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Homo-erótico, New Adult, Doris O’Connor.
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Sob seu Chefe
Por: Doris O’Connor
O amor é uma coisa preciosa.
Quando James Dyllon encontra um cartão explícito em sua mesa, não
sabe o que pensar. Seu chefe, quente como Hades, nunca lhe deu a menor
indicação de que retorna sua afeição. Aquela carta não podia ser dele. Dois
amantes masculinos entrelaçados... Alguém está tendo um rir à sua custa.
George MacKenzie cansou de cobiçar James de longe. Um novo ano
traz consigo a oportunidade de mudança e George está cansado de se
esconder. Desde que assumiu a empresa depois que seu pai ficou doente,
finalmente está em condições de agir, e ele quer James. O cartão pode ter sido
uma tentativa fraca, mas, pelo menos, James não parece desinteressado.
Juntos, capazes de resistir a qualquer coisa, contanto que possa
convencer James de que realmente o quer para sempre.
Capítulo Um
James jogou um pouco de água no rosto, olhou para seu reflexo no
espelho e fez uma careta. Véspera de Ano Novo, e ali estava ele, no escritório,
trabalhando até tarde, como sempre. Afinal de contas, seu chefe poderia
precisar dele para alguma coisa. Não que George MacKenzie esperasse que sua
equipe — e James em particular — ficasse até mais tarde, mas desde que tinha
assumido a administração de MacKenzie & Filho, quando o velho adoeceu,
James tinha feito o seu melhor para impressionar o seu novo e, sexo com
pernas, lindo chefe. Fez uma careta de novo, enquanto do primeiro dia que
George tinha entrado no escritório. Teve dificuldade em manter uma cara
séria, e não dar a sua melhor impressão de uma fêmea com um sorriso bobo.
Havia muitas dessas desde então — um exército delas, para ser mais preciso,
não que parecessem chegar a qualquer lugar.
Enquanto MacKenzie Júnior elogiava tudo que se relacionava a seu
trabalho elogios, nunca escolheu qualquer um delas, e, certamente, não
James. Além do breve lampejo de algo nos olhos do outro homem quando
tinham apertado as mãos no primeiro dia, não houve indicação de que seu
chefe retornava as fantasias eróticas que atormentavam o cérebro de James
desde então. Passou a mão pelos cabelos castanhos na altura dos ombros, e
ajustou seu pau com a mão livre. Realmente, era um caso perdido. Só tinha
que pensar em seu chefe e seu pau incontrolável subia, como se não tivesse
visto a ação em meses. O que era bem verdade, a menos que contasse a
própria mão de James, enquanto fantasiava sobre os lábios de seu chefe em
volta de seu pênis, e... Caramba!
Aqueles pensamentos não estavam ajudando e James puxou a bainha
de sua camiseta para fora da calça jeans, grato por ser o dia de estar vestido
menos formalmente. Não queria assustar a faxineira, dando-lhe uma vista
completa quando viesse para limpar sua mesa.
Nora era uma querida senhora de idade. Embora nada parecesse
perturbá-la, e regularmente repreendesse James por sua falta de um amor
adequado, fosse homem ou mulher, ver James naquele estado de luxúria
confusa por seu chefe poderia ser demais até mesmo para ela. Claro, Nora lhe
deu um aceno alegre, enquanto saía do sanitário dos homens.
— Aí está você. Por um momento, realmente achei que poderia ter ido
para casa, mas o chefe ainda está aqui, então sabia que não teria feito isso.
Uma vergonha... Dois jovens como vocês, presos no escritório. Você devia
estar lá fora pintando a cidade de vermelho. É véspera de Ano Novo. Viva um
pouco, James.
James sorriu e balançou a cabeça.
— Ah, isto é superestimado, você não sabe? Prefiro muito mais
embaralhar papel. — Ele sorriu para rolá-lo de olhos exagerado de Nora.
— Uh-huh, tenho certeza que existem muitas coisas que você gostaria
de embaralhar no escritório do patrão, e papel não é um delas, rapaz.
James aspirou fortemente e sabia que estava corando como um
adolescente quando Nora fez questão de ficar olhando para sua virilha, antes
que piscasse para ele.
— De qualquer forma, como disse ao chefe, acabei por aqui. Não
fique muito tempo, a menos que vá realmente fazer algo sobre isso.
Mais uma vez ela olhou para sua virilha, e James queria que o chão o
tragasse. Nora lhe lembrava de sua falecida mãe, pelo amor de Deus, e era
além de embaraçoso ficar na frente dela com uma ereção rivalizando com a do
King Kong. Ela tinha suavizado ligeiramente sob seu olhar, mas com um olhar
através do escritório e vendo George andar nos limites de seu santuário, como
uma pantera enjaulada, levou seu maldito apêndice à vida novamente. Algo
estava incomodando George, se o conjunto apertado de seus ombros e a
maneira como seu longo passo comia o tapete, indicasse alguma coisa.
Aquilo também revelou a profundeza de sua obsessão por seu chefe,
o fato de poder ler a linguagem corporal do homem tão facilmente. James
fechou os punhos e se obrigou a desviar o olhar. Queria o direito de ir lá,
envolver seus braços no outro homem, e assumir qualquer que fosse a carga
que estava com ele.
— Talvez devesse dizer-lhe como se sente.
As palavras calmas de Nora o sacudiram para fora de seus devaneios,
e James apertou a mandíbula.
— Nunca vai acontecer. Você lê os jornais. Todo mundo espera que
haja um anúncio em breve. Felícia Adams tem tudo, só falta o anel em seu
dedo.
Cadela sortuda, e ela não o merece.
— Sim, bem, ele não parece muito feliz com isso, se as horas que
passa no escritório querem dizer alguma coisa. Aquela herdeira é a escolha do
velho como noiva, não dele. Eles brigaram sobre isso muitas vezes antes de
Júnior assumir.
Ela sorriu para olhar espantado de James.
— Como você...
— Eu tenho ouvidos, você sabe, e MacKenzie sênior coloca seu
telefone no viva voz com mais frequência do que não. De qualquer forma,
como disse, estou fora e a noite é jovem. Marque minhas palavras, rapaz.
Com isso, Nora e seu carrinho estridente se foram pelo corredor.
James sacudiu a cabeça e se dirigiu para sua mesa.
O cartão apoiado contra o seu computador o pegou de surpresa.
Reconheceu à escrita, é claro. Viu-a muitas vezes quando seu chefe assinava
as cartas que lhe apresentava numa base diária, mas... Por que George
MacKenzie lhe daria um cartão? Já tinham trocado o rodízio obrigatório de
cartões de Natal do escritório. Seu cenho franzido se aprofundou quando abriu
a coisa. Dois homens nus entrelaçados em um abraço de amantes — o cartão
mostrava como imagem.
Não, isso... Aquilo não poderia ser de seu patrão. Alguém estava
jogando cruelmente com ele.
Seu gole de café caiu para o lado errado, ele tossiu e virou o explicito
cartão para ler a mensagem.
Se não estiver interessado, vou entender, mas não conseguia pensar
em outra maneira de dizer-lhe.
A colônia de George MacKenzie alertou James de sua presença, girou
sua cadeira e respirou fundo ao ver a expressão do outro homem.
****
Foda-se, se tivesse jogado errado? Se interpretou mal os sinais todo
esse tempo, ou simplesmente deixou para tarde demais? Um cara quente
como James não seria solteiro por muito tempo, e, sem dúvida, pelo que ele
sabia, George era hetero e não estava interessado. Mal sabia James a enorme
quantidade de autocontrole que precisou para não saltar sobre o outro no
momento em que o viu. George nunca acreditara em reconhecimento
imediato. Era coisa de contos de fadas, mas tudo o que precisou foi um olhar
para James e aquele aperto de mão, que não tinha durado muito tempo, e o
mundo de George havia se inclinado para sempre.
No entanto, estavam no escritório, e o ambiente de trabalho não era
lugar para encontros amorosos, além disso, tinha uma confusão enorme para
resolver. A doença de seu pai o tornou descuidado, e levou meses de trabalho
duro para arrumar a bagunça, que a recusa do velho em renunciar, havia
deixado na MacKenzie. A bagunça de seu pai arranjando uma união de sua
empresa com a Corporação Adams. Pena que vinha com o preço de um
casamento com Felícia Adams. Não tinha nenhum problema com fêmeas na
cama, se ignorasse o balbucio de estupidez da mulher. Felícia era uma criança
mimada, e o mero pensamento de ser algemado com ela foi o suficiente para
fazer seu pau se esconder para sempre.
Iria fazê-lo, no entanto, para garantir que a empresa e seus
funcionários estivessem a salvo, mas tinha que testar as águas com James
primeiro. Se houvesse alguma chance do homem retornar suas afeições, não
havia nenhuma maneira que fosse capaz de fazer o casamento planejado.
Seria necessário um planejamento cuidadoso e trabalho ainda mais
difícil, mas estava finalmente em condições de mantê-los à tona, sem Adams &
Cia, se tudo corresse bem. Aquela dor de cabeça valeria a pena, se significasse
que teria James ao seu lado.
A ingestão aguda de ar de James parecia selar seu coração e ele
enfiou as mãos nos bolsos da calça, para se impedir de estender a mão e
passar pelos cabelos do outro homem. Ele cresceu muito desde que George viu
James pela primeira vez, e agora roçava por toda a vasta extensão dos ombros
do homem. James normalmente o mantinha preso, em consonância com
código de vestimenta do escritório, mas, naquele dia, o deixou solto. Aquilo o
atormentou o dia todo, com imagens dele enterrando seus punhos no cabelo
do homem e tendo sexo com ele sobre a mesa.
Suprimiu uns gemidos com aquelas imagens mentais, e forçou seu
olhar longe do bojo proeminente na virilha de James. Mesmo coberto com a
camiseta ainda era óbvio que James estava sustentando uma impressionante
ereção, e isso acalmou um pouco da agitação de George.
James traçou as figuras nuas no cartão que George lhe dera, e podia
jurar que sentiu os movimentos lentos de um longo dedo indicador em sua
própria pele. Desejava, com certeza, mas James não tinha rido na cara dele,
ou fugido gritando, então, eram sinais de esperança, certo?
Quando James finalmente olhou para ele, os nervos de George
estavam tão tensos, que tinha dificuldade para respirar e estava ansioso para
que o outro dissesse alguma coisa. Foda-se, estava tão fora da prática de
como abordar outro homem, merda. Além de algum tatear em sua
adolescência, e alguns encontros mais bêbados desde então, não esteve com
um homem em anos. Seu pai certamente teria outro ataque cardíaco, se
soubesse das tendências de seu filho, mas, caramba, estava cansado de
esconder quem era. A vida era muito curta, especialmente quando cada fibra
do seu ser gritava que tinha finalmente encontrado a pessoa com quem
deveria estar.
— Isso foi... — James girou o cartão em seus dedos, e cada linha de
seu corpo falou de sua cautela, enquanto corria seu olhar sobre o corpo de
George. A pele de George coçava, e se tornou quente e incomodado com a
intensa leitura de James. Sua expressão facial não revelava nada. James era
um mestre em esconder suas emoções, sempre o cavalheiro perfeito, mas sob
o verniz de profissionalismo educado escondia-se uma natureza apaixonada
que animava George.
Seu olhar enlaçou a tatuagem que se enrolava na parte de trás do
pescoço dele e descia pelo bíceps direito. Ela estava normalmente escondida
pelas camisas de trabalho de James, mas a camiseta convenientemente
apertada que o outro homem tinha escolhido para vestir naquele dia, não só
delineava o torso musculoso de James, mas também revelava o que parecia
ser um anel de mamilo, e a boca de George regou em antecipação.
— Estúpido, iludido, bem-vindo? O que? Por favor, tire-me da minha
miséria. Sei que estou ultrapassando completamente os limites da nossa
relação profissional, mas não enviei esse cartão como seu chefe. — George fez
uma pausa, correu uma mão firmemente através do seu próximo cabelo curto
e respirou fundo. — Mandei-o como um homem, na esperança de que pudesse
sentir o mesmo.
