View
217
Download
0
Category
Preview:
DESCRIPTION
Queremos convidá-lo a conhecer a nossa programação e, depois, ficamos à sua espera.
Citation preview
COMPANHIANACIONALDE BAILADO—2015/2016
A FUNDAÇÃO EDP
É MECENAS PRINCIPAL DA COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO
E MECENAS EXCLUSIVO DA DIGRESSÃO NACIONAL
¯¯¯ Adília Lopes,
¯¯¯ in Apanhar ar, 2010.
¯¯¯ Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
À noite
com a iluminação pública
as sombras dos choupos
nas cortinas das janelas
da minha sala
AGRADECIMENTO À FUNDAÇÃO EDP
¯¯¯ Adília Lopes,
¯¯¯ in Manhã, 2015.
A Fiama escreveu Setembros, título que eu
acho muito bonito. Um mês no plural para tí-
tulo de livro de poesia só funciona com Setem-
bro. Janeiros, Fevereiros, Marços, Abris, Maios,
Junhos, Julhos, Agostos, Outubros, Novembros,
Dezembros não funciona. Não sou capaz de ex-
plicar porquê. Mas é assim.
13/4/14
A poesia de Adília Lopes apanha-nos desprevenidos.
A nossa reação, como se fosse uma coreografia espontânea, entreabre-nos os lábios, descai-nos o queixo, arregala-nos os olhos e crispa-nos o corpo, deixando-o em irremediável alerta total. É essa estupefação, por mais fugaz e imprevisível que seja, que qualquer artista ambiciona provocar no seu leitor, no seu ouvinte, no seu público. É, igualmente, pela promessa da sua existência que um bailarino está disposto a trabalhar o corpo até conseguir, talvez, virá-lo do avesso.
Os poemas de Adília foram uma verdadeira inspiração parao programa que agora apresentamos. Tal como ela, quisemos desfraldar uma bandeira à vida de todos os dias, às nossas rotinas próprias da Dança que serão, porventura, tão obsessivas quantoa sua obra. Escrever/ um poema/ lutar com o Anjo¹. Longe do nonsense – classificação que tantas vezes lhe vimos aplicada – é pelo contrário na clareza dos seus significados que olhamos, descaradamente, para a fragilidade da natureza humana, mas também para o que ela tem de corajoso. Adília não escreve com formalismos poéticos previsíveis mas, com desconcertante sabedoria, inventa associações, descreve trivialidades, relata sentimentos que, afinal, não são o que parecem e que, por isso mesmo, acabam por sê-lo outra vez. A poesia de Adília Lopes parece embalar-nos num vaivém para depois, com grande estrondo, nos deixar cair. Para nos fazer entender. É através da leveza da sua ironia, por vezes trágica, irreverente mas sempre lúcida, que ela nos transforma o “Paraíso num Inferno”² .Para nos obrigar a sentir.
Falar sobre dança ou poesia, neste caso é indiferente: o abraço é muito parecido.
Queremos convidá-lo a conhecer a nossa programação e, depois, ficamos à sua espera.
CNB2015/2016¯¯¯ Luísa Taveira,
¯¯¯ Diretora Artística
¯¯¯ maio 2015
¯
¹ Adília Lopes, in Versos verdes, 1999. Dobra – Poesia Reunida 1983-2014² Adília Lopes, in Irmã barata, irmã batata, 2000. Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
01
COMPANHIANACIONALDE BAILADO—2015/2016
NOVEMBRO 2015DOM 08 11H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO II – SESSÃO TEÓRICA 1
QUA 11 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Morceau de Bravoure
QUI 12 21H MORCEAU DE BRAVOURE
SEX 13 21H MORCEAU DE BRAVOURE
SAB 1419H A POESIA DE CADA DIA NOS DAI HOJE
21H MORCEAU DE BRAVOURE
DOM 1511H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO II – SESSÃO TEÓRICA 2
16H MORCEAU DE BRAVOURE
QUA 1811H – 13H DE QUE É QUE TENS MEDO?
15H MORCEAU DE BRAVOURE Espetáculo para Escolas
QUI 1916H – 18H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO II – ENSAIO
21H MORCEAU DE BRAVOURE
SEX 20 21H MORCEAU DE BRAVOURE
SAB 21 21H MORCEAU DE BRAVOURE
DOM 2211H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO II – SESSÃO TEÓRICA 3
16H MORCEAU DE BRAVOURE
QUA 25 14H – 170PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA A Bela AdormecidaTeatro Nacional de São Carlos
QUI 26 14H – 17HPROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA A Bela AdormecidaTeatro Nacional de São Carlos
SEX 27 14H – 17HPROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA A Bela AdormecidaTeatro Nacional de São Carlos
DOM 29 11H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO II – SESSÃO TEÓRICA 4
DEZEMBRO 2015QUA 02 21H
ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO A Bela AdormecidaTeatro Nacional de São Carlos
QUI 03 21H A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
SEX 04 21H
HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO II – ESPETÁCULOTeatro Nacional de São Carlos
A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
SAB 0519H
A POESIA DE CADA DIA NOS DAI HOJETeatro Nacional de São Carlos
21H A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
DOM 06 16H A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
QUA 09 15HA BELA ADORMECIDA Espetáculo para EscolasTeatro Nacional de São Carlos
QUI 10 21HA BELA ADORMECIDA Espetáculo EDPTeatro Nacional de São Carlos
SEX 11 21H A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
SAB 12 21H A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
DOM 13 16H A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
QUA 16 15HA BELA ADORMECIDA Espetáculo para EscolasTeatro Nacional de São Carlos
QUI 17 21H A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
SEX 18 21H A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
SAB 19 21H A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
DOM 20 16H A BELA ADORMECIDA Teatro Nacional de São Carlos
TER 29 21H30 PEDRO E INÊS Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada
QUA 30 21H30 PEDRO E INÊS Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada
SETEMBRO 2015QUA 23 14H – 17H
PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Pedro e Inês Sede CNB
QUI 24 14H – 17HPROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Pedro e Inês Sede CNB
SEX 25 14H – 17HPROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Pedro e InêsSede CNB
OUTUBRO 2015QUA 07 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Pedro e Inês
QUI 08 21H PEDRO E INÊS
SEX 09 21H PEDRO E INÊS
SAB 1019H A POESIA DE CADA DIA NOS DAI HOJE
21H PEDRO E INÊS
DOM 1111H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO I – SESSÃO TEÓRICA 1
16H PEDRO E INÊS
QUA 1411H – 13H DE QUE É QUE TENS MEDO?
15H PEDRO E INÊS Espetáculo para Escolas
QUI 1516H – 18H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO I – ENSAIO
21H PEDRO E INÊS
SEX 16 21H PEDRO E INÊS
SAB 17 21H PEDRO E INÊS
DOM 1811H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO I – SESSÃO TEÓRICA 2
16H PEDRO E INÊS
QUA 21 14H – 17H PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Morceau de Bravoure
QUI 22 21HHISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO I – ESPETÁCULO
PEDRO E INÊS
SEX 23 21H PEDRO E INÊS
SAB 24 21H PEDRO E INÊS
TER 27 14H – 17H PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Morceau de Bravoure
QUA 28 14H – 17H PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Morceau de Bravoure
SEX 30
PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA LídiaTeatro Viriato, Viseu
21H30 LÍDIA Teatro Viriato, Viseu
SAB 31
PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA LídiaTeatro Viriato, Viseu
21H30 LÍDIA Teatro Viriato, Viseu
03
MARÇO 2016QUA 16 19H30 ORFEU E EURÍDICE Staatstheater Darmstadt
QUI 17 19H30 ORFEU E EURÍDICE Staatstheater Darmstadt
DOM 20 20H ORFEU E EURÍDICE Forum am Schlosspark Ludwigsburg
QUA 23 19H30 ORFEU E EURÍDICE Theater der Bundesstadt, Bonn
QUI 24 19H30 ORFEU E EURÍDICE Theater der Bundesstadt, Bonn
ABRIL 2016SAB 02 16H – 19H TARDE, ADÍLIA LOPES
DOM 03 11H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO IV – SESSÃO TEÓRICA 1
DOM 10 11H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO IV – SESSÃO TEÓRICA 2
TER 12 14H – 17H PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Romeu e Julieta
QUA 13 16H – 18H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO IV – ENSAIO
QUI 14 14H – 17H PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Romeu e Julieta
SEX 15 14H – 17H PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Romeu e Julieta
DOM 17 11H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO IV – SESSÃO TEÓRICA 3
QUI 28 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Romeu e Julieta
SEX 29 21H ROMEU E JULIETA Dia Mundial da Dança
SAB 3019H A POESIA DE CADA DIA NOS DAI HOJE
21H ROMEU E JULIETA
MAIO 2016
QUI 0511H – 13H DE QUE É QUE TENS MEDO?
15H ROMEU E JULIETA Espetáculo para Escolas
SEX 06 21HHISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO IV – ESPETÁCULO
ROMEU E JULIETA
SAB 07 21H ROMEU E JULIETA
DOM 08 16H ROMEU E JULIETA
SEX 13 21H ROMEU E JULIETA
SAB 1419H A POESIA DE CADA DIA NOS DAI HOJE
21H ROMEU E JULIETA
DOM 15 16H ROMEU E JULIETA
QUA 18 14H – 17H PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Carnaval
QUI 19 14H – 17H PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Carnaval
SEX 20 14H – 17H PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Carnaval
JANEIRO 2016QUI 14 21H PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO
SEX 15 21H PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO
SAB 1619H A POESIA DE CADA DIA NOS DAI HOJE
21H PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO
DOM 1711H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO III – SESSÃO TEÓRICA 1
16H PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO
TER 19 16H – 18HHISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO III – ENSAIOSede CNB
QUA 2014H – 17H
PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Programa ReportórioSede CNB
15H PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO Espetáculo para Escolas
QUI 2114H – 17H
PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Programa ReportórioSede CNB
21H PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO
SEX 2214H – 17H
PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Programa ReportórioSede CNB
21H PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO
SAB 23 21H PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO
DOM 2411H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO III – SESSÃO TEÓRICA 2
16H PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO
QUI 28PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Programa ReportórioTeatro Municipal do Porto, Rivoli
SEX 29
PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA Programa ReportórioTeatro Municipal do Porto, Rivoli
21H30 PROGRAMA REPORTÓRIO Teatro Municipal do Porto, Rivoli
SAB 30 21H30 PROGRAMA REPORTÓRIO Teatro Municipal do Porto, Rivoli
DOM 31
11H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO III – SESSÃO TEÓRICA 3
17HPROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIOTeatro Municipal do Porto, Rivoli
FEVEREIRO 2016QUI 04 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Programa Reportório
SEX 05 21H PROGRAMA REPORTÓRIO
SAB 06 21H PROGRAMA REPORTÓRIO
DOM 0711H – 13H HISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO III – SESSÃO TEÓRICA 4
16H PROGRAMA REPORTÓRIO
SEX 12 21HHISTÓRIA DA DANÇA – MÓDULO III – ESPETÁCULO
PROGRAMA REPORTÓRIO
SAB 1319H A POESIA DE CADA DIA NOS DAI HOJE
21H PROGRAMA REPORTÓRIO
QUI 1811H – 13H DE QUE É QUE TENS MEDO?
