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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO – FOP
MESTRADO EM HEBIATRIA:
DETERMINANTES DE SAÚDE NA ADOLESCÊNCIA
TREINAMENTO DE FORÇA E QUALIDADE DO SONO EM
ADOLESCENTES: UM ESTUDO DE INTERVENÇÃO
Ladyodeyse da Cunha Silva Santiago
CAMARAGIBE – PE
2017
LADYODEYSE DA CUNHA SILVA SANTIAGO
TREINAMENTO DE FORÇA E QUALIDADE DO SONO EM
ADOLESCENTES: UM ESTUDO DE INTERVENÇÃO
D ss rt o pr s nt n v rs
P rn m u o omo p rt s x n s o
Pro r m P s-Graduação em Hebiatria, na linha
de pesquisa promoção, proteção e recuperação da
saúde na adolescência, para a obtenção do título de
Mestre.
Orientador: Profº Drº Marcos André Moura dos Santos
CAMARAGIBE – PE
2017
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Cosmo e Marlene Silva, as pessoas mais íntegras que Deus me presenteou,
que me transmitem diariamenteo desejo de ser melhor, meus grandes incentivadores na
busca pelo conhecimento, são minha maior fonte inspiração. Ao meu esposo, Sérgio
Santiago, pelo seu companheirismo, exemplo, determinação e apoio, com quem sei que
posso contar sempre. Aos meus docentes, amigos e os adolescentes
que contribuíram intensamente para o desenvolvimento do estudo.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, não tenho dúvidas da sua existência e de sua
infinita bondade em minha vida, diariamente surgem oportunidades para provar que Tu és
uma fonte inesgotável de poder ilimitado, eficaz e acionado pela minha fé.
Aos amores da minha vida, meus pais, Marlene e Cosmo Silva, grandes
incentivadores, com quem sempre contei e me entreguei nos momentos de desespero e eles
com toda disponibilidade de amar e acalmar. Vocês se dedicaram à minha educação como
ser humano, me deram amor, fizeram de mim a pessoa que hoje sou, e eu só tenho motivos
para agradecer.
Ao meu esposo, Sérgio Santiago, com todo seu companheirismo e seu incentivo em
busca de algo melhor em nossas vidas, afinal, não tivemos uma juventude nada fácil e
precisávamos lutar um pouco mais para vencer os obstáculos da vida, sempre me
estimulou me entendeu e respeitava meu silêncio nos momentos de aflição.
Aos meus avós maternos e paternos, que são exemplos claros de batalhas,
perseverança e de amor em minha vida, sempre lutaram por dias e condições melhores
para com toda a família. Hoje quero lhes falar do meu amor, do meu carinho e de minha
eterna gratidão.
Ao Prof. Dr. Marcos André Moura dos Santos, meu orientador e grande
incentivador deste trabalho. Depositou total confiança na elaboração, sem ela, eu não
teria chegado até aqui, segurou em minha mão, me guiou e com sua incomparável
disponibilidade, não media esforços para atender as minhas dúvidas em momentos de
desespero. Os seus ensinamentos foram muito além dos conteúdos do currículo, não tenho
palavras para expressar tamanha gratidão.
Ao Prof. Dra. Denise Vancea, quem me direcionou nos primeiros passos da
pesquisa e marcou a minha vida com sua “doçura”, despertou algo de especial em mim,
abriu meus olhos de modo irreversível e transformou minha maneira de ver o mundo da
pesquisa.
Ao Prof. Dra. Ana Patrícia Falcão, grande incentivadora na minha busca pela vida
acadêmica. A sua missão foi muito além da missão de um professor, você é foi uma
verdadeira mestra, soube despertar a minha admiração de um modo único, e se tornou
para mim uma inspiração. Sua colaboração e palavras de confiança foi parte principal no
desfecho deste processo.
