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Curso Mediação de Conflitos 1
C réd itos
Na elaboração deste curso foram aplicadas as regras
do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
O conteúdo deste curso , na versão para modal idade a d istânc ia , fo i organ izado por Bernadete
Cordeiro, consu ltora pedagóg ica da Secretaria Nacional de Segurança Púb l ica (SENASP) , a
part i r das seg u i ntes fontes :
ISA-ADRS : I nstituto de Negociação , Mediação, Conci l i ação e Arb itragem Ltda , também
denominado I nstituto de Soluções Avançadas. I nstitu ição privada , com foco em gestão de
confl itos.
( http://www. i saconsultoria. com. brO
MEDIARE: Empresa especia l izada na prevenção, ava l iação , adm in istração e reso lução de
confl itos.
(http://www. m ediare . corn . br/) VI DA e J UVENTU DE: Centro Popular de Formação da J uventude, por meio da segu inte
obra :
S E I DEL , Dan ie l [org .). Med iação de confl itos : a solução de mu itos problemas pode estar em
suas mãos. Brasí l ia : Vida e J uventude , 2007. (http://www.vidaejuventude.org.br/)
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 06/03/2009
Página 1
Apresentação
Este curso foi elaborado a parti r do materia l d idát ico do curso de Med iação e Resolução
Pacífica de Confl itos em Segurança Cidadã, desenvolvido pelas instituições ISA-ADRS e
M EDIARE, no âmbito do Projeto de Cooperação Técn ica I nternacional Segu rança Cidadã,
executado pela SENASP , em parceria com o PNUD.
Com o i ntuito de possib i l itar o aprofundamento dos temas tratados na modal idade presencia l ,
fo i i nserido na modal idade a d istância trechos do l ivro Med iação de confl itos: a solução de
muitos problemas pode estar em suas mãos, organ izado por Daniel Seidel , produzido pelo
Centro Popular de Formação da Juventude (Vida e Juventude) .
É importante ressaltar que dentre os instrumentos metodológ icos desenvolvidos para a
prevenção da vio lência e a construção de uma cu ltura de paz , destaca-se a med iação de
confl itos, que deve ser entend ida como um mecan ismo mais amplo de desconstrução de
confl itos, destinado a transformar padrões de com portamento e a estimu lar o convívio em
ambiente cooperativo , no qual os confl itos possam ser tratados sem confrontos e de modo não
advers ia l .
O curso está organ izado em duas un idades: Mediação de confl itos 1 e l i . A un idade 1 está
d iv id ida nos segu i ntes módulos:
Mód ulo 1 - Confl i tos e vio lência
Módulo 2 - Meios de resolução pacífica de confl itos
Mód u lo 3 - Med iação de confl itos
Mód u lo 4 - O mediador
Módu lo 5 -Ética e confidencia l idade do mediador
Este curso tem por objetivo criar condições para que você possa :
Ampl iar conhecimentos para :
Disti ngu i r confl ito de vio lência ; e
Identificar os meios de resolução pacífica de confl itos.
Desenvolver habilidades para :
Deta lhar o processo de mediação de confl ito ; e
Descrever a função do med iador como agente transformador nas situações de crise e em
contextos de violência , atuando de forma i nterd isci p l i nar.
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 06/03/2009
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Fortalecer atitudes para :
Constru i r uma visão crít ica sobre a resolução pacífica de confl itos; e
Recon hecer a importância da med iação como pol ít ica púb l ica de promoção dos d i re itos
humanos e da seg urança cidadã .
Módulo 1 - Conflitos e violências
É com u m as pessoas confund i rem confl ito com d iscussões , br igas e v io lência , pois m u itas
situações confl ituosas têm seu fi m com um ato vio lento .
Mas, então cabe perg u ntar: você sabe o que é confl ito?
Este módu lo criará cond ições para que você possa reflet i r sobre o tema .
O conteúdo deste módulo está d iv id ido em 2 au las :
Aula 1 - Entendendo os confl itos: conceitos e reflexões
Aula 2 - Esti lo de manejo de confl itos
Ao fi nal deste módu lo, você deverá ser capaz de:
Defi n i r confl ito ;
I dentifi car os est i los de confl itos;
Anal isar aspectos que possib i l item a reflexão sobre o tema ; e
Compreender os pontos pri nci pa is da resolução não-vio lenta de confl itos .
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 06/03/2009
Página 3 � fábrica de cursos � l(: ...... Ólf, ... �.<>'<.1�-:Q
Aula 1 - Entendendo os confl itos : conceitos e reflexões
O que é confl ito?
Confl ito pode ser defin ido como :
Desentendimento entre d uas ou mais pessoas sobre um tema de i nteresse comum.
Confl itos representam a d ificu ldade de l idar com as d iferenças nas relações e d iálogos,
associada a um sentimento de impossi bilidade de coexistência de i nteresses,
necessidades e pontos de vista.
Reflexões
SEI DEL (2007) apresenta quatro pontos de vista sobre conflitos que poss ib i l itarão você refleti r
sobre o tema :
1 . Confl itos não são problemas
É possível perceber uma tendência gera l de se ter uma visão negativa do confl ito . Os confl itos,
porém , são normais e não são em si positivos ou negativos, maus ou ru ins . É a resposta q ue
se dá aos confl i tos que os torna negativos ou positivos, construtivos ou destrutivos. A
questão central é como se resolvem os confl itos : se por meios v io lentos ou através do d iá logo .
Os confl itos devem ser compreendidos como parte da vida h umana, sendo seu problema
transferido para a forma com q ue serão enfrentados e resolvidos.
2. Diferença entre confl ito e briga
Confl itos não são s inôn imos de i nto lerância ou desentend imento, nem se confundem com
briga . A briga já é uma resposta ao confl ito. Um confl ito pode ser defin ido como a
d iferença entre duas metas sustentadas por agentes de um sistema social . Podem ser
organ izados em três n íveis : pessoais, grupais ou entre nações.
3. Frente ao confl ito, podem ser assumidas três atitudes básicas :
I gnorar os confl itos da v ida ;
Responder de forma v io lenta aos confl itos; e
Lidar com os confl itos de forma não-v io lenta, por meio do d iá logo .
Curso Mediação d e Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 06/03/2009
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4. Os benefícios dos confl itos
É j ustamente a não aceitação dos confl itos que provocam a violência . Busca reso lver o
confl ito , negando o outro . Todav ia , quando se aprende a l idar com o confl ito de forma não
vio lenta , e le deixa de ser encarado como o oposto da paz e passa a ser visto como um dos
modos de exist i r em sociedade. Os confl itos podem trazer os seg u intes benefícios:
Estimu lar o pensamento crítico e criativo ;
Melhorar a capacidade de tomar decisões ;
Reforçar a consciência da possib i l idade de opção;
I ncentivar d iferentes formas de encarar problemas e situações;
Melhorar relacionamentos e a apreciação das d iferenças; e
Promover a autocompreensão.
Paz e confl itos
O confl ito não é um obstácu lo à paz . Pelo contrário , para constru ir uma cu ltu ra de paz é
preciso mudar atitudes, crenças e comportamentos . A paz é um conceito d i nâmico que leva
as pessoas a provocar, enfrentar e resolver os confl itos de uma forma não-vio lenta . Uma
ed ucação para a paz reconhece o confl ito como um trampol im para o desenvolvimento :
q u e não busque a e l iminação do confl ito, mas s i m , modos criativos e não-violentos de
resolvê-los . Há três cam inhos fundamenta is :
... A prevenção do confl ito, desenvolvendo a sens ib i l idade à presença ou potencia l de
v io lência e i njust iça (sistemas de alerta prévio) e a capacidade de aná l ise do confl ito ;
... A resolução, ou seja , o enfrentamento do prob lema e a busca de mecan ismos instituc ionais ;
e
... A transformação, em vista de estratég ias para mudança , reconci l iação e construção de
relações posit ivas. (SE I DEL , 2007, p . 1 1 )
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 06/03/2009
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1 Aula 2 - Estilo de manejo de conflitos
Evolução dos norteadores para resolução de conflitos
De acordo com os consu ltores da I SA-ADRS e do M E D IARE, é possível observar quatro
gerações na evol ução dos norteadores para resolução de confl itos, o que não s ign ifica d izer
q ue as prime i ras formas de reso lução tenham s ido abandonadas, apenas demonstram q ue à
med ida que a human idade desenvolve seus s istemas de cód igos e escritas, bem como
tratados, convenções , le is . . . necessidade da construção da paz , aprimoram-se também as
formas de resolução de confl itos.
1ª geração - Resolução baseada na imposição, pela força e pelo poder;
2ª geração - Baseado no d i reito ;
3ª geração - Baseado nos i nteresses; e
4ª geração - I dentificação dos i nteresses de todas as pessoas envolvidas e a poss ib i l idade de
atendê-los.
Importante
Um olhar ma is atento poss ib i l itará que você perceba que essa evolução nas formas de
reso lução tam bém representa uma mudança de foco: da preocupação com o resu ltado do
problema (objeto do confl ito) para a preocupação com as pessoas (relações i nterpessoais) .
Manejando confl itos interpessoais
A mudança de foco na evolução da reso lução de confl itos reforça q ue não há uma receita ún ica
para resolvê- los , contudo, os autores q ue estudam o tema destacam aspectos importantes que
devem ser observados no manejo de confl itos , ou seja , na forma de abordá- los.
Seg undo Moscovici ( 1 997, p . 1 46) , "antes de pensar numa forma de l idar com o confl ito , é
importante e conveniente procurar compreender a d i nâmica do confl ito e suas variáve is . "
Curso Mediação d e Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 06/03/2009
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Sch im idt e Tannenbaum ( 1 992 apud MOSCOVI C I , 1 997, p . 1 46) chamam a atenção para três
variáveis que devem ser observadas ao se fazer um d iagnóstico de uma situação de confl ito .
São elas:
..,. A natureza das d iferenças (ponto de v istas e i nteresses d ivergentes) ;
..,. Os fatores subjacentes ( i nformações , percepções e papel que ocupam na sociedade) ; e
..,. O estágio de evolução do confl ito (momento em q ue o confl ito se encontra) .
Para q ue você possa compreender as poss ib i l i dades de manejo de confl itos interpessoais ,
observe a figu ra a segu i r, proposta de Ki lmann-Thomas ( 1 975) adaptada por ISA-ADRS e
M EDIARE (2007) .
Muita assertivi;dade
Pouca assertividade
t o 2 l.J) UJ 5 V) a: o o....
\,/") \,/") w o:::
1-z
Figura 1 - Manejo de conflitos interpessoai:s
COMPETllÇÃO C'OLA.BORAÇÃO
EVITAÇÃO CONCESSÃO
1 JTERESSE PELO O UTRO -----�··� Pouca cooperação Muita cooperação
Fonte: Adaptação de K i l m a n n, R. e Thomas, 1975 " l nterpersonal conf l i ct-handl ing behavior as ref lections of Ju ngian p ersonal ity d i mensions", Psycholog ical Reposrt 37, pág. 971-980.
Assertividade - Grau em que o i nd ivíd uo procura defender seus i nteresses e necessidades
com coerência de sentimento, pensamento e ação .
Cooperação - Grau em que o i nd ivíduo procura satisfazer o i nteresse de outras pessoas.
Competição - O ind ivíduo busca seus i nteresses às custas dos i nteresses de outras pessoas.
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Ú ltima atual ização em 06/03/2009
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Evitação - Representa a supressão ou negação do confl ito .
Colaboração - O ind ivíduo se esforça para traba lhar com o outro na busca de uma solução
que atenda , p lenamente , o interesse de ambos.
Concessão - As partes buscam o consenso ou uma solução mútua , que atenda parcia lmente
seus i nteresses.
Para Ki lmann , R . e Thomas ( 1 975) , o manejo de confl ito envolve os processos de:
Com u n icação;
Percepção;
Atitudes para com o outro; e
Orientação para o resu ltado do problema.
Esses processos determinam dois importantes campos de força que d ividem as
possib i l idades de manejo apresentadas : "competição" e "colaboração" .
Veja como os processos se apresentam para cada um dos campos de força.
Processos Abordagem da competição Abordagem da colaboração
envolvidos
Comunicação Comu nicação truncada, com i nfo rmações escassas. Comu n icação clara, aberta com i nfo rmações
Os participantes negam a fala um do outro, só estão relevantes.
i nteressados em mostrar que o outro está errado. Os participantes se e mpenham para trocar
Há monólogo. i nfo rmações.
Há diálogo.
Percepção Fazem questão de mostrar as d iferenças e fazem Preocupam-se em verif icar quais são os interesses
pouco caso da percepção do outro. comuns
Esti mula m o sentimento de oposição: "Eu estou certo e Estimulam a convergê ncia. Deixam claros as suas
você errado." crenças e valores.
Atitudes para com o Atitude hostil, podendo ser ag ressiva. Responde Atitude amistosa. Há p reocupação em responder as
outro negativamente as sol icitações do outro. dúvidas do outro de forma am igável.
Orientação para o Só aceita os resultados se favorecer a ele. Os resultados são anal isados mutuamente.
resultado do Util izam a coerção e a força para i nfluenciar o outro. Util izam a colaboração para aux il iar diante de
problema percepções divergentes.
As outras duas formas de manejo apresentam a negação do confl ito ou a anu lação de uma das
partes envolvidas . Seidel (2007 , p . 1 9) defende a resolução não-violenta de confl itos.
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Para que possa compreender o que é e o que não é resolução não-vio lenta de confl itos , as
d ificu ldades para a sua uti l ização e as característ icas q ue envolvem essa forma de resolução ,
le ia o texto do autor em anexo .
Conclusão
Conflito pode ser defin ido como desentend imento entre d uas ou mais pessoas sobre um
tema de interesse comum.
Uma ed ucação para a paz reconhece o confl ito como um trampol im para o desenvolvimento :
q ue não busque a e l im inação do confl i to , mas s im , modos criativos e não-vio lentos de resolvê
los. Há três cam inhos fundamentais : a prevenção do conflito, a resolução e a
transformação.
A mudança de foco na evolução da resolução de confl itos reforça q ue não há uma receita ún ica
para resolvê- los, contudo, os autores que estudam o tema destacam aspectos importantes que
devem ser observados no manejo de confl itos , ou seja , na forma de abordá- los.
Neste mód ulo são apresentados exercícios de fixação para auxi l iar a compreensão do
conteúdo.
O objetivo destes exercícios é complementar as informações apresentadas nas pág inas
anteriores.
1 . Defina confl ito.
2. No que confere à defin ição de confl ito, pode-se d izer que :
) É s inôn imo de i ntolerância ou desentend imento;
) É um obstácu lo à paz ;
) Desentend imento entre d uas pessoas sobre um mesmo tema ;
) É a forma vio lenta de resolver u m mesmo assunto ;
) Desentend imento entre duas pessoas sobre temas d iferentes .
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 06/03/2009
Página 9 � fábrica de cursos � l()IV, ........ ...., ... Ql,-.lo l�•
3 . N umere a seg unda coluna de acordo com a primeira.
( 1 ) Concessão
(2) Colaboração
(3) Evitação
(4) Competição
(5) Cooperação
(6) Assertividade
( ) Grau em q ue o ind ivíduo procura satisfazer o i nteresse de
outras pessoas ;
( ) Grau em q ue o i nd ivíduo procura defender seus i nteresses e
necessidades com coerência de sentimento , pensamento e ação.
( ) O ind ivíd uo busca seus i nteresses às custas dos i nteresses de
outras pessoas.
( ) As partes buscam o consenso ou , uma solução mútua , q ue
atenda parcia lmente seus i nteresses .
( ) Representa a supressão ou negação do confl ito .
( ) O ind ivíduo se esforça para trabalhar com o outro na busca de
uma solução que atenda, p lenamente , o i nteresse de ambos.
4. Relacione os autores com suas respectivas teorias.
( 1 ) Ki lmann , R e Thomas ( 1 975)
(2) Seidel (2007)
(3) Sch im idt e Tannenbaum ( 1 992 apud MOSCOVIC I , 1 997 , p. 1 46)
( ) O manejo de confl ito envolve os processos de comun icação , percepção , atitudes para com o
outro e orientação para o resu ltado do problema.
( ) Apresenta quatro pontos de vista que possib i l ita a reflexão sobre o tema . São e les : confl ito
não são problemas, d i ferença entre confl ito e briga , os benefícios do confl ito e paz e confl ito .
( ) Três variáveis devem ser observadas ao se fazer um d iag nóstico de uma situação de
confl ito . São elas: a natureza das d iferenças; os fatores subjacentes e o estág io de evolução do
confl ito .
5. De acordo com os consu ltores da ISA-ADRS e do MEDIARE, é possível observar
quatro gerações na evolução dos norteadores para resolução de confl itos. Quais são
elas?
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 06/03/2009
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Este é o final do módu lo 1
Confl itos e violências
Respostas :
1 . Desentend imento entre duas ou mais pessoas sobre um tema de interesse comum .
2 . Desentend imento entre d uas pessoas sobre u m mesmo tema .
3. 5 - 6 - 4 - 1 - 3 - 2
4. 1 - 2 - 3
5. 1 ª geração - Resolução baseada na imposição, pela forma e pelo poder;
2ª geração - Baseada no D i reito ;
3ª geração - Baseada nos i nteresses; e
4ª geração - Identificação dos i nteresses de todas as pessoas envolv idas, e a poss ib i l idade de
atendê-los.
