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República Federativa do Brasil
Michel Miguel Elias Temer Lulia
Presidente da República
Ministério do Meio Ambiente
José Sarney Filho
Ministro
Agência Nacional de Águas
Diretoria Colegiada
Vicente Andreu Guillo (Diretor-Presidente)
João Gilberto Lotufo Conejo
Gisela Damm Forattini
Ney Maranhão
Ricardo Medeiros de Andrade
Secretaria-Geral (SGE)
Mayui Vieira Guimarães Scafura
Procuradoria-Federal (PF/ANA)
Emiliano Ribeiro de Souza
Corregedoria (COR)
Ademar Passos Veiga
Auditoria Interna (AUD)
Edmar da Costa Barros
Chefia de Gabinete (GAB)
Horácio da Silva Figueiredo Júnior
Gerência Geral de Estratégia (GGES)
Bruno Pagnoccheschi
Gerência Geral de Articulação e Comunicação
(GGAC)
Antônio Félix Domingues
Superintendência de Administração, Finanças e
Gestão de Pessoas (SAF)
Luís André Muniz
Superintendência de Gestão da Rede
Hidrometeorológica (SGH)
Marcelo Jorge Medeiros
Superintendência de Operações e Eventos
Críticos (SOE)
Joaquim Guedes Correa Gondim Filho
Superintendência de Implementação de
Programas e Projetos (SIP)
Tibério Magalhães Pinheiro
Superintendência de Apoio ao Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SAS)
Humberto Cardoso Gonçalves
Superintendência de Tecnologia da Informação
(STI)
Sérgio Augusto Barbosa
Superintendência de Planejamento de Recursos
Hídricos (SPR)
Sérgio Rodrigues Ayrimoraes Soares
Superintendência de Regulação (SRE)
Rodrigo Flecha Ferreira Alves
Superintendência de Fiscalização (SFI)
Flavia Gomes de Barros
COORDENAÇÃO E ELABORAÇÃO
Agência Nacional de Águas
Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos (SPR)
Coordenação Geral
Sérgio Rodrigues Ayrimoraes Soares
Coordenação Executiva
Edgar Gaya Banks Machado
Wagner Martins da Cunha Vilella
Equipe Técnica
Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos (SPR)
Ana Catarina Nogueira Marcelo Luiz de Souza
Alexandre Abdalla Márcio de Araújo Silva
Bolivar Antunes Matos Marco Vinícius Castro Gonçalves
Carlos Alberto Perdigão Pessoa Marcos Pufal
Célio Bartole Pereira Marcus André Fuckner
Daniel Assumpção Costa Ferreira Mariane Moreira Ravanello
Daniel Izoton Santiago Paulo Marcos Coutinho dos Santos
Elizabeth Siqueira Juliatto Rosana Mendes Evangelista
Filipe Sampaio Casulari Pinhati Saulo Aires de Souza
Flávio Hadler Tröger Teresa Luisa Lima de Carvalho
Gonzalo Álvaro Vázquez Fernandez Thamiris de Oliveira Lima
Luciana Aparecida Zago de Andrade Thiago Henriques Fontenelle
Marcela Ayub Brasil
Colaboradores
Superintendência de Apoio ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SAS)
Evânia Vieira da Costa
Giordano Bruno Bomtempo de Carvalho
Grace Benfica Matos
Márcio Rosa Rodrigues de Freitas
Marco Antônio Mota Amorim
Mariana Rodrigues Lírio
Ney Albert Murtha (In Memoriam)
Tânia Regina Dias da Silva
Superintendência de Implementação de Programas e Projetos (SIP)
Letícia Lemos de Moraes
Marcelo Mazzola
Superintendência de Fiscalização (SFI)
Alan Vaz Lopes
Superintendência de Regulação (SRE)
Luciano Meneses Cardoso da Silva
Rodrigo Flecha Ferreira Alves
COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE
Germano Hernandes Filho – Presidente
Mônika Bergamaschi – 1ª Vice-Presidenta
Odorico Pereira de Araújo – 2º Vice-Presidente
Maria Isabela de Souza – Secretária Executiva
Membros do CBH Grande
Adriano Melo - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - CIESP - Diretoria Regional de Franca
Alex Henrique Veronez - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP
Alexandra Gonçalves Fonseca - Furnas Centrais Elétricas S.A.
Aloísio Caetano Ferreira - Associação dos Municípios do Lago de Furnas - ALAGO
André Luiz Sanchez Navarro - Instituto Ambiente em Foco
Ângela Cristina Faleiros - Prefeitura Municipal de Itirapuã
Ângela Maria Martins Marques dos Santos - Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Andradas - ASSEA
Ângelo Augusto Eloy - Hotel Serra Bonita
Antônio Carlos Sales - Prefeitura Municipal de Andradas
Aparecido Hojaij - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento - ASSEMAE
Aparecido Tadeu Pavani - Prefeitura Municipal de Bebedouro
Caio Penna Martins - Sindicato Rural do Vale do Rio Grande - SIRVARIG
Carlos Eduardo Nascimento Alencastre - Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo - DAEE
Carlos Wagner Alvarenga - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES
Claudio Bedran - Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental Planeta Verde
Cristiane Guiroto - Associação Brasileira de Águas Subterrâneas - ABAS
Danilo Cezar Torres Chaves - Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM
Denio Drummond Procópio - CEMIG Geração e Transmissão S.A.
Dimar de Brito - Prefeitura Municipal de Santa Cruz da Esperança
Domingos Inácio Salgado - Sindicato dos Produtos Rurais de Cássia
Evandro Mendonça Negrão - Grupo Dispersores
Fausto Costa - Prefeitura Municipal de Alfenas
Germano Hernandes Filho - Prefeitura Municipal de Catanduva
Giovani Luiz de Melo - Vale Fertilizantes S.A.
Gislandro Hudson Torres Gonçalves - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG - Reg. Vale do Rio Grande
Guilherme Frasson Neto - Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA
Gustavo Bernardino Malacco da Silva - Associação para Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro - ANGÁ
Gustavo Ribeiro Mendes - Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba
Heraldo José de Lima - Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto - ABCON
Hideraldo Buch - Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
Igor Mendonça de Rezende - Chimay Empreendimentos e Participações Ltda.
Irinéia Ardissom da Silveira Souza - ONG Planeta Solidário
Ivone Aparecida Borges - Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba - CODAU
João Daniel de Andrade Cascalho - Ministério de Minas e Energia
João Henrique Vieira da Silva de Paula Lopes - Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais - FAEMG
Joel Arantes de Souza - Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
José Edilberto da Silva Resende - Agência para o Desenv. Integrado e Sustentável do Sul e Sudoeste de Minas Gerais -
ADISMIG
José Luiz Salvador de Oliveira - Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São José do Rio Preto
Júlio Cesar Vilela de Salis - Independente Eventos e Participações
Leonel Sátiro de Lima - Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
Liliana Pimentel - Ministério do Meio Ambiente
Lourival Ferreira da Costa - Centro das Indústrias do Vale do Rio Grande - CIGRA
Marcelo Akira Mizutani - União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo - ÚNICA
Marcio Fernando Silveira Rodrigues - Prefeitura Municipal de Franca
Marco Aurélio Epaminondas França - Prefeitura Municipal de Frutal
Marco Túlio Machado Borges Prata - Prefeitura Municipal de Uberaba
Marcos de Jesus Protti - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - CIESP - Diretoria Regional de Ribeirão Preto
Marcus Vinicius Lopes da Silva - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB
Maria Isabela de Souza - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais - CREA-MG
Matheus Nicolino Peixoto Henares - Fórum de Desenvolvimento de Bebedouro
Michel Golfetto Calixto - Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo
Mônika Bergamaschi - Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto - ABAG-RP
Odorico Pereira de Araújo - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG
Patrícia Amoroso de Andrade - Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos
Paulo Cassim - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP
Paulo Finotti - Sociedade de Defesa Regional do Meio Ambiente - SODERMA
Renato de Oliveira Aguiar - Prefeitura Municipal de Cambuí
Renato Nogueira Pizol - Alcoa Alumínio S.A.
Ricardo Faleiros de Sousa - Instituição Educacional e Ecológica Amigos do Rio Canoas
Roberto de Mattos - Fundação Roge
Ronan Andrade Nogueira - Secretaria de Estado de Desenv. Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana de Minas Gerais
Rosalía Rocha Lopes Agapito - Central Elétrica Anhanguera S.A.
Rosivaldo Aziz Illipronti Junior - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Stella Souza Guida - Instituto Super Ação
Thaisa Helena Serpa - Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Catanduva
Composição GT Plano
Antônio Carlos Sales - Prefeitura Municipal de Andradas
Caio Penna Martins - Sindicato Rural do Vale do Rio Grande - SIRVARIG
Carlos Wagner Alvarenga - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES
Cristiane Guiroto - Associação Brasileira de Águas Subterrâneas - ABAS
Débora Riva Tavanti Morelli - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP
Edgar Gaya Banks Machado - Agência Nacional de Águas - ANA
Eduardo Goulart Collares - Fundação de Ensino Superior de Passos
Helieder Rosa Zanelli - Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo - SABESP
Igor Olandim de Souza - Consórcio AHE Funil
Irene Sabatino P. Niccioli - Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo - DAEE
João Henrique Vieira da Silva de Paula Lopes - Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais - FAEMG
José Edilberto da Silva Resende - Agência para o Desenv. Integrado e Sustentável do Sul e Sudoeste de Minas Gerais -
ADISMIG
José Maurício Braga - Prefeitura Municipal de Catanduva
Júlio Cesar Vilela de Salis - Independente Barretos Construções e Incorporações Ltda - IBCI
Laura Bertolino de Souza Lima - Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM
Luiz Eduardo Carvalho Gomes - Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA
Odorico Pereira Araújo - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG
Patrícia Amoroso de Andrade - Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos - UNIFEB
Paulo Finotti - Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto - AEAARP
Renato Crivelente - Sociedade de Defesa Regional do Meio Ambiente - SODERMA
Ricardo Caetano de Lima - Instituto de Engenharia e Arquitetura do Triângulo Mineiro - IEATM
Roberto de Mattos - Hotel Serra Bonita
Roberto Ferraz Rosa - Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto – ABAG
Colaboradores
Aline Luciana Dias - Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas – ABHA
Dayana de Sá e Sousa - Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas – ABHA
Janaína Ribeiro Gonçalves Schönardie - Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas –
ABHA
João Cabrera Filho - Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto – ABAG
Sergio Gustavo Rezende Leal - Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas – ABHA
ENGECORPS ENGENHARIA S.A.
Coordenação Geral
Danny Dalberson de Oliveira
Coordenação Técnica e Executiva
Aída Maria Pereira Andreazza
Talita Filomena Silva
Equipe Técnica
Alberto Lang Filho Lígia de Souza Girnius
Beatriz Marques Rollim Marco Antônio Palermo
Christiane Spörl Marcos Alexandre Polzin
Cristina Carvalho Gomes Horta Marcos Oliveira Godoi
Daniel Thá Maria Bernardete Sousa Sender
Eduardo Kohn Maria Luiza Machado Granziera
Fabio Avigo de Castro Pinto Pedro Henrique Durelli Delmont
Fernando Garcia Raquel Chinaglia Pereira dos Santos
Hugo Sergio de Oliveira Sibele Lima Dantas
Israel Roberto Sánchez-Palomo García Ualfrido del Carlo Jr.
Leonardo Mitre Alvim de Castro
APRESENTAÇÃO
O Plano Integrado de Recursos Hídricos da
Bacia Hidrográfica do Rio Grande – PIRH-
Grande - é uma iniciativa do Comitê da Bacia –
CBH-Grande –, com apoio técnico da Agência
Nacional de Águas – ANA –, constituindo um
instrumento de planejamento estratégico de
longo prazo, para uma adequada gestão dos
recursos hídricos da bacia.
A Lei Federal nº 9.433/1997, que instituiu a
Política Nacional de Recursos Hídricos
estabelece, em seu Art. 4º, que a União
articular-se-á com os Estados tendo em vista o
gerenciamento dos recursos hídricos de interesse
comum, estabelecendo, assim, uma diretriz
básica para os entes federados, no que se refere
à necessidade de articulação e cooperação, no
âmbito da gestão dos recursos hídricos
compartilhados entre os estados e a União.
Os estudos tiveram início em junho de 2016 e
se desenvolveram por um período de 14 meses,
contando com a participação ativa do comitê
federal e dos comitês estaduais das 14 bacias
afluentes ao rio Grande, seis delas situadas na
vertente paulista da bacia e oito na vertente
mineira, buscando-se alinhamento de
expectativas e de conteúdos.
Buscou-se, assim, a construção de uma proposta
de integração dos atores sociais, na busca de
soluções, transformando o CBH-Grande em uma
instância regional indutora do desenvolvimento
sustentável e da inclusão social.
Voltado predominantemente à implementação
dos instrumentos de gestão de recursos hídricos
– outorga, cobrança, enquadramento, sistema de
informações e planos de bacia – o PIRH tem o
propósito fundamental de reunir dados
atualizados sobre a bacia do rio Grande,
interpretá-los e mapeá-los, definir cenários
futuros, identificar áreas críticas e propor
diretrizes para os instrumentos de gestão,
estabelecer objetivos e metas e definir ações de
curto, médio e longo prazos.
Foi priorizada a elaboração de propostas para a
solução de problemas para os quais existe
governança do sistema de gestão de recursos
hídricos atuante na bacia, considerando seu
nível e escala de competências, notadamente
aqueles de responsabilidade do CBH-Grande e
órgãos gestores de recursos hídricos – ANA,
DAEE e IGAM.
O Plano constitui, assim, um ponto de partida
imprescindível para a tomada de decisões rumo
à sustentabilidade hídrica da bacia do rio
Grande sob uma visão integrada dos seus
recursos hídricos; subsidia e fortalece a atuação
contínua e articulada dos diversos atores
envolvidos, permitindo-lhes gerir os recursos
hídricos de forma efetiva, garantindo o seu uso
múltiplo, racional e sustentável, em benefício
das gerações presentes e futuras.
Ribeirão Preto, na cidade de Ribeirao Preto, SP
| iii
ÍNDICE DE FIGURAS
PÁG.
FIGURA 1.1 – MACROLOCALIZAÇÃO DA BACIA DO RIO GRANDE ..................................................................... 2
FIGURA 1.2 –UNIDADES DE GESTÃO HÍDRICA – UGHS – DA BACIA DO RIO GRANDE ........................................... 4
FIGURA 1.3 – PRINCIPAIS CENTROS URBANOS DA BACIA DO RIO GRANDE ........................................................ 5
FIGURA 1.4 - VALORES DE PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL NAS ESTAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS E ESPACIALIZAÇÃO NAS
MICROBACIAS .......................................................................................................................................... 6
FIGURA 1.5 - DISTRIBUIÇÃO DAS PROVÍNCIAS GEOLÓGICAS NA BACIA DO RIO GRANDE ..................................... 7
FIGURA 1.6 - DECLIVIDADE DO TERRENO AO LONGO DA BACIA DO RIO GRANDE .............................................. 7
FIGURA 1.7 – HIPSOMETRIA DA BACIA DO RIO GRANDE ................................................................................. 8
FIGURA 1.8 - RELEVO DA BACIA DO RIO GRANDE .......................................................................................... 8
FIGURA 1.9 – TIPOS DE SOLOS ENCONTRADOS NA BACIA DO RIO GRANDE ....................................................... 9
FIGURA 1.10 – POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS NA BACIA DO RIO GRANDE ................................... 10
FIGURA 1.11 – NÚMERO DE EROSÕES CADASTRADAS POR MICROBACIA NA BACIA DO RIO GRANDE ................... 11
FIGURA 1.12 – DOMÍNIO DE BIOMAS NA BACIA DO RIO GRANDE .................................................................. 11
FIGURA 1.13 – ÁREAS-CHAVE PARA CONSERVAÇÃO DA ICTIOFAUNA NA BACIA DO RIO GRANDE ....................... 14
FIGURA 1.14 - FAIXAS DE POPULAÇÃO URBANA POR MUNICÍPIO DA BACIA DO RIO GRANDE EM 2010 ............... 17
FIGURA 1.15 - IFDM DOS MUNICÍPIOS DA BACIA DO RIO GRANDE (2010)...................................................... 18
FIGURA 1.16 - RENDIMENTO MÉDIO MENSAL PER CAPITA NOS MUNICÍPIOS DA BACIA DO
RIO GRANDE (2010) ............................................................................................................................... 18
FIGURA 1.17 - ESTABELECIMENTOS E PIB AGROPECUÁRIO NA BACIA DO RIO GRANDE ...................................... 19
FIGURA 1.18 - MAPEAMENTO DAS PRINCIPAIS CULTURAS DA BACIA DO RIO GRANDE ....................................... 20
FIGURA 1.19 - ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS E USINAS SUCROALCOOLEIRAS NA BACIA DO RIO GRANDE ........ 20
FIGURA 1.20 - MAPEAMENTO DE PIVÔS CENTRAIS DE IRRIGAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE - 2013 ................ 22
FIGURA 1.21 - USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA BACIA DO RIO GRANDE ......................................................... 23
FIGURA 1.22 - FREQUÊNCIA DE CHEIAS NOS MUNICÍPIOS (2003-2012) E NÍVEIS DE VULNERABILIDADE A
INUNDAÇÕES NOS TRECHOS DE RIO DA BACIA DO RIO GRANDE ................................................................... 26
FIGURA 1.23 - TIPO DE MANANCIAL DE ABASTECIMENTO DAS SEDES MUNICIPAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
GRANDE (FONTE: ANA, 2010) .................................................................................................................. 27
FIGURA 1.24 - CONDIÇÃO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DOS MUNICÍPIOS DA BACIA DO GRANDE,
PROJETADOS PARA O ANO DE 2015 NO ATLAS BRASIL (ANA, 2010) ............................................................... 28
FIGURA 1.25 - ÍNDICES DE PERDAS NAS REDES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA BACIA DO
RIO GRANDE – 2012 ............................................................................................................................... 30
FIGURA 1.26 - ÍNDICE DE TRATAMENTO DE ESGOTOS NA BACIA DO RIO GRANDE - 2012 ................................. 31
FIGURA 1.27 – INSTALAÇÕES PARA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - ENQUADRAMENTO DAS UGRHIS 01 E 12,
SEGUNDO A CTESB (2014) ....................................................................................................................... 34
FIGURA 1.28 - INSTALAÇÕES PARA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - ENQUADRAMENTO DAS UGRHIS 15 E 04,
SEGUNDO A CTESB (2014) ....................................................................................................................... 34
FIGURA 1.29 - INSTALAÇÕES PARA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - ENQUADRAMENTO DAS UGRHIS 08 E 09,
SEGUNDO A CTESB (2014) ....................................................................................................................... 35
| iv
FIGURA 2.1 - LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS SELECIONADAS PARA OS ESTUDOS DE
DISPONIBILIDADE HÍDRICA DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS ................................................................................... 37
FIGURA 2.2 - REGIÕES HOMOGÊNEAS DA BACIA DO RIO GRANDE.................................................................. 38
FIGURA 2.3 - VAZÃO ESPECÍFICA MÉDIA DE LONGO TERMO NA BACIA DO RIO GRANDE (QMLT
) ............................ 38
FIGURA 2.4 - VAZÃO ESPECÍFICA COM 95% DE PERMANÊNCIA NA BACIA DO RIO GRANDE (Q95%
) ....................... 39
FIGURA 2.5 - VAZÃO ESPECÍFICA DE 7 DIAS DE ESTIAGEM COM RECORRÊNCIA DE 10 ANOS NA BACIA DO RIO
GRANDE (Q7,10
) ....................................................................................................................................... 39
FIGURA 2.6 - VAZÃO NATURAL MÉDIA DE LONGO TERMO NA BACIA DO RIO GRANDE (QMLT
).............................. 40
FIGURA 2.7 – VAZÃO NATURAL DE PERMANÊNCIA DE 95% NA BACIA DO RIO GRANDE (Q95%
) ........................... 40
FIGURA 2.8 - VAZÃO NATURAL DE 7 DIAS DE ESTIAGEM COM RECORRÊNCIA DE 10 ANOS NA BACIA DO RIO
GRANDE (Q7,10
) ....................................................................................................................................... 41
FIGURA 2.9 - SISTEMAS AQUÍFEROS DA BACIA DO RIO GRANDE ..................................................................... 42
FIGURA 2.10 – REDE DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO GRANDE (2015) E
PONTOS PROPOSTOS PELA RNQA .............................................................................................................. 44
FIGURA 2.11 - USOS DA ÁGUA CONFORME AS CLASSES DE QUALIDADE CONAMA 357/2005 ............................ 45
FIGURA 2.12 – ENQUADRAMENTO ATUAL DOS CORPOS HÍDRICOS DA BACIA DO RIO GRANDE ......................... 46
FIGURA 2.13 - VALORES MÉDIOS DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA BACIA DO RIO GRANDE – 2001 A 2013 ........... 47
FIGURA 2.14 – VALORES MÉDIOS DA DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO) NA BACIA DO RIO GRANDE –
2001 A 2013 ........................................................................................................................................ 49
FIGURA 2.15 - CONCENTRAÇÕES MÉDIAS DE FÓSFORO TOTAL NA BACIA DO RIO GRANDE – 2001 A 2013 ........ 50
FIGURA 2.16 - CONCENTRAÇÕES MÉDIAS DE NITROGÊNIO AMONIACAL NA BACIA DO RIO GRANDE –
2001 A 2013 ........................................................................................................................................ 52
FIGURA 2.17 - VALORES MÉDIOS DO IQA EM 5 CATEGORIAS DE QUALIDADE NOS PONTOS DE MONITORAMENTO
DA BACIA DO RIO GRANDE - 2001 A 2013 ................................................................................................ 53
FIGURA 2.18 - POÇOS DA REDE DE MONITORAMENTO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DA CETESB E RIMAS/CPRM NA
BACIA DO RIO GRANDE............................................................................................................................ 56
FIGURA 3.1 - DEMANDAS DE CONSUMO DA POPULAÇÃO URBANA NA BACIA DO RIO GRANDE, POR MICROBACIA -
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 61
FIGURA 3.2 – DEMANDAS DE CONSUMO DA POPULAÇÃO RURAL NA BACIA DO RIO GRANDE, POR MICROBACIAS -
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 62
FIGURA 3.3 - DEMANDAS DE CONSUMO PARA DESSEDENTAÇÃO ANIMAL NA BACIA DO RIO GRANDE, POR
MICROBACIA – DIAGNÓSTICO .................................................................................................................. 64
FIGURA 3.4 – NECESSIDADE DE IRRIGAÇÃO EM CANA PARA DÉFICIT HÍDRICO LIMITE DE 150 MM POR ANO ......... 66
FIGURA 3.5 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA IRRIGAÇÃO TOTAIS MÉDIAS NA BACIA DO RIO GRANDE, POR
MICROBACIAS – DIAGNÓSTICO ................................................................................................................. 67
FIGURA 3.6 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA IRRIGAÇÃO TOTAIS MÁXIMAS NA BACIA DO RIO GRANDE, POR
MICROBACIAS – DIAGNÓSTICO ................................................................................................................. 68
FIGURA 3.7 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO INDUSTRIAL NA BACIA DO RIO GRANDE, POR
MICROBACIAS – DIAGNÓSTICO ................................................................................................................. 69
FIGURA 3.8 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA MINERAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE, POR MICROBACIAS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 71
| v
FIGURA 3.9 - DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÉDIA NA BACIA DO RIO GRANDE, POR MICROBACIAS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 73
FIGURA 3.10 - DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÁXIMA NA BACIA DO RIO GRANDE, POR MICROBACIAS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 73
FIGURA 3.11 – DEMANDAS TOTAIS DE RETIRADA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS – DIAGNÓSTICO ............................ 75
FIGURA 3.12 - UHES E PCHS EM OPERAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE ......................................................... 77
FIGURA 3.13 – BALNEÁRIO ESCARPAS DO LAGO, EM CAPITÓLIO – MG ........................................................... 79
FIGURA 3.14 – CÂNIONS LOCALIZADOS EM CAPITÓLIO - MG ........................................................................ 79
FIGURA 3.15 – CARGAS DE DBO REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO ......................... 86
FIGURA 3.16 – CARGAS DE PTOTAL
REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO ......................... 86
FIGURA 3.17 – CARGAS DE NTOTAL
REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO ......................... 87
FIGURA 3.18 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EXISTENTES NA BACIA DO RIO GRANDE ....................................... 91
FIGURA 3.19 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) NA BACIA DO RIO GRANDE
(MMA, 2007) – INDICAÇÃO DAS APCBS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS .............................................................................................................................................. 99
FIGURA 3.20 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NA BACIA DO RIO GRANDE –
ESTUDOS DESENVOLVIDOS PELOS ESTADOS DE MINAS GERAIS E SÃO PAULO ................................................. 102
FIGURA 3.21 - ÁREA DE PROTEÇÃO POTENCIAL DO AQUÍFERO GUARANI EM CLARAVAL, MG ........................... 103
FIGURA 3.22 - RIO MOGI GUAÇU, PRÓXIMO DO MUNICÍPIO DE RINCÃO, SP ................................................. 104
FIGURA 3.23 - ÁREAS SUJEITAS À RESTRIÇÃO DE USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS VISANDO À PROTEÇÃO DA
ICTIOFAUNA ........................................................................................................................................ 105
FIGURA 3.24 – ÁREAS PROPOSTAS PARA CONSERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA NO PLANALTO DE POÇOS DE
CALDAS ............................................................................................................................................... 107
FIGURA 3.25 – VISTA GERAL DA SERRA DE SÃO DOMINGOS, POÇOS DE CALDAS, MG ..................................... 107
FIGURA 4.1 - BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO NA BACIA DO RIO GRANDE – CONSUMO MÁXIMO E VAZÃO Q7,10
– DIAGNÓSTICO ................................................................................................................................... 109
FIGURA 4.2 – BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO NA BACIA DO RIO GRANDE – CONSUMO MÁXIMO E VAZÃO Q95%
– DIAGNÓSTICO ................................................................................................................................... 110
FIGURA 4.3 – PRINCIPAIS DEMANDAS DE IRRIGAÇÃO E RELAÇÃO COM O BALANÇO HÍDRICO NA BACIA DO RIO
GRANDE – DIAGNÓSTICO ...................................................................................................................... 111
FIGURA 4.5 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO NA BACIA DO RIO GRANDE – CONCENTRAÇÃO DE DBO5,20
E VAZÃO
Q95%
– DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................ 114
FIGURA 5.1 - ARRANJO INSTITUCIONAL PARA A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE .... 125
FIGURA 5.2 - ESTRUTURA ANALÍTICA DO PACTO PARA A GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA
DO RIO GRANDE ................................................................................................................................... 129
FIGURA 6.1 – ETAPAS METODOLÓGICAS DA ANÁLISE INTEGRADA DO DIAGNÓSTICO ...................................... 134
FIGURA 6.2 - SÍNTESE DAS AGENDAS TEMÁTICAS POR MICROBACIAS E UGHS – COMPONENTE
QUANTITATIVO .................................................................................................................................... 135
FIGURA 6.3 - SÍNTESE DAS AGENDAS TEMÁTICAS POR MICROBACIAS E UGHS – COMPONENTE QUALITATIVO ..... 136
FIGURA 8.1 – BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO – DEMANDAS DE CONSUMO MÁXIMAS MENSAIS E VAZÃO Q7,10
-
CENÁRIO TENDENCIAL 2030 .................................................................................................................. 170
| vi
FIGURA 8.2 - BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO – DEMANDAS DE CONSUMO MÁXIMAS MENSAIS E VAZÃO Q7,10
-
CENÁRIO MODERADO 2030 .................................................................................................................. 171
FIGURA 8.3 - BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO – DEMANDAS DE CONSUMO MÁXIMAS MENSAIS E VAZÃO Q7,10
-
CENÁRIO ACELERADO 2030 ................................................................................................................... 172
FIGURA 8.4 - BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO – DEMANDAS DE CONSUMO MÁXIMAS MENSAIS E VAZÃO Q7,10
-
CENÁRIO DE CONTINGÊNCIA .................................................................................................................. 173
FIGURA 8.5 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO – CONCENTRAÇÃO DE DBO5,20
E VAZÃO Q7,10
– CENÁRIO
TENDENCIAL 2030................................................................................................................................ 177
FIGURA 8.6 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO – CONCENTRAÇÃO DE DBO5,20
E VAZÃO Q7,10
– CENÁRIO
MODERADO 2030 ................................................................................................................................ 178
FIGURA 8.7 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO – CONCENTRAÇÃO DE DBO5,20
E VAZÃO Q7,10
– CENÁRIO
ACELERADO 2030 ................................................................................................................................ 179
FIGURA 8.8 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO – CONCENTRAÇÃO DE DBO5,20
E VAZÃO Q7,10
– CENÁRIO DE
CONTINGÊNCIA 2030 ........................................................................................................................... 180
FIGURA 9.1 - ÁREAS CRÍTICAS IDENTIFICADAS NO CENÁRIO TENDENCIAL – 2030 – COMPONENTE
QUANTITATIVO .................................................................................................................................... 182
FIGURA 9.2 - ÁREAS CRÍTICAS IDENTIFICADAS NO CENÁRIO MODERADO – 2030 – COMPONENTE
QUANTITATIVO .................................................................................................................................... 183
FIGURA 9.3 - ÁREAS CRÍTICAS IDENTIFICADAS NO CENÁRIO ACELERADO – 2030 – COMPONENTE
QUANTITATIVO .................................................................................................................................... 184
FIGURA 9.4 - ÁREAS CRÍTICAS IDENTIFICADAS NO CENÁRIO DE CONTINGÊNCIA – 2030 – COMPONENTE
QUANTITATIVO .................................................................................................................................... 185
FIGURA 9.5 - ÁREAS CRÍTICAS IDENTIFICADAS NO CENÁRIO TENDENCIAL – 2030 – COMPONENTE
QUALITATIVO ....................................................................................................................................... 190
FIGURA 9.6 - ÁREAS CRÍTICAS IDENTIFICADAS NO CENÁRIO MODERADO – 2030 – COMPONENTE
QUALITATIVO ....................................................................................................................................... 191
FIGURA 9.7 - ÁREAS CRÍTICAS IDENTIFICADAS NO CENÁRIO ACELERADO – 2030 – COMPONENTE
QUALITATIVO ....................................................................................................................................... 192
FIGURA 9.8 - ÁREAS CRÍTICAS IDENTIFICADAS NO CENÁRIO DE CONTINGÊNCIA – 2030 – COMPONENTE
QUALITATIVO ....................................................................................................................................... 193
FIGURA 9.9 - CENÁRIO DO PLANO 2020 – COMPONENTE QUANTITATIVO – VAZÃO Q7,10
.............................. 205
FIGURA 9.10 - CENÁRIO DO PLANO 2020 – COMPONENTE QUALITATIVO – VAZÃO Q7,10
............................... 207
FIGURA 9.11 - CENÁRIO DO PLANO – INTENSIDADE DAS MUDANÇAS SOB CONTINGÊNCIA 2030 – COMPONENTE
QUANTITATIVO – VAZÃO Q7,10
................................................................................................................ 211
FIGURA 9.12 - CENÁRIO DO PLANO – INTENSIDADE DAS MUDANÇAS SOB CONTINGÊNCIA 2030 – COMPONENTE
QUALITATIVO – VAZÃO Q7,10
.................................................................................................................. 212
FIGURA 11.2 – MONTAGEM INICIAL DO GOM........................................................................................... 225
FIGURA 11.3 – GRÁFICO DE OBJETIVOS E MEIOS: COMPONENTE I – INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS ............................................................................................................................................ 240
FIGURA 11.4 – GRÁFICO DE OBJETIVOS E MEIOS: COMPONENTE II – CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS ............................................................................................................................................ 241
FIGURA 11.5 – GRÁFICO DE OBJETIVOS E MEIOS: COMPONENTE III – GOVERNANÇA ...................................... 242
| vii
FIGURA 11.6 – DETALHAMENTO DOS CUSTOS DO COMPONENTE I – INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS ............................................................................................................................................ 243
FIGURA 11.7 – DETALHAMENTO DOS CUSTOS DO COMPONENTE II – CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS ............................................................................................................................................ 244
FIGURA 11.8 – DETALHAMENTO DOS CUSTOS DO COMPONENTE III – GOVERNANÇA .................................... 245
FIGURA 12.1 – ELEMENTOS ESTRUTURANTES DO ORDENAMENTO TERRITORIAL PROPOSTOS PARA A BACIA DO RIO
GRANDE .............................................................................................................................................. 272
FIGURA 12.2 - COMPONENTES DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO – PMSB................................ 273
FIGURA 13.1 – FUNDOS DE APLICAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE ......................... 277
FIGURA 13.2 – ARTICULAÇÃO DO PIRH-GRANDE COM OS INSTRUMENTOS ORÇAMENTÁRIOS ......................... 277
FIGURA 13.3 - IMAGEM ILUSTRATIVA DA AGREGAÇÃO DOS INDICADORES NO GOM ....................................... 279
FIGURA 13.4 – CURVA DE AVANÇO DE UMA ATIVIDADE HIPOTÉTICA............................................................ 281
FIGURA 13.5 - PONDERAÇÃO LINEAR EXEMPLIFICADA PARA DESAGREGAÇÃO DO SISTEMA DE MONITORAMENTO
COM BASE NA ESTRUTURA DO GOM ........................................................................................................ 281
FIGURA 13.6 - CONCEPÇÃO ESTRUTURAL DO PAINEL DE CONTROLE ........................................................... 283
| viii
ÍNDICE DE GRÁFICOS
PÁG.
GRÁFICO 1.1 – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL NA BACIA DO RIO GRANDE ENTRE 1970 E
2010 .................................................................................................................................................... 15
GRÁFICO 1.2 – ÁREA OCUPADA PELO CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR NA BACIA DO RIO GRANDE ..................... 21
GRÁFICO 1.3 – USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA BACIA DO RIO GRANDE ........................................................ 24
GRÁFICO 1.4 – USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NAS VERTENTES MINEIRA E PAULISTA DA BACIA DO RIO GRANDE ..... 24
GRÁFICO 1.5 - USO DO SOLO NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH ............................................................. 25
GRÁFICO 2.1 - NÚMERO DE POÇOS MONITORADOS NOS AQUÍFEROS DA BACIA DO RIO GRANDE NAS REDES DA
CETESB E RIMAS/CPRM ............................................................................................................................. 56
GRÁFICO 3.1 - PROPORÇÕES DE CONSUMO MÉDIO E MÁXIMO NA BACIA DO RIO GRANDE, POR FINALIDADE DE
USO DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................................................................................................ 71
GRÁFICO 8.1 – DEMANDAS HÍDRICAS DE CONSUMO MÁXIMAS TOTAIS DE ÁGUAS SUPERFICIAIS – DIAGNÓSTICO E
CENÁRIOS FUTUROS .............................................................................................................................. 164
GRÁFICO 8.2 – DEMANDAS HÍDRICAS DE RETIRADA TOTAIS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS – CENÁRIOS ATUAL E
FUTUROS ............................................................................................................................................. 166
GRÁFICO 8.3 - CARGAS REMANESCENTES DE DBO5,20
– DIAGNÓSTICO, CENÁRIOS TENDENCIAL, ACELERADO E
MODERADO ......................................................................................................................................... 168
GRÁFICO 11.1 - INVESTIMENTOS TOTAIS DO PIRH-GRANDE POR COMPONENTES .......................................... 235
GRÁFICO 11.2 - INVESTIMENTOS TOTAIS DO PIRH-GRANDE POR HORIZONTE TEMPORAL (R$) ......................... 235
GRÁFICO 11.3 - INVESTIMENTOS DO PIRH-GRANDE – COMPONENTE I – INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS
RECURSOS HÍDRICOS (R$) ...................................................................................................................... 236
GRÁFICO 11.4 - INVESTIMENTOS DO PIRH-GRANDE – COMPONENTE II – CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
(R$) .................................................................................................................................................... 236
GRÁFICO 11.5 - INVESTIMENTOS DO PIRH-GRANDE – COMPONENTE III - GOVERNANÇA (R$) .......................... 237
GRÁFICO 11.6 – INVESTIMENTOS TOTAIS DO PIRH-GRANDE POR FONTES DE RECURSOS SUGERIDAS ................ 238
GRÁFICO 11.7 – INVESTIMENTOS TOTAIS DO PIRH-GRANDE POR TIPOLOGIA DE AÇÕES ................................. 238
| ix
ÍNDICE DE QUADROS
PÁG.
QUADRO 1.1 – UNIDADES DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS - UGHS - DA BACIA DO RIO GRANDE .................. 3
QUADRO 1.2 - MUNICÍPIOS DA BACIA DO RIO GRANDE ................................................................................. 4
QUADRO 1.3 – ÁREAS DESMATADAS E REMANESCENTES DE CERRADO E DE MATA ATLÂNTICA POR UGH* ............ 12
QUADRO 1.4 - ESPÉCIES RARAS DE PEIXES DE ÁGUA DOCE PRESENTES NA BACIA DO RIO GRANDE ...................... 13
QUADRO 1.5 - POPULAÇÃO TOTAL NAS UGHS DA BACIA DO RIO GRANDE ENTRE 2000 E 2010........................ 16
QUADRO 1.6 – MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100 MIL HABITANTES NA BACIA DO RIO GRANDE NO ANO DE 2010 . 16
QUADRO 1.7 - INDICADORES DE SANEAMENTO BÁSICO (ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO)
DAS UGHS DA BACIA DO RIO GRANDE PARA OS ANOS DE 2012/2013 .......................................................... 29
QUADRO 1.8 – MUNICÍPIOS COM MAIOR NÚMERO DE INTERNAÇÕES EM RELAÇÃO À SUA POPULAÇÃO TOTAL.... 32
QUADRO 1.9 - CLASSIFICAÇÃO MUNICIPAL QUANTO AO TRATAMENTO E/OU À DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS URBANOS NO ESTADO DE MINAS GERAIS ...................................................................................... 32
QUADRO 1.10 – MUNICÍPIOS DA VERTENTE MINEIRA DA BACIA DO RIO GRANDE QUANTO À REGULARIZAÇÃO
AMBIENTAL DA DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................ 33
QUADRO 1.11 – ENQUADRAMENTO DAS INSTALAÇÕES PARA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS SEGUNDO A
CETESB .................................................................................................................................................. 34
QUADRO 2.1 - SÍNTESE DOS DADOS DE DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUBTERRÂNEA NA BACIA DO RIO GRANDE E
POTENCIALIDADES DE ÁGUAS SUPERFICIAIS, AMBAS POR SISTEMA AQUÍFERO ................................................... 43
QUADRO 2.2 – LIMITES PARA OS PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA ESTABELECIDOS PELA RESOLUÇÃO
CONAMA 357/2005 ............................................................................................................................... 46
QUADRO 2.3 - TENDÊNCIAS PARA OS VALORES DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA BACIA DO GRANDE –
2001 A 2013 ........................................................................................................................................ 48
QUADRO 2.4 - TENDÊNCIAS PARA OS VALORES DA DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO NA BACIA DO RIO
GRANDE – 2001 A 2013 ......................................................................................................................... 48
QUADRO 2.5 - TENDÊNCIAS PARA OS VALORES DE FÓSFORO TOTAL NA BACIA DO RIO GRANDE -2001 A 2013 .. 51
QUADRO 2.6 - TENDÊNCIAS PARA OS VALORES DE NITROGÊNIO AMONIACAL NA BACIA DO RIO GRANDE ENTRE
2001 E 2013 ......................................................................................................................................... 52
QUADRO 2.7 - CATEGORIAS DO ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA E SEU SIGNIFICADO ..................................... 53
QUADRO 2.8 - PONTOS DA BACIA DO RIO GRANDE COM TENDÊNCIA DE AUMENTO OU DE REDUÇÃO DO IQA
ENTRE 2001 E 2013 ............................................................................................................................... 54
QUADRO 3.1 – TAXAS DE CONSUMO E RETORNOS DE ÁGUA CONFORME O USO DOS RECURSOS HÍDRICOS ....... 59
QUADRO 3.2 – RETIRADAS MÉDIAS PER CAPITA ........................................................................................... 60
QUADRO 3.3 - DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA NA BACIA DO RIO
GRANDE – DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................ 60
QUADRO 3.4 - DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO DA POPULAÇÃO RURAL NA BACIA DO RIO
GRANDE – DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................ 62
QUADRO 3.5 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA DESSEDENTAÇÃO ANIMAL NA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 63
QUADRO 3.6 – LÂMINAS MÉDIAS DE IRRIGAÇÃO E ÁREAS IRRIGADAS NA BACIA DO RIO GRANDE ....................... 66
| x
QUADRO 3.7 – DEMANDAS DE CONSUMO MÉDIAS E MÁXIMAS PARA IRRIGAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 67
QUADRO 3.8 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO INDUSTRIAL NA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 69
QUADRO 3.9 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA MINERAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO ......... 70
QUADRO 3.10 - DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÁXIMO (M³/S) POR FINALIDADE DE USO DOS RECURSOS
HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO ..................................................... 72
QUADRO 3.11 - DEMANDAS TOTAIS OUTORGADAS E DEMANDAS TOTAIS DE RETIRADA CALCULADAS NA BACIA DO
RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO................................................................................................................... 74
QUADRO 3.12 – DEMANDAS OUTORGADAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 75
QUADRO 3.13 – UHES EM OPERAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE................................................................. 76
QUADRO 3.14 – CARGAS UNITÁRIAS POTENCIAIS DE DBO E NUTRIENTES ....................................................... 80
QUADRO 3.15 – CARGAS DE DBO GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH E TOTAIS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 83
QUADRO 3.16 – CARGAS DE PTOTAL
GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH E TOTAIS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 84
QUADRO 3.17 – CARGAS DE NTOTAL
GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH E TOTAIS –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 85
QUADRO 3.18 – RESUMO DAS CARGAS POLUENTES GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 87
QUADRO 3.19 – CARGAS REMANESCENTES DE PTOTAL
AFLUENTES AOS RESERVATÓRIOS DA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................................................ 88
QUADRO 3.20 – ÁREAS PROTEGIDAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NAS UGHS .......................................... 91
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA
PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE .................................................. 93
QUADRO 3.22 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NA PORÇÃO MINEIRA DA BACIA
DO RIO GRANDE ................................................................................................................................... 100
QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS – DIAGNÓSTICO ............................................ 115
QUADRO 5.1 – MUNICÍPIOS COM PMSBS DISPONÍVEIS PARA CONSULTA ...................................................... 120
QUADRO 5.2 - VISÃO ESQUEMÁTICA DO CONTEÚDO DAS LEGISLAÇÕES DE RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE ............................................................................................................ 122
QUADRO 5.3 – COMPARAÇÃO ENTRE OS INSTRUMENTOS PREVISTOS NAS POLÍTICAS FEDERAL E ESTADUAIS DE
RECURSOS HÍDRICOS ............................................................................................................................ 123
QUADRO 5.4 – SITUAÇÃO ATUAL DA APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS
HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE ...................................................................................................... 123
QUADRO 5.5 - SITUAÇÃO DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS AFLUENTES ............................... 124
QUADRO 5.6 - COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS AFLUENTES AO RIO GRANDE ......................................... 127
QUADRO 7.1 – MACRODINÂMICAS E MICRODINÂMICAS E SEUS REBATIMENTOS NOS RECURSOS HÍDRICOS ....... 142
QUADRO 7.2 - CONCEITUAÇÃO DOS CENÁRIOS NA FORÇANTE DEMOGRÁFICA ............................................. 142
QUADRO 7.3 - CONCEITUAÇÃO DOS CENÁRIOS NA FORÇANTE ECONÔMICA ................................................ 143
QUADRO 7.4 - TEMPERATURA NORMAL E SOB EFEITO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS ....................................... 143
| xi
QUADRO 7.5 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO MÉDIA E MÁXIMA - NORMAL CLIMÁTICA E SOB EFEITO DAS MUDANÇAS
CLIMÁTICAS ......................................................................................................................................... 145
QUADRO 7.6 - CONCEITUAÇÃO DOS CENÁRIOS NAS FORÇANTES ENDÓGENAS ............................................. 145
QUADRO 7.7 - TAXAS MÉDIAS DE CONSUMO POR FAIXA POPULACIONAL E UGH ........................................... 146
QUADRO 7.8 - CENÁRIOS PARA A FORÇANTE ENDÓGENA DE ABASTECIMENTO URBANO ................................. 147
QUADRO 7.9 - CENÁRIOS PARA A FORÇANTE ENDÓGENA DE DESSEDENTAÇÃO ANIMAL.................................. 147
QUADRO 7.10 - CENÁRIOS PARA A FORÇANTE ENDÓGENA DE CONSUMO INDUSTRIAL .................................. 148
QUADRO 7.11 - CENÁRIOS PARA A FORÇANTE ENDÓGENA DE AGRICULTURA IRRIGADA ................................. 149
QUADRO 7.12 - CRITÉRIOS ADOTADOS PARA O SETOR DE SANEAMENTO BÁSICO NOS CENÁRIOS .................... 150
QUADRO 8.1 – DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO TENDENCIAL 2020 ........................... 152
QUADRO 8.2 – DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO TENDENCIAL 2025 ........................... 153
QUADRO 8.3 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO TENDENCIAL 2030 ............................ 154
QUADRO 8.4 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO MODERADO 2020 ............................ 155
QUADRO 8.5 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO MODERADO 2025 ............................ 156
QUADRO 8.6 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO MODERADO 2030 ............................ 157
QUADRO 8.7 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO ACELERADO 2020 ............................. 158
QUADRO 8.8 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO ACELERADO 2025 ............................. 159
QUADRO 8.9 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO ACELERADO 2030 ............................. 160
QUADRO 8.10 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO DE CONTINGÊNCIA – 2030 .............. 161
QUADRO 8.11 - DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÁXIMA MENSAL (M³/S), POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO E
CENÁRIOS TENDENCIAL, MODERADO, ACELERADO E DE CONTINGÊNCIA ...................................................... 162
QUADRO 8.12 – DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÉDIA ANUAL (M³/S), POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO E
CENÁRIOS TENDENCIAL, MODERADO, ACELERADO E DE CONTINGÊNCIA ...................................................... 163
QUADRO 8.13 - DEMANDA TOTAL DE RETIRADA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS (M³/S), POR UGH E TOTAL –
DIAGNÓSTICO E CENÁRIOS TENDENCIAL, MODERADO, ACELERADO E DE CONTINGÊNCIA ............................... 165
QUADRO 8.14 – CARGAS REMANESCENTES DE DBO5,20
(KG/DIA), POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO E CENÁRIOS
TENDENCIAL, MODERADO E ACELERADO .................................................................................................. 167
QUADRO 8.15 – BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - 2030 ................................ 174
QUADRO 8.16 – PERCENTUAL DOS TRECHOS DE CURSOS D’ÁGUA CONFORME ENQUADRAMENTO ATUAL E
CLASSES ATENDIDAS NO CENÁRIO TENDENCIAL DO ANO DE 2030 .............................................................. 176
QUADRO 9.1- IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS –
COMPONENTE QUANTITATIVO ............................................................................................................... 186
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS –
COMPONENTE QUALITATIVO .................................................................................................................. 194
QUADRO 9.3 – CRITÉRIOS PARA LEITURA DA INTENSIDADE DOS RESULTADOS DOS BALANÇOS HÍDRICOS QUANTI-
QUALITATIVOS ..................................................................................................................................... 203
QUADRO 9.4 – CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS – COMPONENTE
QUANTITATIVO .................................................................................................................................... 204
QUADRO 9.5 – CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS – COMPONENTE
QUALITATIVO ....................................................................................................................................... 206
| xii
QUADRO 9.6 – CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DE QUALIDADE E
QUANTIDADE DA ÁGUA SOB CONTINGÊNCIA............................................................................................ 209
QUADRO 11.1 – CORRELAÇÃO DOS PROGRAMAS DE AÇÕES COM OS COMPONENTES E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
DO PIRH-GRANDE ................................................................................................................................. 232
QUADRO 11.2 – ESTRUTURA BÁSICA DOS PROGRAMAS DE AÇÕES ............................................................... 233
QUADRO 11.3 - INVESTIMENTOS DO PIRH-GRANDE (R$) ........................................................................... 234
QUADRO 11.4 – INVESTIMENTOS TOTAIS DO PIRH-GRANDE POR FONTES DE RECURSOS SUGERIDAS ................ 237
QUADRO 12.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES/PROGRAMAS PROPOSTOS PELOS PLANOS DAS BACIAS
AFLUENTES E PELO PIRH-GRANDE ............................................................................................................ 249
QUADRO 12.2 – DIRETRIZES E RECOMENDAÇÕES PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
PROPOSTAS PELO PERH-MINAS GERAIS ..................................................................................................... 254
QUADRO 12.3 - DIRETRIZES E RECOMENDAÇÕES PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
PROPOSTAS PELO PERH-SÃO PAULO ........................................................................................................ 256
QUADRO 12.4 – FIGURAS JURÍDICAS PASSÍVEIS DE CONSTITUIR AGÊNCIA ..................................................... 263
QUADRO 13.1 – EXEMPLO DE CURVA DE AVANÇO – ATIVIDADE HIPOTÉTICA ................................................ 280
| xiii
ÍNDICE
PÁG.
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. XVII
ETAPA 1 - DIAGNÓSTICO ..................................................................................................................... 1
1. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO GRANDE ................................................................... 2
1.1 ÁREA DE ABRANGÊNCIA E RECORTES ESPACIAIS ADOTADOS NO PIRH-GRANDE ................................. 2
1.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ............................................................................................................. 5
1.2.1 Pluviometria e Rede de Monitoramento Pluviométrico .............................................................. 5
1.2.2 Geologia, Hipsometria e Declividade ........................................................................................ 6
1.2.3 Pedologia ................................................................................................................................. 9
1.2.4 Erosão e Assoreamento ........................................................................................................... 10
1.3 CARACTERIZAÇÃO BIÓTICA ........................................................................................................ 11
1.3.1 Biomas, Remanescentes Vegetais e Áreas Protegidas ................................................................ 11
1.3.2 Ecossistemas Aquáticos ........................................................................................................... 13
1.4 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA ........................................................................................ 14
1.4.1 Demografia ............................................................................................................................ 14
1.4.2 Indicadores Sociais ................................................................................................................. 17
1.4.3 Atividades Econômicas ........................................................................................................... 18
1.4.4 Uso do Solo e Eventos Críticos ................................................................................................ 23
1.5 SANEAMENTO AMBIENTAL ......................................................................................................... 26
1.5.1 Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário..................................................................... 26
1.5.2 Doenças de Veiculação Hídrica .............................................................................................. 31
1.5.3 Resíduos Sólidos ..................................................................................................................... 32
2. DISPONIBILIDADE QUANTI-QUALITATIVA DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E
SUBTERRÂNEAS .................................................................................................................... 36
2.1 DISPONIBILIDADE HÍDRICA QUANTITATIVA ................................................................................. 36
2.1.1 Águas Superficiais ................................................................................................................... 36
2.1.2 Águas Subterrâneas ................................................................................................................ 41
2.2 DISPONIBILIDADE HÍDRICA QUALITATIVA .................................................................................... 43
2.2.1 Águas Superficiais ................................................................................................................... 43
2.2.2 Águas Subterrâneas ................................................................................................................ 55
3. AVALIAÇÃO DOS USOS ATUAIS DA ÁGUA E DAS DEMANDAS HÍDRICAS ASSOCIADAS ... 59
3.1 DEMANDAS HÍDRICAS QUANTITATIVAS ....................................................................................... 59
3.1.1 Demandas Hídricas Consuntivas das Águas Superficiais ........................................................... 59
3.1.2 Demandas Hídricas Consuntivas de Águas Subterrâneas .......................................................... 75
3.1.3 Usos não Consuntivos dos Recursos Hídricos .......................................................................... 76
3.2 DEMANDAS HÍDRICAS QUALITATIVAS ......................................................................................... 80
| xiv
3.2.1 Cargas Poluentes Lançadas nos Cursos d’Água ........................................................................ 80
3.2.2 Cargas de Ptotal
Afluentes aos Reservatórios .............................................................................. 88
3.3 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS SUJEITAS A RESTRIÇÃO DE USOS VISANDO À PROTEÇÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS ............................................................................................................................... 89
3.3.1 Unidades de Conservação Existentes na Bacia do Rio Grande .................................................. 90
3.3.2 Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade (APCBs) na Bacia do Rio Grande ........... 92
3.3.3 Áreas de Proteção Potencial do Aquífero Guarani ................................................................. 102
3.3.4 Principais Áreas para a Proteção da Ictiofauna ...................................................................... 103
3.3.5 Área de Proteção de Águas Minerais em Poços de Caldas, MG .............................................. 106
4. BALANÇO ENTRE DISPONIBILIDADES E DEMANDAS HÍDRICAS QUANTI-
QUALITATIVAS .................................................................................................................... 108
4.1 RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS .......................................................................................... 108
4.1.1 Balanço Hídrico Quantitativo ............................................................................................... 108
4.1.2 Balanço Hídrico Qualitativo.................................................................................................. 112
4.2 RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS....................................................................................... 115
5. PANORAMA DA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE ........... 116
5.1 PLANOS E PROGRAMAS COM INTERFACES COM OS RECURSOS HÍDRICOS ...................................... 116
5.1.1 Instância Federal .................................................................................................................. 116
5.1.2 Instância Estadual ................................................................................................................. 118
5.1.3 Instância Municipal .............................................................................................................. 120
5.2 ASPECTOS JURÍDICOS E INSTITUCIONAIS .................................................................................... 121
5.2.1 Aspectos Jurídicos ................................................................................................................ 121
5.2.2 Aspectos Institucionais ......................................................................................................... 125
6. DIAGNÓSTICO INTEGRADO .............................................................................................. 131
ETAPA 2 - PROGNÓSTICO ................................................................................................................ 138
7. CENÁRIOS FUTUROS PARA A BACIA DO RIO GRANDE .................................................... 139
7.1 CONCEPÇÃO DOS CENÁRIOS ................................................................................................... 139
7.2 TRADUÇÃO DOS CENÁRIOS EM DEMANDAS E OFERTA HÍDRICA ................................................... 140
7.2.1 Forçantes Exógenas e Seus Rebatimentos sobre as Demandas Hídricas .................................. 142
7.2.2 Forçantes Endógenas e Seus Rebatimentos sobre as Demandas Hídricas ................................ 145
8. DEMANDAS E BALANÇOS HÍDRICOS QUANTI-QUALITATIVOS FUTUROS ....................... 151
8.1 DEMANDAS QUANTITATIVAS ................................................................................................... 151
8.1.1 Águas Superficiais ................................................................................................................. 151
8.1.2 Águas Subterrâneas .............................................................................................................. 164
8.2 DEMANDAS QUALITATIVAS ...................................................................................................... 166
8.3 BALANÇOS HÍDRICOS QUANTI-QUALITATIVOS NOS CENÁRIOS FUTUROS ..................................... 169
8.3.1 Balanço Hídrico Quantitativo Futuro – Águas Superficiais ...................................................... 169
8.3.2 Balanço Hídrico Quantitativo Futuro – Águas Subterrâneas ................................................... 169
| xv
8.3.3 Balanço Hídrico Qualitativo Futuro – Águas Superficiais ........................................................ 175
9. IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRITICAS E O CENÁRIO DO PIRH-GRANDE .......................... 181
9.1 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS ........................................ 181
9.1.1 Quantidade dos Recursos Hídricos ....................................................................................... 181
9.1.2 Qualidade da Água .............................................................................................................. 189
9.2 O CENÁRIO DO PIRH-GRANDE ............................................................................................... 201
9.2.1 Concepção do Cenário do PIRH-Grande ............................................................................... 201
9.2.2 Componente Quantitativo .................................................................................................... 203
9.2.3 Componente Qualitativo ...................................................................................................... 206
9.2.4 Cenário do Plano sob Contingência ...................................................................................... 208
ETAPA 3 - PLANO DE AÇÕES ............................................................................................................ 213
10. DIRETRIZES PARA A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DO
RIO GRANDE ...................................................................................................................... 214
10.1 OUTORGA DE DIREITO DE USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS ........................................................ 214
10.2 FISCALIZAÇÃO DO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS .................................................................... 217
10.3 ALOCAÇÃO DE ÁGUA NA BACIA ............................................................................................... 217
10.4 ENQUADRAMENTO DE CORPOS D’ÁGUA .................................................................................. 218
10.5 COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS ...................................................................... 220
10.6 SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS ............................................................. 221
10.7 PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS AFLUENTES .......................................................... 222
11. OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS DE AÇÕES DO PIRH-GRANDE .................................. 223
11.1 EMBASAMENTO TEÓRICO-CONCEITUAL PARA ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES ..................... 223
11.2 OBJETIVOS E METAS................................................................................................................ 225
11.3 PROGRAMAS DE AÇÕES ........................................................................................................... 232
11.4 INVESTIMENTOS PREVISTOS ..................................................................................................... 233
11.4.1 Investimentos do PIRH-Grande ............................................................................................. 233
11.4.2 Orçamentos Associados ....................................................................................................... 239
11.5 CONFIGURAÇÃO FINAL DO PLANO DE AÇÕES ........................................................................... 239
12. ESTRATÉGIAS INSTITUCIONAIS .......................................................................................... 246
12.1 INTER-RELAÇÕES DO PIRH-GRANDE COM OUTROS PLANOS DE INTERESSE ................................... 246
12.1.1 Bacias Hidrográficas Vizinhas ................................................................................................ 246
12.1.2 Bacias Afluentes ................................................................................................................... 247
12.1.3 Planos de Recursos Hídricos Estaduais - PERHs ...................................................................... 254
12.2 PROPOSTAS PARA ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL E CRIAÇÃO DA AGÊNCIA DE BACIA .............. 256
12.2.1 Propostas para Articulação Interinstitucional ......................................................................... 256
12.2.2 Propostas para a Criação da Agência da Bacia Hidrográfica do Rio Grande ............................ 259
12.3 RECOMENDAÇÕES PARA OS SETORES USUÁRIOS ........................................................................ 264
12.3.1 A Visão da Bacia Hidrográfica do Rio Grande ........................................................................ 264
| xvi
12.3.2 Uso do Solo e dos Recursos Hídricos .................................................................................... 271
12.3.3 Macrozoneamento do Território da Bacia do Rio Grande ...................................................... 272
12.3.4 Planos Municipais de Saneamento Básico - PMSBs ................................................................ 273
12.3.5 Setor de Irrigação e Agropecuária ......................................................................................... 273
12.3.6 Usuários Industriais .............................................................................................................. 274
12.3.7 Setor Energético ................................................................................................................... 274
12.3.8 Setores de Pesca, Turismo e Lazer ......................................................................................... 274
13. CAMINHOS PARA IMPLEMENTAÇÃO E MONITORAMENTO DO PIRH-GRANDE .............. 276
13.1 ARTICULAÇÃO ENTRE OS ÓRGÃOS GESTORES E O CBH-GRANDE ................................................. 276
13.2 INSERÇÃO DO PIRH-GRANDE NA AGENDA POLÍTICA E INSTITUCIONAL DA BACIA .......................... 276
13.3 ALOCAÇÃO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA ................................................................................. 276
13.4 FINANCIAMENTO DE PROGRAMAS CONTÍNUOS DO PIRH-GRANDE ............................................. 278
13.5 METODOLOGIA DE CONTROLE E ACOMPANHAMENTO DO PIRH-GRANDE ................................... 278
13.5.1 Objetivos e Concepção do Sistema de Monitoramento ......................................................... 278
13.5.2 Curva de Avanço - Ações no Tempo ..................................................................................... 280
13.5.3 Painel de Controle ................................................................................................................ 282
13.5.4 Atividades de Acompanhamento .......................................................................................... 283
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 284
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 286
| xvii
INTRODUÇÃO
O presente documento apresenta o Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
Grande – PIRH-Grande, contemplando os principais resultados dos estudos realizados, e dando
suporte à discussão e aprovação do Plano pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande –
CBH-Grande.
O Plano está estruturado em três grandes etapas, cada uma delas com conteúdo específico,
conforme abaixo:
ETAPA 1 - DIAGNÓSTICO
Capítulo 1: Caracterização da Bacia do Rio Grande;
Capítulo 2: Disponibilidade Quanti-Qualitativa das Águas Superficiais e Subterrâneas;
Capítulo 3: Avaliação dos Usos Atuais da Água e das Demandas Hídricas Associadas;
Capítulo 4: Balanço entre Disponibilidades e Demandas Hídricas Quanti-Qualitativas;
Capítulo 5: Panorama da Gestão de Recursos Hídricos na Bacia do Rio Grande; e
Capítulo 6: Diagnóstico Integrado.
ETAPA 2 - PROGNÓSTICO
Capítulo 7: Cenários Futuros para a Bacia do Rio Grande;
Capítulo 8: Demandas e Balanços Hídricos Quanti-Qualitativos Futuros; e
Capítulo 9: Identificação de Áreas Críticas e o Cenário do PIRH-Grande.
ETAPA 3 - PLANO DE AÇÕES
Capítulo 10: Diretrizes para a Gestão dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande;
Capítulo 11: Objetivos, Metas e Programas de Ações do PIRH-Grande;
Capítulo 12: Estratégias Institucionais;
Capítulo 13: Caminhos para Implementação e Monitoramento do PIRH-Grande;
Capítulo 14: Considerações Finais; e
Capítulo 15: Referências Bibliográficas.
Os Programas de Ações do PIRH-Grande estão apresentados em documento anexo,
complementando as informações do Capítulo 11.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 2
1. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO GRANDE
1.1 ÁREA DE ABRANGÊNCIA E RECORTES ESPACIAIS ADOTADOS NO PIRH-GRANDE
A bacia hidrográfica do rio Grande é parte integrante da bacia do rio Paraná, uma das mais
importantes do País, tanto do ponto de vista econômico como do aproveitamento dos recursos
hídricos. Com um território de 143.255 km², ocupa áreas dos estados de São Paulo (40% do
total) e de Minas Gerais (60%), conforme pode ser observado na Figura 1.1.
Figura 1.1 – Macrolocalização da Bacia do Rio Grande
O rio Grande tem sua nascente na Serra da Mantiqueira e extensão total de 1.286 km; após
percorrer cerca de 216 km, conflui com o rio Aiuruoca e passa a ser de domínio da União. A
jusante desse ponto, percorre mais 466 km até receber o rio das Canoas, formando, a partir
daí, um limite natural entre os estados de Minas Gerais e de São Paulo, até a sua foz, quando
forma o rio Paraná, ao confluir com o rio Paranaíba.
Os principais afluentes do rio Grande são os rios Sapucaí, Pardo, Turvo, Verde, Capivari,
Sapucaí-Mirim e Mogi Guaçu, pela margem esquerda; e os rios Jacaré, Santana, Pouso Alegre,
Uberaba, Verde (ou Feio) e o rio das Mortes, pela margem direita. Vale destacar que 36,2%
dos corpos hídricos superficiais da bacia estão sob domínio do estado de São Paulo, 51,4% sob
domínio do estado de Minas Gerais e 12,4% são de domínio da União.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 3
A bacia do rio Grande está subdividida em 14 Unidades de Gestão Hídrica – UGHs,
correspondentes às bacias hidrográficas afluentes ao rio Grande, sob a atuação dos comitês
estaduais (Quadro 1.1). As UGHs são denominadas diferentemente em cada estado: em São
Paulo, as seis UGHs afluentes ao rio Grande são conhecidas por UGRHIs – Unidades de
Gerenciamento de Recursos Hídricos; e em Minas Gerais, as oito UGHs afluentes são
chamadas de UPGRHs – Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos,
codificadas como “GDs”, por serem contribuintes do rio Grande.
QUADRO 1.1 – UNIDADES DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS - UGHS - DA BACIA DO RIO
GRANDE
Vertente UGH Área UGH
Mineira
GD 01 - Alto Grande 8.781,60
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 10.518,40
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 16.517,10
GD 04 - Verde 6.906,40
GD 05 - Sapucaí 8.859,60
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 5.967,60
GD 07 - Médio Grande 9.828,60
GD 08 - Baixo Grande 18.730,60
Paulista
UGRHI 01 – Mantiqueira 637,60
UGRHI 04 - Pardo 9.061,20
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 9.217,70
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 15.077,60
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 7.152,90
UGRHI 15 - Turvo/Grande 15.997,60
Bacia do Rio Grande 143.254,60
No âmbito da elaboração do PIRH-Grande, em todas as suas etapas, além do conjunto da
bacia, foram adotados os seguintes recortes espaciais para apresentação dos estudos e
discussão dos seus resultados:
UGHs (Unidades de Gestão de Recursos Hídricos): trata-se das 14 bacias afluentes ao rio
Grande, relacionadas no Quadro 1.1;
Microbacias: trata-se das 19.055 Ottobacias delimitadas pela ANA na escala de 1:50 mil,
constituindo recorte de referência para as análises realizadas ao nível local, portanto, em
maior grau de detalhamento, com destaque aos balanços hídricos entre oferta e demanda
de água.
A Figura 1.2 ilustra a divisão da bacia do rio Grande em suas 14 bacias afluentes - UGHs.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 4
Figura 1.2 –Unidades de Gestão Hídrica – UGHs – da Bacia do Rio Grande
A bacia abrange um território de 143.255 km2
, distribuindo-se 40% em São Paulo e 60% em
Minas Gerais, aproximadamente, em que se inserem, total ou parcialmente, os territórios de
393 municípios (Quadro 1.2).
QUADRO 1.2 - MUNICÍPIOS DA BACIA DO RIO GRANDE
Vertente
Quantidade de Municípios
Com Área Total na Bacia
Com Área Parcial na Bacia
Total
Sede na Bacia Sede fora da Bacia
Mineira 184 21 9 214
Paulista 141 21 17 179
Bacia 325
42 26
393
68
Em termos geoeconômicos, a bacia está situada numa importante região polarizada pela
confluência dos eixos entre Brasília, Rio de Janeiro, Goiânia, Belo Horizonte e São Paulo, que
concentra os maiores fluxos econômicos do País; destaca-se a polarização econômica de São
Paulo na maior parte da bacia, com exceção apenas das GDs 02 e 04, onde há certo
predomínio secundário da polarização exercida, respectivamente, por Belo Horizonte e o Rio
de Janeiro
Além disso, se destaca por abrigar importantes centros urbanos paulistas e mineiros (Figura
1.3), como, no primeiro caso, os municípios de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Campos
de Jordão, Franca e Mogi-Guaçu, e, no segundo, Uberaba, Capitólio, Alfenas, Lavras, Itajubá e
São João Del Rei.
A bacia é bem servida por uma densa malha rodoviária e também por ferrovias e aeroportos, o
que facilita o acesso a seus inúmeros municípios.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 5
Figura 1.3 – Principais Centros Urbanos da Bacia do Rio Grande
1.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA
1.2.1 Pluviometria e Rede de Monitoramento Pluviométrico
O relevo exerce forte influência na distribuição das chuvas na bacia do rio Grande, sobretudo
pelo efeito orográfico da Serra da Mantiqueira, localizada ao longo da divisa entre os estados
de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, levando a maiores precipitações nas regiões de
cabeceira. Também são observadas maiores precipitações na porção centro-norte da bacia do
rio Grande devido à influência da Serra da Canastra. No restante da bacia, destacam-se
menores altitudes e menores volumes precipitados.
A rede de monitoramento pluviométrico instalada na bacia e seu entorno contempla 234
postos pluviométricos que foram utilizados para os estudos de pluviometria. A partir da análise
dos dados disponíveis, verifica-se que a variação da precipitação anual tem uma amplitude de
632 mm, com precipitação média de 1.423 mm, máxima de 1.924 mm e mínima de 1.292
mm. Observa-se, ainda, a ocorrência de um período chuvoso de seis a sete meses (de outubro
a março/abril), com concentração de mais de 80% das chuvas no verão.
A Figura 1.4 apresenta a localização dos postos pluviométricos existentes e a distribuição das
precipitações na bacia.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 6
Figura 1.4 - Valores de Precipitação Média Anual nas Estações Pluviométricas e Espacialização nas
Microbacias
1.2.2 Geologia, Hipsometria e Declividade
Quanto à macrocompartimentação geológica da bacia do rio Grande, a parte oeste da bacia
está assentada sobre rochas sedimentares de menor idade da Província Paraná, com menos de
400 milhões de anos. Nessa porção da bacia, que compreende o estado de São Paulo e o
triângulo mineiro, destacam-se os relevos mais planos e as menores altitudes, com cotas da
ordem de 270 m a 700 m em relação ao nível do mar.
Já a porção leste da bacia é formada por rochas metamórficas e ígneas das Províncias Tocantins
e São Francisco, que são mais antigas, com mais de 500 milhões de anos. Nessa região
observam-se cotas mais elevadas, da ordem de 800 a 1.400 m em relação ao nível do mar,
sendo encontradas até cotas de 2.000 m na região das nascentes dos rios Verde e Aiuruoca, na
Serra da Mantiqueira.
A Figura 1.5 apresenta a distribuição das províncias geológicas na bacia do rio Grande; as
Figuras 1.6 e 1.7 apresentam, respectivamente, a declividade do terreno ao longo da bacia e a
hipsometria observada na região; e a Figura 1.8 apresenta o relevo da bacia, de acordo com as
classes de declividade do terreno.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 7
Figura 1.5 - Distribuição das Províncias Geológicas na Bacia do Rio Grande
Figura 1.6 - Declividade do Terreno ao Longo da Bacia do Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 8
Figura 1.7 – Hipsometria da Bacia do Rio Grande
Figura 1.8 - Relevo da Bacia do Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 9
1.2.3 Pedologia
A Figura 1.9 ilustra os tipos de solo encontrados na bacia do rio Grande, apresentando a
classificação até o segundo nível hierárquico para latossolos e argissolos, e até o primeiro nível
para os demais. Conforme ilustrado nessa figura, a maior parte da bacia apresenta domínio de
latossolos, de argissolos e de cambissolos. Também se encontram, de maneira menos
expressiva, gleissolos, neossolos, nitossolos e plintossolos.
Latossolos são solos minerais, não-hidromórficos, profundos e porosos. Embora apresentem
baixa fertilidade, suas propriedades físicas, somadas aos relevos planos e suaves ondulados
encontrados na porção oeste da bacia favorecem a mecanização agrícola e são aptos para
práticas como a irrigação por aspersão.
Argissolos são solos medianamente profundos a profundos, moderadamente drenados, com
evolução avançada, mas que também podem apresentar maiores limitações físicas, como
menor permeabilidade e horizonte superficial arenoso. Em contrapartida, tendem a apresentar
maior concentração de nutrientes por se tratarem, em sua maior parte, de solos eutróficos.
Cambissolos, predominantes na porção leste da bacia, são solos fortemente drenados, muitas
vezes cascalhentos, pouco desenvolvidos, pouco profundos, constituídos por material mineral e
que apresentam baixa fertilidade, o que concorre para um reduzido potencial agrícola dessa
porção da bacia.
Figura 1.9 – Tipos de Solos Encontrados na Bacia do Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 10
1.2.4 Erosão e Assoreamento
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) realizou no ano de 2006 uma avaliação
nacional do potencial de produção de sedimentos, tomando como principais variáveis uso do
solo, pluviosidade e suscetibilidade natural (incluindo a declividade do terreno e a pedologia),
estimando que a bacia do rio Grande tenha um potencial de produção de sedimentos de 9,5 a
24 milhões de toneladas por ano. As áreas com menor e com maior potencial de produção de
sedimentos estão ilustradas na Figura 1.10.
Figura 1.10 – Potencial de Produção de Sedimentos na Bacia do Rio Grande
Quanto à ocorrência de feições erosivas ao longo da bacia do rio Grande, destacam-se um
cadastramento detalhado de pontos de erosão linear apresentado pelo Departamento de Águas
e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT); e os dados levantados pelo Projeto Grande Minas e pelo Projeto Águas do Alto Rio
Grande, para o estado de Minas Gerais.
