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Dnation to ARenrich students'
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A CIENTISTA REGINA EL DIB, PROFESSORA DA PÓS-
GRADUAÇÃO EM BIOPATOLOGIA BUCAL, É UMA DASLÍDERES SENIORES DOS ARTIGOS DE MAIOR REPERCUSSÃOSOBRE CARNE VERMELHA E/OU PROCESSADA, PUBLICADOS
NA ANNALS OF INTERNAL MEDICINE
NOVEMBRO 2019
Por que os pesquisadores se interessaram por essatemática e como foram realizadas essas pesquisas?
"As diretrizes alimentares contemporâneas recomendam
limitar o consumo de carne vermelha e carne processada.
Porém, essas diretrizes clínicas não são robustas e não
apresentam estruturas metodológicas rigorosas, portanto,
uma equipe internacional de pesquisadores cientistas,
incluindo as universidades McMaster, Dalhousive e, a
universidade de Toronto no Canadá, o Centro Cochrane
Iberoamericano na Espanha, o departamento de pesquisa
da Holanda, a universidade médica da Polônia, e o
ICT/UNESP se reuniram com intuito de gerar diretrizes
clínicas na área de Nutrição considerando não somente o
uso do sistema GRADE – que é um manual de graduação
da certeza das evidências para a tomada de decisão em
saúde, mas também um time isento de quaisquer conflitos
de interesse financeiro e intelectual, e que consideram na
recomendação de suas diretrizes resultados de pesquisas
voltados para os valores e preferencias dos consumidores.
01
Profa. Regina El Dib e Profa. Luciane Dias de Oliveira Programa de Pós-graduação em Biopatologia Bucal
Por Thaís Cristine Pereira
02
A pesquisa se baseou em analisar se a redução do
consumo de carne vermelha (como por exemplo,
carne de vaca, de porco, de carneiro) ou carne
processada (como por exemplo, presunto, bacon,
salame, salsichas) interferia na redução da
ocorrência de doenças cardiovasculares, diabetes e
cânceres. Para isso, foram realizadas seis revisões
sistemáticas que geraram evidências suficientes para
embasar a nova diretriz clínica sobre carne vermelha
e carne processada", explica a Profa. Regina. O que a pesquisa recomenda em relação aoconsumo de carne vermelha e carneprocessada?
"A pesquisa recomenda que os adultos (> 18 anos de
idade) continuem com o consumo atual de carne
vermelha e/ou carne processada, pois há baixa certeza
nas evidências mostrando uma associação pequena
entre a redução da ingestão de carne vermelha e/ou
carne processada (numa proporção de 3 porções para 0
por semana). Ou seja, num conjunto de 1.000 pessoas
que diminuíssem o consumo de carne vermelha - por
exemplo de 7 para 4 porções por semana ou de 3 para 0
porções por semana, existe a probabilidade de redução
da ocorrência de um derrame, três infartos do
miocárdio, seis diabetes tipo II, e sete mortalidades
devido a todas as causas quando comparado aos
consumidores de carne vermelha que não
diminuíssem a ingestão da mesma. Notem que quando
há baixa certeza nas evidências é provável que
pesquisas futuras tenham um impacto importante nos
nossos achados e provavelmente alterem os mesmos. E
quando há muito baixa certeza nas evidências, nós não
temos certeza dos efeitos da intervenção, neste caso dos
efeitos da carne vermelha e/ou carne processada na
incidência de cânceres e doenças cardiometabólicas",
disse a Profa. Regina.
Como foi a repercussão nas mídias? "Assim que as publicações foramlançadas na revista de fator de impacto19.315 -Annals of Internal Medicine nodia 01 de outubro de 2019, inúmerasmídias de vários países como a BBCnews, CNN news, NBC news, the NewYork Times, the Washignton Post, LosAngeles Times, GloboNews,MedicalXPress, Le Monde, the Japannews, Yahoo, e outros, noticiaram osnossos achados recebendo com amesma surpresa que tivemos quandofinalizamos as pesquisas. Como estudosanteriores sobre carne vermelha e/oucarne processada corroboraram parauma associação entre o consumo destetipo de proteína e cânceres e doençascardíacas, nossos resultados foramrecebidos com revolta", afirma a Profa.Regina.
03
Quais foram os aspectos mais importantesque foram considerados para a decisão dospainelistas?
"Três aspectos contaram para que os painelistas
pudessem escolher. Sugerimos a continuação do
consumo atual de carne vermelha e/ou carne
processada (recomendação fraca, evidência de baixa
certeza). A primeira delas diz respeito às evidências
(provas científicas) serem classificadas como de baixa
a muito baixa, o que nos limita fazer quaisquer
inferências causais entre o consumo de carne
vermelha e/ou carne processada e a ocorrência de
desfechos maléficos. A segunda engloba os valores e
preferencias dos consumidores de carne vermelha
e/ou carne processada. A maioria deles não estão
dispostos a mudar esse comportamento quando
confrontados com efeitos potencialmente
indesejáveis para a saúde. E, por último, devido aos
dois aspectos anteriores nós, cientistas, geramos
recomendações a nível individual do que a nível de
sociedade, exatamente pelo fato da incerteza
prevalecer. Dessa forma, com esta recomendação
clínica, os nutricionistas poderão adaptar a ingestão
de carne vermelha e/ou carne processada “sob
medida” de acordo com o tipo de paciente (e.g.,
atletas, pacientes com doenças causadas pela
deficiência de proteínas, prognóstico de câncer colo
retal). Se as pessoas tinham três preocupações em
comer carne vermelha, ou seja, saúde, ambiental e
animal, neste momento elas possuem apenas duas,
ambiental e animal. Vale ressaltar que estas duas
outras preocupações exigiriam pesquisas, que
estavam além do escopo de nosso trabalho - e, de
fato, de nossa experiência", esclarece a Profa. Regina
El Dib.
Prof. Bradley C. Johnston e Profa. Regina El Dib ministrando a aula sobre o consumo de carne
na Universidade de Dalhousie - Canadá
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