T R A B A L H O E S C R A V O : V I O L A Ç Ã O D O S D I ... · escravidão existe de uma forma...

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INTERNATIONALI NEGOTIA DIRETORIA ACADÊMICA

ÁREA DE DIREITOS HUMANOS

GABRIELY DE MACEDO MOUTINHO VITÓRIA BRAGANÇA SERNÉGIO

TRABALHO ESCRAVO: VIOLAÇÃO DOS DIREITOS

HUMANOS E PERSPECTIVAS FUTURAS

MODELO INTERNACIONAL DO BRASIL

BRASÍLIA – DF

2016

1

GABRIELY DE MACEDO MOUTINHO VITÓRIA BRAGANÇA SERNÉGIO

TRABALHO ESCRAVO

VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E PERSPECTIVAS FUTURAS

BRASÍLIA -DF

2016

2

CARTA DO SECRETARIADO

Queridos delegados, vocês farão parte de um comitê de extrema importância para a

contemporaneidade. O trabalho escravo afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e é o

dever de vocês tentar resolver essa situação.

A escravidão é um problema histórico, que, infelizmente, só se tornou realmente um

problema para a comunidade internacional há pouco tempo. Desde então diversas reuniões e

tratados foram feitos, e, lentamente, a situação do trabalho escravo vem se tornado melhor.

Contudo, o problema está longe de ser solucionado.

Com o passar dos anos a escravidão mudou e se ajustou ao mundo moderno. Os

escravos deixaram de ser submetidos a essa situação apenas pela sua cor ou religião, e

passaram a ser qualquer pessoa, principalmente aquelas em situação de vulnerabilidade. As

agressões físicas deixaram de ser as principais formas coerção, e agora essa pode ser feita por

ameaças e abusos sexuais.

Vocês, delegados, estão entrando no Conselho dos Direitos Humanos, e têm o difícil

trabalho de, caso assim decidam, tirar milhares de pessoas da situação degradante que é a

escravidão. Como, quando e se farão isso será decidido nessa reunião.

3

RESUMO

A liberdade é um dos direitos mais básicos da vida em sociedade, tanto no

direito internacional, quanto nos direitos humanos e no direito civil de diversos países.

Ser livre significa ter o direito de ir e vir, e, de diversas formas, esse direito é negado às

pessoas. A escravidão é uma forma cruel de se negar a liberdade, pois essa, na maioria

das vezes, não permite saída.

O Conselho dos Direitos Humanos traz a tona um tema que, por muitas pessoas,

não tem mais importância nos dias atuais. Porém isso não é verdade. O tema da

escravidão é extremamente contemporâneo, e continuará sendo por muito tempo. A

escravidão existe de uma forma diferente, muitas vezes confundida com outras

violações dos direitos humanos, porém ela ainda é presente no mundo, e, mais perto do

que se imagina.

Palavras-chaves: escravidão, trabalho escravo, liberdade, direitos humanos.

4

ABSTRACT

Freedom is one of the most basic rights of life in society, in international rights,

in human rights and in civil rights of some countries. Being free means having the right

to come and go, and, in many ways, this right is denied to many people. Slavery is a

cruel way to deny freedom, because, most of the time, it doesn´t allow anyone to

escape.

The Human Rights Council is bringing up a theme that, for many people, is not

important nowadays. But this is not true. The theme of slavery is extremely

contemporary, and it will continue to be for a long time. Slavery exist in a different

way, and, many time, is taken by other kinds of violation of the human rights, however

it is still present in our world, closer than we think.

Keywords: slavement, slavery, freedom, human rights.

5

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7

1 Histórico do conselho ........................................................................................................ 8

2 Histórico do trabalho escravo .......................................................................................... 9

3 Tipologia da escravidão moderna .................................................................................... 9

3.1 Trabalho forçado ..................................................................................................10

3.2 Trabalho escravo associado ao tráfico de pessoas ...............................................10

3.3 Escravidão por submissão ....................................................................................11

3.2 Escravidão no trabalho doméstico .......................................................................12

4 Relatórios, acordos e tratados .........................................................................................12

5 Desafios atuais ..................................................................................................................13

6 Papel do conselho frente ao tema ...................................................................................14

CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................15

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................16

APÊNDICE I – Posicionamento dos blocos ......................................................................17

6

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem o intuito de abordar questões referentes ao trabalho

escravo no mundo e como isso tem sido enfrentado pela comunidade internacional, há

muitas razões para a permanência dessa realidade em pleno século XXI no entanto,

serão explicitadas algumas causas que necessitam de uma solução de forma mais

urgente.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos

Humanos, cerca de 27 milhões de pessoas vivem em situação de escravidão, ou

relacionada a essa. O termo " escravidão moderna" é, muitas vezes, comparado a um

guarda-chuva, pois esse abarca as mais diversas formas de coerção. Por mais que

algumas formas da escravidão moderna sejam definidas internacionalmente, como o

tráfico de pessoas, o trabalho forçado, e, até mesmo a forma mais típica da escravidão,

que é definida como o trabalho sem nenhuma remuneração, o termo em si não é

reconhecido pelas leis internacionais. Um dos principais problemas advindos dessa falta

de reconhecimento é a burocracia para se tratar de todos os problemas da escravidão

moderna conjuntamente.