Com base nesses estudos, identificou-se um total de 8.635 feições erosivas na bacia do rio
Grande representadas no mapa da Figura 1.11, que permite observar as regiões em que o
processo erosivo é mais crítico, valendo destacar as UGHs UGRHI 09 – Mogi Guaçu – e GD 02
– Vertentes do Rio Grande.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 11
Figura 1.11 – Número de Erosões Cadastradas por Microbacia na Bacia do Rio Grande
1.3 CARACTERIZAÇÃO BIÓTICA
1.3.1 Biomas, Remanescentes Vegetais e Áreas Protegidas
A bacia do rio Grande apresenta áreas cobertas por formações vegetais dos biomas Mata
Atlântica e Cerrado. Conforme pode ser observado na Figura 1.12, a presença do Cerrado é
mais intensa na região centro-norte da bacia, ocupando a maior parte do estado de São Paulo
e do Triângulo Mineiro. Já a Mata Atlântica está localizada na porção leste da bacia, em Minas
Gerais, e na região da bacia do rio Turvo.
Figura 1.12 – Domínio de Biomas na Bacia do Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 12
Devido à ação antrópica, boa parte desses biomas foi devastada. Atualmente, a bacia conta
apenas com 13,8% da cobertura original de Cerrado e com 12,6% da de Mata Atlântica. É
importante destacar que o desmatamento desses biomas não ocorre de maneira uniforme ao
longo da bacia, conforme pode ser observado no Quadro 1.3, que apresenta os percentuais de
desmatamento e de remanescentes dos biomas em cada UGH. A análise desse quadro também
evidencia que, a exemplo do que ocorre em todo o País, o baixo índice de preservação do
Cerrado reflete-se em todas as UGHs da bacia do rio Grande. Também é possível identificar
que a porcentagem de área remanescente para os dois biomas em questão é muito baixa ao
longo de toda a bacia.
QUADRO 1.3 – ÁREAS DESMATADAS E REMANESCENTES DE CERRADO E DE MATA ATLÂNTICA POR
UGH*
Vertente UGH Bioma
Área Desmatada (%)
Remanescente em
2008 (%) até 2002 entre 2002 e
2008
Mineira
GD 01 - Alto Grande
Cerrado - - -
Mata Atlântica 83,30% 0,21% 15,80%
GD 02 - Vertentes do Rio Grande
Cerrado - - -
Mata Atlântica 81,50% 0,19% 18,20%
GD 03 - Entorno do Reservatório
de Furnas
Cerrado 66,30% 1,20% 19,70%
Mata Atlântica 83,80% 0,04% 11,90%
GD 04 - Verde
Cerrado - - -
Mata Atlântica 83,90% 0,06% 15,60%
GD 05 - Sapucaí
Cerrado - - -
Mata Atlântica 86,40% 0,05% 13,30%
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo
Cerrado 72,50% 1,60% 25,90%
Mata Atlântica 88,30% 0,06% 11,40%
GD 07 - Médio Grande
Cerrado 68,00% 0,30% 27,60%
Mata Atlântica 77,90% 0,06% 22,10%
GD 08 - Baixo Grande
Cerrado 83,70% 1,80% 12,10%
Mata Atlântica 81,80% 0,05% 3,60%
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira
Cerrado - - -
Mata Atlântica 58,60% 0,08% 41,20%
UGRHI 04 - Pardo
Cerrado 83,60% 1,40% 14,90%
Mata Atlântica 86,50% 0,07% 12,70%
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande
Cerrado 87,40% 1,10% 9,30%
Mata Atlântica - - -
UGRHI 09 - Mogi Guaçu
Cerrado 85,80% 1,90% 12,10%
Mata Atlântica 89,40% 0,02% 10,10%
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande
Cerrado 88,10% 1,00% 8,60%
Mata Atlântica 89,30% 0,01% 5,20%
UGRHI 15 - Turvo/Grande
Cerrado 91,20% 0,80% 7,70%
Mata Atlântica 92,20% 0,03% 3,90%
BACIA
Cerrado 82,20% 1,30% 13,80%
Mata Atlântica 85,30% 0,08% 12,60%
*Valores calculados com base na área original ocupada pelos biomas em cada UGH. O percentual restante refere-se a corpos d'água em 2008.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 13
Quanto a áreas protegidas, a bacia conta com 16 Reservas Particulares do Patrimônio Natural
(RPPNs) e 46 Unidades de Conservação, sendo 29 UCs de Proteção Integral e 17 de Uso
Sustentável. Contudo, devido a serem áreas pequenas, a bacia possui, no seu conjunto,
somente 1,5% da sua área coberta por UCs de Proteção Integral, 5,1% por UCs de Uso
Sustentável e 0,005% por RPPNs.
1.3.2 Ecossistemas Aquáticos
Os peixes representam o grupo mais estudado e, consequentemente, bom indicador da
qualidade ambiental dos ecossistemas aquáticos. O Brasil possui a maior diversidade de peixes
do mundo, cerca de 2.587 espécies catalogadas, e muitas são migradoras.
Ao longo dos cerca de 1.330 km de extensão do rio Grande, estão instaladas 12 usinas
hidrelétricas em cascata, o que tem levado à perda de suas características fluviais,
transformando o rio em uma sucessão de lagoas artificiais.
Com relação às áreas de endemismo, pesquisadores da USP e da UFRJ mapearam mais de 800
espécies com distribuição geográfica restrita e grande vulnerabilidade no País, com a
identificação de 540 sub-bacias hidrográficas consideradas Áreas-Chave para a Conservação
dos ecossistemas aquáticos brasileiros. Na bacia do rio Grande, foram identificadas 14 Áreas-
Chave, com espécies consideradas raras ou endêmicas (Quadro 1.4 e Figura 1.13).
QUADRO 1.4 - ESPÉCIES RARAS DE PEIXES DE ÁGUA DOCE PRESENTES NA BACIA DO RIO
GRANDE
Áreas-
Chave Grupo Espécie Localização
1 Hypoptopomatinae Microlepidogaster perforatus Rio Carandai.
2 Glandulocaudinae Lophiobrycon weitzmani Córrego Bom Jesus.
3 Callichthyidae Aspidoras lakoi Pequeno córrego na floresta do Grotão.
4
Auchenipteridae Glanidium cesarpintoi Cachoeira de Emas.
Callichthyidae Corydoras difluviatilis Parque Estadual de Vassununga.
Hypostominae Hypostomus topavae Cachoeira de Emas, região da Topava.
Incertae Astyanax trierythropterus Cachoeira de Emas, a jusante da barragem.
Pimelodidae Pimelodus heraldoi Município de Pirassununga, bacia do Mogi Guaçu em Emas.
Pimelodidae Pimelodus platicirris Salto de Pirassununga.
5 Neoplecostominae Neoplecostomus paranensis Rio Cubatão, Fazenda Santa Carlota.
6 Hypostominae Hypostomus variipictus Rio Pardo, próximo a Barretos, quase em sua foz no rio
Grande.
7
Heptapteridae Chasmocranus brachynema Rio Mogi Guaçu, Cachoeira de Emas.
Heptapteridae Imparfinis schubarti Cachoeira de Emas.
8 Poeciliidae Phallotorynus jucundus Cabeceira do rio Tamanduá.
9 Parodontidae Parodon moreirai Ribeirão do Salto.
10 Trichomycterinae Trichomycterus candidus Pequeno córrego que cai no ribeirão Espírito Santo, afluente
do rio Claro e este do Sapucai.
11 Trichomycterinae Trichomycterus maracaya Córrego sem nome, bacia do rio Pardo, base do Morro do
Ferro, Poços de Caldas.
12
Hypostominae Pareiorhina carrancas Córrego Debaixo da Serra, tributário do córrego do Beijinho,
reservatório de Camargos, na base da Serra de Carrancas.
Trichomycterinae Trichomycterus pauciradiatus Córrego Debaixo da Serra, tributário do córrego Água Limpa.
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 14
Continuação.
QUADRO 1.4 - ESPÉCIES RARAS DE PEIXES DE ÁGUA DOCE PRESENTES NA BACIA DO RIO
GRANDE
Áreas-
Chave Grupo Espécie Localização
13 Trichomycterinae Trichomycterus triguttatus Jacarei.
14 Loricariinae Harttia gracilis Riacho afluente do rio São João, município de Fortaleza de
Minas, próximo da estrada de ferro Minas-Perobas.
Fonte: NOGUEIRA et al., 2010
Figura 1.13 – Áreas-Chave para Conservação da Ictiofauna na Bacia do Rio Grande
1.4 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA
1.4.1 Demografia
A bacia do rio Grande apresentava no ano de 2010 uma população de 8,6 milhões de
habitantes, 4 milhões a mais que a população recenseada em 1970, concentrando 4,5% da
população brasileira. O ritmo de crescimento da população na bacia tem seguido a tendência
nacional, embora com taxas inferiores; a taxa média anual na bacia foi de 1,04%, enquanto a
do País foi de 1,16%. O Gráfico 1.1 ilustra a evolução das populações rural, urbana e total na
bacia do rio Grande entre os anos de 1970 e de 2010, chamando à atenção a redução da
população rural (participação de 39,8% na população total em 1970, com queda para 10,3%
em 2010).
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 15
Gráfico 1.1 – Evolução da População Total, Urbana e Rural na Bacia do Rio Grande entre 1970 e 2010
Três UGHs da porção paulista da bacia apresentavam, em 2010, mais de 1 milhão de
habitantes, sendo elas a UGRHI 09 - Mogi Guaçu, com 1,5 milhão de habitantes; a UGRHI 15
– Turvo/Grande, com 1,2 milhão de habitantes; e a UGRHI 04 – Pardo, com 1,1 milhão de
habitantes. Na porção mineira da bacia, destaca-se como UGH mais populosa a GD 3 –
Entorno do Reservatório de Furnas, com cerca de 700 mil pessoas. Também é importante
ressaltar que a GD 8 – Baixo Grande é a UGH que tem apresentado maior taxa de crescimento
populacional na bacia, conforme apresentado no Quadro 1.5.
No Quadro 1.6, estão relacionados os 14 municípios mais populosos da bacia do rio Grande
(com mais de 100 mil habitantes), no ano de 2010, observando-se a alta concentração da
população nas áreas urbanas, o que representa também grande concentração territorial das
demandas para abastecimento urbano.
A Figura 1.14 ilustra a distribuição da população urbana da bacia no mesmo ano de 2010, por
faixas de população.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 16
QUADRO 1.5 - POPULAÇÃO TOTAL NAS UGHS DA BACIA DO RIO GRANDE ENTRE 2000 E 2010
Vertente UGH
População Total Taxa Anual de
Crescimento
2000-2010
População
Urbana
(2010) 2000 2010
Mineira
GD 01 - Alto Grande 106.956 107.620 0,10% 74,10%
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 517.071 563.092 0,90% 87,70%
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 698.775 734.733 0,50% 80,40%
GD 04 - Verde 423.692 459.936 0,90% 86,10%
GD 05 - Sapucaí 527.785 585.744 1,10% 78,20%
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 379.194 411.903 0,90% 82,10%
GD 07 - Médio Grande 292.077 313.193 0,70% 86,40%
GD 08 - Baixo Grande 455.919 538.124 1,80% 91,90%
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 60.935 64.743 0,60% 87,20%
UGRHI 04 - Pardo 961.861 1.097.345 1,40% 95,10%
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 610.100 670.526 1,00% 94,40%
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 1.342.593 1.502.387 1,20% 93,70%
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 314.641 336.151 0,70% 95,20%
UGRHI 15 - Turvo/Grande 1.121.109 1.236.377 1,00% 92,90%
Bacia do Grande 7.812.708 8.621.874 1,04% 89,70%
Fonte: IBGE – Censos 2000 e 2010.
QUADRO 1.6 – MUNICÍPIOS COM MAIS DE 100 MIL HABITANTES NA BACIA DO RIO GRANDE NO
ANO DE 2010
Vertente UGH Município População 2010
(habitantes)
População Urbana
(%)
Mineira
GD 02 - Vertentes do Rio Grande Barbacena 126.284 91,50%
GD 04 - Verde Varginha 123.081 96,70%
GD 05 - Sapucaí Pouso Alegre 130.615 91,60%
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo Poços de Caldas 152.435 97,60%
GD 07 - Médio Grande Passos 106.290 94,90%
GD 08 - Baixo Grande Uberaba 295.988 97,80%
Paulista
UGRHI 04 - Pardo Ribeirão Preto 604.682 99,80%
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande Franca 318.640 98,20%
UGRHI 09 - Mogi Guaçu
Mogi Guaçu 137.245 94,90%
Araras 118.843 94,60%
Sertãozinho 110.074 98,80%
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande Barretos 112.101 97,00%
UGRHI 15 - Turvo/Grande
São José do Rio Preto 408.258 93,90%
Catanduva 112.820 99,20%
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 17
Figura 1.14 - Faixas de População Urbana por Município da Bacia do Rio Grande em 2010
1.4.2 Indicadores Sociais
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal - IFDM é um índice de desenvolvimento
humano e avalia a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico com base em três
componentes: emprego e renda, educação e saúde. A partir da análise desses componentes é
obtido um índice total que permite classificar os municípios em quatro diferentes categorias de
desenvolvimento, sendo elas: baixo (de 0,0 a 0,4), regular (0,4 a 0,6), moderado (de 0,6 a 0,8)
e alto (0,8 a 1).
A grande maioria dos municípios que foram avaliados segundo o IFDM (308 de 367
municípios) é classificada com desenvolvimento humano moderado, sendo 75 no limite
inferior (IFDM de 0,6 a 0,7) e 233 no limite superior (0,7 a 0,8).
A Figura 1.15 ilustra a classificação dos municípios da bacia do rio Grande segundo o IFDM.
Verifica-se que os melhores indicadores são observados nos municípios mais populosos e
urbanizados, tais como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Franca, na vertente paulista, e
Uberaba e Poços de Caldas, na vertente mineira, todos com população superior a 150 mil
habitantes.
Com relação ao emprego e renda, a população da bacia possui uma taxa de desocupação
média – obtida pelo percentual das pessoas desocupadas em relação à população
economicamente ativa – de 6%, inferior à média nacional, de 7,6%.
Quanto ao rendimento nominal per capita, parâmetro que considera as pessoas de 10 anos ou
mais de idade que possuem rendimento, ou seja, que possuem algum tipo de ocupação, os
valores encontrados nos municípios da bacia do rio Grande estão ilustrados na Figura 1.16,
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 18
verificando-se que há uma tendência a rendimentos nominais mais elevados na vertente
paulista, no triângulo mineiro e nos demais municípios mais populosos da bacia.
Figura 1.15 - IFDM dos Municípios da Bacia do Rio Grande (2010)
Figura 1.16 - Rendimento Médio Mensal per capita nos Municípios da Bacia do Rio Grande (2010)
1.4.3 Atividades Econômicas
Segundo o IBGE, a região da bacia do rio Grande é responsável por um dos maiores Produtos
Internos Brutos (PIBs) do País (189,5 bilhões de reais em 2011, representando 4,6% do PIB
nacional).
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 19
Vale destacar a presença das atividades agropecuária e industrial na bacia, além do setor de
serviços nos centros urbanos. Segundo o IBGE, o setor de serviços é o mais expressivo na
formação do PIB da região, com participação de 55,6%, seguido pelos setores industrial
(23,9%) e agropecuário (9,7%). Este último se destaca pela sua relevância no cenário nacional,
com contribuição de 9,5% no PIB do setor no País. Também apresenta importante participação
no PIB da bacia a arrecadação de impostos, que, de acordo com o IBGE, somou cerca de 20,4
bilhões de reais no ano de 2011, representando mais de 10% do PIB total da bacia.
Cinco municípios da bacia do rio Grande possuem PIB total superior a R$ 5 bilhões, sendo eles
São Carlos (R$ 5,5 bilhões), Franca (R$ 5,7 bilhões), Uberaba (R$ 7,9 bilhões), São José do Rio
Preto (R$ 9,7 bilhões) e Ribeirão Preto (R$ 18,5 bilhões).
As Figuras 1.17 e 1.18 ilustram, respectivamente, o número de estabelecimentos e PIB
Agropecuário na bacia, e o mapeamento das principais culturas plantadas.
Apesar da concentração de empresas e outras organizações industriais em Franca (10,0% do
total), São José do Rio Preto (4,7%) e Ribeirão Preto (4,5%), a bacia do rio Grande possui
relativa dispersão da atividade em comparação com outras regiões do País, o que é facilitado
pela sua densa e articulada rede urbano-regional. A bacia possui 70 municípios com mais de
100 estabelecimentos industriais, sendo que 41 deles têm mais de 200 estabelecimentos.
Cabe salientar, também, que foram identificadas 106 usinas sucroalcooleiras em operação na
bacia do rio Grande ou em seu entorno imediato (até 15 km), concentradas no estado de São
Paulo e no triângulo mineiro.
Figura 1.17 - Estabelecimentos e PIB Agropecuário na Bacia do Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 20
Figura 1.18 - Mapeamento das Principais Culturas da Bacia do Rio Grande
A Figura 1.19 apresenta o número de estabelecimentos industriais e de usinas sucroalcooleiras
presentes na bacia do rio Grande.
Figura 1.19 - Estabelecimentos Industriais e Usinas Sucroalcooleiras na Bacia do Rio Grande
A cana-de-açúcar responde por 53,7% da área plantada na bacia; seu plantio está voltado
principalmente para a produção de álcool e de açúcar e apresentou forte expansão nas últimas
décadas (Gráfico 1.2). Em 1994, a cana já era a principal cultura plantada da bacia, alcançando
em 2012 a marca de 2,66 milhões de hectares. A produtividade média tem oscilado entre 81 e
86 toneladas por hectare nos últimos anos, enquanto a média nacional oscilou entre 74 e
81 ton/ha.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 21
Gráfico 1.2 – Área Ocupada pelo Cultivo de Cana-de-Açúcar na Bacia do Rio Grande
Quanto à área irrigada na bacia do rio Grande, segundo levantamento nacional desenvolvido
com auxílio de imagens de satélite pela ANA em parceria com a Embrapa, foram identificados
2.592 pivôs centrais na bacia do rio Grande em 2013, que ocupam uma área total de
1.040,10 km² (70,26% no estado de São Paulo), conforme apresentado na Figura 1.20.
Os principais polos de irrigação com pivôs centrais são a região do entorno do rio Grande entre
as UGHs UGRHIs 08 e 12 e GD 08 (Guaíra, Miguelópolis, Planura, Conceição das Alagoas e
entorno); e a região das vertentes dos rios Pardo e Mogi Guaçu (Casa Branca, Vargem Grande
do Sul, Itobi, São José do Rio Pardo e entorno).
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 22
Figura 1.20 - Mapeamento de Pivôs Centrais de Irrigação na Bacia do Rio Grande - 2013
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 23
1.4.4 Uso do Solo e Eventos Críticos
1.4.4.1 Uso do Solo
A Figura 1.21 apresenta o mapa de uso e ocupação do solo da bacia do rio Grande, elaborado
mediante interpretação de imagens de satélite. Observa-se a presença de corpos d’água
resultantes dos barramentos para geração de energia ao longo do rio Grande, com
consequente influência dos remansos nos principais rios afluentes.
Os usos agropecuários ocupam a maior parte da área da bacia (83%). Como descrito
anteriormente, na porção oeste, destacam-se os melhores solos e os terrenos mais planos,
favorecendo a presença de culturas como a de cana-de-açúcar, milho e soja, embora seja
observada uma presença expressiva de atividade pecuária nas UGHs UGRHI 15 e GD 08. Já
no leste da bacia, a pecuária é predominante, embora o cultivo de café também tenha se
desenvolvido em porções com solo adequado. A cultura de citrus (que ocupa 1,1% da área da
bacia) está localizada apenas na porção paulista, com presença mais expressiva nas UGRHIs
04, 08 e 12.
A silvicultura (ou reflorestamento), aqui entendida como atividade relacionada à cultura
madeireira visando múltiplas aplicações, ocupa áreas expressivas na porção central da bacia,
em especial na vertente paulista, nos municípios de Altinópolis, Casa Branca, Mogi Guaçu,
Guatapará, Araraquara, São Simão e Santa Rita do Passa Quatro. As áreas ocupadas por
remanescentes de vegetação nativa representam 12,8% da área da bacia e as áreas edificadas
(1,3% da área da bacia) estão concentradas na porção paulista e no triângulo mineiro.
Figura 1.21 - Uso e Ocupação do Solo na Bacia do Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 24
Os Gráficos 1.3 a 1.5 detalham a distribuição percentual dos diferentes padrões de uso do solo
da bacia, respectivamente, no conjunto da bacia, nas vertentes paulista e mineira, e em cada
UGH.
Gráfico 1.3 – Uso e Ocupação do Solo na Bacia do Rio Grande
Gráfico 1.4 – Uso e Ocupação do Solo nas Vertentes Mineira e Paulista da Bacia do Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 25
Gráfico 1.5 - Uso do Solo na Bacia do Rio Grande, por UGH
1.4.4.2 Eventos Hidrológicos Críticos
Devido às características físico-climáticas da região da bacia do rio Grande, destacam-se os
eventos hidrológicos críticos decorrentes das chuvas intensas. Esses eventos incluem enchentes,
inundações, enxurradas e alagamentos. As mudanças no uso e ocupação do solo da bacia,
resultando em intenso processo de impermeabilização, vêm alterando quantitativa e
qualitativamente o escoamento superficial, o que contribui para agravar esses eventos críticos.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil, responsável pelo acolhimento de decretos de Situação
de Emergência (SE) e de Estado de Calamidade Pública (ECP), registrou 124 declarações de SE
ou de ECP na bacia do rio Grande nos últimos 10 anos, o que representa 38,3% dos pedidos
de toda a Região Hidrográfica do Rio Paraná. Vale destacar que os municípios de Formiga,
Maria da Fé, Aiuruoca e Pouso Alegre, todos no estado de Minas Gerais, foram os que
apresentaram maior número de registros de cheias no período.
A ANA mapeou a ocorrência de inundações graduais em todos os trechos de rios brasileiros na
escala ao milionésimo, tendo por principais variáveis a frequência dos fenômenos de cheia e os
potenciais impactos sociais e econômicos por eles causados. Na bacia do rio Grande, a ANA
identificou que cerca de 10% da extensão dos trechos da bacia são vulneráveis, com destaque
a trechos dos rios Grande, Grande/SP, Jacaré, Sapucaí, Mogi-Guaçu, das Mortes, Sapucaí-
mirim, Lambari, Guaxupé, Pardo, Verde, Aiuruoca, Jaguari-Mirim, Francês, Uberaba, do Peixe
e São João Ribeirão, além dos ribeirões Boa Vista, do Pântano e das Antas, dentre outros.
A Figura 1.22 ilustra a ocorrência de cheias na bacia do rio Grande (de 2003 a 2012) e os
níveis de vulnerabilidade a inundações de trechos de rios.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 26
Figura 1.22 - Frequência de Cheias nos Municípios (2003-2012) e Níveis de Vulnerabilidade a Inundações nos
Trechos de Rio da Bacia do Rio Grande
1.5 SANEAMENTO AMBIENTAL
1.5.1 Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
Do total de 393 municípios com território total ou parcialmente inserido na bacia do rio
Grande, 369 municípios (206 de MG e 163 de SP) têm a sua sede municipal localizada dentro
da bacia.
Desse total, 182 sedes urbanas são abastecidas exclusivamente por mananciais superficiais, 120
exclusivamente por mananciais subterrâneos e 67 por mananciais “mistos” (água superficial e
subterrânea, em diferentes proporções); enquanto há predominância de utilização de
mananciais superficiais em Minas Gerais (70%), em São Paulo a maior parte dos mananciais
utilizados é unicamente do tipo subterrâneo (58%). Analisando a bacia como um todo, as sedes
abastecidas exclusivamente por mananciais superficiais representam 49% do total, enquanto
aquelas abastecidas somente por águas subterrâneas perfazem 33%.
Na Figura 1.23, observa-se o predomínio de mananciais superficiais na porção leste da bacia e
de mananciais subterrâneos e mistos na porção oeste.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 27
Figura 1.23 - Tipo de Manancial de Abastecimento das Sedes Municipais da Bacia Hidrográfica do Rio Grande
(Fonte: ANA, 2010)
Em 2010, a ANA publicou o estudo ATLAS Brasil – Abastecimento Urbano de Água, em que
foram diagnosticados os sistemas de produção de água das 5.565 sedes municipais do País. O
objetivo era avaliar a disponibilidade quantitativa e qualitativa dos mananciais existentes e se as
unidades de produção de água (captação, adução de água bruta, elevatórias e estação de
tratamento de água) atenderiam às demandas de água projetadas para o ano de 2015.
A partir dessa análise, o diagnóstico apontou as sedes municipais que apresentavam condições
satisfatórias, as que necessitavam adotar um novo manancial e as que necessitavam ampliação
de seu sistema produtor de água. Nos casos em que um novo manancial ou a ampliação do
sistema foram necessários, o estudo indicou as soluções e apresentou a estimativa de custos
para execução da proposta, considerando o horizonte de 2025.
A Figura 1.24 ilustra o resultado das análises do Atlas, para os 369 municípios com sede na
bacia do rio Grande. Desses, 257 possuem abastecimento satisfatório, 91 requerem ampliação
do sistema, 19 necessitam de novos mananciais e 2 não possuíam dados disponíveis para a
realização do diagnóstico.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 28
Figura 1.24 - Condição dos Sistemas de Abastecimento dos Municípios da Bacia do Grande, Projetados para o
Ano de 2015 no ATLAS Brasil (ANA, 2010)
O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS –, ano-base 2012, apresenta
indicadores para quase todos os municípios com sede na bacia, exceto 25 municípios sem
indicadores de água (2% da população) e 65 municípios sem indicadores de esgotamento (6%
da população). O Quadro 1.7 apresenta uma síntese dos indicadores de água e esgotamento
sanitário por UGH.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 29
QUADRO 1.7 - INDICADORES DE SANEAMENTO BÁSICO (ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO) DAS UGHS DA BACIA DO RIO
GRANDE PARA OS ANOS DE 2012/2013
Vertente UGH
População (2010) Água Esgoto
Urbana Total Atendimento
Urbano (%)
Atendimento
Total (%)
Perdas na
Distribuição
(%)
Atendimento
Coleta
Urbano (%)
Atendimento
Coleta Total
(%)
Atendimento
Tratamento
Total (%)
Atendimento
Tratamento
Urbano* (%)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 79.696 107.620 97,9 75,6 19,2 92,6 73,7 14,7 -
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 493.682 563.092 83,9 75,6 33,7 77,2 70,5 31,6 -
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 590.604 734.733 99,9 83,6 23,8 99,0 83,2 8,6 -
GD 04 - Verde 396.142 459.936 99,6 89,2 28,8 98,7 89,1 23,0 -
GD 05 - Sapucaí 458.257 585.744 99,8 79,7 23,1 99,6 82,3 26,4 -
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 338.111 411.903 99,9 84,3 30,9 99,1 86,5 12,6 -
GD 07 - Médio Grande 270.750 313.193 99,3 86,3 23,7 96,8 87,8 15,0 -
GD 08 - Baixo Grande 494.361 538.124 100,0 93,9 30,3 99,3 92,9 52,1 -
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 56.465 64.743 68,4 62,7 24,0 51,7 45,1 5,9 10,0
UGRHI 04 - Pardo 1.043.392 1.097.345 99,6 95,9 27,1 98,2 94,1 64,2 80,0
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 632.760 670.526 99,3 95,6 30,9 99,2 95,4 83,1 92,0
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 1.407.096 1.502.387 99,5 95,7 34,6 98,5 94,1 48,9 56,0
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 319.989 336.151 99,4 97,2 39,0 99,6 97,3 70,6 70,0
UGRHI 15 - Turvo/Grande 1.148.485 1.236.377 99,5 94,8 22,9 99,0 93,7 71,2 83,0
Bacia do Rio Grande 7.729.790 8.621.874 98,3 90,4 28,7 97,1 89,8 47,8 -
*Parâmetro disponível apenas para o estado de São Paulo
Fonte: SNIS, 2013.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 30
Verifica-se que 98,3% da população urbana e 90,4% da população total da bacia do rio
Grande são abastecidos pela rede geral de abastecimento de água, o que classifica, de maneira
geral, a condição do abastecimento na bacia como satisfatória. A diferença entre os valores de
abastecimento da população urbana e abastecimento da população total se deve ao fato de o
abastecimento à população rural da bacia ser inferior, sobretudo nas UGHs GD 01 – Alto Rio
Grande, GD 02 – Vertentes do Rio Grande e GD 05 – Rio Sapucaí. Vale observar que as UGHs
GD 02 e UGRHI 01 – Mantiqueira – apresentam índice de abastecimento urbano inferior a
98%, com 83,9% e 68,4%, respectivamente, caracterizando-se como as Unidades com situação
de abastecimento de água mais crítica da bacia.
Quanto às perdas de água no sistema de abastecimento, é importante destacar que sua
redução ao longo de todas as etapas do processo consiste em um dos principais desafios às
empresas prestadoras dos serviços de saneamento. Segundo os dados do Quadro 1.7, a média
das perdas de água na bacia do rio Grande é de 28,7%, ultrapassando os 30% em seis UGHs e
alcançando 39% na UGRHI 12 – Baixo Pardo-Grande. Quando a análise é levada à escala
municipal os números são ainda mais elevados, tendo em vista que 45 municípios apresentam
índices de perdas superiores a 40%, incluindo as cidades de Poços de Caldas, em Minas Gerais,
com 44,7% de índice de perdas; e Mogi Guaçu, no estado de São Paulo, com perdas de
42,7%. A Figura 1.25 apresenta as faixas dos índices de perdas para a bacia do rio Grande.
Figura 1.25 - Índices de Perdas nas Redes de Abastecimento de Água da Bacia do Rio Grande – 2012
Já quanto ao esgotamento sanitário, os dados do SNIS antes apresentados no Quadro 1.7
indicam que a bacia como um todo apresenta um atendimento à população urbana de 97,1%
e um atendimento à população total de 89,8%, índices elevados quando comparados ao
contexto nacional. Vale destacar que as UGHs GD 02 – Vertentes do Rio Grande e UGRHI 01
– Mantiqueira são as que apresentam menores índices de adequação, de 77,2% e 51,7%,
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 31
respectivamente. A situação mais preocupante é a da GD 02 devido ao seu contingente
populacional de mais de 500 mil habitantes.
Contudo, o principal ponto a ser desenvolvido na bacia do rio Grande quanto aos serviços de
esgotamento sanitário é o tratamento dos efluentes. Na bacia como um todo, conforme pode
ser observado no Quadro 1.7, apenas 47,8% dos efluentes gerados são tratados, sendo que em
mais da metade das UGHs esse valor é inferior a 30%. Cabe citar também que 130 municípios
não apresentam qualquer tipo de tratamento de esgoto e que outros 65 não têm dados,
provavelmente apresentando sistema de tratamento inexistente ou muito precário. A Figura
1.26 apresenta os índices de tratamento de esgoto na bacia do rio Grande.
Figura 1.26 - Índice de Tratamento de Esgotos na Bacia do Rio Grande - 2012
1.5.2 Doenças de Veiculação Hídrica
Doenças de veiculação hídrica são a principal causa de internações no Brasil, o que traz
importante destaque para o tema. As principais doenças de veiculação hídrica são a amebíase,
a giardíase, a gastroenterite, as febres tifoide e paratifoide, a hepatite infecciosa e a cólera. Vale
destacar também que a ação de determinados vetores de doenças, como ratos e o Aedes
aegypti está diretamente relacionada com a água e a sua qualidade.
Segundo dados do Ministério da Saúde, disponíveis para consulta por meio da ferramenta
TabNet/DataSUS, houve um total de 111 mil internações por doenças infecciosas e parasitárias
na bacia do rio Grande entre 2010 e 2013, com 17 mil mortes e um custo total de R$ 184,7
milhões para o Sistema Único de Saúde. O Quadro 1.8 identifica os 10 municípios da bacia do
rio Grande com maior número de internações em relação à sua população (ano base de 2010).
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 32
QUADRO 1.8 – MUNICÍPIOS COM MAIOR NÚMERO DE INTERNAÇÕES EM RELAÇÃO À SUA
POPULAÇÃO TOTAL
UGH Município/UF População em 2010 Internações por Doenças
Infecciosas e Parasitárias
UGRHI 15 - Turvo/Grande Populina/SP 4.223 271
UGRHI 15 - Turvo/Grande Monte Azul Paulista/SP 18.931 1.086
GD 05 - Sapucaí Careaçu/MG 6.302 357
UGRHI 15 - Turvo/Grande Nova Granada/SP 19.178 1.038
UGRHI 15 - Turvo/Grande Tabapuã/SP 11.366 527
GD 07 - Médio Grande Itamogi/MG 10.349 470
UGRHI 15 - Turvo/Grande Cardoso/SP 11.798 531
UGRHI 15 - Turvo/Grande Cajobi/SP 9.759 431
UGRHI 15 - Turvo/Grande Pirangi/SP 10.623 450
UGRHI 15 - Turvo/Grande Tanabi/SP 24.055 1.008
Fonte: MS -TABNET/DATASUS, 2013
1.5.3 Resíduos Sólidos
1.5.3.1 Vertente Mineira
A presente análise tomou por base os dados apresentados no levantamento denominado
“Classificação e Panorama da Destinação dos Resíduos Sólidos Urbanos do Estado de Minas
Gerais” (FEAM, 2014). Por esse estudo, os municípios foram classificados quanto à forma de
tratamento e à disposição final de seus resíduos sólidos urbanos, quanto à localização da sua
destinação final e quanto à regularização ambiental dos referidos empreendimentos, o que
resultou em 9 tipologias de classificação, separadas em 3 grupos, conforme Quadro 1.9.
QUADRO 1.9 - CLASSIFICAÇÃO MUNICIPAL QUANTO AO TRATAMENTO E/OU À DISPOSIÇÃO
FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO ESTADO DE MINAS GERAIS
GRUPO TIPOLOGIA
REGULARIZADOS
Aterro Sanitário (AS)
Usina de Triagem e Compostagem (UTC)
AS + UTC
Autoirzação Ambiental de Funcionamento (AAF) em verificação
Fora do Estado
NÃO REGULARIZADOS (1)
AS Não Regularizado
UTC Não Regularizada
IRREGULARES (2)
Aterro Controlado
Lixão
(1) Passível de regularização; (2) Não passível de regularização
Fonte: Adaptado de FEAM, 2014
O Quadro 1.10 apresenta, por UGH, o número de municípios enquadrados em cada um dos
grupos da classificação adotada pela FEAM.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 33
QUADRO 1.10 – MUNICÍPIOS DA VERTENTE MINEIRA DA BACIA DO RIO GRANDE QUANTO À
REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL DA DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
UGH Regularizados % de Municípios
Regularizados
Não
Regularizados
% de Municípios
não
Regularizados
Irregulares
% de
Municípios
Irregulares
Total
GD 01 12 52% 1 4% 10 43% 23
GD 02 9 29% 3 10% 19 61% 31
GD 03 9 24% 4 11% 25 66% 38
GD 04 6 26% 0 0% 17 74% 23
GD 05 13 32% 3 7% 25 61% 41
GD 06 3 15% 0 0% 17 85% 20
GD 07 9 47% 1 5% 9 47% 19
GD 08 7 37% 1 5% 11 58% 19
Verifica-se que a GD 01 – Alto Rio Grande é a que apresenta maior proporção de municípios
regularizados na porção mineira da bacia, com 52% dos municípios nessa situação. Todas as
demais UGHs apresentam mais da metade de seus municípios com formas irregulares de
disposição (ou seja, que não são passíveis de regularização ambiental), com exceção da GD 07,
onde esse valor é de 47%. A situação mais crítica é observada na GD 06 – Afluentes Mineiros
dos Rios Mogi Guaçu e Pardo, onde 85% dos municípios dispõem seus RSU em aterros
controlados ou lixões.
Nota-se que um dos maiores desafios é evoluir na regularização dos municípios de pequeno
porte (aqueles com população inferior a 20.000 habitantes), além de fomentar a formação e a
consolidação de consórcios intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos urbanos.
Segundo a FEAM (2014), foram identificados na bacia do rio Grande pelo menos oito
consórcios; porém, muitos consórcios ainda encontram dificuldades para operarem de forma
correta. Muitos não possuem um Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos que
consiste em uma ferramenta de auxílio a uma boa operação e à eficiência e eficácia de suas
ações.
1.5.3.2 Vertente Paulista
A CETESB disponibiliza o “Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos”, que reflete as
condições ambientais dos sistemas de compostagem e disposição final de resíduos sólidos
urbanos em operação. O Inventário utilizado no presente Diagnóstico foi elaborado a partir de
dados coletados até o ano de 2014 através de um questionário padronizado que avalia as
características locais, estruturais e operacionais das instalações. De posse dessas informações, é
possível obter os índices de Qualidade de Aterro de Resíduos (IQR), de Qualidade de Aterro de
Resíduos em Valas (IQR-Valas) e de Qualidade de Usinas de Compostagem (IQC), cujas
pontuações variam de 0 a 10 e a classificação adotada, segundo exposto no Quadro 1.11.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 34
QUADRO 1.11 – ENQUADRAMENTO DAS INSTALAÇÕES PARA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS SEGUNDO A CETESB
IQR, IQR-Valas e IQC Classificação
0,0 a 7,0 Inadequadas (I)
7,1 a 10,0 Adequadas (A)
Fonte: CETESB, 2014.
Com base no levantamento da CETESB (2014), verifica-se que a UGRHI 01 - Serra da
Mantiqueira, a UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande e a UGRHI 15 - Rios Turvo e Grande possuem
100% de seus resíduos enquadrados na faixa adequada. Os principais municípios geradores de
resíduos nessas UGRHIs são, respectivamente, Campos do Jordão, Barretos e São José do Rio
Preto.
As demais UGRHIs apresentam alguns municípios em enquadramento inferior, conforme
ilustram as Figuras 1.27 a 1.29, expostas a seguir.
Figura 1.27 – Instalações para Disposição de Resíduos Sólidos - Enquadramento das UGRHIs 01 e 12,
segundo a CTESB (2014)
Figura 1.28 - Instalações para Disposição de Resíduos Sólidos - Enquadramento das UGRHIs 15 e 04, segundo
a CTESB (2014)
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 35
Figura 1.29 - Instalações para Disposição de Resíduos Sólidos - Enquadramento das UGRHIs 08 e 09, segundo
a CTESB (2014)
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 36
2. DISPONIBILIDADE QUANTI-QUALITATIVA DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E
SUBTERRÂNEAS
2.1 DISPONIBILIDADE HÍDRICA QUANTITATIVA
2.1.1 Águas Superficiais
Para a definição da disponibilidade hídrica das águas superficiais da bacia do rio Grande, foi
desenvolvido um estudo de regionalização de vazões, determinando-se os seguintes
parâmetros estatísticos:
Vazão média de longo termo Qmlt
;
Vazão de 95% de permanência Q95%
;
Vazão de estiagem de 7 dias com período de retorno de 10 anos Q7,10
;
Vazão específica de 95% de permanência (q95
);
Vazão específica de estiagem de 7 dias com período de retorno de 10 anos (q7,10
);
Vazão específica de 95% de permanência para as Usinas Hidrelétricas - UHEs (q95
);
Vazão específica de estiagem de 7 dias com período de retorno de 10 anos, para as UHEs,
(q7,10
).
Na bacia do rio Grande, existem 228 estações fluviométricas em operação. Para os estudos de
regionalização de vazões, foram selecionados os dados de 93 estações fluviométricas (Figura
2.1), sendo 73 estações pertencentes ao banco de dados Hidro, da ANA, e 20 estações
operadas pelo DAEE; também foram utilizados os dados de chuvas de 234 postos
pluviométricos, já citados no item 1.2.1 do Capítulo 1.
Os dados fluviométricos passaram por um processo de análise de consistência, buscando
identificar possíveis erros nas séries temporais disponíveis e corrigi-los. Uma vez realizada a
análise e identificadas as inconsistências nos dados, foi realizado o processo de preenchimento
de falhas das séries, substituindo os valores caracterizados como errôneos e períodos sem
dados, por valores considerados aptos a serem incorporados à série de dados.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 37
Figura 2.1 - Localização das Estações Fluviométricas Selecionadas para os Estudos de Disponibilidade Hídrica
das Águas Superficiais
O método de regionalização de vazões consiste em considerar como região homogênea a área
incremental entre duas ou mais estações, admitindo-se em cada região (área incremental) uma
vazão específica incremental constante, resultado da diferença entre a vazão do posto de
jusante e as vazões dos postos imediatamente a montante dividida pelas respectivas diferenças
de área, conforme a equação abaixo:
𝑞𝑖𝑛𝑐 =𝑄𝑗𝑢𝑠 − ∑𝑄𝑚𝑜𝑛𝑡
𝐴𝑗𝑢𝑠 − ∑𝐴𝑚𝑜𝑛𝑡
Onde:
qinc
: vazão específica incremental (vazão por unidade de área) da região;
Qjus:
vazão do posto de jusante;
Qmont:
vazão(es) do(s) posto(s) imediatamente a montante;
Ajus:
Área de contribuição do posto de jusante;
Amont:
Área(s) de contribuição do(s) posto(s) de montante.
Foi definido um total de 77 regiões homogêneas na bacia do rio Grande (Figura 2.2). A
espacialização das vazões específicas nessas regiões está ilustrada nas Figuras 2.3 a 2.5. As
Figuras 2.6 a 2.8 mostram a distribuição das vazões Qmlt,
Q95%
e Q7,10
na bacia do rio Grande.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 38
Figura 2.2 - Regiões Homogêneas da Bacia do Rio Grande
Figura 2.3 - Vazão Específica Média de Longo Termo na Bacia do Rio Grande (q
mlt)
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 39
Figura 2.4 - Vazão Específica com 95% de Permanência na Bacia do Rio Grande (q
95%)
Figura 2.5 - Vazão Específica de 7 Dias de Estiagem com Recorrência de 10 anos na Bacia do Rio Grande
(q7,10
)
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 40
Figura 2.6 - Vazão Natural Média de Longo Termo na Bacia do Rio Grande (Q
MLT)
Figura 2.7 – Vazão Natural de Permanência de 95% na Bacia do Rio Grande (Q
95%)
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 41
Figura 2.8 - Vazão Natural de 7 Dias de Estiagem com Recorrência de 10 anos na Bacia do Rio Grande (Q7,10
)
Conforme se observa nas figuras anteriores, a vazão específica média natural (qMLT
) variou entre
9 e 26,7 L/s/km². A vazão q95%
variou entre 2,3 e 9,8 L/s/km² e a q7,10
entre 1 e 8 L/s/km². Na
foz do rio Grande, as vazões QMLT
, Q95%
e Q7,10
naturais chegam a 2.155, 750 e 571 m³/s,
respectivamente. Os rios Pardo, Sapucaí/Verde, das Mortes, Sapucaí e Turvo contribuem,
respectivamente, com cerca de 195, 157, 44, 36, 31 m³/s em termos de Q95%
e 147, 118, 33,
25 e 24 m³/s em termos de Q7,10
, sendo esses os principais afluentes do rio Grande.
2.1.2 Águas Subterrâneas
A bacia do rio Grande apresenta sistemas aquíferos porosos, fraturados e cársticos, conforme
ilustrado na Figura 2.9. Esses aquíferos representam importantes mananciais para o
abastecimento da população residente nas sedes municipais.
A avaliação da disponibilidade hídrica subterrânea da bacia do rio Grande foi realizada para a
parcela renovável da recarga, para todos os aquíferos que afloram nesta área. Por outro lado, as
reservas permanentes foram estimadas somente para o Sistema Aquífero Bauru-Caiuá, haja
vista a disponibilidade de dados de níveis de água, de espessura saturada, e devido a sua
importância como manancial para a região.
O Quadro 2.1 sintetiza os dados de disponibilidade hídrica subterrânea na bacia do rio Grande
e as potencialidades de águas superficiais, ambas por unidade hidrogeológica, tendo como
referências a Recarga Potencial Direta (RPD) e a vazão mínima Q7, considerada como
indicadora do fluxo de base na bacia.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 42
Figura 2.9 - Sistemas Aquíferos da Bacia do Rio Grande
O Quadro 2.1 mostra que os principais sistemas aquíferos em termos de volume de RPD são o
Gnáissico-Granítico, Serra Geral e o Bauru-Caiuá. O Carbonático é o mais relevante quando
considerada a reserva renovável específica, seguido do Quartzítico, Guarani, Serra Geral e em
menor escala o Bauru-Caiuá. Quanto à Recarga Potencial Explotável (RPE), o Gnáissico-
Granítico destaca-se, seguido do Bauru-Caiuá e Serra Geral.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 43
QUADRO 2.1 - SÍNTESE DOS DADOS DE DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUBTERRÂNEA NA BACIA
DO RIO GRANDE E POTENCIALIDADES DE ÁGUAS SUPERFICIAIS, AMBAS POR SISTEMA AQUÍFERO
Unidade
Hidrogeológica
Área
aflorante
(km²)
Cs Ci
(%)
RPD
(m³/s)
RPD
esp.
(L/s/
km2)
RPE
(m³/s)
RPE
esp.
(L/s/
km2)
Q7
(m³/s)
Q7
espec.
(L/s/
km²)
Q95
(m³/s)
Q95
espec.
(L/s/km²)
Potencia-
lidade
superficial
(1) (m³/s)
Rio Claro 21,97 0,40 6,00 0,06 2,73 0,02 1,09 ND ND ND ND ND
Itaqueri 1.467,86 0,40 4,00 2,88 1,96 1,15 0,78 ND ND ND ND ND
Guarani 7.695,00 0,20 17,00 61,5 7,99 12,30 1,60 ND ND ND ND ND
Bauru-Caiuá 31.205,69 0,30 11,00 148,62 4,76 44,59 1,43 97,23 3,12 75,40 2,42 52,65
Tubarão 4.733,82 0,40 9,00 19,38 4,09 7,75 1,64 ND ND ND ND ND
Passa Dois 1.110,67 0,40 4,00 2,00 1,80 0,80 0,72 ND ND ND ND ND
Serra Geral 27.112,26 0,20 17,00 175,23 6,46 35,05 1,29 164,66 6,07 150,79 5,56 129,62
Quartzítico 2.801,60 0,20 18,00 23,47 8,38 4,69 1,68 ND ND ND ND ND
Gnáissico-
Granítico 50.583,99 0,20 17,00 400,69 7,92 80,14 1,58 364,47 7,21 316,16 6,25 284,33
Xistoso 15.937,54 0,40 9,00 66,40 4,17 26,56 1,67 ND ND ND ND ND
Carbonático 520,27 0,20 20,00 4,64 8,92 0,93 1,78 ND ND ND ND ND
TOTAL 143.190,70 NA NA 904,90 NA 214,00 NA 626,40 NA 542,40 NA 466,60
(1) = Q7-RPE (m³/s) referente somente aos 03 sistemas aquíferos com dados disponíveis de Q
7, obtidos de estações fluviométricas
representativas.
NA= Não avaliado
ND = Não disponível
Cs: coeficiente de sustentabilidade
Ci: coeficiente de infiltração
RPD: Recarga Potencial Direta
RPE: Recarga Potencial Explotável
2.2 DISPONIBILIDADE HÍDRICA QUALITATIVA
2.2.1 Águas Superficiais
2.2.1.1 Rede de Monitoramento da Qualidade das Águas da Bacia do Rio Grande
A avaliação da qualidade das águas superficiais da bacia do rio Grande foi realizada tomando
como referência os dados disponíveis no intervalo entre os anos de 2001 e 2013 para 148
pontos de monitoramento em operação na bacia1
.
No ano de 2013, foi criada a Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade das Águas
Superficiais – a RNQA, cujas diretrizes estão estabelecidas na Resolução ANA nº 903/2013 e
cujo objetivo central é a adequação e a ampliação das redes de monitoramento em todo o
País. De acordo com essa resolução, a bacia do rio Grande pertence à Região 3, à qual se
aplica o critério de pelo menos 1 ponto de monitoramento de qualidade da água a cada
1.000 km² e uma frequência mínima de medições de uma coleta por trimestre. A Figura 2.10
apresenta a rede de monitoramento da qualidade da água existentes na bacia em 2015 e os
pontos adicionais, propostos pela RNQA
1 Informação válida para 2015. Em 2016, o IGAM ampliou a rede de monitoramento na vertente mineira da bacia do rio Grande com a
implantação de novos 15 pontos de monitoramento nas UGHs GD 01, GD 02, GD 03, GD 05, GD 06 e GD 07.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 44
A localização dos pontos de monitoramento no território da bacia não é aleatória e segue
critérios relacionados à logística e, principalmente, à gestão dos recursos hídricos. Além das
questões de acesso (estradas, pontes, etc.), os pontos são geralmente alocados em trechos com
problemas de qualidade já conhecidos e que, portanto, necessitam de acompanhamento.
Outro critério relacionado à gestão diz respeito à alocação de pontos estratégicos para a
avaliação de impactos decorrentes de empreendimentos ou, ainda, nas divisões políticas e
áreas de confluências, onde há a necessidade de monitoramento das condições de entrega.
Desse modo, é possível considerar que a existência de um ponto de monitoramento de
qualidade da água em si já indica uma situação crítica, existente ou potencial, de interesse para
a gestão dos recursos hídricos.
O monitoramento na vertente mineira é realizado pelo IGAM desde 1997. Nas amostras,
coletadas e analisadas trimestralmente, são avaliados cerca de 50 parâmetros considerando os
limites estabelecidos na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG n° 01/2008.
Também são avaliados os seguintes indicadores: Índice de Qualidade das Águas (IQA);
Contaminação por Tóxicos (CT); e Índice de Estado Trófico (IET).
Figura 2.10 – Rede de Monitoramento da Qualidade das Águas da Bacia do Rio Grande (2015) e Pontos
Propostos pela RNQA
A CETESB monitora a qualidade da água na vertente paulista da bacia desde 1974. São
realizadas coletas com frequência bimestral, sendo analisado um conjunto de 60 parâmetros e
avaliados os seguintes indicadores: Índice de Qualidade das Águas (IQA); Índice de Qualidade
das Águas Brutas para Fins de Abastecimento Público (IAP); IVA – Índice de Qualidade das
Águas para Proteção da Vida Aquática (IVA); IET – Índice do Estado Trófico (IET); Índice da
Comunidade Fitoplanctônica (ICF); e Índice da Comunidade Zooplanctônica (ICZ).
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 45
2.2.1.2 Enquadramento Atual dos Corpos Hídricos Superficiais
Segundo a Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, os corpos hídricos
superficiais de água doce são classificados segundo a qualidade requerida para os seus usos
preponderantes conforme apresentado na Figura 2.11. O enquadramento dos corpos hídricos
é uma importante ferramenta no auxílio e no avanço da gestão das águas no Brasil, uma vez
que estabelece níveis de qualidade a serem atendidos e mantidos para os diferentes tipos de
uso da água.
As UGHs do estado de São Paulo possuem enquadramento legal, desde 1977 (Decreto
Estadual nº 10.755/77), com revisões posteriores em 1994 (Decreto Estadual nº 39.173/94 e
Deliberações do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH). Mais recentemente, em
2016, a CETESB produziu e disponibilizou a base espacial georreferenciada do enquadramento
aprovado em 1994. A grande maioria dos cursos d’água está enquadrada em classe 2. Na
vertente mineira, apenas os corpos d’água da GD 04 estão enquadrados, obedecendo ao que
determina a Deliberação Normativa COPAM nº 33, de 18/12/1998. Os rios de domínio da
União não estão enquadrados legalmente, bem como os reservatórios das UHEs.
Figura 2.11 - Usos da Água conforme as Classes de Qualidade CONAMA 357/2005
A Figura 2.12 apresenta o enquadramento vigente na bacia do rio Grande.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 46
Figura 2.12 – Enquadramento Atual dos Corpos Hídricos da Bacia do Rio Grande
2.2.1.3 Qualidade Atual das Águas da Bacia do Rio Grande
Para o diagnóstico da qualidade da água da bacia do rio Grande, foram utilizadas os dados do
monitoramento do IGAM e da CETESB para o período de 2001 a 2013, para os seguintes
parâmetros: oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), fósforo total,
nitrogênio amoniacal e IQA, possibilitando a obtenção dos valores médios desses indicadores
para o período de referência, bem como a análise de tendências indicando a evolução das
médias anuais dos indicadores ao longo do período estudado.
Segundo a Resolução CONAMA nº 357/2005, os limites para os parâmetros de qualidade da
água analisados neste estudo para cada uma das classes de enquadramento são os
apresentados no Quadro 2.2.
QUADRO 2.2 – LIMITES PARA OS PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA ESTABELECIDOS PELA
RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005
Indicador Classe 1 (mg/L) Classe 2 (mg/L) Classe 3 (mg/L) Classe 4
(mg/L)
Oxigênio Dissolvido ≥ 6,00 ≥ 5,00 ≥ 4,00 ≥ 2,00
Demanda Bioquímica de
Oxigênio ≤ 3,00 ≤ 5,00 ≤ 10,00 -
Fósforo Total (Ambiente
Lótico) ≤0,10 ≤0,10 ≤ 0,15 -
Fósforo Total (Ambiente
Lêntico) ≤0,02 ≤0,03 ≤0,05 -
Nitrogênio Amoniacal
3,70, se pH≤7,50
2,00, se 7,50<pH≤8,00
1,00, se 8,00<pH≤8,50
0,50, se pH>8,50
3,70, se pH≤7,50
2,00, se 7,50<pH≤8,00
1,00, se 8,00<pH≤8,50
0,50, se pH>8,50
13,30, se pH≤7,50
5,60, se 7,50<pH≤8,00
2,20, se 8,00<pH≤8,50
1,00, se pH>8,50
-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 47
Também foi analisada a qualidade atual dos principais reservatórios das UHEs existentes na
bacia do rio Grande.
Os resultados das análises efetuadas estão expostos a seguir.
Oxigênio Dissolvido - OD
A Figura 2.13 apresenta os valores médios de oxigênio dissolvido observados na bacia do rio
Grande no período em análise.
Verifica-se que as UGHs do Rio Mogi Guaçu e dos Rios Turvo e Grande foram as que
concentraram mais pontos de monitoramento cujos valores de OD são frequentemente mais
baixos e, portanto, compatíveis com as classes de qualidade de água menos exigentes. Pontos
de monitoramento apresentando valores de OD predominantemente dentro das classes 3 e 4
também podem ser observados isoladamente nas outras UGHs. Os pontos de monitoramento
BG057, no córrego Gameleira, e SDOM04500, no ribeirão São Domingos, apresentaram
valores de OD inferiores a 2 mg/L em todas as coletas realizadas no período analisado (total de
52 e 81, respectivamente).
Figura 2.13 - Valores Médios de Oxigênio Dissolvido na Bacia do Rio Grande – 2001 a 2013
Também foi possível constatar que 11 pontos de monitoramento apresentaram tendência de
aumento das médias anuais de OD, alguns com melhora durante todo o período de análise.
Em contrapartida, outros pontos chegaram a apresentar tendência de melhora, mas ainda estão
em situação crítica por indicarem níveis muito baixos de OD. Nesse último caso destacam-se
os pontos BG057 (IGAM) e PRET02300 (CETESB, 2013). Quatro pontos de monitoramento, no
entanto, apresentaram tendência de piora quanto aos níveis de oxigênio dissolvido,
demonstrando uma acentuada deterioração de água, segundo os dados do Quadro 2.3.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 48
QUADRO 2.3 - TENDÊNCIAS PARA OS VALORES DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA BACIA DO
GRANDE – 2001 A 2013
Ponto Corpo Hídrico UF
Oxigênio Dissolvido (mg/L)
Tendência
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
BG037 Rio Verde MG 7,7 7,6 7,6 7,8 7,9 7,6 7,6 7,9 8,2 8,0 8,5 7,9 8,1 Melhorou
BG039 Rio Sapucaí MG 8,2 8,5 8,2 8,8 8,5 8,5 8,5 8,6 8,4 8,6 9,5 8,8 8,8 Melhorou
BG057 Rio Gameleira MG 0,8 1,3 1,0 1,3 0,8 1,3 1,0 0,9 1,1 1,5 2,1 1,4 1,4 Melhorou
BG067 Ribeirão da Espera MG
7,1 7,8 7,7 7,7 8,6 8,0 8,3 Melhorou
BG077 Rio Mogi Guaçu MG
6,6 7,4 7,5 7,7 8,6 7,9 7,9 Melhorou
BG087 Ribeirão Tronqueira MG
4,6 5,3 6,0 5,9 6,5 6,4 6,2 Melhorou
DREZ02600 Córrego do Xadrez SP
3,5 3,6 5,4 5,0 5,2 4,1 4,9 7,0 6,5
Melhorou
PARD02600 Rio Pardo SP 4,9 4,4 4,5 5,9 5,7 5,2 5,7 6,3 6,0 6,0 6,4 6,5 6,0 Melhorou
PRET02300 Rio Preto SP 0,2 1,7 0,8 0,6 1,1 0,6 1,1 1,4 1,4 3,5
Melhorou
PRET02800 Rio Preto SP 3,8 2,9 4,0 3,0 2,5 2,9 4,4 4,4 4,2 4,7 4,7 6,1 5,5 Melhorou
MOGU02240 Rio Mogi Guaçu SP 6,2 5,8 5,2 5,3 4,8 3,6 3,5 3,3
Piorou
QUEM02300 Ribeirão do Moquem SP
6,6 7,1 7,3 7,1 5,7 4,4 5,6 6,4 4,5
Piorou
SDOM03900 Ribeirão São Domingos SP
7,1 7,0 7,0 5,7 4,7 5,8 4,6 4,2 5,0 Piorou
TELA02700 Córrego Batistela SP
3,1 4,1 4,9 3,9 2,5 1,9 2,4 2,5 1,8
Piorou
Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO
A Figura 2.14 apresenta as médias de DBO para o ano de 2013 e para o período completo de
análise. Vale destacar o ponto de monitoramento BG071, a jusante de São Sebastião do
Paraíso, no córrego Liso, que apresentou um valor médio de DBO muito alto em relação aos
demais pontos. Além da UGH dos Afluentes Mineiros do Médio Rio Grande, UGHs do Rio
Mogi Guaçu e dos Rios Turvo e Grande foram as que mostraram mais pontos com altos valores
de DBO na bacia.
O Quadro 2.4 apresenta as tendências para os valores médios anuais de DBO observados na
bacia do rio Grande.
QUADRO 2.4 - TENDÊNCIAS PARA OS VALORES DA DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO NA
BACIA DO RIO GRANDE – 2001 A 2013
Ponto Corpo
Hídrico UF 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Tendência
PRET02800 Rio Preto SP 7,2 5,2 5,8 5,0 5,5 6,0 5,6 7,4 4,0 3,7 2,0 2,0 5,5 Melhorou
MOGU02200 Rio Mogi
Guaçu SP 2,5 2,3 2,0 2,0 2,2 2,0 2,0 2,0
2,0 2,0
2,0 Melhorou
PRET02300 Rio Preto SP 51,3 44,8 25,5 32,2 51,5 31,5 42,0 29,8 28,3 6,5
Melhorou
SDOM03900 Rib. São
Domingos SP
7,1 7,0 7,0 5,7 4,7 5,8 4,6 4,2 5,0 Melhorou
BG063 Ribeirão das
Antas
M
G 4,5 7,0 4,3 4,0 3,8 6,0 5,0 5,3 8,6 5,7 5,8 8,8 10,9 Piorou
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 49
Figura 2.14 – Valores Médios da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) na Bacia do Rio Grande – 2001 a
2013
Como se observa no Quadro 2.4, quatro pontos de monitoramento apresentaram tendência de
redução da DBO, sendo dois deles no rio Preto.
Merece destaque o ponto PRET02300 que, apesar de ter apresentado o segundo maior valor
médio de DBO para série de dados disponível, apresentou uma acentuada recuperação da
qualidade de água em termos de DBO, passando de um valor médio de 51 mg/L em 2001
para cerca de 6 mg/L em 2010, quando deixou de ser monitorado. Ainda no rio Preto, o ponto
PRET02800 também apresentou uma melhoria relacionada à DBO. Vale destacar que a
CETESB já havia detectado, através do Índice de Qualidade de Água (IQA), uma tendência de
recuperação da qualidade de água neste ponto para o período 2008-2013 (CETESB, 2013).
Segundo o relatório da CETESB (2013), o início da operação da Estação de Tratamento de
Esgotos de São José do Rio Preto teria sido motivo provável desta melhoria.
Apenas o ponto de monitoramento BG063, no ribeirão das Antas, a jusante da sede de Poços
de Caldas, apresentou uma tendência de aumento da concentração de DBO de 2001 a 2013.
Fósforo Total
A maior parte da contaminação por fósforo em ambientes aquáticos é proveniente de efluentes
domésticos e industriais, de dejetos produzidos por animais de criação, do manejo inadequado
do solo e do uso arbitrário de fertilizantes. Também vale destacar a possibilidade de poluição
natural por fósforo, não vinculada à ação antrópica, principalmente originada pela
decomposição de matéria orgânica e pela dissolução de compostos do solo.
A Figura 2.15 apresenta os valores médios de fósforo total para a bacia do rio Grande, no
período entre 2001 e 2013.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 50
Figura 2.15 - Concentrações Médias de Fósforo Total na Bacia do Rio Grande – 2001 a 2013
Com base nos dados de monitoramento analisados, é possível depreender que, de maneira
geral, as concentrações de fósforo total na bacia do rio Grande foram relativamente altas,
sobretudo nas UGHs do rio Sapucaí, do Verde e dos Afluentes Mineiros dos Rios Mogi Guaçu e
Pardo.
As concentrações mais altas foram identificadas nos pontos situados logo a jusante das
principais cidades e também nas áreas da bacia dominadas pelas monoculturas, o que indica a
importância das fontes difusas para esse resultado em grande parte da bacia do rio Grande.
Vale ressaltar que na UGRHI 01 - Serra da Mantiqueira, que é quase totalmente incluída em
áreas de conservação ambiental, os pontos de monitoramento indicaram algum impacto
relacionado às concentrações de fósforo a jusante das cidades de Campos de Jordão e de Santo
Antônio do Pinhal.
O Quadro 2.5 indica as tendências dos níveis de fósforo total observadas na bacia do rio
Grande no mesmo período. Observa-se que oito dos pontos de monitoramento apresentam
tendência de melhoria na qualidade da água em relação ao fósforo total. Dentre eles, destaca-
se o ponto RPRE02200, situado na UGRHI 15 – Rios Turvo e Grande, mais especificamente na
Represa Municipal de São José do Rio Preto, que é utilizada para o abastecimento humano de
mais de 30% da população da cidade.
Ainda na UGRHI 15, destaca-se o ponto de monitoramento ONCA02500, que também
apresentou melhoria em relação ao fósforo total. Esses dois pontos apresentaram, segundo
CETESB (2013), tendência de melhora do Índice de Qualidade da Água (IQA), no período de
2008 a 2013, provavelmente devido ao início da operação da Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE) de São José do Rio Preto e da ETE de Palmares Paulista.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 51
QUADRO 2.5 - TENDÊNCIAS PARA OS VALORES DE FÓSFORO TOTAL NA BACIA DO RIO GRANDE -
2001 A 2013
Ponto Corpo Hídrico UF 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Tendência
BG032 Rio Verde MG
0,09 0,11 0,09 0,08 0,05 0,07 0,09 0,04 0,06 Melhorou
BG033 Rio do Peixe MG
0,11 0,13 0,09 0,11 0,07 0,07 0,07 0,10 0,05 Melhorou
BG059 Rio Uberaba MG
0,18 0,18 0,17 0,17 0,09 0,11 0,10 0,11 0,09 Melhorou
BG075 Rio Pardo MG
0,18 0,17 0,09 0,06 0,06 0,09 0,05 Melhorou
MOGU02340 Rio Mogi Guaçu SP
0,18 0,12 0,13 0,09 0,12 0,10 0,05
Melhorou
ONCA02500 Ribeirão da Onça SP 0,10 0,11 0,12 0,14 0,13 0,20 0,08 0,08 0,09 0,04 0,05 0,03 0,03 Melhorou
PARD02600 Rio Pardo SP 0,10 0,10 0,10 0,14 0,11 0,15 0,10 0,06 0,11 0,09 0,06 0,05 0,07 Melhorou
RPRE02200 Reservatório do Rio Preto SP 0,07 0,09 0,07 0,11 0,06 0,08 0,04 0,06 0,06 0,04 0,05 0,04 0,03 Melhorou
BG063 Ribeirão das Antas MG
0,12 0,15 0,09 0,11 0,20 0,28 0,31 0,28 0,19 Piorou
TELA02900 Córrego Batistela SP
0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
0,01 0,04 0,03
0,02 Piorou
Em contrapartida, outros pontos apresentaram tendência de aumento do fósforo total,
destacando-se o ponto BG063, a jusante de Poços de Caldas; e o TELA02900, no córrego
Batistela, a jusante de Pirassununga.
Nitrogênio Amoniacal
São diversas as origens do nitrogênio nas águas, mas em geral, a principal delas é o lançamento
de esgotos sanitários, contendo, predominantemente, nitrogênio na forma orgânica, devido à
presença de proteínas, e o nitrogênio amoniacal, devido à hidrólise sofrida pela ureia na água.
A Resolução CONAMA nº 357/2005 estabelece os limites para a concentração de nitrogênio
amoniacal em função do pH da amostra, uma vez que em condições de pH mais baixo, a
amônia se combina com a água para formar o íon amônio, menos tóxico. Como os valores
médios do pH para todos os pontos de monitoramento foram inferiores a 7,5, a concentração
limite estabelecida para as classes 1 e 2 é de 3,7 mg/L, para a classe 3 é de 13,3 mg/L, e a
classe 4 não refere limites.
A distribuição espacial das médias de nitrogênio amoniacal, segundo as faixas de concentração
monitoradas entre 2001 e 2013, é apresentada no mapa da Figura 2.16.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 52
Figura 2.16 - Concentrações Médias de Nitrogênio Amoniacal na Bacia do Rio Grande – 2001 a 2013
O Quadro 2.6 mostra as tendências de aumento e redução das médias anuais de nitrogênio
amoniacal nos pontos de monitoramento da bacia.
QUADRO 2.6 - TENDÊNCIAS PARA OS VALORES DE NITROGÊNIO AMONIACAL NA BACIA DO RIO
GRANDE ENTRE 2001 E 2013
Ponto Corpo Hídrico UF 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Tendência
ARAS02900 Rio das Araras SP
5,46 3,06 6,57 4,09 6,97 5,83 3,54
2,34 3,40 Melhorou
MEIO02900 Ribeirão do Meio SP
4,17 3,26 4,37 2,74 3,69 1,72 2,67
1,76 2,30 Melhorou
MOMI03800 Rio Mogi Mirim SP
6,14 5,73 7,94 6,00 3,54 3,06 3,60
1,74 0,78 Melhorou
PRET04300 Rio Preto-UGRHI 15 SP 6,20 11,85 9,81 5,48 5,71 2,94 5,54 4,25 5,92 3,37
1,27 4,73 Melhorou
SDOM04500 Ribeirão São Domingos SP 3,24 5,69 5,97 4,47 5,39 2,32 4,01 3,58 2,94 2,78
3,90 3,18 Melhorou
PRET02800 Rio Preto SP 1,47 2,57 1,77 2,69 1,84 0,78 1,89 0,77 1,27 0,34
0,12 0,48 Melhorou
BG023 Rio Formiga MG 1,05 1,60 2,00 1,28 1,25 1,85 1,60
2,44 4,75 Piorou
BG063 Ribeirão das Antas MG 0,55 0,65 1,03 0,60 1,13 0,58 0,50 0,43
1,45 1,69 Piorou
Entre os pontos que tiveram tendência de aumento das concentrações médias de nitrogênio
amoniacal no período considerado, o ponto no ribeirão das Antas (BG063), a montante da
represa da UHE Caconde, manteve médias satisfatórios ao longo de todo o período analisado.
Já o ponto BG023, a montante do Lago de Furnas, apresentou um aumento acentuado da
concentração média nos anos de 2012 e 2013, chegando a extrapolar o limite da classe 2 no
último ano analisado.
Entre os pontos que apresentaram tendência de melhoria, três estão localizados na UGRHI 15 -
Rios Turvo e Grande, e três na UGRHI 09 - Rio Mogi Guaçu, na qual se destaca o ponto
MOMI03800, no rio Mogi Mirim, que passou de uma concentração média de 6,14 mg/L, em
2004, para 0,78 mg/L no ano de 2013.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 53
Índice de Qualidade da Água – IQA
O Índice de Qualidade da Água (IQA) combina nove diferentes parâmetros para representar a
qualidade da água considerando sua utilização para o abastecimento público. São eles:
temperatura, pH, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO),
coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, sólidos totais e turbidez. Com base
nesses parâmetros é obtido um valor de IQA e pode-se categorizar o corpo hídrico segundo
classificação apresentada no Quadro 2.7. A Figura 2.17 apresenta o mapa com os valores
médios de IQA para os pontos de monitoramento na bacia do rio Grande.
QUADRO 2.7 - CATEGORIAS DO ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA E SEU SIGNIFICADO
Valor do IQA Classes Significado
79 <IQA≤100 ÓTIMA
Água própria para o abastecimento público após o tratamento convencional. 51 <IQA≤ 79 BOA
36 <IQA≤ 51 REGULAR
19<IQA≤36 RUIM Água imprópria para o abastecimento público após o tratamento convencional,
sendo necessários tratamentos mais avançados. IQA≤19 PÉSSIMA
Pela Figura 2.17, observa-se que os resultados do IQA indicam uma situação mais uniforme ao
longo da bacia do rio Grande quando comparados aos resultados das análises individuais dos
parâmetros de qualidade da água antes apresentadas. Nota-se, também, que a maioria dos
valores de IQA encontrados indica “boa” qualidade da água. Isso se deve ao fato de que o IQA
constitui uma ponderação de nove diferentes parâmetros de qualidade e, por vezes, o
resultado de um parâmetro mais crítico é contrabalanceado por resultados de outros
parâmetros.
Figura 2.17 - Valores Médios do IQA em 5 Categorias de Qualidade nos Pontos de Monitoramento da Bacia
do Rio Grande - 2001 a 2013
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 54
Quanto à análise de tendência dos valores de IQA, observa-se, no Quadro 2.8, que seis dos
pontos de monitoramento analisados apresentaram tendência de aumento no valor do
indicador, sendo três deles localizados na UGRHI 09 – Mogi Guaçu. Em contrapartida, cinco
pontos de monitoramento apresentaram tendência de redução do valor do IQA.
A tendência de aumento do IQA dos pontos ERAZ02700, MOMI03800, PARD02800 e
PRET02800 deve-se, muito provavelmente à implantação de Estações de Tratamento de
Esgotos – ETEs –, na região, entre 2008 e 2013.
QUADRO 2.8 - PONTOS DA BACIA DO RIO GRANDE COM TENDÊNCIA DE AUMENTO OU DE
REDUÇÃO DO IQA ENTRE 2001 E 2013
Ponto Corpo Hídrico UF 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Tendência
ERAZ02700 Ribeirão Ferraz SP
60 62 63 57 59 61 61 68 68 70 Melhorou
ERAZ02990 Ribeirão Ferraz SP
47 51 47 46 47 47 51 65 56 55 Melhorou
MOMI03800 Rio Mogi Mirim SP
22 21 19 20 19 26 23 32 42 45 Melhorou
PARD02600 Rio Pardo SP 56 53 54 59 57 61 58 65 59 62 66 66 61 Melhorou
PARD02800 Rio Pardo SP 59 56 64 62 64 68 66 66 63 67 70 69 71 Melhorou
PRET02800 Rio Preto SP 51 52 57 47 47 52 54 55 58 63 71 72 70 Melhorou
BG036 Rio Palmela MG 68 69 73 69 63 75 66 68 66 62 67 64 64 Piorou
BG051 Rio Grande MG 83 80 81 81 83 88 83 81 75 73 73 76 74 Piorou
BG059 Rio Uberaba MG 58 58 53 55 56 53 52 55 54 52 53 53 54 Piorou
BG063 Rib. das Antas MG 51 53 51 59 61 59 57 48 49 38 47 42 41 Piorou
ARAS03400 Rio das Araras SP
47 48 45 39 44 40 40
Piorou
Qualidade da Água dos Reservatórios
A análise da qualidade dos reservatórios existentes na bacia do rio Grande foi realizada tendo
como referência: os mesmos dados de monitoramento disponibilizados pelo IGAM e pela
CETESB para o período de 2001 a 2013 antes discutidos; a base de dados dos resultados das
coletas de água do Sistema de Informação de Qualidade da Água dos Reservatórios da CEMIG
(Siságua); e estudos sobre o tema, disponíveis na Web.