Outra ingestão aguda de ar foi sua resposta, e George engoliu em
seco quando James se levantou lentamente. Combinavam em altura e, tão
perto dele, podia ver as manchas amarelas nos olhos castanhos de James, e
sua respiração acelerou quando às pupilas de James dilataram. Suas
respirações se misturavam e levou cada grama de autocontrole que possuía
para não esmagar sua boca contra a de James e reivindicar lábios do homem.
— Inesperado.
James finalmente disse e sorriu, e George piscou de alivio. Uma
emoção de curta duração, enquanto James se afastava e jogava o cartão em
sua mesa. Quando olhou para George novamente, a máscara estava
firmemente de volta no lugar.
— Só me responda uma coisa... E Felícia Adams? Você não deveria
ser o pretendente dela? Não vou ser o seu segredo sujo, ou uma última
tentativa antes de se estabelecer e brincar de família feliz. Mereço mais do que
isso.
Capítulo dois
Merda, por que disse isso? O pênis de James gritou em sua eficácia
efetivamente bloqueando a si mesmo, quando o objeto de cada fantasia sua
tinha acabado de lhe dar a luz verde, mas já era tarde demais para tomar as
palavras de volta. Em vez disso, James deu um passo em volta da mesa, até
que a peça de mobiliário estivesse entre ele e seu patrão, e cruzou os braços
sobre o peito. Qualquer coisa para esconder o tremor de suas mãos e impedir
a si mesmo de estender a mão e tocar o homem. Parecia como se James
estivesse puxando o tapete de debaixo dele.
James bebeu a vista de seu chefe. Os jeans desbotados — a única
concessão de George para o dia de se vestir informalmente — amorosamente
abraçava todos os duros contornos da bunda deliciosa do homem. Uma bunda
que apertava e soltava a cada passo George dava, quando começou a andar
novamente. Os músculos de suas coxas apertavam e desprendiam e seus
antebraços flexionavam, enquanto ele corria a mão pelo seu indisciplinado
cabelo loiro. Curto nos lados e pescoço, mais comprido em cima, caia numa
desordem encantadora sobre um olho, que lhe dava a aparência como se
tivesse acabado de sair da cama, que James achava irresistível. Seus dedos
coçaram para deslizar de volta para ele. Em vez disso, ampliou sua posição, e
deixou seu olhar vagar ao longo do rosto barbeado do homem, pelo qual era
meio apaixonado por meses. James puxou outro fôlego em seus pulmões,
passando o peso esmagador que parecia ter caído sobre o peito, enquanto
esperava George dizer alguma coisa — qualquer coisa.
Era a emoção agitando o seu intimo que o fez dizer aquelas coisas,
em vez de tomar a oferta de sexo. Não queria só sexo, queria tudo, caramba,
e se tudo isso desse terrivelmente errado, não só teria um coração partido,
mas também estaria sem um trabalho. Não havia nenhuma maneira, que podia
ficar por ali e ver George se casar, e seguir em frente com sua vida. Pelo
menos daquela maneira, seria capaz de sair com a cabeça erguida.
Nora estava certa sobre uma coisa. Era véspera de Ano Novo. Tempo
para fazer um balanço de sua vida para seguir em frente, de uma forma ou de
outra.
Com isso em mente, as palavras seguintes saíram muito mais dura
do que pretendia. Elas pararam George de sair.
— Vai me responder? Você está mesmo em homens, ou sou apenas
alguma pequena experiência para você? Uma coceira para zerar, antes de...
— Não! — Aquela palavra rosnada cortou o ar e James deu um passo
para trás, com a fúria mal controlada no olhar azul gelo do outro homem. O
distanciamento profissional que George sempre demonstrou no escritório foi-se
e James engoliu em seco, quando George arrancou a gravata que estava usava
sobre a cabeça e atirou-a em cima da mesa ao lado do cartão. Ele abriu vários
botões em sua camisa, como se ele estivesse com dificuldade para respirar. A
ação expôs o forte pilar de seu pescoço com seu proeminente pomo de adão,
que balançava freneticamente quando engolia em seco. George rasgou o
cartão em seu punho, fez uma careta para o papel triturado em sua mão, e
colocou-o de volta na mesa, como se tivesse queimado seus dedos.
— Droga, já lhe dei a impressão de que iria tratá-lo assim, James?
Havia uma riqueza de emoção escondidas por trás daquelas poucas
palavras, e James balançou a cabeça quando o olhar azul de seu chefe se
conectou com o seu. Fúria, mágoa, incerteza e alguma outra emoção muito
mais profunda, todas seguiam uma a outra nas profundezas dos olhos de
George, como nuvens de tempestade num dia de verão. Eles se olharam por
vários momentos preenchidos com tensão, antes de James sacudir a cabeça.
— Não, não me deu essa impressão. Só estou tendo um pouco de
dificuldade para envolver minha cabeça em torno desta súbita mudança de
atitude. Nunca me deu qualquer indicação de que estava, mesmo que
remotamente, interessado. Pensei que era completamente unilateral da minha
parte, e...
As palavras dele sumiram quando George sorriu. A ação iluminou
suas belas feições e James percebeu, de repente, que aquele era o primeiro,
verdadeiramente aberto, sorriso que já tinha visto seu patrão dar a alguém.
Não foi apenas o sorriso caprichoso e obrigado, reservado para todos. Não, foi
um aberto, via-se diretamente o fundo de sua alma no sorriso lindo que
iluminava seus olhos. Expulsou a infusão de nuvens de tempestade no seu
olhar, até que apenas o azul brilhante permaneceu. George teve de limpar a
garganta várias vezes antes de falar.
— Então, você está interessado? — Depois de um breve aceno de
cabeça de James, George deixou-se cair na cadeira ao lado dele, fechou os
olhos e soltou um bufo. — Graças à foda para isso. Estava começando a
pensar que fiz um completo idiota de mim mesmo, e te interpretei mal. Quero
dizer, já faz um tempo desde que eu fiz... Bem...
O rubor mais simpático se espalhou pelos ossos da face esculpida de
George e ele se inclinou para frente em sua cadeira, descansando os
antebraços nas coxas. A ação só enfatizou a largura dos seus ombros, quando
o linho de sua camisa esticou ao redor deles e as mangas arregaçadas se
deslocaram mais para cima em seus braços fortes. George não era apenas o
filho mimado de um homem de negócios bem sucedido. Seu corpo falou dos
anos que passara no exército, e claramente ainda se mantinha nas melhores
condições, apesar de estar firmemente enraizado na vida civil durante o último
ano.
— Quanto tempo faz? — Perguntou James e George lhe deu um
sorriso irônico.
— Alguns anos. Da última vez, estava de licença e ligado com esse
cara que conheci num bar. Estava bêbado e ele bateu em mim, e... Bem, foi
divertido, vamos deixar por isso mesmo. Ele também me fez perceber que o
melhor sexo que já tive foi com homens, e que estive me enganando ao até
mesmo cogitar a ideia de ser hetero, apesar do velho.
George fez uma pausa e suspirou, e James contornou a mesa e
pousou sua bunda na borda da mesma. Estendeu a mão para tocar o ombro do
outro homem e um tremor passou pela estrutura de George. James também
engasgou com a onda de conexão que disparou em seu braço. Deixou sua mão
relaxar e acariciou o colarinho do seu chefe com a ponta de seus dedos. Pele
quente e macia o saudou, arrastou sua mão mais alto e, seguindo o desejo de
mais cedo, passou os dedos pelo cabelo de George e o deslizou através da
massa espessa de cabelo até o topo da cabeça. O gemido de George tremeu
através dele, e levou a outra mão até que pudesse enquadrar o rosto do
homem. George colocou suas mãos sobre as de James e simplesmente
olharam-se, bebendo a vista um do outro, em silêncio, avaliando, procurando
as respostas que buscavam.
Foi a vez de James gemer quando George acariciou seus braços com
suas mãos. Ele traçou a tatuagem em seu bíceps direito, e rolou sua cadeira
para frente até que seus joelhos tocassem as pernas de James.
— Até onde vai? — George perguntou e o tom rouco disparou
diretamente para bolas de James. Seu pênis endureceu ao ponto de dor, soltou
a cabeça de George e pulou para fora da mesa. Precisava pôr distância entre
eles ou cederia ao seu instinto e foderia seu chefe, ali e naquele momento, e
Nora nunca iria perdoá-lo se desarrumassem sua mesa. Ela estava exasperada
com o caos organizado com que ele se cercava. Além disso, tinha que
trabalhar naquele lugar na segunda-feira de manhã, e não seria capaz de se
concentrar, se tivesse que enfrentar a lembrança de tomar seu chefe sobre sua
mesa, em vez de apenas ter fantasias perversas.
Além disso, se tivesse sido um tempo, então, George merecia uma
primeira foda suave, numa cama macia e sem chance de serem interrompidos
por alguém.
Seu pênis empurrou contra seus limites e James ajustou-se com um
gemido. Teria marcas de zíper permanentes no seu pau neste ritmo e, sem
dúvida, a mancha molhada na sua cueca boxer logo se tornaria visível em seu
jeans. Vendo George ajustar-se em sua calça o fez sorrir, apesar do
desconforto. Pelo menos, não estava sozinho em sua situação.
Não que esse conhecimento estivesse ajudando, e procurou
desesperadamente em sua cabeça por um assunto seguro para conversar. A
última pergunta de George veio à tona através de seu cérebro cheio luxúria e
ele deixou escapar a resposta.
— Dragão, é um dragão. — Ele disse e George piscou em confusão
aparente.
— O quê? — Ele perguntou.
— Minha tatuagem. É um dragão. Espalha-se nos meus ombros e
costas, e no meu pescoço, e a cauda se envolve meu bíceps. — Ele ergueu o
braço direito para ilustrar seu ponto, e compreensão começou a aparecer nos
olhos de George.
— Isso deve ter doído.
James deu de ombros e sorriu.
— Doeu como uma cadela, mas valeu a pena. Eu o fiz, quando me
assumi. Pensei que fosse apropriado. Sabe, matar o dragão e todo esse lixo?
— Ele sorriu para George, mas para seu espanto o outro homem não retornou
o sorriso. George tinha ficado tenso novamente, levantou-se da cadeira e
retomou o andar. Foda-se. Este era claramente um assunto delicado para o
outro homem e James amaldiçoou-se em sua cabeça. Que jeito de quebrar o
clima... O toque estridente do celular de George interrompeu sua caminhada
de pernas rígidas e George praguejou. James também endureceu. Tinha
ouvido aquele toque em particular vezes suficientes. Claro o suficiente, quando
George apertou o telefone e respondeu com um curto, “Sim”, mesmo à
distância voz alta de Felícia Adams podia ser ouvida, clara como o dia tranquilo
em torno deles.
E assim voltaram à estaca zero e o grande elefante estava na sala.
****
George engoliu a maldição balbuciante em sua língua, enquanto ouvia
Felícia repreendê-lo por seu atraso. Um rápido olhar para o relógio de cromo
na parede do escritório confirmou que deveria ter pegado a mulher meia hora
atrás. Deveriam participar de um baile de caridade organizado pela Corporação
Adams, e sabia que Felícia estava esperando anunciar o seu noivado. Não que
a tivesse pedido em casamento, e, com certeza, não tinha intenção de lhe
pedir agora. Independentemente de saber se entre ele e James iria funcionar
ou não, sabia que não poderia colocar a ele ou Felícia numa farsa de
casamento. E isso era tudo que uma união entre eles poderia ser.
Quando ela finalmente parou para respirar, ele impediu seu próximo
discurso de palavras com:
— Eu não vou, Felícia.
Ele olhou para James, que estava muito calmo, seu rosto com uma
máscara inexpressiva, enquanto ouvia o telefonema. A resposta de Felícia era
previsível e ele e James se encolheram em uníssono quando segurou o
telefone longe de sua orelha, e apertou o botão de alto-falante. Não que
precisasse realmente. Felicia podia ser ouvida muito bem sem ele, mas queria
que James ouvisse aquela conversa. Explicaria a sua situação muito melhor, se
James pudesse ouvir.
— Que porra que com não está vindo? É claro que está vindo. As
pessoas estão contando conosco. Meu pai espera que esteja lá. Você me deve.
Temos um acordo.
As sobrancelhas de James se levantaram, George colocou o telefone
na mesa e tomou uma respiração profunda, beliscando a ponte de seu nariz.
