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SUSTENTABILIDADE: UM
DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Luciana Rosa Leite (UFSC)
lucianaleite@floripa.com.br
Christiane de Lima Correa Silva (UFSC)
chriss_lima@yahoo.com.br
Emílio de Araújo Menezes (UFSC)
menezes@deps.ufsc.br
Diante do aprofundamento da crise ambiental e assim da inevitável
tendência das empresas em incorporarem práticas sustentáveis como
importante diferencial competitivo, objetivou-se com o presente
trabalho desenvolver um plano de ação com prráticas sustentáveis
para Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Apesar de fundamentais ao
desenvolvimento sustentável, dada a sua grande flexibilidade se
comparadas a grandes organizações, é indiscutível a sua dificuldade
de acesso a informações. Buscando suprir essa lacuna, o presente
artigo propõe ações na forma de checklist, uma metodologia simples e
adequada à realidade das MPEs. Visando futura aplicação prática,
focalizou-se o trabalho no setor varejista de alimentos orgânicos na
cidade de Florianópolis e, a partir de entrevistas semi-estruturadas,
procurou-se propor ações que gerassem impacto nos itens listados por
seus proprietários como diferenciais competitivos da empresa.
Palavras-chaves: Desenvolvimento sustentável, diferencial
competitivo, Micro e Pequenas Empresas (MPE)
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão.
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
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Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
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1. Introdução
Duas principais tendências destacam-se no cenário econômico mundial. De um lado verifica-
se a fusão de empresas que se transformam em grandes conglomerados produtivos com
atuação em muitos países do mundo. De outro, a criação de organizações menores, mais
enxutas, flexíveis, criativas e inovadoras é crescente e aparece como alternativa para o
desenvolvimento principalmente da economia interna dos países (CAMILOTTI, 2001). De
fato, micros, pequenas e médias empresas representam a maior parte da atividade industrial da
maioria das economias.
No Brasil, os números confirmam essa tendência, pois segundo o SEBRAE-SP (2006),
existem 5,1 milhões de empresas e 98% destas são micro e pequenas empresas (MPEs). A
competitividade crescente no plano econômico mundial, consequência do processo de
globalização, a necessidade de regionalização dos sistemas produtivos e a descentralização
política alcançada com a criação de MPEs foram alguns dos fatores essenciais para alavancar
os expressivos dados deste setor (GOMES, 2005).
Junta-se a este quadro a questão sócio-ambiental, que tem guiado as atividades empresariais e
exigido constante adaptação dos processos produtivos. A administração dos negócios aliando
princípios sustentáveis, mediante a aplicação de práticas gerenciais alicerçadas nos conceitos
e fundamentos de estratégia, organização, inovação tecnológica e marketing, é considerada
como oportunidade por muitos empresários (ALMEIDA; KRUGLIANSKAS; GUIMARÃES,
2008). Em especial, neste sentido as MPEs apresentam benefícios incrementais quando
comparadas a grandes companhias (BETTLEY; BURNLEY, 2008).
De acordo com os autores supracitados, as MPEs têm vantagens quando o foco é o
desenvolvimento sustentável de uma região, pois são mais flexíveis e de fácil adaptação às
condições locais, têm maior especificidade e produzem com maior qualidade, além de
integrarem estratégias ambientais com objetivos sociais de maneira mais eficiente.
Desta forma, estratégias empresariais aliadas à sustentabilidade tornam-se elementos
importantes nas definições dos rumos dos negócios em grandes ou pequenas empresas. A
incorporação de modelos sustentáveis de ação passa a ser visto como um diferencial capaz de
gerar vantagens competitivas (FERRO; BONACELLI; ASSAD, 2006).