A princípio, buscaram-se informações de qualidade da água dos maiores reservatórios, ou seja,
aqueles formados pelas barragens das 17 UHEs em operação na bacia do rio Grande, e do
braço do reservatório da UHE Ilha Solteira, pois, apesar da barragem estar localizada no rio
Paraná, a área do reservatório se estende até o rio Grande. No entanto, não foi identificado
nenhum dado ou estudo para a UHE Rio do Peixe, localizada no rio de mesmo nome, para as
UHEs Caconde, Euclides da Cunha e Limoeiro, no rio Pardo, e para a UHE Água Vermelha, no
rio Grande.
Dessa forma, para não restringir a análise à cascata de reservatórios das UHEs do rio Grande
(exceto reservatório da UHE Água Vermelha), em função do material disponível para consulta,
foram gerados mapas de uso do solo da área de contribuição dos reservatórios com os
lançamentos de efluentes outorgados pela ANA, CETESB e IGAM, para identificar quais seriam
as principais fontes de poluição das águas desses reservatórios.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 55
A qualidade das águas dos reservatórios foi classificada entre “boa” e “ótima”, de acordo com
os valores obtidos nos estudos de referência para o Índice de Qualidade da Água (IQA). Os
resultados das análises dos parâmetros físicos, químicos e biológicos avaliados mostraram
também que, na maior parte do tempo, as concentrações foram compatíveis com os limites da
classe de enquadramento do rio barrado, pela Resolução CONAMA nº 357/2005. No entanto,
alguns pontos apresentaram teores mais elevados, superando os limites legais estabelecidos.
Foram observadas desconformidades com a classe de enquadramento nos parâmetros OD,
DBO, contagem de coliformes e, principalmente, fósforo total, indicador que mostrou
concentrações acima do limite legal nos reservatórios de Antas II, Camargos, Itutinga, Funil,
Furnas, Jaguara, Igarapava e Volta Grande. As concentrações de nitrogênio, nas formas
amoniacal, nitrito e nitrato, mantiveram-se compatíveis com os limites de classe.
Notou-se ainda um aumento das concentrações dos parâmetros avaliados durante o período
chuvoso, denotando a influência das fontes poluentes difusas na qualidade da água dos
reservatórios.
A ocupação predominante do solo das bacias de drenagem dos reservatórios por pastagens,
áreas de plantio e pela atividade pecuária, contribui para o aumento da quantidade de
nutrientes carreada pelas águas de chuva, dada a redução da capacidade de retenção de
poluentes com a substituição das áreas de vegetação nativa, e o aumento da disponibilidade de
nutrientes na camada superficial do solo, oriundos, principalmente, da aplicação de
fertilizantes em excesso e da deposição de excretos animais, que se acumulam durante o
período seco.
2.2.2 Águas Subterrâneas
A qualidade das águas subterrâneas foi avaliada tendo como referência os dados colhidos pela
rede de monitoramento da CETESB em São Paulo, e pela RIMAS (Rede de Monitoramento
Integrado das Águas Subterrâneas) do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), que possui poços
em São Paulo e em Minas Gerais (Gráfico 2.1).
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 56
Gráfico 2.1 - Número de Poços Monitorados nos Aquíferos da Bacia do Rio Grande nas Redes da CETESB e
RIMAS/CPRM
A rede de monitoramento da CETESB conta com 62 poços, e monitora os sistemas aquíferos
Bauru-Caiuá (15 poços), Guarani (28 poços), Serra Geral (13 poços), Tubarão (02 poços), Passa
Dois (01 poço) e o conjunto dos sistemas fraturados Xistoso, Quartzítico e Gnáissico-Granítico.
(03 poços). A RIMAS/CPRM, por sua vez, monitora automaticamente o nível d’água e a
qualidade em 09 poços na Bacia e adjacências, sendo 08 no Bauru-Caiuá e 01 no Guarani
(Figura 2.18).
Figura 2.18 - Poços da Rede de Monitoramento de Águas Subterrâneas da CETESB e RIMAS/CPRM na Bacia do
Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 57
2.2.2.1 Sistema Aquífero Bauru-Caiuá - SABC
De um modo geral, as águas do SABC monitoradas na bacia do rio Grande possuem
características distintas, encontrando-se desconformidades dos resultados em relação ao padrão
de potabilidade para as seguintes substâncias: fluoreto, cromo, vanádio e coliformes totais, em
distintos poços.
Poços localizados nos municípios de Cajobi, Palestina, Pedranópolis e São José do Rio Preto
apresentaram concentrações de nitrato acima do valor de prevenção (5 mg/L), mas inferiores
ao valor máximo permitido (10 mg/L) em pelo menos uma campanha, destacando-se o ponto
monitorado em São José do Rio Preto, que apresentou esta condição em todas as campanhas.
Também foi detectada uma tendência de incremento nas concentrações de nitrato nos últimos
12 anos na região da sub-bacia do rio Turvo-Grande (UGRHI 15), possivelmente decorrente
dos sistemas de saneamento in situ, quer por tanques sépticos ou fossas rudimentares.
As análises físico-químicas dos 08 poços da RIMAS/CPRM no SABC apresentaram, no geral,
valores dentro dos permitidos pela legislação. Apenas a amostra coletada no município de
Altair (SP), poço ID SIAGAS 3500034021, tem valor superior ao estabelecido pela CETESB e
Portaria MS 2.914/2011 para o nitrato.
2.2.2.2 Sistema Aquífero Serra Geral - SASG
Os resultados do monitoramento da qualidade das águas do SASG, obtidos para o triênio 2010
a 2012, mostram de modo geral águas pouco mineralizadas. Para os elementos alumínio, boro
e chumbo as concentrações máximas ultrapassaram os valores máximos permitidos. Também
foram encontradas pontualmente concentrações de nitrato acima do valor de prevenção de
5 mg/L. Também foram identificadas desconformidades dos resultados em relação ao padrão
de potabilidade para as substâncias ferro e coliformes totais, em Miguelópolis, e para ferro,
alumínio e chumbo, em Ribeirão Corrente.
2.2.2.3 Sistema Aquífero Guarani - SAG
De um modo geral, as águas do SAG na bacia do rio Grande apresentaram distinções pontuais
de suas características, encontrando-se desconformidades dos resultados em relação ao padrão
de potabilidade para as substâncias alumínio e manganês (em São Simão), ferro (em Dumont),
chumbo (em Santa Lúcia e em Dumont), coliformes totais (em Ribeirão Preto e em Santa
Lúcia), bactérias heterotróficas e zinco (em Pedregulho).
Contudo, em termos gerais de potabilidade, as águas do SAG foram consideradas adequadas
ao consumo doméstico e animal.
2.2.2.4 Sistema Aquífero Tubarão - SAT
As águas do SAT apresentam, de forma geral, boa qualidade para consumo humano e outros
usos diversos usos. São fracamente salinas, bicarbonatadas sódicas (Grupo Itararé) e
secundariamente bicarbonatadas cálcicas (Formação Aquidauana) ou mistas.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 58
Dois poços do SAT monitorados no período 2010 a 2012 pela CETESB situam-se na sub-bacia
do rio Mogi Guaçu. As substâncias para as quais foram detectadas desconformidades são boro,
e fluoreto no ponto, em Pirassununga; e coliformes totais, em Mogi Guaçu.
2.2.2.5 Sistema Aquífero Carbonático - SAC
Dias (2009), em seu estudo sobre o SAC no município de Barroso (MG), utilizou amostras de
12 poços da região para a avaliação hidroquímica.
Nos 12 poços tubulares, os limites de potabilidade para abastecimento público (Portaria
2.914/2011 do Ministério da Saúde) foram superados, em alguns deles, para os parâmetros
ferro e manganês; 10 poços apresentaram águas duras (100 a 200 mg/L CaCO3), e os demais
apresentaram águas pouco duras (50 a 100 mg/L CaCO3).
2.2.2.6 Conjunto de Sistemas Aquíferos Fraturados (Xistoso, Quartzítico e Gnáissico-
Granítico)
Os três poços monitorados pela CETESB localizam-se na sub-bacia do Rio Mogi Guaçu (UGRHI
9, SP). De um modo geral, as águas desses sistemas aquíferos apresentaram desconformidades
dos resultados em relação ao padrão de potabilidade para as substâncias ferro, manganês e
coliformes totais (em Itapira, e em Lindóia) e chumbo (em Lindóia).
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 59
3. AVALIAÇÃO DOS USOS ATUAIS DA ÁGUA E DAS DEMANDAS HÍDRICAS
ASSOCIADAS
3.1 DEMANDAS HÍDRICAS QUANTITATIVAS
As demandas hídricas quantitativas dos recursos hídricos se dividem em duas categorias: os
usos consuntivos e os usos não consuntivos. Os usos consuntivos são caracterizados por haver o
consumo de água, sendo eles:
Abastecimento Humano (Urbano e Rural);
Dessedentação Animal;
Irrigação;
Mineração; e
Abastecimento industrial.
Os usos não consuntivos são aqueles em que não há o consumo do recurso hídrico, sendo
abordados no presente Diagnóstico os seguintes:
Geração de Energia Hidrelétrica;
Navegação; e
Turismo e Lazer.
Na bacia do rio Grande, as demandas hídricas resultantes dos usos consuntivos dos recursos
hídricos são supridas por mananciais de superfície e mananciais subterrâneos.
3.1.1 Demandas Hídricas Consuntivas das Águas Superficiais
Para a estimativa das demandas consuntivas dos usos dos recursos hídricos superficiais antes
relacionados, foram considerados como parâmetros de consumo e retorno os valores do
Quadro 3.1.
QUADRO 3.1 – TAXAS DE CONSUMO E RETORNOS DE ÁGUA CONFORME O USO DOS RECURSOS
HÍDRICOS
Abastecimento
Urbano
Abastecimento
Rural Indústria Mineração
Dessedentação
Animal Irrigação
Consumo 20% 50% 20% 20% 80% 80%
Retorno 80% 50% 80% 80% 20% 20%
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 60
3.1.1.1 Abastecimento da População Urbana
As demandas urbanas foram calculadas utilizando-se como base principal os dados do IBGE
(estimativa da população para 2013) para quantificação da população e o coeficiente de
retirada de água per capita para os municípios com sede urbana inserida na bacia do rio
Grande adotado pelo Atlas de Abastecimento Urbano de Água (ANA, 2010), considerando,
ainda, o índice estadual de perdas de água na distribuição, obtido do SNIS (2013), conforme
relacionado no Quadro 3.2.
QUADRO 3.2 – RETIRADAS MÉDIAS PER CAPITA
UF Índice de Perdas
(%)
Retiradas Médias por Faixa Populacional (habitantes)
(L/hab/dia)
<5.000 5.000 a 35.000 35.000 a 75.000 >75.000
SP 34,2 209,0 224,4 250,2 246,6
MG 33,1 205,9 221,2 246,6 243,1
Fontes: ANA, 2010; SNIS, 2013
Adotando as taxas do Quadro 3.1, foram calculadas as demandas de consumo para
abastecimento da população urbana, apresentadas no Quadro 3.3, por UGH, e espacializadas
por microbacias na Figura 3.1.
QUADRO 3.3 - DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA NA
BACIA DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH População Urbana
(2013)
Demanda
(m³/s)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 92.114 0,032
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 515.022 0,195
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 601.468 0,263
GD 04 - Verde 418.744 0,223
GD 05 -Sapucaí 482.053 0,228
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 355.455 0,203
GD 07 - Médio Grande 289.533 0,206
GD 08 - Baixo Grande 521.114 0,472
Total Vertente Mineira 3.275.503 1,821
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 59.111 0,054
UGRHI 04 - Pardo 1.126.799 0,191
UGRHI 08 - Sapucaí-Grande 671.856 0,250
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 1.449.701 0,725
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 331.380 0,150
UGRHI 15 - Turvo/Grande 1.180.354 0,122
Total Vertente Paulista 4.819.201 1,492
Total Bacia do Rio Grande 8.094.704 3,314
Verifica-se que, embora a população da vertente mineira represente cerca de 70% da
população da vertente paulista, o consumo de água na vertente paulista é inferior
(aproximadamente 80% da demanda da vertente mineira), o que se deve, basicamente, à
existência de uma parcela expressiva dos municípios paulistas abastecida por águas
subterrâneas.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 61
Figura 3.1 - Demandas de Consumo da População Urbana na Bacia do Rio Grande, por Microbacia -
Diagnóstico
3.1.1.2 Abastecimento da População Rural
Para estimativa das demandas para abastecimento da população rural, foi calculada a
população rural dos municípios da bacia do rio Grande (estimativa do IBGE para 2013),
considerando a sua distribuição na parcela do território municipal inserida na bacia, e utilizado
um valor de retirada per capita de 125 L/hab/dia em ambas as vertentes, com base em estudo
da FGV realizado em 1998 para a Secretaria de Recursos Hídricos do Governo Federal
(BRASIL/FGV, 1998), além do coeficiente de consumo adotado, antes apresentado no Quadro
3.1.
O Quadro 3.4 apresenta os resultados obtidos, por UGH, e a Figura 3.2 apresenta as
demandas da população rural da bacia do rio Grande, por microbacias.
Observa-se que o total da demanda de consumo de águas superficiais para abastecimento da
população rural da bacia representa menos de 1 m³/s, visto que uma grande parcela dessa
população é abastecida por águas subterrâneas, em ambas as vertentes.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 62
QUADRO 3.4 - DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO DA POPULAÇÃO RURAL NA
BACIA DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH População Rural
(2013)
Demanda
(m³/s)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 31.326 0,004
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 68.000 0,010
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 140.334 0,011
GD 04 - Verde 68.043 0,010
GD 05 - Sapucaí 129.983 0,013
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 75.023 0,005
GD 07 - Médio Grande 50.945 0,002
GD 08 - Baixo Grande 35.105 0,002
Total Vertente Mineira 598.758 0,057
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 8.443 0,001
UGRHI 04 - Pardo 54.900 0,004
UGRHI 08 - Sapucaí-Grande 37.538 0,006
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 101.839 0,013
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 15.814 0,002
UGRHI 15 - Turvo/Grande 86.468 0,007
Total Vertente Paulista 305.002 0,033
Total Bacia do Rio Grande 903.760 0,089
Figura 3.2 – Demandas de Consumo da População Rural na Bacia do Rio Grande, por Microbacias -
Diagnóstico
3.1.1.3 Dessedentação Animal
As demandas para dessedentação animal na bacia hidrográfica do rio Grande foram
determinadas utilizando-se como base de dados o levantamento da Pesquisa Pecuária
Municipal (IBGE, 2013), para quantificação dos rebanhos, que foram distribuídos na parcela
territorial de cada município inserida na bacia.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 63
Para a uniformização dos dados de demandas hídricas, foi utilizado o critério BEDA (Bovinos
Equivalentes para a Demanda de Água), que é representado pela expressão a seguir:
𝐵𝐸𝐷𝐴 = 𝐵𝑜𝑣 + 𝐵𝑢𝑏 +𝐸𝑞𝑢𝑖 + 𝑀𝑢𝑎 + 𝐴𝑠𝑖
1,25+
𝑂𝑣𝑖 + 𝐶𝑎𝑝
6,25+
𝑆𝑢í
5+
𝐶𝑜𝑒
200+
𝐴𝑣𝑒𝑠
250
Onde:
𝐵𝐸𝐷𝐴 = número de bovinos equivalentes;
𝐵𝑜𝑣 = número de bovinos;
𝐵𝑢𝑏 = número de bubalinos;
𝐸𝑞𝑢𝑖 = número de equinos;
𝑀𝑢𝑎 = número de muares;
𝐴𝑠𝑖 = número de asininos;
𝑂𝑣𝑖 = número de ovinos;
𝐶𝑎𝑝 = número de caprinos;
𝑆𝑢í = número de Suínos;
𝐶𝑜𝑒 = número de Coelhos;
𝐴𝑣𝑒𝑠 = número de aves.
Desta forma, contabilizando-se todos os rebanhos identificados na pesquisa pecuária e
transformados em bovinos equivalentes, foi aplicada a demanda unitária de 50 litros por dia
por cabeça, e o coeficiente de consumo adotado para o uso de dessedentação animal (Quadro
3.1), obtendo-se os valores do Quadro 3.5.
QUADRO 3.5 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA DESSEDENTAÇÃO ANIMAL NA BACIA DO RIO
GRANDE – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH Demanda (m³/s)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,151
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,211
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,384
GD 04 - Verde 0,208
GD 05 - Sapucaí 0,277
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,164
GD 07 - Médio Grande 0,271
GD 08 - Baixo Grande 0,561
Total Vertente Mineira 2,228
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,009
UGRHI 04 - Pardo 0,177
UGRHI 08 - Sapucaí-Grande 0,138
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,226
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,063
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,403
Total Vertente Paulista 1,017
Total Bacia do Rio Grande 3,244
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 64
Verifica-se uma demanda mais expressiva na vertente mineira da bacia, equivalente ao dobro
da demanda da vertente paulista, com destaque à demanda da GD 08, em que a presença da
atividade pecuária é relevante. Na vertente paulista, a UGRHI 15 é a que apresenta as maiores
demandas para dessedentação animal.
A Figura 3.3 apresenta as demandas de consumo para dessedentação animal na bacia do rio
Grande, especializadas por microbacias.
Figura 3.3 - Demandas de Consumo para Dessedentação Animal na Bacia do Rio Grande, por Microbacia –
Diagnóstico
3.1.1.4 Irrigação
A demanda para irrigação foi estimada com base no levantamento de dois dados principais:
áreas irrigadas (ha) e lâminas médias de aplicação (L/s.ha-1
). A demanda de retirada
corresponde à multiplicação entre estas duas variáveis; a demanda de consumo é obtida com
aplicação da taxa adotada, de 80% (Quadro 3.1).
As áreas de irrigação foram obtidas mediante os seguintes três grupos identificáveis:
Grupo 1: Pivôs Centrais, quantificados mediante mapeamento georreferenciado em
imagens de satélite, realizado pela ANA em parceria com a Embrapa, em 2013;
Grupo 2: Café, Cana-de-açúcar e Citros (laranja e tangerina) – levantamento subjetivo nos
municípios da bacia em instituições representativas (cooperativas, CATI/SP, usinas
sucroalcooleiras etc.), realizado por consultoria especializada – referência 2013/2014;
Grupo 3: Censo Agropecuário 2006 – considerado como complemento aos dois grupos
anteriores, ou seja, foi adotada a área irrigada total excluindo aquelas em pivô central e das
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 65
culturas café, cana, laranja e tangerina. Esta área complementar foi projetada até 2013 a
partir das taxas anuais de crescimento da irrigação calculadas pela CSEI/Abimaq (2014).
É importante considerar que o uso da água para irrigação se dá principalmente nos meses mais
secos, ou seja, coincidindo com a menor disponibilidade hídrica e impactando de forma mais
expressiva no balanço hídrico. Ou seja, as demandas de irrigação não são bem representadas
por uma média anual, embora este valor seja referência para comparação com os demais usos.
Desta forma, foram utilizados como indicadores duas lâminas: média anual e média do mês de
maior irrigação.
Para os grupos 1 e 3 foram adotadas as lâminas médias municipais de irrigação extraídas dos
bancos de dados dos estudos elaborados pelo ONS (2003; 2005). Nestes estudos, a lâmina
representa o consumo com base na necessidade hídrica de uma “cultura média”, ou seja,
reflete a necessidade de diferentes culturas presentes no município ponderada pela respectiva
importância de cada cultura em termos de área plantada. No grupo 2 foram adotadas as
lâminas municipais específicas do café, da laranja e da tangerina extraídas do banco de dados
do estudo Matriz de Coeficientes Técnicos elaborado por SRHU & Funarbe (2011).
Apesar da importância em termos de área irrigada, as lâminas específicas da cana-de-açúcar
são muito mais baixas que as das demais culturas, resultando em demandas inferiores. A
irrigação de cana é bastante heterogênea, envolvendo inclusive a aplicação de vinhaça
(fertirrigação) misturada com água em diferentes proporções. Além disso, costuma ocorrer
como irrigação de salvamento (ou suplementar), ou seja, nos primeiros estágios mais sensíveis
ao déficit hídrico e/ou em períodos de estiagem mais prolongada, concentrando a aplicação
entre os meses de julho, agosto e setembro.
Conforme estimativas do setor2
, boa parte da região produtora da bacia (vertente paulista e
triângulo mineiro) possui de baixa a média necessidade de irrigação, considerando a tolerância
de 150 mm de déficit acumulado para cana-de-açúcar (Figura 3.4). O déficit adicional no
triângulo mineiro e nas UGRHI 08, 12 e 15 pode alcançar 140 mm.
De acordo com o estudo, as UGRHIs 04 e 09 (Pardo e Mogi Guaçu) apresentam a maior parte
de seus municípios sem necessidade de irrigação do ponto de vista da necessidade hídrica da
cultura. Entretanto, observa-se nessas regiões áreas expressivas de fertirrigação (apenas vinhaça
ou misturada com água) seja pela viabilidade econômica ou pela oportunidade de ganhos de
produtividade com a necessidade de dispersar efluentes (vinhaça). Por fim, cabe destacar a
proximidade das áreas plantadas com as usinas como importante fator de viabilidade
econômica da irrigação.
2 Projeto Cana Pede Água, acessível em: <http://www.canapedeagua.com.br/>
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 66
Figura 3.4 – Necessidade de Irrigação em Cana para Déficit Hídrico Limite de 150 mm por Ano
O Quadro 3.6 apresenta as lâminas de irrigação adotadas para as diferentes culturas e as áreas
irrigadas consideradas.
QUADRO 3.6 – LÂMINAS MÉDIAS DE IRRIGAÇÃO E ÁREAS IRRIGADAS NA BACIA DO RIO GRANDE
Cultura Parâmetro de Demanda Demanda
(L/s/ha)
Área Irrigada
(ha)
Café
Média Anual 0,1102
44.400
Máximo Mensal 0,1820
Citros
Média Anual 0,1116
143.850
Máximo Mensal 0,2894
Cultura Média
Média Anual 0,1725 Pivôs:121.800
Outras Culturas/métodos: 195.900 Máximo Mensal 0,4534
Cana-de-Açúcar
Irrigação Suplementar (Média Anual) 0,0177
52.400
Irrigação Suplementar (Máximo Mensal) 0,0717
Irrigada Mistura (Média Anual) 0,0032
357.000
Irrigada Mistura (Máximo Mensal) 0,0129
Fertirrigada (apenas vinhaça) - 174.800
O Quadro 3.7 apresenta os resultados obtidos, agregados por UGH.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 67
QUADRO 3.7 – DEMANDAS DE CONSUMO MÉDIAS E MÁXIMAS PARA IRRIGAÇÃO NA BACIA DO
RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH Demanda Média
(m³/s)
Demanda
Máxima (m³/s)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,269 0,700
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 1,212 3,034
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 3,515 7,849
GD 04 - Verde 0,491 1,258
GD 05 - Sapucaí 1,316 3,424
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,990 2,580
GD 07 - Médio Grande 0,950 2,177
GD 08 - Baixo Grande 5,058 13,926
Total Vertente Mineira 13,802 34,948
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,061 0,161
UGRHI 04 - Pardo 7,793 20,285
UGRHI 08 - Sapucaí-Grande 5,812 13,837
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 19,618 51,768
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 6,289 16,755
UGRHI 15 - Turvo/Grande 8,257 21,981
Total Vertente Paulista 47,829 124,788
Total Bacia do Rio Grande 61,631 159,736
As Figuras 3.5 e 3.6 apresentam, respectivamente, as demandas de consumo totais médias e
máximas para irrigação na bacia do rio Grande, por microbacia.
Os dados obtidos permitem observar que a demanda para irrigação é bastante expressiva na
bacia, especialmente na vertente paulista (mais de 3 vezes a demanda da vertente mineira),
com destaque à UGRHI 09. Essa constatação deve-se, principalmente, ao maior número de
empreendimentos do setor sucroalcooleiro existentes na vertente paulista, que se utilizam de
cana-de-açúcar plantada em áreas próximas aos estabelecimentos agroindustriais.
Figura 3.5 – Demandas de Consumo para Irrigação Totais Médias na Bacia do Rio Grande, por Microbacias –
Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 68
Figura 3.6 – Demandas de Consumo para Irrigação Totais Máximas na Bacia do Rio Grande, por Microbacias
– Diagnóstico
3.1.1.5 Abastecimento Industrial
A estimativa das demandas para abastecimento industrial é dificultada pela infinidade de
variedades de processos e tipos de indústrias, tornando pouco viável a sua determinação com
uma precisão adequada.
Desta forma, foram determinadas mediante a utilização do banco de outorgas da ANA e dos
órgãos gestores de recursos hídricos dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Tais dados foram
analisados e consistidos, permitindo concluir que a outorga industrial é representativa da
demanda para esse uso na bacia do rio Grande. Além de fornecer dados mais precisos do uso
na bacia, as outorgas estão diferenciadas entre superficiais e subterrâneas e representam o local
exato das captações nas respectivas microbacias.
O Quadro 3.8 apresenta os valores das demandas de consumo para abastecimento industrial,
agregados por UGH, e a Figura 3.7 apresenta a distribuição dessas demandas na bacia do rio
Grande, por microbacia.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 69
QUADRO 3.8 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA ABASTECIMENTO INDUSTRIAL NA BACIA DO
RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH Demanda (m³/s)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,097
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,775
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 1,405
GD 04 - Verde 0,874
GD 05 - Sapucaí 0,847
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 1,480
GD 07 - Médio Grande 0,453
GD 08 - Baixo Grande 0,700
Total Vertente Mineira 6,631
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,000
UGRHI 04 - Pardo 2,128
UGRHI 08 - Sapucaí-Grande 0,728
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 3,341
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,413
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,752
Total Vertente Paulista 7,363
Total Bacia do Rio Grande 13,994
Observa-se que as demandas para abastecimento industrial na bacia do rio Grande alcançam
14 m³/s, com uma distribuição equilibrada entre as vertentes mineira e paulista, nesta, um
pouco mais elevadas, com destaque às UGRHIs 04 e 09. Na vertente mineira, as maiores
demandas se localizam nas GDs 03 e 06.
Figura 3.7 – Demandas de Consumo para Abastecimento Industrial na Bacia do Rio Grande, por Microbacias
– Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 70
3.1.1.6 Mineração
Para a estimativa das demandas para mineração na bacia do rio Grande, também foram
consideradas as outorgas para essa finalidade constantes dos bancos de dados da ANA e dos
órgãos gestores estaduais, tendo em vista as mesmas dificuldades para quantificá-las já expostas
para o caso das demandas para abastecimento industrial.
O Quadro 3.9 apresenta os resultados obtidos, e a Figura 3.8 apresenta as demandas para
mineração na bacia do rio Grande, por microbacia.
QUADRO 3.9 – DEMANDAS DE CONSUMO PARA MINERAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE –
DIAGNÓSTICO
Vertente UGH Demanda (m³/s)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,002
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,080
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,016
GD 04 - Verde 0,000
GD 05 - Sapucaí 0,169
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,079
GD 07 - Médio Grande 0,020
GD 08 - Baixo Grande 0,053
Total Vertente Mineira 0,417
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,001
UGRHI 04 - Pardo 0,044
UGRHI 08 - Sapucaí-Grande 0,045
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,283
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,007
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,037
Total Vertente Paulista 0,418
Total Bacia do Rio Grande 0,835
Os dados do Quadro 3.9 indicam que as demandas para mineração na bacia do rio Grande se
distribuem de forma equivalente entre as vertentes mineira e paulista da bacia. Na Figura 3.8,
observa-se que há uma maior concentração das demandas ao longo dos cursos d’água.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 71
Figura 3.8 – Demandas de Consumo para Mineração na Bacia do Rio Grande, por Microbacias – Diagnóstico
3.1.1.7 Totalização das Demandas Hídricas na Bacia do Rio Grande
O Quadro 3.10 apresenta as demandas hídricas de consumo da bacia do rio Grande,
totalizadas por finalidades de uso dos recursos hídricos, por UGH e total, com a distribuição
espacial por microbacias ilustrada nas Figuras 3.9 e 3.10. O Gráfico 3.1 apresenta um resumo
da proporção entre os diferentes setores usuários de recursos hídricos na demanda total de
consumo média e máxima da bacia, respectivamente.
Gráfico 3.1 - Proporções de Consumo Médio e Máximo na Bacia do Rio Grande, por Finalidade de Uso dos
Recursos Hídricos
3,99% 0,11%
3,90%
16,84%
1,00%
74,16%
População Urbana População Rural Dessedentação Animal Indústria Mineração Irrigação
Consumo Médio
1,83%0,05%
1,79%
7,72%
0,46%
88,15%
Consumo Máximo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 72
QUADRO 3.10 - DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÁXIMO (M³/S) POR FINALIDADE DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO
GRANDE, POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH População
Urbana
População
Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Total Média
Anual
Total
Máxima
Mensal Média Anual
Máxima
Mensal
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,032 0,004 0,151 0,097 0,002 0,269 0,700 0,557 0,987
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,195 0,010 0,211 0,775 0,080 1,212 3,034 2,482 4,304
GD 03 - Entorno do Reservatório de
Furnas 0,263 0,011 0,384 1,405 0,016 3,515 7,849 5,593 9,927
GD 04 - Verde 0,223 0,010 0,208 0,874 0,000 0,491 1,258 1,806 2,573
GD 05 - Sapucaí 0,228 0,013 0,277 0,847 0,169 1,316 3,424 2,850 4,958
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,203 0,005 0,164 1,480 0,079 0,990 2,580 2,921 4,511
GD 07 - Médio Grande 0,206 0,002 0,271 0,453 0,020 0,950 2,177 1,902 3,129
GD 08 - Baixo Grande 0,472 0,002 0,561 0,700 0,053 5,058 13,926 6,845 15,713
Total Vertente Mineira 1,821 0,057 2,228 6,631 0,417 13,802 34,948 24,956 46,102
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,054 0,001 0,009 0,000 0,001 0,061 0,161 0,128 0,228
UGRHI 04 - Pardo 0,191 0,004 0,177 2,128 0,044 7,793 20,285 10,338 22,830
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,250 0,006 0,138 0,728 0,045 5,812 13,837 6,979 15,004
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,725 0,013 0,226 3,341 0,283 19,618 51,768 24,204 56,355
UGRHI 12 - Baixo Pardo/Grande 0,150 0,002 0,063 0,413 0,007 6,289 16,755 6,924 17,391
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,122 0,007 0,403 0,752 0,037 8,257 21,981 9,578 23,303
Total Vertente Paulista 1,492 0,033 1,017 7,363 0,418 47,829 124,788 58,151 135,110
Total Bacia do Rio Grande 3,314 0,089 3,244 13,994 0,835 61,631 159,736 83,107 181,212
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 73
Segundo os dados do Quadro 3.10, a vertente paulista da bacia contribui com 70% do total
das demandas médias anuais, que alcançam 83 m³/s e com 75% das demandas máximas
mensais, que somam um total de 181 m³/s em toda a bacia.
Verifica-se a grande representatividade da irrigação no total das demandas da bacia do rio
Grande, correspondendo a 74% dos consumos médios e a 88% dos máximos. O
abastecimento industrial desponta na sequência, com cerca de 17% dos consumos médios e de
8% dos máximos. Os demais usos não ultrapassam, cada um, 4% da demanda total média e
2% da demanda máxima.
Figura 3.9 - Demanda Total de Consumo Média na Bacia do Rio Grande, por Microbacias – Diagnóstico
Figura 3.10 - Demanda Total de Consumo Máxima na Bacia do Rio Grande, por Microbacias – Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 74
3.1.1.8 Demandas Hídricas de Águas Superficiais Outorgadas na Bacia do Rio Grande
Visando comparar os resultados obtidos pelo cálculo das demandas hídricas com as demandas
outorgadas na bacia do rio Grande, foram levantadas e sistematizadas as informações dos
bancos de dados de outorga da ANA, do DAEE e do IGAM.
Tais bancos de dados não registram de forma homogênea as finalidades dos usos outorgados,
dificultando reunir as informações disponíveis de modo padronizado e avaliar os valores
outorgados por usos específicos dos recursos hídricos. Um exemplo de tal dificuldade pode ser
registrado para usos da água na área rural, pois, numa mesma outorga, no banco de dados do
IGAM, têm-se usos para abastecimento humano, irrigação, dessedentação animal e, por vezes,
agroindústrias, impossibilitando separar as vazões outorgadas para cada um desses usos.
Assim, e visando evitar distorções na comparação pretendida, a comparação foi feita com a
totalidade das outorgas de águas superficiais em cada microbacia, agregando-se esses
resultados por UGH. No Quadro 3.11, apresentam-se os valores das demandas outorgadas e
das demandas de retirada hídrica calculadas no presente Diagnóstico.
QUADRO 3.11 - DEMANDAS TOTAIS OUTORGADAS E DEMANDAS TOTAIS DE RETIRADA
CALCULADAS NA BACIA DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH
Demanda Total de
Retirada Calculada
Anual (Máxima)
(m³/s)
Demanda Total
Outorgada Anual
(m³/s)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 1,731 0,685
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 9,323 2,624
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 18,729 25,621
GD 04 - Verde 7,339 2,143
GD 05 - Sapucaí 10,868 3,566
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 12,249 2,901
GD 07 - Médio Grande 6,456 4,988
GD 08 - Baixo Grande 24,235 22,887
Total Vertente Mineira 90,931 65,414
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,495 0,110
UGRHI 04 - Pardo 37,406 20,584
UGRHI 08 - Sapucaí-Grande 22,597 16,862
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 86,758 39,963
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 23,881 21,440
UGRHI 15 - Turvo/Grande 32,551 20,624
Total Vertente Paulista 203,686 119,584
Total Bacia do Rio Grande 294,617 184,998
Verifica-se, pelo Quadro 3.11, que há uma predominância de vazões outorgadas na vertente
paulista da bacia do rio Grande. As vazões de outorgas de águas superficiais na bacia somam
185 m³/s, dos quais 64% são referentes às UGHs do estado de São Paulo.
A análise desse quadro permite observar, também, que a demanda outorgada é inferior à
calculada, exceto na GD 03, onde a situação é a inversa. Esse resultado sugere que na maior
parte da bacia, ocorrem usos dos recursos hídricos que requerem regularização, mediante
cadastro dos usuários e posterior emissão de outorgas.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 75
3.1.2 Demandas Hídricas Consuntivas de Águas Subterrâneas
Considerando os bancos de dados de outorgas do DAEE e do IGAM, a totalização dos usos das
águas subterrâneas na bacia do rio Grande, por UGH, está apresentada no Quadro 3.12,
observando-se um uso mais expressivo dos aquíferos na vertente paulista.
QUADRO 3.12 – DEMANDAS OUTORGADAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA DO RIO
GRANDE – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH Demanda (m³/s)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,15
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 1,16
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 1,54
GD 04 - Verde 1,02
GD 05 - Sapucaí 1,11
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,91
GD 07 - Médio Grande 0,85
GD 08 - Baixo Grande 1,90
Total Vertente Mineira 8,64
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,26
UGRHI 04 - Pardo 6,55
UGRHI 08 - Sapucaí-Grande 2,70
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 8,63
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 4,59
UGRHI 15 - Turvo/Grande 8,74
Total Vertente Paulista 31,49
Total Bacia do Rio Grande 40,13
O mapa da Figura 3.11 ilustra a distribuição espacial das demandas de retirada de águas
subterrâneas, espacializadas por municípios.
Figura 3.11 – Demandas Totais de Retirada de Águas Subterrâneas – Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 76
3.1.3 Usos não Consuntivos dos Recursos Hídricos
3.1.3.1 Geração de Energia Hidrelétrica
A bacia do rio Grande caracteriza-se por possuir um dos potenciais energéticos aproveitados
mais expressivos do País, contando com 17 usinas hidrelétricas (UHEs) e com 34 pequenas
centrais hidrelétricas (PCHs) em operação. A potência total instalada das UHEs é de 7.465 MW
e a potência total das PCHs é de 207 MW, totalizando 7.672 MW instalados, o que representa
91,6% do potencial de geração identificado em toda a bacia.
O Quadro 3.13 relaciona as UHEs em operação na bacia do rio Grande, observando-se os
reservatórios que são de acumulação e os que operam a fio d’água.
QUADRO 3.13 – UHEs EM OPERAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
UHE Potência Instalada
(MW)
Área do
Reservatório km² Rio Domínio Operação
UHE Antas II 16,50 0,01 Lambari Federal ND
UHE Euclides da Cunha 108,89 0,45 Pardo Federal Fio d'água
UHE rio do Peixe 18,06 0,72 Peixe Estadual ND
UHE Itutinga 52,00 1,07 Grande Federal Fio d'água
UHE Limoeiro 32,00 1,86 Pardo Federal Fio d'água
UHE Caconde 80,49 21,81 Pardo Federal Acumulação
UHE Funil 180,00 31,75 Grande Federal Fio d'água
UHE Jaguara 424,00 33,43 Grande Federal Fio d'água
UHE Igarapava 210,00 39,89 Grande Federal Fio d'água
UHE Estreito 1.050,00 47,25 Grande Federal Fio d'água
UHE Camargos 46,00 60,53 Grande Federal Acumulação
UHE Porto Colômbia 320,00 128,40 Grande Federal Fio d'água
UHE Volta Grande 380,00 182,94 Grande Federal Fio d'água
UHE Ilha Solteira* 3.444,00 229,46 Paraná Federal Acumulação
*Barragem localizada no rio Paraná, com parte do reservatório no rio Grande
ND: Informação não disponível
A Figura 3.12 apresenta o mapa com a localização das UHEs e das PCHs em operação na
bacia.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 77
Figura 3.12 - UHEs e PCHs em Operação na Bacia do Rio Grande
3.1.3.2 Navegação
De maneira geral, a bacia do rio Grande possui navegação comercial inexpressiva, devido
principalmente ao avanço da implantação dos aproveitamentos hidrelétricos dissociado de uma
política hidroviária, verificando-se a ausência de eclusas em todas as principais barragens da
bacia, o que acaba por comprometer o seu aproveitamento hidroviário.
Dos trechos navegáveis da bacia do rio Grande, destaca-se o compreendido entre a
confluência dos rios Paranaíba e Grande e a UHE Água Vermelha, com 80 km de extensão.
Segundo a Administração da Hidrovia do Paraná - AHRANA (2012), o trecho apresenta
profundidades entres 7,0 m e 20,0 m, necessitando apenas do balizamento da rota com boias.
Ademais, há apenas dois pequenos portos públicos administrados pelo DNIT no município de
Iturama/MG, sendo eles os portos Água Vermelha e Iturama, próximos à UHE Água Vermelha.
Contudo, a presença de reservatórios grandes e extensos pode contribuir para a intensificação
da navegação em curtas distâncias na bacia, associada, por exemplo, à agroindústria e ao
beneficiamento de produtos agrícolas. A interligação com o sistema ferroviário é outro grande
potencial do sistema hidroviário da bacia.
3.1.3.3 Turismo e Lazer
A bacia do rio Grande apresenta grande potencial turístico, tanto pelo seu patrimônio histórico
quanto pelas suas belezas naturais e consequente aproveitamento para atividades como
ecoturismo, esportes de aventura e pesca recreativa.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 78
Na bacia, 88 municípios são banhados por lagos de reservatórios, proporcionando o
desenvolvimento de atividades de turismo e lazer náutico.
Destaca-se, na bacia, a prática de esportes de aventura, sobretudo o canyoning (ou
cachoeirismo), destacando-se a cidade de Caconde, onde, além da prática de esportes de
aventura, entre eles o cascading (rapel dentro da água), também é praticado o turismo junto ao
lago da UHE Caconde. Lá está localizado o Parque Prainha, com uma área de 60.000 m² junto
à margem direita da represa, que conta com área de camping, quiosques ao longo da orla do
lago, trilhas, churrasqueiras, campos e espaços para prática de esportes recreativos e estrutura
para prática de esportes náuticos (canoagem, jet-ski etc.).
Na vertente mineira, destacam-se principalmente o turismo voltado para os patrimônios
natural, histórico e cultural, salientando-se a cidade de Tiradentes, com exemplares de arte
barroca e de obras de Aleijadinho. O turismo de aventura e o ecoturismo também apresentam
forte presença na vertente mineira, destacando-se a Cachoeira da Fumaça, no município de
Carrancas, e a região das Serras Verdes, que compreende o município de Camanducaia,
também com presença de cachoeiras e remanescentes de Mata Atlântica. Também vale citar a
cidade de São Lourenço, considerada a maior e a mais jovem estância hidromineral do País,
com especial destaque para o Parque das Águas, que conta com uma fonte de água mineral
com propriedades terapêuticas.
Uma das principais cidades turísticas junto ao Lago de Furnas é Capitólio, que possui atrativos
naturais como a Trilha do Sol, os Cânions (paredões rochosos com mais de 20 m de altura), a
Cachoeira Lagoa Azul e o Balneário Escarpas do Lago.
Identifica-se que, de modo geral, há uma infraestrutura turística na bacia do rio Grande; no
entanto, ela não é de grande porte e atende principalmente a turistas que residem em cidades
próximas, sendo necessário ampliar a estrutura existente para atrair maior número de turistas
de outras regiões do País.
As fotos a seguir3
ilustram aspectos do potencial turístico e da infraestrutura existente na cidade
de Capitólio, MG.
3 http://www.capitolio.mg.gov.br/pg.php?id=7. Acesso em: 07/04/2016.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 79
Figura 3.13 – Balneário Escarpas do Lago, em Capitólio – MG
Figura 3.14 – Cânions localizados em Capitólio - MG
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 80
3.2 DEMANDAS HÍDRICAS QUALITATIVAS
Com base em dados de literatura, que definem cargas unitárias dos poluentes por tipo de fonte
geradora, em informações censitárias e dos sistemas de saneamento (coleta e tratamento de
esgotos), dos dados dos bancos de outorgas da ANA, IGAM e DAEE e, ainda, contando com
apoio do mapa de uso e ocupação do solo e cobertura vegetal da bacia do rio Grande, foram
calculadas as cargas totais e remanescentes de DBO, Nitrogênio Total (Ntotal
) e Fósforo Total
(Ptotal
), tendo como recorte espacial as áreas das microbacias.
O Quadro 3.14 apresenta as cargas unitárias potenciais, que foram adotadas para cálculo da
demanda hídrica qualitativa na bacia do rio Grande, considerando fontes pontuais e difusas.
QUADRO 3.14 – CARGAS UNITÁRIAS POTENCIAIS DE DBO E NUTRIENTES
Fonte Geradora
Parâmetro
DBO Ntotal
Ptotal
População Urbana e Rural (g/hab.dia) (1)
54,0 8,0 2,5
Atividades Industriais e outros usos dos recursos
hídricos
Banco de outorgas de lançamento de
efluentes do DAEE, do IGAM e da ANA - -
Rebanhos Animais
(kg/cabeça.ano)(2)
Bovinos 200,0 60,0 12,0
Equinos 200,0 60,0 12,0
Ovinos 25,0 4,1 9,9
Suínos 32,9 7,3 2,3
Aves 1,6 3,6 0,1
Áreas Agrícolas
(kg/ha.ano) (3)
São Paulo
-
79,2 47,8
Minas Gerais 116,4 83,2
Áreas Vegetadas - Reflorestamento / Vegetação
Nativa (kg/ha.ano) (4)
- 4,6 0,2
Fontes: (1): VON SPERLING, 2005; (2): SEMA, 2010; (3): IBGE, 2012; (4): OMERNIK, J. M., 1977.
3.2.1 Cargas Poluentes Lançadas nos Cursos d’Água
Para a estimativa das cargas poluentes lançadas nos cursos d’água da bacia do rio Grande,
foram considerados os seguintes critérios, tendo por base os dados do Quadro 3.14.
População Urbana
Foram considerados a estimativa de população do IBGE para 2013 e os índices de atendimento
do sistema de esgotamento sanitário constantes do SNIS (2013). As vazões dos efluentes foram
calculadas a partir da aplicação do coeficiente de retorno de 80% sobre o consumo de água
per capita. Quando disponíveis, utilizaram-se os dados fornecidos pelos prestadores de serviço
de saneamento para determinação dessas variáveis, assim como foi feito para o índice de
eficiência de remoção de DBO das ETEs para cálculo da carga de DBO remanescente, que
incluiu também as parcelas da população atendidas por solução individual4
, sem coleta, com
coleta e sem tratamento e com coleta e tratamento; para essa população, foi adotado o
4 Metodologia do PLANSAB realizada com dados do IBGE (2010) para a construção do índice de porcentagem de atendimento da população
urbana por solução individual. Adotou-se uma eficiência de remoção de DBO de 60% nesse sistema de tratamento, mantendo-se o coeficiente
definido no Diagnóstico.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 81
coeficiente de remoção de DBO de 60%, conforme metodologia adotada pelo Plano Nacional
de Saneamento Básico - PLANSAB.
As estimativas de cargas de Ntotal
e Fósforototal
seguiram a mesma metodologia, contudo, adotou-
se a eficiência de remoção desses poluentes de 10%, obtida na literatura específica (VON
SPERLING, 2005) para a população atendida por ETE e de 30% para a população dotada de
sistema individual de tratamento, considerando que a faixa de remoção para esse tipo de
solução de esgotamento é de 30% a 70% (ABNT, 1997).
População Rural
A população rural utilizada para as estimativas de cargas domésticas foi obtida pela diferença
entre a população total e a população urbana apresentadas no SNIS (2013). Para os municípios
que não dispunham de tal informação nesse banco de dados, buscou-se a população total
estimada pelo IBGE para 2013.
Adicionalmente, considerou-se um abatimento das cargas geradas de DBO, Ntotal
e Ptotal
de 30%
promovido pelo sistema individual de tratamento, tendo em vista que, normalmente, a
população rural faz uso apenas de fossas sépticas sem tratamento complementar
Atividades Industriais e Outros Usos dos Recursos Hídricos
A partir dos bancos de dados de outorga de lançamento de efluentes da ANA, CETESB e IGAM,
foi realizada uma análise das informações disponíveis para consolidação das cargas de DBO de
fonte industrial e provenientes de outros empreendimentos. Contudo, os bancos de outorgas
paulista e mineiro não possuem a caracterização da qualidade do efluente, apenas fornecem as
vazões de lançamento, impossibilitando a quantificação das cargas de poluentes, sendo então
excluídos dessa avaliação.
Portanto, a análise das cargas relacionadas às atividades industriais e aos outros usos dos
recursos hídricos ficou restrita aos rios de domínio da União, cuja outorga é emitida pela ANA.
Ressalta-se que as outorgas representam apenas a estimativa da carga de DBO remanescente,
ou seja, após a passagem pelo sistema de tratamento de efluentes do empreendimento, mas
estima-se que a carga gerada seja no mínimo 2,5 vezes maior que a remanescente, tendo em
vista que a Resolução CONAMA nº 430/2011 estabelece a remoção mínima de 60% da DBO,
caso não seja apresentado estudo de autodepuração do corpo hídrico que comprove
atendimento às metas do enquadramento do corpo receptor.
Rebanhos Animais
Para avaliação das cargas poluentes geradas pelos rebanhos foi considerado o número de
cabeças por município por tipo de animal, disponível nas tabelas de Produção da Pecuária
Municipal do IBGE (2014), e aplicadas as cargas unitárias do Quadro 4.26. Para as estimativas
das cargas remanescentes foi admitida uma pré-depuração das cargas originais devido à
necessidade de escoamento superficial para que esses poluentes alcancem os cursos d’água.
Dessa forma, para os rebanhos não confinados foi utilizado um coeficiente de redução de 90%,
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 82
enquanto para os rebanhos confinados foi aplicado o abatimento de 50% associado ainda a um
sistema de tratamento particular com eficiência mínima de 60%.
Uso do Solo
Para a avaliação das cargas de Ntotal
e Ptotal
pelos tipos de uso do solo, partiu-se da quantificação
de áreas destinadas à agricultura e ao reflorestamento e de vegetação nativa, com base no
mapa de uso e ocupação do solo da bacia, utilizando-se ferramentas de geoprocessamento
para totalização das áreas atreladas a esses usos para o recorte espacial das microbacias.
Para a somatória das áreas agrícolas, foram considerados os solos destinados ao plantio de café,
cana-de-açúcar, milho ou soja, citrus e de outras culturas, que, multiplicadas pelas cargas
unitárias do Quadro 3.14, resultaram nas cargas geradas de poluentes. Adotou-se um
coeficiente de redução de 90% da carga bruta, assumindo que as culturas assimilam a maior
parcela dos nutrientes aplicados no solo por meio de fertilizantes
Para a quantificação das áreas vegetadas foram somados os terrenos ocupados por fragmentos
florestais de Cerrado e de Mata Atlântica, além daqueles destinados a silvicultura, cuja
multiplicação pelas cargas unitárias do Quadro 3.14 definiu as cargas remanescentes de
poluentes, isto porque os valores por unidade de área obtidos na literatura já consideram o
fluxo de nutrientes exportados por área de drenagem e não o fluxo gerado. Apenas para efeito
de totalização das cargas geradas, foi considerado que a carga remanescente corresponde a
10% da carga gerada, devido à depuração após deposição no solo até a ocorrência de eventos
pluviométricos que resultem em escoamento superficial, responsável pelo carreamento desses
poluentes até os corpos d’água.
Totalização das Cargas de DBO, Ptotal
e Ntotal
A seguir, apresenta-se a totalização das cargas geradas e remanescentes na bacia do rio
Grande, estimadas por UGH (Quadros 3.15 a 3.17) e as cargas remanescentes por microbacia
(Figuras 3.15 a 3.17), primeiramente para DBO e, na sequência, para Ptotal
e para Ntotal
.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 83
QUADRO 3.15 – CARGAS DE DBO GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH E TOTAIS – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH
Carga Gerada de DBO (kg/dia) Carga Remanescente de DBO (kg/dia)
População
Urbana
População
Rural Indústria Rebanhos Total
População
Urbana
População
Rural Indústria Rebanhos Total
Mineira
GD 01 - Alto Grande 4.974,1 1.691,6 15,5 242.252,1 248.933,3 4.204,4 1.184,1 6,2 24.712,4 30.107,1
GD 02 - Vertentes do Rio
Grande 27.811,2 3.672,0 11,1 352.311,2 383.805,5 15.559,0 2.570,4 4,4 37.585,5 55.719,3
GD 03 - Entorno do
Reservatório de Furnas 32.479,1 7.578,2 55,1 586.943,8 627.056,2 26.372,1 5.304,7 22,1 61.469,7 93.168,6
GD 04 - Verde 22.612,2 3.674,3 7,7 338.261,5 364.555,7 16.405,4 2.572,0 3,1 37.579,9 56.560,4
GD 05 - Sapucaí 26.030,8 6.430,8 2.025,3 445.254,3 479.741,2 16.006,8 4.501,6 810,1 45.437,3 66.755,8
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 19.195,1 4.050,7 1.939,1 259.986,6 285.171,5 16.866,2 2.835,5 775,6 26.967,3 47.444,6
GD 07 - Médio Grande 15.636,0 2.749,8 1.540,9 439.539,9 459.466,6 12.725,2 1.924,8 616,4 45.891,7 61.158,1
GD 08 - Baixo Grande 28.140,1 1.893,8 3.192,8 877.960,0 911.186,7 12.606,4 1.325,7 1.277,1 90.105,5 105.314,7
Total Vertente Mineira 176.878,7 31.741,2 8.787,4 3.542.509,5 3.759.916,8 120.745,3 22.218,8 3.515,0 369.749,3 516.228,4
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 3.187,5 358,3 0,0 13.978,4 17.524,2 2.837,0 250,8 0,0 1.415,3 4.503,1
UGRHI 04 - Pardo 60.834,5 2.972,2 5.105,7 291.042,1 359.954,5 21.830,0 2.080,6 2.042,3 36.554,1 62.507,0
UGRHI 08 -
Sapucaí/Grande 36.280,1 2.027,1 595,3 192.050,4 230.952,9 13.015,7 1.419,0 238,1 22.329,6 37.002,4
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 78.283,8 5.260,6 20.925,7 344.089,9 448.560,0 38.069,3 3.682,4 8.370,3 46.495,1 96.617,1
UGRHI 12 - Baixo
Pardo/Grande 17.894,5 854,0 618,0 73.514,5 92.881,0 7.124,3 597,8 247,2 7.961,5 15.930,8
UGRHI 15 - Turvo/Grande 63.739,2 4.484,8 97,4 595.515,1 663.836,5 24.522,3 3.139,3 38,9 64.736,6 92.437,1
Total Vertente Paulista 260.219,6 15.957,0 27.342,2 1.510.190,3 1.813.709,1 107.398,6 11.169,9 10.936,9 179.492,3 308.997,7
Total Bacia do Rio Grande 437.098,3 47.698,2 36.129,6 5.052.699,9 5.573.626,0 228.143,9 33.388,8 14.451,8 549.241,5 825.226,0
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 84
QUADRO 3.16 – CARGAS DE PTOTAL
GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH E TOTAIS – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH
Carga Gerada de Ptotal (kg/dia) Carga Remanescente de Ptotal (kg/dia)
População
Urbana
População
Rural Indústria Rebanhos Agricultura Vegetação Total
População
Urbana
População
Rural Indústria Rebanhos Agricultura Vegetação Total
Mineira
GD 01 - Alto Grande 230,3 329,8 0,3 14.688,0 10.691,7 654,9 26.595,0 207,8 317,6 0,2 1.501,7 1.069,2 65,5 3.162,1
GD 02 - Vertentes do
Rio Grande 1.287,6 1.190,0 0,0 21.451,2 17.761,7 903,4 42.593,8 1.233,2 1.126,6 0,0 2.298,7 1.776,2 90,3 6.525,0
GD 03 - Entorno do
Reservatório de Furnas 1.503,7 1.389,1 0,5 35.567,0 121.617,2 1.107,8 161.185,1 1.465,9 1.349,3 0,4 3.740,1 12.161,9 110,8 18.828,4
GD 04 - Verde 1.046,9 966,9 0,0 20.525,6 21.284,5 500,9 44.324,7 1.009,2 929,2 0,0 2.290,0 2.128,5 50,1 6.405,9
GD 05 - Sapucaí 1.205,1 1.142,7 10,1 26.978,1 38.000,8 553,4 67.890,3 1.135,2 1.074,6 9,1 2.758,9 3.800,1 55,3 8.833,3
GD 06 - Mogi
Guaçu/Pardo 888,7 866,2 9,5 15.807,1 25.327,5 339,9 43.238,8 874,1 852,2 8,5 1.644,6 2.532,8 34,0 5.946,2
GD 07 - Médio Grande 723,9 750,6 141,0 26.587,5 71.998,1 1.239,5 101.440,7 702,3 727,6 126,9 2.786,2 7.199,9 124,0 11.666,8
GD 08 - Baixo Grande 1.302,8 932,7 126,3 53.110,9 223.429,4 907,4 279.809,6 1.219,7 867,7 113,7 5.461,6 22.343,0 90,7 30.096,5
Total Vertente Mineira 8.188,9 7.568,0 287,6 214.715,4 530.110,8 6.207,3 767.078,0 7.847,4 7.244,8 258,9 22.480,7 53.011,6 620,7 91.464,0
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 147,6 139,4 0,0 865,6 1.753,6 135,3 3.041,5 142,9 135,3 0,0 87,8 175,4 13,5 554,9
UGRHI 04 - Pardo 2.816,4 2.224,6 315,3 17.915,4 66.114,4 665,0 90.051,2 2.549,5 2.055,7 283,8 2.260,1 6.611,5 66,50 13.827,1
UGRHI 08 -
Sapucaí/Grande 1.679,6 1.563,2 3,5 11.948,8 85.135,9 451,4 100.782,5 1.516,9 1.417,9 3,1 1.392,9 8.513,6 45,1 12.889,7
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 3.624,3 4.408,4 686,6 21.987,9 134.611,5 1.017,3 166.335,9 3.424,9 4.074,0 618,0 2.962,8 13.461,2 101,7 24.642,6
UGRHI 12 - Baixo
Pardo/Grande 828,5 834,8 10,4 4.622,9 79.239,4 252,5 85.788,5 766,6 774,4 9,3 501,3 7.924,0 25,3 10.000,9
UGRHI 15 -
Turvo/Grande 2.950,9 2.636,5 1,7 36.705,4 123.285,5 335,9 165.915,9 2.716,9 2.399,7 1,5 3.999,5 12.328,6 33,6 21.479,9
Total Vertente Paulista 12.047,2 11.807,0 1.017,5 94.046,0 490.140,3 2.857,4 611.915,4 11.117,7 10.857,1 915,7 11.204,4 49.014,4 285,7 83.396,0
Total Bacia do Rio Grande 20.236,1 19.375,0 19.375,0 308.761,4 1.020.251,2 9.064,6 1.378.993,4 18.965,1 18.101,9 1.174,6 33.685,0 102.025,9 906,5 174.859,0
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 85
QUADRO 3.17 – CARGAS DE NTOTAL
GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO RIO GRANDE, POR UGH E TOTAIS – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH
Carga Gerada de Ntotal
(kg/dia) Carga Remanescente de Ntotal
(kg/dia)
População
Urbana
População
Rural Rebanhos Agricultura Vegetação Total
População
Urbana
População
Rural Rebanhos Agricultura Vegetação Total
Mineira
GD 01 - Alto
Grande 736,9 1.055,5 76.000,0 14.958,1 17.603,9 110.354,3 665,1 1.016,4 8.083,0 1.495,9 1.760,4 13.020,7
GD 02 - Vertentes
do Rio Grande 4.120,2 3.807,9 134.993,9 24.849,2 24.284,2 192.055,4 3.946,1 3.605,0 17.143,3 2.485,0 2.428,4 29.607,7
GD 03 - Entorno
do Reservatório de
Furnas
4.811,7 4.445,1 203.834,5 170.147,1 29.783,8 413.022,2 4.690,8 4.317,8 23.997,9 17.014,8 2.978,4 52.999,7
GD 04 - Verde 3.350,0 3.093,9 170.430,5 29.777,9 13.467,4 220.119,6 3.229,5 2.973,3 25.069,0 2.977,8 1.346,7 35.596,4
GD 05 - Sapucaí 3.856,4 3.656,6 140.181,4 53.164,6 14.873,5 215.732,4 3.632,7 3.438,6 14.959,9 5.316,5 1.487,4 28.835,0
GD 06 - Mogi
Guaçu/Pardo 2.843,7 2.771,8 87.772,6 35.434,1 9.142,6 137.964,9 2.797,0 2.727,0 10.051,3 3.543,4 914,3 20.033,0
GD 07 - Médio
Grande 2.316,5 2.401,9 152.602,8 100.728,2 33.323,3 291.372,7 2.247,3 2.328,4 17.919,5 10.072,9 3.332,3 35.900,4
GD 08 - Baixo
Grande 4.168,9 2.984,7 292.630,9 312.586,3 24.392,0 636.762,8 3.903,1 2.776,7 32.892,4 31.258,7 2.439,2 73.270,1
Total Vertente
Mineira 26.204,3 24.217,4 1.258.446,5 741.645,5 166.870,8 2.217.384,3 25.111,5 23.183,2 150.116,2 74.165,0 16.687,1 289.263,0
Paulista
UGRHI 01 -
Mantiqueira 472,2 446,1 4.229,1 2.905,5 3.637,8 11.690,8 457,4 432,8 432,7 290,6 363,8 1.977,3
UGRHI 04 - Pardo 9.012,5 7.118,8 224.468,8 109.545,3 17.878,4 368.023,8 8.158,2 6.578,4 38.406,6 10.954,6 1.787,8 65.885,7
UGRHI 08 -
Sapucaí/Grande 5.374,8 5.002,3 111.331,7 141.061,9 12.136,4 274.907,2 4.854,2 4.537,4 17.455,0 14.106,3 1.213,6 42.166,5
UGRHI 09 - Mogi
Guaçu 11.597,6 14.107,0 315.346,5 223.038,2 27.343,8 591.433,1 10.959,7 13.036,6 56.410,8 22.303,9 2.734,4 105.445,4
UGRHI 12 - Baixo
Pardo/Grande 2.651,0 2.671,4 31.202,5 131.292,1 6.788,2 174.605,2 2.453,00 2.478,1 4.225,4 13.129,2 678,8 22.964,6
UGRHI 15 -
Turvo/Grande 9.442,9 8.436,7 266.515,6 204.272,3 9.033,9 497.701,3 8.693,9 7.679,1 37.025,0 20.427,3 903,4 74.728,8
Total Vertente
Paulista 38.551,1 37.782,3 953.094,2 812.115,4 76.818,6 1.918.361,5 35.576,5 34.742,4 153.955,5 81.211,9 7.681,9 313.168,2
Total Bacia do Rio Grande 64.755,3 61.999,6 2.211.540,7 1.553.760,8 243.689,4 4.135.745,8 60.687,9 57.925,7 304.071,7 155.376,9 24.368,9 602.431,2
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 86
Figura 3.15 – Cargas de DBO Remanescentes na Bacia do Rio Grande – Diagnóstico
Figura 3.16 – Cargas de P
total Remanescentes na Bacia do Rio Grande – Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 87
Figura 3.17 – Cargas de N
total Remanescentes na Bacia do Rio Grande – Diagnóstico
O Quadro 3.18 resume os resultados apresentados nos Quadros 3.15 a 3.17.
QUADRO 3.18 – RESUMO DAS CARGAS POLUENTES GERADAS E REMANESCENTES NA BACIA DO
RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH Carga Gerada (kg/dia) Carga Remanescente (kg/dia)
DBO Ptotal
Ntotal
DBO Ptotal
Ntotal
Mineira
GD 01 - Alto Grande 248.933,30 26.595,03 110.354,28 30.107,10 3.162,09 13.020,68
GD 02 - Vertentes do Rio
Grande 383.805,50 42.593,84 192.055,41 55.719,30 6.524,96 29.607,70
GD 03 - Entorno do
Reservatório de Furnas 627.056,20 161.185,12 413.022,19 93.168,60 18.828,38 52.999,72
GD 04 - Verde 364.555,70 44.324,70 220.119,64 56.560,40 6.405,85 35.596,42
GD 05 - Sapucaí 479.741,20 67.890,28 215.732,44 66.755,80 8.833,31 28.835,04
GD 06 - Mogi
Guaçu/Pardo 285.171,50 43.238,77 137.964,90 47.444,60 5.946,16 20.033,01
GD 07 - Médio Grande 459.466,60 101.440,69 291.372,68 61.158,10 11.666,82 35.900,35
GD 08 - Baixo Grande 911.186,70 279.809,55 636.762,77 105.314,70 30.096,48 73.270,08
Total Vertente Mineira 3.759.916,70 767.077,98 2.217.384,32 516.228,60 91.464,03 289.262,99
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 17.524,20 3.041,47 11.690,80 4.503,10 554,85 1.977,28
UGRHI 04 - Pardo 359.954,50 90.051,22 368.023,83 62.507,00 13.827,08 65.885,65
UGRHI 08 -
Sapucaí/Grande 230.952,90 100.782,48 274.907,23 37.002,40 12.889,69 42.166,48
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 448.560,00 166.335,93 591.433,11 96.617,10 24.642,56 105.445,43
UGRHI 12 - Baixo
Pardo/Grande 92.881,00 85.788,46 174.605,21 15.930,80 10.000,92 22.964,57
UGRHI 15 -
Turvo/Grande 663.836,50 165.915,89 497.701,33 92.437,10 21.479,86 74.728,79
Total Vertente Paulista 1.813.709,10 611.915,44 1.918.361,51 308.997,50 83.394,96 313.168,21
Total Bacia do Rio Grande 5.573.625,80 1.378.993,43 4.135.745,83 825.226,10 174.858,99 602.431,20
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 88
Analisando os quadros e figuras anteriores, cabem as seguintes considerações gerais:
Observam-se, para todos os parâmetros avaliados, cargas remanescentes na bacia do rio
Grande correspondentes a 15% das cargas geradas de DBO, 13% de Ptotal
e 15% de Ntotal
.
Esses resultados devem-se aos critérios adotados para estimar o abatimento das cargas
geradas descritos no início do presente item 3.2.1; e
Verifica-se que a vertente mineira é responsável por 63% da carga de DBO total
remanescente na bacia, 52% da carga de Ptotal
e 48% da carga de Ntotal
; nessa vertente, a GD
08 – Baixo Grande é a UGH que gera as maiores cargas remanescentes, enquanto a GD 01
– Alto Grande, as menores. Na vertente paulista, as maiores cargas remanescentes são
encontradas na UGRHI 09 – Mogi Guaçu, e as menores, na UGRHI 01 - Mantiqueira.
3.2.2 Cargas de Ptotal
Afluentes aos Reservatórios
A quantificação das cargas pontuais e difusas dos nutrientes afluentes aos reservatórios das
UHEs implantadas na bacia do rio Grande é importante para avaliação dos processos de
eutrofização de corpos d’água, especialmente em lagos e represas onde as velocidades de
escoamento são baixas, que é a principal característica dos ambientes lênticos, mais favoráveis
ao desenvolvimento de algas e outros organismos aquáticos.
No presente Diagnóstico, focou-se na quantificação do fósforo, nutriente limitante em lagos
tropicais da América Latina, essencial para o crescimento de uma determina população de
algas ou outras plantas aquáticas.
Com auxílio de ferramentas de SIG, as cargas remanescentes de Ptotal
estimadas por microbacia
para a população urbana e rural, para os rebanhos animais, para as áreas agrícolas e para as
áreas vegetadas, foram totalizadas pela área de drenagem incremental de cada um dos 18
reservatórios de UHEs da bacia do rio Grande, incluindo o braço do lago da UHE Ilha Solteira,
cujo barramento se situa no rio Paraná. O Quadro 3.19 apresenta os resultados obtidos.
QUADRO 3.19 – CARGAS REMANESCENTES DE PTOTAL
AFLUENTES AOS RESERVATÓRIOS DA BACIA
DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO
Código UHE Curso d'Água
Carga de Fósforo
Total (kg/dia)
Lançada na Área
Incremental
Porcentagem da
Carga de Fósforo
Total da Bacia
Código das UHEs
a Montante
1 Antas II Ribeirão das Antas 500,0 0,3% -
2 Rio do Peixe Rio do Peixe 235,0 0,1% -
3 Caconde Rio Pardo 1.540,0 1,0% 1
4 Euclides da Cunha Rio Pardo 1.567,0 1,0% 2 e 3
5 Limoeiro Rio Pardo 85,0 0,1% 4
6 Camargos Rio Grande 2.011,0 1,3% 5
7 Itutinga Rio Grande 8,0 0,0% 6
8 Funil Rio Grande 3.986,0 2,5% 7
9 Furnas Rio Grande 33.587,0 21,4% 8
10 Marechal
Mascarenhas
Rio Grande 7.615,0 4,9% 9
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 89
Continuação.
QUADRO 3.19 – CARGAS REMANESCENTES DE PTOTAL
AFLUENTES AOS RESERVATÓRIOS DA BACIA
DO RIO GRANDE – DIAGNÓSTICO
Código UHE Curso d'Água
Carga de Fósforo
Total (kg/dia)
Lançada na Área
Incremental
Porcentagem da
Carga de Fósforo
Total da Bacia
Código das UHEs
a Montante
11 Estreito Rio Grande 2.126,0 1,4% 10
12 Jaguara Rio Grande 247,0 0,2% 11
13 Igarapava Rio Grande 2.868,0 1,8% 12
14 Volta Grande Rio Grande 6.642,0 4,2% 13
15 Porto Colômbia Rio Grande 14.620,0 9,3% 14
16 Marimbondo Rio Grande 48.993,0 31,3% 5 e 15
17 Água Vermelha Rio Grande 25.508,0 16,3% 16
18 Ilha Solteira
Apenas porção do
reservatório no rio
Grande
4.518,0 2,9% 17
Total da Bacia do Rio Grande 156.654,0 100,0%
Observa-se que os reservatórios de Furnas e Marimbondo são os que recebem o maior aporte
de Fósforo Total, de 21,4% e de 31,3% da carga remanescente total estimada para a bacia do
Rio Grande, respectivamente. Este fato está relacionado com o tamanho de suas bacias de
drenagem, que envolvem afluentes de grande porte, tais como o rio Sapucaí, que recebe as
cargas de cidades importantes como Itajubá e Pouso Alegre, desaguando na represa de Furnas,
e o rio Pardo, que recebe os efluentes de São Carlos e Ribeirão Preto, desaguando no lago da
UHE Marimbondo.
3.3 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS SUJEITAS A RESTRIÇÃO DE USOS VISANDO À PROTEÇÃO DOS
RECURSOS HÍDRICOS
A identificação de áreas sujeitas a restrições de usos visando à proteção dos recursos hídricos
foi efetuada a partir da abordagem dos seguintes aspectos:
Unidades de Conservação (UCs) existentes na bacia do rio Grande, que oferecem potencial
para conservação dos recursos hídricos, na medida em que disciplinam os usos antrópicos
na sua área de delimitação, obedecendo ao que prescreve a Lei Federal nº 9.985/2000,
que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC. Nas
UCs de proteção integral, é permitido apenas o uso indireto dos recursos naturais; nas UCs
de uso sustentável, são permitidos usos, desde que compatíveis com a conservação da
natureza, e sempre atendendo aos planos de manejo de cada Unidade;
Delimitação de Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade (APCBs) na bacia do
rio Grande, definidas em estudos do Ministério do Meio Ambiente, que poderão vir a
constituir UCs, futuramente, de interesse especial à conservação dos recursos hídricos, e
para cuja criação e elaboração dos respectivos planos de manejo o CBH-Grande poderá
contribuir, em articulação com os órgãos ambientais;
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 90
Delimitação de área de proteção do aquífero Guarani, definida por estudo desenvolvido
pela ANA entre 2012 e 2014, que teve por objetivo avaliar a vulnerabilidade natural desse
aquífero e definir o perigo de sua contaminação, estabelecendo base técnica para o
planejamento das ações e medidas de proteção das águas subterrâneas pelos órgãos
gestores de recursos hídricos, meio ambiente e uso e ocupação da terra. Tal como exposto
acima, o CBH-Grande poderá apoiar a criação de uma área de restrição de usos antrópicos
delimitada pelo estudo da ANA, visando minimizar o perigo de contaminação do aquífero
Guarani;
Principais áreas para a proteção dos ecossistemas aquáticos, notadamente a ictiofauna,
definidas em estudos realizados pelos estados de São Paulo e Minas Gerais, que também
poderão ser objeto de atenção especial do CBH-Grande, visando à restrição de usos dos
recursos hídricos que possam causar impactos expressivos sobre as comunidades de peixes
da bacia do rio Grande;
Delimitação de áreas para proteção da Mata Atlântica na Serra de São Domingos, no
Planalto de Poços de Caldas, MG, visando à conservação de reservas de águas minerais
(águas sulfurosas).
Dessa forma, recomenda-se que, após a aprovação do PIRH-Grande, o CBH-Grande
desenvolva processos de discussão com os órgãos ambientais, objetivando formalizar por meio
de resolução ou deliberação aquela (ou aquelas) áreas que entender mais relevantes para
proteção dos recursos hídricos. Da mesma forma, deverão ser realizadas discussões e
articulações com os CBHs-Bacias Afluentes visando à definição de usos a serem restringidos em
trechos de cursos d’água de domínio estadual, visando à conservação da ictiofauna.
Após criada e implantada, a Agência de Bacia também poderá contribuir para as articulações
que serão necessárias entre o CBH-Grande e os órgãos ambientais visando à implantação de
áreas de restrição de usos dos recursos hídricos, mediante o aporte de recursos financeiros para
viabilizar contatos, reuniões etc.