— George MacKenzie? Você está aí? É melhor estar me ouvindo. Não
há nenhuma maneira que está se retirando deste negócio agora. Não vou
deixar. Vou dizer ao Papa, e pode dar adeus ao afluxo de dinheiro. Sua
pequena empresa estúpida nunca vai sobreviver. Papa verá isso. Você...
George? É melhor que não tenha me colocado em espera. George!
Ele balançou a cabeça e olhou para James novamente. O outro
homem parecia perdido em pensamento, e os seus lábios recuaram num
sorriso triste quando Felícia mudou de tática.
— George, querido, posso ouvir você respirar. Fale comigo, querido. O
que quer que tenha acontecido, sabe que te amo. Eu só disse essas coisas,
porque me pegou de surpresa. George, fale comigo, por favor. O que está
acontecendo?
— Nada está acontecendo que você ainda não saiba, Felícia. Eu disse
que não vou. Não sei o que mais quer que eu diga. Não vou ser enganado num
anúncio e sabemos que é o que está planejando esta noite.
A risada forçada de Felicia ecoou entre ele e James, e George revirou
os ombros para aliviar a tensão que estava se construindo em seus músculos.
Um silvo escapou dele quando James se aproximou por trás, sem dizer uma
palavra, colocou as mãos sobre ele e começou a massagear os nós. Homem,
era bom demais, fechou os olhos por um momento, e bloqueou as divagações
de Felicia. Quando o tom dela tornou-se agudo e James ficou tenso atrás dele,
George forçou-se a ouvir.
— O que foi que acabou de dizer? — Ele perguntou e para seu
desânimo, James parou o movimento suave de seus dedos talentosos. Embora
tenha deixado às mãos nos ombros de George em apoio silencioso e sua não
muito firme respiração fantasma do outro lado do pescoço de George.
— Eu disse, quem é ela?
A risada sem humor de George apenas pareceu inflamar Felicia ainda
mais, se a sua ingestão aguda de ar e a cadeia dos mais grosseiros palavrões
que ela arremessou através do telefone para ele fosse qualquer indicação. Sim,
Felicia estava completamente chateada com ele. Provavelmente, deveria sentir
algo diferente do que aquela enorme sensação de alívio que inundou através
de seu sistema e o fez se inclinar para trás, na força tranquila de James. A
dura evidência da excitação do outro homem cavando em sua bunda
assegurou-lhe que estava fazendo a coisa certa. Felicia iria superar isso em
breve. Estava chateada, não ferida.
— Não há ela, Felícia. — Ele disse e houve um grande estrondo na
linha, como se ela tivesse jogado alguma coisa contra a parede.
— Conta outra, George. Tem que ter. O que? Acha que está
apaixonado? Veja se estará transando com alguém quando estiver sem
dinheiro. Esta é a sua última chance. Se não estiver aqui, dentro de meia hora,
vou dizer ao Papa e ele vai destruí-lo. Ninguém me deixa esperando, ninguém.
Marque minhas palavras, MacKenzie.
O clique afiado quando ela desligou parecia ecoar em torno do
escritório silencioso.
— Bem, isso foi bem. — Disse George e James praguejou.
Capítulo três
Que fodida bagunça! O tom estridente de Felicia ainda ecoava nos
ouvidos de James e ele olhou para George, incrédulo, quando seu chefe deu de
ombros e as mãos de James caíram, virou-se e rindo fez o comentário
descartável.
— Isso foi bem? — James perguntou, George olhou para ele e sorriu.
— Confie em mim, para Felícia isso foi extremamente bem. Para
começar, ainda tenho minhas bolas, e mesmo que meus ouvidos estejam
machucados, ela não estourou meus tímpanos. Juro que ela pode quebrar
vidro quando começa realmente começa a gritar.
— No entanto, você ia se casar com ela. — Não era uma pergunta,
mas uma afirmação que pendurou pesada entre eles, George praguejou e
sacudiu a cabeça.
— Não, não ia. Eu só...
— Você apenas o que? Amarraria a mulher? — James interrompeu e
George pareceu como se tivesse lhe dado um tapa.
— É isso que pensa de mim? Que deliberadamente fiz uma coisa
dessas? — George olhou para ele e a consciência do outro homem se infiltrou
através de cada fibra do ser de James. Aquele olhar realmente não deveria
fazê-lo querer foder George, mas fez. Era um caso sem esperança onde este
homem estava em causa.
— Não, quero dizer, não sei o que pensar, ok? E o que é toda a
besteira sobre você precisar de dinheiro? A MacKenzie está em algum tipo de
problema financeiro? Tivemos um monte de novos contratos de entrando e sei
que não estou no comando das contas, não desde o seu pai os levou, mas... —
James parou de falar quando viu George vacilar e uma horrível suspeita lhe
ocorreu.
— O que? Pelo amor de Deus, me diz o que está acontecendo. Será
que estamos em apuros? Sei que o velho não estava bem, e sabemos que não
fez as melhores escolhas no final, mas o quão ruim é isso?
George se afastou da mesa e começou a andar novamente. Ele não
fez nada para tranquilizar James.
— Porra, está me assustando aqui, George. Eu me importo com esta
empresa. Porra, trabalhei aqui durante os últimos dez anos, por isso, se
estamos com problemas, então quero saber.
George finalmente parou de andar e quando o olhou parecia tão
miserável, que James jogou o cuidado ao vento, e envolveu o outro homem
num abraço de urso. George devolveu o abraço com um agarre desesperado,
que rompeu as cordas do coração de James.
— Confie em mim, chefe. Deixe-me entrar e ajudar.
George empurrou contra James e ele relutantemente o deixou ir.
— Porra, preciso de uma bebida. Vamos sair daqui e vou dizer-lhe
tudo, prometo. É véspera de Ano Novo, pelo amor de Deus! Deveríamos estar
lá fora nos divertindo, não lidando com toda essa merda.
Quando James não se mexeu, apenas olhou para ele, George
praguejou.
— Tudo bem, será do seu jeito, então. Só me prometa que vou ter
essa bebida, uma vez que lhe disser tudo.
— Você irá. Na verdade, estou me atrasando. Já deveria estar na
minha irmã para a festança anual de Ano Novo dela, mas vai me perdoar se eu
levar um encontro, então, fale.
Os olhos de George ficaram arregalaram com suas palavras e James
percebeu com um estalo que queria dizê-las. Independentemente do que
George estava preste a dizer, não podia simplesmente ir embora. A ligação
deles já estava muito forte e intensa. Não só porque considerava MacKenzie &
Filho sua casa longe de casa, apesar de que isto tinha muito a ver. O velho lhe
dera uma chance quando muitos não tinham. Não quando James estava longe
de ter um passado estelar. Não muitos empregadores aceitavam gentilmente
um registro de prisão de pequeno furto, roubo e assalto. O juiz não se
importava que James estivesse tentando defender sua irmã de uma gangue de
bandidos.
Os filhos da puta teria estuprado Kenna se não tivesse intervindo,
mas tinha sido a sua palavra contra a deles e a de Kenna, e ele tinha
maltratado o idiota um pouco demais. Mesmo como um adolescente, James
era mais alto do que a maioria, e graças ao boxe em que sua mãe o havia
matriculado para mantê-lo longe de problemas, sabia como lidar com ele. O
filho da puta que atacou sua irmã ainda mancava. James sentia uma pontada
estranha de culpa por isso, mas, na maioria das vezes, só sentia que fez a
coisa certa.
Em todo caso, todo o fracasso foi um ponto de viragem para a sua
família. Com ele na prisão, teve a oportunidade de revisar a sua educação e
mamãe tinha começado a transferência do conselho, o que significava uma
mudança para uma propriedade muito mais agradável, e um novo começo
para todos eles.
Conseguir o trabalho em MacKenzie tinha sido a cereja no topo do
bolo, e James trabalhou a si mesmo acima do chão de fábrica. O velho pagou
novos cursos de formação para James e o colocou no comando das contas.
James tinha ficado tão surpreso como quando o velho George assumiu esse
lado do próprio negócio, mas, como gerente do escritório, James tinha o
suficiente para fazer. Agora, tinha todos os tipos de suspeitas com o que
estava acontecendo, e não gostava desses pensamentos, nem um pouco.
— Um encontro? — Perguntou George e sorriu, e James deu de
ombros.
— Temos que começar por algum lugar, e já disse para você, não
serei apenas uma aventura, por isso, assim pode ver no que está se metendo
por estar saindo comigo ao conhecer minha irmã louca. Você não é alérgico a
gatos, certo?
George piscou e sacudiu a cabeça.
— Não, por quê?
James sorriu para ele e usou os dedos para contar.
— Na última contagem, ela tinha nove deles. Ela os alimenta para o
abrigo de gatos local. O único problema é que tende a querer manter, pelo
menos, um dos gatinhos que cuida, e depois há sempre aqueles que não
podem se realocados e ela pega todos eles. Como Alexander lida com ela,
nunca saberei, mas ele é apenas tão gentil como ela, então se adequam um ao
outro.
— Entendo. — Disse George. — E ela não vai se importar se me
levar?
— Importar? — James riu e não podia levar-se a olhar para o outro
homem. — Não, ela não vai se importar nem um pouco. Mais como fazendo
piruetas por eu finalmente estar com alguém. — E não ter que ouvir minhas
divagações de bêbado sobre o meu amor não correspondido por meu quente
chefe. James acrescentou mentalmente estas palavras. Não achava que
George estivesse pronto para ouvi-las ainda e, dependendo do que lhe
dissesse, talvez não tivesse vontade de dizê-las mais.
Sim, e minhas bolas podem começar a balançar de outra maneira e
eu me transformar num hetero. Não vai acontecer, James.
Alguns de seus processos de pensamento devem ter se mostrado em
seu rosto, porque George olhou com a expressão mais curiosa no rosto.
— Então, fale, chefe. O que é toda essa merda que ouvi? —
Perguntou James.
****
George respirou fundo. Ele teria preferido ter essa conversa com
algumas cervejas, mas talvez fosse melhor. James não gostaria do que tinha a
dizer, e se estavam indo para um relacionamento, então precisavam começar
com a mais pura verdade.
— Primeiro de tudo, a MacKenzie não está com problemas, pelo
menos, não mais.
As sobrancelhas de James se ergueram com isso e George ofereceu-
lhe um sorriso triste.
— Você pode querer sentar-se para o próximo pedaço. — Disse ele.
— Por quê? — James perguntou e George suspirou.
— Porque não estou orgulho das conclusões que tive, quando pela
primeira vez assumi e olhei para as contas.
James praguejou suavemente e sentou-se pesadamente na cadeira.
— Sei que não foi você, mas quando olhei para as discrepâncias e, em
seguida, olhei para seu arquivo pessoal...
A risada sem humor de James ecoou entre eles.
— Oh, deixe-me adivinhar... Uma vez bandido, sempre um bandido,
então, naturalmente se havia algo de errado com as contas, tinha que ter sido
eu. Apesar do fato de que todos os erros foram feitos até essa data, quando o
seu pai era responsável por elas. Foda-se.
George se aproximou dele e colocou uma mão em seu ombro. Ele não
estava totalmente surpreso quando James deu de ombros e olhou diretamente
para ele.
— Não o conhecia na ocasião, James. Isso não é uma desculpa, é
apenas um fato e foi apenas um pensamento fugaz. Quando realmente olhei
para contas, tornou-se bastante claro que não era você, mas... — Ele gemeu e
sentou-se na borda da mesa, de frente para James, que o fitava através das
pálpebras serradas. Punhos fechados em suas coxas, ele estava sentado
perfeitamente imóvel em uma bola apertada de músculos tensos, o tique de
raiva em sua mandíbula era seu único movimento. Ele parecia gostoso assim,
e George forçou seu cérebro longe dos pensamentos lascivos que o
consumiam. Agora não era o momento para sexo, mas era uma pena.
Pensamentos de o verdadeiro culpado por trás da confusão
esmaeceram seu ardor instantaneamente.
— É difícil de admitir, até para si mesmo, que o meu pai, que sempre
admirei, poderia se atrapalhar tanto.
