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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Londrina2008/2009
DULCIVANA FERNANDES RUBBIO SANCHES SILVA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Produção Didático-Pedagógico,
apresentado ao Programa de
Desenvolvimento Educacional
– PDE, sob orientação da
Professora Wilma Santos de
Santana, do Departamento de
Educação Física, da
Universidade Estadual de
Londrina.
Londrina
2008/2009
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
PROFESSOR PDE
1. Nome do Professor PDE: Dulcivana Fernandes Rubbio Sanches Silva2. Disciplina/Área: Educação Física3. Orientadora: Professora Wilma Santos de Santana4. Caracterização do Objeto de Estudo: Educação Física Escolar –
Questões de Gênero5. Título da Produção Didático-Pedagógica: A Cultura Corporal e as
Questões de Gênero Como Fatores de Motivação aos Adolescentes nas
Aulas de Educação Física.6. Justificativa da Produção: Ao longo da história da humanidade, as
mulheres sofreram e ainda sofrem descriminações em vários setores da
sociedade. As condições de acesso e de participação das mulheres no lazer,
no esporte da escola, no esporte de rendimento, na educação física, na
visibilidade conferida pela mídia e nos cargos de administração e gestão
esportiva, não são iguais, se comparadas aos homens. Pensar a
participação feminina no campo das práticas corporais pressupõe entender
em que contexto sócio-cultural ela está inserida. Analisar este contexto e
sua correlação com as aulas de Educação Física é o objetivo desta
produção.7. Objetivo Geral da Produção: Compreender a cultura corporal e as
questões de gênero, visando melhorar a qualidade das aulas de Educação
Física e conseqüentemente a participação dos alunos.8. Tipo da Produção Didática-Pedagógica:
( ) Folhas ( ) OAC ( X ) Unidade Didática9. Público-alvo: 8ª série do Ensino Fundamental
___________________________, ____ de ____________ de ______
Professora PDE: Dulcivana Fernandes Rubbio Sanches
Silva
1 CULTURA CORPORAL
Figura 1: O Discóbolo, de Miron.
“Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem
Alves)
Território construído por liberdades e interdições, e revelador de
sociedades inteiras, o corpo é a primeira forma de visibilidade humana. O
sentido agudo de sua presença invade lugares, exige compreensão,
determina funcionamentos sociais, cria disciplinamentos e desperta
inúmeros interesses de diversas áreas do conhecimento (Soares (org.),
2004).
O corpo é sempre “biocultural”, ou seja, somos o que herdamos dos
nossos pais e antepassados (genética) e o que adquirimos do meio cultural
no qual vivemos.
Para Leontiev (apud Melo, 1980), o ser humano, só se humaniza e só
adquire as funções tipicamente humanas, a partir do momento em que está
inserido num determinado contexto e se apropria da cultura histórica e
socialmente produzida pela atividade coletiva.
Para Daólio (1997), o corpo é uma síntese da cultura, porque
expressa elementos específicos da sociedade da qual faz parte. O homem,
por meio do seu corpo, vai se apropriando de valores, normas e costumes
sociais, num processo de incorporação.
Os movimentos expressam a cultura do ser humano, explicitam as
determinações de caráter político, econômico, religioso e social nos quais os
sujeitos estão inseridos.
Melani (apud Melo, 1997), diz que os signos culturais desenvolvem
ou limitam a motricidade do homem. São eles que dizem o que o corpo
pode ou não fazer e como fazer.
A Mulher e as Práticas Corporais
A segunda metade do século XIX foi marcada pela presença do
romantismo na literatura e, por conseguinte, de imagens românticas
associadas a mulher. Um doce olhar de bondade tinha que diferenciar-se
daquele inflamado de paixão e saúde.
Desde o início do século XIX, na Europa, multiplicavam-se os
ginásios, os professores de ginástica, os manuais de medicina que
chamavam a atenção para as vantagens físicas e morais dos exercícios. No
final do século, mulheres começaram a pedalar ou a jogar tênis na Europa.
Não faltou quem achasse a novidade imoral, um pecado. Perseguia-se tudo
o que pudesse macular o papel de mãe dedicada exclusivamente ao lar.
Médicos e higienistas faziam a ligação entre histeria e melancolia à
falta de exercícios físicos. Confinadas em casa, diziam, as mulheres só
podiam fenecer, estiolar, murchar. Era preciso oxigenar as carnes e alegrar-
se graças ao equilíbrio saudável do organismo.
A elegância feminina começou a rimar com saúde.
