PROF. DR. WILSON RIBEIRO DOS SANTOS JUNIOR · NBR 13994 – Elevadores de Passageiros –...

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PROF. DR. WILSON RIBEIRO DOS SANTOS JUNIOR

Arquiteto

Coordenador do Mestrado em Urbanismo POSURB do CEATEC PUC – Campinas.

Ex-diretor e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do CEATEC PUC – Campinas.

Líder do Grupo de Pesquisa Requalificação Urbana CEATEC PUC-Campinas.

Membro da diretoria da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA)

1.o papel do Desenho Urbano na construção de um ambiente urbano democrático, de acessibilidade plena e inclusivo.

A recuperação, com a democratização da mobilidade e o pleno acesso

ao espaço público das grandes cidades, como o espaço democrático, do

convívio, da explicitação das diferenças e da solidariedade humana,

constitui-se como um dos nossos maiores desafios neste começo de

século.

A construção de uma sociedade democrática e igualitária,

pressupõe o reconhecimento das diferenças e o direito a

elas, a distribuição dos

benefícios do desenvolvimento material e a conquista de

padrões de

qualidade de vida compatíveis com as necessidades

humanas atuais.

A construção de uma sociedade democrática e igualitária,

pressupõe o reconhecimento das diferenças e o direito a

elas, a distribuição dos benefícios do desenvolvimento

material e a conquista de padrões de qualidade de vida

compatíveis com as necessidades humanas atuais.

A significação cultural do Desenho Urbano , enquanto

instrumento de intervenção da Arquitetura e do Urbanismo

permite ampliar os efeitos demonstrativos das obras realizadas

nas grandes cidades revelando o potencial pedagógico e de

construção de cidadania ao introduzir novas condições de

acessibilidade e novos conceitos adequados de vivência

urbana e eles.

2. a mobilidade intra urbana no contexto da

urbanização dispersa e fragmentada da Região

Metropolitana de Campinas

A Região Metropolitana de Campinas tornou-se um

importante destino de localização de parte das atividades

do terciário superior que migraram da Região

Metropolitana de São Paulo. Este deslocamento espacial,

acelerado nas últimas décadas, configurou um novo e

extenso território “continuum” urbanizado, heterogêneo,

complexo e poli-nucleado denominado de Megalópole do

Sudeste do Brasil (QUEIROGA, 2008).

0 40 80

N

POÇOS DE CALDAS

MINAS GERAIS

RIO DE JANEIRO

SÃO PAULO

ATLÂNTICO

OCEANOPARANÁ

BELO HORIZONTE

UBERLÂNDIA

BARBACENA

JUIZ DE FORA

BARRETOS FRANCA

UBERABA

S. JOSÉ DO RIO PRETO

ARAÇATUBA RIBEIRÃO PRETO

MARÍLIA

CURITIBA

SÃO PAULO

SANTOS

SOROCABA

BAURU

BOTUCATU

PIRACICABA

ARARAQUARA

SÃO CARLOS

LIMEIRA

MOGI GUAÇUARARAS

RIO CLARO

POUSO ALEGRE

JUNDIAÍ

CAMPINAS

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

INDAIATUBA TAUBATÉ

GUARATINGUETÁ

VOLTA REDONDA

RESENDE

RIO DE JANEIRO NITEROI

PETRÓPOLIS

NOVA FRIBURGOMACAÉ

CABO FRIO

120 Km

LEGENDA:

Acima de 5000.000 de habitantes

Principais

Secundários

Vetores de expansão

- Eixos consolidados

- Principais municípios de referência

De 900.000 a 2.500.000 habitantes

De 400.001 a 600.000 habitantes

De 250.001 a 400.000 habitantes

De 100.000 a 250.000 habitantes

A megalópole do Sudeste do Brasil

TREM DE ALTA VELOCIDADE RIO–SP-CAMPINAS

Os fluxos na Região Metropolitana de Campinas são intensos

e as auto-estradas tem forte presença no território, escoando

produtos de exportação, vindos de outros estados ou ali

produzidos e servindo ao deslocamento cotidiano de pessoas

(trabalho/escolas/lazer,etc.)

