View
375
Download
12
Category
Preview:
Citation preview
Projeto de Implantação
do do
Rio de Janeiro
Arco Metropolitano
BR-493/RJ-109
Estudo de Impacto Ambiental
Junho | 2007
APRESENTAÇÃO 01
DESCRIÇÃO DO PROJETO 05
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 21
IMPACTOS AMBIENTAIS 41
PROGRAMAS AMBIENTAIS 51
2 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 1
objetivo deste Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA) é apresentar ao público
interessado, em linguagem acessível e
objetiva, um resumo dos estudos técnicos do Projeto
de Implantação do Arco Metropolitano do Rio de
Janeiro BR-493/RJ-109. O trecho está localizado
entre a Rodovia Rio – Petrópolis (BR-040), no
município de Duque de Caxias, e o acesso ao Porto
de Itaguaí, no município de Itaguaí (BR-101). Com
extensão aproximada de 73 km, constitui o
segmento “C” do Arco Rodoviário da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, atravessando os
municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri,
Seropédica e Itaguaí, conforme Mapa de Localização
a seguir.
O Departamento de Estradas de Rodagem do
Estado do Rio de Janeiro – DER-RJ contratou o
Consórcio Concremat – Tecnosolo Ltda., para a
elaboração dos Estudos de Impacto Ambiental - EIA
e do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, em
atendimento às exigências legais. O processo de
licenciamento está sendo acompanhado pela
Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
(FEEMA). O período de construção da rodovia foi
estimado em 2 anos, sendo 2009 o ano previsto para
o início da operação.
Este relatório compõe-se da descrição das
principais características do projeto e da região onde
será implantado; da indicação de seus prováveis
impactos ambientais e das medidas a serem
adotadas para minimização destes; e dos programas
ambientais propostos que deverão ser implantados.
O
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 1
2 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
2 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 3
4 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 5
DESCRIÇÃO DO PROJETO
O projeto do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro está em estudo desde a década de 70,
quando foi definido o traçado da rodovia RJ-109. Desde então, o projeto vem sofrendo
modificações e aperfeiçoamentos sendo considerado como etapa essencial no desenvolvimento
da estrutura viária do Rio de Janeiro. Em 2007, o Governo Federal, através do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), classificou a interligação entre a BR-101/NORTE e a BR-
101/SUL como obra prioritária para o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro. Em
acordo realizado entre o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT e o
Departamento de Estradas e Rodagem – DER, a implantação do Arco passou a ser de
responsabilidade do Governo do Estado do Rio de Janeiro e do DER. A partir deste acordo, a
rodovia passou a ser denominada Arco Metropolitano, associando a RJ-109 à BR-493.
A concepção do “Arco Metropolitano” tem como principal finalidade de fazer a conexão
rodoviária entre a BR-101/NORTE e a BR-101/SUL sem que haja a necessidade de trânsito
pelas vias urbanas da Região Metropolitana, como a Avenida Brasil. Para tal ligação serão
utilizadas, além do trecho correspondente à RJ-109, as BR-493 (Magé - Manilha) e um trecho
da BR-116/NORTE, compondo quatro segmentos distintos (Figura 1):
Segmento A: Trecho da Rodovia BR-493/RJ, entre a BR-101, em Manilha (Itaboraí), e o
entroncamento com a BR-116, em Santa Guilhermina (Magé) – Em duplicação.
Segmento B: Trecho da Rodovia BR-101 (Rio – Santos), entre Itacuruçá e a Avenida Brasil.
Com duplicação da pista.
Segmento C: RJ-109, entre as rodovias BR-040 (Rio – Juiz de Fora) e a BR-101/SUL.
Segmento D: Trecho da BR-116/NORTE, entre a BR-493/RJ em Santa Guilhermina e a BR-
040/RJ em Saracuruna (administrado pela Concessionária CRT da Rodovia Rio – Teresópolis).
6 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Figura 1 - Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro – Segmentos “A, B, C, D”
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Como visto, o trecho corresponde ao SEGMENTO C do Arco Metropolitano,
equivalente à Rodovia RJ-109, criada no Plano Rodoviário Estadual (PRE) para
interligação entre a BR 040 e a BR 101. O projeto atual de implantação da Rodovia tem
as seguintes características principais:
• Pista dupla, com canteiro central largo.
• Extensão de 73 km.
• Rodovia Especial: Classe 0.
• Velocidade Diretriz: 100 km/h.
• Rodovia não bloqueada em pista dupla.
• Acessos controlados e ruas laterais de atendimento às propriedades lindeiras e
vias locais.
• Agulhas de acesso de entrada e saída às pistas centrais em locais específicos.
• Investimentos Previstos: R$ 650 milhões.
Houve uma preocupação especial em considerar neste projeto, um equilíbrio entre
o número de acessos locais e a necessidade de ter uma rodovia sem bloqueios e
interferências locais, de modo a permitir maior fluxo no trânsito intermunicipal. Para
tanto, foram estudados os melhores arranjos dos acessos locais, retornos nos
canteiros centrais e distâncias seguras quanto à redução e retomada de velocidade
para ingresso e saída, objetivando garantir um padrão de segurança compatível com a
nova rodovia.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 7
PRINCIPAIS JUSTIFICATIVAS
• Atende ao tráfego de longa distância oriundo das regiões SUL/SUDESTE em
direção às regiões NORTE/NORDESTE do país.
• Conecta as rodovias federais atravessadas, BR-040, BR-116 (Norte e Sul), BR-
465 e BR-101 (Norte e Sul).
• Desvia o tráfego de veículos comerciais de longa distância, aliviando os
principais corredores metropolitanos, tais como a Avenida Brasil, Ponte Rio-
Niterói, BR-101 (entre Manilha e Ponte).
• Amplia a acessibilidade aos Portos de Itaguaí e Rio de Janeiro.
• Viabiliza a implantação de terminais logísticos, com redução dos tempos de
viagem e custos de transportes, bem como a distribuição destas cargas para os
mercados consumidores.
• Introduz novas possibilidades de expansão urbana para os municípios
localizados próximos à rodovia.
CONCEITUAÇÃO OPERACIONAL.
A importância da nova ligação viária exige um tratamento operacional, de forma a
garantir a qualidade dos serviços oferecidos.
• Funções Operacionais Previstas:
- Sistema de Monitoramento da Via;
- Sistema de Atendimento a Incidentes;
- Sistema de Fiscalização de Trânsito;
- Sistema de Fiscalização de Tributos (ICMS).
• Instalações Previstas:
- Centro de Controle Operacional – CCO;
- Base Operacional;
- Postos Fixos de Pesagem;
- Pátio de Cargas Perigosas;
- Sítios de Pesagem Móvel;
- Postos de Fiscalização de ICMS;
- Postos da Patrulha Rodoviária.
8 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
DESCRIÇÃO DO TRAÇADO
O traçado inicia na interseção entre a BR-040 e o lado norte da BR-116 (para Magé), no Município de
Duque de Caxias.
Ingressa em área urbana/industrial (Figueira), localizada às margens da BR-040, atravessando o
rio Calombé e, a oeste, o Canal do rio Pilar.
Segue na direção oeste, atravessando e o rio Capivari e depois cruzando a RJ-085, nas
proximidades do bairro de Capivari, município de Duque de Caxias. A partir desse ponto,
desenvolve-se paralelamente ao oleoduto ORBEL, transpondo o rio Iguaçu e passando a seguir
paralelo ao vale da Vala da Madame.
A partir daí, o traçado atravessa uma área semi-urbanizada, até interceptar a RJ-111, a sul da Vila
de Cava.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 9
Em seguida, o traçado transpõe uma área de expansão do perímetro urbano de Santa Rita,
prosseguindo na direção oeste, paralelo ao ramal de Japeri (do Trem Metropolitano da Supervia), cruzando as Rodovias RJ-119 e RJ-093, entre o centro de Japeri e Engenheiro Pedreira. Desse
ponto em diante, atravessa o rio Guandu, adentrando o município de Seropédica, seguindo
até a interseção com a BR-116 (sul).
Cruza então a BR-465, antiga Rio–São Paulo, nas proximidades da Floresta Nacional Mário Xavier.
A partir daí, o traçado se desenvolve na direção sudoeste, atravessando, pela parte oeste, o município de Seropédica e transpondo o rio
Piranema. Atravessando a região de Chaperó, já na divisa com o município de Itaguaí, o traçado
transpõe o Córrego Eufrásia e o rio Mazomba, seguindo para sul.
Corre paralelo à encosta da Serra da Mazomba, em seu trecho final, atravessando o Canal Santo
Antônio e o Rio Mazomba.
10 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
A BR-493/RJ-109 será uma rodovia não bloqueada, constituída de pista central com
acessos controlados e ruas laterais para acesso às propriedades lindeiras e às vias
locais, garantindo, assim, uma homogeneidade de comportamento em relação aos
demais segmentos do Arco Metropolitano (BR-116, BR-493 e BR-101/Sul).
Foram projetadas ainda agulhas entre as pistas centrais e laterais de modo a
restringir as interferências sobre o tráfego direto da rodovia e, ao mesmo tempo,
permitir maior acessibilidade do tráfego local à pista central, determinando assim a
influência que este exercerá sobre o tráfego de longa distância.
A rodovia será composta, em grande parte, por uma faixa de domínio de 100 m de
largura, com duas pistas em cada sentido, vias laterais, faixas de aceleração e com
canteiro central de 36,2 m de largura que permitirá no futuro a implantação de novas
pistas sem necessidade de realocações. A figura a seguir ilustra as seções tipo
projetadas para o Arco Metropolitano na maior parte dos seus 73 km de extensão.
Figura 2 - Seções Transversais – Perfil da Rodovia
Interseções, Retornos e Agulhas de Transposição
A definição das interseções, retornos e agulhas de transposição partiu de uma
proposta já aprovada em negociações com as Prefeituras dos municípios atravessados
pela rodovia, onde além de atender às necessidade locais do bairros atravessados,
procurou-se resguardar as condições operacionais da rodovia, evitando o acesso
indiscriminado às pistas principais pela movimentação local.
Foram previstos três tipos de soluções de interseções com as vias e estradas hoje
existentes:
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 11
• Tipo 1 – Circulação Local, Restringindo o Acesso à Nova Rodovia
Procurou-se evitar o isolamento das comunidades existentes com a construção da
nova rodovia. Assim, as comunidades do entorno da via que dependem dos acessos
foram contempladas com travessias inferiores, com de 5,50 metros de altura e largura
correspondente àquela hoje verificada e não menor que 10,00 metros.
A figura a seguir ilustra a Interseção Tipo 1 e relaciona sua ocorrência por município.
