SNH2015 - XXVIII Simpósio Nacional de História - Simpósios Temáticos - História e Ensino de...

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História e Ensino de História

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  • 068. Histria e Ensino de Histria: a produo de saberes na formao e na prtica docente

    Coordenadores:CARLOS AUGUSTO LIMA FERREIRA (Doutor(a) Universidade Estadual de Feira de Santana UEFS), MARIAROSEANE CORREA PINTO LIMA (Doutor(a) UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAR)

    Local:Centro Socioeconmico CSE Sala 107 Primeiro Piso

    Resumo: Os debates em torno da Histria e do Ensino de Histria vm se intensificando no pas, na esteira dos avanostericos e metodolgicos desta rea de estudos, das reflexes sobre questes centrais da educao em sentido amplo e doengajamento de uma variada gama de sujeitos e instituies, bem como das tentativas de reestruturao dos cursos delicenciatura. Refletir sobre os conhecimentos que construmos coletivamente como profissionais de histria, e em dilogo comoutros campos de conhecimento e em diferentes espaos profissionais, o objetivo deste simpsio temtico. Soreconhecidas as especificidades do saber histrico acadmico e do saber histrico escolar, no entanto concordamos queambos so indissociveis e que suas interrelaes so estruturantes da formao inicial dos historiadores e implicamsobremaneira na nossa prtica como professores/pesquisadores. Tratase de saberes constitudos em dimensomultirreferencial, sobretudo a partir do dilogo com a Educao. So muitas as temticas abarcadas por este simpsiotemtico, dentre as quais: Historiografia e o ensino de histria; saberes histricos escolares na formao inicial do historiador;o ensino de histria nos diversos nveis e modalidades de escolarizao; livro didtico e sua utilizao; novas tecnologias dainformao e comunicao no ensino de histria; ensino de histria local; ensino de historia e a construo de conhecimentos(escolar e histrico) a partir de imagens.Justificativa: Todo saber pressupe um processo de aprendizagem e formao, visto que so temas afins, portanto, buscamosproduzir uma reflexo sobre as constituies de saberes e de que modo eles contribuem para a formao e prtica doprofessor de Histria. Assim, fundamental discutirmos os saberes vivenciados pelos professores na sua prtica docentebuscando identificar os que so produzidos e articulados na prtica pedaggica. Dessa forma, o processo de produo dessessaberes e o processo de formao envolvem estudos sobre currculo, culturas, vises sobre a histria, saberes e prticaseducativas, cotidiano escolar, aspectos psicolgicos dos processos de ensino e aprendizagem e da relao professoraluno,linguagens, processos de leitura e de escrita, portanto, ensino e aprendizagem nas diferentes reas do conhecimento, e emHistria em particular.A escola no mais o nico lugar que assegura a transmisso de heranas historicamente acumuladas. Pensar a construode identidades docentes exige redimensionar as ideias de que s se aprendem com os grandes tericos ou que a formaodocente exclusividade da academia. compreender que esta formao se d na interao dos diversos conhecimentos quetecem a prtica educativa e social, atravessados por encantos e desafios que emergem das posturas dos diferentes sujeitosque fazem parte deste contexto educacional. Em tempos de fluidez, em que parece que nos movemos em um eterno tempopresente, a perspectiva de pensar em construir novos significados para a construo do conhecimento histrico garantindouma especificidade da rea e ao mesmo tempo assegurando um caminhar para alm das fronteiras disciplinares.Na historiografia, por sua vez, os debates entretecidos nas ltimas trs dcadas do sculo XX foram importantes para noscolocar questes que proporcionaram repensar o ofcio do historiador e, em consequncia, o ensino dos conhecimentoshistricos. Portanto, no contexto das inquietaes do mundo contemporneo importante pensar a formao dos professoresconsiderando a produo de saberes docentes.Assim sendo, estabeleceremos um dilogo estimulante com os participantes envolvidos com o ensino da Histria na educaobsica e tambm com aqueles interessados nos problemas de formao docente na rea de Histria, a partir das articulaesentre teoria e prtica fazendo com que os professores consigam ver alm dos hbitos e conceitos adquiridos com aexperincia e a formao inicial, por meio da sistematizao do que ocorre em sala de aula. Portanto, o presente SimpsioTemtico busca analisar, refletir e debater a partir de nossas experincias contemporneas de ensinar histria os locais dasconstrues das prticas, saberes e narrativas dos sujeitos envolvidos nesse processo de ensino e aprendizagem considerandoas questes vivenciadas em nosso tempo.Bibliografia: ABREU, Martha, SOIHET, Rachel (orgs.). Ensino de Historia: Conceitos, Temticas e Metodologia. Rio de Janeiro:Casa da Palavra, 2003.BIANCO, Bela Feldman e LEITE, Miriam Moreira. (orgs.). Desafios da imagem. Fotografia, iconografia e vdeo nas cincias sociais.Campinas: Papirus, 1998.BITTENCOURT, Circe. Livros didticos entre textos e imagens. In. BITTENCOURT, Circe (org.). O saber histrico em sala deaula. So Paulo: Contexto, 1997.CAIMI, Flvia Eloisa. Aprendendo a ser professor. Passo Fundo/RS: Ed. Universidade de Passo Fundo, 2008.CALADO, Isabel. A utilizao educativa das imagens. Porto: Porto Editora, 1994.CARRETERO, Mario. Ensino de Histria e Memria Coletiva. Porto Alegre: Artmed, 2007.CERRI, Lus Fernando. Saberes histricos diante da avaliao do ensino: notas sobre os contedos de histria nas provas doExame Nacional de Ensino Mdio ENEM. In: Revista Brasileira de Histria. So Paulo: ANPUH, vol. 24, n 48, juldez. 2004.COSTA, Cristina. Educao, imagem e mdias. So Paulo: Cortez, 2005.COSTA, Marisa Vorraber. Paisagens escolares no mundo contemporneo. In: SOMMER Luiz Henrique; BUJES, MARIA IsabelEdelweiss. (Orgs.). Educao e cultura contempornea: articulaes, provocaes e transgresses em novas paisagens.Canoas, RS: ULBRA, 2006.DOMINIOS DA IMAGEM. Revista do Ledi. Ano 1, n. 2, maio de 2008FERREIRA, Carlos Augusto Lima (org.). Ensino de Histria: reflexes e novas perspectivas. Salvador: Quarteto, 2004.GAWRYSZEWSKI, Alberto. Imagem em debate. Londrina: Eduel, 2011.KOSSOY, Boris. Realidades e fices na trama fotogrfica. Cotia: Ateli Editorial, 2000.MAUAD, Ana Maria. Poses e flagrantes. Ensaios sobre Histria e Fotografia. Niteri: EdUFF, 2008.MONTEIRO, Ana Maria. Professores de Histria: entre saberes e prticas. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007.MOREIRA, Antonio Flvio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu. Currculo, cultura e sociedade. Trad. Maria aparecida Baptista. 9. ed.So Paulo: Cortez, 2006.

  • Programao

    28/07 Terafeira (Tarde 14h as 18h)

    Rutemara FlorencioA CONSTRUO DE REPRESENTAES SOCIAIS SOBRE A DISCIPLINA DE HISTRIA NA ESCOLA PBLICAO Estudo da Histria na escola pblica segue uma orientao curricular definida pelo Estado em conjunto com a comunidade escolar. Ocurrculo estabelece os contedos que os professores de Histria devem abordar em sala de aula em todas as modalidades da escolabsica e os professores definem as metodologias de abordagem sobre esses contedos. Ao chegarem no Ensino Mdio, os alunos jreceberam por muitos anos, na escola, os contedos referenciais do ensino de Histria e, consequentemente, construramrepresentaes a respeito dos personagens e dos fatos e acontecimentos histricos como tambm da prpria disciplina de Histria. Asrepresentaes socialmente construdas so oriundas de uma diversidade de interaes que cada um de ns estabelece durante a vida eservem como meio de interpretarmos o mundo e o que o constri cotidianamente. Assim, a disciplina de Histria componenteimportante tanto como parte construtora de representaes como objeto de representaes a respeito da escola e da disciplina. Nestetrabalho, evidenciamos algumas representaes de alunos do ensino mdio de escola pblica sobre a disciplina de Histria. Podemosobservar que as representaes evidenciadas destacam a questo metodolgica como meio mais ativo na construo derepresentaes. Nesse sentido, o livro didtico o objeto mais destacado pelos alunos para falarem da disciplina de Histriajuntamente com a questo poltica, presente como tema central nos livros distribudos pela rede pblica de ensino. Tanto o usocontinuo do livro (em detrimento de outros meios e recursos didticos para o ensino de Histria) quanto a abordagem sobre a temticapolitica foram tratados de forma negativa pelos alunos evidenciando necessidades de mudana na metodologia de ensino. Ao todoparticiparam da pesquisa 12 alunos do Ensino Mdio e a anlise dos dados foi organizada mediante a teoria da argumentao deChaim Perelman.