As auto estradas tornaram-se verdadeiras “avenidas

metropolitanas”, ainda que pedagiadas e compartilhadas com

fluxos e escalas de conexões intraurbanas diferenciadas,

.

Neste território metropolitano manifestam-se de maneira

muito expressiva, alguns dos mais típicos fenômenos da

urbanização contemporânea como a urbanização dispersa

e fragmentada, forte segregação sócio espacial,

policentralidade, envolvidos por fluxos e dinâmicas “inter” e

“intra” metropolitanas de grande intensidade.

Apresenta extensas áreas não parceladas dentro dos perímetros urbanos e fora deles e o grande estoque de áreas livres que se espalham pelo tecido urbano encontra-se mesclado a condomínios de baixa densidade e loteamentos clandestinos e regulares.

Proliferam novos espaços fechados, de acesso controlado:de moradia (condomínios oul oteamentos fechados);de trabalho(centros empresariais, centros de pesquisa, condomínios industriais); de consumo-lazer (hipermercados, parques temáticos e shoppings centers); de ensino (escolas particulares e universidades com campibastante afastados)

É urgente a definição de políticas públicas voltadas à requalificação urbana para o controle dos fluxos metropolitanos, ( menor impacto de mobilidade urbana) e na dimensão ambiental, (sistemas de espaços verdes mais integrados).

3. o conceito de Desenho Universal e suas aplicações

O Desenho Universal pode ser definido conceitualmente , em

síntese, como o projeto de produtos, edifícios, ambientes

urbanos e sistemas de comunicação que atenda segmentos

diferenciados da população em condições de igualdade. Um

projeto para todos , inclusivo,comprometido com a melhoria, no

amplo sentido , das condições de vivência coletiva.

O “projeto universal” é o processo de criar produtos acessíveis

para todas as pessoas, independente de suas características

pessoais, idade, ou habilidades, acomodando uma escala larga

de preferências e de habilidades individuais ou sensoriais dos

usuários.

A meta é que qualquer ambiente ou produto poderá ser

alcançado, manipulado e usado, independentemente do tamanho

do corpo do indivíduo, sua postura ou sua mobilidade.

O Desenho Universal não é uma tecnologia direcionada apenas

aos que dele necessitam; é desenhado para todas as pessoas.

A idéia do Desenho Universal é, justamente, evitar a necessidade

de ambientes e produtos especiais para pessoas com

deficiências, assegurando que todos possam utilizar com

segurança e autonomia os diversos espaços construídos e

objetos.

Princípios do Design Universal :

1.Equiparação nas possibilidades de uso: o design é útil às

pessoas com habilidades diferenciadas.

2.Flexibilidade no uso: o design atende a uma ampla gama de

indivíduos, preferências e habilidades.

3.Uso Simples e intuitivo: o uso do design é de fácil

compreensão.

4. Captação da informação: o design comunica eficazmente, ao

usuário, as informações necessárias.

5.Tolerância ao erro: o design minimiza o risco e as

conseqüências adversas de ações involuntárias ou imprevistas.

6.Mínimo esforço físico: o design pode ser utilizado de forma

eficiente e confortável.

7.Dimensão e espaço para uso e interação: o design oferece

espaços e dimensões apropriadas para interação, alcance,

manipulação e uso.

Normas Técnicas Brasileiras

NBR 9050 – Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e

Equipamentos Urbanos;

NBR 13994 – Elevadores de Passageiros – Elevadores para

Transportes de Pessoa Portadora de Deficiência;

NBR 14020 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência –

Trem de Longo Percurso;

NBR 14021 - Transporte - Acessibilidade no Sistema de Trem

Urbano ou Metropolitano

NBR 14022 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência

em Ônibus e Trólebus para Atendimento Urbano e Intermunicipal

NBR 14273 – Acessibilidade à Pessoa Portadora de Deficiência

no Transporte Aéreo Comercial

NBR 14970-1 - Acessibilidade em Veículos Automotores -

Requisitos de Dirigibilidade;

NBR 14970-2 - Acessibilidade em Veículos Automotores-

Diretrizes para Avaliação Clínica de Condutor

NBR 14970-3 - Acessibilidade em Veículos Automotores-

Diretrizes para Avaliação da Dirigibilidade do Condutor com

Mobilidade Reduzida em Veículo Automotor Apropriado;

NBR 15250 - Acessibilidade em Caixa de Auto-Atendimento Bancário.

