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Políticas Públicas para quê?
Instrumento na organização da sociedade
Codificam normas e valores sociaisInfluenciam a conduta das pessoas
Implicações culturais, legais, morais e econômicas Buscam solucionar fenômenos distintos, por exemplo,
política da educação proteção ambientaldefesa nacional
Políticas Públicas: como são constituídas?
• Elaboração: envolve vários atores e níveis de decisão
• Materializadas pelos governos• Para sua criação:
– a identificação dos problemas– necessidade de apresentar alternativas viáveis à
resolução– alternativas são hierarquizadas segundo uma
ordem de preferências:• ordem dos problemas• importância dos instrumentos a utilizar
Políticas públicas para usuários de drogas
• Por que?– Isolamento de princípios ativos de
substâncias psicoativas e sua industrialização (século XIX)
– Popularização do consumo– Contexto histórico brasileiro
• Intensa urbanização• Pauperização • Aumento das desigualdades
– Crescente aumento do consumo de drogas– Redução da idade de iniciação– Facilidade de obtenção das drogas
• formas de produção • preços mais acessíveis
Linha do Tempo: leis sobre drogas
Decreto 4.294:pena de prisão para vendedores de ópio, seus derivados e cocaína. Decreto 14.969: “sanatório para toxicômanos”
1924
Primeira lei proibicionista: penalidades aos negros vadios que fumavam maconha.
1930
IDEÁRIO HIGIENISTA
Criação do Ministério da Saúde :foco na vigilância sanitária e no controle das epidemias que
1953
Linha do Tempo: leis sobre drogas
Convenções internacionais da ONU: reafirmação do combate ao uso e tráfico de drogas -> Guerra às Drogas
1961
1971 1988
Lei 5726: medidas preventivas e repressivas ao tráfico e uso de drogas. Tratamento para infratores viciados: internação em hospitais psiquiátricos -> reabilitação criminal do viciado1976
Lei 6368: repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de drogas.Avanço ->ações preventivas destinadas aos dependentesInfluência da concepção médico- psiquiátrica: usuário = doente -> hospitais psiquiátricos
Criação da SENAD: tema das drogas como assunto de Segurança Nacional - organizou-se a partir de estrutura militar.Responsável pela formulação das políticas públicas
1988
Linha do Tempo: leis sobre drogas
Política Nacional Antidrogas -Decreto 4.345Retrata as drogas como ameaças à humanidade e à vida em sociedade. Busca o ideal de construção de uma sociedade livre do uso de drogas ilícitas e uso indevido de drogas lícitas
2002Lei 10.409: tratamento do usuário -> multiprofissional e, com a assistência de sua família.Primeira sobre redução de danos (regulação do Ministério da Saúde).
2003
Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e Outras Drogas
MS reconhece a necessidade de superar o atraso histórico de assunção da responsabilidade de atendimento aos usuários de drogas pelo SUS. Esta política é considerada progressista, por influências teóricas de outros campos do conhecimento como da Saúde Coletiva, da Redução de Danos ampliada e da Promoção da Saúde. Ela também amplia o objeto das práticas ao escapar da ótica predominantemente psiquiátrica das intervenções do setor saúde na área de drogas no país (Brasil, 2004).
Linha do Tempo: leis sobre drogas
2006
Lei 11343
A Lei 11.343/06 aumenta a pena mínima do tráfico para cinco anos de reclusão.A Lei 11.343/06 reafirma a antecipação do momento criminalizador da produção e dadistribuição das drogas qualificadas de ilícitas.Essa antecipação se revela no abandono das fronteiras entre consumação e tentativa,com a tipificação autônoma (isto é, a previsão na lei como crime) da posse, do transporte ouda expedição das substâncias ou matérias-primas proibidas. Possuir, transportar ou expedirsão condutas que constituem apenas um começo da execução da venda ou de qualquer outraforma de fornecimento, que caracterizam propriamente o “tráfico”.
2005
Lançamento da Política Nacional sobre Drogas - SENAD
Linha do Tempo: leis sobre drogas
• “A Lei 11.343/06 mantém a criminalização da posse para uso pessoal das drogas qualificadas de ilícitas. Apenas afasta a previsão de pena privativa de liberdade, estabelecendo penas de
advertência, prestação de serviços à comunidade, comparecimento a programa ou
curso educativo e, em caso de descumprimento,
admoestação e multa. Ao contrário do que muitos querem fazer crer,
a Lei 11.343/06 não traz assim nenhuma mudança significativa nesse campo do
consumo.”
