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PROGRAMA DE FORMAÇÃO | MÓDULO 5
IGUALDADE DE GÉNERO
Author: RIC Novo mesto,
Simona Pavlin, Tina Strnad, Metod Pavšelj
Plan Be: Active Senior Volunteers
2015-1-PT01-KA204-012930
Author: RIC Novo mesto, Simona Pavlin, Tina Strnad, Metod Pavšelj
2 | Igualdade de Género
CONSÓRCIO PLAN BE
FREGUESIA DE CASCAIS E ESTORIL – Coordenador do Projeto | Cascais, Portugal
ASSOCIAÇÃO ANIMAM VIVENTEM – Parceiro | Cascais, Portugal
KUUSANKOSKEN RETKEILIJÄT RY – Parceiro | Kouvola, Finlândia
RIC NOVO MESTO – Parceiro | Novo Mesto, Eslovénia
SINERGIA SOCIETA COOPERATIVA SOCIALE – Parceiro | Bitonto, Itália
Informação de Contactos
Coordenador do Projeto: Freguesia de Cascais e Estoril
Pessoa de Contacto: Rita Serra Coelho
Morada: Largo Cidade de Vitoria, 2750-319 Cascais – Portugal
Email: projetoseuropeus@jf-cascaisestoril.pt
Tel.: +351 214849550
Informação Legal
Esta publicação é um documento preparado pelo Consórcio Plan Be. Visa fornecer apoio
prático ao processo de implementação do projeto.
O resultado apresentado não implica posições científicas, pedagógicas, ou académicas do
presente consórcio. Nem os parceiros nem qualquer outra pessoa a atuar em nome do
Consórcio é responsável pelo uso que possa ser feito desta publicação.
Projeto financiado com o apoio da Comissão Europeia.
Esta comunicação reflete apenas as opiniões do autor. A Comissão não pode ser
responsabilizada por qualquer uso que possa ser feito das informações nela contidas.
© – 2017 – Consórcio Plan Be. Todos os direitos reservados. Licenciado à União Europeia
sob condições.
3 | Igualdade de Género
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ............................................................................. 4
2. EXISTE ALGUMA DIFERENÇA ENTRE “SEXO” E “GÉNERO”? ............... 5
3. O QUE É IGUALDADE DE GÉNERO? ................................................ 5
Um pouco de História .................................................................. 6
4. IGUALDADE DE GÉNERO E SENIORES ............................................ 9
5. FORMAR VOLUNTÁRIOS SENIORES SOBRE IGUALDADE DE GÉNERO –
TÓPICOS ....................................................................................... 10
Questões de Género .................................................................. 11
Diálogo Entre Gerações .............................................................. 11
Diálogo Intercultural .................................................................. 11
Gestão e Resolução de Conflitos .................................................. 12
Integração e Coesão Social ......................................................... 12
Voluntariado ............................................................................. 13
6. EXERCÍCIO PRÁTICO “MAPEAMENTO DA COMUNIDADE” ................ 14
7. EXERCÍCIO PRÁTICO “SEXO VS GÉNERO” .................................... 16
8. ESTUDO DE CASO “ComeON!” .................................................... 17
9. ESTUDO DE CASO “ALCE” .......................................................... 18
10. WEBLIOGRAFIA ...................................................................... 19
4 | Igualdade de Género
1. INTRODUÇÃO
A intenção deste módulo de formação é aumentar a consciencialização da
relevância da igualdade de género (IG) no campo do voluntariado sénior.
As histórias associadas ao desenvolvimento da IG são bem conhecidas, mas
frequentemente parecem ser aplicadas somente ao local de trabalho.
Este módulo de formação visa centrar-se sobre de que forma a IG pode ter
uma influência positiva na forma como as pessoas e as suas comunidades
são entendidas. Além disso, também tem em consideração como o estilo de
vida, escolhas e relações individuais podem beneficiar do aumento de
consciencialização da IG entre a população sénior.
O módulo está estruturado de forma muito abrangente. Uma pessoa que
queira obter novos conhecimentos pode escolher o tópico pelo qual se
interessa. Cada tema baseia-se em exemplos concretos e informação sobre
como procurar mais conhecimentos.
“A igualdade de género é mais do que uma meta em si mesma.
É uma condição prévia para enfrentar o desafio de reduzir a pobreza, promover o desenvolvimento sustentável e construir uma boa
governação.”