NBR 15290 - Acessibilidade em Comunicação na Televisão

NBR 15320:2005 - Acessibilidade à Pessoa com Deficiência no

Transporte Rodoviário;

NBR 14022:2006 - Acessibilidade em Veículos de Características

Urbanas para o Transporte Coletivo de Passageiro.

NBR 15450:2006 - Acessibilidade de Passageiro no Sistema de

Transporte Aquaviário

As Normas Técnicas relativas à acessibilidade podem ser baixadas

gratuitamente no site: www.acessibilidade.org.br.

Legislação Federal

DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004

Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá

prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de

dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos

para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência

ou com mobilidade reduzida.

4. a necessidade de requalificação dos espaços públicos urbanos

O exemplo do Projeto Rio Cidade

Rio de Janeiro

Projeto Rio Cidade

.

Projeto Rio Cidade

Intervenções propostas:

Calçadas e passeios

Sistema viário

Mobiliário urbano

Paisagismo

Iluminação

Organização do comércio

Acessibilidade

Obras de infraestrutura

Bonsucesso

.

Praça das Nações: aspecto viário.

Praça Professor Augusto Medeiros Motta – área de lazer com mesinhas e jogos..

Botafogo(Voluntários da Pátria)

Largo do Humaitá –esquina “oásis”.

Campo Grande

Rampas e faixas de pedestres

Placas de sinalização.

Rua Viúva Dantas – antes e depois da nova urbanização

Centro

Cinelândia – vista aérea

Cruzamento –sinalização de piso e faixa de travessia de pedestres

Méier

Praça Agripino Grieco:

anfiteatro, mesinhas parajogos e playground

Mobiliário Urbano Inclusivo

Mobiliário Urbano Inclusivo

5. os desafios para a formação dos novos

profissionais: a dimensão social do ensino e

arquitetura e urbanismo

A luta pela construção de uma sociedade democrática

requer, portanto, do ensino de Arquitetura e Urbanismo o

compromisso com a busca de soluções projetuais e

construtivas capazes de atender às demandas coletivas e,

ao mesmo tempo, às específicas dos grupos que

apresentam necessidades especiais.

O estudo, a pesquisa e a busca de soluções para os

agudos problemas decorrentes da exclusão social,

certamente, irão contribuir para a qualificação dos novos

arquitetos e urbanistas tornando-os capazes de ampliar as

fronteiras de atuação e de restabelecer plenamente o

compromisso social da profissão

REFERENCIAS BIBLIOGRÀFICAS

BERNARDI, Núbia ,. KOWALTOWSKI, Doris C. C. K .Reflexões sobre a aplicação dos conceitos do desenho universal no processo de projeto de arquitetura. In: Anais ENCAC-ELACAC.Maceió,AL 2005

CARLETTO ,Ana C., CAMBIAGHI ,Silvana. Desenho Universal-UM CONCEITO PARA TODOS. Realização Mara Gabrilli.São Paulo,s.d.

QUEIROGA, Eugenio F. ; BENFATTI, Denio M. Entre o Nó e a Rede, dialéticas espaciais contemporâneas: o caso da Metrópole de Campinas diante da Megalópole do Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais (ANPUR), v. 9, 2007 p. 41-52.

QUEIROGA, Eugenio F.,SANTOS JR,Wilson R.dos,MERLIN,José R. - O planejamento tradicional e os sistemas de espaços livres na metrópole contemporânea: o caso da Região Metropolitana de Campinas. Texto apresentado ao 9º Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo no Brasil - 9º ENEPEA, Curitiba PR.Brasil 2008, 22 p.

REIS FILHO, Nestor Goulart (Org.). Brasil: estudos sobre dispersão urbana. São Paulo: FAU-USP, 2007.

SANTOS JUNIOR, W. R. . O ensino de Arquitetura e Urbanismo e a inclusão social. In: II Seminário Internacional Sociedade Inclusiva, 2001. II Seminário Internacional Sociedade Inclusiva.Anais. Belo Horizonte MG :Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Pró Reitoria de Extensão, 2001. v. 1. p. 289-291.

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