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Secretaria Federal de Controle Interno
Programa de Fiscalização
em Entes Federativos – V04º
Ciclo
Número do Relatório: 201701517
Sumário Executivo
Estância/SE
Introdução
O Programa de Fiscalização em Entes Federativos em seu 4º Ciclo abrange a verificação da
regularidade da aplicação dos recursos públicos federais no Município de Estância/SE nas
seguintes ações:
- Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica (PNAE);
- Apoio ao Transporte Escolar na Educação Básica (PNATE);
- Piso de Atenção Básica Fixo (PAB-Fixo);
- Piso de Atenção Básica Variável – Saúde da Família (PSF);
- Promoção da Assistência Farmacêutica;
- Serviços de Proteção Social Básica (CRAS/PAIF);
- Serviço de Apoio à Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família (IGD);
- Análise da execução do Convênio nº786368 – Pavimentação de Diversas Ruas no Bairro
Cidade Nova;
- Análise da execução do Convênio nº783320 – Construção de duas Quadras de Esportes;
- Análise da execução do Convênio nº731220 – Construção de uma Praça Poliesportiva.
A definição do escopo foi feita a partir de critérios de relevância, criticidade e de
materialidade dos programas de governo. No total, foram verificadas a aplicação de R$
10.795.749,17 na execução destas ações, apurando a efetividade no atingimento dos
objetivos de cada uma.
Para a execução dos trabalhos pelas equipes de fiscalização, foram solicitados junto aos
gestores municipais relacionados a cada ação verificada, informação sobre a utilização dos
recursos disponibilizados e documentação comprobatória da realização das despesas. Além
2
da avaliação documental, procedeu-se a verificação in loco da execução das ações
analisadas.
Também no caso das obras verificadas, solicitou-se à Caixa Econômica Federal – CEF as
informações relacionadas aos Convênios correspondentes.
Indicadores Socioeconômicos do Ente Fiscalizado
População: 64409
Índice de Pobreza: 63,89
PIB per Capita: 13.163,38
Eleitores: 39424
Área: 642 Fonte: Sítio do IBGE.
Informações sobre a Execução da Fiscalização
Ações de controle realizadas nos programas fiscalizados:
Ministério Programa Fiscalizado Qt.
Montante
Fiscalizado por
Programa
MINISTERIO DA
EDUCACAO
Educação de qualidade para
todos
2 1.960.376,12
TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA EDUCACAO 2 1.960.376,12
MINISTERIO DA SAUDE Fortalecimento do Sistema Único
de Saúde (SUS)
3 5.731.932,06
TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA SAUDE 3 5.731.932,06
MINISTERIO DAS CIDADES PLANEJAMENTO URBANO 1 444.000,00
TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DAS CIDADES 1 444.000,00
MINISTERIO DO
DESENVOLVIMENTO
SOCIAL E AGRÁRIO
Consolidação do Sistema Único
de Assistência Social (SUAS)
1 691.177,14
Inclusão social por meio do
Bolsa Família, do Cadastro
Único e da articulação de
políticas sociais
1 321.527,82
TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO
SOCIAL E AGRÁRIO
2 1.012.704,96
MINISTERIO DO ESPORTE ESPORTE E GRANDES
EVENTOS ESPORTIVOS
1 601.736,03
Esporte e Lazer da Cidade 1 1.045.000,00
TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DO ESPORTE 2 1.646.736,03
TOTALIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO 10 10.795.749,17
3
Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,
tendo se manifestado em 05 de setembro de 2017, cabendo ao Ministério supervisor, nos
casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas
públicas, bem como à apuração das responsabilidades.
Consolidação de Resultados
Durante os trabalhos de fiscalização realizados sobre a gestão do Município de Estância/SE,
constataram-se diversas falhas relativas à aplicação dos recursos federais examinados,
demonstradas por Ministério e Programa de Governo. Dentre estas, destacam-se, a seguir, as
de maior relevância quanto aos impactos sobre a efetividade dos Programas/Ações
executados na esfera municipal:
1) Educação:
A execução do PNAE mostrou-se deficiente, principalmente devido à inadequação das
condições de armazenagem dos alimentos; quantidade de nutricionistas inferior ao
estabelecido pela Resolução CFN nº 465/2010; e interrupção no fornecimento de
alimentação escolar entre setembro e novembro de 2016.
Na avaliação da execução do Programa de Apoio ao Transporte Escolar – PNATE, foram
identificadas sobreposições de itinerários entre os veículos próprios do município e veículos
contratados; deficiência na manutenção dos veículos; falta de controle dos aluno da zona
rural que utilizam o transporte escolar; ausência de atuação dos fiscais no acompanhamento
dos contratos; habilitação de condutores de veículos escolares com validade vencida; e falta
de tempestividade nos recolhimentos de encargos sociais.
2) Saúde
Em relação à avaliação da execução do Piso de Atenção Básica Fixo, identificou-se o
recebimento de bens com especificações diferentes das ofertadas em Pregão Eletrônico,
apresentando qualidade inferior ao desejado e bens adquiridos com recursos da Atenção
Básica com subutilização ou não encontrados.
Em relação à avaliação da execução do Piso de Atenção Básica Variável, foram encontradas
inconsistências na contratação de profissionais que compõem as Equipes de Saúde da
Família; descumprimento de carga horária semanal por parte de profissionais de saúde;
Equipe de Saúde da Família incompleta; deficiência nos atendimentos realizados pelas
equipes de ESF; e ainda falhas na infraestrutura e ausência de materiais, equipamentos e
insumos em Unidades Básicas de Saúde.
Ao avaliar-se o Programa de Promoção da Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos
na Atenção Básica em Saúde, foram encontrados no almoxarifado medicamentos com prazo
de validade prestes a expirar ou expirado; existência no almoxarifado central de quantidade
4
excessiva de medicamentos contraceptivos, com prazo de validade prestes a expirar; falta de
alimentação de dados das dispensações de medicamentos na Base Nacional de Dados
(Sistema Hórus); atrasos na efetivação das contrapartidas estadual e municipal nos
exercícios de 2016 e 2017; e diferenças entre a quantidade de medicamentos enviados pelo
almoxarifado e recebidos na Farmácia Básica.
3) Assistência Social:
Na ação de Serviços de Proteção Social Básica, foram identificados pagamentos irregulares
no valor de R$ 15.574,00 na aquisição de lanches; deficiências nos controles de
movimentação dos veículos utilizados pela Secretaria de Assistência Social do município;
realização de despesas de R$ 55.481,00 em alimentos sem a comprovação da necessidade,
da entrega e da utilização dos produtos adquiridos; contratação de despesas sem a
disponibilidade de recursos em caixa; contratações irregulares por dispensa de licitação;
despesas indevidas para pagamento de tarifas bancárias; aplicação indevida com despesas de
ações em outros Blocos do SUAS não vinculadas à Proteção Social Básica; jornada de
trabalho das equipes de referência inferior à jornada semanal de funcionamento do CRAS; e
estrutura física deficiente nos prédios do CRAS e SCFV.
Da análise da execução das ações do Índice de Gestão Descentralizada (IGD-M), verificou-
se a ocorrência de pagamentos irregulares de tarifas bancárias; simulação de venda de
mercadorias sem contrato de fornecimento no valor de R$ 6.380,00; pagamentos irregulares
e desvio de finalidade de recursos do IGD-BF no valor de R$ 338.257,75; utilização de
recursos do programa para abastecimento de veículos estranhos à frota do Fundo Municipal
de Assistência Social; falta de controle da utilização dos veículos utilizados pela Secretaria
de Assistência Social e irregularidades na aquisição e combustíveis; e ainda má gestão dos
equipamentos adquiridos com recursos do IGD-BF.
4) Convênios:
Convênio nº 786368 – Pavimentação de paralelepípedos em diversas ruas do Bairro Cidade
Nova: apresentou baixa qualidade na execução dos serviços realizados, com o aparecimento
de rompimentos em calçadas, afundamento de pavimentos, desagregação de concreto em
calçadas e desalinhamento no assentamento de meios-fios.
Convênio nº 783320 – Construção de duas quadras poliesportivas na sede do município:
foram identificadas deficiências no Projeto Básico da Obra resultando na contratação de
serviços sem a comprovação de sua necessidade no valor de R$ 251.892,96 e divergências
entre os projetos e os serviços executados;
Convênio nº 731220 – Implantação da primeira etapa de uma praça poliesportiva com
infraestrutura turística, esporte e lazer: verificou-se o pagamento a maior no valor de R$
27.129,90 em relação à aquisição de postes circulares diferentes dos especificados no
orçamento da obra; falhas construtivas no piso da quadra coberta, gerando acúmulo
excessivo de água de chuva em sua superfície, propiciando o desgaste prematuro da obra;
foram identificadas também infiltrações na cobertura do bloco de serviços; serviços
executados em quantidades menores que as especificadas no projeto e orçamento, com valor
5
a maior de R$ 33.154,61; estrutura metálica da quadra executada em desacordo com o
projeto estrutural e apresentando sinais de corrosão antes da finalização da obra; porta de
boxes dos banheiros inadequadas para áreas molhadas; inclusão de serviço de demolição de
laje em desacordo com o pactuado, gerando prejuízo de R$ 1.275,48; e valor atualizado do
Contrato de Execução ou Fornecimento (CTEF) diferente do autorizado pela Caixa
Econômica Federal.
6
Ordem de Serviço: 201701332
Município/UF: Estância/SE
Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO
Instrumento de Transferência: Não se Aplica
Unidade Examinada: MUNICIPIO DE ESTANCIA
Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.478.402,60
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 19 a 28 de junho de 2017 sobre a
aplicação dos recursos do Programa Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica –
PNAE no Município de Estância/SE.
A ação fiscalizada destina-se a garantir a oferta de alimentação escolar aos estudantes
matriculados em todas as etapas e modalidades da educação básica das redes públicas e
entidades qualificadas como filantrópicas ou por elas mantidas, com o objetivo de atender às
necessidades nutricionais dos estudantes durante sua permanência em sala de aula,
contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem e o
rendimento escolar dos estudantes.
Na consecução dos trabalhos foi analisada a aplicação dos recursos financeiros federais
repassados ao Município no período compreendido entre 01 de janeiro de 2016 a 30 de abril
de 2017, pelo Ministério da Educação.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por este Ministério.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências
saneadoras relacionadas a estas constatações.
7
2.2.1. Quantidade de nutricionistas à disposição do PNAE inferior ao necessário para
o Município de Estância.
Fato
A Resolução CFN nº 465/2010 do Conselho Federal de Nutricionistas, entre outros
dispositivos, estabelece os parâmetros numéricos mínimos de referência no âmbito do
Programa de Alimentação Escolar.
No Censo Escolar relativo ao exercício de 2016, o Município de Estância contou com
10.846 alunos matriculados na rede municipal de ensino.
O art. 10 da citada Resolução estabelece que, na educação básica, as entidades executoras do
PNAE que contem com mais de 5.000 alunos matriculados devem dispor, no seu quadro de
nutricionistas, no mínimo, um Responsável Técnico (RT), três quadros técnicos (QT) e mais
um QT a cada fração de 2.500 alunos.
Todavia, para a execução do PNAE, o Município de Estância conta apenas com uma
nutricionista, sendo esta a Responsável Técnica.
Portanto, a Administração Municipal descumpre a Resolução CFN nº 465/2010 no tocante
ao parâmetro numérico mínimo de nutricionistas estabelecido no art. 10, em prejuízo da
execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Concluída análise legal, foi encaminhada resposta ao Secretário Municipal de Governo
(ofício 566/2017), tendo em vista exigências do Conselho Federal de Nutrição, que de
acordo com a legalidade, a secretaria de educação, encontrava-se em déficit de 5
nutricionistas.
Nesta esteira, foi dirimido parâmetros da resolução n° 465/2010, art. l0, do Conselho Federal
de Nutricionista, que as entidades executoras do PNAE, que contem mais de 5.000 alunos
matriculados, devem dispor, no seu quadro de nutricionistas, no mínimo, de um Responsável
Técnico (RT) mais três quadros técnicos (QT), além de mais um QT a cada fração de 2.500
alunos.
Assim, à medida que o quadro atual de alunos da rede pública é de 10.363 (dez mil trezentos
e sessenta e três) alunos, e que apenas uma nutricionista está alocada na Secretaria de
Educação, se evidenciou a necessidade de mais 5 nutricionistas a fim de cumprir a exigência
legal em conformidade com o contingente.
[...]
Por sua vez, a fim de garantir execução dos parâmetros legais, é salutar a abertura de
concurso público que promova a regularização dos nutricionistas pendentes: tal medida já
está sendo adotada na consecução da abertura de edital.
8
Com o fito de atender tal regularização já existe o empenho em processo seletivo, no
entanto, importante se faz ressaltar que o número de alunos, de acordo com estatísticas do
Censo e do IBGE, tende a diminuir.
Ademais, registrar que a nutricionista que compõe a secretaria de educação tem atendido a
requisitos e exigências do conselho, apresentado teste de aceitabilidade, cardápio prévio na
condução de fornecer alimentos saudáveis e com padrão de aceitação conjunta”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação da Administração Municipal corrobora os fatos narrados, inclusive
acrescentando que já estaria tomando as providências necessárias à adequação à Resolução
CFN nº 465/2010, conforme Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta celebrado
com o Ministério Público do Estado de Sergipe.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Inadequação das condições de armazenagem dos alimentos do PNAE
Fato
Visando verificar as condições de armazenagem e distribuição dos alimentos adquiridos para
a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE realizou-se visita in loco
no armazém central localizado no Departamento de Alimentação Escolar do Município de
Estância.
Verificou-se que edificação não cumpre todos os requisitos necessários à função que foi
destinada.
A parte do imóvel destinada ao armazenamento dos alimentos é coberta apenas por telhas
sem forro e com diversas frestas. As portas e cobogós não são protegidos por telas
milimétricas contra a entrada de insetos, roedores e aves, o que possibilita a infestação ou
contaminação dos produtos e alimentos armazenados. Essa estrutura não permite boa
ventilação dos produtos e alimentos, sendo que parte dos ventiladores existentes não
funciona.
Contíguos às salas em que são depositados alimentos encontram-se outros cômodos com
resto de material e equipamentos com bastante sujeira e teias de aranha sem nenhuma
proteção dos alimentos estocados.
Na área imediatamente externa, observa-se a existência de sujeira, entulho, veículos
abandonados, vegetação alta e outros materiais que podem servir de alojamento de pragas ou
animais que tragam risco de infestação ou contaminação aos alimentos armazenados.
9
Foto 01 e 02 - Telhado e cobogós sem proteção contra pragas e animais, Estância (SE), 21 de junho de
2017
Foto 03 – Cômodo com resto de material e
equipamentos, Estância (SE), 21 de junho de 2017
Foto 04 – Área externa com entulhos e veículos
abandonados, Estância (SE), 21 de junho de 2017
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“No que tange as condições de armazenagem de alimentos, realmente é notório que o atual
deposito não condiz com regras básicas de higiene, proteção e salubridade dos alimentos.
Por tal razão a reforma é emergencial no intuito de prevenir maus propícios.
Necessário é licitação para condução eficiente da reforma em menor tempo; desde já elucido
que o serviço público é contínuo (acumulado da gestão passada) e, a secretaria de educação
da atual gestão tem se empenhado em resolver, brevemente, através de medidas paliativas
(limpeza, organização), conforme fotos em anexo, até a conclusão da licitação da reforma
engajada.
Nesse diapasão, chegou a ser discutida a possibilidade de mudança de local, mas por
conveniência restou consumado a reforma do local como melhor opção. Assim definido, o
projeto para reforma já foi solicitado ao setor responsável, a fim de encaminhar processo
licitatório”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
10
Análise do Controle Interno
A manifestação da Administração Municipal corrobora os fatos narrados, inclusive
acrescentando que já estaria tomando providências para a reforma do armazém central.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Suspensão de fornecimento da alimentação escolar.
Fato
Verificou-se que entre os meses de setembro e novembro de 2016 ocorreu a suspensão do
fornecimento de merenda escolar para toda a rede municipal de ensino do Município de
Estância, salvo para as creches que continuaram a fornecer, ainda que de maneira precária.
No período citado, o Município de Estância teve o repasse de recursos do Ministério da
Educação para o PNAE suspenso por irregularidades no sistema de prestação de contas. Em
face disso, a despeito de sua obrigação de manter regularmente o fornecimento da
alimentação escolar, suspendeu o pagamento aos fornecedores com o consequente
desabastecimento das escolas.
Em dezembro ocorreu a paulatina regularização do fornecimento da alimentação,
encontrando-se regular no exercício de 2017.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Quanto à suspensão no fornecimento de merenda escolar, ocorrida nos meses de setembro e
novembro de 2016, não se sabe a causa, foi suprida de prontidão no exercício de 2017.
Assim sendo, no ano de 2017, a merenda está sendo regularmente servida.
É compromisso dessa gestão pública, atender os aspectos para uma boa educação de modo
assíduo e regular”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação da Administração Municipal corrobora os fatos narrados, acrescentando
apenas não ter conhecimento das causas da irregularidade perpetrada no exercício de 2016 já
que tratava-se de gestão diversa.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais
recebidos não está devidamente adequada à totalidade dos normativos referentes ao objeto
fiscalizado.
Para tanto, a ação de controle se desenvolveu sobre os controles administrativos do
Município, notadamente na realização de processos administrativos para a contratação de
empresas prestadoras de serviços, bem como para a efetiva execução do contrato. Além
disso, foi necessário verificar a efetividade do controle social sobre a atuação municipal na
disponibilização da alimentação escolar.
11
Ordem de Serviço: 201701331
Município/UF: Estância/SE
Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO
Instrumento de Transferência: Não se Aplica
Unidade Examinada: MUNICIPIO DE ESTANCIA
Montante de Recursos Financeiros: R$ 481.973,52
1. Introdução
A ação fiscalizada destina-se a garantir a oferta do transporte escolar aos alunos do ensino
básico público, residentes em área rural, por meio de assistência financeira, em caráter
suplementar, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, de modo a garantir-lhes o
acesso e a permanência na escola.
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 19 a 26 de junho de 2017 sobre a
aplicação dos recursos do programa 12368208009690001- Educação de qualidade para
todos / Apoio ao Transporte Escolar na Educação Básica no município de Estância/SE.
A ação de controle contemplou a verificação dos controles administrativos do Município,
notadamente os relacionados aos processos administrativos para a contratação de empresas
prestadoras de serviços, bem como para a efetiva execuções dos contratos. Também se
contemplou a execução física do PNATE com a inspeção in loco dos veículos e da
verificação da oferta e condições da prestação do serviço de transporte. Além disso, foi
necessário verificar a efetividade do controle social sobre a atuação municipal na
disponibilização do transporte público.
As análises acerca da aplicação dos recursos financeiros federais repassados ao município
contemplaram o período compreendido entre 01 de janeiro de 2016 a 30 de abril de 2017.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por este Ministério.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
12
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências
saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Impropriedades/Irregularidades decorrentes da análise do Pregão Eletrônico nº
03/2014 para execução do PNATE.
Fato
No levantamento prévio da execução do Programa Nacional do Transporte Escolar no
município de Estância/SE, considerando o período de janeiro de 2016 até 30 de abril de
2017, apurou-se um saldo de R$ 108.755,94, em conta corrente específica (Banco do Brasil
S/A., Agência de nº 149-X, CC 15.902-6). Tais valores são decorrentes da soma do saldo
remanescente de R$ 25.228,30, com a receita repassada pelo FNDE no exercício corrente
(R$ 82.671,32), e com os rendimentos de aplicações financeiras (R$ 856,32). Segundo o
responsável pelo Setor Financeiro, nenhum pagamento havia sido realizado até a data de 23
de junho de 2017.
Destaca-se que no exercício de 2017 a Secretaria de Educação do Município de Estância/SE,
realizou o Pregão Eletrônico nº 02/2017, cujo objeto foi a Contratação do Serviços de
Transporte Escolar da Zona Urbana e Rural, incluindo o transporte de professores, conforme
especificações contidas em Termo de Referência. Em 10 de abril de 2017 foram celebrados
os contratos com as cinco empresas vencedoras, totalizando num valor de R$ 3.373.952,00,
para atendimento aos usuários por 200 dias letivos, conforme demonstrado na tabela abaixo:
Tabela: Empresas contratadas para prestação do serviço de transporte escolar no exercício
de 2017. Nome das Empresas Nº do CNPJ Nº dos
Contratos
Lotes Valor (R$)
C.V.E. Empreendimentos Turísticos Ltda 03951341000130 36/2017 II e VI 832.028,00
Marcos Antônio de Souza Liberal EPP 13144852000102 37/2017 V 376.840,00
Maria Raimunda dos Santos Transportes 05420087000170 38/2017 VII 555.554,00
Viação Atlântico Sul Ltda 04210108000160 39/2017 III e IV 1.151.738,00
Viação Estrela Guia RENTBUS Ltda 08641643000126 40/2017 I 457.792,00
Total 3.373.952,00
Fonte: Edital do Pregão Eletrônico nº 02/2017 e Contratos nºs. 36, 37, 38, 39 e 40/2017.
Quanto à movimentação financeira para execução contratual do PNATE durante o exercício
de 2016, o saldo remanescente era de R$ 773,16, a receita repassa pelo FNDE, correspondeu
a R$ 438.864,19, o valor de R$ 2.052,51 foi decorrente de rendimentos das aplicações
financeiras, as despesas totalizaram R$ 416.461,56, do que resultou um saldo final de R$
25.228,30, em 31 de dezembro de 2016.
No tocante à documentação referente ao processo licitatório para contratação da prestação de
serviços do Transporte Escolar correspondente ao exercício de 2016, a Secretaria Municipal
de Educação de Estância/SE, sob alegação de tratar-se da gestão anterior, disponibilizou
cópia em mídia do Pregão Eletrônico nº 03/2014, material insuficiente para uma melhor
13
avaliação da execução do PNATE. Contudo observou-se que os contratos decorrentes do
referido pregão foram celebrados no exercício de 2014, com seis empresas vencedoras.
Quadro: Valores dos contratados a partir do Pregão Eletrônico nº 03/2014. Nome das Empresas Nº dos
Contratos
Lotes Valor inicial
(R$) 2014
Valor Reajustado
(R$) 2015
TRANSAL Locadora Ltda - ME 27/2014 I, III, IV,
V e XII
1.155.440,00 1.194.524,00
*(40.768,00)
C.V.E. Empreendimentos
Turísticos Ltda
28/2014 II e VIII 567.002,00 607.820,00
VLS - Viação Litoral Sul Ltda 29/2014 VI e VII 545.000,00 583.792,00
Viação Estrela Guia RENTBUS
Ltda
30/2014 IX, X e
XI
562.916,00 641.132,00
**36.660,00
Rute Souza Santos - ME 31/2014 XIII 151.592,00 162.472,00
Maria Raimunda dos Santos
Transportes
32/2014 XIV e
XV
276.752,00 302.708,00
**7.588,00
Totais 3.258.702,00 3.495.982,00
Fontes: Edital de Pregão nº 03/2014 e Contratos nºs. 27, 28, 29, 30, 31 e 32/2014.
Obs.: * Valor negativo por supressão contratual, ** valores positivos decorrentes de
acréscimos.
Observou-se ainda, que estes contratos foram alterados, por meio dos Termos de
Apostilamento e Aditivos, que objetivaram reajustes, acréscimos e supressão de
quantitativos, além das alterações das vigências para adequação das execuções durante os
exercícios de 2015 e 2016, conforme demonstrado no quadro abaixo:
Quadro: Demonstrativo das alterações ocorridas nos contratos para prestação de serviços
de Transporte Escolar, decorrentes do Pregão Eletrônico nº 03/2014. Nome das
Empresas
Contratadas
Número dos
Contratos
Termos
Aditivos e
Apostilamentos
Lotes
Valor do
reajuste
(R$)
Valor
reajustados
(R$)
TRANSAL
Locadora Ltda -
ME
02752568000194
27/2014
(21/02/2014)
1º Termo de
Aditivo de
20/02/2015 para
prorrogação da
vigência
(22/02/2015 a
21/02/2016) e
Suspensão
quantitativa
I
III
IV
V
XII
(40.768,00) 1.114.672,00
1º Termo de
Apostilamento
p/ reajuste do
preço
(03/07/2015)
I 21.552,00 324.304,00
III 18.408,00 272.224,00
IV 13.104,00 198.880,00
V 12.512,00 186.884,00
XII 14.276,00 212.232,00
C.V.E.
Empreendimentos
Turísticos Ltda,
03951341000130
28/2014
(21/02/2014)
1º Termo de
Aditivo de
20/02/2015 para
prorrogação da
vigência
(22/02/2015 a
21/02/2016)
- - -
1º Termo de II 13.344,00 202.940,00
14
Apostilamento
p/ reajuste do
preço
(01/07/2015)
VIII 27.474,00 404.880,00
VLS - Viação
Litoral Sul Ltda,
10543501000178
29/2014
(21/02/2014)
1º Termo de
Aditivo de
20/02/2015 para
prorrogação da
vigência
(22/02/2015 a
21/02/2016)
- - -
1º Termo de
Apostilamento
p/ reajuste do
preço
(06/07/2015)
VI 20.216,00 304.816,00
VII 18.576,00 278.976,00
Viação Estrela Guia
RENTBUS Ltda,
08641643000126
30/2014
(21/02/2014)
1º Termo de
Aditivo de
20/02/2015 para
prorrogação da
vigência
(22/02/2015 a
21/02/2016)
- - -
2º Termo de
Apostilamento
p/ acréscimo
quantitativo
(01/04/2015)
36.660,00 562.916,00
1º Termo de
Apostilamento
p/ reajuste do
preço
(01/07/2015)
IX 12.836,00 193.636,00
X 10.240,00 168.760,00
XI 18.480,00 278.736,00
Rute Souza Santos
- ME
13139684000159
31/2014
(21/02/2014)
1º Termo de
Aditivo de
20/02/2015 para
prorrogação da
vigência
(22/02/2015 a
21/02/2016)
- - -
1º Termo de
Apostilamento
p/ reajuste de
Preço
(06/07/2015)
XIII 10.880,00 162.472,00
Maria Raimunda
dos Santos
Transporte - ME
05420087000170
32/2014
(21/02/2014)
1º Termo de
Apostilamento
p/ reajuste do
preço
(09/07/2015)
XIV 7.208,00 121.792,00
XV 11.160,00 180.916,00
1º Termo
Aditivo p/
acréscimo
quantitativo
(20/02/2015)
XIV 7.588,00 114.584,00
XV
0,00
169.756,00
Fontes: Pregão Eletrônico nº 03/2014. Contratos nºs. 27, 28, 29, 30, 31 e 32/2014, com seus aditivos e
apostilamentos.
15
Diante do exposto, constatou-se as seguintes impropriedades/irregularidades:
a) Ausência de realização de procedimentos para abertura de processos licitatórios para
execução do PNATE nos exercícios de 2015 e 2016;
b) Termos Aditivos datados de 20 de fevereiro de 2015, penúltimo dia de vigência, dos
contratos de prestação de serviços do PNATE, alterando o item 7.1, da Clausula Sétima,
dos mesmos, que trata da vigência de doze para 24 meses, concomitantemente,
adequando suas prorrogações por doze meses, sem apresentação de justificativas ou
documentação de notificações as empresas manifestando a manutenção continua dos
contratos, visto que em suas Ordens de Execução de Serviços de 24 de fevereiro de 2014,
determina suas execuções com início em 24 de fevereiro de 2014 e termino em 20 de
dezembro de 2014, com duzentos dias letivos, caracterizando fuga do processo licitatório;
c) Os Termos Aditivos apresentados para continuidade dos contratos de prestação de
serviços do PNATE, possuem vigência para o período de 22 de fevereiro de 2015 até 21
de fevereiro de 2016, não tendo sido apresentada documentação com previsão de
execução dos serviços durante o exercício de 2016;
d) Apresentação de Ordens de Execução de Serviços de forma mensal durante o exercício de
2016;
e) Falta de apresentação dos 2º Termos Aditivos dos contratos celebrados para prestação de
serviço do PNATE, citados nas ordens de execução de serviços;
f) Ausências de apresentação de boletins diários da execução dos serviços no exercício
2016, como comprovantes para pagamentos;
g) Ausência de apresentação do ato de designação de fiscais para acompanhamento da
execução dos referidos contratos;
h) Ausência de relatórios de acompanhamento das execuções dos contratos sob
responsabilidade dos fiscais porventura designados;
i) Ausência nos termos de contrato de previsão de sublocação;
j) Falta registros de ocorrências ou demonstrativos de acompanhamento quanto ao
percentual de sublocação dos serviços;
k) Contratação do transporte escolar para atendimento aos usuários da zona urbana e
incluindo o transporte de professores, concomitantemente, com o Transporte Escolar para
atendimento aos alunos residentes em zona rural objeto do PNATE.
Ressalta-se que a análise da execução do Programa Nacional de Transporte Escolar no
tocante ao exercício de 2016, ficou restringida por indisponibilidade parcial da
documentação.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 270/2017/SMG-ME/SE, 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“De antemão, é preciso ter ciência de que as verbas dirigidas dos órgãos federais não são
vinculadas ao estrito pagamento dos serviços dirigidos, tais verbas têm o cunho de atender
aquele fim, suprir/compensar essa razão, ligada ao transporte escolar, onde deve ser provada
a necessidade e realização do serviço público, no entanto, o serviço público no exercício da
gestão fornece os pagamentos de maneira livre, de acordo com as exigências advindas das
ordens de pagamento.
16
Inclusive, importante se faz registra que, é preciso, regularmente, juntar o dinheiro do
recurso do PNATE transmitido para o transporte público, para poder conseguir pagar uma
nota. Assim, de um modo geral o pagamento tem que ser feito, independente, da verba
disponibilizada.
Foram apontadas, irregularidades da ausência de processos licitatórios para o transporte
escolar nos anos de 2015 e 2016, ocorre que conforme lei é possível a formação de aditivos
com a prorrogação de até 60 meses.
Na contratação em apreço foram feitos 2 aditivos, respectivamente, com prorrogação para 12
meses e outro até dez/2016. Tal medida foi justificada na análise dos valores de mercados
apresentados por empresas concorrentes anexados no respectivo termo de aditivo, onde
restou configurado que o valor da empresa vencedora do Pregão Eletrônico n° 03/2014 era
inferior (mais vantajoso) aos apresentados pelo mercado, assim sendo, foi, também, avaliado
a boa prestação do serviço da empresa contratada e homologado a prorrogação questionada.
A secretaria de educação tem a convicta certeza de que os dois aditivos foram devidamente
elaborados e a falta de apresentação do 2° termo aditivo questionado, não existe razão de
perdurar. Cabe apenas, ser tomada providência de encaminhar o termo aditivo elaborado de
fev/2016 até dez/2016.
De fato, pode-se avaliar no recente processo licitatório. Pregão Eletrônico n° 02/2017, a
manutenção da contratação de empresas contratadas em 2014, com a inserção de outras. O
que foi feito, dentro dos dizeres legais (discricionariedade da lei), à medida adotou a
prorrogação por aditivos, em conformidade com a lei, o menor custo e a eficiência do
serviço público; o que reveste o ato de conduta ilibada.
Porém, ressalto que os itens em questão ocorreram na gestão passada, não se sabe definir o
real motivo da ausência de licitação.
Nessa seara, de transição de mandato inibi, de prontidão, algumas informações exigidas
como: a apresentação de ordens de execução de forma mensal do transporte escolar durante
o exercício de 2016, com também, a designação de fiscais e os relatórios de cada um no
respectivo ano. Por sua vez, fica registrado que os ficais designados no edital, já foram
alterados pôr termo de retificação anexo ao processo licitatório e serão disponibilizadas
informações dos ficais designados posteriormente.
Assim, fica registrado por essa casa a evidência de novos processos licitatórios, bem
elaborados, e a prevenção com o controle/fiscalização do exercício do transporte escolar, a
fim de explanar, no futuro (vigência deste mandato), inexatidões auferidas de controle”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Cumpre informar que apesar do entendimento do gestor quanto ao exercício da gestão
fornecer pagamento de maneira livre, de acordo com as exigências advindas das ordens de
pagamento, são necessários o planejamento e a elaboração de demonstrações da execução
orçamentária e financeira detalhadas por ação/função e fontes de recursos, de forma
concomitante entre as verbas federais com os recursos próprios, objetivando maior
transparência de sua execução e consolidando as respectivas ordens de pagamentos,
17
inclusive, num processo de licitação com itens distintos, se for o caso. Ademais, os
processos serão formalizados estritamente ao âmbito de critérios legais (Lei 8.666/93, e suas
alterações).
Assim, a caracterização de ausência ou fuga do processo licitatório, decorreu do ato da
gestão datando em 20 de fevereiro de 2015, ou seja, os termos aditivos de prorrogação dos
contratos. Ressalta-se não haver na documentação disponibilizada, registros ou comunicados
feitos às empresas com pretensões das referidas prorrogações, inclusive, as ordens de
execução dos serviços tiveram seu término em 20 de dezembro de 2014.
Quanto aos demais itens questionados, o gestor restringiu-se a informar que se trata de atos
da gestão passada, não cabendo esclarecer os motivos da ausência da licitação e demais
procedimentos formais da execução dos contratos nos exercícios de 2015 e 2016.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Impropriedades/irregularidades decorrente da análise do Edital de Pregão
Eletrônico nº 02/2017, na contratação dos serviços do PNATE.
Fato
Decorrente do Edital de Pregão Eletrônico nº 02/2017, cujo objeto é a Contratação do
Serviço de Transporte Escolar da Zona Urbana e Rural, incluindo o transporte de
professores, a Secretaria de Educação do Município de Estância/SE, celebrou para o
exercício de 2017, contratos totalizados no valor global de R$ 3.373.952,00, com as
seguintes empresas:
_C.V.E. Empreendimentos Turísticos Ltda – EPP, CNPJ nº 03.951.341/0001-30,
estabelecida na Rua Getúlio Vargas, nº 110 – Centro, Município de Siriri/SE, sob o Contrato
de nº 36/2017, de 10 de abril de 2017, com vigência de doze meses, cujo objeto está
especificado nos lotes 2 e 6, do referido Pregão Eletrônico, no valor global de R$
832.028,00;
_Marcos Antônio de Souza Liberal – EPP, CNPJ nº 13.144.852/0001-02, situada na Rua
Nivaldo Batista de Jesus nº 78, Município de Estância/SE, sob o Contrato de nº 37/2017, de
10 de abril de 2017, com vigência de doze meses, cujo objeto está especificado no lote 5, do
referido Pregão Eletrônico, no valor global de R$ 376.840,00;
_Maria Raimunda dos Santos Transportes – ME, CNPJ nº 05.420.087/0001-70, situada na
Rua Albino B. Pires, nº 49, Bairro Cidade Nova – Estância/SE, sob o Contrato de nº
38/2017, de 10 de abril de 2017, com vigência de doze meses, cujo objeto está especificado
no lote 7, do referido Pregão Eletrônico, no valor global de R$ 555.554,00;
_Viação Atlântico Sul Ltda. – EPP, CNPJ nº 04.210.108/0001-60, sediada na Avenida Lima
Silveira, nº 2445, Centro – Estância/SE, sob o Contrato de nº 39/2017, de 10 de abril de
2017, com vigência de doze meses, cujo objeto está especificado nos lotes 3 e 4, do referido
Pregão Eletrônico, no valor global de R$ 1.151.738,00;
18
_Viação Estrela Guia RENTBUS Ltda. – EPP, CNPJ nº 08.641.643/0001-26, estabelecida
na Rua Antônio Araújo de Matos, nº 115, Bairro Centro – Município de Salgado/SE, sob o
Contrato de nº 40/2017, de 10 de abril de 2017, com vigência de doze, cujo objeto está
especificado no lote 1, do referido Pregão Eletrônico, no valor global de R$ 457.792,00;
Por meio de análise foi possível detectar as seguintes impropriedades/irregularidades:
a) Incompatibilidade na contratação de serviço do transporte escolar da zona urbana e do
transporte de professores concomitante com a prestação de serviço de transporte escolar
dos alunos residentes na zona rural, objeto do PNATE;
b) Itinerários com sobreposições dos roteiros, onde mais de um veículo percorre o mesmo
trajeto, sobrepondo quilometragem, inclusive dos veículos próprios;
c) Na identificação dos veículos que prestam o serviço do transporte escolar, constatou-se
um quantitativo inferior comparado ao quantitativo de linhas (roteiros) para atendimento
aos alunos;
Quadro: Comparativo do quantitativo de veículos identificados no período dos trabalhos
de campo.
Contratadas Lotes Quantitativo
de Linhas
(Roteiros)
Quantitativo
de Veículos
Localizados
Turnos
C.V.E. Empreendimentos Turísticos Ltda –
EPP
2 5 3 Vespertino
6 4 2 Vespertino
Marcos Antônio de Souza Liberal – EPP 5 5 - Matutino
Vespertino
Maria Raimunda dos Santos Transportes –
ME
7 2 1 Matutino
3 1 Vespertino
Viação Atlântico Sul Ltda. – EPP
3 7 4 Matutino
Vespertino
4 3 2 Matutino
Viação Estrela Guia RENTBUS Ltda. – EPP 1 6 2 Vespertino
Fonte: Averiguação in loco e quadros de lotes contratados.
d) Divergência entre o quantitativo de alunos informados na contratação e o número de
alunos residentes em zona rural constante do Censo Escolar. Ressalta-se a falta de
controle quanto aos beneficiários para ratificação dos quantitativos diários;
e) Ausência de apresentação dos estudos metodológicos utilizados para construção das
planilhas de custos que determinaram aos valores de referências dos lotes abaixo,
impossibilitando a avaliação dos valores da contratação, considerando que os valores de
referência se apresentam superestimados;
Quadro: Demonstrativo dos valores estimados e cotados com base na quilometragem e
quantitativo de alunos. Lotes Valor de
referência por
dia letivo (R$)
Valor da
proposta
vencedora
Quilometragem
total (estimada)
Quantidade de
alunos
Contratadas
1 3.629,67 2.289.00 610 204 Estrala Guia
2 3.177,33 2.280,50 464 252 C.V.E.
3 5.247,67 3.348,89 891 256 Atlântico Sul
4 4.308,33 2.409,99 711 268 Atlântico Sul
19
5 3.136,33 1.884,97 538 151 Marcos Liberal
6 2.758,00 1.880,00 438 164 C.V.E.
7 4.299,00 2.777,77 791 128 + 32 profs. Mª Raimunda
Totais 26.556,33 4443 1455
Fonte: Termo de Referência do Edital do Pregão Eletrônico nº 02/2017 e propostas apresentadas pelas
empresas.
f) Desclassificação de empresas que ofertaram os menores lances registrados em Ata
constante do Site: www.licitacoes-e.com.br. Vale destacar, quanto aos
pronunciamentos em ATA referentes ao lote 2, nos quais são desclassificadas, oito
empresas, e elegem como vencedora a segunda colocada na ordem de menores
preços. Já nos lotes 6 e 7, motivados por pedido formal dos próprios fornecedores
caracterizando escolhas de lotes ou indícios de direcionamento, uma vez que no lote
7 os valores basicamente não possuem diferença.
Quadro: Demonstrativo dos menores lances e lances vencedores. Lotes Empresas com menores lances Lances (R$) Situação final
1 Provence Locação de Veículos e Fretamentos Ltda 2.286,00 Desclassificada
Marcos Antônio de Souza Liberal EPP 2.287,97 Desclassificada
Viação Estrela Guia RENTBUS Ltda 2.288,96 Vencedora
2
Provence Locação de Veículos e Fretamentos Ltda 2.279,00 Desclassificada
C.V.E. Empreendimentos Turísticos Ltda - EPP 2.280,50 Desclassificada
Viação Atlântico Sul Ltda - EPP 2.280,79 Desclassificada
Viação Estrela Guia RENTBUS Ltda 2.281,98 Desclassificada
Marcos Antônio de Souza Liberal EPP 2.282,47 Desclassificada
Maria Raimunda dos Santos Transportes - ME 2.283,94 Desclassificada
Viação Sant Ana Ltda 2.309,00 Desclassificada
Viação Shallon Ltda - EPP 2.310,00 Desclassificada
C.V.E. Empreendimentos Turísticos Ltda - EPP 2.280,16 Vencedora
3 Provence Locação de Veículos e Fretamentos Ltda 3.347,00 Desclassificada
Viação Atlântico Sul Ltda - EPP 3.348,87 Vencedora
4 Provence Locação de Veículos e Fretamentos Ltda 2.298,50 Desclassificada
Viação Atlântico Sul Ltda - EPP 2.409,92 Vencedora
5 Marcos Antônio de Souza Liberal EPP 1.884,97 Vencedora
6 Maria Raimunda dos Santos Transportes - ME 1.799,99 Desclassificada
C.V.E. Empreendimentos Turísticos Ltda - EPP 1.879,98 Vencedora
7
Viação Shallon Ltda - EPP 2.775,00 Desclassificada
Provence Locação de Veículos e Fretamentos Ltda 2.776,00 Desclassificada
C.V.E. Empreendimentos Turísticos Ltda - EPP 2.777,00 Desclassificada
Maria Raimunda dos Santos Transportes - ME 2.777,77 Vencedora
Fonte: Propostas apresentadas no Pregão Eletrônico nº 02/2017.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 270/2017/SMG-ME/SE, 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“a) Importante se faz ressaltar, que o processo licitatório discriminou lotes de maneira
especificada a cada empresa vencedora, no atendimento a alunos da zona urbana e rural,
como também, para professores. Assim, qualquer incoerência ou mescla de serviços
discriminados em lotes distintos são inoperâncias das empresas contratadas que merecem ser
responsabilizadas e obrigadas a regularizar a atividade a que se obrigou (juridicamente trata-
se de uma obrigação de fazer).
20
Por sua vez, o setor de transporte escolar afirma na prática não haver confusão entre a
demanda de alunos e professores no transporte, ou seja, cada um é atendido pelo serviço
específico, desse modo, as verbas do PNATE são exclusivas para os lotes dos alunos e não
custeia o transporte dos professores, conforme definido em processo licitatório com dotações
específicas.
Qualquer conduta contraria, sem sombra de dúvida, foi fato superveniente do dia da
fiscalização.
b) Em verdade, dentre as irregularidades apontadas resta consumado a necessidade da
sobreposição dado o atendimento do transporte escolar ã demanda diferente de alunos, que
circundam vias iguais, mas com pontos e destinos diversos; conforme explicado no tópico
acima, o referencial para o controle do transporte escolar é o contingente de alunos e a carga
limite de cada veículo, a fim de garantir o efetivo serviço público adequado com a chegada
dos alunos dentro do horário letivo.
c) Da mesma forma, ficou convencionado em edital licitatório, a obrigação das empresas
vencedoras, de especificar/discriminar um ônibus para cada linha, devidamente,
caracterizado por placa, objeto e condutor. Assim foi conduzida a licitação, conforme segue:
Registra-se que a licitação é do presente ano de 2017 e que na licitação cada empresa
vencedora apresentou um veículo para cada linha. Portanto, tal informação presume-se
insustentável.
Tal presunção se torna, mais clara e evidente diante de que a fiscalização foi realizada no
período de junho, onde muitas escolas já estavam de férias (interrompendo algumas linhas);
e outras acabam fazendo a rota em menor tempo por conta do período de provas (libera mais
cedo), o que, de fato, deve ter confundido o trabalho de campo realizado.
Por tal razão nesse período de junho, não se utiliza o recurso PNATE para pagar o transporte
escolar, é pago fracionado de acordo com a prestação. Conforme segue, as notas pagas
foram do período de maio de 2017, do anexo.
Por outro lado, muitas das vezes, na prática as empresas contratadas, insatisfatoriamente,
acabam compensando/relativizando o serviço de acordo com suas necessidades ou
transtornos variáveis, que exigem flexibilidade, para que o objetivo fim não se perca. Ou
seja, utiliza o mesmo ônibus para linhas distintas em horários divergentes (matutino e
vespertino), o serviço é atendido, mas não de acordo com o convencionado (um ônibus para
cada linha). Tal fator é mais uma necessidade, natural da gestão, de exigir a obrigação de
fazer.
Para tanto, medidas de fiscalização são efetuadas, punidas com descontos no pagamento,
quando o serviço de transporte escolar de qualquer linha não é cumprido, conforme planilha
de nota de pagamento do anexo 3, item 1 da planilha da empresa C.V.E Empreendimentos
Turístico LTDA EPP.
O Município de Estância/SE, junto a secretaria de educação tem em seus processos
licitatórios amarrado/especificado todos os pontos dentro da máxima legalidade e eficiência,
21
a fim de não gerar dúvida do dever, atendendo os princípios consagrados no art. 37 da
Constituição Federal, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. No
entanto, relações contratuais empresárias terceirizadas necessitam de fiscalização contínua e
assim tem sido feito, na missão principal de garantir a execução do serviço público.
Portanto, consta no quadro comparativo do quantitativo de veículos identificados no período
dos trabalhos de campo, identificação errônea, tendo em vista que as empresas apresentam
uma frota de veículos de acordo com a quantidade de linhas. De um modo geral tem
atendido o serviço público sem faltar com a obrigação. Segue anexo fotos dos ônibus.
O trabalho realizado de campo não condiz com a frota existente das empresas contratadas,
especificada na tabela acima (exigida no processo licitatório), obviamente, que pode ter
havido no dia da fiscalização a não visualização dos ônibus na garagem, por situações
variadas, tal informação deve ser desconsiderada. Prova disso, é o cumprimento do serviço
de transporte escolar pelas empresas satisfatoriamente, comprovado pela frequência do
aluno a escola.
De um modo geral, importante ficar claro, que as irregularidades apontadas, não são por
ilegalidade ou má formação dos contratos licitatórios. Mas sim pela necessidade continua da
gestão pública de fiscalizar o serviço terceirizado. É necessário, não promover adequações
frequentes no serviço e o tempo todo cobrar/responsabilizar as empresas pela inoperância do
serviço convencionado, cobrado pela CGU.
A função de fiscalizar é eterna e o compromisso está posto, tendo em vista as informações
prestadas e a boa-fé contida nas especificações minuciosas do edital e dos contratos, na
busca do menor custo de serviço eficiente; atendendo o objetivo da legalidade transparente.
d) Destaca-se que o controle do Censo é condizente com o número de alunos existentes,
porém, de fato a ausência de controle dos alunos da zona rural que migram para as escolas
da zona urbana, desequilibra o real contingente de alunos rurais atendidos. A informação do
Censo 2016 analisada foi justa para gestão anterior, não para essa, que já providenciou, além
da análise do Censo 2017, apresenta lista de controle de alunos atendidos pelo transporte
escolar, conforme anexo 3.
e) No que tange, a exigência da apresentação de estudos metodológicos utilizados para a
construção da planilha de custo anteriores a contratação, não condiz com as diretrizes da
licitação, tendo em vista as INSTRUÇÕES NORMATIVA n° 05 de 27 de junho de 2014,
atualizada pela n° 03, de 20 de abril de 2017.
f) Quanto à desclassificação de empresas que ofertaram o menor valor, a comissão de
licitação, junto com o parecer da procuradoria, agiram dentro do estrito cumprimento do
dever legal, à medida que as Micros Empresas, interpuseram recurso contra empresa de
Grande Porte, utilizando-se da lei complementar 123, arts. 44 e 45, onde afirma a
possibilidade das Micros Empresas que tiverem sido vencidas por diferença de 5% pelas de
Grande Porte, possui o direito de recorrer pela convocação do empate ficto da lei, aderido
fatores da verdadeira igualdade entre os concorrentes.
Assim, procederam as Micros Empresas nos lotes questionados.
22
Ressalto que as contratações foram feitas mediante pregão eletrônico e por ser pregão
eletrônico quem indica o vencedor é o sistema eletrônico, não havendo controle sobre
desistências dos participantes, os critérios de concorrência foram obedecidos de acordo com
o trâmite e o sistema eletrônico.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Entende-se, que os recursos do Programa Nacional de Transporte Escolar – PNATE,
objetivam na contratação de prestadores de serviço para atendimento do transporte escolar
de alunos residentes em zona rural, ou seja, transportar os alunos do ponto mais próximo de
sua residência até a porta do estabelecimento escolar, seja o estabelecimento na própria zona
rural ou na zona urbana. Para tanto, se faz necessário a quantificação dos alunos residentes
na zona rural, por localidades, escolas e turnos distintos, objetivando definição dos
itinerários e lotação (demanda), consequentemente, quantitativo de veículos, ponto de
partida e quilometragens a serem percorridas, entre outros insumos para definição dos
custos.
Quanto aos recursos próprios, o município atende os alunos residentes em zona urbana que
estudam em escolas na própria zona urbana, além da prestação de serviço com o transporte
dos professores.
No caso em questão, observa-se que alguns itinerários, têm o ponto de partida na zona rural
atendendo os alunos residentes na rural e os da zona urbana, não fazendo distinção nos lotes.
a) Nota-se que o gestor na sua manifestação admite que “... qualquer incoerência ou
mescla de serviços discriminados em lotes distintos são inoperância das empresas
contratadas ...”, e que “... as verbas do PNATE são exclusivas para os lotes dos alunos e não
custeia o transporte dos professores, conforme definido em processo licitatório com dotação
especifica”. No entanto não demonstra a distinção nos lotes entres os alunos residentes em
zona rural, objeto do PNATE, e os alunos residentes na própria zona urbana.
b) O gestor manifesta a necessidade sobreposição para atendimento da demanda, no
entanto não demonstra controles diários de utilização por beneficiários/usuários, para
ratificar a demanda e quantitativo de veículos necessários garantindo o serviço público
adequado e transparente.
c) O gestor reconhece que o fato apurado decorreu da realização de fiscalização no
período de junho, “... onde muitas escolas já estavam de férias (interrompendo algumas
linhas); e outras acabam fazendo a rota em menor tempo por conta do período de provas
(libera mais cedo), o que, de fato, deve ter confundido o trabalho de campo realizado.”.
