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PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Marcelo Crivella
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Talma Romero Suane
SUBSECRETARIA MUNICIPAL DE ENSINO
Maria De Nazareth Machado de Barros Vasconcellos
E/SUBE – GERÊNCIA DE LEITURA E AUDIOVISUAL
Heveny Costa Mattos da Cunha
EQUIPE DE COORDENAÇÃO DO PROJETO POESIA NA ESCOLA
E/SUBE – GERÊNCIA DE LEITURA E AUDIOVISUAL
Ana Claudia Lins da Silva
Etany Ewelyn da Rocha Cardoso
Janaína Souza do Nascimento
Luciane de Assis Almeida
Márcia dos Santos Ibrahim
Márcia Romualdo da Silva Levy
Martha Rocha Guimarães
Nádia José Ziade
Rafael Carneiro Monteiro
Rita Cassia Lima Vaz
Valéria Monteiro Preza
Ilustrações
Rafael Carneiro Monteiro
Reprodução permitida, citando fonte e autores.
MENSAGEM
Caro leitor,
A Poesia é tudo aquilo que emociona, que sensibiliza
e desperta sentimentos. É um dos gêneros literários que
mais encanta, por sua estética e pela possibilidade de o
poeta retratar seus sentimentos em forma de palavras.
A Gerência de Leitura e Audiovisual – SME/RJ busca,
por meio do projeto Poesia na Escola, refletir sobre a
função da poesia e oportunizar o encontro dessa arte no
espaço escolar, ampliando, assim, o repertório literário da
comunidade escolar e incentivando-a a realizar suas
próprias experiências e produções.
A Coletânea Poesia na Escola 2018 exemplifica como
essa jornada vale a pena. Os textos estão primorosos e
revelam sensibilidade estética e conceitual.
O contato com a poesia não deve se encerrar apenas
com essa descoberta, é preciso dar continuidade à
experiência da leitura, em outros contextos.
Heveny Mattos
Gerente de Leitura e Audiovisual – SME/RJ
E/SUBE/GLA
SUMÁRIO
1ª CRE 3ª CRE
Caminhar
Amara Kátia Riscado de Almeida...........
9
A Poesia
Ana Claudia dos Santos Leoni........ 29
O amanhã
Luciana Tiziano Sebollela.......................... 10
Extinção
Sandra Moraes R. Carvalho............. 30
Metalinguagem literária
Yêda Barreto Magalhães...................... 11
Inquietação das borboletas
Aline Leite de Souza.......................... 31
Impressões
Umile Romano Orlando Junior............ 12
Sem escrúpulos
Fernanda Pires S. A. Gonçalves...... 32
No clarão do meus sonhos
Alzidéa Santa Izabel Alves....................
13
Deusa
Marilene Calado....................................... 33
Espaços
Maria Inês dos Santos Garcia.............. 14
O que me traz paz
Suely Rogeria Bazilio Pellizzaro......... 34
Hodie Vitae, vida de hoje
Aline Barrucho.......................................... 15
Benefício mútuo
Mariana de Souza Martins................... 35
Somos todos poetas
Abel Ferreira da Silva............................ 16
Caminhos
Sandra Lima Machado....................... 36
Oração ao mar
Marcelo da Rocha Moura................... 17
O tempo de mudar
Fabiane Leal de Sampaio Nunes....... 37
O que é ser poeta?
Sabrina Guedes de Oliveira.................... 18
Tempo Dourado
Sérgio Silva Pereira........................... 38
2ª CRE 4ª CRE
Artear
Rosaline N. M. Merlo............................. 19
Busca
Lidiane de Oliveira Correa................. 39
Fome
Maria Alice Goulart de Oliveira.............. 20
Vida astronômica
Mônica Limeira de Azevedo........... 40
Somos todos resistentes
Flavia de Moura O. Pereira Freire.......... 21
Aonde iremos
Simone José Maciel da Rocha........ 41
Vingança de Maria
Flavia Vieira Evans Hossel.................... 22
Algo de mim (efemeridades)
Simone Flaeschen............................... 42
Você faz parte de mim
Miriam Cesário de Oliveira.................. 23
Antítese
Juliana Almeida................................... 43
Homenagem ao professor
Renata Siqueira Fuzi............................... 24
Soneto da contemporaneidade
Renata Lia Ferreira da Silva............ 44
Um lugar especial
Patrícia Brito Campos Braga................ 25
Profissão
Bárbara Cristina de Oliveira Branco.. 45
Convite à Literatura
Mônica Borges Menezes...................... 26
Intensamente
Claudia Bonavita de Oliveira........... 46
Sabores e Saberes
Savana Araújo Pereira............................ 27
Desvio de conduta
João Batista da Silva............................ 47
Do que vivo
Ivo Arja Matos.......................................... 28
Tuty
Maria Inez Nunes Barbosa.............. 48
5ª CRE 7ª CRE
Limites
Cintia Maria Ornellas da Fonseca.......... 49
Memórias
Sonia Regina Villarinho........................ 71
O gosto da vida
Ione dos Santos Souza da Silva............. 50
Navio Negreiro!
Getúlio Rezende Benevides................ 72
Se choras
Aniger Veronica A. da C. Capano.......... 51
Costura
Simone Lima Silva.................................. 73
Ternura
Natália do Nascimento Ferreira............. 52
Canção de acordar estrelas
Silvia Regina dos Santos e Castro.... 74
Proibido sonhar
Marco Aurélio Pavão Carvalho............... 53
Prova dos Nove
Rodrigo Sant'Izabel Ribeiro............... 75
Vento
Aniger Veronica A. da C. Capano.......... 54
Amores perenes
Maria Rossana Puglia Souza.............. 76
Marielle
Rosimere Barbosa de Jesus Costa......... 55
Deprê
Regina Lúcia Gonzaga de Miranda.... 77
Delírio
Liliana Secron Pinto.................................... 56
O coleiro e o tiziu
João Paulo Dias....................................... 78
Missão escolhida
Lorena Pereira Nogueira.......................... 57
#Touch me
Erika Satlher Rolhano Messias.......... 80
Pobres
Bárbara Priscila M. F. de Oliveira........... 58
Contrastes
Ariéte da Rocha Duarte....................... 82
6ª CRE 8ª CRE
O Menino
Queila de Castro Martins Memória...... 59
Tributo à beleza
Fernando Rocha da Silva..................... 83
Da janela
Solemar Cecília Castilho de Souza........ 61
Elogio
Antonio Carlos dos Santos................. 84
Te encontrar
Elizabeth Quintela Gomes Juncal.......... 62
Estranho espelho
Luciana Ribeiro Leal.............................. 85
A menina Rosa
Luís Carlos Santos Nicácio........................ 63
Reflexão
Solange da Silva Faria........................... 86
Falar de Amor
Ivan Luiz de Oliveira.................................... 64
Meu amor, peço-lhe...
André de Souza Walher....................... 87
Confissão
Luciano Viana Faria..................................... 65
Sobre Velas
Alice Venturi Rodrigues....................... 89
Tempo de reviver e sonhar
Maristela Costa de Lima............................ 66
Poesia Simplesmente
Lívia Oliveira Santos.............................. 90
Futuro roubado
Aira Bruno de Oliveira dos Santos........ 67
Caminhão parado
Cristiane Coutinho Ferreira................ 91
Tempo
Michele A. de Oliveira de Araújo........... 68
Sou Julieta
Isabella Martins Dias Ferreira............ 92
Lugar de poesia
Marcia Elisa Rendeiro................................. 69
Basta
Sanydier de Menezes Faria Barreto....... 93
9ª CRE 11ª CRE
Amor verdadeiro
Sonia Regina Eleotério............................... 94
E Agora ?
Gabriel Balardino.................................... 113
Lá vem a preta
Susana Maria Ribeiro Prudencio............ 95
Caminhada
Vera Bastos............................................... 114
Meu bairro, uma história
Adriana Angelim Pessanha...................... 96
Maré de Lágrimas
Bruno Silva de Souza............................ 115
Butterfly
Paulo Roberto Notes Furtado................. 98
Um mar de desafios
Maria Izabel F. Rocha Patrício........... 116
Os Treze Irmãos
Delma de Souza Reis................................. 99
Minas-Poema
Fábio Batista de Oliveira...................... 117
Em teoria
Bruno Gomes Hosp.................................... 100
Filtro dos Sonhos
Eduardo N. Borba dos Santos........... 118
Mataram o sonho
Rosa Maria Felix Barbosa.......................... 101
Viver com Amor
Tathiana Passos....................................... 119
Por quê?
Rodyn Wagner M. Araujo......................... 102
Sentimento
Cristiane Brandão................................... 120
Helena
Sandra de Carvalho H. Barbatto............. 103
Há um irmão ali
Julia Maria Telheiro Fontes................. 121
A vida
Cintia Neves de Oliveira Ribeiro............ 104
Anjo Caído
Elisa Bastos Aguero Guimarães........ 122
10ª CRE
CREJA
Mas, dancei!
Andréa Lucia Soares Cavalcanti............. 105
Como pássaros
Valéria Rosa Poubell............................. 123
Dor
Denise Francisca Ramos............................ 106
Saudades
Daniel de Oliveira.................................. 124
Todo dia é dia
Rafaele Oliveira dos Santos..................... 107
Seu abraço!
Cristiano dos Santos Lemos.................... 108
Esta Escola
Cirlene Feliciano dos Santos Marinho........ 109
Simplesmente Amor...
Heloise Ferreira Ramos da Motta.......... 110
Metamorfose
Rafaella Chaves Barros da Silva.............. 111
Amizade
Denize Pereira dos Santos........................ 112
9
Caminhar
Nunca foi tão difícil caminhar.
Caminhar com passos firmes
pelos atalhos da incompreensão,
pelos caminhos da violência,
pelas vielas da ignorância,
pelas vias da indiferença,
pelas ruas do preconceito.
Caminhar pelas estradas da vida.
Nunca foi tão fácil passear.
Passear pelos caminhos do amor,
amor e entendimento do outro,
amor pela construção da paz,
amor pela apreensão do saber,
amor pelo interesse de fazer
amor pelo bem de respeitar.
Passear pelas dádivas da vida e aceitar.
Amara Kátia Riscado de Almeida
PI – Língua Portuguesa
EM 01.03.005 Mario Claudio
1ª CRE
10
O Amanhã
Que no amanhã
O presente seja lembrado
E o passado jamais esquecido...
Que no amanhã
Possamos agir com leveza de uma criança
Tendo como parceira a esperança...
Que no amanhã
Todo momento por nós vivido
Tenha tido um real sentido...
Que no amanhã
Possamos não nos arrepender
De tudo que nos fez crescer...
Luciana Tiziano Sebollela
PII – Sala de Leitura
EM 01.03.005 Mario Claudio
11
Metalinguagem literária
Contos, fábulas, quadrinhos
A leitura é meu ninho
Habitat hiperbólico de paradoxos
Rodeados de romances ortodoxos
Minha identidade perpassada
Contaminada por Lobato, Gullar e Coralina
Poesia é pura adrenalina
Entre heróis e vilões sobrevivo
No faroeste metafórico do meu ser
Conjugando metonímias e memórias em meu viver
Yêda Barretto Magalhães
PI – Língua Portuguesa – Sala de Leitura
EM 01.01.009 Professor Walter Carlos Fraenkel
12
Impressões
A arte é suspiro profundo, arrepio na pele, nó na garganta
É sussurro que acalma, black-out da alma, olhar que
acalanta
É assombro, grito, instabilidade,
Taquicardia, sombra arredia, lança que invade
A arte é... até mesmo quando não queremos seja
Ela acontece simplesmente... criticamente,
escancaradamente.
É chama que arde, insegurança, combustão
É risco, alarde, paciência, pé no chão
A arte se permite, é poço sem fundo, abismo... limite
Ai de mim saber o que representa,
Ai de quem entrar nessa contenda... nem tenta.
Ela flui, influi, impacta e transmite
Quem sabe não será a vida que a imite.
Umile Romano Orlando Júnior
PII – Coordenador Pedagógico
EM 01.01.005 General Mitre
13
No clarão dos meus sonhos
Acordo e penso na minha vida
Desabo em desilusão
Com os olhos encharcados de tristeza
Percebo a felicidade alheia
Que não cabe
no meu peito ensanguentado...
O pulsar enfraquecido das minhas veias
Não se fez ouvir ao meu redor
Desfaleço, mergulho na minha dor
Espero acordar mais adiante
E sentir que tudo foi um sonho
Levanto e enxergo a felicidade
Que não é minha
Mas que pode fazer parte
Dos sonhos que me cabem
E que vivem na clandestinidade
Do meu esconderijo obscuro.
Alzidéa Santa Izabel Alves
PII - Sala de Leitura
CIEP 01.02.504 Avenida dos Desfiles
14
Espaços
Subo, desço
Me consumo em navegar
Sou guardador de memórias...
Meus braços tecem movimentos
Meu corpo suporta um pensar
Passa o tempo
O tempo passa
Sou guardador de sonhos...
Minha cabeça não descansa
Escrevo em letras pulsantes
Sou guardador de vida...
Removo, refaço
Canto e encanto
Sou guardador de histórias...
Me perco, me acho
Caminho sem pressa
Clamo presença
Sou guardador de esperança!