    ELAINE LOURENCOA cultura escolar e a formao de professores de HistriaEm 2007, a recm expandida Universidade Federal de So Paulo (Unifesp) passou a oferecer o curso de Histria nas modalidades debacharelado e licenciatura. O grande desafio do curso era evitar a dicotomia e oferecer uma formao ampla que superasse atradicional separao das reas, bem como uma possvel desvalorizao da licenciatura. Tal iniciativa contemplava, em primeiro lugar,o que se propunha no documento oficial que normatiza a rea de Histria, que propugna como perfil do formado: O graduado deverestar capacitado ao exerccio do trabalho de Historiador, em todas as suas dimenses, o que supe pleno domnio da natureza doconhecimento histrico e das prticas essenciais de sua produo e difuso (DCN Histria PARECER CNE/CES 492/2001). A definiode um tronco comum de disciplinas (chamadas unidades curriculares UC) e a oferta de todas elas no mbito do prpriodepartamento, com a possibilidade de ampliao em outros cursos, foi o caminho encontrado pelo corpo docente (mais tarde, buscarseia tambm a possibilidade de adensar ainda mais esta formao com uma habilitao na rea de Patrimnio, o que s contribuiriapara ampliar as questes tratadas no curso). Desde o primeiro currculo, a licenciatura contempla um conjunto de trs disciplinassequenciais, chamadas de Estgio Supervisionado, que compem um ncleo norteador da formao dos futuros docentes. O estudoparte de uma caracterizao ampla da forma escolar, passa pela discusso da cultura escolar em seus diferentes aspectos e chega caracterizao da disciplina escolar de Histria. Todas as aulas da primeira unidade curricular contemplam uma parte de discussestericas, outra parte de oficinas; nas unidades seguintes, aprofundamse os temas relativos ao trabalho docente e s diferentesmetodologias para o ensino de Histria, ao mesmo tempo em que os discentes tm a possibilidade de estagiar nas unidades escolares,construindo um projeto conjunto com os docentes que l encontram. A anlise da cultura escolar o ponto de partida e o ponto dechegada do curso: em torno deste conceito que os discentes, futuros docentes, constroem sua proposta de regncia, em torno deleque o implementam. Pretendese com isto uma maior aproximao do estagirio com a realidade em que atuar. Desta forma, opresente trabalho visa apresentar e debater as experincias desta licenciatura, sobretudo no que se refere s disciplinas especficas deEstgio.

    NICELMA JOSENILA BRITO SOARESA FORMAO DE PROFESSORES E O ENSINO DE HISTRIA: APONTAMENTOS INICIAIS: Esta comunicao, constitui parte da investigao em curso, desenvolvida no doutoramento em Educao sob o ttulo Representaesdos professores em formao pelo PARFOR/UFPA sobre sua prtica docente na sala de aula, e objetiva apresentar sumariamente, osdebates presentes nas produes acadmicas e no cenrio educacional brasileiro. Alm dessa dimenso, realizam uma breve incursono desencadeamento dos processos referentes formao de professores para o Ensino de Histria no Brasil, localizando aspectos quese constituam desdobramentos dos debates sobre este campo de estudos. Para cumprir este escopo, so acionados, por meio de umareviso da literatura especializada, as produes que contemplem a formao de professores no Brasil (ANDR, 2009, 2010; GATTI,2010, 2011; VEIGA, 1998) e o ensino de Histria (CAIMI, 2008, 2013; MELLO,2014; MONTEIRO, 2013; RIBEIRO, 2004, 2011; ROCHA eCAIMI, 2014). Verificase que as implicaes presentes entre as discusses sobre formao de professores e a adoo de polticasvoltadas para esse campo indica uma dinmica na qual intensificao da produo acadmica que se ocupa com essa questo aindano corresponde, de todo, as polticas educacionais voltadas para os processos formativos.

    Gilmar Dantas da Silva, Isabel Maria Sabino de Farias, Mark Clark Assen de CarvalhoA Gesto Curricular da Formao de Professores de Histria: uma anlise documental do PIBID/UECEEste trabalho, decorrente de exame documental, discute a gesto curricular da formao de professores de Histria realizada nombito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia/PIBID, poltica educacional promovida pela Coordenao deAperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior/CAPES desde 2007. O PIBID se insere nas licenciaturas em carter de complementaocurricular da formao docente em nvel de graduao e implica o envolvimento dos seguintes entes: os alunos bolsistas (licenciandos),os professores coordenadores de rea (docentes da universidade) e os professores supervisores (docentes da Educao Bsica). Estesdois ltimos entes so concebidos pelo PIBID como corresponsveis pela formao dos novos professores, elos importantes noafunilamento do dilogo entre a universidade e a escola, interface destacada como possibilidade de aprofundar a vinculao da teoria prtica. Neste Programa o contato dos licenciandos com a realidade das escolas de Educao Bsica representa a ampliao deoportunidades de observao, reflexo e proposio de inovaes pedaggicas para o ensino de Histria, antes circunscritas aos

  • pesquisa documental. Adotamos como referncia um dos campus da Universidade Estadual do Cear/UECE que desenvolve subprojetodo PIBID na rea de Histria. No percurso metodolgico recorremos explorao dos seguintes documentos, examinados com suporteda anlise de contedo: Parmetros Curriculares Nacionais, Diretrizes Curriculares Nacionais; Lei n 9.394/96; fluxogramas dedisciplinas do curso de Histria; Projeto Institucional do PIBID e o Subprojeto de Histria. Como categorias de anlise incidimos sobre osconceitos de currculo, gesto curricular, iniciao docente, academicizao da formao de professores, racionalidade tcnica eracionalidade prtica. O aporte terico remete a autores como Silva (1999), Roldo (2007), Formosinho (2009) e Mizukami (2010). Oexame realizado evidencia o reconhecimento do professor supervisor e de seus saberes como necessrios formao de novosprofessores, bem como a relevncia de estudos sobre a gesto curricular, suas lacunas e as tentativas de superao atravs de polticascomo o PIBID.Palavraschave: PIBID; iniciao docncia; gesto curricular; licenciatura; Histria.

    Anne Cacielle Ferreira da Silva, Tania Braga GarciaAs fontes legais no Ensino de Histria: anlise de livros didticos do PNLD 2011Analisa a presena das fontes legais nos livros didticos de Histria destinados ao 8 ano do Ensino Fundamental aprovados peloPrograma Nacional do Livro Didtico PNLD. A pesquisa, de natureza qualitativa, foi estruturada a partir das seguintes questesorientadoras: os documentos legais so usados pelos autores de livros didticos? So usados como fontes? Podem contribuir para oprocesso de ensino e aprendizagem histrica? Para a anlise, foram selecionados livros que tem boa aceitao entre os professores eque indicam explicitamente a inteno de trabalhar com fontes. Utilizouse a anlise de contedo como procedimento metodolgico eos resultados apontam para a presena de diversos tipos de documentos histricos nos dois livros analisados, como gravuras,quadros,charges, mapas, tabelas, grficos, fotografias, memrias. Os documentos legais foram encontrados em pequeno nmero: dezoito (18)no Livro A e dois (2) no Livro B. Em poucas situaes os documentos encontrados foram tratados como fontes e, assim, explorados deforma a estimular o aluno contextualizao, problematizao e a interpretao histrica. Os resultados da pesquisa evidenciaramavanos em relao incluso de diferentes tipos de documento nos livros didticos, mas evidenciaram tambm que permanecempresentes as dificuldades em tratar os documentos como fontes, ressaltando a necessidade de aperfeioar os livros em relao a essesaspectos.

    Palavraschave: Ensino de Histria. PNLD. Manuais didticos. Fontes histricas. Fontes legais.

    ANA LUIZA ARAJO PORTONotas Preliminares de uma Histria Comparada Brasil e Cuba: a Escrita Didtica da Histria em QuestoO presente trabalho so notas preliminares acerca de uma Histria Comparada Brasil e Cuba que tratar da escrita didtica da Histriaa partir do estudo de livros didticos de Histria da escola mdia brasileira e da escola pruniversitria cubana.