Acrescenta ainda, “Por outro lado, muitas das vezes, na prática as empresas contratadas,
insatisfatoriamente, acabam compensando/relativizando o serviço de acordo com suas
necessidades ou transtornos variáveis, que exigem flexibilidade, para que o objetivo fim não
se perca. Ou seja, utiliza o mesmo ônibus para linhas distintas em horários divergentes
(matutino e vespertino), o serviço é atendido, mas não de acordo com o convencionado (um
ônibus para cada linha). Tal fator é mais uma necessidade, natural da gestão, de exigir a
obrigação de fazer.”.
23
Ademais, a época da fiscalização, não foram apresentados os relatórios mensais de
acompanhamento da execução dos contratos, bem como, foi informada a inexistência de
pagamentos durante o exercício de 2017, procedimentos necessários para análise e
comprovação da efetiva prestação dos serviços conforme contratações.
Além disso, fica ratificada a quantidade de veículos inferior à contratada.
d) Na manifestação o gestor concorda com a divergência no tocante a gestão anterior.
Quanto à situação atual, o gestor admite um desequilíbrio do quantitativo de alunos rurais
atendidos, devido à falta de controle dos alunos que migram para a zona urbana.
e) Baseado no manual técnico de planejamento do PNATE, se faz necessária a
construção dos custos prévios, para a obtenção do preço de referência, com a utilização de
uma matriz com elementos físicos e fatores necessários, tais como: Mapeamento da malha
viária, tipo de pavimentação, escolas, pontos de embarque dos alunos, cálculo das distâncias,
quantidade de paradas nos povoados, sinalização, tipo, capacidade e quantidade de veículos,
tempo de viagem, horários e turnos, demanda de alunos, monitoramento, equipamentos de
apoio, capacitação, encargos entre outros.
f) Registra-se a falta de disponibilização da documentação inerente aos recursos
interpostos, bem como, do referido parecer da procuradoria.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Sobreposição de itinerários entre os veículos próprios e os veículos contratados
para o transporte escolar no município de Estância/SE
Fato
Considerando as planilhas disponibilizadas com os itinerários percorridos pelos veículos
próprios no exercício de 2017 e as rotas contratados por meio dos Contratos nºs. 36, 37, 38,
39 e 40/2017, para atendimento do transporte escolar dos alunos no município de
Estância/SE, verificou-se que mais de um veículo percorre por mesmos povoados durante
seu trajeto, inclusive, por mesmos bairros da zona urbana, conforme destaque em negrito nos
quadros a seguir:
Assim, constatou-se falha no planejamento e elaboração dos roteiros licitados, ocasionando
uma sobreposição de itinerários contratados, além das rotas realizadas com os veículos
próprios. Consequentemente, com o superdimensionamento das rotas, superestima-se a
quilometragem e ocorre sobre-preço nos contratos.
Destaca-se que o município possui uma frota com 45 veículos próprios, onde houve
disponibilidade dos itinerários de apenas 28 deles.
Quadro: Itinerários percorridos pelos veículos próprios. Identificação dos Veículos Itinerário e Estabelecimento escolar atendido Número de
alunos
beneficiários
IAO-70S4, Volkswagem Cj Albano Franco, CJ, Carmem Prado Leite, 44
24
induz foz, CAIO, escolar
Ano 2010
Escolas Azarias, Júlio Leite M' Isabel, Dorijan.
OEP-9455, Volkswagem foz
supe, gramidio, escolar, Ano
2013
Cj Albano Franco, Cj Carmem Prado Leite,
Escolas Azarias, Júlio Leite, Mª Isabel e Dom
Coutinho.
40
OEP-9415 Volkswagwm foz
supe, gramidio, escolar, Ano
2013
CJ. Albano Franco, CJ, Carmem Prado Leite,
Escolas Azarias, Júlio Leite M' Isabel, Dom Coutinho
40
IAE-5031, Volkswagem
Indus Foz U, Escolar, Ano
2010
Cj Carmem Prado Leite, Escola Azarias Ma do
Carmo, Escola João Nascimento. Escola Dom
Coutinho.
44
IAE-5021, Volkswagem,
Induz Foz U, escolar, Ano
2010
Cj. Santo Antônio, Escola Núbia, Dorijan, Escola
Dom Coutinho, Escola João Nascimento, Escola Mª
Isabel, Escola Júlio Leite
44
NVL-9683 Volkswagem,
Induz Foz U, escolar Ano
2011
Cj. Sto. Antônio e Cj. Recanto verde Escola Núbia,
Dorijan, Escola Dom Coutinho, Escola João
Nascimento, Escola Mª Isabel, Escola Júlio Leite
44
AH-7773, Volkswagem,
Induz Foz U, escolar, Ano
2010
Cj. Recanto Verde, Dorijan, Escola Dom Coutinho,
Escola João Nascimento, Escola Mª Isabel, Escola
Júlio Leite.
44
OEK-5661 Iveco City Class
70 C 16, Escolar, Ano 2012
Povoado Dizilena, Escolas Cordélia, Dorijan, Dom
Coutinho João Nascimento e Júlio Leite
30
OES-2722, (veco City Class
70 C 16, Escolar Ano 2012
- Povoado Dizilena, Escolas Cordélia, Dorijan, Dom
Coutinho João Nascimento e Júlio Mª Leite
30
OEO-334S, Mercedes Benz
Caio Escolar Ano 2013
Escola Azarias, Escola Mª Isabel, Escola Dom
Coutinho, Escola Núbia, Escola Cordélia, Povoado
Dizilena.
44
IAN-2132, Marcopolo,
Volare, Micro Escolar, Ano
2010
Povoado Grotão, Povoado Fusquinha, Para Escola
Joaquina
22
OEK-4351, Iveco City Class
70 C 16, Escolar, Ano 2012
Povoado Grotão, Maravilha e Rosa Luxembrgo
para Escola Manuel Ferreira
28
IAE-4991 Volkswagem,
Induz Car Foz U. Escolar,
Ano 2010
Povoado Maravilha. Grotão, Rosa Luxemburgo
Para Escolas Dom Coutinho, Mª Isabel e Júlio Leite
44
IAN-2132, Marcopolo,
Volare, Escolar, Ano 2010
Povoados Miranga, Miranguillha, Timbó para as
Escolas, Cremildes, João Nascimento, Júlio Leite
32
OEK-2732, Iveco City Class
70 C 16, escolar, Ano 2012
Povoados Miranga, Miranguinha, Timbó para as
Escolas, Cremildes, João Nascimento, Júlio Leite.
22
OEN-8171, Iveco City Class
70 C 16, escolar, Ano 2013
Povoado Candeal, Escola Azarias, Júlio Leite, João
Nascimento, Escola Dom Coutinho
30
IAO-7407 Volkswagem
Indus CAR U, Escolar, Ano
2009
- Povoado Candeal, Cj Carmem Prado Leite,
Escolas Azarias, Júlio Leite Dom Coutinho
44
OEO-3045 Mercedes Bens
Caio, Escolar, Ano 2013
- Casa de Albano, Praias das Dunas, do Saco, Porto
do Mato I Para o Anexo Mª Isabel, Escola Humberto
Ferreira.
44
OZB-0688 Mercedes Benz"
Caio, Escolar Ano 2013
Porto do Mato, Abais Reta, Camarães, Ribulerinha,
Moita Verde, Escola Emídio na Praia e Júlio Leita
(sede).
44
NVG-5318 Volkswagem
Caio, Induz Foz Escolar,
Ano 2010
Abaís, Ribuleirinha, moita verde, Sobe e Desce,
Porto do Mato, Escola Emídio de Paula, Pedro
Soares, Humberto Ferreira
44
IAE-4951 Volkswagem,
Induz Foz U, escolar, Ano
2010
Escola Júlio Leite, Rio Fundo III, Camarões, Reta
do Abaís, Porto do Mato, Escolas Humberto
Ferreira. Mª Isabel, anexo, Escola Pedro Soares.
44
IAE-5061 Volkswagem,
Induz Foz U, escolar, Ano
Escola Pedro Soares, Escola Emídio de Paula, Reta
do Abaís, Camarões, Rio Fundo III, Escola Dom
44
25
2010 Coutinho, Escola Júlio Leite (sede)
NVM-0573 Volkswagem
caio. Indus Foz Super,
Escolar. Ano 2011
Povoado Caio Prado, Alecrim, Escolas Zarria
Gabriel. II Mariolanda, Dom Coutinho e Júlio Leite.
44
NVL-9693, Volkswagem
Indus Foz Super, Ano 2012
Povoado Alecrim, Para as Escolas Mariolanda, Julio
Leite, Mª Isabel, João Nascimento e Dom Coutinho
44
NVM-0563 Volkswagem
Induz foz super, escolar,
caio, Ano 2011
Povoado Entre Rios, Estancinha, Nova Estancia
para as Escolas Dom Coutinho e Júlio Leite.
44
IAN-3170, Volkswagem
Mascarelo, Ano 2007
Povoado Massadisso, Para as Escolas Emídio de
Paula e Humberto Ferreira
Ñ informado
IAH-O835, Volkswagrm
Induz foz, Escolar, Ano
2010
Povoado Porto Belo, Entrada do Abaís, para as
Escolas Júlio Leite e Mª Isabel Povoados Bode,
Tapera, Curimam, Muculanduba para as Escolas
Dom Coutinho, Mª Isabel e Júlio Leite
44
Fonte: Planilha de roteiros percorridos pelos veículos próprios, disponibilizada pela SEME.
Quadros: 7 Lotes destinados contendo roteiros, quantitativos de usuários.
Lote 1 – Serviço por dia letivo
Item Roteiros Quant. de
Usuários
1
VEICULO TIPO MICRO -ÔNIBUS lotação mínima de 16 passageiros -
Roteiro: Matutino/ Vespertino DE: Beco de Mané cego. Cupim, Mato
Grosso, Riachão de Teté Alagoano. PARA: Escola Fernando Lopes.
16
2
VEICULO TIPO MICRO-ÔNIBUS lotação mínima de 16 passageiros -
Roteiro: Matutino/ Vespertino DE: Assentamento Edmilson Evaristo, Colônia
Vertente, Casa de Messias, FAZ de Robertinho, Riachão do Teté (campo
de futebol) PARA: Escola Fernando Lopes
16
3
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros - Roteiro:
Vespertino DE: Casa de Zé Branco, Casa de Farinha, Mato Grosso,
Riachão de Teté Alagoano, Capivara, Alecrim PARA: Escolas Zarria, Ana
Lima, Arabela Ribeiro, Júlio Leite, Gumercindo Bessa, Maria Isabel, João
Nascimento, SESP, Walter Franco, Dom Coutinho
44
4
VEICULO TIPO MICRO-ÔNIBUS lotação de 20 passageiros - Roteiro:
NOTURNO DE: Colônia São José, Casa de Farinha, Mato Grosso, Riachão
de Teté (Campo de Futebol), Faz. De Robertinho, Colônia Vertente,
Capivara, Alecrim PARA: Escolas Zarria, Ana Lima, Arabela Ribeiro, Júlio
Leite, Gumercindo Bessa, Maria Isabel, João Nascimento, SESP, Walter
Franco, Dom Coutinho
20
5
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros Roteiro:
VESPERTINO DE: Casa de Zé Branco, Casa de Farinha Mato Grosso,
Riachão do Teté (Alagoano), São José, Riachão de Teté (Campo de
Futebol), Colônia Vertente, Capivara, Alecrim PARA: Escolas Zarria, Ana
Lima, Arabela Ribeiro, Júlio Leite, Gumercindo Bessa, Maria Isabel, João
Nascimento, SESP, Walter Franco, Dom Coutinho
32
6
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros Roteiro:
MATUTINO/ VESPERTINO / NOTURNO DE: Divisa de Salgado, Fonte
Nova (casa de Adalton) PARA: Escolas Zarrias, Ana Lima, Arabela Ribeiro,
Júlio Leite, Gumercindo Bessa, Maria Isabel, João Nascimento, SESP, Walter
Franco, Dom Coutinho
44
7
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros Roteiro:
MATUTINO/ VESPERTINO/ NOTURNO DE: Pov. Água Branca (Sítio de
Tertuliano), Assentamento Casulo, (Casa de Zé Gaia), Junco. PARA: Escola
Tiradentes, Escolas Zarria, Ana Lima, Arabela Ribeiro, Júlio Leite,
32
26
Gumercindo Bessa, Mª Isabel, João Nascimento, SESP, Walter Franco, Dom
Coutinho.
204
LOTE 2 - SERVIÇO POR DIA LETIVO
1
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros - Roteiro:
MATUTINO / VESPERTINO DE: Farnaval, Cürimã. Bode, Assentamento
Roseli Nunes PARA: Escola Virgílio
44
2
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros - Roteiro:
VESPERTINO / NOTURNO DE: Farnaval, Sem Terra, Assentamento Roseli
Nunes, Muculanduba, Biribinha PARA: Laura Costa, Dorijan, Dom Coutinho,
Walter Franco, SESP, João Nascimento, Maria Isabel, Gumercindo Bessa, Júlio
Leite, Caie, Arabela.
44
3
VEÍCULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros - Roteiro:
MATUTINO DE: Casa de Farinha, Bode, Faz. de Miguel da Padaria,
Biribinha. PARA: Laura Costa, Dorijan, Dom Coutinho, Walter Franco, SESP,
João Nascimento, Maria Isabel, Gumercindo Bessa, Júlio Leite, Caie, Arabela.
44
4
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros - Roteiro:
VESPERTINO / NOTURNO DE: Casa de D. Ana, Pov. Tibúrcío, Casa de
Gajé, Porto da Lagoa, Pov. Ouricuri PARA: Escola Aríete Nunes, Cremildes,
]oão Nascimento, Mª Isabel, Gumercindo, Júlio Leite.
44
5
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros - Roteiro:
VESPERTINO / NOTURNO DE: Curiman, Tapera, Bode, Faz. Miguel da
Padaria, Biribinha. PARA: Laura Costa, Dorijan, Dom Coutinho, Walter
Franco, SESP, João Nascimento, Mª Isabel, Gumercindo Bessa, Júlio Leite,
Caie, Arabela.
44
6
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros - Roteiro:
MATUTINO/ VESPERTINO DE: Ponte da Biriba, (Faz. de Dr. Denisson),
Ouricuri, Casa de D. Ana, Tibúrcio, Casa de Gajé, Porto da Lagoa, Casa de
Manoel Messias (Bia) PARA: Aríete Nunes
32
252
LOTE 3 - SERVIÇO POR DIA LETIVO
1
Veículo tipo micro-ÔNIBUS lotação mínima de 16 passageiros - Roteiro:
MATUTINO DE: Massadiço (Igreja Presbiteriana), Mangabeira (Condomínio),
Pov. Coqueiro (Casa de Sr. Zelíto). PARA: Escola Emídio de Paula, Pedro Soares,
Luz e Vida, Humberto Ferreira.
16
2
VEÍCULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros, Roteiro: MATUTINO /
VESPERTINO DE: Porto Belo (Entrada), Assentamento Luíza Mahim Rio
Fundo em Frente à escola (Casa da professora Cristina), Sítio de Nilton Pereira.
PARA: Escola José Barbosa
32
3
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros, Roteiro: MATUTINO /
VESPERTINO DE: Entrada do abais, Taquari. Casa de Sr Gilberto, Casa de D.
Netinha, Faz. De Gracinha, Jenipapo, Casa de D. Zéfa PARA Escola José
Barbosa.
32
4
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros. Roteiro: MATUTINO
DE: Lagoa Redonda (Entrada Camarão), Porto Belo, Assentamento Luíza
Mahim, Riachão, Escola França, Calumbi, PARA: Escola Agrícola
44
5
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros, Roteiro:
VESPERTINO / NOTURNO DE: Bela Vista, Rio Fundo III, Marinho, Araças,
Calumbi, Nova Estância PARA Dom Coutinho, Walter Franco, Sesp, João
Nascimento, Maria Isabel, Gumercindo, Júlio Leite, Caie, Arabela.
44
6
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros. Roteiro: MATUTINO
/ VESPERTINO - DE: Marinho, Araças (Agrícola), 17 de abril, Geraldo Garcia
PARA: Escola Joaquina
44
27
7
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros. Roteiro: MATUTINO
/ VESPERTINO / NOTURNO DE: Marinho, Araças, Rio Fundo III, Bela
Vista, Nova Estância, Calumbi PARA: Escola Joaquina.
44
8
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros. Roteiro: MATUTINO /
VESPERTINO / NOTURNO DE: Marinho, Araças (Escola Nucleadá), Casa de
Jurandi, 17 de abril, BR 101, Rio Fundo III PARA Escola Rio Fundo III.
32
256
LOTE 4 - SERVIÇO POR DIA LETIVO
1
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros. Roteiro: MATUTINO
/ VESPERTINO / NOTURNO DE: Colônia Bela Vista (Campo de futebol) Casa
de Gerson PARA: Escola Rio Fundo III.
32
2
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros. Roteiro: MATUTINO
/ VESPERTINO DE: Colônia Bela vista, Escola França, Fazenda Roma, Casa do
Gringo, Linha do Gasoduto. Escola França, Saco do Barbosa, Entrada do Abais
PARA: Escola França
44
3
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros. Roteiro:
MATUTINO / VESPERTINO DE: Rosa Luxemburgo, Paulo Freire I e II,
Canudos, Colônia São João, Fazenda Brilho Verde, Sol Nascente, Centro
Comunitário Profª Josefa Baldoína, Assentamento Dom Hélder, Povoado
Maravilha, PARA: Escola Manoel Ferreira.
44
4
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros Roteiro: MATUTINO /
VESPERTINO DE: Povoado Grotão (Cancela do trevo), Assentamento Dom
Helder PARA: Escola Manoel Ferreira
28
5
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros. Roteiro: MATUTINO
DE: Rosa Luxemburgo, Paulo Freire I e II, Rio Fundo, Canudos Colônia São
José, Fazenda Brilho Verde, Sol Nascente, Dom Hélder, PARA: Escola
Agrícola.
32
6
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros. Roteiro: MATUTINO
/ VESPERTINO - Rosa de Luxemburgo, Paulo Freire I, II, Rio Fundo I,
Canudos, Colônia São João, Fazenda Brilho Verde, Sol Nascente, Dom
Hélder, Centro Comunitário Profª Josefa Baldoína PARA: Escola Joaquina
44
7
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros. Roteiro: NOTURNO
DE: Paulo Freire, Rosa de Luxemburgo, Canudos, São João, Maravilha,
Assentamento Dom Helder PARA Escola Dom Coutinho, Walter Franco, SESP,
João Nascimento, Maria Isabel, Gumercindo Bessa, Júlio Leite e Arabela.
44
268
LOTE 5 - SERVIÇO POR DIA LETIVO
1
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros. Roteiro: MATUTINO
/ VESPERTINO DE: Pov. Sitio Novo, Pastinho, Faz. Renato Silva, Candeal,
Conjunto Albano Franco. PARA: Escola Antônio Manoel, Maria do Carmo,
Azarias.
44
2
VEICULO TIPO ONIBUS lotação de 21 a 32 passageiros. Roteiro: MATUTINO
/ VESPERTINO / NOTURNO DE: Pastínho (Igreja), Sítio Novo, (Sítio de
Milton do Feijão), Candeal, Faz. Porto D'Areia, (Dentro da Fábrica de Dr.
Jorge). PARA: Antônio Manoel, Maria do Carmo, Azarlas, Júlio Leite,
Gumercindo, Maria Isabel, João Nascimento.
32
3
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros. Roteiro: MATUTINO
/ VESPERTINO DE: Fazenda Cassunguê, Sapucaia, Pov. Raimundo Freire,
Queimadas, Curuanha I PARA: Escola Eleonora
32
4
VEICULO TIPO MICROÔNIBUS lotação mínima 15 passageiros, Roteiro:
MATUTINO / VESPERTINO DE: Jerico, Moinhos, Pirípiri, Fazenda Brejo,
Fazenda Barro, Fazenda Santa Cruz PARA: Escola Eleonora
15
28
5
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros, Roteiro:
MATUTINO / VESPERTINO / NOTURNO DE: Pov Queimadas (Faz. Barro),
Pov. Sapucaia (Haras), Faz. Cassunguê, Faz. Bangolo PARA: Escola
Tiradentes, Zarria, Ana Lima, Arabela, Júlio Leite, Gumercindo Bessa, Maria
Isabel, João Nascimento, SESP, Walter Franco, Dom Coutinho.
28
151
LOTE 6 - SERVIÇO POR DIA LETIVO
1
VEÍCULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros. Roteiro:
MATUTINO / VESPERTINO / NOTURNO DE: Raposa, Colônia Estancinha.
Anexo Sete casas, Grotão I. PARA Escola Joaquina
44
2
VEICULO TIPO AUTOMÓVEL lotação mínima 06 passageiros. Roteiro:
MATUTINO/ VESPERTINO / NOTURNO DE: Povoado Cupim Para: Escola
Joaquina
06
3
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros. Roteiro:
MATUTINO/VESPERTINO DE: Grotão I, Sete Casas, Anexo Estancinha,
PARA Artêmio Barreto.
32
4
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros - Roteiro:
VESPERTINO DE: Estancinha (Anexo), Grotão, Entre Rios, Rua de Valdenor,
Calumbi, Nova Estância PARA: Dom Coutinho, Walter Franco, SESP, João
Nascimento, Maria Isabel, Gumercindo Bessa, Escola Júlio Leite, Arabela.
44
5
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação mínima 44 passageiros - Roteiro:
VESPERTINO/NOTURNO DE: Colonía Estancinha, Anexo, Sete Casas,
Grotão, Calumbi, Nova Estância PARA: Dom Coutinho, Walter Franco, SESP,
João Nascimento, Mª Isabel, Gumercindo
Bessa, Escola Júlio Leite, Arabela.
44
164
LOTE 7 - SERVIÇO POR DIA LETIVO
1
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros - Roteiro:
MATUTINO/VESPERTINO
DE: Mini Rodoviária, Santa Cruz, B. do Brasil, Matriz, SESP, Quiosque do
Roni, Frigobox, Cidade Nova PARA: Escola Virgílio Lima.
32
2
VEICULO TIPO AUTOMÓVEL lotação mínima 06 passageiros - Roteiro:
Matutino DE: Cidade Nova, Matriz, B. do Brasil, Santa Cruz PARA: Escola
Aríete Nunes.
-
3
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros. Roteiro:
MATUTINO/VESPERTINO DE: Valadares, Premem,
SESP, Matriz, B. Do Brasil, Mini - Rodoviária, Bonfim (Avenida do Bonfim)
PARA: Ana Lima, Tiradentes, Mariolanda,
Zarria
32
4
VEICULO TIPO AUTOMÓVEL lotação máxima 08 passageiros - Roteiro:
MATUTINO / VESPERTINO DE: Porto D'areia (Bar do Buda), Rua 31 de Março
PARA: Escola Eleonora
-
5
VEICULO TIPO AUTOMÓVEL lotação mínima 06 passageiros - Roteiro:
MATUTINO /VESPERTINO DE: Ponte do Bomfím, Casa da Cultura,Correios,
Matriz, SESP, Fórum, Frigobox, CSU, Valadares PARA: Escola Rio Fundo III.
-
6
VEÍCULO Tipo AUTOMÓVEL lotação mínima 06 passageiros – Roteiro:
MATUTINO/ VESPERTINO DE: Ponte do Bonfim, Rodoviária, Igreja da Santa
Cruz, Banco do Brasil Praça da matriz. Caminho do rio,
PARA: Escola Manoel Ferreira
-
7
VEICULO TIPO ÔNIBUS lotação de 21 a 32 passageiros - Roteiro: MATUTINO
DE: Ponte do Bomfim. Casa da Cultura, Correios, Matriz, SESP, Fórum,
Frigobox, CSU, Valadares PARA: Escola Agrícola
32
8
Veículo tipo ônibus lotação de.21 a 32 passageiros. Roteiro:
MATUTINO/VESPERTINO /NOTURNO DE: B. do Brasil, Correios, Matriz,
32
29
SESP, Fórum, Frigobox, CSU, Valadares PARA: Escolas França, (Joaquína de
Souza), Estancinha.
9
VEÍCULO TIPO AUTOMÓVEL lotação Máxima 08 passageiros Roteiro: Bairro
Cidade Nova, Conj. Redro Siqueira, Bairro Alagoas, SESP, Praça Barão do Rio
Branco, Conj. Mariota Mesquita PARA: Escola Municipal DR. Fernando Lopes
-
128
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 270/2017/SMG-ME/SE, 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Na esfera, das rotas dos transportes escolares, resta configurado a existência de veículos
que cruzam as mesmas linhas, porém, atingem alunos distintos em diferentes escolas, não
obstante, transitarem vias em comum. Ou seja, nenhum desses transportes são dispensáveis,
haja vista que atendem demanda específica, em horários próximos de entrada e saída dos
alunos das escolas.
Obviamente, existe um limite de alunos em cada transporte escolar e tais medidas devem ser
consideradas antes de ser alegado sobreposição do serviço contratado. Mais fundamental do
que a análise de veículos na mesma rota é o número de alunos atendidos em cada escola, que
dará a real razão/necessidade da sobreposição em atendimento ao serviço público eficiente.
Assim, caso não houvesse a sobreposição nos roteiros dado o contingente de alunos e carga
limite dos ônibus, auferiria o atraso da chegada dos alunos nas escolas, por inviabilidade do
transporte escolar, que, naturalmente, teria que dá várias voltas até completar a demanda.
Na prática a sobreposição considerada, é em virtude de rotas convergirem, mas na realidade
a demanda é diversa, atinge locais distintos. Se não houvesse a sobreposição, o ônibus
percorreria muitos quilômetros até completar seu percurso, o tempo do aluno dentro de um
ônibus se tornaria inviável/cansativo (alguns andariam 104 km e teriam que sair de casa 5
horas da manhã para chegar dentro do horário), haveria superlotação. A logística da cidade
não permite um ônibus por rota, nem muito menos a demanda.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Considerando as ocorrências registradas nos diversos itens deste relatório e quanto à
limitação dos trabalhos de campo, visto que no mês de junho nem todos os veículos
terceirizados se encontravam em circulação, dada a proximidade das férias e períodos de
provas, quando os alunos cumpriram horário não habitual, fica impossibilitada uma análise
do controle sobre a manifestação apresentada, sem que haja uma aferição in loco dos
respectivos roteiros.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.4. Carência de manutenção nos veículos próprios utilizados no transporte escolar.
Fato
Foi apresentado um quantitativo de 45 veículos próprios para o transporte escolar (tipo
ônibus e micro-ônibus) na frota do município de Estância/SE, dos quais oito se encontram
fora de circulação por avarias. Também foi observada a existência de veículos considerados
30
antieconômicos, o que torna necessária a adoção de providências para abertura de um
processo de alienação. Ademais constatou-se que alguns destes veículos estão necessitando
de manutenção devido ao estado de conservação, tais como: estofados danificados, para-
choques abalroados, falta de pneus de estepes, pneus desgastados, falta de lavagem (limpeza
interna), entre outras impropriedades.
Foto – Ônibus Escolar com Estofados estragados –
Estância(SE), 10 de julho de 2017
Foto – Ônibus Escolar com Estofados estragados –
Estância(SE), 10 de julho de 2017
Foto – Ônibus Escolar irrecuperável – Estância(SE),
10 de julho de 2017
Foto – Ônibus Escolar com lataria abalroada –
Estância(SE), 10 de julho de 2017
Foto – Ônibus Escolar com pneus estragados –
Estância(SE), 10 de julho de 2017
Foto – Ônibus Escolar com manutenção precária –
Estância(SE), 10 de julho de 2017
Foto – Armazenamento irregular de peças –
Estância(SE), 10 de julho de 2017
Foto – Armazenamento precário de peças –
Estância(SE), 10 de julho de 2017
31
Foto – Ônibus Escolares placa OEK-4601 –
Estância(SE), 10 de julho de 2017
Foto – Ônibus Escolar placa IAE-9451 –
Estância(SE), 10 de julho de 2017
Foto – Ônibus Escolares Novos – Estância(SE), 10 de
julho de 2017
Foto – Visão do pátio da garagem – Estância(SE), 10
de julho de 2017
Quadro: Relação das placas e quilometragens atuais dos transportes escolar utilizados no
município de Estância/SE. Placa Oficial dos
Veículos
Quilometragem
em 22/07/2017
Fabricação / Ano Propriedade Estado de
Conservação
NVM-0563 088161 2011/2012 Municipal Bom
IAO-7407 085477 2009 Estado Em circulação
OEP-9455 082713 2013 Municipal Bom
IAE-5031 212408 2008/2009 Municipal Em circulação IAE-5021 181825 2010 Municipal Em circulação IAJ-7773 201417 2009 Municipal Em circulação
OEO-3345 090107 2013 Estado Bom
IAH-0835 223731 2008 Municipal Em circulação IAE-5061 216919 2008/2009 Municipal Em circulação IAE-4991 229519 2008/2009 Municipal (Parado)
OEJ-2762 - 2011/2012 Municipal (Parado)
IAN-2092 052611 2010 Municipal Em circulação
IAH-0825 - 2008 Municipal (Parado)
OEK-4351 070800 2012 Municipal Bom
OEK-4631 - 2012 Municipal (Parado)
IAH-0805 272813 2008 Municipal Em circulação
OEJ-2732 - 2011/2012 Municipal Bom
IAA-6348 018676 2006 Municipal Manutenção
OEJ-2652 - 2011/2012 Municipal (Parado)
IAN-2132 142231 2010 Municipal Em circulação
OEJ-2782 - 2011/2012 Municipal (Parado)
OEK-4601 - Municipal (Parado)
NVL-9693 083231 2011/2012 Municipal Bom
OER-4661 067452 2012 Municipal Bom
NVL-9683 128084 2011/2012 Municipal Bom
OEN-8171 042765 2013/2014 Municipal Bom
OEJ-2762 - 2011/2012 Municipal Bom
32
NVM-0573 103265 2011/2012 Municipal Bom
OEJ-2722 078579 2011/2012 Municipal Bom
IAN-1932 149146 2010 Municipal Em circulação IAN-2102 - 2010 Municipal Em circulação OZB-0688 - 2013 Municipal Bom
OEO-3045 - 2013 Municipal Bom
IAO-7054 - 2010 Municipal Em circulação IAE-4861 - 2008/2009 Municipal Em circulação OEN-9826 - 2013/2014 Municipal Multa a pagar
IAM-5266 - 2009/2010 Municipal Em circulação IAN-3170 - 2007 Municipal Em circulação NVG-5318 - 2010 Municipal Em circulação IAE-4951 - 2008/2009 Municipal Em circulação OEK-5661 - 2012 Municipal Bom
OEP-9415 - 2011 Municipal Bom
OEO-3085 - 2011 Municipal Bom
Fonte: Visitas à garagem da Secretaria Municipal de Educação do Município de Estância/SE.
Observação: A frota possui dois veículos novos que no momento da visita in loco, não
dispunham das placas oficiais.
Observou-se nos controles diários dos veículos próprios utilizados no transporte escolar do
município de Estância/SE, que os mesmos não estão sendo preenchidos corretamente pelos
condutores, deixando-se de informar principalmente a quilometragem, o que compromete e
inviabiliza uma avaliação dos controles de consumo do combustível, além de não deixar
transparentes os horários de atendimento aos usurários, omitindo as distâncias percorridas
nos itinerários atendidos.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 270/2017/SMG-ME/SE, 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Tais carências são desídias da gestão passada, que tem trazido transtornos para atual gestão,
dado a contração de dívidas com multas de trânsito por irregularidades advindas da ausência
de manutenção dos veículos, como também, pela existência de ônibus parados que
inviabilizam o serviço público basilar.
Nessa vertente, a atual gestão da secretaria de educação já promoveu licitação emergencial
na aquisição de peças e consertos para agilizar deficiências (garantir a continuidade do
serviço público), para tanto, foram feitos os seguintes contratos: a) contrato n° 25/2017 -
dispensa n° 05/2017 - valor R$20.140,00; b) contrato n° 44/2017, n° 45/2017, n° 46/2017 -
dispensa n° 09/2017, valores, respectivamente, R$46.112,00, R$7.810,00, R$16.300,00.
Como também, está em andamento licitação para contratação de empresa
responsável/competente que promova o serviço do transporte escolar e, concomitantemente,
garanta a manutenção dos veículos, a fim de atender o regular trafego seguro/lícito (Edital
05/2017 Pregão presencial, realização do contrato dia 18/09/2017).
Ademais, elucida-se que na gestação passada se verifica algumas inexigibilidades nesse
sentir, quais sejam: a) contrato n° 45/2015 ~ inexigibilidade n° 09/2015; b) contrato 19/2015
- inexigibilidade n° 04/2015; c) contrato n° 15/2016 - inexigibilidade n° 06/2016; d) contrato
33
nº 24/2015 - inexigibilidade n° 05/2015. Por sua vez, tais inexigibilidades foram suspensas
por inviabilidade financeira, persistindo a deficiência para esta gestão.
Além disso, a nova gestão providenciou a melhoria através da criação de planilha de
controle dos veículos entregue aos motoristas, para prevenir manutenção através do controle
de quilometragem e fiscalizar a prestação do serviço. Conforme planilha anexa.
Vale ponderar que na planilha anexa pela CGU, na relação de placas e quilometragens,
3(três) placas não existem, quais sejam: IAE9451, OEO3045, OEK5661, naturalmente,
confundidas na numeração.
ANEXOS 4: PLANILHA COM AS LEGITIMAS PLACAS E ATUAIS
QUILOMETRAGENS
Planilha implantada de controle
Controle do Consumo de Combustível
Ofício de veículos para leilão
Contratos das dispensas - carência emergencial realizada
Edital do pregão 05/2017 - solução.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O gestor informa que a atual situação em que se encontra a frota dos veículos próprios para
atendimento ao transporte escolar, teve origem na gestão anterior, devido a contração de
dívidas com multas de trânsito por irregularidades advindas da ausência de manutenção dos
veículos, além de haver ônibus parados que inviabilizam os serviços. Para resolver este
último ponto afirma que houve processos licitatórios emergenciais para a aquisição de peças
e consertos de modo a minimizar deficiências e garantir a continuidade dos serviços. O
gestor informa os seguintes contratos decorrentes das licitações emergenciais: “a) contrato
n° 25/2017 - dispensa n° 05/2017 - valor R$ 20.140,00; b) contratos n° 44/2017, n° 45/2017,
n° 46/2017 - dispensa n° 09/2017, valores, respectivamente, R$ 46.112,00, R$7.810,00,
R$16.300,00”.
Informa ainda, que: “...está em andamento licitação para contratação de empresa
responsável/competente que promova o serviço do transporte escolar e, concomitantemente,
garanta a manutenção dos veículos, a fim de atender o regular trafego seguro/lícito (Edital
05/2017 Pregão presencial, realização do contrato dia 18/09/2017).”.
Desta forma, o gestor admite que a frota não está operante, que as contratadas para prestação
dos serviços de transporte escolar, não estão desempenhando seus papeis a contento, que já
está em andamento novo edital.
Quanto aos veículos de placas OEO3045 e OEK5661, estes constam na planilha dos
itinerários apresentada pela Secretaria Municipal de Educação. O veículo de placa OEO-
3045 Mercedes Benz" Caio, Escolar Ano 2013, é conduzido pelo servidor de CPF nº
***.237.645-** e faz o trajeto: Anexo Casa de Albano, Praias das Dunas, do Saco, Porto do
Mato. O veículo de placa OEK-5661, Iveco City Class 70 C 16 Ano 2012 Escolar é
conduzido pelo servidor de CPF nº ***.120.956-**, no trajeto: Povoado Dizilena, Escolas
34
Cordélia, Dorijan, Dom Coutinho João. Quanto ao veículo de placa IAE-9451, foi excluído
por ter sido informado de forma equivocada.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.5. O gestor não apresenta controle do transporte escolar dos alunos residentes em
zona rural.
Fato
Por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201701331/001, de 09 de junho de 2017, foi
pedido o quantitativo de alunos matriculados no ensino básico público, residentes em área
rural, por localidade (relação nominal e estabelecimento escolar), que estão sendo atendidos
pelo transporte escolar. A Secretária Municipal de Educação de Estância/SE apresentou as
informações do Censo 2016, como controles do transporte escolar dos alunos residentes na
zona rural, não sendo suficiente para aferição da localização residencial.
Procedeu-se a reiteração do item em questão, por meio da Solicitação de Fiscalização
201701331-002 de 22 de junho de 2017. Obteve-se então, por meio do Oficio nº
413/2017/SEME de 27 de junho de 2017, a resposta de que a Secretaria Municipal de
Educação não possui a informação exata, tendo em vista que o Censo 2017 tem previsão
para conclusão em 30 de julho de 2017 e ratifica as informações do Censo 2016 com um
total de 3.637 alunos atendidos com o transporte escolar.
Assim, verifica-se que o gestor não possui controle específico dos alunos residentes na zona
rural que utilizam o transporte escolar, apenas seu quantitativo decorrente das informações
constante no Censo Escolar.
Observou-se ainda, que o sistema de atendimento aos alunos por meio do transporte escolar
funciona a partir de roteiros traçados entre os diversos povoados e a sede do município. Ao
longo desses trajetos, os alunos embarcam e desembarcam dos veículos tipo Ônibus e
Micro-ônibus sem qualquer controle diário de quantitativos e usuários.
Destacamos que não houve possibilidade da visitação as escolas para realização de
entrevistas aos alunos, em virtude do encerramento das aulas em 22 de junho de 2017. Além
do que neste período do ano o município de Estância promove aos festejos juninos e as
escolas incluem na grade pedagógica as gincanas escolares, impossibilitando a aferição “in
loco”, por meio de entrevistas para confirmação da existência de alunos porventura não
atendidos pelo Programa Nacional de Transporte Escolar no município de Estância/SE.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 270/2017/SMG-ME/SE, 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Diante da incerteza promovida do real número de alunos da zona rural assistidos pelo
transporte público, foi utilizado como resposta o controle do Censo 2016 para responder ao
número de alunos da zona rural naturalmente condizente com o real. No entanto, mesmo
sendo estipulado o controle do Censo de 2016 tal medida tornou-se ineficaz ao Conselho.
35
Por tal razão, tendo em vista que o Censo 2017 tinha previsão para 30/07/2017, a resposta
aparentou desatualizada. Ademais, em virtude do encerramento das aulas em 22 de junho de
2017, no período correspondente ao primeiro semestre, impossibilitou a entrevista dos
alunos "in loco" dado o início festejos juninos e a consequente férias.
Não obstante, a convicta certeza de que o transporte público tem sido fornecido de acordo
com o contingente das escolas de um modo geral; já se tem estabelecido a quantidade de
alunos atingida por ônibus em cada ponto de rota específico, conforme anexo.
Por sua vez, a informação do Censo 2017 não revela o real número de alunos da zona rural
atendidos pelo transporte público, tendo em vista que muitos alunos da zona rural são
transportados para escolas da zona urbana. Ou seja, muitos alunos da zona rural estudam na
zona urbana, mas são rural. Por tal razão, o controle do Censo se torna ineficaz a real
necessidade, pois é feito com base nos alunos que estudam em escolas da zona rural e não
condiciona a real abrangência do transporte escolar destes alunos vivida no Município
Estância, diante do êxodo para escolas urbanas.
Hoje o número de alunos atendidos pelo transporte escolar atinge 4.574 (quatro mil
quinhentos e setenta e quatro). Onde 1.694 são da zona rural e estuda na zona rural e 2.880
são alunos da zona rural que estudam na zona urbana ou da zona urbana que estudam na
urbana, também, atendidos pelo transporte escolar. Nesse sentir, registra-se que o recurso do
PNATE só paga os que são da zona rural e estudam na rural, em que pese, saber que o
número de alunos rurais é maior. Resolução 12/11.
Importante ainda considerar, que o Censo ao apresentar seus dados 2017, informou que
haverá uma reapreciação dos dados, com possível retificação a ser publicada no início do
próximo ano. Desse modo, o controle é equilibrado mas fornece margem de erro.
Desta maneira, a atual gestão da secretaria de educação providenciou junto as escolas
classificar os alunos atendidos pelo transporte escolar, identificando endereço da residência.
Para dar amplitude prática da logística de transporte escolar.
ANEXOS 3: Nota de pagamento do PNATE, com planilhas de pagamento
Lista de controle de alunos por escolas
Dados do Censo 2017
Planilha implantada”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O gestor em sua manifestação concorda que apenas os dados do Censo não são suficientes
para avaliação da execução do PNATE. Que dos 4.574, alunos que utilizam o transporte
escolar, 1.694, são residentes na zona rural e estudam na zona rural, e os demais, os 2.880,
são residentes tanto da zona rural como da zona urbana que estudam na zona urbana.
Informa ainda, que os dados do censo são variáveis, pois no início do ano letivo, existem
sempre inclusões e/ou desistências de matrículas, entre outras. Afirma também a incerteza
do real número de alunos da zona rural assistidos pelo transporte escolar.
36
A quantidade de alunos por ônibus em cada rota especifica estipulado no processo
licitatório, não condiz com a real situação, pois foi estimada com base em informações do
Censo de exercício anteriores.
Acrescenta, que haverá retificações nos dados informados no Censo de 2017, e admite haver
margem de erro. Apresentou lista nominal dos alunos por escola com os respectivos
endereços, no entanto as listas não foram elaboradas de forma padrão ou consolidadas em
planilhas, impossibilitando uma apreciação real.
Ressalta-se, que sem a existência de um controle diário dos alunos/usuários do transporte
escolar, não será possível promover transparência na execução do programa.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.6. Ausência de atuação dos fiscais designados para o acompanhamento da
execução dos contratos do PNATE.
Fato
Por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201701331/001 de 09 de junho de 2017,
solicitou-se a apresentação dos registros (livro de ocorrências) realizados pela
Administração relacionados à execução dos contratos de serviços prestados referente ao
PNATE, bem como os relatórios mensais de acompanhamento elaborados pelos fiscais
designados, sendo como titular a servidora de CPF nª ***.470.415-** e substituto o servidor
de CPF nº ***.085.375-**.
Quanto aos registros de ocorrências obteve-se as seguintes observações:
_Ordem de Execução dos Serviços de 10 de abril de 2017, para início a partir de 11 de abril
de 2017;
_exclusão do roteiro quatro e cinco do lote 4, pela falta de necessidade operacional;
_os roteiros nºs um, quatro e seis, do Lote 3, não iniciaram as atividades por falha de
comunicação, sendo regularizados em 17 de abril de 2017, conforme registros;
_nos dias 24 e 25 de abril de 2017, o roteiro seis do lote 3 não operou devido as chuvas;
_nos sábados, dias: 29 de abr5il, 13 e 27 de maio, os roteiros cinco e sete operam
normalmente devido a necessidade;
_em 24 de maio, o roteiro sete do lote 3 e o seis do lote 4, não operaram devido às condições
do tempo.
Procedeu-se entrevistas com os fiscais designados (titular e substituto), para apuração da
execução e operacionalidade dos contratos pelas empresas. Segundo o depoimento da titular,
sua designação ocorreu para cumprir formalidade, não sendo ela atuante e desconhecendo a
matéria. Quanto ao substituto, este relatou não ter sido convocado para atuar visto não ter
ocorrido impedimento da titular.
Procedeu então, reiteração do item por intermédio da Solicitação de Fiscalização nº
201701331/002, de 22 de junho de 2017, para a qual obteve-se resposta por meio do Oficio
nº 413/2017 SEME/Estância/SE de 27 de junho de 2017, com informações de ausência de
quaisquer ocorrências. Foram anexadas planilhas elaboradas pelo Diretor de Transporte,
contendo os sete lotes com os roteiros, dias trabalhados e valores a serem pagos, referentes
37
ao período de 11 a 27 de abril de 2017. Segundo responsável pelo Setor Financeiro até 23 de
junho de 2017, nenhum pagamento teria ocorrido referente ao exercício de 2017.
Ressalta-se que em consulta realizada na Relação Anual de Informações Sociais – RAIS e
no Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS, constatou-se que a fiscal titular
designada para acompanhamento dos contratos de prestação de serviço do transporte escolar
do município de Estância/SE, cujo CPF é nº ***.470.415-**, possui mais de um vínculo
empregatício sem os devidos desligamentos a esclarecer conforme segue:
_ 18.711.453/0001-91 - PRS ALIMENTAÇÃO E SERVIÇOS LTDA - EPP - Admissão:
13/05/2015
_ 13.097.894/0001-21 - MUNICÍPIO DE INDIAROBA - Admissão: 15/09/2015
_ 13.097.050/0001-80 - MUNICÍPIO DE ESTANCIA - Admissão: 01/07/2015, além do
vínculo com a Secretaria Municipal de Educação de Estância/SE.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 270/2017/SMG-ME/SE, 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“No contexto de atuação dos ficais designados ao acompanhamento da execução dos
contratos do PNATE, já foi elaborado no ano de 2017, Termo de Retificação anexo ao
processo licitatório, dos fiscais designados, tendo em vista que os mesmos exerciam trabalho
administrativo, não tendo acesso ao trabalho de campo, inviabilizando a fiscalização. Tais
fiscais, foram alterados pelos responsáveis diretos do setor de transporte da secretaria de
educação.
Considerando que a verba do PNATE só foi utilizada, no ano de 2017, a partir de julho, foi
feito termo de retificação para afirmar em 26/06/2017, que os pagamentos com a utilização
dos recursos do PNATE só foram pagos a partir de julho/2017. De fato, nenhum pagamento
teria ocorrido em 22/06/2017, com a verba do PNATE.
Quanto aos vínculos anteriores da fiscal titular, segue a seguinte ordem de atuação: Foi
contratada pela Secretária de educação até março/2015, em seguida admitida em 13/05/2015
na PRS Alimentação e Serviços LTDA- EPP até 28/06/2015. Em 07/2015 foi admitida na
Secretaria de Urbanismo onde prestou serviço até dez/2015 pelo período da tarde, por sua
vez, em 15/09/2015 foi admitida no Município de Indiaroba até dez/2016, onde prestava
serviço no período da manhã.
Atualmente, a partir de 02/01/2017 está vinculada à Secretaria de Educação de Estância.
ANEXO 6 - Termo de retificação”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Observa-se a preocupação do gestor quanto à atuação do fiscal no período de realização dos
pagamentos, porém essa atuação deve ocorrer desde sua designação, no início da execução
do contrato, até o fim da vigência do respectivo contrato.
38
Ressalta-se quanto às alterações decorrentes de novas nomeações deve haver a observância
da segregação de funções dos servidores designados para atuação como fiscal dos contratos
e suas atividades administrativas desenvolvidas em etapas anteriores ou paralelas inerentes
aos próprios contratos.
Quanto ao ANEXO 6 - Termo de retificação disponibilizado, registra-se está parcialmente
ilegível, sem maiores consequências da análise.
Já quanto à situação dos vínculos empregatícios da servidora cujo CPF é nº ***.470.415-**,
ratifica-se a desatualização na Relação Anual de Informações Sociais – RAIS e no Cadastro
Nacional de Informações Sociais – CNIS.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.7. Apresentação de documentação(CNH) dos condutores com data de validade
vencida.
Fato
Por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201701331/001, de 09 de junho de 2017,
solicitou-se a relação dos motoristas que prestam serviço de transporte escolar, com a
respectiva documentação (cópia da Carteira Nacional de Habilitação – CNH e o Certificado
de Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV) no município de Estância/SE, objetivando
averiguação do cumprimento das exigências do Código de Trânsito Brasileiro - CTB.
Contudo observou-se que diversas cópias disponibilizadas, se encontram ilegíveis, o que
impossibilitou parcialmente a análise.
Destaca-se que algumas das Carteiras (CNH) foram apresentadas com as datas de validade
vencidas, o que caracteriza a falta de atualização cadastral e a falha dos procedimentos
administrativos de acompanhamento dos condutores.
Quadro: Números de Registros da CNH dos condutores do transporte escolar no município
de estância/SE, com datas de validade vencidas em 26/06/2017. Número do CPF Nº do Registro da CNH Data de Validade
***.414.265-** 03047758217 26/06/2010
***.417.235-** 04093146112 26/11/2014
***.104.668-** 04160064462 21/02/2017
***.845.705-** 01964127960 19/01/2017
***.490.125-** 04299401310 19/02/2016
***.738.075-** 04123256028 19/01/2017
***.889.045-** 04233619691 11/01/2017
***.873.005-** 04042821075 15/09/2017
***.273.985-** 01500067676 16/04/2014
***.649.405-** 02544697288 01/04/2017
***.932.035-** 01554139021 21/01/2017
***.120.355-** 02475833639 07/05/2013
***.232.793-** 03455818579 18/01/2017
***.898.815-** 01221748955 08/05/2014
***.155.578-** 00616425117 29/07/2014
***.840.275-** 02213045401 22/01/2017
***.701.175-** 02766925403 11/07/2016
***.106.165-** 03784671909 21/01/2017
39
***.711.235-** 01895130683 19/02/2014
***.606.315-** 02650559534 26/12/2016
***.336.885-** 04869741089 04/02/2017
***.584.725-** 01167217784 25/01/2017
***.949.205-** 01222968266 04/09/2016
***.522.225-** 00879947515 29/12/2014
***.280.845-** 03712970807 22/02/2016
***.126.575-** 04190712180 25/02/2016
***.360.088-** 02482504649 23/08/2002
***.237.645-** 02663941165 03/05/2017
***.979.735-** 01531233230 24/08/2013
***.398.345-** 04225385087 15/08/2015
***.798.665-** 04752104924 18/02/2017
***.831.855-** 03896776162 20/12/2014
***.865.175-** 04405656266 19/01/2016
***.695.485-** 00911422671 16/11/2014
***.649.405-** 02544697388 01/04/2017
Fonte: Cópias das CNH disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Educação de Estância.
