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24/25 • Cidades • Brasília, domingo, 23 de novembro de 2014 • CORREIO BRAZILIENSE

de conforto. É como se o espí-rito solidário da internação deNatanel, há três anos, tivessese multiplicado.

A mãe dele, Tatiana Medei-ros do Vale, 38 anos, desco-briu a doença do filho no fimde outubro de 2011. Àquelaaltura, o Hospital da Criançaestava pronto, mas a burocrá-tica festa de inauguração sóaconteceria dias depois. Aequipe médica que cuidavado menino no Hospital de Ba-se do DF (HBDF) decidiu in-terná-lo antes. Enquanto au-toridades da cidade cortavamfitas e posavam para fotos, ogaroto já começava a fazersessões quimioterapia. “Odiagnóstico foi terrível, fica-mos sem chão. O que nos deuforça foi a forma como elesabraçaram a causa. Era umaincansável luta pelo bem-es-tar do meu filho. Hoje, ele en-cerra o ciclo no hospital —voltará apenas a cada seis me-

ses para fazer acompanha-mento —, mas a família todalevará no coração a gratidãode todos aqueles que contri-buíram para a recuperaçãodele”, contou Tatiana, que àépoca abriu mão de um bomsalário como promotora deeventos na Caixa EconômicaFederal para se dedicar inte-gralmente ao filho.

VoluntáriosNão falta gente que decidiu

desistir de momentos de lazerpara doar amor aos pacientes.São 205 voluntários cadastra-dos, distribuídos em 13 grupos.Eles tornam a estadia no hos-pital menos triste. Os funcio-nários também exercem parti-cipação importante na eleva-ção da autoestima dos familia-res e das crianças com câncer.Manuella Alves Batista, 6 anos,mostrava, na terça-feira últi-ma, orgulhosa, uma medalha

de Nossa Senhora Aparecidarecebida de uma vigilante.

Popular no hospital, Manuarranca sorrisos até dos maistímidos. Também em trata-mento contra uma leucemia,apelidou toda a equipe médi-ca. Nem a supervisora de en-fermagem, Érica Fontes, esca-pou da língua afiada da garo-ta, que sonha em bombeira.“Ela (Érica) eu chamo de che-fe, porque ela é chefe, uai! É aque eu mais gosto no hospi-tal. Às vezes, me dá chocola-te”, explicou a menina. Umdia antes de a reportagem doCorreio entrevistar a garota,os cabelos dela caíram. O pai,Paulo Sérgio Antônio Batista,45 anos, filmou o delicadomomento. Mas, em vez dechoro, risos. “Ela achou en-graçado ficar sem cabelo e,como sempre, fez piada”, con-tou o policial militar.

A mãe, Sandra dos Santos,40, diz ter amadurecido com

a experiência de passar lon-gos períodos entre idas e vin-das ao hospital acompa-nhando Manu. “Às vezes,chego aqui tão para baixoque basta um abraço parame fortalecer. O mais incrí-vel aqui é que os funcioná-rios têm essa sensibilidadede perceber quando você nãoestá bem. A Manu tambémajuda muito. Não admite tris-teza e briga se vir alguémchorando por causa dela.”

Muito dessa alegria conta-giante da menina vem da re-lação construída com os fun-cionários. “Nos momentosmais complicados, nós so-mos a fortaleza das famílias.Quem trabalha aqui prezamuito pelo princípio da equi-dade e gentileza, o resto éconsequência”, destaca Éri-ca, a “chefe” de Manuella esupervisora de uma equipecomposta por mais de 100profissionais.

SAÚDE /Hospital da Criança faz aniversário hoje. Com ele, comemoram funcionários, enfermeiras, médicos, voluntários e os mais de 1,1 milhão

Câncer agressivoA leucemia linfoide aguda étipo de câncer que atinge ascélulas brancas do sanguecaracterizada pelaprodução maligna delinfócitos na medula óssea.Também conhecida pelasigla LLA, pode atingirtanto adultos comocrianças. É o câncer infantilmais frequente,apresentando maiorincidência entre os 2 e 5anos. A doença éprogressiva e, quantomais cedo se iniciar otratamento, maiores sãoas chances de cura.

Natanael, a mãe de Tatiana, e a técnica em enfermagem Edna: depois de três ano

Sala de espera: um espaço para ricos e pobres trocarem experiências Um trenzinho, na entrada, mostra que o lugar é feito para as crianças

Fotos: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Três anos dededicação» SAULO ARAÚJO

M anhã de quinta-fei-ra. O relógio marca-va 8h16 quando Na-tanael Medeiros do

Vale entrou pela última vez nocentro cirúrgico do Hospital daCriança de Brasília José Alen-car. Após ser submetido a cen-tenas de punções na lombar,três transfusões de sangue eum procedimento para im-plante de cateter, o garoto de 5anos concluía um longo e do-loroso tratamento contra umaleucemia linfoide aguda. Oprocedimento para a retiradado tubo flexível do peito era aetapa final. Natanael estava li-vre da doença.

A história de superação domenino se confunde com a dopróprio hospital. Hoje, o esta-belecimento de saúde refe-rência em oncologia pediátri-ca completa três anos — eatende também outrasdoenças dos peque-nos, como problemasde crescimento, sub-nutrição e diabetes. Na-tanael foi o primeiro pacienteinternado no local. Depoisdele, mais de 1,1 milhão decrianças e adolescentes rece-beram atendimento na uni-dade situada no Setor de ÁreasIsoladas Norte (Sain). Como omenino, o hospital conseguiucurar mais de 70% dos peque-nos que deram entrada naunidade com alguma patolo-gia grave, índice de países deprimeiro mundo.

Para explicar o sucesso dosnúmeros, é preciso entender ohospital além da competenteequipe médica. Na recepção,mães angustiadas são recebi-das por sorridentes e prestati-vas atendentes. A preocupa-ção com o estado de saúde dosfilhos é amenizada por um am-biente colorido e que poucolembra um lugar que concen-tra enfermidades tão nocivas.Servidores da limpeza, vigilan-tes, enfermeiros, médicos, as-sessores de comunicação e to-dos os funcionários se mos-tram dispostos a ajudar a qual-quer momento, seja fornecen-do uma simples informaçãoseja oferecendo uma palavra

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