacto da justeza dos Eixos definidos.
A socioeducação deve traduzir em diferentes metodologias de atendimento considerando a complexidade do
atendimento e as especificidades das MSE e dos próprios atendidos.
A adesão aos sistemas nacional e estadual (São Paulo) é elemento fundante das boas práticas em torno da articulação
intergovernamental na consecução da política socioeducativa e da gestão.
O monitoramento, a avaliação e a definição de indicadores abrangerão todos os aspectos mencionados na busca de
resultados efetivos sobre a ação socioeducativa, considerando a política e a gestão.
122
Princípios
Garantir, em qualquer circunstância, a dignidade do adolescente em conflito com a lei, a igualdade de todos perante a
lei.
Garantir ao adolescente em medida socioeducativa a proteção integral – um conjunto de direitos - considerando-o
como em condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Garantir, desde a apreensão do adolescente por prática de ato infracional, na apuração, na aplicação e na execução da
medida socioeducativa, a legalidade do processo, seu direito a ampla defesa e a socioeducação na atenção direta aos
que cumprem medidas socioeducativas.
Garantir a responsabilização do adolescente pela prática do ato infracional priorizando o aspecto socioeducacional da
medida aplicada.
Garantir a articulação e integração das instituições, serviços e programas que constituem os diferentes sistemas do
SGDCA.
Diretrizes
As diretrizes orientadoras para a elaboração e a consecução do PMASE de Jacareí/SP remetem-se às enunciadas em
diferentes instrumentos normativos, em especial, na Constituição da Repúbica Federativa do Brasil (1988), artigos 204, 227,
228; no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e, em especial nos conteúdos dispostos no Livro 2; na Lei nº 12.594
(2012) que regulamenta e institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, na Resolução do CONANDA (2006) que
123
dispõe sobre os Parâmetros Pedagógicos e Arquitetônicos do SINASE e dos tratados internacionais sobre o tema do
adolescente em conflito com a lei.
Garantia da qualidade do atendimento socioeducativo de acordo com os parâmetros do SINASE.
Valorização do PIA como recurso pedagógico para efetivar o atendimento e acompanhamento personalizado do adolescente.
Valorização e fortalecimento da família do adolescente e reconhecimento do direito da participação em todas as etapas do
processo de execução da medida socioeducativa.
Promoção e incentivo ao protagonismo, à participação e à autonomia do adolescente em cumprimento de medida
socioeducativa.
Aperfeiçoamento dos programas e/ou serviços de serviços para possibilitar a capacidade de respostas as exigências
explicitadas pelo ECA.
Ampliação das ações de formação profissional para as equipes, socioeducadores e toda a rede de proteção social ao
adolescente em conflito com a lei sob a ótica da construção de uma cultura em direito humanos.
Adoção das práticas restaurativas e de mediação de conflitos.
Articulação com os diferentes atores do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) visando a
institucionalização das ações intersetoriais para a garantia da oferta e acesso à saúde integral, à educação e permanência
na escola, à profissionalização, às atividades esportivas, assistência social, de lazer e cultura durante o cumprimento das
medidas em meio aberto pelo adolescente, intragovernamentais (Fundação CASA, SEDS-DRADS, Segurança Pública, SDH-PR,
124
MDS, Coordenações Estadual e Nacional do Sistema de Atendimento Socioeducativo) e interinstitucional (Sistemas de Justiça,
Legislativo, Conselhos, Sociedade Civil).
Financiamento
A política socioeducativa ao adolescente em cumprimento de MSE em meio aberto (PSC e LA) é integrada no
município de Jacareí/SP aos sistemas SINASE – SUAS e, desse modo, segue as regras de financiamento e cofinanciamento de
ambos os sistemas, podendo também contar com outras formas de recursos, considerando a definição dos objetivos, ações,
estratégias e metas do Plano. A sua execução, sem prejuízo do cofinanciamento, pressupõe até por ser decenal e tratar-se do
desenvolvimento de uma política incompleta, de aumento gradativo dos investimentos e, também em nível municipal,
considerando a gestão do Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo (SIMASE), em termos de recursos humanos e
infraestrutura necessária à manutenção e ao aperfeiçoamento dos programas e/ou serviços de PSC e LA. Há no Plano, ações
que, pela especificidade, a finalidade de contar com recursos de Fundos Públicos e, mesmo da iniciativa privada, para
financiar ações e projetos inovadores para os adolescentes.
Monitoramento e avaliação
As ações de monitoramento e avaliação do PMASE de Jacareí/SP são mecanismos fundantes para a sua
implementação considerando a criação e instituição do Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo (SIMASE) e, a
consequente Coordenação Municipal do Sistema de Atendimento Socioeducativo. Os documentos relativos ao SINASE, tanto
os de 2006 como a Lei n. 12.594 (2002) destacam capítulo especial sobre essas ações.
Os conteúdos para a realização do monitoramento e avaliação são destacados no SINASE e, uma atualização e
aperfeiçoamento da coleta de dados e sistematização do atendimento é condição primeira para a realização desse processo,
125
considerando a vigência decenal do PMASE de Jacareí/SP, com objetivos, ações e metas definidas e a serem alcançadas.
Na avaliação deve-se buscar a relação entre os objetivos, ações e metas para verificar o impacto real do que de fato foi
planejado, considerando os prazos também definidos para essa ação. O monitoramento e a avaliação devem focalizar seus
instrumentos de averiguação na eficiência, eficácia e impacto das ações e metas previstas considerando os prazos previstos,
o financiamento, os responsáveis e as parcerias para cada ação, estratégia e meta definida. E, segundo os parâmetros do
SINASE, tem os seguintes objetivos: gerar transparência na gestão; embasar avaliações, tendo em vista a boa qualidade dos
recursos financeiros; estruturar padrões de referência; subsidiar o planejamento das ações.
Nesse sentido, uma comissão de avaliação deve ser constituída considerando os requisitos definidos pelo SINASE
(2012) e, nesse processo de acompanhamento e avaliação, a articulação entre as Coordenações Estadual e Nacional é o
ponto de partida para a efetivação do sistema nacional de atendimento socioeducativo.
Indicadores
Os indicadores, no geral são medidas quantitativas, que buscam substituir, quantificar ou operacionalizar
tanto as etapas de formulação, implantação e/ou implementação e mesmo de acompanhamento de políticas e/ou
ações públicas: possibilitam o acompanhamento pari passu das ações, estratégias e metas definidas visando a
melhoria da prestação de serviços públicos aos seus destinatários.
Os critérios para a escolha dos indicadores do PMASE de Jacareí/SP devem ser pautados nos documentos
legais e técnicos e, em especial, na experiência vivenciada da gestão dos programas e/ou serviços socioeducativos
desenvolvidos pelo município e, em sua estreita relação com a articulação do sistema em nível estadual e nacional.
126
De um modo geral, os indicadores podem ser traduzidos do seguinte modo, tomando as referências do
próprio SINASE: Indicadores sociodemográficos; Indicadores de tipos/tipologia de ato infracional e de reincidência;
Indicadores de oferta e acesso (garantia de direitos) às políticas, programas, projetos e serviços de atenção ao
adolescente; Indicadores de fluxo no sistema de atendimento socioeducativo; Indicadores de condições
socioeconômicas do adolescente e família; Indicadores de qualidade dos programas e/ou serviços de PSC e LA;
Indicadores de desempenho e de resultados dos programas e/ou serviços de PSC e LA; Indicadores de
financiamento e custos da gestão do sistema municipal de atendimento socioeducativo; Número de adolescentes
em cumprimento de cada uma das MSE em meio aberto (PSC e LA); Número de adolescentes em cumprimento de
medida socioeducativa de privação de liberdade (Internação e Semiliberdade) executada pela Fundação CASA;
Número de transferências realizadas de uma medida privativa de liberdade para medida em meio aberto;
Indicadores de cumprimento e de descumprimento de MSE; Número de adolescentes egressos e número de
extinções de MSE; Número de PIA realizados nos prazos legais previstos.
O PMASE de Jacareí/SP guarda relação com os Planos Decenais em âmbito nacional e estadual visando à efetivação
da política socioeducativa de qualidade e, sua estrutura, é composta por quatro Eixos temáticos, a saber:
EIXO 1: GESTÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO EIXO 2: QUALIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO EIXO 3: PARTICIPAÇÃO E AUTONOMIA DO ADOLESCENTE EIXO 4: ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL, INTERGOVERNAMENTAL, INTERINSTITUCIONAL E FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS
127
E, para a definição das metas, foram definidos os seguintes períodos para desencadeamento do objetivo e ações
previstas:
Curto
Prazo
2015 a 2017 Ações que deverão ser iniciadas imediatamente após a aprovação do
PMASE e concluídas até o ano de 2017.Médio
prazo
2018 a 2021 Ações que deverão ser iniciadas e concluídas no período
Longo
prazo
2022 a 2025 Ações que deverão ser iniciadas e concluídas no período
As indicações de responsabilidade, exceto os órgãos responsáveis pela gestão do sistema de atendimento
socioeducativo, parcerias e financiamento são apontadas no PMASE de Jacareí/SP, levando-se em conta o papel da
gestão necessário para garantir a realização das ações e metas, não significando que os indicados, sejam o executor
operacional ou técnico do Plano.
128
PLANO MUNICIPAL DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO (PMASE) DE JACAREÍ/SP- Período: 2015-2024
EIXO 1: GESTÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
Objetivo: Implantar, monitorar e avaliar o sistema municipal de atendimento socioeducativo, visando a consecução da política socioeducativa na garantia dos direitos humanos de adolescentes em conflito com a lei, condizentes com a doutrina de proteção integral e parâmetros de gestão do SINASE.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Instituir a Coordenação Municipal do Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo (SIMASE) responsável pela implementação do Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo (PMASE).
Mobilização dos representantes das políticas setoriais (educação, saúde, assistência social, cultura, esporte) e transversais (justiça, direitos humanos, juventude etc.) para a criação e efetivação da Coordenação do SIMASE.
Representantes das políticas setoriais e transversais mobilizados e definidos para a Coordenação do SIMASE
Curto prazo: 06 (seis) meses, após aaprovação do PMASE pelo CMDCA2015 - 2016
SAS - CREAS
Secretarias municipaisdas políticas setoriais e transversais. CMDCA.
SAS
Elaboração e aprovação dedecreto municipal de constituição do SIMASE, definindo sua finalidade, composição e membros (titulares e suplentes).
Decreto publicado.Comissão instituída e instalada.
Curto prazo: 09 (nove) meses, após aaprovação do PMASE pelo CMDCA. 2016 – 2017
SAS - CREAS
Secretaria Municipal de Finanças.Secretarias municipaisdas políticas setoriais e transversais.Legislativo. Sistema de Justiça.CMDCA.
SAS
129
Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Garantir recursos para execução da Política Municipal de Atendimento Socioeducativo.
Previsão de recursos no orçamento público municipal a partir das avaliações do SIMASE.
Definir anualmente recursos no orçamento municipal
Ação contínua: Curto, Médio eLongo prazos2015-2025
Coordenação Municipaldo SIMASE
Secretaria Municipal de Finanças.Legislativo.CMDCA.CMAS.CT.