Anexo
Entendendo a resol ução não-violenta de conflitos
Para que serve a resolução não-violenta?
O objetivo básico da resolução não-v io lenta de confl itos é a transformação das pessoas de
peças de um confl ito em sujeitos no confl ito . Os confl itos têm uma lóg ica e as formas de
resolução não-vio lenta trazem a possib i l i dade de tratar com raciona l idade os confl itos . O que a
resolução consensual proporciona é o resgate de cada envolvido , como alguém capaz de obter
acordos, de estabelecer pontes, enfi m , de compreender . Portanto , trata-se de constru i r um
acordo onde as partes envolvidas sejam benefic iadas: esquema vitória-vitória ou ganha-ganha .
Dificu ldades para a resolução não-violenta
Vivemos numa sociedade q ue deseja que de um confl ito saia uma ganhador e um perdedor. A
meta é vencer o adversário , ou detê- lo : esquema vitória-derrota ou ganha-perde . Há uma
tendência mu ito forte a escamotear o confl ito ou passar por c ima de le . As figu ras do pai , do
l íder , do mestre , são daqueles q ue protegem seus fi l hos, l iderados e a lunos das d ificu ldades do
confl ito . É uma perigosa trad ição que deixa as pessoas totalmente despreparadas para l idar
com as d ificu ldades que os confl itos trazem .
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O que não é a resolução não-violenta de confl itos?
A resolução não-violenta de conflitos não é o escamoteamento ou fuga do confl ito . Não é
buscar a resignação ou subm issão da parte mais fraca , imped indo que esta expresse seus
verdadeiros sentimentos, op in iões e emoções. É d iferente tam bém da gestão de confl itos ou
arbitragem, q ue é feita de cima para ba ixo por uma autoridade para impor uma so lução ou
manter a situação vigente. A resolução do confl ito visa uma compreensão e uma ap l icação
correta dos meios democráticos que estimu lam a responsabi l idade social e a resposta criativa à
mudança .
O que caracteriza a resolução não-violenta de confl itos?
A característica fundamental é a part ic ipação das partes envolv idas, como suje itos
competentes , med iante o uso do d iá logo , na busca de um consenso ou de uma solução vitória
vitória (ou ganha-ganha) . Todo o processo de resolução não-violenta de confl itos supõe, ao
menos, os segu i ntes elementos:
a) a possib i l idade de cada parte expor seus sentimentos através de frases ti po : "eu sinto isso" ;
b) uma ava l iação racional do processo através de frases ti po : "eu penso que isso é a melhor
opção por causa daqu i lo" ou eu penso q ue isso não é melhor a melhor opção por causa
daqu i lo" ;
c) o empenho na busca de soluções para o confl ito .
S E I D EL. Danie l [org .] . Mediação de Confl itos: a sol ução d e m u itos prob lemas pode estar em suas mãos . B ras í l ia: Vida e J uventude, 2007.
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 06/03/2009
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Módu lo 2 - Meios de resolução pacífica de confl itos
No módu lo anterior , você term inou seus estudos lendo o texto de S E I DEL (2007) sobre
resolução não-vio lenta de confl itos , lembra?
Neste módu lo , você estudará os meios que favorecem a uma reso l ução pacífica de confl itos ,
também trad uzida pelos consu ltores da ISA-ADRS e M E D IARE (2007) de resolução pacífica de
d isputas.
O conteúdo deste mód u lo está d iv id ido em 3 au las :
Aula 1 - Métodos de resolução a lternativa de d isputas (RAD) ou ADRs (Alternative dispute
resolution)
Aula 2 - Diferenças entre a conci l iação e a arb itragem em relação à mediação
Aula 3 - O sistema mu lt iportas
Ao final deste curso você deverá ser capaz de:
I dentificar os métodos uti l izados para a reso lução a lternativa de d isputas;
Reconhecer as vantagens da ut i l ização de métodos de reso l ução a lternativas de d isputas ;
Compreender o sistema mu lt iportas ; e
Enumerar os pri ncíp ios que d iferenciam a conc i l i ação da mediação.
Aula 1 - Métodos de resolução alternativa de d isputas (RAD) ou ADRs (Alternative
dispute resolution)
Aspectos gerais sobre os métodos de RAD
Não é atri bu ição exclusiva do Estado a ad m in istração de confl itos i nterpessoais q ue poderão
ser tratados com auxí l io da lóg ica , da h istória , da psico log ia , da socio log ia e do d i reito .
Entretanto , num pri me i ro momento , a decisão de se delegar a um tercei ro a sol ução de u m
confl ito aparenta ser a maneira mais tranqu i la e eficaz de sol ução dos problemas. Tal q u a l as Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 06/03/2009
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crianças fazem com os pais na d isputa por uma bo la , de l ineia-se o Estado, nas figuras do
Jud iciár io e da pol ícia , os g randes pa is q ue solucionarão d isputas que versam sobre g randes
brinquedos. Mas, com o passar do tempo, a aparente faci l idade na delegação de problemas a
terceiros, passa a ser um incômodo, pois , a visão de mundo desses tercei ros não é
necessariamente a das partes e o tempo dos processos e inquéritos não é o da v ida rea l .
Sensação de impunidade, reincidências, sentimento de ineficácia dos serviços públicos,
sobrecarga de seus prestadores. Como romper esse ciclo?
Novos i nstrumentos desti nados à ad m in istração de confl itos foram constru ídos pela
necessidade humana, d iante de uma rea l idade.
Os meios de resol ução pacífica de confl itos são, m u itas vezes, denominados "meios de
resolução alternativa de d isputas" (RADs) ou alternative dispute resolution (ADRs).
Alternativos por não se red uz i rem aos trad ic ionais ou ju risd ic ionais instrumentos de sol ução de
controvérsias em que , u m terce i ro , em nome do Estado , profere uma decisão.
Por que uti l izar as RADs?
Como você estudou , não é atri bu ição exclusiva do Estado a admin istração de confl itos. O
Estado nem sempre existiu , surg i u a part i r da Idade Moderna . Contudo , sempre que se fa la em
sociedade organ izada , considera-se a existência de uma autoridade acima das partes , com
poder de estabelecer l im ites de comportamento humano . Portanto , o Estado é imprescind ível à
pacificação do convív io socia l . Em contraponto , a expansão do capita l ismo deveu-se à
ferramenta da vi nculação e exig ib i l idade dos negócios aos contratos, cuja va l idade depende da
autonomia da vontade .
A notícia da i ntervenção de tercei ros - pessoas estran has às relações negocia is - entre do is
ou mais sujeitos, para faci l itar o entend imento , bem como a otim ização das negociações , NÃO
É NOVA. Sempre ocorreu como prática mu ito conso l idada nas relações i nternacionais e nas
socia is , desde os tem pos de Salomão.
Importante
As RADs não devem ser encaradas numa d imensão privatista , substitutiva do Jud iciár io , nem
tampouco como terap ia ou pol ítica públ ica devotada a resolver o déficit de just iça jud iciár ia pe lo
lado da demanda, ou seja , as ADRs não devem ter por fina l idade d im inu i r o número de
processos. Isso até pode acontecer, entretanto , o seu a lcance é mu ito mais relevante .
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 06/03/2009
Página 14 � fábrica decursos � ........ -.. ... .. ._ ·�
Os métodos de RAD são de amplo alcance socia l porq ue propõem a desconstrução dos
confl itos (atuais e potencia is) e a restauração da relação entre as pessoas e a co-construção
de uma solução.
Seg undo S landa le (2007 apud , ISA-ADRS e M EDIARE , 2007, anexo) , os métodos a lternativos
de reso lução de confl itos ocupam um lugar especia l no processo de modern ização de j ustiça ,
permitem a desj ud icia l ização da solução de a lguns confl itos e a descentra l ização dos serviços
oferecidos.
Além dos aspectos ressa ltados, I SA-ADRS e M EDIARE (2007) ressaltam que os métodos de
RAD apresentam as seg u i ntes vantagens:
Permitem aval iar e adequar os métodos aos temas que motivam a sua procura ;
Ampl iam a atuação preventiva no q ue se refere a l it íg ios futuros e à relação i nterpessoal ;
Viab i l izam o aumento do leque de ofertas de métodos cooperativos/não advers ia is ; e
Possib i l itam a resolução de conflitos em tempo rea l .
De acordo com o curso de Pol íc ia Comun itária , as RADs propic iam também a cidadania
ativa para a transformação e a contenção da escalada de confl itos i nterpessoais em sua
origem (a com u n idade) evitando a sua eclosão de episódios de violência e de crime.
Importante
A criação e a promoção de mecan ismos a lternativos de tratamento de confl itos são fortemente
recomendadas pelas Nações Unidas. Por meio da Resol ução nº 26, de 28 de ju lho de 1 999, o
Conselho Econômico e Social das Nações Unidas fo i expresso em preconizar que os Estados
desenvolvam , ao lado dos respectivos sistemas jud icia is , a promoção dos chamados AORs -
Alternative dispute resolution.
Os métodos de RAD
I SA-ADRS e M E D IARE (2007) apresentam quatro métodos uti l izados na reso lução,
classificados pela ordem de maior i nfluência de tercei ros. São eles:
http://www.stj .pt/nsrepo/ger al/cptlp/Brasi l/LeiAr bitrage m.p df
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Maior influê ncia do tercei ro
X • • y
ARBITRAGEM
t CONCILIAÇÃO e
MEDIAÇÃO
X._-•Y NEGOCIAÇÃO
111111---------------.. � Maior controle das partes Veja nas em que consiste cada um dos métodos de RAD.
Arbitragem
Arbitragem é uma forma de resolução de d isputas, cuja decisão não é produzida pelo
Poder Jud iciário. As partes l it igantes , de comum acordo e no pleno e l ivre exercício da
vontade , escol hem uma ou mais pessoas, denominadas árbitros ou ju ízes arbitra is , estranhas à
d isputa , para resolverem a sua questão. As partes se submeterão à decisão fi na l proferida pelo
árbitro ou árb itros.
A arbitragem está regu lamentada pela Lei nº 9.307, de 23.09 .96 , composta por sete capítu los
e 44 art igos. Mu itas outras normas lega is sobrevieram , agora possib i l itando a arb itragem
também no âmb ito do D i reito Púb l ico .
A função do árbitro, pessoa nomeada para conduz i r um processo denominado "arbitra l " ,
semelhante ao processo jud ic ia l , será a de falar uma decisão, a q ua l se v incu larão as
partes. O árbitro normalmente é um especia l ista na matéria objeto da controvérs ia ,
d iferentemente do que ocorre no Poder Jud ic iário , onde os j u ízes para prolatarem uma decisão
fi na l , tratando-se a demanda de questão técn ica, necessitarão do auxí l io de peritos. Na
arb itragem , escolhe-se d i retamente um ou mais especia l istas q ue terão a função de j u lgadores Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 � . SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 06/03/2009 � !!,'?!,i�a.�e e�'!°.!
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de maneira m u ito mais ráp ida , i nformal e com ba ixo custo . Na arb itragem também é possível às
partes a esco lha da norma a ser ap l icada ao caso .
Exemplo: Tratando-se de uma arbitragem em que são partes pessoas jurídicas de direito privado de
duas diferentes nações, elas poderão escolher qual o direito será aplicado, o de um país ou o de outro,
ou ainda, se a questão será decidida por equidade.
A arb itragem pode ser uti l izada em d isputas de locação, comercia is , de compra e venda de
bens, de contratos de serviços , de relações coletivas do trabal ho , de seguros, i nventários, de
contratos púb l icos, dentre outros.
Como já visto , a sentença arb itral é eq u i parada à sentença jud ic ia l , produzindo os mesmos
efeitos, e , portanto , não ficando sujeita à homologação, recurso ou revisão pelo Poder
Jud ic iár io , mas à h ipótese de nu l idade.
A le i de arb itragem brasi le i ra estabelece que podem ser submetidos ao processo arbitra l , os
denomi nados d i reitos patrimon ia is e d isponíveis, ou seja , aqueles que recaiam sobre bens ou
valores, suscetíveis de transação ou renúncia , atri bu íveis a pessoas fís icas ou ju ríd icas.
O árbitro deverá :
Ter formação específica para atuar como árbitro ;
Ser u m especia l ista na questão técn ica que vai decid i r
Atuar em j u ízo monocrático ou co letivo , ou seja , soz inho ou com outros árbitros, conforme
esco lham as partes ;
Ser imparcia l/Eqü id istante ;
Decid i r , em itindo sentença arbitra l , que é i rrecorrível . A sentença arb itra l é equ iparada à
sentença j ud icia l , produzindo os mesmos efeitos , e , portanto , não ficando sujeita à
homologação , recurso ou revisão pelo Poder Jud iciár io ;
Ser i nd icado ou esco lh ido pelas partes ; e
Estar l im itado à d isputa e não à solução de confl itos . Portanto , deverá foca l izar as questões
técn icas e não se preocupar com aspectos que envolvam o relacionamento das partes .
Conci l iação
Não se deve confund i r conci l i ação com acordo entre d uas partes nem com o seu sentido l itera l
de harmon ização de l i tigantes ou pessoas desavindas a fazerem as pazes , tam pouco com a
negociação.
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A conci l iação é uma forma de resolução pacífica de d isputas, admin istrada por u m terceiro,
i nvest ido de autoridade decisória ou delegado por q uem a tenha , jud ic ial ou extrajud icia lmente ,
a quem compete aproximar as partes , gerenciando e controlando as negociações, aparando
arestas, sugeri ndo e formulando propostas, no sent ido de apontar vantagens e desvantagens;
sempre visando a um acordo para a solução de uma controvérsia entre as partes . Caso as
partes não cheguem a um acordo, o conci l iador ou quem esse represente decid i rá a
d isputa.
A conci l iação é pontual e trabalha na superfície do problema. Não objetiva uma melhora na
q ual idade da relação das partes e tem suas próprias características . Cu ida de um meio de
admin istração pacífica da d isputa por u m terceiro , o conci l iador, que tem a prerrogativa técn ica
de i nterv i r e sugeri r um possível acordo , após uma criteriosa ava l iação das vantagens e
desvantagens que sua proposição traria às partes .
Esse instrumento pode ser ind icado nos casos em q ue os envolvidos não se conheçam ou não
tenham relações continuadas ou se as têm , não há possib i l idade de uma i ntervenção mais
aprofundada para admin istração dos confl itos. Exemplo t íp ico são as conci l iações jud ic ia is nos
j u ízos traba lh istas , nos j u izados especia is cíveis e penais - Lei nº 9099/95.
Esse exemplo é baseado na conhecida narrativa q ue reproduz a situação não jud ic ia l do slice
and choice ("corta e escolhe") . Um pai , d iante de d uas crianças que brigam pela ú lt ima fatia de
um bo lo de chocolate , l hes propõe que decidam amigavelmente entre d uas possib i l i dades: uma
criança corta o pedaço em d uas partes e a outra escolhe primeiro uma das partes .
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Última atualização em 06/03/2009
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O conci l iador deverá :
Ser i mparc ia l/Eqü id istante ;
Estar preparado para decid i r caso as partes não cheg uem a um acordo (apesar de ter o poder
decisório , não deverá decid i r du rante a conci l i ação) ;
Ad min istrar d isputas e não confl itos ;
Traba lhar para q ue as partes cheg uem a um acordo ;
Enfatizar critérios objetivos;
I nterfer ir formu lando propostas, para que as partes ponderem vantagens e desvantagens para
chegarem a uma solução amigável ;
Estimu la r as partes a concessões m útuas;
Contro lar o tem po, q ue deve ser curto ; e
O conci l iador não tem por objetivo a necessária melhora ou transformação da i nter-re lação.
Mediação
Por ser objeto do curso, essa a lternativa será estudada mais a fundo na próx ima au la . É importante que você compreenda a med iação como instrumento para tratamento de
confl itos i nterpessoais e não em s ituações de crise. I sso faz com q ue d ifi ra da arbitragem e
do provimento ju risd iciona l , porque o mediador não decide pelas partes, e também que se
d istancie da conci l iação porq ue traba lha mais profundamente os confl itos i nterpessoa is e não
as d isputas ; não d i recionando , não aconsel hando , nem sugerindo saídas.
O objetivo da med iação não é necessar iamente a obtenção de um acordo, mas a
transformação do padrão de comu n icação e relacionamento dos envolvidos, visando
entend imento. I sso porque acordos em si nem sempre s ign ificam a transformação do padrão
de relac ionamento . Em mu itas oportun idades, há a conci l i ação , o acordo , a renúncia à
representação . O processo acaba e o confl ito permanece e , logo em seg u ida , é retomado.
Na med iação um mau acordo não é acordo, pois um mau acordo, mais cedo ou mais
tarde, gerará a retomada do confl ito. Na med iação um acordo não im põe
necessariamente perdas, mas o gerenciamento de opções.
Negociação
Negociar faz parte das relações humanas. Negociar , a inda que sem o rigor e a sofist icação de
técn icas destinadas a otim izar os seus resu ltados, constitui expressão cotid iana das relações
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i nterpessoais q ue , de modo pacífico , busca a composição das pretensões e expectativas de
todos nós.
