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RELEXÕES SOBRE O MERCADO DE TRABALHO E A PARTICIPAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA TERCEIRA IDADE
Jorge Luiz Knupp Rodrigues, Gleyciane Ovidio Mendes, Jessyca Peccin Abelha
Rodrigues Rodrigues, Márcia Regina de Oliveira (Universidade de Taubaté - SP)
Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar a participação dos profissionais da terceira idade no atual mercado de trabalho, discutir os benefícios em se contratar essas pessoas, e os desafios enfrentados por esse grupo de indivíduos. Com o avanço da ciência a expectativa de vida vem aumentando a cada ano, dados estimativos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do censo demográfico de 2010 mostram o crescente número de pessoas acima de 60 anos que correspondem a 7,4% do total da população brasileira. Com isso nos vimos indagados sobre como o mercado de trabalho e as pessoas da terceira idade estão se relacionando, em como a participação desses indivíduos tem se expressado frente ao crescimento e os desafios do mundo atual. A participação desse grupo vem se mostrando cada vez mais efetiva em varias pesquisas e estudos que tentam mensurar, definir e analisar o papel do idoso na sociedade em geral. Este trabalho utilizou-se de pesquisa bibliográfica exploratória, com livros, artigos, estudos e monografias para uma ampla visualização e concretização das respostas procuradas. A relevância deste trabalho dá-se em entender o comportamento social sobre a participação dos idosos no mercado de trabalho, bem como, ampliar o conhecimento das autoras sobre o tema e favorecer a prática profissional. Nestes estudos vemos que vários são os fatores que influenciam a terceira idade em continuar no mercado de trabalho, são eles sociais, econômicos e psicológicos. Quando não há qualificação assumem trabalhos de pouca exigencia, enquanto que os mais qualificados aumentam suas chances de recolocação profissional. Vemos que a sociedade ainda possui uma visão preconceituosa para com o idoso, no entanto com as novas expectativas de vida, fazem a sociedade e as empresas repensarem suas atitudes e olharem com outros olhos esse grupo de pessoas que tem muito a oferecer.
Palavras-chaves: Mercado de trabalho. Terceira idade. Idoso
ISSN 1984-9354
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014
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Introdução
Frente ao crescimento do numero de pessoas acima de 60 anos no Brasil, dados do Instituto
Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) da sinopse do censo demográfico de 2010 apontam
que os indivíduos acima de 60 anos de idade, chegaram a 7,4% do total da população brasileira.
Somos em um total de 190.732.694 de pessoas e desses mais de 14.000.000 têm mais de 60 anos
(LAURIANO e DUARTE, 2011).
Diante disso é importante saber que os anos de trabalho permitem a
acumulação de uma experiência profissional que facilita, muitas vezes, a
execução de tarefas. Assim sendo, dá-se a impressão de que o trabalho
ideal para os idosos, envolveria gestões mais participativas e não apenas
realização de tarefas (PEREIRA, 2002 apud NASCIMENTO, ARGIMON,
LOPES 2006, p. 2).
Contudo, o mercado atual, ainda tímido e frente a vencer preconceitos com este público,
apresenta-se como uma nova oportunidade e vantagens para esse ''novo empregado''. Estudos
mostram que essa classe tem muito a oferecer em diversos âmbitos profissionais, trazendo consigo
vários fatores positivos tais como competência, maturidade, responsabilidade e experiência que é
uma das qualidades mais visadas.
Segundo Argimon; Nascimento e Lopes (2006) é por meio do trabalho, uso verdadeiro da
força humana, que o individuo se desenvolve e também contribui para o desenvolvimento da
sociedade da qual faz parte. Se por um lado, os jovens acreditam que possuem o conhecimento,
por outro, o idoso tem a experiência a seu favor, como um diferencial para a sua contratação, além
de que o retorno, que a empresa contratante tem com este profissional é quase que imediata, pois
em alguns casos, não é necessário ensinar-lhe o trabalho a ser feito.
Assim é o envelhecimento, um fenômeno que atinge a todos os seres vivos, inclusive o
ser humano e está relacionado diretamente com as condições de vida e trabalho. É do senso
comum que as pessoas vivem, acumulam mais experiência contudo, pode se fazer uma ligação
entre as questões relacionadas ao envelhecimento com as questões relacionadas a experiência
(STELL, 2003 apud ARGIMON; NASCIMENTO e LOPES, 2006 ).
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Normalmente, para todos chegará a terceira idade e com o avançar dos tempos e a
globalização, o profissional idoso estará cada vez mais presente no mercado e trabalho. A
premissa dessa pesquisa é analisar a participação de profissionais da terceira idade no mercado
de trabalho e seu beneficio para as organizações atualmente.
Pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE ano?)
mostram o crescente aumento das pessoas maiores de 60 anos e ainda fazem projeções mais
longas para 10, 20 anos que estão por vir. Com isso, observa-se uma tendência de aumento da
contratação deste tipo de mão-de-obra que pode oferecer, não só a larga experiência, mas
também outros fatores que não são encontrados com tanta facilidade em pessoas mais jovens.
