Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude · seguridade Social, entendida como um...

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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

ATUALIZAÇÃO SOBRE A

ORGANIZAÇÃO E OFERTA DOS

SERVIÇOS DA PROTEÇÃO SOCIAL

ESPECIAL

CURSO

Módulo I e II

Facilitador(a): Mirella Vilar

a. Nome, município, serviço onde atua, função.

b. Quanto tempo atua na Assistência Social

c. Pense na sua trajetória até aqui e complete a

frase abaixo:

“Quando venho aqui, não pensem que venho só.

Trago comigo....”

Quem somos

nós?

Filme

Eva viu a Uvahttps://www.youtube.com/watch?v=Vpaj0A08oAs

- O ato do conhecimento!

- Qualquer objeto que o homem possa perceber ou criar

é parte de um todo. Em cada ação empreendida, o ser

humano se defronta, inevitavelmente, com problemas

interligados. Por isso, para encaminhar uma solução para

os problemas, o ser humano precisa ter uma certa visão

de conjunto deles: é a partir da visão do conjunto que a

gente pode avaliar a dimensão de cada elemento do

quadro. (Leandro Konder)

Vamos além do que se vê!

O Curso

A estruturação do SUAS e a consolidação

da PNAS estão intrinsecamente

relacionados as práticas dos

trabalhadores e gestores do SUAS que

deve repercutir diretamente na

compreensão, participação e

protagonismo das famílias contempladas

pela política de Assistência Social. Nesse

sentido, O Curso atualiza o debate e

intensifica o compromisso com a

produção de proteção social especial na

perspectiva da integralidade das

seguranças afiançáveis e da

intersetorialidade aproximando o pensado

do vivido numa ação em Rede.

Desenvolver competências emgestores e técnicos da gestãoestaduais, distritais e municipaispara o desenvolvimento deatividades inerentes à ProteçãoSocial Especial.

Objetivo Geral

Conteúdos

Módulo I

- Introdução Histórica e Conceitual sobre a

Proteção Social;

- Quem Produz Proteção Social?

-Proteção Social Especial no SUAS.

Módulo II

- Gestão na Proteção Social Especial;

- O Papel do órgão gestor e da Coordenação

das Unidades da Proteção Social Especial;

- Relações intersetoriais e com os Sistemas de

Justiça e de Garantia de Direitos;

- Relações com as Políticas Setoriais;

- Relações com o Sistema de Justiça e com o

Sistema de Garantia de Direitos;

- SUAS e Sistema de Justiça;

- A interface entre o Sistema de Justiça e a

Proteção Social Básica (PSB) e Especial (PSE);

- SUAS e Sistema de Justiça Encaminhamentos

Necessários

O que é Proteção Social?

Quem faz Proteção Social?

Para quem se faz Proteção Social?

PROTEÇÃO SOCIAL

A proteção social não é objeto dedefinição consensual. Há diferençasexpressivas entre as experiênciasnacionais e suas trajetórias históricas einstitucionais. Há ainda diferenças entreautores e correntes analíticas quanto aoconceito, ao escopo das ofertas, àspolíticas que as integram ou sobre seupapel na regulação das sociedadesmodernas.

PROTEÇÃO SOCIAL TEM RELAÇÃODIRETA COM O ACESSO AOSDIREITOS DE CIDADANIA NAFORMAÇÃO INTEGRAL DO SER, OQUE REVELA A NECESSIDADE DEAÇÕES INTERSETORIAIS E EM REDE.

PROTEÇÃO SOCIAL

“ A Proteção Social pode ser definida comoum conjunto de iniciativas públicas ouestatalmente reguladas para a provisão deserviços e benefícios sociais visando aenfrentar situações de risco social ou deprivações sociais.”

(JACCOUD, 2009:58)

É importante pontuar que a Proteção Social

não se limita a uma política social .

Introdução Histórica e Conceitual sobre a Proteção Social

Advento do Estado

Capitalista nos primórdios da

industrialização

QUESTÃO SOCIAL

Transformação radical nos

mecanismos de proteção social realizada pelas famílias, ordens

religiosas e comunidades.