SASE cofinanciamento com as demais políticas setoriais
Elaboração de projetos a ser encaminhados ao sistema nacional, sistema estadual, fundos públicos correspondentes, iniciativaprivada, organismos multilaterais para viabilizaro cofinanciamento do SIMASE.
01 (um) projeto ao ano, no mínimo elaborado e encaminhado
Ação contínua: Curto, Médio eLongo prazos 2015-2025
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREAS
CMDCA.CMAS.Conselhos das políticas setoriais e transversais.
SAS Secretarias das políticas setoriais e transversais.
Ação 3 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Garantir política de formação continuada aos profissionais envolvidos no SIMASE.
Elaboração da proposta de política de formação continuada dos profissionais envolvidos noSIMASE.
Proposta elaborada.
Curto prazo: 18 meses2015-2017
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREAS
CMDCA.Conselho das Políticas setoriais e transversais.SEDS/SP–DRADSFundação CASAEscolas do SINASE (nacional e estadual)Sistema de Justiça.Universidade.Ongs.
SASCMDCA CONDECA
MDSFundos dos direitos
(cofinanciamento)
Atualização da proposta depolítica de formação continuada aos profissionais envolvidos noSIMASE.
Proposta atualizada.
Ação contínua: a cada dois anos Curto, Médio e Longo
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREAS
CMDCA.Conselho das Políticas setoriais e transversais.SEDS/SP –DRADS.
SAS.CMDCA CONDECAMDS Fundos dos
130
prazos2017-2025
Fundação CASA.Escolas do SINASE (nacional e estadual)Sistema de Justiça.Universidade.Ongs.
direitos (cofinanciamento).
Elaboração de projetos formativos para busca de financiamento e implantação, contemplando os diversos atores do SIMASE.
01 (um) projeto acada 02 (dois) anos, elaborado e encaminhado.
Ação contínua:Curto, Médio eLongo prazos 2017-2025
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREAS
CMDCA.Conselho das Políticas setoriais e transversais.Universidade.Ongs.Escolas do Sinase (nacional e estadual).SEDS/SP – DRADS.Fundação CASA.
SAS(Cofinanciamento)
Articulação com as Escolasde Formação do SINASE (nacional e estadual ou congênere) para o debate e definição das propostas de formação, conteúdos e cofinanciamento.
Protocolos de cooperação firmados.
Primeira ação - Curto prazo: até 24 meses. 2015-2017Ação contínua:Curto,Médio e Longoprazos 2018-2025
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREAS
Coordenação Nacional e Estadual do SINASE.Escola do SINASE nacional e estadual.
SASCMDCACONDECACofinanciamento nacional e estadual
Realização de cursos de formação
01 (um) curso a cada 02 (dois) dois anos para formação para osprofissionais do atendimento direto.
Primeira ação - Curto prazo: até 24 meses. 2015-2017Ação contínua:Curto, Médio eLongo prazos2018-2025
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREAS
Conselho das políticas setoriais e transversais.Coordenação Nacional e Estadual do SINASE.Escola do SINASE nacional e estadual.ONGs.Fundação CASA.SEDS/SP – DRADS.Universidades
SASCMDCACONDECAFundos dos direitos Cofinanciamento nacional e estadual.
131
Agências multilaterais.Fundações e entidadesdo terceiro setor.Instituições de formação, supervisão e assessoria externa.
Ação 4 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Elaborar e executar o monitoramento e avaliação do PMASE – Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo.
Elaboração de proposta metodológicade Monitoramento e Avaliação.
Proposta elaborada
Curto prazo 24 meses 2015-2017
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREASCMDCA
Coordenação Nacional e Estadual do SINASE.MDS.CREAS. ONGs. Universidade.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA. Instituições de formação, supervisão e assessoria (assessoria externa).
SASCMDCACONDECA
Implantação da proposta de Monitoramento e Avaliação.
Monitoramento contínuo do Plano.Avaliação realizada anualmente.
Primeira avaliação municipal do Plano: em 2017 Ação contínua:Curto, Médio eLongo prazos 2018-2025
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREASCMDCA
Coordenação Nacional e Estadual do SINASE.ONG.Universidade. CT.Conselhos das políticas setoriais e transversais.Sistema de Justiça.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.
SASCMDCAFundos dos direitos
Cofinanciamento nacional e estadual.
132
Legislativo.Agências multilaterais.Fundações e entidadesdo terceiro setor.
Publicação anual dos resultados do PMASE no site do Poder Executivo e em diversas mídias disponíveis.
Resultados parciais – monitoramento- publicados anualmente.
Resultados da avaliação no finalde sua realização.
Curto prazo 2017Médio Prazo: 2021.Longo prazo: 2025.
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREASCMDCA
Setor de Comunicação do Executivo Municipal.Coordenação Nacional e Estadual do SINASE.Sistema de Justiça.Legislativo.
SASSetor de Comunicação do Executivo Municipal.CMDCA
Atualização da proposta metodológica de Monitoramento e Avaliação.
Atualização elaborada.
Ação contínua: apósa primeira e segunda avaliação.Médio e Longoprazos 2018 e 2022
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREASCMDCA
Coordenação Nacional e Estadual do SINASE.MDS.CREAS. ONGs. Universidade.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.
SASCMDCA
Ação 5 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
133
Elaborar e executar o monitoramento e avaliação dos programas e/ou serviços de PSC e LA.
Elaboração e execução da proposta metodológica de Monitoramento e Avaliaçãodos programas e/ou serviços de PSC e LA.
Proposta elaborada e executada
Para a elaboração - Curto prazo 24 meses 2015-2017
Para a execução - Ação contínua: Curto Prazo, Médio e Longoprazos 2018-2024
SAS-CREAS CMDCA.CMAS.CONDECA.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.MDS.Coordenação Municipaldo SIMASE.Universidade.Ongs.Instituições de formação, supervisão e assessoria externa.
SASCMDCA
Implantação do sistema municipal de informação para o monitoramento e a avaliação.
Sistema de informação implantado.
Monitoramento contínuo e a avaliação realizada.
Para a implantação: Curto prazo 24 meses (2015-2017)Para a execução - Ação contínua:Curto Prazo, Médio e Longoprazo 2018-2025.
Coordenação Municipaldo SIMASE SAS – CREAS
CMDCA.CMAS.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.MDS.SDH.Coordenação Estadual e Nacional do SINASE.Universidade.Ongs.Sistema de Justiça.Conselho Tutelar.Conselhos das políticas setoriais e transversais.
SASSecretaria Municipal de Finanças.Coordenação Municipal do SIMASEFundos dos direitos (cofinanciamento).
Adesão ao sistema nacional e estadual de informação (SIPIA-SINASE) para registro dos dados municipais
Município inscritono SIPIA- SINASE,após a instalaçãodo sistema em nível estadual e nacional.Protocolo de adesão firmado
Curto prazo 2015-2017 Ação contínua: Médio e Longoprazos 2018-2025
Coordenação Municipaldo SIMASE. SAS - CREAS
Coordenações Estadual e Nacional doSINASE.CMDCA.CMAS.COBDECA.SEDS-DRADAS.SDH.
SAS(Cofinanciamento)
134
entre as partes. MDS.Fundação CASA.Sistema de Justiça.Conselho Tutelar.Conselhos das políticas setoriais e transversais.
Realização e atualização do diagnóstico sobre o contexto situacional do adolescente em conflito com a lei e política socioeducativa com a participação da rede de proteção social.
Diagnóstico elaborado
Diagnóstico atualizado
Para elaboração dodiagnóstico: Curto prazo 2015-2017.
Para a atualização dodiagnóstico - ação contínua: Médio e Longo prazos 2018-2025
SAS - CREAS
ONGs Conselho das políticas setoriais e transversais.Sistema de JustiçaConselho TutelarUniversidade.SEDS/SP-DRADSFundação CASA.
SASCMDCACONDECAFundos dos direitos
Atualização da proposta metodológicade Monitoramento e Avaliação dos programas e/ou serviços de PSC e La.
Atualização elaborada
Após a realização dasavaliações, a cada dois anos.
Ação contínua:Curto em 2017, Médio em 2021 e Longo em 2025
SAS-CREAS CMAS.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.MDS.Coordenação Municipaldo SIMASE.Universidade.Ongs.
SASCMDCACONDECAFundos dos direitos
Ação 6 Estratégia Meta Prazo Responsá Parceria Financiamen
135
vel toManter, aperfeiçoar e ampliar(se necessário) programas e/ou serviços socioeducativosem meio aberto de PSC e LA.
Destinação de recursos (físicos, humanos e materiais) adequados ao funcionamento dos programas e/ou serviços de LA e PSC, garantindo a interdisciplinaridade da equipe de trabalho e qualidade do atendimento.
Programas e serviços mantidos e aperfeiçoados, com qualidade
Ação contínua: Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
Coordenação Municipaldo SIMASESMAS-CREAS
CMDCAONGsSEDS/SP-DRADSMDSFundação CASASistema de JustiçaSecretaria Municipal de finanças.
SMASSecretaria Municipal de finançasSecretaria Estadual de Finanças(cofinanciamento)
Análise da necessidade de ampliação de novos programas e/ou serviços ou vagas no meio aberto, por meio dos resultados dodiagnóstico (do contexto do adolescente e da política socioeducativa) e das ações de monitoramento e avaliação.
Análise realizada e definição da necessidade ou não de ampliação e/ou de novas
Curto prazo após a primeira avaliação e diagnóstico.2017Ação contínua após atualização diagnóstica e realização dasavaliações: Médio e Longoprazos 2018-2025
Coordenação Municipaldo SIMASESAS – CREASONGs executoras
CMDCACMASSEDS/SP-DRADSFundação CASASistema de Justiça,
SASSecretaria Municipal de Finanças.Secretaria Estadual de Finanças(cofinanciamento).
Estabelecimento de articulação entre os sistemas de privação de liberdade e do meio aberto, para viabilizar a criação de um serviço paraatendimento dos egressos,visando apoiá-los após o cumprimento da medida.
Elaboração de protocolos para aação conjunta entre o meio aberto e a privação de liberdade.
Para a efetivação de protocolos: Curto prazo 2015-2016.
Ação contínua: Curto, Médio eLongos prazo: 2017-2025
Coordenação Municipaldo SIMASESAS -CREAS
Coordenação Estadual do Sistema de Atendimento Socioeducativo.Fundação CASA.SEDS/SP-DRADS.Sistema de Justiça.Legislativo.Secretarias das políticas setoriais e transversais.
SASSecretarias Estadual e Municipal de finanças(cofinanciamento)
136
Organização de espaços institucionais para acompanhamento de egressos.
100% de egressos que necessitarem de atendimento.
Após efetivação de protocolos e cofinanciamento: Curto prazo 2015-2016.Ação contínua: Curto, Médio eLongo prazos 2017-2025
Coordenação Municipaldo SIMASE SAS-CREAS
Coordenação Estadual do Sistema de Atendimento Socioeducativo.Fundação CASA.SEDS/SP-DRADS.Sistema de Justiça.Legislativo.Secretarias das políticas setoriais e transversais.