Kofi Annan
5 | Igualdade de Género
2. EXISTE ALGUMA DIFERENÇA ENTRE “SEXO” E “GÉNERO”?
Historicamente, os termos “sexo” e “género” foram usados de forma
indiferenciada, mas, na sociedade moderna, os seus significados estão a tornar-se crescentemente distintos.
Até tempos relativamente recentes, a palavra “género” referia-se à
distinção gramatical entre feminino e masculino, e palavras neutras. Agora
pode ser usada para se referir a uma dimensão em que as pessoas podem diferir e o que pode ou não ser idêntico ou estreitamente ligado a “sexo”,
não existindo um acordo comum sobre o uso destas palavras.
De acordo com a Publicação Manual da Associação Americana de Psicologia, “Género é cultural e é o termo a utilizar ao referir-se às mulheres e homens
enquanto grupos sociais. Sexo é biológico; utiliza-se quando a distinção biológica é predominante.”
E de acordo com a Organização Mundial de Saúde, “Género refere-se aos
papéis, comportamentos, atividades e atributos socialmente construídos que uma determinada sociedade considera apropriados para homens e
mulheres. Sexo refere-se às características biológicas e físicas que definem homens e mulheres.”
No entanto, isto traria a discussão também para o significa de “género”, “papéis de género”, “identidade de género” e “expressão de género”.
Para efeitos deste módulo de formação, iremos entender Igualdade de
Género como a preocupação para garantir que todos os indivíduos tenham a possibilidade de realizar todo o seu potencial
independentemente do seu sexo e/ou género.
3. O QUE É IGUALDADE DE GÉNERO?
Hoje em dia o chamado “velho continente” tem uma nova cara. Esta é uma
cara de diversidade crescente e em mudança.
A União Europeia está construída sob a diversidade de tradições
culturais, religiosas e sociais distintas incorporadas nas culturas dos seus estados Membros. É casa para pessoas de muitas origens raciais,
étnicas, religiosas e nacionalidades diferentes, e a sua economia e culturas foram enriquecidas pelo contributo das diferenças de todo o
globo.
6 | Igualdade de Género
As conquistas da União Europeia, ao fomentar a igualdade entre mulheres
e homens, ajudaram a mudar para melhor as vidas de muitos cidadãos Europeus.
Embora ainda existam desigualdades, a UE efetuou progressos
significativos ao longo das últimas décadas. Sobretudo graças a:
• Legislação sobre Igualdade de Tratamento;
• Integração de Género (perspetiva de integração de género em todas as outras políticas);
• Medidas específicas para a progressão das mulheres.
Algumas tendências encorajadoras incluem o crescente número de mulheres no mercado de trabalho e o seu progresso em garantir melhor
educação e formação.
A Igualde de Género preocupa-se em assegurar que todos os indivíduos tenham a possibilidade de realizar todo o seu potencial
independentemente do seu sexo e/ou género. Não se foca somente na igualdade dos resultados, mas estende-se à igualdade na
dignidade e integridade. Evidências também sugerem que a igualdade de género desempenha um papel significativo na valorização do
crescimento económico e social (Loko and Diouf, 2009; Duflo, 2012).
Para além disso, é importante focar em todas as seis formas de
discriminação (género, origem racial e étnica, religião e crenças, incapacidade, idade e orientação sexual), considerando também a
discriminação múltipla, que reconhece as várias formas de discriminação a que um individuo pode ser sujeito. A maioria de nós não pertence a uma
comunidade, mas a várias, e esta diversidade, embora seja fonte de força, pode também tornar uma pessoa alvo de preconceito.
Um pouco de História
A Igualdade de Género é uma questão de direitos e justiça. Enquanto
valor fundamental da União Europeia, está consagrado nos seus Tratados, incluindo no Capítulo dos Direitos Fundamentais da União Europeia e
retrocedendo até ao Tratado de Roma em 1957.
O Compromisso Estratégico para a Igualdade de Género 2016-2019 foi publicado em dezembro de 2015, e é a continuação e prolongamento da
Estratégia da Comissão para a igualdade entre mulheres e homens de 2010-2015. Estabelece o quadro para o futuro trabalho da Comissão rumo à
melhoria da igualdade de género.