Questão Social – conjunto das expressões quedefinem as desigualdades sociais.

Introdução Histórica e Conceitual sobre a Proteção Social

Revolução Industrial(Inglaterra,

França e outros países

europeus)

Aumento massivo da pobreza da

classe trabalhadora (condições de

vida degradantes)

Posterior organização da

classe trabalhadora em

sindicatos partidos –

movimentos operário/

reivindicações

Melhores condições de trabalho e início das

primeiras instituições de proteção social

“As abordagens estatais da questão

social se estruturam a partir dos

conflitos e contradições que permeiam

o processo de acumulação capitalista”

PROTEÇÃO SOCIAL

Após a Segunda Guerra Mundial (1945) o Estado de bem Estar Socialconsolidou-se no continente europeu. Foi a base para o novo sistema deseguridade Social, entendida como um conjunto de programas deproteção contra a doença,o desemprego, a morte do provedor da família,a velhice, a dependência por algum tipo de deficiência, os acidentes.

“Trata-se de manter um padrão mínimo de vida para todos os cidadãos, como questão de direito social, através de um conjunto de serviços

provisionados pelo Estado, em dinheiro ou em espécie”.(Cf. Silva, 2004: 56).

A partir dos anos 70 do Século XX, surgem dúvidas quanto a viabilidadeeconômica de um Estado de Bem Estar Social universalista. Somando-se aisto a crise econômica, as inovações tecnológicas e informacionais,alteraram as relações de trabalho e causaram a eliminação de postos detrabalho, desestabilização do assalariamento etc.

TRABALHO EM GRUPO - PROTEÇÃO SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

G1 - Qual o modelo de proteção social construído na história do Brasil?

G2 - Quem produz proteção social nos diferentes cenários e territórios?

G3 - O que há de novo no modelo de proteção social do SUAS?

G4 - Quando em nome da proteção cometemos a exclusão?

Módulo 1

Questões

chaves

https://www.youtube.com/watch?v=gq4YXI1pggg

VÍDEO: PROTEÇÃO SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

PROTEÇÃO SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

Para pensar o Brasil, atualmente, não podemos nos esquecer das

marcas da longa história de colonização, escravidão, lutas pela

independência, clientelismo, autoritarismo e favor.

Clientelismo – Diz respeito a processos histórico-estruturais que instituíramrelações de subordinação e dependência em processos de exploração econômicae dominação política. Nas relações clientelistas, os benefícios são ofertados comofavor e exige-se a lealdade daqueles que recebem algum benefício.

Durante a primeira metade do Séc. XX, o avanço daindustrialização e o movimento operário provocarama emergência da legislação trabalhista – emergindoassim, o espaço de regulação do trabalho assalariado– “cidadania regulada” denominada assim porWanderley Guilherme dos Santos.

A Constituição Federal de 1988 ampliou asresponsabilidades do Estado no âmbito da proteçãosocial, substituindo assim a “cidadania regulada” peloreconhecimento dos direitos sociais universais.Dentre outras inovações definiu que a AssistênciaSocial é política pública não contributiva de proteçãosocial que compõe o TRIPÉ DA SEGURIDADE SOCIAL –junto com a saúde e a educação – é um direitoconstitucional adquirido.

PROTEÇÃO SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

MARCOS LEGAIS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

CF 88 – Assistência Social como dever do Estado e direito do

cidadão

LOAS 1993 – contém as diretrizes básicas, normas e regras para

a AS.

PNAS 2004 –Estabelece os

parâmetros de gestão da Assistência Social,

através do SUAS.

NOB-SUAS (2005) –Disciplina e normatiza a

operacionalização da PNAS.

LEI DO SUAS (12.435/11) – institui

o SUAS.

É importante lembrar que a década de 90 foi marcada pela

volta da filantropia e desresponsabilização do Estado.

