Professor : Robson Vieira SOCIOLOGIA – 2018 3º ano / Pré-vest Aula 27 – Cultura ... ·...

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Professor : Robson Vieira

SOCIOLOGIA – 2018

3º ano / Pré-vest

Aula 27 – Cultura e Conceitos de Cultura

Aula 27 – Cultura

O que É Cultura?

É tudo aquilo que resulta da criação humana. São ideias, artefatos, costumes, leis, crenças morais, conhecimento, adquirido a partir do convívio social (é um sistema simbólico).

é o conjunto de tradições, crenças e costumes de determinado grupo social. Assim, a cultura representa o patrimônio social de um grupo e a soma de padrões dos comportamentos humanos.

O que é Cultura? A cultura é parte fundamental no processo de socialização do indivíduo, uma vez que o torna um ser social.

Uma cultura não é estática, ela está em constante mudança de acordo com os acontecimentos vividos por seus integrantes.

A diversidade cultural engloba um conjunto de culturas existentes, ou seja, a variedade de culturas diferentes em um determinado local.

A diversidade significa pluralidade, variedade e diferenciação, conceito que é considerado o oposto total da homogeneidade.

A diversidade cultural Objetivo: conceito criado para compreender os processos de

diferenciação entre as várias culturas que existem ao redor do mundo.

Resultado: o contato e o estudo sobre outras culturas reduziu

o preconceito cultural/etnocentrismo/genocídio/etc.

O que é diversidade cultural?

DIVERSIDADE CULTURAL

CULTURA MASAI CULTURA IINDIGENA

CULTURA ESQUIMÓ

CULTURA MUCULMANA CULTURA INDIANA

DIVERSIDADE CULTURAL

A diversidade possui duas visões antagônicas: Pessimistas: uma ameaça, elemento

pertubador e foco de tensoes; Otimistas: uma oportunidade que rasga novos

horizontes, um fator de enriquecimento e uma fonte estimulante de descobertas.

A diversidade de culturas pode ser lida como:

Globalização e Diversidade cultural Algumas pessoas consideram a globalização um perigo

para a preservação da diversidade cultural, pois acreditam na perda de costumes tradicionais e típicos de cada sociedade, dando lugar à características globais.

Com o intuito de tentar preservar a riqueza da diversidade cultural dos países, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) criou a "Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural".

Declaração Universal da UNESCO

A "Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural" foi aprovada em 2001 por 185 Estados-Membros.

Objetivo: preservar e promover a diversidade cultural dos povos e o diálogo intercultural.

OBSERVAÇÃO: Essa declaração é o que resguarda o direito de proteção e o reconhecimento da cultura e propriedades/terras das populações indígenas e quilombolas no Brasil.

População indígena

A População Indígena no Brasil Conforme dados da Fundação Nacional do Índio (Funai)

existem, atualmente, 460 mil índios residindo em aldeias no Brasil, correspondendo a 0,25% da população brasileira.

São mais de 107 milhões de hectares (12% do território brasileiro) divididos em 656 diferentes áreas indígenas.

No entanto, a população indígena no Brasil é maior, pois esses números não incluem os índios que residem em locais fora de aldeias, estima-se que esses somam cerca de 100 mil.

Violência contra a população Indígena

Todo o contexto histórico de massacres à população nativa do Brasil tem exigido a realização de políticas públicas direcionadas à proteção do índio;

Prioridade: evitar invasões às suas terras por parte de fazendeiros, garimpeiros, madeireiros, posseiros, entre outros que pretendem realizar a exploração econômica no local.

Observação: As áreas de ocupação indígena são as áreas de menor degradação ambiental.

População Quilombola

População Quilombola

Comunidades quilombolas surgiram entre os séculos XVI e XIX durante a escravidão;

áreas de refúgios de escravos fugidos da violência e da opressão de seus senhores.

Os primeiros quilombos eram regiões de difícil acesso e autossuficientes.

A lógica do isolamento prosseguiu depois da abolição da escravidão, quando muitos quilombos optaram por permanecer como povoados, e segue até hoje.

Foi apenas com a Constituição Federal de 1988 que os moradores dos quilombos se transformaram em quilombolas e foram reconhecidos como comunidades tradicionais, com direito à propriedade e ao uso da terra ocupada.

População Quilombola A homologação da terra pelo governo, contudo, não garante a

melhoria da qualidade de vida dentro das áreas quilombolas. Mais de 60% das lideranças quilombolas afirmam que não

ocorreram alterações positivas em relação à infraestrutura de água e esgoto após a titulação do território.