Problema
O mercado de trabalho é receptivo ao profissional da terceira idade?
Objetivo
Analisar a participação do profissional da terceira idade no mercado de trabalho,
verificando os benefícios de se contratar um profissional da Terceira Idade e em qual setores
estes profissionais são alocados nas organizações.
Metodologia
Para realização desse trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica exploratória, a
pesquisa bibliográfica é um tipo de pesquisa que segundo Gil (2002), grande parte dos estudos
exploratórios visam obter uma familiaridade maior com o problema e podem ser definidos como
pesquisas bibliográficas. Conforme Vergara (2005) o método bibliográfico caracteriza-se pelo
estudo sistematizado, desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas jornais,
redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral.
Conceito de trabalho e emprego
O trabalho é uma necessidade natural e eterna da raça humana, sem o qual o ser humano não
poder existir. Além disso, é um dos aspectos que difere o homem dos animais irracionais, os quais
passivamente adaptam-se ao meio ambiente, enquanto o homem atua sobre ele ativamente,
obtendo os bens materiais necessários para sua existência com seu trabalho, inclusive fabricando
os instrumentos adequados para realização das atividades laborais (RODRIGUES e INOCENTE,
2010).
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A história do trabalho parece ter início quando o homem procurou buscar meios para
satisfazer suas necessidades. Essa busca pode ser vista em toda história, nas ações humana, o que
contribui para que o homem continue sobrevivendo. Alcançando a satisfação, as necessidades são
ampliadas, inclusive, para outros homens, gerando as relações sociais que determinam a condição
histórica do trabalho. Assim, o trabalho é subordinado a determinadas formas sociais
historicamente limitadas e a correspondentes organizações técnicas, determinando o modo de
produção. Desta forma, o modo de produção dominante, relacionado com outros modos de
produção subordinados, forma a organização e a execução dos processos do trabalho, vistos como
produtos de relações sociais, segundo Oliveira (1993).
É visível que a civilização estruturou-se principalmente em função do trabalho humano. No
decorrer dos tempos, em vários momentos, e em sociedades distintas, o executor do trabalho,
desenvolveu diferentes papéis em sua existência: o de usuário de energia física, depois operador
de ferramentas, passando por organizador da produção, para que na Era Pós Industrial, ser um
sintetizador da energia mental, favorecendo a abstração e criatividade (ALBUQUERQUE, 2008).
Após o advento da Revolução Industrial, a relação capitalista teve a necessidade de
desenvolver e organizar projetos como grupo de pessoas, instrumentos e processos, essa ideia deu
origem a palavra emprego na qual sempre teve uma relação estável e pouco duradoura diante da
empresa e o empregado, desta forma a relação de emprego e trabalho acabaram se mistificando
(PUPO, 2007). Segundo Albuquerque (2008, p. 1) o trabalho tem vários significados pela história
humana tais como:
Na pré-história: Uma atividade lúdica; Na Antiguidade: Maldição divina ou do
vencido e escravizado; Nos primórdios do cristianismo: Forma de expiação do
pecado original e meio de compaixão; No cristianismo da idade média: Remédio
para as tentações; Com a reforma luterana: Um direito e dever ou um meio para a
salvação; Na revolução industrial: Expressão da criatividade humana; No início do
século XX: A maior obsessão...
Friedmann e Naville (1973 apud SANTOS, 2011, p. 18) comentam que o trabalho também
difere da atividade, porque ele é específico, sugere a produção de valores, isto é, de bens, de
serviço, de troca e de consumo. O emprego seria o “exercício do trabalho remunerado”. A
maneira, na qual, a maioria das pessoas se refere ao trabalho, como emprego remunerado, é a
forma como melhor entendem o real sentido de estar empregado.
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É fundamentado que o trabalho é o combustível que move o mundo, se ele não existisse os
países estariam paralisados e faltaria praticamente tudo, principalmente os aspectos essenciais e
necessários a vida, tais como: água, comida, remédio, roupa, objetivamente faltaria recursos para
manter a sobrevivência. Por isso quando um cidadão fica desempregado é muito difícil para ele
lidar com a autoestima e consequentemente, com a falta de recursos para se manter, essa é a parte
negativa do trabalho, o desemprego.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) o mundo tem hoje 27
milhões de trabalhadores desempregados, segundo tabela 183 de Junho de 2012. Sobre a taxa de
desocupação dos brasileiros, maiores de 50 anos, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE 2010) observa-se que nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São
Paulo, somam um percentual de 5,4% do numero total de habitantes. Desta forma o trabalho e o
seu aliado emprego são fundamentais para que um país se desenvolva e se reequilibre, diminuindo
o número de desempregos a aumentando o de vagas acessíveis (PORTO, AMARAL E BACON,
2011).