Mudança de Foco

Indivíduo Família

Fragmentado Complementar

Isolacionismo Integração / Articulação

Independência Regulação

Enfoque nacional Territorialidade

Centralidade Responsabilidade dos três entes federados

Necessitado Necessidades

Improvisação Qualificação

Ausência de dados Sistema

Unidade Centralizada CRAS / CREAS

Recursos caixa único Fundo a fundo

Metas Blocos de financiamento

A política pública de assistência social asseguradeterminados direitos de proteção social inscritosno âmbito da seguridade social brasileira, cujadeclinação se sustenta e se orienta pelasseguranças sociais as quais é responsável. (Sposatie Regules, 2013, p.13)

A PNAS (2004) identifica as seguranças sob aresponsabilidade da assistência social, e em tornodas quais se consolida o campo protetivo destapolítica. A partir de 2004, a assistência socialpassou a ter nova materialidade com construçãonacional e federativa do SUAS, posteriormenteconvertido em Lei nº 12.435/2011 alterando aLOAS.

PROTEÇÃO SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

Quais são as

Seguranças definidas

pela PNAS (2004)?

Segundo a NOB SUAS 2012 são

seguranças afiançadas pelo

SUAS:

- Acolhida;

- Renda;

- Convívio ou Vivência Familiar,

Comunitária e Social;

- Desenvolvimento da Autonomia;

- Apoio e Auxílio.

“O termo “segurança”, embora utilizado em referência a diversas áreas da vida humana e

em diversos aspectos, como no trabalho, na rua, na escola, no lazer, na tecnologia, no

meio ambiente, nos ciclos de vida, nos negócios e na vida privada, neste trabalho refere-

se à área social vinculado à garantia de satisfação das necessidades sociais e da

convivência familiar e comunitária, além do desenvolvimento das potencialidades, da

autonomia para exercitar escolhas, da independência pessoal e do protagonismo social.

Remete à ideia de proteção perante as vulnerabilidades e riscos sociais vivenciados por

indivíduos, famílias e comunidade, não só quando já estão instalados, mas enfrentando

também o desafio “de evitar a desproteção, a vulnerabilidade e prevenir a violação de

direitos nos campos da sobrevivência, autonomia, acolhida e convívio (JACCOUD, 2007,

p.34)”.

Segurança de Acolhida: provida por meio da ofertapública de espaços e serviços para a realização daproteção social básica e especial, devendo asinstalações físicas e ação profissional conter:-Condições de recepção;- Escuta profissional qualificada;- Repasse de informações e orientações;- Estabelecimento de referência e contrareferência;- Concessão de benefícios;- Aquisições materiais, econômicas, políticas,culturais e sociais;- Abordagem em territórios de maiorvulnerabilidade e de incidência de situações derisco;- Oferta de uma rede de serviços e de locais depermanência de indivíduos e famílias sob curta,

média e longa permanência.

Segundo a NOB SUAS 2012:

Segurança de Renda: operada pormeio da concessão de auxílios e daconcessão de benefícioscontinuados, nos termos da lei,para cidadãos não incluídos nosistema contributivo de proteçãosocial, que apresentemvulnerabilidades decorrentes dociclo de vida e/ou incapacidadepara a vida independente e para otrabalho.

Exemplos: BPC e PBF.

Segurança de Convívio ou Vivência Familiar, Comunitária e Social:exige a oferta pública e continuada de serviços que garantamoportunidades e ação profissional para:a. A construção, a restauração e o fortalecimento de laços de

pertencimento, de natureza geracional, intergeracional,familiar, de vizinhança e interesses comuns e societários;

b. O exercício capacitador e qualificador de vínculos sociais ede projetos pessoais e sociais de vida em sociedade.

Segurança de Desenvolvimento da Autonomia: exigeações profissionais e sociais para:a. O desenvolvimento de capacidades e habilidades

para o exercício do protagonismo, dacidadania;

b. A conquista de melhores graus deliberdade, respeito à dignidade humana,protagonismo e certeza de proteção social para ocidadão, a família e a sociedade;

c. Conquista de maior grau de independênciapessoal e qualidade nos laços sociais, para oscidadãos sob contingências e vicissitudes.