Maria Inês dos Santos Garcia
PII
EM 01.02.501 Tia Ciata
15
Hodie Vitae, vida de hoje
Nos primeiros raios solares, nasce um novo dia
O que era escuro, clareia
O que adormecia, desperta
Pensamento em sonho,
Volta a realidade
O alarme toca, olha a impontualidade
O corpo se ergue, mas a mente ainda não ferve.
Assim começa o dia,
E a máquina gira...
O café aconchega, e no abraço que chega vem logo a
obrigação,
buscar-se perfeição.
Mas a falha existe, e, por que não?
E, por que não?
Logo chega a tarde, e o cansaço já bate,
Pernas carregam o peso da realidade,
na coluna e nas veias, corre-se o tempo, esse que é breve, esse
que anseia.
Então, fecha-se o ciclo, quando a lua aparece e nela enaltece o
que é belo,
contudo o que é duro, mas justo, o que é fardo, mas VIDA.
Aline Barrucho
PI – Língua Inglesa
EM 01.23.004 Juan Antonio Samaranch
16
Somos todos poetas
Muitos se perguntam: como vive um poeta?
Será que ele trabalha? Tem metas?
O poeta de verdade tem pressa.
Pressa para mudar o mundo. Ele é um sonhador.
Um poeta não necessariamente é um falador, mas sim um
grande observador.
Observa e sonha com um mundo melhor.
Todos nós podemos sonhar.
Só com ação vamos ver as coisas mudar.
Não adianta ficar parado no sofá.
Torcer sem uma palha mover.
Quem só sonha não chega a lugar algum,
É preciso lutar, cair e levantar e jamais desistir.
Esse é o verdadeiro poeta!
Abel Ferreira da Silva
Agente Administrativo 1ª Coordenadoria Regional de Educação/ Gerência de Recursos Humanos
17
Oração ao mar
Ó mar, meu grande amigo de águas
Tu que és o grande companheiro
De todas as horas
Com tua voz serena,
Teu sopro refrescante,
Me responde as dúvidas
Me mostra o caminho
E me ensina a paz.
Molha-me a alma,
Engole-me por inteiro,
E lava-me o corpo!
Tu, com teus movimentos,
Constantes e inconstantes
Tranquilos e agitados
Tranquilos e agitados
Sempre me mostra o que preciso ver...
Sentir...
Ouvir...
Tua música emociona o meu ser.
Marcelo da Rocha Moura
Agente Educador
EM 01.07.016 Josué de Sousa Montello
18
O que é ser poeta?
É brincar com as palavras
Fazer do dedilhar da escrita
A transparência dos sentimentos.
É trazer o coração à alma humana.
É dilacerar emoções,
Arrebentar com o frio da vida,
Aquecer, trazer luz,
Abrilhantar o nosso ser.
É perpetuar o eu da espécie humana em toques
Singelos e desbravadores.
É expelir o íntimo.
Dar asas à fala do coração
E dizer com as letras
O âmago da existência.
Sofrer, sorrir,
Fazer desabrochar
O puro e o impuro
Dar brilho, cor
O tudo e o nada
Em toques versados.
Sabrina Guedes de Oliveira
PII – Coordenadora Pedagógica
EM 01.07.016 Josué de Sousa Montello
19
Artear
A arte é liberdade que permite
Abraçar o saber com segurança e alegria
No divertido tapete de descobertas
Rosaline N. M. Merlo
Responsável
Núcleo de Arte 02.05.099 Copacabana
2ª CRE
20
Fome
Tentava abrir o saco com a boca,
buscando sobras.
Os olhos sem brilho,
a pele opaca, sem identidade.
Imagem do desespero.
Fome de amor, de sentido,
fome de barriga oca
fome de alma.
Coração sem sonhos
perdido, mendigo.
Enquanto a vida lá fora
repleta de água, frutos, grãos
negava, excluía.
Ele mal respirava insano
o inferno, a dor, o lodo
de tantas encruzilhadas.
O caminho, o ventre rasgado
do homem sem nome
do rio.
Por que tanta solidão
instalada num só corpo?
Por que a vida cortava
em sulcos, feridas e abandono?
Por que um homem vencido
Comia fora da validade
O lixo da vida?
Maria Alice Goulart de Oliveira
PI – Artes Cênicas
Núcleo De Arte 02.05.099 Copacabana
21
Somos todos resistentes
Conexões
Posicionamento
Várias leituras
Interfaces
Ligações
Caos
Caminho
Educação
Pública
Acima de tudo de
qualidade
Trajetórias
Identidades
Demandas
Políticas Públicas
Rede que liberta
Rede que conecta
Interpretações possíveis
Que se encontram e atuam
Mudanças
Transformações
Buscamos nas nossas
relações
E o mais importante
Resgatar a educação
É uma enorme emoção!
A mágica da educadora e
do educador
Traz alegria!
Transforma a dor!
A Fênix que sobrevoa
O ato de acreditar
Que a educação tem
sujeitos
Todos a trabalhar!
Flavia de Moura Osório Pereira Freire
PII
EM 02.06.011 Shakespeare
22
Vingança de Maria
Maria gostava de ir para a cozinha
Adorava cozinhar
Pois enquanto cortava cebola
Ela podia chorar
Era no fim a melhor desculpa
Que Maria podia dar
Chorar enfim, pelas mazelas da
vida
sem ninguém desconfiar
Carregava na cebola
Sua vingança velada
Recebia reclamação
sem nunca retrucar nada
Na hora em que estavam à mesa
Ela fazia era cara de lesa
Ele coçava a garganta
Ela observava sem pressa!
Maria fazia cara de tolerância
Com a tal doença inventada por
implicância
No fundo, lá no fundo
Ela bem se divertia
Pois a boca prometia
O que a mente negava
Dizia sempre que
Ia maneirar na cebola
Na próxima empreitada
E assim seguia o almoço
Com todos menos um a
comer com prazer
Ela suspirava...
O que se podia fazer?
Coitado do tal moço
(Independente do tempero)
Para ele tudo era desgosto
(Independente do tempero)
Receber para ele era sempre
alvoroço.
Não entendia de humildade
Muito menos de gratidão
Para ele mesmo tudo certo
Era tempo de reclamação
E assim Maria seguia...
Cozinhando com prazer
Pois há muito já não fazia
Para aquele homem comer
Só brincava com a panela
para o seu bel prazer
E desse jeito Maria se vingava
Com a reclamação do Homem
Que a ela infernizava.
Ela ia para cozinha e
Simplesmente cozinhava!
Flavia Vieira Evans Hossell
PI – Educação Física
EM 02.08.020 Diogo Feijó
23
Você faz parte de mim
Chegamos aqui sozinhos,
nus e sem preceitos.
Alguns dizem que partimos também...
Sem deveres e sem direitos
Já eu, digo!
Nunca estive só!
Muitos estiveram,
outros estão
e muitos outros estarão.
Contudo, dentro de nós há uma imensidão...
de amor e evolução.
Carregamos o antes, o durante e o depois,
não importando a dimensão.
Nessa vida,
não tem a razão a explicação,
nem a resposta entre o sim ou não.
Cheguei na Terra com a minha missão,
Sabendo que teria você me estendendo a mão!
Você é parte de mim!
Das vitórias e dos aprendizados...
É mais que evolução!
É alma, é divino!
É sem explicação.
Miriam Cesário de Oliveira
PEF
EM 02.08.022 Mata Machado
24
Homenagem ao professor
Começo essa poesia
Curvando-me diante ao professor
Que tem como arma
Um giz e um apagador
Foi com seu aprendizado
Lá no começo da minha jornada
Que aprendi as seguintes palavras:
Com licença, por favor, muito obrigado
Fico triste e indignado
Quando vejo que não são valorizados
Professor é “mãe” de todos
Sem qualquer discriminação
Ele ama a mim, a você
E a qualquer cidadão!
Enfim, ao meu entender
O professor se resume
A um único sentimento:
O amor!
Como o mundo seria bem melhor
Se existisse mais amor...
E se fôssemos discípulos fiéis
Do nosso professor!
Renata Siqueira Fuzi
Responsável
EDI 02.08.805 José da Silva de Araújo
25
Um Lugar Especial
Vou para casa de minha Vó
Lá tudo é maravilhoso
O café, tão cheiroso
Até o pão com ovo
Lá é mais gostoso!
Vou pra casa de minha Vó
Vou brincar com a cachorrada
Vou cair na gargalhada
Com os meus primos a valer
Vou pra casa de minha Vó
Vou sentir o seu abraço
Vou tirar os sapatos
E me encher de pipoca
Vó assim, a gente não troca!
Vou pra casa de minha Vó
Vou tomar banho de mangueira
Vou cair na brincadeira
Sem ter hora pra acabar
Vou pra casa de minha Vó
Só que agora ela mora
Numa casa especial
Seu quintal, é o espaço sideral
Vou pra casa de minha Vó
Quando esse dia chegar
Nas nuvens com ela vou pular
Agradecerei mais uma vez
Tudo de bom que ela fez
E seremos maravilhosamente
Vó e neta outra vez.
Patrícia Brito Campos Braga
PI – Educação Física
EDI 02.08.805 José da Silva de Araújo
26
Convite à Literatura
Literatura é...
Literar!
É literalmente. Ar!
Ar de palavras combinadas
É trabalhar com elas.
A arte de escrever, ler, é um exercício.
Ah! Como é bom exercitar!
É prazeroso, criativo...
Nada enfadonho!
Bora tentar?
Você vai amar!
Mônica Borges Menezes
PII - Sala De Leitura
EM 02.09.001 Benedito Ottoni
27
Sabores e Saberes
Amanhece...
Tudo inspira
Inverno, outono, primavera e
verão
O “bom dia” agradável antes do
sol nascer
Me prepara para o saber
Técnicas de sedução na
alimentação
Somente quem ama o faz
O cheiro da alimentação e o
convite à educação
Aos poucos saem pelas frestas
das janelas e portas,
Um convite à escola
Ouvem-se comentários:
- Nossa, que cheirinho bom!
Deve estar delicioso.
Um convite bem gostoso
Abrem-se os portões do saber
Adentram a diversidade com
escolhas de sabores
Na interação percebe-se:
O dia vai ser saboroso
Tudo a pleno vapor
Vapor de café
Vapor de cebola
Vapor de alho, proteína e até do
legume planejado
No café, o objetivo é...
Aquecer a barriga no inverno...
Refrescar os lábios no verão.
Não duvide! Tudo foi planejado
O valor da alimentação é tudo na
educação
Jamais esquecerei a luta de
muitos pela educação
São sensações, cheiros e sabores
que envolvem a educação
Valorizo a alimentação na
educação
Outrora isso não existia, não!
Hoje luto, sofro e valorizo com
desvelo
O pão nosso de cada dia
Que alimenta a mim e a minha
tia
Mulher de conhecimento, sábia
no alimento
E ainda estou a ver poemas sobre
alimentos
Mulheres de raça e brasilidade
Que integram sabores e saberes
De uma educação de qualidade!
Savana Araújo Pereira
Merendeira
EM 02.09.001 Benedito Ottoni
28
Do que vivo
Vivo das pequenas janelas,
de onde flores únicas e
pequenas teimam em me
esfaquear.
Vivo das pequenas certezas,
onde o vermelho das rosas
me afoga no lago da tua
saudade.
Sim, vivo!
Vivo de um adeus absurdo,
onde todos os dias, procuro
as palavras para te afastar.
Vivo de uma busca inglória,
de onde todas as horas,
invadem o tempo de te
procurar.
Assim vivo!
Vivo colando tuas fotos, na
memória esquecida, um
tanto perdida do meu celular.
Vivo e me afogo no peito, de
águas profundas, de choro
contido de amor não chorar.
Vivo, sim!
Vivo das nossas lembranças,
do gozo gostoso, falar só
bobagem, prazer de gozar.
Vivo do que não dormimos,
enchendo a noite, de gritos e
risos, de amar e te amar.
Vivo, assim!
Vivo perdido no tempo, na
Rua das Pedras, andando ao
teu lado, de lado pro mar.
Vivo somando os dias,
contando ao futuro, das
nossas memórias, te olhando
voltar.
Vivo!
Vivo da luz do teu quarto, do
chão da tua sala, de subir tua
escada pra lua encontrar.
Vivo de olhar da sacada, do
chão do meu quarto, num
pedaço do escuro da lua o
luar.
Vivo?
Ivo Arja Matos
PI – Ciências
EM 02.09.008 Madrid
29
A Poesia
E no caos do dia a dia vai surgindo poesia...
Tímida, imperceptível para almas endurecidas.
Todavia, cristalina e doce aos olhos sensíveis do poeta
Que a percebe, mesmo em tempos tão difíceis,
Na natureza e nos seus pequenos milagres:
No choro forte do recém-nascido anunciando vida nova,
No arco-íris refletindo a brincadeira entre sol e chuva de
verão,
No verde que brota teimoso no asfalto seco da cidade
grande,
No movimento milenar incansável das ondas do mar,
No céu azul infinito guardando em segredo mistérios de
Deus,
No brilho das estrelas velando o sono justo do trabalhador...
Ah!... O que seria de mim se não fosse você, PO-E-SIA?
O que seria dos amores, das rebeldias, das melancolias...?
Tirem-me tudo: a roupa, o dinheiro, até a razão!
Só não me tirem a poesia
E essa paz que ela inspira ao meu coração...
Ana Claudia dos Santos Leoni
PI – Inglês
EM 03.12.032 Reverendo Álvaro Reis
3ª CRE
30
Extinção
- Moço, troca sonhos desfeitos por um pouco de ilusão?