A negociação pode ser conceituada como A ARTE DA PERSUASÃO, segundo Roger
Fisher e Scott Brown do projeto de negociação de Harvard , trazido no l ivro Como chegar a um
acordo - A construção de um relacionamento que leva ao sim. E , para o sucesso n uma
negociação contribui , na conduta das partes, o eq u i l íbrio entre emoção e razão, a visão
do problema pela ótica do oponente ou da outra parte, a obtenção do máximo de
i nformações sobre o tema e o contexto do confl ito, a confiabi l idade e a sagacidade.
A negociação pode acorrer iso lada , anterior ou du rante os demais meios de resolução pacífica
de confl itos . Os agentes ativos ou negociadores podem ser as próprias partes , a lguém em seu
nome, com ou sem um terce i ro faci l itador.
Na negociação existem algumas etapas que podem ser seg u idas, mas que não
necessitam ser encaradas de forma ríg ida, apenas um norte para s istematização do
processo. São elas:
Preparação/abertura ;
Exploração ;
C larificação;
Ação fi na l ; e
Aval iação.
Como estratég ia considera-se desejável q ue o negociador identifique o objetivo da negociação,
separe as pessoas do prob lema, busque e concentre-se nos i nteresses das partes , exp lore
a lternativas de ganhos mútuos, fixando previamente prazos e critérios para ava l iação.
O negociador deverá :
Ter foco na d isputa; e
Operar por critérios de resu ltado objetivo .
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Aula 2 - Diferença entre conci l iação e a arbitragem em relação à med iação
Você deve ter observado que a d iferença existente entre conci l i ação e mediação , arb itragem e
med iação são bastante leves, pois há u m objetivo comum entre elas, quer seja a resolução do
confl ito por meios pacíficos.
É im portante que você com preenda os pr incípios q ue d iferenciam a conci l iação e a
arbitragem da med iação para que fique mais fác i l identifi car que método uti l izar ou , até
mesmo, q uais são possíveis combinar , caso seja possível uti l izar um sistema mu lt iportas , como
estudará na próxi ma au la .
Nas próximas pág i nas você verá os pri ncíp ios que d i ferenciam a conci l iação da med iação e
os pri ncíp ios que d iferenciam a arbitragem da med iação.
Conci l iação X Med iação
Conciliação Mediação
Objetivo Construção de um acordo: O objetivo da mediação não é necessariamente a
Oferece o enquadramento legal.
Esclarece sobre o direito.
Propõe possibilidades de acordo permitindo ao
conciliador: opinar, sugerir, apontar vantagens e
desvantagens.
O acordo é construído para o tempo presente,
baseado em acontecimento passado.
Fatos Busca conhecimento prévio dos fatos.
Partes Confere voz às partes e aos seus representantes.
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obtenção de um acordo, mas a transformação do
padrão de comunicação e relacionamento dos
envolvidos, visando entendimento.
A troca de informações e esclarecimentos sobre o
processo e a matéria a ser mediada acontece num
processo denominado pré-mediação.
Aceitam o mediador.
O mediador não decide pelas partes. Ele é neutro.
O interesse comum das partes e a satisfação mútua
são objetos da mediação.
Arbitragem X Mediação
Arbitragem Mediação
Objetivo Proferição de uma sentença arbitral. o objetivo da mediação não é necessariamente a
Lei nº 9307/96. obtenção de um acordo, mas a transformação do padrão
de comunicação e relacionamento dos envolvidos,
visando entendimento.
Fatos Conhecimento dos critérios legais. A troca de informações e esclarecimentos sobre o
processo e a matéria a ser mediada acontece num
processo denominado pré-mediação.
Partes Na arbitragem escolhe-se diretamente um ou Aceitam o mediador.
mais especialistas que terão a função de O mediador não decide pelas partes. Ele é neutro.
julgadores de maneira muito mais rápida, O interesse comum das partes e a satisfação mútua são
informal e com baixo custo. Na arbitragem objetos da mediação.
também é possível às partes a escolha da norma
a ser aplicada ao caso. As partes se submeterão
à decisão final proferida pelo árbitro ou árbitros.
1 Aula 3 - O sistema multiportas
De acordo com Slandale (apud I SA -ADRS e M EDIARE, 2007 , anexo) , mu ltiportas é um
conceito baseado na oferta de métodos de resolução de confl itos complementares aos
serviços habitua lmente oferecidos pelo jud iciário.
Importante
O sistema mu lti portas de resolução de confl itos - Mu lti doors system adotado já por a lguns
estados americanos, i nteg ra o paine l de opções da American Arbitrar ion Association e da
Câmara de Comércio I nternacional (CC I ) , ent idades renomadas no campo da resol ução
extrajud icia l de controvérsias. Esse sistema oferece recursos custom izados, tendo sido a lguns
deles formatados para atuar preventivamente , reso lvendo o confl ito , durante a sua construção
ou antes de la - reso lução em tem po rea l (Just i n t ime reso l ut ion)
ALM E I DA (apud ISA -ADRS e M E D IARE , 2007, anexo)
O sistema m u lt iportas possu i i númeras ap l icab i l idades, pri nci pa lmente , em relação aos confl itos
ori undos de questões ambienta is , pois seu processo exige a comb inação de d iferentes
métodos de resol ução de confl itos . Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 1 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 06/03/2009
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Os convênios e parcerias com o poder púb l ico revelam que a promoção das RADs pode e deve
ser vista como po l ít ica púb l ica de just iça não jud iciár ia , mas o fato de não ser jud iciária não
quer d izer que não possua com o Jud ic iár io nenhuma forma de relacionamento
instituciona l izado .
Cabe destacar que a exemplo da experiência de outros países, também o Bras i l vive o q ue os
autores denominam de surto de j u rid ificação (ver anexo), que consiste na expansão, na
d iversificação e sofist icação dos mecan ismos ju ríd icos pelos q uais o poder púb l ico passou a
i nterfer ir em relações socia is , h istórica e orig i nar iamente concebidas como pertencentes ao
domín io do mercado ou da trad ição , e está presente em toda a experiência j u ríd ica
contem porânea .
Andriag n i e Foley (2008) destacaram no artigo publ icado na Folha de São Pau lo, em 24 de
junho de 2008.
Artigo pub l icado na Folha de São Paulo
Com raras exceções, não há , no Bras i l , serviços púb l icos que ofereçam oportunidades e
técn icas apropr iadas para o d iá logo entre partes em l it íg io .
D iante de ta l carênc ia , as pessoas uti l izam os meios de resolução de confl ito d isponíveis : a
ap l icação da " le i do mais forte" , seja do ponto de vista fís ico, seja do armado , do econômico , do
socia l ou do pol ítico - o que gera v io lênc ia e opressão; a resig nação - o q ue provoca descréd ito
e desi l usão; o acionamento do Poder Jud iciário , cuja un iversa l idade de acesso a inda é uma
utop ia .
( . . . ) a inda que o s istema de justiça se esforce em modernizar os seus recursos - humanos,
materia is , normativos e tecno lóg icos -, a d inâmica da explosão de l it ig iosidade ocorrida nas
ú lt imas décadas no Bras i l conti nuará apresentando uma curva ascendente em mu ito superior à
relativa aos avanços obtidos. Para o sistema operar com efic iência , é preciso que as i nstâncias
jud iciár ias, em complementaridade à prestação ju risd ic iona l , imp lementem um sistema de
mú lt i p las portas, apto a oferecer meios de resolução de confl itos voltados à construção do
consenso, dentre eles, a med iação. (AN DRIAGN I e FOLEY, 2008)
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Conclusão
Novos instrumentos destinados à admin istração de confl itos foram progressivamente
constru ídos pela necessidade humana , d iante de uma rea l idade.
Os meios de resolução pacífica de confl itos são , m u itas vezes, denominados "meios de
reso lução alternativa de d isputas" (RADs) ou alternative dispute resolution (ADRs). Alternativos
por não se red uzi rem aos trad ic ionais ou j u risd ic ionais i nstrumentos de so lução de
controvérsias em que , um terce i ro , em nome do Estado , profere uma decisão.
I SA-ADRS e M EDIARE (2007) apresentam quatro métodos uti l izados na reso l ução ,
classificados pela ordem de maior i nfluência de terce i ros. São eles : arb itragem, conci l iação ,
mediação e negociação.
É importante q ue você compreenda os princíp ios que d iferenciam a conci l iação e a arb itragem
da mediação para que fique mais fáci l identificar que método uti l izar ou, até mesmo , q uais são
possíveis com binar, caso seja aceitável uti l izar um sistema mu lti portas.
De acordo com Slandale (apud ISA-ADRS e M EDIARE, 2007, anexo) , m u lt iportas é um
conceito baseado na oferta de métodos de reso lução de confl itos complementares aos serviços
habitualmente oferecidos pelo Jud ic iár io .
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Neste mód ulo são apresentados exercícios de fixação para auxi l iar a compreensão do
conteúdo.
O objetivo destes exercíc ios é complementar as informações apresentadas nas pág inas
anteriores.
1 . Sobre métodos de resolução alternativas de d isputas (RAD) ou ADRs (alternativa
d ispute resolution) , pode-se afi rmar que :
) É atri bu ição do Estado a ad m in istração de confl itos i nterpessoais .
) Os meios de Resolução Pacífica de Confl itos são, mu itas vezes , denominados "meios de
resolução a lternativa de d isputas" .
) O Estado não é i mpresci nd ível à pacificação do convívio social .
) As RADs devem ser encaradas numa d imensão privatista .
) As ADRs não devem ter por fi na l idade d im inu i r o número de processos.
2. Sobre as vantagens dos métodos de RAD, marq ue (C) para certo e (E) para errado.
) Perm item aval iar e adeq uar os métodos aos temas que motivam a sua procura .
) Dim inuem a atuação preventiva no que se refere a l ides futuras e à relação i nterpessoal.
) Viab i l izam aumentar o leq ue de ofertas de métodos cooperativos/não adversais .
) Não poss ib i l itam a reso lução de confl itos em tempo rea l .
) Ampl iam a atuação preventiva no q ue se refere a l ides futu ras e à relação i nterpessoa l .
3. Arbitragem é :
) A criação e promoção de mecan ismos alternativos de tratamento de confl itos.
) Forma de reso lução pacífica de d isputas , ad min istrada por um terce i ro .
) Forma de reso lução pacífica de d isputas , admin istrada por u m árbitro .
) Forma de reso l ução de d isputas, cuja decisão não é prod uzida pe lo poder jud iciár io .
) Forma de resolução de d isputas, cuja decisão é prod uzida pelo poder jud ic iário.
4. Marque (V) para verdadeiro e (F) para falso, no que se refere às atribu ições do árbitro
) Ensino superior .
) Ser especia l ista na q uestão técn ica que i rá decid i r.
) Não ser ind icado pelas partes .
) Estar l im itado à so lução de confl itos e não à d isputa .
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( ) Ser imparcia l/eqüid istante .
5. O conci l iador deverá :
) Ad min istrar confl itos .
) Ad m in istrar d isputas.
) Tem por objetivo a necessária melhora ou transformação da i nter-relação .
) Contro lar o tempo, q ue deve ser longo.
6 . Negociação pode ser conceituada como:
) Sofisticadas técn icas dest inadas a aperfeiçoar resu ltados.
) A composição das pretensões e expectativas de todos nós.
) Equ i l íbr io entre emoção e razão.
) Confiab i l idade e sagacidade.
) Arte da persuasão .
7. De acordo com Slandale, o que é mu lt iportas?
Este é o final do módu lo 2
Meios de resolução pacífica de confl itos
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Respostas :
1 . Os meios de Resol ução Pacífica de Confl i tos são, mu itas vezes , denominados "meios de
reso lução a lternativa de d isputas" .
As ADRs não devem ter por fi na l idade d im inu i r o número de processos. 2. c - E - c - E - c
3. Forma de reso lução de d isputas , cuja decisão não é prod uzida pelo poder jud iciário .
4. F - V - F - F - V
5. Ad min istrar d isputas .
6. Arte da persuasão .
7. Mu lt iportas é u m conceito baseado na oferta de métodos de reso lução de confl itos
com plementares aos serviços hab itual mente oferecidos pelo jud ic iár io .
Anexo
A J u rid ificação
Texto ret i rado do curso de Pol ícia Com un itária/REDE EAD
Denominada "co lon ização" , pelo d i reito das relações socia is , a j u rid ificação restaura as
relações socia is anteriormente não sujeitas à reg u lação ju ríd ica, trazendo- lhe i ncontáveis e
imprevisíveis efeitos colatera is i ndesejados.
A ju rid ificação reti ra dos respectivos atores s ign ificativa parce la de responsab i l idade. Em outras
pa lavras , pela fixação ju ríd ica da responsab i l idade, prod uz-se em grande med ida a
" i rresponsab i l ização" dos atores socia is .
A ju rid ificação, também , não configura um fenômeno recente , nem tam pouco, como já se
afi rmou , pecu l iar a certo modelo de ordenação ju ríd ico-pol ít ica da sociedade.
Em d iversos aspectos , o ag igantamento do aparel ho e das po l ít icas estatais desti nados à
proteção, mais a lém da promoção do bem-estar, passou a constitu i r , e le próprio , fator ind utor
de crescentes demandas protecion istas, num mecanismo a um só tempo perverso e
retroa l imentador. E isso é faci lmente constatado nas relações fam i l iares , em q ue processos
geram processos e as relações deterioram-se mais e mais e os fi l hos d istanciam-se de seus
pais , passando a ter no Estado , pais com feições concretas, d istantes e não eficiente .
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Nessa medida , víncu los afetivos projetam-se como víncu los ju ríd ico- institucionais ,
convertendo, sujeitos l igados por compromissos morais recíprocos, em atores l igados pela
titu lar idade de d i reitos , deveres e de obrigações.
Cu ida-se de rea lçar um o lhar pelo q ua l todas as partes possuem desejos e expectativas
potencia lmente leg ítimas, a inda que não ju rid icamente exig íveis. E mais a lém , q ue a
construção e a manutenção de relações i nterpessoais , não se contêm , nem se reso lvem , pela
lóg i ca b inária do juríd ico-não ju ríd ico, do ganhador-perdedor, do vencedor-venc ido .
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Módu lo 3 - Med iação de confl itos
Este módu lo criará cond ições para que você possa aprofundar seus estudos sobre mediação
de confl itos, por isso , antes de i n ic iar , le ia o texto Med iação, de Tân ia Almeida (ver anexo).
O conteúdo deste módu lo está d iv id ido em 3 aulas :
Au la 1 - Aspectos gerais
Aula 2 -Áreas de ap l icação da med iação
Aula 3 - Os benefícios primários e secundários
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
Conceituar med iação de confl itos ;
Compreender o princíp io fundamenta l ;
Enumerar as característ icas;
Exempl ificar destacando as áreas de ap l icação; e
Citar benefícios primários e secundários da med iação .
1 Aula 1 - Aspectos gerais
O conceito e o pr incípio fundamental
Você estudou no módu lo anterior q ue a med iação deverá ser entend ida como i nstrumento para
tratamento de confl itos i nterpessoais e não em situações de crise, lembra?
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 3 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 28/03/2009
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E que a med iação d iferencia d a arbitragem , do provimento ju risd ic iona l e que se d istancia d a
conci l i ação , lembra também? Então , s e tivesse que conceituar med iação, como o far ia?
Confi ra o conceito apresentado :
Processo de natu reza não adversari a ! , confidencia l e vo luntário , no q ua l u m terce i ro imparcial
(med iador) faci l ita o d iá logo e a negociação entre d uas ou mais partes e as auxi l i a na
identificação de i nteresses comuns , complementares e d ivergentes , com o objetivo de mantê
las autoras das soluções constru ídas baseadas no consenso, no atend imento de i nteresses e
necessidades e na satisfação mútua . ( ISA -ADRS e MED IARE, 2007, anexo)
( . . . ) A mediação não nos acena com a possib i l idade de satisfação parcia l - nem satisfação
total , nem perda total dos objetivos pouco afi nados com as resoluções de cunho adversaria ! .
E la nos confere a possib i l i dade de autoria em todas as so luções propostas e demanda a
identificação de nossas poss ib i l i dades no atend imento às necessidades do outro , na
expectativa de que e le fará o mesmo. (ALM E I DA & N ETO, apud ISA-ADRS e M E D IARE , 2007 ,
anexo)
Observe que o conceito apresentado deixa claro que a med iação mantém as partes "autoras
das soluções constru ídas com base no consenso" . Essa sentença traduz o princípio
fundamental da med iação que é a : Autonomia da vontade
Importante
Seg undo Seidel (2007) , as partes devem ser entendidas como sujeitos do processo. São elas
que devem contro lar o conteúdo da negociação e defi n i r a natureza do acordo .
Por isso, cabe ressaltar que med iação não é :
Reconci l iação;
Conci l i ação ;
Arb itragem;
Ju risd ição;
Enquadramento do fato ao t ipo pena l ;
Excludente de antijurid ic idade ou de pun ib i l id ade (Ex: crime de bagate la ou fu rto
famél ico) ; e
Prevaricação.