3.3.1 Unidades de Conservação Existentes na Bacia do Rio Grande
Conforme exposto no item 1.3.1, a bacia do rio Grande possui, no seu conjunto, somente
1,5% da sua área coberta por UCs de Proteção Integral, 5,1% por UCs de Uso Sustentável e
0,005% por RPPNs, segundo detalhado no Quadro 3.20 e ilustrado na Figura 3.18.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 91
QUADRO 3.20 – ÁREAS PROTEGIDAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NAS UGHS
Vertente UGH
Área UGH
(km²)
UCs de Uso
Sustentável (%)
UCs de Proteção
Integral (%)
Total em
UC (%)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 8.781,60 11,27% 1,70% 12,97%
GD 02 - Vertentes do rio Grande 10.518,40 0,46% 0,35% 0,81%
GD 03 - Entorno do Reservatório
de Furnas 16.517,10 7,74% 0,75% 8,49%
GD 04 - Verde 6.906,40 10,46% 2,71% 13,17%
GD 05 - Sapucaí 8.859,60 16,64% 0,19% 16,82%
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 5.967,60 0,77% 0,04% 0,81%
GD 07 - Médio Grande 9.828,60 0,00% 12,12% 12,12%
GD 08 - Baixo Grande 18.730,60 12,65% 0,00% 12,65%
Paulista
UGRHI 01 – Mantiqueira 637,60 55,68% 43,94% 99,62%
UGRHI 04 - Pardo 9.061,20 0,23% 0,03% 0,26%
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 9.217,70 0,17% 0,23% 0,40%
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 15.077,60 0,09% 0,60% 0,69%
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 7.152,90 0,01% 0,00% 0,01%
UGRHI 15 - Turvo/Grande 15.997,60 0,00% 0,04% 0,05%
Total da Bacia do Rio Grande 143.254,60 5,12% 1,47% 6,59%
Considerando se tratarem de áreas já formalizadas como áreas protegidas, propõe-se que
também sejam definidas como áreas de restrição de usos visando à proteção dos recursos
hídricos. O grau de restrição deve ser compatível com o status da UC, ou seja, de proteção
integral ou de uso sustentável, valendo sempre as prescrições dos planos de manejo de cada
Unidade.
O CBH-Grande poderá verificar se os planos de manejo dessas UCs atendem a critérios de
conservação dos recursos hídricos, propondo ajustes nos planos existentes, quando for o caso,
ou propondo participar da elaboração dos planos de manejo que ainda não tiverem sido
concluídos.
Figura 3.18 - Unidades de Conservação Existentes na Bacia do Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 92
3.3.2 Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade (APCBs) na Bacia do Rio
Grande
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) desenvolveu, em 2007, estudo para definição de Áreas
Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade (APCBs), envolvendo todo o País. Tal estudo
indicou a existência de 37 áreas para a criação de Unidades de Conservação na bacia do rio
Grande, com níveis de prioridade alta, muito alta ou extremamente alta.
Em 2016, o MMA atualizou a proposta de APCBs, sendo definidas áreas na bacia do rio
Grande para os biomas Cerrado e Pantanal (sem, portanto, considerar a Mata Atlântica),
porém, somente com relação à recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de
Reservas Legais
O Quadro 3.21 relaciona as informações das APCBs indicadas pelo MMA, estando assinaladas
em cor azul aquelas de maior interesse à conservação dos recursos hídricos.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 93
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código
(Mapa) Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características
Área
(km²) Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
1 Altinópolis Cerrado Uso Sustentável
Área grande, com grandes
fragmentos de Cerrado que podem
ser interligados por meio de
recuperação de áreas degradadas.
782 Alta
Altinópolis, Batatais, Cajuru, Patrocínio
Paulista, Santo Antônio da Alegria, São
Sebastião do Paraíso, São Tomás de Aquino
2 Altinópolis II Cerrado Proteção
Integral
Alta concentração de fragmentos de
vegetação nativa. 18 Extremamente Alta Altinópolis, Cajuru
3 Batatais II Cerrado A definir
Área de APP com sinais de
degradação. Grotão com mata de
encosta com cerca de 1,5 mil ha.
55 Alta
Altinópolis, Batatais
4 Conquista - Canastra Cerrado A definir
Principais ameaças: agricultura,
pecuária, eucalipto, carvão,
desmatamento, fogo e ocupação
humana.
680 Muito Alta Claraval, Delfinópolis, Ibiraci, Pedregulho,
Rifaina, Sacramento
5 Corredor Cantareira -
Mantiqueira
Mata
Atlântica A definir
Área importante para aves,
borboletas e anfíbios. Região de
nascentes e mananciais de
abastecimento público.
1.907 Extremamente Alta Camanducaia, Santo Antônio do Pinhal,
Sapucaí-Mirim
6
Corredor Pouso
Alegre/Conceição das
Pedras
Mata
Atlântica A definir
Alta concentração de fragmentos de
vegetação nativa. 291 Alta
Conceição das Pedras, Cristina, Natércia,
Olímpio Noronha, Pedralva, Santa Rita do
Sapucaí, São José do Alegre, São Sebastião
da Bela Vista
7 Florestas do Planalto
Sul Mineiro
Mata
Atlântica A definir
Várias espécies da fauna e flora
ameaçadas; alta diversidade de
aves; derradeiros grandes
fragmentos florestais da região.
1.126 Muito Alta
Areado, Cabo Verde, Caconde, Guaxupé,
Juruaia, Monte Belo, Muzambinho, São
Pedro da União, Tapiratiba
8
Região de
Carrancas/São Tomé
das Letras
Mata
Atlântica A definir
Vegetação frágil. Presença de
cavernas com inscrições rupestres.
Apresenta potencial turístico,
fragmentos significativos e
demandas locais para conservação.
1.291 Extremamente Alta
Aiuruoca, Andrelândia, Carrancas, Cruzília,
Ingaí, Luminárias, Madre de Deus de Minas,
Minduri, São Thomé das Letras, São Vicente
de Minas
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 94
Continuação.
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código
(Mapa) Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características
Área
(km²) Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
9 Santa Rita do Passa
Quatro Cerrado A definir
Várzea com cerca de 10 km de
extensão, com campo úmido e
mata ciliar.
16 Extremamente Alta
Santa Rita do Passa Quatro, São Simão
10 Santo Antônio da
Alegria Cerrado A definir
Complexo de serras com até
1.100 m de altitude. Matas nas
vertentes.
108 Extremamente Alta
Altinópolis, Santo Antônio da Alegria, São
Sebastião do Paraíso
11 São Carlos Cerrado A definir Cerrado preservado. 8 Extremamente Alta
São Carlos
12 São Simão Cerrado Proteção
Integral
Cerrado com área central a ser
recuperada. 22 Extremamente Alta
Santa Rita do Passa Quatro, São Simão
13 Serra de São José Mata
Atlântica A definir
Abriga remanescentes importantes
de fisionomias de floresta e
ecossistemas associados. Alta
riqueza de fauna e flora
ameaçadas. Apresenta potencial
turístico e demandas locais para
conservação.
577 Extremamente Alta
Conceição da Barra De Minas, Coronel
Xavier Chaves, Dores de Campos, Lagoa
Dourada, Prados, Ritápolis, Santa Cruz de
Minas, São João Del Rei, Tiradentes
14 Corredor Sapucai Mata
Atlântica A definir Não especificado 623 Muito Alta
Borda da Mata, Brasópolis, Cachoeira de
Minas, Conceição dos Ouros, Congonhal,
Consolação, Paraisópolis, Piranguçu,
Piranguinho, Pouso Alegre
15 Sapucai Mata
Atlântica A definir Não especificado 148 Alta
Cachoeira de Minas, Itajubá, Piranguçu,
Piranguinho, Pouso Alegre, Santa Rita Do
Sapucaí, São José do Alegre, São Sebastião
da Bela Vista
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 95
Continuação.
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código
(Mapa) Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características
Área
(km²) Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
16 Serra das Águas Mata
Atlântica A definir
Reserva Biológica de Cambuquira;
envolve PARNES da Nova Baden 172 Alta
Cambuquira, Campanha, Careaçu,
Heliodora, Lambari, São Gonçalo do
Sapucaí
17 Guaraci Mata
Atlântica A definir
De acordo com Pedro Develey,
único local com registro de Arara
sp. para o Estado de São Paulo;
registro das seguintes espécies da
flora: Bowdichia virgilioides, Andira
vermífuga, Eugenia angustissima,
Hymenaea martiana, Dypteryx
alata e Zeyheria tuber
326 Extremamente Alta
Barretos, Guaraci, Olímpia
18 Santa Rita do
Passaquatro
Mata
Atlântica A definir
Entorno do Parque Estadual de
Vassununga; remanescentes
prioritário para a união das quatro
glebas; registro de Tayassu tajacu
(cateto).
147 Muito Alta
Descalvado, Santa Rita do Passa Quatro
19 Pirassuninga Mata
Atlântica A definir
Registro das espécies da flora
ameaçadas: palmito jussara
(Euterpe edulis), Pavonia
gardneriana, Machaerium villosum,
Zeyheria tuberculosa.
401 Alta
Aguaí, Casa Branca, Pirassununga, Santa
Cruz das Palmeiras, São João da Boa Vista,
Vargem Grande do Sul
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 96
Continuação.
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código
(Mapa) Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características
Área
(km²) Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
20 Águas da Prata/ São
José do Rio Pardo
Mata
Atlântica A definir
Serra de Poços de Caldas; Floresta
estacional de altitude com araucária
(região de Poços) e Floresta
estacional sobre terra roxa (Rio
Pardo) com jequitibás e perobas;
área de mananciais; registro de
ocorrência das seguintes espécie da
flora: Myro
1.933 Muito Alta
Águas da Prata, Andradas, Arceburgo,
Botelhos, Caconde, Divinolândia,
Guaranésia, Guaxupé, Itobi, Mococa, Poços
de Caldas, Santo Antônio do Jardim, São
João da Boa Vista, São José do Rio Pardo,
São Sebastião da Grama, Tapiratiba, Vargem
Grande do Sul
21 Águas de Lindoia Mata
Atlântica A definir
Registro de ocorrência da espécie
de flora: Peperonia nitida, espécie
provavelmente extinta.
241 Alta
Águas De Lindóia, Espírito Santo do Pinhal,
Itapira, Jacutinga, Lindóia, Mogi Guaçu,
Monte Sião.
22 entorno da ESEC
Paulo Afonso
Mata
Atlântica A definir
Zona de amortecimento da estação
Ecológica de Paulo de Faria;
registro de ocorrência das seguintes
espécies da flora: Zanthocylum
petiolare e Aspidosperma
polyneuron.
20 Extremamente Alta
Paulo de Faria
23 Fronteira Mata
Atlântica A definir
APP do Rio Grande; área de
importância biológica para
moluscos; registro da espécie de
molusco: Castalia undosa.
41 Muito Alta
Fronteira, Frutal, Icém, Orindiúva
24 Corumbataí Mata
Atlântica A definir
Cabeceiras da Serra de Botucatu;
área de recarga do aquífero
Guarani; zona de amortecimento
da Floresta Estadual Edmundo
Navarro.
79 Alta
Araras, Rio Claro
25 Batatais Cerrado A definir
Área grande, com grandes
fragmentos de Cerrado que podem
ser interligados por meio de
recuperação de áreas degradadas.
259 Muito Alta
Batatais, Brodowski, Jardinópolis, Sales
Oliveira
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 97
Continuação.
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código
(Mapa) Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características
Área
(km²) Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
26 Descalvado Cerrado A definir
Área com muitos fragmentos de
cerrado que podem ser interligados
por matas ciliares. Muitos rios.
Áreas com ncecessidade de
recuperação.
1.972 Extremamente Alta
Américo Brasiliense, Analândia, Araraquara,
Corumbataí, Descalvado, Ibaté,
Pirassununga, Porto Ferreira, Rincão, Santa
Cruz da Conceição, Santa Lúcia, Santa Rita
do Passa Quatro, São Carlos
27 Arantes Cerrado A definir N/D 2.445 Extremamente Alta Campina Verde, Comendador Gomes,
Itapagipe, Prata
28 Luís Antônio - Santa
Rita Cerrado A definir
Entorno da Estação Ecológica Jataí e
do Parque Estadual Vassununga,
incluindo outros fragmentos.
798 Extremamente Alta
Descalvado, Guatapará, Luís Antônio,
Motuca, Rincão, Santa Rita do Passa Quatro,
São Carlos, São Simão
29 Mogi I e II Cerrado A definir
112 Extremamente Alta Araras, Conchal, Estiva Gerbi, Leme, Mogi
Guaçu, Moji Mirim
30 Santa Rosa do Viterbo Mata
Atlântica A definir
Área de importância biológica
muito alta, no noroeste do estado
de SP; floresta estacional .
387 Alta
Cajuru, Cássia Dos Coqueiros, Mococa,
Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de
Viterbo, São Simão, Tambaú
31 Pedregulho Cerrado A definir
Área grande com vários fragmentos
de cerrado e campo que podem ser
interligados por meio de
recuperação de áreas degradadas.
523 Muito Alta Claraval, Conquista, Cristais Paulista, Ibiraci,
Igarapava, Pedregulho, Rifaina, Sacramento
32 Riolândia Mata
Atlântica A definir
Transição de floresta estacional e
cerradão; registro das seguintes
espécies de molusco ameaçada:
Fossula fossiculifera e Castalia
undosa; peixe: Myleus tiete e das
espécies de flora ameaçadas:
Dillodendron bippenatum, Andora
vermifuga, Eugenia an
1.030 Extremamente Alta
Altair, Américo de Campos, Cardoso, Icém,
Nova Granada, Onda Verde, Orindiúva,
Palestina, Paulo de Faria, Pontes Gestal,
Riolândia
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 98
Continuação.
QUADRO 3.21 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (APCBS) INDICADAS PELO MMA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NA BACIA DO RIO GRANDE
Código
(Mapa) Nome - APCB Bioma Grupo de UC Características
Área
(km²) Nível de Prioridade Municípios Envolvidos
33 Várzeas do Rio Paraná Mata
Atlântica A definir
Áreas de várzeas; registro de
ocorrência das seguintes espécies
de peixes ameaçadas: Brycon
orbygnianus e Crenicichla
jupiaensis; registro de ocorrência
de onça pintada (Panthera onca) e
onça parda (Puma concolor).
3.139 Muito Alta
Carneirinho, Iturama, Mesópolis, Ouroeste,
Populina, Rubinéia, Santa Albertina, Santa
Clara d'Oeste, Santa Fé do Sul, Santa Rita
d'Oeste
34 Entorno do PARES
Ibitipoca
Mata
Atlântica A definir N/D 67 Muito Alta Lima Duarte, Santa Rita de Ibitipoca
35 Região de Poços de
Caldas
Mata
Atlântica A definir Várias espécies ameaçadas; 384 Extremamente Alta
Caldas, Campestre, Divinolândia, Poços de
Caldas, Santa Rita de Caldas, São Sebastião
da Grama
36 Entorno do PN Serra
da Canastra Cerrado A definir
Entorno do Parque Nacional da
Serra da Canastra. 6.551 Extremamente Alta
Alpinópolis, Capitólio, Delfinópolis,
Sacramento, São João Batista do Glória, São
José da Barra, São Roque de Minas
37 Lagoas do Rio
Uberaba Cerrado A definir Área Prioritária Estadual. 304 Extremamente Alta
Conceição das Alagoas, Guaíra, Pirajuba,
Planura
Fonte: MMA, 2007
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 99
As áreas assinaladas no quadro acima são de interesse direto aos recursos hídricos, quer por
protegerem mananciais ou o aquífero Guarani, quer por se localizarem em área de ocorrência
de rede de drenagem densa. Dessa forma, recomenda-se que a sua criação também seja
considerada com prioridade extremamente alta (a APCB de número 26 já está proposta com
essa prioridade), sugerindo-se que, caso o status a ser definido seja o de uso sustentável, seja
dada atenção especial à proteção dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos nos planos
de manejo das UCs.
Sendo assim, propõe-se a execução, por parte do CBH-Grande, das ações necessárias à criação
de UCs correspondentes às APCBs relacionadas no Quadro 3.21, em articulação com os órgãos
ambientais, apresentando suas propostas específicas, dirigidas à conservação dos recursos
hídricos, tais como controle de captações e lançamentos de efluentes.
As APCBs de maior interesse à conservação de recursos hídricos, segundo recomendações do
MMA, estão indicadas na Figura 3.19.
Figura 3.19 - Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade (APCBs) na Bacia do Rio Grande (MMA,
2007) – Indicação das APCBs Prioritárias para Conservação dos Recursos Hídricos
No âmbito estadual, segundo estudo desenvolvido pela Biodiversitas (2005), foram
identificadas 112 áreas prioritárias para conservação no estado de Minas Gerais, sendo 17
localizadas na bacia do rio Grande. Dessas, duas possuem como ação prioritária o manejo,
cinco a investigação científica e 10 a criação de UCs, conforme apresentado no Quadro 3.22.
O estudo desenvolvido pela Biodiversitas consistiu em uma análise multidisciplinar de áreas
prioritárias por grupos temáticos, como mamíferos, aves, répteis, entre outros.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 100
QUADRO 3.22 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NA PORÇÃO
MINEIRA DA BACIA DO RIO GRANDE
Número
(mapa) Nome da Área Ação Prioritária
Prioridade de
Conservação Municípios Envolvidos
40 Lagoas do Rio Uberaba Investigação Científica Extrema Conceição das Alagoas, Guaíra,
Pirajuba, Planura
45 Conquista Criação de Unidade de
Conservação Alta Conquista, Sacramento
89 Entorno da Serra da
Canastra Manejo Extrema
Alpinópolis, Capitólio, Cássia, de
lfinópolis, Ibiraci, Passos,
Sacramento, São João Batista do
Glória, São José da Barra, São
Roque de Minas
90 Serra da Canastra Manejo Especial
Capitólio, de lfinópolis,
Sacramento, São João Batista do
Glória, São José da Barra, São
Roque de Minas
91 Passos / Carmo do Rio
Claro
Criação de Unidade de
Conservação Muito Alta
Alpinópolis, Carmo do Rio Claro,
Conceição da Aparecida, Itaú de
Minas, Passos, São José da Barra
92 Guaxupé Investigação Científica Muito Alta
Guaxupé, Juruaia, Muzambinho,
Nova Resende, São Pedro da
União
93 Monte Belo Criação de Unidade de
Conservação Muito Alta Areado, Cabo Verde, Monte Belo
94 Região de Poços de
Caldas Investigação Científica Extrema
Águas da Prata, Andradas,
Bandeira do Sul, Botelhos,
Caconde, Caldas, Campestre,
Divinolândia, Ibitiúra de Minas,
Poços de Caldas, Santa Rita de
Caldas, Santo Antônio do Jardim,
São João da Boa Vista, São
Sebastião da Grama
95 Várzeas do Rio Sapucaí Criação de Unidade de
Conservação Alta
Cordislândia, Elói Mendes,
Machado, Paraguaçu, São
Gonçalo do Sapucaí, Turvolândia
96 Bacia do Rio do Cervo Investigação Científica Alta
Carmo da Cachoeira, Ingaí,
Lavras, Luminárias, Nepomuceno,
São Bento Abade, São Thomé das
Letras, Três Corações
97 Itumirim Criação de Unidade de
Conservação Muito Alta
Bom Sucesso, Carrancas, Cruzília,
Ibituruna, Ijaci, Ingaí, Itumirim,
Itutinga, Lavras, Luminárias,
Minduri, Nazareno, São Vicente
de Minas
98 Rio das Mortes e Capivari Criação de Unidade de
Conservação Alta
Aiuruoca, Alfredo Vasconcelos,
Antônio Carlos, Baependi,
Barbacena, Barroso, Bom
Sucesso, Carrancas, Conceição da
Barra de Minas, Coronel Xavier
Chaves, Cruzília, Dores de
Campos, Ibituruna, Ijaci, Ingaí,
Itumirim, Itutinga, Lavras,
Luminárias, Minduri, Nazareno,
Piedade do Rio Grande, Prados,
Ritápolis, Santa Cruz de Minas,
São João de l Rei, São Tiago,
Serranos, Tiradentes
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 101
Continuação.
QUADRO 3.22 - ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NA PORÇÃO
MINEIRA DA BACIA DO RIO GRANDE
Número
(mapa) Nome da Área Ação Prioritária
Prioridade de
Conservação Municípios Envolvidos
99 Serra de São José Criação de Unidade de
Conservação Extrema
Conceição da Barra de Minas,
Coronel Xavier Chaves, Dores de
Campos, Lagoa Dourada, Prados,
Ritápolis, Santa Cruz de Minas,
São João de l Rei, Tiradentes
100 Barbacena e Barroso Criação de Unidade de
Conservação Especial
Alfredo Vasconcelos, Antônio
Carlos, Barbacena, Barroso, Dores
de Campos, Ibertioga, Prados,
Ressaquinha, São João de l Rei
109 Alto rio Grande e Aiuruoca Criação de Unidade de
Conservação Muito Alta
Aiuruoca, Alagoa, Andrelândia,
Arantina, Bocaina de Minas,
Bom Jardim de Minas, Carrancas,
Carvalhos, Itamonte, Liberdade,
Lima Duarte, Madre de Deus de
Minas, Piedade do Rio Grande,
Santana do Garambéu, São
Vicente de Minas, Seritinga,
Serranos
111 Luminárias / São Tomé das
Letras
Criação de Unidade de
Conservação Muito Alta
Conceição do Rio Verde, Cruzília,
Luminárias, São Thomé das
Letras, Três Corações
112 Região da Serra da
Mantiqueira Investigação Científica Especial
Aiuruoca, Alagoa, Andrelândia,
Arantina, Baependi, Bocaina de
Minas, Bom Jardim de Minas,
Brasópolis, Cachoeira de Minas,
Camanducaia, Cambuí, Campos
do Jordão, Carmo de Minas,
Carvalhos, Caxambu, Conceição
do Rio Verde, Conceição dos
Ouros, Consolação, Córrego do
Bom Jesus, Cristina, Cruzília,
Delfim Moreira, Dom Viçoso,
Gonçalves, Itajubá, Itamonte,
Itanhandu, Liberdade, Maria da
Fé, Marmelópolis, Minduri,
Munhoz, Paraisópolis, Passa
Quatro, Piranguçu, Piranguinho,
Pouso Alto, Santa Rita do
Sapucaí, Santo Antônio do Pinhal,
São Bento do Sapucaí, São José
do Alegre, São Lourenço, São
Sebastião do Rio Verde, São
Thomé das Letras, Sapucaí-Mirim,
Senador Amaral, Seritinga,
Serranos, Socorro, Soledade de
Minas, Virgínia, Wenceslau Braz
Fonte: BIODIVERSITAS, 2005
No estado de São Paulo foi desenvolvido um estudo similar, que também utilizou grupos
temáticos de análise, tomando por base dados científicos do Programa BIOTA da FAPESP e
seus parceiros (FAPESP/SMA, 2008). Tal estudo resultou em três conjuntos principais de ações:
criação ou ampliação de UCs de proteção integral em fragmentos naturais amplos, bem
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 102
conectados na paisagem, com alta riqueza de espécies-alvo; ações de incremento da
conectividade em fragmentos menos ricos, mas com espécies relevantes, e com tamanhos e
graus de conectividade intermediários; e intensificação de inventários biológicos em regiões
que não dispunham de dados biológicos suficientes.
A Figura 3.20 mostra a indicação das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade na
bacia do rio Grande segundo os estudos elaborados pelos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Conforme indicado na figura, o estudo desenvolvido pela FAPESP recomenda a criação de uma
Unidade de Conservação do tipo proteção integral apenas em uma área com remanescentes
vegetais na UGRHI 09 – Mogi Guaçu, estendendo-se até a bacia do rio Tietê.
Já as ações de incremento da conectividade têm como foco a propriedade privada por meio de
mecanismos legais de controle ou estímulo, tais como averbação da reserva legal, restauração
de APP e criação de RPPN. Com relação à indicação para inventário biológico, o estudo
sintetizou a prioridade por UGRHI nas classes média, alta, muito alta e extrema. Na bacia, as
UGRHIs 08 – Sapucaí/Grande e 12 – Baixo Pardo-Grande apresentam prioridade extrema, as
UGRHIs 04 - Pardo e 15 – Turvo/Grande muito alta e as UGRHIs 01 – Mantiqueira e 09 –
Mogi Guaçu alta. Esse resultado expressa a necessidade de avançar nas pesquisas de
diversidade biológica.
Figura 3.20 - Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade na Bacia do Rio Grande – Estudos
Desenvolvidos pelos Estados de Minas Gerais e São Paulo
3.3.3 Áreas de Proteção Potencial do Aquífero Guarani
Além da APCB nº 24, indicada no Quadro 3.21, situada em São Paulo, e na mesma linha de
proteção do aquífero Guarani, vale destacar o estudo desenvolvido pela ANA
(ANA/ENGECORPS, 2014), que propôs áreas de proteção do aquífero com base no
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 103
mapeamento do uso da terra, mediante identificação de áreas naturais com cobertura de
matas, matas galeria e várzeas pouco impactadas pela atividade antrópica, situadas em zonas
de vulnerabilidade média e com dimensões superiores a 10 km2
, de interesse para indicação
como áreas de proteção de aquíferos.
Na bacia do rio Grande, foi delimitada uma área, localizada na região do município mineiro de
Claraval, com 20,4 km2
, que também pode ser definida como área de restrição de usos visando
à proteção do aquífero Guarani. A localização dessa área está ilustrada no mapa da Figura
3.21.
Tem-se, portanto, mais uma alternativa a ser considerada pelo CBH-Grande para conservação
dos recursos hídricos subterrâneos da bacia do rio Grande quando das discussões posteriores
que serão empreendidas para a proposição e formalização dessas áreas, no caso, em
articulação com a FEAM.
Figura 3.21 - Área de Proteção Potencial do Aquífero Guarani em Claraval, MG
3.3.4 Principais Áreas para a Proteção da Ictiofauna
Os peixes representam um bom indicador da qualidade ambiental dos ecossistemas aquáticos,
em função de serem bastante estudados e apresentarem pesquisas e estudos disponíveis.
Alguns rios da bacia do rio Grande apresentam relevância especial para a conservação da
biodiversidade da ictiofauna.
O uso da técnica da radiotelemetria possibilitou a avaliação dos parâmetros migratórios de
duas espécies do rio Grande, destacando-se o mandi-amarelo – Pimelodus maculatus, grande
migrador na bacia dos rios Mogi Guaçu, Pardo e Grande, e o curimbatá – Prochilodus lineatus,
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 104
presente no baixo e médio rio Grande. As maiores áreas de vida linear (129 km) com o uso da
radiotelemetria, foram de peixes soltos no reservatório de Volta Grande que alcançaram o sopé
da barragem Jaguara, após passarem pela escada de Igarapava.
O rio Mogi Guaçu (Figura 3.22) é um reconhecido sítio de desova do curimbatá e o rio Pardo
uma via de conexão entre sítio de desova e alimentação. A detecção positiva da presença de
ovos e larvas de curimbatá no rio Pardo mostra que esse rio continua exercendo importante
papel na história de vida dos curimbatás dessa região.
Os rios Sapucaí-Paulista e Uberaba localizados a montante de Porto Colômbia também são
importantes para a conservação local do curimbatá. O uso do Sapucaí-Paulista no período
reprodutivo, junto com a presença de ovos, larvas e alevinos de curimbatás, o coloca como
peça chave para conservação local desses peixes como sitio de desova. O uso do rio Uberaba
por curimbatás adultos sugere que esse rio pode ter papel importante na história de vida desses
peixes como sítio de alimentação.
Figura 3.22 - Rio Mogi Guaçu, Próximo do Município de Rincão, SP
Já o rio Carmo é o único sítio de desova de curimbatás conhecido entre as barragens de Volta
Grande e Jaguara, onde foram encontrados ovos e larvas, além de alevino em lagoa marginal. A
captura desse alevino também é uma evidência de que lagoas marginais do rio Carmo podem
funcionar como berçários para curimbatás. O status de sítio de desova junto com a existência
de berçários nesse rio são alerta para sua importância, elevando a necessidade da recuperação
e preservação de sua qualidade ambiental. A construção de passagens para peixes nas
barragens de Porto Colômbia e Volta Grande poderá auxiliar na conservação e promover o
aumento da abundância do curimbatá na região.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 105
O rio Turvo é outro rio que merece destaque na bacia do rio Grande, desempenhando um
importante papel na conservação da ictiofauna. A topografia de sua bacia hidrográfica fez com
que o rio desenvolvesse meandros e possibilitou uma grande planície de inundação que gera
uma considerável diferença no tamanho do espelho d’água entre as estações seca e chuvosa. A
captura de alevinos e jovens de um grande número de espécies na estação chuvosa, devido
provavelmente à elevada disponibilidade de abrigo e alimento, reforça a importância das
lagoas marginais no ciclo de vida das espécies de peixes da bacia do Turvo, incluindo as
migradoras.
A Figura 3.23 apresenta uma síntese das principais áreas para conservação da ictiofauna,
abordadas anteriormente. Para a elaboração dessa figura, no caso da vertente mineira, foram
utilizados os resultados dos estudos referentes às áreas para conservação de ictiofauna
desenvolvidos pela Fundação Biodiversitas (FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS, 2005, op. cit),
enquanto em São Paulo, pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (FAPESP/SMA, 2008, op.
cit). Foi realizada uma homogeneização das informações de ambos os estudos, de modo a
obter uma legenda compatível com a apresentação em um mesmo mapa de graus de
prioridade equivalentes para conservação da ictiofauna nos dois estados.
Figura 3.23 - Áreas Sujeitas à Restrição de Usos dos Recursos Hídricos Visando à Proteção da Ictiofauna
Sendo assim, os seguintes cursos d’água, considerados como de alta e muito alta prioridade na
vertente paulista e muito alta prioridade na vertente mineira são identificados pelo PIRH-
Grande como sujeitos à restrição de usos dos recursos hídricos, visando à conservação da
ictiofauna:
Na vertente paulista: rios Turvo, Mogi Guaçu, Sapucaí e do Carmo;
Na vertente mineira: rios Aiuruoca, Grande (nascentes) e Turvo Grande.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 106
Caberá ao CBH-Grande, em articulação com os CBHs-Bacias Afluentes, nos casos em que se
fizer necessário à luz da legislação em vigor, definir os cursos d’água considerados como de seu
maior interesse à restrição de usos dos recursos hídricos com o objetivo de conservação da
ictiofauna, propondo, inclusive, quais os usos que deverão ser restringidos e controlados.
3.3.5 Área de Proteção de Águas Minerais em Poços de Caldas, MG
A Agência para o Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Sul e Sudoeste de Minas Gerais
– ADISMIG propôs áreas para conservação de remanescentes da Mata Atlântica existentes no
Planalto de Poços de Caldas, como forma de preservação de fontes de águas termais, no caso,
águas sulfurosas, consideradas patrimônio do estado de Minas Gerais.
No Plano de Recursos Hídricos da GD 06, datado de setembro 2010, foi dado destaque ao
aspecto único dessas reservas de água mineral e de sua importância econômica para a região;
também é destacada a relevância do Planalto de Poços de Caldas pelo Instituto Prístino, que
tem por objetivo desenvolver pesquisas direcionadas a diagnóstico, conservação e uso racional
do patrimônio natural.
Cabe salientar os seguintes aspectos, que reforçam a necessidade de preservação dos
remanescentes de Mata Atlântica considerados:
Os remanescentes estão localizados justamente em áreas de ocorrência de fraturas
geológicas, portanto, em áreas de recarga do aquífero;
Além disso, por estarem situados em área urbana do município de Poços de Caldas, sofrem
pressões por especulações imobiliárias, o que ameaça a sua conservação; e
Constituem a maior mancha de Mata Atlântica ainda preservada da região de entorno do
município de Poços de Caldas;
No Planalto de Poços de Caldas, insere-se a Serra de São Domingos, tombada como
monumento natural pelo artigo 84 dos Atos das Disposições Transitórias da Constituição do
Estado de Minas Gerais de 1989.
Na Figura 3.24, estão delimitadas as áreas propostas para conservação da Mata Atlântica no
Planalto de Poços de Caldas, que incluem a criação de Unidades de Conservação de proteção
integral e de uso sustentável. A Figura 3.25 apresenta uma vista geral da Serra de São
Domingos.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 107
Figura 3.24 – Áreas Propostas para Conservação da Mata Atlântica no Planalto de Poços de Caldas
(Fonte: http://www.institutopristino.org.br/atlas/municipios-de-minas-gerais/)
Figura 3.25 – Vista Geral da Serra de São Domingos, Poços de Caldas, MG
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 108
4. BALANÇO ENTRE DISPONIBILIDADES E DEMANDAS HÍDRICAS QUANTI-
QUALITATIVAS
Neste capítulo, apresentam-se os resultados dos balanços entre disponibilidades e demandas
hídricas quanti-qualitativas para águas superficiais e os balanços quantitativos de águas
subterrâneas.
4.1 RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS
4.1.1 Balanço Hídrico Quantitativo
O balanço hídrico quantitativo das águas superficiais da bacia do rio Grande foi elaborado
considerando as disponibilidades hídricas apresentadas no item 2.1.1 do Capítulo 2 e as
demandas hídricas de consumo apresentadas no item 3.1.1 do Capítulo 3, com utilização de
modelo matemático elaborado pela ANA especialmente para emprego na bacia do rio Grande.
Os balanços foram elaborados por microbacias, para as vazões Q7,10
e Q95%
, ambas vazões de
estiagem5
. Definido como o quociente entre demandas e disponibilidades hídricas, está
representado em percentuais, para as vazões Q7,10
e Q95%
, respectivamente, nas Figuras 4.1 e
4.2.
Nessas figuras, é possível observar que as situações mais críticas, ou seja, quando as demandas
ultrapassam em 100% ou mais, as disponibilidades, encontram-se na vertente paulista da bacia,
especialmente nas UGRHIs 15 (Turvo-Grande), 09 (Mogi Guaçu), 04 (Pardo) e 12 (Baixo Pardo
– Grande). Na vertente mineira, observam-se microbacias críticas na GD 08 (Baixo Grande) e
na GD 02 (Vertentes do Rio Grande).
Esses resultados devem-se, em grande parte, à presença de usos que consomem mais água nas
UGHs citadas, como a irrigação, que apresenta um fator de consumo da ordem de 80% das
retiradas. A Figura 4.3 ilustra essa observação, verificando-se que as áreas com maiores
demandas de irrigação (superiores a 5 L/s/km2
) coincidem, em sua maioria, com as áreas em
que se localizam as microbacias com balanço hídrico mais desfavorável. Nessa mesma figura,
identificam-se, também, os cursos d’água com balanços hídricos mais críticos na vertente
paulista da bacia, destacando-se os rios Turvo, seu afluente Pardo e contribuintes, na região de
Catanduva (UGRHI 15), e o rio Mogi Guaçu e o rio Verde e seus contribuintes na região de São
João da Boa Vista (UGRHI 04).
Cabe salientar que nas UGHs com expressiva utilização da água para irrigação, existem
diversos barramentos localizados com o objetivo de regularização de vazões com vistas à
irrigação, que não foram mapeados no presente Diagnóstico. Um estudo específico para
identificação e caracterização desses barramentos está previsto no Plano de Ações do PIRH-
Grande, visando reavaliar os balanços hídricos elaborados.
5 O banco de dados do PIRH-Grande inclui os resultados de todos os balanços hídricos elaborados, para demandas de consumo médias e
demandas de retirada e para as duas vazões de estiagem.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 109
Figura 4.1 - Balanço Hídrico Quantitativo na Bacia do Rio Grande – Consumo Máximo e Vazão Q
7,10 – Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 110
Figura 4.2 – Balanço Hídrico Quantitativo na Bacia do Rio Grande – Consumo Máximo e Vazão Q95%
– Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 111
Figura 4.3 – Principais Demandas de Irrigação e Relação com o Balanço Hídrico na Bacia do Rio Grande – Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 112
4.1.2 Balanço Hídrico Qualitativo
Para o balanço hídrico qualitativo dos recursos hídricos superficiais da bacia do rio Grande
também foi desenvolvido um modelo matemático específico, calibrado para a bacia a partir
dos dados do monitoramento da qualidade das águas, visando à simulação da propagação das
cargas de DBO5,20
e Ptotal
e o balanço de oxigênio dissolvido (OD), por microbacias.
A formulação básica do modelo respeita a relação de montante e jusante entre as microbacias,
estabelecendo em cada ponto de confluência os parâmetros de qualidade da água após
mistura e, em cada trecho de rio, a estimativa de cargas poluentes afluentes e a autodepuração
restrita às condições aeróbias, visando ao reestabelecimento do equilíbrio no meio aquático,
aproveitando a capacidade de assimilação de cargas poluentes dos cursos d’água.
No caso dos reservatórios, a relação entre o comprimento e a velocidade média do trecho é
substituída pelo tempo de residência da água em cada um deles, calculado a partir da razão
entre volume de água e a vazão defluente, assumindo-se um modelo de mistura completa.
Dessa forma, foi considerada como condição de contorno de qualidade da água a montante do
reservatório, as concentrações dos poluentes nos cursos d’água afluentes antes de atingir os
lagos formados pelas barragens, enquanto a condição de contorno de jusante foi obtida pela
estimativa dos processos de autodepuração nos reservatórios.
O modelo utilizado possibilita definir as concentrações dos parâmetros considerados em cada
trecho de curso d’água de cada microbacia, permitindo uma avaliação detalhada do balanço
hídrico qualitativo.
As faixas de concentração da DBO adotadas para representação do balanço hídrico facilitam a
comparação com as classes de enquadramento definidas pela Resolução COMAMA nº
357/2005, quais sejam:
Classe especial: deverão ser mantidas as condições naturais do corpo d’água;
Classe 1: DBO ≤ 3 mg/L;
Classe 2: 3 > mg/L DBO ≤ 5 mg/L;
Classe 3: 5 > mg/L DBO ≤ 10 mg/L;
Classe 4: DBO > 10 mg/L.
Apresentam-se, nas Figuras 4.4 e 4.5, os resultados da modelagem realizada para o parâmetro
DBO, respectivamente, com as vazões Q7,10
e Q95%
.6
Como observação geral, verificam-se
concentrações mais elevadas nas áreas de maior aglomeração urbana da bacia, ocorrendo
diversos trechos que ultrapassam os limites da classe 4.
6 No banco de dados do PIRH-Grande, estão incluídos todos os resultados da modelagem realizada, considerando também os parâmetros P
total
e OD, e as vazões de estiagem Q95%
e Q7,10
.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 113
Figura 4.4 - Balanço Hídrico Qualitativo na Bacia do Rio Grande – Concentração de DBO
5,20 e Vazão Q
7,10 – Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 114
Figura 4.5 - Balanço Hídrico Qualitativo na Bacia do Rio Grande – Concentração de DBO
5,20 e Vazão Q
95% – Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 115
4.2 RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS
O balanço hídrico de águas subterrâneas foi realizado tendo como recorte espacial as UGHs, e
está exposto no Quadro 4.1. Esse recorte foi adotado tendo em vista que a disponibilidade
subterrânea foi definida considerando os aquíferos ocorrentes em cada UGH.
É importante destacar, no entanto, que esse valor considera os aquíferos ocorrentes nas UGHs
como um todo e não representa particularidades locais. No município de Ribeirão Preto, por
exemplo, localizado na UGRHI 04, há problemas relacionados ao abastecimento público,
embora haja um total de demandas inferior ao total de água subterrânea disponível nessa
UGH. Nesse município, diversos loteamentos não estão sendo aprovados pela prefeitura
devido à escassez do abastecimento de água subterrânea. Para o suprimento dessa deficiência,
estuda-se a realização de captação no rio Pardo.
Observando os dados do Quadro 4.1, verifica-se que o balanço hídrico global das águas
subterrâneas se mostra confortável, uma vez que a água subterrânea ainda disponível, após o
atendimento das demandas corresponde, em média, a 80% da disponibilidade total da bacia;
contudo, na vertente paulista esse percentual é de 66%, sendo de 56% na UGRHI 04 e inferior
a 70% nas UGRHIs 09, 12 e 15.
QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS – DIAGNÓSTICO
Vertente UGH
Disponibilidade
Hídrica
Subterrânea
(m³/s)
Demandas
Totais
(m³/s)
Agua Subterrânea
Disponível
(m³/s)
Mineira
GD 01 - Alto Grande 14,34 0,13 14,21
GD 02 - Vertentes do rio Grande 17,06 1,16 15,90
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 26,95 1,54 25,41
GD 04 - Verde 11,19 1,01 10,18
GD 05 - Sapucaí 14,24 1,11 13,13
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 9,56 0,85 8,71
GD 07 - Médio Grande 16,51 0,84 15,67
GD 08 - Baixo Grande 30,12 1,80 28,32
Total Vertente Mineira 139,97 8,44 131,53
Paulista
UGRHI 01 – Mantiqueira 1,07 0,27 0,80
UGRHI 04 - Pardo 15,17 6,72 8,45
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 15,99 2,71 13,28
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 24,76 8,72 16,04
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 12,24 4,43 7,81
UGRHI 15 - Turvo/Grande 23,82 8,84 14,98
Total Vertente Paulista 93,05 31,69 61,36
Total Bacia do Rio Grande 233,02 40,13 192,89
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 116
5. PANORAMA DA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE
5.1 PLANOS E PROGRAMAS COM INTERFACES COM OS RECURSOS HÍDRICOS
No âmbito do PIRH-Grande, foram identificados prioritariamente os planos e programas que
possam resultar em interfaces com as demandas de recursos hídricos quanti-qualitativas, nas
instâncias federal, estadual e municipal, conforme a seguir exposto.
5.1.1 Instância Federal
5.1.1.1 Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB
O PLANSAB, com elaboração prevista na Lei nº 11.445/2007, visa apresentar um
planejamento estratégico de longo prazo para o setor de saneamento no País, definindo
objetivos e metas a serem alcançadas até o horizonte do ano de 2035, considerando redução
de perdas nos sistemas de distribuição de água, ampliação do abastecimento, e ampliação da
coleta e tratamento de esgotos.
Para a Região Sudeste, em que se localiza a bacia do rio Grande, as metas do PLANSAB são as
seguintes, sendo curto prazo o ano de 2020, médio prazo o ano de 2025 e longo prazo o ano
de 2035:
Cobertura de abastecimento de água: 99% no curto prazo, 100% no médio e longo prazos;
Índice de perdas nas redes de distribuição: 33% no curto prazo, 32% no médio e 29% no
longo prazo;
Cobertura de coleta de esgoto: 94% no curto prazo, 95% no médio e 98% no longo prazo;
Índice de tratamento de esgoto: 63% no curto prazo, 72% no médio e 90% no longo prazo.
As metas do PLANSAB foram consideradas para elaboração dos cenários futuros do PIRH-
Grande, conforme será exposto na Etapa 2 –Prognóstico.
5.1.1.2 Investimentos de Ministérios
Os investimentos identificados, a seguir descritos, possibilitam concluir que há grande
influência da intervenção federal na promoção da melhoria na qualidade do saneamento nos
municípios da bacia. Os volumes financeiros repassados por meio desses planos e projetos
dificilmente teriam sido levantados pelas administrações municipais.
Dessa forma, os planos e programas em andamento auxiliam os municípios no cumprimento
de suas estratégias de desenvolvimento, notadamente quanto à promoção de saneamento
básico, setor fundamental no que se refere à gestão dos recursos hídricos.
Ministério da Integração Nacional
O Ministério da integração Nacional no âmbito de suas atribuições proporcionou a destinação
de recursos para diversos municípios que compõem a bacia do rio Grande para a execução de
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 117
projetos; os investimentos totalizam R$ 36,35 milhões, contabilizando os convênios com data
de final de vigência posteriores a 2010. De uma forma geral os recursos destinaram-se
principalmente a reconstrução e recuperação de pontes, canalizações de córrego, recuperação
e limpeza de canais e margens, entre outros.
Ministério do Turismo
O Ministério do Turismo com objetivo de desenvolver o turismo como atividade econômica, e
através da destinação de recursos do Governo Federal busca fomentar projetos que venham a
evidenciar as potencialidades turísticas regionais. A região da bacia do rio Grande possui
diversas áreas com apelo turístico característico, e para tanto foi destinado um total de R$
124,36 milhões, contabilizando os convênios com data de final de vigência posteriores a 2010.
De uma forma geral os recursos destinaram-se a fomentar principalmente projetos relacionados
a obras de infraestrutura turística, obras de urbanização de orlas de represas, parques
ecológicos, entre outros relevantes no que se refere ao turismo relacionado aos recursos
hídricos.
Ministério dos Transportes
Nas competências que lhe cabem, o Ministério dos Transportes busca apoiar projetos e
programas relevantes à melhoria do setor logístico de transportes. A região da bacia do rio
Grande está inserida em uma área com densa malha viária, além de possuir ferrovias e
potencial hidroviário, sendo assim, contabilizando os convênios com data de final de vigência
posteriores a 2010, os investimentos advindos do Governo Federal através do Ministério dos
Transportes totalizaram R$ 113,60 milhões. Tais recursos financeiros foram empenhados
principalmente em projetos de recuperação de rodovias, apoio a serviços de implantação e
recuperação de ramais ferroviários, entre outros que possuem grande relevância.
Ministério da Agricultura e Ministério do Desenvolvimento Agrário
O Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento agrário desde 2010 investiram
um total de R$ 219,86 milhões nos municípios que compõem a bacia do rio Grande. Esse valor
refere-se somente a projetos já executados ou em execução. Em sua maioria os investimentos
foram destinados para aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas. Outra parcela
significativa desses investimentos foi destinada à recuperação de estradas rurais e vicinais.
Ministério das Cidades
O Ministério das Cidades destinou, nesse mesmo período, R$ 663,82 milhões para projetos
que incidem diretamente na bacia do rio Grande. Dentre esses projetos destacam-se
ampliações de sistemas de abastecimento de água e esgoto, drenagem urbana, elaboração de
planos municipais de saneamento básico e canalizações, como é o caso do rio Preto no
município de São José do Rio Preto. Grande parte dos investimentos foi destinada também à
pavimentação ou recapeamento de ruas e avenidas, caracterizando a crescente
impermeabilização do solo da bacia.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 118
5.1.1.3 Geração de Energia Hidrelétrica
O inventário mais atualizado da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL prevê a
construção de 86 empreendimentos hidrelétricos na bacia do rio Grande, sendo:
Quatro Usinas Hidrelétricas - UHEs, todas com eixo disponível;
38 Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs, nos seguintes estágios: 14 com Eixo Disponível;
cinco com PB (Projeto Básico) com Aceite; 15 com PB Aprovado; quatro com Construção
não Iniciada; e
44 Centrais Geradoras Hidrelétricas - CGHs (potência até 5.000 kW, segundo a Lei nº
13.360/2016), nos seguintes estágios: 20 com Eixo Disponível; uma com Registro aceito; 11
com PB com Aceite; duas com PB Aprovado; nove com Construção não Iniciada; e uma
com Construção Outorgada.
A implantação desses empreendimentos representa a produção de novos 871 MW, o que
corresponde a um aumento de cerca de 10% da capacidade instalada na bacia. Deste total,
385 MW correspondem a empreendimentos cujo projeto contempla construção de
reservatórios, com área total de 214 km².
No conjunto da bacia do rio Grande, 26 cursos d’água apresentam empreendimentos para
aproveitamento hidrelétrico em estudo, destacando-se os rios Grande, com dois
empreendimentos previstos; Mogi Guaçu, com seis empreendimentos; Pardo, com 15
empreendimentos; Sapucaí, com 14 empreendimentos; e Verde, com cinco
empreendimentos.
Apesar de representarem um bom aproveitamento do potencial de geração de energia
hidrelétrica da bacia, a instalação de uma grande quantidade de novos barramentos e a criação
de reservatórios adicionais constituem fatores que podem gerar impactos nos recursos hídricos,
quer no escoamento das vazões dos cursos d’água barrados, quer na qualidade da água desses
corpos hídricos, devido ao potencial de eutrofização dos lagos formados.
5.1.2 Instância Estadual
5.1.2.1 Plano Estratégico de Logística e Transporte de Minas Gerais - PELT Minas
O PELT Minas, desenvolvido pelo Governo do Estado, em 2007, prevê a implantação do
denominado Projeto Hidroviário H2, que contempla a criação do Corredor do Rio Grande,
entre o Lago de Furnas e o Pontal do Triângulo, com extensão de 773 km e custo de 809,2
milhões de reais (Figura 3.40).
Tal projeto tem por objetivo principal integrar trechos navegáveis do rio Grande à Hidrovia
Tietê-Paraná, considerada a Hidrovia do Mercosul, por abranger regiões dos estados de São
Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e ainda do Paraguai. A ausência de
eclusas tem feito com que a hidrovia tenha sua utilização por Minas Gerais limitada no rio
Paranaíba pela Barragem da UHE de São Simão e no rio Grande pela Barragem da UHE de
Água Vermelha.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 119
Se os trechos navegáveis a montante dessas barragens pudessem ser utilizados, o estado de
Minas Gerais contaria com mais 1,7 mil km de vias navegáveis. Nesta questão o estado ainda
não conseguiu viabilizar a implantação de portos nesses rios, o que possibilitaria finalmente a
sua integração ao sistema da Hidrovia Tietê-Paraná, sistema este que já vem sendo aproveitado
pelos vizinhos São Paulo e Goiás.
O Corredor constituirá alternativa de transporte para uma variada gama de produtos
agropecuários, agroindustriais e industriais por hidrovia, operando, portanto, como vetor de
expansão do setor agropecuário da bacia. Por outro lado, sua materialização poderá causar
impactos negativos aos recursos hídricos, especialmente quanto à qualidade das águas, tanto na
fase de implantação do empreendimento quanto na fase de operação.
5.1.2.2 Programas e Projetos da FIESP e da FIEMG
As Federações das Indústrias dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais (FIESP e FIEMG,
respectivamente) vêm desenvolvendo estudos sobre o setor industrial da bacia do rio Grande.
Na vertente paulista da bacia destaca-se o Programa Competitividade Regional, desenvolvido
pela FIESP, voltado para o fortalecimento local das indústrias. Tal programa se baseou no
entendimento da malha industrial existente, de suas indústrias correlatas, das estruturas de
apoio existentes e da performance regional alcançada; no apoio ao incremento da
produtividade das empresas; no apoio na elaboração de Planejamento Estratégico da
Localidade e das Empresas visando ao crescimento da competitividade; e na articulação
institucional para apoio a projetos locais voltados para a competitividade das empresas da
região. Ainda no âmbito desse programa, vale citar os Arranjos Produtivos Locais (APLs), que se
caracterizam por respeitar a vocação dos polos industriais e regionais, consistindo em uma
importante ferramenta para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas.
Na vertente mineira, destaca-se o Projeto de Competitividade Industrial Regional (PCIR), que
tem por objetivo central garantir a competitividade da indústria mineira, e que se diferencia
por propor uma análise na escala de sub-regiões, o que torna o levantamento de dados e as
ações propostas mais eficientes.
O PCIR tem como principais objetivos: aumentar a competitividade das empresas inseridas nas
cadeias produtivas mais dinamizadoras de cada região do estado de Minas Gerais; apoiar a
realização de compromissos entre agentes públicos e privados envolvidos com
desenvolvimento industrial por meio da divulgação de proposições de ações de curto, médio e
longo prazo; e fornecer subsídios técnicos para revisões de planejamento estratégico de
entidades de apoio à indústria. O projeto, que foi iniciado em 2013, é composto por quatro
etapas, sendo elas: Diagnóstico Setorial e Regional; Análise dos Setores Mais Dinâmicos;
Elaboração da Estratégia Setorial; e Entrega dos Planos Setoriais. O projeto está atualmente na
quarta etapa.
Os incentivos promovidos pelos projetos referidos poderão resultar em aumentos das
demandas hídricas do setor industrial, bem como na ampliação dos efluentes gerados.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 120
5.1.3 Instância Municipal
Na esfera municipal, são de especial interesse os Planos Municipais de Saneamento Básico –
PMSBs, pelas suas interfaces diretas com a gestão dos recursos hídricos.
As pesquisas realizadas no final do ano de 2016 resultaram na listagem de 89 municípios que
já elaboraram o seu respectivo PMSB e que estão disponíveis para consulta, relacionados no
Quadro 5.1, por UGH.
Verifica-se que todos os municípios da UGRHI 09 – Mogi Guaçu possuem seu PMSB. Nas
demais UGHs, a condição é variada, sendo ainda poucos os Planos disponíveis.
QUADRO 5.1 – MUNICÍPIOS COM PMSBS DISPONÍVEIS PARA CONSULTA
Município UGH Município UGH
Aguaí UGRHI 09 Motuca UGRHI 09
Águas da Prata UGRHI 09 Oliveira GD 02
Águas de Lindóia UGRHI 09 Orlândia UGRHI 12
Alpinópolis GD 07 Ouro Fino GD 06
Américo Brasiliense UGRHI 09 Passos GD 07
Antônio Carlos GD 02 Pirajuba GD 08
Arantina GD 01 Pirassununga UGRHI 09
Araras UGRHI 09 Pitangueiras UGRHI 09
Ariranha UGRHI 15 Planura GD 08
Barbacena GD 02 Poços de Caldas GD 06
Barrinha UGRHI 09 Pontal UGRHI 09
Campos do Jordão UGRHI 01 Porto Ferreira UGRHI 09
Campos Gerais GD 03 Pradópolis UGRHI 09
Carneirinho GD 08 Ribeirão Corrente UGRHI 08
Casa Branca UGRHI 04 Ribeirão Preto UGRHI 04
Catanduva UGRHI 15 Rincão UGRHI 09
Conceição dos Ouros GD 05 Santa Cruz da Conceição UGRHI 09
Conchal UGRHI 09 Santa Cruz Da Esperança UGRHI 04
Cravinhos UGRHI 04 Santa Cruz das Palmeiras UGRHI 09
Descalvado UGRHI 09 Santa Lúcia UGRHI 09
Dumont UGRHI 09 Santa Rita do Passa Quatro UGRHI 09
Elói Mendes GD 05 Santo Antônio do Jardim UGRHI 09
Engenheiro Coelho UGRHI 09 Santo Antônio do Pinhal UGRHI 01
Espírito Santo do Pinhal UGRHI 09 São Bento do Sapucaí UGRHI 01
Estiva Gerbi UGRHI 09 São João da Boa Vista UGRHI 09
Fernandópolis UGRHI 15 São Sebastião do Paraíso GD 07
Formiga GD 03 São Tiago GD 02
Guariba UGRHI 09 Serra Negra UGRHI 09
Guatapará UGRHI 09 Sertãozinho UGRHI 09
Ibertioga GD 02 Socorro UGRHI 09
Itapira UGRHI 09 Taquaral UGRHI 09
Itobi UGRHI 04 Três Corações GD 04
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 121
Continuação.
QUADRO 5.1 – MUNICÍPIOS COM PMSBS DISPONÍVEIS PARA CONSULTA
Município UGH Município UGH
Jaboticabal UGRHI 09 Três Pontas GD 03
Jardinópolis UGRHI 04 Turmalina UGRHI 15
Jeriquara UGRHI 08 Uberaba GD 08
Leme UGRHI 09 Uchoa UGRHI 15
Liberdade GD 01 Vargem Grande do Sul UGRHI 04
Lindóia UGRHI 09 Araraquara Sede fora da bacia
Luís Antônio UGRHI 09 Matão Sede fora da bacia
Mira Estrela UGRHI 15 Rio Claro Sede fora da bacia
Mogi Guaçu UGRHI 09 Santa Salete Sede fora da bacia
Mogi Mirim UGRHI 09 São Carlos Sede fora da bacia
Monte Alto UGRHI 15 Lima Duarte Sede fora da bacia
Monte Belo GD 03 Prata Sede fora da bacia
Os PMSBs desses municípios foram consultados, registrando-se seus objetivos e metas de curto,
médio e longo prazo quanto aos serviços de água e esgoto, sendo tais metas incorporadas às
estimativas de demandas futuras, consideradas na Etapa 3 – Prognóstico.
5.2 ASPECTOS JURÍDICOS E INSTITUCIONAIS
5.2.1 Aspectos Jurídicos
5.2.1.1 Políticas de Recursos Hídricos
Considerando que a bacia do rio Grande abriga cursos d’água de domínio da União e dos
estados de Minas Gerais e São Paulo, cabe abordar, inicialmente, as Políticas Federal e
Estaduais de Recursos Hídricos.
O estado de São Paulo foi pioneiro na institucionalização de uma Política de Recursos Hídricos
no Brasil, ao publicar a Lei Estadual nº 7.663, de 1991. Em âmbito federal, a Política Nacional
de Recursos Hídricos – PNRH – foi instituída pela Lei nº 9.433, de 1997, que também
estabeleceu o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH, em
cumprimento ao disposto na Constituição Federal de 1988 (Art. 21, inciso XIX). No estado de
Minas Gerais, a Política Estadual de Recursos Hídricos foi estabelecida pela Lei Estadual nº
13.199, de 1999, que também dispõe sobre o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, e foi regulamentada pelo Decreto nº 41.578, de 2001.
Em São Paulo, as Unidades de Gestão de Recursos Hídricos – UGRHIs – possuem Comitês de
Bacia Hidrográfica instalados há cerca de 20 anos, com planos de bacia aprovados e com
agenda de implantação da cobrança pelo uso da água em andamento. Além disso, o Fundo
Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO opera desde 1995 como suporte financeiro do
sistema de gestão de recursos hídricos do estado.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 122
Em Minas Gerais, as diferentes características naturais e socioeconômicas levaram à definição
de 36 Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos –UPGRHs –, nas quais se
pratica a gestão participativa dos recursos hídricos, por meio dos Comitês de Bacia Hidrográfica
e pela aplicação dos instrumentos de gestão da Política Estadual de Recursos Hídricos, que visa
assegurar o controle, pelos usuários atuais e futuros, do uso da água e de sua utilização em
quantidade, qualidade e regime satisfatórios.
Uma análise comparativa do conteúdo das políticas de recursos hídricos federal e de ambos os
estados pode ser visualizada no Quadro 5.2.
QUADRO 5.2 - VISÃO ESQUEMÁTICA DO CONTEÚDO DAS LEGISLAÇÕES DE RECURSOS
HÍDRICOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GRANDE
Lei Federal 9.433/97 Lei Estadual 7.663/91, e alterações (SP) Lei Estadual 13.199/99 (MG)
Título I – Da Política Nacional de Recursos
Hídricos
Capítulo I – Dos Fundamentos
Capítulo II – Dos Objetivos
Capítulo III – Das Diretrizes Gerais de Ação
Capítulo IV – Dos Instrumentos
Capítulo V – Do Rateio de Custos das Obras
de Uso Múltiplo, de Interesse Comum ou
Coletivo (Vetado)
Capítulo VI – Da Ação do Poder Público
Título II – Do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos
Capítulo I – Dos Objetivos e da Composição
Capítulo II – Do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos
Capítulo III – Dos Comitês de Bacia
Hidrográfica
Capítulo IV – Das Agências de Água
Capítulo V – Da Secretaria Executiva do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos
Capítulo VI – Das Organizações Civis de
Recursos Hídricos
Título III – Das Infrações e Penalidades
Título IV – Das Disposições Gerais e
Transitórias
Título I – Da Política Estadual de Recursos
Hídricos
Capítulo I – Objetivos e Princípios
Capítulo II – Dos Instrumentos da Política
Estadual de Recursos Hídricos
Capítulo III – Do Plano Estadual de
Recursos Hídricos
Título II – Da Política Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos
Capítulo I – Do Sistema Integrado de
Gerenciamento de Recursos Hídricos –
Sigrh
Capítulo II – Dos Diversos Tipos de
Participação
Capítulo III – Do Fundo Estadual de
Recursos Hídricos – FEHIDRO
Capítulo IV – Das Agências de Água
Capítulo V – Da Secretaria Executiva do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos
Capítulo VI – Das Organizações Civis de
Recursos Hídricos
Título III - Das Disposições Gerais e
Transitórias
Capítulo I – Disposição Preliminar
Capítulo II – Da Política Estadual de
Recursos Hídricos
Capítulo III – Dos Instrumentos da Política
Estadual de Recursos Hídricos
Capítulo IV – Do Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos
Capítulo V – Da Participação na Gestão
Integrada de Recursos Hídricos
Capítulo VI – Das Infrações e Penalidades
Capítulo VII –Disposições Gerais e
Transitórias
Capítulo VIII – Disposições Finais
5.2.1.2 Instrumentos das Políticas de Recursos Hídricos
O Quadro 5.3 mostra uma comparação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos
previstos nas Políticas Estaduais de Recursos Hídricos de São Paulo e Minas Gerais e na Política
Nacional de Recursos Hídricos, verificando-se as diferenças existentes.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 123
QUADRO 5.3 – COMPARAÇÃO ENTRE OS INSTRUMENTOS PREVISTOS NAS POLÍTICAS FEDERAL E
ESTADUAIS DE RECURSOS HÍDRICOS
União
(art. 5º da Lei 9.433/97)
São Paulo
(Lei Estadual 7.663/91)
Minas Gerais
(Lei Estadual 13.199/99)
Planos de Recursos Hídricos Plano Estadual de Recursos Hídricos (capítulo III da
Lei Estadual 7.663/91)
Plano Estadual de Recursos
Hídricos
Planos Diretores de Recursos
Hídricos de Bacias Hidrográficas
Enquadramento dos corpos de água
em classes, segundo os usos
preponderantes da água
Não previsto. Decreto 10.755/1977, alterado pelo
Decreto 24.839/1986.
Enquadramento dos corpos de
água em classes, segundo os
usos preponderantes da água
Outorga dos direitos de uso de
recursos hídricos Outorga de Direitos de Uso dos Recursos Hídricos
Outorga dos direitos de uso de
recursos hídricos
Cobrança pelo uso de recursos
hídricos Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos
Cobrança pelo uso de recursos
hídricos
Sistema de Informações sobre
Recursos Hídricos Não previsto
Sistema Estadual de Informações
sobre Recursos Hídricos
Compensação a municípios (Vetado)
Compensação aos municípios afetados por áreas
inundadas resultantes da implantação de
reservatório e por restrições impostas pelas leis de
proteção de recursos hídricos (art. 3º, VI)
Compensação a municípios pela
explotação e restrição de uso de
recursos hídricos
Infrações e penalidades Infrações e Penalidades Penalidades
Rateio de custos
(Vetado)
Rateio de Custos das Obras
Rateio de custos das obras de
uso múltiplo, de interesse
comum ou coletivo
O Quadro 5.4 apresenta a situação atual de implementação dos instrumentos de gestão de
recursos hídricos previstos na Política Federal, na bacia do rio Grande.
QUADRO 5.4 – SITUAÇÃO ATUAL DA APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL
DE RECURSOS HÍDRICOS NA BACIA DO RIO GRANDE
Vertente UGH Plano Outorga Cobrança Enquadramento
Paulista
UGRHI 01 - Serra da Mantiqueira * ***
UGRHI 04 - Pardo * ***
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande * ***
UGRHI 09 - Mogi Guaçu * ***
UGRHI 12 - Baixo Pardo/Grande * ***
UGRHI 15 - Turvo/Grande * ***
Mineira
GD 01- Alto Rio Grande
GD 02 - Vertentes do Rio Grande
GD 03 - Entorno Furnas
GD 04 - Rio Verde
GD 05 - Rio Sapucaí
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo
GD 07 - Afluentes Médio Rio Grande **
GD 08 - Afluentes Baixo Rio Grande **
Observações
implementado não implementado
* Em revisão/atualização em agosto de 2017.
** PAHRs elaborados simultaneamente ao PIRH-Grande.
***Ato convocatório implementado, porém os boletos ainda não são emitidos.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 124
A Política Nacional de Recursos Hídricos estabelece que os dados gerados pelos órgãos
integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGREH - serão
incorporados ao Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos – SNIRH, composto
por um conjunto de sistemas computacionais agrupados em sistemas para gestão e análise e
dados hidrológicos, sistemas para regulação dos usos de recursos hídricos e sistemas para
planejamento e gestão de recursos hídricos. Recentemente a ANA lançou o novo portal do
SNIRH, cujo acesso se dá por meio do endereço http://www3.snirh.gov.br/portaL/snirh, e que
permite o acesso tanto às informações quanto aos sistemas já disponíveis
No Quadro 5.5, está detalhada a situação dos planos de recursos hídricos das bacias afluentes.
QUADRO 5.5 - SITUAÇÃO DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS AFLUENTES
UGH Situação Geral Horizonte do
Prognóstico
GD 01 – Alto Grande PRH aprovado 2010-2030
GD 02 – Vertentes do rio Grande PRH aprovado 2010-2030
GD 03 – Entorno de Furnas PRH aprovado 2010-2030
GD 04 – Verde PRH aprovado 2009-2030
GD 05 – Sapucaí PRH aprovado 2009-2020
GD 06 – Mogi Guaçu/Pardo PRH aprovado 2010-2030
GD 07 – Médio Grande PARH em elaboração em conjunto com o PIRH-Grande 2030
GD 08 – Baixo Grande PARH em elaboração em conjunto com o PIRH-Grande 2030
UGRHI 01 – Mantiqueira Em revisão em 2017 -
UGRHI 04 – Pardo Em revisão em 2017 -
UGRHI 08 – Sapucaí Grande Em revisão em 2017 -
UGRHI 09 – Mogi Guaçu Em revisão em 2017 -
UGRHI 12 – Baixo Pardo Em revisão em 2017 -
UGRHI 15 – Turvo Grande Em revisão em 2017 -
5.2.1.3 Fundos Estaduais de Recursos Hídricos
O Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO do Estado de São Paulo, criado pela Lei
Estadual 7.663/1991 e regulamentado pelos Decretos 37.300/1993 e 43.204/1998, é a
instância econômico-financeira do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos
do Estado de São Paulo – SIGRH. Os recursos do Fundo destinam-se a dar suporte financeiro à
Política Estadual de Recursos Hídricos, sendo o FEHIDRO supervisionado por um Conselho de
Orientação – COFEHIDRO, cujos representantes são escolhidos entre os componentes do
CRH.
O Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas
do Estado de Minas Gerais – FHIDRO tem por objetivo dar suporte financeiro a programas e
projetos que promovam a racionalização do uso e a melhoria dos recursos hídricos, quanto aos
aspectos qualitativos e quantitativos, inclusive os ligados à prevenção de inundações e o
controle da erosão do solo.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 125
5.2.2 Aspectos Institucionais
5.2.2.1 Arranjo Institucional Atual
O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH, criado pela Lei nº
9.433/1997, é integrado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH, os Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos – CERH, a Agência Nacional de Águas – ANA, os órgãos
gestores dos estados, os Comitês de Bacia Hidrográfica, as Agências de Águas, além de
representantes da sociedade civil e dos usuários dos recursos hídricos.
No caso específico da bacia hidrográfica do rio Grande, integram o SINGREH:
(i) o CBH Grande;
(ii) os CBHs afluentes nos Estados de São Paulo e Minas Gerais;
(iii) o Conselho Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo – CRH-SP,
(iv) o Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais – CERH-MG;
(v) o Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH;
(vi) os órgãos gestores dos Estados de São Paulo e Minas Gerais; e
(vii) a Agência Nacional de Águas – ANA.
A Figura 5.1 representa a estrutura institucional para a gestão dos recursos hídricos da bacia do
rio Grande.
Figura 5.1 - Arranjo Institucional para a Gestão de Recursos Hídricos na Bacia do Rio Grande
Quanto à Agência de Bacia, ela ainda não foi criada, e é previsto que o PIRH-Grande
apresente orientações e diretrizes para a sua criação, tal como será exposto na Etapa 3 – Plano
de Ações.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 126
Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande – CBH-Grande
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande – CBH Grande – é um órgão colegiado de
natureza consultiva, deliberativa e normativa, vinculado ao CNRH. Sua criação foi aprovada no
CNRH, por meio da Resolução CNRH nº 110, de 13 de abril de 2010, e o Decreto
Presidencial nº 7.254/2010, que o instituiu, foi publicado na data de 02 de agosto do mesmo
ano. Em seguida, por meio da Portaria CNRH nº 59/2010, foram designados os membros da
Diretoria Provisória do CBH Grande, instituída para coordenar sua organização e implantação.
A primeira reunião do CBH Grande ocorreu em agosto de 2012, quando tomaram posse os
membros eleitos e foi definida a sua Diretoria. Nessa reunião, o CBH aprovou a Deliberação
CBH Grande nº 03/2012, que criou o Grupo de Trabalho para instalação da Câmara Técnica
de Integração do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande – CTI. Essa deliberação foi
substituída pela Deliberação nº 07/2012, revogada pela Deliberação nº 13/2014, que definiu a
composição, as atribuições e as normas de funcionamento da CTI.
Em 27 de novembro de 2013, foi instituída, em caráter permanente, a Câmara Técnica
Institucional e Legal – CTIL, pela Deliberação nº 11/2013, com atribuições no âmbito da
legalidade e da técnica legislativa e do arranjo e competência institucional, com a primeira
composição de membros definida pela Deliberação nº 12/2014.
De acordo com o Artigo 5º de seu Regimento Interno, o Plenário do CBH Grande, que é o seu
órgão deliberativo, é composto por 65 (sessenta e cinco) membros titulares e respectivos
suplentes, com representantes do poder público (24 membros), dos usuários das águas (26
vagas) e das organizações civis (16 vagas), contemplando representantes da União e dos dois
estados.
Pela Deliberação nº 19/2015, de 27 de novembro de 2015, foi criado o Grupo de Trabalho
para acompanhamento da Elaboração do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do
Rio Grande – GT-Plano, constituído por representantes da União, dos estados de Minas Gerais
e São Paulo, incluindo os órgãos gestores IGAM e DAEE, e de usuários de recursos hídricos dos
setores de saneamento, indústria e mineração, irrigação e agropecuária, geração de energia
hidrelétrica, pesca, turismo e lazer, e por representantes de organizações civis.
Comitês das Bacias Afluentes
O Quadro 5.6 sintetiza as principais informações sobre os 14 Comitês das Bacias Hidrográficas
Afluentes ao Rio Grande.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 127
QUADRO 5.6 - COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS AFLUENTES AO RIO GRANDE
Vertente Comitê
Nº
municípios
(sedes)
População Área
(km²)
Ano de
criação
Instrumento de
Criação
Nº membros titulares
Poder
Público Usuários
Sociedade
Civil Total
Mineira
GD 01 - Alto Rio Grande 21¹ 106.906¹ 8.758¹ 2007
Decreto
44.432/2007
12 6 6 24
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 30¹ 562.476¹ 10.540¹ 2007
Decreto
44.690/2007
12 6 6 24
GD 03 - Ent. do Reservatório de Furnas 35¹ 713.279¹ 16.236¹ 2002
Decreto
42.596/2002
12 6 6 24
GD 04 - Rio Verde 23¹ 460.192¹ 6.864¹ 1998
Decreto
39.910/1998
24 12 12 48
GD 05 - Rio Sapucaí 40¹ 584.447¹ 8.826¹ 1998
Decreto
39.911/1998
14 7 7 28
GD 06 - Rios Mogi Guaçu e Pardo 21¹ 410.687¹ 6.370¹ 2000
Decreto
40.930/2000
20 10 10 40
GD 07 - Médio Rio Grande 18¹ 325.091¹ 9.767¹ 2002
Decreto
42.594/2002
16 8 8 32
GD 08 - Baixo Rio Grande 18¹ 525.693¹ 18.726¹ 2002
Decreto
42.960/2002
16 8 8 32
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 3 64.339³ 675² 2001 Lei 7.663/1991 14 * 7 21
UGRHI 04 - Pardo 27 1.092.4773 8.993² 1996 Lei 7.663/1991 26 * 13 39
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 23 663.583³ 9.125² 1996 Lei 7.663/1991 22 * 11 33
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 43 (38) 1.431.786³ 15.004² 1996 Lei 7.663/1991 28 * 14 42
UGRHI 12 - Baixo Pardo/Grande 12 330.696³ 7.239² 1996 Lei 7.663/1991 26 * 13 39
UGRHI 15 - Turvo/Grande 66 1.220.474³ 15.925² 1991 Lei 7.663/1991 36 * 18 54
Fontes: 1. Relatório de Gestão e Situação dos Recursos Hídricos 2014; 2. PERH, 2006; 3. SEADE, 2009.