Considerando o papel fundamental que as MPEs desempenham na economia nacional, sua
dificuldade de acesso a informações e a importância no desenvolvimento sustentável de sua
respectiva comunidade, este trabalho pretende construir um plano de ação com práticas
sustentáveis destinado a MPEs, mais especificamente ao setor varejista de alimentos
orgânicos. Assim, este trabalho busca uma ferramenta prática de aplicação da sustentabilidade
como diferencial competitivo da empresa. Buscou-se integrar os princípios e práticas do
desenvolvimento sustentável aos negócios, e desta forma conciliar as dimensões econômica,
social e ambiental da sustentabilidade às características gerais de MPEs.
2. Suporte Teórico
2.1. Desenvolvimento Sustentável - a sustentabilidade como principal característica
No final do século XX, a preocupação com questões ambientais conduziu a um novo conceito
- o de desenvolvimento sustentável. O aprofundamento da crise ambiental, juntamente com a
reflexão sistemática sobre a influência da sociedade no processo de crescimento econômico,
são alguns dos fatores essenciais que provocaram esta mudança. O desenvolvimento
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sustentável alcançou destaque a partir da década de 1990, tornando-se um dos termos mais
utilizados para definir o novo modelo de desenvolvimento.
Definido pela ONU (Organizações das Nações Unidas), em 1987, desenvolvimento
sustentável é aquele que “atende as necessidades das gerações presentes sem comprometer a
capacidade das gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades” (BRUNDTLAND,
1987). Além disso, Brundtland conceitua o desenvolvimento sustentável em termos de quatro
estratégias inter-relacionadas: gestão dos impactos das populações sobre os ecossistemas,
garantia da segurança alimentar mundial, gestão dos recursos naturais e criação de economias
sustentáveis. Apesar de estar mundialmente conhecido, este conceito pouco elucida a
realidade do desenvolvimento apresentado atualmente na maioria dos territórios.
A confusão em torno dos conceitos de „desenvolvimento sustentável‟ e „sustentabilidade‟
conduz autores a classificá-los como conceitos “ambíguos e carregados de significado
político”, especialmente quando inseridos em discursos empresariais (FUNK, 2003), ou ainda
como “conceitos altamente elásticos” (FIG, 2005). Banerjee (2008) afirma que a
sustentabilidade assume diferentes significados para diferentes pessoas. Esta falta de
entendimento entre os discursos é uma das razões que impede o avanço das discussões e o
desenvolvimento de metodologias eficazes (GARGIONI, 2009) que garantam o
desenvolvimento de maneira verdadeiramente sustentável.
Segundo Sachs (1995), ao planejar o desenvolvimento sustentável, deve-se considerar
simultaneamente cinco dimensões de sustentabilidade: Sustentabilidade Social, baseada na
equidade social; Sustentabilidade Econômica, sustentada através da alocação e gestão mais
eficientes dos recursos e de um fluxo regular do investimento público e privado;
Sustentabilidade Ecológica, evidenciada pela redução de danos aos sistemas de sustentação
da vida, norteadores das ações; Sustentabilidade Espacial: voltada a uma configuração rural-
urbana mais equilibrada, bem como uma melhor distribuição territorial; e Sustentabilidade
Cultural, que, por sua vez, se baseia na busca por raízes endógenas de processos de
modernização e de sistemas agrícolas integrados.
Já Elkington (1999) apresenta um conceito mais conciso se comparado ao anterior, em que o
desenvolvimento sustentável está assentado no chamado tripple bottom line, isto é, os três
pilares básicos da sustentabilidade: crescimento econômico, equidade social e equilíbrio
ecológico.
De acordo com Gladwin, Kennelly e Krause (1995), o debate sobre o significado de
desenvolvimento sustentável vai continuar, e ainda deve se prolongar por um longo período
de tempo, e qualquer que seja o conceito adotado, ele será apenas um entre tantos outros
oferecidos no momento em questão.