15H PROGRAMA REPORTÓRIO Espetáculo para Escolas
SEX 19 21H PROGRAMA REPORTÓRIO
SAB 20 21H PROGRAMA REPORTÓRIO
JUNHO 2016QUA 15 21H ENSAIO GERAL SOLIDÁRIO Carnaval
QUI 16 21H CARNAVAL
SEX 17 21H CARNAVAL
SAB 1819H A POESIA DE CADA DIA NOS DAI HOJE
21H CARNAVAL
DOM 19 16H CARNAVAL
QUA 22 15H CARNAVAL Espetáculo para Escolas
QUI 23 21H CARNAVAL
SEX 24 21H CARNAVAL
SAB 25 21H CARNAVAL
DOM 26 16H CARNAVAL
JULHO 2016
SEX 01
PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA CarnavalTeatro Municipal do Porto, Rivoli
21H30 CARNAVAL Teatro Municipal do Porto, Rivoli
21H ESCOLA DE DANÇA DO CONSERVATÓRIO NACIONAL
SAB 02
PROJETOS DE APROXIMAÇÃO À DANÇA CarnavalTeatro Municipal do Porto, Rivoli
21H30 CARNAVAL Teatro Municipal do Porto, Rivoli
16H/21H ESCOLA DE DANÇA DO CONSERVATÓRIO NACIONAL
DOM 03 16H ESCOLA DE DANÇA DO CONSERVATÓRIO NACIONAL
QUI 14 21HROMEU E JULIETA Festival ShakespeareTeatro Nacional D.Maria II
SEX 15 21HROMEU E JULIETA Festival ShakespeareTeatro Nacional D.Maria II
SAB 16 21HROMEU E JULIETA Festival ShakespeareTeatro Nacional D.Maria II
DOM 17 16HROMEU E JULIETA Festival ShakespeareTeatro Nacional D.Maria II
QUA 20 21HROMEU E JULIETA Festival ShakespeareTeatro Nacional D.Maria II
QUI 21 21HROMEU E JULIETA Festival ShakespeareTeatro Nacional D.Maria II
SEX 22 21HROMEU E JULIETA Festival ShakespeareTeatro Nacional D.Maria II
SAB 23 21HROMEU E JULIETA Festival ShakespeareTeatro Nacional D.Maria II
QUI 28 22H FESTIVAL AO LARGOLargo do Teatro Nacional de São Carlos
SEX 29 22H FESTIVAL AO LARGOLargo do Teatro Nacional de São Carlos
SAB 30 22H FESTIVAL AO LARGOLargo do Teatro Nacional de São Carlos
05
OLGA RORIZ
TEATRO CAMÕES,LISBOA
OUTUBROdias 8, 9, 10, 15, 16,17, 22, 23 e 24 às 21hdias 11 e 18 às 16h
ESCOLAS14 de outubro às 15h
ENSAIO GERALSOLIDÁRIO7 de outubro às 21h
PROJETOS DEAPROXIMAÇÃOÀ DANÇA (PAD) 23, 24 e 25 de setembro das 14h às 17h(Sede CNB)
PEDROE INÊS
8 OUT — 24 OUT29 DEZ — 30 DEZ
¯¯¯ Adília Lopes,Objectos, in Manhã, 2015.
Tenho um bibelot que é uma senhora de loiça,
de vestido comprido armado cor-de-rosa, a pe-
gar nas pontas dos dedos nas saias do vestido
para começar a dansar, para cumprimentar, mesu-
ras antigas. É uma caixa, abre-se pela cintura e
encaixa. A cabeça da senhora partiu-se. Não
quero colar. Meti a cabeça na caixa. Agora a se-
nhora tem a cabeça dentro da barriga.
10/8/14
TEATRO MUNICIPALJOAQUIM BENITE,ALMADA
DEZEMBROdias 29 e 30 às 21h30
O bailado Pedro e Inês, de Olga Roriz, foi estreado pela Companhia há 12 anos. Depois de várias tentativas coreográficas protagonizadas por Almada Negreiros, António Ferro/Francis Graça e Os Bailados Verde Gaio e pela própria CNB, no seu segundo ano de existência, o tema é recorrente mas sobretudo apetecível, pois junta à fórmula amorosa shakespereana, já por si vencedora, todo uma exaltação do dever em defesa da pátria que, aliás, calçou como uma luva nalgumas ideologias. Sem esquecermos a importante dimensão poética que, ao longo dos tempos, se lhe foi acrescentando, diríamos que este é um guião perfeito. Mas uma boa história nem sempre se concretiza favoravelmente como, de facto, aconteceu com todas as anteriores versões coreográficas. Foi Olga Roriz e a equipa de criativos que com ela colaboraram que lhe souberam dar a presença e a dimensão universal de um clássico. Razão suficiente para, agora, não deixarmos esta linda Inês posta em sossego por mais tempo.
Olga Roriz’s Pedro e Inês was premiered 12 years ago by CNB. After several choreographic attempts led by Almada Negreiros, António Ferro/Francis Graça and Os Bailados Verde Gaio and by CNB itself in its second year of existence, the theme is recurring and specially appealing once it adds to the Shakespearian love equation – an all-time winner – an exaltation of duty in defense of the homeland which, incidentally, fitted like a glove in some ideologies.Without disregarding the important poetic dimension that has been added throughout the ages, one would say this is a perfect storyline. But a good story doesn’t always unfolds auspiciously as it was the case of all former choreographic versions. Only Olga Roriz and her creative team succeeded in bringing alive the universal dimension of a classic. A good reason to draw this fair Inês from her ‘soft retreat’ and make her dance again.
Olga Roriz, natural de Viana do Castelo, teve como
formação artística na área da Dança o curso da Escola
de Dança do Teatro Nacional de São Carlos, com Ana
Ivanova, e o curso da Escola de Dança do Conservatório
Nacional de Lisboa. Em 1976 ingressou no elenco do
Ballet Gulbenkian, sob a direção de Jorge Salavisa,
permanecendo até 1992, tendo sido primeira bailarina
e coreógrafa principal. Em maio de 1992 assumiu
a direção artística da Companhia de Dança de Lisboa.
Em fevereiro de 1995 fundou a Companhia Olga Roriz,
da qual é diretora e coreógrafa. O seu reportório na
área da dança, teatro e vídeo é constituído por mais
de 90 obras, onde se destacam as peças Treze
Gestos de um Corpo, Isolda, Casta Diva, Pedro e Inês,
Paraíso, Electra, Nortada e A Sagração da Primavera.
Criou e remontou peças para um vasto número de
companhias nacionais e estrangeiras entre elas
o Ballet Gulbenkian e Companhia Nacional de Bailado
(Portugal), Balé Teatro Guaíra (Brasil), Ballets de Monte
Carlo (Mónaco), Ballet Nacional de Espanha, English
National Ballet (Reino Unido), American Reportory
Ballet (E.U.A.), Maggio Danza e Alla Scala (Itália).
Olga Rorizcoreografia, dramaturgiae seleção musical
João Mendes Ribeirocenografia
Mariana Sá Nogueirafigurinos
Cristina Piedadedesenho de luz
Artistas da Companhia Nacional de Bailadointerpretação
seleção musicalLTJ Buken, Journey Inwards, “Point of View”;Arvo Pärt, Tabula Rasa, “Cantata in Memory of Benjamin Britten”;Kronos Quartet e Istvan Marta, Black Angels, “Doom. A Sigh”;Blixa Bargeld, Commissioned Music, “Blackout Music”;Philip Glass, The Secret Agent, “Secret Agent”e “Roast Beef”;John Zorn, Naked City, “The noose” e “Gob of Spit”;John Zorn, Film Works VIII, “Sangre” e “Engano”;Einstürzende NeubautenArvo Pärt, Tabula Rasa (excertos)
Estreia absoluta
Lisboa, Teatro Camões,
Companhia Nacional de Bailado,
4 de julho de 2003
Internacionalmente os seus trabalhos foram
apresentados nas principais capitais europeias,
assim como nos E.U.A., Brasil, Japão, Egito, Cabo
Verde, Senegal e Tailândia. Tem um vasto percurso
de criação de movimento para o teatro e ópera.
Na área do cinema realizou três filmes, Felicitações
Madame, A Sesta e Interiores. Várias das suas obras
estão editadas em DVD pela produtora Real Ficção,
realizadas por Rui Simões. Uma extensa biografia
sobre a sua vida e obra foi editada em 2006, pela
Assírio&Alvim, com texto de Mónica Guerreiro. Desde
1982 Olga Roriz tem sido distinguida com relevantes
prémios nacionais e estrangeiros. Entre eles destacam-
-se o 1º Prémio do Concurso de Dança de Osaka-Japão
(1988), Prémio da melhor coreografia da revista
londrina Time-Out (1993), Prémio Almada (2004),
Condecoração com a insígnia da Ordem do Infante
D. Henrique – Grande Oficial pelo Presidente
da República (2004), Grande Prémio da Sociedade
Portuguesa de Autores e Millenniumbcp (2008),
Prémio da Latinidade (2012).
07
12 NOV — 22 NOV
MORCEAUDE BRAVOURE
CÃO SOLTEIRO E ANDRÉ GODINHORUI LOPES GRAÇA
TEATRO CAMÕES,LISBOA
NOVEMBROdias 12, 13, 14, 19,20 e 21 às 21hdias 15 e 22 às 16h
ESCOLAS18 de novembro às 15h
ENSAIO GERALSOLIDÁRIO11 de novembro às 21h
PROJETOS DEAPROXIMAÇÃOÀ DANÇA (PAD) 21, 27 e 28 de outubrodas 14h às 17h(Teatro Camões)
Um avião
um cão
¯¯¯ Adília Lopes,Duas da tarde, in Manhã, 2015.
Morceau de Bravoure – termo que designa
no vocabulário da dança clássica um momento
específico de execução virtuosa, equivalente em
teatro à TIRADA, interpretação exímia de uma
parte especifica do texto. Ambos provocam o
irromper súbito de palmas.
Morceau de Bravoure – term that in classic
dance defines a specific moment of virtuosity
which can be compared in a play to the ‘tirade’,
so to say, the superlative interpretation of
a given passage of the text. Both arouse a
sudden round of applause.
EM ASSOCIAÇÃO COM A COMPANHIA DE TEATRO CÃO SOLTEIROESTREIA MUNDIAL
As palmas, o aplauso, a convenção. A relação do público com o espetáculo, com um intérprete em particular. A técnica, o virtuosismo. A admiração, o agradecimento. Isolar os agradecimentos, tratá-los como uma coreografia – a coreografia da última cena – cena que é transversal a todas as artes de palco e é sempre não verbal, são os pontos de partida para um espetáculo com bailarinos, atores e a equipa da CNB e Cão Solteiro.
A companhia de teatro Cão Solteiro, formada em 1997, tem vindo a desenvolver, de uma forma propositadamente provocatória, uma linguagem cénica que confronta e disseca diferentes disciplinas artísticas, nomeadamente Teatro, Artes Plásticas, Fotografia, Literatura, Ópera e Cinema. Mais do que nos colocarmos na fronteira entre disciplinas, interessa-nos a importação de elementos que são exteriores ao Teatro e a sua redefinição dentro dos limites da construção do espetáculo.Associarmo-nos, neste momento, a uma companhia com a dimensão e o prestígio da CNB é um desafio lançado pela sua diretora artística Luísa Taveira, que encaramos com o maior entusiasmo pela diversidade de novas possibilidades artísticas que desde logo abre.
Cão Solteiro — maio 2015
Clapping, applause, convention. The relationship between audience and performance, the relationship with a character in particular. Technique, virtuosity. Admiration, gratitude.Isolate the applause, treat it as if a choreography – choreography of the last scene, a cross-cutting scene in every performing arts and always non-verbal – are the starting points for a performance with dancers, actors, CNB team and Cão Solteiro. Cão Solteiro Theatre Company was created in 1997 and has been developing in a deliberately provocative way a scenic language that confronts and deconstructs several artistic disciplines, namely Opera, Theatre, Literature, Cinema, Photography and Visual Arts. More than put ourselves on the border of disciplines, what interests us is the introduction of elements external to theatre and their redefinition within the boundaries of the construction of the performance.To associate ourselves at this moment with a company with the dimension and prestige such as CNB it is a challenge made by Luísa Taveira, its artistic director, that we embrace with utmost enthusiasm due to the range of new possibilities that this challenge opens up.
Cão Solteiro — may 2015
Cão Solteirocriação e direçãocom a colaboração deAndré Godinho
Rui Lopes Graçacoreografia
Mariana Sá Nogueirafigurinos
Vasco Araújocenografia
Daniel Worm d’Assumpçãodesenho de luz
Nuno Fonsecasonoplastia
Francisco Ferreiraadaptação musical
Joana Dilãofotografia de cena (Cão Solteiro)
Artistas da Companhia Nacional de Bailadoe os atores Cecília Henriques, Patrícia Silva e Paulo Lagesinterpretação
CNB / Cão Solteiroprodução
Cão Solteiro é uma plataforma de artistas com
diferentes práticas que desenvolve projetos de teatro,
em Lisboa, desde 1997. Estabeleceu-se ao longo
deste tempo um processo de trabalho fortemente
suportado pela construção de imagens, ao qual é
inerente o cruzamento de linguagens, e a transferência
de códigos entre disciplinas artísticas. Por este meio,
continua a questionar-se a pertinência formal do teatro,
a testar a resistência das suas regras estruturais,
focando o processo de construção, e os meios pelos
quais a comunicação, neste contexto, se estabelece,
usando como ferramentas a deslocação de elementos
formais e de sentido, a sua má colocação propositada,
entradas absurdas, o erro e a pura mentira.