Quando se trata das formas contemporâneas de abuso, abre-se também espaço

para o debate acerca dos problemas de governança de cada país que possibilitam a

escravidão moderna. É notável que, nos dias atuais, essas formas de escravidão não se

restringem apenas aos trabalhadores informais, mas atingem também pessoas que

trabalham sob um contrato. Isso ocorre pois, os contratantes estão acostumados a tirar

vantagens das "brechas" nas leis de seus países.

No modelo de escravidão tradicional, os indivíduos nascem dentro de famílias

escravas e continuam nessa condição até o fim de suas vidas, com pouca ou nenhuma

chance de deixarem a escravidão. Essas pessoas vivem em um sistema de servidão e não

recebem nenhum tipo de salário, ganhando apenas o necessário para sobreviver. Além

disso, os escravos tradicionais são tratados como propriedade pela família que os

escraviza.

A partir dessa breve conceituação e do entendimento que esse é um mal global,

ou seja, nenhum país conseguiu se livrar totalmente dessa realidade. Por isso, a

7

Organização das Nações unidas não pode se manter longe da solução do problema e

desta forma convoca o Conselho de Direitos Humanos para apresentar um parecer sobre

o problema.

1. Histórico do Conselho

Com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os horrores e a marca de

destruição na Europa fez com que as nações mais afetadas criassem um organismo

internacional para evitar uma nova onda de terror. Para assegurar a paz, foi criada a

Liga das Nações - caberia a ela manter o equilíbrio geopolítico europeu. No entanto, em

algumas nações devastadas pela Primeira Guerra assistiu-se ao fortalecimento de ideais

de extrema direita que em alguns anos tornaram-se regimes totalitaristas, pode-se citar o

nazismo e o fascismo que voltavam a ameaçavam a harmonia europeia desde o fim da

guerra. A falta de experiência com organismos internacionais para prevenir agressões e

organizar a paz não garantiu o respeito das nações às recomendações da Liga. Desta

forma as recomendações e sanções feitas a Alemanha foram ignoradas e com a invasão

da Polônia em 1939, foi iniciada uma nova guerra. Novamente, a Europa atingia um

colapso do pequeno período de paz e foi deflagrada a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945). Durante o conflito, os países já se mobilizavam para reorganizar em um

modelo mais eficaz um novo organismo para manter a paz sem envolver conflitos,

pautando-se nos debates entre as nações.

Neste contexto, a cidade de São Francisco, sediou uma reunião entre os dias 25

de abril a 26 de junho de 1945 que culminaria com a criação e assinatura da Carta das

Nações Unidas. A Organização das Nações Unidas se organizaria nos meses seguintes a

conferência, sua institucionalização possui cinco pilares: Assembleia Geral das Nações

Unidas (AGNU), Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), Conselho

Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), Corte Internacional de Justiça

(CIJ) e Secretariado Geral. Cada um desses pilares possui suas agências especializadas e

órgãos subsidiários com a finalidade de fazer um debate mais específico com seus

respectivos temas.

8

Criado em 15 de março de 2006 pela Assembleia Geral, segundo a resolução

60/251 e com sede em Genebra, é um órgão subsidiário e integra como um braço a

Assembleia Geral. O Conselho de Direitos Humanos é um centro de discussões que

preza pelo respeito aos Direitos Humanos assegurado pela declaração universal dos

Direitos Humanos. Por mais que a dignidade da pessoa humana seja algo que a maioria

dos países busca, ainda há muito desrespeito quanto a isso e, nesse contexto, as reuniões

do Conselho buscam formas de garantir que cada pessoa tenha respeito aos seus direitos

básicos e inalienáveis. Por meio do mecanismo de Revisão Periódica Universal, o

Conselho avalia regularmente a situação dos direitos humanos em cada um dos 193

Estados-Membros da ONU (ONU-BRASIL, 2013) e observa as situações emergenciais,

vale ressaltar que se um terço dos Estados-Membros decidirem realizar uma reunião

especial para tratar de violações em situação emergencial, será solicitada uma reunião

para tal fim (UNITED NATIONS HUMAN RIGHTS, 2012).

2. Histórico do Trabalho Escravo

As teorias que sustentavam a superioridade de certo grupo foram derrubadas já

faz algum tempo, no entanto é válido observar como ocorreu esse processo que fez a

escravidão ser condenável mas não extinguiu essa prática.

As civilizações antigas, berço da cultura ocidental, admitiam com naturalidade a

prática da escravidão. Os faraós do Egito Antigo ao dominar um povo usavam eles

como mão de obra para construir tudo que eles exigiam, prova disso são as Pirâmides e

a Esfinge, pontos turísticos famosíssimos mas que foram construídos por meio da

opressão do povo hebreu.