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A mediação aq u i tratada não deve ser confund ida com " i ntervenção em situações de crise" (Ex:
sequestro) . Ela é um instrumento para o trabalho de:
Confl itos i nterpessoais ;
Confl itos i nterpessoais em contextos de vio lência ; e
Confl itos i nterpessoais em contextos de crime (Ex: Lei 9099/95 ( http://pt. shvoong. com/law-and-
pol it ics/17 49157- lei-9099-95/)
2006/2006/Lei/L 11340 . htm)
e 1 1 .340/06
C i rcu nstâncias favoráveis à med iação
( http://www.planalto .qov. br/ccivil 03/ Ato2004-
De acordo com I SA -ADRS e MED IARE ( 2007) concorrem posit ivamente para que a med iação
aconteça as segu intes ci rcunstâncias:
O desejo de manter contro le/autoria sobre a decisão ;
A necessidade de celeridade e/ou sig i lo ; e
A d ispon ib i l idade para rever a posição adversaria ! e a postura i rredutível que a caracterizava ,
ass im como traba lhar em prol de atender i nteresses mútuos.
Características da med iação
Como você já estudou no módu lo anterior , a med iação tem como objetivo a transformação
do pad rão de com u n icação e relacionamento dos envolvidos, com v ias a um
entend imento, por isso tem as seg u intes características :
Quanto ao processo
É um processo part ici pativo e flexível ; e
É confidencia l .
Quanto à metodologia
Trabal ha , parte a parte , o problema a ser reso lvido pelos próprios envolvidos (protagonismo) ; e
Não existe j u lgamento ou oferta de sol uções . As saídas são encontradas em conjunto pelas
partes .
Curso Med iação de Conflitos 1 - Módulo 3 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 28/03/2009
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Quanto aos aspectos com un icacionais
Devolver às pessoas o contro le sobre o confl ito ; e
Traba lhar a comunicação e o relac ionamento das partes .
A med iação constitu i i nstrumento formado por técnicas que independem da formação
u n iversitária do med iador, mas que impõe capacitação específica.
\ Aula 2 -Áreas de apl icação da med iação
A mediação apresenta amp las possib i l i dades de ap l icação nas mais d iversas áreas . Dentre
elas é possível destacar:
Fami l iar: conj uga is, parenta is , acessórios e gênero ;
Comercia l : fornecedores, empresas e c l ientes ;
Trabalh ista : empregados e/ou empregados e empregador;
Empresaria l : societários e sucessórios;
I nstituciona l : ed ucação , saúde e previdenciários;
I nternacional : de cunho púb l ico ou privado ; e
Comun itária : meio amb iente, interesse comun itário e , pri nc ipa lmente, Seg u rança Públ ica.
Aula 3 - Os benefícios primários e secundários
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 3 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 28/03/2009
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fábrica de cursos
De acordo com I SA -ADRS e M ED IARE (2007) comparados a outras RADs a med iação
apresenta os segu intes benefícios:
Benefíc ios primários
Celeridade;
Efetiv idade de resu ltados;
Preservação da autoria ;
Al i nhamento do i nteresse mútuo;
Red ução do custo emociona l ;
Red ução dos custos financeiros; e
S ig i lo e privacidade.
Benefícios secundários
Prevenção na formação de confl itos;
Prevenção na rei ncidência de confl itos;
F lu idez na comun icação;
Melhor ia no relacionamento i nter/i ntrag rupa l ; e
Melhoria no re lacionamento i nterpessoal .
Conclusão
Segundo I SA -ADRS e M EDIARE (2007) , mediação de confl ito pode ser conceituado como um
processo de natureza não adversaria ! , confidencia l e vol untário , no qual um terce i ro imparcia l
(med iador) faci l ita o d iá logo e a negociação entre d uas ou mais partes e as auxi l i a na
identificação de i nteresses comuns , com plementares e d ivergentes com o objetivo de mantê
las autoras das so luções construídas baseadas no consenso , no atend imento de i nteresses e
necessidades e na satisfação mútua . Esse conceito deixa claro que a med iação tem como
princíp io fundamenta l a autonomia da vontade.
A mediação apresenta amplas poss ib i l idades de ap l icação nas mais d iversas áreas , como por
exemplo : fam i l iar , comercia l , traba lh ista , com un itária e Segurança Púb l ica .
Dentre os benefícios da med iação é possível destacar como benefícios pri mários a celeridade,
a efetividade de resu ltados e o a l i nhamento do i nteresse mútuo . Já como benefício secundário
destacam-se a prevenção na formação de confl itos e a melhor ia no f�cionamento � fábrica de cursos i nter/ intrag rupa l . """' " ' "''"""'"""" '
Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 3 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 28/03/2009
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Neste mód ulo são apresentados exercícios de fixação para auxi l iar a compreensão do
conteúdo.
O objetivo destes exercícios é complementar as informações apresentadas nas pág inas
anteriores.
1 . Quanto ao processo, a med iação é :
) Reconci l iação .
( ) Arbitragem.
) Prevaricação .
) Enquadramento do fato ao t ipo penal .
) Um processo part icipativo e flexíve l .
2. A mediação apresenta amplas poss ib i l idades de apl icação nas mais d iversas áreas.
Dentre elas destaque três :
3. Relacione a segunda col u na de acordo com a primeira.
( 1 ) Benefícios p rimários. ( ) Celeridade;
(2) Benefícios secundários.
) Prevenção na formação de confl itos;
) F lu idez na comun icação;
) Sig i lo e privacidade;
) Redução de custos financeiros;
) Efetiv idade de resu ltados.
4. A med iação é um instrumental para o trabalho de:
( ) Confl itos i nterpessoais.
Curso Mediação d e Conflitos 1 - Módulo 3 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 28/03/2009
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) Confl itos pessoais .
) Confl itos i nterpessoais em contextos de vio lência .
) Confl itos i nterpessoais em contextos de crime .
) Confl itos i nterpessoais em contextos de d rogas .
5. De acordo com ISA -ADRS e M EDIARE (2007) concorrem positivamente para que a
med iação aconteça as seg u intes c i rcunstâncias :
) A necessidade de celer idade e/ou s ig i lo .
) A necessidade de redução do custo emocional .
) A necessidade de prevenção na rei ncidência de confl ito .
) A necessidade de a l i nhamento do i nteresse mútuo .
) A necessidade de preservação da autoria .
Este é o fi nal do módu lo 3
Mediação de confl itos
Respostas
1 . Um processo part ici pativo e flexível .
2. Fam i l iar , comercia l , trabalh ista , comun itária e Segu rança Púb l ica .
3. 1 - 2- 2- 1 - 1 - 1
4 . Confl itos i nterpessoais .
Confl itos i nterpessoais em contextos de cri me .
Confl itos i nterpessoais em contextos de vio lência .
5. A necessidade de celeridade e/ou s ig i lo E A necessidade de a l i nhamento do i nteresse
mútuo .
Anexo
MEDIAÇÃO � !i,�i$,a����� A Mediação vem constituindo-se em importante recurso de Resolução Alternativa de Disputas (Alternative Dispute Resolutions-ADRs) nas situações que envolvem conflitos de interesses
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aliados à necessidade de negocia-los. É um processo orientado a possibilitar que as pessoas nele envolvidas sejam co-autoras da negociação e da resolução dos seus conflitos. Possui, portanto, amplo campo de atuação nas organizações sociais, desde as empresariais às familiares.
Compondo o quadro das ADR's , a Med iação sobressai aos seus pares, pela busca da genu idade da autoria na autocomposição. Ideal izada como um processo estrutu rado em etapas , e la visa a estabelecer ou restabelecer o d iá logo entre as partes , para que de las surjam a lternativas e a escolha de so luções.
Proposta para dar voz e vez àqueles que dela participam , prevê a negociação dos seus proced imentos com as partes . Assentada na autonomia da vontade das partes tem seu i n ício , curso e térm ino a ela sujeitos , pressupondo com isso , a d ispon ib i l idade dos envolv idos, para rever a posição em q ue se encontram . I nstrumento de negociação de i nteresses articu la du rante todo o seu percurso a necessidade de cada um com a possib i l idade do outro , desde que, dentro dos l im ites da Ét ica e do D i reito . Prevista para ser célere, i nformal e s ig i losa, atua proporcionando redução de custos financeiros, emocionais e de tempo em função de , em curto espaço de tempo, promover a instalação de um contexto colaborativo em lugar de um adversaria ! , fazendo ver às pessoas , ser esta a ún ica possib i l idade para autocomposição. Poss ib i l itadora de negociações em qualquer contexto capaz de produzir confl itos tem v iab i l izado negociações internaciona is , em questões comercia is , traba lh istas , comun itárias, de meio amb iente , da saúde e fam i l ia res. Especia lmente presente em negociações empresaria is e em organ izações, desempenha a inda funções em restritos temas penais .
Passível de anteceder ou suceder a resolução j ud icia l , a Med iação pode também instalar-se no seu cu rso , atuando como instrumento complementar , possi b i l itador de mudanças relacionais e conseq üente d issolução da l ide . Com seu térm ino ritua l izado pela redação de um acordo q ue inc lua uma l i nguagem positiva e a aqu iescência das partes com seus termos e redação , ela v iabi l iza q ue uma pauta emocional que contemple o reconhecimento do erro ou de ped ido de descu l pas tenha também lugar.
Por seu caráter informal , aos acordos constru ídos na Med iação devem ganhar l i nguagem juríd ica e ser encaminhados para homologação do que necessário for. O acordo de manter-se em desacordo e o de eleger a Resolução Jud icia l para os itens não acordados fazem-se viáveis na Med iação , preservando a positividade do fórum de negociações e a da autoria .
Texto revisado em 2006, extraído de Almeida, T. - "Mediação: um instrumento contemporâneo na prevenção, negociação e resolução de controvérsias". Tema Livre apresentado na XVII Conferência Nacional dos Advogados. OAB: Federal. Rio de Janeiro, agosto de 1 999.
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Módu lo 4 - O med iador
Além das partes , ele é uma das figu ras importantes para a cond ução do processo de
med iação . Segundo Seidel (2007) , "a ação do mediador tem em vista capacitar os d isputantes
a contro lar seus futuros, ajudando-os a assum i r responsab i l i dade de suas próprias ações e
tomar decisões . "
Neste módu lo , você estudará mais sobre ele .
O conteúdo deste módu lo está d iv id ido em 2 au las :
Aula 1 - A neutra l idade do med iador
Aula 2 - Lidando com a parcia l idade inerente ao ser humano: conhecimentos , hab i l idades e
atitudes necessárias ao med iador
Ao final deste módu lo você deverá ser capaz de:
Defi n i r o papel do med iador no processo de med iação ; e
Identificar os conhecimentos, hab i l idades e atitudes necessárias ao med iador .
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1 Aula 1 - A neutral idade do med iador
De acordo com ISA-ADRS e MED IARE (2007, anexo) , o med iador pode ser defin ido como
"uma pessoa escolh ida pelas partes para atuar como tercei ro imparcial na fac i l itação do
d iálogo entre elas." Essa defin ição deixa clara a pr incipal característ ica do mediador : a
neutra l idade. Ainda segundo I SA-ADRS e M E D IARE (2007 , anexo) , "por meio de uma série de
proced imentos próprios, o med iador auxi l i a as partes a identificarem i nteresses comuns,
complementares ou d ivergentes e a constru í rem em conjunto , a lternativas de solução visando
ao consenso e à satisfação m útua" .
Antes de term inar o estudo desta au la , le ia o texto "Med iador" (ver anexo 1 ) .
Aula 2 - Lidando com a parcia l idade i nerente a o ser humano: conhecimentos,
habi l idades e atitudes necessárias ao mediador
É importante que o med iador compreenda que o processo de med iação envolve confl itos
i nterpessoais e que , por isso , ele l i dará com visões d iferenciadas sobre o mesmo confl ito . O
papel do mediador envolve como competência básica a capacidade de cria r cond ições para
que as partes possam obter uma solução e , pr inci palmente , estabelecer o d iá logo . O
desenvolvimento dessa competência req uer, ao med iador, dentre outros aspectos , o segu inte
conjunto de conhecimentos , hab i l idades e atitudes:
Con hecimentos sobre:
Confl ito e gerenciamento de confl itos;
Relações interpessoais ;
Processo comun icaciona l ;
Técn icas de reso lução pacífica de confl itos ;
Metodolog ia do processo de med iação ; e
Leg is lação pertinente à med iação .
Habi l idades de:
Promover a reflexão e o d iá logo ;
Escutar e refleti r;
Gerenciar confl itos ;
Identificar impasses; e
Identificar i nteresses com uns . Curso Mediação d e Conflitos 1 - Módulo 4 SENASP/MJ · Última atualização em 07/1 0/2009
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Seidel (2007, p . 22) ressa lta que uma das habi l idades que o mediador precisa uti l izar é o
uso de paráfrase, " isto é, a habi l idade de reprod uzir fielmente a mensagem emitida pela
pessoa que está dando sua versão dos fatos. "
Atitudes para a g i r de forma :
I mparcia l ;
Competente ;
Ét ica; e
S ig i l osa .
De acordo com o cód igo de ética dos med iadores (apud ISA-ADRS e MED IARE , 2007) , a
prática da med iação i rá requerer do med iador conhecimento e trei namento específico sobre as
técn icas de med iação , exig indo qua l ificação e aperfeiçoamento contínuo para a melhor ia das
suas atitudes e hab i l idades profissiona is .
Antes de term inar o estudo desta au la , le ia o texto "Como med iadores e advogados podem
atuar, colaborativamente, na med iação baseada nos interesses e nas necessidades das
partes" . (ver anexo 2)
Concl usão
De acordo com I SA-ADRS e M E D IARE (2007, anexo) , o med iador pode ser defin ido como
"uma pessoa escolh ida pelas partes para atuar como terceiro imparcial na fac i l itação do
d iálogo entre elas ."
O papel do med iador envolve como competência básica a capacidade de criar cond ições para
q ue as partes possam obter uma solução e , pri nci pa lmente , estabelecer o d iá logo .
O desenvolv imento dessa competência requer, ao med iador , dentre outros aspectos, um
conjunto de conhecimentos , hab i l idades e atitudes.
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Neste módulo são apresentados exercícios de fixação para auxi l iar a compreensão do
conteúdo.
O objetivo destes exercícios é complementar as informações apresentadas nas pág inas
anteriores.
1 . A pri ncipal característica do mediador é :
) Paciência
) Prudência
( ) Cautela
( ) Neutral idade
( ) Persuasivo
2. Ao mediador é req ueridos conhecimentos sobre :
) Relações humanas .
) Leg islação trabalh ista .
) Conflito e gerenciamento de confl itos.
) Processo ju ríd ico .
) Metodologia do processo de med iação.
3. Marque a alternativa em que não corresponda à habi l idade do mediador.
) Promover a reflexão e o d iá logo .
) Ut i l izar de antíteses .
) Escutar e refleti r .
) Gerenciar confl itos.
) I dentificar impasses.
4. Ju lgue os itens em (V) para verdadeiro e (F ) para falso.
( ) O papel do mediador envolve como competência básica a capacidade de criar cond ições
para que as partes possam obter uma solução e, pr incipal mente , estabelecer o d iá logo .
( ) De acordo com ISA -ADRS e MED IARE , o med iador pode ser defi n ido con@�!a.����f esco lh ida pelas partes para atuar como terce i ro i mparcia l na faci l itação do d iá logo entre elas" .
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( ) O papel do med iador envolve como competência básica a capacidade de criar temas para
q ue as partes possam d iverg i r a fim de conhecê- las .
( ) De acordo com o cód igo de ética dos med iadores, a prática da mediação i rá requerer do
med iador conhecimento e tre inamento específico sobre as técn icas de persuasão , exig indo
qua l ificação e aperfe içoamento contínuo para a melhoria das suas atitudes e hab i l idades
profissiona is .
Este é o final do mód u lo 4
O med iador
Respostas
1 . Neutra l idade
2. Confl ito e gerenciamento de confl itos .
Metodolog ia do processo de med iação .
3. Uti l izar de antíteses .
4. V - V - F - F
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Anexos
Anexo 1
O MEDIADOR
O MEDIADOR é um terceiro imparcial que, por meio de uma série de procedimentos próprios, auxilia as partes a identificar os seus conflitos e interesses, e a construir, em conjunto, alternativas de solução, visando o consenso e a realização do acordo. O Mediador deve proceder, no desempenho de suas funções, preservando os princípios éticos.
Código de Ética dos Mediadores estabelecido pelo Conselho Nacional de Instituições de Mediação e Arbitragem - CONIMA, 1 99 7
Viabi l izador desta qua l idade de negociação, um Mediador amp l i a hab i l i dades e adqu i re os conhecimentos necessários para sua prática , por meio de uma capacitação específica . Experto em visão sistêmica, comun icação e negociação , um Med iador atua como faci l itador do d iálogo entre partes, identificando e descontru indo impasses de d i ferentes naturezas. Cu idando de um tratamento e partici pação balanceados, auxi l iando na identificação de i nteresses comuns , complementares e d ivergentes , e na art iculação do tr ipé necessidade, possib i l idade e D i reito . Poss ib i l itando voz e vez aos envolvidos, constru indo agendas de negociação com termos positivamente redefin idos, convidando as partes para reflexão e negociação de a lternativas.
Seu pr incipal instrumento de i ntervenção são as perguntas . A poss ib i l i dade de entrevistas privadas, o manejo de ferramentas de negociação e comun icação , a lém de conhecimentos ad icionais sobre pecu l ia ridades do relacionamento humano e da i nfluência das redes de perti nência e das histórias das l ides na negociação, compõem também seu exercício .