O Compromisso Estratégico centra-se nas seguintes cinco áreas
prioritárias:
7 | Igualdade de Género
1. Aumentar a participação das mulheres no mercado laboral e a
igualdade entre os géneros em termos de independência económica;
2. Reduzir as disparidades de género nas remunerações, rendimentos e pensões e, assim, combater a pobreza entre as
mulheres; 3. Promover a igualdade entre homens e mulheres no processo de
tomada de decisões;
4. Combater a violência de género e defender e apoiar as vítimas; e 5. Promover a igualdade de género e os direitos das mulheres em
todo o mundo
Para assistir na medição da igualdade de género ao nível da UE – e de forma a demonstrar o sucesso da promoção da igualdade de género em cada
estado Membro – foi criado um indicador composto sobre a igualdade de género, um Índice da Igualdade de Género: desenvolvido pelo IEIG, é
uma ferramenta de medição única que sintetiza a complexidade da igualdade de género enquanto conceito multidimensional numa medida
amiga do utilizador e facilmente interpretável.
Forma-se através da combinação de indicadores de género, de acordo com um quadro conceptual, numa única medida síntese.
O Índice mede as disparidades de género que são ajustadas a níveis de realização, assegurando que as disparidades de género não podem ser
observadas positivamente onde apontam para uma situação adversa para mulheres e homens. Atribui pontuação para os Estados Membros, entre 1,
desigualdade total e 100, igualdade total.
O Índice de Igualdade de Gênero é construído em torno de seis domínios fundamentais – Trabalho, Dinheiro, Conhecimento, Tempo, Poder e
Saúde – e em dois domínios de satélite: Violência contra as mulheres e Desigualdades Interseccionais.
Somente os domínios fundamentais são usados no cálculo da pontuação do
Índice de Igualdade de Género.
8 | Igualdade de Género
Resultados do Índice de Igualdade de Género (2005-2012)
Tendo como referência o Relatório da UE sobre a igualdade entre mulheres e homens de 2015, fica evidente que a busca a longo-prazo pela igualdade
não está de forma alguma próxima do fim. O progresso não negligenciável pode ter sido efetuado nos campos do emprego e da tomada de decisões,
mas as disparidades género nos salários e pensões não mostram sinais de
diminuição e as desigualdades permanecem em demasiadas áreas. A
9 | Igualdade de Género
violência contra as mulheres ainda é generalizada, ainda tem consequências
drásticas e ainda é frequentemente tolerada.
No entanto, a legislação ao nível Europeu mostra-se frequentemente difícil, e necessita de ser apoiada por atividades de sensibilização e medidas
políticas proactivas.
4. IGUALDADE DE GÉNERO E SENIORES
A Igualdade de Género (IG) e a Qualidade de Vida (QdV) raramente são estudadas juntas. A IG é estudada normalmente em relação às pessoas em
idade reprodutiva e o número de estudos que visam a investigação do impacto que a IG poderia ter na QdV dos seniores é escassa.
O envelhecimento positivo é definido como uma capacidade de manter
relações sociais, eficácia cognitiva, competência social, controlo pessoal, etc. De entre as dimensões de QdV mencionadas com maior frequência
pelos próprios seniores constam os contactos sociais dentro e fora da família, felicidade, etc. Deveria ser investigado se a IG pode ser vista
como um potencial contributo para uma QdV mais elevada dos seniores e se a idade avançada é um período de vida em que os
indivíduos possam aspirar alcançar uma maior IG de forma a ter
vidas mais satisfatórias e saudáveis.
Em 2009, o Conselho da União Europeia adotou conclusões sobre a Igualdade de oportunidades para mulheres e homens: envelhecimento
ativo e digno. Estas conclusões sublinham, nomeadamente, “a persistência de estereótipos de género, que agravados pela discriminação
enfrentada pelas pessoas mais velhas no mercado de trabalho, reduzem particularmente as oportunidades de emprego para as mulheres mais
velhas”. O Conselho da União Europeia, também em 2009, adotou conclusões sobre a Saúde e envelhecimento digno, argumentando que o
envelhecimento saudável e digno deve envolver uma dimensão de género, tendo em consideração as necessidades especiais de
mulheres e homens.
As diferenças e desigualdades de Género
são características fundamentais da exclusão social e pobreza, especialmente
em idade avançada.