SASSecretarias Estadual e Municipal de finançasSecretaria Estadual de Finanças(cofinanciamento)
137
PLANO MUNICIPAL DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO (PMASE) DE JACAREÍ/SP - Período: 2015-2024
EIXO 2: QUALIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
Objetivo: Garantir o aprimoramento da ação socioeducativa nos programas e/ou serviços de atendimento em meio aberto aos adolescentes em cumprimento de medidas de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e de Liberdade Assistida (LA), de acordo com os parâmetros do SINASE,condizentes com a doutrina de proteção integral e parâmetros de atendimento do SINASE.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Aperfeiçoar ou atualizar o Projeto Político-Pedagógico (PPP) dos programas e/ou serviços de atendimento socioeducativo em meio aberto – PSC e LA à luz dos parâmetros do SINASE.
Mobilização das equipes técnicas, socioeducadores, profissionais de apoio dos programas e/ou serviços e a rede de proteção social para a o aperfeiçoamento ou atualização do Projeto Político-Pedagógico de PSC e de LA.
PPP de PSC aperfeiçoadoe/ou atualizado.PPP de LA aperfeiçoadoe/ou atualizado, anualmente.
Para o aperfeiçoamento ou atualização dos 02 (dois)PPP: Curto prazo 2015-2016.Ação contínua: Curto, Médio e Longo prazos 2017-2025
SAS-CREAS Secretarias das Políticas setoriaise transversais.Ongs.Fundação CASA.SEDS/SP - DRADS.Universidade. Instituições de formação, supervisão e assessoria externa.
SAS
Estabelecimento ou aperfeiçoamento de fluxos de atendimento, contemplando a responsabilização dos diversos atores do SGDCA na atenção ao adolescente em cumprimento de medida socioeducativa, PSC e LA.
Fluxos estabelecidos ou aperfeiçoados para os programas e/ou serviçosde PSC e LA, anualmente.
Para o aperfeiçoamento ou estabelecimento dos fluxos de PSC e LA: Curto prazo 2015-2016
SAS-CREAS
CMDCA.Coordenação Municipal do SIMASE e Coordenação Estadual.Secretarias das Políticas setoriaise transversais.
SAS
138
Protocolos firmados.
Ação contínua: Curto, Médio e Longo prazos 2017-2025
Ongs.Fundação CASA.SEDS/SP - DRADS.Sistema de Justiça.Instituições de formação, supervisão e assessoria externa.
Aperfeiçoamento das estratégias participativas sobre os PPP (PSC eLA) com ênfase na participação dos sujeitos destinatários da política socioeducativa (adolescentes), famílias, diferentes programas e projetos sociais e, em especial com entidades governamentais e não governamentais que acolhem os adolescentes em PSC e divulgação dos PPP em diversos espaços em que atuam com adolescentes.
Estratégias participativas estabelecidas.
Divulgação dos PPP em reuniões ou encontros detrabalhos, supervisão da ação socioeducativa e, em diferentes espaços das políticas públicas.
Para o aperfeiçoamento das estratégias participativas dos PPP: Curto prazo 2015-2017.Ação contínua: Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SAS-CREAS CMDCA.Coordenação Municipal do SIMASE e Coordenação Estadual.Secretarias das Políticas setoriaise transversais.Ongs.Fundação CASA.SEDS/SP - DRADS.Sistema de Justiça.
SAS
Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
139
Aperfeiçoar ou atualizar as metodologias da ação socioeducativa dos programas e/ou serviços de PSC e LA.
Levantamento de propostas metodológicas existentes e realização de leitura crítica, considerando as especificidades da realidade local.
Levantamento realizado
Para a realização dolevantamento: Curto prazo 2015-2017
SAS- CREAS Secretarias das Políticas setoriaise transversais.SEDS/SP – DRAS.MDS.Fundação CASA.Universidade.Ongs.
SAS
Aperfeiçoamento ou atualização de metodologias de atendimento dos programas e/ou serviços de PSC e LA, contemplando métodos,procedimentos técnicos, aferição de resultados, práticas interdisciplinares, concepções da ação, incluindo as praticas restaurativas.
Metodologiasaperfeiçoadas ou atualizadas, a cada (02) anos.
Curto prazo 2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SAS-CREAS CMDCA.CMAS.ONDECA.Coordenação Municipal SIMASE.Secretarias das Políticas setoriaise transversais.Fundação CASA.Sistema de Justiça.SEDS/SP – DRADS.Universidade.Instituições de formação, supervisão e assessoria externa.
SASFundos dos direitos MDS(cofinanciamento)
Aperfeiçoamento dos processos de seleção e credenciamento de orientadores (socioeducadores) na PSC e LA.
Documento de critério elaborado e implementado
Documento elaborado: Curto prazo 2015-2017Aperfeiçoamento: ação contínua - Curto, Médio e Longo
SAS- CREAS SAS- CREASCRAS
SAS
140
prazos 2018-2025
Aperfeiçoamento dos processos de seleção e credenciamento de entidades acolhedoras para acompanhamento do adolescenteem PSC.
Documento de critério elaborado e implementado
Documento elaborado: Curto prazo 2015-2017.Aperfeiçoamento: ação contínua Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SAS - CREAS
SAS- CREASCRASEntidades acolhedoras
SAS
Divulgação dos resultados das metodologias e formação dos profissionais para a sua implementação.
Divulgação realizada.Profissionais sensibilizados e formados, a cada 02 (dois) anos.
Curto prazo 2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
Coordenação Municipaldo SIMASE.SAS - CREAS
CMAS.Escolas do SINASE (nacional) e congênere Estadual.Fundação CASA.Sistema de Justiça.SEDS/SP – DRADS.Universidade.CT.
SASCMDCA(cofinanciamento)
Ação 3 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Aprimorar e atualizar a elaboração e realização de estudode caso e do PIA (Plano Individual de Atendimento) para todos os adolescentes em medidas de PSC e LA, respeitando os prazos e a
Realização de avaliação do processo de elaboração do estudode caso e PIA, levando em consideração as suas metodologias e resultados.
Avaliação realizada, anualmente
Curto prazo 2015-2017.Ação contínua:
SAS-CREAS Secretarias das políticas setoriaise transversais.Fundação CASA.SED/SP-DRADS.Sistema de
SAS
141
participação de diferentes atores do SGDCA, adolescentes, familiares à luz dos referenciais teóricos, técnicos e legais.,
Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
Justiça.
Elaboração de proposta técnica de elaboração de estudo de caso e PIA
Proposta de estudo de caso e PIA elaborados
Curto prazo 2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SAS-CREAS Secretarias das políticas setoriaise transversais.Fundação CASA.SED/SP-DRADS.Sistema de Justiça. Universidade.
SAS
Realização das ações de formaçãodos profissionais dos programas e/ou serviços de PSC e LA sobre estudo de caso e PIA.
100% dos profissionais capacitados, a cada 02 (dois) anos
Curto prazo 2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
Coordenação Municipaldo SIMASESAS-CREAS
CMDCA.CMAS.Escolas do SINASE (nacional) e congênere Estadual.SEDS/SP – DRADS.Fundação CASA.Sistema de Justiça.Universidade.Instituições de formação, supervisão e assessoria externa.
SASCMDCACONDECA(cofinancia mento)
142
Realização de estudos de caso e PIA para todos os adolescentes em PSC e LA.
100% dos adolescentes com estudo de caso e PIA
Curto prazo ou 1º Período: 2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos ou 2018-2025
SMAS-CREAS
Secretaria das Políticas setoriaise transversais.Familiares.Adolescentes.Fundação CASA.Sistema de Justiça.
SMAS
Ação 4 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Dar continuidade, aprimorar e implantar proposta de supervisão técnica para os programas e serviços de PSC e LA do município.
Aprimorar proposta técnica de supervisão que contempla diferentes aspectos dos parâmetros do SINASE visando a qualidade do atendimento em PSC e LA.
Proposta aprimorada e implementada
Curto prazo: 2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SAS – CREAS
CMDCA.CMAS.Universidade.Instituições de formação, supervisão e assessoria (assessoria externa).SEDS/SP-DRADAS.MDS.Fundação CASA.Ongs.
SASCMDCAFundos dos direitos MDScofinanciamento)
Realização de supervisão técnica às equipes técnicas, socioeducadores, profissionais administrativos e/ou apoio operacionais.
Estabelecimento de supervisãotécnica para as equipes para PSC e LA, a cada 45 dias.
Curto prazo 2015-2017.Ação contínua:
SAS-CREAS
Instituições de formação, supervisão e assessoria (assessoria externa).
SAS(cofinanciamento)
143
Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
Secretarias das Políticas setoriaise transversais.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.Universidade.
Ação 5 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Aprimorar aspectos de concepção, conteúdos e formas dos relatórios, instrumentais, formulários, protocolos, manuais relativos à ação socioeducativa.
Levantamento da relação e da qualidade dos instrumentais, avaliando aqueles que devem ser aprimorados/modificados.
Instrumentais revisados e aprimorados, a cada 02 (dois) anos
Curto prazo: 2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SAS-CREAS Secretarias das Políticas setoriaise transversais.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.Sistema de Justiça.Universidade.Instituições de formação, supervisão e assessoria externa.
SAS(cofinanciamento)
Produção e implementação de novos e diferentes instrumentais, formulários, protocolos, manuais relativos a ação socioeducativa.
Instrumentais produzidos e implementados
Curto prazo2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos2018-2025
SMAS-CREAS
Políticas setoriaise transversais.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.Sistema de Justiça.Universidade.Instituições de formação, supervisão e assessoria externa
SMAS(cofinanciamento)
144
Ação 6 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Fortalecer vínculos institucionais com instituições relacionadas ao atendimento direto dos adolescentes em PSC e LA inseridos em diferentes programas e serviços sociais das políticas setoriais e ação comunitária (Eixo 4).
Estabelecimento de protocolo com a Fundação CASA, no sentidode garantir atendimento técnico às famílias dos adolescentes privados de liberdade, no momento da sua desinternação ou da progressão da medida.
Protocolo firmadoAtendimento às famílias realizado
Curto prazo2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
Comissão Municipal do SIMASE SAS-CREAS
CMDCACMASCoordenação Estadual do Sistema Socioeducativo. Fundação CASASEDS/SP-DRADSSecretarias de políticas setoriaise transversais.ONGs.Universidades.
SAS
Estabelecimento de protocolos com o Poder Judiciário no sentido do envio de documentação e informações necessárias para a realização do estudo de caso dos adolescentes, definindo prazos e componentes.
Protocolo firmadoDocumentos einformações encaminhadosaos programas e/ou serviços, em tempo hábil.
Curto prazo2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
Comissão Municipal do SIMASESMAS – CREAS
Sistema de JustiçaCoordenação Estadual do Sistema SocioeducativoSEDS/SP-DRADS.
SMAS
Estabelecimento de protocolos com os representantes das políticas setoriais, visando garantir o atendimento qualificado dos adolescentes nos serviços e programas das diferentes áreas.
Protocolos firmados
Curto prazo: 2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
Comissão Municipal do SIMASESMAS – CREAS
Coordenação Estadual do Sistema SocioeducativoSecretaria e Conselhos das políticas setoriaise transversais.SEDS-DRADS.CMDCA.CONDECA.
SMAS
145
Ação 7 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Garantir a formação/educação profissional dos adolescentes e orientação para o trabalho.
Mapeamento das ofertas de cursos de formação profissional para adolescentes e articulação com as instituições.