* Setor de usuários é considerado como sociedade civil
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 128
Pacto para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos
Por meio da Moção nº 001, de 1º de agosto de 2013, o CBH-Grande apoiou a celebração de
um Pacto para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos da bacia hidrográfica do rio Grande, o
qual é composto por um Acordo de Cooperação Técnica – ACT e respectivo Plano de
Trabalho. O ACT deverá conter como objeto a definição do arranjo institucional, das
atribuições compartilhadas e da garantia de funcionamento do CBH, conforme determinado na
Resolução CNRH nº 110/2010.
Em relação ao arranjo institucional, o CBH-Grande deverá atuar como um Comitê de
Integração entre as 14 bacias afluentes, por meio da criação da Câmara Técnica de Integração
– CTI, com a finalidade de apoiar o processo de gestão compartilhada, assegurada a presença
de representantes de todos os Comitês atuantes na bacia.
A Figura 5.2 apresenta a estrutura analítica do Pacto, composta por três eixos: i) Da Garantia de
Funcionamento do CBH Grande; ii) Do Arranjo Institucional; iii) Das Atribuições
Compartilhadas para a Implementação dos Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos.
5.2.2.2 Órgãos Gestores de Recursos Hídricos
União
No âmbito da União, o órgão gestor dos recursos hídricos é a Agência Nacional de Águas –
ANA, autarquia sob regime especial, com sede em Brasília e tem a finalidade de implementar,
em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos. Sua missão é
implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o
acesso a água, promovendo seu uso sustentável.
Integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, a ANA foi criada por
meio da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 e está vinculada ao Ministério do Meio
Ambiente. Entre suas atribuições destaca-se a de supervisionar, controlar e avaliar as ações e
atividades decorrentes do cumprimento da legislação federal pertinente aos recursos hídricos.
Minas Gerais
O órgão gestor de recursos hídricos em Minas Gerais é o Instituto Mineiro de Gestão das Águas
– IGAM, criado pela Lei nº 12.584, de 17 de julho de 1997. O Instituto é vinculado à
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD e tem a
responsabilidade de planejar e promover ações direcionadas à preservação da quantidade e da
qualidade das águas de Minas Gerais. O gerenciamento é feito por meio da outorga de direito
de uso da água, do monitoramento da qualidade das águas superficiais e subterrâneas do
Estado e dos planos de recursos hídricos. O IGAM é também responsável por promover a
gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos, mediante apoio técnico à
operacionalização e ao fortalecimento dos Comitês. Especificamente no caso da emissão das
outorgas, conforme estabelecido pela Lei Delegada nº 180 e pelo Decreto 45.824, de 20 de
dezembro de 2011, as Superintendências Regionais de Meio Ambiente passaram a ser
responsáveis pela análise e sua concessão em sua área de abrangência.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 129
Plano de Trabalho – Pacto para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande - EAP
1.2. Arranjo Institucional 1.3. Instrumentos de Gestão 1.1. Funcionamento
do CBH-Grande
1.1.2. Apoio às Secretarias Executivas dos CBHs Estaduais
1.1.1. Apoio à Secretaria Executiva do CBH-Grande
1.1.3. Planejamento
2.1.1.Criação da Agência de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Grande
1.2.2.Efetivação do Comitê de Integração
1.2.1. Instalação da Câmara Técnica de Integração (CTI)
1.3.1. Elaboração do Plano Integrado de Recursos Hídricos e de estudos e diretrizes para o enquadramento
2.2.1 Implantação da Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos
1.1.4. Comunicação e mobilização social
2. ETAPA 02 1. ETAPA 01
2.1. Arranjo Institucional 2.2. Instrumentos de Gestão
1.3.2. Compatibilização dos procedimentos e critérios regulatórios de cadastro, outorga de
direito de uso e fiscalização
1.3.3. Integração das redes de monitoramento hidrometeorológico,
bases de dados e informações
Figura 5.2 - Estrutura Analítica do Pacto para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 130
São Paulo
A Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, por meio da Coordenadoria de Recursos
Hídricos executa a Política Estadual de Recursos Hídricos e coordena o Sistema Integrado de
Gestão de Recursos Hídricos.
O Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE –, vinculado à Secretaria de Saneamento
e Recursos Hídricos, é a autarquia responsável pela emissão de outorgas, fiscalização,
planejamento, cadastramento e suporte técnico-administrativo aos Comitês de Bacias
Hidrográficas Estaduais. Para isso, conta com oito Diretorias Regionais, descentralizadas,
conhecidas como Diretorias de Bacia.
5.2.2.3 Conselhos de Recursos Hídricos
Conselho Nacional de Recursos Hídricos
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH é um colegiado com função deliberativa e
normativa. Vem desenvolvendo atividades desde junho de 1998, ocupando a instância mais
alta na hierarquia do SINGREH, instituído pela Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. É um
colegiado que desenvolve regras de mediação entre os diversos usuários da água sendo, assim,
um dos grandes responsáveis pela implementação da gestão dos recursos hídricos no País.
Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais – CERH-MG é o órgão deliberativo
e normativo central do Sistema Estadual de Recursos Hídricos – SEGRH-MG. Foi criado pelo
Decreto nº 26.961, de 28 de abril de 1987, com a finalidade de promover o aperfeiçoamento
dos mecanismos de planejamento, compatibilização, avaliação e controle dos recursos hídricos
do Estado, tendo em vista os requisitos de volume e qualidade necessários aos seus múltiplos
usos. A Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, que dispõe sobre a Política Estadual de
Recursos Hídricos, estabelece o CERH-MG como integrante do Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos – SEGRH-MG e estabelece as suas competências.
Conselho Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo – CRH foi criado pelo Decreto nº
27.576, de 11 de novembro de 1987 e adaptado às disposições da Lei nº 7.663, de 30 de
dezembro de 1991 e suas alterações, modificado pelos Decretos nº 56.635, de 1º de janeiro
de 2011 e nº 57.113, de 7 de julho de 2011. Entre suas atribuições destaca-se o exercício de
funções normativas e deliberativas relativas à formulação, implantação e acompanhamento da
Política Estadual de Recursos Hídricos. A estrutura do CRH é composta por: (i) Presidência; (ii)
Plenário; (iii) Secretaria Executiva; e (iv) Câmaras Técnicas.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 131
6. DIAGNÓSTICO INTEGRADO
O Diagnóstico Integrado da Bacia do Rio Grande teve como objetivo principal fornecer um
panorama global da bacia, de forma integrada entre diferentes temas que interferem em sua
dinâmica, possibilitando uma análise comparativa destes resultados entre as microbacias e as
UGHs e a identificação de áreas mais críticas em termos da necessidade de gestão dos recursos
hídricos no cenário atual.
Parte-se do pressuposto de que a água deve ser entendida em um contexto de relações
espaciais considerando os componentes e processos ambientais e as ações humanas, em seu
conjunto, direcionando os resultados das análises setoriais anteriormente empreendidas no
sentido da proposta de mecanismos de gestão dos recursos hídricos adequados, no âmbito de
uma visão estratégica da bacia do rio Grande, de curto e longo prazos.
Com o objetivo de melhor sistematizar os procedimentos adotados e representar os resultados
obtidos, optou-se pela agregação das variáveis consideradas no diagnóstico em Agendas
Temáticas, elaboradas mediante cruzamentos de mapas em ambiente de Sistema de
Informações Geográficas (SIG), o que permite tratar simultaneamente muitas informações
espaciais e sintetizá-las em novos mapas, de fácil visualização e entendimento.
As Agendas resultaram em mapeamentos analíticos de temas estratégicos para a integração das
informações do Diagnóstico, tendo em vista identificar as microbacias e as UGHs que exercem
as maiores pressões sobre os recursos hídricos, tanto sob o ponto de vista da quantidade
quanto da qualidade.
Tais temas foram representados por meio de variáveis criteriosamente selecionadas –
representativas do meio natural e socioeconômico da bacia e das suas interações dinâmicas,
que se evidenciam em processos do tipo causa-efeito –, que, agregadas, comparadas e
avaliadas em conjunto, compuseram cinco Agendas Temáticas:
Agenda Laranja – Agropecuária: trata das questões relacionadas com as atividades de
agricultura e pecuária na bacia;
Agenda Verde – Conservação Ambiental: aborda temas relacionados com a conservação e
a preservação dos ecossistemas terrestres e aquáticos:
Agenda Marrom – Saneamento Básico: foca questões referentes ao abastecimento de
água e à coleta e tratamento de esgotos;
Agenda Cinza – Indústria e Geração de Energia: trata da atividade industrial (incluindo a
mineração) e da geração de energia hidrelétrica na bacia do rio Grande; e
Agenda Azul –Recursos Hídricos: agrega temas relacionados com as águas superficiais e
subterrâneas, em quantidade e qualidade, incluindo as demandas hídricas.
Portanto, em presença do diagnóstico detalhado exposto nos capítulos precedentes, foram
selecionadas, para elaboração de cada Agenda, seis variáveis, com potencial de exercer pressão
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 132
sobre os recursos hídricos, em quantidade e qualidade, capazes de sensibilizar as análises e
passíveis de serem representadas de modo equivalente em todas as microbacias e UGHs.
Cada variável serviu de base para um Plano de Informação, representado sempre numa
resolução espacial por microbacias (quando a informação estava disponível apenas para as
UGHs, os valores foram aplicados às suas microbacias constituintes). Em cada Plano de
Informação, as microbacias foram classificadas em três graus de potencial pressão sobre os
recursos hídricos - alto, médio e baixo -, no sentido do maior para o menor potencial, e
considerando o componente mais afetado (quantitativo ou qualitativo).
Para melhor visualização dos mapas, foi adotado o procedimento de representar os diferentes
graus de pressão sobre os recursos hídricos em três gamas de cores – da mais escura (maior
potencial) para a mais clara (menor potencial), obedecendo sempre à cor identificadora da
Agenda em questão.
Considerando o estabelecimento de cinco Agendas Temáticas, representadas, cada uma, por
seis variáveis, foram elaborados 30 Planos de Informação, reunidos em dois grupos,
relacionados ao potencial de pressão sobre a quantidade e a qualidade dos recursos hídricos,
sendo que muitas variáveis fizeram parte dos dois grupos:
18 variáveis relacionadas ao potencial de pressão sobre os aspectos quantitativos;
22 variáveis relacionadas ao potencial de pressão sobre os aspectos qualitativos.
Após a construção desses dois grupos, foram atribuídos pesos para aferir a importância relativa
de cada variável no tipo de impacto correspondente (quantitativo ou qualitativo) dentro do seu
grupo.
Visando evitar ou reduzir a arbitrariedade e a subjetividade quando da atribuição dos pesos às
variáveis, foi utilizada a metodologia proposta por Saaty (1994) para análise de decisões com
múltiplos critérios, em que os pesos são calculados como os autovalores de uma matriz
construída com avaliações comparativas de todos os critérios, dois a dois.
Este procedimento foi realizado separadamente para os dois grupos de variáveis (de impacto
quantitativo e qualitativo). As sequências de comparações de variáveis foram realizadas num
software de processos de escolha, que capturou os critérios de avaliação adotados pela equipe
técnica deste trabalho.
Após receber todas as avaliações comparativas possíveis, o software calcula a “escala” indicada
pelo avaliador. Ao final desta etapa, os pesos são normalizados (ou seja, a soma dos pesos
dentro de cada grupo deve ser igual a 1).
Do cruzamento dos 30 Planos de Informação, utilizando-se dos pesos antes calculados mas
renormalizados (soma dos pesos de cada Agenda igual a 1), emergiram os mapas das cinco
Agendas, por microbacias, reclassificados para indicar os graus de pressão sobre os recursos
hídricos.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 133
Para tanto, foi adotado um sistema de valoração que indica o grau de criticidade que assumem
as microbacias com relação a cada tema tratado, mediante o estabelecimento de uma escala
padronizada que possibilita classificá-las nos seguintes graus de pressão sobre os recursos
hídricos:
Muito alto;
Alto;
Médio;
Baixo; e
Muito baixo.
Tais graus devem ser interpretados como diferentes intensidades de pressão sobre os recursos
hídricos, quer em quantidade, quer em qualidade.
Os mapas de cada Agenda, elaborados inicialmente por microbacias - possibilitando identificar
pontos críticos localizados -, posteriormente foram sintetizados por UGHs, de modo a permitir
uma comparação global entre as 14 bacias afluentes.
Cada UGH recebeu uma nota de criticidade (nível de pressão sobre os recursos hídricos)
correspondente à média ponderada das notas das suas microbacias constituintes, sendo o peso
de cada microbacia atribuído de acordo com a participação percentual de sua área no total da
área da UGH.
A partir dessas médias, foi construído um ranking para cada tipo de impacto (quantitativo e
qualitativo), sendo as UGHs ordenadas com valores decrescentes de nota de criticidade. Para
efeito de comparação relativa entre as UGHs, e respeitando a ordem no ranking, as UGHs
foram divididas em cinco grupos com praticamente o mesmo número de elementos, e a cada
grupo foi atribuído um nível de criticidade (Nível 1 ao Nível 5); quanto maior o nível (Nível 5),
mais crítico é o grupo de UGHs.
Esse nível de criticidade não deve ser interpretado meramente como uma situação específica
das UGHs em relação às Agendas Temáticas, mas como uma comparação entre elas no que se
refere à identificação daquelas que merecem maior atenção no que diz respeito à
implementação de ações de gestão dos recursos hídricos no contexto dos temas analisados em
cada Agenda.
O diagrama da Figura 6.1 sintetiza a metodologia utilizada para elaboração das Agendas
Temáticas e as Figuras 6.2 e 6.3 apresentam as Agendas-Síntese resultantes, respectivamente,
para o Componente Quantitativo e o Componente Qualitativo.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 134
Figura 6.1 – Etapas Metodológicas da Análise Integrada do Diagnóstico
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 135
Figura 6.2 - Síntese das Agendas Temáticas por Microbacias e UGHs – Componente Quantitativo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 136
Figura 6.3 - Síntese das Agendas Temáticas por Microbacias e UGHs – Componente Qualitativo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 1 | 137
Observando as Figuras 6.2 e 6.3, verifica-se que:
Com relação às pressões sobre a quantidade dos recursos hídricos, destacam-se as UGHs da
vertente paulista, especialmente as UGRHIs 09, 12 e 15. Os potenciais impactos são
decorrentes, principalmente, das variáveis consideradas nas Agendas Marrom, Laranja e
Verde;
A GD 06, na vertente mineira, também exerce pressão sobre a quantidade de recursos
hídricos, especialmente relacionada com as variáveis utilizadas para compor as Agendas
Laranja e Azul;
As pressões sobre a qualidade dos recursos hídricos, no cenário atual, são mais acentuadas
na vertente mineira, principalmente nas GDs 04, 05 e 06. Os potenciais impactos sobre a
qualidade das águas estão mais relacionados às Agendas Marrom e Azul;
Também foram identificados, na vertente paulista, potenciais impactos sobre a qualidade
dos recursos hídricos, entretanto, com níveis de pressão um pouco menos intensos,
especialmente, nas UGRHIs 04 e 09 relacionados, principalmente, com as variáveis
selecionadas para compor as Agendas Laranja, Verde e Cinza;
Finalmente, considerando as Agendas Temáticas, verifica-se serem as variáveis constituintes
da Agenda Marrom, relacionadas com o saneamento básico, comparativamente com as
demais, as que oferecem pressões mais expressivas nas microbacias do rio Grande,
influenciando de modo mais claro tanto a qualidade quanto a quantidade dos recursos
hídricos. Outorga de Direito de Usos dos Recursos Hídricos.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 139
7. CENÁRIOS FUTUROS PARA A BACIA DO RIO GRANDE
As demandas por água de uma região podem ser projetadas com base em parâmetros
balizadores, no horizonte temporal de interesse, para embasar ações de gestão e antecipar
variações futuras.
A replicação de padrões historicamente observados é uma prática comum no exercício de
planejamento. No entanto, o encadeamento de variáveis antrópicas de cunho econômico,
especificidades produtivas locais, juntamente com as respostas da própria gestão dos recursos
hídricos, chegando até as variações climáticas, inclui, inerentemente, diversas incertezas.
Não se podendo evitá-las, uma abordagem por cenários propõe trabalhar tais incertezas de
maneira ativa, abrangendo a tradicional interpretação de um futuro provável, para variadas
composições de futuros possíveis. Nesse contexto, deve-se considerar que os perfis econômicos
e os ritmos de crescimento local podem ser tão decisivos para uma região quanto a
probabilidade de eventos climáticos extremos.
Dessa forma, neste capítulo, será primeiramente apresentada a lógica do planejamento por
cenários e a concepção daqueles elaborados para a bacia do rio Grande. Em seguida, serão
expostas e analisadas as macrodinâmicas ̶ demográficas, econômicas e climáticas ̶ que se
sobrepõem ao território da bacia, definindo-se nesta etapa os princípios e elementos
balizadores das demandas futuras.
Na sequência são delineadas as microdinâmicas que emergem do conhecimento específico da
bacia, identificando seus elementos característicos e trabalhando a expectativa dos agentes de
interesse para seus desdobramentos.
Por fim, tais cenários se articulam com as demandas hídricas mediante os parâmetros
balizadores que, uma vez mapeados e aplicados a partir de projeções de população e
economia, estimam a demanda de água para cada cenário.
O horizonte final do planejamento do presente Plano abrange 15 anos, sendo os anos de corte
2020 (curto prazo), 2025 (médio prazo) e 2030 (longo prazo).
7.1 CONCEPÇÃO DOS CENÁRIOS
A forma mais usual de se interpretar o futuro é projetá-lo com base nos comportamentos
dominantes do passado. À essa visão retrospectiva deve-se incorporar, minimamente, maiores
incertezas presentes e os investimentos estruturantes já anunciados ou muito prováveis; enfim,
todas as condicionantes e hipóteses que estão amadurecendo na realidade atual. Trata-se do
cenário tendencial, que leva a um futuro relativamente previsível.
Contudo, uma vez que o futuro poderá não necessariamente repetir o passado de forma
tendencial, deve-se também elaborar outros cenários – alternativos – que demonstrem
situações limites do vasto espectro de possibilidades futuras. Dessa forma não se compreendem
os cenários como representações de "onde queremos chegar". Ao contrário, almeja-se com a
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 140
técnica de cenários exploratórios justamente explicitar e articular a imprevisibilidade,
ordenando, assim, diferentes percepções sobre o futuro.
Assim, foram estabelecidos os seguintes cenários para orientar o Prognóstico do PIRH-Grande:
Cenário Tendencial: o futuro é espelhado pelo passado, no ritmo das tendências já
observadas que serão, então, continuadas;
Cenário Acelerado: as tendências passadas são rompidas por forte crescimento
socioeconômico e por novos arranjos produtivos locais, com ênfase na retomada do
mercado interno;
Cenário Moderado: as tendências passadas são também rompidas, porém, pela
continuidade de um crescimento socioeconômico moderado, voltado ao mercado externo
devido ao baixo dinamismo econômico interno.
Um quarto cenário foi também concebido, voltado a incorporar as mudanças climáticas e seus
efeitos nas demandas e na oferta de recursos hídricos, uma vez que alterações no padrão do
clima global podem afetar o padrão climático ao nível de bacia hidrográfica. Esse cenário foi
denominado Cenário de Contingência, que não deve ser tratado como um cenário específico
de planejamento, mas como um estado limite para o qual a bacia deverá estar preparada caso
se confirmem as previsões resultantes dos modelos globais de mudanças climáticas.
Cabe destacar que a conduta estratégica a ser adotada para a bacia hidrográfica do rio Grande
será tanto mais robusta quanto mais ela estiver preparada para enfrentar todos os tipos de
futuros possíveis; as estratégias deverão se mostrar adequadas para várias situações, tornando
os cenários também uma ferramenta adequada para a priorização de ações.
Justamente desse contraste entre os cenários tendencial e alternativos, com vistas a estratégias
de gestão, emergirá o Cenário do Plano. Mais do que um "quinto cenário", o Cenário do Plano
se ancora na gestão dos recursos hídricos. Da mesma forma que não se almeja prever o futuro ̶
mas articular suas incertezas ̶ o Cenário do Plano difere de escolhas "desejadas" ou ainda
"adequadas". Ao contrário, sua composição enfoca os resultados que demandam estratégias de
gestão dos recursos hídricos.
7.2 TRADUÇÃO DOS CENÁRIOS EM DEMANDAS E OFERTA HÍDRICA
A linha de conduta da concepção dos cenários tendencial e alternativos se baseia na percepção
de que o futuro é uma prática de construção social, em que diversas dinâmicas se equilibram
em um dado território, que, por sua vez, é composto de suas próprias dinâmicas naturais que
dificultam ou exacerbam o resultado dessa constante inter-relação.
Algumas dessas dinâmicas são globais e se caracterizam por seus ritmos e programação
específicos, que atendem a objetivos exógenos à bacia em questão, sendo coordenados em
escalas muito mais abrangentes que a regional. Tendências demográficas, que resultam em
profundas modificações nas demandas hídricas, por exemplo, não detêm sua programação no
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 141
recorte da bacia hidrográfica do rio Grande. Trata-se de uma forçante exógena, ou uma
macrodinâmica.
Outras dinâmicas ̶ estas sim regionais e específicas do local onde se encontram ̶ mantêm suas
próprias programações e também respondem e interagem com as globais. As dinâmicas locais
levam indústrias novas a se instalarem, aportam malhas logísticas e modificam topografias
naturais. Trata-se das microdinâmicas, ou forçantes endógenas, que espelham características
ímpares de desenvolvimento, grande parte delas em resposta às macrodinâmicas.
As respostas das microdinâmicas são, no espaço geográfico da bacia do rio Grande,
condicionadas por um arranjo institucional também específico, que pode contribuir para
acelerar ou frear determinada forçante.
Tem-se, portanto, que o resultado dos cenários terá sua expressão local traduzida por
diferentes demandas hídricas, cada uma delas ilustrando o resultado de diversas interações
entre os fluxos que predominam no espaço geográfico da bacia do rio Grande. São essas as
demandas que serão contrastadas com a disponibilidade hídrica ̶ a oferta ̶ para então
compor o balanço hídrico futuro que embasará o planejamento.
Dessa forma, a concepção dos cenários, tanto o tendencial como os alternativos, se mecaniza
na identificação e quantificação, articulação futura, e tradução das seguintes dinâmicas para as
demandas hídricas:
Forçantes exógenas: trata-se das macrodinâmicas (top-down) que interagem sobre a bacia.
Elas alteram não apenas a demanda hídrica, como também, no caso da consideração das
mudanças climáticas, a oferta hídrica. Essas forçantes perfazem o "pano de fundo" dos
cenários, pois é sobre elas que as microdinâmicas se rebatem;
Forçantes endógenas: trata-se das microdinâmicas (bottom-up) que interagem sobre a
bacia, que alteram a demanda hídrica em seu recorte local, pois perpassam o uso do solo, o
perfil das atividades econômicas e os ritmos de uso dos recursos típicos do local. Essas
forçantes se desenrolam sobre as exógenas, e se rebatem nos recursos hídricos via
parâmetros de atividade econômica e de população;
Gestão de recursos hídricos: trata-se das ações e programas planejados e desejados para a
bacia do rio Grande e que influenciam diretamente nas demandas, ofertas e parâmetros de
qualidade, assim como nas interações entre as forçantes exógenas e endógenas.
Os rebatimentos das macro e microdinâmicas na demanda por recursos hídricos se articulam
de duas formas distintas, quais sejam:
Por meio de elementos balizadores (reflexo das macrodinâmicas): população urbana e
população rural; produção econômica setorial (por exemplo, valor agregado agropecuário,
industrial e de serviços);
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 142
Por meio de parâmetros de consumo de água por atividade específica (reflexo das
microdinâmicas): consumo per capita da população urbana, índice de perdas nas redes de
abastecimento, consumo de água industrial por nível de atividade, demanda de irrigação de
determinada cultura, cargas poluentes geradas e remanescentes após tratamento etc.
No Quadro 7.1, relacionam-se as variáveis consideradas para estabelecimento das demandas
hídricas futuras, a partir dos elementos balizadores acima mencionados.
QUADRO 7.1 – MACRODINÂMICAS E MICRODINÂMICAS E SEUS REBATIMENTOS NOS RECURSOS
HÍDRICOS
Setor Usuário
Elemento Balizador (Macrodinâmicas)
Projeção socioeconômica, ano a ano para cada
município
Parâmetro de Consumo de Água
(Microdinâmicas)
Relações que podem ser alteradas ano
a ano, projetadas para cada município
e cada atividade
Abastecimento urbano
Projeção da população urbana para o consumo
humano (x%)
Projeção do valor agregado terciário para a fração do
comércio (y%)
x,xx m³/s por 100 mil hab.
x,xx m³/s por 100 mil reais
Abastecimento Rural Projeção da população rural para o consumo humano x,xx m³/s por 100 mil hab.
Agricultura Irrigada
Projeção do valor agregado agropecuário (x%)
Projeção do valor agregado industrial (y%)
x,xx m³/s por 100 mil reais
Dessedentação Animal
Projeção do valor agregado agropecuário (x%)
Projeção do valor agregado industrial (y%)
x,xx m³/s por 100 mil reais
Indústria Projeção do valor agregado industrial x,xx m³/s por 100 mil reais
Mineração Projeção do valor agregado industrial x,xx m³/s por 100 mil reais
7.2.1 Forçantes Exógenas e Seus Rebatimentos sobre as Demandas Hídricas
Mediante a análise do comportamento dos elementos balizadores das macrodinâmicas da
bacia, relacionados no Quadro 7.1, foram adotados os pressupostos apresentados nos Quadros
7.2 e 7.3, para projeção das demandas hídricas da população e das atividades econômicas da
bacia em cada cenário:
QUADRO 7.2 - CONCEITUAÇÃO DOS CENÁRIOS NA FORÇANTE DEMOGRÁFICA
Forçante Exógena
Cenários
Tendencial Acelerado Moderado
Demografia
(População)
Crescimento populacional em linha
com a projeção do IBGE, para cada
um dos estados da bacia do rio
Grande
Crescimento populacional
acelerado (em linha com a
projeção alta da ONU),
refletindo atração
populacional para a bacia
Crescimento populacional
baixo (em linha com a
projeção baixa da ONU),
refletindo a situação de
estagnação econômica
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 143
QUADRO 7.3 - CONCEITUAÇÃO DOS CENÁRIOS NA FORÇANTE ECONÔMICA
Forçante Exógena
Cenários
Tendencial Acelerado Moderado
Economia (PIB)
Atividade econômica recuperando-
se da atual crise em ritmo
compatível com as expectativas dos
agentes de mercado
Atividade econômica
recuperando-se da atual crise
em ritmo acelerado, com
célere recuperação das
perdas verificadas no último
quinquênio
Atividade econômica
recuperando-se da atual crise
em ritmo lento, com
permanência da conjuntura
estagnada pelo próximo
quinquênio
Setor Primário
(Agropecuária)
Setor primário com menor ênfase
no mercado de commodities
agrícolas e maior ênfase no
mercado interno
Crescimento da demanda
interna ocorre em paralelo ao
desenrolar do mercado de
commodities agrícolas
Setor primário com foco no
mercado de commodities
agrícolas
Setor Secundário
(Indústria)
Reversão gradual do atual processo
de desindustrialização
Reversão mais célere do atual
processo de
desindustrialização
Permanência da tendência
atual de desindustrialização
Setor Terciário
(Serviços)
Demanda interna recupera o ritmo
de crescimento do passado, de
forma paulatina
Demanda interna recupera-se
de forma acelerada
Crescimento em ritmo lento
da demanda interna, que
permanece estagnada
Quanto às mudanças climáticas, foi elaborado um estudo detalhado para avaliar os resultados
das simulações dos 21 modelos climáticos globais (MCGs) utilizados pela Agência Espacial
Americana NASA para prever alterações sobre a disponibilidade hídrica e a temperatura na
bacia do rio Grande.
Concluiu-se que não há uma convergência entre esses modelos quanto às mudanças esperadas
na precipitação e, portanto, nas vazões da bacia, que podem variar numa faixa de valores
muito pequena tanto para mais quanto para menos em algumas áreas. Já quanto à
temperatura, todos os modelos indicam que ocorrerá um aumento, o que se reflete
diretamente nas demandas hídricas para a agricultura irrigada, dadas as maiores taxas de
evapotranspiração esperadas.
O Quadro 7.4 apresenta uma comparação entre as temperaturas médias registradas pelas
normais climatológicas do INMET (período 1961 a 1990) e as temperaturas obtidas pelos
modelos climáticos globais.
QUADRO 7.4 - TEMPERATURA NORMAL E SOB EFEITO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Variáveis
Temperatura em ºC
Média (12 meses do ano) Estiagem (mês de julho)
Temperatura máxima
Normal climática do INMET para o
centróide da bacia 25,13 23,50
Sob Mudanças Climáticas (mediana dos
MCGs) 27,35 25,80
Temperatura mínima
Normal climática do INMET para o
centroide da bacia 13,84 9,80
Sob Mudanças Climáticas (mediana dos
MCGs) 16,10 12,10
Uma vez identificados os elementos balizadores das forçantes exógenas, têm-se os
rebatimentos descritos a seguir para cada um dos setores usuários das águas na bacia do rio
Grande.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 144
7.2.1.1 Abastecimento Urbano
O principal balizador para este setor usuário é sem dúvida a população urbana de cada
município. Contudo, uma vez que nas cidades não há apenas uso doméstico do recurso
hídrico, mas também uso por comércios, prestadores de serviços e indústrias, torna-se
necessário balizar o consumo da água em âmbito urbano não apenas pela população, mas
também pela dinâmica da economia - cujo desenvolvimento determinará acréscimos ou
reduções de volume de água demandado pelos usuários não-domésticos.
Como forma de se contemplar tal variável, ponderou-se a projeção da população urbana de
cada município pela projeção do valor agregado bruto do setor de serviços, mediante a
seguinte equação:
∆ DemandaAb.Urbano
= ( ∆ Pop Urbana . 1 - ∂ ) + ( ∆ VAB Serviços . ∂ )
onde ∂ é a razão de ligações não-domiciliares de cada município, tipicamente variando entre
10% e 15% das ligações totais, segundo dados do IBGE de 2010 e do SNIS de 2014.
7.2.1.2 Abastecimento Rural
O único balizador para este setor usuário é a projeção de população rural, pois a demanda
pelos recursos hídricos para este fim não é alterada por outro fator exógeno senão o tamanho
total da população demandante.
7.2.1.3 Dessedentação Animal e Irrigação
As atividades agrícolas na bacia do rio Grande são vinculadas à agroindústria, e ocorrem
beneficiamentos múltiplos dos produtos da agropecuária no local, resultando em que o
balizamento do uso da água do setor apenas pelo Valor Agregado Bruto (VAB) agropecuário
deixe de capturar a intrincada cadeia produtiva existente. Como forma de se amenizar tal
distorção potencial, realizou-se o balizamento da demanda hídrica desses importantes setores
usuários por uma razão de 80% de projeção de variação do VAB agrícola com 20% de
projeção de variação do VAB industrial.
No que se refere à irrigação, uma vez de posse das temperaturas máximas e mínimas, tanto as
oriundas dos modelos climáticos globais como as definidas pelas normais climatológicas do
INMET (Quadro 7.4), foi aplicado o método de Hargreaves-Samani para obter a variação
percentual entre a normal climatológica e os resultados dos modelos globais de mudanças
climáticas. Essa mesma variação percentual foi aplicada às lâminas de irrigação, resultando no
acréscimo das demandas de irrigação adotado no Cenário de Contingência (Quadro 7.5).
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 145
QUADRO 7.5 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO MÉDIA E MÁXIMA - NORMAL CLIMÁTICA E SOB EFEITO DAS
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Lâminas de Irrigação
Evapotranspiração
Condição mm/mês Variação
Lâmina média
Normal Climatológica 118,31
+ 5,86%
Sob Mudança Climática 125,25
Lâmina máxima Normal Climatológica 87,28 + 6,68%
7.2.1.4 Indústria e Mineração
O balizador exógeno utilizado para a projeção da demanda de água pelos setores industrial e
de mineração foi a variação do valor agregado bruto da indústria, exclusivamente.
7.2.2 Forçantes Endógenas e Seus Rebatimentos sobre as Demandas Hídricas
As forçantes exógenas (macrodinâmicas) partem de expectativas de modificação nos grandes
agregados brasileiros (de população e produção econômica, distintas para cada cenário) e se
sobrepõem ao território. Já no âmbito das microdinâmicas, ou das forçantes endógenas, são as
especificidades municipais que se deseja capturar.
As tendências das forçantes endógenas foram identificadas por meio das seguintes formas:
Levantamento de séries históricas das condicionantes endógenas, para delas, identificar as
tendências futuras;
Levantamento de planos, políticas e grandes projetos de investimento para a bacia do rio
Grande, notadamente aqueles pertinentes ao aporte de novas infraestruturas, como forma
de balizar os seus graus de influência nos cenários alternativos;
Captura de percepções das entidades de classe e organizações afins das principais
atividades econômicas na bacia, mediante consulta a estudos, relatórios, anuários e outras
informações existentes, como forma de balizar os seus graus de influência nos cenários
alternativos.
No Quadro 7.6, apresentam-se os pressupostos adotados para inserção das forçantes
endógenas em cada cenário.
QUADRO 7.6 - CONCEITUAÇÃO DOS CENÁRIOS NAS FORÇANTES ENDÓGENAS
Forçante
Cenários
Tendencial Acelerado Moderado
Forçante Endógena
Identificação das tendências
passadas e sua projeção no
futuro, sob mesmas taxas
Modificação das tendências de
acordo com o quadro
conceitual do cenário
Acelerado
Modificação das tendências de
acordo com o quadro
conceitual do cenário
Moderado
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 146
7.2.2.1 Abastecimento Urbano
A tendência de variação na taxa de consumo de água per capita da população foi avaliada
mediante os dados da série histórica apresentada pelo SNIS. Primeiramente, identificaram-se os
municípios cuja série histórica para o indicador IN022 do SNIS (consumo médio de água per
capita em litros por habitante por dia) apresentava-se completa e consistente desde 2010 até o
último ano disponível, 2014.
Para aqueles municípios cuja série não estava completa e consistente, realizou-se um ajuste
pela taxa de consumo média em cada UGH, por faixa de população, de acordo com os dados
do Quadro 7.7.
Em presença da série histórica entre 2010 e 2014, realizou-se a captura da tendência de
modificação da taxa média de consumo da população ao longo desses anos, que variou
positiva ou negativamente para cada município. Obteve-se, dessa forma, um per capita
específico para cada um dos 393 municípios da bacia ao longo do prazo de cenarização.
Da mesma forma que para as projeções exógenas de demografia e economia, utilizou-se o
conceito de influência reduzida do passado sobre o futuro quanto mais para frente deste
último se caminha. Ou seja, a identificação da tendência passada no aumento (ou redução) de
consumo per capita condiciona com maior intensidade o futuro imediato, perdendo força no
longo prazo.
QUADRO 7.7 - TAXAS MÉDIAS DE CONSUMO POR FAIXA POPULACIONAL E UGH
Vertente UGH
Consumo médio per capita (L/hab.dia)
até 5 mil
habitantes
entre 5 e 35
mil hab.
entre 35 e 75
mil hab.
maior que
75 mil hab.
Mineira
GD 01- Alto Grande 133 135 - -
GD 02- Vertentes do Rio Grande 118 131 135 143
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 154 150 166 -
GD 04 -Verde 195 168 167 148
GD 05 - Sapucaí 163 151 144 158
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 161 146 147 169
GD 07 - Médio Grande 145 153 155 177
GD 08 - Baixo Grande 177 160 141 190
Paulista
UGRHI 01 -Mantiqueira 193 233 278 -
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 181 198 235 213
UGRHI 15 - Turvo/Grande 192 181 195 225
UGRHI 04 - Pardo 176 198 179 240
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 190 162 169 164
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 173 229 208 198
Nota: colunas sem dados indicam a ausência de municípios na UGH na faixa populacional adotada
O Quadro 7.8 resume os critérios adotados para o tratamento das forçantes endógenas no que
se refere à projeção das demandas hídricas para abastecimento urbano, nos três cenários.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 147
QUADRO 7.8 - CENÁRIOS PARA A FORÇANTE ENDÓGENA DE ABASTECIMENTO URBANO
Forçante
Cenários
Tendencial Acelerado Moderado
Taxa média de consumo
de água per capita
Identificação das tendências
passadas entre os anos de 2010
e 2014, não ultrapassando a
faixa do desvio padrão da série
total, tanto para as tendências
de aumento como de redução
de consumo
Ritmos de alteração nos padrões
de consumo são alterados em
15%, significando uma queda
dessa magnitude na redução de
consumo e um aumento dessa
magnitude no aumento do
consumo
Ritmos de alteração nos padrões
de consumo são alterados em
15%, significando um aumento
dessa magnitude na redução de
consumo e uma redução dessa
magnitude no aumento do
consumo
7.2.2.2 Abastecimento da População Rural
A demanda de água para abastecimento humano no âmbito rural é derivada de um parâmetro
de consumo per capita de 125 litros por habitante por dia. Diferentemente do parâmetro para
o consumo médio de água em área urbana, que é atendida por companhias de abastecimento
que se reportam ao SNIS, não há equivalente para o meio rural. Uma vez que o atual
parâmetro já é uma aproximação razoável, porém sem especificidade local, além de ter sido
utilizado na etapa de Diagnóstico, considerou-se sua manutenção ao longo do período de
projeção.
7.2.2.3 Dessedentação Animal
De posse das tendências do perfil do rebanho para cada município da bacia, compuseram-se
os três cenários em seu rebatimento pela demanda de água, fazendo-se uso das mesmas taxas
BEDA do diagnóstico, a saber (em litros por animal por dia): 50 L bovino, 50 L bubalino, 40 L
equinos, 10 L suínos, 8 L ovinos, 8 L caprinos e 0,2 L galináceos.
O Quadro 7.9 resume os critérios adotados para tratamento das forçantes endógenas no que se
refere à projeção das demandas hídricas para dessedentação animal, nos três cenários.
QUADRO 7.9 - CENÁRIOS PARA A FORÇANTE ENDÓGENA DE DESSEDENTAÇÃO ANIMAL
Forçante
Cenários
Tendencial Acelerado Moderado
Perfil dos
rebanhos
bovinos,
bubalinos,
suínos, ovinos,
caprinos,
galináceos e
equinos
Identificação das tendências
passadas entre os anos de 2010 e
2014, não ultrapassando um
mínimo de 20% do rebanho atual e
nem os limites físicos do município
para comportar o rebanho de
pastoreio
Alteração nas tendências de cada
rebanho em função do sinal
histórico:
i) bovino e bubalino: 10% maior
para a tendência de aumento e 10%
menor para a tendência de
redução;
ii) suíno: manutenção da tendência;
iii) ovinos e caprinos: 10% menor
para a tendência de aumento e 10%
maior para a tendência de redução;
iv) galináceos: 10% maior para a
tendência de aumento e 10%
menor para a tendência de
redução;
v) equinos: manutenção da
tendência.
Alteração nas tendências de cada
rebanho em função do sinal
histórico:
i) bovino e bubalino: 20% maior
para a tendência de aumento e 20%
menor para a tendência de
redução;
ii) suíno: 10% menor para a
tendência de aumento e 10% maior
para a tendência de redução;
iii) ovinos e caprinos: 10% menor
para a tendência de aumento e 10%
maior para a tendência de redução;
iv) galináceos: 20% maior para a
tendência de aumento e 20%
menor para a tendência de
redução;
v) equinos: manutenção da
tendência.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 148
7.2.2.4 Abastecimento Industrial
Não obstante a dificuldade intrínseca de se obter dados suficientes para indicar a tendência no
futuro do uso da água pela indústria, sabe-se que há tendência do setor em reduzir seu
consumo de água por unidade produzida. Adotou-se assim o pressuposto de continuidade na
tendência da indústria local em economizar água, ou seja, de utilizar cada vez menos água
para as mesmas quantidades produzidas.
Portanto, foi considerada uma melhora na eficiência de uso da água na produção (demanda de
água industrial/valor agregado bruto industrial) de 4% na primeira década da projeção, seguido
de uma melhora de 2% na década seguinte e assim por diante. As reduções no consumo de
água sem alterações maiores nos processos produtivos se torna cada vez mais difícil, justo por
isso as projeções reduzem a taxa em 50% a cada década.
O Quadro 7.10 resume os critérios adotados para tratamento das forçantes endógenas no que
se refere à projeção das demandas hídricas para abastecimento industrial, nos três cenários.
QUADRO 7.10 - CENÁRIOS PARA A FORÇANTE ENDÓGENA DE CONSUMO INDUSTRIAL
Forçante
Cenários
Tendencial Acelerado Moderado
Eficiência de uso da água
na produção (demanda de
água industrial/valor
agregado bruto industrial)
Identificação da tendência
passada (entre 2008 e 2014) de
aumento na eficiência de 4% na
1ª década e 2% na 2ª década
Aumento de 20% no ritmo da
tendência identificada,
perfazendo ganho de eficiência
de 4,8% na 1ª década e 2,4%
na 2ª década
Redução de 20% no ritmo da
tendência identificada,
perfazendo ganho de eficiência
de 3,2% na 1ª década e 1,6%
na 2ª década
7.2.2.5 Mineração
De acordo com a metodologia adotada, o setor da mineração apresenta tendência de
crescimento como um todo ̶ padrão esse identificado e devidamente considerado pela
forçante exógena. A demanda de água deste setor usuário sofre, dessa forma, influência de seu
balizador de macrodinâmica, que é, como exposto no item referente às forçantes exógenas,
dado pela variação do valor agregado bruto da indústria em suas projeções nos três cenários
Segundo estudo do Ministério de Minas e Energia (2009), o setor de mineração apresenta
tendência de crescimento da produção em ao menos 4% ao ano pelos próximos 20 anos,
período este válido para o horizonte de planejamento do PIRH Grande.
Justamente para o setor de produção mineral de água, existe uma relação direta entre o
consumo do recurso hídrico e a quantidade produzida, pois é o próprio recurso que se extrai
e, engarrafado, transforma-se em produto final. Pela tendência de macro para microdinâmicas,
têm-se as seguintes taxas anuais acumuladas para a mineração para a bacia ao longo do
horizonte de planejamento do Plano:
3,6% para o cenário tendencial;
2,8% para o cenário moderado;
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 149
5,2% para o cenário acelerado.
Ou seja, dada as taxas utilizadas, que são fruto da tendência das macrodinâmicas identificadas
para a bacia do rio Grande, assim como a linearidade entre o consumo de água e o volume de
produção, que é coincidente nesta atividade específica da mineração, tem-se que o presente
Plano contempla a tendência indicada pelo estudo do Ministério de Minas e Energia antes
mencionado.
7.2.2.6 Irrigação
Critérios Adotados para os Cenários Tendencial, Moderado e Acelerado
A estratégia adotada para a projeção das demandas de irrigação foi ambivalente: i) por um
lado, capturou-se nos cenários tendencial e moderado a influência do passado por meio da
área plantada na região, contabilizando-se a partir de seu crescimento, os ritmos de acréscimo
na área irrigada; ii) por outro, no Cenário Acelerado utilizou-se projeção específica para as
áreas irrigadas, por município, calculadas por metodologia própria da ANA “(Estudos de
Estimativas de Demandas e Usos Consuntivos de Água”, no prelo).
Após projetar as tendências de cada cultura principal quanto à área plantada, utilizou-se de
informação fornecida pelo Diagnóstico para derivar, em relação fixa no cenário tendencial, a
razão desta área que é de fato irrigada (logo, que demanda água), por município. Já para os
cenários alternativos, como se descreve no Quadro 7.11, os ritmos de variação na área irrigada
foram variados.
QUADRO 7.11 - CENÁRIOS PARA A FORÇANTE ENDÓGENA DE AGRICULTURA IRRIGADA
Forçante
Cenários
Tendencial Acelerado Moderado
Perfil principais culturas
irrigadas (cana-de-açúcar,
café e citros), além da
área irrigada sob pivô
central e outras técnicas
Identificação das tendências
passadas para a área plantada,
entre os anos de 2010 e 2014
(não ultrapassando um
mínimo de 20% da área atual
e nem os limites físicos do
município para comportar tal
área) e manutenção da fração
da área plantada que é
irrigada
Aplicação de taxas de variação
na área irrigada para cada
município na bacia, calculadas
em estudo da ANA (Estudos
de Estimativas de Demandas e
Usos Consuntivos de Água),
no prelo
Aumento na área irrigada das
culturas de cana-de-açúcar,
citros e café em 3,5% ao ano
(equivalente à média histórica
nacional da última década de
área irrigada, segundo dados
da CSEI/ABIMAQ), uma vez
que estas culturas são voltadas
ao mercado externo;
manutenção das áreas
irrigadas sob pivô central e
outras tecnologias
Critérios Adotados para o Cenário de Contingência
Considerando as mesmas premissas propostas para o Cenário Acelerado, inseriu-se no Cenário
de Contingência uma lâmina maior de irrigação como consequência do aumento das
temperaturas, considerando as variações apresentadas anteriormente no Quadro 7.5, aplicadas
sobre as lâminas médias e máximas adotadas no Diagnóstico para cada cultura,
respectivamente, 5,86% e 6,68%.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 150
7.2.2.7 Planos e Programas do Setor de Saneamento Básico
Para as projeções do setor de saneamento, foram adotadas as metas dos Planos Municipais de
Saneamento Básico dos municípios que já os elaboraram, no que se refere ao abastecimento
de água, redução de perdas nas redes de distribuição e coleta e tratamento de esgotos, tal
como já apresentado no item 5.1.3 do Diagnóstico.
Para os municípios que ainda não possuem os seus planos, foram adotadas as metas do
PLANSAB para a Região Sudeste, já descritas no item 5.1.1.1 do Diagnóstico, abaixo
reproduzidas:
Cobertura de abastecimento de água: 99% no curto prazo, 100% no médio e longo prazos;
Índice de perdas na distribuição: 33% no curto prazo, 32% no médio e 29% no longo
prazo;
Cobertura de coleta de esgoto: 94% no curto prazo, 95% no médio e 98% no longo prazo;
Índice de tratamento de esgoto: 63% no curto prazo, 72% no médio e 90% no longo prazo.
O recorte temporal das metas dos municípios frente ao saneamento básico se desdobra na
equivalência de curto prazo com o ano de 2020, médio prazo com o ano de 2025 e longo
prazo com o ano de 2035. Uma vez que o presente plano detém como recorte temporal mais
longo o ano de 2030, a ele foi atribuída a meta proporcional que se almeja atingir entre os
objetivos de médio e longo prazos.
O Quadro 7.12 indica os critérios que foram adotados para orientar as projeções de demandas
hídricas quanti-qualitativas no âmbito do setor de saneamento básico, em cada cenário.
QUADRO 7.12 - CRITÉRIOS ADOTADOS PARA O SETOR DE SANEAMENTO BÁSICO NOS CENÁRIOS
Critério
Cenários
Tendencial Acelerado Moderado
Grau de cobertura de
abastecimento de água
potável
Execução conforme planejado
Execução mais otimista do
planejado, antecipando-se um
período
Execução menos otimista do
planejado, postergando-se um
período
Redução de perdas nos
sistemas de
abastecimento
Execução conforme planejado
Execução mais otimista do
planejado, antecipando-se um
período
Execução parcial do
planejado, postergando-se um
período
Grau de cobertura de
coleta de esgoto sanitário Execução conforme planejado
Execução mais otimista do
planejado, antecipando-se um
período
Execução parcial do
planejado, postergando-se um
período
Grau de tratamento de
efluentes Execução conforme planejado
Execução mais otimista do
planejado, antecipando-se um
período
Execução parcial do
planejado, postergando-se um
período
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 151
8. DEMANDAS E BALANÇOS HÍDRICOS QUANTI-QUALITATIVOS FUTUROS
Considerando os pressupostos e critérios apresentados no Capítulo 7, foram obtidas as
projeções das demandas futuras em cada cenário, em quantidade e qualidade, para as águas
superficiais e subterrâneas, e foram efetuados os balanços hídricos correspondentes.
Cabe salientar que os resultados apresentados neste capítulo, tabulados e mapeados,
constituem parte de todos os resultados gerados pelo PIRH-Grande, considerados mais
ilustrativos para a etapa de Prognóstico. Contudo, no Banco de Dados do projeto constam
todos os cálculos efetuados, tais como as demandas de retirada por tipo de uso dos recursos
hídricos, por microbacias, e os cálculos das cargas de Fósforo Total e concentrações de OD,
por microbacias, possibilitando a geração de resultados e mapas adicionais específicos, para os
três horizontes temporais do Plano, sempre que for do interesse do CBH-Grande, CBHs-Bacias
Afluentes e órgãos gestores de recursos hídricos.
8.1 DEMANDAS QUANTITATIVAS
8.1.1 Águas Superficiais
Os Quadros 8.1 a 8.10 apresentam as demandas de consumo setoriais de recursos hídricos,
por UGH, vertentes paulista e mineira e total da bacia do rio Grande, para os cenários
tendencial, moderado, acelerado e de contingência, nos três horizontes temporais
considerados.
Nesses quadros, as últimas colunas apresentam os valores das demandas de consumo totais
máximas mensais e médias anuais, que resultam das variações das demandas de irrigação, uma
vez que esse uso dos recursos hídricos é sazonal.
Os Quadros 8.11 e 8.12 apresentam, respectivamente, as demandas de consumo máximas
anuais e médias mensais totais, por UGH, vertentes paulista e mineira e total da bacia do rio
Grande, para os cenários tendencial, moderado e acelerado, nos três horizontes temporais
considerados, acrescentando-se também os valores do Diagnóstico, para comparação.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 152
QUADRO 8.1 – DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (m³/s) – CENÁRIO TENDENCIAL 2020
UGH Abastecimento
Pop. Urbana
Abastecimento
Pop. Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Máxima
Mensal
Irrigação
Média
Anual
Total -
Irrigação
Máxima
Mensal
Total -
Irrigação
Média
Anual
Vertente
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,045 0,004 0,169 0,101 0,002 0,768 0,296 1,090 0,617
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,237 0,010 0,244 0,806 0,085 3,190 1,269 4,573 2,651
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,306 0,011 0,407 1,460 0,017 8,767 3,899 10,967 6,099
GD 04 - Verde 0,249 0,010 0,226 0,906 0,000 1,498 0,585 2,889 1,976
GD 05 - Sapucaí 0,282 0,013 0,295 0,881 0,179 3,109 1,199 4,759 2,848
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,198 0,005 0,177 1,537 0,084 2,576 0,987 4,577 2,988
GD 07 - Médio Grande 0,232 0,002 0,294 0,470 0,021 2,426 1,054 3,446 2,074
GD 08 - Baixo Grande 0,500 0,002 0,654 0,726 0,056 13,310 4,794 15,248 6,732
Total Vertente Mineira 2,049 0,058 2,466 6,887 0,443 35,645 14,082 47,549 25,985
Vertente
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,073 0,001 0,010 0,000 0,002 0,055 0,021 0,140 0,106
UGRHI 04 - Pardo 0,181 0,004 0,197 2,195 0,047 22,902 8,776 25,525 11,400
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,257 0,006 0,131 0,757 0,047 15,428 6,543 16,626 7,741
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,677 0,013 0,227 3,463 0,299 50,906 19,302 55,586 23,982
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,150 0,002 0,045 0,430 0,008 15,440 5,864 16,073 6,498
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,140 0,008 0,362 0,780 0,040 21,055 7,925 22,384 9,254
Total Vertente Paulista 1,477 0,034 0,972 7,623 0,443 125,786 48,432 136,335 58,981
Total Bacia 3,525 0,093 3,438 14,511 0,886 161,431 62,514 183,883 84,966
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 153
QUADRO 8.2 – DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO TENDENCIAL 2025
UGH Abastecimento
Pop. Urbana
Abastecimento
Pop. Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Máxima
Mensal
Irrigação
Média
Anual
Total -
Irrigação
Máxima
Mensal
Total -
Irrigação
Média
Anual
Vertente
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,047 0,004 0,184 0,104 0,002 0,906 0,348 1,248 0,690
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,246 0,010 0,272 0,829 0,089 3,746 1,480 5,193 2,927
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,314 0,011 0,430 1,500 0,018 9,875 4,350 12,148 6,623
GD 04 - Verde 0,258 0,010 0,242 0,929 0,000 1,796 0,702 3,235 2,141
GD 05 - Sapucaí 0,292 0,014 0,311 0,906 0,188 3,316 1,279 5,028 2,991
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,198 0,005 0,188 1,580 0,088 2,748 1,052 4,807 3,111
GD 07 - Médio Grande 0,239 0,002 0,315 0,484 0,022 2,697 1,165 3,758 2,226
GD 08 - Baixo Grande 0,515 0,002 0,720 0,743 0,058 14,384 5,182 16,423 7,221
Total Vertente Mineira 2,110 0,060 2,662 7,076 0,465 39,467 15,558 51,840 27,930
Vertente
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,074 0,001 0,010 0,000 0,002 0,057 0,022 0,145 0,109
UGRHI 04 - Pardo 0,187 0,004 0,218 2,238 0,049 25,523 9,774 28,220 12,471
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,265 0,006 0,128 0,778 0,050 16,836 7,182 18,063 8,408
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,664 0,014 0,240 3,550 0,314 53,649 20,341 58,430 25,122
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,157 0,002 0,039 0,442 0,008 15,977 6,055 16,623 6,702
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,151 0,008 0,347 0,800 0,042 22,970 8,646 24,317 9,994
Total Vertente Paulista 1,498 0,035 0,981 7,808 0,464 135,012 52,021 145,798 62,807
Total Bacia 3,608 0,095 3,644 14,883 0,930 174,479 67,578 197,638 90,737
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 154
QUADRO 8.3 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO TENDENCIAL 2030
UGH Abastecimento
Pop. Urbana
Abastecimento
Pop. Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Máxima
Mensal
Irrigação
Média
Anual
Total -
Irrigação
Máxima
Mensal
Total -
Irrigação
Média
Anual
Vertente
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,048 0,004 0,190 0,106 0,002 0,948 0,364 1,298 0,714
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,250 0,010 0,282 0,840 0,091 3,927 1,550 5,401 3,023
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,316 0,011 0,441 1,519 0,018 10,257 4,511 12,563 6,817
GD 04 - Verde 0,258 0,010 0,249 0,939 0,000 1,888 0,738 3,345 2,194
GD 05 - Sapucaí 0,295 0,014 0,319 0,918 0,192 3,416 1,318 5,155 3,057
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,200 0,005 0,193 1,600 0,090 2,824 1,081 4,913 3,169
GD 07 - Médio Grande 0,243 0,002 0,324 0,490 0,022 2,793 1,205 3,873 2,286
GD 08 - Baixo Grande 0,524 0,002 0,745 0,751 0,060 14,816 5,337 16,898 7,419
Total Vertente Mineira 2,134 0,060 2,742 7,163 0,476 40,870 16,104 53,446 28,679
Vertente
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,075 0,002 0,010 0,000 0,002 0,059 0,022 0,148 0,111
UGRHI 04 - Pardo 0,190 0,004 0,226 2,257 0,051 26,454 10,129 29,183 12,858
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,269 0,006 0,130 0,787 0,051 17,374 7,419 18,617 8,662
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,661 0,014 0,246 3,589 0,321 55,256 20,949 60,088 25,782
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,157 0,002 0,038 0,448 0,008 16,413 6,217 17,066 6,870
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,155 0,007 0,349 0,810 0,043 23,773 8,949 25,135 10,312
Total Vertente Paulista 1,507 0,035 1,000 7,891 0,475 139,329 53,687 150,237 64,595
Total Bacia 3,641 0,095 3,741 15,054 0,952 180,199 69,790 203,683 93,274
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 155
QUADRO 8.4 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO MODERADO 2020
UGH Abastecimento
Pop. Urbana
Abastecimento
Pop. Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Máxima
Mensal
Irrigação
Média
Anual
Total -
Irrigação
Máxima
Mensal
Total -
Irrigação
Média
Anual
Vertente
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,044 0,004 0,173 0,100 0,002 0,777 0,299 1,099 0,622
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,234 0,010 0,251 0,794 0,083 3,266 1,306 4,638 2,678
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,301 0,011 0,417 1,438 0,016 9,357 4,191 11,540 6,374
GD 04 - Verde 0,246 0,010 0,231 0,894 0,000 1,517 0,594 2,897 1,973
GD 05 - Sapucaí 0,274 0,013 0,300 0,867 0,176 3,185 1,229 4,815 2,860
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,212 0,005 0,180 1,515 0,082 2,624 1,006 4,618 3,000
GD 07 - Médio Grande 0,227 0,002 0,300 0,463 0,020 2,574 1,133 3,588 2,147
GD 08 - Baixo Grande 0,515 0,002 0,673 0,716 0,055 13,570 4,888 15,531 6,849
Total 2,051 0,058 2,525 6,786 0,435 36,870 14,647 48,725 26,502
Vertente
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,071 0,001 0,010 0,000 0,002 0,056 0,021 0,140 0,105
UGRHI 04 - Pardo 0,177 0,004 0,206 2,168 0,046 23,224 8,910 25,825 11,512
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,253 0,006 0,137 0,745 0,047 16,211 6,952 17,399 8,141
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,693 0,013 0,233 3,414 0,294 52,281 19,821 56,928 24,468
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,148 0,002 0,049 0,423 0,008 16,127 6,120 16,757 6,750
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,135 0,008 0,384 0,769 0,039 21,117 7,958 22,451 9,291
Total 1,476 0,034 1,020 7,519 0,434 129,016 49,783 139,499 60,266
Total Bacia 3,527 0,092 3,545 14,305 0,869 165,886 64,429 188,225 86,768
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 156
QUADRO 8.5 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO MODERADO 2025
UGH Abastecimento
Pop. Urbana
Abastecimento
Pop. Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Máxima
Mensal
Irrigação
Média
Anual
Total -
Irrigação
Máxima
Mensal
Total -
Irrigação
Média
Anual
Vertente
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,046 0,004 0,189 0,102 0,002 0,912 0,351 1,255 0,694
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,243 0,010 0,281 0,809 0,086 3,827 1,523 5,257 2,953
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,309 0,011 0,441 1,465 0,017 10,810 4,824 13,054 7,067
GD 04 - Verde 0,254 0,010 0,248 0,908 0,000 1,805 0,708 3,225 2,128
GD 05 - Sapucaí 0,284 0,014 0,317 0,884 0,182 3,407 1,317 5,088 2,998
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,201 0,005 0,192 1,542 0,085 2,798 1,072 4,823 3,097
GD 07 - Médio Grande 0,233 0,002 0,322 0,472 0,021 2,947 1,302 3,997 2,352
GD 08 - Baixo Grande 0,511 0,002 0,744 0,727 0,057 14,726 5,306 16,767 7,348
Total Vertente Mineira 2,081 0,059 2,734 6,909 0,450 41,233 16,404 53,466 28,638
Vertente
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,072 0,001 0,011 0,000 0,002 0,058 0,022 0,144 0,108
UGRHI 04 - Pardo 0,180 0,004 0,230 2,195 0,048 25,921 9,946 28,579 12,605
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,257 0,006 0,137 0,759 0,048 18,186 7,910 19,392 9,117
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,659 0,013 0,248 3,471 0,304 55,689 21,114 60,383 25,809
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,152 0,002 0,041 0,431 0,008 17,028 6,444 17,663 7,078
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,144 0,007 0,375 0,782 0,040 23,056 8,684 24,404 10,032
Total Vertente Paulista 1,463 0,034 1,041 7,638 0,450 139,938 54,121 150,565 64,748
Total Bacia 3,544 0,093 3,775 14,548 0,900 181,171 70,526 204,031 93,386
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 157
QUADRO 8.6 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO MODERADO 2030
UGH Abastecimento
Pop. Urbana
Abastecimento
Pop. Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Máxima
Mensal
Irrigação
Média
Anual
Total -
Irrigação
Máxima
Mensal
Total -
Irrigação
Média Anual
Vertente
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,047 0,004 0,194 0,103 0,002 0,952 0,367 1,303 0,718
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,246 0,010 0,291 0,819 0,088 4,005 1,593 5,459 3,047
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,312 0,011 0,452 1,482 0,017 11,271 5,027 13,545 7,301
GD 04 - Verde 0,257 0,010 0,255 0,918 0,000 1,893 0,742 3,332 2,182
GD 05 - Sapucaí 0,288 0,014 0,325 0,895 0,186 3,507 1,356 5,214 3,063
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,200 0,005 0,197 1,560 0,087 2,873 1,101 4,922 3,150
GD 07 - Médio Grande 0,235 0,002 0,331 0,478 0,021 3,067 1,356 4,134 2,424
GD 08 - Baixo Grande 0,513 0,002 0,769 0,734 0,058 15,166 5,465 17,242 7,541
Total Vertente Mineira 2,098 0,059 2,813 6,988 0,459 42,734 17,007 55,152 29,425
Vertente
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,072 0,001 0,011 0,000 0,002 0,060 0,023 0,146 0,109
UGRHI 04 - Pardo 0,181 0,004 0,239 2,213 0,049 26,839 10,299 29,525 12,985
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,259 0,006 0,138 0,768 0,049 18,860 8,227 20,079 9,447
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,650 0,013 0,254 3,507 0,310 57,426 21,773 62,160 26,506
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,153 0,002 0,041 0,436 0,008 17,570 6,644 18,211 7,285
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,147 0,007 0,378 0,790 0,041 23,843 8,980 25,206 10,343
Total Vertente Paulista 1,462 0,033 1,061 7,715 0,459 144,597 55,945 155,327 66,675
Total Bacia 3,560 0,093 3,874 14,703 0,918 187,331 72,952 210,479 96,100
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 158
QUADRO 8.7 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO ACELERADO 2020
UGH Abastecimento
Pop. Urbana
Abastecimento
Pop. Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Máxima
Mensal
Irrigação
Média
Anual
Total -
Irrigação
Máxima
Mensal
Total -
Irrigação
Média Anual
Vertente
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,046 0,004 0,173 0,103 0,002 0,726 0,280 1,055 0,608
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,241 0,010 0,252 0,815 0,086 3,127 1,258 4,531 2,663
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,310 0,011 0,419 1,476 0,017 10,084 4,530 12,317 6,763
GD 04 - Verde 0,254 0,010 0,232 0,916 0,000 1,469 0,574 2,881 1,986
GD 05 - Sapucaí 0,291 0,014 0,302 0,891 0,182 4,267 1,641 5,946 3,320
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,196 0,005 0,181 1,555 0,085 3,104 1,192 5,126 3,214
GD 07 - Médio Grande 0,237 0,002 0,302 0,476 0,021 2,851 1,241 3,890 2,279
GD 08 - Baixo Grande 0,499 0,002 0,674 0,733 0,057 17,567 6,330 19,533 8,295
Total Vertente Mineira 2,074 0,060 2,535 6,965 0,450 43,194 17,045 55,278 29,128
Vertente
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,074 0,001 0,010 0,000 0,002 0,175 0,067 0,262 0,154
UGRHI 04 - Pardo 0,184 0,004 0,204 2,215 0,048 24,723 9,485 27,380 12,141
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,260 0,006 0,136 0,765 0,048 15,943 6,674 17,159 7,890
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,670 0,014 0,234 3,500 0,304 63,395 24,017 68,117 28,739
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,152 0,002 0,048 0,435 0,008 19,281 7,352 19,924 7,996
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,145 0,008 0,378 0,788 0,040 26,679 10,015 28,038 11,375
Total Vertente Paulista 1,485 0,035 1,011 7,703 0,450 150,196 57,610 160,880 68,294
Total Bacia 3,559 0,095 3,546 14,668 0,899 193,390 74,655 216,157 97,422
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 159
QUADRO 8.8 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO ACELERADO 2025
UGH Abastecimento
Pop. Urbana
Abastecimento
Pop. Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Máxima
Mensal
Irrigação
Média
Anual
Total -
Irrigação
Máxima
Mensal
Total -
Irrigação
Média Anual
Vertente
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,049 0,004 0,193 0,106 0,003 0,849 0,327 1,204 0,682
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,256 0,011 0,286 0,847 0,092 3,560 1,435 5,052 2,927
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,324 0,012 0,451 1,532 0,018 12,495 5,607 14,831 7,943
GD 04 - Verde 0,261 0,011 0,253 0,947 0,000 1,785 0,697 3,257 2,169
GD 05 - Sapucaí 0,303 0,014 0,325 0,926 0,194 5,172 1,989 6,933 3,751
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,205 0,005 0,197 1,613 0,091 3,762 1,445 5,872 3,555
GD 07 - Médio Grande 0,249 0,003 0,329 0,494 0,022 3,575 1,549 4,673 2,646
GD 08 - Baixo Grande 0,527 0,002 0,758 0,758 0,060 22,830 8,228 24,936 10,333
Total Vertente Mineira 2,174 0,062 2,792 7,224 0,479 54,027 21,275 66,758 34,007
Vertente
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,076 0,002 0,011 0,000 0,002 0,187 0,071 0,277 0,161
UGRHI 04 - Pardo 0,191 0,005 0,231 2,276 0,051 29,204 11,201 31,959 13,955
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,269 0,006 0,137 0,794 0,051 17,974 7,499 19,231 8,756
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,661 0,014 0,252 3,620 0,323 74,557 28,241 79,426 33,111
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,155 0,002 0,041 0,451 0,008 21,677 8,269 22,335 8,927
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,154 0,008 0,373 0,816 0,043 31,208 11,711 32,602 13,105
Total Vertente Paulista 1,506 0,036 1,045 7,958 0,478 174,807 66,992 185,829 78,015
Total Bacia 3,680 0,099 3,837 15,181 0,957 228,834 88,267 252,588 112,021
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 160
QUADRO 8.9 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO ACELERADO 2030
UGH
Abastecimento
Pop. Urbana
Abastecimento
Pop. Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Máxima
Mensal
Irrigação
Média
Anual
Total -
Irrigação
Máxima
Mensal
Total -
Irrigação
Média
Anual
Vertente
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,051 0,004 0,202 0,109 0,003 0,898 0,345 1,267 0,715
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,266 0,011 0,301 0,870 0,096 3,738 1,507 5,283 3,052
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,334 0,012 0,470 1,573 0,019 13,442 6,030 15,850 8,439
GD 04 - Verde 0,268 0,011 0,265 0,970 0,000 1,910 0,745 3,423 2,259
GD 05 - Sapucaí 0,312 0,015 0,339 0,951 0,201 5,536 2,130 7,355 3,949
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,212 0,005 0,205 1,656 0,094 4,022 1,545 6,195 3,718
GD 07 - Médio Grande 0,258 0,003 0,345 0,507 0,023 3,857 1,669 4,993 2,804
GD 08 - Baixo Grande 0,546 0,003 0,798 0,775 0,062 24,857 8,958 27,041 11,142
Total Vertente Mineira 2,246 0,064 2,926 7,412 0,499 58,261 22,930 71,408 36,077
Vertente
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,077 0,002 0,011 0,000 0,002 0,193 0,073 0,284 0,165
UGRHI 04 - Pardo 0,196 0,005 0,244 2,320 0,053 30,995 11,886 33,813 14,704
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,276 0,006 0,140 0,815 0,053 18,824 7,846 20,115 9,137
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,668 0,014 0,263 3,707 0,336 78,979 29,915 83,966 34,902
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,158 0,002 0,042 0,463 0,009 22,675 8,651 23,349 9,325
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,159 0,008 0,382 0,837 0,045 33,025 12,391 34,455 13,822
Total Vertente Paulista 1,534 0,036 1,083 8,142 0,497 184,691 70,762 195,983 82,054
Total Bacia 3,780 0,101 4,008 15,554 0,996 242,952 93,693 267,391 118,132
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 161
QUADRO 8.10 - DEMANDAS DE CONSUMO SETORIAIS (M³/S) – CENÁRIO DE CONTINGÊNCIA – 2030
UGH Abastecimento
Pop. Urbana
Abastecimento
Pop. Rural
Dessedentação
Animal Indústria Mineração
Irrigação
Máxima
Mensal
Irrigação
Média
Anual
Total -
Irrigação
Máxima
Mensal
Total -
Irrigação
Média
Anual
Vertente
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,051 0,004 0,202 0,109 0,003 0,958 0,366 1,327 0,735
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 0,266 0,011 0,301 0,870 0,096 3,988 1,596 5,532 3,140
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 0,334 0,012 0,470 1,573 0,019 14,340 6,384 16,748 8,792
GD 04 - Verde 0,268 0,011 0,265 0,970 0,000 2,037 0,789 3,551 2,303
GD 05 - Sapucaí 0,312 0,015 0,339 0,951 0,201 5,906 2,254 7,725 4,073
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,212 0,005 0,205 1,656 0,094 4,291 1,636 6,464 3,808
GD 07 - Médio Grande 0,258 0,003 0,345 0,507 0,023 4,115 1,767 5,250 2,902
GD 08 - Baixo Grande 0,546 0,003 0,798 0,775 0,062 26,518 9,483 28,702 11,667
Total Vertente Mineira 2,246 0,064 2,926 7,412 0,499 62,153 24,274 75,300 37,421
Vertente
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,077 0,002 0,011 0,000 0,002 0,206 0,078 0,297 0,169
UGRHI 04 - Pardo 0,196 0,005 0,244 2,320 0,053 33,065 12,583 35,883 15,401
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 0,276 0,006 0,140 0,815 0,053 20,081 8,306 21,373 9,597
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 0,668 0,014 0,263 3,707 0,336 84,255 31,668 89,242 36,655
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 0,158 0,002 0,042 0,463 0,009 24,190 9,160 24,864 9,834
UGRHI 15 - Turvo/Grande 0,159 0,008 0,382 0,837 0,045 35,231 13,117 36,661 14,548
Total Vertente Paulista 1,534 0,036 1,083 8,142 0,497 197,028 74,911 208,320 86,203
Total Bacia 3,780 0,101 4,008 15,554 0,996 259,181 99,185 283,620 123,624
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 162
QUADRO 8.11 - DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÁXIMA MENSAL (M³/S), POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO E CENÁRIOS TENDENCIAL,
MODERADO, ACELERADO E DE CONTINGÊNCIA
Vertente UGH Diagnóstico
Cenário Tendencial Cenário Moderado Cenário Acelerado Cenário
Contingência
2020 2025 2030 2020 2025 2030 2020 2025 2030 2030
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,987 1,09 1,248 1,298 1,099 1,255 1,303 1,055 1,204 1,267 1,327
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 4,304 4,573 5,193 5,401 4,638 5,257 5,459 4,531 5,052 5,283 5,532
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 9,920 10,962 12,143 12,558 11,534 13,048 13,539 12,308 14,822 15,84 16,738
GD 04 - Verde 2,573 2,889 3,235 3,345 2,897 3,225 3,332 2,881 3,257 3,423 3,551
GD 05 - Sapucaí 4,961 4,763 5,031 5,159 4,819 5,092 5,218 5,950 6,938 7,360 7,729
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 4,321 4,387 4,609 4,710 4,418 4,611 4,704 4,890 5,591 5,895 6,146
GD 07 - Médio Grande 3,230 3,556 3,876 3,994 3,704 4,126 4,267 4,002 4,795 5,120 5,381
GD 08 - Baixo Grande 16,359 15,940 17,153 17,644 16,223 17,496 17,988 20,293 25,794 27,944 29,641
Total Vertente Mineira 46,656 48,158 52,488 54,108 49,332 54,109 55,81 55,911 67,452 72,132 76,045
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,224 0,137 0,141 0,144 0,136 0,140 0,142 0,258 0,273 0,280 0,293
UGRHI 04 - Pardo 22,912 25,607 28,305 29,270 25,911 28,669 29,618 27,482 32,084 33,947 36,026
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 14,587 16,181 17,593 18,137 16,947 18,914 19,590 16,682 18,698 19,557 20,791
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 56,470 55,699 58,548 60,209 57,048 60,511 62,292 68,258 79,592 84,142 89,428
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 17,264 15,938 16,480 16,920 16,619 17,515 18,059 19,785 22,183 23,192 24,703
UGRHI 15 - Turvo/Grande 23,099 22,163 24,083 24,895 22,232 24,173 24,969 27,782 32,305 34,141 36,334
Total Vertente Paulista 134,556 135,725 145,15 149,574 138,893 149,922 154,669 160,247 185,135 195,258 207,574
Total Bacia do Rio Grande 181,212 183,883 197,638 203,683 188,225 204,031 210,479 216,157 252,588 267,391 283,619
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 163
QUADRO 8.12 – DEMANDA TOTAL DE CONSUMO MÉDIA ANUAL (M³/S), POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO E CENÁRIOS TENDENCIAL,
MODERADO, ACELERADO E DE CONTINGÊNCIA
Vertente UGH Diagnóstico
Cenário Tendencial Cenário Moderado Cenário Acelerado
Cenário
Contingênci
a
2020 2025 2030 2020 2025 2030 2020 2025 2030 2030
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,557 0,617 0,690 0,714 0,622 0,694 0,718 0,608 0,682 0,715 0,735
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 2,482 2,651 2,927 3,023 2,678 2,953 3,047 2,663 2,927 3,052 3,140
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 5,593 6,099 6,623 6,817 6,374 7,067 7,301 6,763 7,943 8,439 8,792
GD 04 - Verde 1,806 1,976 2,141 2,194 1,973 2,128 2,182 1,986 2,169 2,259 2,303
GD 05 - Sapucaí 2,850 2,848 2,991 3,057 2,860 2,998 3,063 3,320 3,751 3,949 4,073
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 2,921 2,988 3,111 3,169 3,000 3,097 3,150 3,214 3,555 3,718 3,808
GD 07 - Médio Grande 1,902 2,074 2,226 2,286 2,147 2,352 2,424 2,279 2,646 2,804 2,902
GD 08 - Baixo Grande 6,845 6,732 7,221 7,419 6,849 7,348 7,541 8,295 10,333 11,142 11,667
Total Vertente Mineira 24,956 25,985 27,930 28,679 26,502 28,638 29,425 29,128 34,007 36,077 37,421
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,128 0,106 0,109 0,111 0,105 0,108 0,109 0,154 0,161 0,165 0,169
UGRHI 04 - Pardo 10,338 11,400 12,471 12,858 11,512 12,605 12,985 12,141 13,955 14,704 15,401
UGRHI 08 - Sapucaí/Grande 6,979 7,741 8,408 8,662 8,141 9,117 9,447 7,890 8,756 9,137 9,597
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 24,204 23,982 25,122 25,782 24,468 25,809 26,506 28,739 33,111 34,902 36,655
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 6,924 6,498 6,702 6,870 6,750 7,078 7,285 7,996 8,927 9,325 9,834
UGRHI 15 - Turvo/Grande 9,578 9,254 9,994 10,312 9,291 10,032 10,343 11,375 13,105 13,822 14,548
Total Vertente Paulista 58,151 58,981 62,807 64,595 60,266 64,748 66,675 68,294 78,015 82,054 86,203
Total Bacia 83,107 84,966 90,737 93,274 86,768 93,386 96,100 97,422 112,021 118,132 123,624
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 164
Considerando os consumos máximos mensais, pelo Quadro 8.11, observa-se que, em todos os
cenários, a participação das demandas das UGHs da vertente paulista no total das demandas
da bacia permanece no patamar de cerca de 73% a 74%, destacando-se as UGRHIs 09, 04 e
15; na vertente mineira, com cerca de 26% a 27% do total das demandas da bacia, a GD 08 e
a GD 03 são as responsáveis pelos maiores valores.