Ademais, se faz necessária a atualização cadastral imediata, com apresentação de CNH atual
e realização de procedimento de consultas quanto às possíveis pontuações existentes na
CNH dos condutores, decorrentes de infrações cometidas, bem como, a adoção de
providências administrativas para os casos de impropriedades/irregularidades. ##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 270/2017/SMG-ME/SE, 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“No contexto, das carteiras de habilitação dos condutores, foi averiguado que no ano de
2017 houveram muitas renovações, mas todos estão em dias, a análise de cópias pelo
conselho e a não observância do registro das CNH junto ao Detran, estagnou a informação
de modo a prejudicar a realidade. Tendo em vista que coincidiu com período de renovação
da CNH de alguns motoristas, ou seja, estão regulares, mas as cópias levadas não
correspondem à realidade da situação dos motoristas.
Se consultado o registro pelo Detran, verificará que alguns estão renovados até 2021.
Por equívoco o funcionário responsável do setor, não entregou a documentação atualizada,
disponibilizou as cópias do arquivo e não pediu cópias atualizadas a cada motorista.
Ressalta-se que da lista apontada no documento encaminhado pela CGU, 4 numerações
estão divergentes dos condutores existentes, duas foram desvendadas por aproximação
lógica do erro número 1 e 2 da lista, já os números 9 e 13 da lista apresentada, não condiz
com nenhum registro de condutores existentes.
Trata-se de obrigação indissociável dos motoristas, para tanto, se porventura for identificado
CNH vencida serão notificados os motoristas, a fim de encaminhar processo administrativo
por desídia na função.
ANEXO 5; Cópias das carteiras atualizadas.”
40
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Na manifestação o gestor atribui a falta de acompanhamento das Carteiras Nacional de
Habilitação – CNH, dos seus condutores e terceirizados, ao arquivo desatualizado.
Ressalta-se que as numerações divergentes das CNHs dos condutores decorreu da qualidade
das cópias apresentadas.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.8. Ausência de Parecer Conclusivo quanto a Prestação de Contas do PNATE.
Fato
Na análise da documentação disponibilizada, observou-se a emissão do recibo do Parecer
Conclusivo do Conselho de Acompanhamento e Controle Social – CACS_PNATE –
Fundamental referente a Prestação de Contas do exercício de 2016, enviado e registrado na
base de dados do Sistema de Gestão de Conselhos - SIGECON pelo seu Presidente, em 14
de junho de 2017, contudo, o respectivo Parecer confirma a aprovação dos valores
apresentados pelo Executivo Municipal de acordo com o que rege o parágrafo único do
artigo 27, da Lei 11.494/2007 (Lei que instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB), referente ao
período de janeiro a dezembro de 2016, com as seguintes ressalvas:
“_ A fonte de pagamento utilizada na folha de pagamento, que havia em código que somente
a secretaria sabia, gerando dúvidas de qual recurso estava sendo utilizado para o pagamento
dos professores, se era MDE ou FUNDEB”;
_ Houve questionamento dos conselheiros sobre os valores desproporcionais das contas de
água das escola;
“_ O pagamento retroativo com recurso do FUNDEB em 2016, referente aos meses de
novembro de 2015 a julho de 2014 para a empresa RAMAC, que presta serviços de
terceirização para a secretaria. ” Datado de 12 de junho de 2017.
Como o parecer só trata da aplicação dos recursos do FUNDEB, observou-se que não houve
emissão de parecer conclusivo específico sobre a Prestação de Contas do PNATE.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 270/2017/SMG-ME/SE, 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Quanto à exiguidade do parecer conclusivo do PNATE, é importante destacar que o
Conselho do FUNDEB é responsável por fornecer os pareces do FUNDEB, do PNATE e do
EJA.
41
Ademais, consta confirmação e respeito do PNATE pelo parecer conclusivo elaborado pela
FUNDEB.
Portanto, a exigência dirigida é contraditória a própria plausibilidade do PNATE, para com o
parecer fornecido. Ressalto que, ainda sim, a secretaria já providenciou a solicitação de
observância do requisito para a próxima prestação de contas.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O fato trata do cumprimento de envio do parecer conclusivo, porém, na ánalise do conteúdo
do Parecer, verifica-se que o Conselho apenas trata das contas do FUNDEB, não
explicitando sua posição a respeito do Programa Nacional de Transporte Escolar – PNATE.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.9. Falta de tempestividade nos pagamentos e recolhimentos de encargos sociais.
Fato
Observou-se nos processos de pagamentos referentes ao exercício de 2016, que apenas
foram descontados, como retenção na fonte o imposto de renda correspondente aos
pagamentos da empresa VLS – Viação Litoral Sul Ltda., contudo não houve apresentação do
Documento de Arrecadação de Receitas Federais – DARF, apenas dos comprovantes de
emissão de TED Eletrônico debitando a conta específica da Prefeitura de Estância – PNATE
e creditando em favor da própria Prefeitura de Estância, a CEF – 104, Agência 0060 e Conta
Corrente nº 45.450-4, conforme valores e datas da tabela abaixo, caracterizando a falta de
recolhimento do IRRF.
Tabela: Valores de IR retidos e não recolhidos. Mês de Competência Empresa Data Valor (R$)
Fevereiro a junho/2015 (reajuste) VLS-Viação Litoral Sul Ltda 06/01/2016 206,33
Maio/2016 VLS-Viação Litoral Sul Ltda 13/09/2016 421,71
Maio/2016 VLS-Viação Litoral Sul Ltda 12/09/2016 276,12
Agosto/2016 VLS-Viação Litoral Sul Ltda 11/10/2016 305,18
Fonte: Processos de pagamento e extrato da conta específica do PNATE.
Destaca-se a morosidade para realização das liquidações/pagamentos às empresas
contratadas e consequentemente atrasos nos recolhimentos dos encargos retidos na fonte.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 270/2017/SMG-ME/SE, 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Quanto a falta de tempestividade nos pagamentos, não existe regra ou vinculação das
verbas do PNATE ao transporte escolar (apenas objetivo), está é dirimida pela conveniência
da gestão pública, que na maioria das vezes, precisa antecipar pagamentos e juntar recursos
recebidos para custear uma única nota, tendo em vista que o recurso é uma ajuda de custo e
não compreende o abrangente serviço público.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
42
Análise do Controle Interno
Vale esclarecer que os pagamentos deverão ocorrer conforme estipulado em cláusulas
contratuais, especificamente em sua Cláusula Sétima, no item 7.2, “O pagamento será
efetuado após empenho e liquidação da despesa por meio de crédito em conta corrente
indicado pelos licitante(s) vencedor(es), no prazo de até 30 dias consecutivos, mediante a
apresentação da nota fiscal, devidamente certificada pela Secretaria Municipal de
Educação.”, e considerando demais regulamentos ao artigo 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, conforme artigo 5º, §3º, inclusive, o artigo 40, inciso XIV, alínea “a” da Lei
8.666/93, observado o artigo 36, §3º, da IN SLTI 2/2008.
Quanto à realização de retenção na fonte do imposto de renda e o não recolhimento à
Receita Federal do Brasil - RFB, de apenas uma das empresas contratadas na prestação de
serviço do PNATE, não houve manifestação do gestor.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais recebidos
não está devidamente adequada à totalidade dos normativos referentes ao objeto fiscalizado.
Dentre as principais ocorrências identificadas, destacam-se:
2.2.1. Impropriedades/Irregularidades decorrentes da análise do Pregão Eletrônico nº
03/2014 para execução do PNATE.
2.2.2. Impropriedades/irregularidades decorrente da análise do Edital de Pregão Eletrônico
nº 02/2017, na contratação dos serviços do PNATE.
2.2.3. Sobreposição de itinerários entre os veículos próprios e os veículos contratados para
o transporte escolar no município de Estância/SE
2.2.4. Carência de manutenções preventivas e corretivas nos veículos próprios utilizados no
transporte escolar.
2.2.5. O gestor não apresenta controle do transporte escolar dos alunos residentes em zona
rural.
2.2.6. Ausência de atuação dos fiscais designados para o acompanhamento da execução dos
contratos do PNATE.
2.2.7. Apresentação de documentação (CNH) dos condutores com data de validade
vencida.
2.2.8. Exiguidade no Parecer Conclusivo quanto a Prestação de Contas do PNATE.
2.2.9. Falta de tempestividade nos pagamentos e recolhimentos de encargos sociais.
43
Ordem de Serviço: 201701343
Município/UF: Estância/SE
Órgão: MINISTERIO DA SAUDE
Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão
Unidade Examinada: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE DE ESTANCIA/SE
Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.554.563,00
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 19 a 28 de junho de 2017 sobre a
execução do Programa/Ação Governamental Fortalecimento do Sistema Único de Saúde
(SUS) / Piso de Atenção Básica Fixo no Município de Estância/SE.
A ação fiscalizada destinou-se a avaliar as licitações realizadas, bem como processos de
pagamento de maneira a averiguar se guardam consonância com as normas atinentes à
atenção básica. Foi realizada ainda inspeção física de bens adquiridos com recursos
repassados pelo piso de atenção básica.
Na consecução dos trabalhos não foi analisada a aplicação dos recursos financeiros federais
repassados ao Município, no período compreendido entre 01 de janeiro de 2016 e 30 de abril
de 2017, pelo Ministério da Saúde.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por este Ministério.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências
saneadoras relacionadas a estas constatações.
44
2.2.1. Bem entregue em desconformidade com as especificações apresentadas pelo
licitante vencedor de processo licitatório.
Fato
Com o objetivo de adquirir equipamentos e materiais permanentes, foi instaurado o Pregão
Eletrônico n° 13/2016. Dentre os materiais a serem adquiridos, estava especificada a
aquisição de 94 unidades de Longarina ISO com três lugares, conforme Lote 06 do referido
pregão.
De acordo com a Ata, a empresa Top Móveis LTDA – EPP (CNPJ 05.269.798/0001-95) foi
a vencedora do Lote 06, cujo lance foi no valor de R$ 26.019,20, o que representa um valor
unitário para cada longarina de R$ 276,80.
Entretanto, analisando a descrição do bem a ser fornecido, conforme especificações
acostadas às folhas 322 a 324 dos autos do processo licitatório (Processo Administrativo n°
2016.04.025), e comparando com o bem que efetivamente foi entregue, foram verificadas
divergências conforme segue.
Foto da Longarina linha ISO da marca Martiflex, conforme descrição do
fornecedor.
45
Foto da Longarina que foi distribuída às Unidades Básicas de Saúde. USF Júlio dos
Santos, em 27 de junho de 2017.
Pelo registro fotográfico, verifica-se que os modelos são divergentes, havendo clara
diferença na base de sustentação. Além disso, o desenho técnico com especificações do
assento e do encosto (foto a seguir) revela a existência de furos no encosto para ventilação
corporal do usuário, conforme descrição das características técnicas do produto (fls. 324 do
processo sob análise), o que não se observa no móvel entregue pelo fornecedor.
Foto do desenho técnico com especificações do assento e encosto ISO polipropileno.
46
Além de não ter sido entregue conforme as especificações apresentadas pelo licitante
vencedor, verificou-se que a baixa qualidade do material disponibilizado fez com que
longarinas já apresentassem sinais de corrosão, conforme fotos.
Longarina danificada pela erosão. USF Júlio dos Santos, em 27 de junho de 2017.
Detalhe de pé de longarina danificado pela corrosão. USF Júlio dos Santos, em 27 de junho
de 2017.
Observe-se que, de acordo com as especificações constantes no Edital, “nas partes metálicas
deve ser aplicado tratamento anticorrosivo que assegure resistência à corrosão”. Cabe
registrar que a aquisição ocorreu em 17 de outubro de 2016, conforme nota fiscal n° 1809, e
que o registro fotográfico ocorreu em 27 de junho de 2017, ou seja, com apenas cerca de
oito meses do faturamento das longarinas.
47
Foi verificada também a existência de uma longarina quebrada. De acordo com a Diretora da
Unidade de Saúde da Família Júlio dos Santos, um casal de pacientes estava sentado na
longarina, momento em que houve empeno em sua estrutura metálica, inviabilizando a
continuidade de seu uso. Ou seja, a longarina estava sendo utilizada de forma habitual e,
mesmo assim, ocorreu o dano, demonstrando a fragilidade do material posto à disposição da
contratante.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 796/SMS/GS, de 05 de setembro de 2017, emitido pelo Fundo
Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte
manifestação:
“Nesse tópico, a cuidadosa analista verificou que a empresa Top Móveis Ltda. (vencedora
do Lote 06 do Pregão Eletrônico nº 13/2016) entregou à Administração longarina com 3
assentos em modelo diverso do que apresentou (em fotos) à Comissão de Licitação, eis que a
apresentada na licitação possuía furos de ventilação nos assentos e encostos, e a
efetivamente entregue não.
Analisando a questão a Administração verificou que, conquanto a empresa tenha
apresentado, durante o pregão, foto de longarina com furos de ventilação, o Edital não fazia
essa previsão nem trazia tal exigência, razão pela qual não poderia a Administração recusar
a entrega do produto.
Ademais, o modelo entregue possui 3 bases de sustentação (mais forte) enquanto o modelo
apresentado na fotografia possui apenas 2.
Assim, compreende a Administração que, além de estar dentro das especificações, o produto
entregue é de melhor qualidade que o apresentado em fotografias, razão porque compreende
inexistir qualquer irregularidade.
Ainda nesse ponto, destacou a analista que uma das longarinas apresentava ponto de
corrosão o que evidenciaria falha de cumprimento à exigência do Edital de que a longarina
deveria ser submetida a tratamento anticorrosivo que assegurasse resistência à corrosão.
Cuidando de avaliar o achado, a Administração verificou que o ponto de ferrugem na
longarina em questão ocorreu num ponto no qual o pé da longarina foi arranhada com o mau
uso (que muitas vezes é arrastada pelos usuários sem que a Administração possa
prontamente evitar esse desgaste). Isso, num local praiano como o Município de Estância
certamente prejudicou o tratamento anticorrosivo, não havendo, entretanto, ao ver da
Administração, irregularidade a ser imputada à Administração ou ao fornecedor do bem,
sendo antieconômica a abertura de processo administrativo para tal apuração.
Da mesma forma, o empeno narrado em uma das longarinas, que, ao que se infere, decorreu
de repetições de mau uso que enfraqueceu a estrutura causando seu empeno. Tanto assim
que somente 2% das longarinas apresentaram algum problema; compreendendo a
Administração que não existe irregularidade a ser imputada à Administração ou ao
fornecedor do bem.
48
De toda sorte, a Administração está em contato com o fornecedor para saber se esse se
propõe a efetuar a troca das citadas longarinas.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em que pese o Gestor ter informado que o modelo de longarina entregue pelo fornecedor
possui melhor qualidade do que aquele indicado no momento do procedimento licitatório,
não apresentou documentação para suportar as suas alegações e nem comprovou ter
procedido à avaliação técnica do modelo efetivamente entregue.
De acordo com o art. 54, §1°, da Lei n° 8.666/93, os contratos estão vinculados à proposta
apresentada no certame e, conforme entendimento do Tribunal de Contas da União,
Informativo de Licitações e Contratos n° 306/2016,
“não se admite a entrega pela contratada de produto diferente da
amostra apresentada e aprovada na licitação, pois a aceitação do
produto demandaria nova avaliação técnica, prejudicando a
celeridade da execução contratual e favorecendo a contratada em
relação às demais participantes do certame”.
Cumpre destacar que o Edital exigia, conforme Termo de Referência, especificação do Lote
06, que o conjunto móvel apresentasse certificado de conformidade de produtos emitido pela
ABNT, atestando os critérios de resistência, durabilidade, estabilidade e ergonomia,
conforme NR-17, NBR 8094. De acordo com a documentação da proposta da licitante
vencedora, o material a ser entregue atenderia essa exigência de segurança, entretanto, não
se pode assegurar que o mesmo foi obedecido em relação ao bem entregue.
No que se refere ao processo de erosão nos móveis, apesar do Gestor ter informado que este
decorreu de arranhões pelo mau uso, não apresentou documentação que comprovasse essa
afirmação.
Em relação ao empeno, não é possível atestar, a princípio, a resistência do bem entregue,
uma vez que não foi apresentada documentação que especificasse seu atendimento à norma
ABNT NR-17, NBR 8094.
Registre-se que, de acordo com o art. 7° da Lei n° 10.520/2002, aquele que não mantiver a
proposta apresentada no certame ficará impedido de licitar e contratar com os entes
federativos e será descredenciado do Sicaf, pelo prazo de até cinco anos, sem prejuízo de
multas legais e contratuais.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Bem adquirido com recursos da Atenção Básica não localizado.
Fato
Com o objetivo de adquirir equipamentos e materiais permanentes, foi instaurado o Pregão
Eletrônico n° 13/2016. Dentre os materiais a serem adquiridos, estava especificada a
aquisição de quinze bebedouros, conforme Lote 16 do referido pregão. Foi solicitado ao
Município de Estância documentação que comprovasse a distribuição dos bens adquiridos.
49
De acordo com o relatório “Listagem dos Patrimônios Detalhado”, dois dos bebedouros
teriam sido encaminhados à Unidade de Saúde da Família Paulo Amaral. Entretanto, em
vistoria in loco, constatou-se que os referidos bens não foram destinados àquela USF.
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 796/SMS/GS, de 05 de setembro de 2017, emitido pelo Fundo
Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte
manifestação:
“Nesse tópico, a cuidadosa analista verificou que dos 16 bebedouros adquiridos através do
Pregão Eletrônico 13/2016, dois, que teriam sido encaminhados à Unidade de Saúde Paulo
Amaral, não estavam fisicamente lá.
A Administração assenta que esses dois bebedouros faltantes estavam em manutenção
preventiva nesses dias.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em que pese o Gestor ter informado que os bebedouros se encontravam em manutenção, não
apresentou documentação comprobatória do alegado. Além disso, agentes Comunitárias de
Saúde informaram, no momento da vistoria in loco, que não havia outro bebedouro na USF
além do registrado na fotografia a seguir.
Bebedouro da USF Paulo Amaral
##/AnaliseControleInterno##
50
2.2.3. Bem adquirido com recursos da Atenção Básica subutilizado.
Fato
Com o objetivo de adquirir equipamentos e materiais permanentes, foi instaurado o Pregão
Eletrônico n° 13/2016. Dentre os materiais a serem adquiridos, estava especificada a
aquisição de cinco unidades de central de nebulização, conforme Lote 011 do referido
pregão. Foi solicitado ao Município de Estância documentação que comprovasse a
distribuição dos bens adquiridos.
De acordo com o relatório “Listagem dos Patrimônios Detalhado”, uma das centrais de
nebulização foi encaminhada à Unidade de Saúde da Família Dr. Quirino Lopes Ferreira
Neto. Em vistoria in loco, verificou-se que o bem não está em plena utilização, uma vez que,
de acordo com a Diretora da USF, o equipamento “treme” muito e não é silencioso. Dessa
forma, faz utilização do mesmo apenas quando o equipamento mais antigo não tem
condições de atender à demanda.
USF Quirino Lopes. Central de nebulização sem uso.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 796/SMS/GS, de 05 de setembro de 2017, emitido pelo Fundo
Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte
manifestação:
51
“Nesse tópico, a cuidadosa analista asseverou que um dos aparelhos de nebulização
adquiridos através do Pregão Eletrônico 13/2016 encontrava-se sem uso na Unidade de
Saúde Dr. Quirino Lopes Ferreira Neto.
Na realidade, como bem anotou a analista, o aparelho não está “sem utilização”. O que
ocorre, conforme anotado pela analista, é que os atendentes do posto, quando a demanda
permite, preferem utilizar um outro equipamento similar existente no posto por “tremer
menos” e ser “menos barulhento”.
Compreende-se assim que a não utilização do aparelho em situações pontuais (quando a
demanda permite eis que quando a demanda surge ambos são utilizados) é apenas uma
opção dos atendentes não configurando irregularidade imputável a Administração que, de
forma louvável, possui dois equipamentos prontos a uso na Unidade de Saúde à disposição
dos profissionais de saúde.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Entendendo cabíveis os argumentos do Gestor quanto ao termo utilizado na descrição
sumária do fato (bem sem utilização), procedeu-se à retificação e adequação à real situação
descrita na constatação, qual seja, deficiência em procedimento de aquisição de bem,
acarretando a subutilização de aparelho de nebulização.
Em que pese o Gestor considerar louvável a USF possuir dois equipamentos para
nebulização, ainda que um deles seja preterido em virtude de presença de falhas, a equipe de
fiscalização detectou que a fragilidade em selecionar item com características que dificultam
a sua utilização, ficando esta designada apenas para quando não tiver outro meio, maculou o
princípio da eficiência.
Dessa forma, o objetivo da licitação, representado na compra mais vantajosa para a
Administração Pública, restou comprometido.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais
recebidos não está devidamente adequada à totalidade dos normativos referentes ao objeto
fiscalizado, tendo sido verificado: entrega de bem em desconformidade com as
especificações apresentadas por licitante vencedor; bem adquirido com recursos da
Atenção Básica não localizado; bem adquirido com recursos da Atenção Básica
subutilizado.
52
Ordem de Serviço: 201701342
Município/UF: Estância/SE
Órgão: MINISTERIO DA SAUDE
Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão
Unidade Examinada: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE DE ESTANCIA/SE
Montante de Recursos Financeiros: R$ 3.846.761,50
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 19 a 28 de junho de 2017 sobre a
execução do Programa/Ação Governamental Fortalecimento do Sistema Único de Saúde
(SUS) / Piso de Atenção Básica Variável – Saúde da Família no Município de Estância/SE.
A ação fiscalizada destinou-se a realizar o acompanhamento da execução da Estratégia de
Saúde da Família, enfatizando-se a atuação do Município e das Equipes de Saúde da Família
– eSF, de forma a avaliar a infraestrutura das USF, o atendimento às famílias, composição
das equipes do PSF, bem como a atuação e capacitação por parte Secretaria Municipal de
Saúde, e, por fim, a contratação dos profissionais do PSF.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por este Ministério.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências
saneadoras relacionadas a estas constatações.
53
2.2.1. Inconsistências na contratação de profissionais que compõem Equipes de Saúde
da Família.
Fato
Com o objetivo de verificar a legalidade da contratação dos profissionais que compõem as
Equipes de Saúde da Família - ESF do município de Estância, foi solicitado listagem dos
profissionais que atuam no Município, bem como informações acerca do processo de
contratação, além dos respectivos contratos firmados.
O Gestor disponibilizou onze contratos temporários e informou que os demais profissionais
se submeteram a concursos públicos, apresentando editais de abertura de concurso, relação
de aprovados e editais de convocação.
Da análise da documentação, foram constatadas as inconsistências detalhadas a seguir:
a) Os contratos temporários referem-se a serviços médicos, de enfermagem e auxiliar de
enfermagem e buscam respaldo no art. 37, inciso IX da Constituição Federal, que diz que “a
lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público”. A Lei Municipal n° 1. 232/2006 regula a
matéria e lista as situações que são consideradas de necessidade temporária de excepcional
interesse público. Entretanto, não restou evidenciada a incidência dos eventos listados no
artigo segundo da referida lei, que autorizasse a contratação temporária desses profissionais,
cujas atividades não se referem a uma necessidade temporária. Cumpre registrar que um
desses contratos foi firmado em 05 de janeiro de 2015, há mais de dois anos, portanto.
b) Não foi apresentada documentação referente à contratação do Médico que compõe a ESF
10.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 796/SMS/GS, de 05 de setembro de 2017, emitido pelo Fundo
Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte
manifestação:
“Nesse tópico, a cuidadosa analista considerou inconsistente a existência de Contratos
Temporários para profissionais que compõem a ESF.
A Administração argumenta que a situação encontrada foi de ausência de servidores
concursados para ocupar as vagas existentes nas Equipes de Saúde da Família, eis que todos
os candidatos aprovados no último concurso já haviam sido chamados.
Assim, firmou Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público para
contratação temporária de profissionais da EFS enquanto providencia novo concurso.
Quanto à existência de contrato temporário vigente desde 2015, a Administração anota que,
da mesma forma que a Lei Federal 8745/93 permite a Contratação temporária no âmbito do
54
Governo Federal por período que pode chegar a 4 anos, a Lei Municipal 1232/06 permite as
Contratações Existentes.
Finalizando, em relação à não disponibilização do contrato do Médico da Equipe 10, assenta
a Administração que referido profissional, conforme consta no CNES é servidor estatutário
da Secretaria Municipal de Saúde; restando, por assim, ao ver da Administração,
devidamente justificadas todas as inconsistências apontadas no relatório.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em que pese o Gestor ter informado sobre o Termo de Ajustamento de Conduta, não
apresentou a respectiva fotocópia.
Trouxe ainda a legislação federal, que dispõe sobre a contratação por tempo determinado
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, informando que a
lei municipal n° 1.232/2006 permite as contratações temporárias existentes. Ocorre que,
conforme relatado no campo fato, a situação verificada no Município não se adequa às
ocorrências previstas no referido diploma e o Gestor não apresentou em sua justificativa
qual o dispositivo da lei a que as contratações estariam relacionadas e, portanto, regulares.
Em relação à ausência de comprovação da contratação do médico da ESF 10, o Gestor
informou que o mesmo é servidor estatutário, mas sem apresentar documentação que
evidenciasse a sua forma de ingresso, diferentemente do que ocorreu para os demais
estatutários, em que foram apresentados editais e resultados dos concursos realizados.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Descumprimento, por parte de profissionais de saúde, de carga horária semanal
prevista para atendimento no PSF.
Fato
Com a finalidade de verificar o cumprimento da carga horária semanal pelos profissionais de
formação superior das equipes mínimas do Programa Saúde da Família, foi solicitada ao
Município de Estância a disponibilização de folhas de ponto (junho/2017), agendas e escalas
de atendimentos (exercício 2016 e 2017), bem como mapas de produção (fevereiro a
maio/2017) e fichas individuais de atendimento (cinco dias do mês de maio/2017). Foram
realizadas, também, entrevistas junto a vinte famílias, distribuídas por cinco áreas de atuação
das equipes, e ainda verificação in loco de sete Unidades Básicas de Saúde.
Das análises efetuadas, foram identificadas situações que permitem concluir pelo não
cumprimento da carga horária dos profissionais que atuam nas Equipes de Saúde da Família,
conforme detalhado a seguir:
a) De acordo com os registros nas Fichas Individuais de Atendimento, observou-se que
alguns médicos realizaram, em dias específicos, uma quantidade de atendimentos inferior à
sua própria média de atendimentos, conforme detalhado no quadro a seguir:
55
Quadro – Atendimentos abaixo da média dos médicos de Equipes de Saúde da Família Equipe Data Qtde. de Atendimentos Média de atendimentos¹
4 18/05/17 4 14,5
7 17/05/17 6 10,75
7 18/05/17 6 10,75
9 19/05/17 9 17,75
12 18 e 19/05/17² 0 16,33
13 16/05/17 6 19
16 15/05/17 0 24
19 15/05/17 0 21,33
1: Média de atendimentos da semana 15 a 19/05/2017. A média levou em consideração os atendimentos
por cada equipe individualmente.
2: O médico pode utilizar 8h para estudo, no entanto, não foi disponibilizado o cronograma do médico
da equipe 12.
Fonte: Fichas Individuais de Atendimento (15 a 19 de maio de 2017)
Cabe registrar que não foram apresentadas fichas referentes aos atendimentos realizados
pelas equipes 3, 10 e 15, ficando prejudicada a respectiva verificação.
b) De acordo com os registros constantes no Relatório de Atendimento, emitido pelo sistema
e-SUS, bem como pelos cronogramas dos médicos e enfermeiros que compõem as Equipes
de Saúde da Família, verificou-se que, embora estivessem programadas visitas domiciliares,
estas não ocorreram ou ocorreram em quantidade que não ocuparia a jornada de trabalho dos
profissionais, conforme detalhado no quadro a seguir:
Quadro – Visita domiciliar (Fevereiro a maio/2017) Equipe Fevereiro Março Abril Maio
1 4 4 0 0
2 0 3 0 0
4 1 0 2 22
5 46 39 14 0
7 0 4 Não informado 0
8 0 0 Não informado Não informado
9 0 0 Não informado Não informado
10 0 1 0 1
12 0 2 2 0
14 10 3 0 5
15 0 0 0 Não informado
17 26 8 0 1
18 1 Não informado Não informado 12
19 0 1 0 8
Fonte: Relatório de Atendimento (fevereiro a maio/2017)
c) Também foi verificado baixa quantidade de atendimentos odontológicos, levando em
consideração a série histórica dos atendimentos realizados no período compreendido entre os
meses de fevereiro e maio de 2017, de acordo com os Relatórios de Produção, conforme
detalhado no quadro:
Quadro – Atendimento odontológico (Fevereiro a maio/2017) Equipe Fevereiro Março Abril Maio
1 109 49 0 129
3 130 177 163 0
4 28 39 0 191
56
5 100 123 4 10
7 81 87 Não informado 0
8 12 23 Não informado Não informado
9 82 16 Não informado Não informado
13 63 128 111 0
14 78 0 94 93
15 14 51 27 0
17 2 0 0 0
Fonte: Relatório de Atendimento (fevereiro a maio/2017)
d) Durante os trabalhos de campo, foram visitadas sete Unidades Básicas de Saúde e, em
algumas delas, os profissionais não estavam presentes, conforme detalhado a seguir:
Quadro – Profissionais ausentes. UBS Equipe Profissional Data Período da visita
Júlio dos Santos 1 Aux. de Enfermagem 26/06/17 Tarde
Júlio dos Santos 1 Odontólogo 26/06/17 Tarde
Júlio dos Santos 1 Aux. de Saúde Bucal 26/06/17 Tarde
Júlio dos Santos 2 Aux. de Enfermagem 26/06/17 Tarde
Dr. Raimundo Good de Lima 3 Enfermeiro 26/06/17 Tarde
Dr. Raimundo Good de Lima 4 Médico 26/06/17 Tarde
Dr. Raimundo Good de Lima 4 Enfermeiro 26/06/17 Tarde
Dr. Raimundo Good de Lima 4 Odontólogo 26/06/17 Tarde
Dr. Raimundo Good de Lima 4 Aux. de Saúde Bucal 26/06/17 Tarde
Raimunda Mesquita 10 Médico 27/06/17 Manhã
Raimunda Mesquita 10 Odontólogo 27/06/17 Manhã
Quirino Lopes Ferreira Neto 6 Aux. de Enfermagem 27/06/17 Tarde
Paulo Amaral 13 Médico 27/06/17 Tarde
Paulo Amaral 13 Enfermeiro 27/06/17 Tarde
Fonte: Verificação in loco.
e) Em entrevista junto a famílias, questionou-se acerca do atendimento adequado/necessário
quando houve necessidade de procura pelos serviços ofertados nas Unidades Básicas de
Saúde. Algumas famílias queixaram-se da falta de médicos, o que prejudica ao atendimento
adequado.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 796/SMS/GS, de 05 de setembro de 2017, emitido pelo Fundo
Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte
manifestação:
“A análise realizada nesse tópico concluiu pelo não cumprimento da totalidade da carga
horária pelos profissionais da EFS, conclusão extraída de vistas ás unidades, avaliação de
produtividade e entrevista com famílias.
A Administração não nega que, como em todo o Brasil, possui dificuldades no
gerenciamento da jornada de trabalho de parte dos Profissionais da ESF.
Faltas pontuais justificadas por atestados e atrasos não são estranhos à Administração que
luta diuturnamente para corrigir essas distorções, mais próprias da natureza humana em
alguns que de deficiência nos instrumentos de controle da Administração.
57
Entretanto, respeitosamente, essa inegável realidade não repercute na deficiência de
atendimento com o impacto narrada na análise.
Veja-se então que, embora a análise mencione a avaliação das “fichas de atendimento”
(fichas físicas), na realidade a análise foi feita através do e-SUS, sistema notoriamente falho
(cf. os diversos fóruns de discussão na internet, a exemplo do
<https://cursos.atencaobasica.org.br/post/253>) que não retrata a realidade de atendimentos
das unidades.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A constatação refere-se ao descumprimento de carga horária por parte de profissionais de
saúde, o que não foi negado pelo Gestor em sua manifestação.
Em que pese o Gestor ter informado que as análises da equipe de fiscalização basearam-se
apenas em relatórios emitidos pelo e-SUS, as verificações foram realizadas também nas
Fichas Individuais de Atendimento, que são preenchidas manualmente ao passo em que são
realizados os atendimentos pelos médicos das equipes. O resultado dessa análise é o que
consta no primeiro quadro da constatação.
Em relação às informações constantes no sistema e-SUS e que serviram de evidência para
parte da constatação, o Gestor informou que o sistema é notoriamente falho, apresentando
fórum de discussão na internet acerca de suas fragilidades. Entretanto, não há como
asseverar que as informações dos relatórios do Município de Estância estariam ou não
corretas e completas, apenas tomando por base o fórum de reclamação. Seria necessário o
encaminhamento da documentação que dá suporte à alimentação do sistema, demonstrando
que, embora registradas no sistema, este, por falha, não manteve os registros. Também não
há comprovação de que o Município adotou providências no sentido de informar ao
Ministério da Saúde acerca de suas dificuldades junto ao referido sistema.
Por fim, o Gestor informa que o descumprimento da carga horária não repercute na
deficiência de atendimento. Ocorre que famílias informaram que essas ausências interferem
negativamente no atendimento.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Equipe de Saúde da Família com composição incompleta.
Fato
O Município de Estância encontra-se equipado com dezenove Equipes de Saúde da Família,
sendo quatorze atuando na zona urbana e cinco na zona rural. Da análise da documentação
disponibilizada pelo Município, verificou-se a existência de Equipes de Saúde da Família
onde não está sendo obedecida a composição mínima de profissionais, conforme detalhado a
seguir:
Quadro - Equipes de Saúde da Família incompletas
UBS Equipe Profissional Situação
Dr. Raimundo
Good de Lima
3 Médico A profissional faz parte do Programa Mais Médicos e
teve suas atividades encerradas no final do mês de
58
junho. De acordo com o Município, no mês de julho a
situação deverá ser solucionada, com a chegada de novo
médico.
Dr. Raimundo
Good Lima
4 Odontólogo O profissional não desempenha suas atividades na
Unidade Básica de Saúde. A admissão ocorreu em
05/01/2015, mas o profissional encontra-se em desvio de
função, atuando na área administrativa, como
coordenadora da saúde bucal, conforme informado pela
Diretora da UBS.
Raimunda
Mesquita
10 Aux. de
Saúde Bucal
Profissional não informado na relação disponibilizada
pelo Município.
Colônia
Estancinha
15 Médico Profissional não informado na relação disponibilizada
pelo Município. De acordo com a servidora responsável
pelo gerenciamento do programa Saúde da Família, a
equipe está desfalcada acerca de sessenta dias.
Fonte: Verificação in loco. Documento “Profissionais que compõem as equipes do PSF”.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 796/SMS/GS, de 05 de setembro de 2017, emitido pelo Fundo
Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte
manifestação:
“A análise realizada nesse tópico concluiu que algumas ESF estavam incompletas.
De fato, em algumas situações algumas Equipes ficam temporariamente desfalcadas.
É o caso, por exemplo, das Equipes formadas com Profissionais do Programa Mais Médicos.
O que ocorre nesses casos é que a substituição do Profissionais somente pode ser solicitada
após o desligamento formal do Profissional da Equipe; e sua substituição leva mais de 30
dias para ser efetuada pelo Ministério da Saúde. Assim, a equipe fica desfalcada no mínimo
30 dias.
No mais o desfalque é pontual decorrente de licenças médicas e outras ocorrências
administrativas.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O Gestor informou a situação de desfalque baseada na troca de profissional que atua pelo
Programa +Médicos, entretanto não apresentou justificativas, com documentação
comprobatória, para os demais casos relatados da constatação.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.4. Impropriedades na inserção/atualização de dados do sistema CNES.
Fato
Com o objetivo de verificar existência de discrepâncias quantitativas ou qualitativas em
relação ao cadastro dos profissionais que atuam nas Equipes de Saúde da Família, foi
realizado batimento entre as informações disponibilizadas pelo Município de Estância à
59
equipe de fiscalização e aquelas registradas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde (CNES), de onde foram verificadas as inconsistências detalhadas a seguir:
a) Profissionais registrados no CNES e não informados pelo Município:
Quadro – Profissionais não listados pelo Município
CNES USF Profissional Atividade
2477912 Júlio dos Santos DSS Aux. de Enfermagem
2477912 Júlio dos Santos JAC Aux. de Enfermagem
2477912 Júlio dos Santos MAS Aux. de Enfermagem
2477912 Júlio dos Santos MGSJ ACS
2477912 Júlio dos Santos MIOC Aux. de Enfermagem
6986080 Raimundo Good de Lima DRSRN Psicólogo
6986080 Raimundo Good de Lima GSS Aux. de Enfermagem
6986080 Raimundo Good de Lima MJS Aux. de Enfermagem
6986080 Raimundo Good de Lima PSL Aux. de Enfermagem
6986110 Quirino Lopes F. Neto APAM Médica
6986110 Quirino Lopes F. Neto CGSS Aux. de Enfermagem
6986110 Quirino Lopes F. Neto EJM Aux. de Enfermagem
6986110 Quirino Lopes F. Neto HRLF Cirurgião Dentista
6986110 Quirino Lopes F. Neto HAF Aux. de Enfermagem
6986110 Quirino Lopes F. Neto MVFLC Aux. de Enfermagem
2477904 Raimunda Mesquita ACSS Aux. de Enfermagem
2477904 Raimunda Mesquita GGSM Aux. de Enfermagem
2477904 Raimunda Mesquita JCM Aux. de Saúde Bucal
2477890 Wilma Mascarenhas HSO Aux. de Enfermagem
2477890 Wilma Mascarenhas JSV Aux. de Enfermagem
2477890 Wilma Mascarenhas LGS Aux. de Enfermagem
Fonte: Relação de Profissionais – CNES (consulta realizada em 08 de junho de 2016). Listagem de
profissionais disponibilizado pelo Município.
b) Profissional listado pelo Município, mas sem registro do CNES:
Quadro – Profissionais não registrados no CNES.
CNES USF Profissional Atividade
6986110 Quirino Lopes Ferreira Neto MCS Auxiliar de
Enfermagem
Fonte: Relação de Profissionais – CNES (consulta em 08 de junho de 2016). Listagem de profissionais disponibilizada pelo Município. ##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 796/SMS/GS, de 05 de setembro de 2017, emitido pelo Fundo
Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte
manifestação:
“A análise realizada nesse tópico encontrou divergências entre a lista de profissionais
apresentado à equipe de auditoria e aquela constante no CNES.
Na realidade, o que houve nesse caso foi um erro de comunicação pois a listagem solicitada
originalmente à SMS dizia respeito, ao compreender da Administração, exclusivamente aos
60
Profissionais do PSF. Assim quanto cotejada com a lista do CNES (na qual constam os
profissionais que atendem ambulatorialmente – fora do PSF) as inconsistências aparecem.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em que pese o Gestor ter entendido o fato como uma aparente falha, decorrente de ruído de
comunicação, não trouxe elementos que elucidassem a questão. Informou que os
profissionais que listou e apresentou à equipe de fiscalização são os que compõem as
Equipes de Saúde da Família e que as divergências relatadas referem-se aos profissionais
que atendem ambulatorialmente.
Entretanto, há Agente Comunitário de Saúde cadastrado no CNES e que não constou na
relação disponibilizada pelo Município, bem como há Auxiliar de Enfermagem atuando em
USF, mas que não está cadastrada no CNES.
Seria necessária a apresentação de justificativa para cada caso relatado nos quadros do
campo fato, para que fosse possível asseverar a real situação de divergência e aquela
decorrente de falha de comunicação.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.5. Deficiência nos atendimentos realizados pelas equipes da ESF.
Fato
Visando o acompanhamento da execução da Estratégia de Saúde da Família no Município
de Estância, foram entrevistadas vinte famílias de cinco das dezenove Equipes de Saúde da
Família existentes no Município, ou seja, quatro famílias por Equipe.
Foi verificado que, das vinte famílias entrevistadas, treze recebem visita mensal dos agentes
comunitários, mas cinco não recebem visita com essa frequência e duas informaram que não
recebem visita.
Quando os membros dessas famílias foram questionados se o agente comunitário de saúde já
marcou consultas (agendamento prévio) quando o entrevistado ou alguém da sua família
precisou ser atendido pelo médico ou pelo enfermeiro do PSF e não se encontravam em
condições de ir pessoalmente fazer o agendamento, sete responderam afirmativamente, mas
quatro informaram que não receberam esse tipo de serviço dos agentes, embora
necessitassem. Cabe destacar que, durante os trabalhos de campo, verificaram-se dois casos
em que, naquele momento, o entrevistado estava necessitando de consulta médica, mas sem
condições de ir até a Unidade de Saúde.
Em relação à necessidade e a efetiva visita de membro da família por médico ou enfermeiro,
oito famílias informaram que receberam esse cuidado quando necessitaram, entretanto, duas
famílias informaram que não recebem, apesar de necessitarem. As demais famílias
informaram que nunca precisaram desse tipo de serviço.
No que se refere ao atendimento prestado nas Unidades de Saúde da Família, doze famílias
informaram que recebem atendimento adequado. As fragilidades apresentadas pelas demais
61
referem-se à dificuldade no atendimento à demanda pelos serviços, uma vez que, para
conseguir ser atendido, o paciente necessita pegar “ficha”. De acordo com os entrevistados,
para conseguir uma ficha, é necessário ir à Unidade ainda no período da madrugada. Além
disso, três famílias queixaram-se de falta de médico, evento que ocorre esporadicamente, e
duas famílias queixaram-se do atendimento de um mesmo médico. Segundo essas famílias, a
comunidade já teria se posicionado diante da Secretaria Municipal de Saúde, por meio de
abaixo assinado, solicitando a transferência do referido profissional.
Além disso, apenas duas famílias informaram que foram convidadas a participar de reunião,
palestra ou encontro realizado pela equipe de saúde da família para orientações sobre
cuidados com a saúde.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 796/SMS/GS, de 05 de setembro de 2017, emitido pelo Fundo
Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte
manifestação:
“Em relação às questões levantadas pela auditoria nesse ponto, valem as explanações
colocadas no item II”, quais sejam:
‘A análise realizada nesse tópico concluiu pelo não cumprimento da totalidade da carga
horária pelos profissionais da EFS, conclusão extraída de vistas ás unidades, avaliação de
produtividade e entrevista com famílias.’
A Administração não nega que, como em todo o Brasil, possui dificuldades no
gerenciamento da jornada de trabalho de parte dos Profissionais da ESF.
Faltas pontuais justificadas por atestados e atrasos não são estranhos à Administração que
luta diuturnamente para corrigir essas distorções, mais próprias da natureza humana em
alguns que de deficiência nos instrumentos de controle da Administração.
Entretanto, respeitosamente, essa inegável realidade não repercute na deficiência de
atendimento com o impacto narrada na análise.
Veja-se então que, embora a análise mencione a avaliação das ‘fichas de atendimento’
(fichas físicas), na realidade a análise foi feita através do e-SUS, sistema notoriamente falho
(cf. os diversos fóruns de discussão na internet, a exemplo do
<https://cursos.atencaobasica.org.br/post/253>) que não retrata a realidade de atendimentos
das unidades.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A manifestação do Gestor não se refere especificamente aos fatos narrados.
##/AnaliseControleInterno##
62
2.2.6. Deficiências na infraestrutura de Unidades Básicas de Saúde da Família.
Fato
A Portaria n° 2.488, de 21 de outubro de 2011, do Ministério da Saúde, que “aprova a
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a
organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS)”, estabelece, no tocante à infraestrutura e
funcionamento da Atenção Básica, que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) devem ser
construídas de acordo com as normas sanitárias e tendo como referência o manual de
infraestrutura do Departamento de Atenção Básica/SAS/MS.
O Município de Estância encontra-se equipado com treze Unidades Básicas de Saúde
(UBS), sendo oito localizadas na zona urbana e cinco na zona rural, onde dezenove Equipes
de Saúde da Família (ESF) desenvolvem suas atividades. Durante os trabalhos de campo,
foram visitadas sete UBS, sendo seis na zona urbana e uma na zona rural, verificando-se que
não foram alcançadas as condições mínimas de infraestrutura nas seguintes Unidades:
a) USF Dr. Raimundo Good de Lima: Não há sala de observação. Havendo necessidade, o
paciente é colocado na sala de procedimentos. Nessa sala é realizada medicação, verificação
de glicemia e de pressão arterial, bem como coleta para o teste do pezinho. A sala de
inalação coletiva está sem o aparelho necessário para o atendimento da população.
b) USF Wilma Mascarenhas: Não há sala de observação. Havendo necessidade, o paciente é
colocado na sala de vacinas. Há apenas um consultório, que é revezado entre o médico e o
enfermeiro. Quando os dois profissionais estão realizando atividades ao mesmo tempo, o
enfermeiro se desloca para a sala de vacinas.
c) USF Paulo Amaral: A Unidade funciona em uma casa adaptada, sem condições de
atendimento adequado à população. Não possui sala de inalação coletiva, sala de coleta, sala
de observação, consultório com sanitário, sala de administração e gerência, sala de
atividades coletivas e nem abrigo para resíduos sólidos. A unidade conta apenas com três
salas: um consultório sem sanitário, uma sala de vacinas e uma sala de procedimentos. A
sala de procedimentos, onde também ocorrem os curativos, não possui iluminação e as
paredes aparentam a existência de mofo. Além disso, os armários para arquivo da
documentação estão superlotados. Segue registro fotográfico:
63
USF Paulo Amaral. Entrada.
USF Paulo Amaral. Consultório Médico. USF Paulo Amaral. Sala de Procedimentos.
64
USF Paulo Amaral. Resíduos sólidos sem abrigo. USF Paulo Amaral. Arquivo superlotado.
A Equipe de Saúde da Família n° 13 funciona na USF Paulo Amaral, entretanto, diante da
sua insuficiente infraestrutura, os profissionais que atuam na saúde bucal desenvolvem suas
atividades no Centro de Referência Min. Leonor B. Franco, que está situado no mesmo
bairro da USF Paulo Amaral, Cidade Nova.
d) USF CAIC Jorge Amado: Apesar da equipe de fiscalização não ter procedido à vistoria
nessa USF, devido à limitação imposta pela sua capacidade operacional, em visita à USF
Quirino Lopes, constatou-se que o odontólogo e o auxiliar de saúde bucal da ESF 7, que
funciona no CAIC, estavam prestando serviços na USF Quirino Lopes, devido à insuficiente
infraestrutura daquela Unidade. Foi relatado que a USF CAIC Jorge Amado funciona em
uma casa alugada e que os profissionais de saúde bucal prestam atendimento na USF
Quirino Lopes há três anos.
65
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 796/SMS/GS, de 05 de setembro de 2017, emitido pelo Fundo
Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte
manifestação:
“Nesse tópico, a análise foi realizada na infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde.
Embora reconheça que existam deficiências a serem supridas e investimentos que precisam
ser realizados (a Administração já deu Ordem de Serviço para a Construção de mais um
novo prédio para abrigar uma EFS), a Administração discorda de afirmações pontuais da
análise.
A afirmação de que as unidades Júlio dos Santos, Dr. Quirino Lopes, Raimunda Mesquita
não possuem sala de observação, por exemplo, conforme demonstram as fotografias anexas,
não é acurada.
Assim, feitas essas ressalvas, compreende a Administração pertinentes as observações da
analista, registrando que atua para investir em infraestrutura, com as limitações financeiras
conhecidas por todos.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O Gestor considerou pertinente o fato narrado, indicando três discordâncias, as quais foram
suprimidas do relatório, haja vista a pertinência do registro documental apresentado.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.7. Ausência de materiais, equipamentos e insumos necessários à realização das
atividades dos profissionais das ESF.
Fato
O Município de Estância encontra-se equipado com treze Unidades Básicas de Saúde
(UBS), sendo oito localizadas na zona urbana e cinco na zona rural, onde dezenove Equipes
de Saúde da Família (ESF) desenvolvem suas atividades. Durante os trabalhos de campo,
foram visitadas sete UBS, sendo seis na zona urbana e uma na zona rural, e verificado o
funcionamento das atividades de onze ESF.
Em entrevista com os enfermeiros, verificou-se a ocorrência de falta de material para a
realização de exames citológicos. Ressalte-se que, no dia em que a USF Wilma Mascarenhas
foi visitada pela equipe de fiscalização, pôde-se constatar a ausência do material e as
atividades do enfermeiro não puderam ser realizadas conforme previsto no seu cronograma
mensal. Foi relatada ainda falta de material para curativos de feridas crônicas, bem como
falta de receituário, onde são disponibilizadas fotocópias.
Já odontólogos informaram que, no exercício de 2016, houve falta de material básico, como
luvas e anestésico. Foi verificado que um dos equipamentos odontológicos da USF Dr.
66
Quirino Lopes Ferreira Neto, onde estão funcionando duas equipes de saúde bucal, encontra-
se quebrado. As profissionais informaram que estão compartilhando o uso do outro
equipamento.