Figura 3 - Passagem Inferior sem Acesso a Nova Rodovia e sem
Interferência nas Vias Locais
Interseções por Município
Duque de Caxias Av. Canal do Rio Calombé; Rua Local
Nova Iguaçu Estr. do Retiro; Estr. Iguaçu Velho; Estr. São Bernardino; Rua Cel. Alberto Melo; Estr. Santa Perciliana; Av. Vilar Novo; Av. Vilar Grande
Japeri Estr. da Saudade; Estr. Aljezur; Rua Odorico Rocha; Estr. Santo Antônio 2; Estr. Ari Schiavo; Av. Eduardo Souto Barbosa
Seropédica Rua Local; Estr. Santa Ângela; Rua Local; Estr. do Gado; Rua Local; Rua da Conquista; Rua Interna da Pedreira
Itaguaí Estr. do Caçador; Estr. das Palmeiras; Rua Tocantins; Estr. Dona Elizabeth; Estr. do Mazomba
• Tipo 2 – Circulação Local, com Acesso à Nova Rodovia
Este tipo de entroncamento permitirá toda a movimentação local nas áreas em que
a nova rodovia interceptará os eixos existentes, procurando permitir o acesso em
ambas as direções da nova via.
Adotou-se uma distância mínima de 2.500 metros entre a interseção dos eixos das
vias integrantes do cruzamento e o local dos retornos.
A figura a seguir ilustra a Interseção Tipo 2 e relaciona sua ocorrência por município.
12 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Figura 4 - Tipo 2 - Passagem Inferior com Acessos à Rodovia e Retornos
Interseções por Município
Duque de Caxias RJ-085 / RJ-115 - Estrada de Xerém
Nova Iguaçu Estrada de Adrianópolis; Queimados – Rio D’Ouro (não pavimentada)
Japeri RJ-093 - Estrada dos Coqueiros
Seropédica RJ-125 - Estrada Japeri-Miguel Pereira
Duque de Caxias RJ-085 / RJ-115 - Estrada de Xerém
• Tipo 3 – Interseção Principal
Este tipo de interseção está associado aos cruzamentos com os eixos viários
principais, tais como a BR-040 e a BR-116, permitindo mobilidade em todos os
sentidos, podendo os usuários se deslocarem em qualquer rodovia que compõem a
interseção com velocidades maiores.
As principais interseções estudadas e projetadas são as seguintes:
- Com a Rodovia BR-040.
- Com a Estrada Rio D’ouro (RJ-085).
- Com a Estrada Adrianópolis (RJ-113).
- Com a com a BR-101 – Acesso ao Porto de Itaguaí.
- Com a Rodovia Presidente Dutra (BR-116).
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 13
A figura a seguir ilustra a Interseção Tipo 3 e relaciona sua ocorrência por município.
Figura 5 - Trevo com Todos os Movimentos
Interseções por Município
Duque de Caxias BR-040 - Rodovia Rio – Juiz de Fora
Seropédica BR-465 - Antiga Rodovia Rio - São Paulo
Itaguaí BR-101(Sul) - Rodovia Rio – Santos*
* A interligação com a BR-101 (Sul) está sendo realizada no âmbito da duplicação daquela rodovia, sob
administração do DNIT.
ALTERNATIVAS DE LOCALIZAÇÃO
Desde 1970 são estudadas alternativas para melhor localização da rodovia. Tais
estudos constam nos Planos Rodoviários do DER-RJ, realizados entre 1973 até 2004.
Para os estudos atuais de implantação da via foram consideradas algumas variantes,
especialmente, nos trechos mais críticos como, por exemplo, na travessia da Rodovia
Presidente Dutra, onde está localizada a Floresta Nacional Mário Xavier - FLONA.
Neste ponto, o estudo considerou como variante mais indicada, a passagem pela
antiga RJ-105, que atravessa atualmente a área da FLONA. Tal variante, contudo, ainda
está sendo avaliada pelo IBAMA e pela administração da FLONA.
14 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
ESTUDO DE TRÁFEGO
O estudo de tráfego se apoiou em procedimentos e análises constantes de estudos
realizados em âmbito estadual e federal, de modo a avaliar a viabilidade da implantação
do trecho da BR-493/RJ-109.
A estimativa do tráfego atual e futuro para os trechos do Arco Metropolitano foi
baseada em dois componentes básicos:
• Tráfego existente e desviado da malha rodoviária atual, obtido a partir das matrizes
de origem / destino estruturadas para o estudo; e
• Tráfego gerado pelo porto de Itaguaí e pela implantação ou expansão de pólos
industriais importantes dentro da área de influência direta do Arco Metropolitano.
Em função dos padrões de demanda de veículos, os estudos efetuados indicaram
que a nova rodovia BR-493/RJ-109 pode ser dividida em dois segmentos homogêneos,
conforme apresentado no quadro abaixo.
Quadro 1 - Taxa Média Prevista para 2007 – TMD Veículos/Dia
Trecho Automóveis Comercial TOTAL
BR-040/Estrada do Adrianópolis 2523 14626 17149
Estrada do Adrianópolis/BR-465 2523 14458 16981
BR-465/BR-101 9035 7026 16061
Os estudos do crescimento da demanda consideram três cenários distintos,
associados a um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,8% a.a., 4,20% a.a.
e 5,00% a.a., respectivamente (Quadro 2).
Quadro 2 - Previsão de Crescimento do Tráfego - Ano 2022 (veículos/dia)
TRECHO 3,08% a.a. 4,20 % a.a. 5,00 % a.a.
BR-040/ BR-465 27.031 31.788 35.652
BR-465/BR-101 25.316 29.771 33.930
Possíveis aumentos no tráfego gerados pela própria implantação do Arco
Metropolitano, devido ao desenvolvimento econômico e social das áreas lindeiras ao
novo trecho não foram considerados neste estudo. Mas é importante ressaltar que
existe forte tendência de incrementos associados especialmente, à implantação de
indústrias, comércio ou mesmo de bairros habitacionais, viabilizados pela nova
condição de acessibilidade proporcionada pela rodovia.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 15
PONTOS CRÍTICOS DE CRUZAMENTOS DA RODOVIA
Áreas de ocupação urbana
Foram identificados alguns núcleos urbanos ao longo no traçado, verificando-se as
principais localidades que deverão ser seccionadas para a implantação da RJ-109, que
são: Figueira (Duque de Caxias), Fontes Limpas e Águas Limpas (Seropédica),
Engenheiro Pedreira (Japeri), Santa Rita, Vila de Cava e Miguel Couto (Nova Iguaçu) e
Brisa Mar (Itaguaí).
A região onde a Rodovia será implantada é considerada como zona de expansão
urbana, com forte pressão de ocupação e tendências de crescimento. Para tanto estão
previstas ações de ordenamento territorial, reestruturação de acessos, realocação de
população, indenizações e ações de paisagismo e ordenamento físico dos espaços
atravessados.
Cidade dos Meninos
É relevante destacar que, entre as áreas atravessadas, localiza-se na área de
influência da rodovia, a “Cidade dos Meninos”, uma área de 20 hectares, situada no
km 13 da Avenida Kennedy, em de Duque de Caxias, contaminada por “pó de broca”,
em decorrência do funcionamento de uma fábrica de inseticida.
A área é objeto de políticas públicas específicas de descontaminação do solo e
tratamento de saúde população residente. As políticas atualmente são realizadas em
âmbito federal em conjunto com organismos internacionais de financiamento. Diante
disso, é necessário um planejamento ambiental especial para a área da Cidade dos
Meninos, quando da implantação do Arco Metropolitano.
DEMANDAS DO EMPREENDIMENTO DURANTE A CONSTRUÇÃO
Materiais de Construção
As fontes de materiais destinados à construção, especialmente para a fabricação de
concreto e para a terraplanagem, foram identificadas nas proximidades do traçado e
serão disponibilizadas para a contratação pelas Construtoras.
Estruturas de Apoio às Obras
As estruturas de apoio às obras se compõem basicamente das instalações para a
fiscalização, supervisão e controle das obras e das instalações para os canteiros de
obras e alojamentos das empresas responsáveis pela implantação do
empreendimento.
16 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Movimentação de Terra e Remoção de Vegetação
Antes do início da movimentação de terra, toda a vegetação existente será
removida e separada de acordo com a destinação final, sendo a retirada da vegetação
devidamente autorizada pelos órgãos competentes. Todo o material fino (como galhos,
gravetos e folhas) resultante da remoção vegetal será armazenado para posterior
utilização nas ações de revegetação.
Sempre que houver iminência de chuvas, as superfícies inacabadas dos terrenos
em trabalho de movimentação de terra serão protegidas adequadamente para evitar
processos erosivos e de carreamento de sedimentos.
Controle de Emissões Aéreas
Os veículos e máquinas, que operarão durante as obras, terão os motores
convenientemente regulados e fiscalizados, de modo a controlar a emissão de
poluentes.
Circulação, Sinalização e Segurança
Para minimizar as interferências devido à circulação de veículos, algumas medidas
deverão ser adotadas, como por exemplo, promover a prevenção de acidentes; evitar
que o tráfego proveniente das obras interfira nas áreas urbanas, principalmente nas
vias mais próximas às escolas e postos de saúde; prestar informações à comunidade a
ser afetada pelo tráfego de veículos proveniente das obras; sinalizar os acessos aos
canteiros de obras, bem como aos alojamentos; utilizar, sempre que possível, as
estradas de serviço para máquinas lentas ou de grande porte; dentre outras.
Canteiros e Frentes de Obras
Os canteiros de obras e alojamentos das empresas responsáveis pela implantação
do empreendimento deverão estar em locais previamente aprovados pela Fiscalização,
de modo a apoiar devidamente as frentes de obra, sem interferir com o meio ambiente
e com a população local. Deverão ser implantados preferencialmente em locais sem
vegetação e a distâncias seguras dos cursos hídricos (mínimo de 30 metros), que serão
mantidos em condições satisfatórias de limpeza, de forma a evitar que os resíduos
sejam carreados pelas chuvas.
As áreas dos canteiros deverão ser implantadas de forma conveniente, com
plantação de gramíneas e instalação de apropriados sistemas de esgotamento e de
drenagem de águas pluviais.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 17
Áreas de Empréstimo e Bota-Foras
O Projeto procurou equilibrar as necessidades de cortes e de aterros, ao longo da
rodovia, para que sejam mínimas as necessidades de áreas de empréstimo e bota-fora
de materiais.
Em relação a bota-foras excedentes, estes deverão ser depositados nas cavas
esgotadas dos areais da região, a partir de entendimentos entre as construtoras e as
mineradoras e de aprovação dos órgãos ambientais.
Mão-de-Obra
Para a implantação do empreendimento será priorizada a contratação de mão-de-
obra local, visando atrair ao máximo o pessoal da própria região para preencher as
vagas oferecidas, minimizando a vinda de pessoas de municípios mais distantes, o que
geraria demandas e pressões adicionais sobre as infra-estruturas locais de
saneamento, saúde, transporte, alimentação e moradia.
Para isso, deverão ser estabelecidos canais de comunicação que permitam a
divulgação dos postos de trabalho oferecidos, o que poderá ser feito através de
Associações de Moradores, Igrejas, e Prefeituras, dentre outras instituições.