Reg ido por pr incíp ios éticos , ele tem na imparcia l idade, na competência , na confidencia l idade e na d i l igência, seu assentamento . I m ped ido eticamente de revelar o conteúdo da Med iação , não pode prestar testemunho ou atuar profissionalmente no caso fora do âm bito da Med iação, ou a inda ter com o tema ou com as partes , q ualquer confl ito de i nteresses .
I m ped ido de prestar consu ltoria ou serviços profiss ionais às partes , os conheci mentos advi ndos de sua profissão de or igem somente podem se fazer presentes por meio de perg untas que v isem a identificar a suficiência da bagagem de i nformações dos partici pantes , propic iadora de um poder decisório de qua l idade .
Este impedimento red uz a atuação de um Mediador a esta função e torna necessária e imprescind ível o desempenho complementar de outros profiss ionais q ue possam auxi l iar as partes com seus pareceres , especia lmente , os advogados. Cabe ao Med iador recebê-los, i nformá-los sobre a natu reza do processo e recomendar às partes q ue os mantenham como consu ltores e possíveis futu ros redatores formais do acordo i nformal produzido na Med iação , no caso de homologação .
É atribu ição do Mediador a competência em identificar a necessidade de consu lta a outros profissionais I especia l istas que possam contribu i r com seus conhecimentos e prática na ampl iação de in formação ou desconstrução de impasses , sem , no entanto , ind icá- los nomina l mente .
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I SA-ADRS e M E D IARE . C u rso d e Med iação e Reso l ução Pacífica de Confl itos em seg u rança p ú b l ica. Bras í l i a : M i n istério d a J u stiça , 2007.
Anexo 2
Como mediadores e advogados podem atuar colaborativamente na mediação baseada nos interesses e nas necessidades das partes. http://www.mediare. eom.br/08artigos 03med adv.htm
Tania Almeida Consultora, Docente e Supervisora em Mediação de Conflitos. Sócia Fundadora e Diretora-Presidente do M ED IARE - Diálogos e Processos Decisórios . I ntegrante do Comitê de Ética e da Vice-Presidência do CONI MA - Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem.
Adolfo Braga Neto Advogado, Mediador, S upervisor em Mediação do Setor de Mediação do Fórum de Guarulhos, Assessor Técnico do Setor de Conciliação do Tribunal de J ustiça de São Paulo, Consultor da ONU, Presidente do Conselho de Administração do I MAB - Instituto de Mediação e Arbitragem do Brasil ePresidente do CON I MA - Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem
Sumário
O fato da Mediação de Confl itos estar em seus momentos i n ic ia is na cu ltu ra brasi le ira req uer, por parte dos med iadores , criteriosa atenção com o aporte de i nformações para as partes e para os especia l istas que dela part icipam, em especia l , os advogados .
Como o auxí l io para a autocomposição entre as partes vem integ rando cada d ia mais o exercício da advocacia em nosso país , faz-se necessário d ist i ngu i r esta prática daquela levada a termo pelo mediador , especia lmente q uando ambos os p rofissionais atuarem no mesmo caso .
Este art igo tem a i ntenção de destacar relevantes aspectos do traba lho de equ ipe a ser rea l izado entre mediadores , mediados e advogados, por i nterméd io da cooperação entre eles, nas situações de Mediações Faci l itativas baseadas nos i nteresses e nas necessidades de todos aqueles envolvidos no confl ito .
A Med iação Fac i l itativa
A eficácia da uti l ização da Mediação em d iferentes cenanos de conv1vencia poss ib i l itou , também , a d iversificação de modelos de trabalho que pudessem atender à s demandas mais específicas das partes ou até mesmo de teóricos ded icados ao tema . Oferecer u m parecer nãov incu lante (atri buto da Med iação Aval iativa) , pr ivi leg iar a transformação da relação e da comun icação entre as partes (objetivo da Mediação Transformativa) , e auxi l i a r as partes a ga lgarem acordos com base em seus i nteresses e necessidades (caráter da Med iação Faci l itativa) são poss ib i l i dades que demandam d istintas posturas de atuação do med iador , dos med iados e de seus advogados.
A . . .
f A I d .d rt::\, fábrica de cursos
Med iação pautada nos i nteresses visa a sat1s aze- os e ocupa-se e 1 en�:.:1os; " ass1 m como busca evidenciar a possib i l idade de serem atend idos pela(s) outra(s) parte(s) i nteg rante(s) do processo de negociação . M útuos, complementares ou d ivergentes , o Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 4 SENASP/MJ - Ú ltima atual ização em 07/1 0/2009
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atendimento dos interesses e necessidades das partes fica maxim izado q uando se vis l umbram objetivos comuns como : a responsab i l idade pelo bem estar dos fi l hos - nas separações e d ivórcios, a d issol ução societária de maneira harmon iosa ou a identificação do i nteresse pela permanência da parceria de negócio - nas situações empresaria is , a manutenção, o resgate ou a criação da convivência pacífica - nas q uestões de pol ítica i nternacional , ou a preservação de um bem comum - nas controvérsias sócio-ambienta is .
Como o ser humano desatendido em seus sent imentos e necessidades negocia seus afetos através de questões objetivas como ganhos pecun iários ou patrimonia is , ou até mesmo através da perda desses bens pelo outro , é tarefa do med iador ajudá- lo a identificar o seu i nteresse/necessidade maior em uma negociação, ou seja , no q ue ele fundamenta lmente precisa ser atend ido . Esse i nteresse ou necessidade pri maz , na maior ia das vezes , não faz parte do que está sendo objetivamente negociado posto q ue também se encontra subjacente , como exempl ificado acima , no âmbito dos sent imentos e dos desejos subjetivos .
Na Med iação voltada para os i nteresses e necessidades, tanto os med iados quanto os med iadores e os advogados precisam conhecer o q ue foi identificado pelos prime i ros como seu pr incipal i nteresse ou necessidade para q ue possam estar un íssonos na aj uda e no cuidado desses med iados .
As mú ltiplas vozes presentes nos d iálogos ocorridos em um Processo de Med iação
No curso de um processo de Mediação entre d uas ou mais partes , existem pelo menos seis n íveis de d iá logo, expressos ou não, ocorrendo s imu ltaneamente:
• entre as partes em negociação, não só negociando a q uestão presente, mas, em especia l , as questões e sent imentos passados;
• entre os med iadores que coordenam o traba lho , identificando a melhor forma de conduzi- lo a cada momento;
• entre as partes e seus advogados, buscando redefi n i r a qua l idade habitual de sua relação - da posição passiva de serem defendidas à posição ativa de serem autoras ; de defensores do d i reito do cl iente a assessores j u ríd icos, respectivamente ;
• entre os advogados das partes e a sua prática profissional , identificando a or ientação juríd ica mais adeq uada ;
• entre os med iados e suas redes de perti nência (amigos e fam i l iares) , com as q uais estabelecem tácitos pactos de lealdade que precisarão ser renegociados ao longo da Med iação;
• entre os med iados e os tercei ros envolv idos, não presentes à mesa de negociação , mas que sofrerão as conseqüências, ou receberão os benefícios tanto do que for acordado quanto da qua l idade de relação q ue os med iados consegu i rem estabelecer no futu ro .
Podendo tornar a inda mais complexo cada um dos n íveis de d iá logo acima identificados, assim como ampl iá- los em número , acred itamos ser de g rande contribu ição para a eficácia do processo de Mediação a d isposição para v isual izar o lugar e a narrativa de cada um dos atores mencionados e para cu idar da própria partici pação em cada um dos n íveis citados .
Colocando-se no lugar das partes e de seus advogados
Mesmo quando i n iciada antes que processos jud ic ia is tenham inaugurado o d�.
go entre as partes , a Med iação cumpre a d ifíci l tarefa de propor redefin ições para a lg� �..a� parad igmas, preconceitos e crenças cultura is .
Curso Mediação d e Conflitos 1 - Módulo 4 SENASP/MJ - Última atualização em 07/1 0/2009
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Processo não-adversaria ! (ganha-ganha) voltado para a satisfação m útua , a Med iação nos acena com a poss ib i l i dade de satisfação parcia l - nem sat isfação tota l , nem perda tota l , objetivo pouco afinado com as resoluções de cunho adversaria ! . E la nos confere a possib i l idade de autoria em todas as soluções propostas e demanda a identificação de nossas poss ib i l idades no atendi mento às necessidades do outro , na expectativa de que ele fará o mesmo. Confere-nos total contro le sobre o processo , pois que nos perm ite elegê- lo e fi na l izá- lo a qua lquer tempo , ass im como nos perm ite negociar seus proced imentos . Demanda que nos co loquemos no lugar dos tercei ros imp l i cados na negociação, cuja voz ausente precisa ter suas necessidades igua lmente atend idas . So l icita-nos boa fé e transparência de propósitos , ao mesmo tempo em q ue exige sig i l o e confidencia l idade no relativo à matéria nela tratada . Acolhe nossa h istória passada com esse outro com q uem agora nos ind ispomos, e nos convida , a todo tempo , a tomar decisões que visem ao futu ro . Alarga a nossa margem de negociação para a lternativas antes não pensadas, mas não permite que elas u ltrapassem a margem da ética ou do D i reito .
Na vigência de processos jud icia is , a tarefa de redefi n i r os aspectos acima citados precisa ter a co laboração dos med iados e de seus advogados que , na un iversa l idade dos casos , são procurados para defender os direitos de seus clientes . É preciso que mediados e advogados redefinam a demanda e a oferta de uma posição de gu ia na defesa contra alguém que pode me prejudicar para uma posição de assessoria e suporte legal para o que está sendo negociado em colaboração com a outra parte . É tão necessária uma retroa l imentação positiva entre cl iente e advogado para a obtenção e a manutenção de uma postura de defesa , como para a obtenção e a manutenção de uma postura de assessoria e suporte lega l , segundo demanda a med iação. C l ientes não conseg u i rão abandonar a postura de defesa contra o inimigo se não tiverem a permissão de seus advogados e vice-versa . Da mesma forma , não consegu i rão se d istanciar da posição passiva de serem defend idos para ingressar na posição ativa de serem autores , se ambos não autorizarem essa mudança .
Colocando-se no l ugar dos mediadores
Treinados para poss ib i l itar escuta , fa la e q uest ionamento , ass im como para provocar reflexão e esti mu lar uma postu ra ativa e autora nos med iados, os med iadores precisam , também, manterse imparcia is mesmo em situações q ue mob i l izam mu ita emoção ou provocam identificação com as partes .
Em função de nossa natureza humana , não acred itamos que a neutra l idade seja passível de real ização uma vez que o q uest ionamento do med iador é feito a parti r do repertório que sua v isão de mundo e parad igmas poss ib i l itam . Este questionamento não deve , no entanto , expressar va lores ou leitu ras que possam d i recionar as partes para determ inadas soluções. Para que isso ocorra é necessário cuidar ativa e continuamente da manutenção de um estado de imparcia l idade, q uer d izer, cu idar da eqü idade de part ici pação dos mediados, manter eqü id istância objetiva e subjetiva e não tomar part ido com relação aos temas e às partes com os q ua is estamos traba lhando .
Com especial con hecimento em com un icação humana , técn icas de negociação e v1sao s istêmica da controvérs ia , os med iadores têm como expert ise faci l itar d iá logos em situações adversaria is . É nesses aspectos, e no conhecimento sobre como conduz i r o processo de Mediação , que reside sua competência . S ig i lo , imparcia l idade, competência e d i l igência são q uesitos éticos . É preciso estar atento ao que há de comun icação verbal e não-verbal entre os med iados, aos d iscu rsos q ue auxi l i am a identificar i nteresses com uns , d ivergentes e convergentes , ao desba lance de q ualq uer natu reza entre os d ia logantes - financeiro , cogn it ivo, i nformativo , emociona l - para bem conduz i r esse processo. É mister não gué\� r�JàfJ!� interesses com as partes ou com o tema mediado , não oferecer os conhecimentb?d·e prõf1Ssa'o de origem para assessorar as partes em suas decisões , e não sugeri r ou aconselhar quanto a
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decisões a serem tomadas. Articu lando todos esses ingredientes , é tarefa exclusiva do med iador, em u ma Med iação Faci l itativa , faci l itar o d iá logo entre partes para que de las surjam as so luções para o que as traz à Med iação. É essa sua estrita e de l icada área de atuação .
A não oferta de conhecimentos profissionais para assessorar as soluções visl umbradas pelos med iados torna indispensável a sua consu ltoria a outros profissionais em busca de embasamento legal e técn ico para as decisões a serem tomadas. A ind ispensável assessoria legal , pois que nenhuma solução pode feri r o D i reito, torna imprescind ível a part ic ipação dos advogados. Os advogados deverão não só estar cientes das i ntenções de seus c l ientes em partici par de um processo de Mediação, mas também conhecer o Cód igo de Ét ica e o Regulamento I nstituciona l que regem a prática do mediador eleito para que possam orientar adeq uadamente seus cl ientes .
É salutar que o mediador se apresente , ofereça as i nformações necessárias, escla reça sobre os l im ites e os a lcances do seu trabalho e , de acordo com a vontade dos med iados, mantenha abertas as portas para a partici pação dos advogados nas reun iões de Med iação . É fundamental q ue os advogados sejam informados sobre os i nteresses dos med iados, identificados na Mediação, e acompanhem o prog resso de sua postura no sent ido de atender aos i nteresses de cada um dos med iados, podendo , assim , atuar s inerg icamente com suas eventua is mudanças.
Ao med iador cabe a redação , na l i nguagem das partes , do acordo tota l ou parcia l constru ído por elas. São os advogados das partes aqueles que deverão dar l i nguagem ju ríd ica ao acordo , caso a matéria exija homologação, ou assim o desejem os mediados.
Concl usão
Para que haja uma ação sinérg ica entre med iador, mediados e seus advogados, é preciso q ue todos eles tomem conhecimento das i nformações aci ma mencionadas para q ue reconheçam os inúmeros atores da q uestão em tela , sua complexidade e a lcance socia l , de maneira a atuarem em conformidade com sua função, o momento da Med iação e seus propósitos.
A necessidade de redefin i r a lgumas de nossas crenças culturais ass im como redefin i r a q ual idade habitual de relação de trabalho entre parte e advogado é ind ispensável para v iabi l izar a part icipação genuína de todos os atores identificados em um processo de Med iação , contri bu ição ind ispensável para a sua eficácia .
É essencia l q ue med iadores , med iados e advog ados se recon h eçam como elementos de uma eq u i pe em co laboração , em busca de auxi l ia r os med iados a focarem nos seus interesses , a art icu larem sua poss i b i l id ad e d e atender o outro nas necessidad es de le , e v ice-versa , e a leg iti marem sua capacidade de solucionar pacificamente as próprias q uestões , beneficiando-se mutuamente desta autoria .
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Módu lo 5 -Ética e confidencial idade do mediador
A ética do med iador está centrada no s ig i lo.
Neste módu lo , você estudará os pri nc ipais aspectos q ue envolvem essa questão .
O conteúdo deste módu lo está d iv id ido em 2 au las :
Aula 1 -Ética do med iador
Aula 2 - O cód igo de ética e o reg u lamento modelo
Ao final deste mód ulo você deverá ser capaz de:
Compreender as obr igações éticas do med iador ; e
Reconhecer a importância do estudo do cód igo de ética do med iador e do reg u lamento modelo
da mediação.
\ Aula 1 -Ética do med iador
O brigações éticas do med iador
É obrigação do med iador zelar pelo sigi lo de todos os proced imentos em med iação.
De acordo com I SA -ADRS e M E D IARE (2007) , o sig i lo envolve :
I nformações e dados manuseados por toda a eq u ipe técn ica ; e
I nformações das reun iões privadas .
I m portante
O sig i lo reestabelece o ambiente de seg urança e confiança. Nen h u m dos envolvidos em
med iação pode revelar a terce i ros, i nformações adqu i ridas no processo . Não podem depor em
processos jud icia is ou arbitra is , salvo acordo das partes no contrato . ( I SA-AD� �J��· 2007)
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O med iador tem a obrigação de zelar pelo eq u i l íbrio entre as partes. Esse eq u i l íbrio
envolve :
Eq u i líbrio de poder - Tom de voz , q uestões de encaminhamento e leg itim idade; e
Equi líbrio de informações - O med iador deve orientar as partes a buscarem todas as
i nformações necessárias à tomada de decisão.
Importante
O equ i l íbr io é fundamental para a l ivre e genuína AUTONOMIA DE VONTADES. ( I SA-ADRS e
MED IARE, 2007)
Imped imentos éticos
Segundo ISA-ADRS e MED IARE (2007) havendo imped imentos éticos ( i nteresse ou
relacionamento que possa afetar a i mparcia l idade, suscitar aparência de parcia l idade ou
quebra de i ndependência) , o med iador deverá revelá-los às partes ou recusar a ind icação .
Após uma mediação , med iadores e eq u ipe técn ica ficam imped idas de atuar em processo
jud icia l ou arb itra l correlato , a menos que ambas as partes concordem.