- Tem não, moça!
- Então, um punhado de tristeza por uma caixinha de risos
soltos e sorrisos bobos?
- Acabou!
- E um amor quentinho, moço, o senhor tem?
- Amor quentinho!??
- É, moço… Aquele que fala Quintana, Pessoa e Drummond!
O senhor não viu, não?
- Vixi, moça!
Isso está em extinção!
- Amor assim só no cinema
- Ou na televisão
- Que é pura ilusão!
Sandra Moraes Rezende de Carvalho
PII
EM 03.12.011 Pernambuco
31
Inquietação das borboletas
Sempre quis um amor hiperbólico
Hoje o tenho, o sinto
E a hipérbole passou a morar no medo
Agora sim, tenho a inquietação das borboletas
O receio do cupido que escondeu a flecha
Ao me ver
A interna pulsação que meu coração insiste
Em demonstrar quando te vê
A eterna poesia que mancomunada
Com esse amor insisto em escrever
Antes havia teto
O amor não crescia demasiadamente,
Antes havia limite!
Agora na fase superior do meu abrigo,
Chovem emoções
Inspira um desejo eufórico
Que incita minha inconstância
Desencadeia minha verdade e dedicação
Absoluta aos laços amorosos
Sofro feito comercial de margarina
Belo, feliz e perfeito
Ah! Saudade da mediocridade infinita
Onde o calor era sinônimo de ventilador!
Aline Leite de Souza
Gari
EM 03.13.052 Maranhão
32
Sem escrúpulos
Cheguei chegando
Sem pedir licença
Ocupando espaço
Sem um mínimo de decência
Tomei forma
Conquistei território
De modo Tirano
Escravocrata
Fiz da ilusão
Arma poderosa
Da sofreguidão
Entorpecente sedutor
A resistência da razão?
Vencida de pronto pela dúvida
E encarcerada docemente
Pelo coração
Agonia de um Prometeu acorrentado
Ao ser, a cada dia, de si retirado um pedaço
E ofertado a um desejado bem-querer
Ah, quem mandou me tirarem da Caixa?
Pandora, a você toda a glória
Amim, todo o mérito de dar sabor à Vida
Atravesse-me e nada será em vão:
Ser humano é ser Paixão
Fernanda Pires Sales Aride Gonçalves
PI - Língua Portuguesa
EM 03.13.024 Acre
33
Deusa
Sou um ícone, beija-flor!
Sou mulher, sou amor!
Ora fada! Ora freira!
Na verdade, feiticeira!
Às vezes sou cega!
Muda! Surda! Sensual!
Com ou sem rival! Imortal!
Imoral! Meiga!
Criança mulher!
Deusa! Perfeita!
Guerreira de fé!
Marilene Calado
PII – Sala de Leitura
EM 03.13.015 República do Peru
34
O que me traz paz...
O que me traz paz é criança
Almoçando,
Jantando
E brincando.
O que me traz paz é criança
Tendo amigo
E abrigo.
O que me traz paz é criança
Lendo
E escrevendo.
O que me traz paz é criança
Com alegria
E família.
O que me traz paz é criança
Forte
E com sorte.
O que me traz paz
É acreditar
Que a violência vai passar
E a criança viva sem medo e dor,
Em um mundo com mais amor
Suely Rogeria Bazilio Pellizzaro
PII – Sala de Leitura
EM 03.13.036 Rio Grande do Sul
35
Benefício mútuo
Quantas vezes me pergunto
Se é este mesmo o meu rumo
Às vezes a maior certeza
Vira dúvida traiçoeira.
Quantas experiências distintas
Diversas conclusões depreendidas
Formam o caldeirão da maturidade
Que fazem enxergar a verdadeira realidade.
Agora, chega de reclamar!
Muitas portas estão se abrindo
A vida não brinca em serviço
E para vencer temos de estar preparados para o rebuliço.
Nada se concretiza sem esforço
A cabeça dói, mas a mente aprende
Tudo é possível para aquele que é crente
Através da dedicação e do trabalho insistente.
Na vontade de acertar
De construir um mundo novo
Com pessoas educadas e conscientes
Fazendo a Terra brilhar incessantemente.
A fé remove obstáculos
O amor une corações
O respeito reconstrói vidas
A educação combate o preconceito.
A sabedoria promove a paz.
Vamos, irmão querido,
Transformar tudo isso
Em ponte amiga em nosso benefício!
Mariana de Souza Martins
PEF - Língua Portuguesa
EM 03.12.016 Ceará
36
Caminhos
“A escola é lugar de estudar”
Dizia minha avó
Que queria me ver formar
“Pra ser alguém na vida.
Você tem que se esforçar”
E eu, tão menina
Só queria de roda brincar
Não sabia que naquele espaço
As lições não seriam só
Ler, escrever e contar
Mas que na vida eu iria iniciar
Relacionamentos, cair e levantar
Pois em cada amizade
Cada lágrima de alegria ou tristeza
Junto aos professores e colegas de turma
Momentos de harmonia, angústias e beleza
Ficariam na saudade
Hoje, cria da escola pública
Doo-me nesse lugar por inteiro
Professora de uma classe, sou regente
Neste local de vida, verdadeiro
Um futuro grandioso construo com minha gente.
Sandra Lima Machado
PI - Língua Portuguesa
EM 03.13.051 Alagoas
37
O tempo de mudar
O tempo é o tempo
Sem o tempo não há tempo
O tempo que passa soa tempo
O tempo que vai e sai
O tempo que vem e fica
Tempo...
O tempo que se dá,
O tempo que se ganha,
Que pode nos fazer perder e ganhar
Ah, o tempo...
O tempo que não volta,
O tempo que não chega,
O tempo que falta.
O tempo sem momento e sem demora
O tempo sem hora
Que tempo?
O tempo é o agora!
E em qualquer tempo há tempo.
Há tempo de acreditar,
Há tempo de perdoar,
Há tempo de aprender,
Há tempo de mudar.
Fabiane Leal de Sampaio Nunes
PEF
EM 03.13.012 Senador João Lyra Tavares
38
Tempo dourado
Pensar no que passou
Talvez seja um bálsamo
Para a alma endurecida
Pelo tempo atual.
Quantas felicidades
Transcorreram pela presença
De saúde e paz,
Quantas alegrias vividas
Ocorreram ao longo da estrada
Por saber da cura de chagas
Que os espinhos cultivados provocaram,
Nos caminhos sinuosos
Que vivemos intensamente.
A aceitação pode oferecer
Necessária calma
Nos momentos de angústia,
Fomentados pela insegurança
Do destino que se apresenta.
A vida nos é mãe,
Sempre dando chance
Para o amor incondicional,
Onde um tempo dourado
Surge de forças desconhecidas,
Para estender a mão amiga
Em gestos de carinho,
Transformando em esperança
Nossos sentimentos.
Sérgio Silva Pereira
PI - Ciências
EM 03.13.051 Alagoas
39
Busca
Palavras de raiva
finas lâminas de faca
cortam a frágil esperança
dilaceram a alma
e a mente se desespera
um vulcão em erupção
Preciso ver o mar
O azul infinito
para me acalmar
e esquecer
momentaneamente
o mundo real.
Desejo que o Amor
toque meu rosto
e mostre que a vida pode ser bela
e assim
restaurar aos poucos
o meu mundo interior.
Lidiane de Oliveira Correa
PII
EM 04.10.002 Albino Souza Cruz
4ª CRE
Palavras de raiva
finas lâminas de
faca
cortam a frágil
esperança
dilaceram a
alma
e a mente se
desespera
um vulcão em
erupção
Preciso ver o
mar
O azul infinito
para me acalmar
e esquecer
momentaneame
nte
o mundo real.
Desejo que o
Amor
Toque meu
rosto
E mostre que a
vida pode ser
bela
E assim
Restaurar aos
poucos
O meu mundo
interior.
Lidiane de
Oliveira Correa
PEF - Anos
Iniciais
40
Vida astronômica
Nunca fui sol!
Quando muito, lua,
De planeta frio e pouco iluminado,
De órbita grande...
Distante do calor central.
E eles estão lá,
Inseridos no Sistema.
Os planetas...
Uns grandes, outros pequenos.
Alguns até habitáveis,
Outros muito inóspitos.
Ah! Os planetas...
Presos em suas viagens anuais,
Repetindo seus ciclos temporais
E orbitado por suas luas inconscientes!
Mas, eu..., antes lua que meteoro.
Aquelas estrelas cadentes,
Que apesar de refletirem luz,
Já se apagaram!
Eu? Eu estou aqui ainda!
Agora, girando em torno do meu próprio eixo.
E, graças à Suprema Energia,
Ainda gravitando!
Mônica Limeira de Azevedo
PII
EM 04.10.005 João Barbalho
41
Aonde iremos
Toca o sinal
Hora de ir
Acelerada
Atordoada
Saio
Apresso o passo
Vejo que esqueci
Retorno
Deixo
Recomeço
Sinto o mesmo peso
Chego no portão de casa
Miro o céu
Penso
Meu oásis
Bebo
Mato minha sede
Como
Mato minha fome
Balanço na rede
O céu escurece
A cidade brilha
Pisca
Olho e vejo
Consigo ler o mundo
Sim
Posso fazê-lo
E esses meninos?
Poderão interpretar
Fatos?
Fotos?
Distinguir
Joio do trigo?
Que agonia
Quanta pretensão...
Baixo a bola
Deixo no chão
Abaixo do chão
Não vejo aqui trabalho
desmoronando
Mas enxergo
Solos sem adubos
Secos
Descobertos
A erosão é grande
Evadem
Não eclodem
Implodem.
Simone José Maciel da Rocha
PI - Ciências
EM 04.11.009 Cientista Mário Kroeff
42
Algo de mim (efemeridades)
Tivesse eu antes
A consciência de hoje
Não sentiria agora
Dor tão constante.
Pensei poesias
Que não escrevi.
Minhas memórias
Guardei para mim.
Tive sede, sono, fome,
Olhos inchados
E mãos frias.
Eu vi arco-íris
Que não persegui.
Sonhos felizes
Que eu não vivi.
Minutos e horas
Deixados para trás
Que infelizmente
Não voltarão mais.
E a angústia de agora
Me lembra do quanto
O tédio é inútil.
De braços cruzados,
Do ego exaltado,
A dor é o fruto.
Nem filho, nem árvore, nem
livro.
Nem verso, nem linha:
martírio.
Vestígio algum, não há.
O tempo passou,
E nada ficou
De mim no mundo,
Em meu lugar.
Simone Flaeschen
PI - Língua Portuguesa
EM 04.11.010 Brant Horta
43
Antítese
Visto-me
E tu me desnudas
ao abrir das cortinas.
A quente luz forte
ofusca o desnível,
O defeito,
O medo,
O tempo
Desafiador do meu corpo,
Do meu saber, do meu
contar.
É contra,
É preciso,
Pés perdem-se diante de ti.
Paro de respirar,
Vivo e pulso.
Pairo no ar, levito, afundo...
Sinto o ritmo, não sinto
nada...
O nada que fala, que cala,
que mostra e conta...
Nele me perco
E me acho para, então,
Perder-me de novo.
Escondo, me mostro.
Controlo, me perco o limite.
Tensamente plácida,
me encanto, me arrepio.
Explodo com força.
Perco o compasso.
Pés no fogo,
mãos no ar.
O desespero... acalma
a dor pequena na
imensidão do prazer.
Oh, antítese em mim!
Pelo amor, te denominam
dança,
Pelo apelo, no pelo da
paixão,
Te sinto...
Flamenco.
Juliana Almeida
PII
EM 04.11.014 João de Deus
44
Soneto da Contemporaneidade
O fardo, cada dia mais pesado
Os sentimentos, cada dia mais áridos
O tempo, cada dia mais líquido
E nós, a cada dia mais abatidos
As forças que se esvaem
Os momentos de alegria que ficam ausentes
Os passos ficam cada vez mais apressados
O desânimo que fica cada vez mais presente
Pode ser impressão
Pode ser nostalgia
Pode ser solidão
Só o coração que não pode ficar esquecido
A cabeça que não pode ficar caída
E o sorriso que não pode ficar escondido.
Renata Lia Ferreira da Silva
PI - História
EM 04.11.028 São Paulo
45
Profissão
Nessa longa jornada profissional,
Vivencio há todo tempo:
Agitação
Amor
Cansaço
Conquistas
Correria
Desânimo
Dor
Felicidade
Frustração
Lágrimas
Lutas
Raiva
Solidão
Sorrisos e
Muitas outras emoções e sensações.
Pensar em desistir?
Algumas vezes!!!
Mas sacudo a poeira,
Ergo a cabeça,
E continuo com ardor.
Muito prazer,
Sou PROFESSOR!!!
Bárbara Cristina de Oliveira Branco
PII
EM 04.31.013 Montese
46
Intensamente
Vive intensamente a vida.
Suas tristezas.
Seus sonhos.
Suas esperanças.
Viva intensamente a vida.
Chore, sorria.
Ame, acredite.
Viva intensamente a vida.
Grite, chore.
Lute, sonhe.
Viva intensamente a vida.
Abrace, beije,
Apaixone-se, curta.
Viva intensamente a vida.
Cante, dance.
Invente, experimente.
Viva intensamente a vida.
Viaje, desbrave.
Encante-se, aprecie.
Viva intensamente a vida.
Hoje! Agora!