Serão gerados ao todo, até 2000 postos de trabalho diretos no período de obras
distribuídos ao longo dos trechos, sendo aproximadamente 5% de profissionais de
nível superior, 5% de profissionais de Nível Técnico, 5% Administrativos e 80% de
formação geral.
Fontes de Abastecimento e de Esgotamento
As fontes de abastecimento de energia e de água serão as concessionárias de
serviços públicos da região, a partir de negociações entre as construtoras e essas
prestadoras de serviço, contando com a intervenção dos governos municipais e
estadual, e dos órgãos ambientais.
Demandas por combustíveis, lubrificantes e outros materiais poderão ser supridas
diretamente pela Refinaria de Duque de Caxias, ou por outros fornecedores que
operem no comércio local e na Região Metropolitana, de acordo com decisão das
construtoras e aprovação dos órgãos ambientais.
18 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Preparo dos Acessos, Vias de Serviço, Cruzamentos e Travessias
Deverão ser utilizadas, preferencialmente, as vias de acesso existentes. Nos locais
onde não houver acessos ou estes estiverem sem condições para o tráfego, serão
abertas vias de serviço, de acordo com as normas técnicas vigentes.
Os acessos permanentes serão mantidos em boas condições de tráfego. Os
acessos provisórios somente serão abertos com a autorização dos proprietários ou dos
órgãos públicos responsáveis por seu licenciamento.
Transporte de Pessoal, Equipamentos e Materiais
As operações de transporte de pessoal, equipamentos e materiais deverão ser
realizadas conforme as normas vigentes e de acordo com as disposições das
autoridades responsáveis pelo trânsito na região atravessada, devendo ser
programadas de modo a evitar concentrações diárias.
As ruas, rodovias federais, estaduais, municipais e vicinais ou estradas particulares
não poderão ser obstruídas durante o transporte, que deverá ser feito de forma a não
constituir perigo para o trânsito normal de veículos.
Movimentação e Estocagem de Materiais
Os materiais deverão ser mantidos em locais apropriados de armazenamento e, no
momento de distribuição e uso, deverão ser dispostos e transportados
adequadamente.
Normas e Padrões de Segurança a serem Adotados
Serão identificados e mapeados os potenciais riscos durante as obras e definidas as
ações e equipamentos de prevenção de acidentes a serem utilizados.
DEMANDAS DO EMPREENDIMENTO DURANTE A OPERAÇÃO
Posto da Patrulha Rodoviária
O Posto da Patrulha Rodoviária permitirá a acomodação dos policiais rodoviários e
dos equipamentos necessários para as suas funções.
Posto Fixo de Pesagem
Os Postos Fixos de Pesagem têm como finalidade verificar a carga por eixo e a
carga total de todos os veículos pesados que trafeguem pela rodovia, com
procedimentos previstos em duas fases:
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 19
• Sítios de Pesagem Móvel
Os Sítios de Pesagem Móvel complementarão os trabalhos dos Postos Fixos de
Pesagem, com procedimentos de verificação feitos por amostragem, programados
e restritos a determinados períodos, em função das avaliações realizadas.
• Estacionamento de Veículos Transportando Cargas Perigosas
O manuseio de produtos e resíduos perigosos deverá seguir as normas
pertinentes, inclusive a NBR 14095 (ABNT de fevereiro de 2003), devendo ser
preparado um pátio para parada de veículos transportando cargas perigosas, pois
não é recomendável que utilizem qualquer espaço para estacionamento, com risco
de causar sérios danos ao meio ambiente em caso de acidente.
Centro de Controle Operacional
A partir do Centro de Controle Operacional será realizado todo o trabalho de
monitoramento das condições operacionais da rodovia 24 horas por dia em todos os
dias do ano.
20 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 21
ÁREA DE INFLUÊNCIA
A Área de Influência de um empreendimento é considerada como o território que pode vir
a sofrer seus impactos diretos (Área de Influência Direta) e indiretos (Área de Influência
Indireta). São nestas áreas que se desenvolvem os Estudos de Impacto Ambiental do
empreendimento.
Área de Influência Indireta – AII
Para os Meios Físico e Biótico considerou-se como Área de Influência Indireta (AII) do
Arco Metropolitano do Rio de Janeiro BR-493 / RJ-109, uma faixa contínua ao longo do
traçado do empreendimento, tendo como limites duas linhas paralelas distando
aproximadamente 5 km para cada lado (Mapa de Uso e Ocupação da AII, a seguir).
Esta faixa abrange parte da bacia hidrográfica de contribuição para a baía de Guanabara, a
partir da BR-040, e parte da bacia hidrográfica de contribuição para a bacia hidrográfica de
Sepetiba, a partir do rio Guandu até o Porto de Itaguaí, que poderão sofrer impactos positivos
ou negativos, de forma mais branda e mesmo indiretamente.
Para o desenvolvimento dos estudos Socioeconômicos foi definida, como Área de
Influência Indireta (AII), o conjunto dos municípios que terão seu território atravessado pelas
pistas projetadas e/ou atingidos pelas estruturas de apoio às obras, independente de seu
tamanho, porte ou importância.
A esse conjunto de municípios, composto por Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri,
Seropédica e Itaguaí, somou-se ainda o município de Queimados que, embora não tenha seu
território diretamente atingido pelo empreendimento, tem sua sede municipal próxima a este.
22 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 23
Área de Influência Direta - AID
A Área de Influência Direta (AID) considerada para o Meio Físico representa o conjunto das
alternativas de traçado propostas, ladeadas por faixas marginais com um mínimo de 1,0 km de
seção para cada lado.
Foram consideradas as diversas estruturas de apoio às obras (como canteiros de obra
principais e secundários e alojamentos) e ainda os locais de obtenção de materiais de construção
(como pedreiras, saibreiras e areais) e de disposição dos bota-foras. Foram incluídos, ainda, os
trajetos programados para os veículos de transporte de materiais, equipamentos e pessoal,
envolvidos na fase de construção.
Para o Meio Biótico, a AID incluiu, além do conjunto definido para o Meio Físico, trechos
complementares externos às faixas de 1,0 km, delimitados por ambientes florestais, cursos
d’água ou áreas de preservação atingidas pelo empreendimento.
Para os estudos Sociais e Econômicos, como AID foi estabelecido o conjunto das
comunidades diretamente afetadas, como bairros, distritos e localidades atingidas pelas obras e
estruturas de apoio, principalmente quando identificadas as necessidades de desapropriação
e/ou relocação.
CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL
A construção de estradas de rodagem é uma atividade que produz alterações
consideráveis nas características naturais das regiões. Neste caso, o diagnóstico e o
planejamento ambiental tornam-se as principais ferramentas para garantir a preservação dos
recursos naturais locais existentes e executar o projeto em consonância com a legislação
ambiental vigente. Questões como, por exemplo, a localização do empreendimento em
relação às Áreas de Proteção Ambiental, sua conformidade com os Planos Diretores
municipais e sua composição ambiental são analisadas, permitindo a adequação do projeto e
a tomada de medidas que minimizam os prováveis impactos.
Utilizando estas informações para se proceder a uma análise integrada pode-se subsidiar
as tomadas de decisão a respeito das alternativas do projeto de construção do Arco
Metropolitano, frente aos aspectos ambientais da região atingida e aos procedimentos
jurídicos e administrativos a serem providenciados.
24 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
MEIO FÍSICO
Caracterização Climatológica
Localizada ao sul do Estado do Rio de Janeiro e a oeste do município de mesmo nome, a
área de estudo é caracterizada, em sua maior parte, por um clima típico de regiões litorâneas
tropicais influenciadas por fatores tais como: latitude e longitude, proximidade do mar,
topografia, tipo de cobertura vegetal e, principalmente, circulações atmosféricas. O clima da
região onde se localiza o traçado projetado para a construção do Arco Metropolitano pode ser
classificado como brando subtropical, com inverno seco e verão quente, nas áreas mais
montanhosas, e tropical chuvoso, de região de floresta, nos compartimentos mais rebaixados.
A latitude onde se situa a região hidrográfica determina, para a região, um clima resultante
dos freqüentes choques entre as altas pressões tropicais e o sistema de altas polares. O
clima é periodicamente afetado pelas oscilações dos fenômenos El Niño e La Niña, que
ocorrem no oceano Pacífico. Em anos de La Niña, o clima é mais seco e frio, ao passo que
nos anos de El Niño, há mais chuvas e temperaturas bem mais elevadas do que o normal.
Direção e velocidade do vento
O deslocamento do ar, função dos graus variados de aquecimento da superfície,
apresenta diferentes direções e velocidades em dado momento, originando áreas dispersoras
e receptoras de ventos. Na região em estudo, a partir das informações meteorológicas de
superfície reais e recentes, o relevo e a proximidade com o oceano gera no local uma
circulação tipo brisa marítima/terrestre.
Quanto à velocidade do vento, segundo dados da estação meteorológica de superfície da
Base Aérea de Santa Cruz, o percentual de calmas (ausência de ventos), é consideravelmente
inferior ao de ventos com velocidade na faixa de 1,5 a 5,0 m/s. Os percentuais médios
mensal e anual de calmas indicam significativo decréscimo ao longo dos últimos 19 anos.
Temperatura do ar
Na região da implantação da Rodovia BR-493/RJ-109 a temperatura média do ar varia de
20 °C a 28 °C, sendo que o trimestre mais quente ocorre de dezembro a fevereiro e o mais
frio de junho a agosto. A temperatura média máxima da região varia de 24 °C a 35 °C sendo
que os períodos mais quentes ocorrem no trimestre de dezembro a janeiro. A temperatura
média mínima da região varia de 15 °C a 24 °C, sendo que os períodos mais frios ocorrem no
trimestre de junho a agosto.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 25
Umidade relativa do ar e Pressão atmosférica
A região em estudo por estar próxima a linha da costa recebe maior contribuição de
umidade do ar de origem marinha devido às circulações atmosféricas predominantes, trazida
pelos ventos, logo, apresenta sempre índices elevados de umidade. A umidade do ar atinge
valor máximo (88%) no período de maiores chuvas (dezembro-março) e valor mínimo (65%)
entre maio e setembro. A umidade relativa anual observada é de 80%.
Os valores de pressão atmosférica são maiores no inverno que no verão. Localmente, os
maiores picos de pressão são intercalados por depressões, que correspondem às situações
de aproximações e entradas de frentes frias.
Chuvas
Na região do Arco Metropolitano o período chuvoso situa-se nos meses de verão, sendo
que janeiro é o mês mais úmido, e o período seco situa-se nos meses de inverno, sendo que
julho o mês mais seco, comportamento característico dos regimes tropicais.