Aos meus colegas de turma, “a melhor parte desse mestrado... rsrs”, com quem
estávamos sempre juntos sofrendo, sorrindo e torcendo uns pelos outros. A nossa parceria
nos transformou em família! Em especial nas pessoas de Bruno Rafael e Priscila Andrade,
que desde o processo de seleção, estávamos grudadinhos compartilhando os ensinamentos
e incentivos, formamos o grupo “pés na estrada”, desde então, não nos separamos mais,
grata a Deus por nossa verdadeira amizade, por sermos parceiros e irmãos “irmãos que
escolhi!”.
Aos demais amigos de jornada e incentivo acadêmico, Adriana Santos, Camila
Calanzas, Carla Caroline, Dany Cássia, Gabriela Goes, Isabela Dias, Isabele Goes,
Jacilene Guedes, Laísa Buarque, Monalisa Costa, Pedro Weldes,Pricilla Praxedes. As
palavras de incentivo, amizade e apoio sem dúvidas se tornaram combustível em minha
vida.
Aos adolescentes que se depuseram a participar da pesquisa e com toda dedicação
seguiram até o fim, mesmo em meio a suas diversas cobranças e construções acadêmicas,
minha eterna gratidão a vocês.
Aos integrantes do projeto, Maria Julia, Rafael Marinho, Eduardo, Artur, Túlio,
Victor, Thiago, George, Carlos Nascimento, Bruno, Rayssa, Renata, Ayran, Emmanuel,
Eduardo, que apesar de toda a correria do dia, distância, estavam atuante na execução
deste projeto. Parabéns pelo compromisso e disponibilidade, não tenho palavras para
expressar tamanha gratidão.
Grupo de Estudo e Pesquisa em Crescimento, Desenvolvimento e Estado
Nutricional – GEPCDEN, da Universidade de Pernambuco. Ao grupo de Pelotas, Prof Dr.
Inácio e Andrea, na colaboração das análises e total disponibilidade. Agradeço a todos
que contribuíram direta e indiretamente para a realização desse trabalho.
Aos diretores, professores, do IFPE- Campus vitória de Santo Antão, nas pessoas
de Ana Patrícia Falcão, Iunaly e Renato. Os quais abraçaram fielmente esta causa
comigo.
Ao conselho Nacional de pesquisa CNPq, Capes e FACEPE, pela ajuda financeira
da presente pesquisa.
Por fim, quero agradecer aos membros da banca examinadora, pelo tempo
disponibilizado para colabora no resultado final desta dissertação.
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo: a) examinar o efeito de doze semanas de
treinamento de força sobre a qualidade do sono e sonolência diurna em adolescentes
institucionalizados com idades entre 14 a 19 anos. A amostra foi composta por 31
adolescentes de ambos os sexos, distribuída aleatoriamente em dois grupos: grupo
intervenção (GI, n = 19) e grupo controle (GC, n = 12). Os grupos foram semelhantes nas
características físicas e qualidade do sono. Foram realizadas medidas antropométricas
(estatura e massa corporal). A qualidade do sono foi avaliada por meio dos questionários,
Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) e Escala de sonolência de Epworth
(ESE), o tempo total de sono pela acelerometria. O programa de treinamento de força
ocorreu duas vezes por semana, com uso da escala de OMNI-RES e os exercícios seguiram
a padronização de alternados por seguimento, durante doze semanas. Inicialmente foi
observada uma diferença significativa no GI na qualidade do sono (p<0,001; d=0,94). Na
análise intragrupo, encontramos melhorias tanto na qualidade do sono (p<0,01; d= 0,91),
quanto na sonolência diurna (p<0,01, d=0,90). Na analise por acelerometria, os resultados
demonstraram efeitos significativos sobre tempo total de sono (TTS) (baseline: 333,49 ±
16,94 vs Pós-intervenção: 381,60 ± 21,82; p= 0,036). Em conclusão, o treinamento de
força pode ser usado na melhoraria da qualidade de sono e sonolência diurna de
adolescentes.