A operacionalização do conceito de desenvolvimento sustentável não será dada somente por
meio de uma ciência econômica ou tecnologias mais adequadas, nem pela inclusão de
preocupações ambientais nos projetos de investimento. “Seu verdadeiro significado será
derivado apenas por meio de esforços sistemáticos para a consolidação de uma sociedade
mais estável, racional e harmoniosa, baseada em princípios de equidade e de justiça nas
relações entre as pessoas, tanto dentro de cada sociedade, como a um nível global”
(RATTNER, 1992, p.20).
Portanto, desenvolvimento sustentável constitui um conceito já incorporado ao discurso
comum, com muitos defensores e críticos e, certamente, um tema sobre o qual não há
completo entendimento e acordo. Neste artigo, como conceito de desenvolvimento
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sustentável, será adotado o descrito por Elkington (1999), em que se busca um
desenvolvimento economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.
2.2. A sustentabilidade como diferencial competitivo
Segundo Porter (1990), a vantagem competitiva surge, fundamentalmente, da capacidade de
criação de um valor superior de uma empresa perante seus consumidores. O valor é aquilo
que os compradores estão dispostos a pagar. Já o valor superior provém, seja da oferta de
preços mais baixos do que os da concorrência por benefícios equivalentes, seja do
fornecimento de benefícios singulares que compensariam assim um preço mais elevado.
Portanto, Porter (1990) apresenta dois tipos básicos de fontes de vantagem competitiva: a
liderança em custos e a diferenciação.
As vantagens competitivas advindas da liderança em custos provêm, basicamente, de
economias em escala, de um melhor gerenciamento da capacidade de produção, assim como
de uma maior eficiência no design do produto, no processo de compras de matérias-primas e
no processo tecnológico. Já a vantagem competitiva gerada pela diferenciação está
relacionada a aspectos tangíveis e intangíveis. Aspectos tangíveis referem-se a características
facilmente observáveis de produtos e serviços, seu desempenho e, eventualmente, produtos e
serviços complementares associados. Aspectos intangíveis incluem considerações sociais,
emocionais, psicológicas e estéticas presentes no momento de escolha do produto ou serviço
pelo consumidor (MEDINA-MUÑOZ; GARCÍA-FALCÓN, 1998).
Uma vantagem competitiva sustentável é o resultado de uma capacidade de diferenciação
devida em grande parte à influência de recursos intangíveis e à reputação da empresa, sendo
estes consideravelmente mais difíceis de serem substituídos ou imitados pelos concorrentes se
comparados aos aspectos tangíveis (PETIICK et al., 1999).
Nos últimos anos, tem havido muitos debates entre os pesquisadores e profissionais de gestão
sobre a relação entre o desenvolvimento sustentável e competitividade. A opinião
predominante é que metas de negócios e sustentabilidade parecem irremediavelmente
inconciliáveis, já que a sustentabilidade pode implicar em custos adicionais para as empresas
(por exemplo, os investimentos para a prevenção de impactos ecológicos negativos) e perda
de competitividade (MEDINA-MUÑOZ; GARCÍA-FALCÓN, 1998).
No entanto, pode-se fazer uma analogia entre a sustentabilidade como diferencial competitivo
nos dias de hoje e a qualidade a partir da década de 70. Como afirma Pauli (1996, pg. 113), a
qualidade também foi considerada no começo como um custo e a indústria não aceitava
mudar repentinamente, passando a fabricar produtos de qualidade inquestionável e defeitos
nulos. No entanto, não custou muito e a qualidade perfeita tornou-se uma inquestionável
ferramenta competitiva, sendo considerada, nos dias de hoje, como pré-requisito para que uma
empresa entre no mercado.
Assim, entende-se que a incorporação do desenvolvimento sustentável empresarial às
estratégias da empresa constitui um fator crucial para que possa efetivamente manter sua
posição no mercado, desenvolver novas vantagens competitivas e criar uma boa reputação
perante seus stakeholders. Ainda segundo Pauli (1996, p. 68), as empresas que entenderem tal
mudança serão as triunfadoras do futuro, aquelas que negligenciarem essa postura, serão os
“dinossauros de amanhã”.