    Adriana Silva Teles BoudouxReflexes em torno da construo de um currculo multicultural no ensino de Histria: experincias formativas noEstgio Supervisionado e no PIBID.A construo de um novo currculo para o ensino de Histria na Educao Bsica no pode deixar de lado a diversidade culturalexistente na sociedade e, consequentemente, no espao escolar, em todas as suas dimenses: de gnero, sexualidade, classe, etnia,etc. Este se constitui num dos principais desafios dos professores na atualidade. Assim, fazse necessrio indagar qual o espaodedicado a esta temtica dentro dos cursos de licenciatura em Histria? Qual o papel do Estgio Supervisionado e do Programa deIniciao Docncia neste processo? Este trabalho pretende se debruar sobre estas questes a partir de algumas experinciasrealizadas no mbito do PIBID e do componente Estgio Supervisionado, no curso de licenciatura em Histria do Campus XIV, daUniversidade do Estado Bahia, em Conceio do Coit. Partindo da concepo de que o currculo temporal e est imerso em relaesde poder, no curso citado, tem sido desenvolvidas atividades que visam construo de currculos descolonizadores. Os discentes, emprocesso de iniciao docncia, tm buscado dar voz a sujeitos por muito tempo silenciados pelo ensino tradicional, a exemplo dasmulheres e dos negros. Tratase de romper com o olhar masculino, elitista e eurocntrico que por muito tempo predominou noscurrculos oficiais. Os desafios e as possibilidades que as experincias tm apontado tm conduzido a uma problematizao do currculoescolar, mas tambm da licenciatura em Histria na instituio, a qual tem sido tornado objeto de reflexo permanente entre osagentes envolvidos neste processo formativo. Postura esta que tem levado identificao das lacunas da formao e busca dealternativas para suprilas. Com isto, concluse que os cursos de licenciatura em Histria devem atuar no sentido de formar professoresreflexivos, crticos e autnomos, capazes de atender s demandas por um ensino multicultural apresentadas no cotidiano escolar.

    Andra Santos da Silva PessanhaIdentidade: eu, ns, o outro O PIBID e a formao de professores de Histria na Baixada Fluminense (RJ)Esta comunicao objetiva analisar os impactos da participao no Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia (PIBID) naformao de professores de Histria. Adota, como objeto de compreenso, a experincia de discentes do UNIABEU, instituio situadano municpio de Nilpolis, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, envolvidos no Programa. Identidade, memria e cidadania representamo trip deste subprojeto desenvolvido por um coordenador, um supervisor e dezesseis licenciandos em duas escolas pblicas da regiocircunvizinha sede do Curso. A proposta implementada por meio do PIBID, intitulada Identidade: Eu, Ns, o Outro, corresponde auma preocupao desta licenciatura e acreditase que, com a insero no cotidiano escolar de licenciandos, outras possibilidades dereflexo e de ao envolvendo o ensino de Histria sejam oportunizadas, redimensionando questes tericasmetodolgicas vinculadas formao do professor.

    29/07 Quartafeira (Tarde 14h as 18h)

    JULIANA ALVES DE ANDRADEOnde aprenderam isso, meninxs!?: reflexes iniciais sobre a aprendizagem histrica de crianas e adolescentes

  • e adolescentes matriculadas no 9 ano do Ensino Fundamental e no 3 ano do Ensino Mdio. O nosso objetivo mostrar como se d aaprendizagem histrica no ambiente escolar e a repercusso que a aprendizagem dos conceitos de democracia, multiculturalismo ecidadania tm na vida cotidiana desses sujeitos. Nossa intenso mostra por meio dos relatos das crianas e dos adolescentes nasrodas de conversa o que sabem sobre o papel do estado, a importncia das relaes macro e microeconmicas numa sociedadeglobalizada, o valor da participao popular e dos movimentos sociais organizados, e os danos causados pelo preconceito de classe,gnero e de cor na trajetria de vida de homens, mulheres pobres, negros e indgenas, e qual a relao ou associao que esseconhecimento possui com o saber histrico escolar. Para que fosse possvel identificar o significado do aprender histria, fizemos usodas categorias Aprendizagem Histrica e Conscincia Histria, tentando identificar como a Didtica da Histria, vem contribuindo naconstruo de espaos de aprendizagem que permitam essa formao. Desse modo, ao estudar como se d aprendizagem histrica emsala de aula em Recife, buscamos estabelecer o dilogo com os diferentes pesquisadores que tomam como objeto de estudo o ensino ea aprendizagem da histria, contribuir para a inovao de prticas pedaggicas no campo do Ensino da Histria e participar de formapropositiva no debate sobre a nova organizao do currculo de histria, apontando o quanto o saber histrico escolar est distante dasagendas dos movimentos sociais, das experincias coletivas e individuais dos frequentam os bancos escolares.

    Rodrigo Lemos SimesAliadas e vils: as ambiguidades do discurso e as representaes feitas pelos estudantes/estagirios de Licenciaturaem Histria sobre o uso das tecnologias na sociedade contemporneaEste trabalho tem como objetivo analisar o discurso dos estudantes/estagirios de Licenciatura em Histria, a respeito da sociedadecontempornea, e a popularizao das tecnologias da informao TICs, no ambiente escolar. A criao e expanso de novos e maispotentes veculos miditicos tem impactado os diferentes espaos de formao e atuao dos sujeitos, entre eles a escola, tornandorecorrente nos discursos em questo, as ambiguidades desse processo. Observase que a escola vem perdendo progressivamente seuespao como instituio centralizadora do conhecimento. Essa instituio que desde a modernidade demonstrouse to significativa naformao dos sujeitos, hoje apresenta dificuldades em conseguir achar solues e respostas para as transformaes por que passa asociedade. Muito se fala em mudana nas escolas, mas pouco se v de efetivo nesse discurso. O que temos a dificuldade demonstradade se manter um modelo de formao disciplinar, calcado na homogeneizao, elegendo saberes e mtodos muitas vezes estranhos adiversificao hoje experimentada em termos de valores identitrios e da busca pela autoformao. A democratizao do acesso sdiversas mdias, especialmente os meios de comunicao eletrnicos, est criando um novo tipo de estudante, cada vez mais autnomoe vido por conhecimentos que lhe chegam de forma abundante e fragmentada. Iniciaremos expondo as circunstncias relativas prtica docente, para depois observarmos algumas das transformaes ocorridas em nossa sociedade nas ltimas dcadas,especialmente no que se refere desarticulao de antigos padres de socializao, a sua relao com o avano da tecnologia e amassificao da informao. Finalizaremos com a anlise de excertos retirados dos relatrios de estgio. Buscamos constatar nosdiscursos, referncias ao fato do avano tecnolgico abrir um leque de possibilidades sociedade, resultando em diferentes maneirasde interao e transformao das situaes de ensino e aprendizagem. Posteriormente, buscaremos identificar a ideia de que a mesmatecnologia vista como limitadora de tais possibilidades, causando dvidas nos autores em relao ao significado efetivo do seu avanonos diferentes momentos e espaos aonde chega. Constataremos que a tecnologia muitas vezes descrita de forma paradoxal, umavez que ao mesmo tempo em que possibilita espaos de trocas e socializao entre os sujeitos, difunde o individualismo e aimpessoalidade nas relaes. Finalmente, importante que possamos compreender tais discursos de forma abrangente, a fim deampliarmos o dilogo a respeito das prticas e representaes feitas pelos estudantes sobre o uso das tecnologias nacontemporaneidade, especialmente no ambiente escolar.

    Marcus Vinicius Monteiro PeresA produo de saberes atravs do uso das tecnologias digitais Estudo de caso da webquest como ferramenta parao Ensino de Histria em uma escola pblica do Rio de JaneiroAssistimos emergncia de uma nova cultura, chamada, dentre outros nomes, de cultura digital, na qual os jovens j nascem imersosno uso de dispositivos das tecnologias digitais da informao e comunicao (TDIC). No h duvidas que, como diz Lvy (1999), arelao dos alunos com o conhecimento se modificou de muitas formas, em meio exploso das tecnologias e de diferentes formas deaprender, especialmente fora da escola. Considero que as TDIC, por isso, so pea fundamental para pensarmos o atual panorama deuma escola sob suspeita (GABRIEL, 2008). Grinberg e Almeida (2012) prope o uso da metodologia webquests como forma dearticular escola e academia, conhecimento cientfico e escolar, atravs do uso de ferramentas das TDIC para colocar o aluno naposio de pesquisador e autor da Histria. Considero a investigao sobre o tema profcua para problematizar diferentes apropriaesque os alunos podem ter do conhecimento histrico a partir das ferramentas da tecnologia digital, e que efeitos essas podem ter sobreo processo de ensino e aprendizagem da Histria, se que realmente causam alguma mudana. Esse trabalho se destina, ento, aestudar duas experincias feitas com alunos do terceiro ano do ensino mdio de uma escola pblica do Rio de Janeiro, atravs do usode webquests sobre os temas Crise de 1929 e o NaziFascismo e A Segunda Guerra Mundial. Na primeira, os alunos deveriamescrever uma carta, enquanto cidado alemo, relatando sua situao em meio crise no pas. Na segunda proposta, os alunospartiram da observao dos clipes e estudo de letra e msica de duas msicas do grupo de rock Pink Floyd, que retratam episdios daSegunda Guerra Mundial, para construir sua prpria representao desse evento, podendo se utilizar largamente de recursostecnolgicos. Esse estudo objetiva, ento, perceber: 1 De que forma a webquest, e o uso das TDIC, pode influenciar, se influencia,na produo de saberes na escola. 2 De que maneira esses alunos se posicionam como autores, e como articulam o conhecimentohistrico proposto. Marcando posio em defesa da especificidade do conhecimento histrico escolar e compreendendo o ensino decomo lugar de fronteira, mbito de disputas pela fixao de sentidos, meu interesse problematizar a escrita do passado nessesmateriais, destacando possibilidades e limites da metodologia proposta para o debate em torno das demandas da cultura digital sobrea escola.