Palavras-Chave: Adolescentes, qualidade do sono, sonolência diurna, treinamento de
força.
ABSTRACT
The present study aimed to: a) examine the effect of twelve weeks of strength training on
sleep quality and daytime sleepiness in institutionalized adolescents aged 14 to 19 years.
The sample consisted of 31 adolescents of both sexes, randomly distributed into two
groups: intervention group (GI, n = 19) and control group (CG, n = 12). The groups were
similar in physical characteristics and quality of sleep. Anthropometric measurements were
performed (height and body mass). Sleep quality was assessed using the questionnaires,
Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) and Epworth Sleepiness Scale (ESE), the total time
of sleep by accelerometry. The strength training program was performed twice a week
using the OMNI-RES scale and the exercises followed the standardization of alternates by
follow-up for twelve weeks. Initially, a significant difference in GI was observed in sleep
quality (p <0.001, d = 0.94). In the intragroup analysis, we found improvements in sleep
quality (p <0.01, d = 0.91), and in daytime sleepiness (p <0.01, d = 0.90). In the analysis
by accelerometry, the results showed significant effects on total sleep time (TST)
(baseline: 333.49 ± 16.94 vs Postintervention: 381.60 ± 21.82; p = 0.036). In conclusion,
strength training can be used to improve sleep quality and daytime sleepiness in
adolescents.
Key words: Adolescents, sleep quality, daytime sleepiness, strength training.
LISTA DE FIGURAS
Artigo Revisão
Figura 1 Fluxograma com número de artigos selecionados para a revisão
sistemática.
23
Artigo Original 2
Figura 1 Prevalence of sleep quality among institutionalized adolescents
Artigo Original 3
Figura 1 Respostas individuais do grupo intervenção em ambos os
questionários de avaliação do sono.
Figura 2 Comparação da qualidade do sono (eficiência do sono e tempo total
de sono) com a utilização de acelerômetros
LISTA DE TABELAS
Artigo Revisão
Tabela 1 Características dos estudos incluídos na revisão sistemática 28
Métodos
Tabela 2 Descrição da sessão de treino
Artigo original 1
Tabela 1 General characteristics of adolescents included in the study
Tabela 2 Association between gender and age with the quality of sleep in
school adolescents
Tabela 3 Correlation between age and sleep quality indicators in adolescents
stratified by sex
Artigo original 3
Tabela 1
Características gerais dos adolescentes incluídos no estudo
Tabela 2
Comparação dos grupos submetidos a um programa de treinamento
de força durante 12 semanas
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
PSQI Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh
ESE Escala de Sonolência de Epwort
% Gord. Percentual de Gordura
TESTEX Tool for the Assessment of Quality and Reporting in Exercise
ST Strength Training
TF Treinamento de Força
GC Grupo Controle
GI Grupo Intrevenção
RM Repetição Máxima
OMNI- RES Resistance Exercise Scale
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12
2. OBJETIVOS............................................................................................................ 14
2. REVISÃO DE LITERATURA (Artigo 1)............................................................. 15
3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO....................................................................... 31
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................. 32
4.1 Amostra..................................................................................................................... 32
4.2 Delineamento do estudo............................................................................................ 32
4.3 Descrição e operacionalização de coletas de dados..................................................... 33
4.3.1 Dados antropométricos e de Composição Corporal............................................ 33
4.3.2 Questionário do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh................................ 34
4.3.3 Escala de sonolência de Epworth (ESE)........................................................... 35
4.3.4 Acelerômetro (Análise do sono)........................................................................
4.3.5 Teste de 1 Repetição Máxima (1RM)................................................................
4.3.6 Intervenção - Sessão de treinamento de força.....................................................
4.4 Aspectos éticos ................................................................................................
35
36
37
38
4.5 Processamento e análise estatística....................................................................... 38
5. RESULTADOS...................................................................................................... 39
5.1 Artigo Original 1............................................................................................ 39
5.2 Artigo Original 2.................................................................................................... 40
5.2 Artigo Original 3..................................................................................................... 58
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 75
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 76
8. ANEXOS E APÊNDICES......................................................................................... 78
12
1. INTRODUÇÃO
O sono é caracterizado por uma diminuição da consciência e redução dos
movimentos músculo esquelético, seguido por uma redução no metabolismo, que por sua
vez têm uma função restauradora essencial para o organismo (COELHO et al., 2010).