Mapeamento e articulação realizados
Curto prazo2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SMAS-CREAS
CMDCAMTEPRONATECPATETECs
SMAS
Estímulo à inclusão dos adolescentes no Programa Jovem Aprendiz
80% dos adolescentes em conformidade com os PIAS doa adolescentes
Curto prazo2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SMAS - CREAS
PATSecretaria ou serviço municipalde trabalho e empregoComissão Municipal de emprego
146
PLANO MUNICIPAL DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE JACAREÍ/SP - Período: 2015-2024
EIXO 3: PARTICIPAÇÃO E AUTONOMIA DO ADOLESCENTE
Objetivo: Garantir espaços de participação do adolescente em diferentes etapas do processo da ação socioeducativa visando oreconhecimento de sua autonomia como sujeito de direitos, pessoa em condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e prioridadeabsoluta da família, da sociedade e do poder público, condizentes com a doutrina da proteção integral e com os parâmetros do SINASE.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Promover o acesso do adolescente a esclarecimentos sobre o conteúdo e informações da medida socioeducativa aplicada em diferentes etapas do processo de cumprimento da medida (Inciso IV, V e VI da Lei nº 12.594/12) e conforme as definições e estratégias de atendimento constantes do Projeto Político-Pedagógico (PPP).
Mobilização das equipes técnicas, educadores sociais, profissionais de apoio dos programas e/ou serviços socioeducativos e da rede de proteção social que acolhe o adolescente em medida socioeducativa para a garantia desua participação em diferentes espaços e modalidades da ação socioeducativa.
Abertura de espaços e modalidadesda ação socioeducativa que melhor possibilite a participação autônoma doadolescente
Ação contínua: Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SAS-CREASEntidade (governamental (OG)ou nãogovernamental (ONG))acolhedora de PSC.
Secretarias de políticas sociais e transversais, em especial as de juventude.
SASONG ou OG (entidade acolhedora de PSC)(cofinanciamento).
Definição com o adolescente sobre sua participação no processo de cumprimento da medida socioeducativa, incluindo,também o responsável legal.
Definição com o adolescente realizada
Ação contínua: Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
C MAS-CREASEntidade (governamental (OG)ou nãogovernamental (ONG))acolhedora de PSC.
Família (ou responsável legal).
SMASONG ou OG (entidade acolhedora de PSC)(cofinanciamento).
147
Apoio ao adolescente em sua participação nos diferentes espaços da vida social (educação,esporte, lazer, comunidade, família, fórum e grupos de jovens,conferências dos direitos da criança e do adolescente, da juventude) e no acesso às Corregedorias e Ouvidorias, abrindo espaços para a reflexão sobre essa participação.
Abertura de espaço juntoao SGDCA e rede proteção social sobre o direito à participação do adolescente
Ação contínua: Curto, Médioe Longo prazos 2015-2025
SAS-CREAS Entidade (governamental (OG)ou nãogovernamental (ONG))acolhedora de PSC.
Secretarias de políticas sociais e transversais.CMDCA.Conselho das políticas setoriais e transversais, especialmente da juventude.Sistema de Justiça.Corregedorias.Ouvidorias.CTOngs.
SAS
Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Aprimorar metodologias da ação socioeducativa dos programas e/ou serviços de PSC e LA sobre o direito humano à participação do adolescente conforme estabelece Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU (1989).
Levantamento das propostas metodológicas existentes e realização de leitura crítica, considerando as especificidades da realidade local.
Levantamentorealizado.
Para a realização dolevantamento: Curto prazo 2015-2017
SAS-CREAS Entidade (governamental (OG)ou não governamental (ONG)) acolhedora de PSC.
Secretarias dasPolíticas setoriais e transversais, especialmente da juventude.SEDS/SP – DRAS.MDS.Fundação CASA.Universidade.Ongs
SAS
Elaboração de metodologias de atendimento dos programas e/ou serviços, contemplando métodos, procedimentos técnicos, aferição de resultados
Metodologias aprimoradas eimplementadas, a cada 02 (dois) anos
Curto prazo 2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio
SAS-CREAS Entidade (governamental (OG)ou não
CMDCA.CMAS.CONDECA.Coordenação Municipal
SAS(cofinanciamento)
148
que incidam sobre a participação autônoma do adolescente.
e Longo prazos 2018-2025
governamental (ONG)) acolhedora de PSC.
SIMASE.Secretarias dasPolíticas setoriais e transversais, especialmente da juventude.Fundação CASA.Sistema de Justiça.SEDS/SP – DRADS.Universidade.
Realização de encontros, seminários e roda de conversa com os profissionais sobre as diferentes metodologias participativas que incluam o adolescente em diferentes etapas do cumprimento da medida socioeducativa aplicada.
Modalidades estratégicas realizadas
Curto prazo ou 2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SAS-CREAS Entidade (governamental (OG) ou não governamental (ONG)) acolhedora de PSC
CMDCA.CMAS.CONDECA.Coordenação Municipal SIMASE.Secretarias dasPolíticas setoriais e transversais, especialmente da juventude.Fundação CASA.Sistema de Justiça.Ongs
SASCMDCA(cofinanciamento)
Ação 3 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Mobilizar o adolescente para participação na reflexão sobre o aprimoramento da ação
Definição de espaços e momentospara a realização de escuta individual e/ou coletiva, roda de
Espaços, momentos e estratégias de
Ação contínua: Curto,
SAS-CREAS Entidade governament
SAS-CRAS SAS
149
socioeducativa (PIA, estratégias de atendimento, avaliação dos programas e/ou serviços socioeducativos)
conversa, e encontros com adolescentes para o aprimoramento da ação socioeducativa em meio aberto.
escura realizadas
Médio e Longo prazos 2015-2025
al (OG) ou não governamental (ONG) acolhedora de PSC
Utilização de metodologia apropriada à participação do adolescente na elaboração do Plano Individual de Atendimento (PIA), seu desenvolvimento e finalização da medida socioeducativa.
Participação de 100% dos adolescentes nesse processo.
Ação contínua: Curto, Médio e Longo prazos ou 2015-2025
SAS-CREAS Entidade governamental (OG) ou não governamental (ONG) acolhedora de PSC
SAS-CRAS SAS
Propiciar a participação do adolescente na avaliação sistemática do programa e/ou serviço de execução da medida em meio aberto.
Avaliação, com instrumental definido, realizada em 02(dois) momentos da ação socioeducativa:durante o atendimento e finalização da medida.
Ação contínua: Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SAS-CREAS Entidade governamental (OG) ou não governamental (ONG) acolhedora de PSC
Secretarias dasPolíticas setoriais e transversais, especialmente da juventude.Fundação CASA.Sistema de Justiça.
SAS
Ação 4 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Promover o acesso do adolescente em medida socioeducativa nos espaços de debate e formulação das políticas públicas infanto-juvenis.
Ampliar a participação dos adolescentes nas conferências municipais, estadual e nacional dos direitos da criança e do adolescente, eleição do conselho tutelar e escolha dos conselheirosde direitos.
Participação de efetiva dos adolescentes nos processos de debate e realização das conferências,
Ação contínua (considerando as definições, regras e datas das
SAS-CREAS Entidade (governamental (OG) ou não
CMDCA.Conselhos das Políticas setoriaise transversais, especialmente da juventude.Secretarias das
SAS.CMDCA.CONDECA.CONANDA.Conselhos daspolíticas setoriais e
150
eleição do CT, escolha dos representantes do CMDCA, dos demais Conselhos das políticas setoriais e transversais
conferências, encontros, seminários): Curto, Médioe Longo prazos 2015-2025
governamental (ONG)) acolhedora de PSC
Políticas setoriaise transversais, especialmente da Juventude.CONDECA.CONNADA.Fundação CASA. ONGs.
transversais e da juventude.(cofinanciamento)
Promover a participação do adolescente nas conferências municipais, estaduais e nacional sobre os direitos da juventude.
Participação efetiva do adolescente no.Processo. de debate e realização das conferências
Ação contínua: considerando as definições e datas dasconferências, encontros, seminários,Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SAS-CREAS Entidade (governamental (OG)ou não governamental (ONG)) acolhedora de PSC
CMDCA.Conselhos e Secretarias da juventude.CONDECA. Fundação CASA. ONGs.Iniciativa privada.
SAS.CMDCA.CONDECA.CONANDA.Conselhos e Secretarias daJuventude.(cofinanciamento)
Promover a participação do adolescente nas conferências e/ou encontros referentes à: educação, saúde, assistência social, esporte, cultura, lazer, formação profissional e trabalho.
Participação efetiva do adolescente no processo de debate e realização das conferências, encontros, seminários
Ação contínua: considerando as definições e datas dasconferências, encontros, seminários.Curto, Médio e Longo
SAS-CREAS Entidade (governamental (OG) ou não governamental (ONG)) acolhedora de PSC
Conselhos e Secretarias das políticas setoriais(educação, saúde, assistência social, esporte, cultura, lazer, formação profissional NE trabalho).CONDECA.Fundação CASA,
SASSecretaria dasPolíticas Setoriais e transversais, especialmenteda juventude.Conselhos daspolíticas setoriais, Transversais, especialmenteda juventude.
151
prazos 2015-2025
ONGs.Iniciativa privada.
CMDCA.CONDECA.(cofinanciamento)
Abrir espaços de formação dos adolescentes para a participação nos diferentes espaços de debate,elaboração, acompanhamento e avaliação das políticas públicas de direitos da criança, do adolescente e jovem, em especial, no acompanhamento e avaliação do Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo.
Abertura de espaços e realização de formação, a cada ano
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2017-2025
SAS-CREAS Entidade (governamental (OG)ou não governamental (ONG)) acolhedora de PSC
CMDCA.CONDECA.CMAS.Conselhos das Políticas setoriaise respectivos. Fundação CASA. ONGs
SASCMFCACONDECA(cofinanciamento).
Buscar junto aos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e dos Fóruns como dos demais Conselhos das Políticas Setoriais, Transversais e da Juventude, espaços para a plena participação dos adolescentes em reuniões ou sessões ou assembleias que tratem das políticas de direitos dacriança, do adolescente e do jovem.
Articulação realizada sobre as estratégias de participação (sistemática e pontuais).
Ação contínua:Curto prazo: 2015– 2017Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SAS-CREAS Entidade (governamental (OG)ou não governamental (ONG)) acolhedora de PSC
CMDCA.CONDECA.CONANDA.Conselhos das Políticas setoriaise transversais, especialmente da juventude. Fórum dos direitos da criança e do adolescente/FDCA (nacional, estadual e municipal).ONGs.
SAS.
152
PLANO MUNICIPAL DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE JACAREÍ/SP - Período: 2015-2024
EIXO 4: ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL E INTERINSTITUCIONAL E FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS
4.1: ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL COM A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
Objetivo: Articular a política socioeducativa com a política de educação para a garantia de acesso, permanência e sucesso escolar doadolescente em cumprimento de medidas socioeducativas de PSC e LA nos espaços da escola e em diferentes modalidadeseducacionais, em consonância com a doutrina da proteção integral, com os parâmetros do SINASE, da Lei de Diretrizes e Bases daEducação e do Plano Decenal da Educação.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Mobilizar a comunidade escolar para garantir o direito à educaçãoescolar dos adolescentes em medidas socioeducativas de PSC e LA.
