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Questionário 1 Direito Constitucional III
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Questionrio Direito Constitucional III26/08/2014
Julgue verdadeiro ou falso as afirmaes abaixo, justificando e fundamentando sua resposta.
1-) A supervenincia de Lei Federal sobre normas gerais derroga a Lei Estadual, no que lhe for contrria.
Resposta = Falso
A inrcia da Unio em regulamentar as matrias constantes no art. 24 da CF no impedir ao Estado-membro ou ao DF a regulamentao de disciplina constitucional (competncia supletiva), adquirem competncia plena (temporria) para edio de normas gerais e especficas, sem prejuzo de, a qualquer tempo, a Unio exercer a sua competncia editando lei federal sobre as normas gerais.
A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende (e no derroga) a eficcia da lei estadual, no que lhe for contrario.
2-) Republica e Federao so conceitos relacionados a forma de estado e de governo respectivamente.
Resposta = Falso
Respectivamente seriam forma de governo e forma de estado.
3-) A competncia da Unio, em matria tributria, residual.
Resposta = verdadeiro, com ressalvas.
A competncia tributaria pode ser cumulativa/comum, privativa e residual, a primeira comum a todos os entes federativos; a segunda somente diz respeito aquele ente a quem se destina; e a ultima, a competncia residual, somente a Unio a tem.
Competncia residual e o poder que tem a Uniao, e somente ela, de mediante lei complementar instituir novos impostos, diferentes de todos aqueles previstos na Constituicao, com fato gerador e base de calculo novos, respeitando o principio da nao cumulatividade.
Portanto a resposta verdadeira, com ressalvas, pois a Unio tem ambas as 3 espcies de competncia, sendo a residual exclusivamente da Unio.
4-) Mediante Lei Complementar, pode a Unio autorizar os Estados a legislar sobre questes especficas em relao as matrias de sua competncia privativa.
Resposta = verdadeiro
A privatividade permite a delegao, de questo especfica aos Estados-membros, de acordo com a regra do pargrafo nico do art. 22, satisfazendo-se 3 requisitos:
a-) Requisito formal A delegao deve ser objeto de lei complementar, aprovada pelo CN, por maioria absoluta dos membros de ambas as casas do CN.
b-) Requisito material Somente poder ser delegado um ponto especfico dentro de uma das matrias descritas nos 29 incisos do art. 22 da CF, assim, nunca se poder delegar toda a matria existente em um dos citados incisos
c-) Requisito implcito O art. 19 da CF veda qualquer criao por parte dos entes federativos de preferencias entre si, dessa forma a lei complementar dever delegar um ponto especfico de sua competncia a todos os Estados, sob pena de ferir o princpio da igualdade federativa.
5-) O DF no possui autonomia, que reconhecida, entretanto, aos Territrios Federais
Resposta = falso.
O DF ente federativo dotado de autonomia na sua capacidade de auto-organizao, autogoverno e autoadministrao. Vedando-lhe a possibilidade de subdividir-se em municpios.
Dessa forma, no Estado-membro e nem Municpio, porm, em regra, tem todas as competncias legislativas e tributrias reservadas aos Estados-membros e Municpios; excetuando-se a regra prevista no art. 22, XVII da CF compete privativamente Unio legislar sobre a organizao judiciria, do MP e da Defensoria pblica do DF e dos Territrios, bem como a organizao administrativa destes.
Por fim, Territrios Federais, no so entes federativos e to pouco gozam de autonomia, eles integram a Unio, constituem simples descentralizaes administrativas-territoriais da prpria Unio, e sua criao, transformao em Estado ou reintegrao ao Estado de origem sero reguladas em lei complementar.
6-) A interveno do Estado no Municpio dar-se- quando deixar de ser paga, dvida fundada.
Resposta = verdadeiro
Desde que, a dvida fundada tenha deixado de ser paga sem motivo de fora maior por dois anos consecutivos.
7-) O desrespeito por um dos Municpios existentes de um princpio constitucional sensvel da CF enseja a interveno Federal.
Resposta = Falso, com ressalvas.
A Unio no pode intervir diretamente nos Municpios brasileiros, salvo se localizados em Territrio Federal (art. 35, caput, da CF/88), cabe a cada Estado-membro, caracterizada uma das hipteses autorizadoras da interveno, intervir na no Municpio que esteja em seu territrio.