    Jackeline Silva LopesDA GRADE CONCEPO: A PRTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR NOS CURSOS DE LICENCIATURA EM HISTRIADA UNEB E UEFSEsta pesquisa teve o objetivo de realizar um estudo dos Projetos de cursos de Licenciatura em Histria da Universidade do Estado daBahia (UNEB) e da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Propsse investigar de que forma est sendo alocada a Prticacomo Componente Curricular (PCC) nestes cursos, atravs da anlise dos projetos pedaggicos dos cursos. Constatouse que em todas

  • realizariam a articulao entre os diversos componentes curriculares e criariam condies para o efetivo exerccio desta prtica. AUNEB, por sua vez, criou um eixo curricular denominado Laboratrios de Ensino, o qual se compe de 8 disciplinas distribudas ao longodo curso, onde estas prticas seriam vivenciadas. Falta, entretanto, objetividade nestes projetos ao descrever de que forma estaspraticas efetivamente seriam garantidas. No que diz respeito aos Estgios, todas os alocaram na segunda metade do curso,oportunizando experincias de pesquisa nas escolas e regncias no ensino fundamental, mdio e em espaos noformais.

    Andr Luiz da Silva CazulaDiretrizes Curriculares Estaduais de Histria no Estado do Paran: Cotidiano Escolar e Saberes DocentesO presente trabalho almeja discutir a prtica docente a partir do ensino de histria proposto pelas Diretrizes Curriculares Estaduais deHistria no Paran DCE, finalizadas em 2008. fruto de pesquisa de mestrado em andamento, pelo Programa de Histria Social daUniversidade Estadual de Londrina UEL, na linha de pesquisa histria e ensino. As fontes para anlises so o caderno de campo, queest sendo escrito a partir das observaes das aulas engendradas no Ensino Mdio por dois professores da rede pblica estadual deensino, bem como entrevistas com os mesmos. Neste artigo buscase problematizar possveis ferramentas tericas e metodolgicas paraa construo da narrativa da investigao proposta. Michel De Certeau fornece importantes vises sobre as formas de enunciar aprtica cotidiana, que podem ser associadas arte do fazer docente. Maurice Tardif afirma que o saber do professor um saber social.Ele busca situar o saber docente entre o individual e o social, entre o ator e o sistema. Sua obra se aproxima das teorias de Jorn Rsen,referncia crucial das DCE, quando analisa a racionalidade, entendendo que o professor pensa com a vida por ser um ator racional,com representaes, juzos e argumentos. O uso de elementos da etnografia importante no estudo da prtica escolar cotidiana, poiso pesquisador tem contato direto com a situao pesquisada, podendo, de certo modo, reconstruir processos e relaes do diaadiaescolar, identificando as estruturas de poder e os modos de organizao do trabalho escolar, e compreendendo o papel e a atuao decada sujeito nesse complexo interacional onde aes, relaes, contedos so construdos, negados, reconstrudos ou modificados. Osujeito participa no seu cotidiano com todos os aspectos de sua individualidade. Ele coloca em funcionamento todos os seus sentidos,todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixes, ideias, ideologias. Para Agnes Hellera caracterstica dominante na vida cotidiana a espontaneidade. O ritmo fixo, a repetio, a rigorosa regularidade da vida cotidianano esto absolutamente em contradio com essa espontaneidade, ao contrrio, implicamse mutuamente. Pesquisar a ao docenteem considerao investigao do tipo etnogrfica permite discorrer sobre a elevao da individualidade do professor aos saberesgenricos da profisso de professor, regras da escola, das cincias da educao, dos currculos, uma vez que o docente mobilizasaberes para a ao, de acordo com suas astcias e tticas, em relao a cada situao concreta da estratgia humanogenrica.

    Sandra Cristina Queiroz PinheiroEnsino de Histria e histria local: tradies e memrias da populao quilombola de Lagoa Grande Feira deSantanaBABusco apresentar um relato de experincia pedaggica realizada com alunos do 6 ano do Ensino Fundamental II da Escola MunicipalJos Tavares Carneiro, situada no distrito de Maria Quitria, Feira de Santana Bahia. O projeto foi intitulado Lagoa Grande: minhaterra quilombola e nasceu da parceria entre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia PIBID, a Universidade Estadualde Feira de Santana e a referida escola. Objetivou (re)conhecer o significado e importncia da identidade cultural e tradies doespao quilombola de Lagoa Grande, no Distrito de Maria Quitria, e, em paralelo, analisar historicamente a formao dos quilombosem associao histria da comunidade quilombola de Lagoa Grande. Por meio de estudos de contos africanos, msicas, palestras ediscusses, os alunos foram convidados a refletir sobre sua identidade tnica e tambm conhecer e valorizar sua histria local. Essetrabalho contribuiu para a implementao das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnicoRaciais e para oEnsino de Histria e Cultura AfroBrasileira e Africana em nossas salas de aula, como tambm, possibilitou aos nossos alunos oreconhecimento de suas origens e a valorizao das tradies e memrias da comunidade quilombola estudada.

    ANA CARLA SABINO FERNANDESSaber histrico escolar e formao inicial docente: o estgio curricular supervisionado como fonte e objeto depesquisa.

    A realizao dos Estgios Curriculares Supervisionados ( I a IV) no curso de licenciatura em histria UFC atividade obrigatria para oprocesso de formao inicial docente dos graduandos, de acordo com a LDB; as Diretrizes para a Formao Inicial de Professores daEducao Bsica, em Cursos de Nvel Superior; as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores de Histria e as DiretrizesCurriculares Nacionais para a formao de professores da educao bsica.

    Os cursos superiores de histria e os historiadores reconhecem e fomentam, de modo geral, a promoo do estgio de iniciao docncia nas escolas da educao bsica, escolas pblicas especialmente, como condio fundamental para a construo e atransposio didtica dos saberes docentes, pedaggicos, histricos e histricos escolar, tanto dos professores do magistrio superior edos estudantes universitrios de histria, atentos questo da formao inicial docente, como dos professores de histria da educaobsica e dos discentes do ensino fundamental e mdio.

    O trabalho apresentado nesse Simpsio remete a observaes gerais fruto da minha atuao como professora/supervisora dessesestgios e dos exerccios de pesquisa realizados com os alunos estagirios no Laboratrio de Ensino e Aprendizagem em Histria (Deptde HistriaUFC) o qual coordeno. Considerando, para tanto, o saber docente e profissional do professor de histria da educaobsica em dilogo mais diretamente com o professor da disciplina/atividade de estgio e a cultura escolar das instituies escolaresonde se situa o ofcio do historiador, como fonte e objeto para a pesquisa e a aprendizagem da didtica e da prtica de ensino dehistria, dimensionando socialmente a escrita sobre os saberes histricos da disciplina histria e o carter formativo do saber histricona escola.

    Desse modo, para a ampliao do campo epistemolgico e hermenutico do estgio curricular (de iniciao a docncia) por/nasuniversidades, relatarei sobre a criao de projetos de pesquisa que contemplam a reflexo acerca das concepes tericas e

  • escolar enquanto lugar do conhecimento escolar, cultural e social e a configurao da sua identidade profissional como professor dehistria e educador.

    Uso como fonte/documento os Relatrios de estgios e/ou outros textos e materiais didticos produzidos pelos alunos estagirios:compartilhando, valorizando e instrumentalizando os enunciados, problemas, hipteses e as narrativas contidas nesses escritos.