André Godinho, realizador de cinema e de vídeo
para teatro, nasceu em Lisboa em 1979. Estudou
Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema e
fez o Curso de Documentários Les Ateliers Varan,
na Fundação Calouste Gulbenkian. Tem realizado
sobretudo documentários e curtas metragens de ficção
ou experimentais. Realiza vídeos integrados
em espetáculos de teatro, dança, música e ópera.
Trabalha regularmente com as companhias Teatro
Praga e Cão Solteiro, com que colabora não só como
realizador, mas também como cocriador e ator.
Rui Lopes Graça, natural de Torres Novas, formou-se
em dança como bolseiro da Escola do Ballet Gulbenkian
e do Centro de Formação Profissional da Companhia
Nacional de Bailado. Em 1985, ingressou no elenco
desta companhia e tornou-se bailarino solista em 1996.
Desde 1996, tem coreografado para a Companhia
Nacional de Bailado, Ballet da Ópera de Estrasburgo,
Companhia Nacional de Canto e Dança de
Moçambique, Companhia de Dança Contemporânea
de Angola e Companhia Rui Lopes Graça, entre outras.
Para além da sua atividade como coreógrafo,
é convidado regularmente a lecionar na Escola Superior
de Dança e na Universidade de Stavanger, na Noruega.
Ainda no decorrer de 2015 terá novas criações na
Companhia Dançando com a Diferença e Ballet da
Ópera de Estrasburgo. Foi distinguido com o Prémio
Sociedade Portuguesa de Autores, melhor coreografia
de 2012, com Perda Preciosa para a Companhia Nacional
de Bailado, em parceria com André e. Teodósio.
09
A BELAADORMECIDATED BRANDSEN
TEATRO NACIONALDE SÃO CARLOS,LISBOA
DEZEMBROdias 3, 4, 5, 11, 12,17, 18 e 19 às 21hdias 6, 13 e 20 às 16h
ESCOLAS9 e 16 de dezembroàs 15h
ENSAIO GERALSOLIDÁRIO2 de dezembro às 21h
PROJETOS DEAPROXIMAÇÃOÀ DANÇA (PAD) 25, 26 e 27 de novembro das 14h às 17h(Teatro Nacional deSão Carlos)
ESPETÁCULO EDP10 de dezembro às 21h
3 DEZ — 20 DEZ
Ou a história não era bem assim?
a história não era bem assim
¯¯¯ Adília Lopes,in Maria Cristina Martins, 1992.Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
Pela sua natureza intrínseca, é no bailado clássico que as fadas e seus sortilégios encontram terreno propício para sobreviverem no nosso imaginário, seja ele adulto ou infantil. O elemento fantasia dos contos é transportado para o bailado, no qual é reforçado por ações físicas e por uma gestualidade etérea dos bailarinos que imprime à narrativa teatral uma noção de imponderabilidade e magia que parece desafiar a gravidade. Por que persistimos então em nos sentir atraídos pelo mundo irreal desses contos e bailados? Muito simples. Porque não foram escritos ou dançados por fadas, mas sim por seres de carne e osso como todos nós.
Rui Esteves — fevereiro 2012
For its inherent nature, it is in classic dance that fairies and their spells find the breeding ground to survive in our imaginary world, be it adult or children. The fantasy element of the tale is transferred to the dance where it is strengthened by physical actions and ethereal gestures of the dancers thus stamping the theatrical narrative with a suggestion of magic and weightlessness which seems to defy gravity. Why do we insist then being attracted by the illusionary world of these tales and dances? It is quite simple. Because they were not written or danced by fairies, but by creatures of flesh and blood just like us.
Rui Esteves — february 2012
Marius Petipacoreografia
Ted Brandsenversão e coreografia adicional
Piotr IllitchTchaikovskimúsica
Charles Perraultargumento segundo
António Lagartocenografia e figurinos
Paulo Graçadesenho de luz
Artistas da Companhia Nacional de Bailadointerpretação
Marcelino Sambéartista convidadoRoyal Ballet, Covent Garden (dias 17, 18, 19e 20 de dezembro)
Orquestra SinfónicaPortuguesa
Pedro Carneirodireção musical
Estreia absoluta
(versão Marius Petipa)
São Petersburgo, Teatro Mariinski,
15 de janeiro de 1890
Estreia absoluta
(versão CNB)
Porto, Rivoli Teatro Municipal,
11 de março de 1998
11
Ted Brandsen nasceu em 1959, na Holanda. Foi
bailarino no Ballet Nacional da Holanda entre 1981
e 1991, onde deu os primeiros passos como coreógrafo
ao participar no atelier coreográfico anual. Nos anos
seguintes criou para várias companhias na Holanda.
Em 1991 terminou a carreira de bailarino para se
concentrar na composição coreográfica. O seu primeiro
trabalho desta nova fase, criado para o Ballet Nacional
da Holanda, foi Four Sections distinguido em 1992,
com o prémio Perspectiefprijs, de incentivo para
jovens artistas. Seguiram-se as criações Crossing the
Border em 1993, Blue Field e Bach Moves em 1995,
para a mesma companhia. Atualmente são várias as
coreografias de Brandsen que integram o reportório
de companhias como o Ballet Estatal de Istambul,
Ballet-Teatro de Bordeaux, Ballet de Israel, Donau
Ballet, American Ballet West, Ballets de Monte-Carlo
e as holandesas Introdans e Djazzex. Brandsen tem
igualmente recebido encomendas para criações por
parte da Fundação Holandesa para as Artes, CaDanse
Festival em Haia, Festival Holandês de Dança e NOS
Television. Em 1998 Brandsen foi nomeado diretor
artístico do West Australian Ballet, em Perth. Criou
várias peças para esta companhia, nomeadamente
Carmen em 2000 e Pulcinella em 2001. Brandsen revela
grande aptidão no seu trabalho coreográfico.
O estilo que adota contém traços de um passado
clássico que se desenvolve numa linguagem gestual
lírica e atual. Em janeiro de 2002, Brandsen volta
ao Ballet Nacional da Holanda, originalmente como
assistente de direção e coreógrafo residente.
O primeiro trabalho a ser criado após o seu regresso,
Light Journey, foi estreado em setembro de 2002.
No início da temporada 2003/04, Brandsen sucedeu
a Wayne Eagling na direção artística, mantendo,
contudo, a sua atividade como coreógrafo. Desde então
criou Body e O Pássaro de Fogo em 2004 e Stealing
Time em 2006. No ano seguinte criou Hallelujah
Junction e em 2008 estreou a sua surpreendente
versão de Coppelia. Ainda nesse ano coreografou
In Between, integrado no programa In Space, que
envolveu a colaboração de nove coreógrafos. No ano
de 2010 Brandsen criou Duet para a Gala do Festival
de Dança da Holanda. Para a Companhia Nacional de
Bailado, Ted Brandsen remontou, em 1997, Bach Move
e, um ano mais tarde, foi responsável pela versão
e coreografia adicional de A Bela Adormecida.
Marcelino Sambé é um bailarino português, atual
primeira figura do Royal Ballet, em Londres. Realizou
a sua formação na escola desta companhia, onde
ingressou como profissional em 2012, tendo sido
promovido a Primeiro Bailarino, em 2014. Nascido em
Lisboa, estudou na Escola de Dança do Conservatório
Nacional antes de ingressar na Escola Superior
do Royal Ballet. Nas suas atuações, ainda como
estudante, destacam-se Yondering de John Neumeier
e Simple Symphony de Alastair Marriot, na
apresentação anual da escola e numa gala de verão,
em Veneza, durante 2012. Na Companhia, as suas
interpretações incluem Beggar Chief em Manon,
o Pássaro Azul em A Bela Adormecida, o pas de
trois em O Lago dos Cisnes, o pas de six em Giselle,
Sapo-Lacaio em Alice no País das Maravilhas, para
além de papéis em Aeternum, Requiem, Onegin,
O Quebra-Nozes [dança chinesa], La Valse e O Pássaro
de Fogo. Foram criados especialmente para si papéis
em Ceremony of Innocence de Kim Brandstrup,
Connectome de Alastair Marriot e Untouchable de
Hofesh Shechter.
Marcelino Sambé é, ainda, um acutilante coreógrafo
tendo sido selecionado como um dos emergentes
no Reino Unido, pela Youth Dance England, em
2012. A sua criação M’ cã cré sabi foi distinguida
com o segundo lugar da edição 2011 dos Prémios
Coreográficos Ursula Morton e fez parte da
apresentação anual da Escola do Royal Ballet, desse
ano. Em 2014 coreografou Preparations for the Last TV
Fake, para edição desse ano de Draft Works, iniciativa
com que o Royal Ballet promove a criação, por
bailarinos, de trabalhos experimentais. As distinções
de Marcelino Sambé incluem a medalha de prata
na Competição Internacional de Ballet em Moscovo,
no ano de 2008, o primeiro lugar do Grande Prémio
Americano para a Juventude, em 2009, e a medalha
de ouro e prémio especial na Competição Internacional
de Ballet dos Estados Unidos, em 2010.
A BELA ADORMECIDA
—2016
13
PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO
PORTRAIT SERIES: I MIGUELNO ESCURO DO CINEMA DESCALÇOOS SAPATOS
FAUSTIN LINYEKULA CLÁUDIA VAREJÃO
TEATRO CAMÕES,LISBOA
JANEIROdias 14, 15, 16, 21, 22,23 às 21hdias 17 e 24 às 16h
ESCOLAS20 de janeiro às 15h
14 JAN — 24 JAN31 JAN
Na missa, uma velhota a cantar a ladainha a
Nossa Senhora em vez de cantar stella matutina
cantava estrela na cortina. Acho isto lindo.
17/08/14
¯¯¯ Adília Lopes,Estrelas, in Manhã, 2015.
ESTREIA MUNDIAL
TEATRO MUNICIPALDO PORTO, RIVOLI
JANEIROdia 31 às 17h
A realizadora Cláudia Varejão e a sua assistente de som Adriana Bolito acompanharam-nos durante doze meses, recolhendo as imagens que fazem parte do documentário sobre a CNB e que aqui se apresenta. Agachadas, invisíveis num canto escuro do palco, dos estúdios ou dos camarins, de certeza que nos apanharam a todos descalços, fosse no nosso quotidiano simples e rotineiro dos ensaios ou no mais emocional e frágil dos espetáculos. Dançar, mais do que uma profissão, é um modo de vida e o título do filme, um poema de Adília Lopes, remete-nos para a vulnerabilidade dessas vidas. Será destas imagens, guiadas por artistas e por todos que connosco trabalham que, seguramente, também rezará a história das quase quatro décadas da Companhia.
Mas o início deste programa vem de Kinsangani e reflete sobre a responsabilidade artística. Como ser artista é (ou deve ser), sobretudo, uma questão de cidadania. Trata-se de um solo para o nosso bailarino Miguel Ramalho, criado pelo coreógrafo congolês Faustin Linyekula – Artista na Cidade, 2016.
Cláudia Varejão, film director, and Adriana Bolito, her sound engineer, have accompanied us for twelve months to capture images for the documentary on CNB now here presented.Crouched and invisible in a dark corner of the stage, studios or dressing-rooms they will surely caught us all bare feet during our daily rehearsal routine or in the more emotional or fragile of performances. More than a profession, to dance is a way of life and the title of a film – inspired on a poem by Adília Lopes –, remits us to the vulnerability of those lives. These images, guided by artists and by those who work with us, will surely tell us the story of almost four decades of our Company.
But the beginning of this program comes from Kinsagani and broods over the artistic responsibility. To be an artist (or how one should be) is, first and foremost, a matter of citizenship. Congolese choreographer Faustin Linyekula (Artist of the City, Lisbon 2016) will create this solo for our dancer Miguel Ramalho.