A maior concentração de chuvas é na porção sudoeste (próximo a Mangaratiba), onde o
relevo, que avança pela linha de costa em direção ao mar, atua como barreira às penetrações
de massas de ar úmidas provenientes do litoral, ocasionando as chuvas. As serras
apresentam chuvas superiores as zonas de baixada.
As variações da quantidade de chuva na região em estudo são explicadas pela sua posição
geográfica, com grandes porções da região expostas ao oceano e sujeitas aos efeitos da
circulação atmosférica do Atlântico; pela orientação e exposição do relevo, fatores
fundamentais na distribuição espacial das chuvas, atuando como barreira aos sistemas de
circulação atmosférica; e pela facilidade de penetração de frentes frias, possibilitando a
ocorrência de chuvas.
Travessias
O quadro a seguir apresenta os locais das principais travessias identificando o curso
d’água e a bacia hidrográfica a que pertence. Estas travessias são denominadas como pontos
notáveis.
26 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Quadro 3 – Travessias (Pontos Notáveis)
BACIA CURSO D'ÁGUA
Rio Pilar - rio Iguaçu Rio Calombé
Rio Iguaçu Rio Pilar, Canal do Outeiro, Rio Capivari, Canal Bandeira, Rio Iguaçu, Canal Paiol
Rio Capivari - rio Iguaçu Córrego, Córrego do Pião, Rio Água Preta
Rio D'Ouro - rio Guandu Canal Quebra Coco
Rio Guandu Rio D´Ouro, Rio Santo Antônio, Rio Guandu
Valão dos Bois - rio da Guarda Valão da Louça
Valão do Dendê - rio Cai Tudo - rio da Guarda
Córrego Espigão
Rio Cai Tudo - rio da Guarda Valão do Dendê, Córrego São Sebastião rio dos Teles, Canal de Santo Inácio
Rio Mazomba Rio Mazomba, rio Cação
Além dos pontos notáveis listados destaca-se, ainda a vala da Madame que se encontra
muito próxima ao eixo da rodovia, podendo vir a ser afetada com a execução das obras.
Cita-se como pontos críticos todas as travessias na bacia do rio Guandu (canal Quebra
Coco, rio D’Ouro, rio Santo Antônio, rio Guandu e pequenos córregos), visto que, a principal
captação da CEDAE (Sistema Guandu) para abastecimento de água do Sistema Integrado do
Rio de Janeiro e Baixada Fluminense, encontra-se próxima ao eixo da rodovia e os rios
atravessados contribuem para a mesma, logo, dispositivos para impedir a contaminação
destes rios junto à rodovia fazem-se necessários.
O traçado do Arco Metropolitano interfere com pequenos córregos, próximo as suas
nascentes, principalmente nos trechos onde a mesma corta áreas com maior altitude, tais
como o canal Quebra Coco (Bacia do rio Guandu), o rio dos Teles e alguns afluentes ao valão
da Louça, ao rio Piranema, ao córrego do Espigão e ao valão do Dendê (Bacia do rio da
Guarda). Devem ser previstas medidas de proteção destes cursos d’água.
Qualidade das Águas
A qualidade das águas é representada por um conjunto de características de natureza
química, física e biológica, cujas características devem ser mantidas dentro de certos limites,
representados por padrões.
As nascentes de qualquer rio são especialmente protegidas e estão enquadradas na
Classe 1, com águas destinadas ao abastecimento para consumo humano após tratamento
simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário, tais
como natação, esqui aquático e mergulho; à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas
e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de
película; e à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 27
Os rios da região se enquadram no padrão de águas doces Classe 2 cujas águas são
destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; à
proteção das comunidades aquáticas; a recreação de contato primário; à irrigação de
hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o
público possa vir a ter contato direto; e à aqüicultura e atividade de pesca.
Atualmente as nascentes na bacia hidrográfica do rio Iguaçu estão enquadradas na Classe
1, já os rios da região, no trecho de baixada e deságüe não podem ser enquadrados com
Classe 2, com base nas análises realizadas. Em observações locais pode-se notar que nos
locais onde os rios da região serão atravessados pela BR-493/RJ-109, a água apresenta algum
grau de turbidez, porém com a presença de “plantas de aquário” típicas de águas não muito
poluídas.
As bacias hidrográficas do rio Guandu, da Guarda e Mazomba, apresentam boa qualidade
de água nos seus altos cursos, quando a ocupação é pouco densa, entretanto, à medida que
se aproximam de áreas urbanas, têm sua qualidade comprometida, principalmente em função
das principais fontes de poluição, tais como os esgotos domésticos e os efluentes industriais.
Na Baixada, os rios apresentam condições de degradação avançada.
Pode-se afirmar que, sem dúvida, as condições sanitárias das bacias hidrográficas em
estudo, apresentarão melhorias se todos os núcleos urbanos forem julgados de importância e
de relevância na execução de obras civis de saneamento básico, e que, a maioria dos cursos
d’água, mesmo no trecho de baixada, apresenta boa recuperação da qualidade de suas águas
com a implantação de tratamento dos efluentes.
Ruído - Pontos Notáveis
O desconforto gerado por ruídos excessivos é hoje um mal comum às áreas
metropolitanas de todo o planeta. Tal constatação, no entanto, deve ser utilizada como um
desafio a ser vencido, e não um fato a ser acompanhado, principalmente quando da
implantação de novos empreendimentos da envergadura do Arco Metropolitano do Rio de
Janeiro.
Soluções de redução dos níveis àqueles aceitáveis, de acordo com a legislação vigente,
são perfeitamente viáveis do ponto de vista técnico. O custo de tais soluções, entretanto,
vem representando o principal obstáculo a sua adoção em situações equivalentes, como nas
principais vias arteriais urbanas da cidade do Rio de Janeiro, como a Avenida Brasil e as
recém implantadas Linhas Vermelha e Amarela.
28 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
O quadro a seguir apresenta os trechos mais críticos da BR-493/RJ-109 quanto à futura
pressão sonora instalada, locais onde deverão ser implantadas medidas naturais ou artificiais
para atendimento às normas legais.
Quadro 4 - Pressão Sonora (Pontos Notáveis)
Municípios Ocupação
Duque de Caixas Ocupação Controlada / Rural
Nova Iguaçu Residencial (Baixa Densidade)
Japeri Agrícola, Urbana
Japeri Urbana Consolidada
Japeri Interesse Agrícola
Japeri Interesse Agrícola
Seropédica Expansão Urbana, Rural
Itaguaí Rural / Residencial / Negócios
Emissões Atmosféricas
Para a caracterização da região atravessada pelo Arco Metropolitano, em termos de
resposta da qualidade do ar à implantação e operação do empreendimento, e o
estabelecimento de locais mais suscetíveis às emissões que serão provocadas pela rodovia,
foram utilizadas duas subdivisões clássicas. A primeira corresponde às sub-regiões, ou sub-
bacias aéreas, adotada pela rede de monitoramento da qualidade do ar, operada pela FEEMA
e, a segunda, refere-se à descrição das capacidades de dispersão atmosférica. Os trechos
críticos do Arco Metropolitano, quanto à qualidade do ar atual e futura, encontram-se em
Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Japeri.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 29
MEIO BIÓTICO
Unidades de Conservação
Através da sobreposição do traçado do Arco Metropolitano com o mapa das Unidades de
Conservação da Natureza (apresentada no Mapa de Localização), foram identificadas as
unidades próximas e/ou em seu percurso. As distâncias entre o traçado da rodovia e as
respectivas Unidades de Conservação podem ser observadas no quadro a seguir.
Quadro 5 - Unidades de Conservação
Nome Tipo Administração Distância (m)
FLONA/Mario Xavier Uso Sustentável Federal 0
APA Rio D’ouro Uso Sustentável Municipal 0
APA Retiro Uso Sustentável Municipal 0
APA Guandu Uso Sustentável Estadual 0
APA do Tinguá Uso Sustentável Municipal 10
REBIO Tinguá Proteção Integral Federal 1.300
APA Morro Agudo Uso Sustentável Municipal 1.800
APA Jaceruba Uso Sustentável Municipal 2000
APA Gericinó - Mendanha Uso Sustentável Estadual 9.500
Segundo a Resolução CONAMA nº 13/90, qualquer atividade que esteja num raio de 10
km de Unidades de Conservação só poderá se instalar mediante autorização do órgão
responsável pela administração da unidade. A FLONA/Mario Xavier, REBIO Tinguá e a APA
Gericinó – Mendanha estão, em alguns locais, como no trecho medido mais próximo ao
traçado, a menos de 10 km.
A APA do rio Guandu foi criada recentemente, através da Lei Estadual nº 3760.02, sendo
que a estrada corta essa APA em alguns trechos. Como o Plano Diretor da APA ainda não foi
elaborado, não são conhecidas as restrições e limitações de uso impostas a ela. Por tratar-se
de uma APA com característica singular, pois possui um limite que acompanha o canal do rio
Guandu e de seus principais afluentes, grande parte dos projetos dessa natureza (construção
de estradas) executados na bacia de Sepetiba irá secionar essa unidade.
Além dessas áreas foram identificadas ainda Unidades de Conservação municipais, dentre
as quais se destacam as APAs do Retiro, Tinguá e Rio D’Ouro no município de Nova Iguaçu e
que estão na área de influência direta do empreendimento.
30 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Flora
LEGENDA Limites Interestaduais Mangue Limites Municipais Restinga Estradas Principais Mata Ferrovias Decréscimo de Mata/Restinga Drenagem Principal Domínio da Mata Atlântica Área Urbana Brasil
Fonte: www.sosmatatlantica.org.br
A paisagem da área de influência da rodovia BR-493/RJ-109 é caracterizada pela presença
de uma extensa planície que se estende a partir do litoral rumo ao interior do continente,
subdividida nas baixadas de Sepetiba, em direção Noroeste, e da Guanabara, em direção
Oeste. Cercando a planície litorânea, existem inúmeros morros e colinas, que estão
localizados na região de transição entre as baixadas e as agudas escarpas e maciços da Serra
do Mar. A grande diversidade física existente nesta unidade geográfica foi o principal fator
responsável pela formação de ambientes que se refletem em conjuntos bióticos
diversificados contidos na área de estudo, onde podem ser destacados pela sua importância
ecológica os biomas de Mata Atlântica e de Manguezais.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 31
Ipê-tamanco ou caixeta Bromélia barba-de-velho
Palmito-jussara Paineira-de-espinho
Ipê-amarelo Aspecto Geral do Manguezal da Baía de Sepetiba em
Itaguaí
32 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
A cobertura vegetal ao longo do traçado da Rodovia RJ-109 constitui-se de pequenos e
médios fragmentos florestais, que serão seccionados parcialmente ou totalmente pelo
traçado da referida Rodovia. Os fragmentos constituem matas secundárias em diferentes
estágios de recuperação que estão dispostas em torno de alguns núcleos urbanos e áreas
rurais, relativamente próximos a manchas de vegetação maiores existentes na área de
influência indireta, geralmente incluídas em Unidades de Conservação.