Realização de encontros formativos, seminários, palestras, com os profissionais da educação.
01 (um) encontro, a cada 06 (seis) meses
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SME-EscolasSEE/SPSAS-CREAS
CMDCACMECEECTSEDS/SP-DRADSSEE/SPFundação CASASistema de Justiça
SMESAS
Estabelecimento de protocolo entre a SME-Escolas e SAS-CREASpara garantir a inserção dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no ensino regular, formal e, em diferentes modalidades educacionais.
100% dos adolescentes inseridos na educação escolar
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SMESEE/SPSAS-CREAS
CoordenaçãoMunicipal do SIMASECoordenação Estadual de Atendimento SocioeducativoSistema de Justiça.CMDCA.CONDECA
SMESMAS
153
CMECEE/SP
Participação dos profissionais da educação no processo de elaboração do Plano de Individual de Atendimento (PIA) dos adolescentes com os profissionaisdo CREAS.
100% dos profissionais envolvidos na elaboração dos PIA
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SME-EscolasSEE/SP-EscolasSMAS-CREAS
Sistema de Justiça.Coordenação Municipal do SIMASECoordenação Estadual de Atendimento SocioeducativoFundação CASA.
SMESMAS
Abertura de espaços para adolescentes cumprirem medidas socioeducativas de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) no sistema de educação, incluindo, unidades escolares e projetos especiais.
Levantamentodos espaços e atividades.Implementação da presença do adolescente em PSC na educação
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SME-EscolasSEE/SP-EscolasSMAS-CREAS
Sistema de Justiça Fundação CASA
SMESMAS
Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Elaborar estratégias para a sensibilização dos adolescentes e famílias sobre a importância da educação (escolar e geral) para a qualidade de vida e o desenvolvimento da autonomia e habilidades sociais.
Criação de Grupo de Trabalho (GT)entre as pastas de Educação (Escolas) e Assistência Social (CREAS) para a definição de açõesconjuntas para a inclusão de adolescentes nas ações educacionais (estabelecimento deprotocolos)
GT instaladoProtocolos firmados
Elaboração de materiale distribuiçãonas escolas: Curto prazo2015-2018.Ação
SMESEE/SPSMAS-CREAS
SAS-CRAS.CMDCA.CONDECA.SEE/SPCoordenação Municipal do SIMASE.Coordenação Estadual de
SMESASSEE/SP
154
contínua:Médio e Longo prazos 2018-2025
Atendimento Socioeducativo.Fundação CASA
Realização de palestras, encontros e debates com adolescentes e famílias em conjunto (Educação-Escolas com a Assistência Social-CREAS e instituições da rede de proteção social) para a participação das de educação.
01 (uma) atividade realizada, a cada ano.
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SMESEE/SPSAS-CREAS
SAS-CRAS.CMDCA.CONDECA.SEE/SPFundação CASA.Representação da área da política da juventude.
SMESEE/SPSAS
Estímulo à participação dos adolescentes nos espaços de mobilização e atividades complementares à educação escolar: grêmios estudantis, clubes de leitura, festivais, campeonatos, olimpíadas, jogos estudantis, concursos, TICs.
Adolescentes participando de atividade, ao mesmos uma vez a cada ano
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SMESEE/SP
SAS-CREAS.SAS-CRAS.SEE/SP.Unidades escolares.Rede de ProteçãoSocial.Representação da área da política da juventude.ONGs.Universidade.
SMESEE/SPSAS
Ação 3 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Implementar a Lei Federal Nº 11.525/2007, que dispõe sobre a inclusão de conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes no currículo do ensino fundamental e produção de material didático sobre
Articulação com os órgãos municipal e estadual da educação, em regime de colaboração, para a implementação da Lei nas unidades escolares (currículo e produção de material didático).
100% das escolas de EF com conteúdos e materiais didáticos realizados e
Elaboração de materiale distribuiçãonas escolas: Curto prazo
SMESEE/SP
SAS-CREAS.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.Sistema de Justiça.CMDCA.CONDECA.
SMESEE/SP
155
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
distribuídos 2015-2017Ação contínua:Médio e Longo prazos 2018-2025
CME.CEE/SP.MEC.Universidade.ONGs.
Ação 4 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Garantir o papel da escola enquanto um dos atores principais na mediação de conflitos entre estudantes, profissionais da educação, famílias e comunidades para conhecimento, domínio e manejo de práticas restaurativas.
Realização de encontros formativos visando à mobilização dos profissionais de educação para a implementação das ações de mediação de conflitos e práticas restaurativas.
100% das escolas/profissionais atingidos.Encontros realizados, a cada ano
Curto prazo2015-2017Ação contínua:Médio e Longo prazos 2018-2025
SMESEE/SP
SAS-CREAS.SEDS/SP-DRADS.SEE/SPFundação CASA.Sistema de Justiça.CMDCA.CONDECA.CME.CEE/SP.MEC.Universidade.Representação da área da política da juventude.Ongs.
SMESAS
Realização de intercâmbios entre escolas e instituições do sistema de garantia de direitos para a troca de experiências sobre mediação e práticas restaurativas.
100% das escolas/profissionais atingidos.Encontros realizados, a cada 02 (dois)anos
Curto prazo2015-2017.Ação contínua:Médio e Longo prazos 2018-2025
SMESEE/SP
SAS-CREAS.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.Sistema de Justiça.CMDCA.CONDECA.CME.CEE/SP.MEC.
SMESEE/SPSAS
156
Universidade.
Levantamento nas unidades escolares sobre a natureza e incidência de conflitos envolvendoalunos adolescentes com devida atualização a cada 02 (dois) anos.
Levantamentorealizado e atualizações realizadas
Curto prazo: 2015-2017Ação contínua:Médio e Longo prazos 2018-2025
SMESEE/SP
SAS-CREAS.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.Sistema de Justiça.Coordenação Municipal do SIMASE.Coordenação Estadual de Atendimento Socioeducativo.CMDCA.CONDECA.CME.CEE/SP.MEC.Universidade.
SMESEE/SP
Criação de um Grupo de Trabalho para estudar e planejar a implementação de projetos especiais (direitos humanos) nas unidades escolares (EF e EM) considerando os resultados do levantamento realizado.
Projetos implantados
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SMESEE/SP
SAS-CREAS.SAS-CRAS.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.Sistema de Justiça.Coordenação Municipal do SIMASE.Coordenação Estadual de Atendimento Socioeducativo.CMDCA.CONDECA.CME.CEE/SP.
SMESEE/SP
157
MEC.Universidade.
Inserir adolescentes em conflito com a lei no desenvolvimento de projetos educacionais que incidam sobre sua formação profissional, inserção no trabalho e protagonismo juvenil e reconhecimento da educação/escola como lugar do conhecimento, das relações éticase compromisso com as demandasinfanto-juvenis.
Elaboração deprojetos para essa finalidade
Ação contínua: Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SMESEE/SP
SAS-CREAS.SAS-CRAS.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.E.CEE/SP.MEC.Universidade.
SME
Ação 5 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Mobilizar adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas para o retorno à escola e também às famílias e/ou responsáveis e, em especial aos profissionais da educação, para efetivação da permanência e sucesso escolar dos adolescentes.
Garantia de vagas a qualquer tempo e série, em diferentes modalidades de educação escolar, definindo estratégias para a permanência e sucesso escolar do adolescente em cumprimento de medida socioeducativas nas unidades escolares.
100% dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas na escola
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SME-EscolasSEE/SP-EscolasSAS-CREAS
CT.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.Sistema de Justiça.
SMESEE/SPSAS
Ação 6 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Inserção de adolescentes em conflito com a lei no desenvolvimento de projetos educacionais que incidam sobre sua formação profissional, inserção no trabalho e protagonismo juvenil e reconhecimento da educação/escola como lugar do
Realização de levantamento dos espaços de formação profissional existentes no município propiciando a articulação entre osprojetos educacionais e os de formação profissional e trabalho.
Elaboração e implementação projetos
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SME-EscolasSEE/SP-EscolasSAS-CREAS
CT.SEDS/SP-DRADS.Fundação CASA.Sistema de Justiça.
SMESEE/SPSAS
158
conhecimento, das relações éticase compromisso com as demandasinfanto-juvenis.
Ação 7 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Priorizar nos editais do CMDCA projetos que incidam sobre o acesso, permanência e sucesso escolar de adolescentes em conflito com a lei.
Definir critérios para a apresentação de projetos conforme o resultado do documento de demandas e necessidades elaborado pelo GT.
01 (um) Editalproposto, a cada ano
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SME SEE/SP.CME.CEE/SP.Fundação CASA.Iniciativa privada.
CMDCA (cofinanciamento)
159
EIXO 4.2: ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL COM A POLÍTICA DE SAÚDE
Objetivo: Articular a política socioeducativa com a política de saúde para a garantia de acesso e atendimento do adolescente emcumprimento de medidas socioeducativas de PSC e LA nos espaços da rede pública do SUS, em especial nos projetos e ações voltadas àsaúde mental, sexualidade, direitos reprodutivos, prevenção à gravidez, prevenção ao uso de álcool e drogas, DST e AIDS, emconsonância com a doutrina da proteção integral e com os parâmetros do SINASE, da Lei Orgânica da Saúde e do Plano Decenal daPolítica de Saúde.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Sensibilizar os profissionais da área da saúde para garantir o direito à saúde integral dos adolescentes em medidas socioeducativas.
Realização de encontros formativos com as equipes envolvidas com adolescentes.
Realização de 01 (um) encontro de formação, a cada seis meses
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SMSSES/SPSAS-CREAS
CMDCA.CMS.CES/SP.UBS. Sistema de Justiça. Fundação CASA.CT.
SMS
Criação de Grupo de Trabalho (GT)entre as pastas (SMS-UBS e SAS-CREAS) para a definição de ações conjuntas para a inclusão de adolescentes nas ações e programas da saúde (estabelecimento de protocolos)
GT instalado Protocolos firmados100% dos adolescentes atendidos nos diferentes programas
Curto prazo2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos2018-2025
SMSSAS- CREAS
CMDCA.CONDECA.CES/SP.SES/SP. Coordenação Municipal do SIMASE.Coordenação Estadual de Atendimento Socioeducativo.Fundação CASA.Sistema de Justiça.CT.
SMSSAS
Participação dos profissionais da saúde no processo de elaboração
100% dos profissionais
Ação contínua:
SMS-UBSSMAS-
Sistema de Justiça.
SMESMAS
160
do Plano de Individual de Atendimento (PIA) dos adolescentes com os profissionaisdo CREAS, articulados no que couber aos projetos terapêuticos singulares ( PTSs).
envolvidos na elaboração dos PIA
Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025.
CREAS Coordenação Municipal do SIMASE.Coordenação Estadual de Atendimento Socioeducativo.Fundação CASA.
Abertura de espaços para adolescentes cumprirem medidas socioeducativas de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) no sistema de saúde, incluindo as UBS, considerando as especificidades de determinadas atividades e espaços e sua relação com a presença de adolescentes.
Levantamentodos espaços e atividades.Implementação da presença do adolescente em PSC na área da saúde
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SMS-UBSSAS-CREAS
Sistema de Justiça. Fundação CASA.