Além disso, os agentes comunitários não dispõem de balança o que dificulta no
acompanhamento da pesagem das crianças. O procedimento utilizado atualmente é o
chamamento das famílias para comparecerem até o posto de saúde para que possa ser
realizada a pesagem. Entretanto, há um baixo percentual de comparecimento, o que
prejudica o efetivo acompanhamento da saúde da família e os encaminhamentos de
providências para as crianças que se encontram abaixo do peso. Por fim, os agentes não
estão recebendo fardamento.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício n° 796/SMS/GS, de 05 de setembro de 2017, emitido pelo Fundo
Municipal de Saúde, a Prefeitura Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte
manifestação:
“Nesse tópico, a análise deu destaque à ausência de materiais, equipamentos e insumos
necessários à realização das atividades dos Profissionais da EFS.
No ponto a Administração registra que o desabastecimento foi pontual e já foi sanado.
Quanto ao equipamento odontológico quebrado, a Administração registra que a manutenção
do aparelho é realizado por empresa localizada na Capital (não há no município empresa
formalmente estabelecida para a realização dessa manutenção) razão
pela qual há certa demora no seu conserto.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em que pese o Gestor afirmar que a ocorrência foi pontual, concordou com a situação
presenciada pela equipe de fiscalização. Por outro lado, informou que a situação foi
contornada, mas não apresentou documentação comprobatória.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, conclui-se pela existência de falhas na execução da
Estratégia de Saúde da Família no município de Estância/SE, relacionadas a
inconsistências na contratação de profissionais que compõem Equipes de Saúde da
Família; descumprimento, por parte de profissionais de saúde, de carga horária semanal
prevista para atendimento no PSF; Equipe de Saúde da Família com composição
incompleta; impropriedades na inserção/atualização de dados do sistema CNES;
deficiência nos atendimentos realizados pelas equipes da ESF; deficiências na
infraestrutura de Unidades Básicas de Saúde da Família; ausência de materiais,
equipamentos e insumos necessários à realização das atividades dos profissionais das ESF.
67
Ordem de Serviço: 201701341
Município/UF: Estância/SE
Órgão: MINISTERIO DA SAUDE
Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão
Unidade Examinada: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE DE ESTANCIA/SE
Montante de Recursos Financeiros: R$ 330.607,56
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 19 a 23 de junho de 2017, referentes
à aplicação dos recursos do programa 2015 - Fortalecimento do Sistema Único de Saúde
(SUS), na ação 20AE - Promoção da Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos na
Atenção Básica em Saúde.
A ação fiscalizada destina-se a verificar a operacionalização da referida ação governamental
quanto à legalidade, economicidade e eficácia da gestão dos recursos federais
descentralizados ao município de Estância/SE para aquisição, armazenamento e dispensação
de medicamentos da Assistência Farmacêutica Básica.
Na consecução dos trabalhos foi verificada a gestão do almoxarifado de medicamentos, a
gestão da farmácia básica centralizada, a efetivação da contrapartida estadual e municipal e a
alimentação da Base Nacional de Dados de ações e serviços referentes ao Componente
Básico da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
utilizando-se do Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica – HÓRUS,
referente ao período compreendido entre 01 de janeiro de 2016 a 30 de abril de 2017.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por este Ministério.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
68
pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências
saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Medicamentos com prazo de validade prestes a expirar no almoxarifado e
prestes a expirar e expirado no relatório de estoque da Farmácia Básica
Fato
Constatou-se nas instalações do almoxarifado, em 19 de junho de 2017, a existência de duas
caixas dos medicamentos da amostra do Componente Básico da Assistência Farmacêutica
com prazo de validade prestes a expirar. Também se verificou a existência de medicamentos
com prazo de validade prestes a expirar e com prazo de validade expirado no relatório
emitido pela Farmácia Básica mostrando a posição do seu estoque na mesma data.
Os registros fotográficos a seguir mostram os lotes dos dois medicamentos que se
encontravam na situação descrita no estoque do almoxarifado:
Foto – lote B15G1372 de Besilato de Anlodipino – 5
mg – prazo de validade para julho/2017 – 2.130
comprimidos, Estância (SE), 19 de junho de 2017
Foto – lote 1517005 de Mikania glomerata – 0,1
ml/ml – 120 ml, prazo de validade para
junho/2017 – 426 frascos, Estância (SE), 19 de
junho de 2017
Na visita realizada à Farmácia Básica na manhã de 21 de junho de 2017 constatou-se que os
medicamentos com prazo de validade prestes a expirar e expirado que constam do relatório
com a posição do estoque em 19 de junho de 2017 já haviam sido retirados das prateleiras. A
farmacêutica de CPF ***.848.105-** informou que foram retirados porque o referido
relatório destaca com caracteres diferenciados os medicamentos do estoque que se
encontram em tal situação e mesmo os que ainda não estão com prazo de validade expirado,
mas muito próximo de expirar, não são dispensados para evitar que a população consuma
medicamentos cujo prazo de validade expire durante o seu uso.
O quadro a seguir mostra os lotes de medicamentos com os respectivos prazos de validade
próximos de expirar ou expirados que aparecem com caracteres diferenciados no relatório
“Posição de Estoque – Município – Estoque em 19/06/2017”:
69
Quadro – Lotes de Medicamentos com prazo de validade prestes a vencer e vencido Medicamento/unidade Lote Prazo de
Validade
Quantidade Valor
(R$)
Besilato de Anlodipino 5 mg + cloridrato
de benazepril 10 mg - cápsula
1007778 30/08/2017 60 143,40
Besilato de Anlodipino 5 mg + cloridrato
de benazepril 10 mg - cápsula
5080459 31/08/2017 30 71,70
Besilato de anlodipino – 5 mg – comp. B15G1372 14/07/2017 1.890 75,60
Azitromicina 500 mg – comprimido 1502168 30/06/2017 431 245,67
Benzilpenicilina benzatina 600.000 UI - pó
para suspensão injetável
2501121 31/07/2017 50 299,50
Divalproato de sódio 500 mg compr. MR8020 30/07/2017 80 65,60
Mikania Glomerata (guaco) 0,1 ml/ml –
xarope 120 ml
1517005 30/06/2017 243 775,17
Levotiroxina sódica 100 mcg compr. BR71456 01/06/2017 90 26,10
Cloridrato de metilfenidato 10 mg caps. 1613364 31/03/2017 240 343,20
Metronidazol – 250 mg - comprimido 15G014 19/06/2017 11.667 2.100,06
Fonte: Relatório “Posição de Estoque – Município – Estoque em 19/06/2017”
A existência de lote de medicamento com prazo de validade expirado em março de 2017 no
estoque da Farmácia Básica demonstra que a saída de medicamentos não vem sendo
registrada regularmente no sistema Hórus até o décimo quinto dia do mês seguinte ao da
ocorrência, caracterizando infringência ao que dispõe o art. 5º da Portaria 1.533, de 30 de
julho de 2013, do Ministério da Saúde.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Nesse tópico, a análise anotou a existência de Medicamentos com prazo de validade prestes
a expirar no almoxarifado e prestes a expirar e/ou expirado no relatório de estoque da
Farmácia Básica.
Embora a aquisição desses medicamentos não tenha sido realizada pela atual Gestão, a
Administração anota que, com compras mediante licitação, dificilmente se consegue se ter
um estoque sem falta ou sem sobras e entre faltar e sobrar a opção de gestão é sempre
adquirir com folga o que faz com que medicamentos vençam, máxime os de uso contínuo
como os listados pelo analista”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O gestor não refutou os achados relatados na constatação, limitando-se a tecer considerações
genéricas sobre a dificuldade de se adquirir a quantidade exata de medicamentos mediante
licitação. Não abordou o descumprimento da legislação referente ao medicamento com
prazo de validade expirado em março de 2017, que não deveria mais constar no relatório de
estoque da Farmácia Básica extraído em 19 de junho de 2017, caso a saída do mesmo tivesse
sido providenciada dentro do prazo fixado pela Portaria nº 1.533/2013 do Ministério da
Saúde, que seria, no caso, até o décimo quinto dia do mês de abril de 2017.
70
##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Medicamentos contraceptivos em quantidade excessiva e boa parte dos mesmos
com prazo de validade prestes a expirar
Fato
Em visita realizada ao almoxarifado central da Prefeitura de Estância, verificou-se a
existência de pelo menos duzentas caixas dos medicamentos “levonorgestrel 0,15 mg +
etinilestradiol 0,03 mg”, “noretisterona 0, 35 mg” e “acetato de medroxiprogesterona 10
mg”. De acordo com o servidor de CPF ***.501.385-**, responsável pelo almoxarifado,
esses medicamentos foram recebidos da Secretaria de Saúde do Estado de Sergipe em 12 de
maio de 2017 e a quantidade é excessiva para as necessidades do Município.
Foto - Medicamentos contraceptivos recebidos em
quantidade excessiva da Secretaria Estadual da Saúde
de Sergipe, boa parte dos quais com prazo de validade
prestes a expirar, Estância (SE), 20 de junho de 2017.
De acordo com o art. 6º da Portaria 1.555, de 30 de julho de 2013, do Ministério da Saúde,
cabe a este o financiamento e a aquisição dos medicamentos contraceptivos e insumos do
Programa Saúde da Mulher, constantes do Anexo I e IV da RENAME, que os entrega à
Secretaria Estadual de Saúde para esta fazer a distribuição aos municípios com população de
até 500 mil habitantes, como é o caso de Estância.
A título ilustrativo, cada caixa do medicamento “levonorgestrel 0,15 mg + etinilestradiol
0,03 mg” contém 36 cartuchos com 63 comprimidos cada um, perfazendo um total de 2.268
compridos por caixa. Por seu turno, cada caixa do medicamento “noretisterona 0, 35 mg”
71
contém 36 cartuchos de 35 comprimidos cada um, perfazendo um total de 1.260
comprimidos por caixa.
Além da quantidade de tais medicamentos ser excessiva para as necessidades da população
do Município, observou-se que muitas caixas contendo o medicamento “levonorgestrel 0,15
mg + etinilestradiol 0,03 mg” contêm lotes com prazo de validade prestes a vencer. Deste
modo, muitas caixas contendo os lotes nº 5070261 e 5080410 apresentam prazo de validade
prestes a vencer, respectivamente, em julho de 2017 e agosto de 2017.
Foto - Caixa contendo lote do medicamento
“levonorgestrel 0,35 mg + etinilestradiol 0,03 mg”
com prazo de validade para julho de 2017, Estância
(SE), 20 de junho de 2017
Foto - Caixa contendo lote do medicamento
“levonorgestrel 0,35 mg + etinilestradiol 0,03 mg”
com prazo de validade para agosto de 2017, Estância
(SE), 20 de junho de 2017
Tendo em vista a grande quantidade de medicamentos, que ainda estava sendo levantada
pelo servidor responsável pelo almoxarifado, solicitou-se ao mesmo informar
detalhadamente, por e-mail, as quantidades precisas de cada um dos lotes dos medicamentos
citados distribuídos ao Município pela Secretaria Estadual de Saúde, bem como o
documento desta que os encaminhou. O referido servidor encaminhou e-mail com um
arquivo anexo contendo apenas um quadro relacionando os medicamentos contraceptivos,
porém o mesmo apresenta flagrantes incorreções nas quantidades informadas, além de omitir
os dois citados lotes do medicamento “levonorgestrel 0,15 mg + etinilestradiol 0,03 mg”
com prazo de validade prestes a expirar. O citado servidor também não encaminhou a cópia
do documento da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe que encaminhou tais
medicamentos ao município de Estância.
O citado quadro mostra a descrição do nome dos medicamentos, o número do lote e a
quantidade expressa em comprimidos (“comp”), porém as quantidades nele informadas são
irrisórias à luz da enorme quantidade de caixas de tais medicamentos observada durante a
72
visita ao almoxarifado e registrada fotograficamente: são informados apenas um total de
6.612 comprimidos referentes a três lotes de “levonorgestrel 0,15 mg + etinilestradiol 0,03
mg”; 4.594 comprimidos referentes a três lotes de “noretisterona 0,35 mg”; e 5.000
comprimidos referentes a três lotes de “acetato de medroxiprogesterona 10 mg”, perfazendo
um total de 16.206 comprimidos. Como já demonstrado, uma única caixa de “levonorgestrel
0,15 mg + etinilestradiol 0,03 mg” contém 2.268 comprimidos e uma única caixa de
“noretisterona 0, 35 mg” contém 1.260 comprimidos, tendo se constatado in loco a
existência de muitas dezenas de caixas destes dois medicamentos. Além dessa flagrante
incorreção, o quadro enviado pelo servidor do almoxarifado omite os já citados lotes nº
5070261 e 5080410, do medicamento “levonorgestrel 0,15 mg + etinilestradiol 0,03 mg”,
com prazos de validade para julho de 2017 e agosto de 2017, respectivamente, dos quais se
verificou a existência de grande quantidade de caixas no almoxarifado.
O quadro enviado também informa que o prazo de validade do lote 1003350 do
medicamento “noretisterona 0,35 mg” expirou em 28 de fevereiro de 2017. Ainda conforme
informações do mesmo quadro, está próximo o prazo de validade dos lotes nº 1001230 e
1002326 do medicamento “levonorgestrel 0,15 mg + etinilestradiol 0,03 mg”
(respectivamente, outubro de 2017 e novembro de 2017) e lote nº 1002574 do medicamento
“noretisterona 0, 35 mg” (novembro de 2017).
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“A análise realizada nesse tópico diz respeito a existência de Medicamentos contraceptivos
em quantidade excessiva e boa parte dos mesmos com prazo de validade prestes a expirar,
em quantidade excessiva para as necessidades da população do Município.
Destacou que tais medicamentos foram encaminhados para a SMS pela Secretaria de Estado
da Saúde registrando ainda que o encarregado pelo almoxarifado ficou de encaminhar por e-
mail as quantidades precisas de cada um dos lotes dos medicamentos citados distribuídos ao
Município pela Secretaria Estadual de Saúde, bem como o documento desta que os
encaminhou.
No tópico a Administração registra que não realiza pedidos quantificados de medicamentos
à Secretaria de Estado da Saúde que “desova” seus estoques entregando-as aos municípios,
sabendo que estão em excesso, apenas para “transferir o problema”.
Na realidade, a irregularidade nesse ponto deve ser registrada em desfavor da Secretaria de
Estado da Saúde e não em relação ao Município de Estância.
Quanto às informações solicitadas ao encarregado do almoxarifado, seguem em anexo.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
73
Análise do Controle Interno
Com relação ao relato contido nessa constatação, o gestor se limitou a transferir a
responsabilidade para a Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe, que enviou grande
quantidade de medicamentos contraceptivos ao Município, sem, no entanto, explicar por que
não adotou nenhuma providência com relação a tais medicamentos, recebidos em 12 de
maio de 2017, conforme informação do servidor responsável pelo almoxarifado, a exemplo
de devolver tempestivamente os medicamentos excedentes à Secretaria de Estado da Saúde.
O gestor municipal afirma que as informações referentes a tais medicamentos estariam
sendo enviadas juntamente com a manifestação, porém no documento elaborado pelo
servidor encarregado do almoxarifado, anexo à manifestação, constam apenas informações
sobre divergência encontrada em quantidades de medicamentos fornecidos à Farmácia
Básica, objeto de outra constatação.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Falta de alimentação dos dados da maioria das dispensações de medicamentos
na Base Nacional de Dados por meio do sistema Hórus
Fato
Em visita realizada em 21 de junho de 2017 à Farmácia Básica situada na cidade de
Estância, que centraliza toda a dispensação de medicamentos da Assistência Farmacêutica
Básica no Município, constatou-se que a alimentação de dados no sistema Hórus está sendo
efetuada apenas parcialmente, sendo registradas apenas as dispensações dos medicamentos
sob controle especial e dos medicamentos fornecidos mediante determinação judicial, que,
de acordo com informação dos dois farmacêuticos que atuam na Farmácia Básica,
representam aproximadamente quarenta por cento dos medicamentos dispensados, ao passo
que a dispensação dos demais medicamentos não está sendo registrada no referido Sistema.
De acordo com a informação fornecida pelos farmacêuticos ***.848.105-** e ***.505.275-
**, que atuam na Farmácia Básica do município de Estância, isso vem ocorrendo em razão
da insuficiência de pessoal e de equipamentos para a realização desse procedimento no
Sistema. De acordo com os dois farmacêuticos, a Farmácia Básica necessita de pelo menos
mais um servidor para atendimento ao público no balcão e outro para fazer o registro das
dispensações dos medicamentos não sujeitos ao controle especial, bem como de outro
computador, e tal pleito já teria sido feito à Secretaria de Saúde do Município, porém até o
momento não atendido.
Desse modo, não ficam registradas na base de dados do sistema Hórus 60% das
dispensações de medicamentos da atenção básica, que representa a maior parte dos
medicamentos dispensados, o que impede os gestores federal e municipal de saberem pelo
referido sistema a demanda por tais medicamentos no município de Estância,
impossibilitando a emissão de relatórios gerenciais que poderiam propiciar um melhor
planejamento das aquisições de medicamentos e evitar a falta e/ou o desperdício de
medicamentos.
74
Em 19 de junho de 2017 foi emitido pela Farmácia Básica o demonstrativo intitulado
“Posição de Estoque – Município”, com a posição do estoque na referida data. Indagados
acerca de como se obtiveram os dados dos medicamentos em estoque que constam no
mesmo, já que não se registra no sistema a maior parte das dispensações efetuadas, mas
apenas cerca de quarenta por cento delas, os farmacêuticos informaram que se faz
aproximadamente a cada seis meses uma contagem manual do estoque de medicamentos na
farmácia e se utiliza o resultado dessa contagem para alimentar o sistema Hórus por meio do
tipo de movimentação “Ajuste de Estoque”.
Os farmacêuticos informaram que recentemente se procedeu a uma dessas contagens físicas
dos medicamentos em estoque, razão pela qual os dados do citado relatório representariam
aproximadamente a quantidade efetiva de medicamentos existentes no estoque da Farmácia
Básica. Contudo, verificou-se divergência entre as quantidades que aparecem no relatório e
aquelas efetivamente encontradas na inspeção in loco realizada na Farmácia Básica em 21
de junho de 2017 de alguns medicamentos selecionados, inclusive em medicamentos
controlados e fornecidos mediante decisão judicial, cujos registros das respectivas
dispensações estariam sendo feitos de forma tempestiva no sistema Hórus. O quadro a seguir
mostra a situação encontrada:
Quadro – Quantidade de medicamentos esperada e encontrada no estoque da Farmácia
Básica Medicamento Quantidade
prevista
Quantidade
aferida
Diferença
Amoxicilina 500 mg cápsula 8.770 4.420 -4.350
Anlodipino, besilato + benazepril, cloridrato 5 mg + 10
mg cápsula (judicializado)
3.300 3.300 0
Anlodipino, besilato 5 mg comprimido 1.890 1.560 -330
Azitromicinaq 500 mg comprimido elenco estadual 1.731 1.676 -55
Carbamazepina 200 mg comprimido elenco estadual
(controlado)
7.930 8.010 +80
Clonazepam 2 mg comprimido elenco estadual
(controlado)
10.240 10.440 +200
Clopidogrel, bissulfato 75 mg comprimido elenco
estadual (judicializado)
75 84 +9
Divalproato de sódio 500 mg comprimido (judicializado) 160 80
120
+40
Divalproato de sódio 500 mg comprimido de liberação
prolongada (judicializado)
0 0 0
Fenitoína Sódica 100 mg comprimido elenco estadual
(controlado)
8.809 6.320 -2.489
(inativo) Mikania Glomerata (guaco) (inativo) 0,1 ml/ml
xarope 120 ml
426 0 -426
Levomepromazina, maleato 25 mg comprimido
(controlado)
14.550 14.620 +70
Metilfenidato, cloridrato 10 mg cápsula elenco estadual
(controlado)
240 0 -240
Metronidazol 250 mg comprimido 17.067 0 -17.067
Nicotina 14 mg adesivo transdérmico (fornecida pelo
governo do Estado de Sergipe)
4.521 2.764 -1.757
Nistatina 100.000 UI/ML suspensão oral 50 ml 25 25 0
Omeprazol 20 mg cápsula 40.248 38.724 -1.524
Paroxetina, cloridrato 20 mg comprimido (judicializado) 10 0 -10
75
Medicamento Quantidade
prevista
Quantidade
aferida
Diferença
Paracetamol 500 mg comprimido 3.960 4.420 +460
Propanolol, cloridrato 40 mg comprimido 19.800 6.900 -12.900
Salbutamol, sulfato 100 mcg/dose aerossol 200 doses
elenco estadual
41 32 -9
Fonte: Relatório “Estoque em 19/06/2017” da Farmácia Básica da Prefeitura de Estância/SE e inspeção física
efetuada pela CGU em 21 de junho de 2017.
Dessa forma, o procedimento que vem sendo adotado no município de Estância com relação
aos medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica infringe o Art. 5º da
Portaria 1.533, de 13 de julho de 2013, do Ministério da Saúde, o qual determina que todas
as movimentações de entradas, saídas (por perdas diversas, inclusive por prazo de validade
vencido) e dispensações dos referidos medicamentos devem ser registradas no sistema
Hórus até o décimo quinto dia do mês seguinte ao da ocorrência.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“A análise realizada nesse tópico diz respeito, em síntese, à deficiência na alimentação de
dados no sistema Hórus e incompatibilidade nos registros.
Embora aleguem ausência de pessoal para realizar as tarefas, o achado aponta falta funcional
das encarregadas da farmácia que deveriam por dever de ofício registrar as saídas no
Sistema e realizar as anotações pertinentes.
Visando a corrigir o problema a Administração envio Instrução Normativa determinando
expressamente a alimentação do Sistema”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O gestor não refutou o fato relatado, porém atribuiu a responsabilidade do registro parcial
das dispensações de medicamentos no sistema Hórus às “encarregadas da farmácia”, em
especificar quais seriam esses servidores, afirmando que estariam cometendo falta funcional,
todavia sem adentrar no mérito do motivo informado pelos farmacêuticos para o registro
apenas parcial das dispensações de medicamentos efetuado no referido sistema
informatizado, que seria a insuficiência de servidores e de equipamentos em face da
demanda diária da farmácia básica, não tendo demonstrado que o número de servidores
atualmente alocados na farmácia básica e o único computador existente na mesma seriam
suficientes para a correta alimentação do sistema. Informa ter editado Instrução Normativa
determinando expressamente a alimentação do sistema Hórus, mas não apresentou cópia da
mesma.
##/AnaliseControleInterno##
76
2.2.4. Atraso na efetivação das contrapartidas estadual e municipal em 2016 e 2017
Fato
Constatou-se que o valor da contrapartida estadual para o custeio da assistência farmacêutica
básica do município de Estância foi repassado sistematicamente com atraso no período de
janeiro de 2016 a abril de 2017, de até sete meses.
Por seu turno, o município de Estância efetivou a sua contrapartida referente a todos os
meses de 2016 somente em 16 de junho de 2017. A contrapartida municipal de janeiro e
fevereiro de 2017 foi efetivada em março de 2017; a de março e abril de 2017 foi efetivada
em abril de 2017.
De acordo com o que dispõe o art. 3º da Portaria 1.555, de 30 de julho de 2013, o
financiamento do Componente Básico da Assistência Farmacêutica deve ser compartilhado
entre a União, Estados e Municípios. Os valores mínimos por habitante/ano estipulados para
cada ente federativo são: R$5,10 para a União e R$2,36 para Estados e Municípios.
Conforme dispõe o caput do art. 6º do Decreto Estadual 26.857, de 27 de janeiro de 2010, o
valor a ser repassado para cada município sergipano é de R$ 2,36 por habitante/ano, sendo
R$1,86 a título de contrapartida, acrescido de um adicional de R$0,50 por habitante/ano a
título de incentivo para insumos. Tais valores da participação estadual devem ser repassados
mensalmente.
O Anexo Único do citado Decreto Estadual foi alterado pelo Decreto Estadual 27.201, de 23
de junho de 2010, para atualizar os valores a serem repassados para cada município, em
razão da atualização dos dados populacionais, levando-se em conta, na época, a população
municipal estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de
2009.
Verificou-se, também, que o valor das contrapartidas estadual e municipal foi fixado em
R$2,36 por habitante/ano pela Deliberação nº 218/2013, de 26 de setembro de 2013, do
Colegiado Interfederativo Estadual de Sergipe.
Observou-se que o valor da participação federal, estadual e municipal referente a 2016 e
2017 foi calculado levando-se em conta a população municipal estimada pelo IBGE para o
ano de 2011, de 64.825 habitantes, conforme dispõe o §2º do art. 3º da Portaria 1.555, de 30
de junho de 2013, do Ministério da Saúde.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“A análise realizada nesse não diz respeito diretamente à Secretaria Municipal de Saúde que
na realidade é destinatária desses repasses e não possui governança sobre eles”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
77
Análise do Controle Interno
O gestor informa que o assunto tratado nessa constatação não diz respeito diretamente ao
Município, pois este não possui governança sobre os repasses das contrapartidas. Embora se
possa afirmar que o município não tem controle sobre os repasses da contrapartida estadual,
o mesmo não se pode afirmar em relação à contrapartida municipal, cuja efetivação
tempestiva é de responsabilidade do município. Ademais, o município não adotou nenhuma
providência para cobrar a efetivação da contrapartida estadual, ao observar o atraso nos
repasses da mesma. Como se registrou na análise, a contrapartida municipal relativa a todos
os meses de 2016 foi efetivada somente em 16 de junho de 2017, às vésperas do início dos
trabalhos de campo da fiscalização.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.5. Diferença entre a quantidade de medicamentos enviados pelo Almoxarifado e
recebidos na Farmácia Básica
Fato
Verificaram-se divergências entre quantidades de medicamentos enviados à Farmácia Básica
informadas pelo almoxarifado e as quantidades de medicamentos recebidas do almoxarifado
informadas pela Farmácia Básica do município de Estância/SE.
O almoxarifado utiliza um sistema de controle de estoque geral, que abrange tanto
medicamentos como produtos hospitalares diversos e material de expediente, ao passo que a
Farmácia Básica utiliza o sistema Hórus para registrar as entradas de medicamentos.
O quadro a seguir indica as divergências entre as quantidades de medicamentos que o
almoxarifado informa terem sido enviadas à Farmácia Básica no período compreendido
entre 01 de junho de 2016 e 22 de junho de 2017 e as quantidades que esta informa ter
recebido do almoxarifado no período 01 de junho de 2016 a 20 de junho de 2017.
Quadro – Quantidades de medicamentos enviados pelo almoxarifado à Farmácia Básica e
por ela recebidos, conforme informações dos controles fornecidos por ambos
Medicamento
Quantidade
enviada pelo
Almoxarifado
Quantidade
recebida na
Farmácia
Básica
Diferença
Amoxicilina 500 mg cápsula 54.518 40.480 -14.038
Anlodipino, besilato 5 mg comprimido 62.610 49.990 -12.620
Azitromicina 500 mg comprimido 7.250 6.750 -500
Carbamazepina 200 mg comprimido 178.850 141.300 -37.550
Clonazepam 2 mg comprimido 100.800 112.430 +11.630
Clopidogrel, bissulfato 75 mg comprimido 140 112 -28
Fenitoína Sódica 100 mg comprimido 33.500 33.500 -
Mikania Glomerata (guaco) 0,1 ml/ml xarope 120 ml 648 438 -210
Levomepromazina, maleato 25 mg comprimido 20.000 20.000 -
Nistatina 100.000 UI/ML suspensão oral 50 ml 100 50 -50
Metronidazol 250 mg comprimido 31.800 32.400 +600
Omeprazol 20 mg cápsula 105.248 101.528 -3.720
Paracetamol 500 mg comprimido 10.000 3.960 -6.040
Propranolol, cloridrato 40 mg comprimido 19.800 19.800 -
Salbutamol, sulfato 100 mcg/dose aerossol 200 doses 200 130 -70
Fonte: planilha fornecida pelo almoxarifado da Secretaria de Saúde e relatório fornecido pela Farmácia Básica
do município de Estância/SE
78
Deste modo, revela-se necessário uniformizar o sistema de controle de estoque de
medicamentos utilizado pelo almoxarifado e pela Farmácia Básica para que se tenham dados
fidedignos das entradas, saídas e estoque de medicamentos.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Em relação às divergências encontradas nesse ponto, seguem os esclarecimentos prestados
pelo Setor:
79
80
”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Com relação às divergências detectadas nas quantidades de medicamentos enviados pelo
Almoxarifado à Farmácia Básica no período de 01 de junho de 2016 a 22 de junho de 2017,
o gestor encaminhou esclarecimentos prestados pelo referido Setor em arquivo anexo ao
Ofício 270/2017/SMG-ME/SE.
No que tange às inconsistências detectadas entre o somatório das quantidades de
medicamentos encaminhados à Farmácia Básica que aparecem nas colunas “2016” e “2017”
e as quantidades que aparecem na coluna “01-06-2016 a 22-06-2017” do quadro elaborado
pelo servidor encarregado do Almoxarifado, que corresponde à soma das duas primeiras
colunas para três quartos dos medicamentos nele relacionados, o referido servidor informa
que as divergências encontradas resultaram da coluna “01-06-2016 a 22-06-2017” não
abranger todo o ano de 2016, mas apenas o período de junho a dezembro. Para fundamentar
sua justificativa em relação a esse ponto, encaminhou cópias de mapas de saídas de
medicamentos para os quais se detectaram as divergências apontadas. Verificou-se que as
justificativas apresentadas são pertinentes e por isso essa parte da constatação foi retirada do
texto do fato.
No que concerne às divergências nas quantidades de medicamentos enviados à Farmácia
Básica no período 01 de junho de 2016 e 22 de junho de 2017, detectadas entre a planilha
fornecida pelo almoxarifado da Secretaria de Saúde e o relatório fornecido pela Farmácia
Básica, o Almoxarifado teceu considerações sobre os medicamentos citados a seguir:
- Azitromicina – 500 mg: informa que havia um pedido de 1.800 comprimidos do qual ainda
não se havia dado baixa; computando esse pedido aos 5.450 comprimidos informados, o
Almoxarifado teria fornecido à Farmácia Básica 7.250 comprimidos desse medicamento, o
que, de todo modo, diverge da quantidade informada no relatório da Farmácia Básica, 6.750
comprimidos, que implica numa diferença de 500 comprimidos a menor em relação à
quantidade informada pelo Almoxarifado;
- Mikania Glomerata (Guaco) – 0,1ml/ml xarope 120 ml: informa que houve equívoco na
quantidade informada, cuja quantidade correta seria 648, excluídos os 348 frascos que
teriam sido avariados, o que, de qualquer modo, diverge da quantidade informada no
81
relatório da Farmácia Básica, 438 frascos, o que resulta numa diferença de 210 frascos a
menor em relação à nova quantidade informada pelo Almoxarifado;
- Levomepromazina, maleato - 25 mg: informa que houve equívoco na inclusão de 360
comprimidos na quantidade informada desse medicamento, os quais seriam do medicamento
Levotiroxina – 25mg. Excluindo-se esses comprimidos, chega-se ao número de 20.000
comprimidos, que corresponde à quantidade informada no relatório da Farmácia Básica;
- Salbutamol sulfato 100 mcg/dose aerossol – 200 doses: informa que foi informada
quantidade equivocada, pois ao invés de 30 unidades, foram enviadas 200 unidades à
Farmácia Básica no período; de todo modo, permanece diferença em relação à quantidade
recebida que consta no relatório da Farmácia Básica, 130 unidades, implicando numa
diferença de 70 unidades a menor.
Diante dessa justificativa, procedeu-se à alteração das quantidades enviadas pelo
Almoxarifado em relação a esses quatro medicamentos. Contudo, como se observa,
permanecem diferenças para três deles, agora a menor, entre a quantidade informada pelo
Almoxarifado e a quantidade informada pela Farmácia Básica.
O servidor responsável pelo Almoxarifado informa ainda que estão corretas as quantidades
informadas dos demais medicamentos enviados para a Farmácia Básica para os quais foi
detectada divergência entre as quantidades informadas pelo Almoxarifado e aquelas
informadas no relatório da Farmácia Básica. Os responsáveis pela Farmácia Básica, por seu
turno, não se manifestaram sobre a divergência entre as quantidades informadas pelo
Almoxarifado e aquelas que constam no relatório extraído do sistema Hórus.
Face ao exposto, verifica-se que os controles não são fidedignos, pois permanecem, para a
maioria dos medicamentos da amostra, as divergências detectadas entre as quantidades que o
Almoxarifado afirma ter enviado para a Farmácia Básica e aquelas que o relatório da
Farmácia Básica informa terem sido recebidas, devendo-se frisar que pode haver incorreção
em quantidades informadas pela Farmácia Básica, pois eventuais entradas de medicamentos
podem não ter sido registradas no sistema Hórus, a exemplo do que ocorre com as
dispensações de medicamentos, em que a maior parte delas não é registrada no referido
sistema, conforme abordado em constatação específica.
Ademais, o servidor encarregado do Almoxarifado afirma que os equívocos nas quantidades
informadas dos quatro medicamentos a que se reportou resultaram da coleta manual dos
dados, esclarecendo que o sistema não dispõe de ferramenta para extrair informações
referentes a determinado período, evidenciando limitação do mesmo; de outra parte, não se
manifestou sobre as divergências encontradas nas quantidades de medicamentos fornecidos
à Farmácia Básica segundo os dados do Almoxarifado e segundo os dados da Farmácia
Básica.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, conclui-se que a execução da ação governamental
Promoção da Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos na Atenção Básica em Saúde
não está devidamente adequada à totalidade dos normativos referentes ao objeto fiscalizado.
82
No período fiscalizado falhas referentes à alimentação das dispensações de medicamentos
na Base Nacional de Dados na Farmácia Básica, com registro de apenas quarenta por cento
dos medicamentos dispensados, aos controles de estoque dos medicamentos, atrasos na
efetivação das contrapartidas estadual e municipal e ao dimensionamento da demanda,
acarretando falta eventual de alguns medicamentos.
83
Ordem de Serviço: 201701344
Município/UF: Estância/SE
Órgão: MINISTERIO DAS CIDADES
Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 786368
Unidade Examinada: MUNICIPIO DE ESTANCIA
Montante de Recursos Financeiros: R$ 444.000,00
1. Introdução
O presente trabalho constituiu-se na fiscalização da obra de Pavimentação a paralelepípedo
em diversas ruas do bairro Cidade Nova no município de Estância/SE, financiada,
majoritariamente, com recursos federais repassados pelo Ministério das Cidades, por meio
do Contrato de Repasse n° 786368/2013, SIAFI nº 786368, no valor de R$394.200,00, além
de R$49.800,00 alocados posteriormente pelo Contratado, Prefeitura de Estância/SE, a título
de contrapartida, por meio de termo aditivo, datado de 10 de julho de 2015.
A obra visa atender aos objetivos do Programa 2054 - “Planejamento Urbano” e da Ação
1D73 - “Apoio a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano” e foi incluído no
Orçamento Geral da União – OGU do exercício de 2013 (2013NE801223, UG 175004.
Gestão 001).
Os trabalhos de campo foram realizados, no dia 03 de julho de 2017, constituindo-se de
inspeção visual e conferências geométricas visando a verificação da compatibilidade entre o
serviço executado e o previsto em projeto e especificações. Os mesmos foram precedidos de
análise dos autos do processo administrativo do contrato de repasse formalizado pela Caixa,
bem como da documentação relacionada à contratação e execução da obra, obtida junto à
Prefeitura de Estância/SE.
Estabeleceu-se como objetivo da ação de controle a verificação da legalidade da contratação
e da execução do objeto do convênio com a verificação de eventual direcionamento da
licitação, sobrepreço e superfaturamento, além da efetiva entrega do objeto contratado na
qualidade especificada.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por este Ministério.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
84
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências
saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Informações gerais acerca do Contrato de Repasse nº 786368/2013/Ministério
das Cidades.
Fato
A União, por intermédio do Ministério das Cidades, representado pela Caixa Econômica
Federal, e o Município de Estância/SE celebraram, em 06 de novembro de 2013, o Contrato
de Repasse n° 786368/2013, SIAFI nº 786368, no valor de R$ 394.200,00, sem
contrapartida municipal, com vistas à execução da obra de Pavimentação a paralelepípedo
em diversas ruas do bairro Cidade Nova no município de Estância/SE, com vigência original
até 30 de novembro de 2016.
Através de Termo aditivo, datado de 10 de julho de 2015, o referido contrato de repasse
sofreu uma alteração nos recursos da contrapartida municipal para o montante de R$
49.800,00. Com a mudança, o recurso do investimento passou a ser de R$ 444.000,00
(394.200,00 + 49.800,00). Em 14 de junho de 2016, os entes envolvidos celebram um novo
termo aditivo ao contrato de repasse estendendo sua vigência para 30 de junho de 2017.
A Prefeitura Municipal de Estância/SE celebrou, em 17 de junho de 2015, o Contrato n°
88/2015 com a empresa Equippe Engenharia e Design LTDA.-EPP, CNPJ n°
04.685.895/0001-04, declarada vencedora da Tomada de preços n° 04/2015, no valor de R$
444.000,00, para execução do Objeto do Contrato de Repasse.
De acordo com o Relatório de Acompanhamento de Engenharia n° 08, de 04 de maio de
2017, a obra encontra-se com 89,73% de execução física, o que corresponde a
R$398.415,80. Apresenta, ainda, alguns serviços, no montante de R$ 38.950,49, que foram
glosados devido à inexecução, qualidade insatisfatória e descumprimento das especificações.
A equipe de fiscalização procedeu visita in loco, em 03 de julho de 2017, tendo constatado
que o objeto pactuado em tela apresenta baixa qualidade na execução da pavimentação,
conforme constatação em relatório.
##/Fato##
85
2.2.2. Baixa qualidade na execução dos serviços de pavimentação em diversas ruas do
bairro Cidade Nova, no município de Estância/SE.
Fato
Com vistas a avaliar o grau de execução dos serviços de obras de pavimentação no bairro
Cidade Nova, no município de Estância/SE, contemplada pelo Contrato de Repasse nº
786368/2013/Ministério das Cidades/CAIXA, de 06 de novembro de 2013, a equipe de
fiscalização procedeu visita in loco, em 03 de julho de 2017, tendo constatado a baixa
qualidade dos serviços executados.
Os serviços de pavimentação no bairro citado deram-se conforme Contrato nº 88/2015, de
17 de junho de 2015, celebrado entre a prefeitura Municipal de Estância/SE a e a empresa
Equippe Engenharia e Design LTDA. – EPP, CNPJ nº 04.685.895/0001-04, no valor de R$
444.000,00.
Segue relatório fotográfico com os problemas verificados em relação aos serviços
executados.
Rompimento em trechos da calçada na travessa “A”, no bairro Cidade Nova, Estância(SE), 03 de julho de
2017.
86
Afundamento do pavimento na Rua São Pedro, Cidade Nova, Estância (SE), 03 de julho de 2017.
Calçada apresentando concreto desagregado na Rua São Pedro, Cidade Nova, Estância (SE), 03 de julho de
2017.
87
Meio-fio assentado sem alinhamento na Rua “A” , Cidade Nova, Estância (SE), 03 de julho de 2017
Do exposto, a baixa qualidade na execução dos serviços, ora apontados, sinalizam a
necessidade de correção dos problemas.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
“Quanto a análise do relatório referente ao Contrato de Repasse nº 786368/2013/Ministério
das Cidades, Contrato nº 88/2015 vinculado a Tomada de Preços nº 04/2015, para sanar os
problemas apontados em relação aos serviços executados da Pavimentação de Diversas Ruas
do bairro Walter Cardoso Costa (Cidade Nova), notificamos a empresa Equippe Engenharia
Rompimento do pavimento na Rua “A” , Cidade Nova, Estância (SE), 03 de julho de 2017.
88
e Design Ltda. - EPP, inscrita sob CNPJ nº 04.685.895/0001-04, para que sejam realizados
os reparos e correções necessárias, conforme cópia da NOTIFICACÃO anexo”.
Por meio do Ofício nº 769-2017-SMOTH/GAB, de 27 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte informação:
“Valho-me do presente expediente para encaminhar a Vossa Senhoria as informações acerca
do Relatório Preliminar - Obras, apresentado a este município através do Ofício nº
104567/2017/CGUSE/CGU, o qual foi já encaminhamos a resposta, acompanhado da
documentação referente a tomada de providências para sanarmos a questões levantadas no
citado relatório preliminar. Como é sabido de vossa senhoria, no primeiro momento
notificamos a empresa contratada, para que a mesma tomasse ciência das situações
apontadas e procedesse com as devidas providências.
Após o envio da documentação referente às notificações, mantivemos um diálogo constante
com a empresa Equippe Engenharia e Design Ltda – EPP, inscrita sob CNPJ nº
04.685.895/0001-04, a fim de viabilizar a execução dos serviços, apresentação da
documentação solicitada e as justificativas cabíveis. Viemos fazendo reuniões com a
empresa tendo como pauta a regularização dos serviços executados da Pavimentação de
Diversas Ruas do bairro Walter Cardoso Costa (Cidade Nova), referente ao Contrato de
Repasse nº 786368/2013/Ministério das Cidades, e Contrato nº 88/2015 vinculado a Tomada
de Preços nº 04/2015, ...
Considerando as pendências dos serviços executados da Pavimentação de Diversas Ruas do
bairro Walter Cardoso Costa (Cidade Nova), referente ao Contrato de Repasse nº
786368/2013/Ministério das Cidades, e Contrato nº 88/2015, após as notificações nos
reunimos com a empresa contratada no dia 15/09/2017, momento o qual, a mesma uma vez
notificada lá havia iniciado os serviços de recuperação e correção das áreas apontadas no
relatório preliminar. Assim os serviços de recuperação e correções relativas a Pavimentação
de Diversas Ruas do bairro Walter Cardoso Costa (Cidade Nova) estão concluídos. Ademais
estamos aguardando as constantes chuvas para avaliar a qualidade da execução e possíveis
surgimento de outros problemas.
Ante o exposto, solicitamos vossa compreensão em acompanhar o desfecho destas ações que
visam atende as necessidades dos Contrato de Repasse nº 786368/2013/Ministério das
Cidades e Contrato de Repasse nº 0314239-09/2009, sempre pautados na transparência e
cumprimento do dever de zelar pelo erário, aguardando novas informações se possível com
brevidade, até dia 16/10/2017.”
A Caixa não apresentou manifestação ao presente apontamento que fez parte do Relatório
Preliminar encaminhado no anexo ao Oficio n° 16780/2017/NAC1/SE/Regional/SE-CGU,
de 28 de setembro de 2017.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura Municipal de Estância/SE encaminhou cópia da notificação à empresa
contratada, com data de recebimento de 04 de setembro de 2017, concedendo prazo de cinco
dias corridos para o início dos serviços de correção dos problemas apontados pela CGU e
três dias corridos, caso tenha interesse, para apresentar defesa.
89
Em que pese a notificação da empresa contratada, demonstrando uma atuação inicial da
Prefeitura Municipal de Estância/SE, não ficou demonstrada a resolução do problema
apontado pela CGU.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
Em que pese a confirmação da efetiva utilização das vias pavimentadas pela população
quando da realização da vistoria, foram identificadas situações localizadas que requerem
correções e reparos, algumas até já limitando o tráfego normal da via pavimentada, com
risco de agravamento. Essas situações indicam que os serviços não atenderam às normas e
boa técnica de construção que garantissem a plena estabilidade e integridade dos elementos
construídos.
Em relação à adequação dos custos da obra, não foi identificada distorção entre os valores
dos serviços contratados e os valores de mercado representados pelos sistemas de custos de
referência de obras e serviços de engenharia (SINAPI) e subsidiariamente, ORSE.
90
Ordem de Serviço: 201701357
Município/UF: Estância/SE
Órgão: MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRÁRIO
Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão
Unidade Examinada: FUNDO MUNICIPAL DE ASSISTENCIA SOCIAL DE
ESTANCIA
Montante de Recursos Financeiros: R$ 691.177,14
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 19 a 30 de junho de 2017, sobre a
aplicação dos recursos do Programa/Ação 2A60 - Consolidação do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS)/Serviços de Proteção Social Básica executados no município de
Estância/SE.
A ação fiscalizada destinou-se a verificar o uso/aplicação dos recursos repassados fundo a
fundo e sua utilização pela Secretaria de Assistência Social do município de Estância/SE,
nas ações de proteção social básica relativos ao serviço de atendimento integrado às famílias
(PAIF) e serviços de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV).
Para análise das despesas realizadas com recursos destinados ao Bloco de Financiamento da
Proteção Social Básica, foram examinados os extratos das contas correntes nº 30098-5,
32170-2 e 35368-X, especificas dos dois serviços componentes desse Bloco, todas da
agência 149-X, do Banco do Brasil, abrangendo o período de janeiro de 2016 a maio de
2017.
Para melhor entendimento dos resultados, porém, importa antes fazer as seguintes
considerações:
a) No período de janeiro de 2015 até março de 2016, os recursos do serviço de proteção
social básica eram creditados nas contas 30098-5 e 32170-2, da agência 149-X do Banco do
Brasil, sendo que a partir de abril de 2016 passaram para a conta 35368-X.
b) As citadas contas receberam e movimentaram os recursos repassados do FNAS para a
aplicação nas atividades realizadas nos Centros de Referências da Assistência Social/CRAS
e Núcleos dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculo/SCFV existentes no
município.
Foram analisados por amostragem os documentos relacionados abaixo:
1) Processos de pagamento relativos aos débitos constantes nos extratos bancários,
referentes ao primeiro quadrimestre de 2016, bem como os do período compreendido
entre março a maio de 2017;
2) Folhas de pagamento referentes às equipes de profissionais dos Centros de Referência de
Assistência Social do período acima;
3) Folhas de ponto dos profissionais de nível superior dos CRAS referentes ao período de
exame;
4) Relatórios de atividades mensais das equipes de referências dos CRAS;
5) Controles de utilização diária dos veículos (BDV) e de abastecimentos de combustíveis
de 2016 e 2017, relativos à frota da Secretaria Municipal de Assistência Social; e
91
6) Processos licitatórios e de dispensas relativos aos gêneros alimentícios e materiais
solicitados pelas Coordenadoras do CRAS à Secretaria de Assistência Social no período
de 2016 a maio de 2017.
Foram também realizadas visitas, com base nas informações registradas no Censo SUAS
2016 CRAS, aos Centros de Referencias de Assistência Social e Centros de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos, com o propósito de verificar o funcionamento, atuação dos
profissionais da equipe de referência e adequação das instalações físicas destes locais para o
atendimento aos beneficiários dos serviços de assistência social.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por este Ministério.
2.1 Parte 1
Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de
medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da
execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas
especiais, as quais serão monitoradas pelo Ministério da Transparência e Controladoria-
Geral da União.
2.1.1. Informações sobre os repasses do FNAS ao Bloco da Proteção Social Básica.
Fato
O Fundo Nacional de Assistência Social, conforme informações coletadas junto ao sistema
SUASweb, repassou para o Município de Estância durante o exercício de 2016 e o período
compreendido entre janeiro e abril de 2017, por meio de contas específicas do Bloco de
Proteção Social Básica, recursos financeiros em várias parcelas que totalizaram R$
971.051,08. Estes recursos eram destinados ao custeio dos Serviços de Proteção e
Atendimento às Famílias ofertados pelos CRAS (PAIF-CRAS) e também dos Serviços de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) oferecidos pelos Centros de
Convivências existentes no munícipio.
Do total acima, foram repassadas às contas nºs 30098-5 e 35368-X da agência 149-X do
Banco do Brasil, especificas do componente Piso Básico Fixo, parcelas que totalizaram R$
528.000,00 destinadas ao custeio dos serviços do PAIF-CRAS e nas contas nºs 32170-2 e
35368-X, contas especificas do componente Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos, totalizando R$ 443.051,08 destinados ao custeio dos serviços oferecidos pelos
Centros de Convivências vinculados aos CRAS. Além desses valores repassados pelo FNAS
havia em 31 de dezembro de 2015 nas contas de aplicação das contas específicas do
PAIF_CRAS e do SCFV, os valores de R$ 47,87 e R$ 16.750,28, respectivamente.
92
Vale ressaltar que a partir de maio de 2016, os créditos do bloco passaram para uma única
conta, de nº 35368-X da mesma agência, unificando os repasses do Bloco de Proteção Social
Básica.
##/Fato##
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências
saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Pagamento irregular de R$ 15.574,00 com base em Notas Fiscais inidôneas.
Fato
O Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE (FMAS) realizou o Pregão
Eletrônico nº 11/2016 visando ao Registro de Preços para fornecimento de Lanches
(diversos), Comidas típicas (diversas) e Refrigerantes em lata, cujos lotes e especificações
constam do Termo de Referência do ANEXO I do Edital, em cuja licitação se sagraram
vencedoras as empresas: DELICATESSEN CONTINENTAL LTDA., CEREALISTA DOIS
IRMÃOS LTDA. e FRIGOR FRIOS COMÉRCIO LTDA., conforme Atas de Registro de
Preços nºs 12, 13 e 14/2016.
Ao examinar o Lote 16 da Ata de Registro de Preços nº 13/2016, constatou-se que os
gestores do FMAS deixaram de apresentar a especificação completa e a definição da
utilização provável dos produtos que seriam fornecidos pela empresa: FRIGOR FRIOS
COMÉRCIO - CNPJ nº 05.043.713/0001-56, haja vista que na descrição do Lote 16 se
limitaram a especificar, apenas: “Sanduíche natural acondicionado em plástico transparente
e pesando 50g”. A omissão da especificação completa e das quantidades prováveis dos
Produtos desse Registro de Preços configura o descumprimento das disposições do art. 15, §
7º, incisos I e II, da Lei nº 8.666/1993.