A relação de emprego ao longo dos anos tem se mantido estável, ela mostra uma falsa
condição de conforto, pois o empregado além de assinar a carteira se sente cômodo pelos
benefícios que tem direito, como FGTS, 13o salário além de férias e outros, mas essa zona não é
somente ligada a conforto, de forma que nela deve se atentar para as obrigações exigidas, como
cumprir ordens e regras que a empresa impõe, bater o cartão, estar empre disposto e disponível,
quando receber ordens e tantas outras exigências. Com o passar do tempo o conforto que era tão
enunciado passa a ser cada vez mais entediante, pois as empresas estão em mutuas e avançadas
mudanças se tornando cada vez mais competitivas, e a relação com o emprego cada vez mais
acirrada (PUPO, 2007).
Destaca-se, que muitas são as definições de Trabalho como sinônimo de Emprego, isto
parece estar relacionado a uma questão de cultura social brasileira, que associa a palavra trabalho
ao sentido de emprego. Verifica-se que trabalho é atuação, esforço físico e mental dispensado em
qualquer atividade que seja realizada, já o emprego é o exercício de toda atuação mais elementos
específicos como qualificação para execução de funções em troca de remuneração.
A evolução do trabalho ao longo dos tempos até os dias atuais passou por várias
transformações de conceitos e valores agregados, por órgãos responsáveis e também pelos
próprios trabalhadores que lutaram para que a mudança fosse real. Hoje, verifica-se os
comparativos que muitos estudiosos fazem ao longo dos anos, entre a era pré industrial e era pós
industrial para a definição dos conceitos de emprego e trabalho.
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Mercado de trabalho
“O mercado de trabalho real pode ser considerado a soma das oportunidades atuais e das
que serão criadas pelas pessoas empreendedoras e criativas de uma certa área” (FRAIMAN, 2008,
p.1). Inicialmente o mercado de trabalho está ligado ao numero de vagas de empregos disponíveis
para trabalhadores formados em determinada área, esse mercado é amplo, as variedades de vagas
de emprego são imensas, mas para inserir-se nele de forma a ter um bom salário, além de boa
formação, é necessário também um ótimo conhecimento e competências na área que quer atuar.
Segundo o IBGE (2010) ocorreram grandes transformações no mercado de trabalho do
Brasil, desde a implantação da pesquisa Emprego – Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que
nada mais é do que a avaliação conjunta do trabalho junto à população em idade ativa, a
implantação dessa pesquisa visa captar, mais adequadamente, as qualidades e características do
trabalhador e de sua melhor inserção no mercado de trabalho.
Engels (1876 apud PERES, 2006) afirma que o trabalho é a condição mais simples e
concreta de toda a vida do ser humano. Em certo grau afirma que o trabalho criou o próprio
homem. Sustentando o pensamento de Engels, Antunes (2006 apud PERES, 2006) classifica o
trabalho como um momento único de realização do ser humano, no qual a condição da sua
existência é algo ideal para sua vida como trabalhador.
O mundo caminha rapidamente, as mudanças no mercado são inevitáveis e necessárias,
independente da profissão, que você escolheu ou vai escolher, o mercado de trabalho busca um
profissional competente, que se mantenha em constante processo de atualização, por meios de
leituras de livros, revistas, ligado a internet para saber as novidades.
Segundo Battisti (2002) vive-se na era da velocidade da informação, para o mercado de
trabalho já não é o bastante ser especialista em uma única área, ou seja, é necessário saber e ter
bons conhecimentos dos assuntos que foram aprendidos ontem e daqueles que estão sendo
aprendidos hoje, pois o mercado seleciona as pessoas mais preparadas e que saibam aplicar seus
conhecimentos em benefícios da empresa para gerar os resultados esperados. Diante disto, pensar
que depois de fazer um curso ou uma faculdade, você encontra-se totalmente ‘livre’ dos estudos, é
decretar a morte para sua carreira e vida profissional, apesar de boa parte da população,
infelizmente, pensar desta forma, o que contribui para uma maior dificuldade de uma colocação no
mercado de trabalho.
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Este mercado é manuseado pelas ofertas e procuras de empregos. Sendo assim, quanto
maior for o numero de empresas e organizações em uma determinada área ou região, que estejam
procurando candidatos para suas vagas disponíveis, maior serão as ofertas de empregos que
existirão em determinado local, isso é chamado de fenômeno da oferta de empregos. Já nos
últimos anos, o Brasil vem apresenta-se em situação de oferta, são poucas as vagas com
disponibilidades apresentadas pelas organizações, deste modo é maior o nível de exigência no
mercado e menores são as remunerações fornecidas, em consequência disto, o famoso índice de
desemprego fica cada vez mais alto.
Apesar do desemprego, relacionar-se a demanda de vagas que oscilam conforme o
aquecimento do mercado de trabalho, as crises econômicas são flutuantes, você deve conhecer
várias pessoas que estão empregadas e que tem sucesso profissional, estão ganhando dinheiro e
tendo reconhecimento, isso acontece por que estsas pessoas não deixam de acreditar nas suas
capacidades, continuam investindo em si mesma sem perder as esperanças, isso não quer dizer que
nem todos os desempregados deixaram de investir em si mesmos, a crise está ai e não deve ser
inorada, mas o que não se pode fazer é ficar parado e desistir.