James respirou fundo e se esticou para colocar uma mão grande na
coxa de George. Pesado e quente o contato o aterrou, e sorriu para a
compaixão que via nos olhos âmbar de James.
— Quanto sabe sobre a doença do meu pai, James? Quanto é que
qualquer um aqui no escritório sabe?
— Doença relacionada com stress, que provocou um ataque cardíaco,
o que exigiu que assumisse. Está se recuperando em casa. — James fez uma
pausa e o olhou pensativo. — Pelo menos, essa é a versão oficial.
George suspirou e assentiu.
— E a vibração não oficial no escritório é...
A boca de James desenhou uma linha apertada e sacudiu a cabeça.
— Exatamente a mesma. Tenho certeza disso. Seu pai não merecia
nada menos.
— Obrigado por isso, mas preciso saber o que estavam dizendo antes
disso. — Disse George e James apertou seu agarre no joelho de George.
— O mais lisonjeiro deles era que estava enlouquecendo. A mais
ridícula, era que estava usando drogas.
George estremeceu com a verdade por trás dessas palavras.
— Pessoalmente, só estava preocupado com ele. Reconheci os sinais,
mas não havia nada que pudesse fazer. Com a minha mãe foi da mesma
forma. Só que no caso dela, ela se deteriorou muito rapidamente para que
pudéssemos fazer qualquer coisa. Ela andou na frente de um caminhão num
de seus momentos confusos.
George praguejou e James olhou para ele com lágrimas nos olhos.
— Sinto muito, James. Isso é apenas... Porra!
James deu de ombros e sorriu. Mas o sorriso não alcançou seus
olhos.
— Isso é o que é, e aconteceu muitos anos atrás. De certa forma, foi
melhor. Mamãe teria odiado a mulher que estava se transformando. Ela
sempre foi tão independente. De qualquer forma, isto não é sobre mim, mas
sobre o seu pai. Doença de Alzheimer, certo?
O intimo de George ficou apertado, como sempre acontecia quando
colocava um nome na doença que era lenta, mas estava, seguramente,
roubando-lhe a seu pai, e concordou.
— Sim. Pai ficou descuidado, fez alguns investimentos imprudentes e,
por impulso, fez esta aliança ridícula com a Corporação Adams. Nathaniel
Adams se aproveitou da confusão do meu pai. Nunca pensei que diria isso,
mas graças a deus pelo ataque cardíaco, que não só arranjou-lhe um
diagnóstico definitivo, mas também o obrigou a se demitir, e me deixar
assumir. Então, herdei toda essa confusão e a querida Felícia Adams, para
completar.
Um tremor passou por ele com a menção da mulher que o havia
perseguido, com uma determinação obstinada, pelos últimos seis meses, e
que, simplesmente, não podia aceitar um não como resposta.
— Sim, então como é que isso aconteceu? Ela apenas decidiu que
eram um casal? — James perguntou e a incerteza em seus olhos fez o peito de
George se sentir apertado.
— Não exatamente. O que muitas pessoas não sabem sobre ela é que
é uma viciada em drogas em recuperação. — James assobiou por entre os
dentes e George assentiu. — Sim, o dinheiro de seu pai faz com que esse
pequeno petisco não chegue às bancas. Quando a conheci, ela tinha acabado
de sair da reabilitação, e confundiu minha atenção educada com muito mais do
que era. Parte de sua personalidade viciada. Claramente, seu pai viu uma
oportunidade para ela se estabelecer e incentivou isso. Já que as duas
empresas estavam se unindo, que melhor maneira de garantir isso do que nos
casa? Meu pai achava que essa era a melhor ideia, e Adams fez disso uma
condição para a fusão. Quando assumi e percebi o que estava acontecendo,
pisei nos freios. Trabalhei pra caramba para garantir que não tivéssemos que
fazer isso. Foda-se, se o pai estivesse em seu juízo perfeito, nunca teria
considerado a fusão com as condições de Adams. A MacKenzie sempre se
orgulhou de suas ligações com a comunidade local e seus padrões éticos de
negociação. Estaria ferrado se nos permitisse ser sugados para dentro da
Corporação Adams. Podemos ser pequenos, mas a MacKenzie é sinónimo de
qualidade, e com o recente contrato com o exército, que consegui garantir,
estaremos bem. Sabia que meus dias no exército viriam a calhar em algum
momento.
Ele sorriu para James e o outro homem assentiu e sorriu de volta. Era
um sorriso pecaminosamente sexy, que fez a respiração de George acelerar e
outras partes suas ficarem subitamente alertas e gritarem Venha para o Papa.
— De qualquer forma, isso é, em poucas palavras, o resumo dos
últimos seis meses. Estamos longe de estar no paraíso e, sim, seriamos muito
mais estáveis financeiramente com o dinheiro de Adams, mas, como não
conseguimos chegar a um acordo a respeito dos termos, não vou perder tempo
com isso. Além disso, duvido que o pai de Felicia vá querer alguma coisa
comigo, uma vez que ela correr para ele. O homem tem um ponto cego
quando se trata das falhas de sua filha. Temo de pensar com que veneno ela
vai encher sua mente e isso realmente não importa. Verdade seja dita, eu me
sinto um pouco triste por ela. Sempre teve tudo entregue a ela numa bandeja,
e foi lhe dada uma visão distorcida do mundo. Só espero que recupere seus
sentidos e encontre alguma felicidade em sua vida, porque certamente não é
feliz agora.
Ele respirou fundo e passou a mão sobre o rosto. Todo aquele
desabafo certamente libertaria os demônios de um homem.
— Então, é isso. Toda a bagunça, e se ainda me quer depois de tudo
isso, então, pelo amor de Deus, vamos sair daqui. Preciso de uma bebida e de
você, e não necessariamente nessa ordem.
Capítulo quatro
James apertou os olhos no clarão dos faróis que estavam refletindo
no espelho, quando o carro de George saltou sobre a lombada para segui-lo no
estacionamento do seu apartamento. A viagem até Kings Langley de seu
escritório, em Watford, levou menos de meia hora, já que as estradas tinham
sido limpas, mas ainda foram os mais longos trinta minutos da sua vida.
Pensamentos e emoções giravam em torno de seu cérebro, como
areia movediça que o puxava para baixo e se recusava a deixá-lo ir. Ter
George se abrindo para ele e perceber o quanto tinham em comum — homem,
aquilo era um território perigoso. Se James não estivesse apaixonado antes,
certamente estava agora e, é claro, que havia a pequena questão de George
ser seu chefe. Não importaria nem um pouco, enquanto bem, mas, viria o dia
em que não estivessem se dando bem...
A batida forte em sua janela sacudiu-o de sua angústia interna e ele
desligou o motor, pegou sua jaqueta e cachecol do banco de trás, e saiu de
seu carro. As temperaturas caíram consideravelmente desde que deixaram o
escritório e uma rajada de vento frio soprava do lago atrás de seu prédio. Ele
foi alimentado pelo Grand Union Canal1, e, normalmente falando, o cenário era
idílico, mas, agora, o ar congelava na frente de seus rostos quando exalavam.
George bateu seus pés e soprou em suas mãos.
— Foda-se, apresse-se. Lugar agradável, mas me prometeu uma
bebida e está congelando aqui fora.
Com a luz da rua atrás dele e seu grande corpo coberto por seu
casaco de lã, o cabelo loiro brilhava ao redor de sua cabeça como uma aureola,
e James sorriu. O que tinha planejado para eles, certamente faria com que
qualquer aureola deslizasse.
George inclinou a cabeça para um lado e sorriu para ele.
1 Parte do sistema de canal britânico. Sua linha principal começa em Londres e termina em Birmingham, que se estende por 220 km, com 166 bloqueios.
—O que é tão engraçado, James? E se continuar me olhando assim,
então todas as apostas serão canceladas. Na verdade, vamos esquecer a
bebida e apenas ficar nus? — Ele deu um passo mais perto até que seus peitos
estivessem se tocado, descansou as mãos de cada lado do corpo de James e
no teto do seu carro.
James gemeu baixinho quando George fechou a distância entre eles,
até que seus lábios pairassem sobre os de James.
— Quero tanto você, bebê. É uma maravilha que não tenha gozado
em minha calça ainda. — Para provar seu ponto, moeu a metade inferior do
seu corpo em James, e, até mesmo através de suas camadas combinadas de
vestuário, James podia sentir a evidência sólida do pênis ereto do homem o
marcando. Levou as mãos para cima, as enterrou no cabelo de George e puxou
sua cabeça para frente, esmagando seus lábios juntos.
George abriu a boca num grunhido e James deslizou sua língua firme,
fresca e sensual, até que suas línguas duelaram juntas, numa dança de
acasalamento que o fez, também, desejar que simplesmente arrastar George e
subir as escadas e fode-lo até a inconsciência.
Eles lutaram pela supremacia, nenhum deles disposto a dar um
centímetro do controle, e, quando finalmente se separaram, ambos estavam
respirando pesadamente. James levou as mãos para baixo lentamente, até que
pudesse enrola-las nas lapelas do casaco de seu chefe, e respirando fundo, o
que só serviu para que puxasse mais do perfume masculino de George em
seus pulmões, empurrou o outro homem longe.
— Eu sei, mas prometi a Kenna que uma visita rápida e ela está
animada para conhecê-lo, por isso temos que fazer uma aparição. Não é muito
longe, apenas do outro lado do canal, e... — ele parou de falar quando George
deu um passo para trás e riu.
— E como espera que a gente vá atravessar o canal? Eu não gostaria
de nadar no verão, muito menos agora. Vou congelar minhas bolas e gostaria
muito de usá-las mais tarde, muito obrigado.
Ele piscou para James, e até mesmo na luz fraca James não poderia
perder o brilho malicioso nos olhos do outro homem.
— Fedelho. — Ele murmurou e George fez uma reverência fingida.
— Sempre. — Ele disse e os dois começaram a rir. Era tão bom ouvir
a risada de George, e parecia muito bom rir, também.
Ele acotovelou o outro homem e começou a andar em torno dos
apartamentos, até que atingiu a trilha que corria ao longo do canal. Era mal
iluminada, mas com o céu sem nuvens a lua era brilhante e podia ver
perfeitamente bem. O chão gelado rangia sob seus passos combinados e
caíram num silêncio sociável, enquanto caminhavam lado a lado.
— Cuidado. — James disse, enquanto atravessavam a pequena ponte
sobre o canal. — Ela fica escorregadia nesta época do ano.
Com certeza, teve que agarrar o corrimão algumas vezes quando
seus pés escorregaram e George agarrou-o sob o cotovelo para firmá-lo.
— Acho melhor que não bebamos demais. Fazer isso embriagado
poderia ficar interessante depois. — Disse ele e James riu.
— Sim, é verdade. Costumo dormir na casa da minha irmã, mas, não
esta noite. — Ele sorriu para George e o outro homem lhe deu um soco no
ombro com um sorriso.
— Espero que não! — Disse ele.
James riu e gesticulou frente.
— Quase lá. Apenas através deste beco, não pode perder sua casa. É
a mais iluminada.
Com certeza as decorações de Kenna iluminavam toda a rua sem
saída, onde sua pequena casinha modesta estava situada, e George parou.
— Puta merda. Acho que ela gosta de Natal, né? — Ele perguntou e
James riu, e lhe deu um tapa nas costas para obter George em movimento.
— Sim, pode dizer isso. Eu disse que ela era louca.
Um grande Papai Noel inflável cumprimentou-os no gramado da
frente, juntamente com renas iluminadas e um pinguim. George balançou a
cabeça, quando olhou para a casa, e viu o outro, Papai Noel menor subindo o
lado para a janela.
As cores brilhantes das inúmeras luzes ao ar livre refletiam no cabelo
loiro de George e cintilavam em seu rosto, enquanto ele absorvia tudo,
aparentemente atordoado, em silêncio. Se não tivesse sido o pequeno sorriso
que surgiu nos cantos de seus lábios cheios, James teria se preocupado. Kenna
era o último pedaço de família que lhe restava, e era terrivelmente importante
para ele que George gostasse dela e vice-versa. Então, por que o levou ali,
naquele de todos os dias? Era obrigado a se transformar num desastre. Estava
na ponta da língua, sugerir que simplesmente esquecessem e fossem para
casa, quando a porta se abriu e uma Kenna do tamanho de um míssil voou
pelo gramado e lançou-se nos braços de James. Ele teve que dar um passo
para trás, enquanto Kenna recheava seu rosto com beijos e gritava dentro de
seus ouvidos.