Corredores Ecológicos
A degradação das paisagens naturais tem sido um dos aspectos mais marcantes das
alterações ambientais provocadas pelo homem. As diversas formas de apropriação dos
recursos naturais, incluindo o uso da terra, promovem o surgimento de superfícies com as
mais diversas estruturas (agricultura, pastos, áreas abandonadas, cidades, etc.). Como
resultado, geralmente ocorre a fragmentação das paisagens, que é um dos processos
espaciais potencialmente capazes de isolar de maneira significativa os ecossistemas ou
trechos destes, acarretando-lhes profundas alterações estruturais e funcionais. Em outras
palavras, com a fragmentação, formam-se verdadeiras ilhas de vegetação, espacialmente
isoladas, que servem como abrigo para a fauna e a flora remanescentes de uma região e,
muitas vezes, impedem o deslocamento da biodiversidade entre as ilhas, inviabilizando o
fluxo genético entre as populações — processo indispensável para a perpetuação da maioria
das espécies vegetais e animais nos fragmentos. (TAYLOR et al., 1993).
Uma das alternativas para prover o aumento da conectividade dos remanescentes
florestais da Mata Atlântica passa pela proposição de corredores ecológicos e zonas de uso
restrito. Neste caso, os corredores ecológicos podem ser considerados como traçados ou
rotas de ligação entre duas ou mais áreas, propiciando a conexão entre as várias partes
fragmentadas, assegurando a conservação da biodiversidade em grandes extensões.
De acordo com a Fundação CIDE (Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro),
entre os municípios abrangidos pela área de influência do Arco Metropolitano, Nova Iguaçu e
Duque de Caxias possuem a maior porcentagem de seus territórios com remanescentes da
Mata Atlântica inseridos no Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar, ocupando,
respectivamente, 33,7% e 26,5% de suas áreas. Posteriormente, aparece o município de
Itaguaí, com 19,5% de seu domínio territorial recoberto por fragmentos de Mata Atlântica,
seguido pelos municípios de Seropédica (1,6%) e Japeri (1,5%). Por último, o município de
Queimados, com menos de 0,5% de seu território com cobertura de Mata Atlântica (CIDE,
2001).
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 33
A figura a seguir apresenta os remanescentes de Mata Atlântica que integram o Corredor
de Biodiversidade da Serra do Mar em cada município da Área de Influência Indireta (AII) do
Arco Metropolitano.
Nova Iguaçu Duque de Caxias
Itaguaí Seropédica
Japeri Queimados
Fonte : www.corredores.org.br
Figura 6 - Remanescentes de Mata Atlântica por Município da AII
34 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Fauna
O Estado do Rio de Janeiro apresenta uma diversificada fauna de vertebrados, composta
por pelo menos 107 espécies de peixes continentais, 166 de anfíbios, 127 de répteis, 185 de
mamíferos e 653 de aves (ALVES et al., 2000; MAZZONI et al., 2000; ROCHA et al., 2004).
Tamanha diversidade se explica, em parte, pela grande variedade de habitats naturais
encontrados no Rio de Janeiro, tais como matas de baixada, encosta e altitude, brejos, rios,
lagos e lagunas, restingas e mangues, campos e áreas cársticas. A conservação de todo esse
patrimônio natural é uma preocupação cada vez maior, tendo em vista a intensa degradação a
qual esse Estado tem sido submetido, principalmente nos últimos cem anos (CÂMARA &
COIMBRA-FILHO, 2000). Em 2000 foi publicada uma lista da fauna ameaçada de extinção no
Estado do Rio de Janeiro, e os resultados evidenciaram que 37 espécies já se encontram
provavelmente extintas. Essas espécies estão inseridas em um total de 257, número que se
relacionado com a reduzida área do Estado, coloca o Rio de Janeiro a frente de São Paulo
(317), Paraná (133) e Minas Gerais (178) (BERGALLO et al., 2000). Tendo em vista que a
principal ameaça à fauna é a destruição de habitat, qualquer empreendimento envolvendo
impacto ambiental deve, necessariamente, envolver uma análise desse aspecto.
O Arco Metropolitano BR-493/RJ-109 abrange uma área que vai do município de Duque de
Caxias até Itaguaí. Em sua área de influência indireta, esse empreendimento inclui diversos
pequenos fragmentos florestais em diferentes estágios e uma pequena porção de duas
serras que representam grandes fragmentos florestais: Tinguá e Mazomba. Já em sua área
de influência direta, o projeto abrange apenas pequenos fragmentos, sendo o mais
significativo deles a Floresta Nacional Mário Xavier. As informações aqui apresentadas dizem
respeito a essas duas áreas e tiveram como base dados disponíveis na literatura e visitas a
campo (com realização de entrevistas) e conhecimento pessoal da região. Conforme previsto
no Plano de Trabalho do Arco Metropolitano, apenas vertebrados são discutidos, dando-se
ênfase nas espécies consideradas ameaçadas de extinção no Estado do Rio de Janeiro
(Bergallo et al., 2000).
Área alagada na Cidade dos Meninos em Duque de Caxias. Detalhe dos colhereiros em área alagada na Cidade dos
Meninos, Duque de Caxias.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 35
MEIO SÓCIO ECONÔMICO
Os estudos do Meio Socioeconômico enfocaram especialmente os municípios que
compõem a Área de Influência Indireta do Arco Metropolitano, que são: Duque de Caxias,
Nova Iguaçu, Japeri, Queimados, Seropédica e Itaguaí.
A área de estudo é integrante da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) e está
inserida no conjunto dos municípios que compõem a Baixada Fluminense. Como
característica principal de seu processo histórico de ocupação, destaca-se a relação que,
desde o início do processo de colonização, sempre esteve associada, seja por questões
geopolíticas, demográficas ou mesmo econômicas e sócias, atrelado ao município do Rio de
Janeiro.
O Traçado do Arco Metropolitano faz um “arco” sobre a RMRJ, atravessando a periferia
da cidade do Rio de Janeiro desde o Grande Rio (Duque de Caxias) até Itaguaí, localizado
entre as serras do Gercinó-Mendanha, Tinguá e Araras. Integra áreas localizadas nas duas
principais bacias contribuintes localizadas na RMRJ: a bacia da baía de Guanabara e a bacia da
baía de Sepetiba.
A região de inserção do Arco Metropolitano possui uma grande dinâmica de ocupação. Por
ciclos econômicos consecutivos (cana, ouro, café e laranja) estas áreas possuíram uma
importante vocação, ora na produção de gêneros como a cana-de-açúcar e a laranja, ora como
importantes entrepostos no transporte de gêneros produzidos no interior do país (ouro e
café). Após a decadência do ciclo da laranja, no início do século XX, as áreas de produção rural
diminuíram sendo progressivamente incorporadas no processo de urbanização metropolitana,
especialmente a partir dos anos 50.
Estas, entre outras, figuram com as principais razões da heterogeneidade da ocupação na
região, que mescla áreas residenciais e agropecuárias, com presença de algumas zonas
industriais e Unidades de Conservação. A porção dos municípios transpassada pelo Arco, é
formada em sua grande maioria, de áreas periféricas, distritos e bairros, cujas relações de
fluxo de pessoas e mercadorias, quando existente, relacionam-se de forma mais intensa com
os centros locais (Nova Iguaçu, Duque de Caxias) do que com o centro metropolitano (Rio de
Janeiro).
Encontram-se ainda na região importantes eixos de ocupação da região metropolitana, tais
como o ramal ferroviário de Japeri e rodovias BR-040, Presidente Dutra, antiga Rio – São
Paulo e a BR-101 (Rio-Santos). Próximo a estes eixos desenvolveram-se as principais
ocupações ao longo do traçado estudado. Outras importantes ocupações encontram-se
associadas às vias arteriais, ferrovias de cargas, ruas locais e estradas rurais.
36 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
De maneira geral, a área do traçado está em processo acelerado de ocupação residencial,
sendo uma das principais franjas de urbanização da RMRJ. Com esgotamento e conseqüente
valorização das áreas ocupáveis na periferia direta da Cidade do Rio de Janeiro e dos
municípios mais próximos da Baixada Fluminense, a periferia de municípios como Nova
Iguaçu, Japeri, Duque de Caxias e Itaguaí, em zonas consideradas localmente como “rurais”,
é palco de um processo de ocupação intenso e contínuo. Com novos bairros residenciais e
zonas industriais, essa dinâmica tem alterado o mercado imobiliário local, com loteamentos,
áreas de construção, demandas por infra-estrutura e etc. Tais transformações impõem novos
desafios às municipalidades, entre elas a revisão recentemente realizada de seus
zoneamentos e Planos Diretores para atender a esta dinâmica de ocupação e uso do solo.
A análise desse processo, realizada com base em estudos da Fundação CIDE, permite
visualizar as alterações de uso e ocupação dos municípios da AII, comparando as áreas
cobertas pelos remanescentes da cobertura vegetal com as ocupadas pelos diversos tipos de
uso do solo. Assim, de acordo o Mapa de Uso e Ocupação do Solo, as áreas urbanas estão
predominantemente concentradas no município do Rio de Janeiro, passando pelo centro,
zona norte seguindo em direção aos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e
Queimados. Distribuem-se ao longo da linha férrea, do ramal de Japeri, e aparecem, também,
alguns núcleos isolados ao longo da Avenida Brasil.
Aspectos Demográficos
A demografia da RMRJ tem como característica principal a elevada densidade
demográfica, com 1.899 hab/km², a segunda maior entre as metrópoles brasileiras. Tais
condições advêm especialmente de um processo de urbanização e de migração muito
intenso realizado a partir da metade do século XX, onde a cidade do Rio de Janeiro figurou,
juntamente com São Paulo, como principal pólo de atração do País.
No ano 2000, os municípios da Área de Influência Indireta somavam uma população
residente de 1.575.810 habitantes, ocupando uma área de 1696,4 km. Este total representa
55,9% da população total da região da Baixada Fluminense, e 13,08% da população de todo o
Estado do Rio de Janeiro.
O crescimento anual médio da população metropolitana foi, na década de 90, cerca de
1%, o que indica um saldo migratório negativo no período, fenômeno já verificado na década
anterior. No entanto, a variação no ritmo de crescimento e no poder de atração e expulsão
populacional entre os diferentes municípios que integram a AII foi expressiva.
Economia e Mercado de Trabalho
Os grandes centros urbanos brasileiros têm sofrido graves problemas como violência,
favelização e desemprego. A área em estudo e a RMRJ não se diferenciam. Estes
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 37
fenômenos estão associados às dificuldades de se imprimir um ritmo de desenvolvimento
capaz de assegurar níveis satisfatórios de qualidade de vida para toda a população.