Exemplo: acesso a saúde, educação, documentação civil,habitação, geração de trabalho, emprego erenda.

Apoio e Auxílio: quando sob riscoscircunstanciais, exige a oferta de auxílios em bensmateriais e em pecúnia, em carátertransitório, denominados de benefícioseventuais para as famílias, seus membros eindivíduos.

Exemplo: Auxílio funeral.

Os Benefícios Eventuais são assegurados pelo artigo 22 da LOAS, eintegram organicamente as garantias do SUAS. A Resolução nº 212, de 19de outubro de 2006, do CNAS, e o Decreto nº 6.307, de 14 de dezembro de2007, estabeleceram critérios orientadores para a regulamentação eprovisão de Benefícios Eventuais no âmbito da Política Pública deAssistência Social pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.

VÍDEO: O QUE É PROTEÇÃO SOCIAL?

https://www.youtube.com/watch?v=w1KIk8bb-E4

Atividade – Trabalho em grupo – Avanços

com a implementação do SUAS e asSeguranças afiançadas.

Considerando a nossa prática, como estamospropiciando-as/ garantindo-as?

Quais as dificuldades vivenciadas nocotidiana para propiciá-las?

Quais estratégias?

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

NO SUAS

Proteção Social

É a garantia de inclusão a todos os cidadãosque encontram-se em situação devulnerabilidade e/ou em situação de risco,inserindo-os na rede de Proteção Sociallocal. A Proteção Social no âmbito do SUASé hierarquizada em Básica e Especial.

PROTEÇÃO SOCIAL

Proteção Social BásicaProteção Social

Especial

Alta Complexidade

Média Complexidade

VÍDEO: PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA E PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

https://www.youtube.com/watch?v=6rkAnlCUd9E&t=7s

O QUE É PROTEÇÃO ESPECIAL?

É a modalidade de atendimento socioassistencial voltada à atenção das famílias e dosindivíduos cujos contextos são marcados por situações de riscos pessoais e sociaisrelacionados à violação de direitos, que podem acarretar em dano à vida, e à integridadehumana e das relações sociais.

PÚBLICO ALVO: famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social,por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso desubstâncias psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua, situaçãode trabalho infantil, entre outras.

É ESPECIAL, POIS REQUER: acompanhamento individual, maior flexibilidade nas soluçõesprotetivas, atuação em rede, encaminhamentos monitorados, qualidade na atenção protetivae efetividade na reinserção almejada.

Os serviços de proteção especial têm estreita interface com o sistema de garantia de direitoexigindo, muitas vezes, uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder Judiciário,Ministério Público e outros órgãos e ações do Executivo.

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

Organiza a oferta de serviços, programas e projetos de caráter especializado.

Objetivo: contribuir para aconstrução/fortalecimento de vínculos familiares ecomunitários, o fortalecimento de potencialidadese aquisições e a proteção de famílias e indivíduospara o enfrentamento das situações de riscopessoal e social, por violação de direitos.

A PSE se subdivide em 2(dois) níveis de proteção:

MÉDIA COMPLEXIDADE

ALTA COMPLEXIDADE

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

Média Complexidade

Vínculos Fragilizados

Alta Complexidade

Vínculos Rompidos

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

Proteção Social Especial de Média Complexidade

Atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mascujos vínculos familiares não foram rompidos. Requerem maiorestruturação técnico-operacional e atenção especializada eindividualizada com um acompanhamento sistemático e monitorado, taiscomo:

• Serviço de orientação e apoio sociofamiliar;• Plantão social;• Abordagem Social;• Cuidado domiciliar;• Serviço de habilitação e reabilitação na comunidade das pessoas com

deficiência;• Medidas socioeducativas em meio-aberto (PSC e LA).

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

Proteção Social Especial de Alta Complexidade

Garantem proteção integral - moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e, ou, comunitário, tais como:

• Atendimento Integral Institucional;• Casa Lar;• República;• Casa de Passagem;• Albergue;• Família Substituta;• Família Acolhedora;• Medidas socioeducativas restritivas e privativas de liberdade (semi-

liberdade, internação provisória e sentenciada).

