PROPAGANDA E EDUCAÇÃO. Noções de Marketing, Publicidade e Propaganda Consumo: tudo é Produto,...

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PROPAGANDA E EDUCAÇÃO

Noções de Marketing, Publicidade e Propaganda

Consumo: tudo é Produto, tudo é Mídia Estratégias de criação do Discurso Publicitário O Comportamento do Consumidor A legislação e a auto-regulamentação

publicitária As conseqüências da exposição ao consumo A escola e a propaganda – um espaço

comunicante O professor e a propaganda – um olhar atento

O objetivo é proporcionar o conhecimento e incitar o debate sobre os temas Marketing, Publicidade e Propaganda, sua aplicabilidade, estratégias, a legislação vigente, o apelo e a exposição ao consumo, a escola como meio de comunicação do discurso midiático e o papel do professor ante essas questões.

Propaganda para jovens e crianças- apela a um público que ainda não tem discernimento;

Presença de informações distorcidas ou que induzem o expectador – criança ou adolescente – ao erro;

Desrespeito à ingenuidade, credulidade, inexperiência das crianças e adolescentes;

As marcas da linguagem televisiva: impacto e transformação na identidade das crianças;

E muito mais que isso...

“Roda, roda, roda e avisa, um minuto de comercial...“

Sigo o anúncio e vejoEm formas de desejoUm saboneteEm formas de sorveteAcordo e durmona televisão!Creme dental, saúdeTudo num sorrisoUm paraísoQuase que jogado, impulsionadoNum comercial!Só tomava cháQuase que forçadoVou tomar caféLigo o aparelhoVejo o rei PeléVamos, então, repetiro Goool!

E na lua souMais um cosmonauta patrocinadorChego atrasadoPerco meu amorMas um anúncio sensacional!

Ponho um aditivoDentro da panela,Gasolina, passo na janela,Na cozinha, tem mais um fogãoTocam a campanhinhaMas uma pesquisa,Eu respondoQue enlouquecido,Já sou fãDo comercial!

Dados da recente pesquisa do EducaRede – “A GERAÇÃO INTERATIVA NA IBERO-AMÉRICA - Crianças e adolescentes diante das telas”, promovida pelo Grupo Telefônica e pela Universidade de Navarra, a TV está presente em quase 100% dos lares na América Latina. No Brasil, 95% das casas brasileiras possuem um aparelho de TV, e as crianças são, e estão literalmente expostas à qualidade dos conteúdos das programações televisivas.

O ambiente cultural ao qual as crianças estão expostas está impregnado de produtos midiáticos. Inclusive a escola.

Há uma cultura do consumo de toda ordem, em todos os espaços, sejam físicos ou virtuais. E a escola é também um espaço comunicante.

O conceito de satisfação dos desejos e felicidade imediata, imposto pelos conglomerados da comunicação, contribui para que os processos de construção de identidades e produção de sentidos se dêem com base no que a mídia, sobretudo a televisiva, determina.

Assim como os adultos, a criança vive e participa da “sociedade do espetáculo”, que, para Guy Debord, consiste na mídia e na sociedade de consumo organizadas em torno da produção, promoção e consumo de imagens, mercadorias e eventos culturais.

Para Debord, no centro de toda essa discussão acerca da sociedade do espetáculo está o conceito de alienação e passividade ante os ditames da publicidade e de uma cultura mercantilizada (Debord, 1967, p. 10, apud Kellner, 2006, p. 121 - 123).

Todas as coisas que fazem parte desse cenário hiper fantástico, abarrotados de cores, sutilezas e desejos oníricos poluem e corrompem o universo infantil, cujos sujeitos, sem compreender os meandros dessa alienação, se esbaldam na veleidade do querer ser ou parecer o que está ali dentro da tela da TV.

Segundo Kell (1991, p. 48), isso ocorre porque a Televisão atinge o ponto mais sensível das crianças: o olhar: o olhar capta a imagem, antes mesmo que a palavra a nomeie.

As imagens fantásticas que perfilam por trás das telas, por entre os comerciais, por meios dos anúncios, dos programas de má qualidade, elaborados e roteirizados sem a devida e necessária orientação ou preocupação com seus telespectadores mirins permeiam todo o universo infantil.

Nesse sentido, diariamente a mídia televisiva explora o cotidiano infantil de milhares de crianças brasileiras, expostas em frente à tela durante um longo tempo, e conforme se pode constatar a partir do que diz Belloni (2005, p. 51), durante o tempo que as crianças gastam em frente à TV, não agem nem interagem, o que, do ponto de vista da psicologia genética significaria que elas não aprendem:

Do ponto de vista sociológico, todavia, e esta é outra questão, ainda mais importantes do que os conteúdos transmitidos pela televisão – estimuladores de comportamentos não desejáveis socialmente, violentos, obscenos, imorais – parece ser o tempo que as crianças gastam em frente à telinha durante o qual não agem nem interagem, o que, do ponto de vista da psicologia genética, significaria que elas não aprendem. (...)

