QUARTA-FEIRA, 27 DE MARÇO DE 2013 A GAZETA · ranking, com o indicador do IDH re-gistrando 0,73 no...

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DINHEIRO31QUARTA-FEIRA, 27 DE MARÇO DE 2013 A GAZETA

ORLANDOCALIMAN

Vários outros países foram mais rápidos do queo Brasil na corrida do desenvolvimento. Questãode velocidade, que perdemos nos últimos 3 anos

IDH: questãode velocidade

Anualmente a Organização das Na-ções Unidas (ONU), através do Programadas Nações Unidas para o Desenvolvi-mento (Pnud), elabora e divulga o Re-latório de Desenvolvimento Humano(RDH), ferramenta fundamental para aanálise e compreensão do processo deevolução dos países no que se refere aquestões do desenvolvimento. Esse re-latório, além de analises sobre questõesrelativas ao desenvolvimento, apresentao IDH, considerado atualmente comomedida padrão que tem por objetivomostrar o grau de desenvolvimento decada país. Infelizmente, nesse quesito, oBrasil nunca se posicionou bem no ran-king, que agregou 187 países na suaúltima versão, apesar de inquestionáveisavanços, tanto no campo social, com aredução da pobreza, quanto em termosde melhoria da renda das pessoas.

No último relatório, recém-divul-gado, o Brasil praticamente mantevea não muito louvável posição 85 doranking, com o indicador do IDH re-gistrando 0,73 no ano passado, pra-ticamente repetindo 2011, quandoatingiu 0,729. Na primeira versão do

índice, que aconteceu em 1990, o Bra-sil aparecia na posição 51 do ranking,com 0,59 de IDH, numa escala quevaria entre zero e um. Quanto maispróximo de 1, maior é o desenvol-vimento humano. Assim, o país quemais se aproxima do máximo possívelé a Noruega, com 0,955, contrastan-do fortemente com o último colocado,a República do Congo, com 0,304.

A primeira impressão é de que asituação do Brasil piorou muito. Afinal,foram 34 posições perdidas em 32 anos,contrastando com a evolução significa-tiva do índice, que passou de 0,59 para0,73. Mas, ao analisarmos o conjunto depaíses, vamos perceber que se trata deuma piora relativa e não absoluta. Ouseja, vários outros países foram maisrápidos do que o Brasil no que po-deríamos chamar de corrida para o de-senvolvimento. Trata-se, portanto, deuma questão que envolve velocidade,atributo que o nosso país perdeu es-pecialmente nos últimos três anos. Fi-camos praticamente parados entre0,726 em 2010 e 0,730 em 2012. Mes-mo assim, nos mantivemos na categoriade países de alto desenvolvimento.

A que se deve essa redução de ritmode variação dos números absolutos? Queé uma questão que diz respeito a nósmesmos, pois depende de nossos esforços,

é bom ressaltar. E a maneira mais fácil desabermos onde estamos “tropeçando” nacorrida para o desenvolvimento é de-compondo o IDH nos três conjuntos devariáveis: renda, expectativa de vida eeducação. Como na componente renda avariável-chave é o PIB per capita, já po-demos identificar o primeiro “quebra-mo-la”, uma vez que nosso crescimento eco-nômico não foi lá tão bom.

Outro elemento que atuou comoredutor foi a educação, onde perma-necemos no patamar de 7,2 de anosde estudo, número contestado peloGoverno Federal que defende que onúmero certo seria 7,4, mas que tam-bém é ajudado por uma taxa de aban-dono do ensino primário de 24%,bem superior ao apresentado, por

exemplo, pelo conjunto de nossos vi-zinhos, com uma média de 5%.

A situação do Brasil também não émuito confortável entre seus pares la-tino-americanos. Posiciona-se abaixo damédia geral, de 0,741. O país que melhorse posicionou no ranking foi o Chile, 40ºda lista, seguindo-se a Argentina, 45º; oUruguai, 51º; México, 61º; e Peru, 77º.Aliás, o Peru bateu o Brasil em velo-cidade nesta última década, principal-mente em razão do crescimento eco-nômico e avanços na educação.

Já nos BRICS, denominação inventadae que congrega Brasil, Rússia, Índia, Chi-na e África do Sul, o Brasil aparece nasegunda posição, com a Rússia no topo,na 55ª colocação. Mas, em anos de es-tudo o Brasil ganha apenas da Índia, quese apresenta com a média de 4,4 anos,revelando mais uma vez onde está onosso grande problema. No entanto, emtermos de expectativa de vida o Brasilsupera os demais, com 73,8 anos.

Em resumo, mais do que questionar oresultado ou a metodologia utilizada pa-ra o cálculo do IDH, o que devemosfazer é trabalhar para aumentar a ve-locidade nos processos de melhorias dositens que o compõem. Nesse aspecto,sem dúvida, o foco deverá estar centradona educação, pois é dela que sairá agrande força propulsora da aceleração.

A maneira mais fácilde sabermos ondeestamos “tropeçando”é decompondo o IDHnos três conjuntos devariáveis: renda,expectativa de vidae educação

PETRÓLEO E GÁS

OGX, Shell e Repsolvão participar de leilãoCerca de 60 empresasapresentaram a documen-tação exigida pela AgênciaNacional do Petróleo(ANP), Gás Natural e Bio-combustíveis para partici-par da 11ª Rodada de Li-citações, prevista para

maio, informou a regula-dora ontem, último dia doprazo. Até o momentoquatro empresas foram ha-bilitadas a participar doleilão de áreas explorató-rias: OGX, Shell, QueirozGalvão e Repsol Sinopec.

NA CÂMARA

Projeto isenta moradorde pagar pedágioO plenário da Câmaraaprovou ontem projetodo deputado EsperidiãoAmin (PP-SC) que isen-ta de pedágio morado-res das cidades onde aspraças de cobrança es-tão instaladas. O proje-

to segue para aprecia-ção do Senado. Segun-do Amin, não é corretoque moradores paguempelo uso de uma rodo-via dentro dos limitesdo município aondemoram.

FÁBRICA PAULISTA

GM anuncia demissãode 598 empregadosA General Motors (GM)anunciou ontem a de-missão de 598 empre-gados de sua fábrica deautomóveis, em São Jo-sé dos Campos, no in-terior paulista. Essestrabalhadores estavam

em licença remuneradadesde agosto do anopassado, quando amontadora suspendeu aprodução de três mode-los (Corsa hatch, Meri-va e Zafira) naquelaunidade.

Documento:AG27CA031;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:26 de Mar de 2013 22:42:35

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