PORTRAIT SERIES:I MIGUELSOLO
Faustin Linyekulacoreografia e direção
Pedro Carneiromúsica
Thomas Walgravedesenho de luz
Miguel RamalhoPedro Carneirointerpretação
NO ESCURO DO CINEMA DESCALÇOOS SAPATOSum filme deCláudia Varejão
Cláudia Varejãofotografia e realização
Adriana Bolitosom
João Matosprodutor
Hugo Leitãomontagem e misturas
Paulo Américopós-produção de imagem
Uma encomenda da Companhia Nacional de Bailado com produção da Terratreme
No escuro/ do cinema/ descalço/
os sapatos – título do filme é um
poema de Adília Lopes, gentilmente
cedido pela autora.
Adília Lopes, in Versos verdes,
1999. Dobra – Poesia Reunida
1983-2014
A Companhia Nacional de Bailado está prestes a comemorar quatro décadas de existência. Na sua génese está a interpretação dos grandes clássicos e o acolhimento permanente de criações contemporâneas. O quotidiano é rigoroso para bailarinos, coreógrafos, músicos, ensaiadores, costureiros, técnicos de luz, som e toda uma vasta equipa que permite que a dança percorra as salas de ensaio e se alongue pelos corredores até chegar ao palco. Este filme acompanha por um lado as criações, estreias e digressões da companhia de dança mais antiga do país e por outro, o trabalho silencioso e estrutural de cada bailarino.
Cláudia Varejão — abril 2015
CNB-Companhia Nacional de Bailado is about to commemorate 40 years of existence. Its mission is to perform the great classics and to host a sustained flow of contemporary creations. Daily life is demanding for dancers, choreographers, ballet masters, wardrobe staff, light and sound technicians together with a vast team that enables dancing to happen from rehearsal rooms till it reaches the stage itself. On one side, this film follows the company’s creations, opening nights and tours of the oldest dancing Portuguese company and, on the other side, the silent and structural work of each dancer.
Cláudia Varejão — april 2015
Quem dança deve usar as pernas (curtas)
para alcançar o céu (alto).
¯¯¯ Gonçalo M. Tavares,
¯¯¯ in Livro da Dança, 2001.
15
Pedro Carneiro, considerado pela crítica internacional
um dos mais importantes percussionistas e dos mais
originais músicos da atualidade, toca, dirige, compõe
e leciona. Em 2013 foi solista com a Los Angeles
Philharmonic sob a direção de Gustavo Dudamel,
professor convidado do Zeltzman Festival, dirigiu no
Round Top Festival, no Texas, EUA e colaborou com
o realizador João Viana.
Apresenta-se regularmente como solista convidado
de algumas das mais prestigiadas orquestras
internacionais: Los Angeles Philharmonic, BBC National
Orchestra of Wales, Vienna Chamber Orchestra, sob
a direção de maestros como Gustavo Dudamel, Oliver
Knussen, John Neschling e Christian Lindberg.
É cofundador, diretor artístico e maestro titular da
Orquestra de Câmara Portuguesa (OCP), que dirigiu
no City of London Festival e da JOP (Jovem Orquestra
Portuguesa, membro da EFNYO). Apresenta-se
regularmente como solista/diretor em diversas
orquestras nacionais, como a Orquestra Gulbenkian,
Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra do Algarve
e Fundação Orquestra Estúdio, e internacionais, como
a Orquestra Sinfónica da Estónia, sendo maestro
convidado no Round Top Festival, no Texas, EUA.
Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian na
Guildhall School, em Londres, em percussão e direção
de orquestra. Seguiu os cursos de direção de Emilio
Pomàrico, na Accademia Internazionale della Musica
de Milão. Recebeu vários prémios, destacando-se o
Prémio Gulbenkian Arte 2011. Em junho de 2014 e em
Abril/Maio de 2015, dirigiu a Orquestra de Câmara
Portuguesa, na produção Giselle da Companhia
Nacional de Bailado.
Cláudia Varejão nasceu no Porto e estudou cinema
no Programa de Criatividade e Criação Artística da
Fundação Calouste Gulbenkian em parceria com
a German Film und FernsehakademieBerlin, na
Academia Internacional de Cinema de São Paulo
Brasil e fotografia na AR.CO, em Lisboa. É autora da
curta documental Falta-me/Wanting e, recentemente,
tem dedicado o seu trabalho à ficção, dando origem
à triologia de curtas metragens Fim de semana/
Weekend, Um dia Frio/Cold Day e Luz da Manhã/
Morning Light. Encontra-se em fase de pós-produção
da sua primeira longa metragem. Para além do seu
percurso como realizadora e fotógrafa, trabalha
regularmente com teatro e dança.
Miguel Ramalho, concluiu o curso de dança da Escola
de Dança do Conservatório Nacional, em julho de 2005.
Em setembro do mesmo ano integra o elenco da
Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo –
CPBC, sob a direção do coreógrafo Vasco Wellenkamp.
Na CPBC teve a oportunidade de trabalhar com os
coreógrafos Vasco Wellenkamp, Barbara Grigi, Henri
Oguike, Patrícia Henriques, Pedro Goucha, Liliana
Mendonça e Rui Lopes Graça. Em setembro de 2008
ingressa na Companhia Nacional de Bailado, como
bailarino corpo de baile, sob a direção de Vasco
Wellenkamp. Na CNB dançou praticamente todo
o seu repertório tendo-se destacado como solista
em bailados como O Quebra-Nozes de Armando Jorge,
Copélia de John Auld, Romeu e Julieta de John Cranko,
La Sylphide de Frank Andersen, Giselle de Georges
Garcia, A Bela Adormecida de Ted Brandsen, Cinderela
de Michael Corder, O Lago dos Cisnes, de Fernando
Duarte e Quebra Nozes Quebra Nozes de Fernando
Duarte e André e. Teodósio.
Paralelamente, trabalhou com os coreógrafos
Marguerite Donlon, Marco Cantalupo e Katarzyna
Gdnaniec, Paulo Ribeiro, Clara Andermatt e Cayetano
Soto. No reportório contemporâneo destaca-se
em Fauno e Será que é uma Estrela? de Vasco
Wellenkamp, Four Reasons de Edward Clug, À Flor da
Pele de Rui Lopes Graça, Noite de Ronda, A Sagração
da Primavera, Orfeu e Eurídice e Treze Gestos de um
Corpo de Olga Roriz, Grosse Fuge, Noite transfigurada e
Mozart Concert Arias de Anne Teresa De Keersmaeker
e, mais recentemente, em Minus 16 de Ohad Naharin.
Faustin Linyekula, bailarino e coreógrafo, vive
e trabalha em Kisangani, no nordeste da República
Democrática do Congo, antigo Zaire, antigo Congo
Belga, antigo estado independente do Congo…
Após estudar literatura e drama em Kisangani, viajou
para Nairobi em 1993, tendo criado quatro anos
mais tarde a companhia Gàara, a primeira de dança
contemporânea no Quénia. De regresso ao Congo,
em junho de 2001, fundou em Kinshasa os Estúdios
Kabako, um espaço dedicado à dança e teatro
visual, promovendo programas de treino e apoiando
a pesquisa e a criação. Em 2007 o referido espaço
transferiu a sua sede para Kisangani.
Memória, esquecimento e a supressão da memória;
Faustin aborda nos seus trabalhos o legado de décadas
de guerra, terror, medo e o colapso da economia para
si próprio, a sua família e os seus amigos. Faustin criou
catorze obras com os Estúdios Kabako. Entre as suas
mais recentes criações incluem-se more more more…
future, em 2009, com que realizou inúmeras digressões
pela Europa, Estados Unidos e África, Pour en finir
avec Bérénice, em 2010 e que constitui a sua versão
pessoal da obra previamente criada por Jean Racine
para La Comédie-Française, em Paris, na primavera
do ano anterior, Le Cargo, o seu primeiro solo, em 2011
e Drums and Digging, em 2013.
Entre as suas mais recentes colaborações destacam-se
um dueto com Raimung Hoghe – Sans-titre, em 2009,
e uma peça para vinte e cinco bailarinos – La Création
du monde – para o Ballet de Lorraine, em Nancy.
Como professor tem lecionado em África, na Europa,
em locais como Impulstanz, em Viena, PARTS,
em Bruxelas, ou CNDC, em Angers, e nos Estados
Unidos, na Universidade da Florida, Gainesville, ou na
Universidade do Arizona, Tempe, Darmouth College.
Em 2007 foi distinguido com o Prémio Principal do
Prince Claus Fund for Culture and Development e foi
artista associado do Koninkliijke Vlaamse Schouwburg,
em Bruxelas. No ano de 2014, Faustin Linyekula e os
Estúdios Kabako foram distinguidos com o primeiro
prémio da Fundação CurryStone, pelo trabalho
desenvolvido em Kisangani.
PROGRAMA DANÇA E DOCUMENTÁRIO
PROGRAMA REPORTÓRIO
SERENADE / GROSSE FUGEHERMAN SCHMERMAN5 TANGOS
BALANCHINEKEERSMAEKERFORSYTHEVAN MANEN
TEATRO CAMÕES,LISBOA
FEVEREIROdias 5, 6, 12, 13, 19e 20 às 21hdia 7 às 16h
ESCOLAS18 de fevereiro às 15h
ENSAIO GERALSOLIDÁRIO4 de fevereiro às 21h
PROJETOS DEAPROXIMAÇÃOÀ DANÇA (PAD) 20, 21 e 22 de janeirodas 14h às 17h(Teatro Camões)
29 JAN — 30 JAN5 FEV — 20 FEV
Faço crochet
o crochet faz-me
e nisto me desato
¯¯¯ Adília Lopes,in Os 5 livros de versos salvaram o tio, 1991.Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
TEATRO MUNICIPALDO PORTO, RIVOLI
JANEIROdias 29 e 30 às 21h30
PROJETOS DEAPROXIMAÇÃOÀ DANÇA (PAD) 28 e 29 de janeirohoras a confirmar(Teatro Municipal do Porto, Rivoli)
17
Este é um programa de reportório onde se reúnem alguns dos coreógrafos que mais marcaram a História da Dança.A belíssima e feminina Serenade de Balanchine que contrasta com a energia masculina de Grosse Fuge de Anne Teresa De Keersmaeker, a abstração de William Forsythe com um dueto virtuosístico e a inspiração latina de 5 Tangos de Hans van Manen são uma janela aberta para o que de melhor se produziu no séc. XX.Ao Quarteto de Cordas de Matosinhos e à Camerata Alma Mater foi entregue a interpretação musical, nesta que será a primeira colaboração destes agrupamentos com a CNB.A estreia do programa, prevista para o Teatro Municipal do Porto, Rivoli, pretende valorizar a descentralização e retomar uma prática que é, por tradição, da Companhia, desde 1977.
This is a repertoire programme that includes some choreographers that most influenced the History of Dance. The splendid and feminine Balanchine’s Serenade which contrasts with the male energy of Anne Teresa De Keersmaeker’s Grosse Fugue, the William Forsythe’s abstraction with a virtuosistic duet and the Latin inspiration of Hans van Manen’s 5 Tangos are a perfect sampling of some of the best 20th Century Dance production.The Matosinhos String Quartet and Camerata Alma Mater will play for these performances in their first musical collaboration with CNB.The premiere of this program is scheduled for Teatro Muncipal do Porto, Rivoli, and aims to value the decentralization thus resuming a procedure traditionally ensued by CNB since 1977.