O crescimento das demandas totais de consumo máximo em cada cenário futuro está ilustrado
no Gráfico 8.1, em que se apresenta também o total das demandas do Diagnóstico, para
comparação.
Gráfico 8.1 – Demandas Hídricas de Consumo Máximas Totais de Águas Superficiais – Diagnóstico e Cenários
Futuros
Conforme seria esperado, o Cenário Acelerado do horizonte de 2030 apresenta as maiores
demandas, correspondendo a um aumento de cerca de 48% em relação às demandas do
Diagnóstico.
Os dados do Quadro 8.11 indicam que o aumento previsto nas lâminas d’água necessárias
para irrigação das culturas no Cenário de Contingência pode resultar num acréscimo de
aproximadamente 17 m³/s nas demandas totais da bacia do rio Grande, correspondendo a
cerca de 6% do total estimado para o Cenário Acelerado de 2030. Na vertente paulista, esse
percentual também é de 6%, e na vertente mineira, é de cerca de 5%.
8.1.2 Águas Subterrâneas
O Quadro 8.13 apresenta as demandas de águas subterrâneas de retirada obtidas para os
Cenários Atual, Tendencial, Acelerado e Moderado, por UGH e totais, considerando, para as
projeções futuras, os mesmos critérios adotados para projeção das demandas de águas
superficiais.
Não foi considerado o suprimento hídrico por mananciais subterrâneos para dessedentação
animal, visto que toda a demanda está considerada no cômputo das demandas de águas
superficiais; vale observar que, de acordo com os bancos de outorgas do DAEE e do IGAM, a
vazão de retirada total de águas subterrâneas na bacia do rio Grande para dessedentação
animal é de apenas 0,3 m³/s.
181
184
198
204
188
204
210
216
253
267
284
0 50 100 150 200 250 300
Diagnóstico
Tendencial 2020
Tendencial 2025
Tendencial 2030
Moderado 2020
Moderado 2025
Moderado 2030
Acelerado 2020
Acelerado 2025
Acelerado 2030
Contingência 2030
Demandas máximas totais de consumo (m³/s)
Cen
ário
s
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 165
QUADRO 8.13 - DEMANDA TOTAL DE RETIRADA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS (m³/s), POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO E CENÁRIOS TENDENCIAL,
MODERADO, ACELERADO E DE CONTINGÊNCIA
Vertente UGH Diagnóstico
Cenário Tendencial Cenário Moderado Cenário Acelerado Cenário
Contingência
2020 2025 2030 2020 2025 2030 2020 2025 2030 2030
Mineira
GD 01 - Alto Grande 0,145 0,186 0,197 0,200 0,181 0,191 0,194 0,191 0,204 0,212 0,212
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 1,163 1,887 1,964 1,995 1,859 1,927 1,952 1,926 2,049 2,120 2,121
GD 03 - Entorno do Reservatório de Furnas 1,543 1,775 1,839 1,856 1,746 1,810 1,830 1,810 1,902 1,964 1,967
GD 04 - Verde 1,023 1,126 1,159 1,159 1,109 1,141 1,153 1,148 1,177 1,206 1,206
GD 05 - Sapucaí 1,110 1,342 1,394 1,407 1,308 1,355 1,376 1,385 1,445 1,487 1,488
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 0,907 0,923 0,932 0,944 0,965 0,935 0,935 0,925 0,971 1,004 1,006
GD 07 - Médio Grande 0,846 0,976 1,007 1,021 0,960 0,991 1,005 1,005 1,057 1,096 1,099
GD 08 - Baixo Grande 1,905 1,882 1,853 1,882 2,016 1,906 1,882 1,844 1,950 2,022 2,026
Total Vertente mineira 8,641 10,097 10,346 10,466 10,143 10,256 10,329 10,234 10,755 11,111 11,125
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 0,263 0,345 0,353 0,359 0,338 0,341 0,342 0,352 0,362 0,367 0,367
UGRHI 04 - Pardo 6,555 6,708 6,921 7,008 6,619 6,746 6,794 6,849 7,102 7,272 7,298
UGRHI 08 – Sapucaí/Grande 2,702 2,807 2,906 2,954 2,779 2,853 2,884 2,849 2,961 3,044 3,059
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 8,630 8,467 8,616 8,644 8,584 8,601 8,615 8,778 9,043 9,248 9,398
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 4,594 3,870 3,840 3,915 4,046 4,098 4,209 4,935 5,267 5,430 5,654
UGRHI 15 -Turvo/Grande 8,745 9,293 10,040 10,192 9,252 9,916 10,021 9,766 10,555 10,836 11,129
Total Vertente paulista 31,490 31,491 32,678 33,072 31,618 32,555 32,865 33,530 35,290 36,199 36,905
Total Bacia do Rio Grande 40,131 41,589 43,023 43,537 41,761 42,812 43,194 43,764 46,045 47,310 48,030
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 166
Os dados do Quadro 8.13 mostram um uso mais intensivo das águas subterrâneas na vertente
paulista, chegando perto de 80% do total da bacia do rio Grande em todos os cenários, com
destaque às UGRHIs 09 e 15. Na vertente mineira, a GD 08 é a UGH que mais faz uso dos
aquíferos.
No Gráfico 8.2, verifica-se que a projeção das demandas de águas subterrâneas nos cenários
futuros se mostra crescente, correspondendo a um acréscimo no Cenário Acelerado de 2030
que pode chegar a quase 20% do total estimado na etapa de Diagnóstico.
Gráfico 8.2 – Demandas Hídricas de Retirada Totais de Águas Subterrâneas – Cenários Atual e Futuros
8.2 DEMANDAS QUALITATIVAS
No Quadro 8.14, apresentam-se as cargas remanescentes totais de DBO5,20
obtidas para os
Cenários Atual, Tendencial, Acelerado e Moderado, por UGH e totais, calculadas mediante a
projeção futura das cargas do Cenário Atual, originadas da população urbana e rural, e das
outorgas para os seguintes usos dos recursos hídricos: abastecimento industrial, mineração e
criação animal. Essas cargas representam tanto os retornos de efluentes gerados pelo uso de
mananciais de superfície quanto subterrâneos. Quanto à irrigação, não foi considerada a
geração de caras poluentes de DBO5,20
advinda da agricultura irrigada, tal como já estabelecido
na etapa de Diagnóstico.
Cabe salientar que as demandas qualitativas consideradas na etapa de Prognóstico são apenas
aquelas oriundas de fontes pontuais, ou aquelas que resultam em retornos constantes, tendo
em vista subsidiar os balanços hídricos futuros que foram realizados com as vazões de
referência Q7,10
e Q95%
, portanto, vazões de estiagem; as cargas poluentes difusas resultantes da
criação animal são geradas e têm importância somente em períodos de vazões de cheia, razão
pela qual não foram computadas.
O Banco de Dados do projeto inclui as projeções de cargas totais e remanescentes de fósforo
total e nitrogênio total geradas por fontes poluentes pontuais.
40
42
43
44
42
43
43
44
46
47
48
36 38 40 42 44 46 48 50
Diagnóstico
Tendencial 2020
Tendencial 2025
Tendencial 2030
Moderado 2020
Moderado 2025
Moderado 2030
Acelerado 2020
Acelerado 2025
Acelerado 2030
Contingência 2030
Demandas totais de retirada (m³/s)
Cen
ário
s
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 167
QUADRO 8.14 – CARGAS REMANESCENTES DE DBO5,20
(KG/DIA), POR UGH E TOTAL – DIAGNÓSTICO E CENÁRIOS TENDENCIAL, MODERADO E
ACELERADO
Vertente UGH Diagnóstico
Cenário Tendencial Cenário Moderado Cenário Acelerado
2020 2025 2030 2020 2025 2030 2020 2025 2030
Mineira
GD 01 - Alto Grande 5.394,70 3.939,10 3.600,80 3.073,70 5.711,30 3.975,70 3.597,70 3.621,80 3.182,30 2.946,30
GD 02 - Vertentes do Rio Grande 18.133,80 13.184,40 11.912,80 10.245,20 19.154,90 13.306,50 11.900,80 11.983,70 10.610,90 9.837,10
GD 03 - Entorno do Reservatório
de Furnas 31.698,80 20.863,90 19.491,10 16.918,80 33.162,00 21.057,80 19.475,10 19.605,70 17.515,90 16.513,90
GD 04 - Verde 18.980,50 13.719,90 11.754,50 10.211,60 19.827,40 13.847,10 11.743,90 11.823,90 10.573,20 9.989,60
GD 05 - Sapucaí 21.318,40 16.872,70 16.403,90 14.980,20 21.530,00 17.023,10 16.374,90 16.482,70 15.492,00 15.139,30
GD 06 - Mogi Guaçu/Pardo 20.477,30 10.444,40 9.945,40 8.658,50 21.329,60 10.536,00 9.928,00 9.987,40 8.941,40 8.406,60
GD 07 - Médio Grande 15.266,40 10.234,50 9.800,10 8.291,80 15.715,40 10.326,60 9.784,00 9.841,70 8.566,80 8.394,50
GD 08 - Baixo Grande 15.209,10 10.605,70 10.545,90 10.087,00 15.449,90 10.720,00 10.537,90 10.572,60 10.411,40 10.419,20
Vertente mineira 146.479,10 99.864,60 93.454,40 82.466,60 151.880,40 100.792,90 93.342,20 93.919,60 85.293,80 81.646,50
Paulista
UGRHI 01 - Mantiqueira 3.087,80 947,80 975,70 996,60 3.343,80 943,60 947,80 961,40 1.001,50 1.032,80
UGRHI 04 - Pardo 25.952,90 18.347,10 17.113,30 16.028,60 24.480,50 18.265,50 16.639,50 16.884,90 16.136,80 15.794,80
UGRHI - 08 Sapucaí/Grande 14.672,80 9.961,00 9.763,20 9.423,50 11.318,10 9.915,00 9.482,00 9.628,10 9.478,60 9.481,30
UGRHI 09 - Mogi Guaçu 50.122,00 29.545,30 29.785,70 29.499,40 49.338,60 29.457,20 29.068,90 29.378,90 29.688,70 30.141,10
UGRHI 12 - Baixo Pardo-Grande 7.969,30 6.028,80 5.710,40 4.848,40 8.104,00 6.003,80 5.550,30 5.626,00 4.873,60 4.474,20
UGRHI 15 -Turvo/Grande 27.700,60 19.246,50 18.651,20 17.292,00 22.203,90 19.127,90 17.984,00 18.410,90 17.518,10 17.360,20
Vertente paulista 129.505,30 84.076,50 81.999,60 78.088,40 118.788,80 83.712,90 79.672,40 80.890,20 78.697,30 78.284,40
Total Bacia do Rio Grande 275.984,50 183.941,10 175.453,90 160.555,00 270.669,30 184.505,80 173.014,70 174.809,90 163.991,10 159.930,90
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 168
Os dados do Quadro 8.14 mostram que as UGHs da vertente mineira são responsáveis por
uma geração de carga remanescente de DBO5,20
na bacia, computada no presente Prognóstico,
de cerca de 53% do total estimado para o Cenário Atual, reduzindo essa participação nos
Cenários Tendencial e Acelerado para o ano de 2030 para cerca de 51%, e no Cenário
Moderado, aumentando para aproximadamente para 54%.
A vertente paulista contribui com cerca de 47% de toda a carga remanescente de DBO5,20
da
bacia do rio Grande na situação atual, aumentando este percentual para 49% nos Cenários
Tendencial e Acelerado para o horizonte do ano de 2030, com redução para 46% no Cenário
Moderado (2030).
A análise do Quadro 8.14 permite observar que os critérios adotados para o setor de
saneamento básico para os cenários futuros, descritos no Capítulo 7, referentes ao atendimento
tanto das metas dos Planos de Saneamento Básico Municipais quanto do PLANSAB, nos
municípios aplicáveis, resultam num abatimento expressivo das cargas de DBO5,20
na bacia do
rio Grande nos cenários alternativos, segundo ilustrado no Gráfico 8.3.
Gráfico 8.3 - Cargas Remanescentes de DBO
5,20 – Diagnóstico, Cenários Tendencial, Acelerado e Moderado
Comparando os valores do Cenário Atual com os valores do Cenário Acelerado de 2030,
quando se esperam os melhores desempenhos dos municípios com relação aos indicadores de
coleta e tratamento de esgotos, verifica-se uma redução da carga remanescente de DBO5,20
na
bacia do rio Grande de 116.054 kg/dia, equivalente a uma redução percentual de 73%.
Considerando a relevância desses dados no contexto do cenário futuro de longo prazo para a
bacia no que se refere à qualidade das águas, ratifica-se o que já foi exposto na etapa de
Diagnóstico quanto à necessidade de que o setor de saneamento básico se instrumentalize
para colocar em prática as metas dos municípios que já elaboraram seus PMSBs, bem como
para elaborar os Planos Municipais faltantes, respeitando, sempre que possível, as metas do
PLANSAB.
275.985
183.941
175.454
160.555
270.669
184.506
173.015
174.810
163.991
159.931
0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000
Diagnóstico
Tendencial 2020
Tendencial 2025
Tendencial 2030
Moderado 2020
Moderado 2025
Moderado 2030
Acelerado 2020
Acelerado 2025
Acelerado 2030
Cargas remanescentes de DBO5,20 (kg/dia)
Ce
nár
ios
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 169
8.3 BALANÇOS HÍDRICOS QUANTI-QUALITATIVOS NOS CENÁRIOS FUTUROS
Os balanços hídricos quanti-qualitativos nos cenários futuros constituíram atividade essencial,
tendo em vista, principalmente, subsidiar a concepção do Cenário do Plano, ponto de partida
para o estabelecimento do Plano de Ações, próxima etapa dos estudos.
8.3.1 Balanço Hídrico Quantitativo Futuro – Águas Superficiais
O balanço hídrico quantitativo das águas superficiais foi realizado por microbacias, mediante o
quociente entre demanda e disponibilidade, estando representado em percentuais.
Nas Figuras 8.1 a 8.4, apresentam-se os resultados dos balanços hídricos quantitativos
realizados para as demandas de consumo máximas com a vazão Q7,10
, para o ano de 2030, nos
Cenários Tendencial, Moderado, Acelerado e de Contingência. No Banco de Dados do
projeto, constam também os balanços de consumo médios e de retirada elaborados com as
vazões Q7,10
e Q95%
para os três horizontes temporais considerados – anos de 2020, 2025 e
2030.
Nessas figuras, observa-se que, no horizonte do Plano, ano de 2030, não são previstas
alterações espaciais expressivas nas áreas em que ocorrem os balanços hídricos mais críticos
entre os cenários alternativos prognosticados, com exceção do Cenário de Contingência, que,
por representar aumento das demandas para irrigação, apresenta maior quantidade de
microbacias em situações críticas.
8.3.2 Balanço Hídrico Quantitativo Futuro – Águas Subterrâneas
O balanço hídrico futuro de águas subterrâneas foi realizado tendo como recorte espacial as
UGHs, e está exposto no Quadro 8.14, para os Cenários Tendencial, Acelerado, Moderado e
de Contingência, considerando o horizonte do ano de 2030. Esse recorte foi adotado tendo em
vista que a disponibilidade subterrânea foi definida na etapa de Diagnóstico considerando os
aquíferos ocorrentes em cada UGH.
Observando os dados do referido quadro, verifica-se que o balanço hídrico das águas
subterrâneas, em todos os cenários, se mostra confortável, uma vez que a água subterrânea
ainda disponível, após o atendimento das demandas corresponde, em média, a 80% da
disponibilidade total da bacia.
Verificando cada UGH em particular, também não se identificam déficits em nenhuma delas,
estando a água subterrânea disponível, após o atendimento das demandas, num patamar de
50% ou mais da disponibilidade hídrica subterrânea total de cada UGH.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 170
Figura 8.1 – Balanço Hídrico Quantitativo – Demandas de Consumo Máximas Mensais e Vazão Q
7,10 - Cenário Tendencial 2030
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 171
Figura 8.2 - Balanço Hídrico Quantitativo – Demandas de Consumo Máximas Mensais e Vazão Q
7,10 - Cenário Moderado 2030
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 172
Figura 8.3 - Balanço Hídrico Quantitativo – Demandas de Consumo Máximas Mensais e Vazão Q
7,10 - Cenário Acelerado 2030
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 173
Figura 8.4 - Balanço Hídrico Quantitativo – Demandas de Consumo Máximas Mensais e Vazão Q
7,10 - Cenário de Contingência
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 174
QUADRO 8.15 – BALANÇO HÍDRICO QUANTITATIVO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - 2030
Vertente UGH
Disponibilidade
Hídrica
Subterrânea
(m³/s)
Cenário Tendencial Cenário Moderado Cenário Acelerado Cenário de Contingência
Demandas
Totais
(m³/s)
Agua
Subterrânea
Disponível
(m³/s)
Demandas
Totais
(m³/s)
Agua
Subterrânea
Disponível
(m³/s)
Demandas
Totais
(m³/s)
Agua
Subterrânea
Disponível
(m³/s)
Demandas
Totais
(m³/s)
Agua
Subterrânea
Disponível
(m³/s)
Mineira
GD 01 Alto Grande 14,34 0,18 14,16 0,18 14,16 0,21 14,13 0,21 14,13
GD 02 Vertentes do Rio Grande 17,06 2,00 15,06 1,95 15,11 2,12 14,94 2,12 14,94
GD 03 Entorno do Reservatório de Furnas 26,95 1,86 25,09 1,83 25,12 1,96 24,99 1,97 24,98
GD 04 Verde 11,19 1,15 10,04 1,14 10,05 1,21 9,98 1,21 9,98
GD 05 Sapucaí 14,24 1,41 12,83 1,38 12,86 1,49 12,75 1,49 12,75
GD 06 Mogi Guaçu/Pardo 9,56 0,88 8,68 0,87 8,69 1,00 8,56 1,01 8,55
GD 07 Médio Grande 16,51 1,01 15,50 1,00 15,51 1,10 15,41 1,10 15,41
GD 08 Baixo Grande 30,12 1,77 28,35 1,77 28,35 2,02 28,10 2,03 28,09
Vertente mineira 139,97 10,25 129,72 10,12 129,85 11,11 128,86 11,12 128,85
Paulista
UGRHI 01 Mantiqueira 1,07 0,37 0,70 0,35 0,72 0,37 0,70 0,37 0,70
UGRHI 04 Pardo 15,17 7,19 7,98 6,96 8,21 7,27 7,90 7,30 7,87
UGRHI 08 Sapucaí/Grande 15,99 2,96 13,03 2,89 13,10 3,04 12,95 3,06 12,93
UGRHI 09 Mogi Guaçu 24,76 8,74 16,02 8,71 16,05 9,25 15,51 9,40 15,36
UGRHI 12 Baixo Pardo-Grande 12,24 3,74 8,50 4,04 8,20 5,43 6,81 5,65 6,59
UGRHI 15 Turvo/Grande 23,82 10,29 13,53 10,12 13,70 10,84 12,98 11,13 12,69
Vertente paulista 93,05 33,29 59,76 33,07 59,98 36,20 56,85 36,90 56,15
Bacia do Rio Grande 233,02 43,54 189,48 43,19 189,83 47,31 185,71 48,02 185,00
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 175
Conforme já observado para a etapa de Diagnóstico, é importante destacar que os resultados
do balanço hídrico de águas subterrâneas consideram os aquíferos ocorrentes nas UGHs como
um todo e não representam particularidades locais, podendo ocorrer, portanto, problemas
localizados.
Pelo que se observa no balanço hídrico apresentado no Quadro 8.15, há grande
disponibilidade hídrica subterrânea e potencial de aumento de sua exploração no futuro. Assim
sendo, é de se esperar uma crescente demanda por esses recursos hídricos e o crescimento de
pressões pela sua utilização e que essa ocorrência se manifeste de forma mais acentuada em
regiões em que se observe comprometimento dos mananciais superficiais com o abastecimento
das demandas. Isto posto, enfatiza-se a necessidade de gerenciamento dos aquíferos existentes
na bacia e de controle dos potenciais pontos de contaminação das águas subterrâneas.
8.3.3 Balanço Hídrico Qualitativo Futuro – Águas Superficiais
Para o balanço hídrico qualitativo das águas superficiais nos cenários futuros, foi utilizado o
mesmo modelo matemático adotado na etapa de Diagnóstico, visando à simulação da
propagação das cargas de DBO5,20
e Ptotal
e o balanço de oxigênio dissolvido (OD) por
microbacias.
Os resultados da modelagem para o parâmetro DBO5,20
estão apresentados nos mapas das
Figuras 8.4 a 8.8, para a vazão Q7,10,
respectivamente, para os Cenários Tendencial, Moderado,
Acelerado e de Contingência, no horizonte de 2030. No Banco de Dados do projeto, estão os
valores obtidos para a DBO5,20
com a vazão Q95%
para os horizontes dos anos de 2020, 2025 e
2030, e todos os resultados para os parâmetros OD e Ptotal
.
Da mesma forma como adotado para o Diagnóstico, os resultados dos balanços qualitativos
futuros estão representados por faixas de concentração de DBO5,20
na rede de drenagem das
microbacias.
Devido à redução de cargas poluentes das áreas urbanas prevista nos cenários, com melhores
indicadores no Cenário Acelerado, o balanço hídrico qualitativo nesse cenário se mostra mais
favorável que nos demais. No Quadro 8.16, apresentam-se, a título de comparação, os
percentuais de trechos de cursos d’água atualmente enquadrados em cada classe e os
percentuais que atendem às Classes 1, 2, 3 e 4, no Cenário Tendencial de 2030, observando-
se, novamente, a influência da melhora dos serviços de coleta e tratamento de esgotos prevista
no Cenário Tendencial.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 176
QUADRO 8.16 – PERCENTUAL DOS TRECHOS DE CURSOS D’ÁGUA CONFORME
ENQUADRAMENTO ATUAL E CLASSES ATENDIDAS NO CENÁRIO TENDENCIAL DO ANO DE 2030
UGH
Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
Atual Tendencial
2030 Atual
Tendencial
2030 Atual
Tendencial
2030 Atual
Tendencial
2030
GD 01 - Alto Rio Grande 92% 96% 4% 2% 2% 1% 1% 0,6%
GD 02 - Vertentes do Rio
Grande 69% 71% 9% 15% 13% 10% 9% 4%
GD 03 - Entorno do Lago de
Furnas 58% 59% 21% 26% 12% 11% 8% 3%
GD 04 - Rio Verde 64% 67% 17% 23% 13% 7% 6% 2%
GD 05 - Rio Sapucaí 40% 42% 31% 37% 22% 17% 7% 4%
GD 06 - Afluentes Mineiros dos
Rios Mogi Guaçu e Pardo 38% 41% 36% 37% 13% 17% 13% 5%
GD 07 - Afluentes Mineiros do
Médio Rio Grande 69% 70% 14% 22% 8% 6% 9% 3%
GD 08 - Afluentes Mineiros do
Baixo Rio Grande 76% 80% 8% 9% 10% 9% 5% 2%
Vertente Mineira 65% 68% 16% 20% 12% 10% 7% 3%
UGRHI 01 - Serra da
Mantiqueira 24% 59% 22% 26% 16% 11% 38% 4%
UGRHI 04 - Rio Pardo 45% 46% 21% 22% 26% 27% 9% 6%
UGRHI 08 - Sapucaí-Mirim e
Grande 39% 35% 23% 30% 32% 31% 6% 4%
UGRHI 09 - Rio Mogi Guaçu 25% 27% 18% 23% 44% 44% 13% 6%
UGRHI 12 - Baixo Pardo-
Grande 46% 53% 18% 15% 29% 27% 8% 4%
UGRHI 15 - Rios Turvo e
Grande 33% 31% 16% 18% 32% 37% 19% 14%
Vertente Paulista 35% 36% 19% 22% 34% 35% 12% 7%
Bacia do Rio Grande 54% 56% 17% 21% 20% 19% 9% 5%
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 177
Figura 8.5 - Balanço Hídrico Qualitativo – Concentração de DBO
5,20 e Vazão Q
7,10 – Cenário Tendencial 2030
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 178
Figura 8.6 - Balanço Hídrico Qualitativo – Concentração de DBO
5,20 e Vazão Q
7,10 – Cenário Moderado 2030
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 179
Figura 8.7 - Balanço Hídrico Qualitativo – Concentração de DBO
5,20 e Vazão Q
7,10 – Cenário Acelerado 2030
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 180
Figura 8.8 - Balanço Hídrico Qualitativo – Concentração de DBO
5,20 e Vazão Q
7,10 – Cenário de Contingência 2030
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 181
9. IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRITICAS E O CENÁRIO DO PIRH-GRANDE
Este capítulo apresenta a identificação de áreas críticas da bacia do rio Grande quanto ao
balanço hídrico quali-quantitativo e a estruturação do Cenário do PIRH-Grande, ponto de
partida para a definição do Plano de Ações.
9.1 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS
9.1.1 Quantidade dos Recursos Hídricos
Com base nos resultados dos balanços hídricos quantitativos futuros, foram identificadas as
áreas que apresentaram uma demanda maior que a disponibilidade hídrica em 50% ou mais,
tomando-se por base as simulações realizadas com a vazão Q7,10
, que resultam em condições
mais críticas.
Tais áreas estão apresentadas nas Figuras 9.1 a 9.4, que identificam, para o horizonte do ano
de 2030: as microbacias críticas e os municípios com maiores demandas; os principais usuários
da água por microbacia e por UGH; os três municípios com território na UGH responsáveis
pelas maiores demandas, relacionados em quadro; mapa resumo por UGH, possibilitando
comparar as bacias afluentes quanto aos seus níveis de criticidade no contexto do componente
quantitativo.
Visando aprofundar as causas dos balanços hídricos quantitativos mais críticos da bacia do rio
Grande, foi elaborado o Quadro 9.1, que detalha as análises ilustradas nas Figuras 9.1 a 9.4,
inserindo também os resultados do Diagnóstico, a título de comparação com os cenários
alternativos futuros.
As setas coloridas indicam o sentido das mudanças esperadas na intensidade das criticidades
identificadas de um cenário em direção ao seguinte.
Os municípios assinalados em vermelho no Quadro 9.1 são aqueles que passam a apresentar
as mais altas demandas de um cenário para o outro.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 182
Figura 9.1 - Áreas Críticas Identificadas no Cenário Tendencial – 2030 – Componente Quantitativo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 183
Figura 9.2 - Áreas Críticas Identificadas no Cenário Moderado – 2030 – Componente Quantitativo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 184
Figura 9.3 - Áreas Críticas Identificadas no Cenário Acelerado – 2030 – Componente Quantitativo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 185
Figura 9.4 - Áreas Críticas Identificadas no Cenário de Contingência – 2030 – Componente Quantitativo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 186
QUADRO 9.1- IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUANTITATIVO
Vertente UGH
Cenário Atual - 2016 Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado- 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos
hídricos
Áreas Críticas Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
Mineira
GD 01
Área: 5,14 km²
Municípios: Lima Duarte
Demandas: 0,080 m³/s
(0,1% do total)
Principais demandas:
Indústria – 99,9%
Dessedentação
animal – 0,1%
Área: 37,10 km²
Municípios: Andrelândia, Lima
Duarte e São João Del Rei
Demandas: 0,258 m³/s
(0,2% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 66,0%
Indústria – 33,9%
Área: 37,10 km²
Municípios: Andrelândia,
Lima Duarte e São João Del
Rei
Demandas: 0,255 m³/s
(0,2% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 66,6%
Indústria – 33,2%
Área: 16,85 km²
Municípios: Andrelândia,
Cruzília e Lima Duarte
Demandas: 0,134m³/s
(0,1% do total)
Principais demandas:
Indústria – 67,7%
Irrigação – 32,1%
Área: 124,78 km²
Municípios: Andrelândia,
Cruzília e Lima Duarte
Demandas: 0,147m³/s
(0,1% do total)
Principais demandas:
Indústria – 61,8%
Irrigação – 36,6%
GD 02
Área: 576,89 km²
Municípios: Barbacena,
Carandaí e Ressaquinha
Demandas: 1,897 m³/s
(1,5% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 89,2%
Indústria – 7,1%
Área: 827,32 km²
Municípios: Barbacena,
Carandaí e Ressaquinha
Demandas: 3,023 m³/s
(2,1% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 91,2%
Indústria – 4,8%
Área: 827,32 km²
Municípios: Barbacena,
Carandaí e Ressaquinha
Demandas: 3,021 m³/s
(2,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 91,3%
Indústria – 4,7%
Área: 697,52 km²
Municípios: Barbacena,
Carandaí e Ressaquinha
Demandas: 2,453 m³/s
(1,2% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 89,4%
Indústria – 6,2%
Área: 1.061,83 km²
Municípios: Barbacena,
Carandaí e Ressaquinha
Demandas: 4,694 m³/s
(2,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 93,8%
Indústria – 3,2%
GD 03
Área: 505,04 km²
Municípios: Cabo Verde,
Campestre e Guaxupé
Demandas: 2,372 m³/s
(1,9% do total)
Principais demandas:
Indústria – 52,8%
Irrigação – 45,8%
Área: 990,31 km²
Municípios: Cabo Verde,
Campestre e Três Pontas
Demandas: 4,280 m³/s
(3,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 67,2%
Indústria – 31,6%
Área: 1.022,40 km²
Municípios: Campestre,
Campos Gerais e Três Pontas
Demandas: 4,440 m³/s
(3,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 69,1%
Indústria – 29,7%
Área: 1.189,25 km²
Municípios: Campos Gerais
Formiga e Três Pontas
Demandas: 5,267 m³/s
(2,6% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 72,3%
Indústria – 26,6%
Área: 3.906,29 km²
Municípios: Carmo do Rio
Claro, Formiga e Três
Pontas
Demandas: 10,703 m³/s
(4,7% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 85,0%
Indústria – 13,8%
GD 04
Área: 145,05 km²
Municípios: Três
Corações, Três Pontas e
Varginha
Demandas: 0,609 m³/s
(0,5% do total)
Principais demandas:
Indústria – 53,6%
Irrigação – 46,2%
Área: 267,72 km²
Municípios: Campanha, Três
Corações e Três Pontas
Demandas: 1,229 m³/s
(0,9% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 69,2%
Indústria – 28,6%
Área: 275,75 km²
Municípios: Três Corações,
Três Pontas e Varginha
Demandas: 1,229 m³/s
(0,8% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 69,9%
Indústria – 27,9%
Área: 258,93 km²
Municípios: Três Corações e
Três Pontas e Varginha
Demandas: 1,143 m³/s
(0,6% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 65,8%
Indústria – 31,7%
Área: 356,54 km²
Municípios: Elói Mendes,
Três Corações e Três Pontas
Demandas: 1,596m³/s
(0,7% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 53,1%
Indústria – 44,9%
GD 05
Área: 237,73 km²
Municípios: Estiva,
Paraisópolis e Pouso
Alegre
Demandas: 1,143 m³/s
(0,9% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 54,4%
Indústria – 45,0%
Área: 344,04 km²
Municípios: Paraguaçu,
Paraisópolis e Pouso Alegre
Demandas: 1,593 m³/s
(1,1% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 64,3%
Indústria – 35,0%
Área: 347,34 km²
Municípios: Paraguaçu,
Paraisópolis e Pouso Alegre
Demandas: 1,594 m³/s
(1,1% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 65,2%
Indústria – 34,1%
Área: 704,93 km²
Municípios: Estiva, Paraguaçu
e Pouso Alegre
Demandas: 2,865 m³/s (1,4%
do total)
Principais demandas:
Irrigação – 78,9%
Indústria – 20,2%
Área: 579,14 km²
Municípios: Estiva,
Paraguaçu e Pouso Alegre
Demandas: 2,865 m³/s
(1,2% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 78,1%
Indústria – 21,2%
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 187
...Continuação.
QUADRO 9.1 – IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUANTITATIVO
Vertente UGH
Cenário Atual - 2016 Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado- 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos
hídricos
Áreas Críticas Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
Mineira
(cont.)
GD 06
Área: 362,45 km²
Municípios: Guaranésia,
Monte Santo de Minas e
Poços de Caldas
Demandas: 1,981 m³/s
(1,6% do total)
Principais demandas:
Indústria – 65,3%
Irrigação – 33,0%
Área: 431,43 km²
Municípios: Monte Santo de
Minas, Ouro Fino e Santa
Rita de Caldas
Demandas: 2,380 m³/s
(1,7% do total)
Principais demandas:
Indústria – 60,9%
Irrigação – 37,8%
Área: 443,48 km²
Municípios: Monte Santo de
Minas, Ouro Fino e Santa
Rita de Caldas
Demandas: 2,363 m³/s
(1,6% do total)
Principais demandas:
Indústria – 59,8%
Irrigação – 38,8%
Área: 614,06 km²
Municípios: Monte Santo de
Minas, Poços de Caldas e
Santa Rita de Caldas
Demandas: 2,857 m³/s
(1,4% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 52,5%
Indústria – 46,2%
Área: 591,84 km²
Municípios: Monte Santo
de Minas, Poços de Caldas
e Santa Rita de Caldas
Demandas: 2,916 m³/s
(1,3 do total)
Principais demandas:
Indústria – 53,4%
Irrigação – 45,3%
GD 07
Área: 195,97 km²
Municípios: Passos,
Sacramento e São João
Batista do Glória
Demandas: 1,052 m³/s
(0,8% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 80,0%
Indústria – 19,4%
Área: 221,42 km²
Municípios: Passos,
Sacramento e São João
Batista do Glória
Demandas: 1,468 m³/s
(1,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 84,4%
Indústria – 14,9%
Área: 228,76 km²
Municípios: Passos,
Sacramento e São João
Batista do Glória
Demandas: 1,485 m³/s
(1,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 84,9%
Indústria – 14,4%
Área: 265,06 km²
Municípios: Passos,
Sacramento e São João Batista
do Glória
Demandas: 2,051m³/s
(1,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 88,4%
Indústria – 11,0%
Área: 756,10 km²
Municípios: Passos,
Sacramento e São João
Batista do Glória
Demandas: 2,331 m³/s
(1,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 89,2%
Indústria –9,7%
GD 08
Área: 1.809,35 km²
Municípios: Conceição
das Alagoas, Planura e
Uberaba
Demandas: 9,986 m³/s
(8,1% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 93,7%
Indústria – 3,9%
Área: 1.842,19 km²
Municípios: Conceição das
Alagoas, Planura e Uberaba
Demandas: 10,76 m³/s
(7,5% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 94,1%
Indústria – 3,8%
Área: 1.844,06 km²
Municípios: Conceição das
Alagoas, Planura e Uberaba
Demandas: 11,010 m³/s
(7,4 % do total)
Principais demandas:
Irrigação – 94,0%
Indústria – 4,0%
Área: 2.499,69 km²
Municípios: Conceição das
Alagoas, Planura e Uberaba
Demandas: 19,51 m³/s
(9,8% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 96,1%
Indústria – 2,6%
Área: 3.826,17 km²
Municípios: Conceição das
Alagoas, Planura e Uberaba
Demandas: 23,355 m³/s
(10,3 % do total)
Principais demandas:
Irrigação – 96,4%
Indústria – 2,3%
Paulista
UGRHI
01
Área: 0
Municípios: -
Demandas: -
Principais demandas:
-
Área: 0
Municípios: -
Demandas: -
Principais demandas:
Área: 0
Municípios: -
Demandas: -
Principais demandas:
Área: 0
Municípios: -
Demandas: -
Principais demandas: -
Área: 0
Municípios: -
Demandas: -
Principais demandas:
UGRHI
04
Área: 2.025,02 km²
Municípios: Casa Branca,
Itobi e Pontal
Demandas: 15,320 m³/s
(12,4% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 97,8%
Indústria – 1,7%
Área: 2.074,85 km²
Municípios: Casa Branca,
Itobi e Pontal
Demandas: 20,60 m³/s
(14,4% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 98,2%
Indústria – 1,4%
Área: 2.123,60 km²
Municípios: Casa Branca,
Itobi e Pontal
Demandas: 20,923 m³/s
(14,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 98,2%
Indústria – 1,3%
Área: 2.501,59 km²
Municípios: Casa Branca,
Itobi e Pontal
Demandas: 24,899 m³/s
(12,5% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 98,4%
Indústria – 1,2%
Área: 2.852,17 km²
Municípios: Casa Branca,
Itobi e Pontal
Demandas: 30,950 m³/s
(13,6% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 93,0%
Indústria – 6,6%
UGRHI
08
Área: 1.868,76 km²
Municípios: Guaíra,
Miguelópolis e
Nuporanga
Demandas: 8,952 m³/s
(7,2% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 95,3%
Indústria – 3,7%
Área: 2.564,0 km²
Municípios: Guaíra,
Miguelópolis e Nuporanga
Demandas: 12,46 m³/s
(8,5% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 95,8%
Indústria – 2,9%
Área: 2.866,40 km²
Municípios: Guaíra,
Miguelópolis e Nuporanga
Demandas: 13,879 m³/s
(9,3% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 96,3%
Indústria – 2,5%
Área: 2.385,21 km²
Municípios: Guaíra,
Miguelópolis e Nuporanga
Demandas: 12,835 m³/s
(6,4% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 95,8%
Indústria – 2,9%
Área: 2.646,15 km²
Municípios: Guaíra,
Miguelópolis e Nuporanga
Demandas: 15,066 m³/s
(6,6% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 96,5%
Indústria – 6,6%
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 188
...Continuação.
QUADRO 9.1 – IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUANTITATIVO
Vertente UGH
Cenário Atual - 2016 Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado- 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos
hídricos
Áreas Críticas Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
Paulista
(cont.)
UGRHI
09
Área: 6.369,82 km²
Municípios: Aguaí, Itapira
e Mogi Guaçu
Demandas: 49,090 m³/s
(39,6% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 92,4%
Indústria – 6,2%
Área: 6.105,37 km²
Municípios: Aguaí, Itapira e
Mogi Guaçu
Demandas: 53,08 m³/s
(37,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 92,5%
Indústria – 6,2%
Área: 6.231,37 km²
Municípios: Itapira, Mogi
Guaçu e Moji Mirim
Demandas: 55,141 m³/s
(37,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 92,9%
Indústria – 5,8%
Área: 7.448,65 km²
Municípios: Aguaí, Itapira e
Mogi Guaçu
Demandas: 77,283 m³/s
(38,8% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 94,4%
Indústria – 4,5%
Área: 7.300,7 km²
Municípios: Aguaí, Itapira e
Mogi Guaçu
Demandas: 81,822 m³/s
(36,0% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 94,8%
Indústria – 4,2%
UGRHI
12
Área: 2.166,39 km²
Municípios: Barretos,
Colina e Jaborandi
Demandas: 13,828 m³/s
(11,2% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 97,9%
Indústria – 1,6%
Área: 1.820,38 km²
Municípios: Barretos, Colina
e Jaborandi
Demandas: 13,39 m³/s
(9,3% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 98,2%
Indústria – 1,7%
Área: 1.928,97 km²
Municípios: Barretos,
Colômbia e Jaborandi
Demandas: 14,566 m³/s
(9,8% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 98,3%
Indústria – 1,6%
Área: 2.517,40 km²
Municípios: Barretos, Colina
e Jaborandi
Demandas: 19,778 m³/s
(9,9% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 98,0%
Indústria – 1,6%
Área: 3.071,61 km²
Municípios: Barretos, Colina
e Jaborandi
Demandas: 21,847 m³/s
(9,6% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 98,2%
Indústria – 1,4%
UGRHI
15
Área: 4.977,50 km²
Municípios: Bebedouro,
Monte Azul Paulista e
Paraíso
Demandas: 17,523 m³/s
(14,2% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 95,8%
Indústria – 3,5%
Área: 5.114,79 km²
Municípios: Monte Alto,
Nova Granada e Paraíso
Demandas: 19,05 m³/s
(13,3% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 95,5%
Indústria – 4,0%
Área: 5.161,69 km²
Municípios: Monte Alto,
Nova Granada e Paraíso
Demandas: 19,169 m³/s
(12,8% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 95,6%
Indústria – 3,9%
Área: 6.243,88 km²
Municípios: Catanduva,
Monte Azul Paulista e Paraíso
Demandas: 28,114 m³/s
(14,1% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 96,8%
Indústria – 2,7%
Área: 6.924,68 km²
Municípios: Catanduva,
Monte Azul Paulista e
Paraíso
Demandas: 30,97 m³/s
(13,6% do total)
Principais demandas:
Irrigação – 97,0%
Indústria – 2,5%
Elaboração: ENGECORPS, 2016
Obs: Os municípios assinalados em vermelho são aqueles que alteram de um cenário para outro.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 189
Da observação dos mapas das Figuras 9.1 a 9.4 e do Quadro 9.1 verifica-se que:
Os maiores níveis de criticidade do componente quantitativo estão reunidos na vertente
paulista, com demandas que representam mais de 80% das demandas totais da bacia do rio
Grande, concentrados principalmente nas UGRHIs 09, 15 e 04, tanto na situação atual
quanto nos cenários futuros. Na vertente mineira, a pior situação encontra-se na GD 08;
A única UGH que não apresentou áreas críticas, tanto no contexto do Diagnóstico quanto
nos cenários futuros, foi a UGRHI 01, na vertente paulista;
Em algumas UGHs os três municípios com mais altas demandas permanecem os mesmos
nos cenários de 2030, tal como nas GDs 02 e 07, na vertente mineira e nas UGHRIs 04 e
08, na vertente paulista.
9.1.2 Qualidade da Água
As áreas críticas resultantes do balanço hídrico qualitativo para cada cenário podem ser
identificadas nas Figuras 9.5 a 9.8, que mostram os trechos dos cursos d’água que não atendem
a padrões da classe 3 definida pela Resolução CONAMA 357/2005, ou seja, que apresentaram
concentrações de DBO5,20
superiores a 10 mg/L nos cenários alternativos futuros do ano de
2030. Esses resultados foram obtidos com utilização da vazão Q7,10
, vazão de referência
adotada pelos estados de São Paulo e Minas Gerais para emissão de outorgas, e aquela que
resulta em balanços hídricos mais críticos.
As Figuras 9.5 a 9.8 identificam: os trechos de cursos d’água críticos e os municípios em que se
localizam; as principais fontes geradoras de cargas de DBO5,20
em cada UGH; os três
municípios de cada UGH responsáveis pela maior carga, listados em um quadro; e um mapa
comparativo das bacias afluentes no que se refere aos seus níveis de criticidade quanto ao
componente qualitativo dos recursos hídricos.
Verifica-se, nessas figuras, que os critérios adotados para o setor de saneamento básico na
etapa de Prognóstico no que se refere às metas que definem os indicadores de coleta e
tratamento de esgotos sanitários são de extrema relevância para a melhoria da qualidade futura
das águas na bacia do rio Grande.
Esses critérios incorporaram o atendimento das metas dos Planos Municipais de Saneamento
Básico disponíveis e das metas do PLANSAB, o que deverá contribuir para o abatimento de
cargas de DBO5,20
, em todos os cenários futuros.
Visando aprofundar as causas dos balanços hídricos qualitativos mais críticos da bacia do rio
Grande, foi elaborado o Quadro 9.2, que detalha as análises ilustradas nas Figuras 9.5 a 9.8,
inserindo também os resultados do Diagnóstico, a título de comparação. A setas coloridas
indicam o sentido das mudanças esperadas na criticidade qualitativa identificada de um
cenário em direção ao seguinte.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 190
Figura 9.5 - Áreas Críticas Identificadas no Cenário Tendencial – 2030 – Componente Qualitativo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 191
Figura 9.6 - Áreas Críticas Identificadas no Cenário Moderado – 2030 – Componente Qualitativo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 192
Figura 9.7 - Áreas Críticas Identificadas no Cenário Acelerado – 2030 – Componente Qualitativo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 193
Figura 9.8 - Áreas Críticas Identificadas no Cenário de Contingência – 2030 – Componente Qualitativo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 194
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
GD 01
72 km (1,3% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, sempre ao entorno
das áreas urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Ingaí, Nazareno e São Vicente
de Minas, que juntos somam
36 km de trechos em Classe 4
(50% do total).
32 km (0,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
no entorno das áreas urbanas
de alguns municípios.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Ingaí e
Nazareno, cada um
representando 24% dos
trechos em Classe 4 da UGH,
e do município de Ijaci,
representando 18%, somando
juntos 21 km (66% do total).
Os 11 km de trechos restantes
(34% do total) são distribuídos
pelos municípios de Arantina,
Carrancas e São Vicente de
Minas.
46 km (0,8% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas de
alguns municípios. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana de Nazareno (8,3 km,
18% do total). Do restante de
trechos em Classe 4, 31 km
(67,5% do total) estão
distribuídos nos municípios de
Airuoca, Carrancas, Ijaci, Ingaí
e Madre de Deus de Minas.
27 km (0,5% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas de
alguns municípios. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Ijaci, Ingaí e Nazareno,
representando,
respectivamente, 21%, 27% e
28% dos trechos em Classe 4
da UGH (76% do total).
Outros 6,5 km de trechos
(24% do total) são distribuídos
entre os municípios de
Arantina e São Vicente de
Minas.
Idem ao Cenário Acelerado
GD 02
594 km (9,1% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Barbacena e
Carandaí, representando
respectivamente, 15,2% e
15,9% dos trechos em Classe
4 (185 km, 31% do total).
252 km (4% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Barbacena, lançado na ETE no
Ribeirão Caieiro (60,5 km,
24% do total). Outros 76 km
de trechos (30% do total) são
distribuídos nos municípios de
Carandaí, Lavras e Oliveira.
372 km (6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário das áreas urbanas de
Barbacena na ETE do no
Ribeirão Caieiro (17,3% do
total), Carandaí (15,6% do
total) e Lavras, em suas três
ETEs nos ribeirões Vermelho,
Água Limpa e Santa Cruz
(12,4% do total). Os três
municípios somam 169 km
dos trechos em Classe 4
(45,5% do total).
188 km (2,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário das áreas urbanas de
Barbacena (13,4% do total),
Carandaí (13,6% do total),
Lavras (11,9% do total) e
Oliveira (11,4% do total),
somando juntos 94,5 km dos
trechos em Classe 4 (50,3%
do total).
Idem ao Cenário Acelerado
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 195
...Continuação.
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
GD 03
761 km (8,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios, sendo que vários
deles contribuem com 5% a
10% do total de trechos em
Classe 4, como Campo Belo
(7,7%), Campos Gerais (6,1%),
Formiga (9,3%) e Guaxupé
(9,6%), sendo que a influência
deste último no rio Guaxupé
ultrapassa o limite entre a GD
03 e a UGRHI 04.
312 km (3,3% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Campo Belo e
Três Pontas, representando,
respectivamente, 16,3% e
10,5% dos trechos em Classe
4 da UGH (84 km, 27% do
total). Os demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 10% do total de trechos
em Classe 4. Ressalta-se que
a influência de Guaxupé no
rio homônimo ultrapassa o
limite entre a GD 03 e a
UGRHI 04.
442 km (4,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Campo Belo,
Guaxupé e Três Pontas,
representando,
respectivamente, 12,8%, 9,3%
e 9,4% dos trechos em Classe
4 da UGH (139 km, 31,5% do
total). Os demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 10% do total de trechos
em Classe 4. Ressalta-se que a
influência de Guaxupé no rio
homônimo ultrapassa o limite
entre a GD 03 e a UGRHI 04.
285 km (3,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Campo Belo,
lançado pela ETE no rio
Jacaré, e Três Pontas, no
ribeirão das Araras,
representam,
respectivamente, 17,9% e
11,5% dos trechos em Classe
4 da UGH (84 km, 29,5% do
total). Os demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 10% do total de trechos
em Classe 4. Ressalta-se que a
influência de Guaxupé no rio
homônimo ultrapassa o limite
entre a GD 03 e a UGRHI 04.
255 km (2,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Campo Belo e
Três Pontas, representando,
respectivamente, 15,1% e
12,9% dos trechos em Classe
4 da UGH (71,5 km, 28% do
total). Os demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 10% do total de trechos
em Classe 4. Ressalta-se que a
influência de Guaxupé no rio
homônimo ultrapassa o limite
entre a GD 03 e a UGRHI 04.
GD 04
257 km (6,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, sempre ao entorno
das áreas urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Cambuquira, Campanha,
Cruzília e São Lourenço, que
juntos somam 113 km de
trechos em Classe 4 (44% do
total).
97 km (2,3% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
no entorno das áreas urbanas
de alguns municípios.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Cambuquira,
Campanha e Cruzília,
representando,
respectivamente, 18,2%,
18,9% e 20,6% dos trechos
em Classe 4 (56 km, 58% do
total).
152 km (3,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
no entorno das áreas urbanas
de alguns municípios.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Campanha
(14,8% do total), Cruzília
(14,2% do total) e São
Lourenço (13,4% do total),
somando juntos 64,5 km dos
trechos em Classe 4 (42,5%
do total).
86 km (2,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
no entorno das áreas urbanas
de alguns municípios.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Cambuquira
(14,4% do total), Campanha
(21,2% do total) e Cruzília
(17,0% do total), somando
juntos 45 km dos trechos em
Classe 4 (52,5% do total).
79 km (1,8% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
no entorno das áreas urbanas
de alguns municípios.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Cambuquira
(12,8% do total), Campanha
(23,2% do total), Cruzília
(18,6% do total), e São Thomé
das Letras (12,1% do
total),somando juntos 53 km
dos trechos em Classe 4 (67%
do total).
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 196
...Continuação.
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
GD 05
382 km (7,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Cambuí, Elói
Mendes, Pouso Alegre e São
Gonçalo do Sapucaí, que
juntos somam 139,5 km de
trechos em Classe 4 (36,5%
do total), sendo que a
influência deste último
ultrapassa o limite entre a GD
05 e a GD 04.
212 km (3,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios que contribuem
com 5% a 10% do total de
trechos em Classe 4, como
Cambuí, Conceição dos
Ouros, Elói Mendes,
Paraisópolis, Pouso Alegre e
São Gonçalo do Sapucaí.
Ressalta-se que a influência de
São Gonçalo do Sapucaí
ultrapassa o limite entre a GD
03 e a GD 04.
255 km (4,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios que contribuem
com 5% a 10% do total de
trechos em Classe 4, como
Cambuí, Conceição dos
Ouros, Elói Mendes, Maria da
Fé, Paraisópolis, Pouso Alegre
e São Gonçalo do Sapucaí.
Ressalta-se que a influência de
São Gonçalo do Sapucaí
ultrapassa o limite entre a GD
03 e a GD 04.
229 km (4,2% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Elói Mendes,
em ETE do ribeirão Mutuca, e
Pouso Alegre, com duas ETEs
no rio Sapucaí-Mirim,
contribuem respectivamente
com 8,1% e 10,6% do total de
trechos em Classe 4 (43 km,
19% do total). Os demais
trechos são distribuídos entre
municípios que contribuem
com menos de 5% do total de
trechos em Classe 4. Ressalta-
se que a influência de São
Gonçalo do Sapucaí
ultrapassa o limite entre a GD
03 e a GD 04.
175 km (3,2% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Elói Mendes,
em ETE do ribeirão Mutuca, e
Pouso Alegre, com duas ETEs
no rio Sapucaí-Mirim,
contribuem respectivamente
com 8,9% e 11,1% do total de
trechos em Classe 4 (35 km,
20% do total). Os demais
trechos são distribuídos entre
municípios que contribuem
com menos de 5% do total de
trechos em Classe 4. Ressalta-
se que a influência de São
Gonçalo do Sapucaí
ultrapassa o limite entre a GD
03 e a GD 04.
GD 06
459 km (12,8% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana e
indústrias de laticínios e
metalurgia em Poços de
Caldas (122 km, 26,6% do
total). Outros 124 km de
trechos em Classe 4 (27% do
total) são distribuídos entre os
municípios de Andradas,
Ipuiúna, Monte Sião e Ouro
Fino. Ressalta-se que a
influência de Andradas no rio
Jaguari-Mirim ultrapassa o
limite entre a GD 06 e a
UGRHI 09, assim como a de
Poços de Caldas no rio
lambari, que deságua no Rio
Pardo, ultrapassa o limite com
a UGRHI 04.
185 km (5,1% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Andradas, e esgotamento
sanitário e indústria de
laticínios em Poços de Caldas,
lançados no ribeirão das Antas
e no rio Lambari, que
contribuem com 16,1% e
13,9%, respectivamente, do
total de trechos em Classe 4
(55 km, 30% do total).
253 km (7,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Andradas (16,7% do total),
esgotamento de Ouro Fino,
lançado pela ETE no ribeirão
Ouro Fino (12,4% do total) e
indústria de laticínios e
esgotamento sanitário de
Poços de Caldas, lançados no
ribeirão das Antas e no rio
Lambari, contribuindo com
10,2% do total de trechos em
Classe 4 (99,5 km, 39% do
total). Ressalta-se que a
influência de Andradas no rio
Jaguari-Mirim ultrapassa o
limite entre a GD 06 e a
UGRHI 09.
166 km (4,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Andradas (12,6% do total),
esgotamento de Monte Sião,
lançado pela ETE no rio das
Pedras (7,4% do total) e
indústria de laticínios e
esgotamento sanitário de
Poços de Caldas, lançados no
ribeirão das Antas e no rio
Lambari, contribuindo com
15,5% do total de trechos em
Classe 4 (59 km, 36% do
total).
133 km (3,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Andradas (10,2% do total),
esgotamento de Monte Sião,
lançado pela ETE no rio das
Pedras (9,2% do total) e
indústria de laticínios e
esgotamento sanitário de
Poços de Caldas, lançados no
ribeirão das Antas e no rio
Lambari, contribuindo com
19,3% do total de trechos em
Classe 4 (51,5 km, 39% do
total).
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 197
...Continuação.
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
GD 07
514 km (8,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Passos e São Sebastião do
Paraíso, que contribuem com
14,2% e 32,6%,
respectivamente, do total de
trechos em Classe 4 (240,5
km, 47% do total).
153 km (2,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Passos, lançado pela ETE no
ribeirão Bocaina, e São
Sebastião do Paraíso, que
contribuem com 17,9% e
29,8%, respectivamente, do
total de trechos em Classe 4
(73 km, 48% do total).
290 km (4,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Passos, lançado pela ETE no
ribeirão Bocaina, e São
Sebastião do Paraíso, que
contribuem com 9,4% e
34,4%, respectivamente, do
total de trechos em Classe 4
(127 km, 44% do total).
Idem ao Cenário Tendencial
Idem ao Cenário Acelerado
GD 08
499 km (5,4% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados especialmente
no extremo leste da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana e
indústrias de fertilizantes e
abate de animais em Uberaba
(356 km, 71% do total).
185 km (2,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
devido aos efluentes
domésticos de Uberaba que,
no futuro, estarão
concentrados em três ETEs
nos córregos das Toldas,
Desbarrancado e Jaú, e nos
lançamento de indústrias de
fertilizantes e abate de
animais (96 km, 52% do
total), da cidade de Iturama
no córrego Santa Rosa (31,3
km, 16,9% do total) e da
cidade de Itapagipe no
córrego Maia D' Alta (30,8
km, 16,6%).
Idem ao Cenário Tendencial
201 km (2,2% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
devido aos efluentes
domésticos de Uberaba que,
no futuro, estarão
concentrados em três ETEs
nos córregos das Toldas,
Desbarrancado e Jaú, e nos
lançamentos de indústrias de
fertilizantes e abate de
animais (105 km, 52,5% do
total), da cidade de Iturama
no córrego Santa Rosa (31
km, 15,4% do total) e da
cidade de Itapagipe no
córrego Maia D' Alta (30 km,
15,1%).
188 km (2,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
devido aos efluentes
domésticos de Uberaba que,
no futuro, estarão
concentrados em três ETEs
nos córregos das Toldas,
Desbarrancado e Jaú, e nos
lançamentos de indústrias de
fertilizantes e abate de
animais (96 km, 51% do
total), da cidade de Iturama
no córrego Santa Rosa (32
km, 16,9% do total) e da
cidade de Itapagipe no
córrego Maia D' Alta (31 km,
16,6%).
UGRHI 01
141 km (38% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na área central
da UGH. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Campos do Jordão (136 km,
96% do total).
15 km (4,1% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados no lançamento
de um único município.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Campos do Jordão, lançado
pela ETE no rio Sapucaí-
Guaçu (15 km, 100% do
total).
Idem ao Cenário Tendencial
Idem ao Cenário Tendencial
Idem ao Cenário Acelerado
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 198
...Continuação.
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
UGRHI 04
416 km (8,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Cravinhos, São José do Rio
Pardo, São Simão e Tambaú,
que juntos somam 140 km de
trechos em Classe 4 (33,6%
do total). Destacam-se
também os reflexos dos
lançamentos de esgotamento
sanitário de Guaxupé (GD
03), no rio Guaxupé, e de
Poços de Caldas (GD 06), no
rio Pardo.
268 km (5,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana de Cravinhos,
contribuindo com 13,1% do
total (35,1 km). Também se
destacam o esgotamento
sanitário de Santa Rosa de
Viterbo (21,5 km, 8% do total)
e o esgotamento e
lançamento de indústria
alimentícia em São José do
Rio Pardo, que somam 19 km
de trechos em Classe 4 (7,1%
do total). Nota-se também o
reflexo dos lançamentos de
esgotamento sanitário de
Guaxupé (GD 03), no rio
Guaxupé.
302 km (6,3% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana do municípios de
Cravinhos, contribuindo com
11,6% do total (35 km).
Também se destacam o
esgotamento sanitário e o
lançamento de indústria
alimentícia em São José do
Rio Pardo, que somam 27,5
km de trechos em Classe 4
(9,1% do total) e o
esgotamento de Tambaú (25
km, 8,3% do total). Nota-se
também o reflexo dos
lançamentos de esgotamento
sanitário de Guaxupé (GD
03), no rio Guaxupé.
250 km (5,3% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Cravinhos e Ribeirão Preto,
contribuindo com 14,0% e
6,5% do total (20,6%, 51,5
km). Também se destacam o
esgotamento sanitário de
Altinópolis (17 km, 6,9% do
total), e em Santa Rosa de
Viterbo, lançado pelas duas
ETEs nos córregos Bibiano e
Caçador (26,5 km, 10,6% do
total). Nota-se também o
reflexo dos lançamentos de
esgotamento sanitário de
Guaxupé (GD 03), no rio
Guaxupé.
229 km (4,8% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Cravinhos e Ribeirão Preto,
contribuindo com 15,3% e
7,2% do total (22,5%, 51,5
km). Também se destacam o
esgotamento sanitário Santa
Rosa de Viterbo, lançado
pelas duas ETEs nos córregos
Bibiano e Caçador (26,5 km,
11,6% do total). Nota-se
também o reflexo dos
lançamentos de esgotamento
sanitário de Guaxupé (GD
03), no rio Guaxupé.
UGRHI 08
276 km (6,1% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Batatais (74,5 km, 27% do
total), Franca (36 km, 13% do
total), Pedregulho (24 km,
8,8% do total) e São Joaquim
da Barra (26 km, 9,5% do
total), que juntos somam 161
km de trechos em Classe 4
(58% do total).
168 km (3,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Batatais, que representa
21,3% dos trechos em Classe
4 (35,8 km). Também se
destacam as contribuições do
lançamento das ETEs dos
municípios de Franca, no
córrego Santa Bárbara (19,3
km, 11,5% do total), e em
Pedregulho, no córrego da
Cascata (20,7 km, 12,3% do
total).
178 km (3,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Batatais, que representa
20,2% dos trechos em Classe
4 (36 km). Também se
destacam as contribuições do
lançamento das ETEs dos
municípios de Franca, no
córrego Santa Bárbara (29,5
km, 16,6% do total), e em
Pedregulho, no córrego da
Cascata (24,4 km, 13,7% do
total).
159 km (3,5% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Batatais, que representa
22,6% dos trechos em Classe
4 (35,7 km). Também se
destacam as contribuições do
lançamento das ETEs dos
municípios de Franca, no
córrego Santa Bárbara (19,3
km, 12,2% do total), e em
Pedregulho, no córrego da
Cascata (21,1 km, 13,3% do
total).
155 km (3,4% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Batatais, que representa
23,1% dos trechos em Classe
4 (35,8 km). Também se
destacam as contribuições do
lançamento das ETEs dos
municípios de Franca, no
córrego Santa Bárbara (24,6
km, 15,9% do total), e em
Pedregulho, no córrego da
Cascata (20,6 km, 13,3% do
total).
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 199
...Continuação.
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
UGRHI 09
981 km (12,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas porções
sudeste e noroeste da UGH,
de modo geral no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Araras (7,2% do total), Leme
(8,1% do total), Moji-Mirim e
Mogi-Guaçu (9,0% do total) e
Porto Ferreira (6,2% do total),
que juntos somam 300 km de
trechos em Classe 4 (30,5%
do total). Os demais trechos
são distribuídos entre
municípios que contribuem
com menos de 5% do total de
trechos em Classe 4.
492 km (6,4% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na porção
sudeste da UGH, de modo
geral no entorno das sedes
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário e lançamentos
industriais na área urbana de
Moji-Mirim e Mogi-Guaçu,
que juntos somam 57 km de
trechos em Classe 4 (11,6%
do total). Também se destaca
o esgotamento sanitário de
Araras, lançado pela ETE no
ribeirão das Araras, e o
lançamento de Usina
Sucroalcooleira no ribeirão do
Pinhal, somando 29,0 km de
trechos em Classe 4 no
município (5,9% do total). Os
demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 5% do total de trechos em
Classe 4.
522 km (6,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na porção
sudeste da UGH, de modo
geral no entorno das sedes
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário e lançamentos
industriais na área urbana de
Moji-Mirim e Mogi-Guaçu,
que juntos somam 66 km de
trechos em Classe 4 (12,7%
do total). Também se destaca
o esgotamento sanitário de
Araras, lançado pela ETE no
ribeirão das Araras, e o
lançamento de Usina
Sucroalcooleira no ribeirão do
Pinhal, somando 29,3 km de
trechos em Classe 4 no
município (5,6% do total). Os
demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 5% do total de trechos em
Classe 4.
458 km (5,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das sedes urbanas de
alguns municípios. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário na área
urbana de Araras, lançado
pela ETE no ribeirão das
Araras, e o lançamento de
Usina Sucroalcooleira no
ribeirão do Pinhal, somando
28,8 km de trechos em Classe
4 no município (6,3% do
total). Destaca-se também, em
São João da Boa Vista, o
lançamento da ETE no rio
Jaguari-Mirim, refletindo em
22,9 km de trechos em Classe
4 (5,0% do total). Os demais
trechos são distribuídos entre
municípios que contribuem
com menos de 5% do total de
trechos em Classe 4.
418 km (5,4% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das sedes urbanas de
alguns municípios. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário na área
urbana de Araras, lançado
pela ETE no ribeirão das
Araras, e o lançamento de
Usina Sucroalcooleira no
ribeirão do Pinhal, somando
28,8 km de trechos em Classe
4 no município (6,89% do
total). Destacam-se também,
o lançamento da ETE no rio
Jaguari-Mirim em São João da
Boa Vista, refletindo em 20,0
km de trechos em Classe 4
(4,8% do total), e em Leme, o
lançamento da ETE no
ribeirão do Meio, como
consequência de 20,5 km de
trechos em Classe 4 (4,9% do
total).
UGRHI 12
242 km (7,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na área centro-
sul da UGH, principalmente
no entorno das maiores áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Bebedouro, impactando em
136 km de trechos em Classe
4 (56% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano em Barretos (40 km,
16,5% do total), e os
lançamento industriais em
Colina (12 km, 5% do total da
UGH).
133 km (4,2% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na área centro-
sul da UGH, principalmente
no entorno das maiores áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Bebedouro, com ETE no
córrego Mandembo,
impactando em 69 km de
trechos em Classe 4 (52% do
total da UGH). Destacam-se
também as contribuições do
esgotamento urbano em
Barretos, lançados no rio
Barro Preto, rio das Pedras e
córrego Pitangueiras (40 km,
30% do total), e os
lançamento industriais em
Colina, no córrego da Estiva
(12 km, 9% do total da UGH).
146 km (4,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na área centro-
sul da UGH, principalmente
no entorno das maiores áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Bebedouro, com ETE no
córrego Mandembo,
impactando em 73 km de
trechos em Classe 4 (50% do
total da UGH). Destacam-se
também as contribuições do
esgotamento urbano em
Barretos, lançados no rio
Barro Preto, rio das Pedras e
córrego Pitangueiras (40 km,
27,5% do total), e os
lançamento industriais em
Colina, no córrego da Estiva
(12 km, 8,3% do total da
UGH).
Idem ao Cenário Tendencial
Idem ao Cenário Acelerado
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 200
...Continuação.
QUADRO 9.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS – COMPONENTE QUALITATIVO
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
UGRHI 15
1403 km (18,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas regiões
central e sul da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
São José do Rio Preto e
cidades lindeiras, cujos
efluentes são lançados no rio
Preto, impactando em 285
km de trechos em Classe 4
(20,3% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano de Pindorama,
Catanduva, Catiguá e Uchoa,
lançados no rio São Domingos
(140 km, 10% do total).
1020 km (13,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas regiões
central e sul da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
São José do Rio Preto e
cidades lindeiras, cujos
efluentes são lançados no rio
Preto, impactando em 219
km de trechos em Classe 4
(21,5% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano de Pindorama e
Catanduva, lançados no rio
São Domingos (64 km, 6,3%
do total), e o esgotamento
sanitário de Votuporanga,
lançado após ETE no ribeirão
do Marinheiro (56 km, 5,5%
do total).
1090 km (14,5% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas regiões
central e sul da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
São José do Rio Preto e
cidades lindeiras, cujos
efluentes são lançados no rio
Preto, impactando em 245
km de trechos em Classe 4
(22,5% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano de Pindorama e
Catanduva, lançados no rio
São Domingos (67 km, 6,2%
do total).
1048 km (14,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas regiões
central e sul da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
São José do Rio Preto e
cidades lindeiras, cujos
efluentes são lançados no rio
Preto, impactando em 240
km de trechos em Classe 4
(23% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano de Pindorama e
Catanduva, lançados no rio
São Domingos (57 km, 5,4%
do total), e o esgotamento
sanitário de Votuporanga,
lançado após ETE no ribeirão
do Marinheiro (60 km, 5,7%
do total).
978 km (13,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas regiões
central e sul da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
São José do Rio Preto e
cidades lindeiras, cujos
efluentes são lançados no rio
Preto, impactando em 226
km de trechos em Classe 4
(23,1% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano de Pindorama e
Catanduva, lançados no rio
São Domingos (60 km, 6,1%
do total), e o esgotamento
sanitário de Votuporanga,
lançado após ETE no ribeirão
do Marinheiro (56 km, 5,7%
do total).
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 201
Da observação dos mapas das Figuras 9.5 a 9.8 e do Quadro 9.2, verifica-se que:
A avaliação qualitativa pela extensão de trechos de rios compatíveis apenas com a classe 4
de enquadramento (DBO5,20
>10 mg/L), indicou que a principal causa para a ocorrência de
trechos críticos foram os lançamentos de esgoto doméstico urbano, com poucos trechos
associados ao lançamento de efluentes industriais;
No horizonte de planejamento do Plano, com a previsão de melhorias nos índices de
saneamento, sobretudo dos índices de coleta e tratamento de esgotos sanitários, foi
observada uma redução entre 40% e 55% na extensão total de trechos compatíveis com a
Classe 4 da situação atual para os cenários futuros;
De modo geral, na vertente paulista responde pela maior parte dos trechos que atendem
apenas aos limites de DBO5,20 das classes de enquadramento 3 e 4 da bacia do rio
Grande, sendo as UGRHIs 09 e 15 as mais críticas que, em conjunto, abrangem
aproximadamente 40% do total de trechos compatíveis com a Classe 4 da Bacia;
Na vertente mineira, as maiores extensões de trechos compatíveis com a Classe 4 foram
observadas nas GDs 02 e 03. A GD 01 foi a UGH que apresentou melhor condição para
qualidade da água de toda a bacia, com menos de 1% de seus trechos em situação crítica
nos cenários futuros;
Apesar da existência de sistemas de tratamento de efluentes com alta capacidade de
remoção de poluentes em vários municípios, os cursos d’água das UGHs que se mostraram
mais críticos apresentam baixas vazões e, consequentemente, reduzida capacidade de
diluição.