QUEM DEMANDA PROTEÇÃO ESPECIAL

Famílias e indivíduos vítimas de violações de direitos, entreelas:

Violência física;

Violência psicológica;

Negligência;

Maus tratos;

Violência Sexual;

Abandono;

Situação de rua;

Trabalho infantil;

Cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto;

Afastamento do convívio familiar;

Discriminação por orientação sexual, dentre outras.

O que é violação de direitos?

“Considera-se, violação outransgressão aos direitos, o queviola a vida e a liberdade devive-la em sua plenitude e aindapode gerar prejuízos causandosofrimento, uma vez que atingeo direito de ser e de serdiferente, de ter liberdade, deter suas próprias crenças, denão sofrer discriminação emvirtude de raça, cor, condiçãoetária, ou orientação sexual,entre outros.” (Dirienzo)

O reconhecimento da dignidade humana na Constituição de 88 trouxepara esfera pública as situações de risco por violação de direitos, queaté então eram consideradas restritas ao âmbito privado, de “cunhopessoal”, e totalmente desprovidas de regulações e de garantiasjurídicas e sociais.

Ainda existe uma naturalização das desigualdades, das relações depoder hegemônicas e de dominação e das violações que afetamdeterminados públicos.

A produção e reprodução das desigualdades materiais e simbólicasestão presentes, cotidianamente, nas instituições sociais e nosprocessos de socialização e educação.

É importante reconhecer a complexidade dos fatores geradores dasviolações, rompendo a lógica de culpabilização dos indivíduos efamílias. Também se deve observar e compreender a dinâmica familiar,as trajetórias de cada membro e as capacidades e habilidades quepossuem.

ALGUMAS COMPREENSÕESIMPORTANTES!!!

Na organização das ações de PSE é precisoentender que o contexto socioeconômico,político , histórico e cultural pode incidirsobre as relações familiares, comunitárias esociais, gerando conflitos, tensões erupturas, demandando, assim, trabalhosocial especializado.

Contexto

Família

Indivíduo

• MATRICIALIDADE SOCIOFAMILIAR: visa compreender, em um determinado contexto,como se constroem e se expressam as relações familiares entre seus membros.Considera-se a família como espaço privilegiado e insubstituível de proteção esocialização primárias, provedora de cuidados aos seus membros, mas que precisatambém ser cuidada e protegida.

• PEGADINHA!!! Muitas vezes, atuamos de forma a responsabilizar, exclusivamente, afamília pela proteção ou (des)proteção de seus membros. O Estado deve prover ascondições necessárias para que a família possa exercer sua capacidade protetiva.

• A centralidade na família implica, ainda, reconhecer que esta pode se configurar comoum espaço contraditório, onde o lugar da proteção pode ser também o da violência e daviolação de direitos.

• A centralidade na família requer atenção dos profissionais para os novos arranjosfamiliares, para não incorrer na reprodução de estigmas e preconceitos.

ALGUMAS COMPREENSÕES IMPORTANTES!!!

TERRITÓRIO COMO ESPAÇO DE POTENCIALIDADESE VULNERABILIDADE. O território permitecompreender a forma como as relações sociais sematerializam num determinado espaço, asoportunidades e a exposição a riscos, que sãopróprias da dimensão territorial.

Assim, as situações de risco pessoal e social, porviolação de direitos, que incidem nas famílias eindivíduos sofrem influência e se expressamdiferentemente nos territórios, de acordo com asrealidades sociais, econômicas, políticas e culturaisde um determinado contexto.

“Fortalecer o território é fortalecer os grupossociais ali presentes!”

ALGUMAS COMPREENSÕES IMPORTANTES!!!

ALGUMAS COMPREENSÕES IMPORTANTES!!!