Os gregos também permitiam que um indivíduo fosse escravo, porém as razões

da escravidão não eram necessariamente étnicas como no Egito. O mais comum era que

os prisioneiros de guerra fossem submetidos a escravidão e eles geralmente

permaneciam nesse estado até a morte, o outro caso para a submissão era o não

pagamento de dívidas em que o devedor ficava na condição de escravidão até que

pagasse a sua dívida, uma situação que ainda ocorre hoje.

Roma e seu império foram construídas por uma grande massa de escravos que

eram oprimidos conforme o império conquistasse um território, cabia a eles o trabalho

9

nas obras públicas e no campo, tarefas semelhantes a que as pessoas em trabalho

análogo à escravidão executam em pleno século XXI.

A maior lembrança que a maioria da população tem em relação à escravidão

remete diretamente a situação deplorável que os negros africanos foram submetidos,

esse exemplo marca a humanidade de como teorias de superioridade podem causar tanto

mal e sofrimento. A escravidão como verdade histórica não é uma exclusividade do

Ocidente, as sociedades orientais também usaram por muito tempo esse tipo de mão-

de-obra. No Oriente Médio por exemplo, os sultões possuíam diversas concubinas e

eunucos para os servirem e uma grande parte deles era escravo. A sociedade japonesa

apresenta um outro lado da escravidão, a condição de trabalho forçado caso o indivíduo

cometesse algum delito; alguns países, ainda hoje, permitem que as penas sejam

cumpridas por meio de trabalhos obrigatórios.

3. Tipologia da Escravidão Moderna

Esse grande tema ‘Escravidão Moderna’ abarca vários outros temas específicos

e de diferentes naturezas. Mesmo assim, há um consenso que independentemente do

tipo de trabalho escravo, este causa sofrimento e é uma clara violação aos direitos

humanos o que cria especificidades para resolver cada esfera desse mal. Segue-se agora

para uma divisão por modalidades de escravidão moderna conceituando-a e

apresentando algumas convenções específicas.

3.1 Trabalho Forçado

Como foi exposto no tópico 2 deste trabalho, o conceito de trabalho forçado é

algo criado há mais de 70 anos e atualmente sofre algumas críticas uma vez que muitos

acreditam que essa definição é demasiadamente ampla, porém, ela foi feita desse jeito

para abarcar as mais diversas formas de trabalho forçado, que acontece nas mais

diversas economias. A OIT foi responsável por fazer diversas convenções sobre o

trabalho forçado, porém, as que mais se destacam são as do período posterior a Segunda

Guerra Mundial, período no qual esse tipo de escravidão se tornou extremamente

comum para a reconstrução dos países e para a disseminação de ideologias.

Um dos maiores problemas dentro do trabalho forçado é a utilização de crianças

nesse. O trabalho forçado foi considerado uma das piores formas de trabalho infantil

10

pela Convenção da OIT sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil (nº 182), que

entrou em vigor em 2000.

Muitas vezes é difícil dividir claramente o trabalho forçado do trabalho com

condições extremamente precárias. Por isso, o trabalho forçado foi divido em três tipos:

o trabalho imposto pelo estado, principalmente no serviço militar; o trabalho forçado

privado para a exploração sexual comercial; às demais formas de trabalho forçado

impostas por agentes privados que não a exploração sexual.

A produção de dados mundiais acerca do trabalho forçado ainda é uma tarefa

difícil, porém a Organização Internacional do Trabalho, por meio de diversas pesquisas,

averiguou que esse tipo de escravidão moderna existe em todos os continentes. Ademais

o trabalho forçado é imposto, de forma mais aparente, por agentes privados.

3.2 Trabalho Escravo Associado ao Tráfico de Pessoas

A convenção das Nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional

(mais conhecida como Convenção de Palermo) define, em um de seus Protocolos

Adicionais, o Tráfico de Pessoas como “o recrutamento, o transporte , a transferência ,o

alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a

outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à

situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para

obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de

exploração.

O tráfico de pessoas acontece, frequentemente, quando indivíduos desejam

emigrar de um país pro outro, porém não têm condições financeiras para tal. Assim, esta

pessoa oferece sua força de trabalho em troca da travessia. As pessoas, em geral, são

utilizada para a exploração sexual, para o trabalho forçado ou a remoção de órgãos.

Com a publicação, em 2005, do relatório da Organização Internacional do

Trabalho: Uma Aliança Global contra o Trabalho Forçado, estima-se que cerca de 2,4

milhões de pessoas são traficadas e exploradas nesse ano, e os índices só crescem. A

OIT ainda estima que 43% dessas pessoas sofram exploração sexual, e que 32% sofram

exploração econômica.

3.3 Escravidão por Submissão

11

Mesmo sendo a forma de escravidão moderna menos conhecida, ela é uma das

que mais cresce no mundo. Uma pessoa se torna escrava por submissão quando seu

trabalho é requisitado em troca de um empréstimo posteriormente feito. Entretanto, a

pessoa é enganada é aprisionada em um sistema no qual ela ganha tão pouco que nunca

conseguirá pagar a sua dívida. Essas podem até mesmo passar entre gerações.