ATIVIDADE 1
PARA SABER MAIS
Procure fazer uma pesquisa sobre quais eram as práticas corporais
recomendadas às mulheres por Rui Barbosa, em 1882, no projeto
em que foi relator e tratava da Reforma do Ensino Primário e
várias instituições complementares da Instrução Pública.
CURIOSIDADE
Relato de Patrícia Lessa, em seu livro “Mulheres à Venda” (2005,
p. 54) sobre o preconceito em relação às mulheres do século XIX:
Os biólogos e médicos do século XIX diziam que o cérebro da
mulher era menor que o do homem e que o ovário e útero exigiam
muita energia e repouso para funcionar apropriadamente.
Provaram que, em conseqüência, as meninas deveriam ser
mantidas longe das escolas e faculdades a partir do momento em
que começassem a menstruar e advertiam que, sem esse tipo de
precaução, os úteros e ovários das mulheres poderiam se atrofiar e
a raça humana se extinguir.
Saraiva (2005), fala sobre as conseqüências das práticas sexistas
desenvolvidas na educação tradicional e na Educação Física para as
mulheres:
a) no campo biofisiológico: a performance motora feminina fica
prejudicada pelas menores oportunidades de vivências
corporais, em relação aos meninos. “Meninas não podem: jogar
bola, subir em árvores, fazer força, etc.”;
b) no campo psicológico: a aceitação por parte das meninas da
idéia de superioridade física do homem, as levam a transferir
para outros setores, esta superioridade; algumas têm
prejudicado até seu rendimento intelectual. Meninos são criados
desde cedo para independência e as meninas para a
dependência;
c) no campo social: pode-se facilmente deduzir as conseqüências
para o papel social de ambos. A mulher não aprende a ter
aspirações mais ambiciosas, considera a realização profissional
incompatível com o papel tradicional internalizado de mãe e
esposa. Ainda há mulheres que vêem no casamento o único
objetivo de vida, “terão quem as sustente”.
Esta visão de mundo e organização da sociedade, sofreu alterações
na década de 60, através dos movimentos feministas e da pílula
anticoncepcional. As mulheres avançaram, mas ainda sofrem com as
discriminações.
Segundo dados da ONU, a cada 15 segundos, uma mulher é
espancada no Brasil, só na cidade de Londrina, 510 mulheres foram
agredidas no ano de 2007. Para a Secretária da Mulher do município, Maria
José Barboza, um dos eixos das políticas para enfrentamento da violência
doméstica é o investimento na capacitação, qualificação ou mesmo
iniciação profissional da mulher, principalmente a que não consegue
independência e permanece submetida ao agressor (Folha de Londrina,
Caderno Cidades, P. 1, 25 Nov 2008)
Dados brasileiros apresentados por Heise (1994) incluem um estudo,
de 1987, de 2.000 casos de violência registrados num período de cinco
meses numa Delegacia de Mulheres em São Paulo. Setenta por cento destes
casos ocorreram no lar e em sua quase totalidade o agressor era o parceiro,
sendo que 40% referiram danos físicos sérios. Dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Homicídios (PNAD) (1988) indicam que em mais que 50%
dos casos de violência física o agressor era parente da vítima. Cinqüenta por
cento dos casos de estupro registrados nas 125 Delegacias de Mulheres
entre janeiro de 1991 e agosto de 1992 ocorreram na família. Em 1990, as
Delegacias de Mulheres de São Paulo relataram 841 casos de estupro. Entre
julho de 1991 e agosto de 1992, estas Delegacias registraram 79.000 casos,
do total nacional de 205.000 crimes contra a mulher, o que representa 562
crimes baseados no gênero reportados diariamente. Uma análise realizada
por Soares (1994) acerca dos atendimentos destas Delegacias no Rio de
Janeiro, em 1992 demonstra que, em 74% dos mais de 10.000
atendimentos, o acusado era o cônjuge ou ex-cônjuge. De todos os
inquéritos de crimes sexuais desde 1986, 62% das vítimas eram menores de
idade.
Heise conclui que a violência é "um fenômeno extremamente
complexo, com raízes profundas nas relações de poder baseadas no gênero,
na sexualidade, na auto-identidade e nas instituições sociais" e que "em
muitas sociedades, o direito (masculino) a dominar a mulher é considerado
a essência da masculinidade" (Heise, 1994: 47-48). Abordar a violência
exige, portanto, confrontar essas definições de gênero e aumentar o poder e
os recursos das mulheres.
http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X1994000500010
ATIVIDADE 2
Depois do que lemos sobre a situação das mulheres brasileiras,
responda:
a) Em Bom Sucesso, também temos casos de violência e abuso
sexual?
b) O que podemos fazer para mudar esta situação?
PARA PENSAR...