Todas estas mudanças estimulam a criação de um mundo imprevisível e incompreensível,
no qual o trabalhador vai continuar sofrendo impactos, e Governo e Estado pouco irão fazer por
este tal individuo (SEVCENKO, 2001 apud PERES, 2006). Contudo, o mundo é imenso, as
oportunidades também, algumas empresas continuam fechadas, falidas, por que não souberam
lidar com as crises, seus empregados estão ociosos ou desamparados, alguns ainda desempregados
alimentando suas inercias, seu comodismo, outros estão indo a luta e conseguindo superar cada dia
mais, apesar das dificuldades encontradas no mercado de trabalho.
Terceira idade ou conceito de idoso
Desde a origem da vida, a evolução acontece de tal forma que a idade cronológica
relaciona-se diretamente com o tempo que se passa, o qual representa uma eternidade
quantificada, ou seja, uma cota. Desta forma o homem e o tempo se influenciam mutuamente,
produzindo profundas mudanças nas subjetividades e diferentes representações que lhes
permitem lidar com a questão temporal (GOLDFARB, 1998 apud ALMEIDA 2008).
Normalmente, quase todos sabem identificar ou reconhecer um idoso, bastando para isso
observar alguns referenciais biológicos relacionados a aparência as doenças consideradas como
clássicas para este período da vida, ou seja, cabelos brancos, rugas, osteoporose, hipertensão,
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perdas de memória, cardiopatias, dentre outros, porém, em alguns casos, estes sinais costumam,
muitas vezes, se manifestar bem antes que uma pessoa possa ser definida como idosa ou em
processo de envelhecimento, também a ciência contemporânea conta com novos recursos que
eliminam a maioria destes sinalizadores de idade avançada, assim, estes não servem mais para
definir a velhice, afirma Almeida (2008) para completar a o pensamento de Goldfarb (1998).
Segundo Camarano e Pasinato (2004, p. 2) são considerados como idosos todos os
indivíduos que compõe a população de 60 anos ou mais tal como definido pelo marco legal da
Política Nacional do Idoso e pelo Estatuto do Idoso.
Admite-se a existência de um conjunto bastante amplo de critérios e
opiniões para a definição do que venha ser um “idoso”, o mais usual
baseia-se no limite etário, podemos ver por exemplo, a definição da
Política Nacional do Idoso (Lei 8.842 de 4 de janeiro de 1994) e também o
Estatuto do Idoso ( Lei 10.741 de 1º de outubro de 2003) confirma essa
definição. Há também a Organização Mundial da Saúde que estima como
idosas pessoas com 60 anos ou mais caso residam em países em
desenvolvimento e acima de 65 anos os que residem em países
desenvolvidos (CAMARANO, 2004, p. 2).
O conceito de idoso, parte do principio etário e também está associado ao processo de
declínio biológico natural das capacidades físicas, ligam-no também as novas fraquezas
psicológicas e comportamentais (CAMARANO, 2004). Observa-se que a palavra “idoso” está
fortemente ligada a questões da idade e situação biológica que um individuo venha apresentar.
Porém Camarano (2004) comenta que idosos não são os indivíduos em determinado ponto do
ciclo de vida biológico, mas também em determinado ponto da vida social, pois a classificação de
“idoso” permeia os indivíduos em vários âmbitos da vida social, como trabalho, família, etc.
Rodrigues e Soares (2006, p. 5) analisam que “a forma de conceber e viver o
envelhecimento depende do contexto histórico, dos valores e do lugar que o idoso ocupa na escala
classificatória dessa sociedade, que ao final serão os responsáveis pela construção social do
envelhecer e da velhice”.
As opiniões sobre o conceito envolvem muitas facetas sejam elas históricas, sociais,
biológicas, entre tantos outros âmbitos a serem estudados e mesmo o tempo futuro, que trará
consigo uma maior expectativa de vida, que segundo o Censo Demográfico de 2010 do IBGE é de
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73 anos, 25,4 anos a mais do que na década de 60, e esse numero tende a aumentar com a
evolução da ciência e medicina, o próprio IBGE tem uma estimativa de que em 2050 a expectativa
de vida será em torno de 81,29 anos.
Os adultos acima de 60 anos fazem parte da chamada terceira idade, termo relacionado a
determinada cultura, na qual não há uma definição em completo para ele. Todas as definições
estão baseadas em faixas etárias ou mesmo no declínio físico da pessoa idosa, porém bserva-se
que algumas opiniões convergem e outras em pequenas partes divergem, mas todas levam em
consideração o meio em que se está inserido bem como a cultura de cada lugar. Entende-se,
portanto, que Idoso ou Terceira Idade são sinônimos, pois Idoso é toda pessoa que tem acima de
60 anos e a Terceira Idade corresponde aos indivíduos que tem acima de 60 anos.