TRABALHO SOCIAL:

o deve conjugar as dimensões técnicas(conhecimento), éticas (valores e atitudes) epolíticas(participação coletiva e transformação).

o Deve buscar a coletividade, a participação, a troca, a conscientização e a ação proativa emrelação aos processos que levam às desigualdades, às violações e aos fenômenos,promovendo uma análise crítica da realidade.

o Na PSE inclui intervenções no campo: da subjetividade; das relações familiares ecomunitárias; do acessos a direitos e inserção social.

ÉTICADIREITOS

SOCIOASSISTENCIAISESPECIALIZAÇÃO E

QUALIFICAÇÃOMOBILIÇÃO E

PARTICIPAÇAOTRABALHO EM REDE /

INTERSETORIAL

OFICINA

Ponto de partida :• Quais as principais violações de direitos

que tem demandado intervenção daAssistência Social?

• Quais as principais causas das situaçõesde risco em relação ao segmento?

• O que ameaça a integralidade dasproteções sociais e a intersetorialidadedas ações?

• Quais as alternativas para alterar ocenário de ameaças?

INTERSETORIALIDADE E AÇÕES EM REDE :

DO QUE ESTAMOS FALANDO ?

QUAL A IMPORTÂNCIA E AS PRÁTICAS NESSA DIREÇÃO?

INTERSETORIALIDADE E AÇÕES EM REDE : DO QUE ESTAMOS FALANDO? QUAL A IMPORTÂNCIA E AS

PRÁTICAS NESSA DIREÇÃO?

Destaques desse processo:Os processos de democratização política nos paíseslatino-americanos, somados à revitalização e aosurgimento de novos movimentos sociais, abriramespaço para a constituição de novos espaços voltadospara a participação da sociedade nas esferasdecisórias.

Nesse sentido, a abordagem em Rede emergiu comoum dos novos arranjos voltados para a superação dacentralização das decisões no Estado na formulação eimplementação de políticas públicas, em direção àconstituição de relações mais horizontais entre asociedade e o poder estatal.

REDES

A defesa das Redes de movimentossociais, não significa advogar em favorde sua participação na execução depolíticas, na oferta de serviços.

É esse o diferencial nas noções dedescentralização constitucional daquelapraticada pelos neoliberais que aentendem como repasse deresponsabilidade para a sociedade civil,como forma de desregulamentar eflexibilizar as ações do Estado.

A maioria das concepções de Rede, emespecial no campo das políticas sociais,remete para a noção de interconexão,articulação, parceria, interação,cooperação entre organizaçõesgovernamentais e não governamentais,portanto, na defesa do pluralismo debem-estar social, da corresponsabilizaçãode todos, não apenas do financiamentodas políticas sociais, mas na prestação deserviços sociais e na utilização dosrecursos mobilizados por cada tipo deorganizações.

O TRABALHO EM REDE PODE SERCOMPREENDIDO COMO “UMA TEIA DEVÍNCULOS, RELAÇÕES E AÇÕES ENTRE INDIVÍDUOSE ORGANIZAÇÕES, QUE SE TECEM OU SEDISSOLVEM CONTINUAMENTE EM TODOS OSCAMPOS DA VIDA COTIDIANA, NO MUNDO DOSNEGÓCIOS, NA VIDA PÚBLICA E ENTRE ELAS”(CARVALHO, 2003, P. 1). ROSSETTI-FERREIRA ECOLABORADORES (2008)

Nessa lógica, uma rede pode ser entendida comoum sistema no qual circulam não apenas pessoas einformações, mas também valores, crenças,tradições e intenções. As dimensões cultural ehistórica, portanto, ganham igual importânciafrente às demais.

TIPOS DE REDE

1. Rede Socioassistencial – constituída pela articulação dosserviços,benefícios, programas e projetos governamentais e nãogovernamentais, que têm uma relação de complementariedade,cooperação e corresponsabilidade, integrando-se numa relaçãoorgânica no âmbito do SUAS.

2. Rede Intersetorial – formada pela articulação entre as diversaspolíticas sociais que atuam em um determinado território,atendendo, na maioria das vezes, as mesmas famílias. A visão datotalidade no âmbito do território significa o conhecimento e aanálise das diferentes situações identificadas e suas conexões com adinâmica deste espaço, o que permite a construção de fluxosdelineando as responsabilidades e competências da política deassistência social e as competências das outras políticas.