Aula 2 - O cód igo de ética e o reg u lamento modelo
Código de ética dos mediadores
O cód igo de ética dos mediadores ( http : //www. con ima . org . br/etica_med iadores . htm l ) é u m
documento que norteia a conduta ética d o s med iadores . Além da introdução, o cód igo está
d iv id ido em seis partes ass im representadas:
Parte 1 - Autonomia da vontade das partes
http : //www . con ima .org . br/et ica_2/med iadores/autonomia . html
Parte l i - Princípios fu ndamentais
http : //www . con ima . org . br/etica_2/med iadores/pri nc ip ios . html
Parte I l i - Do mediador frente à sua nomeação
http : //www.con ima. org . br/etica_2/med iadores/nomeacao . htm l
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Parte IV - Do mediador frente às partes
http : //www. con ima . org . br/etica_2/med iadores/partes. htm l
Parte V - Do mediador frente ao processo
http : //www. con ima . org . br/etica_2/med iadores/processo . htm l
Parte VI - Do mediador frente à institu ição ou entidade especial izada
http : //www. con ima . org . br/etica_2/med iadores/i nstitu icao . html
Regu lamento modelo da med iação
Enquanto o cód igo de ética dos med iadores (http : //www. con ima .org . br/etica_med iadores . htm l) norteia a cond uta do med iador, o reg u lamento modelo da med iação ( http : //www. con ima . org . br/regu la_med iacao . html ) : é u m documento que norteia a conduta ética dos mediadores . Além da i ntrodução o cód igo está d iv id ido em seis partes ass im representadas:
Capítu lo 1 - In ício do processo
http : //www. con ima .org . br/reg u lamentos_2/med iacao/in ic io_processo . htm l
Capítu lo l i - Representação e assessoramento
http : //www. con ima . org . br/regu lamentos_2/med iacao/representacao . html
Capítu lo I l i - Preparação (Pré-med iação)
http : //www. con ima.org . br/regu lamentos_2/mediacao/preparacao. html
Capítu lo IV - Escolha do med iador
http : //www. con i ma .org . br/regu lamentos_2/med iacao/escolha_med iador .html
Capítu lo V - Atuação do med iador
http : //www. con ima. org . br/regu lamentos_2/med iacao/atuacao_med iador. html
Capítu lo VI - Imped imento e s ig i lo
http : //www. con ima . org . br/regu lamentos_2/med iacao/im ped imentos_sig i lo . html
Capítu lo VI I - Dos custos
http : //www. con ima . org . br/regu lamentos_2/med iacao/custos . html
Capítu lo VI I I - Responsabi l idades do med iador
http : //www. con ima .org . br/regu lamentos_2/med iacao/responsa_med iador. html
Capítulo IX - Do acordo
http : //www. con ima .org . br/reg u lamentos_2/med iacao/acordo . htm l
Capítu lo X - Encerramento
http : //www. con ima . org . br/regu lamentos_2/med iacao/encerramento . html
Capítu lo XI - Disposições finais
http : //www. con ima . org . br/reg u lamentos_2/mediacao/d isposicoes_fina is . html
Importante Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 5 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 28/03/2009
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Essas regras são apl icáveis ao processo de mediação de controvérsias surg idas de contratos
e outras relações socia is , esco lh ido pelas partes que buscam um acordo .
O presente regu lamento , em conjunto com o cód igo de ética dos med iadores , se apl ica a
todas as med iações, ou seja , àquelas organ izadas por institu ições ou entidades
especial izadas e , "ad hoc", ass im entend ida a med iação que for real izada por profissional
escolh ido pelas partes , desvinculado de qualq uer institu ição ou entidade, em tudo o que for
compatíve l .
Recomenda-se a todas as institu ições e entidades, governamentais e privadas, organ izadas
para o serviço da med iação , ass im como a todos os Mediadores "ad hoc", que pautem sua
atuação pelo regu lamento modelo da med iação e o cód igo de ética dos med iadores.
(Reg u lamento modelo da mediação/Notas exp l icativas)
Conclusão
É obrigação do mediador zelar pelo s ig i lo de todos os proced imentos em med iação .
O mediador tem a obrigação de zelar pelo eq u i l íbrio entre as partes . Esse equ i l íbrio envolve :
Eq u i l íbrio de poder - Tom de voz , q uestões de encaminhamento e leg it im idade; e
Equi l íbrio de informações - O med iador deve orientar as partes a buscarem todas as
i nformações necessárias à tomada de decisão .
O cód igo de ética do mediadores (http : //www. con ima . org . br/etica_med iadores . htm l) é um
documento que norteia a cond uta ética dos mediadores .
O reg ulamento modelo da med iação (http: //www. con ima .org . br/regu la med iacao. htm l) é o
documento que reúne as regras que orientam o processo de med iação , bem como outros
aspectos envolvidos.
Referências bib l iog ráficas Curso Mediação de Conflitos 1 - Módulo 5 SENASP/MJ - Ú ltima atualização em 28/03/2009
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!& fábrica de cursos .....__,,,, ··-··- - - - - -� -- -· -- - -
MOSCOVI C I , Fe ia .
I SA-ADRS e M EDIARE . Curso de Mediação e Resol ução Pacífica de Confl itos em Seg urança
Púb l ica . Bras í l ia : M in istério da Justiça, 2007.
S E I DEL . Daniel [org . ] . Mediação de confl itos : a sol ução de mu itos problemas pode estar em
suas mãos. Brasí l i a : Vida e J uventude , 2007 .
Ki lmann-Thomas ( 1 975) .
Andriag n i e Foley (2008) , no art igo pub l icado na Fo lha de São Pau lo , em 24 de j unho de 2008.
KI LMAN N & Thomas. ln ISA-ADRS e MED IARE . Curso de Mediação e Resolução Pacífica de
Confl itos em segurança púb l ica . Brasí l i a : M in istério da Justiça , 2007 .
MOSCOVI C I . Feia . Desenvolvimento I nterpessoa l : tre inamento em grupo Brasí l ia : José
Olympio Ed itora , 1 997 .
Neste mód u lo são apresentados exercícios de fixação para auxi l iar a compreensão do
conteúdo.
O objetivo destes exercícios é complementar as i nformações apresentadas nas pág inas
anteriores.
1 . J u lg ue os itens em (V) verdadeiros ou (F) fa lsos.
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( ) Após uma mediação , mediadores e equ ipe técn ica atuam em processo jud ic ia l ou arbitral
correlato .
( ) Após uma mediação, mediadores e equ ipe técn ica ficam imped idos de atuar em processo
jud icial ou arbitra l correlato .
( ) Todos os envolvidos na mediação podem revelar a terce i ros i nformações adqu i ridas no
processo.
) Os med iadores somente depõem em processos jud ic ia is ou arbitra is .
) Os med iadores não podem depor em processos j ud ic ia is ou arbitra is .
2. Além da introdução o cód igo de ética está d iv id ido em :
( ) 2 partes
( ) 3 partes
( ) 4 partes
( ) 5 partes
( ) 6 partes
3. Quais são os dois equ i l íbrios que o mediador tem obrigação de zelar entre as partes?
Expl ique-as.
4. Qual a d iferença entre o cód igo de ética do mediador e o regu lamento modelo do
mediador? Expl ique-os.
5. A ética do mediador está centrada no(a) :
) Perspicácia
) Neutra l idade
) Sig i lo
) Observação dos fatos
) Segurança e confiança
Este é o fi nal do módu lo 5
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Ética e confidencial idade do med iador
Respostas
1 . F - V - F - F - V
2. 6 partes
3. Equ i l íbr io de poder - tom de voz , questões de encaminhamento e legit im idade; e
Equ i l íbrio de i nformações - o med iador deve orientar as partes a buscarem todas as
i nformações necessárias à tomada de decisão .
4. O cód igo de ética do med iador é um documento q ue norteia a conduta ética q ue norteia a
conduta ética dos mediadores.
O reg u lamento modelo da med iação é o documento que contém as regras que or ientam o
processo de mediação , bem como outros aspectos envolvidos.
5. Sig i lo
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Med iação de Confl itos 2
Mediação de confiitos 2 - Módulo 1
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Apresentação
No contexto do pol ic ia mento com u n itá rio, a ação do po l ic ia l está ma is voltada para
as re l ações i nterpessoa is . Então, conceitos como os de med iação e reso l ução d e
confl itos, p revenção da vio lência e outros deverão esta r presentes em seus estudos .
Na u n idade 1 , do cu rso Med iação de Confl itos, você estudou, pri nc ipa l mente, os
q uatro t ipos idea i s de formas pacíficas de reso l ução de confl itos o u de reso l u ções
a lternativas de d i sputa: a rbitragem, conc i l iação e negociação e med iação (ADRs -
Alternative Dispute Reso l ut ion) , lem bra? E se deteve aos aspectos conceitua i s
re lac ionados à mediação de confl itos.
Nesta un idade, denominada Med iação de Confl itos 2, você estudará os aspectos
técn icos que possi b i l itam o processo e a med iação.
Ao final deste curso, você deverá ser capaz de:
� Enu merar os modelos e técnicas de med iação;
� Identificar os passos q u e compõem o processo de mediação de
confl itos; e
� Reconhecer a i mportâ ncia da mediação de confl itos no â m bito d a
Seg u rança Púb l ica .
Este curso está d ividido nos seguintes módulos:
Módulo 1 - Modelos e técn icas de mediação
Módulo 2 - A mediação passo a passo
Módulo 3 - Med iação de confl itos e Seg u ra nça Púb l ica
Mediação de conflitos 2 - Módulo 1
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Módulo 1
Modelos e técn icas de med iação
Apresentação
Na u n idade 1 , do c u rso Med iação de Confl itos, você estudou o conceito, o pr incípio
fu ndamenta l , a i mportâ nc ia da mediação e as á reas de ap l i cação.
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
� I dentificar os t i pos de mediação;
� Compreender os modelos de med iação; e
� Assoc ia r as técn icas uti l izadas no processo de mediação aos modelos.
O conteúdo deste módulo está d ividido em 3 aulas:
Aula 1 - Ti pos de med iação
Aula 2 - Modelos de mediação
Aula 3 - Técn icas de mediação
Mediação d e conflitos 2 - Módulo 1
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Aula 1
Ti pos de med iação
A med iação é um processo que faci l ita o d iá logo e a uxi l i a a construção de so l uções
cooperativas.
Atua lmente, o processo de mediação privi leg ia as re lações i nterpessoa is, por isso é
importante que se identifique as parti cu la r idades de cada s ituação, cons iderando a
natu reza de cada confl ito.
A bibl iografia aponta alguns t ipos de mediação, como você estudará a seguir:
Mediação técn ica - O processo de mediação técn ica está assoc iado a empresas.
Nesse contexto, "os med iadores são gera l mente técn icos recrutados por u ma
institu ição que recebem formação específica e atuam em nome d essa i n stitu ição na
med iação de confl itos". (UCB Vi rtua l , Tecno log ia em Seg u ra nça e Ordem Púb l ica,
2009) . Os med iadores possuem formação específica (d i reito, ps ico log ia e pedagogia) .
Mu itos possuem víncu l o empregatíc io .
Mediação comunitária - Esse processo a pa rece re lac ionado aos confl itos da
com u n idade. Os mediadores são membros da própr ia com un idade e m u itas vezes
recebem formação específica para atua rem nos processos de mediação.
Mediação forense - Refere-se aos p rocessos de med iação rea l izados nas u n idades
de j u stiça. Veja como exemplo o mode lo adotado no Tribuna l de J u stiça d o Distrito
Federa l e Territórios (TJ DFT) .
(Link para: http://www.pailegal.net/mediation.asp?rvTextold=- 1 1 76477 1 14)
Mediação penal - Real izada em a l g u ns países como forma de reso lver p rob lemas
existentes nos presíd ios, como, por exe m plo, a superlotação carcerária. (link para: http://www.pailegal.net!mediation.asp?rvTextold= 1 134424 1 07)
Mediação fami l iar - É o processo q u e ofe rece à família em crise, estrutu ra e a poio
profiss iona l pa ra reso lução dos confl itos com o mín imo de comprometi mento da
estrutu ra psicoafetiva de seus membros. (Link para: http://www.pailegal.net!chicus.asp?rvTextold= 1680689909)
É importante destacar que essas d ivisões são apenas didáticas, pois, na prática,
muitas vezes os modelos se associam .
Mediação d e conflitos 2 - Módulo 1
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Veja alguns exemplos h i potéticos ressa ltados pe la UCB Vi rtua l (Tecnologia em
Seg u ra nça e Ordem Púb l ica, 2009) .
Exemplo 1 : U m n úc leo de mediação técn ica i n stitu ído na Defensor ia Púb l i ca possu i
a rt icu l ação com exper iênc ias comu n itá r ias de mediação de confl itos.
Exemplo 2 : Um n úcleo de mediação em u m a de legac ia ou em u m a u n idade de
po l ic iamento com u n itá r io esta belece a rti cu lação com a assoc iação de moradores
l oca l q u e atua na med iação de confl itos.
I mportante!
As experiênc ias de mediação comu n itá r ia evita m ta mbém identificar como
mediadores, obrigator iamente, as l i dera nças com u n itá r ias já reconhecidas e
i n stitu ídas, pr inc i pa l mente as q u e possuem u m a l idera nça pol ít ica conso l idada. Todo
esse cu idado busca evita r q u e o p rocesso de med iação seja rea l izad o com base em
re lações de poder ou de submissão já i n stitu ídas na com u nidade . (UCB, Tecno log ia
em Seg u rança e Ordem Púb l ica, 2009)
A lém dos ti pos citados, é possível menc ionar outros tipos de mediação.
• Med iação educativa ou nas esco las, nas i n stitu ições de saúde, nas q uestões de
meio a m biente; mediação corporativa, nas organ izações e no traba l ho; e
• Med iação tra nscu ltu ra l e pol ít i ca; no amb iente fam i l ia r, ta nto na perspectiva
transgeraciona l q u a nto no i nter ior da mesma geração, nos confl itos conjuga is,
de fi l iação, da parti l h a de bens e, sobretudo, da gua rda dos fi l hos.
Aula 2
Modelos de mediação
Enquanto os ti pos a ponta m e reforçam os ca mpos de ut i l ização, os mode los se
re lac ionam aos d i ferentes aspectos teórico-metodológ icos (d iferentes escolas) que
servem de su bsíd io para a cond ução do p rocesso de med iação.
De acordo com Suares ( 1 997, apud Pad i l ha www.am bitoj u rid ico.com.br) são três os
modelos de mediação ma is uti l izados nos Estados U n idos : o modelo tradicional
l inear de Harvard, o modelo transformativo de Bush e Folger e o modelo
c ircular-narrativo de Sara Cobb.
Mediação de conflitos 2 - Módulo 1
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Modelo tradicional- l inear: Esse modelo teve or igem em Harva rd e está focado na
reso lução de prob lemas ou na construção de u m acordo. Está or ientado pa ra o
passado, ou seja, o que levou acontecer o confl ito e como é possíve l reso lvê- lo . A
mediação é o processo para busca r esse acordo.
O mediador, nesse caso, dentro de um processo l i near, c l a ro, e em eta pas
preestabelecidas, a penas aj uda as partes a chegarem a um acordo satisfatór io para
todos, dentro de u m amp lo espectro de atuação. Dentro dessa vertente, med iação é
o termo genérico de toda i ntervenção de terce i ro em u m confl i to, sendo o termo
"conci l i ação" um objetivo natu ra l do mediador. (www.arcos.org.br)
Modelo transformativo: Esse mode lo fo i cr iado a parti r da teor ia de Robert Bush e
Joseph Folger e o objetivo não é, ú n ica e exc l us ivamente, o acordo, mas as d iversas
poss ib i l idades advindas da mediação. Sua or ientação é o futu ro, ou seja, o q u e for
esta belecido como so l u ção auxi l i a rá no futu ro da re lação entre as partes.
Nesse modelo, d iz-se q ue o acordo de ixa de ser focado, passando-se a se foca r nas
próprias pessoas ou no t ipo de confl ito e colaborando para que as pessoas
recon heçam, em s i mesmas e n o outro, necess idades, possi b i l idades e capacidade de esco lha e de deci são, p romovendo a transformação na re lação e viab i l iza ndo, como
conseq uência natu ra l , o acordo. Para os adeptos desse mode lo, há u ma g rande
d iferença entre o que ser ia conci l i ação e mediação, po is aque la ser ia o mode lo
centrado no acordo, e essa o modelo centrado nas pessoas ou no confl ito. (www.arcos.org.br)
Modelo circu lar: Na rrativo de Sara Cobb: Esse modelo cr iado por Sara Cobb busca
un i r os modelos trad ic iona l - l i near e tra nsformativo, pois foca ta nto nas re lações das
pessoas envolvidas no confl ito qua nto no acordo. De acordo com o modelo, o
confl ito, as pessoas e o contexto (h i stória) não podem ser vistos de forma iso lada, mas s im de forma inter-re lac ionada .
"Dentro dessa vertente, o pensamento s i stêmico, a teoria das na rrativas e o enfoque
em redes socia is são as bases pa ra a atuação do mediador". (www.arcos.org.br)
No Brasil, os três modelos existem e, m u itas vezes, aparecem de forma confl itiva,
mas de acordo com Souza (www.a m bitoj u rid ico.com.br) é possíve l nota r q u e "o
projeto de lei brasi le iro acolhe impl icitamente a orientação que vê na mediação
um método para que as partes aprendam a administrar seus confl itos, já que
proíbe expressamente q u e o med iador sug i ra uma proposta específica de acord o
para as partes."