Durante o sono ocorrem vários processos metabólicos necessários ao bom funcionamento
do organismo, como a liberação de hormônios do crescimento e cortisol (MELLO et al.,
2010).
Considera-se, que o início do sono esteja relacionado com a atividade de fatores
metabólicos endógenos produzidos durante o período de vigília (CIAMPO, 2012). No
entanto, este período de vigília, parece ser influenciado por diversos fatores como idade,
sexo, aspectos sociais, psicológicos, fisiológicos, como também as diferentes fases da vida
(infância, adolescência, adulta e o envelhecimento) (PEREIRA, TEIXEIRA, LOUZADA,
2010; VEQAR, HUSSAIN; 2012).
Relativamente, a fase da adolescência, alguns estudos descrevem alterações no
padrão normal do sono, que parecem está associadas ao período da puberdade
(CROWLEY, ACEBO, CARSKADON, 2007; ROENNEBERG et al., 2005; CHENG et
al., 2012). Em um estudo realizado por Bernardo (2009), em adolescentes (n=863; 10 a 19
anos de idade), foi identificada uma prevalência de 39,0% de duração inadequada de sono.
Para estes autores, uma duração inadequada do sono pode trazer consequências como:
aumento da sonolência diurna e diminuição da atenção desses sujeitos.
A American Sleep Disorders Association (AADS) (THORPY, 1991), recomenda o
envolvimento com exercício físico como uma forma de intervenção não farmacológica
para melhorar a qualidade do sono. A possibilidade de um aumento no tempo total de sono
pode estar associada aos exercícios físicos, pela necessidade de mais sono para restabelecer
a homeostase perturbada pelo exercício. Em um estudo de intervenção realizado com
13
adolescentes (n=20; 14,5 ± 1,5 anos de idade), durante 12 semanas, demonstrou-se que o
exercício físico trouxe melhorias na eficiência e duração do sono desta população
(MEDELSON et al.,2015). Em outro estudo, foi identificada, uma associação positiva
entre sono e a prática de exercícios físicos (MELLO, FERNANDEZ, TUFIK, 2000;
FARIA, 2009).
Relativamente, à prática de exercícios físicos, evidências disponíveis na literatura
apontam efeitos satisfatórios sobre a qualidade do sono, tanto de forma aguda
(SANTIAGO et., 2014), em que não há adaptação à sua duração, quanto de forma crônica
(AWAD et., 2013). No entanto, evidências sobre a qualidade do sono em adolescentes
utilizando como forma de intervenção o treinamento de força, são escassos e
inconclusivos. Contudo, recomendações quanto à utilização do treinamento de força em
adolescentes já estão bem estabelecidos na literatura (UGHINI, 2014).
Recentemente, foi verificado em adolescentes (n=6; 16,6±1,4 anos idade) que as
sessões de treinamento de força realizadas no período da manhã e tarde estavam associadas
à qualidade do sono e explicaram em 94% e 92% estas melhoras (SANTIAGO et al.,
2015), respectivamente. Logo, a associação entre sono e o exercício físico pode sofrer
influência de fatores como o tipo de exercício físico realizado, intensidade e duração
(MENDELSON et al., 2015).
14
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Analisar o efeito de doze semanas de treinamento de força sobre a qualidade
do sono e sonolência diurna em adolescentes.