SMESAS
Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Elaborar estratégias para a sensibilização dos adolescentes e famílias sobre a importância da saúde para a qualidade de vida e para o equilíbrio físico, mental e emocional.
Realização de atividades (palestras, encontros e debates) em conjunto com SAS-CREAS.
01 (uma) atividade, a cada seis meses
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SMS-UBSSMAS-CREAS
SAS-CRAS.Fundação CASA.
SMSSAS
Ação 3 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Ampliar a oferta de serviços de atendimento de saúde mental, prevenção ao uso e atendimento ambulatorial aos usuários de álcool e drogas, DSTs, AIDS e de prevenção à gravidez na
Instituição de grupo de trabalho (GT) entre as duas pastas para fazer análise da demanda de adolescentes em cumprimento demedidas socioeducativas e as necessidades de programas de
GT criado Documento com a demanda X cobertura elaborado e
Ação contínua:2015-2017Curto, Médio e Longo
SMSSAS-CREAS
SAS-CRASFundação CASACT.ONGs.Representação da área da
SMS/FUNAD
161
adolescência nos territórios de maior concentração de adolescentes envolvidos na prática de delitos.
saúde física e mental. com indicaçãodos territórios
prazos 2018-2025
política da juventude.
Integração da SMS-UBS com a SMAS-CREAS para formulação de propostas/projetos de saúde
Propostas/ projetos elaborados
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SMS-UBS SMAS-CREASSMAS-CRASRepresentação da área da política da juventude.ONGs.
SMS
Inserção dos adolescentes na construção das propostas/projetos.
100% das propostas/ projetos elaborados com a escuta dos adolescentes
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SMS-UBS SMAS-CREASSMAS-CRASONGs. Grupos de adolescentes e jovens.Representação da área da política da juventude.
SMS
Garantia de recursos para o financiamento das ações.
01(um) programa relativo à ação3 instalado e/ou ampliado
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SMS Secretaria Municipal de FinançasCMSCES/SP
SMS
Ação 4 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Priorizar nos editais do CMDCA projetos que incidam sobre o desenvolvimento integral da saúde dos adolescentes.
Definição de critérios para a apresentação de projetos conforme o resultado do documento de demandas e necessidades elaborado pelo GT.
01 (um) Edital, a cada ano
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SMS SES/SPCMSCEE/SPFundação CASAONGs.Iniciativa privada.
CMDCA (cofinanciamento)
162
163
EIXO 4.3: ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL COM A POLÍTICA DE CULTURA
Objetivo: Articular a política socioeducativa com a política de cultura para a garantia de acesso e participação do adolescente emcumprimento de medidas socioeducativas de PSC e LA nos espaços e atividades culturais como estratégia de inclusão social e qualidadede vida, em consonância com a doutrina da proteção integral, com os parâmetros do SINASE e dos Planos da Política de Cultura.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Sensibilizar os profissionais da área da cultura para os aspectos envolvidos na relação com adolescentes com medidas socioeducativas.
Realização de encontros formativoscom as equipes envolvidas na atenção ao adolescente em conflito com a lei.
01 (um) um encontro, a cada seis meses
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
Fundação Cultural de Jacarehy JSMCSMAS-CREAS
CMDCA.CMS.CMCCEC/SPSistema de Justiça. Fundação CASA.CT.Coordenação Municipal do SIMASE.
SMC
Participação dos profissionais da cultura no processo de elaboraçãodo Plano de Individual de Atendimento (PIA) dos adolescentes com os CREAS.
100% dos profissionais envolvidos na elaboração dos PIA
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo ou 1º, 2º e 3º períodos: 2015-2025
Fundação Cultural de Jacarehy SMAS-CREAS
Sistema de Justiça.Fundação CASA.
SMCSMAS
Abertura de espaços para adolescentes cumprirem medidas socioeducativas de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) nos espaços de desenvolvimento da cultura (criação, produção, apresentações públicas).
Levantamentodos espaços e atividades.Implementação da presença do adolescente
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo ou 1º, 2º e 3º
Fundação Cultural de JacarehySMAS-CREAS
Sistema de Justiça. Fundação CASA.
SMCSMAS
164
em PSC nos espaço s da cultura
períodos: 2015-2025
Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Elaborar estratégias para a sensibilização dos adolescentes e famílias sobre a importância da cultura para a qualidade de vida eo desenvolvimento da autonomia e habilidades sociais.
Criação de Grupo de Trabalho (GT)entre as pastas (Cultura e SMAS-CREAS) para a definição de ações conjuntas para a inclusão de adolescentes nas ações culturais (estabelecimento de protocolos)
GT instaladoProtocolos firmados
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
Fundação Cultural de Jacarehy SMAS-CREAS
SMAS-CRASFundação CASACoordenação Municipal do SIMASE.Sistema de Justiça.ONGs.
SMCSMAS
Realização de palestras, encontros e debates com adolescentes e famílias em conjunto com o SMAS-CREAS e instituições da rede de proteção social para a participação das atividades culturais.
01 (uma) atividade realizada, a cada seis meses
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
Fundação Cultural de Jacarehy SMAS-CREAS
SMAS-CRASFundação CASA.ONGs.CMDCACMC
SMCSMAS
Ação 3 Estratégica Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Ampliar a oferta de atividades culturais em territórios de maior concentração de adolescentes e jovens com prática de delitos.
Criação de grupo de trabalho (GT)entre as duas pastas (SMC-SAS-CREAS) para análise da demandade adolescentes em cumprimentode medidas socioeducativas e as necessidades de programas culturais.
GT criado Documento com a demanda X cobertura elaborado e com indicaçãodos territórios
Curto prazoou 1º período: 2015-2017Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos
Fundação Cultural de Jacarehy SAS-CREAS
SAS-CRASCEC/SPCMC.CEC/SP.Fundação CASACT.ONGs.Representação da área da política da
SMC
165
2018-2025 juventude.
Integração da SMC com a SAS-CREAS para formulação de propostas/projetos de cultura
Propostas/ projetos elaborados
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
Fundação Cultural de Jacarehy
SAS-CREASSAS-CRASRepresentação da área da política da juventude.ONGs.
SMC
Inserção dos adolescentes na construção das propostas/projetos.
100% das propostas/ projetos elaborados com a escuta dos adolescentes
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
Fundação Cultural de Jacarehy
SAS-CREASSAS-CRASONGs. Grupos de adolescentes e jovens.Representação da área da política da juventude.
SMC
Garantia de recursos para o financiamento das ações.
01(um) programa relativo à ação3 instalado e/ou ampliado
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
Fundação Cultural de Jacarehy
Secretaria Municipal de FinançasCMCCEC/SP
SMC
Ação 4 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Priorizar nos editais do CMDCA projetos culturais que incidam sobre o desenvolvimento do protagonismo e na formação pessoal, cultural e artística dos adolescentes.
Definição de critérios para a apresentação de projetos conforme o resultado do documento de demandas e necessidades elaborado pelo GT.
01 (um) Edital, a cada ano
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025.
Fundação Cultural de Jacarehy
SES/SPCMSCEE/SPFundação CASAONGs.Iniciativa privada.
CMDCA (cofinanciamento)
166
EIXO 4.4: ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL COM A POLÍTICA DE ESPORTE E LAZER
Objetivo: Articular a política socioeducativa com a política de esporte e lazer para a garantia de acesso e participação do adolescente emcumprimento de medidas socioeducativas de PSC e LA nos espaços e atividades desportivas e de lazer como estratégia de inclusãosocial e qualidade de vida, em consonância com a doutrina da proteção integral, com os parâmetros do SINASE e dos Planos da Políticade Esporte e Lazer.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Sensibilizar os profissionais das áreas de esporte e lazer para os aspectos envolvidos na relação com adolescentes com medidas socioeducativas.
Realização de encontros formativos com as equipes envolvidas na atenção ao adolescente em conflito com a lei.
01 (um) um encontro, a cada seis meses
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SME e LazerSAS-CREAS
CMDCA.Conselho Municipal de Esportes e Lazer. Sistema de Justiça. Fundação CASA.CT.Coordenação Municipal do SIMASE.
SME e Lazer
Participação dos profissionais do esporte e lazer no processo de elaboração do Plano de Individual de Atendimento (PIA) dos adolescentes com os CREAS.
100% dos profissionais envolvidos na elaboração dos PIA
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SME e LazerSAS-CREAS
Sistema de Justiça.Fundação CASA.
SME e LazerSAS
Abertura de espaços para adolescentes cumprirem medidas socioeducativas de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) nos espaços de desenvolvimento da política de esporte e lazer.
Levantamentodos espaços e atividades.Implementação da presença do adolescente em PSC nos
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SME e LazerSAS-CREAS
Sistema de Justiça. Fundação CASA.
SME e LazerSAS
167
espaços do esporte e lazer
Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Elaborar estratégias para a sensibilização dos adolescentes e famílias sobre a importância do esporte e do lazer para a qualidade de vida, o desenvolvimento da autonomia e habilidades sociais.
Criação de Grupo de Trabalho (GT)entre as pastas (Esportes/Lazer eSAS-CREAS) para a definição de ações conjuntas para a inclusão de adolescentes nas ações esportivas e de lazer.
GT instaladoProtocolos firmados
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo o2015-2025
SME e LazerSAS-CREAS
SAS-CRASFundação CASACoordenação Municipal do SIMASE.Conselho Municipal de Esportes e Lazer.Sistema de Justiça.ONGs.
SME e LazerSAS
Realização de atividades (palestras, encontros e debates) com adolescentes e famílias em conjunto com o SAS-CREAS e instituições da rede de proteção social para a participação das atividades esportivas e de lazer.
01 (uma) atividade realizada, a cada seis meses
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SME e LazerSAS-CREAS
SAS-CRASFundação CASA.ONGs.CMDCAConselho Municipal de Esportes e Lazer.
SME e LazerSAS
Elaborar projeto de divulgação dos Esportes Olímpicos (Olimpíadas 2016), envolvendo diferentes instituições e adolescentes
01 (um) projeto elaborado e implementado
Curto Prazo2015-2017
SME eLazer
SAS (CREAS)SAS-CRAS CMDCAConselho Municipal de Esportes e LazerConselho Estadual de Esporte e LazerCT.Secretaria Estadual de
SME e Lazer
168
Esporte e Lazer.Ministério de Esportes e Lazer.Fundação Casa.
Ação 3 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Ampliar a oferta de atividades desportivas e de lazer em territórios de maior concentração de adolescentes e jovens com prática de delitos.
Criação de grupo de trabalho (GT)entre as duas pastas (SME e LazerSAS-CREAS) para análise da demanda de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e as necessidades de programas esportivos e de lazer.
GT criado Documento com a demanda X cobertura elaborado e com indicaçãodos territórios
Curto prazo2015-2017.Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2018-2025
SME e LazerSMAS-CREAS
SMAS-CRASCEC/SPCMC.CEC/SP.Fundação CASACT.ONGs.Representação da área da política da juventude.
SME e Lazer
Integração da SME e Lazer com a SMAS-CREAS para formulação de propostas/projetos de esportes e lazer.
Propostas/ projetos elaborados
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2026.
SME e LazerSMAS-CREAS
SMAS-CRASRepresentação da área da política da juventude.ONGs.
SME e Lazer
Inserção dos adolescentes na construção das propostas/projetosde esportes e lazer.