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Aula 3
Técn icas de med iação
Cada um dos modelos apresentados na a u l a a nter ior traz consigo um conj u nto de
técnicas a l i n hadas a natu reza do confl ito, ao foco que se propõe a l ca nça r, ao
processo e a formação do med iador, como você estudará a seg u i r:
Modelo tradicional- l inear
Conforme Bispo (www.rh.com.br), as técn icas ut i l izadas nesse modelo estão
re lac ionadas aos quatro princípios de negociação de Harvard, que envolvem:
• Separação das pessoas d o prob lema; • Foca l ização dos i nteresses e não as pos ições; • Criação de opções pa ra o benefício m útuo; e • Ut i l ização de cr itér ios objetivos.
O mediador tem como fu nções fac i l ita r o d i á logo centrado no verba l e estabelecer a
ordem a parti r do caos de pensa mentos, percepções e senti mentos.
Modelo transformativo
As técn icas assoc iadas ao modelo tra nsformativo poss ibi l ita m o recon heci mento do
outro como protagon ista do processo. E l as busca m promover a aná l i se conj u nta da
s ituação. O mediador motiva as pa rtes pa ra q ue j u ntas possam toma r deci sões.
Modelo circu lar
As técn icas uti l izadas no modelo c i rcu l a r busca m a preservação do víncu lo dos
envo lvidos, esti m u l a m a reflexão sobre o confl ito e a reação das pa rtes envo lvidas .
M u itas vezes, o med iador mod ifica os s ign ificados de fatos ocorr idos, pa ra que as
pa rtes perceba m as poss ib i l idades pa ra so lução do confl ito.
F ina l izando Mediação d e confiitos 2 - Módulo 1
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Neste módulo, você aprendeu que:
..,.. A b ib l iografia aponta a lguns t ipos de mediação, como, por exemplo :
técn ica, com u n itár ia, fam i l i a r, pena l , forense, dentre outras .
..,.. São três os modelos de mediação: trad iciona l - l i nea r, transformativo e
c i rcu l a r.
..,.. Cada u m dos modelos apresentados traz cons igo u m conj u nto de
técn icas a l i n hadas a natu reza do confl ito, ao foco q u e se propõe
a lcança r, ao processo e a formação do mediador .
..,.. Autores ma is contemporâneos aposta m n u m modelo de mediação
h íbr ido e fl exíve l , onde o mediador seja um fac i l itador, ou seja, e le g u i a
a s partes, busca ndo o eq u i l íbr io de poder e o compa rt i lhamento d e
responsa b i l idades, p o r m e i o d o s processos d e com un icação e
cooperação para que as pa rtes, em conj u nto, construa m um acordo ou
entendam o confl ito.
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Neste módulo são apresentados exercícios de fixação para auxi l iar a
compreensão do conteúdo.
Exercícios:
1 . Cons idera n do os t i pos de med iação, associe a segunda co l u na de
acordo com a prime i ra :
1 . Med iação técn ica
2 . Med iação com u n itá r ia
3 . Med iação forense
4. Mediação pena l
5 . Med iação fam i l i a r
( Os med iadores são membros da própr ia com u n idade e m u itas
vezes recebem formação específica pa ra atuarem nos processos de
med iação.
( ) É ut i l izada pa ra resolver su per lotação em pres íd io.
( ) "Os med iadores são gera l mente técn icos recrutados por u m a
i n st itu ição q ue recebem formação específica e atu a m em n o m e d essa
i n st i tu ição na mediação de confl itos".
( ) Refe re-se aos processos de med iação rea l izados nas u n idades de
j u st iça .
Seu objeto é a fa m íl i a em crise .
2 . Cons iderando os modelos de mediação, associe a seg u nda col una de
acordo com a prime i ra :
1 . Mode lo t rad ic iona l - l i nea r
2 . Modelo t ra nsformat ivo
3. Modelo c i rcu l a r
Sua or ientação é o futu ro, ou seja, o q ue for esta be lec ido como
so l ução auxi l i a rá no futu ro da re lação entre as pa rtes.
( ) Foca ta nto nas re lações das pessoas envolvidas no confl ito qua nto
no acordo.
Modelo focado na reso l ução de prob lemas ou na construção de
um acordo.
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3. Marq ue (V) pa ra as sentenças verdade i ras e (F) pa ra as fa l sas :
) O po l ic ia l , m u itas vezes, é a pr i nc ipa l referênc ia da com u n idade
pa ra a presença do Estado em seu meio . Nesse sent ido, as u n idades de
pol íc ia (ta nto c iv i s q uanto m i l ita res) são freq uentemente procu radas
pe la popu l ação pa ra a reso l ução dos ma i s d iversos prob lemas .
O estudo rea l izado por Li ma reafi rmou a tese que a taxa de
homic íd ios em São Pa u lo está re lac ionada ao t ráfico de d rogas .
( ) O i nvest imento em po l ít icas púb l icas vo ltadas pa ra a promoção da
cidadan ia , ampl iação do acesso à J u st iça e a construção da paz tem se
mostrado um efic iente i n stru mento na prevenção e controle da v io lênc ia
e da cri m i na l idade.
( ) A i m pla ntação de núc leos de med iação de confl itos, em sua ma ior
pa rte, com u n itá r ios, representa u m i m porta nte componente na
promoção da c idad a n ia .
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Gabaritos:
1 . Cons iderando os t i pos de med iação, associe a seg u nda co l u na de
acordo co m a prime i ra :
1 . Med iação técn ica
2 . Med iação com u n itá r ia
3 . Med iação forense
4. Mediação pena l
5 . Med iação fam i l i a r
( 2 ) Os med iadores são membros da própria com u n idade e mu itas
vezes recebem formação específica pa ra atua rem nos processos de
med iação.
4 É uti l izada pa ra reso lver su per lotação em presíd io .
1 "Os med iadores são gera l mente técn icos recrutados por u ma
i n st itu ição q ue recebem formação específica e atua m em nome dessa
i n st i tu ição na mediação de confl itos".
( 3 ) Refere-se aos p rocessos de med iação rea l izados nas u n idades de
j u st iça .
( 5 ) Seu objeto é a fa m íl ia em cr i se.
2. Cons idera n d o os modelos de mediação, associe a seg unda col u n a de
acordo com a prime i ra :
1 . Mode lo trad ic iona l - l i nea r
2 . Modelo t ra nsformativo
3 . Modelo c i rcu l a r
( 3 ) Sua or ientação é o futu ro, ou seja, o que for esta belec ido como
sol ução auxi l i a rá no fut u ro da re lação entre as pa rtes .
( 2 ) Foca ta nto nas re lações das pessoas envolv idas no confl ito
q ua nto no acordo.
( 1 ) Modelo focado na reso l ução de prob lemas ou na construção de
u m acordo.
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3 . Marq u e (V) pa ra as sentenças verdade i ras e (F) pa ra as fa l sas :
( V ) O pol ic ia l , m u itas vezes, é a pr inc ipa l referênc ia da com u n idade
pa ra a presença do Estado em seu meio . Nesse sentido, as u n idades de
po l íc ia (tanto c iv i s quanto m i l ita res) são freq uentemente procu radas
pe la popu lação pa ra a reso lução dos ma is d iversos prob lemas .
( F ) O estudo rea l izado por L ima reafi rmou a tese que a taxa de
homic íd ios em São Pa u lo está re lac ionada ao t ráfico de d rogas .
( V ) O invest imento em po l ít icas pú bl icas vo ltadas pa ra a promoção
da c idadan ia, a m pl iação do acesso à J u st iça e a construção da paz tem se
mostrado um efic iente i n st rumento na prevenção e contro le da vio lênc ia
e da cri m i na l idade.
( V ) A i m p la ntação de n úc leos de med iação de confl itos, em sua maior
pa rte, com u n itá rios, representa um i m portante com ponente na
promoção da c idadan ia .
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Med iação de Confl itos 2
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Módulo 2
A med iação passo a passo
Apresentação
Agora que já sabe q ua i s os modelos de mediação ut i l izados. Veja como fazê- l a !
É importante destacar que a lguns a utores questionam a expressão "passo a
passo", pois, como você estudou no mód u lo 3, da u n idade 1 , e les chamam a atenção
para d uas das características da mediação: pa rt ic i pação e flexi b i l idade.
Contudo, é importante que, como mediador, você conheça bem o objetivo de
cada um dos passos, isso lhe trará segurança.
Ao final do módulo, você será capaz de:
llJll.- Enu merar todos os passos a serem rea l izados no processo de mediação.
O conteúdo deste módulo está d ivido em 4 aulas:
Aula 1 - O passo a passo da mediação
Aula 2 - Cu idados a serem tomados no p rocesso de mediação
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Aula 1
O passo a passo da med iação
O passo a passo que você estudará relaciona-se com o modelo de mediação q u e
a ponta para a forma l ização de u m acordo, m a s você observa rá que d u rante o
processo as pa rtes são esti m u ladas a investig a rem o prob lema q u e gerou o confl ito,
c ri ando condições pa ra q u e i nvestiguem as pos ições de cada um dos membros.
A metodologia apresentada foi elaborada pelo professor Daniel Seidel, que
a l ém de d ocente é secretár io executivo da Comissão Bras i le i ra de J u stiça e Paz,
orga n i smo vi ncu lado a C N B B uti l izado com sucesso em d iversos contextos e t ipos de
med iação.
De acordo com Seidel (2004, p. 24), a mediação compreende 5 (cinco) etapas:
� Pré-med iação;
� Começo da mediação;
� Escuta ativa;
� Procu rando so l u ções; e
� F i rmando compromissos.
Pré-med iação
Qual o objetivo?
Pa ra o med iador, a pré-med iação favorece o con heci mento do confl i to a parti r das
partes. Já pa ra as pa rtes, a expressão verba l d o seu ponto de vi sta va i cri ando
condições pa ra q u e se perceba d i ante da q uestão.
Como fazer?
De acord o com Seide l (20007, p . 24), nessa fase você deve:
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� Apresenta r-se como med iador e perg u nta r às pessoas envolv idas no
confl ito, se gostar iam q ue você as aj udasse a resolver o p rob lema;
� Escuta r com atenção a versão do que aconteceu, p rocu rando identificar
necess idades e i nteresses;
� Encontra r u m l uga r ca l mo para fazer a med iação; e
� Combinar as regras do processo de med iação.
Durante a fase de pré-med iação, deve ser acordado o local , a data e o horário em que
será rea l izada a prime i ra conversa com u m entre os envolvidos.
Importante!
A pré-med iação é rea l izada com cada uma das pa rtes em separado.
Começo da mediação
Qual o objetivo?
Prepara r as partes para o processo, i nformando as regras que deverão ser seg u idas .
Como fazer?
Tudo certo com a pré-med iação? Pode in ic ia r a mediação!
De acordo com Seide l (2007, p.24), nessa eta pa o mediador deve:
Aco lher as pessoas e ped i r que e las concordem com as seguintes regras:
� Tenta r so luc ionar o prob lema de forma pacífica;
� Não ofender verba l mente o outro;
� Não i nterromper, cada pa rte terá o mesmo tem po para fa l a r; e
� Guardar seg redo.
Durante o processo de med iação, se houver o descu m pri mento das reg ras
combinadas, o med iador pode i nterromper, momentanea mente, o d i á logo e lem bra r
a todos as reg ras.
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Escuta ativa
Qual o objetivo?
Gara nti r a atenção das pa rtes d u ra nte o p rocesso, possi b i l ita ndo q ue tenham uma
v i são d o confl ito a part i r de a lguns e lementos técn icos, como, por exemplo, a
paráfrase .
Paráfrase
Recu rso de com u n i cação q u e cons iste em repeti r com as suas pa l avras a mensagem
d ita pe lo outro. Esse mecan i smo auxi l i a na com preensão m útua da mensagem,
forta lecendo a com u nicação e favorecendo que "outro" possa escuta r-se a pa rti r de
outra pessoa.
Como fazer?
Tudo certo com a p ré-med iação? Pode i n i c i a r a mediação!
De acord o com Se ide l (2007, p. 24), ao mediador caberá:
Criar u m ambiente em que as pessoas possam se expressar l ivremente e de
forma confiante.
Para isso, o mediador i ntrod uzi rá algumas perguntas q ue permita m desenvolver um debate raciona l .
Perg u nte à pri me i ra pessoa: O que aconteceu ? Pa rafraseie .
Perg u nte à pr i me i ra pessoa: Como está se senti ndo?
Perg u nte à seg u nda pessoa: O q u e aconteceu ? Pa rafraseie.
Perg u nte à seg unda pessoa : Como está se senti ndo?
Nessa etapa, o mediador deve:
� Aj udar os envolvidos a não cr iarem u m c l ima de acusações, de forma
que se centrem no mio lo d o confl ito e d iferenc iem posição de i nteresse;
e
� Esti m u la r a capacidade das partes em compreender o ponto de vista da
o utra pa rte e evita r fica r procurando cu l pados.
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Procurando soluções
Qual o objetivo?
Auxi l i a r as partes a l evantarem a lternativas de so l ução.
Como fazer?
Na oportu n idade de procu ra r so luções, o mediador, seg undo Seide l (2007, p .24),
deve:
...,. Perg u nta r à pr ime i ra pessoa: O que ela poderia ter feito de forma
d iferente? Pa rafraseie .
...,. Perg u nta r à seg u nda pessoa: O que ela poderia ter feito de forma
d iferente? Pa rafraseie .
...,. Perg u nta r à pr ime i ra pessoa : O que e la pode fazer a q u i e agora pa ra ajudar a so l uc ionar o prob lema? Pa rafraseie .
...,. Perg u nte à seg u nda pessoa: O que e la pode fazer a q u i e agora para
ajudar a so luc ionar o prob lema? Pa rafraseie .
...,. Uti l izar o q u estionamento cr iativo para aproxi mar ma i s as pessoas de
uma so lução.
F i rmando com prom issos
Qual o objetivo?
Possi b i l ita r que as partes construa m a so l ução de forma conj u nta e formal izem o acordo.
A formal ização i m portante para o acompa n hamento do processo.
Como fazer?
Esta mos no fi m do p rocesso de med iação, por i sso, de acordo com Seidel (2007,
p .24), você deverá:
...,. Aj udar as pessoas envolv idas no confl ito a encontra rem u ma sol ução
que seja boa para a m bas e com a q u a l e las se s intam bem; Mediação de conflitos 2 - Módulo 2
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Aula 2
..,... Repeti r a so l ução deta l hadamente para as pessoas envolvidas e
perg u nta r se concordam;
..,... Red i g i r o acordo fi na l de forma c la ra e rea l i sta, com ações, prazos e
responsáveis . Sol ic ita r às pa rtes que ass i nem o acordo. Da r uma cópia
para cada u ma de las; e
..,... E log ia r as pa rtes e paraben izá- las pe la mediação bem suced ida, se
ass i m o fo r.
Cuidados a serem tomados no processo de mediação
Como você estudou na a u l a a nter ior, o método oferece um ca minho e or ienta o
p rocesso, contudo a l g u n s cu idados devem ser tomados pe lo mediador. São e les :
Antes de in ic iar o processo, verifi que se:
..,... Recebeu ca pacitação conceitua i , lega l e técn ica adeq uada para atua r
no processo. Caso não se ache preparado, rea l ize cu rsos ad iciona is,
ass ista a l g u ns processos de mediação e atue como med iador, sob a
su pervisão de u m med iador ma i s exper iente q u e poderá or ientá- lo em
seu processo de formação .
..,... O confl ito em q uestão pode ser mediado. Se não há deseq u i l íbrio
entre as pa rtes, se há capacidade de a m bas as partes contri bu írem
para a construção conj u nta de so l uções e se a m bas as pa rtes desejam
adotar esse processo pa ra o confl ito em q uestão .
..,... Possu i leg iti midade pa ra atua r como u m tercei ro i m pa rc ia l , ou seja, se
é ace ito pe las partes, naque le confl ito.
Dura nte o processo de mediação, de acordo com a UCB Vi rtua l (Tecnolog ia em
Seg u rança e Ordem Púb l ica), o mediador deve adota r os seg u i ntes cu idados :
..,... Favoreça um a m biente de cooperação, evita ndo a com petição e o
confronto. O mediador deve evitar o ju lgamento, com o
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estabelecimento de rótulos entre as partes e seus argumentos como
"certo e errado", "cu l pado e inocente", "verdade i ro e fa l so", "bom e
mau", etc. O pré-j u lga mento de cada u m a das pa rtes ou de suas atitudes
de a cordo com os va lores e convicções do med iador pode esti m u l a r a
com petição d u rante a mediação, fazendo com que uma das pa rtes
busq ue derrota r a outra e não coopera r com e la .
..,._ Equ i l ibre e mantenha o equ i l íbrio de poder entre as partes. O
med iador deve evita r que uma das pa rtes s u bmeta ou subjugue a outra,
evita ndo q u e essa se man ifeste l ivremente. Nesse sentido, devem ser
evitadas atitudes ofensivas ou desrespeitosas e deve-se esti m u l a r q u e
todas as op in iões sejam ouvidas com a bertu ra e respeito .