Apesar dos avanços no combate à fome, comunidades quilombolas permanecem com dificuldades para acessar os programas sociais e em situação de alta vulnerabilidade: 55,6% dos adultos residentes em comunidades quilombolas

vivem com fome ou sob o risco de inanição. A mesma realidade, embora em números um pouco menores, se reproduz na população infantil, na qual 41,1% das crianças e adolescentes quilombolas está sob esta condição. (relatório divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) - 2014)

CULTURA MATERIAL E IMATERIAL; PATRIMÔNIO E DIVERSIDADE CULTURAL

PATRIMÔNIO CULTURAL é o conjunto de BENS MATERIAIS e IMATERIAIS considerados importantes para a IDENTIDADE de um povo.

Conceitos de Cultura

Etnocentrismo É a total rejeição de culturas diferentes; O etnocentrista observa a sua cultura em função da

sua própria cultura; Olha para a sua cultura como uma cultura melhor,

uma cultura padrão, uma cultura superior a todas as restantes;

O etnocentrista não aceita outra cultura que não a dele;

Deu origem a posturas negativas como a xenofobia, o racismo e o chauvinismo.

é o oposto do etnocentrismo e nos coloca um desafio importante: em nome do respeito à cultura alheia, devemos considerar que todos os costumes existentes são igualmente legítimos.

Relativismo cultural

Relativismo Cultural: No campo da ciência

É um método de se observar sistemas culturais sem uma visão etnocentrica em relação à sociedade do pesquisador.

É um movimento que se centra na tolerância em relação à

divergência cultural; Um costume só tem validade no próprio ambiente cultural e

não no outro. Não promove o diálogo e o intercâmbio entre valores culturais

(Procura manter os padrões culturais intocáveis)

Interculturalismo

É interação entre culturas de uma forma recíproca,

favorecendo o seu convívio e integração assente numa relação baseada no respeito pela diversidade e no enriquecimento mútuo.

Tem como ponto de partida o respeito pelas outras culturas, superando as falhas de relativismo cultural, ao defender o encontro, em pé de igualdade, entre todas elas.

• Compreender a natureza pluralista da nossa

sociedade e do nosso mundo

• Promover o diálogo entre as culturas

• Compreender a complexidade e riqueza das relações

entre diferentes culturas, tanto no plano individual

como no comunitário

O interculturalismo propõe-se promover os

seguintes objetivos:

Xenofobia Xenofobia é o medo irracional, aversão ou a

profunda antipatia em relação aos estrangeiros, a desconfiança em relação a pessoas estranhas ao meio daquele que as julga ou que vêem de fora do seu país.

xenofobia pode ter como alvo não apenas pessoas de outros países mas de outras culturas, “subculturas” ou sistemas de crenças.

O medo do desconhecido pode ser mascarado no indivíduo como aversão ou ódio, gerando preconceitos.

Aula 28

Meios de Comunicação de Massa e

Industria Cultural

• Cultura de massa – toda cultura produzida para as massas.

• Indústria Cultural – a cultura passa a ser transformada em mercadoria.

cultura de massa: Pode ser definido como padrões compartilhados pela

maioria dos indivíduos, independente da renda,

instrução, ocupação etc.;

refere-se aspectos superficiais de lazer, gosto artístico

e vestuário;

O consumo é ditado pela moda;

O desejo é temporário e a vida social é orientada pelo

dinheiro.

Verifica-se um padronização ou homogeneização

popular.

Cultura de Massa:

Industria Cultural: Um grupo de empresas e instituições, que

possuem com atividade econômica a

produção de cultura visando o LUCRO.

produção em série, visa o lucro e não

qualidade;

“o que importa é vender”.

Indústria Cultural:

Sociedade de Massa

• Sociedade em que a grande maioria da população se acha envolvida, seguindo modelos de:

comportamento generalizados, na produção em larga escala, na distribuição e no consumo dos bens e serviços,

padrões generalizados de participação na vida política, e na vida cultural, através do uso dos meios de comunicação de massa.

Ortega e Gasset

• O conceito de “homem-massa” faz elucidação à ideia do conformismo, que depois havia de ser considerado como próprio da sociedade de massa.

• O homem-massa se sente à vontade quando é igual a “todo o mundo”, isto é, à massa indiferenciada.

Erich Fromm

“Conformismo de autômatos”: o indivíduo deixa de ser ele próprio, tomando-se totalmente igual aos demais e como os outros querem que ele seja.

O preço disso é a perda do “eu genuíno”, da subjetividade da pessoa, que acaba por buscar uma identidade substitutiva (“pseudo-eu”) na contínua aprovação e no contínuo reconhecimento por parte dos outros.