Além disso, mesmo que queiram os trabalhadores são forçados a trabalhar

unicamente para aqueles com os quais estão endividados. Agressões físicas são

utilizadas frequentemente como forma de coerção.

A escravidão por submissão é uma realidade histórica, e já foi utilizadas diversas

vezes. Atualmente essa forma se mostra de forma mais frequente na Ásia - Pacífico,

sendo que a Organização Internacional do Trabalho estima que cerca de 11,7 milhões de

pessoas nessa região viva nessa condição de escravidão moderna.

Há ainda as questões discriminatórias que fazem persistir a postura de submissão

de determinados grupo, na Índia por exemplo as ‘castas’ inferiores são focos do

trabalho forçado e bem como os não muçulmanos no Paquistão. Os latino-americanos

enfrentam uma situação parecida com relação aos indígenas que não conseguem se

inserir no mercado de trabalho formal e por isso caem na teia da servidão. É preciso

entender portanto que erradicar o trabalho forçado significa romper com laços de

servidão que impedem as vítimas de receber os salários por seu trabalho e inserir esses

indivíduos no serviço formal e que sejam protegidos por lei.

3.4 Escravidão no Trabalho Doméstico

O ambiente doméstico é particularmente vulnerável para a exploração.

Trabalhadores domésticos, em especial mulheres, fazem todos os tipos de atividade:

cozinham, lavam, passam, limpam, entre outros. Em algumas situações, entretanto, as

condições de trabalho se tornam inaceitáveis, pois esses trabalhadores são proibidos de

se ausentar do trabalho, deixam de receber salários, têm seus passaportes aprisionados e

sofrem violência física.

A Organização Internacional do Trabalho estima que cerca de 52 milhões de

homens e mulheres, entre crianças e adultos, trabalham em serviços domésticos. Em

12

muitos países o trabalho doméstico não é considerado como um trabalho real, mas sim

como uma forma de "ajuda", e por isso não é devidamente pago.

4. Relatórios, Acordos e Tratados

A história dos acordos relacionados com a escravidão é antiga, e vem desde as

leis da abolição do tráfico negreiro, na Inglaterra, até as convenções atuais, muita mais

elaboradas e abrangentes. Os acordos são feitos pelas mais diversas organizações das

Nações Unidas, e também de forma bilateral ou multilateral entre países.

A Convenção n° 29 da Organização Internacional do Trabalho para o Trabalho

Forçado e Compulsório, de 1929, foi de suma importância para definir algumas formas

da escravidão moderna, especialmente no que se trata do trabalho forçado. Nessa

também são postuladas algumas ações que esse Organismo Internacional considera

relevantes para solucionar esse problema.

A Convenção Suplementar das Nações Unidas para a Abolição da Escravidão,

do Tráfico de Pessoas e Instituições e Práticas Similares a Escravidão, de 1956,

adicionou a Convenção n° 29 outras formas de escravidão moderna, como a escravidão

por submissão, a escravidão doméstica e algumas formas de exploração sexual. Além

disso, assim como na antiga Convenção, essa trata de várias medidas as quais os países

deveriam tomar para prevenir as mais diversas formas de escravidão.

O Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, de 1966, trata de forma

mais abrangente dos direitos de cada indivíduo, e, no que concerne o assunto, da

liberdade. Vários artigos desse pacto tratam de como cada Estado deve respeitar a

liberdade dos seus cidadãos e dos imigrantes.

A Convenção das Nações Unidas para a Eliminação de todas as Formas de

Discriminação contra mulheres, de 1979, em grau trata apenas das mulheres, o que, de

certa forma, é de suma importância, visto que, as mais afetadas pela exploração sexual e

pela escravidão doméstica são as mulheres. A Convenção define discriminação contra

as mulheres como: "...qualquer distinção, exclusão ou restrição feita com base no

gênero...".

Já a Convenção Internacional das Nações Unidas para a Proteção dos Direitos de

todos os Migrantes Trabalhadores e suas Famílias, de 1990, trata de forma mais

específica dos migrantes, abrangendo o trabalho forçado, que é comum para esses, e do

13

tráfico de pessoas. As Nações Unidas pregam o acolhimento e a proteção dessas

pessoas.

Em 1999, a Organização Internacional do Trabalho criou uma nova Convenção,

a n° 182, sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil. Toda criança tem direito de

estudar, brincar e viver em um ambiente estável, porém essa não é a realidade para

muitas, que, em função de sua situação financeira, devem trabalhar nas mais adversas

situações. A OIT tratou sobre as piores formas desse trabalho, e pontuou maneiras de

melhorar a situação nos países que possuem tais problemas.