A relevância do género em muitos aspetos de uma sociedade em envelhecimento, tais como
diferenças no acesso à educação e saúde, responsabilidades de cuidados, participação no mercado de trabalho, e o
impacto das mudanças demográficas na igualdade de género não estão
10 | Igualdade de Género
personificadas nas atuais estratégias de envelhecimento ativo. A maioria
das políticas e programas ignoram o fator de género. Eles não têm como alvo específico as mulheres seniores, pelo contrário visam a inclusão
social de “grupos vulneráveis” mais genéricos. No entanto, as características demográficas da população mais velha, em vez da
integração de género pretendida, frequentemente traduzem-se numa maior participação das mulheres nesses programas.
Um ambiente inclusivo para seniores oferece oportunidades para uma vida ativa e contactos entre gerações e representa uma pré-condição crucial
para a participação independente em atividades sociais. A problemática é essencialmente uma questão de género porque as mulheres são
frequente e crescentemente sub-representadas entre os seniores isolados, como consequência das crescentes taxas de divórcio e
uma esperança de vida superior das mulheres. As viúvas, e mulheres seniores sozinhas em geral, estão num elevado risco de
pobreza, isolamento e exclusão social.
5. FORMAR VOLUNTÁRIOS SENIORES SOBRE IGUALDADE DE
GÉNERO – TÓPICOS
Os tópicos referentes ao módulo “Igualdade de Género” foram
identificados como se segue:
Questões de
Género
Diálogo entre Gerações
Diálogo Intercultural
Integração e Coesão Social
Voluntariado
Gestão e Resolução de
Conflitos
11 | Igualdade de Género
Questões de Género
As questões de género são um tópico crucial para todas as
sociedades no esclarecimento dos papéis sociais e processo relacional dentro de cada comunidade, uma vez que
estabelecem muitas das regras da interação social.
O género é uma componente integral em todos os
aspetos da vida económica, social, diária e privada dos indivíduos e sociedades, e dos diferentes papéis atribuídos
pela sociedade a homens e mulheres. Um dos tópicos mais importantes frequentemente mencionados em ligação às questões de género é a
igualdade de género.
Embora os estados membros da UE estejam cada vez mais expostos ao impacto dos regulamentos da UE nos campos da igualdade de género e anti
discriminação, os obstáculos à igualdade real ainda permanecem.
Diálogo Entre Gerações
O diálogo entre gerações acontece quando falamos e ouvimos pessoas cujas gerações, experiências
perspetivas e referências são diferentes da nossa.
O diálogo cultiva a aprendizagem e alarga a
perspetiva. Durante séculos, a aprendizagem entre gerações tem sido o veículo informal dentro das
famílias para a transferência sistemática de conhecimento, competências, normas e valores.
Para que o diálogo entre gerações possa fluir de forma mais eficaz é
necessário criar programas e políticas que visem seguir em direções concertadas para uma sociedade para todas as idades, em que a interação
entre gerações é natural, através dos domínios de família, comunidade e local de trabalho.
Diálogo Intercultural
O diálogo Intercultural é considerado uma partilha de opiniões aberta e respeitável
entre indivíduos e grupos pertencentes a diferentes culturas que leva ao conhecimento
mais profundo da perceção global dos outros. De acordo com a UNESCO, uma cultura global dos
direitos humanos requer competência em manter diálogos interculturais.
12 | Igualdade de Género
A diversidade Cultural é uma condição essencial da sociedade humana. A
diversidade cultural é também uma mais-valia económica, social e política, que necessita de ser desenvolvida e gerida de forma adequada. Por outro
lado, a crescente diversidade cultural traz novos desafios sociais e políticos. A diversidade cultural desencadeia, com frequência, medo e rejeição.
Estereótipos, racismo, xenofobia, intolerância, discriminação e violência podem ameaçar a paz e a verdadeira essência das comunidades locais e
nacionais.
Gestão e Resolução de Conflitos
Um conflito é uma situação em que os interesses, necessidades, objetivos
ou valores das partes envolvidas interferem uns com os outros. Diferentes pessoas podem ter diferentes prioridades e, frequentemente, um conflito é
um resultado de perceção.
Aprender a lidar com o conflito de uma forma positiva e construtiva, sem stress excessivo, é uma forma importante de melhorar o bem-estar, bem
como as relações.
O conflito não necessita necessariamente de ser uma coisa má, se bem gerido, o conflito pode ser
construtivo e apresentar novas oportunidades de
melhoria.
O género afeta e de facto permeia dinâmicas de conflito ao nível da sociedade e ao nível individual.