Mercado de trabalho e o idoso
A maioria das pessoas costuma dizer que ter uma idade avançada, é um fator que acaba
pesando na colocação profissional. Pessoas da Terceira Idade, que são demitidas logo após os 40
anos, alegam que encontram dificuldades na procura de uma vaga no mercado de trabalho. Porém,
esse não parece ser um fato que possa ser generalizado, pois, em diversas áreas observam-se
trabalhadores com idade mais alta, sendo que a maioria deles trabalha em comercio,
supermercados, restaurantes, atividades domésticas, motoristas, jardineiros, jornalistas, atores de
televisão, dentre outros.
Essa realidade demonstra que algumas organizações estão abrindo um espaço maior para o
trabalhador idoso, dentro de seu quadro de empregados e estão reconhecendo que o idoso com sua
experiência profissional e de vida, aliadas ao seu conhecimento adquirido com o passar dos anos,
um diferencial de sua organização e de suas atividades. Segundo Miranda (2009) existem alguns
motivos que não permitem o idoso parar de trabalhar após a sua aposentadoria, um dos principais
é a necessidade de complementação da própria renda, já que normalmente o valor da
aposentadoria costuma ser menor do que o salário que recebia quando exercia sua profissão e o
outro fator é a necessidade de se sentir socialmente mais ativo e produtivo.
Conforme Miranda (2009) é possível constatar que alguns idosos já sentem que a
aposentadoria é um modo de dizer que o indivíduo está velho demais para trabalhar, que acabou
ali a sua vida economicamente produtiva e que dará inicio a uma vida completamente
improdutiva, mas isso não atinge a todos da maior idade, alguns acostumaram a trabalhar, criaram
um amor e um grande apreço pelo que fizeram em toda sua vida, não cabe a eles imaginar sem o
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seu trabalho, não pensam em mais nada para matar seu tempo livre além de seu trabalho, uma
verdadeira paixão. No mundo industrial, falta o vínculo entre o trabalho e o resto da vida, assim
muitas vezes são separados totalmente o trabalho do prazer, da renovação, do preenchimento e da
satisfação” (ALBORNOZ 2004 apud GONTIJO, FARIA E SILVA 2010, p.1).
De acordo com Gontijo, Faria e Silva (2010) o mercado de trabalho mostra-se
preconceituoso, pois acaba por limitar a ocupação de determinados cargos dentro das
organizações, com isso o idoso é obrigado a conviver com alguns problemas de inserção e
recolocação no mercado, o qual de certa forma valoriza mais os jovens. A partir dessa e outras
dificuldades, foram criados meios para melhor atender as necessidades da Terceira Idade, um
exemplo é o Estatuto do Idoso no qual estão divulgados os direitos e benefícios dos indivíduos de
maior idade.
O idoso é um cidadão como todos os demais, precisa ser respeitado, o envelhecimento não
deve ser visto como uma etapa inferior da vida, pois ele é inevitável e irá atingir a toda sociedade.
Algumas organizações ainda não atentaram para a importância do idoso e que a participação do
mesmo no trabalho é considerável, não somente no índice de população economicamente ativa,
mas também no que se refere a qualidade de vida. O conceito de velho precisa ser reavaliado e
como dito por Gontijo, Faria e Silva (2010) é preciso reestruturar setores produtivos para
proporcionar aos idosos maiores oportunidades de renda que possam lhe permitir uma boa
segurança econômica e qualidade de vida.
Participação do idoso brasileiro no mercado de trabalho
A análise da participação do idoso no mercado de trabalho vem para complementar todo este
estudo, tentar mensurar, classificar de forma a apresentar o perfil do idoso brasileiro
profissionalmente ou não ativo nas atividades econômicas, bem a participação nos dados
relevantes das pesquisas. Segundo Wajnman, Oliveira A.M. e Oliveira A.L. ( 2004, p. 543):
[...] embora sejam os indivíduos pior posicionados na escala
socioeconômica os que mais participam do mercado de trabalho, à medida
que eles envelhecem as melhores chances de permanecer ativos pertencem
aos mais bem qualificados, aos de melhor escolaridade e, sobretudo, aos
que não estão envolvidos em atividades manuais.
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O Gráfico 1 apresenta o declínio da participação masculina, com maior intensidade nos
anos 1990, já a participação feminina manteve-se estável nos 10% da participação efetiva da
pesquisa (WAJNMAN,OLIVEIRA A.M. e OLIVEIRA A.L.,2004). Em compensação, Wajnman,
Oliveira A.M. e Oliveira A.L. (2004) analisam que do ponto de vista das tendências demográficas
aqui apresentadas, a faixa etária do PEA (População Economicamente Ativa) no Brasil, torna-se a
cada ano mais velha, o que significa que a taxa relativa da população idosa tende a aumentar
continuamente pelas décadas que virão.
Gráfico1 – Tendência Temporal das Taxas de Participação dos Idosos – 1977 a 2002 Fonte: IBGE/PNADS de 1977 a 2002.