    NADIA GAIOFATTO GONALVESSaberes e prticas docentes e formao de professores para o ensino de Histria: estado da arte a partir deperidicos acadmicos (19702014)Este trabalho parte de uma pesquisa que tem por objetivo analisar como o Ensino de Histria foi abordado em peridicos acadmicosde Educao e de Histria, a partir dos anos de 1970. Identificando tendncias, divergncias, consensos, movimentos na produoacadmica deste campo, buscase compreender com mais clareza suas perspectivas, limitaes, contribuies e demandas de pesquisa,e as lutas de representaes que o perpassam. O incio dos anos de 1970, que demarca no Brasil o momento de criao e consolidaode Programas de PsGraduao e de peridicos acadmicos, a referncia temporal inicial, que envolve as publicaes at o ano de2014, visando maior abrangncia da produo pesquisada. Foram pesquisados peridicos acadmicos nacionais, constantes no Qualis CAPES 2013, com classificao mnima entre A1 e B3, das reas de Educao e Histria, brasileiros e com objeto pertinente, resultandoinicialmente em 164 peridicos. Em cada um deles, buscase o acesso integralidade de seus nmeros, identificandose os artigos quetratem do tema, com base no ttulo, nas palavraschave e no resumo, a partir do critrio de que o trabalho deve abordarexplicitamente o ensino de Histria, e neles, so selecionados elementos como peridico, ano de publicao, instituio de vnculo dosautores, conceitos ou referenciais tericos, fontes, recortes, temas ou focos, entre outros. Quanto aos principais referenciais,destacamse os conceitos de campo e habitus de Pierre Bourdieu, em especial suas problematizaes relativas ao campo cientfico, erepresentaes e luta de representaes de Roger Chartier. Nesta perspectiva, os peridicos acadmicos constituem instrumentos quepodem ser utilizados pelos agentes do campo, para o fortalecimento de determinado vis e como orientadores do que no deve serfeito, no sentido de menor aceitao e legitimidade; as percepes dos sujeitos sociais no so neutras, dependendo do contexto emque foram elaboradas e constitudas, e derivando delas as suas prticas. Assim, nesta pesquisa assumese que as produes acadmicasso perpassadas e trazem representaes acerca do tema que abordam, buscandose a identificao e anlise destas representaes,contextualizadas e compreendidas em seu campo de produo. Dentre os 15 temas levantados, esto os de saberes e prticasdocentes, e de formao de professores. Foram identificados 140 artigos abordando o primeiro tema, e 139 com foco no segundo,sendo que destes, 31 artigos abordam a ambos. Em relao a estes dois temas, sero discutidos elementos como sua distribuio aolongo do perodo, instituies dos autores, principais referenciais e recortes, entre outros.

    31/07 Sextafeira (Manh 08h as 12h)

    Maria Teresa Vianna Van Acker, Sonia de Deus Rodrigues BercitoEnsino de Histria, material didtico e formao de professores: entre prticas e saberes.O trabalho a ser apresentado tem como objetivo discutir questes relacionadas ao ensino de histria considerando os temas datransposio didtica e da cultura escolar como fatores de grande influncia no estabelecimento do qu e como ensinar, do ponto devista de uma pesquisaao que orientou a anlise, a reformulao de um material didtico de Histria e que no momento acompanhaa recepo pelos professores que o adotam e o trabalho dos autores que o produzem.A pesquisa se desenvolve nos moldes da pesquisaao. Partindo da anlise sobre a ao e considerando o protagonismo dos atores nainvestigao. Aps a implantao do novo material didtico reformulado, iniciouse a etapa de acompanhamento da sua recepo eaplicao. A pesquisa qualitativa e participativa se realiza com os professores que se utilizam desse material assim como com aquelesenvolvidos em sua elaborao. O principal objetivo dessa terceira etapa verificar como o material didtico, ao ser usado comosubsdio bsico para o trabalho do professor, est atingindo os objetivos de contribuir para a formao do raciocnio e da conscinciahistrica.

    Mnica Martins da SilvaFormao de Professores de Histria por meio do PIBID: Reflexes sobre prticas de pesquisa e produo demateriais didticos na Iniciao docnciaA formao inicial de professores uma tarefa que mobiliza diferentes debates nos cursos de licenciatura. Dentre outros aspectos,destacase a grande dificuldade em pensar a composio dos currculos de modo que articulem as dimenses terica e prtica ao longodo processo formativo. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia (PIBID) criado em 2007 com a finalidade de valorizaro magistrio e atuar na elevao da qualidade das aes acadmicas voltadas formao inicial de professores, compe o cenriocontemporneo de polticas de valorizao docncia e suscita reflexes sobre a potncia das experincias na docncia em situaesdistintas daquelas normalmente promovidas pelos cursos, a exemplo dos estgios supervisionados, e abre espao para a proposio dediferentes propostas formativas. Nesse texto vamos refletir sobre algumas dessas questes por meio da experincia do projeto PIBIDHistria da UFSC, que foi construdo em conjunto com duas escolas localizadas no sul da Ilha de Santa Catarina e teve inicio no ano de2012. Como parte do trabalho, pretendemos demonstrar um dos aspectos fundamentais do projeto que foi a associao da prtica depesquisa ao processo de formao de professores de Histria, promovendo a interrelao entre o ofcio do historiador e o do professor.Os bolsistas de iniciao docncia, orientados por meio de uma metodologia que articulou: a pesquisa histrica em acervos acerca dediferentes temticas da histria local; a prtica da histria oral; o desenvolvimento de oficinas de formao e um processo contnuo esistemtico de orientao dos professores supervisores e coordenadoras; desenvolveram diferentes materiais didticos que compem aCaixa de Histria Educao Patrimonial e Histria Local, para a qual exercitamos uma metodologia de Ensino de Histria queenvolveu: atividades de leitura e escrita por meio de textos didticos; a nfase no trabalho com fontes histricas e diferenteslinguagens; a problematizao do presente e do passado por meio do dilogo permanente com os saberes prvios e a prtica social dereferncia dos alunos; o dilogo com o campo do Patrimnio Cultural e a proposio de estratgias de Educao Patrimonial. Tambmrefletiremos sobre os desafios dessa experincia constituda de diferentes sujeitos: professores das escolas, alunos do curso de histriaem processo de formao, alunos das turmas escolhidas para desenvolver o projeto, dentre outros. Nesse sentido, analisamos os limitese as potencialidades de uma prtica pedaggica que ser discutida por meio de diversos aspectos, problematizando elementos que so

  • Manoel Pereira de Macedo NetoLEITURAS PSESTRUTURALISTAS E DISCURSIVAS DO CURRCULOENSINO DE HISTRIA: uma anlise das tenses enegociaes entre referenciais curriculares nacionais, documentos locais e o mundo da escolaO presente artigo destaca a necessidade de se construir novos caminhos para as teorias e as polticas de currculo no Brasil quecontribuam para a superao das tradicionais abordagens calcadas na ideia da centralidade absoluta do estado e/ou do essencialismode classe. Assim, nesse estudo, parte de nossa pesquisa de doutoramento, em andamento, defendemos a tese de que o dilogo com oPsestruturalismo, em especial com a Teoria do Discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, potencializa a percepo do currculocomo prtica discursiva. Para isso, estamos propondo aproximaes entre as Teorias de Currculo e o Psestruturalismo/Teoria doDiscurso, seguindo algumas trilhas abertas por Alice Casimiro Lopes na Faculdade de Educao da Universidade Estadual do Rio deJaneiro (UERJ) e por estudos realizados no mbito do Grupo de Estudos e Pesquisas em Polticas Curriculares (GEPPC) da UniversidadeFederal da Paraba (UFPB). A partir desses dilogos, enfatizamos que a anlise das polticas curriculares como prticas discursivas temproporcionado a incorporao de outras dimenses do currculo que foram negligenciados pelas abordagens essencialistas ereducionistas da modernidade cartesiana. Seguindo esses caminhos, analisamos as tenses, negociaes e disputas hegemnicas queperpassam o currculoensino de Histria, especialmente nas relaes entre referenciais curriculares nacionais (Parmetros CurricularesNacionais e a Matriz Referncia do ENEM), documentos locais (Referenciais Curriculares para o Ensino Mdio do Estado da Paraba) e omundo da escola.