Pois, em qualquer dia,
A qualquer hora,
Em qualquer lugar,
Tudo silencia.
Claudia Bonavita de Oliveira
Merendeira
EM 04.31.006 São João Batista
47
Desvio de conduta
Quando você solenemente jura,
Erguendo a mão num gesto salutar,
Numa atitude reverente e pura,
Vestindo a farda cinza militar.
Mas logo após, numa atitude dura,
Apaga a tênue luz que quer brilhar
No seu caráter e o juramento “fura”,
Erguendo a mesma mão para matar.
Você se torna um homem de rapina,
Despreza o povo e vive de propina.
Diz, que patente você quer ganhar?
Porque quem prometeu honrar o povo,
Mas transformou-se num cruel estorvo,
Só pode ser um “bandido militar”.
João Batista da Silva
Responsável
EM 04.31.006 São João Batista
48
Tuty
Rompi barreiras e espaços.
Antes do tempo cheguei.
Tão pequena e muito frágil,
A todos eu encantei.
Com seu jeitinho disperso,
Calma, paciente, morosa,
Sou sua pequenininha.
Que mamãe tão carinhosa!
Tão quentinho, aconchegante
O meu primeiro colinho,
Zelosa e muito fofinha,
Da vovó sou o denguinho.
Da “babá quase perfeita”
Serei sempre a esperança.
O vovô que fala sozinho:
Depois de velho, sou criança.
Esse rosto iluminado,
Olhos azuis, cabelo ouro,
Adoro brincar com ele,
É o maninho, meu tesouro!
Grande, forte e presente
A primeira palavra eu diria
Quando a vejo, fico feliz
Como um pai, é a titia.
Daqui e de outras terras,
Aos que estão ao meu lado,
Guardo no meu coração,
Um pedacinho marcado.
Olho sempre para o alto
Tudo no céu me seduz
Deus fez-me felicidade
Eu sou Twanny Andaluz.
Maria Inez Nunes Barbosa
PII
EM 04.31.006 São João Batista
49
Limites
Voa, menino... voa!
Abra suas asas...
Se lance ao infinito.
Sem medos... Sem dúvidas...
Escolha cuidadosamente seu pouso.
Pouse em um lugar de paz...
Sereno... Bonito.
E, depois do merecido descanso,
Alce seu voo mais uma vez...
E quantas vezes mais achar necessário.
Voa, menino... voa!
Pois voar é dar asas à imaginação...
É criar um mundo imaginário...
De aventuras... paixão... libertação!
Voa, menino... voa!
Construa seu mundo... molde seu caráter...
Eternize a criança dentro de você!
Pois um dia todos crescem... perdem a capacidade de
sonhar...
Se torna mais fácil esquecer!
Por isso, voa, menino... voe alto...
Voe longe... voe sem pressa de chegar!
Cintia Maria Ornellas da Fonseca
PII
EM 05.14.027 Sebastião de Lacerda
5ª CRE
Palavras de raiva
finas lâminas de
faca
cortam a frágil
esperança
dilaceram a
alma
e a mente se
desespera
um vulcão em
erupção
Preciso ver o
mar
O azul infinito
para me acalmar
e esquecer
momentaneame
nte
o mundo real.
Desejo que o
Amor
Toque meu
rosto
E mostre que a
vida pode ser
bela
E assim
Restaurar aos
poucos
O meu mundo
interior.
Lidiane de
Oliveira Correa
PEF - Anos
Iniciais
04.10.002 EM
50
O gosto da vida
Gosto da vida
Da praia, do mar...
Gosto do gosto
Do gosto de amar.
Gosto da vida
Sem nada pedir...
Gosto do gosto
De poder ir e vir.
Gosto da vida
Do abraço apertado...
Gosto do gosto
De estar ao seu lado.
Gosto da vida!
E quero vivê-la!
Sem medos e correntes
Para aferrecê-la!
Ione dos Santos Souza da Silva
PII
EM 05.14.027 Sebastião de Lacerda
51
Se choras,
a cada lágrima tua,
um rio de desespero corre
um mar de angústia formas
Afogo-me
Mas se procuras sorrir,
Mesmo com o peito espremido,
Chamas o Sol
Afastas a Escuridão
Iluminas teu Ser
Se entristeces, afogo-me em tuas lágrimas
Se sorris, ilumina-me o Ser
E mesmo com o peito espremido,
volto a viver
Aniger Veronica Alves da Costa Capano
PI – Inglês
05.14.029 EM Malba Tahan
52
Ternura
Para meu filho Theo
Todo dia é dia
desse sentir
Infindo
Infinito em mim.
Beleza e alegria,
prazeres mãe-ternos
explodem a alma
para enfim
Trazer-me toda ternura
Tênue
Tecido de amor
tão teu
tão meu
Theo.
Natália do Nascimento Ferreira
PI - História
EM 05.14.029 Malba Tahan
53
Proibido sonhar
É proibido, é proibido,
É proibido sonhar
Quem foi que te disse isso?
São os que querem te controlar
Mas tente perceber
Que a chave do poder está em você!
Quem quer entender o seu presente
Deve saber ler o seu passado
Quando vai ter coragem de mudar?
De mudar o meu mundo?
Agora cabe a mim e cabe a você
Fazer bem feito o que devemos fazer!
Para sermos felizes basta querermos!
Basta acreditarmos!
Então creia! ACREDITE!
Você pode fazer tudo acontecer,
Mas são eles que dizem,
Dizem e sempre dirão que é proibido sonhar!
Pois somente assim eles podem lhe dominar,
Eles dizem...
- Cale a boca, obedeça, não me questione jamais!
Mas uma coisa vou fazer
Nunca, jamais deixarei de sonhar, soltar a voz e lhe amar
Como Ele nos amou
E assim contaremos uma nova história para nós...
Marco Aurélio Pavão Carvalho
PI - História
EM 05.14.029 Malba Tahan
54
Vento
Que afastou
Que desuniu
Que insistiu em separar
A vida
O amor
Os sonhos
Vento
Que bateu
Abateu
Chorou e desesperou
Vento
Que passou com o tempo
E catou
Os pedaços de amor
Da vida
Do recomeço, dos sonhos
Vento
Que trouxe fé
União
Colocou de pé
Os cacos, os sonhos
A esperança
Vento
Que levou embora a dor
Enxugou lágrimas
E fez recomeçar o amor
Vento...
Fez o amor
Brotar inteiro!
Claudia Silveira Salgado
PI - Língua Portuguesa
EM 05.15.004 Luís de Camões
55
Marielle
No alto do morro
Nasceu a guerreira
Guerreira do povo
Rainha, princesa
Sua luta movia massas
Movia tempos
Movia caças
Tentaram apagar-lhe a alma
Calaram o corpo
Silêncio!
Tentativa inválida
Sua voz ecoa
Sua voz é força
Sua voz não se cala
A chama pulsa
Na alma e na pele
Pra sempre presente
Marielle
Rosimere Barbosa de Jesus Costa
PII
EM 05.15.007 Francisco Frias de Mesquita
56
Delírio
A Manoel de Barros
Sou o tipo de pessoa dada a abismos
Mas tenho medo de altura
Vivo em paradoxo
E isso não me aflige
Sou árvore e gaivota
Rio seco e mar caudaloso
Caixa preta e imensidão
O que me aprisiona é o que me liberta
Sou plena (em) contradição
Um dia descobri as palavras
Delas passei a compor-me
Palavras são abismos
E a natureza do poeta é precipitar-se.
Precipitei-me antes
em João,
em Carlos,
em Manoel...
E então...
Precipitei-me a mim:
Delirei
Liliana Secron Pinto
PI - Língua Portuguesa
EM 05.15.021 Mozart Lago
57
Missão escolhida
Mulher, que força é essa que tu tens?
Sofre as pressões da vida
através de muitas obrigações e pouca valorização.
Sofre em silêncio,
evitando desagradar aqueles
que ainda não aprenderam amar.
São mães da barriga,
do coração
do filho de outra,
são mães de um montão.
Todas em comunhão.
Mães que lutam,
Mães que vibram,
Mães que agitam,
carregando no coração
a potência do amor que as fazem perdoar
sem imposição, sem lamentação...
Porque ser Mãe é escolher sua missão.
Lorena Pereira Nogueira
PEF
EM 05.15.021 Mozart Lago
58
Pobres
Te direi quem são
Não aqueles a quem não sobra um mísero tostão
Tampouco aqueles que não pagam a fatura do cartão
Os que devem luz, água, também não o são.
Sabes tu? O pobre de marré deci
É aquele infeliz que desconhece
Aquele segundo mudo
O instante exato que antecede
O desabamento
O rolar pro lado
E o suspiro alto.
Paupérrimo, vejas tu então
É aquele que não tem
Na hora que a vontade vem
Não importa, ele não sabe
O que é ter dentro do peito
Um amor que não cabe
Que dó! Tão amargo...
Não entende que a vida é, se não,
Aquele instante que não quer que acabe.
Não somente pelo momento
Por tudo que se desenrola
Naqueles vis pensamentos.
A cumplicidade implacável
A certeza que juntos atingem o inexplicável.
Estes são, pois, os milionários!
Que atravessam os dissabores da rotina
E juntos mergulham na paixão que desatina,
O resto? Pobres.
Bárbara Priscila Meira Farias de Oliveira
PII
EM 05.15.028 Evangelina Duarte Batista
59
O Menino
Quem foi que disse...
Que menino não pode
chorar?
De seus olhos, rolou uma
lágrima
E caiu sobre o sabiá.
Sabiá, que aos seus pés
cantava,
Cantava… cantava sem
parar!
Ao sentir o toque da
lágrima,
Bateu asas a voar.
Sabiá para longe voou...
Até o céu alcançar
Levando sobre si,
Verdades de um coração a
chorar.
Sabem-se lá as razões...
Os motivos, as convicções...
Mas, de fato, lágrima levava
De um menino a chorar.
Uma perda, uma dor,
uma saudade ou um olhar...
Um adeus, um oi
ou, quem sabe, um “olá”.
Algo mexeu com menino
Levando-o a chorar
Lágrima de cristal,
reluzente, mostrava ao
sabiá
Que choro de menino
também pode ao céu
chegar.
Ao céu, chegou a lágrima
Levada pelo sabiá.
Que sabia bem de onde
vinha
Lágrima, lágrima, de
menino a chorar.
Passarinho, ao alto céu,
chegou a desabrochar...
O lamento de alguém,
Que escondido não quis
chorar.
Um rosto, um coração,
uma mente, uma sensação
6ª CRE
60
Envoltos naquele céu,
por um menino chorão.
Sabiá deixou a lágrima, de
suas asas, rolar
Caindo e caindo,
Parecia chuva vindo...
Mas sabiá sabia que era o
choro do menino.
A lágrima rolando,
e sabiá mais se erguia...
Levando, em suas asas,
A verdade que bem
conhecia.
Entre nuvens e brilhante
sol,
passarinho alçou a voar.
E, erguido, mostrou ao
mundo...
Que homem também pode
chorar
Queila de Castro Martins Memória
PEF - Língua Portuguesa
EM 06.22.005 Cyro Monteiro
61
Da janela
Mal amanhece
a paz desaparece.
Ouvem-se trovões
disfarçados em rojões.
Abro a janela.
Homens de guerra entram na
favela.
Rostos cobertos. Olhos de
meninos.
Medrosos. Hesitantes. Perigosos.
Ladinos.
Vejo da janela:
homens de negro sobem a
favela.
Nada mais me interessa. Nada
mais importa.
O terror espreita do entreaberto
da porta,
o enorme besouro blindado,
feio sujo e enferrujado,
vomitando gente.
Corre o medo... Se esconde a
coragem.
Somente o terror selvagem
é real e latente.
Hoje não tem escola, nem pipa
nem bola.
Foi-se o sossego. Ninguém
dorme... Ninguém ama.
Não se come, não se bebe, não
se chama.
Não se canta, não se anda nem
se fala.
Tudo perde o sentido se a razão
é bala
Salve-se Vida!
Esta bala está perdida!!!
Crianças armadas
escalam a madrugada
e se escondem no escuro.
Explodem seus planos,
gritam desenganos
abrem mão do futuro.
Fecho a janela.
Homens sem alma deixam a
favela.
Rostos cobertos, olhos sem
sentido,
talvez no peito um coração
ferido.
Reféns da ganância, de um tirano
poder,
(onde falta de vergonha
prevalece
bem na medida em que a
maldade cresce)
que os faz escravos de um falso
dever.
Levam consigo o êxtase e a
ilusão,
e deixam um rastro vermelho
pelo chão.
Solemar Cecília Castilho de Souza
Merendeira
EM 06.22.012 Professor Álvaro Espinheira
62
Te encontrar
Se naveguei no teu olhar
Fui marinheiro a desaguar
Na imensidão do paraíso
E consegui me encontrar
Se voei nas nuvens
Entre o céu e mar
Fui buscar o horizonte mais bonito
Um lugar claro e colorido
Onde pudesse encontrar um sorriso
Que de amor me fizesse sufocar
Se te encontrei em algum lugar
Fui sereno e sortudo
Pois habitei no teu mundo
Onde só a morte no seu furor mais profundo
Pudesse nos calar
Contudo
Pudera a sorte me presentear
Com a minha vida outra vez
Para te encontrar mais cedo
Amar você mais tempo
E por inteiro ser feliz de vez
Elizabeth Quintela Gomes Juncal
Agente Educador II
EM 06.22.012 Professor Álvaro Espinheira
63
A menina Rosa
Rosa, doce Rosa
Por que nos deixaste Rosa,
Sem tua face tão formosa?