Entender o papel do género no conflito é melhor alcançado através de uma análise dos níveis
individuais, dos níveis interacional, e ao nível social.
Cada pessoa que conhece é diferente, e cada um de nós interpreta o mundo através da nossa própria diversidade e experiência. Embora a diversidade
de pensamentos e experiências seja uma das coisas mais valiosas acerca da diversidade, pode ser também um dos maiores desafios. Quanto maior
a diversidade, maior o potencial para mal-entendidos e conflito.
Integração e Coesão Social
A integração social é entendida como um processo dinâmico e de princípios
para a promoção de valores, relações e instituições que capacitam todas as pessoas a participar na vida social, económica, cultural e política
baseada na igualdade de direitos, equidade e dignidade. É o processo em que as sociedades se comprometem de forma a promover sociedades
que sejam estáveis, seguras e justas – sociedades baseadas na promoção e proteção de todos os direitos humanos, bem como o respeito e o valor da
dignidade de cada indivíduo, diversidade, pluralismo, tolerância, não-
13 | Igualdade de Género
discriminação, não-violência, igualdade de oportunidades, solidariedade,
segurança, e participação de todas as pessoas incluindo grupos e pessoas desfavorecidos e vulneráveis.
A coesão social refere-se aos elementos que trazem e
unem as pessoas numa sociedade. Numa sociedade coesa todos os grupos e pessoas têm um sentido de
pertença, participação, inclusão, reconhecimento
e legitimidade. Sociedades coesas não são necessariamente demograficamente homogéneas, pelo
contrário, ao respeitar a diversidade, aproveitam o potencial que reside na sua diversidade social (em termos de ideias,
opiniões, competências, etc.), sendo menos suscetíveis de deslizar para padrões destrutivos de tensão e conflito quando diferentes interesses
colidem.
Qualquer forma de diversidade pode sempre levar a uma sociedade forte e dinâmica, quando promovido respeito mútuo e entendimento.
A Igualdade de Género pode apoiar a integração social e a coesão social.
Voluntariado
Os Voluntários Seniores são capazes de
contribuir com experiência, conhecimento e sabedoria acumulada ao longo de vidas mais
longas. Além disso, enquanto ainda existe discriminação relacionada com os papéis de
género, pode ser interessante explicar às pessoas mais novas como a perceção dos
papéis de género evoluiu desde há umas décadas. O seu envolvimento na comunidade
e o seu conhecimento do contexto e problemas locais são fatores chave para desenvolver projetos de inovação social de sucesso.
Os Voluntários seniores podem também desempenhar um papel de
“facilitador de aprendizagem”, apoiando voluntários mais jovens no seu processo de aprendizagem.
Terá a oportunidade de aprender e contribuir para o desenvolvimento e
implementação de projetos de voluntariado, identificando e resolvendo problemas específicos na sua comunidade local. O seu grande desafio será tornar-se um agente de mudança social.
14 | Igualdade de Género
6. EXERCÍCIO PRÁTICO “MAPEAMENTO DA COMUNIDADE”
Atividade sobre diálogo intercultural
Os participantes irão aprender a interagir
respeitando a cultura de cada um, como observar a sua própria cultura de uma nova forma e a
identificarem-se a si mesmos como membros da
mesma comunidade. Esta atividade foca-se principalmente na ligação e coesão de grupo
através de atividades baseadas num entendimento intercultural. Os participantes
terão a oportunidade de desenvolver conhecimento mútuo acerca dos hábitos de cada
um e formas de viver na mesma cidade, desenvolvendo consciência das diferentes
realidades locais.
Objetivo: Permitir aos participantes aumentar e transferir o seu próprio conhecimento. Um ‘mapa da comunidade’ é co-criado pelos membros de
uma comunidade ou grupo que cria uma imagem compreensiva de um espaço visto por aqueles que nele habitam. O mapa mostra os interesses e
preocupações dos participantes, construído pelo seu conhecimento local,
por exemplo: os diferentes mercados onde compram a comida ou os locais religiosos que frequentam.
Esta é uma forma de encorajar e empoderar comunidades a agir por
elas próprias; capacita as comunidades a estabelecerem por si mesmas quais os problemas que enfrentam referentes à vida de
diferentes grupos culturais, no sentido de procurar e implementar soluções.