SERENADE
George Balanchinecoreografia
Piotr Ilitch Tchaikovskimúsica
Nanette Glushakassistente da Fundação Balanchine
Artistas da Companhia Nacional de Bailadointerpretação
Camerata Alma Mater
Ana PereiraRomeu MadeiraDavid AscensãoVítor Vieiraviolinos I
Ana Filipa SerrãoJosé TeixeiraJuan MaggioraniJosé Pereiraviolinos II
Joana CiprianoJorge AlvesSandra Martins violas d’arco
Marco PereiraPaulo Gao Limaviolas d’arco
Margarida Afonsocontrabaixo
Estreia absoluta
Nova Iorque, Adelphi Theatre,
American Ballet,
1 de março de 1935
Estreia na CNB
Lisboa, São Luiz Teatro Municipal,
14 de outubro de 1982
GROSSE FUGE
Anne Teresa De Keersmaekercoreografia
Ludwig van Beethovenmúsica
Jan Joris Lamerscenografia e desenho de luz
Nathalie Douxfilsfigurinos
Georges-Elie Octorsanálise musical
Nordine Benchorf Bruce Campbelle Vincent Dunoyer Thomas HauertCinthia LoemijOliver KochEduardo Torrojaco-criação
Jakub Truszkowskiassistente da coreógrafa
Artistas da Companhia Nacional de Bailado
Quarteto de Cordasde MatosinhosVictor PereiraJuan Carlos MaggioranniJorge AlvesMarco Pereira interpretação
Estreia absoluta
Bruxelas, Hallen van Schaerbeek,
Rosas, 2 de fevereiro de 1992
Estreia na CNB
Lisboa, Teatro Camões,
26 de outubro de 2012
HERMAN SCHMERMANDUETO
William Forsythe coreografia, espaço cénico e desenho de luz
Thom Willemsmúsica
Gianni Versacee William Forsythe figurinos
Maurice Causey assistente do coreógrafo
Artistas da Companhia Nacional de Bailadointerpretação
Estreia absoluta
Frankfurt, Opernhaus, Ballet
Frankfurt, 26 de setembro de 1992
5 TANGOS
Hans van Manen coreografia
Astor Piazzollamúsica
Jean-Paul Vroom cenários e figurinos
Jan Hofstra desenho de luz
Nathalie Caris assistente do coreógrafo
Artistas da Companhia Nacional de Bailadointerpretação
Estreia absoluta
Amesterdão, Ballet Nacional da
Holanda, 3 de novembro de 1977
Estreia em Portugal
Lisboa, Grande Auditório
Gulbenkian, Ballet Gulbenkian,
23 de abril de 1982
Estreia na CNB
Lisboa, Teatro Camões,
16 de maio de 2003
Quarteto de Cordas de Matosinhos (QCM),
aclamado como um “caso singular de excelência no
panorama musical português” (Diana Ferreira,
Público, 2010), foi criado pela Câmara Municipal
de Matosinhos, através de um concurso público.
Desde 2008 é residente desta cidade, onde desenvolve
uma temporada regular de concertos.
Na temporada de 2014-15 o QCM foi escolhido como
um dos ECHO Rising Stars, realizando uma tournée de
16 concertos em algumas das mais importantes salas
de concerto europeias, como o Barbican em Londres,
o Concertgebouw em Amesterdão e o Musikverein em
Viena. O QCM apresenta-se também regularmente nas
maiores salas de concerto portuguesas, como a Casa
da Música, Fundação Calouste Gulbenkian e Centro
Cultural de Belém, e colabora com alguns dos mais
destacados músicos portugueses, tais como Pedro
Burmester, António Rosado, Miguel Borges Coelho,
António Saiote, Paulo Gaio Lima e Pedro Carneiro.
Desde a sua criação, o QCM assumiu um forte
compromisso com o repertório português para
quarteto de cordas, interpretando muitas obras menos
conhecidas e abraçando novas obras de compositores
contemporâneos: o QCM estreou já mais de 20 novas
obras. O outro principal objetivo artístico do QCM vem
sendo cumprido com a interpretação em Matosinhos
do grande repertório para quarteto de cordas: as
obras completas de Mozart e Mendelssohn foram já
apresentadas, estando em curso as integrais de Haydn,
Beethoven e Shostakovich. O QCM e os seus membros
foram reconhecidos com prémios nos mais importantes
concursos musicais nacionais, como o Prémio Jovens
Músicos da RDP e o Concurso Internacional de Música
de Câmara “Cidade de Alcobaça”. Todos os membros
estudaram na Academia Nacional Superior de Orquestra
e aperfeiçoaram a sua arte em várias escolas de
prestígio, incluindo a Escuela Superior de Música Reina
Sofia, Madrid, a Northwestern University, Chicago e
Conservatório de Sion, Suíça. O QCM também realizou
formação especializada no Instituto Internacional de
Música de Cámara de Madrid, onde estudou com
Rainer Schmidt (violinista do Quarteto Hagen), além
de trabalhar em masterclasses com membros de
grandes quartetos de cordas, como Alban Berg, Lasalle,
Emerson, Melos, Vermeer, Kopelman e Talich.
Camerata Alma Mater foi fundada recentemente
e é constituída por jovens instrumentistas de cordas,
talentos portugueses já com grande distinção no
panorama musical nacional e internacional.
Os elementos que integram este ensemble são
vencedores de várias edições do Prémio Jovens
Músicos, assim como distinguidos com prémios em
concursos internacionais. Nos seus currículos contam-
-se lugares de destaque, entre os quais chefes de naipe
de orquestras profissionais, residências artísticas,
e atividade camarística regular e de grande relevo.
A Camerata Alma Mater conta ainda com os
prestigiados pedagogos destes jovens talentos, Aníbal
Lima (violino) e Paulo Gaio Lima (violoncelo), que
mantêm ainda uma carreira artística inconfundível.
A camerata é dirigida por Pedro Neves, um dos
mais promissores maestros portugueses, com uma
maturidade e veracidade interpretativa notáveis.
Visível no panorama musical é ainda a sua experiência
alargada como violoncelista, professor e maestro.
Tendo-se já apresentado em concerto na abertura
do festival “Música nos Açores”, a Camerata Alma
Mater conquistou por parte do público e da crítica uma
aceitação e elogio extremamente positivo.
A Alma Mater ambiciona a possibilidade de
continuação deste projeto de grande profissionalismo,
podendo assim abordar repertório e sonoridades
de uma formação ainda não existente no nosso país.
19
ROMEUE JULIETA
RUI HORTABRUNO PERNADAS
TEATRO CAMÕES,LISBOA
ABRILdias 29 (Dia Mundial da Dança), e 30 às 21h
MAIOdias 6, 7, 13 e 14 às 21hdias 8 e 15 às 16h
ESCOLAS5 de maio às 15h
ENSAIO GERALSOLIDÁRIO28 de abril às 21h
PROJETOS DEAPROXIMAÇÃOÀ DANÇA (PAD) 12, 14 e 15 de abrildas 14h às 17h(Teatro Camões)
29 ABR — 15 MAI14 JUL — 23 JUL
TEATRO NACIONAL D. MARIA II,LISBOAGLORIOSO VERÃO / FESTIVAL SHAKESPEARE
JULHOdias 14, 15, 16, 20,21, 22 e 23 às 21hdia 17 às 16h
COPRODUÇÃO CNB E TEATRO NACIONAL D. MARIA IIESTREIA MUNDIAL
¯¯¯ Adília Lopes,in Um jogo bastante perigoso, 1985.Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
Com o fogo não se brinca
porque o fogo queima
com o fogo que arde sem se ver
ainda se deve brincar menos
do que com o fogo com fumo
porque o fogo que arde sem se ver
é um fogo que queima
muito
e como queima muito
custa mais
a apagar
do que o fogo com fumo
O “meu” Romeu e Julieta não será uma revisitação de um clássico da Dança ou do Teatro. Mesmo tendo como pano de fundo o texto de Shakespeare, a obra será uma viagem sensorial fora da narrativa, mas fiel às duas grandes questões que aborda – a irracionalidade e dependência do ser humano perante o amor (e a paixão) e perante a morte (e a violência). Eros e Thanatos, literalmente de mãos dadas, como os dois jovens amantes. Um exercício multidisciplinar entre a dança, o teatro, a música ao vivo, a arquitetura de cena e um tema, esse sim, imortal.
Rui Horta — maio 2015
“My” Romeo and Juliet will not be a revisiting of a Dance or Theatre classic. Although having as backdrop the Shakespeare’s text, the work will be a sensorial voyage external to the narrative but faithful to the two great issues it approaches – the unreasonableness and dependence before love (and passion) and before death (and violence). Eros and Thanatos literally holding hands like two young lovers. A multidisciplinary exercise somewhere between dance, theatre, live music, stage architecture and an immortal theme.
Rui Horta — may 2015
Rui Hortacoreografia, direção, espaço cénico e desenho de luz
Bruno Pernadasmúsica
Ricardo Pretofigurinos
Artistas da Companhia Nacional de Bailadoe os atores Pedro Gile Carla Galvão
Bruno Pernadase Ensemble interpretação
CNB / Teatro NacionalD. Maria IIcoprodução
Já era tempo de vermos a Companhia Nacional de Bailado e o Teatro Nacional D. Maria II a trabalhar de novo em conjunto. Escolhemos fazê-lo à volta de dois nomes intemporais que as tradições do teatro e da dança partilham, mas que queremos ver com os olhos do nosso tempo, Romeu e Julieta. Para isso, convocámos um artista cujo percurso se centra na dança mas tem também viajado pelo teatro, Rui Horta. Duas casas nacionais de duas artes que partilham o mesmo palco. Já era tempo.
Luísa Taveira e Tiago Rodrigues — maio 2015
It was hight time for CNB – National Ballet of Portugal and D. Maria II National Theatre to join forces again. Our choice fell on Romeo and Juliet, two timeless names shared together by Theatre and Dance but this time treated with a contemporary look. We called for Rui Horta, an artist whose artistic path is centred in dance but with incursions in theatre as well. Two national institutions sharing the same stage. It was indeed about time.
Luísa Taveira and Tiago Rodrigues — may 2015
21
Rui Horta, nascido em Lisboa, começou a dançar aos
17 anos nos cursos de bailado do Ballet Gulbenkian,
tendo posteriormente vivido vários anos em Nova
Iorque, cidade onde completou a sua formação e
desenvolveu o seu percurso de intérprete e professor.
Em 1984 regessa a Lisboa onde continua a sua
atividade pedagógica e artística, sendo um dos mais
importantes impulsionadores de uma nova geração
de bailarinos e coreógrafos portugueses. Durante os
anos 90 viveu na Alemanha onde dirigiu o Soap Dance
Theatre Frankfurt, sendo o seu trabalho considerado
uma referência da dança europeia e apresentado nos
mais importantes teatros e festivais em todo o Mundo,
tais como o Thêatre de la Ville em Paris que apresentou
e coproduziu as suas obras ao longo de uma década.
Em 2000 regressou a Portugal, tendo fundado em
Montemor-o-Novo, o Espaço do Tempo, um centro
multidisciplinar de experimentação artística. Para além
do seu intenso trabalho de criador independente,
Rui Horta criou, como artista convidado, um vasto
repertório para companhias de renome tais como
o Cullberg Ballet, o Ballet Gulbenkian, o Ballet du
Grand Théâtre de Genéve, a Ópera de Marselha,
o Nederlands Dans Theater, a Ópera de Gotemburgo,
a Companhia Nacional de Bailado, a Random Dance,
entre outras. Ao longo da sua carreira recebeu
importantes prémios e distinções tais como o Grand
Prix de Bagnolet, o Deutsche Produzent Preis, o Prémio
Acarte, O Prémio Almada, o grau de Oficial da Ordem
do Infante, o grau de Chevalier de l’Ordre des Arts
et des Lettres, pelo Ministério da Cultura Francês.
A sua criação coreográfica foi, recentemente,
classificada como Herança da Dança Alemã.
Nas artes performativas o seu trabalho de encenador
estende-se ao teatro, à ópera e à música experimental,
sendo igualmente desenhador de luz e investigador
multimédia, universo que utiliza frequentemente nas
suas obras.
Bruno Jorge de Oliveira Pernadas nasceu em
Lisboa, em 1982. É licenciado em Música pela Escola
Superior de Música de Lisboa (ESML), na variante de
Jazz. Iniciou o seu percurso musical aos 13 anos com
o estudo de Guitarra Clássica. Completou o Curso de
Jazz da Escola Luís Villas-Boas (Hot Clube de Portugal)
(2003-2007). Paralelamente ao curso de jazz, estudou
Análise e Técnicas de Composição com o compositor
Vasco Mendonça. Representou a Escola do Hot Club
na 5ª Festa do Jazz do São Luiz, e a ESML na 8ª Festa
do Jazz do São Luiz. Estudou com vários compositores
/ instrumentistas portugueses e estrangeiros
nomeadamente Pedro Moreira, Lars Arens, Sérgio
Azevedo, San Francisco Jazz Collective, Lee Konitz,
John Taylor, Pete Rende, entre outros. Foi compositor,
diretor musical e músico executante em espetáculos
no âmbito das artes performativas, nomeadamente
Ascensão (2006) – CCB / CCVF; Ferloscardo
(2006/2007) CCB; Às vezes as luzes apagam-se (2008) –
Festival Temps d’Image / CCB. Em abril de 2014 editou
o seu álbum de estreia How can we be joyful in a world
full of knowledge pela Editora Pataca Discos, sendo
considerado pela crítica um dos melhores discos de
2014. Recentemente compôs a banda sonora original
para a longa-metragem A Toca do Lobo de Catarina
Mourão, com estreia no International Film Festival
Rotterdam. Participa regularmente como músico
freelancer, compositor e arranjador na área do jazz,
música contemporânea e música improvisada.