A perda do dinamismo econômico da RMRJ tem sido destacada há algumas décadas. O
fato do Rio de Janeiro ter sido a capital do país durante 150 anos e, portanto, o centro político-
administrativo, financeiro e comercial, marcou fortemente sua dinâmica econômica. Com a
transferência da capital para a Brasília e a decadência dos setores industriais, o Rio de Janeiro
sofreu profundo esvaziamento econômico. Enquanto São Paulo desenvolveu um parque
industrial moderno e dinâmico, o Rio permaneceu com os setores tradicionais que foram, aos
poucos, se tornando obsoletos. A indústria carioca se concentrou em bens não duráveis e
voltados ao mercado interno, logo, mais vulnerável a oscilações macroeconômicas. A
contrapartida disso foi uma progressiva importância e dependência do setor terciário e do
setor público.
Essa tendência marcou fortemente a relação entre o município do Rio e os municípios da
Baixada, conhecidos como “cidades dormitórios” por serem fornecedores de mão de obra
para a capital. Hoje observa-se uma tendência de modificação desse quadro, com o aumento
da industrialização dos municípios da baixada e a diversificação da economia local.
Um dos exemplos é o município de Duque de Caxias, que no início dos anos 60, já
possuía um ativo comércio e um parque industrial que, com a instalação da Refinaria Duque
de Caxias (REDUC), se tornaria um dos mais importantes do país. Em 1960 e 1970, a
participação do Município na transformação industrial da Região Metropolitana do Estado
aumentou de 4,4% para 10,8%. Nesse mesmo período, iniciava-se o processo de
industrialização no país e nas várias unidades estaduais.
Atualmente, a Baixada Fluminense é caracterizada pela presença de estabelecimentos
industriais ligados aos gêneros de minerais não metálicos, metalurgia, mecânica, material
elétrico e de comunicações, material de transporte, madeira (mobiliário, papel e papelão),
borracha, química, farmacêutico, perfumaria, produtos de material plástico, têxtil (vestuário,
calçado e artefato de tecidos), produtos alimentares, editora gráfica e outros.
De acordo com a pesquisa realizada pelo observatório das Metrópoles (UFRJ,2006),
predominam, na área em estudo e em toda a RMRJ, os trabalhadores manuais da indústria,
do comércio e dos serviços. Destacando que as categorias com maior peso dentro desses
grupos são os operários da construção, os prestadores de serviços especializados, os
trabalhadores do comércio e os trabalhadores domésticos.
Educação
Os indicadores sociais, na área da Educação, revelam a baixa escolaridade dos moradores
dos municípios da Área de Influência Indireta. As taxas de analfabetismo, no ano 2000, eram
38 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
elevadas, sempre superiores ao total do Estado do Rio de Janeiro. A situação torna-se ainda
mais preocupante quando se leva em conta que estas taxas se mostraram elevadas na
população até 14 anos de idade, o que interfere diretamente na formação educacional da
população economicamente ativa num futuro próximo.
Saúde
A rede ambulatorial cadastrada no SUS da Área de Influência Indireta contava, em 2000,
com 333 unidades, dentre elas 10 hospitais gerais. Em 2005 este número aumentou para 507
unidades, dentre elas 16 hospitais gerais e 15 hospitais especializados, ou seja, a metade dos
hospitais do Estado do Rio de Janeiro. Estas unidades estão distribuídas de acordo com o
porte populacional dos municípios. No entanto, a falta de equipamentos ou de pessoal
especializado, em alguns municípios, faz com que este número de unidades ambulatoriais
não seja suficiente para atender todas as demandas de saúde locais.
Violência
Alguns dos municípios da Área de Influência Indireta revelam valores ainda maiores que
algumas metrópoles consideradas como as mais violentas. A Região Metropolitana de Recife,
por exemplo, registrou em 1998 um índice de 80,9 homicídios por 100 mil habitantes. A taxa
para o município de Duque de Caxias, em 1998, foi de 80,3. A trajetória dos homicídios
(considerando o período compreendido entre 1998 e 2002) é crescente. Mesmo Seropédica e
Japeri, com taxas de homicídio menores que as do conjunto da AII, enfrentaram, nesse
período, aumento na relação entre homicídio e população.
Saneamento
Na Área de Influência Indireta, 75% dos domicílios particulares permanentes são
abastecidos pela rede geral, 22,4% recolhem água de poço ou nascente e 2,6%, de outras
formas. Queimados é o município que apresenta o menor percentual de domicílios
abastecidos pela rede geral, sendo que 30,9% destes domicílios captam água de poço ou
nascente. Em Japeri, este percentual é ainda mais elevado: 32,8%.
Área de Influência Direta
As áreas atravessadas, bairros e demais localidades, são apresentadas nos quadro
seguinte, organizadas por municípios. A identificação e estratificação dos 72 km da rodovia
em trechos ajudou a determinar unidades que melhor representassem as “fronteiras” locais,
associando a infra-estrutura disponível e utilizada pelas populações locais, o uso e ocupação
do solo, bem como as delimitações do espaço impostas pela composição da paisagem local e
os aspectos ambientais.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 39
Município Trecho Localidades km (Rodovia) Tipo de ocupação
Trevo Washington Luiz, Vila Mariza Trevo Res/Ind/Vago I
Bairro Capivarí, Figueira e São Judas Tadeu 0 a 3 Res/Ind/Vago D. Caxias
II Cidade dos Meninos, Areal, Amapá 3 a 11 Rural/Res.
Barão de Guandú, Geneciano 11 a 15 Rural/Res. III
Nova Luz, Figueira 2, Encanamento 15 a 18 Rural/Res.
Vila de Cava 18 a 20 Urb/Res IV
Santa Rita 20 a 21,5 Urb/Res
N. Iguaçu
V Bairro Amaral, Carlos Sampaio Mantiqueira 21,5 a 30 Rural/Res.
Esperança, Santa Amélia, Jardim Wilian 30 a 35 Rural/Urb. Itaguaí VI
Eucalipto, Santa Inês, Normandia 35 a 39,7 Rural/Urb.
Nazareth, Santa Alice 39,7 a 47,5 Rural/Res. VII
São Miguel 47,5 a 50 Urb/Res/Rural Seropédica
VIII Santa Sofia, Parque Serrinha, Fonte Limpa e Chaperó
50 a 62,5 Rural/Res.
Itaguaí IX Chaperó, Teixeira, Santa Cândida, Leandro e Brisa Mar
62,5 a 72,6 Urb/Res/Rural
Patrimônio Histórico e Arqueológico
O Patrimônio Arqueológico identificado na área de influência Direta do Arco Metropolitano
é composto por 01 sítio arqueológico e 05 edificações históricas, e na indireta é de 19 sítios
arqueológicos e 28 edificações (dentre prédios históricos e estradas e/ou caminhos
históricas).
Na região de estudo, se destacam algumas áreas de especial interesse para a preservação
do patrimônio, tais como: edificações históricas que vão do século XVII ao século XX; sítios
arqueológicos, dentre quilombos e aldeia de nativos ceramistas; estradas e caminhos
históricos, inclusive trechos que compõe conjunto de caminhos da Estrada Real.
O Quilombo do Amapá situado nessa zona de alto potencial arqueológico é um sítio
arqueológico que se posiciona muito próximo ao empreendimento podendo ser impactado
durante as obras. O mesmo pode ocorrer com o complexo histórico da Cidade dos Meninos,
ainda inserido nessa zona de alto potencial arqueológico, bem como um trecho da estrada das
Escravas e da estrada do Provedor. No município de Nova Iguaçu, a Estação Ferroviária de
Vila de Cava e um trecho da Estrada da Polícia são construções históricas localizadas na Área
de Influência Direta do empreendimento e no município de Itaguaí, a área da Fazenda
Serrinha, uma construção do século XVIII/XIX, também próxima à faixa de domínio.
40 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 41
IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS PROPOSTAS
Os impactos ambientais decorrentes da construção do Arco Metropolitano foram
classificados quanto à Natureza (positivo ou negativo); Magnitude (baixa, média ou alta);
Importância; Duração (permanente ou temporário); Reversibilidade (reversível ou irreversível);
Abrangência (local ou regional); Forma (direto ou indireto); e Temporalidade (imediato, curto
ou médio prazo); e quanto aos locais de maiores possibilidades de ocorrência. Foram também
formuladas as medidas mitigadoras (de natureza preventiva, corretiva ou compensatória, para
os impactos negativos) e otimizadoras (para os impactos positivos).
• AUMENTO DA EMISSÃO DE RUÍDOS, POEIRAS E GASES.
Medidas Ambientais Propostas
Seleção de equipamentos mais silenciosos; programação de operações mais ruidosas
para o período do dia, em que o ruído ambiente é maior; maximização da distância entre as
fontes de ruído e os receptores; construção de barreiras ou enclausuradores das fontes,
quando indicado; respeito ao Manual Rodoviário de conservação, monitoramento, e controle
ambientais, do DNIT; respeito à Portaria nº 3124/78, do Ministério do Trabalho, que
estabelece limites máximos de tempo de exposição ao ruído contínuo.
42 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
• ALTERAÇÃO NA QUALIDADE DO AR
Medidas Ambientais Propostas
Durante a fase de obras: utilização de Equipamentos de Proteção Individual por todos os
operários envolvidos nas obras; isolamento da área de terraplanagem e remoção temporária
da população; planejamento para o transporte de materiais equipamentos, evitando-se os
horários de pico e o período noturno na rodovia; controle do teor de umidade do solo, a partir
de aspersões periódicas.
Para a fase de operação: monitoramento dos níveis de efluentes das descargas dos
motores a combustão; monitoramento da qualidade do ar; monitoramento do volume de
tráfego deslocado de outras vias (Avenida Brasil) para o Arco Metropolitano; controle e
manejo das velocidades médias e níveis de emissões dos veículos nas rodovias direta e
indiretamente beneficiadas; divulgação dos resultados dos monitoramentos e controles às
comunidades de toda a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
• INÍCIO E/OU ACELERAÇÃO DE PROCESSOS EROSIVOS.
Medidas Ambientais Propostas
Programar os serviços de terraplenagem levando em consideração os elementos
climáticos, de modo que sejam evitados trabalhos nos meses mais chuvosos; implantar,
rigorosamente, todos os elementos de drenagem previstos em projeto e, se possível,
melhorá-los; executar a proteção vegetal imediatamente após a construção de cada elemento
de terraplenagem (cortes, aterros, etc.,); corrigir imediatamente os processos erosivos
incipientes, ao longo de taludes de cortes e aterros.
Manter ao longo da fase de operação da rodovia um permanente sistema de
monitoramento e conservação de todas as estruturas de drenagem e proteção vegetal ao
longo da via, com visitas periódicas de inspeção e determinação de ações corretivas a serem
executadas.