Ainda, cabe registrar que os gestores do FMAS deixaram de celebrar contrato com a
FRIGOR FRIOS COMÉRCIO, enquanto instrumento obrigatório para aquisição dos 3.000
“Sanduíches Naturais de 50 g”, previstos no Lote 16 da Ata de Registro de Preços nº
13/2016, cuja inércia administrativa configura o descumprimento do art. 15 do Decreto
Federal nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013, in verbis:
“Art. 15. A contratação com os fornecedores registrados será formalizada pelo
órgão interessado por intermédio de instrumento contratual, emissão de nota de
empenho de despesa, autorização de compra ou outro instrumento hábil, conforme
o art. 62 da Lei nº 8.666, de 1993. (Original sem grifo).
93
Não obstante a ausência de contrato, o Fundo Municipal de Assistência Social adquiriu
2.600 “Sanduíches Naturais de 50g” pelo preço unitário de R$ 5,99. Ou seja, o valor do
quilo dos “Sanduíches Naturais” custou R$ 119,80 aos cofres do FMAS, o que evidencia o
superfaturamento de preços, por meio das Notas Fiscais nºs 6.718 e 6.793 que totalizam R$
15.574,00, as quais foram atestadas nos dias 06 e 17 de abril de 2017 pela Secretária de
Assistência Social de Estância/SE, Sra. D. S. M., - CPF nº ***.720.125-** e pela servidora
da Prefeitura: Sra. M. L. C. O., - CPF nº ***.580.095-** nos dias 06 e 17 de abril de 2017,
cuja documentação é inidônea para comprovar a “requisição”, a “entrega”, e o
“recebimento” dos 2.600 “Sanduíches Naturais de 50g” nas Unidades da Secretaria
Municipal de Assistência Social de Estância/SE.
Diante da inidoneidade da documentação apresentada pelos gestores do FMAS, a
fiscalização da CGU visitou a sede da empresa FRIGOR FRIOS, em Itabaianinha/SE, no dia
13 de julho de 2017, de cuja gerente – Sra. M. F. G., - CPF nº ***.965.425-** - recebeu a
informação de que não há documentos comprobatórios da efetiva entrega dos 2.600
“Sanduíches Naturais de 50 g” registrados nas Notas Fiscais nºs 6.718 e 6.793, o que
evidencia prática comercial inidônea para justificar o possível desvio de recursos da Ação
2124 - Bloco de Proteção Social Básica (CRAS/PAIF).
Assim, restam evidências de superfaturamento do preço unitário dos 2.600 “Sanduíches de
50 g”, constantes das Notas Fiscais nºs 6.718 e 6.793 da FRIGOR FRIOS COMÉRCIO,
como também o desvio de R$ 15.574,00 da Ação 2124 - Bloco de Proteção Social Básica,
cujo valor deve ser devolvido ao Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
Ademais, constatou-se evidências de venda fictícia de mercadorias pela FRIGOR FRIOS
COMÉRCIO LTDA., através das Notas Fiscais nºs 6.399 e 6.428 emitidas nos dias 07 e 21
de dezembro de 2016, respectivamente, nos valores de R$ 20.621,30 e R$ 15.160,00, as
quais foram atestadas pela servidora do Município: M. S. B., CPF nº ***958.847-**, no total
de R$ 35.781,30, sem que os sócios dessa empresa tampouco os gestores do FMAS
apresentassem a documentação comprobatória da “requisição”, a “entrega”, o “recebimento”
e do consumo dos produtos nelas registrados.
Ao invés de apresentar a documentação comprobatória da “requisição” e da “entrega” dos
produtos constantes das Notas Fiscais nºs 6.399 e 6.428, o sócio-administrador da FRIGOR
FRIOS COMÉRCIO LTDA. - M. F. G., CPF nº ***.880.255-**, emitiu carta à Secretária
Municipal de Assistência Social de Estância/SE, no dia 24 de fevereiro de 2017, pela qual
solicitou o “cancelamento” dessas Notas Fiscais, ao tempo em que sem apresentar quaisquer
motivos declarou não mais constar o débito de R$ 35.781,30 a receber do FMAS, cuja
prática comercial evidencia a venda fictícia de mercadorias, para suportar o possível desvio
de recursos públicos, visto que não foram entregues ao FMAS tampouco houve o efetivo
cancelamento ou retificação dos referidos documentos fiscais pela FRIGOR FRIOS, senão
vejamos o Quadro a seguir:
94
Quadro – Carta da FRIGOR FRIOS COMÉRCIO LTDA. ao FMAS.
Fonte: Documentos fornecidos pelos gestores do FMAS.
Ao examinar as “Relações de Pagamentos Orçamentários” dos exercícios de 2015, 2016 e
2017, constatou-se que a FRIGOR FRIOS COMÉRCIO emitiu Notas Fiscais e recebeu
valores do Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE que totalizaram R$
564.525,89 nesse período, os quais apresentam indícios de venda fictícia de mercadorias,
uma vez que não há evidências da realização do volume de atividades e da prestação de
serviços pelos CRAS e Centros de Convivência que justificassem a quantidade de gêneros
alimentícios adquiridos e pagos com recursos do FMAS, conforme demonstrado na Tabela a
seguir:
Tabela – Valores Pagos à empresa FRIGOR FRIOS
COMÉRCIO LTDA. Exercício Valor Pago R$
2015 267.703,05
2016 275.527,54
2017 21.295,30
Total pago pelo FMAS 564.525,89
Fonte: Relações de Pagamentos Orçamentários à Frigor Frios, em 2015, 2016
e 2017.
95
Em tempo, faz-se mister registrar que a matriz da FRIGOR FRIOS COMÉRCIO localiza-se
na cidade de Itabaianinha/SE, mas a gerente dessa empresa declarou à fiscalização a CGU
que fornece “Sanduíches naturais de 50 g” às Prefeituras de: Estância, Boquim, Tobias
Barreto, Indiaroba e do próprio Município de Itabaianinha, pelo preço médio de R$ 5,00 a
unidade, as quais poderiam ter optado pela aquisição de gêneros alimentícios in natura para
o preparo de tais lanches nas cozinhas dos respectivos CRAS e Centros de Convivência, haja
vista se tratar de material perecível.at
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Diante dos fatos apurados pelo fiscal é necessário esclarecer que o Pregão Eletrônico de nº. 11/2016 visando o Registro de Preços para fornecimento de Lanches ( diversos), comidas típicas (diversas) e Refrigerantes em lata, bem como a Ata de Registro de Preços nº. 13/2016 foram realizados na gestão anterior, logo não é possível atestar pela atual gestão qual o procedimento adotado pela anterior.
No dia 21 de março de 2017 (atual gestão), foi emitida Ordem de Fornecimento, sendo autorizado o fornecimento de 2.600 Unidades de Sanduíches Naturais, de acordo com o documento em anexo, como também segue em anexo requisição (ofício CRAS NNM nº 46/2017, quantitativo de lanches que deverão servir Núcleos de Convivência e Fortalecimento de Vínculos), entrega/notas de empenho e recebimento nas unidades dos sanduíches.
Nesta oportunidade, apresenta a documentação comprobatória de requisição e da entrega dos
produtos contratados na atual gestão (Documentação idônea que comprova a utilização dos
sanduíches). Portanto, o Fundo Municipal de Assistência Social de Estância, por intermédio
da sua atual gestão não descumpriu nenhum dispositivo legal, conforme documentação em
anexo”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Preliminarmente, faz mister reiterar que a Unidade Examinada deixou de celebrar o
tempestivo contrato com a empresa FRIGOR FRIOS COMÉRCIO, enquanto instrumento
obrigatório para aquisição dos 3.000 “Sanduíches Naturais de 50 g”, previstos no Lote 16 da
Ata de Registro de Preços nº 13/2016, o que configura o descumprimento do art. 15 do
Decreto Federal nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013.
Diante da ausência de contrato, a pretexto de legalizar a aquisição dos 2.600 “Sanduíches
Naturais de 50 g”, a Secretária de Assistência Social de Estância emitiu a “Ordem de
Fornecimento”, no dia 21 de março de 2017, pela qual teria autorizado a empresa Frigor
Frios Ltda. a fornecer os “2.600 Unidades de ‘Sanduíches de 50 g’, para atender a
necessidade de funcionamento de programas sociais”.
No entanto, a respectiva Nota de Empenho nº 170 só foi emitida no dia 29 de março de
2017 - em data posterior à da “Ordem de Fornecimento”, o que evidencia a assunção de
despesa, também, sem o prévio empenho, cuja prática administrativa constitui o
96
descumprimento do art. 60 da Lei nº 4.320/1964, in verbis: “Art. 60. É vedada a realização
de despesa sem prévio empenho”.
Ademais, a Unidade Examinada alegou que a “Ordem de Fornecimento” teria sido emitida
com base no Ofício CRAS NNM nº 46/2017, do dia 27 de março de 2017, que também foi
emitido em data posterior ao dia 21 de março de 2017, pelo qual o CRAS “Núbia Nabuco
Macedo” requisitou “lanches que deverão servir aos Núcleos de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos”, conforme reprodução no Quadro a seguir:
Quadro – Ofício que fundamentou a emissão da “Ordem de Fornecimento”.
Fonte: Processo de pagamento da despesa à Frigor Frios, Nota Fiscal nº 6718.
97
Não obstante a quantidade de “lanches” requisitada pelo Ofício CRAS/NNM nº 46/2017 do
CRAS “Núbia Nabuco Macedo” - no qual não foi informado sequer o período de tempo em
que tais “lanches” seriam fornecidos, a Unidade Examinada apresentou fotografias e vídeos
com usuários dos “Centros de Convivência e Fortalecimento de Vínculos”, em cujas
atividades há o registro da participação de, no máximo, 50 pessoas entre idosos, crianças e
adolescentes, cujo número de assistidos é bastante inferior à quantidade dos 300
“Sanduíches Naturais de 50 g” que teriam sido fornecidos pela empresa Frigor Frios Ltda.,
diariamente.
Além de todo o exposto, constatou-se que a Nota Fiscal nº 6718 só foi emitida no dia 06 de
abril de 2017, evidenciando a falta de tempestiva emissão de Notas Fiscais para registrar a
circulação dos “Sanduíches naturais de 50 g” que teriam sido produzidos na cidade de
Itabaianinha/SE, para entrega em Estância/SE, cuja documentação comprobatória da
“requisição” e da “entrega” diária aos Centros de Convivência não foi apresentada pelos
gestores do Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE.
Faz-se mister registrar que, além do pagamento de R$ 15.574,00 pela suposta aquisição dos
2.600 “Sanduíches Naturais de 50 g, para o desvio de recursos da Ação 2124 - Bloco de
Proteção Social Básica; o FMAS adquiriu gêneros alimentícios da CEREALISTA DOIS
IRMÃOS LTDA., em 12 de abril de 2017, através das Notas Fiscais nº 2.149 e 2.172, nos
valores de R$ 6.186,60 e R$ 25.159,06, conforme evidenciado neste relatório.
Ainda, a Prefeitura de Estância/SE alegou que “a documentação comprobatória de
requisição e da entrega dos produtos contratados na atual gestão (Documentação idônea que
comprova a utilização dos sanduíches”, por parte da empresa Frigor Frios Ltda., teria sido
juntada aos anexos do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017. No
entanto, tal alegação é improcedente, uma vez que tais comprovantes não constam anexados
ao referido Ofício.
Portanto, as alegações da Prefeitura de Estância/SE não justificam as irregularidades
cometidas na aplicação dos recursos da Ação 2124 - Bloco de Proteção Social Básica, no
valor de R$ 15.574,00, que deve ser devolvido ao Fundo Nacional de Assistência Social naliseControleInter.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Deficiências nos controles da movimentação dos veículos da SMAS, nos
exercícios de 2016 e 2017, sem a comprovação da necessidade do uso desses bens
públicos.
Fato
Por intermédio da Solicitação de Fiscalização nº 201701357-002, o Município de Estância
foi instado a apresentar a relação dos veículos da Secretaria de Assistência Social - SMAS e
os controles de movimentação e abastecimento dos veículos utilizados nas ações do serviço
da proteção social básica, executado pelos dois Centros de Referência e Assistência Social -
CRAS do município. Em resposta, a atual Secretária Municipal de Assistência Social nos
encaminhou um ofício informando o seguinte:
“Consta que no ano de 2016 não possuímos a informação se algum veículo estava a
disposição das atividades do PAIF/CRAS, quanto ao ano de 2017, informamos conforme
98
relatório do setor de transporte anexo a este ofício, que estão disponibilizados um veículo
para cada CRAS.
Considerando que ao assumirmos a Administração Pública no corrente ano, deparamos no
setor de transporte com alguns boletins diários do ano de 2016 dos veículos pertencentes a
este Fundo. Venho ainda esclarecer que no ano de 2017 não estão sendo feitos os boletins
diários dos veículos”.(sic)
Em anexo ao Ofício da Secretária foram encaminhados o Relatório de localização dos
veículos e função executada; e o Relatório de “pré-estado” de cada veículo, assinados pelo
Chefe do Setor de Transportes da SMAS.
Diante dessa informação, e como foi verificado nas visitas aos CRAS que não havia veículos
exclusivos para a utilização nos serviços dos mesmos, foram analisados os Boletins Diários
de Veículos -BDV de 2016 referentes a todos os veículos constantes da lista dos doze
veículos pertencentes à SMAS, ressalva-se que dois desses veículos estão sucateados,
conforme informação do relatório fornecido pelo chefe do Setor de Transportes da SMAS e
comprovada na verificação das condições de conservação e trafegabilidade desses veículos
pela equipe de fiscalização.
Examinando-se os Boletins Diários, verificou-se imprecisões nas informações relativas às
quilometragens percorridas, falta de registros de saídas dos veículos da garagem e seus
retornos, inexistência de informações sobre os usuários e setor dos mesmos, além de
imprecisões na descrição dos locais de destino que são informados como “roteiro manhã” ou
“roteiro tarde”, “diversos” ou “itinerário”. Foi verificado também a inexistência de BDV’s
em alguns meses para os veículos listados nos quadros abaixo, sugerindo que os veículos
não se deslocaram no período, mas quando da verificação da listagem de abastecimentos por
placa, constante dos processos de pagamentos de combustíveis, verificou-se o abastecimento
desses veículos durante o período. Estes fatos demonstram as graves falhas de controles
sobre a utilização dos veículos da SMAS durante o exercício de 2016.
Quanto aos controles do ano de 2017, ao invés de procurar aprimorar os controles
implantados os BDV’s foram abolidos. Com isso não existem desde janeiro controles sobre
os deslocamentos dos veículos, conforme nos foi informado no ofício de resposta à SF nº
201701357-002. Ressalva-se que apenas o motorista do veículo Fiat/Dobló com placa QKO
0257 manteve por conta própria o preenchimento dos BDV’s em 2017, os quais estavam
sendo entregues ao Setor de Transportes.
Nos quadros abaixo estão detalhadas as falhas encontradas nos controles de movimentação e
de abastecimento da frota da SMAS.
Quadro - Veículos utilizados nas atividades da SMAS sem registros de deslocamentos em
Boletins Diários
PLACA DO
VEÍCULO
MARCA/TIPO DO
VEÍCULO MESES SEM CONSTAR BOLETINS
DIÁRIOS
OEP 1057 Volkswagen/Gol 1.6 Janeiro, Fevereiro e Março.
OZB 6592 Peugeot/Boxer 350 Fevereiro, Março e Abril.
QKO 5089 Volkswagen/Voyage 1.6 Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e
Dezembro.
IAN 1842 Volkswagen/Gol 1.6 Agosto, Setembro, Novembro e Dezembro.
OEQ 7496 Volkswagen/Gol 1.6 Outubro, Novembro e Dezembro.
99
PLACA DO
VEÍCULO
MARCA/TIPO DO
VEÍCULO MESES SEM CONSTAR BOLETINS
DIÁRIOS
OES 9466 Volkswagen/Gol 1.6 Outubro e Dezembro.
QKO 0352 Ford/Fiesta 1.6 Outubro, Novembro e Dezembro.
Fonte - Levantamento realizado pela equipe de fiscalização da CGU com base nas pastas de BDV’s e listagem
de abastecimento por placa do Auto Posto RPB Ltda.
Quadro - Abastecimento realizados em veículos da SMAS sem constar Boletins Diários de
deslocamentos dos mesmos para o período.
PLACA DO
VEÍCULO
MARCA/TIPO DO
VEÍCULO
KILOMETRAGEM
PERCORRIDA TOTAL DE LITROS
OEP 1057 Volkswagen/Gol 1.6 1.771 386,450
OZB 6592 Peugeot/Boxer 350 6.077 884,059
QKO 5089 Volkswagen/Voyage 1.6 14.113 1.986,51
IAN 1842 Volkswagen/Gol 1.6 3.668 558,565
OEQ 7496 Volkswagen/Gol 1.6 13.347 1.515,704
OES 9466 Volkswagen/Gol 1.6 7.734 881,506
QKO 0352 Ford/Fiesta 1.6 9.438 1.326,216
Fonte - Levantamento realizado pela equipe de fiscalização da CGU com base na listagem de abastecimento
por placa do Auto Posto RPB Ltda.
Conforme observa-se ao analisar as informações constantes nos quadros acima, constata-se a
existência de falhas do setor de transportes nos controles sobre a utilização e o
abastecimento dos veículos da SMAS durante a gestão anterior e que foram agravadas pela
supressão de controles de movimentação dos veículos pela atual gestão.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Diante das informações contidas acima, informamos que o Setor de Transportes da
Secretaria Municipal de Assistência Social fiscalizava o itinerário dos veículos, além de
fiscalizar o uso devido dos mesmos. Após a visita do fiscal, a Secretaria Municipal de
Assistência Social com o fim de oficializar os controles dos veículos, a partir do dia 28 de
junho de 2017, solicitou que o setor de Transportes instituisse o relatório diário da utilização
dos veículos, a exemplo do boletim diário, veículo de placa QKN 8412, realizado pelo
motorista Willam Júnior, o que pode ser comprovado mediante documento em anexo.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O gestor municipal em sua justificativa para todos os fatos apontados relativos aos
descontroles na utilização dos veículos, alega que o Setor de Transportes da SMAS
fiscalizava os itinerários dos veículos e o uso devido dos mesmos, porém não apresentou
detalhes sobre como era procedida essa fiscalização, ao mesmo tempo informa que em 28 de
junho do corrente, com o intuito de oficializar os controles dos veículos implantou um
relatório diário de utilização de veículos, tendo encaminhado em anexo a sua justificativa
um modelo preenchido relativo a dois dias de movimentação do veículo QKN 8442.
Analisando o documento verificou-se que seu preenchimento continua com as mesmas
100
falhas apontadas no fato, referente a imprecisões na descrição dos locais de destino os quais
são informados como “roteiro manhã”, “roteiro tarde” e “roteiro praias”, bem como nas
informações sobre os usuários transportados.
Diante de que as alegações e os documentos apresentados pelo gestor não elidiram os
problemas apontados, fica mantida a constatação.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Realização de despesas de R$ 55.481,00 com alimentos e materiais diversos sem
a comprovação da necessidade, da entrega e da utilização dos produtos.
Fato
O Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE (FMAS) firmou o Contrato nº
80/2017, no dia 15 de maio de 2017 com a empresa CEREALISTA DOIS IRMÃOS LTDA. –
CNPJ nº 01.248.305/0001-80, no valor global de R$ 58.548,90, para “aquisição de gêneros
alimentícios”, cuja entrega das mercadorias deveria ter sido no Almoxarifado da Av. Nova
do Porto, S/N, Bairro Porto da Areia, Estância/SE, acompanhada da respectiva ‘ORDEM
DE FORNECIMENTO” expedida pelos gestores desse Fundo, nos termos das Cláusulas
Terceira e Quinta desse Contrato.
O FMAS celebrou também o Contrato nº 86/2017, no dia 19 de maio de 2017 com a
empresa R & F MAGAZINE LTDA. – CNPJ nº 05.639.284.0001-84, no valor de R$
19.576,00, visando à “aquisição de materiais para oficinas do serviço de convivência e
fortalecimento de vínculos” cujas entregas deveriam ser precedidas de Nota de Empenho e
das Ordens de Fornecimento, que seriam anexadas às respectivas Notas Fiscais/Faturas, para
instruir o processo de pagamento da despesa, conforme previsto na alínea “g” da Cláusula
Nona desse Contrato.
Nos termos das Cláusulas Oitavas dos Contratos nº 80/2017 e 86/2017, os “gêneros
alimentícios” seriam adquiridos com recursos federais das Ações: 2090 – IGD, 2124 –
PAIF/CRAS, 2125 – Média Complexidade e 2102 – Cofinanciamento; enquanto as despesas
de aquisição dos “materiais para oficinas do serviço de convivência e fortalecimento de
vínculos” correriam à conta da Ação: 2124 – PAIF/CRAS.
Em razão do Contrato nº 80 do dia 23 de maio de 2017, a CEREALISTA DOIS IRMÃOS
emitiu a Nota Fiscal nº 2.172 no valor de R$ 25.159,06, cujo pagamento ocorreu no dia 29
de maio de 2017, por meio da Conta Corrente nº 35368-X, Agência 149-X do Banco do
Brasil, com recursos da Ação: 2124 – PAIF/CRAS, sem a devida comprovação das “Ordens
de Fornecimento” previstas nas Cláusulas Terceira e Quinta desse Contrato, da
documentação comprobatória da “requisição”, da “entrega”, do “recebimento” e de
atividades realizadas nos CRAS e Centros de Convivência.
Por sua vez, no dia 29 de maio de 2017, a empresa R & F MAGAZINE emitiu Notas Fiscais:
2568, 2569, 2570 e 2571, no total de R$ 19.576,00, cujos pagamentos foram efetuados no
dia 09 de junho de 2017, através da Conta Corrente nº 35368-X, Agência 149-X do Banco
101
do Brasil, com recursos da Ação: 2124 – PAIF/CRAS, sem a devida comprovação da
“requisição”, da “entrega” e do “recebimento” dos produtos nos CRAS e Centros de
Convivência, para justificar a aquisição de elevada quantidade de materiais, durante a
situação de emergência do Município de Estância/SE, conforme relacionado na Tabela a
seguir:
Tabela – Pagamento de materiais para oficinas da SMAS, em junho/2017: N F Data Fornecedor Objeto Valor R$
2568 29/05/2017 R & F MAGAZINE LTDA Pano de prato p/ pintura 500,00
2569 29/05/2017 R & F MAGAZINE LTDA Flauta doce 1.500,00
2570 29/05/2017 R & F MAGAZINE LTDA Tecido tipo avual 840,00
2571 29/05/2017 R & F MAGAZINE LTDA Materiais para oficinas 16.736,00
Total das Notas Fiscais 19.576,00
Fonte: Contrato nº 86/2017 do FMAS.
Faz-se mister registrar que os gestores do FMAS deixaram de registrar nas supracitadas
Notas Fiscais, mediante aposição de carimbo e assinatura, a informação da fonte de recursos
utilizada para o pagamento das despesas, cuja omissão evidencia as deficiências da gestão,
dos controles internos e administrativos da Secretaria Municipal de Assistência Social de
Estância/SE.
Durante a inspeção no Almoxarifado da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS)
- localizado na Av. Nova do Porto, S/N, Bairro Porto da Areia, Estância/SE, não foram
encontradas quaisquer evidências das Ordens de Fornecimento, das “requisições”, das
“entregas” e dos “recebimentos” dos produtos registrados nas Notas Fiscais das empresas:
CEREALISTA DOIS IRMÃOS e R & F MAGAZINE. Pelo contrário, no Almoxarifado havia
somente resíduos de matérias de expediente armazenados pelos ex-gestores dessa Secretaria,
os quais constam de inventário do dia 16 de fevereiro de 2017 produzido pelo Coordenador
L. A. S., CPF nº ***.868.635-**, conforme demonstrado nas fotografias do Quadro a seguir:
Quadro – Fotografias das instalações do almoxarifado da SMAS.
102
Fonte: Fotos produzidas pela fiscalização da CGU.
103
Diante da situação encontrada no Almoxarifado da SMAS, realizou-se inspeção dos CRAS e
Centros de Convivência, em cujas instalações não foram encontradas evidências da entrega e
tampouco do consumo das quantidades de alimentos e produtos que teriam sido fornecidos
pelas empresas: CEREALISTA DOIS IRMÃOS e R & F MAGAZINE, nos dias 15 e 29 de
maio de 2017, exceto quanto àqueles registrados nas fotografias do Quadro a seguir:
Quadro – Instalações do Centros de Convivência Maria do Carmo Vilaça:
Legenda: Panos de prato pintados e materiais de pintura, localizados no CCFV – Maria do Carmo Vilaça,
do Bairro São Jorge/Estância/SE.
104
Legenda; Gêneros alimentícios encontrados na cozinha do CCFV – Maria do Carmo Vilaça, do Bairro São
Jorge/ Estância/SE. Fonte: Fotografias produzidas pela fiscalização da CGU.
Embora tenham sido encontrados tais gêneros alimentícios e materiais de oficinas no CCFV
– Maria do Carmo Vilaça, do Bairro São Jorge, os controles físicos existentes são
insuficientes para identificar qual empresa teria fornecido, em que datas e quais fontes de
recursos (Ações: 2090 – IGD, 2124 – PAIF/CRAS, 2125 – Média Complexidade e 2102 –
Cofinanciamento) teriam sido utilizadas para adquirir cada um deles, tampouco se tais
produtos foram entregues, efetivamente, pelas empresas: CEREALISTA DOIS IRMÃOS e R
& F MAGAZINE.
No CRAS - Núbia Nabuco Macedo, no Centro de Estância/SE, encontrou-se estocados na
cozinha apenas alguns gêneros de alimentação, cuja falta de controle da “requisição”, da
“entrega” e do “recebimento” desses materiais não permitiu identificar a qual Nota Fiscal se
referiam, nem qual dessas fontes de recursos teria sido usada para adquiri-los, tampouco se
foram fornecidos pela empresa: CEREALISTA DOIS IRMÃOS, conforme demonstrado no
Quadro a seguir:
105
Quadro – Gêneros alimentícios encontrados na cozinha do CRAS – Núbia Nabuco:
Fonte: Fotografias produzidas pela fiscalização da CGU.
Também, inspecionou-se o CRAS - Olga Benário, no Bairro Cidade Nova, em Estância/SE,
no qual funcionam o Centro de Convivência e uma Unidade do Cadastro Único do Bolsa
Família. Ao vistoriar a cozinha deste CRAS, identificou-se a existência de alguns gêneros
alimentícios, porém, devido à ausência de controle da “requisição”, da “entrega” e do
“recebimento” de tais produtos não foi possível identificar a qual Nota Fiscal se referiam
nem a fonte de recursos utilizada para adquiri-los e tampouco se teriam sido fornecidos pela
CEREALISTA DOIS IRMÃOS, conforme fotografias do Quadro a seguir:
Quadro – Gêneros alimentícios encontrados na cozinha do CRAS II:
106
Fonte: Fotografias da fiscalização da CGU.
Ainda no CRAS Olga Benário, constatou-se a realização de atividades do Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), mas não foi possível identificar se o
material utilizado teria sido fornecido pela empresa R & F MAGAZINE, devido a
inexistência de controle da “requisição”, da “entrega, do “recebimento” e do consumo dos
produtos nas oficinas, conforme registro do Quadro a seguir:
Quadro – Atividades do SCFV no CRAS - Olga Benário, em Estância/SE:
Fonte: Fotografias da fiscalização da CGU.
Faz-se mister registrar que não foi possível identificar a origem dos gêneros alimentícios
encontrados nas cozinhas dos referidos CRAS e Centros de Convivência que poderão ter
sido adquiridos da CEREALISTA DOIS IRMÃOS LTDA., em 12 de abril de 2017, através da
Nota Fiscal nº 2.149 no valor de R$ 6.186,60, decorrente de outra Dispensa de Licitação
107
realizada pelo FMAS, com recursos da Ação: 2124 – Bloco de Proteção Social Básica
(PAIF/CRAS) ou por meio das Notas Fiscais nºs 2.180, 2.181 e 2.182, emitidas no dia 13 de
junho de 2017, cuja documentação comprobatória da “requisição”, da “entrega” e do
“recebimento” dos produtos não foi apresentada.
Em tempo, identificou-se que a empresa CEREALISTA DOIS IRMÃOS emitiu as Notas
Fiscais nºs: 2.019, 2.038 e 2.057, nos dias 22 de julho, 10 de agosto e 1º de setembro de
2016, pelas quais registrou o suposto fornecimento de água mineral nos totais de 504
garrafões de água mineral de 20 litros e 150 caixas de 48 x 200ml, no período de quarenta
dias, totalizando R$ 4.559,34 pagos com recursos do PAIF/CRAS, conforme Tabela a
seguir:
Tabela – Notas Fiscais emitidas pela CEREALISTA DOIS IRMÃOS para o FMAS: Nota Fiscal Data Quant Produto Valor Valor Total
2.019 22/07/2016 50 Água mineral CX 48 X 200ml 728,50
1.519,78 168 Águas mineral de 20 litros 791,28
2.038 10/08/2016 50 Água mineral CX 48 X 200ml 728,50
1.519,78 168 Águas mineral de 20 litros 791,28
2.057 1º/09/2016 50 Água mineral CX 48 X 200ml 728,50
1.519,78 168 Águas mineral de 20 litros 791,28
Fonte: Notas Fiscais nºs: 2.019, 2.038 e 2.057 da Cerealista Dois Irmãos.
Os gestores do FMAS não apresentaram os registros das atividades realizadas que pudesse
justificar, em quantidade e volume de pessoas, o consumo de 504 garrafões de água mineral
de 20 litros, no período de quarenta dias; tampouco a documentação comprobatória das
“requisições, das “entregas” e dos “recebimentos” desses produtos nas Unidades da
Secretaria de Assistência Social.
Diante de todo o exposto, restam evidências de descontrole dos gêneros alimentícios, dos
materiais de oficinas e da água mineral, constantes das Notas Fiscais nº 2.149 e 2.172 da
CEREALISTA DOIS IRMÃOS, nos valores de R$ 6.186,60 e R$ 25.159,06; das Notas
Fiscais nºs 2568, 2569, 2570 e 2571 da R & F MAGAZINE, no total de R$ 19.576,00; bem
como das Notas Fiscais nºs 2.019, 2.038 e 2.057 da CEREALISTA DOIS IRMÃOS, que
somam R$ 4.559,34; cuja documentação apresentada por tais empresas é inidônea para
comprovar o efetivo fornecimento dos produtos ao FMAS; visto que ocasionou uma despesa
irregular de R$ 55.481,00 que deverá ser restituída ao Fundo Nacional de Assistência Social
(FNAS).
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Ora, o entendimento do fiscal não corresponde com a documentação em anexo. Ao analisar a documentação que ora se apresenta é possível verificar os termos de entregas das aquisições dos produtos, o que foi recebido pelas unidades correspondentes. Outro fato a ser esclarecido é que o fiscal afirma que em uma das notas fiscais foi utilizado o recurso do PAIF sem a devida comprovação, sendo que a referida informação não procede, já que consta nas notas de empenho o recurso utilizado.
108
[...]
Mais uma vez, o Fundo Municipal de Assistência Social no que pertine a sua atual gestão destaca que o entendimento do fiscal não procede de acordo com a documentação que ora se anexa. Os arquivos em anexo demonstram que o material adquirido foi entregue e recebido pelas unidades. Outro fato a ser mencionado é que os recursos utilizados estão de acordo com a aquisição dos produtos, conforme notas de emprenho em anexo.
Nesta oportunidade, é necessário esclarecer que os produtos adquiridos eram entregues nas
unidades (de forma direta), tendo em vista que o endereço onde sediava o almoxarifado não
tinha estrutura para armazenar os itens, além de não ser um local seguro, tanto é verdade que
a atual gestão mudou o endereço do almoxarifado com a finalidade de receber os produtos
que vierem a ser adquiridos pelo FMAS”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Do exame das alegações da Prefeitura de Estância/SE, conclui-se:
Quanto à justificativas relacionadas às Notas Fiscais nºs 2.149 e 2.172 no valor de R$
25.159,06 da CEREALISTA DOIS IRMÃOS, nos valores de R$ 6.186,60 e R$ 25.159,06, os
gestores da Unidade Examinada não apresentaram documentação idônea emitida pelo
“Sistema Contabilis – Gestão Pública”, para comprovar a “requisição”, a “entrega” e o
“recebimento” dos produtos nos CRAS e Centros de Convivência, haja vista que os
comprovantes do registro efetuado em tal sistema, no dia 24 de junho de 2017, sequer foram
assinados.
Em relação às Notas Fiscais: 2568, 2569, 2570 e 2571 emitidas pela R & F MAGAZINE, que
totalizam R$ 19.576,00, os documentos apresentados por meio do Ofício 270/2017/SMG-
ME/SE, são os mesmos que fundamentaram as constatações aprestadas no Relatório
Preliminar. Portanto, as alegações e documentos apresentados pelos gestores da Prefeitura
de Estância/SE são insubsistentes para comprovar a efetiva “entrega” e o “recebimento” dos
materiais, registrados nas Notas Fiscais nºs 2568, 2569, 2570 e 2571, aos CRAS e Centros
de Convivência, sobretudo em razão da elevada quantidade de materiais adquirida durante a
situação de emergência nesse Município.
Não obstante a alegação de que tais produtos teriam sido entregues “de forma direta nas
unidades”, os gestores da Prefeitura de Estância/SE não apresentaram documentação idônea
do “Sistema Contabilis – Gestão Pública”, devidamente assinada, tampouco da efetiva
entrega das mercadorias registradas nas Notas Fiscais: 2.172, 2568, 2569, 2570 e 2571, em
cada um dos CRAS e Centros de Convivência.
Ademais, quanto às Notas Fiscais nºs 2.019, 2.038 e 2.057 da CEREALISTA DOIS IRMÃOS,
que somam R$ 4.559,34; a documentação apresentada por tal empresa é inidônea para
comprovar o efetivo fornecimento dos produtos ao FMAS.
Diante de todo o exposto, as alegações apresentadas na manifestação da Unidade examinada
são insubsistentes para afastar as evidências de descontrole dos gêneros alimentícios, dos
materiais de oficinas e da água mineral, cuja despesa irregular totalizou o valor de R$
55.481,00 que deverá ser restituído ao Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
##/AnaliseControleInterno##
109
2.2.4. Contratação irregular de obrigação de despesa, sem haver suficiente
disponibilidade de caixa, no último mês do exercício de 2016, e falsificação de Notas
Fiscais.
Fato
O Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE (FMAS), no dia 21 de junho de
2016, firmou a Ata de Registro de Preços nº 14/2016 com a empresa CEREALISTA DOIS
IRMÃOS LTDA. – CNPJ nº 01.248.305/0001-80, para o fornecimento de refrigerantes no
valor estimado de R$ 31.400,00, com recursos da Ação 2124 – Bloco de Proteção Social
Básica (CRAS/PAIF).
Todavia, os gestores do FMAS deixaram de celebrar Termo de Contrato, enquanto
instrumento obrigatório para o fornecimento dos itens da Ata de Registro de Preços nº
14/2016, cuja omissão configura o descumprimento do art. 15 do Decreto Federal nº 7.892,
de 23 de janeiro de 2013, in verbis:
“Art. 15. A contratação com os fornecedores registrados será formalizada pelo
órgão interessado por intermédio de instrumento contratual, emissão de nota de
empenho de despesa, autorização de compra ou outro instrumento hábil, conforme
o art. 62 da Lei nº 8.666, de 1993.” (Original sem grifo).
Diante da falta de contrato que autorizasse o fornecimento dos produtos da Ata de Registro
de Preços nº 14/2016, durante os meses de julho a novembro de 2016, os gestores do FMAS
adquiriram refrigerantes que totalizaram R$ 12.188,20, por meio das Notas Fiscais nºs
2.007, 2.008, 2.016, 2.017, 2.024, 2.029, 2.040, 2.041, 2.047 e 2.061, cujos pagamentos
foram efetuados com recursos da Ação 2124 – Bloco de Proteção Social Básica, cujas
quantidades são demonstradas no Quadro a seguir:
Quadro – Quantidade de refrigerante “fornecida” pela CEREALISTA DOIS
IRMÃOS: Data NF Quantidade Produto Valor
01/07/2016 2.007 1.000 Refrigerante Lata de 350ml 2.800,00
01/07/2016 2.008 1.800 Refrigerante Lata de 350ml 5.040,00
20/07/2016 2.016 40 Refrigerante PET de 2 litros 232,00
20/07/2016 2.017 300 Refrigerante PET de 2 litros 840,00
25/07/2016 2.024 240 Refrigerante Lata de 350ml 672,00
02/08/2016 2.029 56 Refrigerante PET de 2 litros 324,80
10/08/2016 2.040 85 Refrigerante PET de 2 litros 493,00
11/08/2016 2.041 98 Refrigerante PET de 2 litros 568,40
16/08/2016 2.047 105 Refrigerante Lata de 350ml 609,00
08/09/2016 2.061 105 Refrigerante PET de 2 litros 609,00
Valor total das Notas Fiscais 12.188,20
Fonte: Notas Fiscais emitidas pela Cerealista Dois Irmãos Ltda.
Ressalte-se que os gestores do FMAS não comprovaram a efetiva entrega dos refrigerantes
às Unidades e Centros de Convivência da Secretaria de Assistência Social de Estância/SE
tampouco apresentaram os motivos e fundamentos para justificar a aquisição das 2.800 latas
de refrigerante de 350ml registradas nas Notas Fiscais nºs 2.007 e 2.008, no 1º de julho de
110
2016. Além disso, identificou-se superfaturamento na emissão da Nota Fiscal nº 2.061, visto
que o valor total a faturar seria R$ 294,00, em razão da Ata de Registro de Preços nº
14/2016 fixar o valor unitário do refrigerante em R$ 2,80.
Mesmo não tendo firmado contrato para autorizar o fornecimento dos itens da Ata de
Registro de Preços nº 14/2016, os gestores do FMAS adquiriram, no dia 22 de dezembro de
2016, refrigerantes no total de R$ 2.842,00, por meio das Notas Fiscais nºs: 2.101 e 2.102 da
CEREALISTA DOIS IRMÃOS, para cuja obrigação de pagamento não havia suficiente
disponibilidade de caixa na Conta Corrente nº 35.368-X, Agência 149-X, do Banco do
Brasil (2124 - Bloco de Proteção Social Básica), uma vez que o saldo era de apenas R$
423,69, no dia 30 de dezembro de 2016, aplicados na conta “investimentos”.
Ademais, no dia 21 de junho de 2016, a empresa DELICATESSEN CONTINENTAL
celebrou a Ata de Registro de Preços nº 12/2016 com o FMAS, para a qual os gestores do
FMAS também não celebraram contrato para autorizar o fornecimento de lanches diversos e
comidas típicas, o que evidencia o descumprimento do art. 15 do Decreto Federal nº 7.892,
de 23 de janeiro de 2013, supratranscrito.
Assim, no dia 22 de dezembro de 2016, os gestores do FMAS adquiriram lanches destinados
aos CRAS e Centros de Convivência, por meio das Notas Fiscais 1.458 e 1.460 emitidas
pela DELICATESSEN CONTINENTAL, no total de R$ 18.430,00, para cuja obrigação de
pagamento, também, não havia disponibilidade de caixa na Conta Corrente nº 35.368-X,
Agência 149-, do Banco do Brasil (2124- Bloco de Proteção Social Básica), cujo saldo era
de apenas R$ 423,69, no dia 30 de dezembro de 2016, aplicados na conta “investimentos”.
Devido à impossibilidade de efetuar o pagamento, devido à indisponibilidade de recursos
financeiros na Conta Corrente nº 35.368-X do Bloco de Proteção Social Básica, essas
despesas foram inscritas em Restos a Pagar em dezembro de 2016, no total de R$ 21.272,00,
cujo ato dos gestores do FMAS configura o descumprimento da vedação estabelecida no art.
42 da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 (LRF), in verbis:
“Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos
dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa
ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este
efeito”.
Além do descumprimento do art. 42 da LRF pelos gestores do FMAS, as 490 garrafas de
refrigerantes de 2 litros, registradas nas Notas Fiscais nºs 2.101 e 2.102 da CEREALISTA
DOIS IRMÃOS não foram entregues ao Fundo Municipal de Assistência Social de
Estância/SE, conforme declaração da procuradora dessa empresa, Sra. M. S. S. CPF nº
***.855.055-**, reproduzida a seguir:
111
Quadro – Declaração da quanto a inexistência de crédito, perante o FMAS:
Fonte: Declaração da CEREALISTA DOIS IRMÃOS fornecida pelos gestores do FMAS.
Além da falta de entrega dos refrigerantes ao FMAS, a procuradora da CEREALISTA DOIS
IRMÃOS declarou à Procuradoria-Geral do Município de Estância/SE, no dia 14 de fevereiro
de 2017, que “não tem nenhum débito a receber do Fundo Municipal de Assistência Social,
em cuja declaração autorizou o cancelamento dos valores das Notas Fiscais de nºs: 2.098,
2.099, 2.100, 2.101, 2.102 e 2.103.
Ainda, de acordo com Termo de Declaração à fiscalização da CGU, a procuradora da
CEREALISTA DOIS IRMÃOS, Sra. M. S. S., - CPF nº ***.855.005-**, atestou que: “Não há
documentos que comprovem a entrega de refrigerantes das Notas Fiscais nºs: 2.098, 2.099,
2.100, 2.101, 2.102 e 2.103 ao Fundo Municipal de Assistência Social de Estância, uma vez
que foram entregues outros produtos à CAESZA (Casa Acolhedora Estância Solidária Zilda
Arns). Ou seja, foram entregues gêneros alimentícios, botijões de gás (GLP) e alimentação
para ‘andarilhos’. Assim, a emissão das supracitadas Notas Fiscais foi em permuta, pois a
SMAS/FMAS só detinha contrato para o fornecimento de refrigerantes”.
Quanto ao recebimento dos valores e ao cancelamento das referidas Notas Fiscais, a
procuradora da CEREALISTA DOIS IRMÃOS declarou à fiscalização da CGU que: “Não
houve o cancelamento ou retificação ou devolução destas Notas Fiscais. Não recebeu. Não
espera receber, em razão da comunicação do Procurador do Município de Estância/Se, Dr.
Genilson Andrade”.
Em relação aos produtos constantes nas Notas Fiscais nºs: 1.458 e 1.460 emitidas pela
DELICATESSEN CONTINENTAL, no total de R$ 18.430,00, foram apresentadas “Notas de
Requisição” assinadas por prepostos da SMAS/FMAS que registram a suposta entrega dos
produtos, tendo por base, apenas, Atas de Registo de Preços, a exemplo da Ata de Registro
de Preços nº 12/2016, mas sem o devido amparo em contrato formalizado nos termos do art.
112
15 do Decreto Federal nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013. De acordo com declarações da
gerência da empresa DELICATESSEN CONTINENTAL, até o dia 13 de julho de 2017, o
FMAS ainda não havia efetuado o pagamento dos R$ 18.430,00 registrados nas Notas
Fiscais nºs: 1.458 e 1.460.
Constatou-se, também, evidências de falsificação das Notas Fiscais de nº 2.098, 2.099,
2.100, 2.101, 2.102 e 2.103, assim como irregularidades nos fornecimentos constantes nas
Notas Fiscais nºs: 2.047 e 2.061, uma vez que não há comprovação de que os produtos nelas
registrados não foram entregues ao FMAS tampouco houve o cancelamento ou retificação
dos referidos documentos fiscais pela CEREALISTA DOIS IRMÃOS.
Destarte, restam evidências de que os gestores do Fundo Municipal de Assistência Social de
Estância/SE contrataram obrigação de despesa no valor de R$ 21.272,00, em dezembro de
2016, sem a suficiente disponibilidade de caixa na Conta Corrente nº 35.368-X e respectiva
conta de “investimentos” - Bloco de Proteção Social Básica, o que configura o
descumprimento da vedação estabelecida no art. 42 da Lei Complementar nº 101, de 04 de
maio de 2000 (LRF).
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Infelizmente, a atual gestão não possui condições de esclarecer ou responder quaisquer atos
advindos da gestão anterior, mesmo assim disponibilizou toda a documentação existente nos
arquivos da Secretaria para o fiscal”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
As alegações apresentadas pela Unidade Examinada são improcedentes para justificar o
descumprimento da vedação estabelecida no art. 42 da Lei Complementar nº 101, de 04 de
maio de 2000 (LRF), em razão da contratação de obrigação de despesa no valor de R$
21.272,00, em dezembro de 2016, sem a suficiente disponibilidade de caixa na Conta
Corrente nº 35.368-X e respectiva conta de “investimentos” - Bloco de Proteção Social.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.5. Contratações irregulares por dispensas de licitação, não amparadas nas
condições fáticas e jurídicas dos artigos 24 e 26 da Lei nº 8.666/93, e manutenção de
contratos emergenciais em período de normalidade administrativa, com pagamento
indevidos de R$ 12.890,67.
Fato
O Prefeito de Estância/SE editou os Decretos nº 6.831, de 02 de janeiro de 2017, e nº 6.869,
de 31 de março de 2017, tendo por fundamento as disposições do art. 80, inciso V, da Lei
Orgânica Municipal, e do art. 24, inciso IV, da Lei Geral de Licitações, decretando situação
de emergência nesse Município, pelos quais autorizou os Órgãos da Administração Pública
113
municipal a contratarem bens e serviços sem a realização de prévios procedimentos
licitatórios, a exemplo da Secretaria de Assistência Social de Estância (SMAS).
Em razão desses Decretos, o Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE
(FMAS) realizou a Dispensa de Licitação nº 50/2017, por meio da qual celebrou o Contrato
nº 80/2017 em 15 de maio de 2017 com a empresa CEREALISTA DOIS IRMÃOS LTDA. –
CNPJ nº 01.248.305/0001-80, pelo valor global de R$ 58.548,90 e prazo de vigência de
quarenta e sete dias, que terminaria no dia 30 de junho de 2017, tendo por objeto a
“aquisição de gêneros alimentícios”, com recursos da Ação 2124 – Bloco de Proteção Social
Básica (CRAS/PAIF).
Além disso, os gestores do FMAS realizaram a Dispensa de Licitação nº 54/2017 que
originou o Contrato nº 86/2017, firmado em 19 de maio de 2017 com a empresa R & F
MAGAZINE LTDA. – CNPJ nº 05.639.284.0001-84, no valor global de R$ 19.576,00 e prazo
de vigência de sessenta dias, que terminaria no dia 13 de julho de 2017, visando à “aquisição
de materiais para oficinas do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos”, com
recursos do CRAS/PAIF.
Para justificar a realização das Dispensas de Licitação nºs 50/2017 e 54/2017, com valores
superiores aos R$ 8.000,00 previstos na regra do art. 24, Caput e inciso II, da Lei nº
8.666/1993, os gestores do FMAS adotaram como fundamento os Decretos nº 6.831, de 02
de janeiro de 2017, nº 6.869, de 31 de março de 2017, as disposições do art. 80, inciso V, da
Lei Orgânica Municipal, e do art. 24, inciso IV, da Lei Geral de Licitações, para excepcionar
a dispensa de procedimentos licitatórios destinados à aquisição de gêneros alimentícios e de
materiais para oficinas do serviço de convivência da Secretaria de Assistência Social de
Estância (SMAS).
Contudo, os Decretos nº 6.831 e nº 6.869 foram revogados pelo Decreto nº 6.891, no dia 24
de maio de 2017, em cuja data também se expirou a vigência dos Contratos nº 80/2017 e nº
86/2017, consoante determinação do art. 24, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993, transcrito a
seguir:
“Art. 24. É dispensável a licitação: [...]
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer
a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou
particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a
prorrogação dos respectivos contratos”; (Original sem grifo).
Ainda, as disposições do art. 26 da Lei nº 8.666/1993 estabelecem que as dispensas de
licitação deverão ser necessariamente justificadas e comunicadas à autoridade superior, para
114
ratificação e publicação na imprensa oficial, enquanto condição de eficácia dos contratos
administrativos firmados, senão vejamos:
“Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes
do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta
Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como
condição para a eficácia dos atos.” (Original sem grifo).
Por sua vez, o Parágrafo único do art. 26 da Lei Geral de Licitações dispõe que o processo
de dispensa será instruído com os seguintes elementos, in verbis:
“Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento,
previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa,
quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV – documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão
alocados. (Original sem grifo).
No entanto, ao examinar os Processos das Dispensas de Licitação nº 50/2017 e nº 54/2017,
constatou-se que os gestores do FMAS descumpriram as disposições do art. 24, inciso IV, e
art. 26, Caput e Parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993, uma vez que não aditaram os
Contratos nº 80/2017 e nº 86/2017 para limitar os respectivos prazos de vigência ao dia 24
de maio de 2017 – data de revogação dos Decretos nº 6.831 e nº 6.869; como também não
apresentaram a documentação comprobatória da caracterização da situação de emergência
para justificar a não realização de licitações; as razões de escolha dos fornecedores; a
justificativa dos preços; e a ratificação desses atos pela autoridade superior do Município de
Estância/SE, enquanto condição de eficácia das supracitadas contratações.
Ressalte-se, no entanto, que as referidas Dispensas de Licitação só foram realizadas na
segunda quinzena do mês de maio de 2017, após 130 dias da data de declaração da “situação
de emergência” no Município de Estância/SE, no dia 02 de janeiro de 2017, cujas alegações
dos gestores do FAMS são insubsistentes para justificar a falta de providências para a
deflagração e conclusão regular de procedimentos licitatórios necessários à aquisição dos
bens e serviços para os CRAS e Centros de Convivência da Secretaria Municipal de
Assistência Social, pois houve tempo suficiente à mobilização dos meios administrativos
para tal finalidade.