Leciona Teoria Musical, Instrumento e Combo em
escolas de música de Lisboa, desde 2006.
ROMEU E JULIETA
CARNAVAL
VICTOR HUGO PONTES
TEATRO CAMÕES,LISBOA
JUNHOdias 16, 17, 18, 23, 24e 25 às 21hdias 19 e 26 às 16h
ESCOLAS22 de junho às 15h
ENSAIO GERALSOLIDÁRIO15 de junho às 21h
PROJETOS DEAPROXIMAÇÃOÀ DANÇA (PAD) 18, 19 e 20 de maiodas 14h às 17h(Teatro Camões)
16 JUN — 26 JUN1 JUL — 2 JUL
UMA FANTASIA A PARTIR DE O CARNAVAL DOS ANIMAISDE CAMILLE SAINT-SÄENS
TEATRO MUNICIPALDO PORTO, RIVOLI
JULHOdias 1 e 2 às 21h30
PROJETOS DEAPROXIMAÇÃOÀ DANÇA (PAD) 1 e 2 de julhohoras a confirmar(Teatro Municipal do Porto, Rivoli)
Uma raposa que tinha brincado com outra
no quintal da casa da mãe
às fábulas de La Fontaine antes de as ter lido
e que depois as leu e disse
as fábulas de La Fontaine tinham razão!
ficou com muita vontade de ir para a floresta
brincar a sério às fábulas de La Fontaine
à entrada da floresta estava uma raposa
a raposa perguntou isto é uma floresta
a sério ou a fingir?
a raposa da entrada da floresta
achou a pergunta tão ingénua
que achou que não valia a pena
estar a explicar à outra
que ali ou se come ou se é comido
e que para quem come como para quem é comido
saber se ali é uma floresta a sério ou a fingir
não é uma questão pertinente
isto aqui é uma casa particular
respondeu a raposa
e bocejou
¯¯¯ Adília Lopes,in Os 5 livros de versos salvaram o tio, 1991.Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
ESTREIA MUNDIAL
23
Carnaval será construído a partir de Carnaval dos Animais, composto em 1886 por Camille Saint-Saëns (1835-1921). Uma das peculiaridades desta obra é o facto de se apropriar de peças de outros compositores e de peças anteriores do mesmo autor, as quais são revisitadas num tom parodístico e mascaradas com nomes de animais. Ora, apesar de truncar o título original de Saint-Saëns, Carnaval recorrerá a uma técnica idêntica, ainda que inversa, de composição: vários compositores contemporâneos, portugueses, irão compor um tema original associado aos catorze movimentos musicais de Carnaval dos Animais. Para tal, serão desafiados a aplicar uma outra técnica artística, cujo apogeu e fama datam do século XX europeu, e que foi prolífera em inspirar várias outras correntes artísticas: o cadavre-exquis. Ou seja, em Carnaval, cada um dos compositores convidados iniciará a sua composição no final do tema anterior, levando-a até ao tema seguinte.
À parte das questões mais especificamente técnicas – que dizem respeito à composição musical, à articulação de conceitos dentro de e entre cada movimento, à sintonia e ao contraste entre cada compositor convidado –, há um conjunto de outros tópicos que pretendemos trabalhar em Carnaval. Por um lado, coloca-se inevitavelmente a questão do significado simbólico – quer cristão, quer pagão – do Carnaval, e todas as outras problemáticas culturais e filosóficas que gravitam em torno do símbolo.
No Carnaval, enquanto manifestação burlesca, há uma clara aproximação às questões mais fundamentais colocadas pelo teatro e pela dança, por exemplo – a máscara, a mentira, o fingimento, a peripécia, a cumplicidade da assistência naquilo que todos sabem ser um jogo. A oscilação entre realidade e farsa é de resto o que sustenta quer um gesto artístico quer um disfarce carnavalesco. Ou, por outro lado, a existência de uma personagem ou de um ser mitológico.
É também por isto que Carnaval será povoado por seres imaginários – sereias, unicórnios, a fénix, o fauno –, que no palco terão a mesma dimensão ontológica que os animais da natureza.
O Carnaval cristão adquire todo um outro significado, e está profundamente enraizado na cultura ocidental, embora as tradições tenham vindo a perder-se ao longo do tempo. Aqui, já estamos a falar de sacrifício, de abstinência, de jejum, de rituais para celebração da vida terrena, mundana, numa progressiva aproximação à morte, evocada a partir da Quarta-Feira de Cinzas e até ao Domingo da Ressurreição.
A ritualização da celebração da vida e da aceitação da morte acaba então por constituir um aspeto fascinante da cultura cristã. Os animais, as máscaras e a morte – não necessariamente por esta ordem – serão assim os tópicos fundamentais deste Carnaval, que não deixará de colher inspiração num poema de Adília Lopes.
Victor Hugo Pontes — maio 2015
Victor Hugo Pontescoreografia e direção
Camille Saint-Saëns Sérgio AzevedoCarlos CairesEurico Carrapatoso Andreia Pinto Correia Nuno Corte-RealPedro Faria GomesMário LaginhaJoão MadureiraCarlos MarecosDaniel SchvetzLuís Tinoco António Pinho Vargasmúsica
F. Ribeirocenografia
Aleksandar Proticfigurinos
Wilma Moutinhodesenho de luz
Cesário Costaconsultor musical
Marco da Silva Ferreiraassistente do coreógrafo
Artistas da Companhia Nacional de Bailado
Orquestra SinfónicaPortuguesa
Cesário Costadireção musical
CARNAVAL
Victor Hugo Pontes nasceu em Guimarães, em
1978. É licenciado em Artes Plásticas – Pintura, pela
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Em 2001, frequentou a Norwich School of Art &
Design, Inglaterra. Concluiu os cursos profissionais de
Teatro do Balleteatro Escola Profissional e do Teatro
Universitário do Porto, bem como o curso de Pesquisa
e Criação Coreográfica do Forum Dança. Em 2004, fez
o curso de Encenação de Teatro na Fundação Calouste
Gulbenkian, dirigido pela companhia inglesa Third
Angel, e, em 2006, o curso do Projet Thierry Salmon
– La Nouvelle École des Maîtres, dirigido por Pippo
Delbono, na Bélgica e em Itália. Como criador, a sua
carreira começa a despontar a partir de 2003 com o
trabalho Puzzle. Desde então, vem consolidando a sua
marca coreográfica, tendo apresentado o seu trabalho
por todo o país, assim como em Espanha, França,
Itália, Alemanha, Rússia, Áustria, Brasil, entre outros.
Das suas mais recentes criações como encenador/
coreógrafo destaca: Fuga Sem Fim (2011), A Ballet
Story (2012), ZOO (2013), Ocidente, de Rémi de Vos
(2013), Fall (2014), COPPIA (2014) em co-criação com
Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves, e Orlando
(2015) em co-criação com Sara Carinhas. Em março de
2007, venceu o 1º Prémio com o trabalho Ícones no 2nd
International Choreography Competition Ludwigshafen
07 – No ballet, em Ludwigshafen, Alemanha.
Com o espetáculo A Ballet Story, foi nomeado, em
2013, para os Prémios SPA na categoria de Dança –
Melhor Coreografia.
Carnaval will be assembled after Camille Saint-Saëns’ (1835-1921) Carnival of the Animals, composed in 1886. One of the peculiarities of this work is the appropriation of works from other composers as well from Saint-Saëns former works which are revisited in a parody-like tone and disguised under animal names. Although Saint-Saëns’ original title is abridged, Carnaval will resort to a similar technique (even if reverse) of composition. Several contemporary Portuguese composers will compose an original theme associated to the Carnival of the Animals‘ fourteen movements. To achieve this, they will be challenged to use another artistic technique whose fame and heyday date back to the European 20th century and that was prolific in inspiring several other artistic currents: the cadavre-exquis. In other words, in Carnaval each guest composer will begin his composition at the end of the previous theme, leading it to the following one.
Aside these more technically specific issues involving the musical composition, to the articulation of the concepts inside/and between each movement, to the attunement and contrast between each guest composer, there is a set of other subjects we wish to work up in Carnaval. On the one hand, it is ineluctably called into question the symbolic significance – be it Christian or pagan – of Carnival and of all other problematic cultural and philosophical matters that revolve around this symbol.
As a mock display, there is in Carnival an evident approach to the more cardinal issues put by, for instance, theatre and dance – the mask, the lie, the simulation, the vicissitude, the audience’s complicity in what all know it is a make-believe. The fluctuation between reality and farce is moreover what sustains either an artistic gesture or a carnival-like disguise. Or, on the other side, the existence of a character or of a mythological being. It is also for this reason that Carnaval will be indwelt by imaginary creatures – sirens, unicorns, the phoenix, the faun –, which will acquire onstage the same ontological dimension as the animals of Nature.
Although traditions have been disappearing over time, the Christian Carnival gains a complete different significance and is deeply rooted in western culture. We are referring here to sacrifice, abstinence, fasting, rituals for the celebration of earthly and worldly life, in a gradual nearing to death evoked from Ash Wednesday till Easter Sunday.
The ritualizing of the celebration of life and of the acceptance of death, ends up then by becoming a fascinating aspect of Christian culture.
Animals, masks and death – not necessarily by this order – will be the main subjects of this Carnaval which, undoubtedly, seeks inspiration in an Adilia Lopes’ poem.
Victor Hugo Pontes — may 2015
25
PROJETOSCNB—2015/2016
DIGRESSÃONACIONAL
LÍDIATeatro Viriato, Viseu30 e 31 de outubro às 21h30
Paulo Ribeiro coreografia
Luís Tinoco música
José António Tenente figurinos
Nuno Meira desenho de luz
Música gravada pela Orquestra
Metropolitana de Lisboa sob a direção
de Pedro Neves
Estreia absoluta
Lisboa, Teatro Camões,
Companhia Nacional de Bailado,
7 de novembro de 2014
PEDRO E INÊSTeatro Municipal JoaquimBenite, Almada29 e 30 de dezembro às 21h30
PROGRAMA REPORTÓRIOTeatro Municipal doPorto, Rivoli29 e 30 de janeiro às 21h30
PROGRAMA DANÇAE DOCUMENTÁRIOTeatro Municipal doPorto, Rivoli31 de janeiro às 17h
CARNAVALTeatro Municipal doPorto, Rivoli1 e 2 de Julho às 21h30
Outras datas a confirmar
TÁBUA RASACoprodução CNB / Vo’Arte
António Cabrita, Henriett Ventura,
São Castro e Xavier Carmo
co-criação e interpretação
Wilson Mestre Galvão cenografia
Nuno Nogueira figurinos
Vítor José desenho de luz
São Castro sonoplastia
Seleção Musical
Jóhann Jóhannsson
“Miracle, mystery and authority”
Set Fire to Flames
“This thing between us is a rickety bridge
of impossible crossing”
Machinefabriek
“Stillness #4 (Yalour Islands, Antarctica)”
Peter Broderick & Machinefabriek
“In Session 05 10 09”
Oren Ambarchi
“Quixotism Part”
Machinefabriek
“Drijfzand”
Estreia absoluta
Lisboa, Teatro Camões
Companhia Nacional de Bailado,
21 de maio de 2015
Mas porque será sempre Lídia
a pegar nas rosas
Dr. Ricardo Reis?
Disponível para digressão
Favor contactar:
CNB – Bruno Silva
bruno.silva@opart.pt
Vo’Arte
voarte@voarte.com
¯¯¯ Adília Lopes,in Os 5 livros de versos salvaram o tio, 1991.Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
27
DIGRESSÃOINTERNACIONALALEMANHA
ORFEU E EURÍDICE
Staatstheater Darmstadt16 e 17 de março às 19h30
Forum am Schlosspark, Ludwigsburg20 de março às 20h
Theater der Bundesstadt, Bonn23 e 24 de março às 19h30
¯¯¯ Adília Lopes,Mito, in Manhã, 2015.