Com tua meiguice a toda
prova
que tanto nos encantavas
oh, minha Rosa!
Foste encontrar com
Osmundo,
deixando-nos tão sós neste
mundo,
encantava filhos e netos,
sobrinhos, genro e bisneto.
Com teu doce preocupar
e uma fé de não se abalar.
Sei que foram teus
encantos
que a fizeram desejada pelo
Eterno,
que não a quis por aqui
sofrer.
Então partiste,
deixando-nos tão tristes,
pois teus encantos não
mais existem,
oh, Rosa!
Como somos egoístas,
Rosa!
Querendo tê-la
eternamente
Tu, estrela tão fulgente
a brilhar em outro poente!
Que saudades, Rosa!
Tu, flor tão formosa!
Razão de nosso pranto,
como nos fará falta, Rosa.
Porém, em nossas vidas,
deixaste um perfume que
nos embala
a continuar a vida
pela nossa estrada,
até reencontrá-la
em outra jornada
com teus mimos a nos
consolar
da falta que estou a sentir,
mimosa flor.
Que só o Amor
soube tão bem transmitir!
Adeus! Querida Rosa.
Luís Carlos Santos Nicácio
PI - História,
EM 06.22.022 Rose Klabin
64
Falar de Amor
O que do amor não foi dito?
Que fosse eterno ou infinito
Que fosse grande ou bonito
Que em silêncio ou de um grito
Um sentimento complexo
Tão confuso quanto dessentido
Que do platônico ao sexo
Parece não ter sentido.
Mas, afinal o que dizer?
Pois do amor muito falamos
Mesmo sem ter o que discutir
Mas a verdade há de se ver
Que quando realmente amamos
O amor se basta em sentir.
Ivan Luiz de Oliveira
PI - Geografia
EM 06.22.024 Mário Piragibe
65
Confissão
Não adianta o homem correr,
Pois o perigo está em todo lugar.
Sendo aqui ou ali,
A raça humana sempre vai naufragar.
Quanta gente já morreu antes do tempo.
Meu Deus! Onde vamos parar?
E as lágrimas dos que ficam
Em seus tristes rostos começam a rolar.
Será possível o refúgio eu ainda alcançar?
Hoje mesmo olhando para esta
Sociedade miserável, insana e sanguinária
Me dá vontade de chorar.
Onde está a esperança?
Perdida ela já está.
E o medo?
Este negro sentimento passa
Agora a me dominar.
Paz! Onde você está?
Evaporou-se da terra
Não a vejo mais em nenhum lugar.
Luciano Viana Faria
Agente Educador
EM 06.22.024 Mário Piragibe
66
Tempo de reviver e sonhar
Os versos que habitam em
meu inconsciente
Querem revelar-se através das
letras
E num momento de reflexão
Surgem quase que
aleatoriamente.
Assim, pensei em escrever
sobre o futuro
Mas o acaso me fez mergulhar
na lembrança
E quando viajava por esse
tempo remoto
Encontrei a saudade dos
tempos de criança.
Buscando viver o hoje e
idealizar o amanhã
Retornei ao passado sem
querer
Levada pela brisa inebriante
Que permeia a memória e nos
incita ao prazer.
Prazer de reviver o tempo
passado
Onde o brilho das estrelas e a
luz do luar
Eram testemunhas dos sonhos
de criança
Das brincadeiras inocentes e
dos sentimentos a aflorar.
E revivendo as experiências
infantis
Senti no peito a saudade da
utopia
De imaginar um mundo mais
justo
Mais humano e sem tanta
hipocrisia.
Neste tempo de reviver
Me permiti sentir a
transformação
Do romper da casca em busca
das experiências
Do sonho ao crescimento até a
evolução.
Evolução que não se concretiza
Pois embora o tempo nos
amadureça
Não cabe a ele nos estagnar
Porque enquanto vida houver,
Sempre haverá sonhos a
realizar.
Maristela Costa de Lima
PI - Língua Portuguesa
EM 06.22.024 Mário Piragibe
67
Futuro roubado
Os jovens são o futuro da nação!
Mas que nação eles terão no futuro
Se estão roubando o presente?
Roubam os sonhos
Porque não são alimentados
E roubam-lhes o sono
Tirando a paz
Justamente quando mais precisavam
De um motivo para acreditar
Que vai dar certo, sim
Que ainda não acabou
Que ainda dá pra sonhar
Que ainda se pode sorrir
Que ainda se pode existir...
Aira Bruno de Oliveira dos Santos
PI - Língua Portuguesa
EM 06.25.003 Monte Castelo
68
Tempo
Quem é você que me consome9
e determina minhas ações?
Que acelera meu dia
e inquieta meu coração?
Ah, tempo... dei-me tempo
De olhar para dentro,
De adentrar no meu eu,
De ter controle do meu tempo,
E, sobretudo, de usar o tempo
A cada tempo que o tempo
Da minha vida necessitar.
Michele Almeida de Oliveira de Araújo
Coordenadora Pedagógica
EM 06.25.024 Alexandre de Gusmão
69
Lugar de poesia
No estreito dos dias onde
cabe a poesia?
Qual seria o seu lugar?
Escolas de muro alto?
Quadras de futebol?
Canteiro de obras?
Gorda ou magra, bem
resolvida, ela rompe
estereótipos
criança
adolescente
menina
moleque
atemporal
dona sem dominar
a poesia não curte mais
diminutivos
empoderada
não recatada
faz escola onde também é
casa
o que às vezes chamamos lar
poesia não usa diesel
gasolina aditivada
nem se mantém engarrafada
está na horta comunitária
em flor nascida em pneu
grafite trabalhado no muro
festa junina
bolinho de chuva
calçada de conversa afiada
livro bom
ou que ainda não se leu
Em rotinas de creche
aparece delicada
no soninho da manhã
Inclinada ao perigo
invade a pista, morros e
esquinas
engole fogo
e sem rima
e sem graça
surfa
na contramão
estreita os passos
e foge de uma rotina de
blindados
rotas de fuga e caveirão
Em qualquer espaço vira
protagonista
plástico-bolha
no terreno da sensação
feito gente abusada
hormônio puro
a poesia engole o papel
a chapinha
tampinha de pet
garrafa
70
lixo e arte, dependendo da
visão
Se quem faz poesia é poeta
Poetas são professores
os mesmos que olham de
quina
de um jeito torto ou na
diagonal
vendo o que não cabe em
fórmulas e formulários
conectados em delicadeza
ser para ter
modo avião
E eu
que me fiz professora
desaparelhada para a
sofisticada pedagogia
bebendo na fonte da palavra
exibida
esbarro com ela
em todo canto
coisa bonita
alfabetizadora do mundo
ela encontra o X
enfeita centro de estudos
resolve a equação
desarruma o planejamento
dá o tom da canção.
Sua existência faz crer que
não há vida possível em
outro planeta
considerando cada palavra
como um sistema solar
Apesar disso, no entanto, é
preciso que se afirme
poesia não cabe em bala
perdida
não há quem a veja em
qualquer estilhaço
poesia não mancha uniforme
de sangue
sua intervenção é poeira de
estrelas
água mole
que fura a rocha dos dias
transporte e caminho
para quem ainda não desistiu
de caminhar
eis o que ela é
peça de encaixe
móvel
fluida, mas, frágil criatura
cabe tudo ou em ‘quase’ todo
lugar.
Marcia Elisa Rendeiro,
PI – História
GED/ 6ªCRE
71
Memórias
Quanto de nós fica pelo caminho!
Vamos deixando, assim, um pedacinho
Daquilo que somos no que vivemos.
No tempo, nos lugares, no cimento
Que reveste as paredes, no calor
Do quarto onde fizemos amor.
A cada dia, em cada momento,
Em tudo fica a nossa energia...
Quanto de mim deixei contigo!
Nos risos, nos momentos de alegria,
Nos passeios, na doce melodia
Que fez nossas tardes tão divertidas,
Num abraço, na dor da despedida...
Quanto de você eu trouxe comigo,
Sem que você chegasse a notar!
As casas também têm suas memórias,
São o palco das nossas histórias,
Onde ficam impressas nossas vidas.
Lembranças que não vão se apagar,
Que sempre estarão a perpetuar
A vida que ali aconteceu...
Se abres mão de tudo o que vivemos,
Não restará mais nada do que temos,
Já não será você nem serei eu.
Talvez outro casal ainda possa
Escrever uma história sobre a nossa,
Já que tudo o que vivemos se perdeu.
Sonia Regina Villarinho
PII
EM 07.16.031 Gal. João Mendonça Lima
7ª CRE
Palavras de raiva
finas lâminas de
faca
cortam a frágil
esperança
dilaceram a
alma
e a mente se
desespera
um vulcão em
erupção
Preciso ver o
mar
O azul infinito
para me acalmar
e esquecer
momentaneame
nte
o mundo real.
Desejo que o
Amor
Toque meu
rosto
E mostre que a
vida pode ser
bela
E assim
Restaurar aos
poucos
O meu mundo
interior.
Lidiane de
Oliveira Correa
PEF - Anos
Iniciais
04.10.002 EM
72
Navio Negreiro!
Balança no mar imenso
Parece que vai virar,
Escuridão, ninguém enxerga nada,
Temporal no oceano, pavor, choro, medo, grito.
Lá vem o Navio Negreiro!
Balança muito, vai virar,
Gente geme, gente sangra
Lá vem o Navio Negreiro!
Trovão, relâmpago,
Gente tosse, gente vomita
Perda da mulher,
Perda do filho
Muita gente ficou no mar.
Ancorou na Bahia,
Ancorou na Maré
Não tem emprego,
Não consegue sonhar,
O Navio Negreiro não dá trégua,
Rasga a pele, faz sangrar
Vida dura, vida pesada
Mas, essa gente é nobre
Esquece o ódio,
Dá leite pro filho da sinhá
Doa sangue pra salvar,
E reza pra ajudar,
Mãe preta é só nobreza!
Getúlio Rezende Benevides
Professor I – Inglês
EM 07.16.027 25 de Abril
73
Costura
Vou costurando nos fios da vida
Com linhas matizadas, multicoloridas
Tecidos dos mais variados
Raros, corriqueiros, bordados
Num emaranhado aparente
Que aos poucos toma forma
E salta aos olhos de repente
Vou trançando dores, sorrisos, olhares, suspiros
Alinhavando dúvidas, esperanças, conquistas
Arrematando lembranças, palavras e gestos
Bordando a vida ao meu gosto
Pra não perder nenhum detalhe,
Não esquecer nenhum rosto
Em uma costura só minha, tão ímpar
Com a cor que não desbota
Que o tempo não amarrota
Num desenho tão profundo
Que revele o meu mundo
Simone Lima Silva
Diretora Adjunta
EM 07.16.002 Luiz Camillo
74
Canção de acordar estrelas
Do ventre
Fez-se a Flor
Desde então,
Raízes fiam
Dia a dia
Nosso destino
De Ser
No barco de ouro em que
vieste
Trouxeste a minha força
Castelos de areia
Perfume da terra
Prenunciando água limpa
do céu
Em meio a nuvens de
algodão
Aos teus olhos
Fui Bruxa
Fui Sereia
E atravessamos
O fogo e o frio
A alegria e a dor
A fome e a falta
E seguiremos
Até depois de depois
Da eternidade
Feita
De Margaridas
Onde o amarelo
Traça um caminho
reluzente até o Sol
Ali
Além
Permaneceremos
Vivas
Em cada gentileza
Em cada lembrança
Do fio que virou laço
Do amor que virou história
Silvia Regina dos Santos e Castro
PI – Língua Portuguesa – Sala de Leitura
EM 07.16.053 Professora Dyla Sylvia de Sá
75
Prova dos nove
Não busque razão no amor
Como explicá-lo?
Qual a sua função?
Esbarrei aí no x da questão:
Encontrar a sua raiz
Na matemática do amor
Eu aprendi
Que nada nem ninguém o contém - nele estamos contidos
Que ninguém pertence a ninguém
Que amor é conjunto, união resultante da interseção de
sentimentos, ideias, sonhos
Que um mais um nem sempre dá dois
Que o amor pode não ser par
Que não há regras para o amor
Que não se pode estar pela metade; tem que ser inteiro, somar
Que não pode ser medido ou compreendido por gráficos ou
instrumentos
Que deve ser multiplicado, e não diminuído ou dividido
E que pode aumentar exponencialmente, tendendo ao infinito
Na prova dos nove
Descobri
Que o amor é uma incógnita
Não é ciência exata
É problema sem solução
Aprendi na prática
Que o menos importante é entendê-lo
E sim senti-lo
Com o coração
Rodrigo Sant'Izabel Ribeiro
PI - Língua Portuguesa
EM 07.16.056 Noel Nutels
76
Amores perenes
Tempo, tu passas devastadoramente,
E a vida é sempre transformada,
Expões ao delírio a mente
E tornas minhas ações desequilibradas.
Quanta saudade sinto de tudo que vivi,
Nas entranhas de meu coração, há sólidas moradas,
Habitadas por quem jamais esqueci,
Vencerás meu corpo, mas elas estarão inabaladas.
Tempo, se há aqueles que pudeste vencer,
Foram os tolos que não souberam amar,
Tenho amores que jamais irei esquecer,
Puros e verdadeiros, esses, nunca irás apagar.