Por fim, o Protocolo das Nações Unidas para Prevenir, Suprimir e Punir

Traficantes de Pessoas, Especialmente de Mulheres e Crianças, do ano de 2000,

adicionado resolução do Conselho de Segurança 53/111, trata sobre questões de

segurança relativas ao tráfico de pessoas. O Conselho de Segurança tomou diversas

decisões, bem específicas, para acabar com o tráfico de pessoas e as outras formas de

escravidão moderna associadas.

5. Desafios Atuais

Os dados sobre o trabalho escravo no mundo são imprecisos já que é uma

atividade escondida de e difícil desarticulação, mas uma realidade de desrespeito aos

direitos humanos é constatada em cada relato de vítima. A primeira etapa é a privação

da liberdade seguindo pela não comunicação com a família ou autoridades que podem

ajudar no resgate, boa parte das instalações em que essas pessoas estão alocadas não

tem condições mínimas de sobrevivência. A comida muitas vezes é suspensa para

manter os cativos na situação de dependência, atendimento médico é quase impossível

além da tortura física e psicológica que muitos são submetidos.

Diante de uma situação tão degradante do ser humano a comunidade

internacional continua se mobilizando a fim de proteger as pessoas da escravidão

moderna, há diversas Organizações Não Governamentais que apresentam relatórios e

denunciam casos de exploração do trabalho, porém os grupos mantenedores dessa

prática são fortes e poderosos e por isso empresas que utilizam dessa forma de serviço

saem impunes das acusações e perpetuam a impunidade dos criminosos.

14

6. Papel do Conselho Frente ao Tema

● O Conselho deve buscar formas de prevenir que as pessoas entrem na

situação de escravidão moderna;

● Achar uma maneira de restabelecer os direitos fundamentais dos que

forem retirados da situação de cativos;

● Coibir a prática do trabalho escravo entre os povos indígenas e tribos

tratadas como inferiores;

● Criar políticas públicas mais eficientes na prevenção contra o tráfico de

pessoas;

● Desarticular as redes de manutenção da servidão;

Os questionamentos que foram levantados ao longo deste trabalho tem a

intenção de despertar a comunidade internacional para que diminua e futuramente

extinguir a prática do trabalho escravo ao redor do mundo, a cooperação de todos os

países é a única forma de resolver esse problema sistêmico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como descrito ao longo deste trabalho a realidade da escravidão moderna não

pode prevalecer na realidade do século XXI, milhares de pessoas que ainda estão na

situação de cativos e estão tendo os seus direitos humanos completamente

desrespeitados e isso revela uma falha de toda a comunidade internacional já que todos

os signatários da Declaração Universal de Direitos Humanos concordaram em zelar por

esses direitos independentemente da etnia, nacionalidade, sexo, gênero ou religião dos

indivíduos. Os relatórios produzidos até então evidenciam a urgência que a resolução

desse problema exige e por isso o Conselho de Direitos Humanos não pode se ausentar

da discussão sobre esse tema, em cooperação com outros Comitês como a OIT e

também ONG’s e fóruns podem apresentar soluções mais eficazes do que as que foram

apresentadas até então.

15

O trabalho escravo tem muitas outras causas e objetivos que não foram

abordados nesse trabalho por mais que sejam assuntos importantes de serem estudados

não foi muito adequado se aprofundar neles.

REFERÊNCIAS

http://www.freetheslaves.net

http://www.antislavery.org

http://www.ohchr.org

http://www.antislavery.org/includes/documents/cm_docs/2009/c/contemporary_

forms_of_slavery_in_argentina.pdf

http://www.antislavery.org/includes/documents/cm_docs/2009/c/contemporary_

forms_of_slavery_in_bolivia.pdf

http://www.antislavery.org/includes/documents/cm_docs/2009/c/contemporary_

_of_slavery_in_brazil.pdf

16

http://www.antislavery.org/includes/documents/cm_docs/2009/c/contemporary_

forms_of_slavery_in_peru.pdf

http://www.antislavery.org/includes/documents/cm_docs/2009/c/contemporary_

forms_of_slavery_in_paraguay.pdf

http://www.antislavery.org/includes/documents/cm_docs/2009/c/contemporary_

forms_of_slavery_in_uruguay.pdf

http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/tip/pub/trafico_de_pessoas_3

84.pdf

http://www.50forfreedom.org

VASCONCELOS Marcia e BOLZON Andréa. Trabalho forçado, tráfico de

pessoas e gênero: algumas reflexões

APÊNDICE I – Posicionamento de blocos

1 África

África do Sul

Mesmo com diversas ações do governo sul africano na tentativa de combater o

tráfico de pessoas, o país ainda enfrenta problemas nessa questão. Isso ocorre, em

grande parte, pela localização do país, que divide fronteiras com muitos países e é um

centro portuário, o que facilita o transporte das pessoas traficadas.

Chade

A principal forma de escravidão moderna no Chade se dá pelo tráfico de

pessoas, e em especial, crianças. Essas pessoas vivem uma vida de trabalho forçado na

agricultura, em trabalhos domésticos e na prostituição. Na maioria das vezes as próprias

famílias são responsáveis por vender os filhos, pois esperam que essas consigam uma

vida melhor fora de casa.