    Jaqueline Oliveira dos SantosNoes histricas e docncia na educao infantil: as representaes de um grupo de professoras sobre suasexperincias enquanto estudantes e suas prticas docentes junto s crianas pequenasO presente trabalho se prope a investigar os discursos e memrias coletadas em entrevistas de um grupo de trs professoras deeducao infantil quanto s representaes engendradas por elas sobre o ensino de noes histricas s crianas pequenas, bem comoas possveis relaes em sua formao das experincias vividas enquanto estudantes. Assim, nossa hiptese que os modos decompreenso sobre o que a docncia e as relaes com o conhecimento, a didtica e os estudantes se constituem ao longo da vida.Nessa constituio dos saberes da docncia (TARDIF, 2000) as referncias e experincias vividas quando estudantes compem parte docho comum desse processo identitrio profissional e pessoal (NVOA, 2000) e suas escolhas em sala de aula. Para tanto, algumascontribuies tericas e metodolgicas nos auxiliaram nesse esforo de aproximao dos possveis sentidos de docncia e ensino dehistria; particularmente Chartier (1988; 1991) e os conceitos de representao e apropriao; Certeau (2008) acerca da produocultural cotidiana do consumidor, aquele que cria a partir do espao do outro, e o lugar das prticas; Chartier (2000) e sua discussosobre as prticas escolares e a potncia de buscarmos seus vestgios para a descrio e compreenso das realidades escolares, aindaque conscientes da dificuldade de sua apreenso. A perspectiva (auto)biogrfica aqui adotada entendida quanto ao que nos permiteinvestigar e compreender sobre a histria pessoal em relao ao social, sua insero no tempo, espao e cultura a vida em grupo(MORAES, 2007). Se o processo identitrio marcado por nuances e conflitos (NVOA, 2000), nos parece possvel aproximar e pensar, apartir dos elementos que nos permitido ver da reelaborao das experincias passadas e sua significao ao longo do tempo, algunssentidos sobre o ensino de histria para crianas pequenas, particularmente as categorias de mudanas e permanncias, semelhanas ediferenas (COOPER, 2012). Esse trabalho parte da nossa pesquisa de Mestrado (FEUSP), sob orientao da Profa. Dra. DislaneZerbinatti Moraes, acerca das representaes e prticas de professoras de Educao Infantil, tendo como fontes privilegiadas asnarrativas como um caminho possvel de aproximao e compreenso do exerccio da profisso e, particularmente, do ensino dehistria para crianas pequenas.

    Daniela Miller de Arajo LopesO CINEMA NA AULA DE HISTRIA: DISCURSO E PRTICA PEDAGGICAO CINEMA NA AULA DE HISTRIA: DISCURSO E PRTICA PEDAGGICADaniela Miller de Arajo Lopes

    Palavraschave: Cinema, Histria; Ensino de Histria; Prticas e Saberes.

    Introduo

    O presente estudo busca analisar o uso do cinema nas aulas de histria do ensino mdio, em uma escola particular de Braslia. Oobjetivo foi investigar as representaes sobre ensino de histria e cinema nos discursos de um dos professores da disciplina e quaisprticas/saberes docentes foram mobilizados nas atividades com a linguagem cinematogrfica; ainda, como o educador planejou suasaulas, isto , a organizao das atividades com um filme para a classe, sua articulao com o contedo discutido, com as competnciase habilidades desejadas. Como esclarece Michel de Certeau (2008)Toda pesquisa historiogrfica se articula com um lugar de produo scioeconmico, poltico e cultural. Implica um meio deelaborao que circunscrito por determinaes prprias: uma profisso liberal, um posto de observao ou de ensino, uma categoria deletrados, etc. Ela est, pois, submetida a imposies, ligada a privilgios, enraizada em uma particularidade. em funo deste lugarque se instauram os mtodos, que se delineia uma topografia de interesses, que os documentos e as questes, que lhes seropropostas, se organizam (2008, p. 66).

    Portanto, para essa investigao foi aplicado um questionrio, seguido de entrevista, para um educador, que leciona no Ensino Mdio,e sua anlise se fundamenta nos estudos sobre Cinema e Ensino de Histria, autores da rea da Educao e Cinema, Teoria dasRepresentaes Sociais, Teoria da Histria e Anlise de Discurso como mecanismo de interpretao e significao das informaescoletadas. Esse estudo faz parte de minha pesquisa de mestrado, cujo tema O cinema no discurso e na prtica pedaggica do Ensinode Histria. Tratase de uma pesquisa qualitativa, que de modo algum pretende quantificar e/ou medir os casos estudados, mas simque se prope a analisar as questes que forem emergindo a medida em que a pesquisa avana com base nos dados descritos pelos (aotodo) seis profissionais pesquisados, seus lugares de fala e processos interativos, bem como a tentativa de compreender as prticasestudadas considerando a viso dos sujeitos na situao investigativa. Esse artigo, no entanto, elaborado para a disciplina Teoria e

  • MRCIO HENRIQUE BAIMA GOMESO ENSINO DE HISTRIA DO MARANHO NAS ESCOLAS PBLICAS DO ESTADO: Limites e possiblidadesRESUMOO presente trabalho visa discutir os limites e possibilidades do ensino de Histria do Maranho nas escolas pblicas estaduais.Reconhecer tambm a importncia do ensino de Histria do Maranho no que diz respeito construo de saber histrico escolar,como tambm na formao da conscincia crtica e da memria histrica coletiva do povo maranhense, que possibilite uma abordagemhistricopedaggica do processo de ensino de maneira a garantir ao discente a tomada de conscincia e seu reconhecimento comosujeito de sua prpria histria. Destacar nuances que permeiam as prticas do ensino de Histria, bem como as interfaces entre ahistria local/regional e geral em sala de aula para a compreenso das relaes que se estabelecem entre os contedos histricose os discentes no processo de formao da identidade cultural dos mesmos, e tambm como se organizam os currculos escolares narea de Histria do Maranho ou at mesmo se so contemplados nas instituies de ensino pblico do Estado. Tendo como foco oensino de Histria do Maranho, sem perder claro, a conexo com as outras temticas do ensino dessa disciplina, a anlise sobre esseprocesso se faz relevante uma vez que, constatase empiricamente, que o ensino de Histria do Maranho se encontra, de certa forma,desvinculado do saber histrico escolar, sem o devido valor entre docentes e discentes, o que contribui para o pouco conhecimento dahistria e cultura local, esquecimento e desvalorizao das mesmas entre os jovens, e o pouco interesse pela disciplina de Histria deuma maneira geral. Entender porque ocorre a precarizao do ensino de Histria do Maranho nas redes educacionais uma dasprincipais motivaes para esse estudo, uma vez que estamos diante de um fenmeno recorrente, de esquecimento/silenciamento damemria e da histria do Estado do Maranho. Lanar luz sobre essa questo por meio da pesquisa representa, tambm, apossibilidade de se apontar possveis caminhos para discutir em nveis (tericos e da prxis) os problemas levantados, uma vez que oestudo bem direcionado pode trazer tona novas formas de interpretar e avaliar a atual condio do ensino de Histria do Maranhona rede oficial de ensino.

    Palavras Chave: Histria do Maranho; Ensino; Escolas Pblicas.

    Vivian Cristina da Silva ZampaO ensino de Histria entre concepes e prticasEsta comunicao tem por objetivo apresentar reflexes acerca do PIBID e o ensino de Histria, tendo como recorte uma escola darede pblica estadual do bairro de Campo Grande, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Intentase, por um lado, compreender osdesafios tericos, metodolgicos e prticos presentes no dia a dia do professor e, por outro, as percepes e principais expectativas dosdiscentes em torno dessa disciplina. Cada professor e aluno so, antes de tudo, seres sociais que influenciam e so influenciados pelasquestes do seu tempo. Tendo em vista a complexidade dos saberes mobilizados no cotidiano escolar, tais como o conhecimentoespecfico da disciplina, ligados, no caso da Histria, historiografia; pelos saberes curriculares, expressos nos objetivos, contedos,metodologias e materiais didticos; pelos saberes pedaggicos e pelos saberes prticos, voltados experincia de cada comunidadeescolar, as questes principais a serem analisadas relacionamse construo, preparao e prtica do professor, junto percepo eutilizao da referida matria pelos alunos do ensino Mdio.

    SILVANA MAURA BATISTA DE CARVALHOO ESTGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO E CONSTRUO DE SABERES DOCENTES NA FORMAO INICIAL DOPROFESSOR DE HISTRIA: EXPERINCIAS DIDTICAS E REFLEXES SOBRE A PRTICAEnsinar Histria constituise uma tarefa cada vez mais desafiadora nos dias de hoje, quando as novas geraes tem acesso ainformaes variadas e em nvel mundial e, vivenciam formas rpidas e superficiais de comunicao nas redes sociais. Nesse contexto,est o professor de Histria cujo trabalho objetiva contribuir na formao intelectual e poltica do aluno, tendo em vista a formaopara uma cidadania social (BITTENCOURT, 2004). Para tanto, esse profissional mobiliza saberes docentes (MONTEIRO, 2007) oriundosde sua formao pessoal e profissional, para em sua ao docente alcanar os objetivos do ensino de Histria. Desse modo, o professordeve estar em constante reflexo, ou seja, ser um professorpesquisador para atender s demandas educacionais com base na relaoteoria prtica teoria, no constante aperfeioamento de sua prtica. Nesse sentido, a disciplina de Estgio Curricular Supervisionadode Histria, desenvolvida no 3 e 4 ano do curso de licenciatura, na UEPG, tem entre seus objetivos, o de refletir sobre o papel doeducador (professor de Histria) como agente participante e um dos responsveis no processo de transformao e aperfeioamento dasociedade brasileira (UEPG, 2013). Por isso, se reconhece a importncia de criar situaes de avaliao, retomando as experinciasdidticas do estgio, para que os acadmicosestagirios possam avaliar os principais aspectos, dos diferentes momentos de suaatuao: observao, participao, direo de classe (planejamento, execuo e avaliao). Considerase que esse um exerccioessencial para o futuro profissional identificar aspectos positivos e a melhorar e sugestes para aprimorar sua prtica, assim como, aproposta de Estgio do curso, ao rever aspectos dessas atividades e registrar suas impresses em fichas de autoavaliao, ou apontarquestes sobre as experincias nos seminrios de avaliao. Os acadmicosestagirios revelam dados importantes sobre a validade desuas experincias de docncia. Dessa forma, nas situaes avaliativas vivenciadas na graduao, os futuros professores iniciam umexerccio que ser constante em sua vida profissional, favorecendo a construo de sua prxis (VASQUEZ, 1997), ao mesmo tempo, emque os registros feitos tornamse um rico material em pesquisas de avaliao, apontando questes que vem contribuir para aatualizao na proposta da rea de Estagio Curricular Supervisionado, como eixo central nos cursos de licenciatura.