2.3. Micro e Pequenas Empresas
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No Brasil, MPEs empresas constituem o setor de atividade que absorve a maior parte do
empresariado nacional. A formação dessas empresas proporciona oportunidades para que as
iniciativas individuais e a capacidade empreendedora se desenvolvam, além de contribuir para
a geração de novos empregos e para a absorção da mão-de-obra qualificada ou não-
qualificada que está se tornando desnecessária às grandes indústrias (CAMILOTTI, 2001).
Segundo o SEBRAE-SP, no país existem 5,1 milhões de empresas e, deste total, 98% são
micro e pequenas empresas (MPEs).
Durante a pesquisa bibliográfica, buscou-se avaliar o atual panorama em que micro e
pequenas empresas encontram-se inseridas. A melhor caracterização encontrada foi a descrita
pelo IBGE (2001), cujas principais características estão apresentadas na Tabela 1:
Características Gerais de Micro e Pequenas Empresas
- Baixa intensidade de capital;
- Forte presença de proprietários, sócios e membros da família como mão-de-obra
ocupada na empresa;
- Poder decisório centralizado;
- Estreito vínculo entre proprietário e empresa, principalmente em termos contábeis
e financeiros;
- Registros contábeis pouco adequados;
- Contratação direta de mão-de-obra;
- Utilização de mão-de-obra não qualificada ou semi qualificada;
- Baixo investimento em inovação tecnológica;
- Maior dificuldade de acesso a financiamentos;
- Relação de complementaridade e subordinação com empresas de grande porte.
Fonte: Adaptado de IBGE (2001).
Tabela 1 – Características Gerais das MPEs
Se a sociedade está caminhando para se tornar sustentável, mais atenção deve ser dirigida às
pequenas empresas, eis que o seu impacto, numa base coletiva, à sociedade e ao ambiente é
semelhante ao de grandes corporações (MAKOWER, 2006).
Enquanto grandes empresas tendem a criar estruturas mais hierárquicas e formais, a falta de
organização formal presente nas MPEs permite ao gestor minimizar a delegação de tarefas e
exercer maior influência no comportamento estratégico da empresa, permitindo-lhes reagir
mais rapidamente às mudanças no ambiente empresarial. Este contexto contrasta
substancialmente com os procedimentos formalizados em organizações de grande porte.
Gonçalves e Koprowski (1996) afirmam que, além de resposta rápida às oportunidades,
ameaças e demandas surgidas no ambiente, elas possuem flexibilidade de adequação à
tecnologia, qualidade e redução de custos.
Assim, as MPEs têm notória vantagem sobre as grandes organizações no que diz respeito à
sustentabilidade - a sua pequena dimensão as tornam capazes de reagir mais rapidamente às
mudanças no ambiente empresarial. Além disso, elas são vitais às comunidades em que se
encontram inseridas, uma vez que o sucesso do negócio está intrinsecamente ligado ao
desenvolvimento da comunidade.
Todavia, MPEs correspondem normalmente a um setor subutilizado para a divulgação da
sustentabilidade dentro das comunidades. De fato, é notória a falta de informação e, mais
especificamente, de ferramentas orientadas às MPEs de modo a ajudá-las a agir
estrategicamente rumo à sustentabilidade (OROZCO, McELROY, SIMARD, 2008).
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Essa falta de informação sobre os benefícios é constatada em Condon (2004) que ressalta que,
embora a problemática da sustentabilidade deva ser uma das mais importantes considerações
nos negócios das MPEs, infelizmente, muitos de seus gestores ainda desconhecem conceitos
ambientais fundamentais. Além disso, muitos deles acreditam que a implementação de uma
legislação ambiental mais efetiva aumentaria os custos e encargos, e que, dificilmente novas
oportunidades de negócios poderiam ser criadas.