2.2 Objetivos específicos
Examinar o efeito agudo e crônico do treinamento de força sobre os
indicadores antropométricos e qualidade do sono em adolescentes;
Verificar os indicadores da qualidade do sono, após ajustes por covariáveis:
idade cronológica, sexo, IMC e a composição corporal (% de gordura, massa
gorda e massa corporal magra) de adolescentes.
Iinvestigar a prevalência de má qualidade do sono e a associação entre
qualidade do sono com gênero e idade em adolescentes.
15
2. REVISÃO DE LITERATURA
Artigo de revisão elaborado de acordo com as normas da Paulista de Pediatria
Efeito do treinamento de força na qualidade do sono de adolescentes: uma revisão
sistemática.
Effect of strength training in the quality of sleep teenagers: a systematic review.
Ladyodeyse C. S. Santiago1; Priscyla P.Gomes
2; Priscila M. C. Andrade
1; Bruno R. V.
Santos1; Marcos A. M. Santos
1,2
1 Universidade de Pernambuco. Escola Superior de Educação Física. Recife, PE. Brasil.
Programa de Pós-Graduação em Hebiatria (UPE/ESEF), Recife, PE, Brasil.
2 Universidade de Pernambuco. Escola Superior de Educação Física. Recife, PE. Brasil.
Programa Associado de Pós-Graduação em Educação Física UPE/UFPB, Recife, PE,
Brasil.
Autor correspondente
Marcos André Moura dos Santos - Escola Superior de Educação Física - Rua Arnóbio
Marques, 310.
Santo Amaro, CEP 50100-130- Recife, PE - Brasil
Declaração de conflito de interesse: Nada a declarar.
16
RESUMO
Objetivo: Analisar o efeito do treinamento de força (TF) sobre a qualidade e padrão do
sono de adolescentes.
Fontes de dados: Foram analisados estudos encontrados nas bases de dados
Medline/PubMed, Lilacs e SCOPUS que apresentassem resultados originais, sem
restrições de idioma e período, estudos experimentais que reportassem efeitos do
treinamento de força sobre a qualidade do sono em indivíduos jovens (14 a 25 anos de
idade), publicados até outubro de 2016. A qualidade metodológica foi avaliada através da
ferramenta Tool for the Assessment of Study Quality and Reporting in Exercise (TESTEX)
scale.
Síntese dos dados: Dos 308 artigos, apenas três estudos foram incluídos nesta revisão. Os
estudos totalizaram 70 participantes, com predomínio do sexo masculino, tamanho
amostral entre 6 e 40 sujeitos; 100% dos estudos avaliaram a qualidade do sono no final
das intervenções. Ao abordar o TF em populações jovens, todos os estudos analisados
comprovaram que existem efeitos positivos na melhoria da qualidade do sono de
adolescentes. Os instrumentos utilizados para análise do padrão de sono incluíram a
polissonografia, sensor portátil e PSQI. A qualidade metodológica variou entre baixa (66,6
%) e média (33,3%).
Conclusões: O treinamento de força causa efeitos positivos sobre o padrão e qualidade do
sono de adolescentes, com aumento na duração e eficiência do sono. Todavia, a
intensidade, tempo de duração do exercício físico utilizada nessa população ainda não
apresenta consenso entre os estudos analisados.
17
ABSTRACT
Objective: To analyze the effect of strength training (ST) on pattern and sleep quality of
adolescent.
Data sources: We analyzed studies that were find in the Medline / PubMed, Lilacs and
SCOPUS databases that presented original results, without language and period
restrictions, experimental studies that reported effects of strength training on sleep quality
in young individuals (14 to 25 years of age), published until October 2016. The
methodological quality was evaluated through the Tool for the Assessment of Quality and
Reporting in Exercise (TESTEX) scale.