Os preconceitos na verdade, são uma violação aos direitos humanos, são
utilizados para justificar o domínio de alguns sobre os outros e muitas
atrocidades que ocorreram ao longo da história.
“O preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento
do outro que é diferente”.
(www.religiosidadepopular.vaivip.com.br/preconceito.
htm)
2 A MULHER E O ESPORTE
Figura 2: Afrodite.
A polêmica sobre a prática de atividade esportiva por mulheres é tão
antiga quanto a dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, onde homens
competiam nus e as mulheres eram proibidas até de assistir às
competições.
As mudanças foram lentas e vários séculos se passaram antes que
as mulheres começassem a conquistar o direito de praticar alguns esportes.
Na Idade Média, com o comportamento fortemente influenciado pelo
Igreja Católica, a prática esportiva ainda continuava proibida para as
mulheres. Só a partir do Renascimento é que as mulheres foram liberadas a
praticar algumas modalidades femininas. A mulher só consegui conquistar
um espaço mais significativo no esporte após a mudança provocada pelas
idéias dos filósofos humanistas. Apesar de vários avanços, a participação
efetiva do sexo feminino nos esportes competitivos aconteceu apenas nos
jogos olímpicos de 1900, onze mulheres foram até Paris, na França, para
participar dos I Jogos Olímpicos da era Moderna. Desde então, a
participação feminina nos Jogos Olímpicos tem crescido constantemente, a
ponto de restarem poucas modalidades que não oficializaram as
competições para os dois sexo.
(http://www.geocities.com/baja/cliffs/5984/emanc.htm?20089)
Para Castellani (2008), a história da mulher no esporte reflete, no
seu interior, a maneira como ela, mulher, era concebida nos mais distintos
momentos históricos nos quais o esporte foi pensado, construído,
organizado e praticado.
http://observatoriodoesporte.org.br/esporte-e-mulher-em-perspectiva/
Precisamos entender que o esporte é um dos fenômenos culturais
mais significativos do mundo contemporâneo a luta da mulher em poder
praticá-lo sem discriminação e preconceitos é a mesma que ela trava em
busca de mais espaço na sociedade.
ATIVIDADE 3
Trabalhando em Equipes:
Reúna com alguns colegas da sala, pesquisem algum esporte que
já foi proibido às mulheres, apresente as regras principais deste e
organizem a sala de forma que todos possam praticá-lo.
3 A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES FÍSICAS PARA OS
ADOLESCENTES
Figura 3: Adolescência
Em um primeiro momento, precisamos entender o significado em
nossa cultura dos termos: “puberdade e adolescência”.
Puberdade
São as mudanças físicas e biológicas, vivenciadas de forma
semelhante por todos os indivíduos na adolescência, caracterizada pelo
crescimento e maturação sexual.
“O crescimento e desenvolvimento são eventos geneticamente
programados, da concepção ao amadurecimento completo, porém fatores
inerentes ao próprio indivíduo e outros representados por circunstâncias
ambientais podem induzir modificações nesse processo. Fatores climáticos,
sócio-econômicos, hormonais, psicossociais e, sobretudo, nutricionais são
algumas das possíveis causas de modificação do crescimento e
desenvolvimento.” (SAITO, 1989)
Principais Características da Puberdade
1º) Estirão puberal: aceleração do crescimento em altura e peso;
2º) Mudanças de composição corporal:
Meninas: aumento da massa gordurosa;
Meninos: aumento da massa muscular;
3º) Mudanças das características sexuais secundárias e maturação
sexual:
Meninas: aumento das mamas, útero, ovários, genitália, pêlos
pubianos, axilares e menarca (1ª menstruação). Na menina ainda há o
alargamento da bacia e a deposição do tecido adiposo nos quadris e
abdome;
Meninos: aumento do pênis, testículos, pêlos pubianos, axilares,
faciais e semenarca (1ª ejaculação com sêmen). No menino há também
alteração na voz.
Além dessas mudanças há outras comuns aos dois sexos: aumento
da pressão arterial, área cardíaca, respiratória, células ósseas, sanguíneas,
placas motoras, hemoglobina, produção das glândulas sebáceas, etc.
ATIVIDADE 4
Você sabe o que é pressão arterial máxima?
E pressão arterial mínima?
Faça uma pesquisa e descubra o que significa cada uma delas,
depois relate o que descobriu para seus colegas de sala e
professor.
CURIOSIDADE
Hemoglobina O que é hemoglobina, glóbulos vermelhos do sangue, funções
Hemoglobinas: as células vermelhas do sangue
O que é
A hemoglobina é uma proteína presente nos eritrócitos (hemácias), constituindo aproximadamente 35% de seu peso. É um pigmento presente no sangue responsável por transportar o oxigênio, levando-o dos pulmões aos tecidos de todo o corpo.