Autores de concepções divergentes sobre os Meios de Comunicação em Massa (MCM):

ADORNO e HOKHEIMER:

“A Indústria vende a imagem do mundo visando exclusivamente o consumo e o lucro”;

“Não há a democratização da arte, mas apenas a sua banalização, sem profundidade de conteúdos”;

“Os MCM visam a dependência e alienação intelectual dos homens frente à modernidade, pois tudo é ligado ao capital”.

Autores de concepções divergentes sobre os Meios de Comunicação em Massa (MCM):

MARSHALL McLUHAN: Visão otimista dos MCM; “A crescente divulgação de notícias

poderia aproximar os homens, formando o que ele denomina de “ALDEIA GLOBAL”, gerando maior aproximação sócio-cultural entre eles”.

“ALDEIA GLOBAL”: Sociedades mundiais, interconectadas através da informação e da tecnologia que a proporciona a todos os indivíduos do planeta.

• Mc luhan

• Planeta interconectado.

• Tokyo new york

Autores de concepções divergentes sobre os Meios de Comunicação em Massa (MCM):

HUMBERTO ECO:

Humberto Eco faz crítica tanto à concepção negativista de Adorno e Horkheimer quanto ao extremo otimismo de McLuhan;

Eco determina os dois grupos em questão de duas formas: Aos primeiros denomina de “Apocalípticos” e ao segundo de “Integrado”;

Assim temos (segundo Humberto Eco) uma síntese entre Apocalípticos e Integrados.

• Eco.

• Laboratório.

• Modernidade

Síntese de relações entre Apocalípticos e Integrados sobre os MCM: (Humberto Eco)

CRÍTICA DOS APOCALÍPTICOS AOS MCM:

• Veiculação da “cultura

homogênea”; • Desestímulo à sensibilidade; • Idéia do “simples lazer”;

sem conotação reflexiva;

DEFESA DOS INTEGRADOS AOS MCM:

• Única fonte de informação

possível a muitos; • Informação contribui para

formação intelectual do grupo;

• Maior dinamização da

informação.

Autores de concepções divergentes sobre os Meios de Comunicação em Massa (MCM):

HUMBERTO ECO:

Eco faz a crítica às duas concepções; os Apocalípticos estariam errados por

criticarem a cultura de massa simplesmente por seu caráter industrial;

Já os Integrados “esquecem” que os MCM são controlados por grupos econômicos com fins lucrativos e ideológicos, o que denota a manutenção destes através do MCM.

Apropriação cultural

Apropriação cultural é a adoção de alguns elementos específicos de uma cultura por um grupo cultural diferente.

Ela descreve aculturação ou

assimilação, mas pode implicar uma visão negativa em relação a aculturação de uma cultura minoritária por uma cultura dominante.

Apropriação cultural

O conceito de apropriação cultural passa por uma reflexão política.

A discussão em torno da apropriação cultural

é um esforço para reconstruir um pertencimento, uma identidade cultural.

A polêmica do uso do turbante

Por muito tempo o turbante foi visto de forma pejorativa como “coisa de macumbeiro”.

O uso do turbante para o negro é um símbolo de resistência, não apenas como um item estético.

a reapropriação de símbolos da cultura africana por negros de todo o mundo é um ato legítimo de afirmação de identidade, sobrevivência resistência histórica.

Não é o ato de usar um turbante que ofendem esses grupos, mas o fato de usar o turbante sem ter consciência de seu valor simbólico para as comunidades tradicionais

O que é não é apropriação cultural?

Em um mundo cada vez mais diversificado e miscigenado, é quase impossível, dizer o quê não seria apropriação cultural.

Usar um artefato de outra não é apropriação cultural se o objetivo é: conhecer, se aprofundar na cultura daquele povo, daquela etnia.

A troca cultural é saudável.

O que é não é apropriação cultural?

Questionamento: O problema está quando determinados símbolos de

algumas culturas são utilizados de forma a desprezar toda história que aquele elemento carrega.

No entanto, não é apropriação cultural: Experimentar, comer, cozinhar pratos de outras culturas; escutar músicas de outras cultura; assistir filmes de/sobre outras culturas; ler livros que fazem parte e falam de outras culturas; apreciar a arte de outra cultura etc…

Blackface No século XIX, nos EUA, atores brancos não apenas pintavam o rosto, mas também redesenhavam os lábios para reafirmar a ideia de que “negros são beiçudos”. Os papeis eram cômicos e beirando o ridículo, sempre com uma visão racista sobre os traços estéticos de alguns sujeitos negros.

Tratava-se de uma prática tão comum, que tornou-se um gênero do teatro norte-americano na época.

Blackface é ridicularização e exclusão de negros – não existe outro significado para essa prática.

Até hoje o blackface é usado como alternativa para interpretar uma pessoa negra sem precisar dar visibilidade para alguém realmente negro.

Sugestão de filme: Chocolate.