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Psicologia, Maus Tratose
Resiliência
Pierre TapProfessor Jubilado
Universidade de Toulouse Le MirailDirector de investigação em várias instituições portuguesas
crianças «que não sabem viver»
• «cada vez mais intervenientes, especialmente no meio educativo, referem
encontrar mais frequentemente crianças que não sabem viver » Richard Cloutier.
«crianças que não sabem viver»
• « quer dizer crianças que manifestamente não adquiriram competências elementares para sobreviver em grupo : pedir verbalmente o que querem, esperarem a sua vez, não magoar ou morder as outras crianças e adultos, respeitar as ordens, não fazer birras, etc. »
Crianças que não sabem viver»
• «parece que a escola hoje deve intervir mais vezes na aprendizagem de capacidades elementares.
• Algumas famílias têm dificuldade em desempenhar o seu elementar papel educativo. ora, estas crianças «que não sabem viver» passam pelos seus pares cujas aquisições são espantosas para a sua idade (competição parental e procura de auxilio de derrogação), o que amplia os contrastes » Richard Cloutier.
Estratégias Familiares
Baumrind 1971, 1993Controle + Controle -
Securidade + Democratico Permissivo
Securidade - Autocratico Desempeñado
Kellerhals et Montandon (1991)
Ouverte Fermée Fusionnelle Compagnonnage Bastion Autonome Association Parallèle
estratégias Familiares
coesãointerna
Integração externa
Declarar que uma pessoa é resiliente supõe
1. Que ela viveu uma situação, um acontecimento de alto risco
de disfuncionamento, “maus tratos” provocandoum stress elevado e efeitos perturbadores ..
(definição restritiva ou extensiva de maus tratose do carácter fortemente stressante da
situação ou do acontecimento);
Declarar que uma pessoa é resiliente supõe
2. Que ela pode atravessar essa situação, viver esse acontecimento sem efeitos perturbadores
maiores para o seu desenvolvimento psicológico e social (daí a questão da definição do que é o
desenvolvimento psicológico normal, o comportamento normal).
fases óptimas (felicidade) =Um certo estado psicológico,
caracterizado por um sentimento defluidez mental e de intensa
Concentração sobre as tarefas quemobilizam todas as nossas competências
Aubeline Vinay, Sylvie Esparbès-Pistre et Pierre Tap (2000)
Attachement et stratégies de coping chez l’individu résilient
Revue Internationale de l’éducation familiale.4, 1, nº spécial résilience (pp. 9-36)
resiliência
CopingEstratégias de fazer face
apego
Gestão do stressControle
da situação
empowerment
adaptação suporte socialautonomia
Indivíduo ----------------------------------------- Meio
Situation
Interno Externo
Tensão
Sentido Conflito
Protecções Recursos Internos
Disposições
Protecções recursosexternos
Suporte social
Stress
Copingelasticidade(mola)
Ego Resiliency Transacções
constrangimentoriscos
Resiliência
Centro Europeu de Investigações sobre Condutas e Instituições
(CEICI)Fundação Bissaya Barreto
Coimbra
Sous la direction dePierre Tap
&Maria de Lourdes Vasconcelos
Précarité&
vulnérabilitépsychologique.Comparaisons
franco-portugaises
Ouvrage paru début 2004 Erès Toulouse
A resiliência : definição do conceito :
• resiliência : aptidão de um corpo para resistir a um choque («aguentar o golpe») (aguentar)
• resilire : eliminar os efeitos nefastos; ressaltar (restaurar o equilíbrio)+ recomeçar
três elementos importantes ressaem
destas definições:
• A gestão dos recursos no tempo.
• Uma flexibilidade adaptativa face a um contexto desfavorável.
• Para além da interacção sujeito-meio, gerir a transição pela transacção.
Transição
Como meio de evitar a ruptura,de gerir a crise de modo
continuo e mais flexível, de mantera ligação transformando a relação, dando-lhe
sentido, etc
Pressão
Calor
S
L
G
coerênciaNormativa
Rigidezdogmática
Fluidez criativa
Flexibilidade instável
Nomadismo - sopro
Dispersão – deixar - ir
Ruptura Queda (ressalto)
(retoma )
Fase de crise
Transição fluida
Segunda definição da resiliênciaTransição
dura
Perspicácia
Competência social
Humor
As sete resiliências(Sybil Wolin
&Steven Wolin)
cf. www. Projectresilience.com
Resiliência e contexto social
• A noção de “resiliência” aplica-se tanto ao indivíduo enquanto pessoa como aos grupos sociais (famílias, associações, rede de relações)
A criança deve ter acessoa poder… (empowerment)
Empowerment = processo pelo qual uma pessoaque se encontra em condições de vida mais ou menosincapacitantes desenvolve através de acçõesconcretas, o sentimento que lhe é possível exercerum maior controle sobre os aspectos da sua realidade Psicológica e SocialMeios :acção, gestão de recursos, comunicaçãocom pessoas significativas (identificações).
O processo de identificação
como acesso ao poder …
• Modo de como «sou capaz de ser o outro, sem que por isso perca quem sou eu»
• atitude cognitivo - afectiva,
• Uma procura de similitudes e de diferenciações sociais.