IMPORTANTE!!!!

• É necessário compreender que a proteçãosocial compõe um amplo conjunto de políticase sistemas que, integrados, garantem osdireitos dos cidadãos, não sendo a AssistênciaSocial a única responsável e nem competenteem dar respostas às vulnerabilidades eviolações de direitos.

• É papel da gestão estabelecer redesintersetoriais integradas pelos diversos atorese organizações de proteção e defesa dosdireitos, respeitando tanto o princípio daincompletude institucional, quanto àcompreensão de que a realidade social queafeta a vida de famílias e indivíduos écomplexa ou multidimensional.

https://www.youtube.com/watch?v=S3tQzaHMU2o

• VÍDEO: “O PROBLEMA NÃO É MEU!”

GESTÃO NA PROTEÇÃO SOCIAL

ESPECIAL NO SUAS

Cabe a Gestão Municipal aarticulação institucional entre osdiversos atores que compõem a Rede,a fim de definir estratégias detrabalho, fluxos de atendimento eencaminhamentos evitando assimsobreposição e fragmentação,construindo a complementaridade e aintersetorialidade necessária.

MAS QUANDO A GESTÃO REPERCUTI NAS UNIDADES DE REFERÊNCIAS E NOS

SERVIÇOS ?

Quando se estabelece a coordenaçãoconsiderando o modelo de gestão previstopelo SUAS com a participação ativa doasatores envolvidos na construção deproteção social no Território, com oestímulo e a formação para o exercício doprotagonismo das famílias e a linha deacompanhamento e avaliação coletivasobre os resultados alcançados

A participação do coordenador considerando aliderança democrática:

Coordenar o trabalho articulado; Estimular a partilha de conhecimentos e a

produção de saberes; Aprimorar a devolutiva das demandas nas ações

direcionadas as necessidades dos usuários efamílias;

Fazer interlocução mediando a comunicação entrea Unidade e a área de gestão da PSE;

Realizar articulação intersetorial; Garantir espaço para o desenvolvimento de

metodologia que consolida a prática intersetorial(a exemplo do estudo de casos);

Estruturar o Plano de Capacitação da Unidadecontemplando espaço de estudo contínuo junto asequipes.

No conjunto de produções da coordenação de Unidade,destaca-se PLANO DE TRABALHO DA UNIDADE contendo :

Competências, atribuições e ações interdisciplinares daequipe;

Fluxos e encaminhamentos internos; Metodologia para a avaliação e discussão conjunta de

situações de desproteção e violação de direitos; Estratégias de articulação e criação de fluxos e

procedimentos com outros serviços e políticas públicase com órgãos do SGD e SJ.

MAS, E A INTEGRALIDADE DAS PROTEÇÕES SOCIAIS AFIANÇAVEIS?

NESSA PERSPECTIVA, cabe a coordenaçãoda unidade e do órgão gestor, em atividadecoletiva com as equipes, definir noplanejamento quais serão os fluxos entre osequipamentos e serviços da PSB com a PSE,através dos quais as Unidades e Serviços daPSE servirão de referência a determinadoCRAS/PAIF/SCFV e seus respectivosterritórios

Essa integralidade deve promover:

• Proteção integral/capacidade protetiva;• Reconhecimento sobre a Rede de proteção que

será acionada;• Não revitimização dos indivíduos e famílias;• Coleta de informações repetitivas, sobrepostas;• Coletivizar demandas;• Potencializar a participação dos usuários;• Correspondências no processo de atendimento;• Socialização de informações;• Monitoramento conjunto dos resultados obtidos.

No conjunto de produções da coordenação deUnidade, destaca-se PLANO DE TRABALHO DAUNIDADE contendo :

Competências , atribuições e açõesinterdisciplinares da equipe;

Fluxos e encaminhamentos internos; Metodologia para a avaliação e discussão

conjunta de situações de desproteção e violaçãode direitos;

Estratégias de articulação e criação de fluxos eprocedimentos com outros serviços e políticaspúblicas e com órgãos do SGD e SJ.