— Você está aqui, finalmente. Feliz Ano Novo, irmão mais velho! Alex,
aumente o volume da música. Vamos começar esta festa.
James olhou por cima da cabeça dela para seu cunhado, que riu e
balançou a cabeça em diversão irônica. Com 2,01 metros de altura, Alexander
Garrison se elevava sobre a maioria das pessoas, incluindo James e George, e
mais especialmente, dos 1,62 de altura de Kenna, mas não havia dúvida do
amor que brilhava em seus olhos azuis, enquanto observava sua diminuta
esposa deixar James e lançar-se em seu chefe. George pareceu surpreso
quando ela colocou os braços em volta do seu pescoço e puxou sua cabeça
para baixo, até que pudesse dar um beijo em seus lábios.
— Estou tão feliz de ver você também, George. Finalmente, meu
irmão fez um movimento.
James estremeceu e lançou um olhar suplicante para Alex, que
entendeu o recado, parou atrás do casal e puxou sua esposa fora do chefe de
James.
— Gatinha, deixe o homem entrar na casa e descasar. Você estará
planejando seu casamento depois. — Ele piscou para George quando disse
isso, dobrou os joelhos e jogou uma Kenna rindo por cima do ombro. Kenna se
contorceu e gritou até que ele bateu em sua bunda duas vezes. Um
movimento que fez as sobrancelhas de George atirar para a sua linha de seu
cabelo e fez James estremecer de novo. Em seguida, ele estendeu a mão para
George e sorriu.
— Prazer em conhecê-lo. Sou Alex. Fique à vontade. Vou deixar
James apresentá-lo a todos, enquanto vou ensinar a minha incontrolável su...
Err... Esposa a como se comportar. Volto em um instante. — Com isso, ele
caminhou de volta para casa com Kenna resmungando para ele. Um silêncio
desconfortável caiu entre os dois homens.
James limpou a garganta e George olhou para ele com um sorriso
irônico.
— Família interessante, James.
James deu de ombros e tentou um ar de indiferença que estava longe
de sentir.
— Eu disse que ela era louca.
George sorriu e lançou lhe um olhar pensativo.
— Eles estão no estilo de vida, certo? — Ele perguntou e James quase
engoliu a própria língua. Não só pelo fato de George ter feito essa pergunta,
mas também a por ele não parecer, no mínimo, perturbado por este último
desenvolvimento.
Quando James conseguiu dar um aceno fraco, George estreitou os
olhos e o olhar aquecido que jogou para James quase o teve gozando em suas
calças.
— Você está nesse estilo de vida também? — Ele perguntou. James
respirou fundo e segurou o olhar questionador do outro homem.
— Na verdade, não. Eu me envolvo quando me convém, como a
maioria das pessoas, acho. Seria um problema se estivesse? — Perguntou.
— Não, só quero saber onde estou. Gosto de me envolver, isso é
tudo. — Ele sorriu para James, fechou a distância entre eles e beijou-o. Foi um
mero roçar de seus lábios um contra o outro, mas foi o suficiente para acalmar
a última das preocupações mesquinhas de James, e fez com que desejasse que
pudessem se apressar.
— Bem, vamos lá, conhecer o resto deles. Há apenas Kenna e eu do
meu lado, mas Alex é um de cinco, então se prepare.
*****
Várias horas e inúmeras cervejas mais tarde, a cabeça de George
girou com a informação e a sobrecarga de álcool com que havia sido
bombardeado. Estava conhecendo a família de seu futuro amante — sorriu
com esse pensamento e teve que ajustar seu pau longe do zíper de sua calça
jeans — e não chegou a conhecê-los.
Fiel a sua palavras, James tinha apresentado George para todos na
casa, além dos inúmeros gatos, que se escondiam sob os pés, e tinha
tropeçado num em mais de uma ocasião. George percebeu rapidamente por
que James estava tão confortável em sua própria pele. Cada um dos cunhados
de James tinha recebido George com um sorriso e uma aceitação tranquila de
suas circunstâncias, que tinha tomado seu fôlego. Se apenas mais pessoas
fossem como estas o mundo seria um lugar extremamente mais bonito, isso
era certo. Sabia que não iria ter este nível de aceitação de sua própria família,
se seu pai ainda o reconhecesse, uma vez que finalmente falasse com ele.
Ajudou, é claro, que o irmão de Alex estava lá com seu marido, sua
irmã com o que eram claramente seus dois submissos, e o resto deles
pareciam felizes em se estabelecer em relações mais convencionais. Um bando
de adolescentes — a multidão local, parecia que Alex era o líder do clube da
juventude — entrava e saia, e as outras três crianças da irmã de Alex tinham
adicionado à cacofonia de ruído. Eles tinham finalmente caiu em um sofá,
depois que o Big Ben tocou no Ano Novo na TV de tela plana dominando uma
das paredes da sala de estar, e depois de ter compartilhado um amasso
superquente com James no golpe da meia-noite, George tinha procurado a
relativa calma do quarto de hóspedes no andar de cima para fazer o seu
telefonema de Ano Novo para seu pai. A enfermeira do velho tinha finalmente
atendido seu telefone, apenas para dizer a George que agora não era um bom
momento.
— Ele teve um dia ruim e nem sequer percebe que dia é hoje.
Finalmente consegui fazê-lo dormir, por isso é melhor deixá-lo descansar,
senhor MacKenzie. — Ela disse e George suspirou.
— OK. Será que poderia dizer a ele que liguei Louise?
— Claro, senhor, e Feliz Ano Novo para você.
— Sim, Feliz Ano Novo, Louise.
George desligou com uma careta e bebeu o resto da garrafa de
cerveja que tinha na mão, com um longo gole. Droga, tudo tinha ido ao inferno
e voltado. Só havia uma coisa a fazer. Ficar tão bêbado quanto um gambá, e
entorpecer aquela merda.
Sua saída do quarto foi barrada por uma versão muito pequena e
feminina de James.
— Aí está você. Meu irmão está procurando por você. Acho que quer
te levar para casa, assim podem fazer a dança horizontal. — Ela sorriu para
ele, quando o espanto de George por sua franqueza deve ter se mostrado em
seu rosto.
— Oh, não fique tão chocado. Deve ter percebido que esta família
está longe de ser convencional e graças por isso. Imagine quão chato seria.
Ela olhou de cima e para baixo com os olhos apertados, e apesar de
sua vantagem de altura George sentiu-se cerca de três centímetros sob a sua
avaliação. Kenna podia ser a submissa de Alex, mas agora, era muito mais
uma leoa defendendo o que era seu, e suas próximas palavras confirmaram
isso.
— Meu irmão se preocupa muito com você, por isso, a menos que
seja sério, é melhor acabar com isso agora. Não vou tê-lo confuso com isso, e
se quebrar seu coração, vou te caçar e escavar suas bolas com uma colher
sem corte. — Ela sorriu para ele, virou-se e lançou lhe um olhar sobre seu
ombro. — Só para você saber. James, o menino amante está aqui em cima!
Muito bêbado pelo que posso dizer, então vá e leve-o para casa antes que ele
vomite sobre o meu tapete.
George balançou a cabeça, olhou para a garrafa vazia na mão, e
prontamente desejou não ter abalado o seu cérebro.
— Aí está você, chefe. Oh, querido, parece que minha pequena chata
estava certa. Quantas dessas já tomou e o que está fazendo aqui? — George
tentou responder a ele, mas não parecia ser capaz de coordenar seus
membros a descer as escadas e conversar ao mesmo tempo, então resolveu
com um grunhido e negociou os passos. Certamente, não havia muitos e por
que continuavam se movendo? Talvez não devesse ter tido aquele ponche
antes de subir as escadas. Misturar bebidas nunca foi uma boa ideia, e aquela
última garrafa de cerveja parecia ter acabado com ele.
A risada de James tocou em seu ouvido e tropeçou, o ar frio atingiu
seu rosto e o mundo girou.
— Oh, merda, não, você não. Alex, nos dê uma mão para leva-lo para
casa?
— Com certeza.
Os braços fortes passaram em volta da cintura dele e George
murmurou um protesto.
— Eu não estou blebado. Pode andar, eu posso.
— Claro que ode, chefe. — Aquele rugido em seus ouvidos... Ele
poderia praticamente fazer sexo com a voz profunda de James, e se lançou
para beijá-lo, perdeu o equilíbrio e quase caiu.
Mais risos soaram e foi puxado para trás numa posição semiereta. O
ar gelado batendo em seu rosto fez o seu estômago revirar e George
murmurou algo, mas nem ele conseguia entender o que estava tentando dizer.
E tinha que dizer algo importante para James, algo que não podia esperar.
Todo o resto da caminhada para casa se transformou num borrão, e foi com
certa quantidade de alívio que George plantou o rosto em algo que parecia ser
uma suave colcha de uma cama. A cama de James, se o delicioso aroma em
torno dele fosse uma dica.
— Aí está você, menino grande. Vai dormir para se livrar de sua
bebedeira e vamos conversar de manhã.
A voz de James em seu ouvido foi à última coisa George ouviu, antes
que o alívio do sono o puxasse para baixo.
Capítulo Cinco
George apertou os olhos por causa da brilhante luz do sol que fluía
pelo quarto estranho, enquanto ele levantava a cabeça do travesseiro, e
gemeu.
Jesus, o quanto tinha bebido na noite anterior, e onde estava James?
Ele lembrava o suficiente da noite para saber que James o havia levado para
casa e ele tinha... Merda, desmaiou no meio do caminho para ficarem nus.
O delicioso aroma de café atingiu suas narinas, segundos antes de
James empurrar a porta do quarto. Nu, como no dia em que nasceu, e
ostentando uma ereção que rivalizava com a ereção matinal de George,
carregava uma bandeja que continha o elixir da vida, um copo de água e um
sorriso perverso que dirigiu a George.
— Feliz Ano Novo, chefe.
Ele colocou a bandeja sobre a mesa de cabeceira, ofereceu a George
duas aspirinas e o copo de água. George as engoliu e estremeceu novamente
com a qualidade áspera de sua garganta. James sorriu de novo — em
simpatia, George assumiu — embora fosse difícil determinar através da sua
visão de olhos embaçados e da banda de metaleiros que parecia ter feito
residência em sua cabeça.
— Feliz Ano Novo. — Conseguiu resmungar aquelas poucas palavras e
caiu de costas na cama, com um gemido. — Nunca mais vou beber de novo.
— Claro que não vai. Aqui, sente-se, pegue sua dose de cafeína e
tome uma chuveirada. Vai se sentir melhor depois, prometo.
George olhou para o outro homem através de olhos cerrados e
decidiu James tinha que ser algum tipo de sádico. Ninguém era tão feliz assim
de manhã, e tinha muito prazer em torturar outro ser humano ao se sentar. Os
pratos ressoaram em sua cabeça, todos decidiram bater juntos em discórdia e
George gemeu e segurou a cabeça entre as mãos.
— Foda.
O bufo divertido de James juntou-se com os instrumentos de
percussão que batiam contra seu crânio. George cerrou os olhos e beliscou a
ponte de seu nariz.
— Infelizmente, não tivemos ainda. Não acho que me masturbar com
imagens de você desmaiado na minha cama conta como foder você, e
encontro-me mais do que impaciente para fazê-lo, por isso, seja um bom
menino, beba este café e, pelo amor de Deus, tome um banho, cara.
Diversão tingia essas palavras, mas havia uma ponta subjacente que
foi registrada pelo embaçado cérebros na cabeça de George, e rachou um olho
aberto para olhar para James. A intensidade de seu olhar o fez engolir, e todos
os pensamentos conscientes fugiram de seu cérebro quando James agarrou as
suas mãos e envolveu-as em volta da xícara de café.
— Café, banho, foda, nessa ordem.
James piscou para ele, e George fez o que lhe foi dito. O tapa em seu
traseiro fez com que tropeçasse para fora da cama e James apontou para o
banheiro. A picada fez o seu pau ficar duro. James notou, claro, envolveu sua
mão ao redor do eixo de George e o bombeou algumas vezes. Requintado
prazer disparou através do sistema de George, e apoiou uma mão na parede
para se firmar.