A escritora pobre remendada quase cega entre-
vada a sobreviver numa mansarda a alimentar-se
de cevada e rabanetes a coser para fora alegremente
a escrever romances à luz da lamparina não existe.
15/8/14
FORADE PORTAS
A BELA ADORMECIDA
Teatro Nacional deSão Carlos, Lisboa
3, 4, 5, 10, 11, 12, 17, 18e 19 de dezembro às 21h 6, 13 e 20 de dezembro às 16h
Escolas9 e 16 de dezembro às 15h
Ensaio Geral Solidário2 de dezembro às 21h
Projetos de aproximação à dança 25, 26 e 27 de novembrodas 14h às 17h
ROMEU E JULIETA
Teatro NacionalD. Maria II, LisboaGlorioso Verão/Festival Shakespeare
14, 15, 16, 20, 21, 22e 23 de julho às 21h 17 de julho às 16h
FESTIVAL AO LARGOPROGRAMA A ANUNCIAR
28, 29 e 30 de julho às 22h
PROJETOS CNB 2015/2016
Olga Roriz coreografia
Christoph Willibald Gluck música
Nuno Carinhas cenário e figurinos
Cristina Piedade desenho de luz
Paulo Reis assistente para a dramaturgia
Sílvia Rijmer assistente da coreógrafa
Música gravada pelo Ecce Ensemble,
Coro da ESML e Divino Sospiro, sob
direção de Paulo Vassalo Lourenço
e Massimo Mazzeo, respetivamente
Estreia absoluta
Lisboa, Teatro Camões,
Companhia Nacional de Bailado,
27 de fevereiro de 2014
PAD – PROJETOS DEAPROXIMAÇÃO À DANÇACONVIDADA – CATARINA CÂMARA
Os serviços educativos da Companhia Nacional de Bailado seguemas premissas lançadas nos anos anteriores, onde através de pequenos projetos idealizados por um convidado, estudantes entre os 9 e os 16 anos podem conviver com criadores e intérpretes, assistir a ensaios, familiarizar-se com diferentes linguagens artísticas e experimentara dança nas suas diversas dimensões.
Cada workshop serve ainda de introdução aos espetáculos para escolas a que os participantes são convidados a assistir gratuitamente. Como na temporada anterior, estes projetos estarão igualmente disponíveis nos teatros que a CNB visitar, em digressão nacional.
PEDRO E INÊSSede CNB23, 24 e 25 de setembrodas 14h às 17h
Espetáculo para Escolas14 de outubro às 15h
MORCEAU DE BRAVOURETeatro Camões21, 27 e 28 de outubro das 14h às 17h
Espetáculo para Escolas18 de novembro às 15h
LÍDIATeatro Viriato, Viseu30 e 31 de outubrohoras a confirmar
A BELA ADORMECIDATeatro Nacional deSão Carlos25, 26 e 27 de novembro das 14h às 17h
Espetáculo para Escolas9 e 16 de dezembro às 15h
PROGRAMA REPORTÓRIOSede CNB20, 21 e 22 de janeiro das 14h às 17h
Espetáculo para Escolas18 de fevereiro às 15h
Teatro Municipal do Porto, Rivoli28 e 29 de janeiro horas a confirmar
ROMEU E JULIETATeatro Camões12, 14 e 15 de abril das 14h às 17h
Espetáculo para Escolas5 de maio às 15h
CARNAVAL
Teatro Camões18, 19 e 20 de maio das 14h às 17h
Espetáculo para Escolas22 de junho às 15h
Teatro Municipal do Porto, Rivoli1 e 2 de julhohoras a confirmar
Para reservar um workshop ou lugares num
espetáculo para a sua escola, favor contactar:
Cristina de Jesus (coordenadora PAD)
Telf. 218 923 489 / cristina.jesus@cnb.pt
Fora de Lisboa, favor contactar o respetivo teatro.
¯¯¯ Adília Lopes,Natura et ars, in Os 5 livros deversos salvaram o tio, 1991.Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
Uma floresta é um labirinto?
um deserto pode ser rocaille?
a vida é um romance?
o mundo é um palco?
um florete é uma flor?
uma serpentina é uma serpente?
29
Catarina Câmara nasceu em Lisboa, em 1975. É licenciada em Direito pela Faculdade
de Direito de Lisboa e em Dança pela Escola Superior de Dança, do Instituto Politécnico
de Lisboa. Fez a sua formação complementar em artes performativas no Forum Dança,
Centro em Movimento e Centro Coreográfico de Bruxelas. Desde 2003 integra a Companhia
de Dança Contemporânea Olga Roriz, onde desenvolve o seu trabalho como intérprete e
cocriadora. Paralelamente criou o solo A Cabra Sou Eu (CCB-2009), Ninguém Sabia Contar
Aquela História (CCB-2012), criação coletiva com direção de Sara Anjo (CCB- 2011), Amora,
uma co-criação com Félix Lozano (Teatro do Naco-2011) e De Duas Uma, co-criação com
Maria Belo Costa (Casa dos dias D`água-2005). Tem colaborado em teatro com coreografia
e movimento, nomeadamente com Rogério de Carvalho (Tartufo, Teatro Municipal Joaquim
Benite, 2014). Rodrigo Francisco (Em Direcção aos Céus, Teatro Municipal Joaquim
Benite, 2013), Luca Aprea (Carnaval et La Folie, CCB, 2011), Maria João Rocha (Vinte
e Zinco, Teatro Nacional D.Maria II, 2007 ) e Claudio Hochman (Sonho de Uma Noite de
Verão, Teatro Nacional D. Maria II, 2008). Como docente, dá formações regulares para
estudantes e profissionais de dança e teatro (Escola Superior de Teatro e Cinema, Escola
Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa, Espaço Evoé, Espaço Sou, Companhia Nacional
de Dança de Lisboa, FOR- Formação Olga Roriz, Escola Secundária Anselmo de Andrade,
Teatro Municipal Joaquim Benite, Teatro Municipal de Aveiro, Escola António Verney,
entre outros). Atualmente está a frequentar o curso de Counsellor em Terapia Gestalt
pela Sociedade Luso-Espanhola de Terapia Gestalt em Lisboa, onde aprende a encurtar
o caminho que vai da cabeça aos pés.
CNB NAS ESCOLASA FADA ORIANA
¯¯¯ Adília Lopes,in O regresso de Chamilly, 2000.Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
Quando eu morrer
hei-de voltar
para buscar
os instantes
que não vivi
ao pé de ti
Milly
O espetáculo A Fada Oriana, idealizado para estudantes do ensino básico, é inspirado no conto homónimo de Sophia de Mello Breyner Andresen, inserido nas obras recomendadas pelo Plano Nacionalde Leitura.
Indo ao encontro do imaginário de um leque de idades que une o final da infância ao início da adolescência, A Fada Oriana é uma históriade beleza e magia sobre uma fada que promete cuidar da floresta pela qual ficara responsável, preservando valores humanos e bensda natureza.
Esta criação, produzida na temporada de 2014/15, é uma iniciativa de um grupo de bailarinos da CNB que, empenhadamente, se dedicaramà sua concretização.
Annabelle BarnesCatarina LourençoMário FrancoMariana PazPaulina Santoscoreografia
Sara Carinhasencenação
Mário Francosonoplastia
Jorge Sacadura Cabralcenografia
Henrique Andradefigurinos
Irina Oliveiranarração
Zeca Galambaexecução de cenários
Jorge Sacadura CabralAlexandra Sobralpintura de cenários
Artistas da Companhia Nacional de Bailadointerpretação
As escolas interessadas
deverão contactar:
Cristina de Jesus
Telf. 218 923 489
cristina.jesus@cnb.pt
PROJETOS CNB 2015/2016
DE QUE É QUE TENS MEDO?O modo como se cresce com a arte é na maior parte das vezes uma escolha. Porém, é no primeiro ou nos encontros precoces com ela que se descobre a potência que tem de raptar-nos ao quotidiano. Depois, já se sabe, somos devolvidos ao mundo mais ricos. Só que há uma condição para que a arte passe a complementar-nos a vida misturando--se com as nossas inquietações: sermos livres de fazer perguntas.
“De que é que tens medo?” é um ciclo de conferências em que a palavra será dada aos jovens do segundo ciclo. O objetivo é que, partindo dos temas dos espetáculos da programação 2015-2016 da CNB, se abordem questões fundamentais da fase de desenvolvimento em que se encontram. Amor, paixão, homossexualidade, machismo, direitos das mulheres, coragem, inserção, racismo, violência, submissão são alguns dos elementos que queremos trazer a debate, o mais próximo possível do modo como são formulados pelos jovens. A estrutura das quatro edições de “De que é que tens medo?” tem por ponto de partida uma palestra dada por um convidado e duas comunicações feitas por jovens, abrindo-se de seguida o debate à audiência constituída por jovens.
À partida, só há uma certeza: nomear o medo é a melhor maneira de esvaziá-lo.
Cristina Peres — maio 2015
PEDRO E INÊS14 de outubro
MORCEAU DE BRAVOURE18 de novembro
PROGRAMA REPORTÓRIO18 de fevereiro
ROMEU E JULIETA5 de maio
11H – 13H CONFERÊNCIA/DEBATE15H ESPECTÁCULO
ENSAIOS GERAISSOLIDÁRIOSEste projeto começou em março de 2011. Desde essa altura realizámos 24 Ensaios Gerais Solidários, envolvendo 55 instituições de solidariedade social que, por sua vez, usufruíram de donativos no valor total de 220.837,44 €. A esses Ensaios Gerais assistiram 15.552 pessoas (números contabilizados até final de abril de 2015).
A ligação da cultura à solidariedade, a mobilização da sociedade civil em torno de causas sociais e os resultados obtidos até agora são razões mais que suficientes para dar continuidade a este projeto.Luís Moreira, ex-bailarino da Companhia Nacional de Bailado,é o coordenador do projeto e fá-lo em regime de voluntariado.
CURSO DEHISTÓRIA DA DANÇA
PEDRO E INÊSTeatro Camões7 de outubro às 21h
MORCEAU DE BRAVOURETeatro Camões11 de novembro às 21h
A BELA ADORMECIDATeatro Nacional deSão Carlos2 de dezembro às 21h
PROGRAMA REPORTÓRIO
Teatro Camões4 de fevereiro às 21h
As Instituições interessadas deverão
contactar a CNB para escolha de data,
programa e acordo de condições.
Luís Moreira (coordenador EGS)
luis.moreira@cnb.pt
ROMEU E JULIETATeatro Camões28 de abril às 21h
CARNAVALTeatro Camões15 de junho às 21h
¯¯¯ Adília Lopes,
¯¯¯ in Um jogo bastante perigoso, 1985.
¯¯¯ Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
Os poemas que escrevo
são moinhos
que andam ao contrário
as águas que moem
os moinhos que andam ao contrário
são as águas passadas
DA VIDA DA OBRA COREOGRÁFICA:REPOR, RECONSTRUIR, RECRIARProfessora Doutora Maria José Fazenda
A constância das obras coreográficas, como Giselle, O Quebra-Nozes,A Sagração da Primavera ou A Pavana do Mouro, é assegurada por um sistema dinâmico de transmissão, interpretação ou recriação, entre diversos modos de proceder sobre os trabalhos criados. Neste processo, em que participam bailarinos, coreógrafos, diretores artísticos e espetadores, entre outros agentes, a obra é modificada, transformada, em função de circunstâncias históricas, culturais e políticas diversas. É sobre este conjunto de forças internas e externas à própria dança que nos debruçaremos, dando conta, em vários contextos, dos elementos que numa obra coreográfica se perdem, preservam, ou transformam, reinvestindo-a de sentido. Adotaremos uma cronologia, mas sobre a qual navegaremos, recuando e avançando, conforme o movimento que uma determinada obra ou as suas recriações suscitarem. Paralelamente às sessões teóricas, em que apresentaremos e discutiremos casos concretos, teremos a extraordinária oportunidade de ver os artistas da Companhia Nacional de Bailado a trabalhar ao vivo, no estúdio e no palco, e assim melhor compreender da vida, atividade e relevância da dança, não só no passado, mas também no presente.