Etiópia

17

O tráfico de crianças é a forma de escravidão moderna mais comum na Etiópia.

As crianças, em geral, vêm do campo para a cidade, e são colocadas para se prostituir

ou pedir esmolas. Essas crianças são, também, vendidas para trabalharem em serviços

domésticos ou na agricultura.

Gana

Mesmo sendo proibida desde de 1998, uma prática de escravidão chamada

escravidão de santuário é muito comum no país. Nesse tipo de escravidão moderna,

meninas jovens são entregues ao santuários para servirem como prostitutas. Além disso,

alguns crimes no país, principalmente entre o povo Ewe podem ser punidos por meio da

entrega de uma jovem da família do acusado para a família da vítima, para ser utilizada

como escrava.

Madagascar

Casos de servidão doméstica e trabalho forçado são comuns e continuam

crescendo em Madagascar. Isso ocorre em função da falta de crescimento do país.

Mali

A escravidão no Mali continua a existir em todos os grupos étnicos, porém,

especialmente entre os Tuareg. O primeiro governo independente do país tentou acabar

com a escravidão, porém, essa ação não obteve sucesso em vista do governo militar que

governou o país de 1968 a 1991.

Mauritânia

Na Mauritânia, os árabes mulçumanos radicais escravizam os negros residentes

no país. Cerca de 90.000 mauritanos continuam escravizados, mesmo com a escravidão

sendo criminalizada em 2007.

Níger

O Níger foi o primeiro país da África Ocidental a fazer uma lei específica para a

criminalização da escravidão. Contudo, a escravidão hereditária, a escravidão passiva e

os casamentos servis, chamados wahaya, continuam comuns no país.

Nigéria

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Mesmo a Nigéria não sofrendo tão intensamente com guerras como outras

nações africanas, a escravidão moderna ainda é um problema sério neste país. Estima-se

que um a cada duzentos habitantes vive em situação de trabalho escravo. Porém, ao

contrário de outros, o governo nigeriano trabalha intensamente para combater o

problema, e, mesmo com a alta corrupção do governo, esse país ainda é um exemplo na

África subsaariana nesta questão.

República Democrática do Congo

Mesmo depois de um pequeno crescimento econômico, a República

Democrática do Congo ainda continua sendo um dos países menos desenvolvidos do

mundo. Além disso, o país ainda foi palco de uma guerra sangrenta entre 1998 e 2013, o

que custou várias vidas. Décadas de instabilidade política e guerras deixaram o Congo

vulnerável a escravidão moderna. Além disso, o Congo é um país rico em minerais, e o

trabalho forçado na extração desses é frequente.

2 América Latina e Caribe

Argentina

A escravidão na Argentina se baseia principalmente no tráfico de pessoas, tanto

pra abuso quando para comércio sexual. Tais casos ocorrem principalmente com

crianças. A Argentina ratificou o Protocolo das Nações Unidas para Prevenir, Suprimir

e Punir Traficantes de Pessoas, Especialmente Mulheres e Crianças em 2002. O tráfico

de pessoas não é um crime na Argentina, mas o código penal tem penas para crimes que

envolvem essa forma de escravidão.

Bolívia

A forma mais acentuada de escravidão na Bolívia está no trabalho forçado nos

campos de açúcar, castanha e na extração de minerais. O artigo 5 da Constituição

boliviana afirma que nenhuma forma de servidão é reconhecida como legítima, porém a

escravidão ainda é uma realidade, principalmente para crianças.

Brasil

Mesmo sendo o país que mais se destaca economicamente na América Latina, a

escravidão ainda existe no Brasil, assim como em vários outros países. Diferentemente

do que ocorria no passado, a escravidão não é essencialmente negra. Atualmente, esta se

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baseia no tráfico de pessoas, em trabalhos forçados, principalmente na Amazônia, e a

exploração doméstica de mulheres e crianças. Em 2003 o presidente Lula lançou o

plano nacional de erradicação da escravidão, um grande passo para se tratar do assunto,

porém esse ainda precisa se adaptar a realidade da escravidão moderna.

Haiti

Restavèk é um sistema tradicional do Haiti, no qual crianças de lares mais pobres

são mandados para famílias com mais condições para fazer serviços domésticos.

Teoricamente tais crianças deveriam receber educação e seriam tratadas como membros

da família, porém isso raramente ocorre. Na maioria das vezes essas pessoas, desde as

mais tenras idades, são obrigadas a fazer todos os tipos de serviço durante em torno de

14 horas por dia, sem receber nenhum salário. Além disso, essas crianças sofrem com a

segregação e são obrigadas a dormir no chão, comer sobras, se vestir com trapos, além

de sofrerem agressões físicas constantes. As meninas desse sistema também são,

frequentemente, fruto de abuso sexual pela família que as recebe. Estima-se que em

torno de 300.000 crianças vivam nesse sistema.