• CARREAMENTO DE SÓLIDOS E ASSOREAMENTO DA REDE DE DRENAGEM
Medidas Ambientais Propostas
Realizar a recomposição da vegetação ciliar; quando houver retirada de vegetação em
grandes áreas nas proximidades de cursos de drenagem, projetar e construir barragens de
sedimentação para protegê-los.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 43
• INTERFERÊNCIAS COM A QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS
Medidas Ambientais Propostas
Além das medidas recomendadas para os impactos anteriores e para aqueles que tratam
de possibilidades de acidentes durante a operação recomenda-se, ainda, que sejam
ministrados, aos Grupamentos da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e da Polícia
Rodoviária Federal, localizados ao longo do trecho, treinamento adequado para intervir em
casos de derramamento de cargas tóxicas e/ou perigosas.
• INTERFERÊNCIAS COM MANANCIAIS HÍDRICOS.
Medidas Ambientais Propostas
Treinamento dos motoristas – funcionários das obras (durante a construção) e usuários
(durante a operação) – e sinalização dos trechos críticos, adequado à Defesa Civil, Corpo de
Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal, para intervir em caso de derramamento de cargas
tóxicas e/ou perigosas; e construção de tanques de retenção de líquidos derramados por
acidentes, especialmente em trechos próximos aos mananciais.
• ALTERAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES MINERÁRIAS.
Medidas Ambientais Propostas
Elaboração de planos de exploração racional de pedreiras e jazidas; monitoramento,
controle e adequação desses planos ao longo da exploração; desenvolvimento de Planos de
Recuperação Ambiental, para a fase de pós-exploração; e exigência dos respectivos
Licenciamentos Ambientais aos fornecedores de material de construção.
• DEPOSIÇÃO DE MATERIAL DE DESCARTE
Medidas Ambientais Propostas
Compensação entre os produtos de cortes e as demandas de aterro; seleção (de acordo
com as especificações técnicas elaboradas) de locais adequados para a deposição dos
materiais de descarte; deposição e reserva de solos orgânicos e restos vegetais para o
revestimento de taludes de aterros; contratar, caso necessário, empresa especializada para,
realizar a remoção, tratamento e disposição final de solos contaminados; monitoramento e
readequação dos bota-foras gerados; monitoramento do avanço da contaminação por “pó de
broca” no solo e nas águas no entorno da rodovia.
44 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
• SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA
Medidas Ambientais Propostas
Evitar desmatamentos desnecessários em áreas externas à faixa de domínio da rodovia;
determinar o destino final da material retirado buscando reaproveitá-lo nas áreas alvo de
recuperação e revegetação;
• AMPLIAÇÃO DA FRAGMENTAÇÃO DOS AMBIENTES FLORESTAIS.
Medidas Ambientais Propostas
Evitar desmatamentos desnecessários, em áreas externas à faixa de domínio da rodovia,
especialmente em formações ciliares e outras área de preservação permanente; determinar,
junto aos órgãos competentes, locais apropriados para a aplicação de medidas de
compensação;
• AUMENTO DA PRESSÃO SOBRE OS RECURSOS VEGETAIS
Medidas Ambientais Propostas
Adoção de Programa de Educação Ambiental, com módulos específicos dedicados ao
esclarecimento dos operários envolvidos nas obras e da população circunvizinha; sinalização
indicadora das UCs e APPs; e fiscalização e repressão de não conformidades.
• ALTERAÇÃO NOS HABITATS E HÁBITOS DA FAUNA
Medidas Ambientais Propostas
Evitar a implantação de canteiros de obras próximos a ambientes florestados e
desmatamentos desnecessários; controlar a entrada de pessoal da obra nas áreas de mata
próximas ao empreendimento; adotar Módulos Específicos de Educação Ambiental,
dedicados ao esclarecimento dos operários das obras e da população circunvizinha; implantar
sinalização indicadora das UCs e APPs; e fiscalização e repressão de não conformidades.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 45
• AUMENTO DA CAÇA PREDATÓRIA.
Medidas Ambientais Propostas
Controlar, durante a construção, as incursões do pessoal da obra às áreas florestais nas
proximidades do empreendimento; reprimir qualquer tipo de agressão à fauna, por parte do
pessoal envolvido com o empreendimento, proibindo-se o uso de armas de fogo e
armadilhas; evitar a implantação de canteiros de obras próximos a ambientes florestados;
adotar módulos específicos de Educação Ambiental, dedicados ao esclarecimento dos
operários das obras e da população circunvizinha; implantar sinalização indicadora das UCNs e
APPs; e fiscalização e repressão de não conformidades.
• ALTERAÇÃO NA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES AQUÁTICAS.
Medidas Ambientais Propostas
Evitar a formação de focos erosivos nas margens dos rios e em áreas adjacentes; evitar o
comprometimento e adotar a recuperação da cobertura ciliar como compensação ambiental;
recolher e tratar adequadamente os esgotos sanitários em sistemas fossa/filtro, instaladas a
distância segura de cursos d’água e de poços de abastecimento; elaborar cronograma de
obras baseado, se possível, dentre outros aspectos, no regime pluviométrico local; limitar os
desmatamentos ao mínimo necessário às operações de construção e segurança do tráfego
• REDUÇÃO DA ÁREA DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA
Medidas Ambientais Propostas
Realização de cadastro para verificação da utilização agropecuária da população atingida;
indenizações pelas áreas desapropriadas, benfeitorias e pela produção renunciada; Programa
de Desapropriação; e Programa de Reassentamento da População de Baixa Renda.
• PERDA DE ÁREAS DE LAVOURA DE SUBSISTÊNCIA.
Medidas Ambientais Propostas
Programa de Desapropriação e Programa de Reassentamento da População de Baixa
Renda (em local apropriado e semelhante aos de residência atual).
46 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
• ALTERAÇÃO NO COTIDIANO DA POPULAÇÃO.
Medidas Ambientais Propostas
Realocação dos espaços de lazer para áreas próximas; Programa de Redução do
Desconforto e Acidentes na Fase de Obras; Programa de Paisagismo; e Programa de
Ordenamento Territorial.
• PERDA DE ÁREAS DE LAZER E ESPAÇOS PÚBLICOS NAS COMUNIDADES
Medidas Ambientais Propostas
Adotar a transparência e a comunicação constante do empreendedor com a população
local; planejar a mobilização de mão-de-obra, máquinas, materiais e equipamentos, de forma a
minimizar as perturbações na vida da população residente; manter contato constante com as
Prefeituras, Sociedade Civil Organizada e demais Representações das Comunidades; ações
de recuperação de passagens que minimizem os impactos de interrupção dos acessos;
planejar ações para preservar e/ou compensar a supressão das áreas de recreação;
Subprograma de redução do Desconforto e Acidentes na Fase de Obras.
• ALTERAÇÃO NO QUADRO DEMOGRÁFICO
Medidas Ambientais Propostas
Priorização da contratação de mão-de-obra local, de forma a reduzir a entrada de pessoas
estranhas à região; Divulgação de que as empresas construtoras estão priorizando a
contratação local; Programa de Redução do Desconforto e Acidentes na Fase de Obras.
• ALTERAÇÃO NO QUADRO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
Medidas Ambientais Propostas
Priorizar a contratação de mão-de-obra local; realizar exames médicos admissionais, bem
como periódicos, durante o tempo de duração das obras; tratar adequadamente a água de
abastecimento dos canteiros, bem como todos os efluentes oriundos dos mesmos; evitar a
formação de ambientes propícios à proliferação de vetores – lixo, águas empoçadas e outros;
desenvolver atividades de educação em saúde, que deverão abranger toda a mão-de-obra
contratada; fiscalizar continuamente as condições sanitárias dos canteiros de obras; Programa
de Redução do Desconforto e Acidentes na Fase de Obras e Programa de Segurança e Saúde
da Mão-de-obra.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 47
• AUMENTO DA OFERTA DE POSTOS DE TRABALHO
Medidas Ambientais Propostas
Priorizar a contratação de mão-de-obra local; Subrograma de Redução do Desconforto e
Acidentes na Fase de Obras.
• AUMENTO DO RISCO DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
Medidas Ambientais Propostas
Evitar que o tráfego proveniente das obras interfira nas áreas urbanas. Caso isso ocorra,
deverão ser providenciados redutores de velocidades e sinalização adequada; planejar o
transporte dos materiais de construção, bem como dos equipamentos, com o uso de veículos
pesados; prestar informações às comunidades a serem afetadas pelo tráfego de veículos
proveniente das obras e, quando necessário, contatos com as prefeituras para as
modificações necessárias nos fluxos das vias, de modo a aumentar a segurança dos usuários;
Programas de Redução do Desconforto e Acidentes na Fase de Obras, e Melhoria de
Travessias Urbanas e de Ordenamento Territorial.
• POSSIBILIDADES DE ACIDENTES COM CARGAS PERIGOSAS
Medidas Ambientais Propostas
Atendimento rigoroso às normas vigentes; obrigatoriedade de treinamento dos
motoristas; instituição de Seguro Ambiental; implantação de medidas preventivas e corretivas
nas áreas de ocorrência de acidentes; instalação de uma central de emergência para cargas
Perigosas próximas a mananciais de abastecimento.
• ALTERAÇÃO DOS ACESSOS VICINAIS
Medidas Ambientais Propostas
Planejamento das intervenções nas estradas em conjunto com os órgãos competentes;
sinalização adequada e informações à comunidade sobre as alterações nas condições de
tráfego nos acessos e, principalmente, noções educativas sobre o fluxo de pedestres nos
locais onde ele for mais intenso.
48 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
• FRAGMENTAÇÃO DE BAIRROS E LOCALIDADES E DAS RELAÇÕES SOCIAIS
COMUNITÁRIAS
Medidas Ambientais Propostas
Implantação de acessos em todos os trechos atingidos, que diminuam a fragmentação,
como viadutos, passarelas e vias paralelas para o deslocamento da população até esses
acessos; melhoria do acesso da população do bairro de Nazaré até o centro de Japeri;
implantação de soluções para a mitigação da fragmentação realizadas através de ações
conjuntas com os órgãos públicos competentes e a população atingida; soluções de
paisagismo, de engenharia de tráfego e de sinalização propostas nos anteprojetos; divulgação
das novas condições de tráfego; Programas de Paisagismo, de Ordenamento Territorial, de
Melhoria de Travessias Urbanas e de Reassentamento da População de Baixa Renda
• INTERFERÊNCIA COM A INFRA-ESTRUTURA VIÁRIA E DE TRANSMISSÃO
Medidas Ambientais Propostas
Planejamento das obras segundo as normas vigentes e em comum acordo com os
concessionários; Programas de Redução do Desconforto e Acidentes na Fase de Obras, de
Melhoria de Travessias Urbanas e de Ordenamento Territorial.
• DESAPROPRIAÇÃO DE MORADIAS, ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E
INDUSTRIAIS
Medidas Ambientais Propostas
Acompanhar o projeto de canalização do rio Calombé; realizar cadastro da população e das
benfeitorias atingidas; apoio Jurídico para regularização da documentação dos imóveis;
comunicação constante com a população local; reassentamento em condições iguais ou
melhores que as atuais; Programas de Desapropriação e de Reassentamento da População
de Baixa Renda.