8-) Para a criao de um Municpio necessria a edio de uma lei autorizativa Estadual, de consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes interessadas e, por fim, o estudo de viabilidade municipal, apresentado e publicado na forma da lei federal.
Resposta = Falso.
A criao de um Municpio far-se- pela observncia, pelo Estado-membro, dos requisitos do art. 18 da CF. So eles:
a-) Lei complementar federal (e no estadual) estabelecendo genericamente o perodo possvel para a criao, incorporao, fuso ou desmembramento de municpios.
b-) Lei ordinria federal prevendo os requisitos genricos exigveis, bem como a apresentao e publicao dos Estudos de Viabilidade Municipal.
c-) Consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes dos municpios diretamente interessados, compreendidas tanto a do territrio que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrer desmembramento. (a reprova do plebiscito vincula a Assembleia Legislativa, impedindo a criao do municpio).
d-) Lei ordinria Estadual criando especificamente determinado municpio.
9-) O poder constituinte derivado decorrente abrange os Estados, para elaborarem suas constituies e os Municpios, para elaborarem suas Leis Orgnicas Resposta = Verdadeiro.
O poder constituinte derivado decorrente permite a auto-organizao dos Estados, consubstanciando-se na edio e reforma das respectivas Constituies Estaduais e suas prprias legislaes, assim, como, tambm dos Municpios, que ao invs de Constituies, auto-organizam-se por meio de suas Lei Orgnica Municipal, e suas prprias legislaes.
10-) No direito brasileiro, considera-se impossvel que uma norma inserida na CF possa ser declarada inconstitucional.
Resposta = Falso, com ressalvas.
A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal no admite a tese das normas constitucionais inconstitucionais, ou seja, de normas contraditrias advindas do poder constituinte originrio, pois estas esto fora de sua jurisdio no tocante ao poder constituinte originrio. Assim, se o intrprete da Constituio se deparar com duas ou mais normas aparentemente contraditrias, caber-lhe- compatibiliz-las, de modo que ambas continuem vigentes.
O Supremo Tribunal Federal apenas admite a possibilidade de controle de constitucionalidade em relao ao poder constituinte derivado, apreendendo-se, portanto, que as revises e as emendas devem estar balizadas pelos parmetros estabelecidos na Carta Magna.
11-) No mbito da legislao concorrente, na falta de lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero competncia legislativa plena, para tender as suas peculiaridades.
Resposta = Verdadeiro.
A CF adotou a competncia concorrente no cumulativa ou vertical, de forma que a competncia da Unio est adstrita ao estabelecimento de normas gerais, devendo os Estados e o DF especific-las (competncia suplementar), atravs de suas respectivas leis.
A inrcia da Unio em editar lei federal enseja aos Estados e DF, temporariamente, a adquirir competncia plena tanto para edio de normas gerais, quanto para as especficas. (CF, art. 24, par. 3 e 4).
12-) A CF estabeleceu um sistema de repartio de competncias que parte da enumerao de poderes da Unio e dos Estados, cabendo aos Municpios a competncia remanescente.
Resposta = Falso.
A repartio de competncia administrativa enumerada so da Unio (art. 21) e dos Municpios (art. 30), e a competncia administrativa remanescente dos Estados (art. 25, par. 1).
Cabem na rea administrativa privativamente ao Estado todas as competncias que no forem da Unio, dos Municpios e as de competncia comum entre todos os entes federativos (art. 23).
13-) O nmero de vereadores dever ser proporcional ao eleitorado do municpio.
Resposta = Falso.
A quantificao do nmero de vereadores se faz com base proporcional ao nmero de habitantes e, no de eleitores como afirma a afirmao a cima.
14-) Durante a vigncia de seu mandato, o Senador e o Deputado Federal, est livre de qualquer tipo de priso.
Resposta = Falso.
A CF excetua hiptese em que o parlamentar no gozar da imunidade formal e poder ser prezo, no caso de flagrante delito por crime inafianvel, nesse caso a manuteno da priso depender de autorizao da Casa respectiva para formao de culpa, pelo voto ostensivo e nominal da maioria de seus membros. Por isso a afirmativa a cima falsa, pois o parlamentar no est livre de qualquer tipo de priso.