Paraguai

No Paraguai as práticas de escravidão são: o trabalho forçado de indígenas, o

tráfico de pessoas, o comércio e a exploração sexual e a exploração doméstica. O

governo do Paraguai trabalha de forma gradual para que as práticas de escravidão

acabem.

Peru

Com 52% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, situações de

escravidão acabam se tornando comuns nesse país. Como acontece em vários outros

países com níveis de desenvolvimento parecidos com o do Peru, é comum a existência

de trabalho forçado, principalmente nas regiões da Amazônia e no ambiente doméstico,

e do tráfico de pessoas. Ademais, em função da presença de minas no país, o trabalho de

crianças e adultos nessas também é uma realidade.

Uruguai

O Uruguai ratificou todos os tratados internacionais mais importantes de

proibição da escravidão. Entretanto, problemas como o comércio sexual, o tráfico de

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pessoas, e o trabalho forçado infantil ainda acontecem nesse país, assim como em vários

outros.

3 Ásia – Pacífico

Bangladesh

As indústrias de vestuário de Bangladesh são conhecidas por suas condições

inapropriadas, horas excessivas de trabalho e pelos salários extremamente baixos. Ainda

é desconhecida a quantidade de trabalhadores que vivem em condições de escravidão,

porém todas as condições desfavoráveis apontam para um número alto. O rápido

crescimento da indústria de vestuário, associado com o governo inerte tornam a

escravidão moderna uma realidade nesse país.

Camboja

A indústria têxtil é a principal responsável pela escravidão no Camboja.

Diversas marcas de reconhecimento internacional com maquiladoras nesse país

exploram a população com ininterruptas jornadas de trabalho, condições precárias nas

fábricas, além de salários abaixo do necessário para a sobrevivência. Além disso, as

fábricas exploram mulheres e crianças a horas extras forçadas.

Coreia do Norte

A maior prevalência do trabalho escravo no mundo acontece na Coreia do Norte.

De acordo com dados colhidos pela fundação de The Walk Free o país possui milhares

de campos de trabalho forçado patrocinados pelo governo. Além disso, sabe-se que o

país vende escravos para empresas de todo o mundo, mais especificamente para a

Europa, como forma de arrecadar fundos para o Estado.

China

A porcentagem da população chinesa em escravidão moderna é de 0,24%, o que

embora pareça pouco se torna uma enorme quantidade em função da imensa população

do país. O trabalho escravo nesse país está intimamente ligado com o seu rápido

crescimento, modernização e urbanização, além da intensa migração interna. Essa

sozinha é uma grande responsável pela escravidão, pois os migrantes do campo estão

mais sujeitos a aceitarem trabalhos que se caracterizam como escravos.

21

Índia

A Índia tem o maior número absoluto de pessoas vivendo em condições de

trabalho escravo. A continuidade do trabalho escravo nesse país se dá por inúmeros

motivos. Em primeiro lugar, a economia do país depende largamente do trabalho pouco

qualificado, que consequentemente é mais barato. Ademais, a submissão por dívidas

também é muito comum na Índia. Por fim, questões de cunho cultural-religiosas

também contribuem para a aceitação social de algumas formas de trabalho escravo no

país.

Indonésia

A Indonésia é um dos países mais populosos do mundo, e um dos que mais

possui escravos. Existem aproximadamente 714.000 escravos modernos nessa região.

Esse número se dá, em sua maioria, pela produção do óleo de palma. Trabalhadores

presos nas plantações produzem tal produto que é utilizado para a produção de diversos

cosméticos.

Nepal

A marginalização dos sistemas culturais, econômicos e sociais no Nepal levam

as pessoas para a escravidão. O trabalho forçado de adultos e crianças acontece tanto em

pedreiras quanto em bares e restaurantes. Além disso, o tráfico e comércio sexual é

comum no país. Outra forma comum da escravidão moderna no país é a submissão por

dívidas. A falta de ações governamentais e não governamentais de combate e prevenção

da escravidão nas comunidades do Nepal a tornam uma realidade comum. Ademais, a

falta de recursos do país leva diversas pessoas a migrarem para outros países, onde, em

geral, também sofrem com a baixa remuneração e com condições adversas de trabalho.

Paquistão

Cerca de 1% da população paquistanesa vive em escravidão moderna. A forma

mais comum de escravidão no país é a submissão por dívida. Isso acontece quando

trabalhadores de indústrias entram em um espiral de dívidas promovido pelas empresas

e param de receber. Além disso, em alguns casos os funcionários são obrigados a

oferecer outros membros de sua família para o trabalho, ou para o tráfico de pessoas,

como forma de amenizar sua conta com o empregador.

22

Qatar

O Qatar é um país que vive sob o regime absolutista hereditário da família

al-Thani. O país possui uma legislação trabalhista, porém essa não é respeitada pelas

multinacionais que montam filiais no país em busca de trabalho barato. Além disso,

com a escolha do país para sediar a Copa do Mundo de 2022, vários imigrantes foram

para o Qatar em busca de emprego na construção dos luxuosos estádios. Porém os

funcionários das construtoras ficam meses sem receber salário e contraem dívidas, as

quais os levam a ter que trabalhar ainda mais, levando-os a escravidão por dívidas.