— Foda-se, James, pare de fazer isso, ou nunca chegarei ao chuveiro.
James riu, mordeu seu ombro levemente, soltou seu pau e golpeou
seu traseiro novamente.
— Não demore demais no banho, ou serei forçado a me juntar a você.
George gemeu e balançou a cabeça.
— Isso deveria ser um impedimento ou uma promessa? — Ele não
pegou a resposta rindo de James, quando tropeçou no banheiro. Quando
conseguiu finalmente aliviar-se, lavar as mãos e escovar os dentes com a
escova de dente de reposição que tinha encontrado encostada na pia, ele se
sentia quase humano. A corrente de água quente do chuveiro o reanimou
ainda mais, permaneceu embaixo do chuveiro e deixou a cascata quente correr
sobre ele. Não ficou totalmente surpreso ao ouvir a porta do chuveiro abrir e
fechar, respirou fundo quando abriu os olhos. James estava de costas para ele,
e George conseguiu sua primeira boa olhada no dragão de James. Ele cobria as
costas, as asas batendo descontroladamente e o trabalho de arte era supremo.
Ao longo dos largos ombros de James, pelas costas musculares e em sua
bunda deliciosa, o olhar de George seguiu o rastro de tinta, dando-lhe a
necessidade de tocar o homem. Deixou suas mãos seguirem a trilha de sua
inspeção visual.
Seu pênis voltou à vida, com uma velocidade e força que o deixou
tonto, quando o gemido cheio de luxúria de James tremeu através do espaço
confinado de seu chuveiro, e os músculos de seu amante ficaram tensos sob a
ponta dos dedos de George.
— Isso é demais, bebê. — George correu os dedos pela espinha de
James até que alcançou os globos de seu traseiro. Espremendo a carne firme,
nádegas de seu amante e foi deixando vários beijos pelas costas de James.
Demorou um pouco de manobras complicadas em seu espaço confinado, mas
conseguiu cair de joelhos, e continuou a sua trajetória para baixo. James
praguejou baixinho e bateu as mãos na parede de azulejos para se apoiar
quando George espalhou as nádegas de seu amante e lambeu das pesadas
bolas de James até seu ânus.
James ficou tenso e ofegante, quando endureceu sua língua e a
empurrou através de anel de músculo, enquanto conduzia uma mão ao redor
para agarrar a espessura de seu eixo.
— Foda-se, George, você não tem que... Jesus.
O pau de James empurrou e pulsou no firme aperto de George, e os
músculos tensos que guardavam a entrada traseira de James cerraram-se ao
redor de sua língua, num aperto involuntário que disse a George, em termos
inequívocos, o quão perto James estava ficando. O jogo anal era algo que
sempre gostou. A mera intimidade do ato mostrava o quanto se confiava na
outra pessoa, retirou-se lentamente e rosnou as palavras seguintes nas coxas
peludas de James, enquanto acariciava as bolas pesadas do homem.
— Vire-se, bebê. Quero te provar.
James cumpriu a ordem com tanta pressa que quase deslizou no piso
escorregadio, George riu e agarrou os quadris de James para firmá-lo.
Engasgou com o fluxo de água que o atingiu diretamente no rosto, e James
estendeu a mão para fechar a água. Olharam um para o outro, por alguns
segundos, cheios de luxúria, suas respirações pesadas eram o único som no
pequeno casulo íntimo de vapor, até que George estendeu a mão para apertar
o pau de James. Longo, grosso e duro, erguia-se para o umbigo de James, que
deixou cair à cabeça para trás contra os azulejos e fechou suas mãos em seu
lado quando George lambeu as gotas de sêmen que gotejavam constante da
cabeça sensível do outro homem.
— Porra, não vou durar dois segundos, chefe. — Ouvindo James se
dirigir a ele assim, quando estava indo para baixo sobre o outro homem fez
alguma coisa para George. Seu pau saltou e suas bolas ficaram apertadas,
abriu a boca ele engoliu todo o pênis de James, até que a ponta da ereção de
seu amante bateu no fundo da sua garganta. George engoliu, bebendo o som
de suspiro de James, quando agarrou o cabelo de George, aparentemente
incapaz de segurar ainda e empurrou mais fundo na sua boca.
Ele interrompeu temporariamente o suprimento de ar de George, que
se deleitou com a fisgada de dor das unhas de James cravando em seu couro
cabeludo, a queimadura em seus pulmões e a deglutição frenética que tinha
que fazer para se impedir de engasgar. Jorros minúsculos da essência de
James foram sua recompensa, roçou o pau de James com seus dentes quando
James puxou ligeiramente, para deixá-lo respirar.
— Muito bom, prepare-se, chefe. — George olhou para cima para ver
o rosto de James se contorcer, como se estivesse com dor, e então ele fodeu a
boca de George com abandono imprudente, que enviou o seu próprio céu a
uma necessidade elevada. Fiel à sua palavra, levou meros momentos para o
pênis de James começar a pulsar, e as bochechas de sua bunda ficarem tensas
sob a ponta dos dedos de George, antes de James disparar corda após corda
de esperma grosso na garganta de George.
Engoliu avidamente, deleitando-se com grito rouco de James
gozando. Antes que tivesse parado de gozar, James o puxou pelos cabelos e
esmagou seus lábios juntos. George retribuiu o beijo, enterrando as mãos nos
longos fios de cabelo de James que pendiam numa desordem molhada em
torno de suas feições duras. Gemeu no beijo, quando seus pênis esfregaram
um contra o outro, e o pau quase mole de James endureceu novamente.
Ele quebrou o beijo e beijou pelo peito de James até que alcançou o
mamilo decorado com um anel e puxou com força. James assobiou por entre
os dentes, e retaliou agarrando as bolas de George e apertando o seu pênis.
Dor prazerosa disparou atravessou de George e no pescoço de James
grunhiu sua necessidade de gozar, quando James o puxou de volta para cima
pelos cabelos. Seus olhares se encontraram e James envolveu um punho em
torno do pênis dolorido de George e começou a ordenhá-lo. Excitação
percorreu as veias de George como se estivesse sendo esfaqueado por dardos
de dor, e suas bolas ficaram apertadas.
— Deus, tão bom, eu vou... Fodaaa!
James riu e pegou o resto do grunhido de George no beijo quente que
lhe deu. Foi só quando conseguiu a última gota de sêmen fora do pênis de
George e prazer deu lugar à dor de superestimação, que James soltou-o e
ligou a água novamente. Ele lavou as provas de sua união e, com os braços
em volta um do outro, descansaram as testas juntas, enquanto esperavam
suas respirações voltarem ao normal.
Quando normalizou, James chegou a passar por George para pegar o
gel de banho. Com sua marca registrada, que era sorriso malicioso no lugar,
derramou um pouco em suas mãos e passou a espalhar tudo sobre George.
Nenhum centímetro de pele foi deixado intocado em meio aos carinhos
murmurados, e quando o último resto da espuma tinha sido lavado, ambos
estavam ostentando enormes ereções novamente.
Quando George foi retribuir o favor na lavagem James, ele bateu as
mãos.
— Se me tocar agora, isso tudo vai acabar, e quero gozar em sua
bunda.
James rosnou as palavras entre beijos para cima e para baixo de seu
rosto, e o estômago de George afundou com a promessa aquecida por trás
dessas palavras.
— Se me quiser assim. — Acrescentou James e se afastou. Peito
arfante com o esforço para extrair o ar em seus pulmões, George pode apenas
acenar o seu consentimento, e James o puxou para um abraço que quis que
nunca terminasse.
— Eu sei que tem sido um tempo, então serei gentil, mas, foda-me,
estive fantasiando sobre levá-lo há meses. Preciso foder você, chefe.
Em resposta, George desembrulhou-se para fora do abraço de James,
abriu a porta do Box e saiu com as pernas bambas.
— Estarei esperando. Não demore demais, bebê.
O sorriso de resposta de James iluminou seu rosto e George quase
tropeçou na onda de afeto que o consumia, naquele momento. Não havia
dúvida da profundidade da emoção que brilhava nos olhos de James. Um brilho
de resposta surgiu no peito de George e o fez ter dificuldade para respirar e
falar ficou impossível. Era aquilo o que se sentia ao se apaixonar, verdadeira e
irrevogavelmente? E era possível depois de um tempo tão curto? Não que não
conhecesse James por meses, mas era estritamente a título profissional. Ainda
assim, aprendeu tudo o que tinha que saber durante esses meses. Sabia que
James era firme e confiável, leal ao extremo, e um trabalhador esforçado, que
eram as qualidades que valorizava numa pessoa. Adicionando a isso um
perverso senso de humor e a capacidade de não se levar muito a sério, e o
homem era perfeito, e, por algum golpe de sorte, porra, queria George tanto
quanto George o queria.
George bateu a porta do banheiro em sua pressa para chegar ao
quarto e assumir sua posição na cama, e o riso despreocupado de James ecoou
em sua orelha.
*****
James ficou no chuveiro apenas o tempo suficiente para obter sua
ereção furiosa sob controle. No final, a única maneira de conseguir isso foi se
masturba rapidamente. Não queria atacar George como algum maníaco com
fome de sexo. Não, o homem merecia lento e cuidadoso. Iria mostrar a George
o quanto o amava através da vida amorosa deles. O que compartilharam no
chuveiro fora frenético, apaixonado e muito intenso, e James estava tão certo
quanto poderia estar que viu as mesmas emoções que estava sentindo sendo
refletidas para ele. Eram os primeiros dias é claro, mas, nunca se sentiu tão
feliz. Mesmo quando George tinha desmaiado em cima dele na noite passada.
Ter seu chefe roncando em sua cama e ser capaz de segurá-lo durante toda a
noite, era a maneira perfeita de começar o Ano Novo, onde James estava
preocupado.
O pau rebelde de James voltou à vida quando finalmente entrou no
quarto. De bruços sobre a cama estava George. Ele olhava para algo em seu
telefone e o atirou para longe em desgosto quando James se aproximou
lentamente da cama. O olhar de George ficou preso na tenda que estava
aparente na toalha que o envolvia e um sorriso torto se formou em boca.
Havia uma grande quantidade de dor em seus olhos, quando seus olhares se
conectaram.
— Problema? — Perguntou James e George suspirou e sacudiu a
cabeça.
— Nada que eu não possa lidar. Ainda não consegui entrar em
contato com o meu pai, e Adams deixou-me algumas mensagens.
James sentou-se ao lado de George e deixou seu olhar vaguear sobre
a perfeita forma muscular que era seu chefe. James manteve-se em boa
forma, mas ao lado de massa muscular de George, parecia insignificante. Bem,
talvez não insignificante. Sorriu para seu pensamento, mas, certamente, era
mais magro. Teria que fazer um inferno de um café da manhã tardio em breve,
para manter aquele pedaço robusto de homem bem alimentado. Ou talvez
fossem para o rodízio local. Ideia muito melhor.
— Você quer falar sobre isso? — James perguntou finalmente,
amando o jeito como as nádegas de George cerraram quando passou as mãos
levemente sobre elas.
— Não, não quero. — A voz de George parecia tensa e sua respiração
acelerou, quando James estendeu a mão sobre a mesa de cabeceira e pegou
alguns laços de seda.
— Não? O que faremos, então, patrão? E a pergunta mais importante
é: quanto confia em mim?
George respirou fundo, e sorriu.
— Acho que vamos descobrir. Assim, por favor, foda-me.
Capítulo Seis
A necessidade e convicção absoluta por trás daquelas poucas
palavras fizeram James mais determinado a conseguir a foda perfeita para seu
homem. Ele golpeou o traseiro de George novamente, com força suficiente
para deixar uma impressão vermelha de sua mão, seu chefe gemeu e fechou
suas mãos nas cobertas, enquanto empurrava seus quadris na cama.
— Gosta disso, chefe? — James não esperou pela sua resposta,
espancado a bunda de George mais algumas vezes, até que toda a área
florescesse vermelha, e George estava respirando pesadamente.
— Puxa, você está me matando aqui, bebê. — A resposta abafada de
George o fez sorrir.