9.2 O CENÁRIO DO PIRH-GRANDE
9.2.1 Concepção do Cenário do PIRH-Grande
O Cenário do PIRH-Grande foi concebido como uma leitura – sob a ótica de orientar a
estratégia de gestão dos recursos hídricos – dos três cenários alternativos futuros considerados
na etapa de Prognóstico: Tendencial, Moderado e Acelerado.
Não se trata, portanto, de um cenário “mais provável” ou “desejado”, mas de uma
contextualização do futuro da bacia do rio Grande, representativo das relações entre as óticas
macro e micro de desenvolvimento socioeconômico e de seu rebatimento na quantidade
demandada e na qualidade das águas da bacia, intermediadas pelas possíveis alterações na
gestão dos recursos hídricos em curso e planejadas.
Cada cenário descortina efeitos distintos sobre a bacia e pode ocorrer de fato. Não cabe, pois,
ao gestor dos recursos hídricos “acertar” qual cenário ocorrerá de fato, mas estar preparado,
em suas estratégias de ação, para qualquer um deles.
Assim, a leitura integrada dos resultados dos cenários Tendencial, Acelerado e Moderado
perpassa pela identificação de casos-tipo, ou seja, de situações que demandem uma
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 202
determinada resposta de ação, seja ela pelo timing, seja pela intensidade da modificação
antevista.
Para a identificação desses casos-tipo, utilizou-se uma composição dos três cenários, visando
identificar situações que se mantêm consistentes ao longo do tempo e/ou ao longo dos cenários
– casos-típicos denominados de arquétipos. A metodologia para identificação desses
arquétipos partiu dos resultados dos balanços hídricos e definiu uma série de critérios.
O primeiro desses critérios foi a identificação da intensidade com a qual os resultados dos
balanços hídricos se rebateram em cada microbacia, nos três cenários simulados, partindo-se
dos resultados consolidados dos balanços hídricos da situação atual e dos cenários futuros,
respeitando as seguintes faixas:
Componente Quantitativo: percentual de demanda em relação à oferta hídrica (capacidade
de atendimento) de 0 a 20; de 20 a 50; de 50 a 70; de 70 a 100; e maior que 100;
Componente Qualitativo: concentração de DBO5,20
, em mg/L de 0 a 3; de 3 a 5; de 5 a 10;
de 10 a 20 e; maior que 20.
Em algumas microbacias a concentração de DBO (por exemplo, de 10 a 20 mg/L) é atualmente
alta. Caso os três cenários – Tendencial, Acelerado e Moderado – apontem para uma
manutenção dessa concentração, depreende-se que o comprometimento da qualidade da
água se dá com intensidade elevada naquelas microbacias, independentemente do cenário.
Uma vez que os cenários Moderado e Tendencial demonstram limites possíveis de variação
futura, tem-se que, na situação exposta, essas microbacias devem ser identificadas para que
recebam a devida resposta de gestão, no caso, uma resposta urgente pois a situação é crítica
desde já e identifica-se, pelos cenários, que assim deverá permanecer.
Uma vez que a concepção dos cenários está vinculada ao timing de cumprimento das metas do
PLANSAB (e das metas dos municípios que detêm Planos de Saneamento Básico), a
identificação de uma área com permanência de elevada intensidade na concentração de DBO
diante dos pressupostos adotados conduz à ação: reforçar a importância do cumprimento das
metas e promover a identificação e a atuação sobre as fontes de lançamento de poluentes a
montante que causam a permanência da elevada concentração de DBO.
Da mesma forma que algumas microbacias podem apresentar trechos de cursos d’água com
alta intensidade de concentração de DBO nos três cenários, outras microbacias podem ser
identificadas como tendo uma elevada concentração apenas em um dos cenários, com queda
nos demais cenários.
Nessa situação, evidencia-se uma diferença entre essas microbacias no que tange às ações de
gestão, uma vez que as que se apresentam críticas em todos os cenários detêm um caráter de
urgência maior do que aquelas que apresentam criticidade apenas em um ou outro cenário.
Diferenciam-se, ainda, outras microbacias que atualmente apresentam trechos de cursos
d’água com baixa concentração de BDO e que tendem, de acordo com a interpretação dos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 203
cenários, a manter essa baixa concentração. Têm-se, portanto, leituras distintas de ação que
emergem da análise conjunta dos cenários e que compõem, portanto, o Cenário do Plano.
Da mesma forma que para a qualidade, identifica-se a intensidade das microbacias quanto à
“permanência” do percentual da demanda em relação à oferta hídrica ao longo dos três
cenários. Uma microbacia com demanda excessiva atualmente pode se manter nessa categoria
em todos os três cenários. Outras, contudo, podem demonstrar demanda em excesso apenas
como resultado de um determinado perfil de desenvolvimento futuro, porém, não nos demais.
A integração dessas situações é realizada por meio dos critérios expostos no Quadro 5.1, que
definem classes de intensidade quanto aos resultados dos balanços hídricos quanti-qualitativos,
considerando-se a cena atual e os três cenários futuros. A ponderação dessa intensidade ocorre
pela combinação da ocorrência dos diferentes gradientes, compondo uma visão única para o
critério, que considera a potencial ocorrência de qualquer desdobramento.
O Quadro 9.3 relaciona a classificação adotada para as microbacias com base nos balanços
hídricos quantitativos e qualitativos quanto à intensidade dos seus resultados.
QUADRO 9.3 – CRITÉRIOS PARA LEITURA DA INTENSIDADE DOS RESULTADOS DOS BALANÇOS
HÍDRICOS QUANTI-QUALITATIVOS
Classe Classificação Critério Quantidade (demanda
vs. oferta, em %)
Qualidade
(concentração de DBO
em mg/L)
1 Muito baixa Classe atual menos intensa; permanência de
muito baixa intensidade nos três cenários De 0 a 20 De 0 a 3
2 Baixa
Intensidade baixa como preponderante,
podendo apresentar variações para mais ou
menos, a depender do cenário
De 0 a 70 De 0 a 10
3 Média
Intensidade média como preponderante;
podendo apresentar variações para mais ou
menos, a depender do cenário, mas não em
mais de um dos cenários
De 70 a 100 De 3 a 20
4 Elevada
Intensidade elevada como preponderante,
podendo apresentar variações para mais ou
menos, a depender do cenário
De 50 a maior que 100 De 5 a maior que 20
5 Excessiva Classe atual mais intensa; permanência de
muito alta intensidade nos três cenários Maior que 100 Maior que 20
Uma vez classificada a intensidade e a direção preponderantes dos resultados dos balanços
hídricos nos Cenários Tendencial, Acelerado e Moderado, é possível definir os arquétipos que
endereçam as ações de gestão em cada microbacia e UGH da bacia do rio Grande, objetivo
principal do Cenário do Plano. Esta leitura se faz dentro do primeiro horizonte de
planejamento existente (ano de 2020) e indica, como antecipação aos demais recortes
temporais, as considerações do timing de ação de 2020 em diante.
9.2.2 Componente Quantitativo
Os critérios utilizados para ordenar o cruzamento entre a intensidade e a direção dos
resultados dos balanços hídricos quantitativos estão descritos no Quadro 9.4, que indica, na
última coluna, em cores, os arquétipos considerados para categorizar cada microbacia.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 204
QUADRO 9.4 – CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS –
COMPONENTE QUANTITATIVO
Classe Classificação
Necessidade de
Ação
(timing)
Ação
1
Baixa demanda e
estabilidade ou
decréscimo na
pressão
Longo prazo
PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO
Muito baixa prioridade para gestão, com alto potencial para
desenvolvimento de atividades de alta demanda e implantação de
instrumentos de gestão voltados ao longo prazo.
2
Baixa demanda e
estabilidade de
pressão
Médio prazo
PLANEJAMENTO DE MÉDIO PRAZO
Baixa prioridade para gestão, com potencial para desenvolvimento de
atividades com alta demanda e implantação de instrumentos de gestão
voltados ao médio prazo.
3 Demanda atendida
e pressão estável
Curto – ações
com foco na
precaução
OPORTUNIDADE COM PRECAUÇÃO
Devido à preponderância de demandas atendidas, porém com pressão
estável, trata-se de oportunidade para ação com foco na precaução –
tanto na implantação de instrumentos de gestão a curto prazo, quanto na
análise sobre novas captações.
4
Demanda
atendida, porém,
com pressão
Curtíssimo –
necessidade de
antecipar-se à
pressão, foco na
eficiência
OPORTUNIDADE COM RESTRIÇÃO
Devido a preponderância de demandas atendidas, porém com pressão
crescente, trata-se de oportunidade para ação com foco na eficiência –
tanto na implantação de instrumentos de gestão a curto prazo, quanto na
análise sobre novas captações.
Sem a devida restrição, a situação pode rapidamente se tornar crítica
5
Demanda no limite
ou acima, com
estabilidade de
pressão
Curtíssimo –
situação próxima
à crítica
PRIORIDADE DE CONTROLE E SANEAMENTO
Prioridade de ações de controle com oportunidade de fomentar redução
da demanda via exemplo de restrições impostas à classe 6; restrição para
novas captações; potencial para mercado de água.
6
Demanda no limite
ou acima, com
pressão
Urgente –
situação já crítica
e piora à vista
URGÊNCIA
Urgência na restrição de uso e redirecionamento da pressão de
crescimento; potencial para mercado de água; definição de situações
emergenciais de restrição de captação e contingência; busca de
alternativas de gestão da demanda e da oferta.
A Figura 9.9 mostra o mapeamento dos arquétipos de microbacias definidos para gestão da
quantidade de água na bacia do rio Grande, considerando os resultados do balanço hídrico
quantitativo para as vazões Q7,10
. Identifica as áreas por suas estratégias mais claras de ação,
combinando a intensidade e a direção dos movimentos antevistos. Pode-se a partir de então,
observar o comportamento das áreas já críticas e propor as estratégias de ação mais necessárias
para cada local, considerando os possíveis desdobramentos cenarizados.
Nota-se que, não só as áreas de grande concentração populacional em regiões de cabeceira
(alta demanda com baixa vazão) se destacam como urgentes, mas também um grande número
de microbacias em áreas de interação entre usos urbanos, de irrigação e industriais.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 205
Figura 9.9 - Cenário do Plano 2020 – Componente Quantitativo – Vazão Q
7,10
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 206
9.2.3 Componente Qualitativo
O Quadro 9.5 define os critérios utilizados para ordenar o cruzamento entre a intensidade e a
direção dos resultados dos balanços hídricos qualitativos, a partir das concentrações de
DBO5,20 obtidas em cada cenário, e indica, em cores, na última coluna, os arquétipos
considerados para categorizar cada microbacia.
QUADRO 9.5 – CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS –
COMPONENTE QUALITATIVO
Classe Classificação
Necessidade de
Ação
(timing)
Ação
1
Concentração muito
baixa e estabilidade
ou decréscimo na
pressão
Longo prazo
PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO
Muito baixa prioridade para gestão, com alto potencial para
desenvolvimento de atividades de alta demanda e implantação de
instrumentos de gestão voltados ao longo prazo.
2
Concentração baixa e
estabilidade de
pressão
Médio prazo
PLANEJAMENTO DE MÉDIO PRAZO
Baixa prioridade para gestão, com potencial para desenvolvimento de
atividades com alta demanda e implantação de instrumentos de gestão
voltados ao médio prazo.
3 Concentração média
e pressão estável
Curto – ações
com foco na
precaução
OPORTUNIDADE COM PRECAUÇÃO
Devido a preponderância de concentrações médias, porém com pressão
estável, trata-se de oportunidade para ação com foco na precaução –
tanto na implantação de instrumentos de gestão a curto prazo, quanto
na análise sobre novos lançamentos.
4 Concentração média,
porém com pressão
Curtíssimo –
necessidade de
antecipar-se à
pressão, foco na
eficiência
OPORTUNIDADE COM RESTRIÇÃO
Devido à preponderância de concentrações médias, porém com pressão
crescente, trata-se de oportunidade para ação com foco na eficiência –
tanto na implantação de instrumentos de gestão a curto prazo, quanto
na análise sobre novos lançamentos.
Sem a devida restrição, a situação pode rapidamente se tornar crítica.
5
Concentração
excessiva ou elevada,
com estabilidade de
pressão
Curtíssimo –
situação próxima
à crítica
PRIORIDADE DE CONTROLE E SANEAMENTO
Prioridade de ações de controle e de tratamento de efluentes para, em
conjunto com restrição para novos lançamentos, controlar e reduzir as
concentrações; promover acordos de condições de entrega de água
junto às áreas de montante.
6
Concentração
excessiva, com
pressão
Urgente –
situação já crítica
e piora à vista
URGÊNCIA
Urgência de ações de controle; prioridade máxima no tratamento de
efluentes; restrição máxima para novos lançamentos; necessidade de
acordos de condições de entrega de água junto às áreas de montante.
A Figura 9.10 mostra o mapeamento dos arquétipos de microbacias definidos para gestão da
qualidade da água na bacia do rio Grande, considerando os resultados dos balanços hídricos
qualitativos para a vazão Q7,10
.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 207
Figura 9.10 - Cenário do Plano 2020 – Componente Qualitativo – Vazão Q
7,10
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 208
O Cenário do Plano em seu componente qualitativo permite, quando comparado ao
componente quantitativo, observar uma migração de áreas com classificação de ações de curto
prazo das bacias da vertente paulista (quantitativo) para aquelas na vertente mineira
(qualidade). Nota-se com clareza a necessidade de ações quanto ao componente qualitativo
nas GD 05 e 07, por exemplo.
Outra comparação possível é o encaminhamento das questões de qualidade mediante o
cumprimento das metas de saneamento apresentadas pelos municípios e pelo PLANSAB (para
aqueles municípios que não detêm PMSBs). Ou seja, grande parte das soluções quanto à
qualidade já está devidamente endereçada por meio dos Planos de Saneamento – restando,
sem dúvida, a materialização efetiva dessas ações.
A ampliação dos sistemas de coleta e tratamento de efluentes, que se planeja como substancial
já no curto prazo, se traduz em uma grande quantidade de microbacias com a classificação de
preocupação de gestão para o médio e longo prazo.
Ao mesmo tempo em que a interpretação do Cenário do Plano em seu componente qualitativo
permite inferir o resultado positivo que é esperado pelos planos de saneamento, nota-se que
existem diversas microbacias distribuídas pelo território da bacia do rio Grande que mantêm a
classificação de urgência de ação. Essas áreas ocorrem em municípios como São José do Rio
Preto, Barbacena e Uberaba, demonstrando que, mesmo mediante a eventual universalização
da coleta e tratamento de efluentes, há interações entre diluição e lançamentos de efluentes
que podem dificultar a melhora almejada na qualidade da água. Tais áreas requerem olhares
focados e soluções inovadoras para resolução desses possíveis resultados de comprometimento
de qualidade.
É também no entorno dos grandes centros urbanos que as demais áreas classificadas como
demandantes de ações no curto prazo se encontram, notadamente em áreas de cabeceiras,
onde há vazão reduzida para diluição das cargas poluentes geradas.
9.2.4 Cenário do Plano sob Contingência
Resgatando os pressupostos adotados, o Cenário de Contingência mostra, em seus resultados
quanti-qualitativos, a bacia do rio Grande:
Em seu recorte temporal mais longo (2030);
Em sua maior restrição de vazão (Q7,10
);
Em seu desenvolvimento econômico acelerado;
E com a presença das mudanças climáticas, que causam algumas alterações na
disponibilidade hídrica da bacia, concomitantemente com o aumento das demandas
hídricas de agricultura irrigada, uma vez que as maiores temperaturas são refletidas em
maiores coeficientes de evapotranspiração das culturas.
Da mesma forma que para a elaboração do Cenário do Plano a partir da integração dos
Cenários Tendencial Acelerado e Moderado, a situação de contingência deve embasar
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 209
potenciais problemas que deem suporte para estratégias de gestão ex-ante adequadas, tai como
contenção de riscos e estabelecimento de redes de alerta e monitoramento mais densificadas,
por exemplo.
Para a identificação dos arquétipos das microbacias do Cenário de Contingência, partiu-se da
classificação de intensidade e direção preponderantes para cada intervalo temporal,
considerando a amplitude demonstrada pelos resultados dos balanços hídricos nos cenários
Tendencial, Acelerado e Moderado.
Prosseguiu-se na identificação dos arquétipos com a adoção dos seguintes pressupostos
relativos à direção e intensidade, tanto para as considerações de resultados quantitativos
quanto qualitativos:
Quanto à direção: partindo dos respectivos cenários de 2025 (Tendencial, Moderado e
Acelerado), todos chegam em 2030 sob o Cenário de Contingência, demonstrando assim a
amplitude máxima de movimento (para pior e para melhor) que se pode esperar quanto ao
futuro da bacia do rio Grande, independentemente de qual cenário se concretize como o
“real”;
Quanto à intensidade: considerou-se, com o mesmo propósito de demonstrar o potencial
máximo da intensidade, aquela exclusiva do Cenário de Contingência.
A base para a identificação da direção e intensidade dos resultados dos balanços hídricos, que
dá origem aos arquétipos por meio dos critérios definidos no Quadro 9.6 partiu das
classificações utilizadas anteriormente e descritas no Quadro 9.3.
QUADRO 9.6 – CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DE
QUALIDADE E QUANTIDADE DA ÁGUA SOB CONTINGÊNCIA
Classe Classificação quanto à
Quantidade
Classificação quanto à
Qualidade Ação
1
Sob contingência, baixa
demanda e estabilidade
ou decréscimo na pressão
Sob contingência,
concentração muito baixa
e estabilidade ou
decréscimo na pressão
MUITO BAIXO RISCO
Mesmo sob contingência, não há leitura de urgência na
contenção de riscos
2
Sob contingência, baixa
demanda e estabilidade de
pressão
Sob contingência,
concentração baixa e
estabilidade de pressão
BAIXO RISCO
Mesmo sob contingência, não há leitura de urgência na
contenção de riscos
3
Sob contingência,
demanda atendida e
pressão estável
Sob contingência,
concentração média e
pressão estável
RISCO CONTROLÁVEL, COM PRECAUÇÃO
Controle do risco deve ter foco na oportunidade para
ação com foco na precaução
4
Sob contingência,
demanda atendida,
porém, com pressão
Sob contingência,
concentração média,
porém com pressão
RISCO CONTROLÁVEL, COM RESTRIÇÃO
Controle do risco deve ter foco na oportunidade para
ação com foco na limitação ao potencial de perda
5
Sob contingência,
demanda no limite ou
acima, com estabilidade
de pressão
Sob contingência,
concentração excessiva ou
elevada, com estabilidade
de pressão
RISCO ALTO
Prioridade alta de ações de mitigação do risco, com
oportunidade de se reduzir a perda potencial com ações
rápidas
6
Sob contingência,
demanda no limite ou
acima, com pressão
Sob contingência,
concentração excessiva,
com pressão
RISCO MUITO ALTO
Urgência de ações de mitigação do risco, com sistemas
de alerta, controle de demanda e outros
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 210
Além da conceituação dos arquétipos, realizou-se uma nova leitura para a situação de
contingência de forma a ressaltar as áreas mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas.
Para tanto, apontam-se as mudanças de classes entre o Cenário do Plano 2020 e o Cenário do
Plano Contingência 2030, nas Figuras 9.11 e 9.12, que identificam as microbacias que foram
alteradas pela contingência, tal como demonstra o seguinte exemplo:
Caso uma determinada microbacia apresente classe 3 no Cenário do Plano, recorte
temporal de 2020 (Arquétipo 3), e caso sob contingência essa microbacia apresente
resultado de balanço hídrico (tanto quali quanto quantitativo) de arquétipo 5, evidencia-se
a mudança de duas classes (da 3 para a 5);
Outras microbacias podem, sob contingência, se alterar em 3, 4 ou até cinco classes
(passando da classe 1 para a classe 6).
Como forma de facilitar a visualização das microbacias com o maior grau de risco, não se
identificam mediante legendas de cores, nas Figuras 9.11 e 9.12, as microbacias que não
sofrem modificação alguma sob contingência, independentemente de qual classe apresentem
inicialmente. Assim, apenas as microbacias que de fato se alteram sob contingência aparecem
nos mapas, cuja intensidade de cor denota a quantidade de classes alteradas – uma proxy para
o nível de risco encontrado sob contingência, a partir do nível de risco avaliado no Cenário do
Plano de 2020.
Pode-se observar que microbacias categorizadas no Cenário do Plano como de planejamento
de médio e longo prazo passam a ser classificadas como de atenção no Cenário de
Contingência, em especial, na vertente mineira, mais especificamente, as UGHs GD 03, 07 e
08, além das margens do rio Grande.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 211
Figura 9.11 - Cenário do Plano – Intensidade das Mudanças sob Contingência 2030 – Componente Quantitativo – Vazão Q
7,10
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 2 | 212
Figura 9.12 - Cenário do Plano – Intensidade das Mudanças sob Contingência 2030 – Componente Qualitativo – Vazão Q
7,10
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 214
10. DIRETRIZES PARA A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DO RIO
GRANDE
Neste capítulo, apresentam-se as principais diretrizes que foram propostas pelo PIRH-Grande
para os instrumentos de gestão dos recursos hídricos, acrescentando-se também diretrizes para
fiscalização dos usos e alocação de água na bacia.
Especial atenção deverá ser dada à execução das ações que promoverão a concretização das
diretrizes definidas pelo PIRH-Grande, no sentido de que sejam respeitadas as especificidades
das bacias afluentes e as determinações particulares dos CBHs-Bacias Afluentes, com a devida
pactuação entre essas entidades, de modo a evitar incompatibilidades entre o que está previsto
para os rios de domínio da União e para os corpos d’água de domínio dos estados.
As diretrizes para os instrumentos de gestão, bem como as metas, ações e programa de
investimentos devem ser aplicados respeitando-se as competências dos entes do sistema de
gerenciamento de recursos hídricos e a legislação vigente aplicável.
10.1 OUTORGA DE DIREITO DE USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS
A principal diretriz relacionada com a outorga de direito de uso dos recursos hídricos está
direcionada à sua implementação prática como um efetivo instrumento de gestão das águas na
bacia do rio Grande, cumprindo o papel de restrição e/ou incentivo para novos usos, e capaz
de interferir na consecução de objetivos dirigidos à solução de conflitos pelos usos múltiplos
quanti-qualitativos.
Outras diretrizes para a bacia do rio Grande são:
Compartilhar as bases de dados de outorgas dos órgãos gestores federal e estaduais, a partir
do Cadastro Nacional de Usuários dos Recursos Hídricos - CNARH;
Compilar os dados de situação de outorgas emitidas pelos órgãos gestores, envolvendo o
número de processos solicitados, o status e portarias emitidas e indeferimentos em um
relatório anual para divulgação pelos órgãos gestores e por UGH;
Atualizar e divulgar anualmente em relatórios de conjuntura da bacia do rio Grande as
informações técnicas referentes às outorgas e a situação em termos de balanço hídrico de
bacias hidrográficas e microbacias;
Promover o uso múltiplo racional da água disponível, mediante a definição de usos
prioritários dos recursos hídricos para conjuntos de microbacias em situação de balanço
hídrico quantitativo crítico. Um Termo de Referência para contratação pela ANA de estudo
visando ao estabelecimento de usos prioritários em áreas criticas da bacia do rio Grande
está apresentado em anexo ao Manual Operativo do PIRH-Grande – MOP;
Harmonizar os critérios de outorga para a bacia hidrográfica do rio Grande como um todo
quanto aos índices percentuais de máximos outorgáveis. Tais critérios devem considerar
regras de transição;
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 215
Definir e implementar mecanismos que façam com que a outorga seja instrumento de
indução de uso racional da água, com indicativos de eficiência mínima aceitável para cada
setor e tipologia de uso da água;
Envidar esforços para o aumento nos percentuais de usos outorgados em cada bacia
hidrográfica;
Quando do estabelecimento de critérios técnicos de outorga, considerar os montantes já
outorgados na bacia hidrográfica e, caso haja necessidade de revisão com o objetivo de
atender a usos múltiplos, estabelecer prazos que minimizem conflitos entre usuários;
Definir e implementar mecanismos que induzam à melhoria do tratamento de efluentes por
meio da outorga de lançamento de efluentes dirigida ao cumprimento das metas
progressivas de enquadramento;
Estabelecer áreas de restrição de outorgas de águas subterrâneas, mediante a realização de
estudo conclusivo, inclusive em locais de recarga de aquíferos, e que poderiam afetar a
oferta hídrica local/regional;
Definir vazões ecológicas a serem implementadas, aprovadas para os corpos d’água da
bacia;
Avaliar a possibilidade de emissão de outorgas sazonais, com variações das vazões e
volumes outorgados ao longo dos meses do ano;
Avaliar a possibilidade de emitir outorgas sazonais para lançamento de efluentes, de forma
compatível com as diretrizes para o enquadramento dos corpos d’água;
Levantar e aperfeiçoar informações sobre consumos efetivos de água, considerando as
captações e retornos para o meio hídrico, de forma a permitir adequação dos balanços
hídricos entre as ofertas hídricas e demandas ou consumos;
Considerar a utilização nas análises de outorgas de valores de vazões médias e máximas
captadas e a apresentação dessas informações nas portarias de outorgas emitidas, de forma
a dar maior aderência aos usos da água outorgados;
Estabelecer definição de usos que alterem o regime de um corpo de água de forma
padronizada na bacia hidrográfica do rio Grande, com mesmo entendimento entre os
órgãos gestores e melhorar procedimentos de análises de outorga para esses usos, com
critérios técnicos considerando as especificidades de cada uso e de cada bacia afluente;
Revisar procedimentos e metodologias de análise de outorgas para aproveitamentos
hidrelétricos, principalmente considerando aspectos de qualidade das águas relacionados
ao potencial de eutrofização de reservatórios, bem como ajustes nas metodologias para
definição da relação entre retiradas e consumos;
Realizar a integração de análises e dos bancos de dados de outorgas de águas subterrâneas
entre os órgãos gestores estaduais e o DNPM, considerando as particularidades das águas
minerais e a sua importância na bacia do rio Grande; a formalização de acordos de
cooperação, termos de cooperação técnica ou convênios poderá ser considerada para
atendimento a essa diretriz;
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 216
Desenvolver novas metodologias para análises de outorgas de águas subterrâneas, inclusive
de forma a permitir melhor avaliação do contexto regional dos aquíferos e das
interferências dos usos e poços explotados;
Estabelecer condicionantes para concessão/renovação de outorgas visando ao atendimento
de índices de uso racional das águas bem como a índices de tratamento de efluentes
compatíveis com as classes de enquadramento dos corpos receptores;
Recomenda-se que a ANA, ao analisar os pedidos de outorga dos aproveitamentos
hidroelétricos que atenderam às prescrições da Resolução Conjunta ANA/ANEEL nº
1.305/2015, considere a base de dados do PIRH-Grande, bem como considere as restrições
do Operador Nacional do Sistema – ONS.
Especificamente para o estado de São Paulo, são apresentadas as seguintes diretrizes:
Emitir outorgas coletivas em microbacias de conflito com a alocação das vazões disponíveis
pelos usuários e com o estabelecimento de vazões de entrega a jusante do trecho de
conflito;
Realizar balanços hídricos integrados entre águas subterrâneas e superficiais em microbacias
de grandes demandas de águas subterrâneas e que podem afetar a oferta hídrica
superficial;
Integrar as bases de dados de outorgas de lançamentos de efluentes entre o DAEE e a
CETESB, com vistas à melhor gestão de aspectos de qualidade dos cursos d’água;
Aumentar a integração entre as análises do DAEE e a CETESB para outorgas de lançamento
de efluentes, de forma que os aspectos de qualidade e quantidade sejam analisados de
forma consolidada com as informações apresentadas nos atos de outorga.
Para o estado de Minas Gerais, são apresentadas as seguintes diretrizes:
Avaliar e executar melhorias no processo de integração processual entre outorga e o
licenciamento ambiental;
Estabelecer melhorias nos procedimentos administrativos de outorgas, considerando a
necessidade premente de maior celeridade na tramitação e análise dos processos de
outorga e o foco nos aspectos técnicos;
Aumentar o corpo técnico de analistas de outorgas do órgão gestor, promovendo
capacitação constante, principalmente no que se refere ao foco nos aspectos técnicos
hidrológicos e hidráulicos, bem como no conhecimento dos usos e demandas dos
principais setores usuários;
Incentivar o uso racional da água pelos diversos setores usuários, com o estabelecimento
formal de coeficientes de uso racional e que devem ser buscados pelos usuários por meio
de indicativos nos atos de outorga;
Implementar as outorgas para lançamento de efluentes na bacia do rio Grande;
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 217
Prever nos planos de recursos hídricos critérios7
específicos de vazões ou acumulações de
volumes de água consideradas insignificantes, atendendo à Resolução CNRH nº16/2001.
10.2 FISCALIZAÇÃO DO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS
As diretrizes relacionadas a seguir são dirigidas prioritariamente aos procedimentos adotados
pelos órgãos gestores estaduais:
Realizar planejamento prévio, indicando número mínimo de campanhas e de usos a serem
fiscalizados;
Priorizar, num primeiro momento, o aspecto educativo, orientativo e de incentivo à
regularização dos usos da água, com a notificação em campo, quando possível, dos
usuários que se encontrarem em situação irregular, e determinação de prazos para sua
devida adequação;
Considerando a experiência adquirida pela ANA nos processos de fiscalização, verificar
possibilidades de execução de ações coordenadas entre ANA e os órgãos gestores estaduais,
visando à realização de campanhas integradas;
Quanto à fiscalização do uso de águas subterrâneas, priorizar áreas da bacia em que as
captações de águas superficiais possam interferir na recarga de aquíferos;
Adotar, quando possível, a utilização de tecnologias de sensoriamento remoto e
geoprocessamento, utilizando informações de imagens de satélite para planejamento e
otimização dos trabalhos de campo;
Apoiar as ações de fiscalização em informações de monitoramento dos recursos hídricos,
seja no que se refere a aspectos de qualidade ou vazões escoadas;
Buscar parcerias com outras entidades que tenham maior capilaridade e maior frequência
em ações de campo;
Elaborar relatórios anuais com os resultados das ações de fiscalização executadas na bacia.
10.3 ALOCAÇÃO DE ÁGUA NA BACIA
São apresentadas, a seguir, as diretrizes propostas para a alocação de água na bacia do rio
Grande:
Realizar o processo de alocação de água por UGH, mas com o foco e detalhe em nível de
microbacia, priorizando aquelas com maior situação de criticidade em termos de balanço
hídrico, com o suporte técnico dos órgãos gestores para a discussão dos resultados dos
estudos hidrológicos. Uma Nota Técnica sugerindo vazões de entrega em pontos de
controle da bacia está apresentada como anexo ao Manual Operativo do PIRH-Grande –
MOP;
7 No caso do rio Grande, os critérios foram estabelecidos pela ANA na Resolução nº 1.175/2003.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 218
Utilizar, preferencialmente, as séries e informações hidrológicas da bacia a partir dos dados
do PIRH-Grande, verificando a necessidade de atualização das séries históricas das estações
fluviométricas utilizadas, com base nas informações do portal hidroweb, da ANA;
Adotar vazão ecológica a ser definida por estudos específicos a serem realizados;
Definir a oferta hídrica de cada bacia ou microbacia com a avaliação do potencial de
regularização de vazões de reservatórios de barragens a serem mapeadas em nível local ou
regional, quando relevantes;
Adotar as informações de demandas, inicialmente, com base nos dados do PIRH-Grande, e
refina-las em nível local, por meio de levantamentos de usos em campo ou chamamento
para regularização da situação dos usuários;
Considerar a utilização de curvas de recessão dos cursos d’água para a negociação da oferta
hídrica a cada ano, no início do período de estiagem, em função do índice pluviométrico
ocorrido;
Formalizar os processos de alocação em nível de microbacia em situação de conflito
existente ou potencial por meio da emissão de outorgas coletivas, que devem apresentar as
regras de uso e os valores aos quais cada usuário estará sujeito para realizar sua captação,
além da previsão dos pontos de monitoramento e controle e vazões de entrega mínima e
padrões de qualidade da água a serem mantidos, de acordo com as classes de
enquadramento;
Nos atos de outorga coletiva, prever situações de alerta e a necessidade de que os usuários
apresentem relatórios periódicos com informações de seus usos e do monitoramento das
vazões de entrega ou mantidas a jusante de seus usos;
Estabelecer indicadores para avaliação dos resultados da alocação de água na bacia
hidrográfica, tanto no que diz respeito à avaliação da melhora nas condições hídricas da
bacia, quanto à melhora nas garantias de atendimento aos usuários.
10.4 ENQUADRAMENTO DE CORPOS D’ÁGUA
Quanto às diretrizes para implementação do instrumento de enquadramento na bacia do rio
Grande, são propostas as seguintes:
Complementar os estudos realizados pelo PIRH-Grande, considerando informações do
Diagnóstico e do Prognóstico, para atendimento à Resolução do CNRH nº 91/2008,
principalmente para definição dos usos preponderantes desejados para os corpos hídricos,
ponto de partida fundamental para estabelecimento das classes de qualidade a serem
atendidas;
Enquanto não for aprovado o enquadramento dos corpos d’água da bacia hidrográfica do
rio Grande, recomenda-se que os órgãos gestores utilizem as propostas do PIRH para a
definição da classe de enquadramento a ser adotada de forma transitória, como previsto no
artigo 15 da Resolução CNRH nº 91/2008; tais propostas estão apresentadas em Nota
Técnica anexa ao Manual Operativo do PIRH-Grande – MOP;
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 219
O CBH-Grande e os CBHs-Bacias Afluentes deverão definir o cenário futuro que servirá de
base ao enquadramento, recomendando-se que seja o tendencial, por constituir um
cenário mais realista e mais próximo do que poderá ocorrer de fato na bacia;
Considerar o enquadramento/reenquadramento por trechos de curso d’água, levando em
conta as classes de qualidade por eles atendidas no cenário escolhido, o que se aplica tanto
aos rios de domínio da União como estadual, tendo como fundamento a capacidade de
autodepuração dos cursos d’água, uma vez que o lançamento de cargas poluentes em
corpos receptores com pequenas vazões (como os de cabeceiras de bacias), mesmo de
efluentes tratados, pode inviabilizar o atendimento a classes de qualidade superiores, quer
na situação atual como na futura;
Propor classes de enquadramento para os principais cursos d’água da bacia (de domínio da
União e estadual), a serem definidos pelos Comitês, devendo os seus afluentes atender a
classes iguais ou de melhor qualidade, sempre que possível; essa diretriz se aplica também
aos critérios de entrega de vazões/padrões de qualidade em Pontos de Controle da bacia
do rio Grande;
Incluir os reservatórios para geração de energia hidrelétrica nos corpos d’água a serem
enquadrados, e definir o(s) parâmetro(s) prioritário(s) a ser(em) considerado(s), podendo ser
ele o Fósforo Total, fator limitante nos processos de eutrofização, acrescido de outros
parâmetros com potencial para representar conflitos que venham a ser identificados pelo
CBH, tais com o Nitrogênio. Um Termo de Referência para contratação pela ANA de
estudo visando à modelagem hidrodinâmica e da qualidade da água dos reservatórios das
principais UHEs da bacia do rio Grande está apresentado em anexo ao Manual Operativo
do PIRH-Grande – MOP os resultados desse estudo serão úteis para a definição das classes
de enquadramento desses reservatórios;
Adotar Classe Especial para cursos d’água que atravessam áreas protegidas (UCs de
proteção integral existentes e/ou a serem criadas), atendendo às prescrições da Resolução
CONAMA nº 357/2005;
Se e onde possível, adotar Casse 1 em trechos de cursos d’água utilizados para
abastecimento público localizados em cabeceiras de bacias, visando manter melhor
qualidade da água e reduzir custos de tratamento;
Como a vazão de referência para o enquadramento, manter a atual vazão de referência
para outorga adotada pela ANA para rios de domínio da União (Q95%
) e pelo DAEE e IGAM
para rios de domínio estadual (Q7,10
);
Estudar a possibilidade da adoção de vazões de referência para o enquadramento sazonais.
Caso esta alternativa seja implementada, ajustar a outorga para lançamento de efluentes de
forma compatível, uma vez que a vazão de diluição disponível será maior, em períodos
hidrológicos normais;
Adotar a DBO5,20
como o parâmetro prioritário para o enquadramento dos cursos d’água,
podendo ser estudada também a possibilidade de adotar o parâmetro Oxigênio Dissolvido
(OD), caso seja assim decidido pelo CBH-Grande, ou o Fósforo Total, embora eventuais
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 220
remoções desse parâmetro nas Estações de Tratamento de Efluentes constitua
procedimento de altos custos;
Para a definição das metas progressivas do enquadramento, considerar os resultados do
balanço hídrico qualitativo apresentado no Prognóstico para o cenário atual e para o
cenário futuro escolhido, nos horizontes de curto, médio e longo prazo;
Para elaboração do Plano de Efetivação do Enquadramento, considerar:
A implantação prioritária de serviços e obras para coleta e tratamento de esgotos nas
microbacias classificadas em arquétipos “urgência” e “prioridade de controle e
saneamento” nos mapas do Cenário do Plano do componente qualitativo, verificando
simultaneamente, quais as principais fontes poluentes identificadas na análise de causa-
efeito para mapeamento de áreas críticas apresentada no Quadro 9.2 do Prognóstico;
A possibilidade de propor alterações nos pontos de lançamento de efluentes tratados
que se localizam a montante de trechos que não atendem à classe 3 no cenário
escolhido;
Atenção especial ao tratamento dos efluentes lançados a montante das captações para
abastecimento urbano que se situam em cursos d’água com proposta de
enquadramento em classe de qualidade 2 ou melhor;
Eventual ajuste da rede de monitoramento da qualidade da água necessário para
monitorar as metas progressivas do enquadramento;
Adicionalmente, recomenda-se que, quando da sua revisão/atualização, os Planos das
Bacias Afluentes considerem no seu escopo o enquadramento das águas subterrâneas,
atendendo às prescrições da Resolução CONAMA nº 396/2008.
10.5 COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS
As diretrizes a serem consideradas para o instrumento de cobrança são as seguintes:
Construir uma base para a implementação da cobrança a partir da identificação de
intervenções e/ou de mecanismos de incentivos que produzam impactos positivos sobre a
gestão e uso dos recursos hídricos;
As intervenções na bacia a serem custeadas com os valores arrecadados pela cobrança
devem ser aquelas dirigidas para solução dos problemas identificados, tais como, por
exemplo, melhorias tecnológicas para redução de demandas visando dirimir conflitos
localizados em microbacias ou conjunto delas, tratamento de efluentes, implantação de
projetos para controle de erosão etc.;
Considerar variações sazonais e espaciais do coeficiente a ser utilizado na fórmula da
cobrança com o objetivo de representar o grau de comprometimento das disponibilidades
hídricas, a depender das condições de severidade das estiagens e da localização das áreas
mais conflituosas em termos dos balanços hídricos;
Dirigir os mecanismos de incentivo para apoiar o setor privado por meio de transferências
tais como o pagamento por serviços ambientais – PSA, e o pagamento pelos efluentes
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 221
tratados de estabelecimento industriais; as intervenções e/ou mecanismos de incentivos,
sempre que for possível, devem ter seus benefícios quantificáveis e seus usuários
beneficiados identificados. Desta forma será possível avaliar os efeitos reais, na bacia, da
aplicação dos recursos arrecadados e monitorar seus impactos. Um Termo de Referência
para contratação pela ANA de estudo visando à definição de mecanismos de cobrança
diferenciados por setor usuário está apresentado em anexo ao Manual Operativo do PIRH-
Grande – MOP. Em anexo ao MOP, apresenta-se também uma Nota Técnica com a
identificação preliminar de microbacias em que poderiam ser implantados projetos de PSA;
Incluir nos custos da base de cobrança, além dos custos das intervenções e/ou mecanismos
de incentivo o custo de funcionamento da Agência da Bacia8
;
Selecionar uma base de cobrança que tenha a maior relação benefício/custo ou que o custo
por usuário seja o menor possível e que permita a viabilidade econômico-financeira da
Agência de Bacia;
Considerar o repasse aos usuários finais desses custos por meio de Preços Unitários Básicos
(PUBs) adotando fatores de diferenciação que tomem em conta a escassez relativa dos
recursos hídricos e a respectiva capacidade de pagamento ou curva de demanda de cada
usuário. Uma Nota Técnica propondo um modelo de cobrança para os rios de domínio da
União e rios de domínio estadual da vertente mineira da bacia está apresentada em anexo
ao Manual Operativo do PIRH-Grande – MOP;
Prever também a definição de preços diferenciados entre os usuários contemplando
subsídios cruzados entre usos como forma de garantir os objetivos de equidade;
Considerando que o processo de implementação da cobrança tem uma duração longa,
recomenda-se que seu início se dê em curto prazo, na medida do possível.
10.6 SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS
Para o Sistema de Informações, são propostas as seguintes diretrizes:
Armazenar e disponibilizar as bases de dados do PIRH-Grande no Sistema Nacional de
Informações de Recursos Hídricos – SNIRH;
Inserir um link nos sites do CBH-Grande e dos CBHs das Bacias Afluentes, que remeta os
interessados ao portal do SNIRH;
A legislação de recursos hídricos referente à bacia do rio Grande, notadamente atos legais
editados pelo CBH-Grande e CBHs das Bacias Afluentes deve constar de forma atualizada
no mesmo link do SNIRH para fácil acesso pela sociedade;
Estabelecer procedimentos de consistência das informações da bacia e atualização
frequente da base de dados, com a periodicidade adequada a cada tipo de informação
disponível;
8 A Agência de Bacia deve ser custeada com recursos da cobrança. Ver Lei Federal nº 9.433/1997 - Arts. 22º e 43º; Lei Estadual SP nº
10.020/1998 - Art 8º; Lei Estadual MG nº 13.199/1999 - Art. 28º. Essas leis definem, inclusive, o percentual do total arrecadado com a
cobrança que deve ser aplicado para o custeio da Agência de Bacia.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 222
As atualizações das bases de dados da bacia do rio Grande (outorgas e balanços hídricos)
devem ser feitas após cada revisão e aprovação dos Planos de Bacias Afluentes e do próprio
PIRH-Grande, devendo ter foco, no mínimo, nos dados gerados nos Pontos de Controle da
bacia;
Recomenda-se que as bases de dados geradas pelo PIRH-Grande sejam consolidadas e
utilizadas pelos órgãos gestores estaduais de São Paulo e Minas Gerais;
Para a consolidação e homogeneização das bases de dados, devem ser avaliados os
recursos necessários por parte dos órgãos gestores estaduais e discutida com a ANA a
possibilidade de prover o apoio necessário;
O SNIRH deve considerar, também, a inserção das informações constantes do Plano de
Ações do PIRH Grande e da avaliação de cumprimento das suas metas ao longo do tempo,
principalmente com o acompanhamento dos indicadores de desempenho e a
disponibilização dos resultados do monitoramento do Plano.
10.7 PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS DAS BACIAS AFLUENTES
As diretrizes recomendadas para a revisão e atualização dos Planos das Bacias Afluentes são as
seguintes:
Sempre que possível, adotar os objetivos estratégicos e as metas do PIRH-Grande como
suporte, considerando uma linha integradora entre a visão de conjunto da bacia e a visão
local;
Utilizar as bases de dados geradas pelo PIRH-Grande, que são robustas e atualizadas,
quando da revisão/atualização dos planos;
Apresentar propostas de intervenções aderentes àquelas recomendadas pelo PIRH-Grande,
desde que compatíveis com os problemas e as potencialidades de cada bacia afluente;
Focar as propostas para implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos –
outorga, cobrança e enquadramento –, de modo que as ações e medidas indicadas sejam
factíveis, evitando-se a recomendação de inciativas que acabem não se aplicando na
prática, por não serem de atribuição dos órgãos gestores de recursos hídricos estaduais;
Adotar, sempre que possível, diretrizes compatíveis com os pressupostos do PIRH-Grande,
no que diz respeito à priorização de ações que resultem em orçamentos para real execução
das medidas, iniciando por menores investimentos e dando prosseguimento por
investimentos maiores, com o passar do tempo.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 223
11. OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS DE AÇÕES DO PIRH-GRANDE
Os objetivos, metas e programas de ações do PIRH-Grande, apresentados neste capítulo, foram
concebidos e detalhados com base nos resultados das etapas de Diagnóstico e Prognóstico e
nas diretrizes expostas no capítulo anterior.
11.1 EMBASAMENTO TEÓRICO-CONCEITUAL PARA ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES
Como apoio metodológico a esta fase dos estudos, lançou-se mão de uma ferramenta
largamente utilizada em estudos multidisciplinares de planejamento de longo prazo, o Gráfico
de Objetivos e Meios – GOM (Figura 11.1).
O GOM, técnica extraída da Teoria de Sistemas explora as relações existentes entre visões de
futuro, estratégias, objetivos de curto, médio e longo prazo e ações propostas, auxiliando a
organizar estas últimas e a selecionar aquelas que melhor atendam aos objetivos visados.
As bases metodológicas da Análise de Objetivos/Meios, bem como a sua inserção em um
sistema de planejamento regional são bastante úteis para estruturar o Plano a partir de suas
Finalidades Maiores, Componentes Estratégicos, Objetivos e Ações/Intervenções.
Figura 11.1 – Exemplo de Gráfico de Objetivos e Meios - GOM
Como se observa na figura, o GOM associa enfoques top-down (visão do todo para as partes) e
bottom-up (visão das partes para o todo) da região em foco às finalidades de longo prazo
propostas pelo estudo, seus componentes estratégicos e objetivos, aos meios para que se
alcancem tais objetivos, representados por um rol de intervenções possíveis definidas para
materializar as metas a serem cumpridas.
Programas do Plano
- Estudos - Iniciativas diversas
- Eventos - Serviços e obras
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 224
O gráfico assim elaborado pode ser lido e interpretado da “esquerda para a direita” e da
“direita para a esquerda”, possibilitando avaliar a eficiência obtida entre o cruzamento dos
temas e a sua convergência.
Cada coluna do GOM possui o seguinte significado:
Finalidades: gerais, sempre qualitativas, representam as intenções maiores do PIRH-
Grande, no longo prazo; traduzem o “valor” do Plano;
Componentes estratégicos: menos gerais do que as finalidades, mas também qualitativos,
representam elementos estratégicos de desenvolvimento, a integração entre os diferentes
principais enfoques do Plano;
Objetivos: dadas as finalidades e os componentes estratégicos, são elencados os objetivos a
serem perseguidos, associados a metas (detalhamento e quantificação do objetivo) nos
horizontes temporais do Plano;
Meios: são os instrumentos de ação disponíveis para se alcançar sucessivamente os
objetivos, a estratégia e as finalidades; reúnem as ações, estudos e projetos, constituídos por
medidas estruturais e não estruturais delineadas pelo estudo, reunidas em diversos
programas, para compor o Programa de Investimentos do PIRH.
Foram definidas as seguintes finalidades maiores do PIRH-Grande:
Sustentabilidade hídrica da bacia do rio Grande, concretizada, basicamente, mediante a
implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos e com base na garantia da
conservação dos recursos hídricos, em seu significado mais amplo; e
Sustentabilidade operacional do próprio Plano, ao longo de todo o seu horizonte temporal,
que engloba, além de aspectos técnicos, aspectos legais, institucionais e financeiros,
enfeixados sob a governança dos recursos hídricos.
Quanto aos Componentes Estratégicos, foram selecionados os seguintes:
Os instrumentos de gestão de recursos hídricos, que representam os mecanismos de que se
dispõe para alcançar a desejada sustentabilidade hídrica da bacia do rio Grande;
A conservação dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, em quantidade e
qualidade, envolvendo temas relacionados com o saneamento básico e a conservação
hidroambiental; e
A governança, dependente de uma articulação adequada dos atores envolvidos, com foco
nos órgãos gestores de recursos hídricos da bacia, em suas instâncias federal e estaduais,
nos Comitês – CBH-Grande e Comitês das Bacias Afluentes –, além da sociedade em geral.
A Figura 11.2 ilustra a montagem da primeira parte do GOM.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 225
Figura 11.2 – Montagem Inicial do GOM
11.2 OBJETIVOS E METAS
A cada Componente Estratégico, foram associados vários objetivos e suas metas, estas,
definidas para os três horizontes temporais do Plano:
Curto prazo: de 2018 a 2020;
Médio prazo: de 2021 a 2025; e
Longo prazo: de 2026 a 2030.
Tais prazos foram estabelecidos considerando uma leitura realista das potencialidades e
problemas da bacia, bem como o estágio em que se encontra a implementação dos
instrumentos de gestão de recursos hídricos.
No contexto da estrutura adotada para definição de objetivos e metas, foram resgatadas as
informações do Diagnóstico e do Prognóstico no que se refere à identificação e mapeamento
de áreas críticas e aos horizontes temporais predefinidos para intervenções, estes últimos,
estabelecidos pelo Cenário do Plano.
Assim, as metas, além de terem sido propostas para os horizontes de curto, médio e longo
prazos, estão dirigidas a três recortes espaciais, dependendo do objetivo a que estão
associadas: a bacia do rio Grande; as UGHs; ou as microbacias e os municípios nelas
localizados, quando aplicável. Esse procedimento visou orientar a elaboração posterior dos
programas de ações que compõem o Programa de Investimentos do PIRH, tanto no que se
refere ao momento em que as intervenções deverão ocorrer como às áreas da bacia que
deverão ser priorizadas, de acordo com os seus níveis de criticidade previamente analisados no
Diagnóstico e no Prognóstico.
Nos esquemas expostos a seguir, estão apresentados os Objetivos e Metas do PIRH-Grande,
agrupados por Componente Estratégico. Todos os objetivos elencados decorrem da análise
detalhada dos problemas que foram identificados na bacia na etapa de Diagnóstico e previstos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 226
para o futuro na fase de Prognóstico, buscando-se corrigi-los ou minimizá-los, sempre que
possível, no curto prazo.
Componente Estratégico: Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 228
Componente Estratégico: Conservação dos Recursos Hídricos
9 10 11
9 Ao encargo das prefeituras.
10 O escalonamento temporal previsto para alcance da Meta 8 em cada UGH obedece à ocorrência na bacia do rio Grande dos aquíferos
Guarani e Bauru-Caiuá, ambos do tipo poroso, e dos demais aquíferos no médio prazo para as demais UGHs.
11 As obras e serviços a serem executados serão de responsabilidade dos usuários de recursos hídricos envolvidos.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 229
12 13 14 15 16
12 Ao encargo das prefeituras.
13 Ao encargo das concessionárias estaduais dos serviços de saneamento e das prefeituras.
14 Os serviços e obras serão de responsabilidade dos produtores rurais.
15 Ao encargo das prefeituras.
16 Os serviços e obras serão de responsabilidade dos usuários do setor industrial.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 230
17 18
17 Ao encargo dos usuários de recursos hídricos envolvidos.
18 Ao encargo da futura Agência de Bacia.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 231
Componente Estratégico: Governança
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 232
11.3 PROGRAMAS DE AÇÕES
Os objetivos estratégicos do PIRH-Grande relacionados anteriormente serão alcançados
mediante uma série de atividades específicas – intervenções não estruturais e estruturais –,
estabelecidas para atendimento às metas predefinidas. Essas atividades, num total de 87, estão
reunidas em 17 programas de ações, que se associam a cada um dos objetivos, de acordo com
o Quadro 11.1.
QUADRO 11.1 – CORRELAÇÃO DOS PROGRAMAS DE AÇÕES COM OS COMPONENTES E
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DO PIRH-GRANDE
Componente
Estratégico Objetivos Estratégicos Programas de Ações do PIRH-Grande
Instrumento de
Gestão dos Recursos
Hídricos
Ampliar a regularização dos usos dos recursos
hídricos
01: Programa para Regularização dos Usos dos
Recursos Hídricos na Bacia do Rio Grande
Revisar critérios técnicos de outorga 02: Programa para o Fortalecimento da Outorga –
Critérios Técnicos
Melhorar procedimentos administrativos de
outorga
03: Programa para o Fortalecimento da Outorga –
Procedimentos Administrativos
Fiscalizar os usos dos recursos hídricos 04: Programa para Fortalecimento da Fiscalização
dos Usos dos Recursos Hídricos
Realizar processos de alocação de usos da água
por UGH
05: Programa para a Implementação de Processos
de Alocação de Água na Bacia
Proceder ao enquadramento/ reenquadramento
legal de todos os corpos d’água
06: Programa para a Implementação do
Enquadramento/ Reenquadramento dos Corpos
d’Água da Bacia
Implementar a cobrança pelo uso dos recursos
hídricos em toda a bacia
07: Programa para a Implementação da Cobrança
pelo Uso dos Recursos Hídricos na Bacia do rio
Grande
Implementar o Sistema de Informações 08: Programa para a Gestão do Banco de Dados
da Bacia do Rio Grande no SNIRH
Atualizar o PIRH-Grande e os Planos das Bacias
Afluentes
09: Programa para a Atualização dos Planos de
Recursos Hídricos
Conservação dos
Recursos Hídricos
Compatibilizar os balanços hídricos quantitativos 10: Programa para a Gestão da Demanda e da
Oferta Quantitativa dos Recursos Hídricos
Compatibilizar os balanços hídricos qualitativos 11: Programa para o Controle das Cargas
Poluidoras
Revisar e atualizar a rede de monitoramento dos
recursos hídricos
12: Programa para Adequação da Rede de
Monitoramento Quanti-Qualitativo dos Recursos
Hídricos
Apoiar a solução de passivos ambientais
associados aos recursos hídricos 13: Programa de Conservação Hidroambiental
Fomentar a conscientização da população para
a conservação dos recursos hídricos
14: Programa de Educação para a Conservação e
Gestão dos Recursos Hídricos
Governança
Implantar a Agência da Bacia 15: Programa para Implantação da Agência da
Bacia
Acompanhar a implementação do PIRH-Grande 16: Programa para Acompanhamento da
Implementação do PIRH-Grande
Fortalecer os Comitês de Bacia 17: Programa para o Fortalecimento dos Comitês
de Bacia
Os Programas de Ações foram detalhados em fichas, com a estrutura apresentada no Quadro
11.2.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 233
QUADRO 11.2 – ESTRUTURA BÁSICA DOS PROGRAMAS DE AÇÕES
COMPONENTE ESTRATÉGICO: Define o Componente Estratégico ao qual o programa se vincula
Objetivo Estratégico: Define o objetivo estratégico ao qual o programa está relacionado
Programa: Apresenta o título do programa
Justificativa: Descreve a justificativa para estabelecimento do programa
Ações Previstas:
Meta a Ser Atendida: Resgata a meta a ser atendida, predefinida, associada ao objetivo estratégico
Diretrizes de Referência: Relaciona as diretrizes que orientam a meta
Atividade: Descreve a atividade constituinte do programa, para alcance da meta preestabelecida
Natureza: Define se a ação é de natureza estrutural ou não estrutural
Cronograma Físico: Apresenta o cronograma físi33co de execução da atividade, por UGH, considerando curto,
médio e longo prazo, de acordo com o que prevê a meta
Responsáveis Diretos: Define os responsáveis diretos pela execução da atividade
Outras Instituições Envolvidas: Define outras instituições envolvidas com a execução da atividade
Atuação do CBH-Grande: ( ) Execução ( ) Controle ( ) Apoio ( ) Acompanhamento
Estimativa de Custos: Define os custos totais e anuais médios decorrentes da execução da atividade
Discriminação das Despesas: Define a natureza das despesas e os seus respectivos custos, anual e total
Cronograma de Desembolsos: Desagrega os desembolsos no curto, médio e longo prazo
Fontes de Recursos: Sugere as fontes alternativas de recursos financeiros que poderão ser utilizadas para
execução da atividade
Indicadores de Monitoramento: Define os indicadores de monitoramento para acompanhamento do andamento
da atividade e, portanto, para cumprimento da meta à qual ela se associa
As fichas de todos os programas estão apresentadas no Anexo deste relatório, em volume à
parte.
11.4 INVESTIMENTOS PREVISTOS
Foram estimados os custos das atividades que constituem cada programa do PIRH,
considerando aquelas intervenções passíveis de orçamentação no momento. Para obras e
serviços do setor de saneamento, foram previstos orçamentos associados, ou seja, que não
dependem de iniciativas diretas e investimentos dos órgãos gestores de recursos hídricos e dos
comitês de bacia.
11.4.1 Investimentos do PIRH-Grande
Os investimentos previstos para consecução dos programas de ações do Plano totalizam
aproximadamente R$ 274,6 milhões, divididos entre seus três componentes estratégicos e para
os horizontes de curto, médio e longo prazos, conforme sintetizado no Quadro 11.3 e ilustrado
nos Gráficos 11.1 a 11.5.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 234
QUADRO 11.3 - INVESTIMENTOS DO PIRH-GRANDE (R$)
Componentes Estratégicos/ Programas Curto Prazo
(2018 a 2020)
Médio Prazo
(2021 a 2025)
Longo Prazo
(2026 a 2030) Valor total
Componente Estratégico I - Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos
01: Programa para Regularização dos Usos dos Recursos
Hídricos na Bacia do Rio Grande 1.582.400,00 2.304.000,00 2.464.800,00 6.351.200,00
02: Programa para Fortalecimento da Outorga – Critérios
Técnicos 4.115.000,00 7.851.000,00 2.924.000,00 14.890.000,00
03: Programa para Fortalecimento da Outorga –
Procedimentos Administrativos 675.000,00 1.324.000,00 - 1.999.000,00
04: Programa para Fortalecimento da Fiscalização dos
Usos de Recursos Hídricos - 6.705.000,00 6.705.000,00 13.410.000,00
05: Programa para Implementação de Processos de
Alocação de Água na Bacia 225.000,00 700.000,00 - 925.000,00
06: Programa para Implementação do
Enquadramento/Reenquadramento dos Corpos d’Água da
Bacia
4.150.000,00 215.000,00 50.535.000,00 54.900.000,00
07: Programa para Implementação da Cobrança pelo Uso
dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio Grande 1.303.000,00 3.586.000,00 2.386.000,00 7.275.000,00
08: Programa para Gestão do Banco de Dados da Bacia
do Rio Grande no SNIRH 209.000,00 650.000,00 150.000,00 1.009.000,00
09: Programa para Atualização dos Planos de Recursos
Hídricos 350.000,00 17.600.000,00 17.500.000,00 35.450.000,00
Valor total (Componente I) 12.609.400,00 40.935.000,00 82.664.800,00 136.209.200,00
Componente Estratégico II - Conservação dos Recursos Hídricos
10: Programa para Gestão da Demanda e da Oferta
Quantitativa de Recursos Hídricos 28.366.000,00 46.350.000,00 43.000.000,00 117.716.000,00
11: Programa para Controle de Cargas Poluidoras 1.800.000,00 2.500.000,00 - 4.300.000,00
12: Programa para Adequação da Rede de
Monitoramento Quanti-Qualitativo dos Recursos Hídricos 1.800.000,00 3.525.000,00 585.000,00 5.910.000,00
13: Programa de Conservação Hidroambiental 660.000,00 2.450.000,00 350.000,00 3.460.000,00
14: Programa de Educação para Conservação e Gestão
dos Recursos Hídricos 750.000,00 1.120.000,00 370.000,00 2.240.000,00
Valor total (Componente II) 33.376.000,00 55.945.000,00 44.305.000,00 133.626.000,00
Componente Estratégico III - Governança
15: Programa para Implantação de Agência de Bacia 110.000,00 1.500.000,00 - 1.610.000,00
16: Programa para Acompanhamento da Implementação
do PIRH-Grande 1.770.000,00 250.000,00 250.000,00 2.270.000,00
17: Programa para Fortalecimento dos Comitês de Bacia 900.000,00 - - 900.000,00
Valor total (Componente III) 2.780.000,00 1.750.000,00 250.000,00 4.780.000,00
Total 48.765.400,00 98.630.000,00 127.219.800,00 274.615.200,00
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 235
Gráfico 11.1 - Investimentos Totais do PIRH-Grande por Componentes
Gráfico 11.2 - Investimentos Totais do PIRH-Grande por Horizonte Temporal (R$)
R$ 136.209.200,00(50%)R$ 133.626.000,00
(49%)
R$ 4.780.000,00(2%)
Componente Estratégico 1: Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos
Componente Estratégico 2: Conservação dos Recursos Hídricos
Componente Estratégico 3: Governança
R$ 48.765.400,00(18%)
R$ 98.630.000,00(36%)
R$ 127.219.800,00(46%)
Curto Médio Longo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 236
Gráfico 11.3 - Investimentos do PIRH-Grande – Componente I – Instrumentos de Gestão dos Recursos
Hídricos (R$)
Gráfico 11.4 - Investimentos do PIRH-Grande – Componente II – Conservação dos Recursos Hídricos (R$)
R$ 12.609.400,00(9%)
R$ 40.935.000,00(30%)
R$ 82.664.800,00(61%)
Curto Médio Longo
R$ 33.376.000,00(25%)
R$ 55.945.000,00(42%)
R$ 44.305.000,00(33%)
Curto Médio Longo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 237
Gráfico 11.5 - Investimentos do PIRH-Grande – Componente III - Governança (R$)
O Quadro 11.4 e o Gráfico 11.6 sintetizam os investimentos previstos por fontes de recursos
sugeridas pelo PIRH-Grande, observando-se a maior participação do governo federal, seguida
dos recursos que serão arrecadados com a cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
QUADRO 11.4 – INVESTIMENTOS TOTAIS DO PIRH-GRANDE POR FONTES DE RECURSOS
SUGERIDAS
Fontes de recursos Totais (R$)
Governo federal 154.119.933,00
Cobrança pelo uso da água 96.537.000,00
Governo estadual SP 12.620.967,00
Governo estadual MG 9.457.300,00
Municípios 1.440.000,00
FHIDRO MG 1.640.000,00
FEHIDRO SP 440.000,00
Total Geral 274.615.200,00
R$ 2.780.000,00(58%)
R$ 1.750.000,00(37%)
R$ 250.000,00(5%)
Curto Médio Longo
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 238
Gráfico 11.6 – Investimentos Totais do PIRH-Grande por Fontes de Recursos Sugeridas
No Gráfico 11.7, os investimentos do Plano estão agrupados por tipologias de ações. Verificam-
se os maiores valores previstos para a elaboração de estudos complementares e projetos,
seguidos das ações de gestão, serviços e obras passíveis de serem quantificados no âmbito do
PIRH, e realização de eventos diversos.
Gráfico 11.7 – Investimentos Totais do PIRH-Grande por Tipologia de Ações
R$ 154.119.933,00 (56,1%)
R$ 96.537.000,00 (35,2%)
R$ 12.620.967,00 (4,6%)
R$ 9.457.300,00 (3,4%)
R$ 1.440.000,00 (0,5%)
R$ 440.000,00 (0,2%)
Governo Federal Cobrança pelo uso da água Governo Estadual MGGoverno Estadual SP FHIDRO MG FEHIDRO SP
R$ 55.000.000,00(20%)
R$ 51.665.200,00(19%)
R$ 165.550.000,00(60%)
R$ 2.400.000,00(1%)
Serviços e Obras Ações de Gestão Estudos/Projetos Eventos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 239
11.4.2 Orçamentos Associados
No que se refere a obras e serviços do setor de saneamento nas áreas urbanas, dirigidos à
redução das perdas nas redes de distribuição de água e ampliação dos sistemas de coleta e
tratamento de esgotos, foi realizado um levantamento de custos específico, a partir da situação
atual de cada município, disponível no SNIS, projetada até 2030 com base nos critérios
adotados na etapa de Prognóstico – adoção das metas dos Planos Municipais de Saneamento
Básico já elaborados e das metas do PLANSAB para os municípios que ainda não dispõem
desses planos.
Essa estimativa resultou num valor total até 2030 de R$ 5,1 bilhões, considerado orçamento
associado ao programa de investimentos do PIRH-Grande, com a seguinte distribuição:
R$ 1.308.146.000,00 para obras e serviços correspondentes à redução de perdas nas redes
de distribuição de água; e
R$ 3.802.000.000,00 para obras e serviços de ampliação das redes de coleta e tratamento
de esgotos urbanos.
11.5 CONFIGURAÇÃO FINAL DO PLANO DE AÇÕES
Uma vez definidas as finalidades maiores do PIRH-Grande, seus componentes estratégicos,
seus objetivos e metas, os programas de ações e suas atividades constituintes, o Gráfico de
Objetivos e Meios – GOM – assume a configuração representada nas Figuras 11.3 a 11.5, por
componentes estratégicos.
As Figuras 11.6 a 11.8 apresentam a estimativa de custos dos programas e suas atividades
constituintes, também detalhada por componente estratégico.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 240
Figura 11.3 – Gráfico de Objetivos e Meios: Componente I – Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 241
Figura 11.4 – Gráfico de Objetivos e Meios: Componente II – Conservação dos Recursos Hídricos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 242
Figura 11.5 – Gráfico de Objetivos e Meios: Componente III – Governança
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 243
Figura 11.6 – Detalhamento dos Custos do Componente I – Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 244
Figura 11.7 – Detalhamento dos Custos do Componente II – Conservação dos Recursos Hídricos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 245
Figura 11.8 – Detalhamento dos Custos do Componente III – Governança
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 246
12. ESTRATÉGIAS INSTITUCIONAIS
As estratégias institucionais apresentadas neste capítulo compreendem uma análise das inter-
relações do PIRH-Grande com outros planos de interesse, propostas para articulação
interinstitucional e criação da Agência de Bacia, e recomendações para os setores usuários.
12.1 INTER-RELAÇÕES DO PIRH-GRANDE COM OUTROS PLANOS DE INTERESSE
12.1.1 Bacias Hidrográficas Vizinhas
As bacias hidrográficas vizinhas à bacia do rio Grande são as seguintes:
Bacias de rios de domínio da União:
Bacia do Rio Paranaíba (contemplando os estados de GO, MS e MG, além do DF);
Bacia do Rio São Francisco (contemplando os estados de MG, GO, BA, PE, AL e SE,
além do DF);
Bacia do Rio Paraíba do Sul (contemplando os estados de SP, RJ e MG);
Bacia do Rio Doce (contemplando os estados de MG e ES);
Sub-Bacia do Rio Tietê – UGRHI 5 – Piracicaba/Capivari/Jundiaí (contemplando os
estados de SP e MG).
Bacias de rios de domínio estadual:
Sub-Bacias do Rio Paraná (UGRHI 18 – São José dos Dourados/SP e UPG –
Ivinhema/MS);
Sub-Bacias do Rio Tietê (UGRHIs 6 – Alto Tietê, 10 – Tietê/Sorocaba, 13 –
Tietê/Jacaré, 16 – Tietê/Batalha e 19 – Baixo Tietê, todas localizadas no estado de São
Paulo).
A partir da análise dos Planos de Recursos Hídricos dessas bacias, não foram identificadas
interferências diretas com a bacia do rio Grande. De toda forma, vale destacar duas
importações de água para a bacia do rio Grande, mediante captações na bacia do rio
Paranaíba, sendo elas:
Captação de água no rio Claro, para abastecimento da cidade de Uberaba, situada na UGH
GD 08, vertente mineira da bacia do rio Grande, o que caracteriza uma importação de
vazões para a bacia do rio Grande de até 0,5 m3
/s);
Captação de água, no ribeirão do Inferno, afluente do rio Araguari, para abastecimento de
mineroduto com 123 km de extensão, da empresa Fosfertil (Vale Fertilizantes), também
localizada na GD 08, que recebe rocha extraída no Complexo de Mineração de Tapira-
MG. A vazão importada corresponde a 0,094 m3
/s.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 247
Essas importações de vazões foram consideradas para efeitos dos balanços hídricos quanti-
qualitativos nas microbacias da bacia do rio Grande em que as vazões são recebidas, tendo em
vista seus impactos na disponibilidade hídrica (maior disponibilidade de vazões para outros
usos na microbacia) e no lançamento de efluentes.
Não foram identificadas no Plano da Bacia do Rio Paranaíba referências a problemas de déficits
hídricos no rio Claro e no ribeirão do Inferno em decorrência das exportações de vazões para a
bacia do rio Grande. Porém, vale ressaltar que o Plano identifica que o rio Claro apresenta
duas declarações de áreas de conflito pelo uso da água entre 2005 e 2011 (DACs nºs 002/2005
e 004/2009), envolvendo o município de Uberaba.
Outra questão importante a considerar são os aquíferos compartilhados entre as bacias vizinhas
e a bacia do rio Grande, tais como os sistemas aquíferos Guarani, Bauru-Caiuá, Tubarão,
Gnáissico-Granítico, entre outros, uma vez que as águas subterrâneas são importantes fontes de
abastecimento de água e a sua qualidade é diretamente afetada pelos usos antrópicos na bacia.
A questão do lançamento do esgoto sanitário sem tratamento adequado, a disposição irregular
dos resíduos sólidos, o aporte de efluentes industriais, agrícolas ou pecuários são potenciais
fontes de contaminação das águas subterrâneas ocorrentes tanto nas bacias vizinhas como nas
próprias bacias afluentes do rio Grande, necessitando de esforços integrados para a
preservação de suas características químicas e físicas naturais.
12.1.2 Bacias Afluentes
Foram consultados os seguintes planos, disponíveis quando da elaboração do PIRH-Grande:
GD 01: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Alto Rio Grande (CBH
GD1/IGAM/CONSÓRCIO ECOPLAN-LUME- SKILL, 2014);
GD 02: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio das Mortes (CBH
GD2/IGAM/CONSÓRCIO ECOPLAN-LUME- SKILL, 2014);
GD 03: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Entorno do Lago de
Furnas (IGAM/CBH FURNAS/ALAGO/FUPAI, 2013);
GD 04: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Verde (IGAM/CBH
VERDE/CONSÓRCIO ECOPLAN-LUME, 2010);
GD 05: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí
(COPASA/VIDA MEIO AMBIENTE, 2010);
GD 06: Plano Diretor de Recursos Hídricos dos Afluentes Mineiros dos Rios Mogi-
Guaçu/Pardo (IGAM/CBH MOGI-PARDO/FUNDAÇÃO ROGE, 2010);
UGRHI 01: Plano da Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Serra
da Mantiqueira (CPTI/CBH-SM, 2009);
UGRHI 04: Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Pardo
(CPTI/CBH-PARDO, 2008);
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 248
UGRHI 08: Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do
Sapucaí/Grande (CPTI/CBH-SMG, 2008);
UGRHI 09: Plano da Bacia da Bacia Hidrográfica do Rio Mogi Guaçu 2016-2019 (CBH-
MOGI/VM ENGENHARIA, 2016);
UGRHI 12: Revisão do Plano de Bacia da Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de
Recursos Hídricos do Baixo Pardo/Grande (CPTI/IPT/CBH-BPG, 2009);
UGRHI 15: Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Bacia
do Turvo/Grande (CPTI/IPT/CBH-TG, 2008).
Vale ressaltar que todos os planos de bacia do estado de São Paulo encontram-se em revisão
(referência julho/2017), visando ao atendimento às Deliberações CRH/SP nº 146/2012 e
CRH/SP nº 188/2016, que definem os critérios, os prazos e os procedimentos para a
elaboração do Plano de Bacia Hidrográfica e do Relatório de Situação dos Recursos Hídricos da
Bacia Hidrográfica.
Com base na análise do conteúdo dos planos consultados, e mediante a montagem de
matrizes, foram identificadas as ações/programas propostos, conforme apresentado no Quadro
12.1.
