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valter hugo mãepublicação da mortalidade
à mínima palavra santaa sobra de um gatose move na casa
animal litúrgico
deus é proibido pelasinfonia que começa
escutarde todo o modoé prece
valter hugo mãe publicação da m
ortalidade
valter hugo mãe
publicaçãoda mortalidade
ASSÍRIO & ALVIM
ISBN 978-972-37-2019-8
79495.10
9 7 8 9 7 2 3 7 2 0 1 9 8
1 0
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valter hugo mãe
publicaçãoda mortalidade
poes ia reunida
A S S Í R I O & A L V I M
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poemas são transumânciasde deuses
pastam nos versosa infinita criação
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páginacoágulo branco
deus dentrodo coágulo branco
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alguns homens discutemsemelhanças no excessivo fimdas tardes de outonoquando pássaros juntosainda mantêm o silêncioe a terra inteira se mudaaté que alguns homensnão sobrem depoisdo fogo
algumas mulheres esperamtardíssimodepois de haversenão a coragem deamar na solidãojá a terra inteira mudae rezar é ter nada a dizeraté que algumas mulheresnão sobrem depoisdo silêncio
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ausculto as marés do sanguelevando o amor náufrago àspraias do peitomeu sol haverá de alçarmeu sol haverá de alçar
livro ao mardeus ao mar
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escolho amuletos entreos versos mas deus nãose chama por coisas feias
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abaixo da prataé verbo infecundo
coisas feiassão pagãs
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a tristeza é despesaespiritual serve demuito suborno aos santos
seremos todos acusadosquando deus vier regurgitar o beijo
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a enxada é minhaasa de ferro
o voo é sulcoferida de lavragesto para o fruto
à mesa a palavraé meu cordeirocicatriz laboral
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deus é um sintoma
matemática de infinitosvai aparecer nosbocadinhos de cada coisanem que para morrer
se houver mortoao seu cadáver infinitoao seu cadáver infinito
versos prévios àvirtude dos santos
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pela fortuna dos versossei que morte inteirapassarei pelo buraco da agulhaa biblioteca
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à mínima palavra santaa sobra de um gatose move na casa
animal litúrgico
deus é proibido pelasinfonia que começa
escutarde todo o modoé prece
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fica sob a santa umdinheiro alto paraconsolar os preços do céumas deus não tem gastosobrapor toda a parte
viramos a santa àparede para as poupanças
cada sorriso é para deuscada sorriso faz um menino
mais silênciomeia oração
deus modo de usar:há um gato pousadona diferença das nossas idades
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pela prece façoa enfermaria de deusmelhoro suas saúdes pluraisseus corpos jamaisvão parar de se aproximar
alguém de entre deussaberá encontrar-meaté que volte a ser proibidopela evidência simples do amor
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deus ajusta a santidadeà minha fé
enquanto disponho livros nabiblioteca segundoum critério de esperança
é tardio tantoenvelheço por seutamanho no tempo
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vou sempre trocar-tepor uns versospoemas feios os meuspoemas feios
declarar a precerezar pelos dedos édesconfiar de deus
a humanidade aconteceàs crianças e aosvelhosresto disso há umbicho com ocasionaladorno sentimental
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todas as guerras estãoinfectadas pelaexpectativa do amor
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o carinho insensato pelasideias tradicionais do norteo estudo do decepcionismoa espiritualidade mais laboralum angelismo para cada gestopobrezinhos de nós queestamos sempre no invernohá verão só pelo meio deduas tardes e tão poucos estorninhosanda veranda ver como se reza a caminhar para tráse dar corda ao diabo a rir deestarmos todos a morrerjá pouco importaser pessoa é matar mais vezes do quemorrere somos o alvo de todos os santosincidirão sobre nós para enorme salvação
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