..,._ Busque a escuta e entend imento dos argumentos e necessidades de
cada parte, estimulando o diálogo e o entend i mento do ponto de
vista do outro. O mediador deve saber escutar o que não foi d ito de
forma clara, entender o conteúdo das entrel i nhas e buscar esti m u l a r
que os conteúdos n ã o exp l ícitos fiquem m a i s c l a ros, fac i l ita ndo a
com u n icação. No enta nto, não imponha sol uções, pois essas podem
ser v istas como positivas da perspectiva do med iador e, de fato, não
serem aceitáveis pe las pa rtes .
..,._ Acredite na importância da relação entre as partes e na ca pacidade
dos envolvidos poderem constru i r a so l u ção para os seus prob lemas .
..,._ Saiba quando interromper uma discussão não apropriada, sem
ofender as pa rtes. O mediador deve sempre usar uma l i ng uagem neutra,
desprovida de reprovação .
..,._ Respeite as partes e ten ha sens i b i l idade pa ra com as d iferenças
cu ltu ra i s, re l i g iosas, de gênero, raça e etn ia .
Importante!
A mediação é um processo voluntário. As partes possuem l i berdade de "opta r pela
adoção ou não da med iação e podem des isti r do processo a q u a l q uer momento. A
opção pela mediação, além de vol untária, tem também de ser consciente. Ou seja, a med iação tem de ser preced ida pe la i nformação e exp l i cação sobre como
fu nciona o processo, para que os envolvidos possam então decid i r sobre a adoção ou
não desse processo". (UCB Vi rtua l , Tecno log ia em Seg u ra nça e O rdem Púb l ica)
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Antes de conc l u i r o estudo deste mód u lo, le ia o texto "Mensagem-eu" do professor
Dan ie l Se ide l . "Mensagem-eu" é u ma excelente ferra menta q ue auxi l ia no processo
de com u n icação i nterpessoa l . (Anexo: Ficha_OB_MensagensEu.pdf)
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Final izando
Nesta aula, você estudou que:
� De acordo com Seide l (2004, 24), a med iação com preende 5 (c inco)
etapas: pré-med iação, começo da mediação, escuta ativa, procu ra ndo
sol uções e fi rmando com promissos.
� Antes de i n ic iar o processo, o mediador deverá verificar se recebeu
capacitação adeq uada, se o confl ito em questão pode ser med iado e se
possu i leg it imidade para atua r como um tercei ro i m pa rc ia l .
� Dentre o s cu idados d u ra nte o p rocesso de mediação estão o
favorec imento a u m a m biente de cooperação e o respeito com as
partes.
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Neste módulo são apresentados exercícios de fixação para auxi l iar a
compreensão do conteúdo.
Exercícios:
1 . En u mere do pr ime i ro pa ra o ú lt imo os passos do processo de
med iação:
( ) Escuta ativa
( ) P ré-med iação
( ) P rocu rando so l uções
( ) F i rmando com p romissos
( ) Começo da med iação
2 . Marq ue (V) pa ra a s sentenças verdade i ras e (F) pa ra as fa l sas :
( ) Todo confl ito é pass íve l de med iação.
( ) D u ra nte a fase de pré-med iação, deve ser acordado o loca l , a data e
o horá rio em q ue será rea l izada a pr ime i ra conversa com u m entre os
envo lvidos .
( ) O med iador não necess ita de ca pacitação.
( ) O processo de med iação é inflexíve l .
( ) A s pa rtes possuem l i berdade de opta r pe la adoção ou n ã o d a
med iação e podem des i st i r do processo a q u a l q uer mo mento.
Mediação d e conflitos 2 - Módulo 2
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Gabaritos:
1 . Enu mere do pr ime i ro pa ra o ú lt imo os passos do processo de
med iação:
( 3 ) Escuta at iva
( 1 ) Pré-med iação
( 4 ) Procu rando so luções
( 5 ) F i rmando compromissos
( 2 ) Começo da med iação
2. Marque (V) pa ra as sentenças verdade i ras e (F) pa ra as fa l sas :
( F ) Todo confl ito é pass ível de med iação.
( V ) Dura nte a fase de pré-med iação, deve ser acordado o loca l , a data
e o horá rio em que será rea l izada a pr ime i ra conversa com u m entre os
envolvidos.
( F ) O med iador não necessita de capacitação.
( F ) O processo de mediação é i nflexível .
( V ) As pa rtes possuem l i berdade de opta r pela adoção ou não da
mediação e podem des ist i r do processo a qua lquer momento.
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Med iação de Confl itos 2
Mediação de conflitos 2 - Módulo 3
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Módulo 3
Mediação de confl itos e Seg u rança Públ ica
Apresentação
Na u n idade l , você estudou q u e de ntre os instru mentos metodo lóg icos
desenvolvidos para a prevenção da vio lênc ia e a construção de uma cu l tu ra de paz
destaca-se a med iação de confl itos.
D iante dos novos cenár ios q u e exigem novas formas de pol ic ia mento e novas
competências pa ra atua r nesses cená rios, a med iação está sendo entend ida como
um mecan ismo mais a m p l o de desconstrução de confl itos e uti l izada com sucesso,
dentre outras á reas, no po l ic iamento com u n itár io.
Neste módulo, você aprofundará o estudo sobre a relação existente entre
mediação de confl ito e Segurança Públ ica.
Ao final do módulo, você será capaz de:
� Recon hecer a i m portâ nc ia da med iação de confl itos no â mbito da
Seg u rança Púb l ica .
O conteúdo deste módulo está d ivido em 4 aulas:
Aula 1 - Mediação de confl itos e as ações de Seg u ra nça Púb l ica
Aula 2 - O Prog ra ma Nac iona l de Seg u rança com Cidadan ia (PRONASC I )
Aula 3 - Atuação po l ic ia l e a "abordagem med iativa"
Mediação de conflitos 2 - Módulo 3
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Aula 1
Med iação de confl itos e as ações de Seg u ra nça Públ ica
Conflitos como geradores da crimina l idade
O estud o rea l izado por L ima (2002) aponta que grande parte dos homicíd ios, na
g rande São Pa u l o, tem origem em pequenos confl itos gerados na própria
com u nidade.
O estudo demonstra que os motivos dos homicídios estão associados a confl itos
socia is d iversos, como br igas domésticas, em ba res ou entre vizi n hos. Aponta
ta m bém, q u e os confl itos estão l i gados a um cenário u rbano fragmentado, onde
estão p resentes vá r ias práticas i l ega i s, d i a nte de u m Estado inca paz de se leg iti mar
como mediador efi caz de confl itos.
Os dados do estudo foram extraídos de boletins de ocorrência e inquéritos
pol ic iais de homicíd ios na cidade de São Paulo, no ano de 1 995, c lass ificando-os
nas seg u i ntes categor ias :
..,. Mortes ca usadas em fu n ção da lóg ica comerci a l ou orga n izac iona l do
tráfico ( Exemplo : mortes por d ívidas o u br igas p o r espaço); e
..,. Confl i tos socia i s d iversos e l atrocín ios .
O estudo concl u iu que:
..,. N o caso dos cr imes de a utor ia con hecida, 92,4% dos homic íd ios estão
re lac ionados aos confl i tos, 5,8% correspondem aos l atrocín ios (rou bos
seg u idos de morte) e apenas 1 ,8% às d rogas; e
..,. Nos cr imes de a utor ia d esconhecida, 55,9% estão l igados aos confl itos,
22,8% ao tráfico e 2 1 ,3% ao l atrocín io .
Como você pode observa r, os d ados i nd icam que grande parte dos homicídios
está d i retamente relacionada aos confl itos. Diante d i sso é poss íve l refleti r sobre a
seg u i nte q uestão:
O i nvestimento em estratégias que possib i l item a administração dos confl itos
no i n ício do problema pode evitar a violência e o crime?
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Outros estudos têm provado que sim. Ta nto que, conforme você estudou no mód u l o
2 , a O N U , por m e i o da Resol u ção n º 26, de 28 de j u l h o d e 1 999, do Conse l ho
Econôm ico e Soc ia l das Nações U n idas, p revê que os Estados devem desenvolver, ao
lado dos respectivos s istemas jud ic ia is, a promoção dos chamados ADRs -
Alternative Dispute Resol ution"( Arbitragem, conci l i ação e negociação e
med iação) .
Aula 2
O Programa Nacional de Seg ura nça com Cidada nia ( P RO NASC I )
O invest imento em meios de reso l ução pacífica de confl itos, em po l ít icas púb l icas
voltadas para a promoção da c idadan ia , na amp l iação do acesso à Justiça e na
construção da paz tem se mostrado u m efic iente i nstru mento na prevenção e
contro le da v io lência e da cri m i na l idade.
A l i n hado ao conceito e as práticas de segurança cidadã o M i n i stério da J u st iça
i m plementou o Programa Nacional de Segurança com Cidadania (P ronasc i ) .
O conceito de segurança cidadã surgiu na Colômbia, na década de 1 990, e
está em crescente implan tação na América Latina. A segurança cidadã
defende a implementação integrada de políticas públicas multissetoriais,
promovendo o acesso à Justiça em nível local.
Programa Nacional de Segurança com Cidadania (PRONASCI)
Criado a parti r de ma rço de 2007, pelo M in i stro da J u stiça, Ta rso Gen ro, a pa l avra
chave do projeto é a rticu lação. O prog rama é u m a i n iciativa p ione i ra q u e reúne
ações de prevenção, contro le e repressão da v io lência com atuação focada nas ra ízes
sociocu ltura is do cr ime. Articu la p rog ramas de Seg u rança Púb l ica com po l ít icas
soc ia is já desenvo lvidas pe lo governo federa l , sem abr i r mão das estratég ias de
controle e repressão q u a l ificada à cri m i n a l idade. As ações desenvolvidas pelo
PRONASCI seg u i rão a i nda as d i retrizes esta belec idas pe lo S i stema Ú n ico de
Seg u rança Púb l i ca, cujo eixo centra l é a a rt icu l ação entre U n ião, estados e m u n icípios
para o combate ao cr i me.
Sa i ba mais o sobre PRONASCI e seus projetos. (http://portal.mj.gov. br!pronasci/data!Pages/MJE24DOEE7/TEMIDAF 1 7 3 7 EAD2384 15896 1 08AOBBAOE7398 PTBRIE.htm)
Além dos projetos do PRONASCI , outras ações merecem atenção, dentre e l as, os
núcleos comunitários de mediação:
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...,.. O que são?
Espaços desti nados à p rática da mediação .
...,.. Como são criados?
Podem ser cr iados no contexto de uma institu ição púb l ica, de organ izações
da soc iedade civi l ou na própr ia com u n idade .
...,.. Quem os compõem?
Podem ser compostos por técn icos, mem bros da com u n idade ou, a i nda, te r
u m a formação mista, em q u e técn icos e mediadores comun itá rios
tra ba l h a m em conj u nto.
I mportante!
De acord o com a UCB Vi rtua l , no contexto da Po l ít ica Nac iona l de Seg u ra nça Púb l ica
(Atua l m ente, representada pr i nc ipa l mente pe lo P rog rama N ac iona l de Seg u rança
com C idadan ia - Pronasc i .) , a i m pl a ntação de núc leos de mediação de confl itos, em
sua ma ior pa rte, com u n itár ios, representa u m i m portante componente na promoção
da c idadan ia . (UCB Vi rtua l!fecno log ia em Seg u rança e Ordem Púb l ica) .
Sa i ba mais sobre os N úc leos de Seg u rança Púb l ica e seu fu nc ionamento.
N úcleo de Mediação de Confl itos em Minas Gerais . (http://www.seds.mg.gov.br!index.php?option=com_content&task=view&id=285&/temid= 7 7 9)
Governo de M i nas promove ação p reventiva por meio d o Programa Mediação de
Confl itos. (Vídeo: h ttp://www.youtube.com!watch ?v=5as/Vdu39ug)
Aula 3
Atuação pol ic ial e a "a bordagem mediativa"
N os contextos onde a po l íc ia com u n itá r ia está presente percebe-se que a atuação
pol ic ial está d i retamente relacionada à prática da mediação de confl itos.
O pol ic ial mu itas vezes é a principal referência da comunidade para a presença
do Estado em seu meio. Nesse sentido, as u n idades de po l íc ia (tanto civis qua nto
m i l ita res) são frequentemente procuradas pela popu lação para a resol ução dos
mais d iversos problemas. Dentre esses, g rande pa rte rep resenta peq uenos
confl itos em desenvolvi mento na vizi nha nça q ue, se não devidamente
admin i strados, podem se ag ravar, gerando v io lênc ia . (UCB V i rtua l , Tecno log ia em
Seg u ra nça e Ordem Púb l ica) Mediação de confiitos 2 - Módulo 3
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Dentre as abordagens utilizadas, destaca-se a "abordagem mediativo" para
a atuação policial, pois proporciona o diálogo com a comunidade e
atuação na administração de conflitos.
Importante!
Observe que a expressão ut i l izada é "a bordagem mediativa" e não med iação de
confl itos, pois dependendo do contexto, o po l ic ia l e a sua a utoridade não terão a
oportu n idade de atua r como med iador e nem as pa rtes de ag i r com autonomia .
A or ientação pa ra o d i á logo entre os envolv idos, as técnicas de "comunicação não
violenta" são fu ndamenta i s para da atuação po l ic ia l nesse novo contexto. (http://pt.wikihow.com/Praticar-a-Comunica%C3%A7%C3%A3o-N%C3%A3o-Violenta)
Para fi na l iza r o estudo deste mód u l o, fo i se lec ionada uma sér ie de a rt igos da revista
PUCVIVA, q ue na ed ição de nº 30, trata do tema vio lênc ia u rbana .
"Este n ú mero da Revista PUCViva está ded icado à ta refa de e leva r a consc iência sobre a g ravidade da v io lência u rba na e a necess idade de vê- la como prod uto da
decom posição soci a l do ca pita l i smo." (http://www.apropucsp.org.br!revista/r30_r0 7 .htm )
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Final izando
Neste mód u lo, você estudou q ue:
...,. O estudo rea l izado por L ima (2002) aponta que g rande parte dos
hom icíd ios, na g rande São Pau lo, tem or igem em peq uenos confl itos
gerados na p rópr ia com u n idade .
...,. A lém d o i nvesti mento em meios de reso lução pacífica de confl itos, o
i nvestimento em pol ít icas púb l icas voltadas pa ra a p romoção da
c idadan ia, amp l iação do acesso à J u stiça e a construção da paz tem se
mostrado um efic iente i nstru mento na p revenção e controle da
vio lênc ia e da cri m i n a l idade. Na busca de ações efetivas dentro desse
contexto, o governo i m plementou em 2007, o Prog ra ma Nac iona l d e
Seg u ra nça c o m C idadan ia .
...,. Nos contextos onde a po l íc ia com u n itá r ia está presente percebe-se que
a atuação po l i c i a l está d i reta mente re lacionada à prática da mediação
de confl itos.
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Neste módulo é apresentado u m exercício de fixação para auxi l iar a
compreensão do conteúdo.
Exercício:
1 . Marq u e (V) para as sentenças verdade i ras e (F) pa ra as fa l sas :
( ) O po l ic ia l , m u itas vezes, é a pri nc ipa l referênc ia da com u n idade pa ra
a presença do Estado em seu meio . Nesse sent ido, as u n idades de po l íc ia
(ta nto c iv is q uanto m i l ita res) são freq uentemente procu radas pe la
popu lação pa ra a reso l ução dos ma i s d iversos problemas .
) O estudo rea l izado por L ima reafi rmou a tese que a taxa de
homic íd ios em São Pa u lo está re lac ionada ao t ráfico de d rogas .
( ) O i nvesti mento em po l ít icas púb l icas voltadas pa ra a pro moção da
c idada n ia, a m pl iação do acesso à J u st iça e a construção da paz tem se
mostrado um efic iente i n stru mento na prevenção e contro le da v io lênc ia
e da c ri m i na l idade.
( ) A i m plantação de núc leos de med iação de confl itos, em sua maior
pa rte, com u n itá rios, representa um i m porta nte com ponente na
promoção da c idad a n ia .
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Ganarito:
1 . Marq u e (V) pa ra as sentenças verdade i ras e (F) pa ra as fa l sas :
( V ) O po l i c i a l , m u itas vezes, é a pr inc ipa l referênc ia da com u n idade
pa ra a presença do Estado em seu me io . Nesse sent ido, as u n idades de
po l íc ia (ta nto c iv i s q ua nto m i l ita res) são freq uentemente procuradas
pe la popu lação pa ra a reso lução dos ma i s d iversos prob lemas .
( F ) O estudo rea l izado por Li ma reafi rmou a tese q ue a taxa de
homic íd ios em São Pa u l o está re lac ionada ao t ráfico de d rogas .
( V ) O i nvest imento em pol ít icas p ú b l icas vo ltadas pa ra a promoção da
c idada nia, a m pl iação do acesso à J u st iça e a construção da paz tem se
mostrado u m efic iente i n stru mento na prevenção e contro le da v io lênc ia
e da c ri m i n a l idade .
( V ) A i m plantação de n úc leos de med iação de confl itos, em sua ma ior
pa rte, com u n itá r ios, representa um i m porta nte componente na
promoção da c idadan i a .
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