• INCREMENTO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
Medidas Ambientais Propostas
Priorizar a contratação de mão-de-obra local e a aquisição de bens e serviços de
fornecedores locais; criar cursos de capacitação e treinamento para absorção da mão-de-obra
local na operação do empreendimento.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 49
• RISCO DE ALTERAÇÃO / DESTRUIÇÃO DE SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Medidas Ambientais Propostas
Desenvolver o Programa de Salvamento do Patrimônio Arqueológico promovendo o
resgate do patrimônio antes das intervenções de obra previstas.
50 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 51
PROGRAMAS AMBIENTAIS
PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL
O Programa de Gestão Ambiental tem como objetivo geral o acompanhamento
sistemático de todas as ações que digam respeito às obras e às interferências ambientais
decorrentes, além de objetivos específicos, relacionados à aplicação dos programas
ambientais e medidas de proteção ambiental.
A Gestão Ambiental, devido à amplitude das ações que fazem parte de seu contexto, de
gerencia e administração dos demais Planos e Programas, terá reflexão nos meios físico,
biológico e antrópico (social, econômico e patrimonial), determinando e responsabilizando-se
por todo o investimento ambiental durante a fase de construção.
O programa engloba ainda o acompanhamento e monitoramento de todos os impactos
ambientais inerentes ao empreendimento, dotando-o de mecanismos eficientes que
garantam a execução das ações planejadas nos demais planos e programas e a adequada
condução ambiental das obras.
PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL
O Programa de Monitoramento Ambiental prevê a realização de atividades de medição e
controle da poluição em diversos recursos naturais. Como foco, em função da natureza das
atividades desenvolvidas, estão sendo propostas atividades de monitoramento dos corpos
hídricos (qualidade da água), qualidade do ar (emissões atmosféricas), ruídos e vibrações e
dos ecossistemas presentes na região.
52 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
PLANO AMBIENTAL DE CONSTRUÇÃO
O Plano Ambiental de Construção (PAC) tem por objetivo orientar as empresas
responsáveis pela implantação do empreendimento nos cuidados relativos ao meio ambiente,
procurando evitar ou minimizar os possíveis impactos ambientais a serem gerados durante a
execução das obras.
Após a seleção das empresas responsáveis pela implantação das obras e operação, elas
deverão tomar conhecimento deste PAC e também apresentar um Plano Ambiental de
Construção específico para apreciação e aprovação do empreendedor e dos órgãos
ambientais, com as variáveis ambientais que precisam ser controladas e monitoradas.
As empresas deverão apresentar, também, os projetos e os cronogramas de execução
das obras e de investimentos em detalhes, com a programação física e financeira prevista
para as fases de implantação e de operação aos órgãos que emitem as licenças necessárias.
As orientações que deverão ser detalhadas e seguidas durante a implantação das obras
englobam, basicamente, o preparo dos acessos, vias de serviço, cruzamentos e travessias; o
transporte de pessoal, equipamentos e materiais; a movimentação e estocagem de materiais;
e as normas e padrões de segurança a serem adotados.
PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Este programa se propõe atuar como suporte de comunicação para todos os programas
ambientais que serão desenvolvidos durante a construção da rodovia. Além de divulgar as
etapas das obras e o desenvolvimento dos demais programas, o Programa de Comunicação
pretende construir uma relação de diálogo com a população e o Poder Público local,
procurando promover a participação e integração dos agentes sociais no processo de
implementação do empreendimento.
Sendo assim, as ações de comunicação social serão direcionadas, prioritariamente, à
população afetada e residentes às localidades vizinhas à rodovia, ou seja, aquela que
permanentemente se relacionará com o empreendimento em suas diversas fases, bem como
os usuários da rodovia.
Dado o caráter de remedição de impactos socioeconômicos, recomenda-se que as ações
de comunicação social sejam desenvolvidas seguindo três linhas: Divulgação do
empreendimento; Responsabilidade Social e Convívio com a rodovia.
O Programa de Comunicação Social deverá, ainda, articular o conjunto de ações de
comunicação visando evitar conflitos de informações decorrentes de atuações diferenciadas
entre as equipes no relacionamento com a população.
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 53
PROGRAMA DE ORDENAMENTO FÍSICO-TERRITORIAL
A implantação do Segmento C do Arco Metropolitano, ao atravessar municípios de
expansão urbana desordenada e acelerada, requer ações dirigidas a um planejamento da
gestão territorial. A rodovia contará com uma faixa de domínio de 100 metros e estruturas
como Posto de Patrulha Rodoviária, posto fixo de pesagem, centro de controle operacional, e
estacionamento para veículos transportando cargas perigosas. Estas demandas acarretarão
impactos tais como: a redução da área de produção agropecuária e perda de lavouras de
subsistência, alterações no cotidiano da população e no quadro demográfico, sobrecarga nos
serviços de saúde, alterações nos acessos vicinais e fragmentação de bairros e localidades
urbanas, entre outros. Foram definidas duas diretrizes gerais para o Programa: uma voltada
para aspectos ligados ao sistema viário e paisagismo, e outra concernente a questões de uso
e ocupação do solo.
Através de um conhecimento do processo de ocupação local e das variadas formas e
funções de utilização que seus moradores fazem do espaço, medidas legislativas e ações
baseadas em políticas urbanísticas deverão ser desenvolvidas para que sejam estabelecidas
diretrizes básicas da gestão territorial da área de influência do empreendimento. Para tanto,
os objetivos deste Programa deverão estar de acordo com as leis orgânicas e com os planos
diretores dos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí.
PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO
O Arco Metropolitano atravessará zonas urbanas consolidadas, especialmente nos
municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, implicando, durante a fase de implantação do
empreendimento, a necessidade de desapropriação e remanejamento/relocação das famílias
residentes na faixa de domínio, área não edificante, acessos, alças de ligação, obras de arte,
canteiros de obras e demais áreas que sofrerão intervenções em decorrência das obras.
O programa foi desenvolvido com base nas diretrizes específicas e procedimentos do
MANUAL PARA ATIVIDADES RODOVIÁRIAS AMBIENTAIS, elaborado pelo DNIT (2006) para
desapropriação de populações afetadas em Obras Rodoviárias.
Este Programa manterá interface com o Programa de Comunicação Social, e
especialmente, com o Programa de Reassentamento/Relocação da População de Baixa
Renda, nas áreas de ocupação irregular, loteamentos populares e conjuntos habitacionais. O
objetivo principal do Programa é a liberação da faixa de domínio do Arco Metropolitano, a
partir da desapropriação e indenização das famílias residentes nesta faixa ou lindeiras à
rodovia pelos seus imóveis e benfeitorias afetados pelo empreendimento.
54 Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
PROGRAMA DE REASSENTAMENTO/RELOCAÇÃO DA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA
O processo de desapropriação e/ou reassentamento sempre gera impactos negativos
significativos no cotidiano das famílias afetadas – notadamente no caso de famílias de baixa
renda. O diagnóstico socioeconômico demonstrou que cerca de 30% das famílias residentes
na Área de Influência do empreendimento vivem nesta situação.
Para o desenvolvimento do Programa de forma socialmente responsável deverão ser
definidos procedimentos ao longo do processo de desapropriação e relocação das famílias.
Para tanto, foram definidas diretrizes especificas e procedimentos, baseados nas medidas
adotadas e recomendadas no MANUAL PARA ATIVIDADES RODOVIÁRIAS AMBIENTAIS,
elaborado pelo DNIT (2006), em suas seções correspondentes à desapropriação de população
afetadas em Obras Rodoviárias.
O programa deverá envolver um conjunto de ações que visem garantir que o processo de
reassentamento/relocação da população afetada, proporcione, no mínimo, a garantia de suas
condições atuais de subsistência, ordenando a ocupação nas novas áreas de assentamento,
bem como regularizando a situação fundiária em suas novas residências. Para tanto, deverão
ser realizadas atividades de cadastro socioeconômico da população, acompanhamento e
apoio jurídico e social, bem como o envolvimento e participação da população atingida no
processo decisório sobre os novos assentamentos.
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O Programa tem como objetivo principal contribuir para a gestão ambiental da região a
partir de ações sócio-educativas que procurem minimizar ou compensar os impactos
ambientais decorrentes da construção do Arco Metropolitano. Objetiva ainda contribuir para o
exercício da cidadania ativa do público alvo das comunidades do entorno do empreendimento,
proporcionando meios para a produção e aquisição de conhecimento contribuindo assim para
uma atuação efetiva na melhoria da qualidade ambiental e de vida na região.
De acordo com os trabalhos de campo desenvolvidos na Área de Influência Direta do
empreendimento, de modo geral, a região carece de infra-estrutura de saneamento
ambiental. O destino final do esgoto doméstico são as fossas rudimentares ou corpos
hídricos. Com relação aos resíduos sólidos, em alguns trechos da AID a coleta de lixo é
precária, as ruas carecem de lixeiras e locais para disposição e depósito do lixo. Nesse
sentido, a necessidade de gerenciamento de resíduos se mostrou um dos temas pertinentes
a serem abordados dentro deste programa.
O PEA deverá priorizar sua atuação nos setores sociais diretamente afetados pelo
empreendimento e junto à mão-de-obra contratada para as obras. O planejamento e as
Rima Arco Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 55
atividades do Programa de Educação Ambiental estarão profundamente articulados com os
demais Programas Ambientais, particularmente com os Programas de Comunicação Social,
Desapropriação e Reassentamento da População de Baixa Renda, e ao Plano Ambiental de
Construção (PAC), referente às ações de treinamento ambiental dos trabalhadores.
PROGRAMA DE PROSPECÇÃO E SALVAMENTO ARQUEOLÓGICO
Este programa se direciona para o aprofundamento dos estudos sobre a área afetada pela
implantação do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, buscando a definição sobre a
localização de locais de interesse cultural ameaçados de serem afetados pelas obras. Para a
verificação das áreas de interesse para a proteção do Patrimônio Cultural é importante o
conhecimento sobre todos os terrenos a serem utilizados pelas obras, como os canteiros,
áreas de empréstimo e de bota-fora, acessos, assim como a própria faixa de domínio da
rodovia.
Em cumprimento à legislação federal que regulamenta a pesquisa arqueológica no Brasil –
Lei 3924/61, Portaria SPHAN 07/88 e Documento IPHAN/1996 - propõe-se a realização do
Diagnóstico e Prospecção do Patrimônio Arqueológico.
No caso de se registrar uma ocorrência de interesse cultural numa área onde o terreno
escolhido para as obras possa ser remanejado, como a de um canteiro, por exemplo, a
possibilidade de evitar o dano ao patrimônio deve ser considerada. Quando houver
necessidade de salvamento arqueológico, sua realização se dará por meio de projeto de
pesquisa específico, a ser apresentado e autorizado pelo IPHAN. Deverá também se prever
ações de monitoramento das obras civis, particularmente nas áreas de intervenção.
Recommended