No Brasil, o cenário não é diferente para as MPEs, a adequação ambiental tem sido vista
como determinante no aumento dos custos de produção, além de ocasionar uma série de
dificuldades na produção, na assimilação e difusão de informação, bem como no
desenvolvimento de conceitos e instrumentos que auxiliem no controle e no monitoramento
ambiental (SEBRAE, 2005; COSTA, 2006).
Além disso, não se pode descartar que a incorporação de práticas sustentáveis requer uma
conscientização e um comprometimento acerca desta problemática de forma coletiva, isto é,
necessita-se do engajamento de todos os stakeholders para que a sustentabilidade vigore de
fato na cultura da empresa. E esse processo muitas vezes exige uma criação e educação
direcionadas a uma cultura sustentável coletiva.
Ainda que todos esses desafios perdurem, entende-se que as MPEs que se lançarem em
direção ao desenvolvimento sustentável terão uma nova perspectiva dos negócios e da
sociedade como um todo. Não obstante, as MPEs que compreenderem os benefícios da
incorporação de práticas sustentáveis aos seus negócios, passarão a serem vistas por seus
consumidores, investidores e empresários, respectivamente, como entidades mais éticas, que
apresentam um menor risco de investimento e que oferecem novas oportunidades. Portanto, a
adoção de práticas mais sustentáveis pode contribuir para: desenvolvimento de novos
mercados, fidelização de clientes, consolidação da marca, abertura a novos capitais, pró-
atividade e inovação.
3. Suporte Prático
As MPEs têm dificuldades em se adequarem aos modelos de gestão ambiental propostos na
literatura principalmente por dois motivos: a falta de informações sobre sustentabilidade
dentro do universo organizacional onde atuam e, quando existem, as vantagens comerciais
não são expostas de maneira clara (FRESNER, 2004).
Este artigo procurou primeiramente identificar quais eram os aspectos mais importantes no
processo produtivo das MPEs, para em seguida elaborar um plano de ação direcionado a estes
fatores. Os dados foram levantados por meio de pesquisa bibliográfica, entrevistas semi-
estruturadas diretamente com proprietários de MPEs e coleta de informações em instituições
de apoio a MPEs na cidade de Florianópolis.
As entrevistas foram realizadas no mês de maio de 2008. Dez MPEs do setor varejista
especializadas em produtos naturais foram selecionadas, mas apenas cinco concordaram em
participar do projeto. As entrevistas seguiram um roteiro pré-estabelecido que procurava
compreender melhor questões relativas aos clientes, fornecedores, colaboradores e
concorrentes.
A atividade de varejo, dentro do contexto de serviços, tem crescido em importância e poder de
negociação. Avanços neste setor têm auxiliado de forma significativa profissionais durante
sua atuação no mercado. A rápida disseminação e reprodução das informações,
principalmente com relação aos processos e inovações, tornam o cenário cada vez mais
competitivo, exigindo atenção permanente dos executivos (ZEN, 2005).
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Como forma de homogeneizar os itens que dariam suporte a criação do plano de ações, foram
utilizadas para este trabalho apenas lojas de varejo especializadas em produtos naturais. Esta
linha de produto foi selecionada por apresentar expressivo crescimento no mercado e forte
tendência de aumento no número de consumidores que buscam melhor qualidade de vida e se
preocupam com sua saúde (ICEPA, 2003).
Desta forma, incorporar itens que diferenciem as atividades da empresa é essencial para a
sobrevivência da mesma no cenário atual. Para tanto, diversos modelos de gestão ambiental já
estão disponibilizados na literatura, porém poucos têm focado a atuação das MPEs.