    31/07 Sextafeira (Tarde 14h as 18h)

    Susane Rodrigues de OliveiraMdias Digitais e Saberes Docentes no Ensino de Histria das MulheresEsta comunicao apresenta os resultados de uma pesquisa sobre as mdias digitais e os saberes docentes mobilizados na elaborao deplanos de aula que tratam de histria das mulheres para o ensino de histria em turmas de nvel fundamental (sries finais). Tratase de planos de aula disponveis no Portal do Professor, um site na internet, lanado em 2008 pelo Ministrio da Educao (MEC),como o objetivo de apoiar os processos de formao dos professores brasileiros e subsidiar prticas pedaggicas que envolvem o uso denovas tecnologias digitais. Nesse trabalho observamos as relaes que os professores estabelecem com as mdias digitais (hipertextos,

  • como tais informaes vem se integrando na configurao do conhecimento escolar; as relaes entre historiografia, mdias e ensinode histria; os processos de formao docente na rea de histria; e as implicaes dos saberes histricos miditicos na formao dasidentidades e na difuso de noes de sexognero e sua cultura histrica no Brasil.

    Yara Cristina AlvimO lugar do Ensino de Histria na formao inicial em Pedagogia: uma anlise das matrizes curriculares deinstituies de ensino superiorO presente artigo integra parte de um esforo reflexivo de uma pesquisa de Doutorado em andamento, que se volta para a anlise daconfigurao da disciplina acadmica vinculada ao conhecimento histrico escolar, produzida no contexto curricular do curso dePedagogia. A anlise desta disciplina ancorase em perspectivas tericas situadas no campo do Currculo, que compreende asdisciplinas acadmicas como amlgamas compostas por uma variedade de tradies (acadmica, pedaggica e utilitria), cujasconfiguraes estariam situadas em relaes contingenciais, [sujeitas] a mudanas de subgrupos e tradies, derivadas de disputas ede compromissos (GOODSON & DOWBIGGIN: 2003). Ao deslocarmos o olhar para um contexto disciplinar intrinsecamente implicadocom o conhecimento histrico, tomamos as teorizaes do campo do Ensino de Histria, particularmente aquelas que se constroem nainterface com o campo do Currculo, como centrais para a presente pesquisa. Nessa direo, buscamos compreender a referidadisciplina como um lugar de fronteira epistemolgica (MONTEIRO; PENNA: 2008) entre os campos da Histria, da Educao e do Ensinode Histria. Ao tomar a anlise dos fluxos de saberes e de conhecimentos que se entrecruzam, buscamos ressaltar a dimensoepistemolgica que atravessa a configurao do conhecimento disciplinar, a qual deriva de um jogo de negociaes e de articulaescontingenciais (LOPES, 1997), posto que relacionado s disputas de interesses entre os atores envolvidos. Ao mobilizar o plano dasrelaes e das disputas para compreenso da disciplina, ressaltamos a centralidade do espaotempo de produo do currculo dePedagogia, na medida em que ele pode nos acenar para contextos plurais no que tange sua configurao. Nesse sentido,apresentamos, no presente artigo, um recorte de nossa investigao, que tem se voltado para o mapeamento e a anlise das matrizescurriculares dos cursos de Pedagogia das instituies de ensino superior pblicas brasileiras. Ao determos o olhar sobre a estruturacurricular de tais cursos, temos localizado indcios que sinalizam para um cenrio onde mltiplos sentidos so atribudos referidadisciplina, o que reitera para a perspectiva segundo a qual o Ensino de Histria se configura como um entrelugar epistemolgico, cujaconfigurao se d a partir de articulaes contingenciais e de negociaes no deslocadas de seus contextos institucionais.

    cludia regina amaral affonsoO Mestrado Profissional em Ensino de Histria, entre a prxis e o pragmatismo: o papel indutivo da CAPES.Compondo o campo das preocupaes com a formao, inicialmente de profissionais da rea tcnica e, em seguida de profissionais domagistrio, e interferindo na oferta de oportunidades formativas na rea, a Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de NvelSuperior (CAPES) vem discutindo, desde meados dos anos 1990, uma nova modalidade de mestrado: o Mestrado Profissional. A Portaria47 da CAPES, de 1995, determina a implantao na Capes de procedimentos apropriados recomendao, acompanhamento eavaliao de cursos de mestrado dirigidos formao profissional . O texto da Portaria sustentase no Programa de Flexibilizao doModelo de Psgraduao Senso Estrito em Nvel de Mestrado, produzido naquele mesmo ano.No campo mais especfico desta investigao o da formao de professores de Histria , entretanto, a adeso a esta modalidade nose deu de forma imediata. O comunicado 003/2012, da rea de Histria da CAPES, apresentava orientaes para apresentao denovos projetos de Mestrado Profissional em Histria. A partir de um diagnstico inicial segundo o qual o Brasil possua quela alturaquase 60 mestrados acadmicos e apenas 2 profissionais Mestrado Profissional em Bens Culturais e Projetos Sociais, da FGV, RJ, desde2003 e Mestrado Profissional em Histria , Pesquisa e Vivncias de Ensino Aprendizagem, da FURG, no Rio Grande, aprovado em 2011 o documento procurava estimular o surgimento de novos cursos profissionais em 9 reas de concentrao, entre elas, ensino eproduo de material didtico.A anlise do processo histrico de afirmao desta modalidade, com notvel destaque para o papel indutivo da CAPES, pode nosauxiliar a refletir sobre a tenso entre concepes pragmticas e prxicas, em disputa na atualidade.

    AMIR APARECIDO DOS SANTOS PIEDADEOs programas de livros de apoio para os professores de Educao Bsica do Ministrio da Educao no incio dosculo XXI: poltica, histria, ideologiaOs programas de livros de apoio para os professores de Educao Bsica do Ministrio da Educao no incio do sculo XXI: poltica,histria, ideologia

    Amir Aparecido dos Santos PiedadeDoutorando em Educao: Histria, Poltica, SociedadePUC/SPOrientao: Prof. Dra. Circe Maria Fernandes Bittencourt

    Nos ltimos anos, o Ministrio da Educao (MEC) vem desenvolvendo uma extensa e silenciosa mudana nos livros de apoiopedaggico utilizados na formao contnua dos professores nas escolas pblicas de Educao Bsica de todo o pas.A partir de sua edio em 2010, a criao do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) nas escolas pblicas tornouse um divisorde guas na produo de livros para docentes. O MEC tornouse um indutor, como j havia feito com os livros didticos na primeiradcada deste sculo, do modelo de material almejado nas escolas pblicas, e isto tambm significa qual perfil dos professores desejado. sempre bom lembrar que, em quase todas as escolas pblicas, os professores e os alunos tm disponvel apenas os livros adquiridos edistribudos pelo MEC. Dados a extenso geogrfica do Brasil, a quantidade de escolas pblicas, o nmero de alunos e de professores, ogoverno brasileiro tornouse um dos maiores compradores de livros do mundo. Por isso, em uma ao poltica conectada com adimenso ideolgica que permeia esse processo, tomou tambm para si a responsabilidade de induzir autores e editores dos assuntos,teoria e metodologia que deseja ver contempladas nos livros, tanto didticos quanto de apoio aos professores.Tal mudana mexeu significativamente com o mercado editorial e com os autores que antes norteavam as aquisies governamentais.

  • A pesquisa em andamento procura analisar os editais do MEC para o PNBE do professor neste incio de sculo, a anlise, seleo eimpacto desses livros enviados s escolas pblicas.