E quando eu aqui já não mais existir,
Minha alma a outro plano há de levar
Recordações lindas daqueles que me fizeram sorrir
E tornaram-se prelúdio do que é eternizar.
Desiste, Tempo, de querer ser invencível,
Só porque a tudo atribuis um fim,
Para quem sabe amar, tu não és imbatível,
Leva tudo o que queres, mas não os amores que tenho em
mim.
Maria Rossana Puglia Souza
PI – Inglês – Sala de Leitura
EM 07.16.011 Marechal Canrobert Pereira da Costa
77
Deprê
Depressão tão íntima de mim
que já a chamo de Deprê.
Deprê que me falta o ar,
que aperta o meu peito
e acelera o meu coração.
Deprê que me tira o ânimo
e insiste em me entristecer,
me faz sofrer pelo tudo e pelo nada,
me isola na escuridão
do meu quarto e d’alma.
Em meio aos meus dias nublados,
preciso buscar o que não acho, força!
Para olhar além da escuridão,
que me rodeia e me consome,
preciso olhar para o alto,
de onde vem o meu socorro.
Preciso olhar,
a beleza do céu azul,
das nuvens branquinhas multiformes
e deixar o sol,
com seus raios penetrar,
aquecer e iluminar
a minha alma
e sem perceber
um sorriso já se faz em meu rosto.
Regina Lúcia Gonzaga de Miranda
P II - Sala de Leitura
EM 07.16.026 Menezes Cortes
78
O coleiro e o tiziu
Nos fins de tarde, naquele quintal cantava o coleiro, sempre
imponente.
Sentindo-se o maioral, deixava o seu dono sempre contente.
Não entendia como o tiziu não cantava, não saltava, apenas
comia e bebia.
Intrigado ficava o coleiro com aquela melancolia.
Num belo dia o coleiro teve coragem
E perguntou ao tiziu se sabia cantar
Ou ao menos saltar, já que ele nunca viu.
O tiziu com olhar de sarcasmo apenas observou,
Virou para o outro lado da gaiola e simplesmente ignorou.
O coleiro insistente, sentindo-se o esperto,
Indagou outra vez, mas não teve nenhum sucesso.
O tiziu sem desdém ficou indiferente.
Não conseguia compreender como o coleiro era feliz.
Com suas plumas bem reluzentes
Dentro da prisão de verniz.
Incomodado com a indiferença, o coleiro cantou o "tuí tuí".
Despertou a atenção de todos os pássaros que estavam ali.
O tiziu desafiado avançou estalando seu bico,
Chamou o coleiro e disse:
“Quanto mais canto, mais tempo preso eu fico.
Só canto em liberdade, não nasci para ser prisioneiro.
De onde vim todos cantam na mata, inclusive os coleiros.”
O coleiro silenciou e viu que talvez ele tivesse razão.
Começou a perceber que a gaiola era uma prisão.
No dia seguinte, o dono dos pássaros,
Admirando os seus prisioneiros, olhou para o tiziu
79
E logo notou que não se mexia no poleiro.
Nunca cantou naquela gaiola,
Sempre com olhar de sofrido.
Nem um pio, nenhum salto.
A gaiola era o seu martírio.
O dono sentiu-se culpado e resolveu soltar o sortudo.
O coleiro estava do lado, presenciou aquilo tudo.
Ao abrir a gaiola o dono olhou para o tiziu, espantou-o para
fora.
Ninguém acreditou no que viu.
Ao sair da prisão, o pássaro deu um voo de felicidade.
Pousou num lindo coqueiro, esbanjando vitalidade.
Com um canto magistral impressionou todos ali.
Cada canto, um mortal, nada de "tuí tuí".
Era o canto do tiziu, imponente e verdadeiro.
Era o canto original que calou todo o terreiro.
Lá de cima o felizardo explanou sem vacilar.
Olhou para todos lá embaixo e começou a cantar.
"Estava compondo na gaiola para um dia cantar de verdade.
Esse é o verdadeiro canto,
O canto da liberdade".
João Paulo Dias
PEF Geografia
EM 07.16.080 Ginásio Aleksander Henryk Laks
80
#Touch me
Acredite,
Sou mais interessante que
um celular!
Possuo tecnologia tão
avançada
que até hoje ninguém
conseguiu
totalmente desvendar!
Através do cristal das minhas
retinas
você pode navegar
Verá a minha alma e
conhecerá o meu coração!
Faço reconhecimento pela íris
e capto sua melhor imagem.
Sou toda sensorial
Minha pele possui aplicativos
capazes de oferecer-lhe as
melhores sensações
Toque-a!
Conversar é o seu desejo?
Faça -me qualquer pergunta
dar-lhe-ei respostas
imediatas
On time!
Minha mente é brilhante,
extraordinária
Comigo conhecerá o passado
e o presente
Eu posso preencher sua vida
com
informações interessantes,
enriquecedoras
Talvez não satisfaçam a todos
Mas certamente dirá respeito
a nós dois!
Possuo comando de voz
Sussurre no meu ouvido
E ouvirá as mais excitantes
frases de localização
Os caminhos que nos levarão
ao prazer!
Ah, também posso fazer você
rir e chorar
Ter raiva e ansiedade
Sou integrada com uma rede
social avançada
Cheia de amigos capazes de
estarem presentes nos
momentos que mais precisar
81
Ativei um sistema
operacional para que me
aproveite ao máximo
Chama-se EAS: Eu o Amo,
Sinta!
Tenho memória suficiente
para armazenar nossos
melhores momentos
Acredite, nada será perdido
Nossas lembranças nos
acompanharão!
Somente minha plataforma
lhe permitirá realidade!
Todavia, possuo alguns
defeitos de fábrica:
Sou capaz de abraçar, para
lhe acalentar
De beijar docemente, para
lhe fazer feliz
Sou capaz de ouvir, para que
se sinta melhor
ou simplesmente conte seus
problemas e compartilhe
seus sonhos,
De segurar sua mão, para
que não se sinta sozinho na
caminhada.
Sou capaz de amar você
intensamente,
para que sinta completo e
inteiro.
Isso ainda não conseguiram
resolver!
Talvez por isso você prefira
modelos mais modernos
que caibam na palma da sua
mão!
Mas acredite,
Sou mais interessante que
um celular!
Faça um teste!
Permita-se,
Experimente,
Toque-me!
Erika Satlher Rolhano Messias
PI - Língua portuguesa
EM 07.16.056 Noel Nutels
82
Contrastes
Pra você eu reservei o melhor momento
Pra você eu reservei o melhor sorriso
Pra você eu reservei o melhor afago
Pra você eu reservei a melhor palavra.
O momento – eu destruí
O sorriso – dissimulei.
O afago – ficou no ar.
Com a palavra – me engasguei.
Pra você, me reservei
Resumi o tudo
Ofereci o nada
Colhi amarguras.
E agora encontro-me aqui.
Envolta em pensamentos. Vãos?!
Tentando encontrar, ainda que possa,
Em que esquina eu me perdi.
Ariéte da Rocha Duarte
PI - Sala de Leitura
EM 07.16.054 PIO X
83
Tributo à beleza
Lembro-me do bom cheiro da sua terra,
Do lindo verde daqueles pastos,
Do colorido das muitas flores;
Lembro-me principalmente de ti,
Uma das mais belas flores, que tem por aí.
Lembrei-me dos seus lindos cabelos,
Escorriam pelos ombros, caíam sobre os olhos;
Um rosto lindo era o seu, não como o meu;
Feminino, traços finos, tu Julieta e eu Morpheus.
Ah! Visualizei o seu corpo, gostoso.
Formas perfeitas, as mais belas;
Hoje eu lembro, como era bom te admirar,
Te acompanhar a cada movimento, você a ignorar.
Essas lembranças o tempo tentou apagar,
Até que um dia a pensar, fui a ti resgatar;
Tirei as poeiras, você ainda estava lá,
A vida são lembranças, mais nada.
Fernando Rocha da Silva
PI - Língua Portuguesa
EM 08.17.076 Orestes Barbosa
8ª CRE
84
Elogio
Sem essa de separar
Rotular, arrumar...
O teu sorriso entrega
O meu olho sente
As mãos discursam
Sua voz afaga
E eu me afogo
No teu encanto
Ouço cada canto
Teus barulhos
E tudo é puro som
Meu corpo vibra
Lá fora, o silêncio
Antonio Carlos dos Santos
PI - Língua Portuguesa
EM 08.33.040 Rondon
85
Estranho espelho
Chora a imagem no espelho
Espectro de sofrimento
Simétrico de minha dor
Fragmenta-se a esperança
Sobram cacos
Do espelho, de mim mesma...
Em frangalhos me observa a imagem
Afasta-se de mim
Conhece a minha dor
Somos uma e outra
Ela claudicante
Eu decidida
Reflexo e simétrico
Escolho ser real
Quero escoar minha dor
Pego negro pano
Cubro o espelho
Fecho os olhos
Desejo um novo mundo
Mas nem sei ao certo
A que lado pertenço
Luciana Ribeiro Leal
PI - Ciências
E.M. 08.33.018 Humberto de Alencar Castelo Branco
86
Reflexão
Corrupção
Violência
Miséria
Desrespeito
Ganância
Sério?
É verdade essa realidade?
Preferido fugir e me esconder
Na vaidade da vida fugaz
Lutar com a maré, José?
Maré subindo e vindo
Como avalanche de lixo sagaz
Que nojo!
Lutar pra quê? Não!
Mas a consciência dizendo sim!
Sou fraco...
Pare o mundo!
Quero descer!
Viver em órbita
É melhor do que pão com ovo.
Solange da Silva Faria
PII - Sala de Leitura
EM 08.17.066 Pracinha João da Silva
87
Meu amor, peço-lhe...
Peço-lhe um tempo
Peço-lhe que confie
A terra é dura
A mão calejada
Segura a enxada
Para a terra arar
O sol as costas queima
Os lábios ressecam,
Descansam...
Mas as mãos vigorosas
Sob braços persistentes
Ainda aram
Suas palmas grossas jogam
Sementes pequenas
E cheias de esperança.
O sol queima
A terra dura é arada
Pela mão calejada
Na certeza da colheita, na
esperança
Da fatura
A mão calejada
Fura a terra dura
A cada queda da enxada
A cada semente jogada
Um sorriso brota
Da esperança, do amor.
“Peço-lhe que confie”
A vinha brotará
Da terra dura e encherá
Nossa taça de fartura
Do cedro uma casa
Nascerá para o meu amor
Abrigar
“Da terra dura o cedro
Brotará”
Do suor de sua face
A água descerá
Para a terra dura amaciar
O sol queima as costas
Que, persistentes,
sobrevivem
(sobreviverão)
Da esperança;
Da vinha,
Do cedro,
Do maná,
Do amor.
“Amor, peço-lhe: Confie”
Tenha tempo
Parar amar,
Para colher,
Para viver,
“A terra é dura, mas
brotará”
O que move o duro
88
Semblante?
Um olhar no horizonte
A visualizar campos
verdejantes
Sobre a, agora, terra dura
Campos verdejantes
Nascidos de suas sementes
De sua enxada,
De mãos calejadas,
Campos verdejantes
nascem
Da terra dura
Seu peito estufa
Do orgulho de poder
transformar
A terra dura
Em campos verdejantes
Para seu amor
Para seu fervor
Para sua felicidade
O sol queima
Volta à enxada a cavar
A terra dura a arar
O sol quente queima as
costas
Mas não consome a
esperança
Dos campos verdejantes
“A terra é dura, mas
brotará”;
Meu amor,
Peço-lhe paciência;
Amor,
A colheita virá
Na primavera.
André de Souza Walher
PI - Geografia
EM 08.17.016 Getúlio Vargas
89
Sobre Velas
Eu quero um poema de longo curso
Que navegue na pele
Daquele desavisado
Que ouse ler seus cais ilusão
Sem o devido mapa
Um poema que se esqueça
E que se entregue
Em pleno alto mar, ainda que agitado
Mas que saiba voltar para casa
De mansinho
A ponto de se fazer despercebido
Um poema dedicado
Que não se aborreça com as ondas
Que não tropece em outros barcos
E que não se perca na rota
De uma nova paixão
Um poema displicente
Metade poema, metade gente
Que percorra sem erro
Cada pedaço dessa aurora perdida
E recorra a cada uma das minhas ilhas
Cada vez que se sentir perdido
E sem solução
Um poema que me acene de longe
Neste fim de tarde de começo de verão.
Alice Venturi Rodrigues
Professor I – Artes Visuais
EM 08.17.031 Engenheiro Pires do Rio
90
Poesia Simplesmente
Queria poder escrever tantas coisas...
Não quero ser um poeta mudo no mundo.
Minha voz sufocada nas gavetas...
Quero ser como as areias das dunas
Que o vento transporta e que cada dia habita um lugar
em pensamento, uma canção, um coração, uma oração...
E acalentar com meus versos
os corações aflitos
Ah, esses poetas!...
Que enorme fascínio me faz!
Românticos, loucos, utópicos, desvairados.
Todos deixaram um pouco de sua essência em mim
Como perfume suave que vai acariciando a pele lentamente
(a pele de minh’alma).
Assim fizeram comigo.
Possuída pelo desejo in-con-tro-lá-vel de escrever poesias,
agora tudo me inspira:
Olho o céu, poesia;
Vejo o sol, poesia.
A lua, as estrelas: poesia.