No Gráfico 2 observa-se que a tendência de aumento nos anos que estão por vir é efetiva,
isso só demonstra o quanto o mercado de trabalho tende a aquecer nos próximos anos e como ele
também terá que se adaptar a nova realidade que está por vir.
Gráfico 2 – Proporção de Idosos na PEA Total: Valores Observados e Projetados. Fonte: IBGE/PNADS de 1977 a 2002.
Já no Gráfico 3 pode-se observar a taxa de atuação por sexo dos idosos economicamente
ativos.
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Gráfico 3 – Taxas de Atividade dos Idosos por Sexo e Idade. Fonte: IBGE/PNADS de 2002.
No Gráfico 3 verifica-se que o ápice da taxa de participação está entre os 60 e 69 anos de
idade para homens e mulheres e o declínio da participação acontece a partir dos 70 anos de idade
para ambos os sexos. Wajnman, Oliveira A.M. e Oliveira A.L. (2004, p. 457) comentam o gráfico
para complementar a visão da seguinte forma ‘‘em termos de proporções, os idosos de 60-64 anos
de idade, respondem por 45% da PEA de 60 anos e mais, o grupo de 65-69, por 25% e os acima de
70, pelos demais 30%’’.
O Gráfico 4 e 5 expõem o comportamento diferenciado das taxas de atividade segundo as
regiões do país, em grande medida essas diferenças revelam a estrutura setorial de cada região
(WAJNMAN, OLIVEIRA A.M. E OLIVEIRA A.L.,2004, p. 458).
Gráfico 4 – Taxas de Atividade dos Homens Idosos Segundo Regiões – Urbano – 1981-2002. Fonte: IBGE/PNADS de 1981 a 2002.
Pode-se observar nos Gráficos 4 e 5 que os homens idosos são efetivamente mais ativos do
que as mulheres, bem como em relação aos homens a pesquisa aponta pequena disparidade entre
as regiões, enquanto as mulheres não apresentam muita diferença de região para região.
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Gráfico 5 – Taxas de Atividade das Mulheres Idosas Segundo Regiões – Urbano – 1981-2002. Fonte: IBGE/PNADS.
Os Gráficos 6 e 7 exibem a distribuição setorial do emprego,nos quais observa-se:
[...] 57% dos homens e 84% das mulheres estão ocupados no setor de
serviços. No entanto, é interessante observar que, entre os idosos do sexo
masculino, mesmo entre os residentes em domicílios urbanos, há uma
parcela nada desprezível dos que se ocupam de atividades agrícolas (22%
em 2001), certamente pelo fato de essas atividades serem bastante
compatíveis com o trabalho do idoso (WAJNMAN, OLIVEIRA A.M. E
OLIVEIRA A.L.,2004, p. 464).
Gráfico 6 – Ocupação dos Homens Idosos Segundo Ramos de Atividade Urbano e Rural - 2001 Fonte: IBGE/PNADS de 2001.
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Gráfico 7 – Ocupação das Mulheres Idosas Segundo Ramos de Atividade Urbano e Rural - 2001 Fonte: IBGE/PNADS de 2001.
Para a compreensão da inserção do idoso por situação de ocupação, os Gráficos 8 e 9,
ilustram as principais diferenças entre os idosos homens e mulheres da zona urbana e rural, bem
como seu posicionamento na ocupação (WAJNMAN, OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2004).
Gráfico 8 – Ocupação dos Homens Idosos Segundo Situação na Ocupação - Urbano e Rural - 2002 Fonte: IBGE/PNADS de 2002.
Os Gráficos 8 e 9 demonstram a disparidade entre os homens da zona urbana e rural, bem
como sua situação ocupada que nos chama atenção para os que ocupam a posição de conta-própria
tanto entre os homens bem como das mulheres. Outra observação importante são os empregados
sem carteira os homens ocupam 22% desse meio enquanto as mulheres posicionam-se em 31% do
total (WAJNMAN, OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2004). Isso demonstra o quanto os idosos procuram
continuar trabalhando e serem ativos profissionalmente, com carteira assinada ou não, sendo
donos do próprio negócio e até mesmo sem remuneração. O importante é que sejam por motivos
financeiros ou sociais, o idoso se mantenha ativo e possa sentir-se bem com isso.
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Gráfico 9 – Ocupação das Mulheres Idosas Segundo Situação na Ocupação - Urbano e Rural - 2002 Fonte: IBGE/PNADS de 2002
Nos Gráficos 10 e 11 verifica-se a taxa de participação dos idosos no mercado de trabalho
conforme os anos de estudo.
