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Reportagem fotografica sobre a comunicacao atraves da Lingua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Fotos e texto: Geshica Rodrigues Bernardo
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Em Mato Grosso do Sul existem aproxi-
madamente 2 mil surdos que residem no esta-
do, resume-se em pequenos grupos, extrema-
mente unidos, que podemos encontrar nas ruas,
terminais, praças, shoppings, escolas ou em
qualquer outro lugar comunicando-se com as
mãos, através da Libras, que é sua língua mãe.
Elaine Aparecida de Oliveira, 32 anos, que
é surda, afirma que ainda há discriminação e
preconceito com as pessoas que não ouvem e
as dificuldades são inúmeras. Relata um exem-
plo, “é difícil explicar para um médico o que você
sente, eles não entendem, ficam confusos, e
acabam não dando atenção ao problema, sem-
pre que preciso ir ao médico levo um intérprete
comigo, assim ele traduz o que eu digo”.
A Língua Brasileira de Sinais -Libras é uma linguagem compostade sinais emitidos através dasmãos seguidos por expressõesfaciais e corporais, no qual chama-mos de sistemas simbólicos visu-ais, que dão sentido à comunica-ção e fortalecimento dos discursossurdos.
Essa língua não é universal,sendo assim cada país possui asua, dos quais seguem com a mes-ma perspectiva.
SURDOS COMUNICAM-SESURDOS COMUNICAM-SESURDOS COMUNICAM-SESURDOS COMUNICAM-SESURDOS COMUNICAM-SEATRAVÉS DA LIBRASATRAVÉS DA LIBRASATRAVÉS DA LIBRASATRAVÉS DA LIBRASATRAVÉS DA LIBRASSURDOS COMUNICAM-SESURDOS COMUNICAM-SESURDOS COMUNICAM-SESURDOS COMUNICAM-SESURDOS COMUNICAM-SEATRAVÉS DA LIBRASATRAVÉS DA LIBRASATRAVÉS DA LIBRASATRAVÉS DA LIBRASATRAVÉS DA LIBRAS
LIBRASLIBRASLIBRASLIBRASLIBRASLIBRASLIBRASLIBRASLIBRASLIBRAS
Ouvinte (à esquerda) e Surdo em um único contexto: libras.
LIBRASLIBRASLIBRASLIBRASLIBRASEM CONTEXTOEM CONTEXTOEM CONTEXTOEM CONTEXTOEM CONTEXTOEM CONTEXTOEM CONTEXTOEM CONTEXTOEM CONTEXTOEM CONTEXTOLIBRASLIBRASLIBRASLIBRASLIBRAS
Todos os sábados, na escola estadual Ma-
estro Frederico Lierbermann, vários surdos e ou-
vintes se reúnem para bater uma bola, para eles a
comunicação não é um problema, pois todos ali
sabem libras. Juliano Ricardo Lovo, 24 anos, ou-
vinte, relata que “é divertido, apesar do silêncio a
bola não para de rolar e o jogo segue em frente”.
Ricardo de Aquino, 37 anos, surdo, vem sem-
pre na escola jogar e conta que “Sempre trago meus
filhos e sobrinhos para jogar, e é difícil se comuni-
car com pessoas que não sabem libras, por isso
tentamos interagir com aqueles que sabem”
Seguindo uma série de sinais, Fábio Oliveira
de Aquino, 7 anos, consegue se comunicar com
sua mãe surda, Maurícia Oliveira de Aquino, 39
anos, como muita facilidade, ele diz: “aprendi Li-
Mauricia, conversa com seu filho caçula, Fábio, que aprendeu desde bebê a libras, por causa de seus pais su
bras desde bebê, acho ela muito legal, meus pais
me ensinaram e meus irmão também aprenderam
com eles”.
Maurícia faz questão de acompanhar seu es-
poso, que também é surdo, e seus três filhos, ou-
vintes, aos jogos de sábado. Casada há treze anos
conta que conheceu seu marido ainda criança quan-
do estudavam no CEADA, exclusivamente especi-
alizada para surdos, surdocegos e outros compro-
metimentos relacionado a surdez, os dois concluí-
ram o ensino médio em escola regular, pois a es-
surdos.
cola especializada oferece somente nível funda-
mental. “Eu terminei meus estudos há dois anos,
antes não existiam intérpretes nas escolas normais
era muito difícil, agora a realidade vem mudando,
conheço muitos que já estão trabalhando”.
”
Ricardo conversando sobre o jogo com seu amigo que também é surdo.
Não existiam intérpretesnas escolas normais eramuito difícil, agora arealidade vem mudando.
“
(Mauricia)
PROFISSÃO INTÉRPRETEPROFISSÃO INTÉRPRETEPROFISSÃO INTÉRPRETEPROFISSÃO INTÉRPRETEPROFISSÃO INTÉRPRETEPROFISSÃO INTÉRPRETEPROFISSÃO INTÉRPRETEPROFISSÃO INTÉRPRETEPROFISSÃO INTÉRPRETEPROFISSÃO INTÉRPRETEIntérprete de Libras é uma
profissão que se baseia na tra-
dução da Língua Portuguesa
para os surdos. Renata Rojas
Sodré, 24 anos, intérprete na
Escola Estadual Profª. Maria de
Lourdes Toledo Areias revela
que a convivência com os sur-
dos traz sempre uma novida-
de, “entrei em um mundo novo,
vivo em um constante aprendi-
zado, eles nos ensina muito”.
Os alunos que não ouvem
são inclusos nas salas de au-
las normais, não há distinção, todos são avalia-
dos da mesma forma. A aluna do 3° ano do
ensino médio, Isabela de Souza Gonçalves, 17
anos, conta que nasceu surda e aprendeu a Li-
bras aos 12 anos, “tudo ficou mais fácil, essa
língua me ajudou muito, criei uma nova identi-
dade, antes eu só fazia leitura labial, era difícil
de me comunicar e aprender as matérias.”
CAS oferece curso deLibras gratuito
CAS oferece curso deLibras gratuito
O Centro de Capacitação de
Profissionais da Educação e de Aten-
dimento às Pessoas com Surdez
(CAS) oferece curso de Libras gratui-
to com duração de três anos. As au-
las acontecem duas vezes na sema-
na na escola estadual Zamenhof ou
aos sábados nas escolas estaduais
General Malan e Adventor Divino de Almeida.
Os professores, 22 surdos instrutores, ministram
aulas na capital e também interior.
Elaine Aparecida de Oliveira, surda, coor-
denadora do curso de libras do CAS, explica
que “esses alunos saem aptos para serem in-
térpretes, mas é necessário que tenham a ca-
pacidade de transmitir a importância que essa
língua traz consigo”.
O instrutor Ramon Peres Miguel, 22 anos,
explica que para os surdos a Libras é a língua
mãe e o português é secundário. “A sociedade
tem que entender que Libras é diferente da lín-
gua portuguesa, por isso muitas vezes os sur-
dos não entendem o que os ouvintes escrevem”.
Para maiores informações, o interessado
pode ligar diretamente no CAS nos telefones
(67) 3314-1273/1274.
Ramon ensina diversos sinais para estudantes ouvintes.
Renata interpretando atividade de matemática para Isabela.
Texto e Fotos: Géshica Rodrigues
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