Em regra, o congressista no poder sofrer qualquer tipo de priso de natureza penal ou processual, seja provisria, seja definitiva, ou ainda, priso de natureza civil.
15-) As imunidades parlamentares, sejam materiais ou processuais, aplicam-se, desde a expedio do diploma, aos Deputados Estaduais e Federais, aos Senadores e aos vereadores.
Resposta = Falso
Somente os Senadores e Deputados Federais gozam das imunidades materiais e processuais, equiparando-se a eles os Deputados Estaduais.
Aos Vereadores Municipais, atribudo imunidade material apenas. De acordo com o art. 29, VIII, os Municpios reger-se-o por lei orgnica, que dever obedecer, dentre outras regras, da inviolabilidade dos Verea- dores por suas opinies, palavras e votos no exerccio do mandato e na circunscrio do Municpio.
16-) Para receber denncia contra Senador ou Deputado Federal, por crime cometido aps a diplomao, o STF dever dar cincia casa legislativa.
Resposta = Falso.
A imunidade formal processual, alterada pela EC n 35/01, no impede o oferecimento da denncia e seu recebimento pelo STF.
O procedimento para eventual aplicao da imunidade formal processual, todavia, iniciar-se- com o recebimento da denncia ou queixa-crime pelo STF, que dever dar cincia Casa Legislativa respectiva, para anlise de eventual sustao do andamento da ao penal.
17-) O DF rege-se pela Constituio e leis que adotar. Resposta = Falso.
O DF reger-se- por sua Lei Orgnica e no Constituio, e pelas suas leis distritais.
18-) A imunidade de deputados e senadores no podem ser suspensas durante o estado de stio.
Resposta = Falso.
Como regra geral, durante a vigncia desses estados de anormalidade, os parlamentares no perdem as imunidades.
Apenas durante o estado de stio as imunidades podero ser suspensas, mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso, que sejam incompatveis com a execuo da medida (art. 53, 8.o, regra esta mantida pela EC n. 35/2001).
19-) A CF/88 veda a criao de novos Territrios Federais.
Resposta = Falso.
Ressalte-se, que, apesar da inexistncia atual de Territrios Federais, a prpria CF permite a criao de novos territrios (art. 18, par. 3).
20-) A organizao Poltico Administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o DF, Municpios e os Territrios.
Resposta = Falso.
Pelo art. 18 da CF, que prev que a organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o DF e os Municpios, todos autnomos e possuidores da trplice capacidade de auto-organizao, autogoverno e auto administrao.
Como se v, os Territrio no constituem-se em ente federativo, sendo eles to somente simples descentralizaes administrativas-territoriais da prpria Unio.
21-) O tempo de durao do estado de stio no poder ser superior a 30 dias, podendo ser prorrogado uma nica vez por igual perodo.
Resposta = Falso.
Essa afirmativa sustentada a cima concernente ao estado de defesa e no ao estado de stio, ao observar o art. 138 da CF, entende-se, quanto ao prazo do estado de stio, haver duas hipteses, a do inciso I e a do inciso II, vejamos:
Inciso I comoo grave de repercusso nacional ou ocorrncia de fatos que comprovem a ineficcia de medida tomada durante o estado de defesa. Ocorrendo o estado de stio por este inciso, o prazo ser no mais do que por 30 dias por cada vez que for decretado.
Inciso II declarao de estado de guerra ou resposta a agresso armada estrangeira. Sendo decretado o estado de stio por este inciso II, o prazo ser por tempo indeterminado, pelo tempo em que perdurar o fato gerador.
22-) Durante o Estado de Defesa poder ser determinada a busca e apreenso domiciliar.
Resposta = Falso.
O Estado de Defesa modalidade mais branda do que o Estado de Stio, sendo assim, admissvel a busca e apreenso domiciliar somente neste ltimo. (art. 137, I).
23-) Para a decretao do Estado de Defesa e de Stio o Presidente precisa da autorizao do Congresso Nacional.
Resposta = Falso.
Ambas as formas so provocadas pelo Presidente e necessitam de oitiva dos Conselhos da Repblica e o da Defesa Nacional, que tem carter no vinculativo, no Estado de Defesa no h preciso de autorizao do CN, esta autorizao to somente cabe na decretao do Estado de Stio.
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