Tempo: 3 horas
Participantes: 10-15 (de diferentes grupos culturais)
Materiais: Flipchart, canetas coloridas, cartões, post-its
Instruções: O facilitador “destaca” várias pequenas áreas apropriadas para abordar, que podem produzir grandes resultados. Os participantes visitam
então uma destas áreas “destacadas” da comunidade alvo e falam com as pessoas na rua e na comunidade de negócios e centros de recursos acerca
das suas experiências e história na comunidade. Também recolhem artefactos e tiram fotografias.
Se o grupo for grande o suficiente deve ser dividido em grupos de três ou
quatro, e cada grupo visita então uma área diferente da comunidade alvo.
15 | Igualdade de Género
Existem papéis e responsabilidades para cada membro do grupo (ver
tabela) e objetivos a alcançar, mas todos os membros do grupo são responsáveis por observar, falar e questionar pessoas e decidir o que
visitar e o que é importante.
Regras Responsabilidades Materiais
Batedor Distribui materiais, diz a todos o que fazer,
mantém o grupo na tarefa, guia o grupo usando
o mapa destacado
Inicialmente tem
todos os materiais
para distribuir, e o
mapa
Cartógrafo Mantém registo de todos os locais visitados,
desenha um rascunho de mapa para mais tarde
usar na apresentação
Papel para fazer um
novo mapa
Tabulador Usa os inquéritos para tabular casas, negócios,
etc.
Inquéritos
Anotadores Tiram notas de observação de pessoas e lugares,
registam as fotografias
Bloco de notas, folha
de registro de
fotografias
Fotógrafo Tira 8-10 fotos significativas, diz aos anotadores
o número das fotos, localização e importância
Câmara Digital
Colecionador Recolhe artefactos que exemplificam a
comunidade (folhetos, brochuras, cartões de
visita, etc.), diz aos anotadores o que recolheu,
onde e a importância
Saco para recolha
Historiador Procura marcos históricos e significativos —
pilares, informação sobre estátuas e edifícios —
atualiza informação, ajuda o tabulador na
contagem
Papel e lápis
16 | Igualdade de Género
7. EXERCÍCIO PRÁTICO “SEXO VS GÉNERO”
Atividade sobre Questões de Género
Os participantes irão entender como
características habitualmente atribuídas a homens e mulheres,
podem, de facto, referir-se a cada um
e a ambos.
Objetivos: Explorar os conceitos de género e sexo, as diferenças entre
eles, e como estereótipos, preconceitos e discriminação podem
surgir tão rapidamente.
Tempo: 30 minutos
Participantes: Idealmente um grupo entre 5 e 15 participantes.
Materiais: Um quadro ou flipchart.
Instruções: O facilitador desenha no quadro/flipchart uma imagem de um
homem/rapaz e de uma mulher/rapariga. Depois pede aos participantes para dizer as características dos homens/rapazes e das mulheres/raparigas,
quer características físicas e psicológicas, e escreve-as por baixo das imagens.
Depois de cada participante contribuir com algumas características de homens/rapazes e de mulheres/raparigas, o facilitador muda o laço (ver
imagem). O desenho masculino torna-se o feminino e vice-versa. Neste passo, o Facilitador promove e modera a discussão acerca das supostas
características masculinas e femininas, discute se os homens/rapazes podem ter características femininas e vice-versa.
No fim, as únicas características que não podem ser mudadas são as relacionadas com a função reprodutiva.
O facilitador termina a atividade clarificando os significados e os conceitos de género e sexo e a construção social à volta dos seus significados.
17 | Igualdade de Género
8. ESTUDO DE CASO “ComeON!”
Uma experiência sobre diálogo entre gerações…
O Projeto ComeON! constrói sobre o potencial das novas formas de
voluntariado para promover a cidadania ativa para pessoas seniores e jovens.
O projeto esforçou-se por criar novas oportunidades de crescimento pessoal e social para voluntários jovens e seniores, apoiando-os enquanto
estabeleciam iniciativas entre gerações, orientadas para prestar novas soluções para as necessidades da comunidade.
Os materiais de aprendizagem desenvolvidos dentro do projeto centraram-
se na aprendizagem entre gerações: diferentes grupos etários aprendendo juntos ou uns com os outros em diferentes cenários.
O seu objetivo central é estimular a criação, aprendizagem e realização de aprendizagem e de equipas intergeracionais (isto é, equipas de jovens e
seniores) trabalhando em projetos de melhoria da comunidade (inovação sociais).