Portanto, este trabalho é de caráter exploratório e de natureza qualitativa, sendo utilizadas as
ferramentas de pesquisa bibliográfica e entrevistas semi-estruturadas com proprietários de
MPEs como forma de coletar os dados de interesse (PACHECO JR, PEREIRA, PEREIRA
FILHO, 2007). A partir dos dados pesquisados, um plano de ações de práticas voltadas para a
sustentabilidade para MPEs foi elaborado, sendo que alguns pontos foram discutidos de
maneira mais específica para MPEs de varejo.
Assim como fizeram Borges e Rutkowski (2007), o presente artigo apresenta primeiro um
modelo geral organizado em etapas e com atividades específicas para cada período.
Posteriormente, a partir dos dados coletados e observados nas MPEs visitadas, é proposto um
plano como ferramenta para implementar as práticas sustentáveis em MPEs de varejo.
Conforme citam Borges e Rutkowski (2008), a ferramenta de checklist irá implementar o
plano proposto de maneira interativa na empresa de modo a valorizar o capital humano, o
conhecimento e a consolidação de habilidades, considerados por Robins e Trisoglio (1992)
como procedimentos essenciais à mudança do gerenciamento e da atitude dos funcionários
rumo ao desenvolvimento sustentável.
4. Resultados e Discussão
A partir da pesquisa bibliográfica e das entrevistas realizadas, algumas características das
MPEs foram consideradas importantes no desenvolvimento de um plano de atuação voltado
para a sustentabilidade, conforme apresenta a Tabela 2.
Características Gerais MPEs
- Baixa capacidade de investimento;
- Presença do proprietário como mão-de-obra da empresa;
- Poder decisório centralizado no proprietário;
- Contratação direta de mão-de-obra;
- Utilização de mão-de-obra pouco qualificada;
- Restrição de mão-de-obra: muitas atividades para poucos funcionários;
- Espaço físico restrito;
- Preocupação com qualidade: produtos e atendimento.
Fonte: Dados de Pesquisa.
Tabela 2 – Características das MPEs consideradas na elaboração do plano de ação.
Assim, um plano de ação direcionado a MPEs deve ser de baixo custo e simples aplicação.
Desta forma, propõe-se um modelo geral para a construção de qualquer plano de ação. Este
processo possui quatro etapas: levantamento, planejamento, aplicação e avaliação. A Figura 1
apresenta a estrutura proposta assim como as atividades que devem ser desenvolvidas em cada
uma das etapas.
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Fonte: Dados de Pesquisa
Figura 1 – Modelo geral para estruturação de um plano de ação.
4.1 Plano de Ação de Práticas Sustentáveis em MPEs de varejo
O setor de varejo, dentro do contexto de serviços, apresenta processos de produção com
algumas singularidades, principalmente em decorrência do fato que os clientes participam
diretamente do processo, neste caso, da venda. Em serviços, os clientes participam do
processo produtivo. De maneira geral, o processo deve sempre satisfazer as expectativas dos
seus consumidores. Como tais expectativas se alteram de maneira muito dinâmica, o processo
deve estar preparado para sofrer as alterações necessárias, para atender ou até mesmo superar
as expectativas do consumidor, que é o principal objetivo de uma empresa de serviços que
pretende se destacar no mercado (PALADINI, 1995).
Assim, a Tabela 3 apresenta os itens listados pelos proprietários das MPEs pesquisadas que
têm maior impacto nos clientes. Os itens estão divididos nas três etapas: antes do processo,
durante e depois. “Antes do processo” corresponde ao período em que a empresa está se
organizando para atender o cliente. A etapa seguinte é o atendimento propriamente dito, e no
“depois” estão os itens que restam após o processo, ou seja, o pós-venda.
ANTES DURANTE DEPOIS
Cultura organizacional
Fornecedores
Colaboradores
Qualidade
Aspectos legais
Colaboradores
Materiais utilizados
Adequação do espaço físico
Satisfação do cliente
Resíduos recicláveis
Resíduos orgânicos
Imagem da empresa
Fonte: Dados de Pesquisa.