Tailândia

De acordo com o Global Slavery Index, cerca de 475.300 residentes tailandeses

vivem em condições de escravidão moderna. Como muitos outros países da

Ásia-Pacífico, a economia deste país se sustenta, em grande parte, pelo trabalho pouco

qualificado. Além disso, o país ainda sofre com uma massa de imigrantes, os quais são

o principal foco do trabalho escravo. O governo tailandês tenta direcionar esforços para

solucionar tais problemas, porém, esses se perdem em meio a corrupção local.

Uzbequistão

Quase 4% da população do Uzbequistão vive em situação de escravidão

moderna, a segunda maior porcentagem do mundo. De acordo com Anistia

Internacional, o trabalho forçado de crianças e adultos, patrocinado pelo Estado, na

indústria de algodão continua de forma massiva. A Cotton Campaign, uma organização

dedicada a acabar com o trabalho forçado nas indústrias de algodão do país estima que

cerca de cinco milhões de cidadãos são forçados a colher algodão.

4 Europa Ocidental e Outros

Alemanha

A Alemanha é, atualmente, uma potência na região europeia e no mundo, porém

esse país ainda sofre com casos de trabalho forçado. Nos últimos anos esse país recebeu

uma grande quantidade de imigrantes vindos de áreas de conflito. Esses imigrante, que

buscam emprego no país, acabam se contentando com trabalhos forçados em troca

apenas de moradia e alimento. Porém a Alemanha também é um dos países com o

menor índice de permanência da escravidão.

23

Estados Unidos da América

Os Estados Unidos da América admitem que existe trabalho escravo dentro de

seu país. Em seu documento anual sobre o tráfico de pessoas o país afirma que abusos a

imigrantes, em bases militares e nas atividades domésticas são uma realidade. Porém,

no mesmo documento o Estados Unidos fazem uma série de recomendações e traçam

planos de ação para a questão.

França

Em 2013 foi aprovada na França uma lei que torna escravidão moderna crime.

Porém, atualmente ainda existem casos no país ligados, principalmente, a exploração

sexual e doméstica, além do trabalho forçado de imigrantes.

Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte

O governo britânico estima que existem cerca 13.000 pessoas em situação de

escravidão moderna no país. As pessoas que vivem sob esse regime vêm,

principalmente, da Albânia, da Nigéria e do Vietnã, porém ainda existem nativos

escravos no país. A forma mais comum da escravidão é por meio do trabalho forçado

em indústrias e na agricultura. Em 2015 o governo aprovou o ato contra a escravidão

moderna, um grande passo em direção ao fim desse problema no país.

Suécia

Em 2002 foi aprovada no país a legislação anti escravidão, que proíbe o trabalho

forçado e a exploração sexual. Porém, atualmente, a Suécia ainda é país de destino e de

trânsito de diversas mulheres e crianças traficadas, além de haverem diversos casos de

trabalho forçado de imigrantes em atividades domésticas e nas empresas do país.

5 Europa Oriental

Croácia

A Croácia é um dos países que lidera a luta mundial contra a escravidão, porém

algumas formas de escravidão ainda ocorrem nesse país, principalmente escravidão

doméstica e o tráfico de pessoas.

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República Tcheca

A República Checa já desenvolveu um marco jurídico e institucional forte para

combater o tráfico de pessoas. Em 2003 o país adotou a sua primeira Estratégia

Nacional de Combate ao Tráfico de Seres Humanos e estabeleceu um Relator Nacional.

Criou, ainda, um programa de apoio e proteção às vítimas de tráfico de seres humanos,

que presta assistência a vítimas de tráfico para exploração sexual e laboral. Porém,

como em praticamente todos os outros países, ainda há muito a ser feito para erradicar

todas as formas de escravidão.

Rússia

A Rússia ainda é um dos cinco países com mais de um milhão de pessoas

vivendo em situação de escravidão, de acordo com a fundação The Walk Free. Esses

dados incluem pessoas que nasceram nos países da ex União Soviética e crianças e

mulheres que são traficadas. A fundação critica também a atuação do governo em

relação ao assunto e ressalta que a corrupção nos organismos que deveriam assegurar a

lei aumentam a vulnerabilidade dos escravos modernos russos. Porém, a renda per

capita desse país ainda é maior do que a de qualquer outro com níveis similares de

escravidão.

África

América Latina e Caribe

Ásia - Pacífico

Europa Ocidental e Outros0

Europa Oriental

África do Sul Argentina Bangladesh Alemanha Croácia Chade Bolívia Camboja Estados Unidos

da América República Tcheca

Etiópia Brasil Coreia do Norte

França Rússia

Gana Haiti China Reino Unido Madagascar Paraguai Índia Suécia

Mali Peru Indonésia Mauritânia Nepal Níger Paquistão Nigéria Qatar República Democrática do Congo

Tailândia

Uzbequistão

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Fonte: elaboração própria do autor.

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