OS SISTEMAS DENTRO DO

SISTEMA ...

SISTEMA DE SAÚDE;SISTEMA DE GARANTIA DOS DIRETOS

DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE;SISTEMA DE EDUCAÇÃO;SISTEMA ÚNICO DE ASSISTENCIA

SOCIAL.

Os serviços de proteção especial têmestreita interface com o sistema degarantia de direitos, exigindo muitasvezes uma gestão mais complexa ecompartilhada com o Poder Judiciário,Ministério Público e outros órgãos eações do Executivo.

O Sistema de garantia de Direitos – SGD (Resolução 113 de abril/2006 - CONANDA)

O Sistema de Garantia de Direitos da Criança edo Adolescente constitui-se na articulação eintegração das instâncias públicasgovernamentais e da sociedade civil na aplicaçãode instrumentos normativos e no funcionamentodos mecanismos de promoção, defesa e controlepara a efetivação dos direitos da criança e doadolescente, nos níveis Federal, Estadual,Distrital e Municipal. Compreendem esteSistema, prioritariamente, os seguintes eixos:

• Eixo da Defesa dos Direitos Humanos;

• Eixo da Promoção dos Direitos;

• Eixo do Controle e Efetivação dos Direitos.

.

.

.

Importante!!!

No processo de constituição das redes de proteção pelo gestor municipal de assistência social, é importante:

• Estabelecer uma agenda de trabalho comum;

• Definir um calendário de reuniões;

• Constituir um processo permanente de mobilização para os encontros e reuniões;

• Ter uma condução democrática;

• Registrar todos os eventos, reuniões e encontros;

• Estabelecer reuniões para sensibilizar os gestores das diversas políticas públicas e organizações da sociedade civil.

• Etc....

(...) Portanto, falar em integração émuito mais do que encaminhar oureceber encaminhamentos, é construiralguns saberes transdisciplinares emrelação a temas que perpassam todas aspolíticas intersetoriais.

(Rizzotti, 2014)

O SUAS

E O SISTEMA DE JUSTIÇA

Necessidade de estabelecer relações horizontais.

O SUAS e o Sistema de Justiça

Sistemas autônomos;Possuem regras e papéis distintos;

Atuam para o mesmo fim – Garantia de Direitos.

SISTEMA DE DEFESA E RESPONSABILIZAÇÃO

SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL

Aplicação de dispositivos legais e normativos para defesa de direitos, investigação e responsabilização (segurança pública,Defensoria Pública, Ministério Público, Poder Judiciário, Conselho Tutelar – é constituído por órgãos autônomos).

Oferta de políticas públicas para concretizar direitos sociais (saúde, educação, assistência social, trabalho, previdência social, habitação, alimentação, etc.).

CONSELHO TUTELAR

SISTEMA DE JUSTIÇA NO BRASIL

Poder Judiciário

Ministério Público

Segurança Pública/

Delegacias Especializadas

Defensoria Pública

Restituir direitos e aplicar a lei.

Defesa da ordem jurídica; direitos e interesses da

coletividade

Assistência jurídica

Nota Técnica SNAS/MDS nº 2/2016

Assunto: relação do SUAS e os órgãos doSistema de Justiça.

Trabalho em Grupo: Leitura da Nota

TRABALHO EM GRUPO(ESTUDOS DE CASO)

Diante do que foi discutido durante o curso:

Quais as violações identificadas no caso em estudo.

Identificar quais os órgãos/serviços/políticas que devem atuar para resolução do caso.

Quais são os desafios postos para o

atendimento/acompanhamento às famílias e

indivíduos em situações tão diversas de

violações de direitos?

Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e Capacitação

www.sigas.pe.gov.brE-mail: capacitasuas.pe@sedsdh.pe.gov.br

Telefone: 81 3183 0702

Centro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

E-mail: capacitasuaspe@asces.edu.brTelefones: (081) 2103-2096

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