Em razão dos Contratos nºs 80/2017 e 86/2017, as empresas: CEREALISTA DOIS IRMÃOS
LTDA. e R & F MAGAZINE LTDA. emitiram Notas Fiscais, nos dias 23 e 29 de maio de
2017, para o fornecimento de gêneros alimentícios e materiais de oficinais para os serviços
de convivência da SMAS, em quantidades e valores superiores aos limites da razoabilidade
115
estabelecidos no art. 24, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993 supratranscrito, vide Tabela a
seguir:
Tabela – Aquisição de gêneros alimentícios e materiais de oficinas pela SMAS. N F Data Fornecedor Objeto Valor R$
2172 23/05/2017 CEREALISTA DOIS IRMÃOS Gêneros alimentícios 25.159,06
2568 29/05/2017 R & F MAGAZINE LTDA Pano de prato p/ pintura 500,00
2569 29/05/2017 R & F MAGAZINE LTDA Flauta doce 1.500,00
2570 29/05/2017 R & F MAGAZINE LTDA Tecido tipo avual 840,00
2571 29/05/2017 R & F MAGAZINE LTDA Materiais para oficinas 16.736,00
Total das Notas Fiscais 44.735,06
Fonte: Contratos nºs: 80/2017 e 86/2017 do FMAS.
Faz-se mister registrar que o Fundo Municipal de Assistência Social de Estância (FMAS),
no mês de abril de 2017, já havia realizado outra Dispensa de Licitação pela qual adquiriu da
CEREALISTA DOIS IRMÃOS gêneros alimentícios para o serviço de convivência e
fortalecimento de vínculos, com recursos da Ação 2124 – Bloco da Proteção Social Básica,
conforme Nota Fiscal nº 2149, de 12 de abril de 2017, no valor de R$ 6.186,60, alegando
como fundamento o disposto no art. 24, inciso II, da Lei nº 87.666/1993.
Por sua vez, os gestores do FMAS não comprovaram os motivos e fundamentos alegados na
edição dos Decretos nº 6.831 e nº 6.869, que os isentariam da obrigação de licitar o objeto
dos Contratos nº 80/2017 e nº 86/2017, haja vista a situação de normalidade administrativa
na Secretaria de Assistência Social, a exemplo da vigência das Atas de Registro de Preços
nºs: 12, 13 e 14/2016, vigentes até o mês de junho de 2017, que lhes permitiram a celebração
de contratos para a aquisição de alimentos para as atividades dos CRAS e Centros de
Convivências.
Não obstante os Decretos de emergência nº 6.831 e nº 6.869 terem sido revogados no dia 24
de maio de 2017, pelo Decreto nº 6.891, em cuja data também se expirou a vigência do
Contrato nº 80/2017, nos termos do art. 24, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993, os gestores do
FMAS autorizaram a empresa CEREALISTA DOIS IRMÃOS a emitir as Notas Fiscais nºs
2.180, 2.181 e 2.182, que totalizam R$ 12.890,67, para o fornecimento de gêneros
alimentícios, cuja documentação comprobatória da “requisição”, da “entrega” e do
“recebimento” dos produtos não foi apresentada, o que reforça as evidências de dispensa
irregular de licitação.
Registre-se, ainda, que nem o Prefeito tampouco a Procuradoria-Geral do Município de
Estância adotaram as providências necessárias à notificação da “situação de emergência” ao
Tribunal de Contas do Estado, ao Ministério Público e à respectiva Câmara de Vereadores,
conforme declaração da Secretária Municipal de Assistência Social, apresentada no Ofício
de 28 de junho de 2017, em resposta à Solicitação de Fiscalização nº 201701356-005.
Ressalte-se que a fiscalização da CGU inspecionou a sede da CEREALISTA DOIS IRMÃOS
onde constatou-se não haver quaisquer evidências da realização de atividades de venda de
gêneros alimentícios, que justificassem a emissão das Notas Fiscais nºs 2.172, 2.180, 2.181 e
116
2.182, visto que nas instalações dessa empresa foram encontrados, apenas, alguns garrafões
de água mineral de 20 litros, conforme fotografias do Quadro a seguir:
Quadro – Fotografias das instalações físicas da CEREALISTA DOIS IRMÃOS LTDA.
Fonte: Fiscalização da CGU.
Além disso, ao consultar o sistema de Nota Fiscal eletrônica (NF-e) da Secretaria de Estado
da Fazenda, não foram encontradas evidências da aquisição das quantidades de mercadorias
que a CEREALISTA DOIS IRMÃOS vendeu ao FMAS, durante os exercícios de 2016 e
2017.
117
Diante de todo o exposto, restam evidências de dispensa irregular de licitação, através das
Dispensas nº 50/2017 e nº 54/2017 e dos respectivos Contratos nºs 80/2017 e 86/2017
firmados com as empresas: CEREALISTA DOIS IRMÃOS e R & F MAGAZINE,
respectivamente nos valores de R$ 58.548,90 e de R$ 19.576,00; visto que desprovidas da
documentação comprobatória dos motivos e fundamentos alegados para incluir a Secretaria
Municipal de Assistência Social de Estância/SE no rol de abrangência dos Decretos nº
6.831, de 02 de janeiro de 2017, e nº 6.869, de 31 de março de 2017, o que invalida a
legalidade dos pagamentos das Notas Fiscais nºs 2.180. 2.181 e 2.182 que totalizam R$
12.890,67.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Neste item é importante esclarecer que os contratos foram concretizados dentro da vigência do decreto que dispensou a licitação, bem como os produtos foram fornecidos no mesmo lapso temporal, somente as notas fiscais que foram emitidas após.
Outro fato a ser mencionado, é que a lei de criação e competência dos ordenadores do fundo e lei orgânica do Município de Estância prevê que os atos de qualquer processo são publicados no quadro de aviso da prefeitura, além do diário oficial eletrônico, portanto o processo de transparência do ato público foi cumprido.
É necessário esclarecer que houve fatos concretos que justificaram as dispensas de licitações. Por isso, a utilização do Decreto nº. 6831, de 02 de janeiro de 2017 como fundamento para a dispensa da licitação. Ao analisar a documentação em anexo é possível verificar que os gestores possuem um prazo para a utilização do recurso, sob pena do mesmo ser bloqueado e, por via de consequência não atingir a sua finalidade, além do que há prazos para começar as oficinas e prazos para informar a quantidade de assistidos no Sistema Web SUAS. O serviço não pode parar, há prazos a serem cumpridos. Logo, a dispensa da licitação foi imperiosa.
É importante ressaltar que processos licitatórios demandam tempo, sendo que os assistidos pelos trabalhos do FMAS necessitam dos recursos de forma imediata, a título de exemplificação temos os menores da casa acolhedora, atualmente temos 8 (oito) crianças sob a responsabilidade do FMAS que dependem de adoção e dos recursos disponibilizados. Faz-se necessário ponderar a necessidade daqueles que pouco possuem e que são agraciados pelos trabalhos realizados pela Secretaria de Assistência Social.
Em suma, a dispensa da licitação se deu em caráter de urgência mediante dois motivos: dos
assistidos que necessitavam e necessitam dos recursos e a requisição/utilização dos recursos
de forma tempestiva, sob pena dos recursos serem bloqueados agravando a situação
daqueles que necessitam, o que pode ser comprovado mediante Resoluções em anexo.
No mais, as razões que motivaram a Secretaria Municipal de Assistência Social a realizar a
dispensa à licitação já foram expostas no item IV da presente manifestação”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura de Estância/SE, a pretexto de justificar as irregularidades cometidas nas
Dispensas de Licitação nº 50/2017 e nº 54/2017, alegou a necessidade de alimentação de
118
oito crianças internadas na Casa Acolhedora Zilda Arns (Alta Complexidade), cujas
justificativas são improcedentes, haja vista que dentre as dotações orçamentárias informadas
na Cláusula Oitava do Contrato nº 80/2017 não há quaisquer referências àquela da Ação
2126 – Bloco de Proteção Social Especial de Alta Complexidade.
Ainda, cabe ressaltar que a “situação de necessidade da Casa Acolhedora Zilda Arns”,
também não justifica a realização da Dispensa de Licitação nº 54/2017 nem a celebração do
Contrato nº 86/2017, em 19 de maio de 2017 com a empresa R & F MAGAZINE LTDA., no
valor global de R$ 19.576,00, tendo por objeto a “aquisição de materiais para oficinas do
serviço de convivência e fortalecimento de vínculos”, com recursos do CRAS/PAIF.
No intuito de justificar a execução dos Contratos nº 80/2017 e nº 86/2017, após a data de
vigência dos Decretos nº 6.831 e nº 6.869, ou seja após o dia 24 de maio de 2017, os
gestores da Prefeitura de Estância/SE a alegação de que “os contratos foram concretizados
dentro da vigência do decreto que dispensou a licitação, bem como os produtos foram
fornecidos no mesmo lapso temporal, somente as notas fiscais que foram emitidas após”,
cuja declaração evidencia que a Administração Municipal teria recebido produtos sem as
devidas Notas Fiscal, o que agrava ainda mais as irregularidades cometidas durante a
vigência de tais Decretos.
Ademais, do exame das Notas Fiscais nºs 2180, 2181 e 2182 da empresa CEREALISTA
DOIS IRMÃOS LTDA. - que totalizam R$ 12.890,67, constatou-se que os “produtos
alimentícios” foram entregues, no dia 14 de junho de 2017, ao Coordenador do
Almoxarifado do Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS, L. A. S., CPF nº
***.868.635-**.
Por fim, os gestores da Unidade Examinada juntaram ao Ofício 270/2017/SMG-ME/SE
cópia da Resolução/CNAS/MDS nº 01, de 21 de fevereiro de 2013, e da Portaria/MDS nº
36, de 25 de abril de 2014, como fundamento para alegar o risco de suposto bloqueio da
transferência de recursos do FNAS para o Município de Estância/SE, cujas justificativas são
insubsistentes, para justificar a falta de licitação do objeto das supracitadas dispensas de
licitação.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.6. Despesas indevidas com tarifas bancárias, no valor de R$ 2.230,30, realizadas
nas contas especificas dos serviços socioassistenciais do Bloco de Proteção Social Básica
do FMAS.
Fato
No exame dos Extratos Bancários das contas especificas dos serviços do Bloco de Proteção
Social Básica do FMAS, relativas ao exercício de 2016 e período compreendido entre os
meses de janeiro a maio de 2017, foi verificado que os gestores do Fundo Municipal de
Assistência Social de Estância/SE (FMAS) permitiu a ocorrência de despesas indevidas
referentes a tarifas bancárias, decorrentes de emissões de DOC/TED realizadas pela SMAS
quando dos pagamentos efetuados aos fornecedores, na execução das atividades pertinentes
aos serviços socioassistenciais do Bloco de Proteção Social Básica.
Os débitos realizados nas contas correntes nºs. 32.170-2, 35.368-X e 30.098-5 da Agência
BB, nº 149 - X estão a seguir detalhados:
119
Tabela - Relação de débitos referentes a tarifas bancárias, efetuados pelo Banco do Brasil.
Conta Corrente Agência Data do Débito Valor Debitado (R$)
30098-5 PESTANCIA FMAS
PBF I 149-X
26/01/2016 7,85
29/01/2016 8,45
29/02/2016 8,45
32170-2 PESTANCIA FMAS
SCFV 149-X
12/01/2016 15,70
14/01/2016 15,70
29/01/2016 84,50
11/02/2016 16,90
18/02/2016 8,45
29/02/2016 109,85
02/03/2016 8,45
03/03/2016 8,45
35368-X ESTANCIA BL PSB
FNAS 149-X
18/03/2016 25,35
22/03/2016 16,90
31/03/2016 8,45
01/04/2016 118,30
06/04/2016 42,25
18/04/2016 8,45
27/04/2016 16,90
02/05/2016 109,85
05/05/2016 33,80
06/05/2016 8,45
11/05/2016 8,45
30/05/2016 8,45
31/05/2016 109,85
01/06/2016 8,45
02/06/2016 8,45
08/06/2016 16,90
14/06/2016 25,35
15/06/2016 25,35
16/06/2016 59,15
22/06/2016 8,45
23/06/2016 118,30
27/06/2016 8,45
06/07/2016 59,15
07/07/2016 16,90
11/07/2016 25,35
12/07/2016 12,90
13/07/2016 8,45
15,/07/2016 16,90
18/07/2016 50,70
19/07/2016 25,35
120
Conta Corrente Agência Data do Débito Valor Debitado (R$)
22/07/2016 25,35
27/07/2016 16,90
28/07/2016 8,45
29/07/2016 101,40
02/08/2016 8,45
12/08/2016 60,20
18/08/2016 8,60
22/08/2016 8,60
23/08/2016 8,60
31/08/2016 8,60
01/09/2016 60,20
13/09/2016 51,60
25/10/2016 111,80
27/10/2016 34,40
28/10/2016 77,40
01/12/2016 137,60
08/01/2016 25,80
13/12/2016 17,20
23/12/2016 86,00
T O T A L 2.159,90
35368-X ESTANCIA BL PSB
FNAS 149-X
04/04/2017 8,80
18/04/2017 8,80
20/04/2017 8,80
25/04/2017 17,60
26/04/2017 8,80
25/05/2017 8,80
29/05/2017 8,80
T O T A L 70,40
Fonte: Extratos Bancários das contas correntes dos serviços socioassistenciais do Bloco de Proteção Social
Básica referentes ao exercício de 2016 e período de janeiro a maio de 2017.
Em razão do exposto, restam evidências de débitos irregulares, na movimentação dos
recursos das contas do Fundo Municipal de Assistência Social de Estância (FMAS), a título
de tarifas bancárias (Emissão de DOC/TED), uma vez que tais despesas não são autorizadas
pela legislação de regência dos referidos serviços socioassitenciais.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Em relação ao referido item, o Fundo Municipal de Assistência Social de Estância (FMAS)
esclarece que não tem como controlar as despesas referentes às tarifas bancárias, visto que
os pagamentos são feitos online e o débito é realizado pelo Banco do Brasil, mesmo assim a
121
Secretaria Municipal de Assistência Social irá buscar orientação com o gerente do Banco do
Brasil de como proceder, para que os débitos não mais ocorram”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Do exame das alegações da Prefeitura de Estância/SE quanto ao pagamento irregular de
tarifas bancárias ao Banco do Brasil, constatou-se que os gestores do Fundo Municipal de
Assistência Social desse Município, ao invés de comprovarem a restituição do valor de R$
1.858,85 ao Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS, limitaram-se a informar que:
“não tem como controlar as despesas referentes às tarifas bancárias, visto que os
pagamentos são feitos online e o débito é realizado pelo Banco do Brasil” [...] e que “irá
buscar orientação com o gerente do Banco do Brasil de como proceder, para que os débitos
não mais ocorram”.
No entanto, as alegações dos Gestores do Fundo Municipal de Assistência Social de
Estância/SE (FMAS) são insubsistentes para justificar o pagamento irregular de tarifas
bancárias ao Banco do Brasil, no valor de R$ 2.230,30, realizadas em prejuízo aos cofres do
FNAS, visto que não podiam ser custeadas com recursos do cofinanciamento federal, pois
em desconformidade com a finalidade dos repasses.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.7. Aplicação indevida dos recursos destinados ao Bloco de Proteção Social Básica,
com despesas realizadas em ações e finalidades de outros Blocos de Financiamento do
SUAS não vinculadas a Proteção Social Básica, no valor de R$ 6.286,10.
Fato
Verificou-se que o Fundo Municipal de Assistência Social do município de Estância utilizou
recursos do Bloco de Proteção Social Básica para pagamentos de despesas não vinculadas ao
Serviço de Atendimento às Famílias (PAIF/CRAS) e ao Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos (SCFV) no montante de R$ 7.691,44 cuja finalidades não se
coadunam com os objetivos dos serviços acima citados, tendo em vista serem serviços
pertinentes aos outros Blocos de Financiamento do SUAS. O fato do desvio da finalidade na
utilização dos recursos, vai de encontro as orientações contidas nos normativos emanados do
Fundo Nacional de Assistência Social, baseadas nos artigos 20 e 21, do capítulo V - Da
Execução, da Portaria MDS113/2015, que assim determinam:
“ CAPÍTULO V
Da Execução
(……)
Art. 20 Os recursos referentes a cada Bloco de Financiamento, Programa e Projeto devem
ser aplicados exclusivamente nas ações e finalidades definidas para estes.
Art. 21 Os recursos dos Blocos de Financiamento referidos nos incisos I a III do art. 7º
podem ser utilizados para qualquer serviço do respectivo Bloco, desde que sejam
asseguradas as ofertas das ações pactuadas, dentro dos padrões e condições
normatizadas””
As despesas inelegíveis com os recursos do BPSB encontram-se detalhadas no quadro a
seguir:
122
Quadro - Recursos do Bloco de Proteção Social Básica aplicados em despesas não
vinculadas ao PAIF/CRAS e SCFV.
Histórico da Nota de Empenho Data Pagto Fornecedor/CNPJ Nota Fiscal Valor (R$)
Aquisição de materiais de limpeza
e higienização para atender
necessidades do IGD-PBF.
18/04/2016
01.248.305/0001-80
NF-e 1991
4.261,60
Aquisição de material de
expediente para atender as
necessidades do Cadastro Único
04/04/2017
05.639.284/0001-84
NF-e 2450
799,50
Aquisição de materiais de limpeza
e higienização para atender
necessidades da Casa Acolhedora
Zilda Arns.
04/04/2017
05.639.284/0001-84
NF-e 2454
1.225,00
Aquisição de gêneros alimentícios
para a Casa Acolhedora Zilda Arns
por um período de 15 dias.
04/04/2017
01.248.305/0001-80
NF-e 2137
1.122,64
Aquisição de água mineral para
atender necessidades da Casa
Acolhedora Zilda Arns.
04/04/2017
01.248.305/0001-80
NF-e 2142
94,20
Aquisição de água mineral para
atender necessidades do Creas. 04/04/2017 01.248.305/0001-80 NF-e 2143 94,20
Aquisição de água mineral para
atender necessidades do IGD e
Bolsa Família.
04/04/2017
01.248.305/0001-80
NF-2141
94,20
Total 7.691,54
Fonte: Notas de empenhos relativos aos pagamentos das NF-e 1991, 2450, 2454, 2137, 2142, 2143 e 2141; e
Listagens “Relação de Pagamentos Orçamentários” fornecidas pela Secretaria Municipal de Ação
Social dos pagamentos realizados aos fornecedores do ano de 2016 e de janeiro a maio de 2017.
Conforme se verifica pelos históricos das notas de Empenhos constantes do quadro acima as
aquisições foram efetuadas indevidamente para custeio de unidades cuja ações e finalidades
são pertinentes aos Blocos de Financiamento da Proteção Especial de Média e da Alta
Complexidade, para os quais são repassados recursos em contas especificas para serem
utilizados nos objetivos dos mesmos.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“O Fundo Municipal de Assistência Social esclarece que o entendimento do fiscal não foi acertado.
No tocante as notas fiscais de números 2137, 2141, 2142 e 2143 - ao analisar a nota em
anexo, é possível verificar que as notas foram atestadas pelas devidas coordenadoras de cada
programa e os empenhos mostram que os recursos utilizados estão de acordo com o utilizado
e não como o fiscal citou ao informar que foi utilizado o recurso do PAIF. Pela simples
leitura das notas de empenho é verificável que a Ação utilizada na nota de nº. 2137 foi o
BLOCO DA PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE ALTA COMPLEXIDADE; na nota de
nº. 2141 o BLOCO DA PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE MÉDIA
COMPLEXIDADE; na nota de nº. 2142 o BLOCO DA GESTÃO DE PROGRAMA
BOLSA FAMÍLIA E CADASTRO ÚNICO e na nota de nº. 2143 o BLOCO DA
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE ALTA COMPLEXIDADE”.
123
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Preliminarmente, faz-se mister registrar que a Prefeitura de Estância/SE apresentou a
“Relação de Pagamento Orçamentário” extraída do “Sistema Contabilis - Gestão Pública”,
contendo a identificação da movimentação bancária dos recursos relativos ao piso Básico
Fixo – CRAS, correspondente ao período de 1º de janeiro de 2016 a 31 de maio de 2017,
cuja fidedignidades de tais informações é da responsabilidade de seus respectivos gestores.
Assim, do exame das justificativas da Prefeitura de Estância/SE, quanto às Notas Fiscais nºs
2137, 2141, 2142 e 2143, assiste razão aos gestores do FMAS, conforme consta dos
respectivos processos de pagamento.
No entanto, em relação às Notas Fiscais nºs 1991, 2450 e 2454 supramencionadas, que
totalizam R$ 6.286,10, a Prefeitura de Estância/SE não apresentou quaisquer justificativas
que pudessem elidir as irregularidades cometidas na aplicação dos recursos do PAIF/SCFV
e do IGD-PBF.
Ademais, faz-se mister registrar que a Unidade Examinada emitiu a Nota de Empenho nº
287, em 1º de abril de 2016, com recursos da Ação 2090 – IDG/PBF. Contudo, no
pagamento da respectiva despesa, em 18 de abril e 2016, utilizou-se de recursos da Ação
2124 – PSB/FNAS (Conta Corrente nº 35368-X do Banco do Brasil), cuja prática
administrativa evidencia a confusão dos gestores da Prefeitura de Estância na desvinculação
entre as dotações orçamentárias e os recursos financeiros de Programas distintos do FNAS, o
que contraria as normas de direito financeiro, insculpidas na Lei nº 4.320/1964.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.8. Jornada de trabalho diário das Equipes de Referência em horários inferiores
aos da jornada semanal de funcionamento dos CRAS.
Fato
Foi verificado nos documentos disponibilizados pela SMAS de Estância e nas inspeções in
loco realizadas nos CRAS Núbia Nabuco Macedo e Olga Benário, que apesar dos mesmos
terem os horários de funcionamento de segunda às sextas feiras das 07 às 16 horas,
totalizando 09 horas por dia, suas equipes de referências de nível superior compostas por
sete Assistentes Sociais e quatro Psicólogos, têm uma jornada de trabalho de 32 horas
semanais, 08 horas diárias de segunda às quintas-feiras com folgas às sextas, conforme
Folhas de Pontos de março a maio de 2017.
Em 2016 a carga horária de trabalho dos citados profissionais era de 30 horas semanais, 06
horas diárias de segunda às sextas-feiras, conforme ficou comprovado no exame de amostra
das Folhas de Pontos dos citados CRAS, referentes aos meses de abril, julho e outubro de
2016.
O detalhamento das jornadas de trabalho dos profissionais das equipes de referência dos
CRAS, encontra-se apresentado nos quadros a seguir:
124
Quadro: Horários de trabalho e carga horária semanal dos integrantes das equipes de
referências dos CRAS em 2017
PROFISSIONAL HORÁRIO DE
TRABALHO
CARGA HORÁRIA
DIÁRIA
DIAS DA
SEMANA
CARGA HORÁRIA
SEMANAL
Assistente Social 07 ás 12 h e
13 às 16 h 08
Segunda a
Quinta-Feira 32 h
Psicólogo 07 ás 12 h e
13 às 16 h 08
Segunda a
Quinta-Feira 32 h
Fonte – Folhas de Pontos dos CRAS Núbia Nabuco Macedo e Olga Benário referentes ao período março a
maio de 2017.
Quadro: Horários de trabalho e carga horária semanal dos integrantes das equipes de
referências dos CRAS em 2016
PROFISSIONAL HORÁRIO DE
TRABALHO
CARGA HORÁRIA
DIÁRIA
DIAS DA
SEMANA
CARGA HORÁRIA
SEMANAL
Assistente Social 07 s 13 h
06 Segunda a
Sexta-Feira 30 h
Psicólogo 07 às 13 h
06 Segunda a
Sexta-Feira 30 h
Fonte – Folhas de Pontos dos CRAS Núbia Nabuco Macedo e Olga Benário referentes aos meses de abril,
julho e outubro de 2016.
Diante dos fatos, conclui-se que embora os CRAS estivessem em funcionamento por mais
de 40 horas semanais, não contaram dentro desse horário de funcionamento com a presença
dos integrantes das equipes de referência, devido a jornada de trabalho dos mesmos serem
inferiores as normas preconizadas pela SNAS.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Mais uma vez, é importante esclarecer e demonstrar que as informações prestadas acima não correspondem com as jornadas de trabalho desenvolvidas pela assistente social e pelo psicólogo.
Cumpre salientar que as jornadas são de 30 horas semanais e não de 32 horas, conforme
exposto pelo fiscal. Outro fato a ser demonstrado é que os profissionais com a qualificação
apontada trabalhavam e trabalham de segunda à sexta, o serviço é disponibilizado sempre na
ausência ou folga de profissionais por outros da mesma qualificação, não deixando o serviço
desassistido”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Em sua contestação relativa ao fato apontado, o gestor municipal apresentou documentos
que só confirmam o fato apontado, visto que as folhas de pontos de março a maio de 2017
dos psicólogos e assistentes sociais, anexadas à justificativa, comprovam que além dos
profissionais terem um dia de folga na semana, em um dos outros quatro dias da semana
trabalham no horário de 07:00 às 13:00 h. `
Em razão do exposto, não cabem as alegações do gestor de que as informações coletadas
pela fiscalização nas amostras das folhas de ponto mensais dos profissionais das Equipes de
125
Referências dos CRAS, tanto em 2017 quanto em 2016, estavam incorretas. Portanto, diante
da confirmação das falhas apontadas, mantêm-se a constatação.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.9. Estruturas físicas dos prédios onde funcionam os CRAS e Centros de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), com falhas de acessibilidade para
pessoas idosas e deficientes.
Fato
Quando das visitas realizadas aos Centros de Referencias da Assistência Social (CRAS)
Núbia Nabuco Macedo e Olga Benário e aos Centros de Convivências Alegria de Viver e
Maria do Carmo Vilaça para a verificação da adequabilidade das estruturas física predial dos
citados Centros utilizadas para o atendimento à clientela a eles vinculados, verificaram-se
fragilidades de acessibilidades para pessoas idosas e deficientes, conforme encontra-se
detalhados nas descrições e fotos abaixo:
a) O acesso principal das unidades está adaptado com rampas e rota acessível desde a
calçada até a recepção dos Centros, porém não conta com corrimãos de apoio;
b) Ausência de sanitários adaptados para utilização por pessoas portadoras de deficientes
e idosos em todos as unidades; e
c) Espaços internos de atendimento coletivo do Centro de Convivência Alegria de Viver
no Bairro Bomfim e CRAS Núbia Nabuco Macedo sem condições de acessibilidade a
deficientes e idosos, devido as escadas de acesso ao segundo pavimento.
Acesso principal do CRAS Núbia Nabuco com as
duas rampas na entrada sem os corrimãos.
Acesso único sem o corrimão no CRAS Olga
Benário e seu CCFV e sem rampa interna de
acesso a entrada.
126
Um dos dois sanitários do CRAS Núbia Nabuco
não adaptados para uso de idosos e deficientes.
Sanitário do CRAS Olga Benário não adaptado
para o uso de idosos e deficientes.
Entradas das salas de uso coletivo e de grupos
localizadas no pavimento superior do CRAS
Núbia Nabuco.
Sala de entrada no Centro de Convivência Alegria
de Viver, com escada metálica ao fundo,
impossibilitando reunião dos idosos nas salas do
segundo pavimento.
As fragilidades apontadas estão em desconformidade com a publicação do CNAS
“Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais” (Resolução nº 109/2009), visto que o
ambiente físico para a oferta dos serviços socioassistenciais devem contar com adequada
iluminação, ventilação, conservação, salubridade e acessibilidade, de acordo com os
parâmetros da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT).
##/Fato##
127
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“A atual gestão entende que de fato as adaptações apontadas devem ser realizadas. É importante frisar a título de exemplificação, o Centro de Convivência Alegria de Viver, denominado de Bomfim já sofreu alteração em seu endereço e hoje possui melhores condições de acessibilidade, o que pode ser comprovado pelas fotos em anexo.
Em relação aos outros Centros de Convivência e aos Centros de Referências, a atual gestão
já realizou propostas (melhorias dos Centros) para inserção nos Convênios Federais, com a
finalidade de melhor atender aos que precisam do acolhimento do Fundo Municipal de
Assistência Social, a exemplo das propostas de números 079210/2017 ( Reforma do Centro
de Referência de Assistência Social – CRAS Olga Benário) e 079250/2017 ( Estruturação da
rede de serviços de proteção social básica – Reforma de um centro de convivência Maria do
Carmo Vilaça), documentação em anexo.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O gestor municipal em sua manifestação acatou os fatos apontados sobre a falta de
acessibilidade e entende que é necessária adaptações nos CRAS e Centro de Convivências,
com isso informa que inicialmente já providenciou a mudança de local do Centro de
Convivência Alegria de Viver e anexou as fotos do novo endereço demonstrando melhorias
nas instalações físicas e de acessibilidade, quanto aos outros Centros de Convivências e
CRAS o gestor promete realizar obras de melhorias nas instalações físicas dos locais e com
isso apresentou em anexo a sua justificativa duas propostas de Convênios cadastradas no
SICONV, tendo como objetivo as reformas dos CRAS Olga Benário e do Centro de
Convivência Maria do Carmo Vilaça no total de R$ 500.000,00.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
Com base nos exames realizados e nos apontamentos registrados, conclui-se que a
aplicação dos recursos federais dos serviços de proteção social básica transferidos para o
município de Estância/SE não está devidamente adequada à totalidade dos normativos
referentes ao objeto fiscalizado. Constatou-se graves falhas de gestão relativas a aquisições
sem o devido procedimento licitatório; ausência de controles relativos a estoque,
distribuição e recebimentos dos produtos adquiridos; deficiências nos controles de
abastecimento e da movimentação dos veículos utilizados nas ações dos serviços sociais;
contratações de despesas sem a disponibilidade de caixa; aquisições de produtos com
superfaturamento de preços; e aplicação indevida de recursos do bloco de proteção social
básica em outros blocos de financiamento do SUAS.
128
Ordem de Serviço: 201701356
Município/UF: Estância/SE
Órgão: MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRÁRIO
Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão
Unidade Examinada: FUNDO MUNICIPAL DE ASSISTENCIA SOCIAL DE
ESTANCIA
Montante de Recursos Financeiros: R$ 321.527,82
1. Introdução
Os trabalhos de campo foram realizados, no período de 20 a 30 de junho de 2017, visando à
fiscalização dos recursos transferidos para aplicação nos Blocos: Índice de Gestão
Descentralizada (IGD-M), para apoio à gestão descentralizada dos Programas Bolsa Família
(PBF) e Cadastro Único do Governo Federal (CADÚNICO), pelo Fundo Municipal de
Assistência Social do Município de Estância/SE – CNPJ nº 14.734.139/0001-73.
Os exames realizados tiveram por escopo os atos e fatos de gestão do Fundo Municipal de
Assistência Social de Estância/SE (FMAS), compreendendo o período de 1º de janeiro de
2015 a 30 de abril de 2017.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por este Ministério.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências
saneadoras relacionadas a estas constatações.
129
2.2.1. Pagamento irregular de tarifas ao Banco do Brasil S/A.
Fato
No exame dos Extratos Bancários das contas especificas do Bloco de Gestão do Programa
Bolsa Família e do Cadastro Único do FNAS, relativas ao exercício de 2015, 2016 e meses
de janeiro a maio de 2017, verificou-se que os gestores do Fundo Municipal de Assistência
Social de Estância/SE (FMAS) efetuaram a realização de despesas indevidas de tarifas
bancárias, decorrentes de emissões de DOC/TED no pagamento de fornecedores, conforme
demonstrado na tabela a seguir, onde são detalhados os débitos indevidos realizados nas
contas correntes nºs 35363-9, 30087-X e 35360-4 da Agência nº 149 –X do Banco do Brasil:
Tabela - Relação de débitos com tarifas bancárias, efetuados pelo Banco do Brasil.
Conta Corrente Agência Data do
Débito
Total Debitado/dia
(R$)
30087-X
PESTANCIAFMAS IGD
BF
149-X
15/01/2015 7,80
05/02/2015 15,60
11/02/2015 7,80
20/02/2015 23,40
20/03/2015 23,40
13/04/2015 7,80
07/05/2015 7,80
26/05/2015 7,80
19/06/2015 15,60
01/07/2015 31,20
06/07/2015 15,60
24/07/2015 7,80
28/07/2015 7,80
30/07/2015 15,60
05/08/2015 23,55
24/08/2015 15,70
26/08/2015 54,95
27/08/2015 15,70
01/09/2015 23,55
10/09/2015 15,70
21/09/2015 7,85
25/09/2015 7,85
29/09/2015 62,80
02/10/2015 15,70
06/10/2015 15,70
08/10/2015 15,70
09/10/2015 70,65
21/10/2015 23,55
29/10/2015 23,55
06/11/2015 7,85
130
Conta Corrente Agência Data do
Débito
Total Debitado/dia
(R$)
10/11/2015 7,85
20/11/2015 23,55
27/11/2015 15,70
30/11/2015 7,85
03/12/2015 7,85
09/12/2015 7,85
12/12/2015 7,85
22/12/2015 7,85
28/12/2015 23,55
29/12/2015 15,70
05/02/2016 16,90
24/02/2016 42,45
29/02/2015 8,45
01/03/2015 16,90
T O T A L 805,65
35360-4 ESTANCIABL
GBF FNAS 149-X
18/03/2016 42,25
22/03/2016 84,50
23/03/2016 25,35
05/04/2016 25,35
06/04/2016 16,90
07/04/2016 25,35
14/04/2016 16,90
18/04/2016 16,90
20/04/2016 8,45
27/04/2016 8,45
29/04/2016 42,25
03/05/2016 16,90
05/05/2016 25,35
06/05/2016 16,90
10/05/2016 16,90
16/05/2016 16,90
23/05/2016 42,25
25/05/2016 84,50
31/05/2016 16,90
02/06/2016 8,45
09/06/2016 8,45
14/06/2016 8,45
15/06/2016 8,45
16/06/2016 8,45
20/06/2016 8,45
12/07/2016 8,45
13/07/2016 8,45
131
Conta Corrente Agência Data do
Débito
Total Debitado/dia
(R$)
15/07/2016 16,90
25/07/2016 25,35
27/07/2016 8,45
02/08/2016 25,35
03/08/2016 33,80
15/08/2016 25,35
22/08/2016 8,60
26/08/2016 8,60
08/09/2016 8,60
09/09/2016 17,20
19/09/2016 17,20
28/09/2016 8,60
17/10/2016 8,60
21/10/2016 8,60
08/11/2016 8,60
23/11/2016 8,60
13/12/2016 8,60
26/12/2016 34,40
27/12/2016 51,60
04/04/2017 8,80
11/05/2017 17,20
16/05/2017 8,80
29/05/2017 8,80
T O T A L 993,45
35366-9 ESTANCIABL
GSUAS FNAS 149 -X
31/05/2016 8,45
23/05/2016 8,45
27/07/2016 8,45
13/12/2016 25,80
20/12/2016 8,60
T O T A L 59,75
Fonte: Extratos Bancários das contas correntes do Bloco do IGD-BF e IGD-SUAS, referentes aos exercícios
2015, 2016 e meses de janeiro a maio de 2017.
Em razão do exposto, restam evidências de pagamentos irregulares de tarifas bancárias ao
Banco do Brasil, pela emissão de DOC/TED, no valor de R$ 1.858,85, cujo valor deve ser
restituído ao Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS, para recomposição dos recursos
do Bloco IGD-BF, IGD-SUAS e Cadastro Único/PBF, visto que foram realizados em
descumprimento das disposições do art. 20 da Portaria/MDS nº 113, de 10 de dezembro de
2015.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
132
“Em relação ao referido item, o Fundo Municipal de Assistência Social de Estância (FMAS)
esclarece que não tem como controlar as despesas referentes às tarifas bancárias, visto que
os pagamentos são feitos online e o débito é realizado pelo Banco do Brasil, mesmo assim a
Secretaria Municipal de Assistência Social irá buscar orientação com o gerente do Banco do
Brasil de como proceder, para que os débitos não mais ocorram”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Do exame das alegações da Prefeitura de Estância/SE quanto ao pagamento irregular de
tarifas bancárias ao Banco do Brasil, constatou-se que os gestores do Fundo Municipal de
Assistência Social desse Município, ao invés de comprovarem a restituição do valor de R$
1.858,85 ao Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS, limitaram-se a informar que:
“não tem como controlar as despesas referentes às tarifas bancárias, visto que os
pagamentos são feitos online e o débito é realizado pelo Banco do Brasil” [...] e que “irá
buscar orientação com o gerente do Banco do Brasil de como proceder, para que os débitos
não mais ocorram”.
No entanto, as alegações dos Gestores do Fundo Municipal de Assistência Social de
Estância/SE (FMAS) são insubsistentes para justificar o pagamento irregular de tarifas
bancárias ao Banco do Brasil, no valor de R$ 1.858,85, realizadas em prejuízo aos cofres do
FNAS, visto que não podiam ser custeadas com recursos do cofinanciamento federal, pois
em desconformidade com a finalidade dos repasses.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.2. Venda fictícia de mercadorias a pretexto de justificar o fornecimento de itens
não previstos em Ata de Registro de Preços.
Fato
O Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE (FMAS), no dia 21 de junho de
2016, firmou a Ata de Registro de Preços nº 14/2016 com a empresa CEREALISTA DOIS
IRMÃOS LTDA. – CNPJ nº 01.248.305/0001-80, para o suposto fornecimento de
refrigerantes no valor estimado de R$ 31.400,00.
Ainda no dia 21 de junho de 2016, os gestores do FMAS firmaram a Ata de Registro de
Preços nº 12/2016 com a empresa DELICATESSEN CONTINENTAL LTDA. – CNPJ nº
08.621.860/0001-54, tendo por objeto o fornecimento de lanches (diversos) e comidas
típicas (diversas).
No entanto, os gestores do FMAS deixaram de celebrar Termos de Contratos, enquanto
instrumentos obrigatórios para o fornecimento dos itens das Atas de Registro de Preços nº
12/2016 e nº 14/2016, cuja omissão configura o descumprimento do art. 15 do Decreto
Federal nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013, in verbis:
133
“Art. 15. A contratação com os fornecedores registrados será formalizada pelo
órgão interessado por intermédio de instrumento contratual, emissão de nota de
empenho de despesa, autorização de compra ou outro instrumento hábil, conforme
o art. 62 da Lei nº 8.666, de 1993. (Original sem grifo).
Mesmo diante da inexistência de contratos para autorizar o fornecimento dos produtos das
Atas de Registro de Preços nº 12/2016 e nº 14/2016, as empresas: DELICATESSEN
CONTINENTAL e CEREALISTA DOIS IRMÃOS, respectivamente no dia 22 de dezembro de
2016, emitiram as Notas Fiscais nºs: 1.455 e 2.098 as quais foram atestadas pela servidora
do Almoxarifado: M. S. B. – CPF nº ***.958.847-**, cuja despesa foi inscrita em Restos a
Pagar do exercício de 2016, totalizando o valor de R$ 6.380,00.
Não obstante o atesto da Nota Fiscal nº 2.098, os gestores do FMAS não comprovaram a
efetiva entrega dos refrigerantes às Unidades da Secretaria Municipal de Assistência Social.
Pelo contrário, a referida procuradora da empresa CEREALISTA DOIS IRMÃOS declarou à
fiscalização da CGU, no dia 13 de julho de 2017, que:
“Não há documentos que comprovem a entrega de refrigerantes, uma vez que foram
entregues outros produtos à CAESZA. Ou seja, foram entregues gêneros
alimentícios, botijões de gás (GLP) e alimentação para “andarilhos”. Assim, a
emissão das supracitadas Notas Fiscais foi em “permuta”, pois a SMAS/FMAS só
detinha contrato para o fornecimento de refrigerantes”.
Em razão dessa declaração, restam evidências de venda fictícia de mercadorias, uma vez que
a CEREALISTA DOIS IRMÃOS registrou na Nota Fiscal nº 2.098 “560 LATAS de
Refrigerante 350 ml” a pretexto de acobertar a suposta entrega de “gêneros alimentícios,
botijões de gás (GLP) e alimentação para andarilhos”, em permuta de mercadorias”, haja
vista que não detinha qualquer contrato para o fornecimento de alimentos e botijões à
Secretaria Municipal de Assistência Social de Estância/SE. Além disso, a respectiva despesa
fora inscrita em Restos a Pagar do exercício de 2016, tendo motivado a emissão da
“DECLARAÇÃO” reproduzida no Quadro a seguir:
134
Quadro – Declaração da quanto a inexistência de crédito, perante o FMAS:
Fonte: Declaração da CEREALISTA DOIS IRMÃOS fornecida pelos gestores do FMAS.
Tal “DECLARAÇÃO” da CEREALISTA DOIS IRMÃOS LTDA. reforça as evidências de
venda fictícia das mercadorias registradas na Nota Fiscal nº 2.098, uma vez que esse
documento fiscal não foi cancelado, retificado ou devolvido à referida empresa, senão
vejamos o que sua procuradora declarou à fiscalização da CGU, em 13 de julho de 2017:
“Não houve o cancelamento ou retificação ou devolução destas Notas Fiscais” e que “Não
recebeu. Não espera receber, em razão da comunicação do Procurador do Município de
Estância/SE, Dr. Genilson Andrade”.
Por sua vez, no dia 21 de junho de 2016, a empresa DELICATESSEN CONTINENTAL
LTDA. emitiu a Nota Fiscal nº 1.455 no valor de R$ 4.812,00, também atestada pela
servidora do Almoxarifado: M. S. B. – CPF nº ***.958.847-**, para o fornecimento de
lanches destinados aos CRAS e Centros de Convivência, cuja despesa fora registrada em
Restos a Pagar do exercício de 2016, à conta do Bloco da Gestão do Bolsa Família e do
Cadastro Único - Ação 2090 – IGD-BF.
Embora os gestores do FMAS não tenham comprovado a “requisição”, a “entrega” e o
“recebimento” dos produtos registrados na Nota Fiscal nº 1.455 no valor de R$ 4.812,00, a
gerente da empresa DELICATESSEN CONTINENTAL, W. R. S. P. - CPF nº ***.409.535-**,
apresentou à fiscalização a CGU “Notas de Requisição” de produtos que registram a
possível entrega às Unidades da SMAS/FMAS, cujos prepostos assinaram tais “Notas”,
tendo por base, apenas, a Ata de Registro de Preços nº 12/2016 sem o devido amparo em
contrato formalizado, o que configura o descumprimento do art. 15 do Decreto Federal nº
7.892, de 23 de janeiro de 2013, supratranscrito.
Mesmo diante da inexistência de contratos para autorizar o fornecimento dos produtos das
Atas de Registro de Preços nº 12/2016 e nº 14/2016, as empresas: DELICATESSEN
CONTINENTAL e CEREALISTA DOIS IRMÃOS emitiram no dia 22 de dezembro de 2016,
respectivamente, as Notas Fiscais nºs: 1.455 e 2.098 as quais foram atestadas pela servidora
135
do Almoxarifado: M. S. B. – CPF nº ***.958.847-**, cuja despesa foi inscrita em Restos a
Pagar do exercício de 2016, totalizando o valor de R$ 6.380,00.
Além do exposto, a aquisição dos produtos registrados nas Notas Fiscais nº nºs: 1.455 e
2.098, emitidas no dia 22 de dezembro de 2016 pelas empresas: DELICATESSEN
CONTINENTAL e CEREALISTA DOIS IRMÃOS, totalizando o valor de R$ 6.380,00,
configura o desvio de finalidade dos recursos do Bloco da Gestão do Bolsa Família e do
Cadastro Único: Ação 2090 – IGD-BF, bem como o descumprimento do art. 20 da
Portaria/MDS nº 113, de 10 de dezembro de 2015, reproduzido abaixo:
Art. 20 Os recursos referentes a cada Bloco de Financiamento, Programa e Projeto
devem ser aplicados exclusivamente nas ações e finalidades definidas para estes.
(Original sem grifo).
Diante de todo o exposto, restam evidências de venda fictícia das mercadorias registradas na
Nota Fiscal nº 2.098 pela CEREALISTA DOIS IRMÃOS e de desvio de finalidade dos
recursos do Bloco de Gestão do Bolsa Família e do Cadastro Único, no exercício de 2016,
para aquisição de “refrigerantes, bolos salgados e salgadinhos diversos”, o qual é vedado
pelo art. 20 da Portaria nº 113, de 10 de dezembro de 2015, haja vista que os supostos
eventos para os quais tais produtos haviam sido adquiridos sequer foram realizados,
conforme declaração de servidores dos CRAS e Centros de Convivência.
Portanto, o valor de R$ 6.380,00 deve ser restituído ao Fundo Nacional de Assistência social
– FNAS, para fins de recomposição dos recursos do Bloco de Gestão do Bolsa Família e do
Cadastro Único.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Infelizmente, a atual gestão não possui condições de esclarecer ou responder quaisquer atos
advindos da gestão anterior, mesmo assim disponibilizou toda a documentação existente nos
arquivos da Secretaria para o fiscal”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
As alegações da Prefeitura de Estância/SE não justificam as irregularidades cometidas na
aplicação dos recursos, tampouco comprovam a restituição dos R$ 6.380,00 aos cofres do
Fundo Nacional de Assistência social – FNAS, para fins de recomposição dos recursos do
Bloco de Gestão do Bolsa Família e do Cadastro Único.
##/AnaliseControleInterno##
136
2.2.3. Pagamento Irregulares e desvio de finalidade de recursos do IGD-BF e CAD
Único, totalizando R$338.257,75.
Fato
Os gestores do Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE (FMAS) realizaram
despesas, durante o exercício de 2016, com recursos dos Blocos IGD-BF e CAD ÚNICO,
para custear a aquisição de gêneros alimentícios, contratação de serviços gráficos, locação e
lavagem de veículos, serviços de sonorização de eventos, etc., que totalizam R$ 183.472,33.
No entanto, a natureza e as quantidades dos produtos e serviços são estranhas às atividades e
finalidades desses Blocos; perante os fornecedores relacionados no Quadro a seguir:
Quadro – Despesas estranhas às finalidades do IGD-BF e CAD ÚNICO, em 2016. Fornecedores Objeto da despesa Valor Total
Cerealista Dois Irmãos Ltda. Aquisição de Gêneros de Alimentação 24.036,82
Gráfica e Editora Buquinense Ltda. Prestação de Serviços Gráficos Diversos 34.055,00
Rodolfo Silva Nunes - ME Lavagem de Veículos 9.700,00
Delicatessen Continental Ltda. Aquisição de Lanches 18.744,52
Via Locação & Eventos Ltda. Locação de 03 Veículos 61.490,99
SL Santana Empreendimentos Ltda. Serviços de Sonorização de Eventos 29.945,00
CDM Comunicação e Marketing
Ltda.
Divulgação em Veículos/Carro de Som 5.500,00
Total 183.472,33
Fonte: Documentação fornecida pelos Gestores do FMAS.
Constatou-se também que, no exercício de 2015, os gestores do FMAS efetuaram o
pagamento de despesas para aquisição de gêneros de alimentação, inscrição em cursos
diversos, locação de veículos, aquisição de combustíveis e passagens aéreas, que totalizam
R$ 154.785,42, cuja natureza e quantitativos dos produtos e serviços contratados são
estranhos às atividades e finalidades dos Blocos IGD-BF e CAD ÚNICO, senão vejamos a
relação de fornecedores, objetos e valores demonstrados no Quadro a seguir:
Quadro – Despesas estranhas às finalidades do IGD-BF e CAD ÚNICO, em 2015. Fornecedores Objeto da despesa Valor Total
CDM Comunicação e Marketing Ltda. Divulgação em Veículos/Carro de Som 7.975,00
Consultre Cons e Treinamento Ltda. Inscrições em Curso de Execução
Orçamentária (Fortaleza/CE) 8.670,00
Delicatessen Continental Ltda. Aquisição de Lanches 5.575,35
ELAINE SANTOS CASSEMIRO - ME Aquisição de Gêneros de Alimentação 8.286,50
Frigor Frios Comércio Ltda. Aquisição de Gêneros de Alimentação 56.235,40
Licitadata Cursos Ltda. Inscrições em Curso de Licitações (Foz
do Iguaçu/PR) 13.360,00
Posto Vitória Ltda. Aquisição de g
Gasolina Comum 16.722,18
Propag Turismo Ltda. Aquisição de Passagens Aéreas 28.012,99
Via Locação & Eventos Ltda. Locação de 03 Veículos 9.948,00
Total 154.785,42
Fonte: Documentação fornecida pelos Gestores do FMAS.
Diante dos indícios de desvio de finalidade das supracitadas despesas, por meio da
Solicitação de Fiscalização nº 201701356 -001, foi solicitado aos gestores do FMAS que
apresentassem a norma federal e as justificativas que teriam autorizado a utilização de
137
recursos do IGD-BF e CAD ÚNICO, comprovando-se documentalmente os respectivos
resultados alcançados pelo Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE, durante
os exercícios de 2015 e 2016.
Os gestores do FMAS emitiram Ofícios S/N, no dia 28 de junho de 2017, pelos quais
apresentaram as seguintes alegações: “[...] não possuímos a norma federal e nem as
justificativas que teriam autorizado a realização de tais despesas. Assim como também não
temos documentos dos respectivos resultados alcançados pelo Fundo Municipal de
Assistência Social durante o exercício de 2015 e 2016”.
Diante da resposta dos gestores do Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE,
da falta de norma federal, de justificativas e da documentação comprobatória dos resultados
alcançados pelo FMAS, restam evidências do pagamento irregular de despesas e de desvio
de finalidade dos recursos do IGD-BF e CAD ÚNICO, durante os exercícios de 2015 e
2016, respectivamente nos valores de R$ 154.785,42 e R$ 183.472,33, que totalizam R$
338.257,75, cujo valor deve ser restituído ao Fundo Nacional de Assistência Social – FNAS.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Infelizmente, a atual gestão não possui condições de esclarecer ou responder quaisquer atos
advindos da gestão anterior, mesmo assim disponibilizou toda a documentação existente nos
arquivos da Secretaria para o fiscal”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
As alegações da Prefeitura de Estância/SE não justificam as irregularidades cometidas na
aplicação dos recursos, tampouco comprovam a restituição dos R$ 338.257,75 aos cofres do
Fundo Nacional de Assistência Social – FNAS, para fins de recomposição dos recursos do
Bloco de Gestão do Bolsa Família e do Cadastro Único, devido ao pagamento irregular de
despesas e ao desvio de finalidade dos recursos do IGD-BF e CAD ÚNICO.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.4. Utilização de Recursos do Bloco IGD_BF e CAD Único, para abastecer veículos
estranhos à frota do FMAS.