— Oh, não viu nada ainda, chefe. Levante sua cabeça para mim, para
que possa vendar você. Quero que relaxe e não saiba o que está vindo.
George ficou tenso, mas obedientemente levantou a cabeça, James
amarrou a tira de seda preta em seus olhos e o beijou. O aroma único de seu
amante explodiu em suas papilas gustativas e, segurando o rosto de George
entre as mãos, começou a derramar todo o seu amor no beijo que estava lhe
dando. George encontrou-se perfurando a língua de James com pinceladas
ousadas de sua autoria, cada um deles se revezando para dominar o beijo, até
que foram forçados a se separar e extrair o ar, muito necessário em seus
pulmões. James pediu para que George voltasse para a cama e montou em
suas pernas, prendendo-o no lugar de forma eficaz. Um tremor passou por
George quando esfregou o queixo coberto de restolho no pescoço do homem.
— Relaxe, será frio em primeiro lugar.
Alcançando através dele pegou o óleo de massagem da gaveta da
mesa de cabeceira e esguichou uma quantidade generosa na palma de uma
mão. Uma vez que esfregou as mãos juntas para aquecer o líquido um pouco e
garantir que suas mãos estivessem revestidas com o óleo perfumado, passou
as mãos para baixo em ambos os lados da espinha de George.
Os músculos tensionaram sob as pontas dos dedos, James riu e
passou as mãos para cima, até que alcançou os enormes ombros de seu
amante. Um suspiro escapou de George quando começou a trabalhar e
massagear os nós com infinito cuidado.
— Sabe, chefe, se esse negócio não der certo e a negociação não
funcionar, sempre pode ser modelo. Tem um corpo quente de morrer.
A risada de resposta de George sacudiu a cama quando ele meio que
levantou o tronco largo e virou a cabeça na direção da voz de James.
— Só se você se juntar a mim, bebê, e está falando demais. Achei
que ia me foder. Tanto quanto estou me divertindo com suas mãos em mim,
isso é uma tortura, porra! Quero seu pau em mim. Agora!
O pau de James saltou com a tensão por trás dessas palavras, e
tomar seu pênis na mão para colocar o preservativo foi pura tortura. Ele
acariciou-se algumas vezes. Merda, estava tão perto de gozar novamente.
George devia ter preocupações semelhantes, porque seus quadris começaram
a empurrar para a cama.
— Oh, não, você não vai, chefe. — James liberou o estrangulamento
que tinha em seu próprio pênis e deu uma tapa bunda deliciosa de seu chefe
mais algumas vezes. — Você não quer que eu te amarre a esta cama, não é?
Comporte-se e deixe-me fazer isso do meu jeito.
Ele não entendeu a resposta abafada de George, mas tinha certeza
que foi chamado de alguns nomes impróprios. Aplicou ainda mais óleo e
retomou a exploração lenta do corpo do outro homem, quando chegou aos pés
de George, sabia que tinha que se apressar.
— Você é tão bonito e todo meu. Diga-me que é meu, chefe. Preciso
ouvi-lo dizer isso.
Mesmo para seus próprios ouvidos, James ouviu o tom de súplica em
sua voz, quando agarrou o lubrificante, revestiu seus dedos e esguichou uma
quantidade generosa na fenda da bunda de George. George saltou, assobiou e
resistiu, quando James escolheu aquele momento para afundar a junta de um
de seus dedos profundamente em seu ânus.
— Foda-se, sim, muito mais. Sou seu, bebê. Sou seu desde o
momento em que pus os olhos em você. Eu simplesmente não podia... Merda!
— O canal de George apertou-se em torno de James quando inseriu mais dois
dedos para estica-lo, e ele murmurou sua aprovação quando George pôs-se de
joelhos e colocou seu traseiro no ar, para lhe dar melhor acesso. James
continuou a torturá-los, empurrando aqueles dedos dentro e fora bunda de seu
amante.
As bolas de James apertaram e se o seu pau ficasse mais duro, com
certeza, iria quebrar em pedaços. Um rápido olhar sobre o ombro de George
mostrou-lhe que o outro homem estava na mesma situação. Ele parecia
quente e inchado, pronto para explodir, se a quantidade abundante de Pré-
sêmen que constantemente pingava da ponta do pênis de seu amante fosse
uma indicação.
— Por favor, pelo amor de Deus, me fode. Preciso sentir você dentro
de mim, bebê, por favor... — George virou a cabeça, seus lábios encontrando a
boca de James e ele fodeu a boca de James com sua língua, enquanto, sem
dúvida, queria James transando com ele com o seu pau. George empurrou
para o controle apertado que James tinha em seu pau, enquanto se beijavam,
e James saltou quando George recuou, e mordeu o seu lábio inferior.
— Foda-me. Faça-me seu, bebê. Eu quero ser seu.
James rosnou e o sorriso de George iluminou seu rosto.
— Oh, eu pretendo, chefe. Role de costas para mim. — George
completou a tarefa, antes mesmo que tivesse terminado de falar, levantou sua
bunda para fora da cama e cegamente tateou para o pênis de James. O
gemido acompanhado de um silvo de prazer de James quando os dedos numa
missão de George encontraram seu alvo, e bombeou o pênis de James
algumas vezes, em seguida, tentou guiá-lo para dentro de si.
— Foda-se, coloque essa maldita coisa em mim. Eu quero ver seu
rosto quando me foder.
James rasgou a venda dos olhos com uma mão e posicionou-se entre
as pernas abertas de George, agarrou quadril do outro homem, e alinhando
seu pênis com a entrada George.
— Não... — Ele moeu as palavras com os dentes cerrados, enquanto
empurrava a ponta do seu pênis bem lubrificado através do apertado anel de
músculos. Porra, era bem demais.
George praguejou e levantou-se, ajudando o deslizar para dentro o
pênis de James, enquanto deslizava lentamente para o céu. Quando estava tão
fundo dentro do traseiro de George, sua respiração vinha em rajadas em
curtas e foi um esforço para ter quaisquer palavras. George enterrou suas
mãos no cabelo de James e puxou-o para baixo, para beijá-lo. Ambos
assobiaram quando George apertou-se em torno do pau de James, o outro
homem quebrou o beijo e tirou quase todo o caminho para fora, antes que
empurrasse de volta lentamente. Os olhos de George anuviaram, o brilhante
azul, quase preto, quando suas pupilas dilataram em sua excitação e gotas de
suor pontilhavam sua testa quando seus olhares se conectaram.
James forçou um sorriso nos lábios, enquanto montava um ritmo
lento, que iria levá-los a insanidade. O pênis de George atingia o abdômen de
James em cada impulso, e quando descia deixava uma mancha molhada para
trás. Tão perto, tão malditamente perto.
Prazer se construiu em anéis apertados da base de sua espinha, e
suas bolas ficaram apertadas, prontas para ejetar o seu sêmen na bunda de
seu amante, mas não sem George. Queria que gozassem juntos.
— Não te foder. Te amar, estou amando você, chefe. Foda-se, goze
comigo.
Os olhos de George se arregalaram com palavras mal reconhecíveis
de James e, em seguida, os primeiros jorros de seu gozo atingiram o abdômen
de James, quando seu amante se apertou em torno de seu pênis, James
perdeu a luta para evitar o seu orgasmo. Explodiu, roubando-lhe a capacidade
de falar, pensar e respirar, enquanto grunhia seu êxtase e o mundo esmaecia
no prazer requintado atirando de seu membro a cada parte do seu corpo,
enquanto se esvazia completamente no homem que amava.
Vagamente consciente de George gritando seu nome e do sêmen do
outro homem cobrindo os dois, James deixou a sensação ultrapassá-lo e caiu
em cima de George. Com as pernas trêmulas e respiração sob controle, seu
pau deslizou da bunda de George e ele franziu a testa para o estremecer de
George. James rolou fora dele, retirando o preservativo e o jogando no cesto
de lixo, segurando o rosto do homem e procurou em sua expressão. Seu
intimo se agitou com o pensamento de que poderia tê-lo ferido.
— Merda, te machuquei? Tentei ir devagar, mas você é bom pra
caralho, e... O quê?
O coração de James ameaçava explodir para fora do seu peito,
quando George sorriu, sacudiu a cabeça e puxou seu rosto para baixo, para
um beijo.
— Não, você não me machucou, e mesmo se tivesse isso, ainda seria
fantástico, mas... — George se afastou, olhou para si mesmo e sorriu. —
Fizemos uma bagunça e precisamos de outro banho, querido.
James riu e beijou-o de volta. Ele colocou todas as suas emoções no
beijo e tentou ignorar a coisinha na parte de trás de sua mente que lhe disse
que George não tinha dito as palavras para ele ainda. Talvez não tivesse
ouvido no calor do momento. Eram os primeiros dias. Não podia esperar que
devolvesse seus sentimentos. Entretanto, algo em seu pensamento deve ter se
mostrado em seu rosto, quando ele se afastou, porque George franziu a testa.
James forçou um sorriso nos lábios e saiu da cama.
— Vou tomar um banho primeiro, e então vou optar por uma
caminhada. Não sei sobre você, mas estou morrendo com fome, e como o
horário do almoço passou, vamos conseguir algo para comer.
Ele correu para fora da cama, cortando tudo o que George poderia
querer dizer e procurou o refúgio do banheiro.
*****
George observou a poesia em movimento que era a bunda firme de
seu amante desaparecer do quarto, e caiu de costas na cama. Merda, tinha
sido muito intenso e perfeito. Estava na ponta da língua a quase deixou
escapar os seus sentimentos, mas não queria que James pensasse que estava
apenas repetindo o que queria ouvir.
Não, quando dissesse a James que o amava — e merda, o amava —
iria dizer de tal forma que não deixasse nenhuma dúvida na mente de James
que o queria para mais do que apenas sexo. E precisava arrumar a confusão
pesarosa com Adams primeiro. Aquela maldita Felícia seria a sua morte. Muito
em breve, James reapareceu e apontou o polegar por cima do ombro.
— Todo seu chefe. — Seu sorriso não alcançou seus olhos e George
jogou o cuidado para o vento, dizendo às palavras que estavam em seu
cérebro.
— Eu também te amo, James. Merda, não queria dizer isso agora, não
com tudo ainda em aberto, mas não consigo suportar ver você com esse olhar.
James parou de puxar seu jeans no meio de suas pernas e seu queixo
caiu quando olhou para George.
— Você o quê? — Perguntou.
George sorriu, rolou seu corpo para fora da cama, e andando de lado,
deu uma tapa na bunda de James com tanta força que o outro homem teria
caído, se George não o tivesse agarrado pela cintura e o puxado para um
beijo.
Quando soltou seu amante, George estava duro como uma rocha de
novo e James também tinha uma tenda em sua boxer.
— Eu disse que te amo, homem irritante, por isso não há necessidade
dessa expressão de cachorrinho sem dono, que estava em seu rosto quando
saiu do chuveiro.
James o empurrou e puxou sua calça jeans até a cintura. George
sorriu para o problema que James estava tendo para abotoar o jeans.
— Você está me comparando a um cão, George MacKenzie? — James
ergueu as sobrancelhas e cruzou os braços sobre o peito, em aborrecimento
simulado, mas as linhas de riso que plissavam os cantos dos seus olhos, o
amor e a esperança que brilhavam no olhar que estava lançando para George.
— Talvez esteja, e talvez queira que você seja minha pequena cadela,
James. O que diria sobre isso? — Ele perguntou, James sacudiu a cabeça e
desistiu do aborrecimento fingido.
— Eu diria boa sorte com isso. Além disso, pensei que você fosse
minha cadela.
James evitou o soco que George atirou para ele, e enrolou os braços
na cintura de George. Juntos, desembarcaram de volta na cama num
emaranhado de pernas e risadas, e George rolou até que teve James preso
debaixo dele. Flexionou os quadris e James gemeu.
— Então, novamente, se sentir a necessidade de demonstrar, vamos
esquecer o almoço e me mostre.
George jogou a cabeça para trás e riu, antes que ficasse sério e
sorrisse para ele.
— Oh, vou mostrar-lhe bebê, o final de semana inteiro, se me deixar.
James sorriu e foi assim que George soube que tudo ia ficar bem.