100% das propostas/ projetos elaborados com a escuta dos adolescentes
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SME e Lazer
SMAS-CREASSMAS-CRASONGs. Grupos de adolescentes e jovens.Representação da área da política da juventude.
SME e Lazer
Garantia de recursos para o financiamento das ações.
01(um) programa
Ação contínua:
SME e Lazer
Secretaria Municipal de
SME e Lazer
169
relativo à ação3 instalado e/ou ampliado
Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
FinançasCME e LazerCEE e Lazer/SP
Ação 4 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Priorizar nos editais do CMDCA projetos nas áreas de esporte e lazer que incidam sobre o desenvolvimento do protagonismo e na formação pessoal e desporto dos adolescentes.
Definição de critérios para a apresentação de projetos conforme o resultado do documento de demandas e necessidades elaborado pelo GT.
01 (um) Edital, a cada ano
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SME e Lazer
SEE e Lazer/SPCME e LazerCEE e Lazer/SPFundação CASAONGs.Iniciativa privada.
CMDCA (cofinanciamento)
Ação 5 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Promover debates com as diferentes instituições de promoção e defesa da criança e do adolescente na atenção aos processos que envolvem a realização de eventos para a escolha de adolescentes para as diferentes modalidades esportivas, em especial, o futebol de campo.
Realização de encontros com adolescentes, famílias, clubes esportivos e entidades para discutir aspectos ligados à seleção e escolha de adolescentes e informações sobreos direitos da criança e do adolescente.
01 (um) encontro realizado, a cada ano.
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SME e Lazer
SMAS-CREASSMAS-CRASSEE e Lazer/SPConselhos das Políticas setoriais, transversais, em especial a da Juventude. CT.Sistema de Justiça. Clubes e Agremiações Esportivas.
SME e Lazer
170
EIXO 4.5: ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL COM A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Objetivo: Articular a política socioeducativa com a política de assistência social para a garantia de acesso e participação do adolescenteem cumprimento de medidas socioeducativas de PSC e LA aos programas, projetos, serviços e benefícios da rede assistencial, comoestratégia de inclusão social e qualidade de vida, em consonância com a doutrina da proteção integral, com os parâmetros do SINASE,da Lei Orgânica da Assistência Social e dos Planos da Política de Assistência Social.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Articular com o CREAS, órgão responsável pela execução dos programas socioeducativos em meio aberto, sobre as ações (programas, projetos, serviços e benefícios) desenvolvidas pela SMAS-CRAS para a inclusão de adolescentes em cumprimento demedida de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e Liberdade Assistida (LA).
Articulação CRAS-CREAS com a instituição de Grupo de Trabalho (GT) das diferentes equipes da política de assistência social para a articulação de ações e atividades conjuntas de inclusão de adolescentes.
01 (um) encontro realizado, a cada trimestre
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SAS-CRAS SAS-CREAS SAS
Participação dos profissionais da SAS-CRAS no processo de elaboração do Plano de Individual de Atendimento (PIA) dos adolescentes com o CREAS.
100% dos profissionais envolvidos na elaboração dos PIA
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SAS-CRAS SAS-CREAS
SAS
Abertura de espaços para adolescentes cumprirem medidas socioeducativas de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) nos espaços de desenvolvimento da política de assistência social, exceto CREAS, por ser espaço de gestão e execução da medida socioeducativa em meio aberto.
Levantamentodos espaços e atividades.Implementação da presença do adolescente em PSC nos espaços da assistência Social (CRAS).
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SAS-CRAS SAS-CREAS
SAS
171
Mapeamento dos espaços da redesocial de proteção e rede comunitária para a abertura e manutenção de vagas como possibilidades do adolescente realizar o cumprimento da medidasocioeducativa de PSC
Mapeamento realizado e atualização, a cada semestre
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SAS-CREAS SAS-CRAS.Fundação CASA.Rede de proteção social e comunitária.ONGs.Universidade.
SAS
Levantamento de profissionais da área da assistência (público e sociocomunitário) para o acompanhamento socioeducativo de adolescente em cumprimento de PSC.
Levantamentorealizado e atualização, a cada ano
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo 2015-2025
SAS-CREAS SAS-CRAS.Fundação CASA.Rede de proteção social e comunitária.Ongs.Universidade.
SAS
Realização semestral de formaçãode profissionais da rede deproteção social e das políticassetoriais para o acompanhamentode adolescentes em cumprimentode PSC.
01 (um) atividade de formação, a cada semestre
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo ou 1º, 2º e 3º períodos: 2015-2025
SAS-CREAS SAS-CRAS.Fundação CASA.Sistema d3e Justiça.Rede de proteção social e comunitária.Ongs.Universidade.
SAS
Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Ampliar ações de sensibilizaçãoda sociedade para a importânciada convivência familiar ecomunitária de adolescentes emcumprimento de medidasocioeducativa de PSC e LA.
Realização de fóruns de debatessobre o tema adolescência,juventude, direitos humanos,violência, violação de direitos,política socioeducativa, medidassocioeducativas, socioeducação,entre outros.
01 (um) encontro realizado, a cada semestre
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo: 2015-2025
SAS-CREASSAS-CRAS
CMDCA.CMAS.Fundação Casa.Sistema de Justiça.Rede de proteção social.ONGs.
SAS
172
Produção de campanhas para ainformação e conscientização dascomunidades sobre o papel doadolescente na vida social ecomunitária: protagonismojuvenil.
01 (uma) campanha, a cada ano
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo: 2015-2025.
SMAS-CREASSMAS-CRAS
CMDCA.COMAS.CONDECA.Coordenação Municipal do SIMASE.Coordenação Estadual do Sistema de Atendimento Socioeducativo.SEDS/SP-DRADSFundação Casa.Sistema de Justiça.Rede de proteção social.ONGs.Iniciativa privada.
SMAS(cofinanciamento)
Estabelecimento de parcerias comdiferentes entidades, grupos e movimentos da sociedade civil para a proteção e promoção dos direitos do adolescente em conflito com a lei.
Parcerias consolidadas
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo: 2015-2025.
SMAS-CREASSMAS-CRAS
CMDCA.COMAS.Fundação Casa.Sistema de Justiça.Rede de proteção social.ONGs.Movimentos sociais e comunitários.
SMAS
Ação 3 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
173
Manter e ampliar a oferta deações de assistência social emespaços territoriais de maiorincidência de pratica de delitose/ou de maior de maiorconcentração de adolescentes ejovens.
Criação de grupo de trabalho (GT)entre CRAS-CREAS para análise da demanda de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e as necessidades de programas, serviços, benefícios de assistênciasocial.
GT criado Documento com a demanda X cobertura elaborado e com indicaçãodos territórios
Curto prazo: 2015-2018 Médio.Ação contínua: Médio e Longo prazo: 2017-2025.
SMAS-CRASSMAS-CREAS
SEDS/SP-DRADS.CMDCA.COMAS.Secretarias das políticas setoriais e transversais.Fundação CASACT.ONGs.
SMAs(cofinancaiemento)
Ação 4 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Inserir e fortalecer a família (extensiva) no processo de execução das medidas socioeducativas de PSC e LA.
Participação de famílias emgrupos de reflexão e debate sobreo tema adolescência econflitualidade, trimestralmente.
.
Aumento do número de famílias em grupos de reflexão e de apoio solidário
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo: 2015-2025
SAS-CRASSAS-CREAS
Secretarias das políticas setoriais e transversais.Fundação CASACT.ONGs.
SAS
Realização de encontrossistemáticos com diferentesprofissionais de diferentesinstituições envolvidos na atençãoao adolescente e famílias.
01 (um) encontro, a cada dois meses
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazo: 2015-2025
SAS-CRASSAS-CREAS
Secretarias das políticas setoriais e transversais.Fundação CASAUniversidade.ONGs.
SAS
Ação 5 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
174
Investir em projetos de formação para os profissionais e gestores do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente sobre mediação de conflitos, práticas restaurativas, práticas de socioeducativas, proteção integral aos adolescentes em contraposição à violência e violação de direitos, envolvimento e tráfico de drogas como mudança de atitude no olhar e trato ao adolescente em conflito com a lei.
Instituir Grupos de Trabalho (SMAS-CREAS-CRAS, Políticas Setoriais, Rede de Proteção Social, Universidade) para apresentação de proposta de formação permanente para as diversas frentes de atuação com adolescentes em conflito com a lei: rede de proteção social, profissionais das políticas setoriais públicas, entidades acolhedoras de adolescentes em PSC, entidades sociocomunitárias e formação aberta à sociedade (familiares, adolescentes. Jovens) , considerando a abrangência das temáticas dispostas na ação 6.
GT criado,instituído,proposta
elaborada eimplementada
Para acriação,
instituiçãodo GT e
elaboraçãoda
proposta.Curtoprazo:
2015-2017 Realização
daformação
permanente
considerando o perfil
dosparticipant
es e afinalidade
daformação:Médio elongo
prazos:2018 -2015
SAS-CREASCoordenação Municipaldo SIMASE
CMDCA CONDECACONANDACoordenação Nacional do SINASECoordenação Estadual do Sistema SocioeducativoEscola do SINASEEscola Estadualdo SINASE e/ou congênereSEDS/SP-DRASFundação CASASistema de Justiça.Universidade.ONGs.Iniciativa privada.
SAS(cofinanciamento)
Ação 6 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
175
Priorizar nos editais do CMDCA e CMAS os projetos nas áreas de assistência social que incidam sobreo desenvolvimento do protagonismoe na formação pessoal e desporto dos adolescentes.
Definição de critérios para a apresentação de projetos conforme o resultado do documento de demandas e necessidades elaborado pelo GT.
01 (um) Edital, acada ano
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SAS-CREAS CMDCACMAS
CMDCA CMAS(cofinanciamento)
EIXO 4.6: ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL E INTERGOVERNAMENTAL COM A FUNDAÇÃO CASA
Objetivo: Manter e aprimorar a articulação entre os serviços em meio aberto da política socioeducativa municipal e as unidades deinternação e semiliberdade da política socioeducativa estadual, visando garantir os direitos fundamentais dos adolescentes e aqualidade do atendimento prestado, em consonância com a doutrina da proteção integral e com os parâmetros do SINASE.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Manter e aprofundar a integração dos programas e/ou serviços de atendimento socioeducativo em meio aberto com os programas deexecução das medidas privativas de liberdade para garantir e aperfeiçoar a ação socioeducativa.
Realizar atividades conjuntas (reuniões, seminários, formação, avaliação, estudo de caso, etc.) entre a gestão, equipes técnicas esocioeducadores para debate e encaminhamento de casos de progressão, regressão, pós-medida (egresso), com elaboração de cronograma.
Atividades conjuntas realizadas e cronogramas elaborados
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos: 2015-2025
SAS-CREASFundação CASA
SAS-CRAS.SEDS/SP-DRADS.Sistema de Justiça.SMSSMESDE
SASFundação CASA
(cofinanciamento)
Aprimoramento dos fluxos de informação e procedimentos entre os atores das MSE/MA e da Fundação CASA.
Fluxos aprimorados eimplementados
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025.