Fato
A Secretaria Municipal de Assistência Social de Estância/SE (SMAS), durante os exercícios
de 2015 e 2016, possuía uma frota de doze veículos, conforme demonstrado no Quadro a
seguir:
138
Quadro – Relatório de localização dos veículos e funções executadas.
Fonte: Ofício/FMAS, de 20 de junho de 2017.
Do exame das informações do Quadro acima, constatou-se que dos doze veículos existentes,
dos quais quatro estão fora das atividades do Fundo Municipal de Assistência Social. Ou
seja, a VAN BOXER - OZB 6592, que apresenta defeito na caixa de marcha, e o GOL - IAD
287, totalmente sucateado, encontram-se “estacionados” na “Oficina de Jackson” (Auto
Peças Bomfim), enquanto que a sucata do IAD 2870 fora “abandonada” nessa Oficina desde
o dia 31 de julho de 2015, consoante Ordem de Serviço nº 0554616.
Por sua vez, os veículos FIESTA - NVL 0282 e KOMBI - IAJ 7319, também sucateados,
foram encontrados na Garagem/Posto de Lavagem/Rodolfo da Silva Nunes - ME e no
Galpão do Almoxarifado da Secretaria de Educação - Bairro São Jorge, conforme
demonstrado no Quadro a seguir:
139
Quadro – Veículos Oficina Bonfim, Porto de Lavagem/Rodolfo e
Galpão/Almoxarifado:
VAN BOXER - OZB 6592 – estacionada na oficina da Auto Peças Bonfim, em Estância/SE.
GOL IAD 2870 – abandonado na oficina da Auto Peças Bonfim, em Estância/SE, de 31/07/2015.
Fiesta NVL 0282 sucateado e sem funcionar há mais de seis meses, tendo sido encontrado na “garagem”
do Posto de Lavagem/Rodolfo da Silva Nunes-ME, cuja placa está sendo utilizada para o forneciemnto
140
fictício de gasolina comum pela empresa RPB Auto Posto Ltda.
KOMBI IAJ 7319 “estacionada” no Galpão do Almoxarifado da Secretaria de Educação - Bairro São
Jorge, em Estância/SE.
Fonte: Fotografia da fiscalização da CGU, em junho 2017.
Assim, devido ao estado de sucateamento e de abandono desses quatro veículos, restaram
apenas oito carros para serem utilizados nas atividades da Secretaria Municipal de
Assistência Social de Estância/SE, para cujo abastecimento foram contratadas as empresas
Auto Posto Vitória Ltda. e RPB Auto Posto Ltda., durante os exercícios de 2015 e 2016 e o
primeiro semestre de 2017.
Ao examinar a documentação da despesa de combustível do Fundo Municipal de Assistência
Social de Estância/SE, constatou-se pagamentos à empresa RPB Auto Posto Ltda., com
recursos do Bloco da Gestão do Bolsa Família e do Cadastro Único, vinculados ao Contrato
nº 05/2016 que no exercício de 2016 totalizam R$ 106.784,55, dos quais R$ 42.048,46
foram pagos para abastecer veículos estranhos às atividades do IGD-BF e CAD ÚNICO,
conforme demonstrado na Tabela a seguir:
141
Tabela - Veículos estranhos às atividades dos Programas: IGD-BF e CAD ÚNICO.
NF VEÍCULO/PLACA QUANT/
LITROS
VALOR
PAGO EMPRESA/ATIVIDADES
3652
GOL OEQ 7496 97.260 338,45 L& L Locadora
SPIN QKN 8442 256.680 924,55 Conselho Tutelar - Centro
SPIN QKN 8412 253.732 882,96 Conselho Tutelar - Cid Nova
3737
SPIN QKN 8412 265.492 923,88 Conselho Tutelar - Cid Nova
GOL OEK 2268 107.835 375,25 NAT/LOCALYNE
SPIN QKN 8442 221.190 769,72 Conselho Tutelar - Centro
GOL OEQ 7496 91.147 317,18 L& L Locadora
SPIN QKN 8442 627.514 1.139,71 Conselho Tutelar - Centro
SPIN QKN 8412 342.176 1.190,73 Conselho Tutelar - Cid Nova
GOL OEK 2268 117.697 409,58 NAT/LOCALYNE
GOL OEQ 7496 210.878 733,84 L& L Locadora
3827
GOL OEK 2268 199.237 693,32 NAT/LOCALYNE
GOL OEQ 7496 107.181 372,98 L& L Locadora
SPIN QKN 8412 322.420 1.122,00 Conselho Tutelar - Cid Nova
SPIN QKN 8442 281.779 980,54 Conselho Tutelar - Centro
3870
SPIN QKN 8442 234.631 816,50 Conselho Tutelar - Centro
GOL OEK 2268 169.917 591,29 NAT/LOCALYNE
SPIN QKN 8412 296.789 1.032,78 Conselho Tutelar - Cid Nova
3917
SPIN QKN 8412 355.312 1.236,43 Conselho Tutelar - Cid Nova
GOL OEK 2268 128.181 446,06 NAT/LOCALYNE
SPIN QKN 8442 292.620 1.018,28 Conselho Tutelar - Centro
3987
SPIN QKN 8442 259.113 901,69 Conselho Tutelar - Centro
GOL OEK 2268 89.503 311,46 NAT/LOCALYNE
SPIN QKN 8412 239.113 832,07 Conselho Tutelar - Cid Nova
GOL OEK 2268 90.945 316,47 NAT/LOCALYNE
SPIN QKN 8442 210.153 731,31 Conselho Tutelar - Centro
SPIN QKN 8412 192.781 670,84 Conselho Tutelar _ Cid Nova
SPIN QKN 8412 60.792 219,45 Conselho Tutelar - Cid Nova
SPIN QKN 8442 46.280 167,07 Conselho Tutelar - Centro
GOL OEK 2268 46.001 166,06 NAT/LOCALYNE
4127
GOL OEQ 7496 59.643 215,30 L& L Locadora
SPIN QKN 8412 233.466 842,79 Conselho Tutelar - Cid Nova
SPIN QKN 8442 388.383 1.402,02 Conselho Tutelar - Centro
GOL OEK 2268 114.928 414,88 NAT/LOCALYNE
GOL OEQ 7496 106.188 383,33 L& L Locadora
SPIN QKN 8412 149.183 538,52 Conselho Tutelar - Cid Nova
GOL OEK 2268 86.879 313,62 NAT/LOCALYNE
GOL OEK 2268 78.856 284,66 NAT/LOCALYNE
142
NF VEÍCULO/PLACA QUANT/
LITROS
VALOR
PAGO EMPRESA/ATIVIDADES
GOL OEQ 7496 144.658 522,20 L& L Locadora
SPIN QKN 8412 187.450 67,66 Conselho Tutelar - Cid Nova
4334 SPIN QKN 8412 254.972 920,42 Conselho Tutelar - Centro
GOL OEQ 7496 267.747 966,54 L& L Locadora
4375
SPIN QKN 8412 206.769 772,89 Conselho Tutelar - Centro
GOL OEQ 7496 243.288 878,24 L& L Locadora
GOL OEK 2268 126.242 455,72 NAT/LOCALYNE
4482
GOL OEQ 7496 276.639 998,64 L& L Locadora
SPIN QKN 8412 140.334 494,51 Conselho Tutelar - Centro
GOL OEK 2268 154.352 557,19 NAT/LOCALYNE
4568
SPIN QKN 8412 76.588 276,47 Conselho Tutelar
GOL OEK 2268 130.693 471,79 NAT/LOCALYNE
GOL OEQ 7496 255.262 921,46 L& L Locadora
4608 GOL OEK 2268 172.303 621,99 NAT/LOCALYNE
GOL OEQ 7496 202.898 732,44 L& L Locadora
4630 GOL OEQ 7496 289.108 1.043,65 L& L Locadora
GOL OEK 2268 114.974 415,04 NAT/LOCALYNE
4662 GOL OEQ 7496 252.517 911,56 L& L Locadora
GOL OEK 2268 83.480 301,35 NAT/LOCALYNE
4695 GOL OEK 2268 85.717 309,43 NAT/LOCALYNE
GOL OEQ 7496 188.472 680,37 L& L Locadora
4743 GOL OEK 2268 81.970 295,90 NAT/LOCALYNE
GOL OEQ 7496 263.130 949,87 L& L Locadora
4798 GOL OEQ 7496 253.901 916,56 L& L Locadora
GOL OEK 2268 88.908 320,94 NAT/LOCALYNE
4812 GOL OEK 2268 68.848 248,53 NAT/LOCALYNE
GOL OEQ 7496 268.576 969,53 L& L Locadora
TOTAIS 12.311.671 42.048,46
Fonte: Processos de pagamentos da despesa com combustíveis do exercício de 2016.
Portanto, diante do abastecimento de veículos estranhos às finalidades e atividades do Bloco
IGD-BF e CAD ÚNICO, restam evidências de desvio de finalidade dos recursos do Bloco
da Gestão do Bolsa Família e do Cadastro Único no valor de R$ 42.048,46, que deverão ser
restituídos ao Fundos Nacional de Assistência Social – FNAS, visto que foram aplicados em
descumprimento do art. 20 da Portaria/MDSA nº 113, de 10 de dezembro de 2015.
Ademais, constatou-se que os gestores do FMAS efetuaram pagamentos no valor de R$
4.210,49 à empresa Auto Posto Vitória Ltda., vinculados ao Contrato nº 13/2015 e com
recursos do Bloco do IGD-BF e CAD ÚNICO, conforme demonstrado na Tabela aa seguir:
143
Tabela - Veículos estranhos às atividades do IGD-BF e CAD ÚNICO, em 2015.
NF VEÍCULO/PLACA QUANT
LITROS
VALOR
PAGO EMPRESA/ATIVIDADES
7626 SPIN QKN 8412 172.211 561,42 Conselho Tutelar
GOL OEK 2268 67.176 218,99 NAT/LOCALYNE
7908 GOL OEK 2268 175.061 603,96 NAT/LOCALYNE
SPIN QKN 8412 228.271 787,52 Conselho Tutelar
8013
GOL OEQ 7496 143.863 500,64 L& L Locadora
SPIN QKN 8442 156.611 545,01 Conselho Tutelar
SPIN QKN 8412 200.472 696,67 Conselho Tutelar
GOL OEK 2268 85.480 296,28 NAT/LOCALYNE
TOTAL 4.210,49
Fonte: Processos de pagamentos da despesa com combustíveis, no exercício de 2015.
Em razão do abastecimento de veículos estranhos às atividades do Bloco do IGD-BF e CAD
ÚNICO, no exercício de 2015, apurou-se o pagamento irregular de despesas à empresa Auto
Posto Vitória Ltda. no total de R$ 4.210,49, cujo valor deve ser restituído ao FNAS, pois
foram realizadas em descumprimento ao disposto no art. 20 da Portaria/MDSA nº 20, de 10
de dezembro de 2015.
Faz-se mister registrar que, dos referidos R$ 106.784,55 pagos à empresa RPB Auto Posto
Ltda., o valor de R$ 42.048,46 foi pago para abastecer veículos estranhos às atividades do
Bloco IGD-BF e CAD ÚNICO, enquanto que os R$ 64.736,09 restantes correspondem a
pagamentos de supostos abastecimentos de veículos da frota da Secretaria Municipal de
Assistência Social de Estância/SE, durante o exercício de 2016.
No entanto, devido ao descontrole tanto da utilização quanto do abastecimento dos veículos
dessa Secretaria, não foi possível apurar a regularidade das despesas pagas à empresa RPB
Auto Posto Ltda. no valor de R$ 64.736,09, com recursos do Bloco IGD-BF e CAD
ÚNICO, cujo valor elevado do consumo de combustíveis é injustificável, durante o exercício
de 2016, uma vez que não guarda qualquer correspondência com a quilometragem,
efetivamente rodada, pelos veículos da frota dessa Secretaria, haja vista que o veículo
FIESTA – NVL 0282 está sucateado há mais de seis meses e “estacionado” na garagem do
Posto de Lavagem Rodolfo Silva Nunes - ME, mas os gestores do FMAS autorizaram
abastecimentos semanais, o que configura o possível desvio de recursos públicos, no
exercício de 2017.
Por fim, embora tenha sido adquirido com recursos do Bloco IGD-BF, o veículo DOBLÒ -
Placa QKO 0257 encontra-se em desvio de finalidade sendo utilizado nas atividades da
CAESZA (Casa Acolhedora Estância Solidária Zilda Arns), conforme “Termo de
Declaração” da Chefia de Transporte do Fundo Municipal de Assistência Social, P. M. O. de
A., CPF nº ***.478.198-**, do dia 30 de junho de 2017.
##/Fato##
144
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Infelizmente, a atual gestão não possui condições de esclarecer ou responder quaisquer atos
advindos da gestão anterior, mesmo assim disponibilizou toda a documentação existente nos
arquivos da Secretaria para o fiscal.
No tocante, a atual gestão é necessário esclarecer que os abastecimentos dos veículos foram
realizados com recurso próprio, sendo a fonte do recurso de nº; 0100000. Não houve desvio
de finalidade, já que não foi utilizado recurso federal para o abastecimento dos veículos, de
acordo com a documentação em anexo.
O veículo DOBLO - Placa QKO 0257 está sendo utilizado nas atividades da CAESZA (Casa
Acolhedora Estância Solidária Zilda Arns), pelo fato de ser o único veículo apto a atender as
necessidades das crianças que não podem ficar desassistidas.
Em relação ao Fiesta, placa de nº. NVL 0282 é importante esclarecer que o veículo foi
consertado pela Secretária, o mesmo estava em uso pelo período que foi autorizado o
abastecimento. Após um determinado tempo o veículo voltou a quebrar sendo encaminhado
para conserto.
Nesta oportunidade, informa que já está sendo providenciado Licitação para aluguel de carro
e para manutenção dos carros que estão à disposição da Secretaria Municipal de Assistência
Social, conforme documentação em anexo”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Preliminarmente, faz-se mister registrar que conforme demonstrado nas fotografias acima,
ao contrário das alegações dos gestores da Prefeitura de Estância/SE, o veículo Fiesta de
placa NVL 0282 está sucateado e sem funcionamento há mais de seis meses, tendo sido
encontrado na “garagem” do Posto de Lavagem/Rodolfo da Silva Nunes-ME, cuja placa está
sendo utilizada para o fornecimento fictício de gasolina comum, pela empresa RPB Auto
Posto Ltda.
Registre-se, ainda, que os gestores da Prefeitura de Estância/SE não apresentaram quaisquer
documentos comprobatórios do suposto conserto do Fiesta NVL 0282, tampouco da
utilização de tal veículo.
Ademais, as alegações de que o combustível “utilizado” pelo veículo Fiesta de placa NVL
0282 teria sido adquirido com recursos próprios da fonte nº 0100000 são improcedentes,
haja vista que, no dia 05 de janeiro de 2017, os gestores do FMAS de Estância/SE
celebraram o Contrato nº 23/2017 com a empresa RPB Auto Posto Ltda., no valor global de
R$ 62.475,00, visando à aquisição de combustíveis (gasolina comum, óleo diesel e aditivo
arla 32), para cuja contratação foram reservados R$ 150.000,00 de recursos da Ação 2090
(IGD-BF e CAD ÚNICO).
145
Portanto, as alegações da Prefeitura de Estância/SE não justificam as irregularidades
cometidas na aplicação dos recursos do IGD-BF e CAD ÚNICO, tampouco comprovam a
restituição dos R$ 46.258,95 aos cofres do Fundo Nacional de Assistência Social – FNAS,
para fins de recomposição dos recursos do Bloco de Gestão do Bolsa Família e do Cadastro
Único, devido ao pagamento irregular de despesas e ao desvio de finalidade dos recursos.
liseControle ##/AnaliseControleInterno##
2.2.5. Descontrole do uso dos veículos e irregularidades no pagamento de combustíveis
adquiridos com recursos do IGD-BF e Cad Único, no valor de R$ 41.211,87.
Fato
A Secretaria Municipal de Assistência Social de Estância/SE (SMAS), durante o exercício
de 2016 e primeiro semestre de 2017, tem uma frota de doze veículos, conforme
demonstrado no Quadro a seguir:
Quadro – Relatório de localização dos veículos e funções executadas.
Fonte: Ofício/FMAS, de 20 de junho de 2017.
No entanto, dos doze veículos existentes, apenas oito carros estão sendo utilizados nas
atividades da Secretaria Municipal de Assistência Social de Estância/SE, para cujo
abastecimento foram contratadas as empresas Auto Posto Vitória Ltda. e RPB Auto Posto
Ltda., durante o exercício de 2016 e cinco primeiros de 2017.
Registre-se que o veículo Gol de Placa IAM 0590 do FMAS encontrava-se cedido à
Secretaria Municipal de Agricultura de Estância/SE, mas estava sendo abastecido com
recursos do Bloco IGD-BF, até o dia 26 de abril de 2017. A partir dos trabalhos de
fiscalização da CGU, esse veículo foi devolvido à Secretaria de Assistência Social por meio
146
do Ofício SEAGRO nº 132/2017, de 12 de abril de 2017, o que evidencia a utilização
indevida de recursos do IGD.
Ao examinar os processos de pagamento das despesas, os “Boletins Diários de Veículos –
BDV” e os “Demonstrativos de Vendas com Requisição por Ordem de Placas”, emitidos
pela empresa RPB Auto Posto Ltda., constatou-se abastecimentos fictícios e excesso de
consumo de combustíveis, onde as quantidades e a média de quilômetros rodados por tais
veículos evidencia o uso indevido de recursos do Bloco IGD-BF e CAD ÚNICO, no período
de 1º de janeiro de 2016 a 31 de maio de 2017, conforme demonstrado na Tabela a seguir:
Tabela – Veículos com excesso de consumo de combustíveis, em 2016 e 2017.
PLACA/VEÍCULO MÊS/
USO
Nº
DIAS
KM
RODADOS
MÉDIA/
KM/DIA
TOTAL
LT/MÊS
MÉDIA
KM/LT
IAN 1842 OUT 2 48 24,00 101,774 3,98
QKO 0257 JAN 9 946 247 100.169 2,47
QKO 0257 SET 17 1.795 105,59 417,313 4,41
QKO 0257 DEZ 2 307 153,50 169,359 4,33
QKO 0352 JAN 15 854 56,93 160,395 4,81
QKO 0352 FEV 18 821 45,61 156,076 3,59
QKO 0352 MAR 23 1.190 51,74 234,175 4,37
QKO 0352 ABR 15 987 65,80 213,761 4,13
QKO 0352 MAI 18 924 51,33 161,288 4,46
QKO 0352 JUN 8 310 38,75 82,003 2,09
QKO 5089 MAR 7 541 77,29 95,229 3,33
Fonte: “Boletins Diários de Veículos – BDV” e “Demonstrativos de Vendas com Requisição
por Ordem de Placas.
Além do exposto, constatou-se que os gestores do FMAS autorizaram o abastecimento dos
veículos SPIN de Placas QKN 8412 e QKN 8442 utilizados nas atividades dos Conselhos
Tutelares de Estância, sem quaisquer controles de utilização e de abastecimento,
consumindo respectivamente 6.596,716 e 5.203,768 litros de gasolina, que totalizam
11.620,481 litros de gasolina consumidos no período de 1º de janeiro de 2016 a 31 de maio
de 2017, perfazendo uma despesa de R$ 41.211,87, paga irregularmente com recursos do
Bloco IGD-BF e CAD ÚNICO, tendo sido tais automóveis utilizados para viagens
interestaduais, consoante Termo de Declaração da Chefia de Transporte do FMAS, emitido
em 30 de junho de 2017, cujo teor reproduz-se no Quadro a seguir:
Quadro – Declaração da Chefia de Transporte do FMAS, 30 de junho de 2017.
Fonte: Termo de Declaração do Chefe de Transporte do FMAS.
147
Portanto, restam evidências de descontrole do uso e do abastecimento dos veículos do
FMAS, como também irregularidades no pagamento de combustíveis com recursos da Ação
2090 – Bloco da Gestão do Bolsa Família e do Cadastro Único (IGD-BF e CAD ÚNICO),
no período de 1º de janeiro de 2016 a 31 de maio de 2017.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Infelizmente, a atual gestão não possui condições de esclarecer ou responder quaisquer atos advindos da gestão anterior.
No tocante a atual gestão, é importante frisar que diante da relação dos pagamentos de
combustíveis em anexo, período de janeiro a maio de 2017, é possível verificar que os
pagamentos foram realizados com recurso próprio, sendo a fonte de recurso 0100000 e não
conforme a citação do fiscal que aduz a utilização de recurso federal”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
As alegações da Prefeitura de Estância/SE não justificam as irregularidades cometidas na
aplicação dos recursos do Bloco de Gestão do Bolsa Família e do Cadastro Único, sobretudo
quanto ao excesso de consumo de combustíveis, demonstrado na Tabela acima; tampouco
comprovam a restituição dos R$ 41.211,87 aos cofres do FNAS, visto que aplicados em
desvio de finalidade para abastecer os veículos SPIN de Placas QKN 8412 e QKN 8442 dos
Conselhos Tutelares de Estância, sem quaisquer controles de utilização e do consumo,
conforme evidenciado na Declaração da Chefia de Transporte do FMAS, do dia 30 de junho
de 2017.
Ademais, as alegações de que o combustível “utilizado” pelos veículos SPIN de Placas QKN
8412 e QKN 8442 dos Conselhos Tutelares de Estância teria sido adquirido com recursos
próprios da fonte nº 0100000 são improcedentes, haja vista que, no dia 05 de janeiro de
2017, os gestores do FMAS celebraram o Contrato nº 23/2017 com a empresa RPB Auto
Posto Ltda., no valor global de R$ 62.475,00, visando à aquisição de combustíveis (gasolina
comum, óleo diesel e aditivo arla 32), para cuja contratação foram reservados R$ 150.000,00
de recursos da Ação 2090 (IGD-BF e CAD ÚNICO).
##/AnaliseControleInterno##
2.2.6. Superdimensionamento da quantidade de óleo diesel contratada, com recursos
do IGD-BF e CAd Único.
Fato
O Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE (FMAS) celebrou o Contrato nº
106, em 31 de maio de 2017, oriundo do Pregão Eletrônico nº 04/2017, com a empresa Auto
Posto Vitória LTDA., pelo qual contratou o fornecimento de 24.750 litros de óleo Diesel,
tipo S-10, que totalizam R$ 79.942,50, com vigência até o término do exercício de 2017.
148
Todavia, de acordo com o “Relatório de localização dos veículos e funções executados”,
fornecido pela Chefia do Setor de Transporte, em 20 de junho de 2017, o FMAS possui
apenas o veículo VAN BOXER – OZB 6592 - movido a Óleo Diesel, o qual “se encontra
na oficina de Jackson” (Oficina Bonfim), com defeito na caixa de marcha, conforme
demonstrado no Quadro a seguir:
Quadro – Fotografias da VAN BOX – OZB 6592, na Oficina Bonfim, em Estância/SE.
Fonte: Fotografias da fiscalização da CGU.
Registre-se que o veículo VAN BOXER – OZB 6592 foi adquirido com recursos do IGD,
mas não apresenta a identificação visual, estabelecida no Manual do Programa Bolsa
Família, disponível no sítio da internet:
http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/marcas/marcas-e-selos, cuja omissão dos gestores
do FMAS contribui para o desvio de finalidade na utilização deste veículo, haja vista a
declaração da Chefia do Setor de Transporte, do dia 20 de junho de 2017, pela qual afirma
não ter controle da “utilização diária dos veículos em função do índice de Gestão
Descentralizada (IGD), referente ao exercício de 2017”, como também não tem “os
relatórios dos veículos utilizados em função do mesmo”.
Enquanto aguardavam a realização do Pregão Eletrônico nº 04/2014, os gestores do FMAS
realizaram a Dispensa de Licitação, no mês de fevereiro de 2017, para adquirir dois mil
149
litros de Óleo Diesel, tipo S-10, cuja Nota de Empenho nº 101, de 20 de fevereiro de 2017,
registra o valor de R$ 6.300,00, cujo fornecimento desse combustível fora contratado com a
empresa RPB Auto Posto LTDA. que emitiu a Nota Fiscal nº 5.036, em 07 de março de
2017, na qual registrou 205,21 litros de Óleo Diesel, pelo valor de R$ 646,41, conforme
carimbo atestado pelo Chefe do Setor de Transporte – P.M. O. de A. – CPF nº ***.478.195-
**.
Considerando-se que o FMAS possui, apenas, a VAN BOXER – OZB 6592 movida a Óleo
Diesel e que, no período de doze dias (de 16 a 28 de fevereiro de 2017), teria consumido
205,21 litros de combustível, conclui-se que em trinta dias o consumo seria de 410,42 litros
de Óleo, que daria uma despesa mensal de R$ 1.292,83.
Assim, a celebração do Contrato nº 106, em 31 de maio de 2017, com o Auto Posto Vitória
LTDA., para aquisição de 24.750 litros de Óleo Diesel, tipo S-10, pelo valor total de R$
79.942,50, com recursos do IGD-BF (Ação 2090), evidencia o superdimensionamento das
quantidades contratadas, como também o descontrole da gestão e a falta de planejamento do
Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE, haja vista que o prazo máximo de
vigência do Contrato nº 106/ 2017 expirar-se-á no dia 31 de dezembro de 2017.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Nesta oportunidade, esclarece que foi realizado pedido de licitação em janeiro de 2017, sendo necessário a apresentação de uma estimativa de valores, o que foi feito com base em estimativas da gestão anterior. Infelizmente, a licitação somente se concretizou em maio. É de suma importância afirmar que se o valor estimado não for utilizado o mesmo é anulado, não havendo nenhum prejuízo para a Administração Pública.
É importante frisar que a VAN BOXER – OZB 6592 foi utilizada por um período de tempo, por isso a realização do contrato de Diesel. Após um período de uso, a van apresentou problema na caixa de marcha, logo foi necessário encaminha-la para conserto com fim de não colocar a vida dos passageiros em risco.
Em relação a inexistência de identificação visual da VAN BOXER – OZB 6592, esclarece que a identificação não foi providenciada, tendo em vista que o veículo não está sendo utilizado, já que se encontra na oficina de Jackson, com defeito na caixa de marcha, conforme mencionado acima e demonstrado no relatório preliminar.
No mais, a exigência será cumprida a partir do momento que o veículo estiver disponível
para uso em função da Secretaria Municipal de Assistência Social de Estância/SE”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
As alegações da Prefeitura de Estância/SE não justificam as deficiências de planejamento da
gestão municipal, evidenciadas na celebração do Contrato nº 106, em 31 de maio de 2017,
com o Auto Posto Vitória LTDA., para aquisição de 24.750 litros de Óleo Diesel, tipo S-10,
pelo valor total de R$ 79.942,50, com recursos do IGD-BF (Ação 2090), destinados à VAN
BOXER – OZB 6592, único veículo movido a diesel na SMAS, que inclusive estava fora de
150
uso, conforme demonstrado nas fotografias acima e nas declarações dos gestores do Fundo
Municipal de Assistência Social de Estância/SE – FMAS.
Além disso, a vinculação dos R$ 79.942,50 ao Contrato nº 106 firmado com o Auto Posto
Vitória LTDA., em 31 de maio de 2017, sem expectativa de consumo dos 24.750 litros de
Óleo Diesel, prejudicará a realização de outras ações com recursos do IGD-BF e CAD
ÚNICO, ao longo do exercício de 2017.
Ainda, a falta de identificação visual da VAN BOXER – OZB 6592, em descumprimento às
normas do Manual do Programa Bolsa Família, disponível em:
http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/marcas/marcas-e-selos, contribui para o desvio de
finalidade na utilização desse veículo, haja vista a declaração da Chefia do Setor de
Transporte, do dia 20 de junho de 2017, pela qual afirma não ter controle da “utilização
diária dos veículos em função do índice de Gestão Descentralizada (IGD), referente ao
exercício de 2017”, como também não tem “os relatórios dos veículos utilizados em função
do mesmo”.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.7. Desvio de finalidade referente a pagamentos de despesas não vinculadas às
ações finalísticas do Bloco do IGD-BF e CAD Único, no valor de R$ 52.343,40.
Fato
Verificou-se que o Fundo Municipal de Assistência Social do Município de Estância utilizou
recursos do Bloco de Gestão do SUAS para pagamentos de despesas não vinculadas às ações
e finalidades referentes aos Índices de Gestão Descentralizada do Sistema Único de
Assistência Social (IGD-SUAS) e do Programa Bolsa Família (IGD-PBF) no montante de
R$ 52.343,40.
Foram identificadas a realização de ações que não se coadunam com os objetivos dos
mesmos, visto que são pertinentes a outros Blocos de Financiamento do SUAS, não se
vinculando à gestão do SUAS tampouco do Bolsa Família. O desvio de finalidade na
utilização dos recursos, vai de encontro às orientações dos normativos emanados do Fundo
Nacional de Assistência Social, sobretudo dos artigos 20 e 21, do capítulo V - Da Execução,
da Portaria MDS113/2015, que assim determinam:
“CAPÍTULO V
Da Execução
(……)
Art. 20 Os recursos referentes a cada Bloco de Financiamento, Programa e Projeto devem
ser aplicados exclusivamente nas ações e finalidades definidas para estes.
Art. 21 Os recursos dos Blocos de Financiamento referidos nos incisos I a III do art. 7º
podem ser utilizados para qualquer serviço do respectivo Bloco, desde que sejam
asseguradas as ofertas das ações pactuadas, dentro dos padrões e condições normatizadas”
Assim, as despesas inelegíveis realizadas com recursos do IGD encontram-se detalhadas no
Tabela a seguir:
151
Tabela - Recursos do Bloco de Gestão do Bloco IGD-BF e IGD-SUAS aplicados em desvio
de finalidade.
Dados da Nota de Empenho Fornecedor/CNPJ Data
Pagto
Nota
Fiscal Valor (R$)
Inscrições de 05 servidores para participar
do Simpósio Nacional de Licitações e
Contrato a ser realizado em Foz de
Iguaçu/PR.
09.237.294/0001-44
22/01/2015
1483
13.360,00
Aquisição de 04 passagens ida e volta para
Foz do Iguaçu/PR para os servidores
participar do Simpósio Nacional de
Licitações e Contratos.
13.353.495/0001-84
05/02/2015
133150
12.392,00
Aquisição de 01 passagem ida e volta para
Foz do Iguaçu/PR para um servidor
participar do Simpósio Nacional de
Licitações e Contratos.
13.353.495/0001-84
19/03/2015
134537
2.231,70
Pagmto de 04 diárias c/pernoite e uma
s/pernoite referente a viagem de servidor à
Foz do Iguaçu/PR.
587.598.325-68
13/03/2015
N/há
1.125,00
Pagmto de 04 diárias c/pernoite e uma
s/pernoite referente a viagem de servidor à
Foz do Iguaçu/PR
013.958.847-73
13/03/2015
N/há
1.125,00
Pagmto de 04 diárias c/pernoite e uma
s/pernoite referente a viagem de servidor à
Foz do Iguaçu/PR
370.314.305-34
13/03/2015
N/há
1.125,00
Pagmto de 04 diárias c/pernoite e uma
s/pernoite referente a viagem de servidor à
Foz do Iguaçu/PR
933.663.885-87
13/03/2015
N/há
1.125,00
Aquisição de gêneros alimentícios para
atender necessidades do CREAS e Casa
Acolhedora Zilda Arns.
05.043.713/0001-56
05/08/2015
3972
3.070,90
Prestação de Serviços de Sonorização para
atender as necessidades do Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos
18.188.597/0001-05
18/04/2016
09
2.836,72
Aquisição de gêneros alimentícios para
atender necessidades da Casa Acolhedora
Zilda Arns.
05.043.713/0001-56
20/04/2016
4936
5.728,90
Aquisição de 02 arranjos de flores para
ornamentação da festa de comemoração do
dia da Assistente Social ocorrido em 17de
maio.
11.788.027/0001-07
23/05/2016
125
200,00
Aquisição de gêneros alimentícios
destinados a comemoração do dia do
Assistente Social ocorrido em 17 de maio.
08.621.860/0001-54
31/05/2016
1269
1.319,76
Fornecimento de alimentação (220
quentinhas) destinada a comemoração do
dia do Assistente Social ocorrido em 17 de
maio.
11.208.529/0001-11
06/06/2016
307
1.648,50
Contratação de apresentação artística de trio
pé de serra para festejo realizado no Centro
de Convivência do Bomfim no dia 19 de
julho/2016 .
08.804.752/0001-17
03/08/2016
98
1.263,73
Contratação de apresentação artística de trio
pé de serra para festejo realizado no Centro
152
Dados da Nota de Empenho Fornecedor/CNPJ Data
Pagto
Nota
Fiscal Valor (R$)
de Convivência do CRAS Nubia Nabuco
Macedo no dia 28 de julho de 2016.
08.804.752/0001-17 03/08/2016 101 1.263,73
Contratação de apresentação artística de trio
pé de serra para festejo realizado no Centro
de Convivência do CRAS Nubia Nabuco
Macedo no dia 21 de julho de 2016.
08.804.752/0001-17
03/08/2016
97
1.263,73
Contratação de apresentação artística de trio
pé de serra para festejo realizado no Centro
de Convivência do Bomfim no dia 26 de
julho/2016.
08.804.752/0001-17
03/08/2016
100
1.263,73
Total 52.343,40
Fonte: Listagens “Relação de Pagamentos Orçamentários” fornecidas pela Secretaria Municipal de Ação
Social dos pagamentos realizados aos fornecedores do ano de 2016 e de janeiro a maio de 2017; e
Notas de Empenhos referentes aos pagamentos das NF-e 1483, 133150, 134537, 3972, 09, 4936, 125,
1269, 307, 98, 101, 97 e 100.
Conforme se verifica pelos históricos das supracitadas Notas de Empenhos, as aquisições
foram efetuadas para o custeio de unidades cujos serviços são pertinentes aos Blocos de
Financiamento da Proteção Básica, da Proteção Especial de Média e Alta Complexidade,
para os quais são repassados outros recursos em contas especificas para serem utilizados no
custeio de seus objetivos. Além disso, foram utilizados recursos do Bloco de Gestão do
SUAS em atividades relacionadas à gestão administrativa da Prefeitura de Estância/SE, à
exemplo do “Simpósio de Licitações e Contratos”, em Foz do Iguaçu/PR.
Em razão de todo o exposto, restam evidências de desvio de finalidade dos recursos do
Índice de Gestão Descentralizada do Sistema Único de Assistência Social (IGD-SUAS) e do
Programa Bolsa Família (IGD-PBF), no total de R$ 52.343,40, cujo valor deve ser restituído
ao Fundo Nacional de Assistência Social – FNAS, pois foram aplicados em descumprimento
das disposições do art. 20 da Portaria/MDS nº 113, de 10 de dezembro de 2015to.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Infelizmente, a atual gestão não possui condições de esclarecer ou responder quaisquer atos
advindos da gestão anterior”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
As alegações da Prefeitura de Estância/SE não justificam o desvio de finalidade dos recursos
do Índice de Gestão Descentralizada do Sistema Único de Assistência Social (IGD-SUAS) e
do Programa Bolsa Família (IGD-PBF), tampouco comprovam a restituição de R$
52.343,40 ao FNAS, que foram aplicados em descumprimento das disposições do art. 20 da
Portaria/MDS nº 113, de 10 de dezembro de 2015.to.
##/AnaliseControleInterno##
153
2.2.8. Ausência de reprogramação dos saldos financeiros do Bloco IGD-BF e IGD-
SUAS, para os exercícios seguintes.
Fato
Do exame dos extratos bancários das Contas de “Investimentos” e das Contas Correntes nºs
30.087-X, 30.088-8, 35.363-9 e 35.360-4 movimentadas na Agência nº 149-X do Banco do
Brasil, que registraram a movimentação de recursos do Bloco de Gestão IGD-BF e IGD-
SUAS, constatou-se que os respectivos saldos financeiros existentes no dia 31 de dezembro
de 2015 e de 2016 não foram reprogramados para os exercícios seguintes.
Constatou-se, também, que os gestores do Fundo Municipal de Assistência Social de
Estância/SE (FMAS) deixaram de registrar os recursos financeiros do IGD-BF e IGD-SUAS
no Quadro de Detalhamento da Receita – QDR, dos exercícios de 2015, 2016 e 2017, de
modo a identificar, tempestivamente, os recursos disponíveis à concretização da política
pública de assistência social no Município de Estância/SE, haja vista a justificativa dos
gestores do FMAS apresentada à fiscalização da CGU, transcrita abaixo:
“Informamos ainda que o Município não possui o QDR identificando os recursos
transferidos por meio do IGD-BF e IGD-SUAS”.
Portanto, restam evidências da falta de providências dos gestores do Fundo Municipal de
Assistência Social de Estância/SE, para o tempestivo registro dos saldos financeiros dos
exercícios de 2014, 2015 e 2016 no Quadro de Detalhamento da Receita - QDR dos
exercícios seguintes, de modo a disponibilizar o superávit financeiro à abertura dos créditos
suplementares necessários à realização da política de assistência social, por meio do Bloco
de Gestão IGD-BF e IGD-SUAS.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da Unidade Examinada para este item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Embora tenha reproduzido o inteiro teor da supracitada constatação no documento anexo ao
Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, não houve manifestação da
Prefeitura Municipal de Estância/SE quanto à ausência de providências à reprogramação dos
saldos financeiros dos exercícios de 2014, 2015 e 2016, sobretudo quanto ao QDR do
exercício de 2017 para aproveitar o superávit financeiro do exercício de 2016 na abertura de
créditos suplementares e na realização da política de assistência social, por meio do Bloco
de Gestão IGD-BF e IGD-SUAS. ##/AnaliseControleInterno##
2.2.9. Má gestão dos equipamentos adquiridos com recursos do IGD-BF.
Fato
O Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE (FMAS), durante o exercício de
2015, realizou os Pregões Eletrônicos nºs 02/2015 e 14/2015 para adquirir equipamentos de
154
informática: SWITCHS gerenciáveis e servidor de arquivo (Storage), cuja despesa com
recursos do Bloco IGD-BF totalizou R$ 71.278,00.
Ao realizar a inspeção física dos equipamentos de informática no servidor de rede da
Secretaria Municipal de Assistência Social de Estância/SE (SMAS), constatou-se que os
SWITCHS estão instalados em sala desprovida de refrigeração, estando em iminente risco de
serem danificados pelo excesso de calor, visto que aparelho de ar-condicionado media 29
graus de temperatura.
De acordo com as informações registradas no Ofício nº 13/2016 DTI (Departamento de
Tecnologia e Informática), o defeito do ar condicionado persiste desde o mês de novembro
de 2016, para o qual a nova gestão da Secretaria Municipal de Assistência Social de
Estância/SE não adotou quaisquer providências para evitar danos aos SWITCHS, com a
provável paralisação da comunicação de dados, incluindo-se os do Bolsa Família e Cad
Único. Todavia, a omissão administrativa dos gestores do FMAS torna-se injustificável, pois
havia disponibilidade de recursos financeiros do Bloco IGD-BF, nos exercícios de 2016 e
2017, suficiente para realizar a manutenção dos equipamentos de refrigeração dos
SWITCHS.
Ademais, embora haja disponibilidade de recursos financeiros do Bloco de Gestão do
IGD/BF, constatou-se a falta de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de
ares-condicionados instalados nas salas de atendimento ao público, no arquivo documental e
na Coordenação do Cadastro Único e Bolsa Família, cuja climatização está sendo feita por
ventiladores que não produzem a necessária e adequada refrigeração dos ambientes e
equipamentos de informática, conforme registrado no Memorando Interno nº 14/2017/-
OPBF/FMAS/PME, de 29 de maio de 2017, e fotografias do Quadro a seguir:
Quadro – Instalações da Sede da Secretaria de Assistência Social de Estância/SE.
Detalhe do Ar-condicionado da sala dos SWITCHS
da sede da SMAS
Temperatura do Ar-condicionado medindo 29
graus, na sala dos SWITCHS da rede da SMAS
155
Setor de atendimento ao Público do Bolsa Família
e Cad Único
Arquivo do Cad Único e IGD-BF da SMAS
Fonte: Fiscalização da CGU.
Constatou-se ainda, que a “placa controladora VOIP E 1” da Secretaria de Assistência
Social” está danificada desde o dia 15 de junho de 2016, impedindo o adequado
funcionamento do sistema de telefonia. No entanto, a nova gestão do Fundo Municipal de
Assistência Social não adotou as providências necessárias à efetiva correção do defeito
apontado pelo DTI (Departamento de Tecnologia e Informática).
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício 270/2017/SMG-ME/SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE apresentou a seguinte manifestação:
“Diante das informações contidas no presente item, informamos que será providenciado os
recursos para zelar a integridade do bem”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Não obstante ter apontado uma série de fatos que evidenciam a má gestão dos equipamentos
adquiridos com recursos do IGD-BF, a Unidade Examinada limitou-se a informar “que será
providenciado os recursos para zelar a integridade do bem” (sic).
Ainda que tenha reproduzido o texto da constatação em sua manifestação, a Unidade
Examinada ignorou o registro, no campo fato, de que há recursos do IGD-BF desde o
exercício de 2016, incluindo àqueles já transferidos no exercício de 2017, à disposição dos
gestores do FMAS para realizar os serviços de manutenção preventiva e corretiva nos
equipamentos, evitando-se o risco iminente de danos físicos e operacionais.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.10. Ausência de utilização dos recursos do IGD-SUAS.
Fato
O Fundo Municipal de Assistência Social de Estância/SE (FMAS) recebeu do Fundo
Nacional de Assistência Social (FNAS), nos exercícios de 2015, 2016 e até 30 de abril de
2017, recursos financeiros para aplicar no Bloco de Gestão do IGD-BF e IGD-SUAS, cujos
valores disponíveis no Banco do Brasil são demonstrados na Tabela a seguir:
156
Bloco Conta
Corrente/Invest Agência Data
Valor Disponível/
Creditado
IGD-BF
30.087-X
149-X
31/12/2014 SALDO 293.273,59
06/01/2015 29.585,40
26/02/2015 29.807,58
03/06/2015 30.394,12
05/06/2015 29.974,98
23/06/2015 30.046,06
08/07/2015 30.394,12
29/07/2015 30.367,36
19/08/2015 30.367,36
28/09/2015 30.159,01
23/10/2015 30.256,07
13/11/2015 30.000,19
24/11/2015 28.088,85
10/12/2015 28.810,88
SUBTOTAL 681.525,57
31/12/2015 SALDO 282.963,48
19/01/2016 29.068,44
IGD-BF 35.360-4 149-X
02/05/2016 27.826,83
03/05/2016 28.246,85
24/06/2016 28.915,03
06/07/2016 28.082,82
29/07/2016 29.329,45
17/08/2016 30.664,97
26/09/2016 30.501,20
07/11/2016 30.250,17
02/12/2016 28.295,88
23/12/2016 28.623,05
23/12/2016 29.008,23
SUBTOTAL 348.812,92
31/12/2016 SALDO 41.828,99
23/01/2017 29.386,00
20/02/2017 29.838,67
28/03/2017 30.095,93
17/04/2017 30.078,06
SUBTOTAL 119.398,66
TOTAL GERAL 1.149.737,15
IGD-SUAS 30.088-8 149-X
31/12/2014 SALDO 5.471,34
30/01/2015 1.204,09
19/01/2016 1.204,09
19/01/2016 1.204,09
21/01/2016 1.204,09
21/01/2016 1.204,09
IGD-SUAS 35.363-9 149-X
22/12/2016
1.204,09
1.204,09
1.204,09
1.204,09
1.204,09
2.033,25
2.033,25
2.033,25
2.033,25
2.033,25
27/12/2016 1.204,09
SUBTOTAL 22.207,15
157
30/12/2016 SALDO 25.597,74
Não houve o recebimento de recursos
do MDSA, no período de janeiro a
abril de 2017
28/04/2017 SALDO 26.240,49
Fonte: Extratos bancários das supracitadas contas correntes e de aplicação do FMAS.
Do exame da movimentação das supracitadas contas correntes, identificou-se que no período
de 1º de janeiro de 2015 a 30 de abril de 2017, o Fundo Municipal de Assistência Social de
Estância/SE (FMAS) recebeu R$ 1.149.737,15 de recursos financeiros do FNAS, para
executar ações do Bloco IGD-BF e CAD ÚNICO, enquanto do Bloco do IGD-SUAS foram
recebidos R$ 26.240,49, entre 2015 e 2017.
Não obstante a disponibilidade de R$ 26.240,49 nas contas correntes do Bloco do IGD-
SUAS (30.088-8 e 35.363-9), constatou-se que os gestores do FMAS não adotaram as
providências à efetiva realização de atividades, no período de 1º de janeiro de 2015 a 30 de
abril de 2017, para cuja inércia administrativa não foram apresentados os motivos tampouco
as justificativas.
##/Fato##
3. Conclusão
Em razão dos trabalhos de fiscalização dos recursos aplicados nos Programas Bolsa
Família (PBF) e Cadastro Único do Governo Federal (CADÚNICO) pelo FMAS,
constatou-se o pagamento irregular de tarifas bancárias; a falsificação de Notas Fiscais; o
pagamento irregular de despesas e o desvio de finalidade com recursos do Bloco de Gestão
do Bolsa Família e do Cadastro Único; o descontrole da utilização e do abastecimento dos
veículos; o superdimensionamento da quantidade de combustível veicular contratada pelo
Fundo; a ausência de reprogramação dos saldos financeiros do Bloco IGD-BF e IGD-
SUAS dos exercícios de 2014, 2015 e 2016; bem como a má gestão de equipamentos
adquiridos e dos documentos produzidos, que evidenciam as deficiências da gestão e dos
controles interno e administrativo do Fundo Municipal de Assistência Social de
Estância/SE, conforme descrito neste Relatório.
158
Ordem de Serviço: 201701336
Município/UF: Estância/SE
Órgão: MINISTERIO DO ESPORTE
Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 783320
Unidade Examinada: MUNICIPIO DE ESTANCIA
Montante de Recursos Financeiros: R$ 601.736,03
1. Introdução
O presente trabalho constituiu-se na fiscalização da obra de construção de duas quadras
poliesportivas na sede do Município de Estância/SE, financiada, majoritariamente, com
recursos federais repassados pelo Ministério do Esporte, por meio do Termo de
Compromisso n° 1004140-65/783320/2013, no valor de R$ 500.000,00, além de
R$100.000,00 alocados pela Prefeitura de Estância/SE, a título de contrapartida, que foi
alterado para R$101.736,03, em 02 de maio de 2016.
A obra visa atender aos objetivos do Programa 2035 - “Esporte e Grandes Eventos
Esportivos” e da Ação 5450 - “Implantação e Modernização de Infraestrutura para Esporte
Educacional, Recreativo e de Lazer” e foi incluído no Orçamento Geral da União – OGU do
exercício de 2013.
Os trabalhos de campo foram realizados, no dia 28 de junho de 2017, constituindo-se de
inspeção visual e conferências geométricas visando a verificação da compatibilidade entre o
serviço executado e o previsto em projeto e especificações. Os mesmos foram precedidos de
análise dos autos do processo administrativo do contrato de repasse formalizado pela Caixa,
bem como da documentação relacionada à contratação e execução da obra, obtida junto à
Prefeitura de Estância/SE.
Estabeleceu-se como foco da ação de controle a realização do objeto, contemplando a
verificação de adequação de seus custos, a realização do objeto em conformidade com as
especificações e a sua disponibilização e utilização pela população.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por este Ministério.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
159
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências
saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Informações sobre o contrato de repasse nº 1004140-65/2013.
Fato
A União, por intermédio do Ministério do Esporte, representado pela Caixa Econômica
Federal – CAIXA, e o Município de Estância/SE, celebraram, em 06 de novembro de 2013,
o Termo de Compromisso n° 1004140-65/783320/2013, no valor de R$ 600.000,00, com
vistas à construção de duas quadras poliesportivas na sede do Município de Estância/SE.
Desse valor, R$500.000,00 em recursos de repasse da União e R$100.000,00 alocados à
título de contrapartida pelo município. A vigência inicial do contrato de repasse terminava
em 27 de outubro de 2014, entretanto, após sucessivas prorrogações, o fim da vigência
passou para 30 de junho de 2017 (D.O.U. de 8 de dezembro de 2016 – seção 3 – página 72).
Foi celebrado o Termo Aditivo ao Termo de Compromisso, alterando o valor da
contrapartida para R$101.736,03, em 02 de maio de 2016.
Para a execução dos serviços referentes ao mencionado Termo de Compromisso, a
Prefeitura de Estância instruiu a licitação na modalidade Tomada de Preços nº 10/2015, com
o objetivo de contratar a construção das quadras nos bairros Santo Antônio e Candeal, na
sede do município, resultando no Contrato nº 131/2015, de 03 de dezembro de 2015, com a
empresa Equippe Engenharia e Design Ltda. - EPP (CNPJ nº 04.685.895/0001-04), no valor
de R$603.921,05.
Em 08 de abril de 2016, a Prefeitura celebrou o primeiro Termo Aditivo ao Contrato n°
131/2015, reduzindo o valor contratado para R$601.736,03, em função da análise da CAIXA
detectar serviços com valores acima do SINAPI. A Ordem de Serviço foi emitida em 06 de
maio de 2016, com prazo de execução de 3 meses.