Apego e identificação
• « as crianças resilientes parecem ser especialmente adeptas do recrutamento activo dos pais de substituição, mesmo que eles não façam parte dos parentes", (Durning, 1995).
Vários processos de identificação Podem ser inferidos :
1. A identificação de dependência (ou fusional, ou de desenvolvimento, ou anaclítico) :
aspecto defensivo : luta contra o sentimento de abandono
aspecto construtivo : acesso à confiança e àsegurança emocional
Vários processos de identificação Podem ser inferidos
2. A identificação :com o agressor
aspecto defensivo : luta contra a angustia de perca De integridade psíquica
specto construtivo : capacidade de controle das emoçõesOu capacidade de reacção pela recusa, a negação
Vários processos de identificação Podem ser inferidos
3. A identificação de domínio e de sucesso :
aspecto defensivo : luta contra a angustia de impotência e de insucesso
aspecto construtivo : aprendizagem do sucesso, capitalização das competências.
Vários processos de identificação Podem ser inferidos:
4. A identificação especular e gemelar
aspecto defensivo : luta contra angustia da estranheza corporal, sexual.. aspecto construtivo : apropriação de semelhanças
Vários processos de identificação Podem ser inferidos:
5. A identificação categorial
aspecto defensivo : angustia de rejeição, de marginalidade, de não reconhecimento; angustia ligada aos que não são “nós”aspecto construtivo : vivência de pertença, de solidariedade, de igualdade e de diferenciação.
Vários processos de identificação Podem ser inferidos:
:
6. A identificação com o projecto
aspecto defensivo : medo de impotência, de incompletude e da morteaspecto construtivo : busca de excesso, capacidade de antecipar e de gerar a mudança, idealização pessoal ou colectiva..
Processos para favorecer a prevenção precoce
Fazer a prevenção precoce, é proporcionar a facilitação da emergência de processos
necessários ao comportamento resiliente em situação de alienação
1. defesa/protecção :
• Quando falta a família, as pessoas alternativas têm um papel « de iniciadores».
• a protecção : «reduz o desenvolvimento de disfuncionamento ou de uma desordem em presença de vulnerabilidade e de experiências de vida stressantes", (Gore et Eckenrode, 1994).
2. Equilíbrio face às tensões (aguentar o golpe) :
• A flexibilidade, (Rowland, 1989) :a maleabilidade adaptativa, a capacidade de fazer concessões, de gerir o melhor as exigências contraditórias, de encontrar um equilíbrio pessoal.
3. compromisso - desafio :
• Tomar a iniciativa : risco deliberado, necessário para sobreviver.
• «o risco evoca a incerteza do resultado da confrontação da criança com um stress do seu envolvimento ou interior", (Solnit, 1982).
• risco : prova de verdade.
4. Retoma :• « os recursos desconhecidos
descobertos em si recuam momentaneamente, pelo menos, os limites que conhece das suas próprias capacidades de resistência. Assim o acontecimento traumatizante, pelo desenvolvimento de estratégias apropriadas é a oportunidade susceptível de libertar a famosa mola invisível segundo a feliz expressão de G. N. Fischer», (Boutinet, 1998, p.205).
5. Avaliação (aspectos cognitivos presentes em todos os processos)
• resiliência : «utilizar bem o handicap que sobrevive ", (Boutinet, 1998, p.204).
• Importa avaliar a complexidade da situação, do real, as solicitações, as intenções, as possibilidades e o que fazer com elas.
6. Signifificação/atribuir valor :
• resiliência : «capacidade de darsentido a uma experiênciainsensato, de ter um discursocoerente (Guedeney, 1998,p.24).
• O facto de dar sentido, é umamaneira de agir sobre, o desligartotal é justamente a negação dosentido, (Esparbès-Pistre & Tap,2000).
• Trata-se de ser autónomo, deconstituir os seus própriosvalores.
7. positividade de si :• « porque a vida é bela, e o germe da
esperança se aninha mesmo no horror;há qualquer coisa que resiste a tudo, aqualquer destruição qualquer que seja. Oriso salva-nos; ver o outro lado dascoisas, o lado surreal, divertido, ou vir aimaginá-lo, impede-nos de nosimportunar, de ser carregados comofetos, ajuda-nos a resistir para conseguirpassar a noite, mesmo quando ela parecelonga", (Benigni & Cerami, 1999, 9).
8. responsabilização :
• A autonomia é um dos elementos fundadores e constituintes da responsabilidade, (Hoffmans-Gosset, 1993).
• Sentindo-se responsável da sua sobrevivência, das suas capacidades por conseguir resolver o problema, pode envolver-se positivamente e tornar-se o criador da sua vida.
9. criação (dinâmica de deslocações e divergências) :
• Para afrontar uma dificuldade : utilizar o conjunto de processos evocados.
• Para a ultrapassar e, se relançar, ressaltar sem muitos traços invalidantes : ser criativo.
• Pela criatividade e imaginação o sujeito pode encontrar o sentido, dar sentido ou tomar sentido.
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