    ANDREZA DE OLIVEIRA ANDRADEPor uma cartografia dos saberes docentes: o PARFOR e o agenciamento de novas subjetividades no ensino deHistriaO presente texto prope reflexes acerca da forma como saberes so mobilizados em funo do ensino de Histria e de sua didtica,levando em considerao a relao que esta estabelece com a constituio de uma prtica historiogrfica e de uma identidadeepistmica ligada ao prprio ofcio de historiador/a, voltada a uma prtica de ensino, buscando refletir sobre como so vivenciadas asexperincias de ensino e formao de alunos/as da graduao em Histria promovida pelo Plano Nacional de Formao de Professores PARFOR no mbito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (CERTEAU, 2000, p. 66, TARDIF, 2013). O PARFOR um planode qualificao profissional que se insere dentro de uma lgica de disciplinamento de saberes, que visa suprir carncias tericometodolgicas da falta de formao acadmica especfica. Tratase de uma modalidade de ensino inserida dentro de uma polticanacional para a Educao que atualmente conta com cursos de licenciatura em diversas reas, contabilizando 1515 turmas, das quais97 so de Licenciatura em Histria. As inquietaes compartilhadas neste texto originamse a partir da minha experincia ematividades de ensino e extenso nos cursos de Licenciatura em Histria do PARFOR no mbito da Universidade do Estado do Rio Grandedo Norte. que me faz querer entender em que medida a experincia da graduao em Histria significa a constituio de novassubjetividades e como estas incidem sobre s prticas docentes desses sujeitos. Considerando a pluralidade constituinte dos saberesdocentes, oriundos da formao profissional, do currculo e da prtica cotidiana, como sugere Maurice Tardif (2013, p. 54) me importaperceber a forma como estes so acionados e metabolizados no ensino de Histria para produo de um conhecimento histrico ehistoriogrfico que resulte desse processo; chamando tambm ao cerne da questo o debate acerca de uma identidade profissional, nosentido de problematizar os elementos que fundamentam esse lugar social de historiador/a, no sentido de pensar como, em termos dedisciplinamento de um campo de saber, se d a constituio de tal identidade quanto s suas prticas e competncias. Ou seja, o quefaz de ns historiadores/as? Em que medida a graduao em Histria fornece elementos para que esses sujeitos instrumentalizem, porexemplo, conceitos historiogrficos no sentido de desenvolver uma didtica da Histria? Sob que perspectivas pode se dizer que, almde produzir novas subjetividades, a formao em Histria representa e/ou representar a insero de novas prticas sobre a docncia,sobre a forma de lidar com os conceitos e os saberes histricos?

    Marilen Fagundes PeresProduo de Material didticopedaggico para o ensino e valorizao do patrimnio histricocultural domunicpio de TupanciretRSA necessidade de realizar um trabalho de ressignificao da nossa Histria local, valorizando o patrimnio histrico e cultural do nossomunicpio, nos estimulou na realizao do presente trabalho.Tupanciret, cidade originada a partir de uma reduo jesutica, poucosabe e quase nada preserva da sua Histria e do seu patrimnio, restringindose apenas a reproduo da lenda que originou o nome.Observouse uma quase inexistncia de fontes de pesquisa e de material apropriado para uso no ensino da histria do municpio. Dessaforma estamos nos propondo pesquisar e produzir material didtico pedaggico voltado para a valorizao da histria e do patrimnio, partindo da origem do municpio at chegar na histria recente.

    Andersen Carib de OliveiraQuando a Histria vira um jogo: Os History Games e Ensino de HistriaNos ltimos anos, observamos uma apropriao dos eventos e fatos histricos pelos jogos digitais. Apesar de no serem produzidos comfins de registro histrico ou mesmo pedaggicos, os games (como tambm so chamados), tornaramse juntamente com os canais deTV a cabo, jornais, documentrios e outras mdias, a primeira fonte de contato com a narrativa histrica para crianas e adolescentesna atualidade. Extrapolando as salas das casas, estes chegaram as aulas de histria, onde observamos nas discusses sobre ConflitosMundiais, Idade Mdia, Revolues e Mundo Antigo, os educandos fazerem referncias a jogos como Age of Empires, Assassins Creed,Valiant Heart: The Great War, Call of Duty, entre tantos outros.Para alm das salas de aula e da interao na frente da televiso por estudantes adolescentes, os games, ou melhor o discurso histricoapresentado nos games, tornouse objeto de debates acalorados sobre o tipo de viso sobre eventos e personagens apresentados poreles. Um bom exemplo disso foi jogo Assassins Creed Unity, que gerou amplos debates entre polticos franceses, historiadores e osprodutores do jogo ao utilizar como pano de fundo para a luta entre Templrios e Assassinos a Revoluo Francesa e vrios de seuspersonagens histricos.Chamamos estes jogos, os quais o jogador ao interagir, estabelece conexes entre o discurso histrico apresentado com a histriareal de History Games. Na sua interao com estes jogos e simulaes histricas, em muitos momentos o jogador convidado a tomardecises que retomam o contexto histrico, fato que em determinado momento o leva a pensar sobre o reflexo de tais decises nocontexto social, poltico, econmico e cultural dos eventos selecionados para serem representados nestes jogos.Ao interagirem com estes jogos os estudantes chegam s salas de aula com uma aprendizagem histrica que no a histria queobservamos comumente na escola, mas que este estabelece uma relao com raciocnios e ideias histricas, que o ajudaram de formasubstancial no entendimento da historiografia (Arruda, 2009).Neste sentido acredito que os History Games devem ser pensados como elementos potenciais para as aulas de histria, pois a cadamomento observase um dilogo maior dos estudantes com este tipo de discurso histrico, por vezes impregnado de valores,posicionamentos polticos e ideolgicos. Com suas liberdades criativas ao tratar eventos histricos e anacronismos, que passamdesapercebidos por jovens, que associam o jogo a histria real.Considerando este contexto, o artigo apresentado traz alguns resultados e reflexes decorrentes de uma investigao em nvel demestrado ainda em andamento, cujo objetivo discutir as potencialidades dos History Games para o Ensino de Histria.

    Carolina Maria Abreu MacielQUE HISTRIA ESSA?: O SISTEMA DE ENSINO MILITAR E SUAS ORIENTAES PARA O ENSINO DE HISTRIA.Ao refletirmos sobre as transformaes ocorridas no Brasil, entre as dcadas de 1960 e 1980, no poderamos deixar de perceber quealm da troca do modelo polticoadministrativo do pas, com o golpe civilmilitar de 1964, a nossa estrutura educacional, tambm, foi

  • carga horria das disciplinas voltadas ao ensino das Cincias Humanas, a obrigatoriedade do ensino de Educao Moral e cvica e etc.,que visavam inserir o pas no hall de pases desenvolvidos e industrializados. Em meio a essas e outras modificaes em prol doprogresso, o ensino de Histria no poderia ficar de fora, haja vista, sua importncia para a construo da autntica sociedadedemocrtica, to desejada pelos governantes fardados.A partir das reflexes acerca dessas mudanas muitos so os questionamentos que surgem enquanto pensamos nos caminhospercorridos pela Histria ensinada no Brasil dos ltimos 50 anos, como por exemplo, quais as mudanas no ensino de Histria ocorreramdepois da redemocratizao do pas e o que se preserva dos tempos ditatoriais na atualidade? Como o ensino de Histria tratadopelas instituies de ensino militar? Como lidar com as verses histricas, mas especificamente sobre o golpe civilmilitar, que soperpetuadas nas instituies de ensino militar? Qual o papel do professor de Histria nesse momento em que essas verses esto sendopostas em xeque pelas investigaes dirigidas pela Comisso Nacional da Verdade?Nesse nterim, este trabalho tem como objetivo analisar como o Sistema de Ensino militar, programa que responsvel pelaorganizao e desenvolvimento das atividades de ensino dentro dos Colgios militares do Brasil vem tratando o ensino de Histrianessas escolas. Utilizaremos como fontes para o estudo proposto, primeiramente o livro Histria do Brasil imprio e repblica, ttuloda coleo Marechal Trompowsky, material didtico adotado por essas instituies, em um segundo momento analisaremos a linhadidticopedaggica que rege o ensino de histria nos colgios militares que se encontra disponvel no stio eletrnico da Diretoria deEducao Preparatria e Assistencial (DEPA).Ao problematizarmos o entendimento acerca da histria ensinada nas escolas militares no podemos esquecer que as motivaes queenvolvem a organizao do ensino, em geral, dessas instituies perpassam objetivos que devem estar em consonncia ao pensamentodesenvolvido pelas foras armadas. Assim, estas escolas tm como uma de suas misses [...] assegurar a formao do cidado e dedespertar vocaes para a carreira militar.

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