Karam, 2008
Histórico das políticas públicas para usuários de drogas
• Até anos 70– Repressão da oferta e demanda de drogas– Não havia serviços públicos disponíveis– Políticas públicas nas esferas jurídica e
penal
PRISÃO OU INTERNAÇÃO EM MANICÔMICOS(criminalização ou medicalização)
– Anos 70: recomendação (não obrigatoriedade) de criação de serviços de atendimento a usuários de drogas
PR
OIB
I CIO
NIS
MO
Histórico das políticas públicas para usuários de drogas
• Meados dos anos 80: primeiros centros de tratamento a usuários de drogas– Ligados à universidade pública– Voltados para a produção de conhecimento– Formação de profissionais para atuação nesse
campo– Participação dessas pessoas na construção das
leis e políticas públicas
-Impulsiona a discussão sobre drogas na saúde pública;-Complexificação do olhar sobre a questão-Composição com a espera penal
• A saúde assume papel coadjuvante na construção das políticas públicas sobre drogas
• Psiquiatria (década de 1970) -> formulação de políticas públicas não deixa de legitimar as ações repressivas
• A partir da década de 1990: saúde pública brasileira começa a rever seu posicionamento– maior permeabilidade do Estado às lutas dos
movimentos sociais -> direitos do cidadão– lógica mercantil: custo desse consumo para o
setor (Aids)
• A saúde assume papel coadjuvante na construção das políticas públicas sobre drogas
• Psiquiatria (década de 1970) -> formulação de políticas públicas não deixa de legitimar as ações repressivas
• A partir da década de 1990: saúde pública brasileira começa a rever seu posicionamento– maior permeabilidade do Estado às lutas dos
movimentos sociais -> direitos do cidadão– lógica mercantil: custo desse consumo para o
setor (Aids)
• 2000 – ONU – SENAD – Ministério da Justica– Política nacional 2001 – 2005– Marcadamente proibicionista
• 2003 – Ministério da Saúde– Política Integral para Atenção a usuários de
Álcool e outras Drogas– Orientação pela Redução de Danos
A Política do Município
• Crack, é possível vencer• Baseada na política do Ministério da
Justiça (SENAD)
Políticas Públicas sobre drogas: a experiência de Portugal
• Anos 90: altos índices de uso de drogas, especialmente heroína
• Ações contrárias às de ‘emergência’ e ‘tolerância zero’
• Comitê de especialistas analisou a problemática e fez recomendações que se transformaram numa estratégia nacional– descriminalização da posse de drogas
• Outras recomendações: – o governo deveria concentrar-se nas
questões da prevenção e educação, redução de danos, ampliação e melhoria dos programas de tratamento de toxicodependentes e em atividades que ajudassem grupos de risco ou consumidores e drogas a manter ou restaurar as suas ligações com a família, o trabalho e a sociedade
• Para os consumidores, a descriminalização elimina o motivo pelo qual os dependentes tinham medo de se submeterem a tratamento
• A descriminalização permite àqueles que ajudam os toxicodependentes, a prestarem auxílio, sem o receio de serem considerados cúmplices da pratica de um crime.
• Abordagem baseada em razões humanistas (isto e, uma pessoa doente precisa de ajuda) e pragmáticas (isto é, as medidas repressivas tem sido ineficazes em limitar os consumos)
• A estratégia adotada:– Abordava medidas de prevenção e educação– Propunha redução de danos, por exemplo,
substituição de heroína por metadona, distribuição de kits e troca de seringas
– Melhorou e generalizou o acesso a programas de tratamento (financiados pelo Estado)
– Fomentou a introdução de programas de reinserção social para toxicodependentes.
• A nova lei da droga e as suas reformas foram aprovadas com o aval do governo, mas com críticas, nomeadamente de alguns políticos de “direita”, dos setores mais tradicionalistas da sociedade e de alguns meios de comunicação social
• A lei portuguesa de drogas:– Estipula as quantidades exatas de cada substância
para que a sua posse seja para consumo próprio– Vender a quantidade para consumo individual é
crime– Posse e consumo de drogas, em quantidades
superiores às necessárias para 10 dias de consumo, é crime e poderá acarretar a aplicação de sanções de âmbito criminal, porém não implicam penas de prisão
• Não se trata de dar luz verde ao consumos de drogas, mas sim de reduzir danos,parar com punições insensíveis e atingir um maior controlo sobre o problema das drogas.
• Resultados após 10 anos:–Diminuição da taxa de crimes
relacionados com o consumo de drogas, especialmente a pequena criminalidade
–Diminuição da abertura e visibilidade do consumo de drogas em áreas urbanas
–Diminuição de consumidores de drogas (principalmente heroína) entre os HIV+
–Mudança da forma de administração de heroína (injetada-> fumada)
• Resultados após 10 anos:–Diminuição da taxa de crimes
relacionados com o consumo de drogas, especialmente a pequena criminalidade
–Diminuição da abertura e visibilidade do consumo de drogas em áreas urbanas
–Diminuição de consumidores de drogas (principalmente heroína) entre os HIV+
–Mudança da forma de administração de heroína (injetada-> fumada)
• Diminuição do consumo de drogas no grupo entre 15–19 anos de 10.8% para 8.6%
• Estudantes consideram que o acesso as drogas á fácil, porém considera o consumo de drogas uma decisão de “alto risco”
• Controle do consumo de heroína
• Diminuição do consumo de drogas no grupo entre 15–19 anos de 10.8% para 8.6%
• Estudantes consideram que o acesso as drogas á fácil, porém considera o consumo de drogas uma decisão de “alto risco”
• Controle do consumo de heroína
PL de legalização da maconha do Uruguai
• Objetivo: – Proteger, promover e melhorar a Saúde
Pública – Propor política orientada a minimizar os
riscos e reduzir os danos do consumo de Cannabis
– Promover a adequada informação, educação e prevenção sobre as conseqüências e efeitos prejudicias associados com o consumo
– Promover tratamento, reabilitação e reinserção social dos usuários problemáticos de drogas.
• O Estado assumirá o controle e a regulação das atividades de importação, exportação, plantio, cultivo, colheita, produção, aquisição a qualquer título, armazenamento, comercialização e distribuição de Cannabis.
• Venda de Cannabis é crime
• Permitido o plantio, o cultivo e a colheita domésticos de plantas de Cannabis de efeito psicoativo destinadas ao consumo pessoal ou compartilhado no domicílio (até 6 plantas)
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