Tabela 3 – Processos produtivos e os principais itens de impacto
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Dentro de cada etapa procurou-se identificar ações que tornassem as atividades mais
adequadas de acordo com os princípios de empresas sustentáveis. Com o objetivo de facilitar
o uso de práticas sustentáveis, o presente artigo propõe ações na forma de checklist por
entender que esta metodologia é mais simples, adequada à realidade das micro e pequenas
empresas pesquisadas.
Na Tabela 4 estão apresentadas as ações propostas. A construção da tabela procurou inserir as
atividades propostas nas etapas do processo produtivo do varejo, considerando ainda os
pontos de principal impacto conforme listados na Tabela 3.
Nas MPEs participantes pode-se perceber que os problemas estavam relacionados
principalmente com o acúmulo de embalagens que chegavam dos fornecedores, desperdício
de energia elétrica, eleição de fornecedores distantes e má acomodação dos produtos
resultando em desperdícios. Assim, as ações propostas procuraram focar estas atividades.
Além disso, a proposta procurou apresentar ações nas três dimensões do desenvolvimento
sustentável, como citado no suporte teórico deste trabalho: economicamente viável,
socialmente justo e ambientalmente correto.
ETAPA ATIVIDADE ITEM OK
Antes
Levantamento e
reconhecimento da
situação atual da
empresa
Listar todas as atividades desenvolvidas pela empresa.
Verificar a conformidade com as leis ambientais, trabalhistas e
financeiras.
Revisar as metas da empresa e incorporar o fator sustentável.
Listar os fornecedores e a localização dos mesmos.
Verificar no quadro de funcionários aqueles que residem na região.
A empresa tem algum selo ou segue algum modelo de qualidade?
Identificar fontes de
desperdício
Listar os gastos com energia, água e matéria prima.
Verificar a possibilidade de redução destes gastos.
Planejamento das
ações
Elaborar uma planilha com os problemas, as ações propostas e o
resultado esperado.
Definir os responsáveis por cada ação e as metas a alcançar.
Apresentar para os colaboradores e verificar a aceitação.
Buscar propostas junto aos funcionários.
Durante
Aplicação
Recolhimento dos impostos conforme sua atuação e ramo de
atividade desenvolvida.
Oferecer bom ambiente de trabalho.
Enfatizar o uso de materiais, energia elétrica e água de maneira
consciente, evitando o desperdício.
Avaliar o consumo de energia dos equipamentos utilizados pela
empresa. Dar preferência por aqueles de menor consumo de energia.
Manter o espaço físico limpo e adequado para o armazenamento dos
produtos.
Organizar o espaço físico de maneira que sejam otimizadas a
iluminação e a circulação natural do ar.
Gerenciar os desperdícios de forma eficaz, buscando sempre a
reciclagem ou o reuso.
Sempre que possível fazer a reutilização de materiais (papel, sacolas
plásticas, copos descartáveis, etc.).
Depois Avaliação
Definir indicadores para a avaliação do modelo aplicado.
Verificar se os colaboradores realizam corretamente as atividades de
sua responsabilidade.
Resíduos Garantir o destino correto para os resíduos acumulados durante um
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dia de funcionamento da empresa.
Implementar a separação dos resíduos recicláveis e orgânicos.
Verificar qual é o destino dos resíduos recicláveis (embalagens,
papelão, papel, plásticos, etc.).
Proporcionar destino adequado aos resíduos orgânicos (restos de
alimentos, frutas e verduras não comercializadas, etc.).
Imagem da
Empresa
Proporcionar ao cliente canais de comunicação com a empresa para
comentários e sugestões (caixa coletora de sugestões, por exemplo).
Existe alguma vantagem para clientes fiéis?
Realizar projetos em conjunto com vizinhança (revitalização de
áreas de lazer, dias comemorativos, palestras explicativas, entre
outras).