Enquanto tivesse James com ele, o resto se arranjaria.
— Soa como um plano muito legal para mim, querido.
Epílogo
Um ano depois
— Pronto, chefe? — James perguntou e seu coração se apertou e
quebrou um pouco, como sempre acontecia quando visitavam o pai de George.
A doença de velho Sr. MacKenzie tinha tomado conta rapidamente e, na
maioria das vezes, o velho não tinha ideia de onde estava ou quem era. Isso
exigiu que fosse movido para um lar de idosos, para garantir sua segurança.
Foi uma mudança que George tinha agonizado durante semanas, e
James perdeu a conta quantas casas tinham olhado, antes que tivesse
finalmente resolvido por aquela. Foi altamente recomendada e, até agora,
George sênior parecia feliz — na medida em que qualquer um podia dizer
alguma coisa sobre suas emoções naqueles dias.
Pelo menos, havia poupado o velho MacKenzie da tempestade de
merda que Felícia Adams havia criado. Quando se tornou evidente que George
não ia mudar de ideia sobre se casar com ela, teve um grande chilique.
Precisou de toda a influência de seu pai para abafar o escândalo resultante,
quando Felícia foi parar nos jornais.
Fora um momento extremamente difícil para George, quando foi, de
fato, tirado do armário, muito antes que estivesse pronto para admitir sua
orientação sexual para todo mundo. Serviu para que James e ele ficassem
mais unidos, mas James estava atordoado quando George lhe pediu em
casamento no dia de Natal. Não tão surpreso quanto Kenna, isso é certo. E
para que se saiba, ela se recuperou admiravelmente rápido e havia se jogado
nos planos de casamento, com uma velocidade assustadora. George tinha
claramente antecipado isto, quando fugiram para a Escócia logo depois, e
aquele Ano Novo os vira trocar alianças como um casal casado. George
mostrou seu lado romântico e desonesto, de fato, e se possível, James o
amava ainda mais por seu planejamento cuidadoso. No final, haviam trocado
os votos sinceros ao lado de Lochan Spling2. Sua cerimônia fora testemunhada
pelo Wicanos3 locais, e um obsceno residente do vilarejo, como o escrivão
apresentou. Raven McAllan era, na verdade, um prolífico escritor de literatura
erótica, e George e ele tiveram alguns momentos de diversão, depois de lerem
alguns livros de seu repertório m/m em particular. Kenna tinha superado seu
mau humor por não ter sido convidada para o casamento, quando George se
sentou com ela, uma vez em casa, e explicou-o assim: “Kenna, eu te amo
como uma irmã, mas era meu dia e de James, e nenhum de nós queria uma
grande confusão. Não parecia certo ter você lá sem o meu pai, e ele está
muito doente para comparecer, mesmo que aprovasse, o que duvido”.
A voz de George tinha rachado nessas palavras e Kenna irrompeu em
lágrimas, e todos haviam sido perdoados, especialmente quando James e
George tinham permitido que ela planejasse uma grande festa em sua honra.
Ter a cerimônia apenas entre os dois foi perfeito e não houve
nenhuma chance de qualquer coisa estragar o seu dia.
— Ei, deve ser eu o irritadiço, querido. Quase posso ver as
2 Lago cercado por floresta, perto de Aberfoyle, Escócia. 3 Seguidor da religião Wicca, neopagã influenciada por crenças pré-cristãs e práticas da Europa ocidental, que afirma a existência do poder sobrenatural (como a magia) e os princípios físicos e espirituais masculinos e femininos que interagem com a natureza.
engrenagens girando em sua cabeça. — A voz profunda de George puxou
James para fora de seu monólogo interior, e sorriu para o outro homem. — O
que está acontecendo nessa sua cabeça? — Perguntou George.
— Oh, não muito, só pensando em nosso casamento e em quão
perfeito foi.
A estatura tensa de George visivelmente relaxou e puxou James para
um beijo. O que começou como um mero roçar de lábios um contra o outro
logo se transformou num apaixonado, quando James aprofundou o beijo, até
que um alto e repetido pigarro feminino fez com que se separassem.
James sorriu para a jovem enfermeira que estava na frente deles,
que parecia quase tão nervosa quanto seu novo marido. Um rubor manchava
as maçãs do rosto perfeito de George e James escondeu sua diversão. George
poderia corar na queda de um chapéu, o que era uma de suas características
mais cativantes. A jovem Amélia, de acordo com o seu crachá, claramente
também pensava assim, quando olhou para George e bateu os cílios. James riu
quando George percebeu as tentativas flagrantes da mulher na paquera,
sacudiu a cabeça e levantou a mão esquerda. A ampla aliança de casamento
de platina combinando com a de James, e Amélia teve o bom senso de deixar
cair seu olhar.
— Podemos ajudá-la com algo, Amélia? — James perguntou e ela
brevemente o olhou, então se dirigiu a George.
— Sim, bem, a supervisora gostaria de ver o Sr. MacKenzie em seu
escritório para discutir o plano de cuidados do Sr. MacKenzie Sênior. Tivemos
que fazer alguns ajustes, ela gostaria de alar sobre...
— Que tipo de ajustes? Por que fui informado sobre isso antes? —
Agora o tenso e preocupado George estava de volta, e James colocou a mão
sobre a boca de George para interromper o discurso.
— Respire, chefe, tenho certeza que a supervisora vai explicar tudo
isso, e isso não pode ser qualquer coisa ruim, ou já teria lhe telefonado, certo,
Amélia?
Ele olhou para a jovem e ela concordou.
— Sim, com certeza, é apenas, você deve... Bem, é uma questão de
finanças, e outras coisas...
Ela deu um passo para trás quando George praguejou.
— Sempre se resume a porra do dinheiro, não é? Onde está o meu
pai agora?
Amélia piscou e fez um gesto para o jardim.
— Em seu lugar preferido, junto à lagoa, senhor. Ele queria ser
deixado sozinho, mas estamos o observando de longe.
Com certeza, James podia ver a figura do pai de George, sentado em
sua cadeira de rodas, olhando para o espaço. Um enfermeiro corpulento
pairava por perto, já que MacKenzie Sênior estava propenso a explosões
violentas, às vezes.
— Vai, resolve isso. Vou sentar com ele. — Disse James, e George o
puxou para um abraço. O desespero por trás dele não foi perdido, e ele
empurrou seu marido longe suavemente com uma mão e murmurou: — Eu te
amo. Vá resolver a papelada, eu tenho isso.
Ele observou George desaparecer no edifício por um momento foi
lentamente em direção à lagoa. Era um belo local e podia ver porque o velho
MacKenzie gostava de sentar ali. O salgueiro pairava sobre a lagoa, seus
ramos se agitavam suavemente na brisa, e criavam ondulações na água onde
tocavam. Peixes vinham até a superfície periodicamente, iludidos, pensando
que comida estava a caminho. Era o lugar perfeito para se sentar e pensar, ou
apenas deixar o mundo passar por você. O velho MacKenzie fora um pescador
afiado em seu auge, e a paisagem deveria lembrá-lo desses momentos,
mesmo que não tivesse nenhuma memória consciente.
James acenou para o enfermeiro, e depois deu um passo ao redor de
George sênior para sentar-se no banco ao lado dele.
— O que? Quem está aí? — As palavras do homem frágil pegaram
James de surpresa, como fez a claridade nos olhos do velho quando olhou
diretamente para ele.
— Sou eu, James.
— Ah, você não deveria estar no trabalho, rapaz? Esse é o problema
com a juventude de hoje, sempre faltando o trabalho. George é muito brando.
Eu disse-lhe isso inúmeras vezes. Onde ele está afinal? Também faltou?
O pai de George soou como seu próprio eu, de tal maneira que James
teve que piscar para evitar as lágrimas e olhou de volta para o edifício,
ansiosamente esperando que George reaparecesse. Momentos como aquele
eram preciosos. Mais frequentemente do que não o velho MacKenzie nem
sequer reconhecia seu filho, muito menos reconhecia James. E havia os
momentos em que pensou que James era seu filho.
Extremamente doloroso para George para testemunhar.
— Ele está falando com a senhora responsável. — James finalmente
disse, e estendeu a mão para dobrar o cobertor mais apertado ao redor das
pernas do velho. Ele mandou-o embora com um murmúrio irritado, apenas
para pegar a mão de James quando pareceu notar o anel de casamento em
seu dedo.
— Alguém fez um de você homem honesto, afinal? — Ele perguntou,
James estremeceu e tentou puxar a mão do aperto do velho, mas George
sênior teve um surpreendentemente forte aperto em sua mão.
— Eu não diria isso exatamente, mas me casei, sim. — Disse James.
George sênior olhou para ele por um longo tempo e depois sorriu.
— A melhor coisa que já fiz, foi me casar com a mãe de George. Foi o
dia de maior orgulho da minha vida, e quando o menino veio, eu estava tão
feliz. Tentamos mais, mas, infelizmente, nunca aconteceu. — A ingestão aguda
de ar de George alertou James da presença de seu marido e olhou por cima da
cabeça do seu sogro, não surpreso ao ver as lágrimas nos olhos de George.
— Não importa, no entanto. — O pai de George continuou. —
Derramamos todo o nosso amor em nosso menino. Mathilde estava tão
orgulhosa quando ele se juntou ao exército. Orgulhosa e preocupada, e, é
claro, que ela já estava doente, mas não disse a ele. Não queria que eu
dissesse, porque conhecia o nosso menino, ele não teria se juntado ao
exercito, e isso foi à estrutura dele. Sempre fomos orgulhosos dele, sua mãe e
eu, e sei que ela teria te amado.
James piscou surpreso e George finalmente deu a volta e na linha de
visão de seu pai.
— Claro que ele nunca poderia esconder nada de sua mãe. Ela sabia.
— O velho calou-se e lançou James. — Eu não queria acreditar, é claro.
George se aproximou e pegou a mão de James.
— Ela sabia do quê, pai? — George perguntou, com a sua voz cheia
de emoção.
George sênior suspirou e pareceu escorregar de volta para si mesmo,
antes que sacudisse a cabeça e agarrou ambas as mãos nas dele.
— Você escolheu bem, filho. Cuidem um do outro. O amor é uma
coisa preciosa.
James respirou fundo, com medo de interromper o momento, mas o
velho já estava desaparecendo. A luz em seus olhos esmaeceu até que
pareceu confuso, soltou as mãos e olhou para a distância.
Ambos tomaram uma mão frágil cada um, até que se tornou muito
frio para ficar sentado ali, e sua enfermeira virou-o de volta para dentro.
George olhou atrás dele e nem sequer tentou esconder as lágrimas
desta vez.
— O que a supervisora disse? — Perguntou James e George arrancou
seu olhar para longe da forma recuando de seu pai, e sorriu em meio às
lágrimas.
— Que não há mais nada que possam fazer por ele além de monitorar
seus sintomas e mantê-lo seguro. Não esperam que viva por muito mais
tempo. Em um de seus raros lampejos de discernimento, ele assinou uma
Ordem de Não Ressuscitação.
— Jesus Cristo! — James passou a mão pelo cabelo. Aquilo era tão o
velho George sênior. É claro que ele não gostaria de ser ressuscitado. Quem
iria escolher viver assim?
— Sim, mas ele estava lúcido e totalmente dentro de seus direitos, e
ela achou que eu não gostaria de ouvir esta notícia por telefone. Temo que a
tenha xingado, então vim aqui e o encontro falando com você assim. Cara, eu
daria qualquer coisa para ter mais disso.
A voz de George quebrou e James o puxou para um abraço. Ele não
tinha certeza de quem precisava mais, ele ou George.
— Eu sei, amor. Eu sei. — James murmurou as palavras no pescoço
de George e depois se afastou para estudar a expressão de George. — Você
sabia que ele sabia sobre você... Sobre nós, todo esse tempo?
George passou a mão pelo cabelo e riu.
— Eu não tinha ideia, mas, então, era tudo sobre ele. Sempre tinha
que ter a última palavra, o velho pateta.
— Eu sei, chefe, eu sei, mas, neste caso, concordo com suas últimas
palavras.
George riu e eles as repetiram em uníssono.
— O amor é uma coisa preciosa.
Fim
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