SAS-CREASFundação CASA
SAS-CRAS.SEDS/SP-DRADS.Sistema de JustiçaSMSSMESDE
SASFundação CASA
(cofinanciamento)
176
Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Manter e aprimorar o atendimento conjunto às famílias de adolescentes nos dois sistemas de acordo com os direitos e necessidades assistenciais.
Famílias atendidas em diferentes programas e/ou serviços da Política de Assistência Social.
Famílias atendidas
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025
SAS-CREASSAS-CRASFundação CASA
SAS-CRAS.SEDS/SP-DRADS.
SASFundação CASA (cofinanciamento)
Ação 3 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Aperfeiçoar as relações institucionais entre as equipes do meio aberto e privação de liberdade considerando os parâmetros de gestão, as orientações pedagógicas, as práticas restaurativas, a educaçãoem direitos humanos visando a qualificação da ação educativa deacordo com o SINASE, Planos Estadual e Municipal de Atendimento Socioeducativo.
Estabelecimento de protocolo para o aperfeiçoamento das relações institucionais.
Protocolo elaborado e ações implementadas
Ação contínua:Curto, Médio e Longo prazos 2015-2025.
SMAS-CREASFundação CASA
SMAS-CRAS.SEDS/SP-DRADSCoordenação Municipal do SIMASECoordenação Estadual do Sistema de Atendimento Socioeducativo.
SMASFundação CASA(cofinanciamento)
177
EIXO 4.7: ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL E INTERGOVERNAMENTAL COM A SEGURANÇA PÚBLICA
Objetivo: Articular a política socioeducativa com os órgãos de segurança sediados no município, visando ao aprimoramento, à eficiênciae à eficácia na atenção ao adolescente em conflito com a lei e na execução das medidas socioeducativas aplicadas, em consonância coma doutrina da proteção integral e parâmetros do SINASE.
Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Aperfeiçoar as relações institucionais entre as políticas e a gestão do sistema municipal de atendimento socioeducativo ((Assistência Social (SAS-CREAS) e Segurança Pública (Policia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária) considerando os parâmetros de gestão, as orientações pedagógicas, as
Estabelecimento de protocolo para o aperfeiçoamento das relações institucionais e aprimoramento dos fluxos de informação e procedimentos entre os atores que atuam na execução das medidas socioeducativas.
Protocolo elaborado, relações institucionais aprimoramento dos fluxos e ações implementadas
Curto prazo: 2015-2017 para estabelecimento de protocolos e aprimoramento dos fluxos.Ação contínua: Médio e Longo Prazoprazo: 2018-2024 desenvolvimento das ações.
SAS-CREAS SE de Segurança Pública/SP. Coordenação Municipal do SIMASE.Coordenação Estadual do Sistema de Atendimento Socioeducativo.SEDS/SP-DRADS.CMDCA.CONDECA.Fundação CASA.
SAS
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Aprimoramento das relações institucionais da SAS-CREAS e Guarda Municipal para sensibilização dos profissionais sobre a atenção (abordagem e atendimento) ao adolescente em conflito com a lei.
Aprimoramento dos fluxos de informação e procedimentos entre os atores Guarda Municipal e SAS-CREAS.
Aprimoramento dos fluxos elaborados e implementados
Para estabelecimento de protocolos e aprimoramento dos fluxos: Curto prazo 2015-2017 Desenvolvimento das ações - ação contínua: Médio e Longo prazos2018-2025
SAS-CREAS Guarda municipal, Coordenação Municipal do SIMASE.CMDCA.
SAS
178
práticas restaurativas, a educação em direitos humanos visando a qualificação da ação educativa, em conformidade com o SINASE e os Planos Estadual e Municipal de Atendimento Socioeducativo.
Desenvolvimento de articulação junto ao Governo do Estado de São Paulo para a criação e/ou aperfeiçoamento da Delegacia Especializada da Infância e Juventude.
Definição de espaços e cronograma de articulação
Curto e Médio prazo: 2015-2021.Longo prazo: 2022-2024.
SAS-CREAS SE de Segurança Pública/SP.SEDS/SP-DRADSCoordenação Municipal do SIMASE.Coordenação Estadual do Sistema de Atendimento Socioeducativo.CMDCA.CONDECA.Fundação CASA.
SAS
Articulação com os canaisde recepção de denúncias, averiguação eencaminhamento sobre as possíveis violações institucionais cometidas contra o adolescente e, em especial, sobre os quecumprem medidas socioeducativas.
Articulação realiza
Ação contínua: Curto, Médio e Longo prazo ou 1º, 2º e 3º períodos: 2015-2024.
SAS-CREAS
??????
SE de Segurança Pública/SP.OuvidoriasCorregedorias.SEDS/SP-DRADSCoordenação Municipal do SIMASE.Coordenação Estadual do Sistema de Atendimento Socioeducativo.Coordenação Nacional do SINASE.CMDCA.CONDECA.Fundação CASA.
SAS
Ação 3 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Articular com a Segurança Pública (Policia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Polícia Rodoviária, Polícia Estadual e Federal) para participação em processos
Definição de proposta de formação sobre a implementação do PMASE.
Proposta elaborada e atividades de formação realizadas, a cada 02 (dois)
Para elaboração de proposta e realização da primeira atividade de formação: Curto prazo 2015-
SAS-CREAS CoordenaçãoMunicipal do SIMASE.CoordenaçãoEstadual do SistemaEstadual de
SAS
179
formativos sobre a implementação do Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo (PMASE) e sua relação com os Planos Decenais Estadual de São Paulo e Nacional, comfoco na promoção de uma cultura fundada na ética e direitos humanos.
anos 2017 Ação contínua: Médio e Longo prazos2018-2025
AtendimentoSocioeducativo.CoordenaçãoNacional do SINASE.Escola Nacional doSINASE.Escola Estadual doSINASE e/oucongênere.SESP/SPGuarda MunicipalPolícia RodoviáriaDRADS/SP-SPCMDCA.CONDECA.
180
EIXO 4.8: ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL COM O SISTEMA DE JUSTIÇA
Objetivo: Manter e aperfeiçoar as articulações com o Sistema de Justiça – Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública – para oaprimoramento, a eficiência e a eficácia dos processos de socioeducação realizados pelo CREAS aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Aprimorar as relações institucionais com os órgãos do Sistema de Justiça – Juízo, Promotoria e Defensoria Pública da Infância e Juventude – e as respectivas equipes técnicas do PJe MP buscando o aprimoramento de fluxos e procedimentos no aperfeiçoamento da qualidade do atendimento socioeducativo.
Reunião de trabalho para definir os pontos relevantes e estratégicos da relação dos órgãos envolvidos:- fluxo de atendimento;- envio de documentação dos adolescentes nas medidas em meio aberto (BO, guia de internação, outras)- discussão de casos e acompanhamento dos PIA.Definição de estratégias para implantação de práticas restaurativas e ações de mediação de conflitos.Participação da equipe técnica e gestores do CREAS nos espaços de capacitação dos direitos de crianças e adolescentes.
Fluxos definidosProcedimentos aperfeiçoados.Atualização de cronograma de audiências/reuniões/encontros para o acompanhamento e alinhamento das ações de socioeducação.Prazo de envio de documentação dos adolescentes estabelecido. PIA acordados.Debates sobre praticas restaurativas e mediação de conflitos para a sua execução.
Curto prazo: 2015-2017.Ação contínua - Médio e Longo Prazos: 2018-2024
Coordenação do SIMASESAS-CREAS
PJMPDPSIMASEFundação CASA
SAS
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Ação 2 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Conhecer as Resoluções emitidas pelos respectivos órgãos do Sistema de Justiça (Conselho Nacional de Justiça, Conselho Nacional do Ministério Público, Conselho Nacionalda Defensoria Pública e outros Conselhos) que incidam sobre a qualidade da execução das MSE em meio aberto.
Organização da documentação.Reunião de trabalho com o Sistema de Justiça para aprofundamento de indicações trazidas pelas Resoluções e a relação institucional para o respeito aos direitos dos adolescentes em cumprimento de MSE de PSC e LA.
- Fluxo definido- Prazo de enviode documentação dos adolescentes estabelecido- PIA acordado- Discussão sobre praticas restaurativas realizada.
Curto prazo: 2015-2017.Ação contínua - Médio e Longo Prazos: 2018-2024
SAS-CREAS PJMPDPSIMASEFundação CASA
SAS
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Ação 3 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Mobilizar as instituições do Sistema de Justiça e, de modo geral, do SGDCA para a implementação da justiça da infância e da juventude especializada em Jacareí/SP.
Definição de estratégias (criaçãode GT) com integrantes do SGDCA (amplo) e, em especial, com o Sistema de Justiça sobre acriação da Vara Especializada daInfância e Juventude em Jacareí/SP: estabelecimento de protocolos entre as partes envolvidas.
- Estratégias definidas.- Cronograma de ação definido.- Protocolos acordados.
Curto prazo: 2015-2017.Ação contínua - Médio e Longo Prazos: 2018-2024
Coordenação do SIMASESAS-CREAS
PJMPDPCMDCACONDECACONANDASEDS-SP / DRADSFundação CASA
SAS
EIXO 4.9: ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL COM AS INSTITUIÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL E MOVIMENTOS SOCIAIS
Objetivo: Manter e aprimorar as relações institucionais com as diferentes organizações da sociedade civil e movimentos sociais presentes ou não nas redes de proteção social para o diálogo permanente sobre a cultura de direitos humanos na atenção ao adolescente em conflito com a lei e nas ações de acompanhamento da política socioeducativa.
Ação 1 Estratégia Meta Prazo Responsável
Parceria Financiamento
Fortalecer as relações do CREAS comas diferentes organizações da sociedade civil vinculadas ou não com a prestação de serviços a prestação de serviços ao adolescente em medida socioeducativa.
Reunião de trabalho para definir os pontos relevantes e estratégicos da relação CREAS-Ongs-Movimentos Sociais para fortalecimento da rede de proteção social ao adolescente e jovem.
Definir cronograma de encontros temáticos para a reflexão de situações que envolvem adolescentes e jovens e suas famílias em torno da cultura de
Cronograma de ações definido.
Estratégias definidas parauma cultura de direitos humanos de proteção aos adolescentes, jovens e familiares.
Curto prazo: 2015-2017 para estabelecimento de cronograma das ações, formação e mobilizaçãoe acompanha
SAS-CREAS SAS-CRASCMDCACTFundação Casa Sistema de Justiça
SAS
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direitos de humanos.
Abertura de espaços à participação de representantes dasociedade civil e movimentos sociais nos programas e/ou projetos de formação sobre o tema adolescente em conflito com a lei.
Mobilização da sociedade civil e movimentos sociais para participação nas conferências, definições de projetos e ações de interesse de adolescentes e jovens.
Definir cronograma de trabalho para as ações de acompanhamento da execução doPMASE considerando a experiência da Comissão Municipal Ampliada de Elaboraçãodo Plano.
Parcerias estabelecidas em torno de determinadas situações que envolvam adolescentes e jovens.
Definição de estratégias para as ações de acompanhamento da execução do PMASE.
mento da execução do Plano: 2015 – 2017.Ação contínua - Médio e Longo Prazos: 2018-2024
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BIBLIOGRAFIA e REFERÊNCIAS TÉCNICAS
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BRASIL – Estatuto da Criança e do Adolescente, 1990.
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