Funções
Além de transportar oxigênio, a hemoglobina também participa do processo de transporte de nutrientes a todas as células do corpo, processo este, no qual o sangue leva os nutrientes e recolhe as substâncias secretadas pelas células, conduzindo-as, posteriormente, para fora do organismo.
Para se combinarem com o oxigênio, os eritrócitos precisam contê-lo em quantidade suficiente, e, isto, depende dos níveis de ferro presentes no organismo. A deficiência de ferro no organismo leva a um quadro conhecido como anemia.
http://www.todabiologia.com/anatomia/hemoglobina.htm
Importante Saber
A multiplicação celular que acontece num ritmo acelerado na
puberdade, natural o processo de crescimento e desenvolvimento, pode
trazer benefícios ou prejuízos ao indivíduo pelo resto de sua vida.
Exemplos:
O crescimento ósseo, precisa estar acompanhado de uma boa
estrutura muscular (fortalecimento); mobilidade articular; alimentação
saudável, rica em cálcio e banhos de sol (de manhã até às 10:00 horas e a
tarde à partir das 16:00 horas). Se não tivermos estes cuidados, estaremos
favorecendo o aparecimento da osteoporose (doença em que há uma perda
progressiva de massa óssea) e problemas na coluna vertebral (causa da
incapacitação funcional de muitas pessoas).
As células adiposas são reservas energéticas. As pessoas obesas têm
excesso de reserva, ou seja, não gastaram toda energia acumulada.
Importante saber que temos vários picos de hiperplasia celular, um deles
acontece na adolescência e apesar de normal, não deve ser exagerado. O
exagero na multiplicação dessas células, trará conseqüências para o resto
da vida, uma vez que elas não desaparecem do nosso organismo de forma
natural, apenas diminuem o tamanho (murcham), quando emagrecemos. É
só voltarmos à gula e ao sedentarismo, para elas aumentarem seu peso e
tamanho, e conseqüentemente engordarmos.
Segundo artigo da Revista de Pediatria (2007), vários estudos
mostram que crianças e adolescentes obesos, já apresentam doenças de
adultos. As mais precoces são os distúrbios psicossociais: depressão,
isolamento e baixa auto-estima. As mais tardias são: hipertensão, diabetes
e as cardiovasculares.
Fique Atento
Em 1930 as doenças cardiovasculares eram responsáveis por apenas
11,8% das mortes nas capitais do país. Em 1996 este percentual era de
27,4%, já se constituindo a 1ª causa das mortes no país.
www.pgr.mpf.gov.br/pgr/saude/doencas/dcardio.htm
PARA SABER MAIS...
O que são doenças cardiovasculares?
São doenças do coração e dos vasos sanguíneos.
Quais são os fatores de risco para estas doenças?
Os fatores de risco são divididos em imutáveis e mutáveis:
Imutáveis: aqueles que não podemos mudar. Exemplos:
hereditariedade, idade, sexo;
Mutáveis: aqueles nos quais podemos influir, mudando, prevenindo
ou tratando. Exemplos: fumo, colesterol elevado, pressão arterial
elevada, vida sedentária, obesidade, diabete melito, estresse,
anticoncepcionais orais, triglicedídeos.
ATIVIDADE 5
A sala de aula será dividida em grupos. Cada grupo ficará
responsável em pesquisar um dos fatores de risco das doenças
cardiovasculares. Após a pesquisa deverão socializar as
informações com os colegas da sala e professora.
Finalizando Puberdade...
A puberdade é uma fase de grandes ganhos físicos e fisiológicos,
trabalhar para desenvolvê-los de maneira adequada, é preparar os
indivíduos para idade adulta e velhice com qualidade de vida.
4 ADOLESCÊNCIA
Figura 4: Equilíbrio
A adolescência é um período de transição da infância para a idade
adulta.
Pode ser conflituosa ou tranqüila, dependendo de fatores pessoais e
contextuais.
Há nesta fase muitas mudanças físicas, cognitivas, psíquicas e
sociais, e a adaptação a elas, são vivenciadas de maneira diferente em cada
sociedade, cultura, família, geração e indivíduos.
Segundo Evelyn & Carla, a adolescência é uma fase dinâmica e
complexa merecedora de atenção especial no sistema de saúde, uma vez
que está etapa do desenvolvimento define padrões biológicos e de
comportamentos que irão se manifestar durante o resto da vida do
indivíduo.