Divulgar os casos de sucesso ou economias geradas pela
implementação da política ambiental
Fonte: Autores
Tabela 4 – Checklist: Plano de ação de Práticas Sustentáveis
As práticas listadas têm como objetivo favorecer a adequação das MPEs aos princípios
sustentáveis. Conforme enfatiza Hillary (2000), as MPEs são peça fundamental para alcançar
o desenvolvimento equilibrado dentro de uma sociedade. Por esse motivo, sugere-se a
associação com fornecedores da mesma região, a contratação de colaboradores que residem
próximos ao local e a promoção de projetos e atividades em conjunto com a vizinhança. Ao
adotar tais ações, as MPEs podem se tornar os maiores contribuidores para a redução da
poluição global, assim como das desigualdades sociais entre regiões (HILLARY, 2000).
Além disso, as MPEs desempenham um papel fundamental junto às comunidades locais, pois
utilizam mão-de-obra local, e mais especificamente, seus empreendedores se tornam agentes
ideais de mudança em direção à sustentabilidade. Portanto, acredita-se que a divulgação das
práticas adotadas pela MPE para a comunidade venha a funcionar como incentivo, de maneira
que a comunidade local também adote práticas mais sustentáveis no seu cotidiano. Cabe
ressaltar ainda que, como afirmam Orozco, McElroy e Simard (2008), estes pequenos
empresários desempenham dois papéis: um como proprietário do negócio, e outro como
membro da comunidade. Esta relação simbiótica garante que o sucesso do negócio esteja
intrinsecamente ligado ao desenvolvimento da comunidade.
É importante ressaltar, que para atuar de maneira adequada no contexto do desenvolvimento
sustentável, a empresa precisa acima de tudo agir de maneira consciente, encarando o meio
ambiente não apenas como uma fonte indispensável de matéria prima, mas também como o
mais importante dos clientes (KINLAW, 1997). Apesar de as ações estarem separadas por
etapas do processo produtivo, elas devem ser implementadas em conjunto para consolidar a
prática de maneira sistêmica, ou seja, abrangendo todos os setores da empresa.
5. Conclusão
Conforme ressalta Kinlaw (1997), atualmente não basta mais que as empresas demonstrem
uma contínua melhoria de seus serviços e produtos, agora elas estão pressionadas a
demonstrar sua capacidade de atuação de forma “amistosa” com o meio ambiente. Assim, foi
objetivo desse trabalho oferecer um plano de ações para a aplicação de práticas de
sustentabilidade em MPEs.
O plano proposto, bem como as ações práticas listadas, pode auxiliar MPEs a adequarem sua
atuação ao contexto do desenvolvimento sustentável. Uma preocupação deste trabalho foi
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propor ações de baixo custo e de simples aplicação em virtude das características específicas
das empresas de pequeno porte.
Portanto, este trabalho construiu um plano de ação com práticas sustentáveis destinado às
MPEs, mais especificamente ao setor varejista de alimentos orgânicos, mas aplicável em
MPEs de outros setores. A construção desta ferramenta de aplicação da sustentabilidade focou
propor ações que gerassem impacto nos itens listados pelos proprietários como diferenciais
competitivos da empresa.
Como descrito anteriormente, as MPEs são protagonistas de transformação nos negócios, e
também devem atuar dessa forma com relação a iniciativas sustentáveis, pois têm uma
vantagem sobre as grandes organizações no que diz respeito à sustentabilidade: sua pequena
dimensão significa que elas são capazes de reagir mais rapidamente às mudanças no ambiente
empresarial.
O plano de ações proposto será colocado em prática, sendo que até o momento foram
realizadas apenas as etapas de levantamento e planejamento das ações. É pretensão dos
autores continuar com a investigação e realizar as etapas de aplicação e avaliação do plano
nas MPEs interessadas. Desta forma, busca-se a melhoria contínua da interação dos princípios
e práticas do desenvolvimento sustentável aos negócios das micro e pequenas empresas.
Referências
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