BELLONI, Maria Luiza. O que é Mídia-Educação. São Paulo, Ed. Autores Associados, Campinas-S. P. 2005.

Para Barbero (2006: p. 291), a mídia não representa apenas a ideologia dominante: “entre emissores-dominantes e receptores-dominados, nenhuma sedução, nem resistência, só a passividade do consumo e a alienação decifrada na imanência de uma mensagem texto nunca atravessada por conflitos e contradições, muito menos por lutas”.

Quem há, portanto, de resistir aos apelos midiáticos dos emissores-dominantes?

Como sair da letargia da condição de receptores-dominados?

Cada vez mais cedo o imaginário infantil é cooptado e povoado por marcas e logos, os ícones do consumo. Não é preciso muita imaginação para se perceber que essa colonização do simbólico pela propaganda vai influenciar a formação cultural e espiritual das crianças.

Elas estão sendo acostumadas (como nós adultos) a consumir não apenas aquilo que a publicidade indica, mas a consumir a própria publicidade como modo de ser. Modo de ser como exteriorização e ser-para-fora, ser como narcisismo e publicidade do privado, ego como sucesso mercadológico, raso e banal.

Educ. Soc., Campinas, vol. 24, n. 85, p. 1203-1235, dezembro 2003 1209 Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>

Alberto da Silva Moreira 

Algumas questões emergem desse processo: a influência do discurso midiático televisivo produz insuficiência de juízo entre o real e o imaginário, e isso pode ser refletido na produção de sentidos das práticas escolares cotidianas das crianças?

Há uma supremacia da fantasia? Há uma cultura do consumo e banalização de valores necessários à formação moral da criança, refletidos nessas produções?

A escola é ou tem sido um espaço de resistência à reprodução desse discurso?

E o professor, qual a extensão de sua participação como mediador?

Bacegga (1997) sustenta que o ambiente escolar deixa de ser o lugar privilegiado, sacralizado de acesso à informação e ao conhecimento e passa a ser um espaço onde o aprendente desenvolve a capacidade de interrelacionar informações construindo e reconstruindo conhecimentos.

Mas precisamos antes conhecer os meandros e as estratégias de quem produz tudo isso!

  ARIÈS, Phillipp. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara,

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O QUE É ISSO, AFINAL?

“...vendas e propaganda são apenas a ponta do iceberg do marketing, são duas funções dentre muitas, e em geral não as mais importantes. Hoje em dia o marketing deve ser compreendido não só no antigo sentido de vender mas também de satisfazer as necessidades do cliente.”

Philip Kotler (1998;3)

OU SEJA, COMEÇAM A TER DESEJOS POR DIFERENTES PRODUTOS PARA SATISFAZEREM AS SUAS NECESSIDADES!

Mas quem transforma a necessidade em desejo?

O marketing tenta descobrir asnecessidades dos clientes e

despertarDesejos.

Necessidades Desejos Demanda

MarketingIdentifica Administra

Canaliza

CONCEITO DE MARKETINGCONCEITO DE MARKETING

Percepção de carência

Desejos que podem ser comprados

Materialização da necessidade

Produto/Serviço Atende necessidades ou desejos

Variedade do produtoQualidadeDesignCaracterísticasNome de MarcaEmbalagemTamanhosServiçosGarantiasDevoluções Composto deComposto de

marketingmarketing

mercado - alvomercado - alvo

ProdutoProduto

PromoçãoPromoção

PreçoPreço

PraçaPraça

Lista de preçosCondições de pagamentoCondições de créditoDescontos

CanaisCoberturaLocalizaçõesEstoqueTransportes

Promoção de VendasPropagandaForça de vendasRelações PúblicasMarketing direto (mala direta, telemarketing)

PessoaPessoa

PlanejamentoRecrutamento e SeleçãoTreinamentoCapacitaçãoMotivaçãoForça de Vendas

- qual a promessa básica (diferencial, conceito, argumento claro, forte, definido)- qual a justificativa, por que o consumidor deve escolher esse produto - qual a imagem desejada?- qual o público alvo?- qual o posicionamento do produto?- razão ou emoção?- já existe um slogan?- e a linha: humor, ilustração, formato?

PODEMOS, ENTÃO, DIZERQUE MARKETING É:

Agora é com você!

UM DESAFIO!

O marketing é um vilão?O marketing é uma ciência social?O marketing é um mal necessário à

contemporaneidade?

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