Gráfico 10 – Taxas de Atividades dos Homens Idosos por Anos de Estudo - Urbano - 2002 Fonte: IBGE/PNADS de 2002
Gráfico 11 – Taxas de Atividades das Mulheres Idosas por Anos de Estudo - Urbano - 2002 Fonte: IBGE/PNADS de 2002
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Observa-se por meio do Gráfico 10 que os homens possuem uma taxa elevada de atividade
devido aos anos de estudos maior do que as mulheres em comparação com Gráfico 11, bem como
as mulheres com 11 anos ou mais de estudos são mais ativas do que os homens na mesma
situação. Wajnman, Oliveira A.M. e Oliveira A.L. (2004, p. 459) comentam o resultado dos
Gráficos 10 e 11 da seguinte maneira:
[...] observamos haver uma distribuição em forma de U para o emprego
segundo a escolaridade; ou seja, são os analfabetos, os com primário
incompleto e os com 11 anos e mais de estudo que têm o maior nível de
participação. Essa evidência parece significar que, se por um lado a
qualificação é um fator importante para a inserção do idoso no mercado de
trabalho, aqueles de nível educacional extremamente baixo tendem a
aceitar qualquer tipo de trabalho precário, de forma a atender às suas
necessidades de renda.
Por outro lado, o aumento da idade e a decadência das taxas, dos que detêm mais anos de
estudos, demonstram que ficam ativos por mais tempo compensando assim a perda da capacidade
laborativa que vem associada ao envelhecimento (WAJNMAN, OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2004).
Dentre as diversas pesquisas realizadas verifica-se a tendência do aumento da participação das
pessoas idosas no mercado de trabalho, pois a globalização, o aumento da expectativa de vida e as
pesquisas demográficas contribuem para este crescimento. Muitas são as noticias divulgadas na
televisão, internet, radio destacando a importância do tema.
Valorização do idoso no mercado de trabalho
Vive-se em um País, no qual, o preconceito é alvo de muitos conflitos e desvalorização,
apesar de ser um crime. Muitas pessoas rotulam o outro como forma de diminui-los diante a
sociedade, ou até mesmo obter vantagem sobre o outro. Segundo Marques (2010) até a década de
1950, ser jovem era pouco considerável, sempre duvidavam de suas experiências e habilidades
para conseguire realizar grandes feitos e ocupar cargos de comando nas organizações. Todavia,
com o surgimento do movimento "hippie" e alguns outros, ligados à juventude, como o
desenvolvimento do Cinema e o surgimento da Televisão, desde então, valoriza-se a beleza, a
sensualidade e distingue-se padrões de beleza, ou como eram chamados, padrões universais, tanto
masculinos como femininos.
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A partir destes feitos o idoso começou a sofrer uma série de restrições em todos os
aspectos, alguns deles atingiam principalmente sua vida social, seguindo os pensamentos de
Marques (2010, p.1) ele não concorda quando é citado que "idoso é todo aquele que ultrapassa os
60 anos de idade", essa politica pode ser algo que não se adequa, pelo fato de estimular os
sexagenários sentirem-se necessitados de proteção e envelhecidos.
Segundo Normanha Filho (2011), é um fato concreto que o mercado de trabalho possui
algum preconceito com o fator idade, principalmente com o idosos. Mas o Brasil esta crescendo
em ritmo acelerado e se continuar assim deixará de ser um Pais de jovens, “preparado para
absorver esse contingente de idosos que deseja e necessita permanecer produtivo?” (PAVANI,
2002, p. 188 apud NORMANHA FILHO, p. 1, 2011). Normanha Filho (2010) expressa sua
opinião dizendo que uma das soluções mais coniventes para a valorização do idoso, é que a
aposentadoria compulsória passe para 75 anos, isso iria facilitar seu reaproveitamento no mercado
de trabalho com uma carga de trabalho mais reduzida.
De acordo com Del Pozzo (2010), algo que não deve continuar acontecendo por parte da
sociedade, que subestima a capacidade da terceira idade de contribuir para o meio social,
condenanda a uma certa inatividade compulsória, tornando assim inativos e com sérios problemas
de saúde. O papel da cidadania não pode deixar de valorizar os direitos dos idosos, a inteligência e
experiências valem mais que uma forma física boa, mais jovem, não que isso queira dizer que os
mesmos queiram voltar a forma física de antigamente, mas, isso não justifica o comportamento da
sociedade diante o idoso. No Brasil os idosos foram presenteados com muitas leis, decretos e
portarias. Todas em conjunto almejam a melhoria na qualidade de vida da terceira idade, contudo
surge a pergunta de quando essas leis formadas e geradas serão introduzida realmente com
valorização na vida dos idosos? Decretar, Legislar e colocar no papel é muito mais fácil do que
inserir isso à realidade. Os idosos continuam se deparando com muitas barreiras e por mais que
tenham leis, a sociedade civil finge não perceber e ignorar tais atitudes.
De acordo e seguindo os pensamentos de Del Pozzo (2010) após 20 anos de luta, os
resultados são poucos e modestos, em vista disso muitos precisam repensar sobre a sua forma de
exigir seus direitos e garantias. Portanto, todo ser humano incluído na sociedade deve continuar
respeitando as leis, e tendo como ideia formada de que todos são iguais, independente de raça, cor,
idade e sexo.