O mar, as ondas, as conchas na areia: poesia.
O telhado, as janelas, as portas abertas: poesia.
A estrada, o carro, o mato: poesia.
A tesoura, a agulha, o vestido da menina: poesia.
O babado, o rendado, o fuxico: poesia
O menino e a menina: poesia
Eu, você, o amor, a vida.
Poesia, simplesmente.
Lívia Oliveira Santos
PI Artes Plásticas
EM 08.33.017 Guimarães Rosa
91
Caminhão parado
Caminhão parado
No dia que o mundo parou
Parou o menino a caminho da escola
Parou a enxada, o arado, o ancinho
Parou a senhora indo para a igreja
Parou, silenciou.
Parou o motor da fábrica
A fumaça do fogão... parou
O pinto parou de piar
O leite a sorver da vaca, parou
Silenciou
Parou o povo da feira
Parou o povo da vila
Parou o povo da escola
O mundo parou...
E quando o óleo voltar a correr
A roda roda outra vez
Volta a mover
Acelerar
O mundo volta a girar.
Cristiane Coutinho Ferreira
PEF – Geografia
EM 08.33.017 Guimarães Rosa
92
Sou Julieta
Prefiro a pena ao punhal.
Enquanto muitos não veem razão,
Escrevo poesia:
Um ode a tudo que não se viveu. E sonhou.
Ou a tudo que se sonhou. E não viveu.
Já que:
Morri.
Mas não esqueci,
A dor nem o Amor.
Escrevo poesia e sei
que nem sempre
a escrita pode ser vivida.
Ou a vida pode ser escrita.
Velhas ofensas
Feitas de venenos diários.
E punhais enferrujados
Lembrando antigas culpas.
Doeu.
Floresceu.
Era amor demais
pra ficar guardado.
Hoje, é amor demais
Pra estar tão desnudo.
Escrevo poesia e enquanto escrevo já não sei se do punhal eu
fiz a pena
Ou da pena, um punhal.
Isabella Martins Dias Ferreira
PI - História
EM 08.033.007 Rosa da Fonseca
93
Basta
Não percamos a sensibilidade,
O caráter e a dignidade.
Pra que mentir, pra que ferir?
Somos feitos da mesma carne
A diferença é que uns reagem
E outros fingem que agem.
Pra que fingir, reprimir?
Deixem pensar, voar, criticar
Chega de calar.
Qual é o teu medo?
É das minorias chegarem lá?
Eu estarei aqui, aplaudindo de pé,
A volta por cima da “ralé”.
Militando, fomentando, criticando.
Formando sujeitos pensantes
Dando voz àqueles que antes
Supunham ignorantes.
Chega, basta, não nos calarão
Nossas vozes se multiplicarão
No meio da multidão
Em um grito de igualdade e união!
Sanydier de Menezes Faria Barreto
PEF - Sala de Leitura
EM 08.17.028 Antônio Bandeira
94
Amor verdadeiro
Amor verdadeiro é coisa tão rara
Que com nada no mundo se compara
Nada vivente
Nada existente
Nada eloquente
Nem mesmo com a dor de amar
Desesperadamente.
Amor verdadeiro é coisa tão pura
Que com coisa alguma se mistura
Nada colorido
Nada conhecido
Nada acontecido
Nem mesmo com a paixão que havia existido.
Amor verdadeiro é coisa tão sincera
Que nada absolutamente espera
A não ser amar sem perda de tempo
E viver da esperança que nunca desespera.
Sonia Regina Eleotério
PII
CIEP 09.18.205 Claudio Manoel da Costa
9ª CRE
Palavras de raiva
finas lâminas de
faca
cortam a frágil
esperança
dilaceram a
alma
e a mente se
desespera
um vulcão em
erupção
Preciso ver o
mar
O azul infinito
para me acalmar
e esquecer
momentaneame
nte
o mundo real.
Desejo que o
Amor
Toque meu
rosto
E mostre que a
vida pode ser
bela
E assim
Restaurar aos
poucos
O meu mundo
interior.
Lidiane de
Oliveira Correa
PEF - Anos
Iniciais
04.10.002 EM
95
Lá vem a preta
Lá vem a preta!
Finge que não viu
Vamos disfarçar
Pesa ainda sobre ela
Diferença de origem e de lugar
Corpo negro que incomoda
Tonalizando o ambiente onde está
Lá vem a preta
Carregando seu valor
Revelando seus poemas
E a arte que divulgou
Lembrando suas origens
E os amigos que lá deixou
Lá vem a preta
Com desafios a superar
Com a força dos amigos
Que está sempre a encontrar
Nos caminhos por onde passa
Sem saber aonde vai chegar
Susana Maria Ribeiro Prudencio
PII
EM 09.18.069 Jurema Peçanha Giraud
96
Meu bairro, uma história
Dentro do Rio de Janeiro
Existe um bairro fascinante
Embora esquecido pelo governo
Tem uma gente brilhante.
Campo Grande é assim: um lugar especial
Hoje, casas e carros por todos os lados
No passado, um grande laranjal.
Tudo surgiu aos pés
Da Igreja do Desterro.
Aos poucos foram chegando
Pessoas para ocupar a terra
Depois veio a linha férrea
Caminho pra Fazenda Imperial
Com a estação, a comunidade cresceu
O comércio agrícola se desenvolveu
E assim o São Brás nasceu.
A economia baseia-se no comércio e em serviços
Mas aqui também tem indústria
E ainda tem plantação.
Apesar do trânsito intenso
Campo Grande também tem vegetação
Tem o Parque do Mendanha
Com lindas cachoeiras
Recanto de paz e de esportes radicais
97
Teve até vulcão em atividade
Hoje adormecido, para nossa felicidade!
É verdade que também tem violência
Assaltos, assassinatos, bala perdida é constante!
Jovens que perdem a inocência
Em troca de esmolas dadas pelos traficantes.
Mesmo com tantos problemas sociais
Gosto de viver neste lugar.
Aqui nasci, aqui cresci
Minha história aqui construí
E aqui quero dedicar
Um pouco do meu tempo para tentar
Trazer esperança a quem eu encontrar
Pois a educação
Pode este cenário mudar.
Adriana Angelim Pessanha
PI - Língua Portuguesa
EM 09.18.071 Charles Dickens
98
Butterfly
Regresso até você
Para que possa entender
Sentir o meu tocar
A presença que aqui está
Abra a sua mente
Sinta o nascer do sol
Tocando a sua pele
Cobrindo-me com o teu
lençol
Não dá para mudar
As escolhas que fiz
E estar na sua mente
Para te fazer feliz
Não importa quanto tempo
Que leve para chegar
Só me importa a vontade que
sinto
De te abraçar
Desconfortante mudo a minha
voz
Pela brecha a te admirar
Voltarei no tempo para pensar
em nós
E sonhar em te reencontrar
Em você vou me recolher
Nos teus braços quero
renascer
E contigo agora posso estar
Butterfly, vou me libertar
Ouça a voz latente que há em
mim
Meu passado retornando aqui
Não existo, logo, pare de
chorar
Butterfly, vou me libertar
Vou voar daqui, não vou
temer
Hoje o mal não irá prevalecer
Não me impeça e me deixe
passar
Butterfly, vou me libertar
Reverbera em mim todo o
meu pensar
Sem minhas asas não posso
voar
Se permita, agora, a me
esquecer
Butterfly, não tem o que temer
Paulo Roberto Notes Furtado
Secretário Escolar
EM 09.18.077 Gastão Penalva
99
Os Treze Irmãos
Uma notícia ao repente
Um fato que o mundo vê
Treze vidas perdidas
Em caverna, da sorte à
mercê
Move o mundo distante
Todos se unem num só
O tempo é fato importante
Na luta que é de dar dó
E ali, qual ventre materno,
Escuro, molhado, mas frio
Treze perdidos vagando
Sozinhos a caber num vazio
Mas eis que surge o
socorro
Humanos de sul e a norte
Tentando lutar contra o
tempo
Tendo a favor deles, a sorte
E como num parto de
gêmeos
Subitamente são treze
Os dias passaram contados
Como gestados em meses
Saíram do ventre materno,
Da escura caverna à vida
E na união do planeta
O amor corações engravida.
Delma de Souza Reis
Merendeira
EM 09.18.077 Gastão Penalva
100
Em teoria
Seus detalhes preenchem as lacunas da minha memória
Lapsos temporais
Suas lembranças me envolvem com sua presença
Presente duvidoso
O que passou, passou
É passado
Mas e o que não passou e fica aqui guardado?
Pesado
Para a imensidão que nos afasta, basta!
Uma palavra
E um buraco de minhoca nos une outra vez
Através do tempo (perdido?) e do espaço (vazio)
Pela teoria das cordas vibrávamos juntos
Uma canção
Talvez o multiverso explique o porquê da saudade
Em outra vida, estamos juntos.
Bruno Gomes Hosp
PEF - Geografia
EM 09.18.104 Medalhista Olímpica Mayra Aguiar da Silva
101
Mataram o sonho
Mataram o sonho, moço!
Um desses assassinatos que todos nós cometemos pelo
menos uma vez na vida.
Eu, pelo menos, me lembro de algumas.
É o “não” quando o outro sonhava com o nosso “sim”.
Ou o contrário também...
Mataram o sonho!
Não tem enterro ou nenhum outro ritual.
Ninguém sabe pra onde ele vai depois que morre.
Eu já vi sonho renascer, eu já vi sonho nunca mais voltar.
Mataram o sonho, moço!
Desses que a gente achou que nunca ia sonhar.
Desses que chegam e se aconchegam bem devagar.
Mataram na minha frente
Eu vi ele evaporar!
Ficou uma neblina escura e do nada me pus a chorar
Mataram o sonho...
Desses sem maldade
Ingênuo feito uma flor
Colorido feito arco-íris
Era um sonho cheio de amor.
Rosa Maria Felix Barbosa
PEF Artes Cênicas
EM 09.18.104 Medalhista Olímpica Mayra Aguiar da Silva
102
Por quê?
Prestem atenção, amiguinhos, na hora da redação
O uso dos porquês causa muita confusão
Junto e com acento é substantivo
Está sempre precedido de um artigo
Tire o acento e use na resposta
E será conjunção explicativa ou causal
No início ou no meio equivale a “por que motivo”
E, pra completar, no final, é separado e com acento circunflexo.
Você emprega mal o porquê
Você emprega mal por quê?
Por que é igual a por qual razão
Nas frases de afirmação
O mundo fala mal
o português com açúcar dos cânones de Camões
Eu perguntava e separava o porquê
Mas na resposta é a conjunção porque
Põe acento na de interrogação
Não sei o porquê de tanta confusão
Não mexa comigo, não estou arrependido
Se você pôs errado, foi decisão do seu juízo
Mergulho no lago
Não sou Saramago
Mas meu português é d’além mar
É Goulart, é José de Alencar
É Goulart, é Goulart, é José de Alencar
Rodyn Wagner Mendonça de Araujo
PEF - Língua Portuguesa
EM 09.18.104 Medalhista Olímpica Mayra Aguiar da Silva
103
Helena
A reluzente,
A resplandecente.
É como luz em nossas manhãs.
Traz alegria em cada sorriso.
E como uma lady,
Desfila, tão feminina!
Ela, Diva.
Mão amiga em todas as ocasiões,
Otimismo e abraço maternal,
Mãos que organizam,
Que enfeitam
E trazem um toque de harmonia
A todos os ambientes em que convivemos.
Carrega a sensibilidade nos conselhos
E vira Leoa em defesa dos que ama.
Ela é a filha de Zeus?
Sua vivência amorosa com todos
Demonstra para nós
O amor de Deus!
Não importa o dia,
A Helena vem em paz.
Não importa a tristeza, seu sorriso a desfaz.
É por isso que presentes como você,
Queremos sempre mais!!!
Sandra de Carvalho Herculano Barbatto
PEF - Língua Portuguesa
EM 09.18.104 Medalhista Olímpica Mayra Aguiar da Silva
104
A vida
A vida vira poesia a cada momento
Uma prosa infinita em contentamento
Momentos bons e tristes nos dão alento
De um futuro onde espero sorrisos e menos descontentamentos.
Florescer, amar, se comunicar
Tudo faz parte do Caminhar de quem espera aprender.
Aprender a ouvir
Aprender a amar
E até mesmo a sorrir.
Sorrir para a felicidade que está aqui
Dentro de nós.
Ela é concreta e real, quando acreditamos que o mal não dura
eternamente.
Basta sentir e enxergar a multiplicidade da vida
Nesse caminhar que nos castiga, mas que nos ensina a amar.
Amar plenamente não necessita de muito!
Amar absolutamente a vida e saber que nada será como antes
É ver na renovação dos nossos dias que a vida é curta, intensa e
constante.
E por isso precisamos viver essa majestosa poesia
Que acontece todo dia
No nascer e no morrer, no viver!
Viva imensamente,
Viva plenamente
Com muito ou com pouco
A vida não deixa de ser a vida
E os dias melhores dependem da força que há em nós!
Cintia Neves de Oliveira Ribeiro
PII
CIEP 09.18.205 Claudio Manoel da Costa
105
Mas, dancei!