(http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/multimedia/adolescente/texto_co
mp/tc_08.htm)
Nesta fase da vida, a pessoa descobre a sua identidade e define a
sua personalidade.
A busca por uma identidade única é um dos problemas que
adolescentes freqüentemente têm, alguns desafiam autoridades e regras,
como um caminho para se estabelecerem como indivíduos. O problema é
que autoridades e regras, são itens necessários à vida em sociedade. A
transgressão às regras de convívio social, pode trazer sérios prejuízos aos
adolescentes e a comunidade em que vivem. As pessoas dependentes de
álcool e outros tipos de drogas, iniciaram o seu consumo na adolescência.
Várias meninas têm uma gravidez indesejada nesta fase. Mortes violentas
no trânsito e homicídios principalmente entre os homens, são comuns nessa
faixa etária.
Bandidos usam adolescentes como “laranjas” em diversos delitos,
como roubos, tráfico, prostituição, etc.
Os adolescentes são um alvo cobiçado pelo comércio. Celulares,
computadores, música contemporânea, jogos eletrônicos e roupas “da
moda”, são populares entre adolescentes.
Outra característica da fase é o afastamento dos pais e a
necessidade de pertencer à um grupo. Ás vezes faz coisas em grupo, que
sozinho ou na presença dos pais não faria.
GRAVIDEZ E MATERNIDADE NA ADOLESCÊNCIA
Dados fornecidos pela Profª Drª Marcia Gregol, da Universidade
Estadual de Londrina.
Dados do Brasil:
20% das meninas entre 15 e 19 anos engravidam a cada ano;
50% delas têm seus filhos e pretendem criá-los;
1/3 abortam ou disponibilizam a adoção;
80% são de família pobre;
Nas famílias mais favorecidas economicamente, tendem mais ao
aborto;
79% dos nascimentos são de moças solteiras;
Tendem a ter bebês com baixo peso: desvantagem biológica
intrínseca ao fato de nascer de uma menina ainda em crescimento.
ATIVIDADE 6
Vamos responder e depois debater:
1. Em sua opinião, por que 80% da gravidez na adolescência,
ocorre com meninas pobres?
2. Por que 79% dos nascimentos são de moças solteiras?
PARA REFLETIR
Para Ajudar na Reflexão
Na adolescência, as meninas
tendem a ser mais infelizes em
relação à sua aparência física do
que os meninos, reflexo da
ênfase cultural sobre os atributos
Em toda e qualquer atividade que realizamos, consciente e
inconscientemente, nos apoiamos em modelos socialmente reconhecidos.
Coletivamente compartilhamos idéias referentes aos comportamentos e
atitudes de ser filha, filho, mãe, pai, marido, mulher, trabalhador, esportista,
líder e todos os infinitos papéis sociais que diariamente desempenhamos.
Os modelos antecedem a nossa história e a nossa experiência
individual. (ALONSO, 2000).
Portanto, se queremos uma sociedade mais justa e sem opressão,
precisamos entender nosso meio cultural e modificá-lo se necessário.
Finalizando...
Agora utilizaremos em nossas aulas práticas de Educação Física,
tudo o que aprendemos neste Material Didático.
Faremos atividades que favoreçam o desenvolvimento das vivências
corporais: motoras, cognitivas, afetivas e sociais de ambos os sexos.
Trabalharemos principalmente com: habilidades coordenativas,
expressivas (mímica e teatro) e esportes coletivos de contato (handebol,
basquete e futebol) com regras adaptadas e oficiais, visando facilitar a
participação de todos.
O filósofo português Manuel Sergio define em termos bem claros
como devemos entender e utilizar os esportes. Leia abaixo o que ele pensa
a respeito.
“... Escreve-se por aí, que o mundo está cansado de guerras. Não é
verdade? Enquanto houver super-homens e sub-homens, superiores e
inferiores; enquanto o prestígio se buscar principalmente pelo Ter e no
Poder, em detrimento do Ser, a guerra é a essência mesma do estar no
mundo, tanto ao nível nacional quanto internacional. Também enquanto
houver o vitorioso glorificado e o derrotado vilipendiado e esquecido;
enquanto poucos forem superiores a muitos; enquanto a alta competição
surgir como a guerra... por outras formas, o Desporto continuará acendendo
paixões inúteis, onde o diálogo, a liberdade e a solidariedade tombam
desfeitos em cinzas”.
“Um Desporto com apurada consciência moral e um razoável grau de
maturidade cultural e cívica, como forma de os homens terem consciência e
exercitarem sua dignidade, os seus direitos e obrigações, há de rejeitar o
pensamento e a política do totalitarismo e do individualismo, os dois
grandes elos da opressão...”.
REFERÊNCIAS
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