Considerações finais
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Diante de todo o cenário de crescimento mundial, globalização, avanço da ciência, novos
padrões de vida, algumas perguntas e curiosidades estimulam a busca de conhecimentos sobre
como o profissional da terceira idade relaciona-se com o mercado de trabalho. Com a busca
incessante de respostas observa-se que a chamada Terceira Idade ou o grupo de pessoas acima dos
60 anos, tendo saúde, é efetivamente ativo e busca sempre ocupação do seu tempo. Alguns destes
indivíduos por questões econômicas e, às vezes, sociais procuram estar empregados ou exercendo
alguma atividade remunerada para complementar sua renda. Porém, não é só o dinheiro que é
visto como um atrativo para que estas pessoas buscarem o trabalho é extremamente importante
para elas, se sentirem úteis. Isso pode ser um beneficio psicológico que gera um ganho emocional
altamente benéfico para estas pessoas.
Contudo, observa-se também que infelizmente ainda há uma certa resistência do mercado
para com estas pessoas, para certos tipos de trabalhos, as empresas buscam pessoas mais jovens,
aparentemente mais interessantes, ou mesmo apenas pelo vigor físico, porém, em alguns casos
observa-se que essa visão muda a cada ano que passa, a cada expectativa de vida aumentada, o
idoso toma seu lugar frente a sociedade que às vezes, não faz jus a experiência oferecida por estes
senhores e senhoras tão empenhados no bem estar deles e do próximo.
Um dos benefícios que a terceira idade oferece como diferencial frente aos mais jovens
para as empresas, está relacionado ao tempo de vida, ou seja, a experiência é o maior diferencial, o
investimento em tempo para treinamentos e aperfeiçoamentos dos mais jovens, normalmente, não
é necessário aos idosos que já possuem experiência. A paciência deles com atendimento, por
exemplo, também é algo que as empresas preocupadas com a inclusão social destas pessoas levam
em consideração. Os idosos apesar da decadência física e às vezes, psicológica trocam benefícios
com as empresas que lhes empregam, oferecendo empenho, dedicação, experiência, vontade no
trabalho e de fazer a diferença frente à sociedade preconceituosa, o que pode contribuir os ganhos
das organizações que empregam estas pessoas.
Vive-se na era da informação, da tecnologia, e às vezes esquece-se daqueles que não são
desta geração, mas foram eles que contribuiram para todo o aperfeiçoamento de técnicas, de
produtos, e de tantos outros aspectos necessários hoje em dia. Apesar das pessoas se aposentarem
elas continuam sendo seres humanos com várias necessidades que somente a aposentadoria não
pode suprir. As pesquisas também revelaram os setores, nos quais os idosos estão inseridos no
mercado de trabalho, conforme o Gráfico 6 demonstra o setor que mais emprega os homens na
área urbana que é o de serviços que dispara em relação aos outros 2 setores, agrícola e indústria
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que ficam quase empatados, já na área rural destaca-se o setor agrícola que detém a maior parte da
pesquisa e que os setores de serviços e indústria tem pouca expressão.
Já o Gráfico 7 demonstra que com as mulheres idosas ocorre quase que o mesmo na área
urbana, pois quem detém o maior índice é o setor de serviços, já os setores agrícola e indústria
possuem pouca expressão, e na área rural o setor agrícola detém expressiva porcentagem frente
aos outros 2 setores. O setor de serviços é o que mais emprega pessoas acima de 60 anos na área
urbana e na área rural é o setor agrícola que predomina, vagas como telemarketing, atendimento
ao cliente, vendas são vistas constantemente sendo oferecidas ao público idoso.
Conclui-se que a participação dos profissionais da terceira idade no mercado de trabalho é
efetiva e crescente. Pesquisas, relatos e estudos demonstram o quanto o mercado de trabalho
mudou nas últimas décadas e em como vai mudar nos anos que virão, a crescente perspectiva de
vida que só tende a aumentar, para as pessoas idosas é um dos principais motivos e razão da
mudança do mercado, da sociedade, das pessoas em um modo geral sempre visando o melhor para
esse grupo de pessoas que ainda é vítima de preconceito, mas que a cada dia cobram por seus
direitos e lutam para que os seus deveres sejam respeitados.
Portanto, essa expressiva participação pode ser notada por meio de noticias que são
veiculadas constantemente na tv, radio e em reportagens de conceituadas revistas, mostrando
assim que a ação para a mudança esta ocorrendo, alguns estudiosos e especialistas no assunto
como Ana Amélia Camarano que pesquisou sobre o tema para também embasar e exemplificar a
participação do idoso no mercado de trabalho e que foi fonte de pesquisa desse estudo, acreditam
que ainda há sim muito por se fazer em prol destas pessoas. A terceira idade tende ainda vencer
desafios relacionados ao governo e também a outras áreas como a saúde, pois sem eles nada
poderão fazer, o idoso necessita de alguns cuidados especiais por se tratar de uma pessoa mais
velha e um pouco mais frágil, porém, isso não quer dizer que ela não seja capaz de disputar certas
vagas de igual para igual com outras pessoas, bem como atuar em diversas áreas do mercado de
trabalho.
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