Nessas matrizes, está indicado o grau de incidência de cada item/tema no conjunto dos planos
de bacia analisados, possibilitando observar aqueles que constam em maior e menor número,
aplicando-se, portanto, a uma maior ou menor quantidade de UGHs, de acordo com a escala
de cores apresentada a seguir:
Alta Incidência (o item está presente em 10 a 12 planos consultados)
Média Incidência (o item está presente em 6 a 9 planos consultados)
Baixa Incidência (o item está presente em 2 a 5 planos consultados)
Específica (o item está presente em apenas 1 plano consultado)
Indicam-se com “X” as ações e/ou recomendações que também estão sendo previstas pelo
PIRH-Grande, permitindo verificar as suas inter-relações/compatibilidade com as propostas dos
planos das bacias afluentes, seja mediante atividades já explicitadas no Plano, seja mediante
intervenções que deverão decorrer de estudos complementares e projetos recomendados para
a bacia do rio Grande.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 249
QUADRO 12.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES/PROGRAMAS PROPOSTOS PELOS PLANOS DAS BACIAS AFLUENTES E PELO PIRH-GRANDE
Programas
UGH
Incidência do
item no conjunto
dos planos das
bacias afluentes
Vertente Mineira Vertente Paulista
GD01 GD02 GD03 GD04 GD05 GD06 UGRHI 01 UGRHI 04 UGRHI 08 UGRHI 09 UGRHI 12 UGRHI 15
Alto
Grande Mortes/Jacaré
Entorno do
Reservatório
de Furnas
Verde Sapucaí Mogi
Guaçu/Pardo Mantiqueira Pardo
Sapucaí/
Grande Mogi Guaçu
Baixo
Pardo/Grande Turvo/Grande
Sede do Comitê Itutinga São João Del
Rey Alfenas Varginha Itajubá
Poços de
Caldas
Campos do
Jordão
Ribeirão
Preto Franca
S. J. da Boa
Vista Barretos
S. J. do Rio
Preto
Med
id
as estru
tu
rais
Redução de perdas nos
sistemas de abastecimento
de água
11
Universalização do
abastecimento de água
8
Implantação e/ou
complementação das redes
de coleta de esgoto
doméstico urbano e ETEs
12
Implantação de sistemas de
tratamento individual de
água e de esgoto para
comunidades isoladas
5
Eliminação de ligações
cruzadas de redes de esgoto
e águas pluviais
3
Implantação de aterros
sanitários nos municípios da
bacia, e melhoria do serviço
de coleta
12
Implantação de coleta
seletiva e de unidades de
triagem e compostagem de
lixo urbano.
11
Coleta e destinação
adequada de embalagens de
agrotóxico
4
Recuperação das áreas
degradadas por lixões e
aterros controlados
abandonados/desativados.
10
Destinação adequada dos
resíduos de construção civil
e saúde
6
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 250
...Continuação.
QUADRO 12.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES/PROGRAMAS PROPOSTOS PELOS PLANOS DAS BACIAS AFLUENTES E PELO PIRH-GRANDE
Programas
UGH
Incidência do
item no conjunto
dos planos das
bacias afluentes
Vertente Mineira Vertente Paulista
GD01 GD02 GD03 GD04 GD05 GD06 UGRHI 01 UGRHI 04 UGRHI 08 UGRHI 09 UGRHI 12 UGRHI 15
Alto
Grande Mortes/Jacaré
Entorno do
Reservatório
de Furnas
Verde Sapucaí Mogi
Guaçu/Pardo Mantiqueira Pardo
Sapucaí/
Grande Mogi Guaçu
Baixo
Pardo/Grande Turvo/Grande
Sede do Comitê Itutinga São João Del
Rey Alfenas Varginha Itajubá
Poços de
Caldas
Campos do
Jordão
Ribeirão
Preto Franca
S. J. da Boa
Vista Barretos
S. J. do Rio
Preto
Med
id
as estru
tu
rais
Redução da poluição de
origem agrícola com técnicas
de manejo agrícola e cultivos
adequados
11
Melhoria da eficiência na
irrigação
6
Redução da poluição
orgânica de origem animal:
adoção de práticas para o
tratamento de efluentes
6
Controle da poluição
industrial, minerária e do
setor de serviços
8
Combate à erosão e
desassoreamento da rede de
drenagem
12
Implantação de obras para
regularização de vazões 4
Recuperação e proteção de
nascentes, matas ciliares,
áreas de recarga de
aquíferos e áreas de
preservação permanente
12
Reflorestamento com
espécies nativas e fins
econômicos
9
Monitoramento quantitativo
- Complementação da rede
de observação hidrológica
10
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 251
...Continuação.
QUADRO 12.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES/PROGRAMAS PROPOSTOS PELOS PLANOS DAS BACIAS AFLUENTES E PELO PIRH-GRANDE
Programas
UGH
Incidência do
item no conjunto
dos planos das
bacias afluentes
Vertente Mineira Vertente Paulista
GD01 GD02 GD03 GD04 GD05 GD06 UGRHI 01 UGRHI 04 UGRHI 08 UGRHI 09 UGRHI 12 UGRHI 15
Alto
Grande Mortes/Jacaré
Entorno do
Reservatório
de Furnas
Verde Sapucaí Mogi
Guaçu/Pardo Mantiqueira Pardo
Sapucaí/
Grande Mogi Guaçu
Baixo
Pardo/Grande Turvo/Grande
Sede do Comitê Itutinga São João Del
Rey Alfenas Varginha Itajubá
Poços de
Caldas
Campos do
Jordão
Ribeirão
Preto Franca
S. J. da Boa
Vista Barretos
S. J. do Rio
Preto
Med
id
as estru
tu
rais
Monitoramento qualitativo -
Ampliação da rede de
monitoramento da
qualidade da água, visando
avaliação do
enquadramento ou
reenquadramento
11
Identificação de soluções
alternativas para
abastecimento doméstico
3
Implementação de ações de
manejo hídrico com vistas a
minimizar processos de
inundação e maximizar os
de perenidade hídrica
7
Projeto de drenagem urbana 6
Med
id
as n
ão
estru
tu
rais
Elaboração de Planos
Municipais de Saneamento
5
Preservação da
biodiversidade aquática
4
Melhoria das condições de
balneabilidade 5
Produção científica sobre a
situação dos recursos
hídricos e/ou relatórios
anuais de situação
8
Sistema de previsão e alerta
de enchentes, com
elaboração dos planos de
emergência e contingência
6
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 252
...Continuação.
QUADRO 12.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES/PROGRAMAS PROPOSTOS PELOS PLANOS DAS BACIAS AFLUENTES E PELO PIRH-GRANDE
Programas
UGH
Incidência do
item no conjunto
dos planos das
bacias afluentes
Vertente Mineira Vertente Paulista
GD01 GD02 GD03 GD04 GD05 GD06 UGRHI 01 UGRHI 04 UGRHI 08 UGRHI 09 UGRHI 12 UGRHI 15
Alto
Grande Mortes/Jacaré
Entorno do
Reservatório
de Furnas
Verde Sapucaí Mogi
Guaçu/Pardo Mantiqueira Pardo
Sapucaí/
Grande Mogi Guaçu
Baixo
Pardo/Grande Turvo/Grande
Sede do Comitê Itutinga São João Del
Rey Alfenas Varginha Itajubá
Poços de
Caldas
Campos do
Jordão
Ribeirão
Preto Franca
S. J. da Boa
Vista Barretos
S. J. do Rio
Preto
Med
id
as n
ão
estru
tu
rais
Apoio ao desenvolvimento
do turismo de forma
sustentável
7
Implantação de agência de
bacia
11
Implantação de cobrança
pelo uso da água
12
Capacitação e educação
hidroambiental, com cursos
profissionalizantes e
incentivo ao reuso e uso
eficiente
12
Fortalecimento do comitê 8
Implementação e/ou
Atualização do
Cadastramento dos
usuários da água
8
Articulação,
Acompanhamento e
Implementação do Plano
8
Gerenciamento efetivo da
concessão e fiscalização de
outorgas
7
Estudos para indicação de
criação/delimitação de
unidades de conservação e
planos de manejo
6
Estudos específicos para o
reuso da água industrial e
destinação adequada dos
efluentes
7
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 253
...Continuação.
QUADRO 12.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS AÇÕES/PROGRAMAS PROPOSTOS PELOS PLANOS DAS BACIAS AFLUENTES E PELO PIRH-GRANDE
Programas
UGH
Incidência do
item no conjunto
dos planos das
bacias afluentes
Vertente Mineira Vertente Paulista
GD01 GD02 GD03 GD04 GD05 GD06 UGRHI 01 UGRHI 04 UGRHI 08 UGRHI 09 UGRHI 12 UGRHI 15
Alto
Grande Mortes/Jacaré
Entorno do
Reservatório
de Furnas
Verde Sapucaí Mogi
Guaçu/Pardo Mantiqueira Pardo
Sapucaí/
Grande Mogi Guaçu
Baixo
Pardo/Grande Turvo/Grande
Sede do Comitê Itutinga São João Del
Rey Alfenas Varginha Itajubá
Poços de
Caldas
Campos do
Jordão
Ribeirão
Preto Franca
S. J. da Boa
Vista Barretos
S. J. do Rio
Preto
Med
id
as n
ão
estru
tu
rais
Implantação do Sistema de
Informações de Recursos
Hídricos ou consolidação
em Banco de Dados
8
Mapeamento de áreas
prioritárias para
biodiversidade e áreas de
risco de erosão e inundação
7
Estudo básico das águas
subterrâneas, contemplando
mapas de risco e uso
sustentável
7
Estudo específico para
população flutuante 1
Cadastramento e
monitoramento de
mineradoras
3
Efetivação e atualização do
inventário de fontes de
poluição (fixas / pontuais e
difusas)
6
Estudos específicos de sub-
bacias críticas quanto ao
balanço hídrico
3
Estudo para integração do
Plano de bacia e PERH e do
comitê com CBH-Grande
3
Desenvolvimento das ações
recomendadas no Projeto
Sistema Aquífero Guarani
3
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 254
12.1.3 Planos de Recursos Hídricos Estaduais - PERHs
Os Planos de Recursos Hídricos estaduais de Minas Gerais e de São Paulo foram analisados
com foco na abordagem das principais diretrizes e recomendações definidas para os
instrumentos de gestão de recursos hídricos, conforme exposto a seguir, visando à necessária
compatibilização com as diretrizes definidas para o PIRH-Grande e pelo seu Plano de Ações.
PERH-Minas Gerais
O Quadro 12.2 sintetiza as principais diretrizes e recomendações do PERH-MG para os
instrumentos de gestão de recursos hídricos.
QUADRO 12.2 – DIRETRIZES E RECOMENDAÇÕES PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE
RECURSOS HÍDRICOS PROPOSTAS PELO PERH-MINAS GERAIS
Tema Diretrizes
Sistema Estadual
de Informações
O Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos (SEIRH/MG) deve ser analisado visando apontar eventuais
divergências entre fontes distintas de informações sobre demandas, inclusive projeções e estimativas, para que seja
conferida maior consistência a esses dados;
O SEIRH/MG deve estar integrado ao Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), da Agência
Nacional de Águas - ANA, de forma a compatibilizar a utilização de alguns dos módulos de utilização comum aos
estados brasileiros.
Outorga
A aplicação de novos critérios de outorga deve ser desenvolvida focando as Regiões de Gestão, por apresentarem
características semelhantes quanto aos graus de utilização dos recursos hídricos e quanto às pressões sobre as
disponibilidades.
Complementarmente, alguns casos específicos devem ser estudados, a saber:
– considerar a geração de energia hidrelétrica, seja por PCHs ou UHEs, tendo em vista o elevado potencial
previsto para novos empreendimentos, que poderão produzir mais de 7,8 GB;
– incorporar critérios de eficiência de uso para análise de processos de outorga;
– criar um arcabouço legal e institucional para a mediação de conflitos, via comissão gestora, no âmbito da
alocação negociada; e
– aprofundar as discussões acerca da definição das vazões de entrega em bacias compartilhadas.
– há necessidade de, para além da gestão tecnoburocrática, outras ferramentas norteadoras sejam
incorporadas ao processo de negociação dos recursos hídricos.
Enquadramento
O enquadramento deverá eleger parâmetros prioritários para cada bacia, ter metas intermediárias, sendo definido
para uma vazão de referência. Por seu turno, as metas intermediárias devem estar associadas a um plano de ações e
intervenções, submetidas a um devido acompanhamento propiciado por uma rede de monitoramento das variáveis
selecionadas e buscando a sua efetiva viabilização e integração com os demais instrumentos do Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SEGRH/MG), incluindo a Outorga, a Cobrança e o SEIRH/MG;
Ferramentas Técnicas de Apoio ao Enquadramento:
– Sistema de Informação (SEIRH/MG) com dados de qualidade e quantidade da água e uso do solo;
– Sistema Econômico-Financeiro da bacia, permitindo a análise dos investimentos necessários e benefícios
esperados; e
– Modelo de Qualidade da Água (SADs), permitindo a correlação entre cenários futuros de ocupação da
bacia e seu reflexo na qualidade das águas.
Identificação de Variáveis Relevantes aos Processos de Enquadramento, de Forma Articulada com a Rede Estratégica
de Monitoramento;
Avaliação das Propostas de Enquadramento que Constam de Planos de Bacias Existentes e/ou Sob Elaboração,
contemplando:
– levantamento da situação atual do enquadramento dos rios de domínio do Estado de Minas Gerais em
cada uma das UGPRHs;
– levantamento da situação atual do enquadramento nos rios de domínio da União;
– verificação da compatibilidade entre os enquadramentos existentes e propostos em bacias compartilhadas;
– análise crítica das metodologias de enquadramento utilizadas;
– verificação da sustentabilidade dos enquadramentos existentes;
– integração entre os critérios de enquadramento utilizados considerando as diretrizes do PERH/MG e as
particularidades das UGPRHs; e
consolidação da proposta do novo enquadramento com anuência dos técnicos em nível nacional, estadual e regional
envolvidos.
Continua...
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 255
Continuação.
QUADRO 12.2 – DIRETRIZES E RECOMENDAÇÕES PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE
RECURSOS HÍDRICOS PROPOSTAS PELO PERH-MINAS GERAIS
Tema Diretrizes
Enquadramento
(continuação)
Proposta de Procedimentos para Compatibilização do Enquadramento de Corpos Hídricos entre UPGRHs de Minas
Gerais e em Bacias Hidrográficas Compartilhadas com Outros Estados da Federação:
– avaliar formas de compatibilizar as vazões de referência adotadas no estado com as vazões adotadas pela
ANA e por outros estados da federação, para permitir a aplicação dos instrumentos de gestão de forma
mais coordenada;
– estabelecer os caminhos de negociação com os estados limítrofes e com a ANA, para que as discussões
referentes ao enquadramento possam tomar forma;
– conferir a implantação da Rede Estratégica de Monitoramento;
– revestir a análise do enquadramento de um caráter mais econômico, no intuito de verificar se eventuais
decisões quanto à qualidade da água não trariam consequências econômicas negativas nem para a bacia, e
nem para o país;
– fazer com que a compatibilidade foque a vazão de referência, a classe do enquadramento e as metas
intermediárias de cada UGPRH;
– sugere-se que o IGAM funcione como elemento facilitador entre as negociações entre membros dos CBHs
tanto nas discussões de âmbito estadual, como nas discussões envolvendo técnicos do Estado e da União.
Cobrança
Já existe um critério nacional básico para a cobrança pelo uso de água e, provavelmente, seja sobre esta base que
será adotado este instrumento nas demais bacias de Minas Gerais.
Considera-se imprescindível que o IGAM possua sua própria base de usuários para Cobrança, não estando
necessariamente dependente do CNARH e do DIGICOB;
Etapas Gerais Recomendadas para a Implantação da Cobrança pelo Uso da Água: a sistemática da Cobrança deve ser
instalada e aprimorada de modo gradativo, partindo de um processo inicialmente mais simples, composto por um
conjunto de medidas legais, técnicas, administrativas, gerenciais e de comunicação social, cujos objetivos, de curto,
médio e longo prazo, influenciam a estratégia de operacionalização e a interação com os diferentes atores envolvidos,
notadamente com os usuários-pagadores. Dessa forma, a implementação da cobrança compreende as seguintes
etapas gerais:
– Existência de Legislação e de Regulamentação Específica;
– Definição Geral e Aprovação de Critérios e Fatores para Cobrança pelo Uso da Água;
– Identificação de um Plano de Investimentos Prioritários; e
– Elaboração e Implementação de um Programa de Comunicação Social.
Inter-relações entre Arranjos Institucionais e a Aplicação da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos: no que
concerne à atual implementação da Cobrança pelo Uso da Água em Minas Gerais, os temas estão em pleno debate,
por vezes, centrados nas seguintes opções:
– (i) a constituição de Agência de Bacia como um Consórcio Público, tal como disposto pela ANA, tanto para
a bacia do rio Doce, quanto para a do rio São Francisco; e
– (ii) a criação da Agência no formato de figura jurídica de direito privado, sem fins econômicos, dentre as
alternativas de uma associação de usuários de recursos hídricos ou de um consórcio intermunicipal
público-privado, tendo o PCJ como referência.
– Os estudos do PERH/MG entendem que a alternativa a ser adotada para a Agência de Bacia deve
responder adequadamente às suas funções, sobretudo a implantação da Cobrança pelo Uso da Água, vista
como um instrumento econômico descentralizado de gestão.
Sugestão de Critérios para a Hierarquização de Ações Financiáveis com Recursos da Cobrança pelo Uso da Água:
– (i) critério financeiro relativo ao empreendimento;
– (ii) critério financeiro relativo à empresa e/ou órgão executor;
– (iii) critério ambiental relativo à melhoria quali-quantitativa das disponibilidades hídricas;
– (iv) critério econômico; e
– (v) critério social.
Fonte: Resumo Executivo do Plano Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais (IGAM/CONSÓRCIO HOLOS-FAHMA-DELGITEC, 2011).
Observa-se, no quadro anterior, que as diretrizes e recomendações para implementação dos
instrumentos de gestão de recursos hídricos propostas pelo PERH-MG estão refletidas no PIRH-
Grande, na medida em que este Plano apresenta uma série de recomendações aderentes às
propostas apresentadas para o estado de Minas Gerais, aplicáveis à bacia do rio Grande, e
também a recomendação para elaboração de estudos específicos para embasar decisões do
CBH-Grande que dependem de novas informações sobre a bacia, tal como referido no Plano
Estadual.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 256
PERH-São Paulo
No PERH-SP, as diretrizes para implementação dos instrumentos de gestão estão estruturadas
sob a forma de proposições e compromissos institucionais organizados por áreas temáticas,
sendo apresentadas no Quadro 12.3 as informações referentes à Área Temática 2 –
Desenvolvimento e Implementação de Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos.
QUADRO 12.3 - DIRETRIZES E RECOMENDAÇÕES PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE
RECURSOS HÍDRICOS PROPOSTAS PELO PERH-SÃO PAULO
Componentes Estratégicos Componentes Prioritários
2.1. Promover o aperfeiçoamento dos instrumentos de
planejamento dos recursos hídricos
2.1.1. Acompanhar e aprimorar a execução dos Planos de
Recursos Hídricos
2.1.2. Atualizar o enquadramento dos corpos d’água do
Estado
2.2. Aprimorar o sistema de fiscalização, licenciamento e
outorga
2.2.1. Integrar os procedimentos de outorga e licenciamento
ambiental
2.2.2. Modernizar a infraestrutura, equipamentos e
metodologias de fiscalização e outorga
2.3. Implementar, subsidiar e difundir os princípios da
cobrança pelo uso da água em todos os CBHs do Estado.
2.3.1. Finalizar o processo de implementação da cobrança
em todas as UGRHIs do Estado
2.4. Aprimorar o sistema de monitoramento dos recursos
hídricos
2.4.1. Modernizar e inovar a rede de monitoramento quali-
quantitativa
2.4.2. Modernizar e otimizar a sistematização e a
disponibilização dos resultados do monitoramento
2.5. Desenvolver um Sistema Estadual de Informações para
gestão de recursos hídricos
2.5.1. Dotar os CBHs com Sistemas de Informações para
Gestão de Recursos Hídricos
2.5.2. Promover a capacitação de recursos humanos para
operacionalização do sistema de informação
Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo – PERH 2012-2015 (SSRH/CRHi, 2013).
Verifica-se que o PIRH-Grande incorpora as recomendações do PERH-SP para os instrumentos
de gestão de recursos hídricos, estando, portanto, compatível com o plano estadual.
12.2 PROPOSTAS PARA ARTICULAÇÃO INTERINSTITUCIONAL E CRIAÇÃO DA AGÊNCIA DE BACIA
12.2.1 Propostas para Articulação Interinstitucional
A gestão de recursos hídricos em bacias que possuem corpos hídricos de domínios distintos,
como é o caso da bacia hidrográfica do rio Grande, pressupõe que exista uma convergência
relevante tanto nas normas operativas, relacionadas com a implementação dos instrumentos de
gestão, como no estabelecimento de uma articulação institucional e um sistema de governança
sistemáticos e permanentes.
Essa necessidade de convergência se fundamenta na Lei nº 9.433/1997, que estabelece a bacia
hidrográfica como a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Desse
dispositivo decorrem dois resultados: o primeiro é que, quando da aplicação dos diversos
instrumentos de gestão legalmente previstos na Política Nacional de Recursos Hídricos, se
estabeleça o maior nível de compatibilização possível, de forma a facilitar a compreensão dos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 257
procedimentos e o seu respectivo resultado. O segundo é que, para garantir essa
compatibilização, é necessário um grande esforço de articulação e cooperação institucional,
considerando os três entes federativos envolvidos: a União e os estados de Minas Gerais e São
Paulo.
A articulação institucional, no âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, é fator relevante e necessário para a atuação dos atores e para o alcance de suas
finalidades. A gestão de uma bacia hidrográfica deve ser orgânica, ainda que vários órgãos e
entidades, inclusive aquelas privadas, exerçam competências legais sobre esse espaço.
Observa-se, por oportuno, que o arcabouço jurídico nacional a respeito da gestão de recursos
hídricos estabelece em diversas normativas a necessidade de integração e articulação entre os
órgãos envolvidos na gestão de uma bacia hidrográfica, tanto na compatibilização qualitativa e
quantitativa de instrumentos como, também, nas bases de dados.
Importante salientar que não se espera uma uniformização total das normas e dos
procedimentos aplicáveis, mas que se empreendam esforços visando à compatibilização nos
fatores relevantes para a gestão integrada da bacia.
No que se refere ao Sistema de Gerenciamento, a lei prevê que a atuação dos órgãos e
entidades na bacia hidrográfica esteja em sintonia, o que deve ter início já durante a
elaboração e a posterior implementação do PIRH-Grande, buscando-se uma governança capaz
de assegurar um avanço real na gestão desse espaço geográfico.
Como preconizado no Inciso I, do art. 38, da Lei n° 9.433/97, o CBH-Grande deve “promover
o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades
intervenientes”. Nesse sentido, o CBH-Grande deve ser reconhecido como a principal instância
para realização das articulações institucionais necessárias ao aprimoramento da gestão de
recursos hídricos na bacia do rio Grande, sendo sua diretoria o principal condutor das
negociações técnicas e políticas necessárias, definidas a partir das deliberações de seu plenário.
Para isso, o PIRH-Grande, ouvidos os Comitês Afluentes, desempenha papel central na
definição das estratégias a serem propostas e articulações a serem adotadas junto aos órgãos
gestores de recursos hídricos, usuários de águas e demais representantes da sociedade civil.
O Pacto para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande,
já abordado na etapa de Diagnóstico consiste em um Acordo de Cooperação Técnica
contendo um Plano de Trabalho anexo, que visa definir o arranjo institucional e as atribuições
compartilhadas, além de garantir o funcionamento do CBH-Grande.
Nesse documento, os signatários – CBH Grande, Comitês de Bacias Hidrográficas Afluentes,
ANA, estado de São Paulo e estado de Minas Gerais – se comprometem a buscar a atuação
articulada para a harmonização de critérios e procedimentos em toda a bacia hidrográfica do
rio Grande, tais como os instrumentos de cadastro, outorga de direito de uso e fiscalização.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 258
De acordo com o documento, o CBH Grande atuará como um Comitê de Integração entre as
quatorze UGHs existentes na Bacia Hidrográfica do Rio Grande. Entre os instrumentos de
gestão aplicáveis a este Comitê de Integração, consta, com apoio dos acordantes, a elaboração
de um Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande.
Os signatários acordam, também, em buscar um modelo de organização que possa atuar como
Agência de Água da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, isto é, que seja compatível com a
legislação nacional e as legislações estaduais correlatas. Além disso, faz parte do Pacto a
universalização da cobrança pelo uso de recursos hídricos em toda bacia, com o
estabelecimento de mecanismos e valores harmônicos.
O Plano de Trabalho que compõe o Pacto traça metas para a integração da gestão do CBH-
Grande, detalhando as diretrizes do Acordo de Cooperação quanto às atividades a serem
realizadas (ex.: criação de grupos de trabalho), ao aporte financeiro (se necessário), ao prazo
para cumprimento e aos responsáveis pela execução das atividades.
De acordo com informações obtidas em 27/06/2017, o Pacto já foi assinado pela ANA, pelo
CBH-Grande e pelos Comitês de Bacias Hidrográficas Afluentes.
A respeito do posicionamento dos CBHs paulistas em relação ao Pacto para a Gestão Integrada
dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, houve deliberação e o documento
já foi aprovado pelo CBH-Serra da Mantiqueira19
, CBH-Pardo20
, CBH-Sapucaí Mirim /
Grande21
, CBH-Baixo Pardo / Grande22
, CBH-Mogi Guaçu23
e CBH-Turvo / Grande24
. Apesar
da informação obtida em 05/04/2017 de que todos os CBHs afluentes paulistas haviam
aprovado o Pacto, não foi encontrada Deliberação do CBH-Mogi Guaçu a esse respeito no
Sistema Integrado de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SIGREH).
O Pacto encontra-se no bojo das articulações a serem realizadas, mas essas não se resumem ao
Pacto, nos termos do dispositivo mencionado. Evidentemente, a assinatura do Pacto demonstra
a boa vontade de avançar na gestão da bacia hidrográfica. Todavia, há temas muito específicos,
típicos da gestão, que podem ser tratados pelos órgãos e entidades competentes, com base na
própria Lei nº 9.433/1997, art. 1º, V e VI.
Vale salientar o papel estratégico que os órgãos gestores, junto com os comitês de bacia,
desempenham na implementação das políticas de águas, uma vez que possuem competência
direta para sua execução. Propõe-se que a diretoria do CBH-Grande, a partir da aprovação do
PIRH-Grande, se articule com os órgãos gestores de recursos hídricos a fim de estabelecer as
pautas de reuniões tanto do CBH-Grande, como dos CBHs-Bacias Afluentes, de São Paulo e de
Minas Gerais, para que se desencadeiem as discussões relacionadas com a implementação do
Plano, principalmente no que diz respeito aos instrumentos de gestão, de forma harmônica,
em toda a bacia.
19 Deliberação CBH-SM nº 09/2016.
20 Deliberação “ad referendum” CBH-Pardo nº 225/2016.
21 Deliberação CBH-SMG nº 256/16.
22 Deliberação CBH-BPG nº 199/2016.
23 Deliberação CBH-MOGI nº 162/2016.
24 Deliberação CBH-TG nº 261/2016.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 259
O objetivo é introduzir, nos próximos passos, a articulação e o exercício da governança, como
mecanismos de busca de soluções para impasses e acordos sobre os temas polêmicos acerca
dos instrumentos de gestão.
12.2.2 Propostas para a Criação da Agência da Bacia Hidrográfica do Rio Grande
O PIRH-Grande avaliou diversas alternativas para a implantação da futura Agência da Bacia
Hidrográfica do Rio Grande; uma das opções analisadas foi a criação de uma Agência única.
Contudo, o formato jurídico-institucional da entidade a ser efetivamente criada dependerá de
decisões a serem tomadas futuramente, mediante articulação entre os órgãos gestores de
recursos hídricos, o CBH-Grande e os CBHs-Bacias Afluentes.
O modelo de Agência única tem fundamento nos seguintes aspectos:
Racionalização do uso dos recursos financeiros disponíveis;
Garantia de coordenação, cooperação e integração na implantação dos instrumentos das
políticas de águas; e
Observância ao princípio da bacia hidrográfica como unidade territorial para
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do SINGREH.
A figura de uma Agência deve atender aos seguintes objetivos:
1) Viabilidade jurídica: há que se buscar um modelo jurídico cujas regras de funcionamento
sejam compatíveis com as características da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, que
congrega a União, e dois estados, com Administrações Públicas distintas, no tocante ao
domínio das águas. A natureza da entidade deve propiciar o uso de mecanismos claros de
negociação (no momento da criação) e articulação (no seu funcionamento) entre os atores
públicos e privados envolvidos;
2) Viabilidade político-institucional: a entidade deve ser estruturada de modo a assegurar que
o resultado das articulações possa ser implementado efetivamente, com possibilidades de
ajuste às diferenças que se encontram no território; e
3) Caso seja criada uma Agência única que venha a gerir os recursos arrecadados com a
cobrança pelo uso de recursos hídricos, essa entidade terá necessariamente contas distintas
e os regimes de aplicação desses recursos devem obedecer às normas do ente federado
detentor do domínio hídrico, assim como os controles internos e externos da Agência.
12.2.2.1 Figuras Jurídicas Passíveis de Constituir Agência
a) Agência de Bacia
As categorias passíveis de constituir Agência de Bacia, conforme previsto na Lei nº 9.433/1997,
são a autarquia, a fundação de direito público e o consórcio público de direito público.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 260
Ao contrário das Entidades Delegatárias, cujo regime jurídico está fixado na Lei no
10.881/2004, e que não necessitam de lei de criação, com exceção do consórcio público com
personalidade jurídica de direito privado, as Agências de Águas são criadas por leis específicas,
que trarão, em seu conteúdo, o regime jurídico da entidade.
O princípio da legalidade rege as entidades da Administração Pública, na forma do art. 37 da
Constituição Federal. Desde que não fira as Constituições Federal e Estaduais, a lei de criação
de uma entidade Agência de Água embasa o seu funcionamento.
A lei que criar uma Agência na forma de autarquia pode estabelecer várias competências.
Todavia, há outros parâmetros a considerar, além da legalidade: trata-se da possibilidade de
geração de conflito de competência com os órgãos gestores estaduais e outras entidades que já
atuam na bacia hidrográfica. Como exemplos, podem-se citar as atividades relativas ao
monitoramento de recursos hídricos e a construção do cadastro de usuários.
Tendo em vista que é condição sine qua non para a criação da Agência a negociação, esses
temas devem ser claramente definidos, entre a União e os Estados de São Paulo e Minas
Gerais, de modo que incertezas no tocante às competências dos órgãos gestores e demais
entidades públicas não venham a travar as negociações.
b) Entidades Delegatárias
A Lei nº 10.881/2004 estabeleceu uma nova relação jurídica entre a ANA e as organizações
civis de recursos hídricos, relacionadas no art. 47 da Lei nº 9.433/97. A lei estabelece o
procedimento político-administrativo para que uma organização civil de recursos hídricos
receba delegação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), por meio de resolução,
para exercer as competências inerentes às Agências de Água, previstas na Lei nº 9.433/97,
salvo a cobrança pelo uso de recursos hídricos.
A partir da delegação das funções de Agência de Água – exceto efetuar a cobrança pelo uso da
água – a uma Entidade Civil de Recursos Hídricos, pelo Conselho Nacional de Recursos
Hídricos (CNRH), e cumpridas todas as formalidades legais estabelecidas nos arts. 42 e 43 da
Lei nº 9.433/1997, é celebrado o contrato de gestão por prazo determinado com a ANA e a
entidade delegatária, que passa a assumir funções das Agências de Água, relativas à gestão de
recursos hídricos de domínio da União, exceto efetuar a cobrança pelo uso da água.
As categorias de entidades delegatárias, quanto à personalidade jurídica, a serem analisadas
são: 1. fundação de direito privado; 2. consórcio público com personalidade jurídica de direito
privado e a associação civil sem fins lucrativos.
12.2.2.2 A Questão Legislativa Incidente
No caso da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, considerando a Agência Única, objetivo que,
segundo a visão do presente Plano, não apenas se coaduna com o ordenamento jurídico
brasileiro, mas que pode oferecer a melhor possibilidade de gestão por bacia hidrográfica, é
necessária uma alteração legislativa, seja pelo estado de São Paulo seja por Minas Gerais. Há
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 261
uma questão prévia que se coloca no âmbito legal em que não existe compatibilidade de
normas entre os estados de São Paulo e Minas Gerais.
No estado de São Paulo, segundo a Lei nº 10.020/1998, é definida a figura de uma Fundação
Agência de Bacia, instituição específica para funcionar como Agência no estado, entidade de
direito privado, que é compatível com a legislação federal, como Entidade Delegatária para
celebrar contrato de gestão com a ANA.
No estado de Minas Gerais, a Lei nº 13.199/1999 define duas figuras:
Agências de Bacia Hidrográfica instituídas pelo estado: mediante autorização legislativa,
com personalidade jurídica própria, autonomia financeira e administrativa, que podem ser
quaisquer das formas permitidas pelo Direito Administrativo, Civil ou Comercial, atendidas
as necessidades, características e peculiaridades regionais, locais e multissetoriais. Essa
alternativa é compatível com a legislação federal;
Entidades Equiparadas às Agências de Bacia, por ato do Conselho Estadual de Recursos
Hídricos - CERH-MG, admitindo somente: consórcios ou associações intermunicipais de
bacias hidrográficas e associações regionais e multissetoriais de usuários de recursos
hídricos, com função de fiscalizar e controlar as atividades relacionadas com a gestão de
recursos hídricos. Essa alternativa também é compatível com a legislação federal, porém, a
lei não prevê a possibilidade de outras figuras como Entidades Equiparadas (ex: fundação,
permitida em SP).
A Constituição Estadual de Minas Gerais somente permite ao estado instituir e manter fundação
cuja natureza jurídica seja de direito público; na hipótese de alteração da lei de MG,
admitindo a fundação de direito privado (como em SP) como Entidade Equiparada, os recursos
da cobrança oriundos de MG não poderiam ser utilizados para o custeio da Agência, mas
apenas no Plano de Aplicação autorizado pelos Comitês.
Portanto, tanto a Política Nacional como a Política de Minas Gerais de Recursos Hídricos
permitem dois modelos para as Agências: 1. a Agência propriamente dita, instituída
especificamente para tanto; e 2. a adoção de outras entidades de direito privado, existentes ou
a serem criadas especificamente, que recebem delegação do detentor do domínio dos recursos
hídricos, para assumir as funções das Agências. Nesse último caso, a entidade de direito
privado não pode efetuar a cobrança (no sentido de arrecadar) pelo uso de recursos hídricos,
tendo em vista tratar-se de recursos públicos.
Já no estado de São Paulo, o modelo institucional adotado é mais rígido, pois restringe a figura
da Agência de Bacia a uma fundação de direito privado, em que o Poder Executivo Estadual
participa da respectiva constituição.
A compatibilidade jurídica da legislação federal e dos estados de Minas Gerais e São Paulo é
essencial para a constituição de uma Agência de Águas que possa atuar em todo território da
bacia hidrográfica do rio Grande. O CBH-Grande pode dar início a essas discussões junto aos
órgãos gestões e às administrações públicas de São Paulo, Minas Gerais e União.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 262
Na busca de soluções para essa questão, ressalta-se a necessidade de articulação no âmbito do
Comitê, com vistas a verificar a percepção que tem sobre a Agência única. A proposta que se
faz é que, num primeiro momento, a Diretoria do CBH Grande se articule com a ANA, IGAM e
DAEE, de modo a buscar soluções para a constituição da Agência de Bacia, lembrando que isso
implicará gestões junto aos governos de Estado e às Assembleias Legislativas. Num segundo
momento, propõe-se a criação de um Grupo de Trabalho específico, ligado à CTI, a quem
caberia analisar os resultados das propostas emanadas das discussões e decisões anteriormente
tomadas, com vistas ao estabelecimento do formato jurídico-institucional definitivo da Agência
e aprovação da sua criação.
Cabe aqui citar o caso das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no que se refere aos
aspectos institucionais, embora a situação geográfica da bacia do rio Grande seja muito
diferente do PCJ, em que apenas uma sub-bacia localiza-se no estado de Minas Gerais.
Na instituição da cobrança pelo uso de recursos hídricos, foi celebrado um contrato de gestão
entre o IGAM e o Consórcio Intermunicipal das Bacias PCJ, associação civil sem fins lucrativos,
com base no § 2º do art. 37 da Lei nº 13.199/1999, segundo o qual os consórcios ou as
associações intermunicipais de bacias hidrográficas, bem como as associações regionais e
multissetoriais de usuários de recursos hídricos, legalmente constituídos, podem ser equiparados
às Agências de Bacia, por ato do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH-MG, para o
exercício de funções, competências e atribuições a elas inerentes, a partir de propostas
fundamentadas dos comitês de bacias hidrográficas competentes.
Com a substituição do Consórcio PCJ pela Fundação PCJ, a relação entre IGAM e a nova
Agência deixou de ter um cunho contratual, situação que permanece até hoje, ou seja: o
IGAM é o gestor, e arrecada os valores, que ficam disponíveis para aplicação no âmbito de
atuação do Comitê PJ (Minas Gerais). Não há repasse para a Agência PCJ.
No caso da bacia do rio Grande, vale ressaltar que, nos termos do Pacto para a Gestão
Integrada dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, os signatários acordam,
também, em buscar um modelo de organização que possa atuar como Agência de Água da
Bacia Hidrográfica do Rio Grande, isto é, que seja compatível com a legislação nacional e as
legislações estaduais correlatas. Além disso, faz parte do Pacto a universalização da cobrança
pelo uso de recursos hídricos em toda bacia, com o estabelecimento de mecanismos e valores
harmônicos.
12.2.2.3 Síntese das Análises Realizadas
O Quadro 12.4 sintetiza as análises realizadas com relação às alternativas possíveis e questões
legais envolvidas com a criação de Agência de Bacia para bacia do rio Grande, facilitando a
compreensão dos aspectos avaliados e a comparação entre as opções antes relacionadas.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 263
QUADRO 12.4 – FIGURAS JURÍDICAS PASSÍVEIS DE CONSTITUIR AGÊNCIA
Modalidade Tipo de entidade Fundamento
legal Ato de criação Vantagens Fragilidades
Agência de
Águas
(Lei nº
9.433/1997)
Autarquia Decreto-Lei
nº 200/1967
Criadas por lei específica, que estabelecerá
o regime jurídico da entidade. Vincula-se a
um único ente federativo.
É prevista na legislação federal e é
compatível com a legislação de Minas
Gerais (Lei Estadual nº 13.199/1999).
Além de ser incompatível com a legislação de
São Paulo, não há normas gerais
estabelecendo regras para essa modalidade.
Em geral, não é prevista a participação da
sociedade civil organizada.
A lei que cria a autarquia pode gerar conflitos
de competência com os órgãos gestores
estaduais e outras entidades que já atuam na
bacia hidrográfica.
Fundação de Direito
Público
Decreto-Lei
nº 200/1967
Criada por lei específica, que estabelecerá o
regime jurídico da entidade.
É prevista na legislação federal e é
compatível com a legislação de Minas
Gerais (Lei Estadual nº 13.199/1999).
Além de ser incompatível com a legislação de
São Paulo, não há normas gerais
estabelecendo regras para essa modalidade.
Em geral, não é prevista a participação da
sociedade civil.
Consórcio Público de
Direito Público
Lei nº
11.107/2005
Criado por lei específica, que estabelecerá o
regime jurídico da entidade, de acordo com
o protocolo de intenções celebrado entre as
partes. Constitui-se por contrato (associação
pública).
É prevista na legislação federal e é
compatível com a legislação de Minas
Gerais (Lei Estadual nº 13.199/1999).
Sendo aprovada por uma nova lei, seria
compatível com a legislação do estado de
SP, independentemente da Lei nº
10.020/1998.
O consórcio público é constituído unicamente
pelos entes políticos (União e Estados), o que
compromete a participação da sociedade
civil. Também exige um comprometimento
muito forte dos governos.
Entidade
Delegatária
(Lei nº
10.881/2004)
Fundação de Direito
Privado
Decreto-Lei
nº 200/1967
Criada por lei específica, que estabelecerá o
regime jurídico da entidade. Adquire
personalidade jurídica com a inscrição da
escritura pública de sua constituição no
Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
É prevista na legislação federal e é
compatível com a legislação de São Paulo
(Lei Estadual nº 10.020/1998).
Não é compatível com a legislação de Minas
Gerais.
Consórcio Público de
Direito Privado
Lei nº
11.107/2005
Criado por lei específica, que estabelecerá o
regime jurídico da entidade. Deve atender
aos requisitos da legislação civil.
Assemelha- se a uma associação civil. É
prevista na legislação federal e é compatível
com a legislação de Minas Gerais (Lei
Estadual nº 13.199/1999).
Além de ser incompatível com a legislação de
São Paulo, há que considerar que o esforço
político de instituir um consórcio público com
natureza semelhante à de uma associação
civil parece ser desnecessário.
Associação Civil sem
fins lucrativos
Lei nº
10.406/2002
- Código Civil
O Estatuto Social, com a eleição dos
representantes dos órgãos, é registrado no
cartório de registro de pessoas jurídicas.
Com estrutura flexível, o modelo está
pronto para a União e para Minas Gerais.
Não é compatível com a legislação de São
Paulo.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 264
12.3 RECOMENDAÇÕES PARA OS SETORES USUÁRIOS
12.3.1 A Visão da Bacia Hidrográfica do Rio Grande
As recomendações aos setores usuários e aos gestores não podem deixar de considerar as
importantes contribuições advindas das oficinas participativas realizadas em várias cidades da
bacia do rio Grande no ano de 2016.
As oficinas foram organizadas e realizadas pela ANA com apoio do CBH-Grande, dos CBHs-
Bacias Afluentes e dos órgãos gestores de recursos hídricos de Minas Gerais e São Paulo, tendo
por objetivo básico discutir o Diagnóstico Preliminar da Bacia do Rio Grande.
Foram aplicadas as metodologias:
Desenvolvimento e aplicação da Análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e
Ameaças);
Mapeamento ambiental participativo para levantamento dos principais conflitos locais pelo
uso da água; e
Apresentação e debate do Diagnóstico Preliminar da bacia do rio Grande.
As oficinas ocorreram por CBH-Afluente e em locais por eles definidos, contando-se com a
participação de representantes das Entidades Civis, Usuários de Recursos Hídricos e Poder
Público integrantes desses Comitês e demais interessados no planejamento de recursos hídricos
da bacia do rio Grande.
As forças que foram mais citadas nas oficinas foram a disponibilidade hídrica e o papel das
universidades na formação de recursos humanos. Fica claro aqui a importância que terão as
ações do PIRH-Grande para garantir aos usuários água suficiente e de boa qualidade. Ao
mesmo tempo, se reconhece que há meios para capacitar atores e gestores com o apoio dos
recursos da academia.
O saneamento básico insuficiente foi apontado com destaque em todas as UGHs mineiras, o
que reforça a necessidade de atuar nos programas de ações do PIRH, em particular, os
Programas para Gestão da Demanda e da Oferta Quantitativa de Recursos Hídricos (Programa
nº 10) e para Controle das Cargas Poluidoras (Programa nº 11). Outras fraquezas relevantes
apontadas foram a falta de instrumentos municipais/fiscalização, falta de sistema de informação
e de monitoramento quali-quantitativo e alta impermeabilização do solo.
As oportunidades ligadas aos aspectos hidroambientais foram as que obtiveram maior menção
pelos participantes das oficinas. Neste contexto citaram-se o pagamento por serviços
ambientais, a proteção de mananciais e também o aproveitamento do potencial turístico
aquático.
Quanto às ameaças, foi muito mencionada a instabilidade política, reflexo da situação
atualmente observada no País, capaz de provocar estagnação no desenvolvimento e piorar as
condições de trabalho e desenvolvimento sustentado. A insuficiência de recursos humanos
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 265
qualificados também foi mencionada como ameaça em várias oficinas, o que reforça a
proposta do PIRH-Grande em realizar Programa de Educação para Conservação e Gestão dos
Recursos Hídricos (Programa nº 14).
Os resultados das Oficinas estão ilustrados nas figuras apresentadas a seguir.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 271
12.3.2 Uso do Solo e dos Recursos Hídricos
São apresentadas as seguintes recomendações aos municípios:
Áreas Urbanas
Desenvolver Projetos de Intervenção Urbana para promover o ordenamento e a
reestruturação urbana em áreas subutilizadas e com potencial de transformação, para
maior aproveitamento da terra e consequente aumento das densidades construtivas e
demográficas de forma sustentável;
Estabelecer polos estratégicos de desenvolvimento econômico, setores demarcados nos
Projetos de Intervenção Urbana situados em regiões de baixo nível de emprego e
grande concentração populacional, que apresentam potencial para a implantação de
atividades econômicas, requerendo estímulos e ações planejadas do Poder Público.
Áreas Rurais
Constituir Polos de Desenvolvimento Econômico Rural Sustentável, com o objetivo de
promover atividades econômicas e gerar empregos na zona rural, de modo compatível
com a conservação das áreas prestadoras de serviços ambientais, considerando as
seguintes ações:
Fortalecer a assistência técnica e extensão rural através de casas de agricultura
ecológicas, dotando-as de recursos e infraestrutura suficientes;
Apoiar a certificação orgânica dos agricultores familiares, em especial a certificação
participativa;
Estabelecer convênio com o Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária
(INCRA) para promover o recadastramento e a regularização fundiária das
propriedades;
Firmar convênios com o Governo Federal, em especial com o Ministério do Meio
Ambiente, e entidades a ele ligadas, em especial ANA e IBAMA, objetivando
implantar nos municípios as políticas e programas federais voltados à agricultura
familiar e com emprego de baixo consumo de água, incluindo o reuso, quando
aplicável;
Firmar convênios de Assistência Técnica e Extensão Rural com órgãos tais como a
EMBRAPA e a EMATER com objetivo de introduzir boas práticas de manejo do
solo e água;
Fortalecer e ampliar a fiscalização ambiental para proteger as nascentes e áreas de
mananciais, o uso e a paisagem rural, integrando e otimizando as ações dos órgãos
gestores estaduais e municipais competentes;
Fomentar a regularização dos produtores rurais junto ao Cadastro Ambiental Rural
– CAR.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 272
12.3.3 Macrozoneamento do Território da Bacia do Rio Grande
Recomenda-se que a estratégia territorial vinculada ao PIRH-Grande, na perspectiva de
observar os princípios, diretrizes e objetivos dos Projetos de Intervenção Urbana, deva
estruturar-se a partir dos seguintes elementos:
Macrozonas e Macroáreas, áreas homogêneas que orientam, ao nível do território, os
objetivos específicos de desenvolvimento urbano e a aplicação dos instrumentos
urbanísticos, ambientais, e de gestão hídrica, destacando-se a Macroárea de Preservação de
Ecossistemas Naturais, em conexão com fundamentos adotados pela Política Nacional de
Meio Ambiente (Lei Federal no
6.938/1981), caracterizada pela existência de sistemas
ambientais cujos elementos ainda conservam suas características naturais;
Tal Macrozoneamento poderá ser encaminhado mediante articulações do CBH-Grande
com as entidades responsáveis pelos ZEEs dos estados de São Paulo (Departamento de
Estradas de Rodagem – DER) e Minas Gerais (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável), de modo que sejam consideradas as propostas do PIRH-
Grande, na linha específica da conservação dos recursos hídricos.
A Figura 12.1 ilustra os elementos estruturantes propostos para o Macrozoneamento de
Ocupação do Território da bacia do rio Grande.
Figura 12.1 – Elementos Estruturantes do Ordenamento Territorial Propostos para a Bacia do Rio Grande
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 273
12.3.4 Planos Municipais de Saneamento Básico - PMSBs
O Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB – é um instrumento estratégico de
planejamento e de gestão participativa que integra abastecimento de água potável,
esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais
urbanas, e está diretamente relacionado com as metas de quantidade e qualidade dos recursos
hídricos apresentadas no PIRH-Grande.
Assim, apresentam-se as seguintes recomendações:
Os municípios que ainda não possuem seus PMSBs devem elaborá-los e prever a sua
atualização periódica, e aqueles que já possuem seus Planos devem atualizá-los, conforme
previsto no Programa 13 – Programa de Conservação Hidroambiental;
Os PMSBs devem atender aos objetivos, diretrizes e conteúdo do marco regulatório do
saneamento (Lei Federal no
11.445, de 2007);
Dentre as metas serem definidas, deve ser dado destaque ao aumento dos níveis de coleta
e tratamento de esgotos, possibilitando atender ao que previu o PIRH-Grande na etapa de
Prognóstico;
Deve ser elaborado o estudo recomendado pelo PIRH-Grande (Programa nº 11), no âmbito
do Componente Estratégico “Conservação dos Recursos Hídricos”, para regionalização e
constituição de consórcios públicos regionais na bacia visando à gestão dos resíduos sólidos.
A Figura 12.2 ilustra os aspectos que integram os PMSBs.
Figura 12.2 - Componentes do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB
12.3.5 Setor de Irrigação e Agropecuária
A bacia do rio Grande tem 40,8% da sua área destinada à pecuária, 26,7% de agricultura
irrigada, 15,5% de outras culturas ou agropecuária, 6,6% de Mata Atlântica, 6,2% de Cerrado,
2,3% de corpos d’água, 1,3% de áreas edificadas e 0,7% de Silvicultura.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 274
Dentre os métodos de irrigação mais utilizados, o método por aspersão é predominante,
representando 78,5%, sendo que 14,8% referem-se aos pivôs centrais e 63,7% representam
outros métodos de aspersão. Já o método de irrigação localizada representa 10,5%. A irrigação
foi o uso dos recursos hídricos identificado com as maiores demandas pelo PIRH-Grande.
Quanto à degradação da qualidade das águas, ressalta-se o impacto causado pelos rebanhos
em algumas áreas da bacia em decorrência da quantidade de resíduos produzidos, acarretando
poluição difusa com altas cargas de DBO e de fósforo, durante períodos de chuvas.
Dessa forma, são feitas as seguintes recomendações:
Implementar as atividades definidas no Programa para Gestão da Oferta e da Demanda de
Recursos Hídricos (Programa nº 10), no que se refere à irrigação;
Implementar as atividades definidas no Programa para Controle de Cargas Poluidoras
(Programa nº 11), no que se refere à elaboração de um estudo para a redução das cargas
poluidoras na zona rural e apresentação de metas progressivas visando à adequação da
qualidade das águas ao enquadramento dos corpos hídricos, que será posteriormente
definido.
12.3.6 Usuários Industriais
Para os usuários do setor industrial, recomenda-se que sejam efetivadas as seguintes atividades
previstas no Plano de Ações do PIRH-Grande (incluídas nos Programas 10 e 11):
Definir índices de consumo ótimo por tipologia e incentivar o uso racional da água no setor
industrial;
Elaborar estudo para avaliação do potencial do uso da água nas indústrias da bacia e
apresentar proposta de metas de redução de demanda, incluindo a implementação de
técnicas de reuso, sempre que possível;
Elaborar estudo para a caracterização e redução das cargas poluidoras de origem industrial.
12.3.7 Setor Energético
A bacia do rio Grande possui atualmente 26 cursos d’água em estudo para novos
aproveitamentos hidrelétricos, sendo eles: Grande; Mogi-Guaçu; Pardo; Sapucaí e Verde.
Recomenda-se que sejam tomados os devidos cuidados quando da implantação dos
aproveitamentos previstos, tendo em vista, principalmente, a conservação da ictiofauna da
bacia, o que deve integrar os processos de licenciamento ambiental dos empreendimentos, ao
encargo dos órgãos de meio ambiente das instâncias federal e estadual, onde pertinente.
12.3.8 Setores de Pesca, Turismo e Lazer
A despeito do potencial turístico da bacia do rio Grande, associado à sua beleza cênica, aos
lagos dos reservatórios, às características climáticas e rica biodiversidade, este não é um setor
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 275
suficientemente estruturado à altura desse potencial, principalmente no que se relaciona com o
turismo externo à bacia, apresentando-se as seguintes recomendações:
Explorar os nichos do turismo científico e tecnológico (forças e oportunidades muito
mencionadas nas oficinas realizadas no Baixo Pardo/Grande, Turvo Grande, Sapucaí-Mirim,
Serra da Mantiqueira, Rio Sapucaí, Afluentes Mineiros dos Rios Mogi-Guaçu e Pardo, Alto
Rio Grande e Vertentes do Rio Grande, Entorno do Lago de Furnas e Rio Verde);
Estabelecer políticas que promovam essas atividades na bacia de maneira sustentável do
ponto de vista socioambiental, integrando-as com as políticas ambiental e de recursos
hídricos;
Promover atividades de ecoturismo, esportes de aventura e pesca recreativa, com destaque
às atividades desenvolvidas no lago do reservatório de Furnas e entorno;
Evitar impactos negativos sobre os recursos hídricos, tais como: desabastecimento de
população flutuante; depleção dos ambientes fluviais e ribeirinhos, contaminação dos
recursos hídricos; e especulação imobiliária em áreas de recarga de aquíferos e de proteção
de mananciais.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 276
13. CAMINHOS PARA IMPLEMENTAÇÃO E MONITORAMENTO DO PIRH-GRANDE
Este capítulo aborda os caminhos para implementação do PIRH-Grande e a proposta de uma
metodologia para monitoramento do Plano.
13.1 ARTICULAÇÃO ENTRE OS ÓRGÃOS GESTORES E O CBH-GRANDE
Será fundamental a discussão entre ANA, IGAM, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, DAEE, Secretaria de Estado de Saneamento e
Recursos Hídricos de São Paulo e o CBH-Grande, para definir como será introduzida a questão
da articulação institucional, assim como a governança na implementação do Plano, o que
significa, também, a implementação dos demais instrumentos de gestão de recursos hídricos,
tendo em vista a necessária conexão que existe entre todos eles.
Nessa articulação entre os órgãos gestores de recursos hídricos deve estar contida, logo de
início, a criação de grupos de trabalho para discutir aspectos específicos da aplicação dos
instrumentos de gestão de recursos hídricos e criação da Agência de Bacia, com participação
da Câmara Técnica de Integração, com vistas ao trabalho conjunto para avançar na
implementação do Plano.
Nesse contexto é importante que o PIRH-Grande passe a integrar a agenda política e
institucional da bacia, e que haja meios apropriados e eficientes para alocação, execução
orçamentária e financiamento dos programas propostos pelo Plano.
13.2 INSERÇÃO DO PIRH-GRANDE NA AGENDA POLÍTICA E INSTITUCIONAL DA BACIA
O PIRH-Grande será o instrumento adequado para auxiliar os comitês e a futura Agência de
Bacia a se transformarem em pivôs dos objetivos gerais estratégicos da bacia, setoriais e
territoriais.
No caso da política de recursos hídricos, a constituição dos comitês e seu funcionamento na
bacia do rio Grande apontam, à primeira vista, que o seu funcionamento poderá ser objeto de
melhorias substanciais à medida que a sua agenda técnica for representada pelas propostas do
PIRH-Grande.
13.3 ALOCAÇÃO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
A Figura 13.1 consolida esquematicamente como se processará a alocação e execução
orçamentária proposta no PIRH-Grande, discriminado fontes de recursos, com destaque a
repasses da União e estaduais, contribuições de diversas origens, acordos, contratos de
financiamento, receitas da cobrança, rendimentos financeiros de capital investido etc.
Apresenta também esquematicamente a destinação dos recursos auferidos, a serem utilizados
em sistemas de infraestrutura hídrica, execução dos programas do PIRH-Grande, ordenamento
e direcionamento da estruturação urbana, implantação de equipamentos urbanos, espaços
públicos de lazer a áreas verde, proteção, recuperação e valorização de mananciais, criação e
conservação de áreas protegidas.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 277
Os recursos recebidos serão depositados em conta corrente administrada pela futura Agência
da Bacia do Rio Grande, podendo se prever a criação de subcontas rateadas entre as UGHs.
Uma Agência única que eventualmente venha a gerir os recursos arrecadados com a cobrança
pelo uso de recursos hídricos terá necessariamente contas distintas e os regimes de aplicação
desses recursos devem obedecer às normas do ente federado detentor do domínio hídrico,
assim como os controles internos e externos da Agência.
Figura 13.1 – Fundos de Aplicação em Recursos Hídricos na Bacia do Rio Grande
A Figura 13.2, por sua vez, mostra como se dará a articulação do PIRH-Grande com os
instrumentos orçamentários, devendo ser observado o planejamento e incorporar as ações
prioritárias do PIRH-Grande nos orçamentos anual, plurianual associadas às leis de diretrizes
orçamentárias.
Figura 13.2 – Articulação do PIRH-Grande com os Instrumentos Orçamentários
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 278
13.4 FINANCIAMENTO DE PROGRAMAS CONTÍNUOS DO PIRH-GRANDE
O PIRH-Grande definiu 17 programas para o atendimento das metas propostas nos horizontes
de curto, médio e longo prazo, sendo que cinco programas são contínuos, e não terminarão
em 2030, último ano do horizonte de longo prazo.
Os cinco programas contínuos são: o programa para a Gestão do Banco de Dados da Bacia do
rio Grande no SNIRH (Programa nº 8), o Programa para a Gestão da Demanda e da Oferta
Quantitativa dos Recursos Hídricos (Programa nº 10); Programa para Controle de Cargas
Poluidoras (Programa nº 11); Programa de Conservação Hidroambiental (Programa nº 13); e
Programa de Educação para Conservação e Gestão dos Recursos Hídricos (Programa nº 14).
O programa para a Gestão do Banco de Dados da Bacia do rio Grande no SNIRH (Programa nº
8) unificará e disponibilizará todos os dados técnicos atualizados em uma única plataforma de
acesso público. Essa plataforma manterá permanentemente atualizado o conjunto de dados e
informações da bacia.
Os programas contínuos do PIRH-Grande têm previsão de custo e fontes de recursos
predefinidas até o horizonte de projeto em 2030. A cobrança pelo uso da água da bacia do rio
Grande deverá ser a principal fonte de recursos das atividades contínuas, sendo necessária a
estimativa dos custos requeridos para essas atividades. A nova estimativa de investimentos
deverá ser elaborada pela futura Agência de Bacia do Rio Grande, com base na continuidade
dos programas que serão previstos no âmbito das atualizações periódicas do PIRH-Grande.
13.5 METODOLOGIA DE CONTROLE E ACOMPANHAMENTO DO PIRH-GRANDE
Para o controle e o acompanhamento da implementação das ações previstas pelo Plano ao
longo do tempo, propõe-se a adoção de um Sistema de Monitoramento do PIRH-Grande.
13.5.1 Objetivos e Concepção do Sistema de Monitoramento
O objetivo de um Sistema de Monitoramento é o de criar um instrumento de
acompanhamento e avaliação sistemática da implementação e operacionalização do PIRH-
Grande. Almeja-se que a ferramenta de monitoramento subsidie os Comitês de Bacia
Hidrográfica e os órgãos gestores, em suas tomadas de decisão, a fim de:
Acompanhar de forma sistematizada o andamento de cada um dos programas, incluindo as
diversas interfaces institucionais que os envolvem;
Endereçar dificuldades que eventualmente se apresentem;
Mensurar o cumprimento dos objetivos e metas propostos;
Indicar necessidades de ajustes que permitam melhorar a estratégia de execução; e
Dar suporte ao processo de revisão e repactuação das metas e objetivos do PIRH-Grande.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 279
A concepção do sistema proposto toma por base o monitoramento dos indicadores do Plano
de Ações, que constam das fichas dos 17 programas, e que foram estabelecidos de forma a
representar - da melhor forma, abrangência e aderência possível - o cumprimento das metas e
atividades, de modo que mudanças nos indicadores podem indicar as alterações ocorridas
rumo às finalidades do Plano.
A estrutura hierárquica utilizada para formalizar a ligação entre as finalidades de longo prazo
do Plano, seus objetivos, metas e meios é o GOM - Gráfico de Objetivos e Meios, e é
justamente a partir dessa estrutura que se deve inserir o acompanhamento e monitoramento
do PIRH.
Dessa forma, o Sistema de Monitoramento proposto organiza a leitura dos indicadores de
forma sistemática em vários níveis: o primeiro deles é a leitura desmembrada de cada
atividade, ou seja, uma leitura de baixo para cima (bottom-up). Os indicadores propostos têm
escala variando a partir do valor nulo para a ausência de atividade executada sobre aquele
tema ao valor unitário quando, da conclusão e atendimento integral das ações necessárias.
Com isso, permite-se, pela agregação dos indicadores, promover a leitura de cima para baixo
(top-down), compreendendo-se, por exemplo, que se três de quatro metas foram cumpridas, o
sucesso de um determinado objetivo foi alcançado em 75%.
A Figura 13.3 apresenta uma imagem ilustrativa da agregação dos indicadores no GOM.
Figura 13.3 - Imagem Ilustrativa da Agregação dos Indicadores no GOM
Como um ferramental para os Comitês de Bacia na condução da gestão integrada e múltipla
dos recursos hídricos da bacia do rio Grande, o Sistema de Monitoramento deverá apresentar
diferentes níveis de agregação dos indicadores para acompanhamento das diversas atividades,
metas, objetivos e componentes estratégicos, de sorte a permitir análises pertinentes a cada
qual.
Cada meta/atividade deve ter seu indicador acompanhado e deve ter um resultado isolado e
individual de verificação de seu cumprimento. Assim, o indicador que permite o
monitoramento de cada atividade apresentará valor de “zero” a “um”, de acordo com o seu
nível de cumprimento.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 280
A vantagem de se adotar um sistema de ponderação linear é a decorrente facilidade de realizar
a agregação: basta multiplicar o resultado padronizado entre "zero" e "um" de cada um dos
indicadores por sua ponderação e adicionar os resultados de cada grupo (entre as atividades;
entre as metas; entre os objetivos e, também, entre os componentes; e também, entre esses e
as finalidades de longo prazo do Plano).
Para efeito de simplicidade operacional do modelo do Sistema de Monitoramento e melhor
compreensão da sociedade, propõe-se que cada objetivo tenha peso igual. Com isso, a
integração é dada da seguinte forma:
Componente Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos 9 Objetivos = 9 Pontos;
Componente Conservação dos Recursos Hídricos 5 Objetivos = 5 Pontos
Componente Governança 4 Objetivos = 4 Pontos.
Com isso, considerando a situação de 18 Objetivos para o PIRH-Grande, o seu cumprimento
integral seria dado pela obtenção da totalidade dos pontos relacionados aos indicadores
agregados dos Objetivos e Componentes. E, para a obtenção do indicador global de
acompanhamento do PIRH-Grande, propõe-se a normalização do valor de avanço para um
valor máximo de 100%, que pode ser feito por meio de regra de três simples em que 100%
corresponde aos 18 pontos de atendimento integral aos Objetivos e, por consequência, ao
atendimento integral de cada Componente e, finalmente, ao alcance das finalidades maiores
do Plano.
13.5.2 Curva de Avanço - Ações no Tempo
O estabelecimento do Sistema de Monitoramento baseado em indicadores que demonstram o
nível de cumprimento/avanço de suas metas implica a pactuação sobre seus prazos de
cumprimento. Dessa forma, as atividades podem ser alocadas no tempo, de forma a permitir a
construção de curvas de avanço para o PIRH-Grande como um todo.
O Quadro 13.1 ilustra a curva de avanço de uma atividade hipotética, representada na Figura
13.4. Nota-se facilmente, pelo exemplo, que o início da atividade se deu com dois meses de
atraso, embora o status em novembro seja de apenas um mês de atraso, restando apenas a
quarta e última etapa para a finalização da atividade.
QUADRO 13.1 – EXEMPLO DE CURVA DE AVANÇO – ATIVIDADE HIPOTÉTICA
Atividade « A » Prazos pactuados Percentual de cada etapa Curva de avanço ideal
Etapa 1 maio/2018 25% 25%
Etapa 2 julho/2018 25% 50%
Etapa 3 set/2018 25% 75%
Etapa 4 nov/2018 25% 100%
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 281
Figura 13.4 – Curva de Avanço de uma Atividade Hipotética
A Figura 13.5 ilustra a ponderação linear sugerida no item anterior, para o Componente
Estratégico “Governança”, constituído por 4 Objetivos, cada um deles com suas respectivas
metas, considerando um primeiro caso de cumprimento integral das metas e um segundo caso,
de cumprimento parcial.
Figura 13.5 - Ponderação Linear Exemplificada para Desagregação do Sistema de Monitoramento com Base
na Estrutura do GOM
No exemplo acima, no caso de cumprimento parcial das metas, o Componente “Governança”
teria sua curva de avanço geral em 75%. Na hipótese de que o avanço dos Componentes 1
(Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos) e 2 (Conservação dos Recursos Hídricos)
tivessem avanços, respectivamente, de 50% e de 85%, a média aritmética dos três valores seria
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Apr-18 May-18 Jun-18 Jul-18 Aug-18 Sep-18 Oct-18 Nov-18 Dec-18
Previsto Executado
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 282
de 70%, média essa correspondente ao atendimento das finalidades de longo prazo do Plano,
ou seja, do Plano propriamente dito.
13.5.3 Painel de Controle
O Sistema de Monitoramento se torna um instrumento de gestão mediante a manutenção da
relação entre os indicadores e seus objetivos, os recursos disponíveis, a facilidade de seu uso e
consulta, a constância de sua execução e também por sua notoriedade. Sob esses preceitos,
propõe-se a elaboração de uma plataforma que apresente os resultados do monitoramento de
forma visual, contemplando a totalidade do Sistema de Monitoramento de forma integrada ao
GOM, segundo exemplo ilustrado na Figura 13.6.
Essa plataforma seria apresentada mediante um Painel de Controle, haja vista as inúmeras
possibilidades de agregação e desagregação das informações existentes. Apenas com a
facilidade de manipulação de grandes inter-relações é possível vislumbrar um sistema integrado
que reúna desde o acompanhamento das ações sob ótica estratégica (os componentes e
objetivos estratégicos e os programas que os endereçam) até a operativa (as etapas de uma
atividade).
O Painel de Controle traz as informações atualizadas de todos os indicadores para todos os
horizontes temporais e pode ser detalhado para o curto prazo, caso seja de interesse do
analista.
Uma vez que o painel de controle permite um “zoom” para quaisquer dos níveis de agregação
que se deseje, tem-se uma poderosa ferramenta de acompanhamento da implementação do
PIRH-Grande, possibilitando avaliar o cumprimento de suas metas, dos objetivos de cada
Componente Estratégico e, por fim, o atendimento das finalidades de longo prazo do Plano.
Uma vez que os indicadores estão estabelecidos nas fichas de todos os programas do Plano de
Ações do PIRH, a automatização do Painel de Controle pode ser realizada mediante a
montagem de um sistema em “html”, com acesso e restrições predefinidas, possibilitando
acompanhar o desenvolvimento gradual das ações do PIRH-Grande ao longo do tempo,
mediante a análise do avanço das atividades, à luz do GOM.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 283
Figura 13.6 - Concepção Estrutural do Painel de Controle
13.5.4 Atividades de Acompanhamento
A implementação do Sistema de Monitoramento tem como finalidade a verificação
permanente da execução das ações propostas pelo PIRH-Grande. Para tanto, será necessária a
execução das seguintes atividades:
Cálculo periódico e sistemático dos indicadores;
Emissão de relatórios periódicos de acompanhamento; e
Repactuação de objetivos e metas.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 284
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O CBH-Grande e as demais entidades envolvidas na gestão dos recursos hídricos da bacia do
rio Grande pretendem que o presente documento tenha ampla distribuição e assimilação entre
os atores institucionais e sociais direta ou indiretamente interessados no assunto, disseminando
o conhecimento acumulado e sistematizado ao longo da construção do PIRH-Grande.
A natureza do documento, portanto, ademais de fornecer elementos operativos claros e
objetivos a quem atua na questão, aspira que seus resultados tenham efeitos definitivos sobre
os diversos setores que interagem com os recursos hídricos na bacia.
Houve também a preocupação de que os estudos técnicos realizados aportassem
conhecimento a um público amplo e representativo da sociedade regional e, em contrapartida,
permitissem que fossem recolhidas contribuições, críticas e sugestões que enriqueceram os
resultados obtidos e, assim, delinearam diretrizes e propostas mais aderentes às expectativas e
visões de futuro das comunidades envolvidas.
Com efeito, o processo de elaboração do PIRH-Grande contou com a participação dos
Comitês das 14 Bacias Afluentes, tanto na etapa de Diagnóstico quanto na indicação de
programas prioritários, bem como com as contribuições e sugestões do CBH-Grande,
apresentadas em 14 reuniões realizadas com o GT-Plano e em reuniões com as suas Câmaras
Técnicas, desde a elaboração dos Termos de Referência até a discussão e consolidação dos
produtos parciais.
A participação dos Comitês de Bacias Afluentes se deu por meio da realização de 25 eventos
durante as etapas de Diagnóstico e de Plano de Ações. Na primeira, os participantes puderam
expor suas visões acerca da realidade da bacia, enquanto na última foram convidados a elencar
programas considerados prioritários entre os propostos pelo PIRH. Parte das ações decorrentes
desses programas será detalhada nos modelos tático-operacionais que orientam o seu
desenvolvimento, apresentados no Manual Operativo do Plano – MOP, o qual terá ampla
divulgação na bacia e cujo conteúdo prevê também o monitoramento das ações nos três
primeiros anos de implementação do PIRH-Grande.
De especial relevância foi também o importante papel cumprido pelos órgãos gestores
estaduais de recursos hídricos – DAEE e IGAM – na fase de definição das diretrizes para os
instrumentos de gestão apresentadas pelo PIRH, o que assegurou a proposta de caminhos
factíveis para a melhoria da gestão das águas da bacia do rio Grande ao longo do horizonte do
Plano.
Assim, durante os três anos consumidos pelos estudos, se logrou uma coleção bastante
consistente de contribuições técnicas e sugestões para o aperfeiçoamento dos resultados ora
sintetizados neste documento.
Vale destacar a escala de trabalho inédita adotada para a elaboração dos estudos de
Diagnóstico e Prognóstico (1:50.000), notadamente para a definição da disponibilidade
hídrica, das demandas, da qualidade da água e dos respectivos balanços hídricos. Com isso,
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande - Etapa 3 | 285
criaram-se condições para a proposição de ações distribuídas no tempo e no espaço, previstas
a partir do estabelecimento de um Cenário do Plano elaborado mediante o emprego de
metodologia especificamente criada para o PIRH-Grande.
Com foco especial à gestão dos recursos hídricos da bacia, a etapa do Plano de Ações foi
orientada pelo estabelecimento de três Componentes Estratégicos – Instrumentos de Gestão de
Recursos Hídricos, Conservação dos Recursos Hídricos e Governança – imprescindíveis para
viabilizar o alcance das finalidades maiores do PIRH: a sustentabilidade hídrica da bacia do rio
Grande e a sustentabilidade operacional do próprio PIRH-Grande.
Os objetivos e metas previstos no âmbito desses três Componentes foram traduzidos em 17
programas de ações, que requerem uma articulação eficiente e contínua entre os órgãos
gestores e os comitês de bacia, com vistas à efetiva implementação do extenso rol de atividades
previstas.
Adicionalmente, o PIRH-Grande deixa clara a necessidade de que o CBH-Grande, em
articulação com os órgãos gestores e CBHs-Bacias Afluentes passe a incluir na sua agenda já em
curto prazo as discussões acerca de temas tão importantes quanto complexos, tais como o
estabelecimento de prioridades de uso para outorga em regiões críticas, a cobrança pelo uso da
água, a criação da Agência de Bacia, o enquadramento dos corpos hídricos e os critérios para
alocação de água, de forma que o desejado aperfeiçoamento do sistema de governança e da
gestão de recursos hídricos seja, de fato, alcançado.
Registra-se com a publicação e divulgação deste Relatório Final do PIRH-Grande, o
agradecimento, por parte do CBH-Grande e dos órgãos gestores de recursos hídricos atuantes
na bacia, às valiosas contribuições que os estudos receberam ao longo do trabalho. Pretende-se
que se estabeleça doravante um fluxo permanente e constante de intercâmbio com as várias
instâncias e setores envolvidos com a problemática dos recursos hídricos da bacia do rio
Grande, para que sejam aperfeiçoados os mecanismos de controle das ações que foram
preconizadas e seus efeitos sobre a realidade, o que permitirá ajustes constantes de
planejamento e correção tempestiva de procedimentos.
Dessa forma, os estudos que foram realizados e sua tradução no presente documento
constituem não o fim, mas o início do processo de planejamento integrado dos recursos
hídricos da bacia do rio Grande, de forma permanente e duradoura, tanto para a sociedade
atual quanto para as gerações futuras.
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