O inovador curso de formação entre gerações do ComeON! também oferece
uma excitante oportunidade de aprender e experienciar como os meios
físicos e virtuais se podem misturar para criar novas formas de promover a inovação social ao nível da comunidade.
A primeira parte do curso, “Idealização e Conceção de Projeto” (da
unidade 0 à 4), é composto por atividades de aprendizagem e jogos orientados para a socialização, discussão, reflexão, construção de equipas
e trabalho em equipa. O primeiro desafio do curso da ComeON! é a criação de equipas intergeracionais de voluntários jovens e seniores.
A segunda parte do curso, “Implementação de Projeto”, centra-se na
implementação de projetos de inovação social dentro da comunidade (por exemplo escola, vizinhança, espaços urbanos/parques, etc.). A cooperação
e troca de experiências entre jovens e seniores irá certamente enriquecer a qualidade dos projetos visto que se juntam diferentes perspetivas e
experiências para os mesmos problemas. O objetivo principal é melhorar as
comunidades locais com micro projetos que serão desenvolvidos não só fisicamente, mas, também, virtualmente.
Mais informação em http://www.comeon-project.eu/
18 | Igualdade de Género
9. ESTUDO DE CASO “ALCE”
Uma experiência sobre o diálogo intercultural…
O projeto "ALCE - Appetite for learning comes with eating” responde às
necessidades de combater a discriminação de género através do processo de aprendizagem que ajuda as mulheres a
consciencializarem-se das suas competências. A escolha de troca de
tradições culinárias encorajou as mulheres a olhar para o seu papel de mãe e esposa de uma forma diferente da tradicional; cozinhar não
é somente um dever que é dirigido frequentemente às mulheres, mas uma competência concreta em si mesmo e uma forma de empreendedorismo.
As atividades chave no projeto foram:
1) Transmissão de Conhecimentos
A transmissão de conhecimentos é considerada ser uma atividade em que o conhecimento é partilhado entre amigos, conhecidos, e membros da
família, comunidade ou organização. Frequentemente consiste na transmissão oral que acontece em contextos informais. Esta atividade
responde à necessidade do projeto ALCE de salvaguardar as tradições culinárias e métodos curativos e património de comunidades nativas e
migrantes.
Estimulou os participantes a partilhar o seu conhecimento acerca da cozinha tradicional, remédios naturais e estórias pessoais relacionadas com a
família, eventos da infância e outras estórias importantes. Desta forma tiveram uma oportunidade de partilhar, ouvir e discutir acerca do
património intangível e aprender acerca de outras culturas e tradições.
2) Idealização do Livro
Os participantes de cada país parceiro contribuíram ativamente para a idealização e criação de um livro de recolha de receitas e curas naturais.
Foi requerido aos participantes para contribuir o mais possível na recolha de receitas e remédios curativos, na conceção e pesquisa relacionada com
o livro e durante este processo criativo efetuaram trocas sobre o assunto com outros participantes do projeto.
Mais informação em http://www.appetiteforlearning.eu/
19 | Igualdade de Género
10. WEBLIOGRAFIA
• http://ec.europa.eu/justice/gender-equality/
• http://ec.europa.eu/justice/gender-equality/files/annual_reports/2016_annual_report_2015_web_en.pdf
• http://ec.europa.eu/justice/gender-equality/files/active_ageing_final_report_en.pdf
• http://eige.europa.eu/rdc/eige-publications/gender-equality-index-
2015-measuring-gender-equality-european-union-2005-2012-report • http://wikieducator.org/Gender_issues_in_education
• http://www.coe.int/t/dg4/intercultural/concept_EN.asp • http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001847/184755e.pdf
• http://pjp-eu.coe.int/en/web/youth-partnership/t-kit-4-intercultural-learning?inheritRedirect=true
• http://www.skillsyouneed.com/ips/conflict-resolution.html • http://www.mediate.com/articles/birkhoff.cfm
• http://www.wfm.noaa.gov/workplace/ConflictResolution_Handout_3.pdf • http://www.un.org/esa/socdev/egms/docs/2009/Ghana/inclusive-
society.pdf • http://www.ncset.org/publications/researchtopractice/NCSETResearchB
rief_4.1.pdf • http://www.bcca.coop/sites/bcca.coop/files/u2/02_Games.pdf
• http://www.appetiteforlearning.eu/
• http://www.comeon-project.eu/
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