E nessa mistura de ritmos descompassados
Eu dancei
Dancei como um rei
Dancei como se fosse um fora da lei
Dancei compassos em passos
Dancei como nem eu sei
Dancei nos mais belos braços
Daqueles que queremos laço
Mas o laço se desfez
E desfez o som
O tom
O passo
O compasso
Virei um fora da lei
Esqueci até que era rei
Ainda assim
Vou dançar mais uma vez
E vou dançar em outros braços
Em outro tom
Noutro compasso
Até virar laço
Na cadência do meu passo
Andréa Lucia Soares Cavalcanti
PI – Teatro
EM 10.19.035 IPEG
10ª CRE
106
Dor
Ainda sinto um peso no peito
Dizem que tudo isso vai passar
Mas parece que não tem jeito
Pois é algo que não consigo mudar
Os dias passam e as noites também
Mas cada hora que passa
Eu sinto que falta alguém
Hoje eu consigo sorrir
E por um minuto esqueço
Que te perdi e somente em meus sonhos
Lhe vejo
Dizem que é assim mesmo
Que só o tempo dá jeito
Mas como é difícil aguentar esta dor
Que dilacera o corpo inteiro
Mas na vida sei que nada é perfeito
Por isso, espero que um dia
Eu possa reencontrá-la
Mas no momento
Sei que estás do lado esquerdo do meu peito
Denise Francisca Ramos
Agente Educador II
EM 10.19.036 Doutor José Antônio Ciraudo
107
Todo dia é dia
Em cada gesto, em cada olhar
A mulher sabe amar.
Seja Maria, Joana ou Pietra,
A mulher é guerreira.
Seja dia, noite, a toda hora,
A mulher é “pau para toda obra”.
Se ela cair, se levanta noutro dia,
A mulher sabe viver a vida.
Se não der certo,
Pelo menos ela tenta,
A mulher se reinventa.
Quer seja branca,
Quer seja negra,
Toda mulher é uma princesa.
É única, exclusiva e bela.
Ninguém pode ser igual a ela.
Sorria, se alegre,
Comemore o quanto puder
Porque todo dia
É dia da Mulher!
Rafaele Oliveira dos Santos
Agente Educador II
E.M. 10.19.055 Sindicalista Chico Mendes
108
Seu abraço!
Seu abraço me faz viajar,
Faz meu coração palpitar.
Faz não querer mais te soltar,
E dá uma vontade enorme de teu beijo provar.
O seu abraço é tão bom
Que me faz perder o chão!
Alimenta minha imaginação.
Me faz sonhar, até onde permitir a ilusão.
Quem dera eternizar este momento!
Te abraçar sem me preocupar com o tempo
Sentir o seu perfume suave como o vento,
Transformando esse carinho em sentimento.
Mas nem tudo é como queremos!
Sonhamos, desejamos, mas não podemos.
E isso respeitamos, chateados entendemos,
O não ganhar não significa que perdemos.
Às vezes a vida nos engana!
Primeiro a gente sonha, depois a gente ama!
Então sigo abraçando a esperança
De um dia acordar com seu sorriso de criança.
Cristiano dos Santos Lemos
PII – Diretor Adjunto
EM 10.19.064 Álvaro Valle
109
Esta Escola
Aqui tudo pode acontecer,
Mas até a contenda é breve,
Pois o tempo do aconchego
Se estende até o tamanho de um coração apaixonado.
Tão grande, tão intenso...
E vai se expandindo e acomodando mais e mais pessoas,
Que chegam pedindo um espaço.
Espaço para aprender, espaço para ensinar, espaço para se
fazer ver.
A Professor Coqueiro tem olhos grandes,
Brilhantes que penetram na alma de quem chega.
Esta escola também tem boca,
Fala de coisas que poucos querem falar.
Esta escola tem alma própria.
Suas paredes sussurram as vidas que por aqui passam,
Contam os segredos das almas que aqui se agregam.
Se fechares os olhos verás o cintilar da luz,
Ouvirás o murmurar da voz do silêncio que diz tudo,
Sentirás o aroma das vidas que por aqui passaram.
Poderás reabri-los
E tudo o mais ao seu redor será luz,
Vozes de sabedoria,
Perfuma do amor que aqui faz morada.
Cirlene Feliciano dos Santos Marinho
PII – Sala de Leitura
EM 10.19.001 Professor Coqueiro
110
Simplesmente Amor...
Quando vejo-te à margem do meu ser
Espero sedenta por teu fôlego de amar
Inebriada do incólume brilho dos olhos teus
Retrato perfeito de uma paixão sem fim
Tantos feitos na essência desse encontro
Revela o prazer contido em meu corpo
E no silêncio sussurro ao teu ouvido
Por mais um pouco de ti
Quanto de mim se perde em você?
Onde me encontro, se não há limites em ti?
Seria deveras o amor a flamejar?
Mais que isso, um simples desejo de te amar.
Heloise Ferreira Ramos da Motta
PI – Educação Física
EM 10.19.013 Bento do Amaral Coutinho
111
Metamorfose
E quando em mim se faz presente...
E quando se derrama, por um instante...
Estando perto, ainda que distante...
Então aí me torno fada,
Me torno fera, me torno flor,
Aí então me desfaço inteira,
Me faço partes,
Milhares
Bilhares
Trilhares
Trilhamos
Voamos
Amamos...
Rafaella Chaves Barros da Silva
PII – Coordenadora Pedagógica
EM 10.26.006 Euclides da Cunha
112
Amizade
Palavra que designa vários
Sentimentos que não podem ser
Trocados por meras coisas materiais.
Deve ser guardada no coração
Pois há amigos mais chegados que irmãos.
Amizade é feita de pedacinho de tempo
Equilibrada com qualidade
Que se passa com cada pessoa
Valorize cada dia, hora, minuto.
Valorize cada momento com alguém especial
Que gasta seu tempo com você que é legal
Denize Pereira dos Santos
PII - Regente de Sala de Leitura
EM 10.19.040 Gandhi
113
E Agora ?
Estou perdido em meio aos fatos.
Não consigo agir, Me desculpem ...
Estou ficando imóvel quando quero me mexer...
O que virá a seguir?
Um massacre? Novamente militares contra a população?
Vão novamente, defender o barão?
E eu aqui... preso em minha mente...
Tremendo... doente...
Apoio os trabalhadores... Mas não me junto...
Tenho medo do chicote,
Me encolho no meu canto...
Sofro... Não foi isso que escolhi...
Mas quando chegou a hora...
Escolhi não resistir...
E agora?
Gabriel Balardino
PI - Geografia
EM 11.20.029 Profª Lavínia de Oliveira Escragnolle Doria
11ª CRE
114
Caminhada
Caminho sem pressa.
Chegar a algum lugar?
Talvez, nunca se sabe.
No percurso encontro
Lama, pedra. Sombra.
Água, flores, luz.
Com passos largos
Não vale a pena!
Um de cada vez,
Apreciando detalhes
Saboreando delícias!
Digerindo amargos
Ganho força
E me enraízo.
Não tombo
Nas tempestades
Tudo ganha outro
significado
Diante dos meus olhos.
Os presentes divinos
Refrescam a alma
Os espinhos
Sangram o peito.
Caminho sem pressa
Às vezes, acompanhada
E outras, sozinha
Nestes momentos
Encontro-me e me vejo
Serena, plena, grande.
No começo, meio e fim
A luz, a mão, o abraço
Atenuando o cansaço
Como recebi.
Meu Deus, você mora em
mim!
Vera Bastos
PI – Língua Portuguesa
EM 11.20.032 Nelson Prudêncio
115
“Maré de Lágrimas”
Mariele,
Tua morte a tiros
Tinge de vermelho
Nossa pele
O sangue negro
De favelado
Que o Estado
Atinge e repele
Inunda o Rio
Que se encontra
Violentamente
Com a Maré
Junto às lágrimas
De tantos crimes
Combatidos
Com a coragem de mulher
Bruno Silva de Souza
PEF
EM 11.20.015 Leonel Azevedo
116
Um mar de desafios
Uma amiga me desafiou
A escrever uma poesia
Digo que não sei
Escrever pra quê, pra quem,
por quê?
Eu gosto de falar
Cantar
Recitar
Gargalhar...
Sem ter vergonha de errar!
Preciso voltar para o desafio
Olho para a folha de papel...
Ali, em branco, vazia
Igual a minha mente e
vontade de escrever!
Eu gosto é de costurar
Com uma agulha e linha
Entre pontos e pespontos
Dou a vida a pequenos
pedaços de pano,
Outrora esquecidos em algum
canto!
Penso na amiga que me
desafiou.
Penso na sua expectativa
De um dia ler
Algumas palavras por mim
escritas!
Eu gosto e de nadar
Praia, sol e mar...
A pele ardendo.
O vento batendo
Espere... que medo
Sim, tô cansada de tentar!
Eu gosto é de recitar
Reutilizar
Reaproveitar...
Transformar o lixo em luxo
E a todos impressionar!
Não adianta, vou deitar
E quem sabe amanhã, ao
acordar
Algumas palavras me venham
Para na folha de papel eu
colocar
E, minha amiga, não
decepcionar!
Maria Izabel da Fonseca Rocha Patrício
PI – Educação Física
EM 11.20.019 Rodrigo Otávio
117
Minas-Poema
Cato lascas
de uma fala
avulsa
qualquer
e
aos desavisados
que por certo virão
deixo uma trilha
de minas-poemas
Fábio Batista de Oliveira
PI – Língua Portuguesa
EM 11.020.030 Tenente Antônio João
118
Filtro dos Sonhos
Pela janela olhava
Tão singela criatura
De relance me olhava
Paliava de tão pura
Sabia ela os perigos
De sonhar tão livre assim?
Criatura tão singela
De tão pura paliava
De relance na janela
Olhava e me notava
Eduardo do Nascimento Borba dos Santos
Diretor Adjunto
EM 11.20.031 Praia da Bandeira
119
Viver com Amor
A vida é como um sopro
Em mudanças constantes
Cada segundo importante
A cada amanhecer
É necessário saber amar
Respirar fundo e perdoar
Olhar ao seu redor
E ao próximo ajudar
Matamos um leão por dia
Para nos mantermos em pé
Mas um iluminado sorriso
Nos ajuda a manter a fé
A família é um bem maior
Que um ser humano pode ter
Construindo nossas lembranças
Vivemos dia após dia com esperança
Seguimos nesta caminhada
Acreditando em dias de paz
Cuidando de nossas crianças
E dando amor aos novos pais
Tathiana Passos
Responsável
EM 11.20.032 Nelson Prudêncio
120
Sentimento
Vem devagar...
E de repente
Invade a alma
Desestabiliza
Coração acelerado
Mente na lua
Mãos frias
Pernas trêmulas
Sorriso fáceis
Algo inexplicável
Arrepio dos pés à cabeça
Melhor sentir do que falar
Paz em meio ao caos
Felicidade quando tudo dá
errado
Por quê?
Sei que você vem
Completa
O abraço muda tudo
Conforta, tira o peso
Divide os problemas
Traz a alegria escondida
Quero você assim
Perto de mim
Transformando meus dias
O sentimento amadurece
A intensidade dá lugar
A solidez
Mantem-se firme
Vivo! Entrelaçado
Fecho os olhos e sem
esforço
Lembro e sinto
O primeiro beijo
Cada emoção
Cada fase
Cada conquista
Só não sei dizer
Não consigo pensar
A vida sem você
Cristiane Brandão
PI – Educação Física
EM 11.20.032 Nelson Prudêncio
121
Há um irmão ali
Há um irmão ali
Com a mão estendida
Sujo, desvalido
Pedindo abrigo, implorando por comida
Há um ser humano
Revirando latas de lixo
Lutando por sua vida
Com a dignidade já perdida
Há uns ninguéns perto de nós
Eles têm os mesmos olhos que choram
O mesmo corpo que dói
A mesma fome que corrói, que humilha, que adoece
Mas não são vistos, não são ouvidos...
Enquanto isso, marchamos em nosso caminho
Cuidamos de nossas famílias
Sonhando com um mundo melhor para nossos filhos
Falando de Deus ou Deuses
Desejando o céu
O paraíso que acreditamos merecer
Por não fazermos mal a ninguém
Há um irmão ali...
Julia Maria Telheiro Fontes
PII
CIEP 11.20.201 Olga Benário Prestes
122
Anjo Caído
Anjo caído do alto azul
Pisando espinhos da terra-mãe
Cego entre imagens pecaminosas
Teus atos errôneos, tuas palavras raivosas...
Vinde à Terra em lágrimas, sedento de fins bondosos
Mas teu braço fere e mata
Até que surjam gritos ruidosos.
Pobre de ti, anjo caído, desconfiado dum amor sublime
Enterra-te eternamente na lama,
Fugindo da salvação que te assiste.
Volto à casa, anjo caído, que o perdão é teu alvo maior
Arrepende-te de pisares torto
Antes que, enfim, te faças morto.
Teu Pai te espera, anjo caído, caído do céu ou de qualquer
lugar
Tu não tens culpa, anjo caído.
Por deixardes tua casa na ilusão de amar.
Elisa Bastos Aguero Guimarães
Coordenadora Pedagógica
CIEP 11.20.502 João Mangabeira
123
Como pássaros
Educar,
tarefa
nada
fácil.
Motivar
Encantar
Afetar
Renovar
Por onde voam os pássaros livres?
Valéria Rosa Poubell
PII
CREJA 12.02.701
CREJA
124
Saudades
Coisa que aprendi sobre ti, saudade,
é que, sob outra ótica, menos tens a ver
com distência ou com a ausência
Mas antes, com intensa presença
do outro em nós.
Daniel de Oliveira
PII
CREJA 12.02.701
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