Maria José Fazenda — abril 2015
31
MÓDULO I – BARROCO
Sessões teóricas11 e 18 de outubro de 2015,das 11h às 13h
Sessão ensaio, visita a aulaou ensaios da CNB15 de outubro de 2015,das 16h às 18h
Sessão espetáculoPedro e Inês de Olga Roriz22 de outubro de 2015 às 21h Teatro Camões
MÓDULO II – ROMÂNTICO
Sessões teóricas8, 15, 22 e 29 de novembrode 2015, das 11h às 13h
Sessão ensaio, visita a aulaou ensaios da CNB19 de novembro de 2015,das 16h às 18h
Sessão espetáculoA Bela Adormecida4 de dezembro de 2015 às 21h Teatro Nacional de São Carlos
MÓDULO III – BALLETS RUSSES
Sessões teóricas17, 24 e 31 de janeiroe 7 de fevereiro de 2016,das 11h às 13h
Sessão ensaio, visita a aulaou ensaios da CNB19 de janeiro de 2016,das 16h às 18h
Sessão espetáculoPrograma Repertório12 de fevereiro de 2016 às 21h Teatro Camões
MÓDULO IV – CONTEMPORÂNEO
Sessões teóricas3, 10 e 17 de abril de 2016,das 11h às 13h
Sessão ensaio, visita a aulaou ensaios da CNB13 de abril de 2016,das 16h às 18h
Sessão espetáculoRomeu e Julieta de Rui Horta6 de maio de 2016 às 21hTeatro Camões
Maria José Fazenda é professora na Escola
Superior de Dança (ESD) do Instituto Politécnico de
Lisboa (IPL). Investigadora do CRIA – Centro em Rede
de Investigação em Antropologia. É Presidente do
Conselho Técnico-Científico da ESD-IPL. É membro
da Comissão Científica do Doutoramento em Artes
(Artes Performativas e da Imagem em Movimento),
um curso oferecido pela Universidade de Lisboa com
a colaboração do IPL. Doutorada em Antropologia pelo
ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Fez o Curso
de Dança do Conservatório Nacional. Foi crítica de
dança do jornal Público, entre 1992 e 2001. Organizou
a antologia Movimentos Presentes: Aspectos da
Dança Independente em Portugal (Cotovia e Danças na
Cidade, 1997) e é autora, entre outras publicações, de
Dança Teatral: Ideias, Experiências, Ações - 2ª edição
revista e atualizada (Colibri, 2012 [Celta, 2007]).
Preçário e condições
Sessão teórica5€ / por sessão(13 sessões)
Curso Total60€(13 sessões teóricas +4 sessões ensaios +4 sessões espetáculo)
Sessão ensaiográtis (exclusivo para os inscritos no respetivo Módulo)
Sessão espetáculo1 bilhete grátis e outro com 50% de desconto (exclusivo para os inscritos no respetivo Módulo)
Diploma de frequência para a totalidade dos4 Módulos do Curso
Inscrições limitadasao número máximo de 30 pessoas
Inscrições
Pedro Mascarenhas
Telf. 218 923 488
pedro.mascarenhas@cnb.pt
PROJETOS CNB 2015/2016
A CNB E OS POETAS
Em 2014 recebemos, como presente, a escrita de alguns poetas para publicarmos. Numa temporada em que, de novo, unimos a dança e a poesia, renovaremos o convite, desejavelmente mais alargado, para que o quotidiano da CNB seja inspiração de novas palavras, num mover enleado de corpos e poemas. Uma nova publicação fica prometida para o segundo semestre de 2016.
¯¯¯ Adília Lopes,Arte Poética, in Um jogo bastante perigoso, 1985.Dobra – Poesia Reunida 1983-2014
Escrever um poema
é como apanhar um peixe
com as mãos
nunca pesquei assim um peixe
mas posso falar assim
sei que nem tudo o que vem às mãos
é peixe
o peixe debate-se
tenta escapar-se
escapa-se
eu persisto
luto corpo a corpo
com o peixe
ou morremos os dois
ou nos salvamos os dois
tenho de estar atenta
tenho medo de não chegar ao fim
é uma questão de vida ou de morte
quando chego ao fim
descubro que precisei de apanhar o peixe
para me livrar do peixe
livro-me do peixe com o alívio
que não sei dizer
33
TERPSICOREParceria da Companhia Nacional de Bailado com a Faculdade de Motricidade Humana e o apoio do Instituto de Etnomusicologia – centro de estudos em música e dançaTerpsicore é um arquivo sediado na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, dedicado à dança produzida em Portugal. Na sua origem constituído por doações, este arquivo pretende ser hoje um repositório que pode agregar acervos sobre o mesmo tema, com proveniências diversas. Terpsicore contou e conta com o apoio do Instituto de Etnomusicologia – centro de estudos em música e dança. Este centro de investigação, recentemente classificado pela FCT como “excelente”, possui uma experiência acumulada no tratamento e arquivo de documentação escrita e sonora em música e dança. Neste momento, para além do apoio financeiro da FCT, o projeto aguarda resposta do concurso promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian.Terpsicore assume o cruzamento entre o mundo universitário e as comunidades artísticas como um dos seus principais propósitos.Assim, o projeto está disponível e empenhado em acolher nomeada-mente o conjunto documental da CNB, incorporando-o na Base de Dados em linha. Posteriormente, pretende manter e aprofundar uma atitude atrativa de forma a acolher outras coleções e testemunhos da comunidade artística de dança.Para além do trabalho de tratamento e arquivo de acervos existentes, o projeto tenciona estimular uma reflexão aprofundada sobre as relações entre arquivo enquanto organização de documentos físicos, e a salvaguarda e valorização do património artístico português e dos seus repertórios.
Daniel Tércio — abril 2015
PROJETOS CNB 2015/2016
A POESIA DE CADADIA NOS DAI HOJEOito individualidades da sociedade portuguesa serão desafiadas a selecionar poemas para serem lidos por eles próprios ou por convidados a anunciar. Para finalizar algumas tardes de sábados,e antecedendo espetáculos da CNB, a poesia marca presença emoito sessões de leitura, entre as 19h e as 20h.
10 DE OUTUBROTeatro Camões
14 DE NOVEMBROTeatro Camões
5 DE DEZEMBROTeatro Nacional deSão Carlos
16 DE JANEIROTeatro Camões
13 DE FEVEREIROTeatro Camões
30 DE ABRILTeatro Camões
14 DE MAIOTeatro Camões
18 DE JUNHOTeatro Camões
André e. Teodósiocuradoria
A poesia de cada dia
nos dai hoje
título da atividade é um
poema de Adília Lopes,
gentilmente cedido pela
autora.
Adília Lopes, in Apanhar
ar, 2010. Dobra – Poesia
Reunida 1983-2014
Para iniciar o mês em que a poetisa celebra o seu aniversário, realiza-remos ao longo de três horas uma sessão das duas expressões artísticas que movem a presente temporada da CNB: a dança e a poesia.No dia 2 de abril, as duas artes percorrerão uma maratona de improvisação e leituras. Em paralelo, num teatro que vem convocando a união entre as duas linguagens, os corpos e as palavras homenagearão aquela cuja poesia foi inspiração para a programação 2015/2016.
TARDE, ADÍLIA LOPES
Nicolau Santoscoordenador da poesia
Teatro Camões2 de abril de 2016, das 16h às 19h
IMAGEM CNB2015/2016
BRUNO SIMÃO36 anos, natural de Lisboa. Conclui em 2006 a Licenciatura de Teatro – Formação de Actores na Escola Superior de Teatro e Cinema, onde trabalha com alguns dos mais prestigiados encenadores portugueses.Conclui em 2010 o curso profissional de fotografia do Instituto Português de Fotografia de Lisboa. Para além de alguns trabalhos pontuais como ator, colabora presentemente como fotógrafo como Teatro Casa Conveniente, o Teatro de Pesquisa Comuna, coma Companhia Maior (CCB), a Companhia Nacional de Bailado e outros autores individuais.
As fotografias desta brochura, da autoria de Bruno Simão, foram realizadas em sessão fotográfica com os bailarinos da CNB, Patricia Keleher, Andreia Mota, Tiago Coelho e Joshua Earl.
OUTRASINFORMAÇÕES—
35
BILHETES TEATRO CAMÕES
PROGRAMAS CNB PROGRAMA DANÇAE DOCUMENTÁRIO
CARRÉ D’OR 30€ 12,5€
PLATEIA A1 25€ 12,5€
PLATEIA A2 20€ 12,5€
PLATEIA B 17.5€ 12,5€
PLATEIA C 15€ 12,5€
PLATEIA D 10€ 12,5€
PLATEIA C1 5€ 5€
DESCONTOSMenores de 25 emaiores de 65 anos 50%
Grupos com mais de15 elementos 25%
Cartão Fnac 20%
Cartão Lisboa Viva 15%
Desempregados 25%
Condições de reservaAs reservas serão garantidas durante 48h a partir do momento em que são efe-tuadas e só aceites até 48h antes do dia de espetáculo.
Formas de pagamentoNumerário, Cheque, Multibanco ou Cartão de crédito.
PREÇOS ESPECIAISEspetáculos para escolasEscolas 3€ / Professores* 0€
Tardes de DomingoAdultos acompanhados com menores de 18 anos 25%**
Profissionais deEspetáculo***Preço único 5€
Mobilidade Reduzida ****Preço único 15€
Festival ao LargoDurante o Festival ao Largo, de 3 a 25 de julho de 2015, adquira os seus bilhetescom 25% de redução(não acumulável com outros descontos). Disponível nas bilheteiras do Teatro Nacional de São Carlos e Teatro Camões.
BILHETEIRASTeatro CamõesQuarta a domingodas 13h às 18h (01 nov – 30 abr)
das 14h às 19h (01 mai – 31 out)
Dias de espetáculo atémeia-hora após o início do espetáculo.Telef. 218 923 477
Teatro Nacionalde São CarlosSegunda a sextadas 13h às 19hTelef. 213 253 045
Ticketlinewww.ticketline.ptTelef. 707 234 234
Lojas Abreu, Fnac,Worten, El Corte Inglés,C.C. Dolce Vita
* 2 professores por turma
** Apenas válido para espetáculos no Teatro Camões
*** Só disponível na bilheteira do Teatro Camões (Plateia D)
**** Só disponível na bilheteira do Teatro Camões (Camarote 3 e 4)
BILHETES ESPETÁCULOS NO TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS
A BELAADORMECIDA
PLATEIA 35€
BALCÃO 3.ª ORDEM – A 25€
BALCÃO 3.ª ORDEM – B 15€
BALCÃO 4.ª ORDEM – A 17,5€
BALCÃO 4.ª ORDEM – B 15€
FRISA – 3 LUGARES 75€
FRISA – 5 LUGARES 175€
CAMAROTE 1.ª ORDEM – 3 LUGARES 75€
CAMAROTE 1.ª ORDEM – 4 LUGARES 140€
CAMAROTE 1.ª ORDEM – 5 LUGARES 175€
CAMAROTE 2.ª ORDEM – 2 LUGARES 35€
CAMAROTE 2.ª ORDEM – 4 LUGARES 120€
CAMAROTE 2.ª ORDEM – 5 LUGARES 150€
CAMAROTE 3.ª ORDEM – 2 LUGARES 30€
CAMAROTE 3.ª ORDEM – 3 LUGARES 60€
CAMAROTE 3.ª ORDEM – 4 LUGARES 80€
CAMAROTE 4.ª ORDEM – 2 LUGARES 30€
CAMAROTE 4.ª ORDEM – 3 LUGARES 45€
Programação sujeitaa alteração.
Poemas© Adília Lopes, Assírio & Alvim / Grupo Porto Editora
RetroversõesRui Esteves
Fotografias CNBBruno Simão
Design gráficoEstúdio João Campos
Guide – Artes Gráficas Tiragem 15000 exemplares
Companhia Nacionalde Bailado© junho 2015
CONTACTOSTeatro CamõesPasseio do Neptuno, Parque das Nações1990 - 193 LisboaTelef. 218 923 470
COMO CHEGARMetroLinha Vermelha > Oriente
Autocarro Carris208, 210, 400, 705, 708, 725,728, 744, 750, 759, 782, 794
Caminhos de Ferro CPGare do Oriente
Parques para AutomóveisParque do OceanárioParque da Doca
www.cnb.ptwww.facebook.com/cnbportugalwww.youtube.com/cnbportugal
Recommended