Foi expedido o 1º Termo de Paralisação de Obra, de 03 de junho de 2016, referente à quadra
do Candeal, motivado na ocorrência de chuvas que atrapalharam a execução dos serviços
iniciais de escavação. A obra teria sido reiniciada em 23 de setembro de 2016 e novamente
paralisada em 01 de novembro de 2016, motivada pela necessidade de aguardar o
posicionamento da CAIXA quanto à inclusão de serviços na obra.
A obra de construção de quadra no bairro Santo Antônio também foi paralisada, em 30 de
janeiro de 2017, sob a mesma motivação da necessidade de aguardar o posicionamento da
CAIXA quanto à inclusão de serviços na obra.
160
Da vistoria realizada nas obras de construção das quadras nos bairros Santo Antônio e
Candeal, em 28 de junho de 2017, constatou-se que as duas obras se encontravam
paralisadas.
De acordo com o último Relatório de Acompanhamento de Engenharia - RAE n° 03, datado
de 30 de março de 2017, as obras encontravam-se com 21,72% dos serviços executados e
atestados pela CAIXA, no valor total de R$130.670,25.
Desse total já foram pagos R$66.505,00, restando um saldo de R$64.165,25 que será
liberado após o atendimento de diversas pendências, principalmente as alterações nos
serviços da obra.
##/Fato##
2.2.2. Deficiência no Projeto Básico da obra, elaborado sem levantamento
planialtimétrico da área, resultando na contração de serviços, num montante de R$
251.892,96, sem a devida comprovação de sua necessidade.
Fato
O resultado da análise dos autos do Termo de Compromisso n° 1004140-65/783320/2013,
apontou deficiência no Projeto Básico da obra de construção das quadras poliesportivas, em
função da ausência de levantamento planialtimétrico da área de implantação da obra,
ocasionando necessidade de revisão de projetos e das quantidades de serviços contratados,
durante a execução das obras.
Verificou-se que a empresa VMR Projetos e Consultoria, CNPJ 12.064.415/0001-08,
elaborou o projeto básico da obra, sem levantamento planialtimétrico da área de implantação
das quadras, constando apenas cálculos de volumes de corte e aterro bem como de muro de
contenção, baseados em informações insuficientes da topografia da área.
Da análise dos croquis constantes das fls. 375 e 458 do Volume de Engenharia 03, referente,
respectivamente, à quadra no Bairro Candeal e Santo Antônio, verificou-se que os cálculos
foram baseados apenas em quatro cotas nas adjacências das extremidades e um na região
central das quadras. Os croquis, que na verdade são cópias reduzidas das plantas “Projetos
Estruturais” (fls. 13 e 85 do Termo de Compromisso) e não fornecem informações
suficientes da topografia do terreno e de seu entorno, sequer indicam os limites do terreno e
sua situação. Essas informações seriam imprescindíveis na concepção dos muros de
contenção em pedra argamassada (locação e dimensionamento), bem como na quantificação
da escavação e aterro.
Os serviços incluídos na planilha da obra sem o devido levantamento planialtimétrico que
respaldasse seus quantitativos (escavação, embasamento com pedra argamassada e aterro
apiloado) representam 41,86% do valor contratado (R$601.736,03):
Tabela contendo os valores contratados dos serviços incluídos na planilha da obra sem o
devido levantamento planialtimétrico. Quadra do bairro Candeal
Discriminação dos Serviços Quantidade
(m³)
Preço
Unitário
(R$)
Valor
Contratado
(R$)
04.001 Escavação e carga com escavadeira hidráulica 450,00 1,79 805,50
161
de material de 1ª categoria ou de jazida
04.002 Embasamento c/ pedra argamassada utilizando
arg. Cim/areia 1:4 (SINAPI 6122)
305,80 295,50 90.363,90
04.003 Aterro apiloado (manual) em camadas de 20cm
com material de empréstimo (SINAPI 73904/001)
600,00 88,58 53.148,00
Quadra do bairro Santo Antônio
Discriminação dos Serviços
04.001 Embasamento c/ pedra argamassada utilizando
arg. Cim/areia 1:4 (SINAPI 6122)
143,72 295,50 42.469,26
04.002 Aterro apiloado (manual) em camadas de 20cm
com material de empréstimo (SINAPI 73904/001)
735,00 88,58 65.106,30
Valor total dos serviços contratados sem o devido levantamento planialtimétrico R$251.892,96
Fonte: Planilha orçamentária contratada (fls. 1119 a 1126 do Termo de Compromisso n° 1004140-65/783320/2013.
Ressalta-se que, de acordo com a documentação às fls. 540 a 541 do Volume de Engenharia
03 e às fls. 884 do Volume de Engenharia 05 do Termo de Compromisso n° 1004140-
65/783320/2013, a CAIXA enviou à Prefeitura Municipal de Estância, respectivamente, em
05 de novembro de 2014 e 06 de abril de 2015, mensagens eletrônicas, solicitando o
atendimento de uma série de pendências, dentre as quais consta a apresentação de planta
com levantamento planialtimétrico da área.
No entanto, 21 dias após a última cobrança da planta contendo o levantamento
planialtimétrico da área, a CAIXA aprovou o projeto básico das quadras, através de Laudo
de Análise Técnica de Engenharia, em 27 de abril de 2015, desconsiderando a referida
pendência (fls. 962/965 do volume de engenharia 05 do Termo de Compromisso).
Por ocasião da segunda medição dos serviços, a CAIXA elaborou o Relatório de
Acompanhamento de Engenharia - RAE n° 02, datado de 19 de dezembro de 2016, tendo
glosado cem por cento dos serviços de escavação, embasamento com pedra argamassada e
aterro apiloado, o que representa R$91.063,08.
A título informativo, a Prefeitura Municipal de Estância encaminhou o Ofício n° 451/2017 –
SMOT à CAIXA, em 05 de junho de 2017, solicitando análise de termo aditivo para a obra
da quadra do bairro Santo Antônio. Conforme a Justificativa Técnica do responsável pela
execução da obra, anexa ao referido expediente, verifica-se que a supressão de 45,90 m³ de
embasamento com pedra argamassada e 691,20 m³ de aterro apiloado foram motivadas pela
desnecessidade de muro de contenção nas laterais oeste e sul, em função da topografia. Essa
prescindibilidade corrobora com fato ora apontado pela CGU.
Mediante o exposto, a deficiência do projeto básico, caracterizada pela inclusão em planilha
de quantidades de serviços de escavação, embasamento com pedra argamassada e aterro
apiloado não respaldadas pelo devido levantamento topográfico, resultou numa contração de
quantitativos de serviços, num montante de R$ 251.892,96, sem a devida comprovação de
sua necessidade.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
162
“Considerando o relatório referente ao Contrato de Repasse 1004140-65/2013, visando a
Construção de 02 (duas) Quadras Poliesportivas nos bairros Candeal e Santo Antônio na
sede do Município de Estância/SE, conforme Contrato nº 131/2015 vinculado a Tomada de
Preços nº 10/2015, atentando que iniciamos a gestão com as obras em questão paralisadas,
verificamos a solicitação de Aditivo Contratual/Reprogramação por parte da empresa
Equippe Engenharia e Design Ltda – EPP, inscrita sob CNPJ nº 04.685.895/0001-04, desde
então estamos trabalhando junto a Caixa para realizarmos a reprogramação destas obras,
visando sua adequação para cumprimento do objeto pactuado, devido as alterações
encontradas, as quais foram questionadas a empresa executora e a mesmo alegou terem sido
autorizadas no início das obras, conforme cópia de Ata de Reunião anexo, alterações estas
também apontadas no final do parágrafo 9º do item 1 do relatório em discussão. Nesse
talante, buscando sanar a situação destas obras e satisfazer o cumprimento do objeto
pactuado, como também foi apontado no relatório no início do 8º parágrafo do item 2,
enviamos para a CAIXA o pedido de análise de reprogramação dos serviços da quadra do
bairro Santo Antônio através do Oficio nº 451/2017/SMOTH, ademais como pode ser visto
na cópia do e-mail anexo, até o momento continuamos com as tratativas junto à CAIXA,
buscando satisfazer todas as exigências técnicas necessárias, para formalização da
reprogramação e retomada das obras, com a readequação dos quantitativos de serviços
desnecessários, mensurados de forma deficiente nos projetos iniciais, trazendo-os a real
situação da obra”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura de Estância/SE corrobora o apontamento da CGU informando que solicitou à
Caixa a reprogramação dos serviços desnecessários, mensurados de forma deficiente nos
projetos iniciais.
A Caixa não apresentou manifestação ao presente apontamento que fez parte do Relatório
Preliminar encaminhado no anexo ao Oficio n° 16780/2017/NAC1/SE/Regional/SE-CGU,
de 28 de setembro de 2017.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Divergências entre os projetos e os serviços executados na construção de duas
quadras poliesportivas.
Fato
Em inspeção física realizada na obra de construção das quadras nos bairros Santo Antônio e
Candeal, na sede do município de Estância/SE, realizada em 28 de junho de 2017,
constatou-se algumas divergências entre a execução da obra e o que está previsto no projeto
aprovado.
A título exemplificativo, na obra do bairro Candeal no projeto a rua é perpendicular à
arquibancada, já na obra foi construída paralela à mesma. As cotas da rua nas extremidades
da obra, indicadas em projeto, apresentam diferença de um metro, enquanto que no local
verifica-se que a rua é praticamente plana. Ademais, a conformação, extensões e o
posicionamento da fundação em alvenaria de pedra e muros de arrimo não coincidem
exatamente com o que está previsto em projeto.
163
Arquibancada paralela à rua, Candeal, Estância (SE), 28 de junho de 2017.
Fundação em alvenaria de pedra diferente do projetado, Candeal, Estância (SE), 28 de junho de 2017.
Já em relação à quadra do Santo Antônio, não existe rua em uma das laterais, conforme
indicado no projeto. O terreno em que está sendo implantada a quadra é praticamente plano,
enquanto o projeto indica diferenças de cotas de extremidades da quadra de até três metros.
No projeto da obra consta a existência de muro de contenção em todo o seu perímetro,
164
enquanto que na obra somente foi construído muro de contenção em duas laterais, já que as
outras duas laterais não necessitam de contenção.
Ausência de rua na lateral da obra implantada em terreno plano, Santo Antônio, Estância (SE), 28 de
junho de 2017.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
“Considerando o relatório referente ao Contrato de Repasse 1004140-65/2013, visando a
Construção de 02 (duas) Quadras Poliesportivas nos bairros Candeal e Santo Antônio na
sede do Município de Estância/SE, conforme Contrato nº 131/2015 vinculado a Tomada de
Preços nº 10/2015, atentando que iniciamos a gestão com as obras em questão paralisadas,
verificamos a solicitação de Aditivo Contratual/Reprogramação por parte da empresa
Equippe Engenharia e Design Ltda – EPP, inscrita sob CNPJ nº 04.685.895/0001-04, desde
então estamos trabalhando junto à Caixa para realizarmos a reprogramação destas obras,
visando sua adequação para cumprimento do objeto pactuado, devido as alterações
encontradas, as quais foram questionadas a empresa executora e a mesmo alegou terem sido
autorizadas no início das obras, conforme cópia de Ata de Reunião anexo, alterações estas
também apontadas no final do parágrafo 9º do item 1 do relatório em discussão. Nesse
talante, buscando sanar a situação destas obras e satisfazer o cumprimento do objeto
pactuado, como também foi apontado no relatório no início do 8º parágrafo do item 2,
enviamos para a CAIXA o pedido de análise de reprogramação dos serviços da quadra do
bairro Santo Antônio através do Oficio nº 451/2017/SMOTH, ademais como pode ser visto
na cópia do e-mail anexo, até o momento continuamos com as tratativas junto à CAIXA,
buscando satisfazer todas as exigências técnicas necessárias, para formalização da
reprogramação e retomada das obras, com a readequação dos quantitativos de serviços
desnecessários, mensurados de forma deficiente nos projetos iniciais, trazendo-os a real
situação da obra”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
165
Análise do Controle Interno
A Prefeitura de Estância reconhece as divergências da obra executada em relação ao seu
projeto, inclusive, na cópia de ata de reunião, de 27 de julho de 2017, anexada à sua
manifestação, o próprio empreiteiro reconhece que houve mudanças durante a construção,
feitas devido a relocação da obra durante a gestão anterior.
Informa que solicitou reprogramação à Caixa visando readequação dos quantitativos de
serviços trazendo-os a real situação da obra, anexando correspondência eletrônica datada de
01 de setembro de 2017.
A Caixa não apresentou manifestação ao presente apontamento que fez parte do Relatório
Preliminar encaminhado no anexo ao Oficio n° 16780/2017/NAC1/SE/Regional/SE-CGU,
de 28 de setembro de 2017.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
As obras encontravam-se paralisadas quando da vistoria, com atraso em relação ao
cronograma inicial, portanto não estão sendo utilizadas pela população.
A deficiência no projeto básico da obra, principalmente pela ausência de levantamento
planialtimétrico, resultou na necessidade de revisões de projeto e orçamento, resultando na
paralisação da execução dos serviços. Esse problema chegou a ser identificado pela Caixa
quando de sua análise do projeto, entretanto a mesma não atuou para mitigá-lo.
Por fim, em relação à adequação dos custos da obra, não foi identificada distorção entre os
valores dos serviços contratados e os valores de mercado representados pelos sistemas de
custos de referência de obras e serviços de engenharia (SINAPI) e subsidiariamente,
ORSE. Entretanto, cumpre registrar que em uma análise econômica mais ampla não se
pode desprezar o custo do capital imobilizado na obra sem que a população pudesse
usufruir de seus benefícios durante o atraso em sua execução. Da mesma forma, não são
desprezíveis os custos de retomada de remanescente de obras paralisadas. Ademais, a
deficiência no projeto resultou na contratação de serviços desnecessários e execução de
outros sem respaldo em projeto, que ainda não foram pagos à empresa executora.
166
Ordem de Serviço: 201701337
Município/UF: Estância/SE
Órgão: MINISTERIO DO ESPORTE
Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 731220
Unidade Examinada: MUNICIPIO DE ESTANCIA
Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.045.000,00
1. Introdução
O presente trabalho constituiu-se na fiscalização da obra de implantação da Praça
Poliesportiva no bairro Santa Cruz em Estância/SE, financiada, majoritariamente, com
recursos federais repassados pelo Ministério do Esporte, por meio do Contrato de Repasse
n° 0314239-09/2009, SIAFI nº 731220, no valor de R$ 1.000.000,00, além de R$45.000,00
alocados pelo Contratado, Prefeitura de Estância/SE, a título de contrapartida.
A obra visa atender aos objetivos do Programa 1250 - “Esporte e Lazer da Cidade” e da
Ação 5450 - “Implantação e Modernização de Infraestrutura para Esporte Recreativo e
Lazer” e foi incluído no Orçamento Geral da União – OGU do exercício de 2009.
Os trabalhos de campo foram realizados, no período de 27 e 28 de junho e no dia 03 de julho
de 2017, constituindo-se de inspeção visual e conferências geométricas visando a verificação
da compatibilidade entre o serviço executado e o previsto em projeto e especificações. Os
mesmos foram precedidos de minuciosa análise dos autos do processo administrativo do
contrato de repasse formalizado pela Caixa, bem como da documentação relacionada à
contratação e execução da obra, obtida junto à Prefeitura de Estância/SE.
Estabeleceu-se como foco da ação de controle a realização do objeto, contemplando a
verificação de adequação de seus custos, a realização do objeto em conformidade com as
especificações e a sua disponibilização e utilização pela população. Adicionalmente,
verificou-se a situação apontada no Relatório de Acompanhamento de Recomendações,
referente à Ordem de Serviço nº 201217315.
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de
providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de
monitoramento a ser realizada por este Ministério.
2.1 Parte 1
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.
167
2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de
recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito
de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das
pastas ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências
saneadoras relacionadas a estas constatações.
2.2.1. Informações gerais acerca da execução do objeto do Contrato de Repasse nº
0314239-09/2009.
Fato
A União, por intermédio do Ministério do Esporte, representado pela Caixa Econômica
Federal – CAIXA, e o Município de Estância/SE, celebraram, em 31 de dezembro de 2009,
o Contrato de Repasse n° 0314239-09/2009, SIAFI nº 731220, no valor de R$ 1.045.000,00,
com vistas à execução de implantação da 1ª etapa de uma Praça Poliesportiva dotada de
infraestrutura turística, esporte e lazer, no Município de Estância/SE. Desse valor,
R$1.000.000,00 seriam transferidos pelo Contratante e R$45.000,00 alocados pelo
Contratado, a título de contrapartida. A vigência inicial do contrato de repasse terminava em
30 de novembro de 2011, entretanto, após sucessivas prorrogações, o fim da vigência passou
para 30 de junho de 2017 (D.O.U. de 8 de dezembro de 2016 – seção 3 – página 72).
Para a execução dos serviços referentes ao mencionado Contrato de Repasse, a Prefeitura de
Estância instruiu a licitação na modalidade Tomada de Preços nº 03/2011, resultando no
Contrato nº 501/2011, de 05 de abril de 2011, com a empresa CLMAT Empreendimentos e
Construções Ltda. (CNPJ nº 11.321.343/0001-74), no valor de R$749.687,71.
O referido Contrato nº 501/2011 foi extinto, após o término de sua vigência, em 21 de
novembro de 2012, sem que a obra fosse concluída. Consta nos autos do contrato de repasse
uma declaração do Prefeito de Estância/SE que o Contrato nº 501/2011 não foi distratado, e
sim que terminou seu prazo de vigência e não houve interesse em renová-lo devido a
necessidade de peças técnicas executivas para eficácia do objeto. Dessa forma, até o Boletim
de Medição nº 06, de 04 de julho de 2013, foram medidos R$149.181,54 de serviços
executados pela referida empresa.
O Município de Estância/SE promoveu uma nova licitação para a execução do remanescente
da obra de implantação da Praça Poliesportiva no bairro Santa Cruz em Estância/SE, na
modalidade Tomada de Preços nº 02/2015. Dessa licitação resultou o Contrato nº 79/2015,
de 09 de junho de 2015, com a empresa Equippe Engenharia e Design Ltda. - EPP (CNPJ
nº04.685.895/0001-04), no valor de R$717.500,00.
O Contrato nº 79/2015 foi aditivado, sofrendo atualização no valor para R$869.186,75, por
meio do 6º Termo Aditivo, de 15 de maio de 2017.
168
Entretanto, de acordo com a documentação da Caixa, somente foram autorizadas
reprogramações de valor, alterando-se o valor do contrato para R$812.976,79, em 28 de
março de 2017.
De acordo com o Relatório de Acompanhamento de Engenharia – RAE n° 12, de 06 de maio
de 2017, a obra encontra-se com 75,09% de execução física, o que corresponde a
R$586.346.16. Apresenta, ainda, alguns serviços, no montante de R$3.982,41, que foram
glosados devido à inexecução de alguns itens de serviço. Esse RAE baseou-se no Boletim de
Medição nº 12, de 28 de fevereiro de 2017.
A equipe de fiscalização procedeu visita in loco, em 27 de junho de 2017, tendo constatado
que a execução do objeto pactuado em tela, encontra-se praticamente concluída.
##/Fato##
2.2.2. Poste circular de concreto diferente do especificado no orçamento da obra,
repercutindo num pagamento a maior de R$27.129,90.
Fato
Em inspeção física realizada à obra de implantação da primeira etapa de uma Praça
Poliesportiva no bairro de Santa Cruz, na cidade de Estância/SE, realizada em 27 de junho
de 2017, constatou-se que os dez postes circulares de concreto implantados são diferentes
dos especificados no orçamento da obra.
O item 01.001.003 – “Luminária para iluminação pública 04 pétalas c/ lâmpada vapor de
sódio 400w, c/ acessórios, incluindo poste circular de concreto 16/400”, do orçamento da
obra, prevê a utilização de poste 16/400, diferente dos que foram implantados na obra,
16/200:
169
Poste circular de concreto de 16/200 implantado na obra da Quadra
Poliesportiva, localizada no bairro Santa Cruz, Estância/SE, 27 de
junho de 2017.
Por não se ter encontrado os insumos em comento no Sistema Nacional de Preço – SINAPI
foi utilizado como parâmetro de referência o banco de dados do Sistema de Orçamento de
Obras Públicas de Sergipe – ORSE, o qual aponta diferença de valores considerável entre o
poste especificado e o utilizado na obra:
- Tabela: diferença de valores entre o poste especificado e o utilizado na obra, de acordo
com o Sistema ORSE.
Insumo ORSE Código
ORSE
Custo
Unitário de
Referência
(R$)
Valor
Unitário
com B.D.I.
de 24,06%
(R$)
Poste
especificado
(16/400)
Poste circular de concreto 16/ 400 para
linha de transmissão 01855 4.700,00 5.830,82
Poste utilizado
(16/200)
Poste circular de concreto 16/ 200 -
Diâmetro do topo - Ø = 14cm 03167 2.513,16 3.117,83
Diferença de valor entre o poste especificado e o utilizado na obra (R$) 2.712,99
Fonte: Orçamento de Obras de Sergipe – ORSE (disponível para consulta pública no endereço: http://www.cehop.se.gov.br/orse/ )
Considerando que na obra em análise foram utilizados dez postes com características
diferentes da especificada, o valor pago a maior é de R$27.129,90 (10 x R$2.712,99).
170
Os referidos postes foram medidos no Boletim de Medição nº 02, de 19 de agosto de 2015,
atestado pelo fiscal da obra, registrado no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil
sob nº A37447-4, conforme Registro de Responsabilidade Técnica – RRT nº
0000003740653, de 31 de julho de 2015.
Informa-se, ainda, que a visita técnica do credenciado da caixa, em 02 de dezembro de 2015,
que resultou no Relatório de Acompanhamento de Engenharia – RAE nº 08, de 03 de
dezembro de 2015, não apontou a divergência de especificação dos postes de concreto das
luminárias, ora relatado pela CGU.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
“Em relação ao relatório correspondente ao Contrato de Repasse nº 0314239- 09/2009, cujo
objeto é a Implantação da primeira etapa de uma praça Poliesportiva no bairro Santa Cruz,
na cidade de Estância/SE, conforme Contrato nº 79/2015, vinculado a Tomada de Preços nº
02/2015, notificamos a empresa Equippe Engenharia e Design Ltda - EPP, inscrita sob
CNPJ nº 04.685,895/0001-04, para que sejam realizados os reparos e correções necessários
conforme itens 2, 3, 8, além de prestar esclarecimentos sobre as discrepâncias apontadas nos
itens 1 e 4, quanto a quantitativos e especificações, conforme cópia da NOTIFICAÇÃO”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura Municipal de Estância/SE encaminhou cópia da notificação à empresa
contratada, com data de recebimento de 04 de setembro de 2017, concedendo prazo de 5
dias úteis para a mesma apresentar defesa em relação “às faltas identificadas na fiscalização
da CGU”, entre elas, a “1 - Implantação de poste circular de concreto diferente do
especificado no orçamento da obra, 16/200”.
Em que pese a notificação da empresa contratada, demonstrando uma atuação inicial da
Prefeitura Municipal de Estância/SE, não ficou demonstrada a resolução do problema
apontado pela CGU.
A Caixa não apresentou manifestação ao presente apontamento que fez parte do Relatório
Preliminar encaminhado no anexo ao Oficio n° 16780/2017/NAC1/SE/Regional/SE-CGU,
de 28 de setembro de 2017.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.3. Falha construtiva no piso da quadra coberta, resultando em acúmulo excessivo
de água de chuva em sua superfície.
Fato
Em inspeção física realizada à obra de implantação da primeira etapa de uma Praça
Poliesportiva no bairro de Santa Cruz, na cidade de Estância/SE, realizada em 27 de junho
de 2017, constatou-se acúmulo excessivo de água de chuva no centro da quadra coberta.
171
Operário retirando a água de chuva acumulada sobre piso da quadra coberta da
Praça Poliesportiva no bairro de Santa Cruz, em Estância/SE, 27 de junho de
2017.
O referido acúmulo indica a ocorrência de problema no nivelamento da superfície da quadra,
tratando-se de falha construtiva da obra, devendo a Prefeitura de Estância tomar as
providências para que a empresa contratada promova a correção do problema sem ônus para
a Administração.
Ressalta-se que o problema relatado, além de causar transtornos aos futuros usuários do
empreendimento, poderá comprometer a vida útil do pavimento da quadra de esporte.
##/Fato##
172
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
“Em relação ao relatório correspondente ao Contrato de Repasse nº 0314239- 09/2009, cujo
objeto é a Implantação da primeira etapa de uma praça Poliesportiva no bairro Santa Cruz,
na cidade de Estância/SE, conforme Contrato nº 79/2015, vinculado a Tomada de Preços nº
02/2015, notificamos a empresa Equippe Engenharia e Design Ltda - EPP, inscrita sob
CNPJ nº 04.685,895/0001-04, para que sejam realizados os reparos e correções necessários
conforme itens 2, 3, 8, além de prestar esclarecimentos sobre as discrepâncias apontadas nos
itens 1 e 4, quanto a quantitativos e especificações, conforme cópia da NOTIFICAÇÃO”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura Municipal de Estância/SE encaminhou cópia da notificação à empresa
contratada, com data de recebimento de 04 de setembro de 2017, concedendo prazo de 5
dias úteis para a mesma apresentar defesa em relação “às faltas identificadas na fiscalização
da CGU”, entre elas, a “2 – Problema construtivo no piso da quadra coberta”.
Em que pese a notificação da empresa contratada, demonstrando uma atuação inicial da
Prefeitura Municipal de Estância/SE, não ficou demonstrada a resolução do problema
apontado pela CGU.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.4. Sinais de infiltração na cobertura do bloco de serviços.
Fato
Em inspeção física realizada à obra de implantação da primeira etapa de uma Praça
Poliesportiva no bairro de Santa Cruz, na cidade de Estância/SE, realizada em 27 de junho
de 2017, constatou-se sinais de infiltração na cobertura do bloco de serviço, tanto na área em
que ocorreu a demolição da laje, como na parede divisória entre os ambientes denominados
“brinquedos” e “vestiário feminino”.
Verificou-se que o forro de pvc do ambiente denominado “salas 01, 02 e 03”, encontra-se
com depressões em sua superfície e emitindo discretos sons (chiados) que indicaram estar
sujeito a uma sobrecarga, ocasionada pelo acumulo de água infiltrada da cobertura, o que
pode ser evidenciado pela formação de gotas de água na superfície do forro de pvc e
manchas de umidade nas partes superiores das paredes.
173
Abaulamento do forro de pvc na área em que
ocorreu a demolição da laje do bloco de serviço da
Quadra Poliesportiva, localizada no bairro Santa
Cruz, Estância/SE, 27 de junho de 2017.
Formação de gotas de água na superfície do forro
de pvc na área em que ocorreu a demolição da
laje do bloco de serviço da Quadra Poliesportiva,
localizada no bairro Santa Cruz, Estância/SE, 27
de junho de 2017.
Manchas de umidade nas partes superiores das paredes na área em que ocorreu a demolição da laje do
bloco de serviço da Quadra Poliesportiva, localizada no bairro Santa Cruz, Estância/SE, 27 de junho de
2017 .
A parede divisória entre os ambientes denominados “brinquedos” e “vestiário feminino”
apresentava mancha de umidade, indicando infiltração da cobertura.
Mancha de umidade na parte superior da parede
divisória entre os ambientes “vestiário feminino” e
“brinquedos” da Quadra Poliesportiva, localizada
no bairro Santa Cruz, Estância/SE, 27 de junho de
2017..
Detalhe da mancha de umidade na parte superior da
parede divisória entre os ambientes “vestiário
feminino” e “brinquedos” da Quadra Poliesportiva,
localizada no bairro Santa Cruz, Estância/SE, 27 de
junho de 2017.
174
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
“Em relação ao relatório correspondente ao Contrato de Repasse nº 0314239- 09/2009, cujo
objeto é a Implantação da primeira etapa de uma praça Poliesportiva no bairro Santa Cruz,
na cidade de Estância/SE, conforme Contrato nº 79/2015, vinculado a Tomada de Preços nº
02/2015, notificamos a empresa Equippe Engenharia e Design Ltda - EPP, inscrita sob
CNPJ nº 04.685,895/0001-04, para que sejam realizados os reparos e correções necessários
conforme itens 2, 3, 8, além de prestar esclarecimentos sobre as discrepâncias apontadas nos
itens 1 e 4, quanto a quantitativos e especificações, conforme cópia da NOTIFICAÇÃO”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura Municipal de Estância/SE encaminhou cópia da notificação à empresa
contratada, com data de recebimento de 04 de setembro de 2017, concedendo prazo de 5
dias úteis para a mesma apresentar defesa em relação “às faltas identificadas na fiscalização
da CGU”, entre elas, a “3 – Sinais de infiltração na cobertura do bloco de serviços”.
Em que pese a notificação da empresa contratada, demonstrando uma atuação inicial da
Prefeitura Municipal de Estância/SE, não ficou demonstrada a resolução do problema
apontado pela CGU.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.5. Serviços executados em quantidades menores que as constantes em projeto e
orçamento da obra, totalizando o montante de R$33.154,61.
Fato
Em inspeção física realizada na obra de implantação da primeira etapa de uma Praça
Poliesportiva no bairro de Santa Cruz, na cidade de Estância/SE, realizada em 27 de junho
de 2017, constatou-se que as dimensões da quadra poliesportiva construída são diferentes
das indicadas no projeto da obra, resultando em quantitativos menores de serviços
executados em relação aos previstos no orçamento da obra.
De acordo com o projeto da Obra de Reurbanização “Praça Leão XIII”, prancha nº 03/10, de
09 de março de 2010, assinado pelo profissional CREA nº 10622-D/SE, as dimensões do
piso da quadra poliesportiva são 21,70 metros (m) de largura por 32,70 metros de
comprimento, totalizando uma área interna de 709,59 metros quadrados (m²).
Entretanto, o levantamento in loco das medidas da quadra construída resultou nas seguintes
dimensões: 19,64 m de largura e 33,63 m de comprimento, totalizando uma área interna de
660,49 m², ou seja 7,43% menor que a projetada.
Da mesma forma, a altura do alambrado da quadra (4,10 m) diverge do projetado (5,20 m).
175
Essa diferença de dimensões resultou em quantidades de serviços efetivamente executados
menores que as constantes do orçamento da obra, que serve de parâmetro para medição e
pagamento dos referidos serviços.
Quadro das diferenças entre as quantidades da planilha orçamentária e as efetivamente
executadas na obra
Item de Serviço Quant. do
Orçamento
Dimensões
levantadas no local
Quantidade
levantada no
local
Diferença entre a
quantidade do
orçamento e a
levantada
03.003.001 Camada
impermeabilizadora ...
612,37 +
82,01=
694,38m² *
19,94m x 33,93m 676,66m² 17,72m²
03.003.002 Piso de alta
resistência ... 694,38m² 19,64m x 33,63m 660,49m² 33,89m²
03.004.002 Alambrado
... 564,10m²
[(19,79m + 33,78m) x
2] x 4,10m 439,27m² 124,83m²
03.004.003
Assentamento de tubo
aço galvanizado 2” ...
68,00m Não localizado 0,00 68,00m
03.005.002
Telhamento ...
871,42m² 21,34m x 34,13m 728,33m² 143,09m²
Fonte: Boletins de Medição da obra de nº 06 (empresa CLMAT Empreendimentos e Construções Ltda.) e nº 12 (empresa Equippe
Engenharia e Design Ltda.) e levantamentos realizados pela equipe da CGU.
* O quantitativo de 82,01m² consta no Boletim de Medição nº 06, tendo sido pago à primeira empresa contratada para execução da obra, CLMAT Empreendimentos e Construções Ltda. (CNPJ nº 11.321.343/0001-74).
Ressalta-se que essas diferenças de quantitativo resultam nas seguintes diferenças de valor:
Tabela com o valor total dos serviços previstos na planilha orçamentária da obra e não
executados.
Item de Serviço
Diferença entre
a quantidade do
orçamento e a
levantada
Valor
Unitário
Contratado
(R$)
Valor (R$)
03.003.001 Camada impermeabilizadora ... 17,72m² 17,63 312,40
03.003.002 Piso de alta resistência ... 33,89m² 39,69 1.345,09
03.004.002 Alambrado ... 124,83m² 161,15 20.116,35
03.004.003 Assentamento de tubo aço
galvanizado 2” ... 68,00m 13,29 903,72
03.005.002 Telhamento ... 143,09m² 73,22 10.477,05
Valor total dos serviços previstos na planilha orçamentária da obra e não
executados R$33.154,61
Fonte: Boletim de Medição da obra de nº 12.
Por fim, cumpre registrar que a execução contratual da obra ainda não foi concluída, sendo
que alguns desses serviços previstos na planilha orçamentária da obra e não executados já
foram medidos e pagos, outros já foram medidos e encontra-se pendente o pagamento, ou
ainda não foram medidos.
##/Fato##
176
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
“Em relação ao relatório correspondente ao Contrato de Repasse nº 0314239- 09/2009, cujo
objeto é a Implantação da primeira etapa de uma praça Poliesportiva no bairro Santa Cruz,
na cidade de Estância/SE, conforme Contrato nº 79/2015, vinculado a Tomada de Preços nº
02/2015, notificamos a empresa Equippe Engenharia e Design Ltda - EPP, inscrita sob
CNPJ nº 04.685,895/0001-04, para que sejam realizados os reparos e correções necessários
conforme itens 2, 3, 8, além de prestar esclarecimentos sobre as discrepâncias apontadas nos
itens 1 e 4, quanto a quantitativos e especificações, conforme cópia da NOTIFICAÇÃO”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura Municipal de Estância/SE encaminhou cópia da notificação à empresa
contratada, com data de recebimento de 04 de setembro de 2017, concedendo prazo de 5
dias úteis para a mesma apresentar defesa em relação “às faltas identificadas na fiscalização
da CGU”, entre elas, a “4 – Serviços executados em quantidades menores que as constantes
em projeto e orçamento da obra (quadra de esportes)”.
Em que pese a notificação da empresa contratada, demonstrando uma atuação inicial da
Prefeitura Municipal de Estância/SE, não ficou demonstrada a resolução do problema
apontado pela CGU.
A Caixa não apresentou manifestação ao presente apontamento que fez parte do Relatório
Preliminar encaminhado no anexo ao Oficio n° 16780/2017/NAC1/SE/Regional/SE-CGU,
de 28 de setembro de 2017.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.6. Inclusão de serviço de demolição de laje em desacordo com o pactuado para
retomada da obra, no valor de R$ 1.275,48.
Fato
Analisando-se os volumes dos processos administrativos do contrato de repasse nº 314239-
09/2009, referente à construção de Praça Poliesportiva no bairro Santa Cruz, em
Estância/SE, verificou-se que foi medido e pago serviço de demolição de laje para reparar
problema construtivo relativo à execução da primeira contratada, CLMAT
Empreendimentos e Construções Ltda. (CNPJ nº 11.321.343/0001-74).
Entretanto, a correção do referido serviço deveria ter sido arcada pela Prefeitura de Estância,
conforme justificativa do Secretário-Adjunto de Planejamento e Gestão, de 30 de junho de
2015, constante da folha nº 574 do volume de engenharia 3, do referido contrato de repasse.
Registra-se que a inclusão do serviço de demolição de laje à planilha do Contrato nº79/2015,
com a empresa Equippe Engenharia e Design Ltda. foi promovida conforme solicitação de
reprogramação à Caixa, por meio do Ofício nº 114/2016, do Secretário de Obras de
Estância/SE, de 01 de fevereiro de 2016.
177
A mencionada solicitação foi aprovada pela Caixa, por meio do Parecer de Reprogramação
datado de 31 de maio de 2016 (folhas 784 a 787 do volume de engenharia 4 do referido
contrato de repasse).
O item 02.001.001 – “Demolição de laje pré-fabricada comum ou em treliça, inclusive
capeamento” foi medido e pago, no valor de R$ 1.275,48, por meio do processo de
pagamento relativo ao Boletim de Medição nº 08, de 20 de junho de 2016.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
“Quanto a inclusão do serviço de Demolição da Laje especificada no item 5, não podemos
esclarecer quanto a mudança de posicionamento da CAIXA para sua aprovação, observado a
época de sua formalização, contudo segue cópias das planilhas aprovadas para o 3º Termo
Aditivo do Contrato nº 79/2015, as quais detalham quais serviços seriam financiados com
recursos do convênio, e com recursos municipal”.
A Caixa não apresentou manifestação ao presente apontamento que fez parte do Relatório
Preliminar encaminhado no anexo ao Oficio n° 16780/2017/NAC1/SE/Regional/SE-CGU,
de 28 de setembro de 2017.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A documentação apresentada pela Prefeitura de Estância/SE confirma que os serviços de
demolição de laje foram contabilizados à conta do contrato de repasse, conforme verifica-se
na nota de empenho nº 680 (fonte: convênios) e na planilha de acréscimo no valor total de
R$71.210,83 (item 02.001.001). Dessa forma, confirmou-se o que foi apontado no campo
“Fato”.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.7. Valor atualizado do Contrato de Execução ou Fornecimento (CTEF) divergente
do autorizado pela Caixa.
Fato
Verificou-se que a Prefeitura de Estância celebrou Termos Aditivos ao Contrato de
Execução ou Fornecimento (CTEF), Contrato nº 79/2015, acrescendo seu valor, sem a
aprovação da Caixa, conforme se depreende da leitura do Ofício nº 345/2015, da Secretaria
de Obras e Transporte da Prefeitura de Estância, de 05 de maio de 2017: “Ressalve-se por
oportuno que o montante não aprovado pela CEF foram analisados e julgados necessários
para andamento dos serviços sendo pactuado e pagos a margem do contrato de repasse por
essa municipalidade.”
O valor original do Contrato nº 79/2015, celebrado entre a Prefeitura de Estância e a
empresa Equippe Engenharia e Design Ltda. - EPP, em 09 de junho de 2015, é de
R$717.500,00. A Caixa aprovou o acréscimo de serviços, alterando o valor da obra para
R$780.809,49, por meio do Parecer de Reprogramação datado de 31 de maio de 2016.
178
Posteriormente, em 28 de março de 2017, por meio de novo parecer, autorizou o aumento do
valor da obra para R$812.976,79.
Sem prévia autorização da Caixa, a Prefeitura de Estância celebrou os seguintes aditivos ao
Contrato nº 79/2015:
Quadro contendo Termos Aditivos ao Contrato nº 79/2015
Nº do
Termo
Aditivo
Data da
celebração
Valor Acrescido
(R$)
Valor
Suprimido (R$)
Valor
Atualizado do
Contrato nº
79/2015
2º 01/04/2016 54.355,62 7.901,34 763.954,28
3º 09/06/2016 73.065,19 0,00 837.019,47
6º 15/05/2017 48.430,35 16.263,07 869.186,75 Fonte: 2º, 3º e 6º Termos Aditivos ao Contrato nº 79/2015.
Identifica-se uma diferença de valor de R$56.209,96 (R$869.186,75 - R$812.976,79) em
serviços que não foram aprovados pela Caixa. Dessa forma, independente de parte dos
serviços terem sido financiados com recursos municipais, a União está financiando uma obra
que contém serviços que não passaram pelo crivo da Caixa.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
“Analisando os itens 6 e 7, acerca das informações gerais e valor atualizado, em relação ao
Contrato nº 79/2015, firmado com a Equippe Engenharia e Design Ltda – EPP, inscrita sob
CNPJ nº 04.685.895/0001-04, temos a informação que todas as alterações realizadas foram
sim analisadas e aprovadas pela CAIXA, e posteriormente, uma vez formalizado aditivo
contratual uma cópia deste é remetido para CAIXA. Contudo, a CAIXA após sua análise e
aprovação das alterações solicitadas, autoriza as reprogramações e nos orienta que façamos
o processamento financeiro de forma separada, quebrando assim as planilhas apresentadas e
aprovadas na reprogramação, originando despesas no mesmo contrato com duas fontes
pagadoras distintas, sendo parte da despesa com o aditivo contabilizado no convênio, e outra
com pagamento direto com recursos municipais. Cremos que esta prática prejudica o
acompanhamento físico-financeiro das obras, além de gerar transtornos numa fiscalização
externa, temos sugerido nas nossas reuniões com a CAIXA, que o município promova o
aumento da contrapartida para cobrir esses custos não suportados pelo convênio, mas sem
êxito até o momento, sob a alegação de não ser possível”.
A Caixa não apresentou manifestação ao presente apontamento que fez parte do Relatório
Preliminar encaminhado no anexo ao Oficio n° 16780/2017/NAC1/SE/Regional/SE-CGU,
de 28 de setembro de 2017.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura Municipal de Estâncias/SE confirmou que há divergência entre os valores do
CTEF e o valor formalmente autorizado pela Caixa, inclusive, alega que a Caixa teria
179
autorizado informalmente, o processamento financeiro de forma separada, sem
contabilização à conta do contrato de repasse. Entretanto, a prefeitura não enviou nenhuma
evidência que comprovasse suas alegações.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.8. Face interna de peças da estrutura metálica da quadra poliesportiva e da área
coberta apresentando sinais de corrosão.
Fato
Em inspeção física realizada à obra de implantação da primeira etapa de uma Praça
Poliesportiva no bairro de Santa Cruz, na cidade de Estância/SE, realizada em 27 de junho
de 2017, constatou-se sinais de corrosão na face interna das peças da estrutura metálica da
quadra poliesportiva e da área coberta.
Sinais de corrosão na face interna das peças da estrutura metálica da quadra poliesportiva e da área
coberta da Praça Poliesportiva no bairro de Santa Cruz, em Estância/SE, 27 de junho de 2017.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
“Em relação ao relatório correspondente ao Contrato de Repasse nº 0314239- 09/2009, cujo
objeto é a Implantação da primeira etapa de uma praça Poliesportiva no bairro Santa Cruz,
180
na cidade de Estância/SE, conforme Contrato nº 79/2015, vinculado a Tomada de Preços nº
02/2015, notificamos a empresa Equippe Engenharia e Design Ltda - EPP, inscrita sob
CNPJ nº 04.685,895/0001-04, para que sejam realizados os reparos e correções necessários
conforme itens 2, 3, 8, além de prestar esclarecimentos sobre as discrepâncias apontadas nos
itens 1 e 4, quanto a quantitativos e especificações, conforme cópia da NOTIFICAÇÃO”.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura Municipal de Estância/SE encaminhou cópia da notificação à empresa
contratada, com data de recebimento de 04 de setembro de 2017, concedendo prazo de 5
dias úteis para a mesma apresentar defesa em relação “às faltas identificadas na fiscalização
da CGU”, entre elas, a “5 – Sinais de corrosão nas peças da estrutura metálica da quadra
poliesportiva e da área coberta”.
Em que pese a notificação da empresa contratada, demonstrando uma atuação inicial da
Prefeitura Municipal de Estância/SE, não ficou demonstrada a resolução do problema
apontado pela CGU.
A Caixa não apresentou manifestação ao presente apontamento que fez parte do Relatório
Preliminar encaminhado no anexo ao Oficio n° 16780/2017/NAC1/SE/Regional/SE-CGU,
de 28 de setembro de 2017.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.9. Portas de boxes de banheiros em material inadequado para áreas molhadas.
Fato
Em inspeção física realizada à obra de implantação da primeira etapa de uma Praça
Poliesportiva no bairro de Santa Cruz, na cidade de Estância/SE, realizada em 27 de junho
de 2017, constatou-se que o material das portas e batentes dos boxes dos banheiros
masculino e feminino (chapa de madeira industrializada) é inadequado para uso em áreas
molhadas, comprometendo sua durabilidade.
Ressalta-se que não foi identificado na documentação analisada qualquer especificação das
referidas portas e batentes. Da mesma forma, não se identificou as referidas portas e batentes
nos itens da planilha orçamentária da obra.
181
Batente de porta de box de banheiro do Bloco de Serviço da Praça
Poliesportiva no bairro de Santa Cruz, em Estância/SE, 27 de junho de 2017.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Não houve manifestação da Unidade Examinada em relação ao presente item.
182
A Caixa não apresentou manifestação ao presente apontamento que fez parte do Relatório
Preliminar encaminhado no anexo ao Oficio n° 16780/2017/NAC1/SE/Regional/SE-CGU,
de 28 de setembro de 2017.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
Não houve manifestação da Unidade Examinada em relação ao presente item.
##/AnaliseControleInterno##
2.2.10. Estrutura metálica da quadra poliesportiva e da área coberta executada em
desacordo com o projeto estrutural.
Fato
Em inspeção física realizada na obra de implantação da primeira etapa de uma Praça
Poliesportiva no bairro de Santa Cruz, na cidade de Estância/SE, realizada em 27 de junho
de 2017, constatou-se que a estrutura metálica da quadra poliesportiva e da área coberta foi
executada em desacordo com os projetos aprovados pela Caixa (elaborados em 10 de março
de 2014, pelo profissional de registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia -
CREA nº 1605341223).
Foi encaminhada à Prefeitura de Estância a Solicitação de Fiscalização nº 201701337-02, de
29 de junho de 2017, a fim de justificar a divergência nas seções dos perfis das estruturas
metálicas, bem como apresentar o projeto final, as built.
Por meio do Ofício nº 530-2017-SMIH, de 04 de julho de 2017, a Prefeitura corroborou com
o apontado pela equipe e solicitou um prazo maior para esclarecimento junto à contratada já
que a alteração não teve autorização do projetista e da contratante. Da mesma forma,
solicitou prazo para apresentação do as built.
Importante ressaltar que, de acordo com a legislação, toda obra de engenharia deve ser
construída de acordo com um projeto devidamente registrado no CREA, por meio de uma
Anotação de Responsabilidade Técnica - ART que vincula sua autoria a um profissional
devidamente habilitado, o responsável técnico. Essa condição é pressuposto que a estrutura
foi dimensionada por meio de cálculos estruturais, atendendo às recomendações das normas
técnicas aplicáveis.
A execução da obra em tela, em desacordo o projeto suscita dúvidas quanto a sua
estabilidade e vida útil, podendo comprometer o recurso aplicado no montante de
R$138.838,28 (R$97.992,98 + R$40.845,30).
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 270-2017-SMG-ME-SE, de 05 de setembro de 2017, a Prefeitura
Municipal de Estância/SE, apresentou a seguinte manifestação:
“Em relação ao item 10, como apontado no parágrafo 4º, solicitamos a empresa a
apresentação do "as built" contudo a Equippe Engenharia e Design Ltda. – EPP, inscrita sob
CNPJ nº 04.685.895/0001-04, apresentou peças técnicas vagas, não condizendo com o
solicitado e sem apresentação da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, desta
183
forma reiteramos nosso pedido conforme Ofício nº 702/SEINFRAH/DAFIN cópia anexo,
estamos aguardando a entrega do mesmo para encaminharmos a este órgão.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A Prefeitura Municipal de Estância/SE encaminhou cópia da notificação à empresa
contratada, com data de recebimento de 04 de setembro de 2017, concedendo prazo de 5
dias úteis para a mesma apresentar defesa em relação “às faltas identificadas na fiscalização
da CGU”, entre elas, a “6 – Execução da estrutura metálica da quadra poliesportiva e da área
coberta em desacordo com o projeto estrutural”.
Em que pese a notificação da empresa contratada, demonstrando uma atuação inicial da
Prefeitura Municipal de Estância/SE, não ficou demonstrada a resolução do problema
apontado pela CGU.
A Caixa não apresentou manifestação ao presente apontamento que fez parte do Relatório
Preliminar encaminhado no anexo ao Oficio n° 16780/2017/NAC1/SE/Regional/SE-CGU,
de 28 de setembro de 2017.
##/AnaliseControleInterno##
3. Conclusão
Em que pese os problemas apontados na Ordem de Serviço nº 201217315 em que ficou
evidenciada a execução de serviços com problemas estruturais, executados sem a elaboração
prévia do devido projeto estrutural, resultando na demolição e refazimento de parte desses
serviços, a Prefeitura de Estância/SE promoveu a referida correção e nova contratação do
remanescente da obra, estando a mesma em fase final de conclusão, apesar do atraso de
quase seis anos.
A verificação da efetiva utilização pela população ficou prejudicada tendo em vista que a
obra ainda não tinha sido entregue quando da realização da vistoria. Entretanto, foram
identificadas inconformidades na obra, tais como problemas construtivos pontuais
(deformação em piso da quadra, infiltração na cobertura, sinais de corrosão em peças da
estrutura metálica e porta de box de banheiro em material inadequado) e divergências em
relação ao que foi especificado (poste circular de concreto com valor de mercado inferior ao
especificado, piso da quadra e alambrado em dimensões menores que as de projeto e
estrutura metálica da quadra poliesportiva executada em desacordo com o projeto),
necessitando de correções e/ou ajustes financeiros. Ademais, do ponto de vista da execução
contratual, foi constatado divergência de valores entre o contrato de execução da obra e o
valor autorizado pela Caixa, bem como a inclusão dos serviços de demolição de laje em
desacordo com o pactuado para retomada das obras.
Por fim, em relação à adequação dos custos da obra, não foi identificada distorção entre os
valores dos serviços contratados e os valores de mercado representados pelos sistemas de
custos de referência de obras e serviços de engenharia (SINAPI) e subsidiariamente,
ORSE. Entretanto, cumpre registrar que em uma análise econômica mais ampla não se
pode desprezar o custo do capital imobilizado na obra sem que a população pudesse
184
usufruir de seus benefícios durante os anos de atraso em sua execução. Da mesma forma,
não são desprezíveis os custos de demolição e refazimento de serviços arcados pelo ente
municipal, bem como os custos intrínsecos de retomada de remanescente de obras
paralisadas.
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