Data Synthesis: Initially were founded 308 articles, only three studies were included in this
review. The studies totaled 70 participants, with male predominance, sample size between
6 and 40 subjects; 100% of the studies evaluated the quality of sleep at the end of the
interventions. When addressing ST in young populations, all the studies analyzed shown
that there are positive effects in improving the sleep quality of adolescents. The
instruments used for sleep pattern analysis included polysomnography, portable sensor and
PSQI. The methodological quality ranged from low (66.6%) to mean (33.3%).
Conclusions: Strength training causes positive effects on sleep pattern and quality of
adolescents, with increased sleep duration and efficiency. However, the intensity, duration
of physical exercise used in this population still does not present a consensus among the
studies analyzed.
18
Introdução
A fase da adolescência é marcada por mudanças biopsicossociais importantes,
inclusive a percepção quanto às alterações no padrão e qualidade do sono 1, 2
. Sendo, neste
contexto, considerado um importante componente no processo de crescimento e
desenvolvimento físico de crianças e adolescentes por promover uma revitalização das
funções orgânicas 3, 4
. Alguns estudos têm observado que um padrão de sono inadequado
durante esta fase pode trazer algumas consequências como: aumento de sonolência diurna,
alterações no humor, diminuição da qualidade de vida, dificuldades de aprendizagem e
maior predisposição ao aparecimento de doenças 5-7
.
Zhang et al. em estudo de base populacional com delineamento longitudinal (5 anos
de seguimento), observou um aumento na prevalência de insônia de 4,2% para 6,6% em
crianças8. Em outro estudo, Hysing et al. analisando uma amostra de adolescentes (16 a 18
anos de idade), identificou uma prevalência de 23,8 % 9. Neste cenário, problemas
relativos ao sono nesta etapa de crescimento e desenvolvimento, têm sido associados a um
menor desempenho escolar e comportamentos de risco à saúde física e mental (ou seja;
ansiedade, estresse, depressão)10
.
Contudo, de acordo com a American Sleep Disorders Association (ASDA), o
exercício físico é considerado uma forma de intervenção não famacólogica na promoção de
uma melhor qualidade do sono 11
. As respostas positivas no padrão do sono de
adolescentes parecem ser melhor observadas em jovens fisicamente ativos e em boa forma
física3. Especula-se que sua melhoria esteja relacionada tanto a duração e intensidade,
quanto aos tipos aeróbio ou anaeróbio12
. Sabe-se, que o treinamento de força (TF) é capaz
de promover alterações positivas no sistema cardiovascular e endócrino13
, bem como,
melhoria na latência e duração do sono14
.
19
Todavia, embora amplamente discutidos e em menor extensão, sistematicamente
investigados, o papel exato das relações entre a realização de sessões de treinamento de
força e a melhoria no padrão e qualidade do sono em adolescentes, ainda não estão
totalmente esclarecidas, o que dificulta e limita, ao menos em parte, as comparações e
ilações que possam ser realizadas. Contudo, recentemente, foi observado que uma sessão
de treinamento de força realizada no período da manhã e tarde provocou uma melhora na
qualidade do sono de adolescentes15
.
Deste modo, considerando o aumento da prevalência de má qualidade e distúrbios
do sono em adolescentes, além dos prejuízos dessa condição e as informações conflitantes
sobre o papel do treinamento de força. Assim, desta revisão foi analisar os efeitos do
treinamento de força sobre a qualidade e padrão do sono de adolescentes.
Métodos
O estudo consiste em uma revisão sistemática feita por meio de pesquisa nos
bancos de dados PubMed, Lilacs e Scopus. Foram selecionados estudos nos idiomas inglês
e português, sem filtro quanto ao ano de publicação dos artigos. O período da seleção dos
estudos foi de setembro a outubro de 2016.
A busca por descritores e termos foi realizada com o MeSH - Medical Subject
Headings, através do portal da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA (NLM) e DeCS -
Descritores em Ciências da Saúde do banco de dados Biblioteca Virtual em Saúde
(Biblioteca Virtual da Saúde- BVS). A estratégia de busca incluiu a combinação de
v r õ s: (1) “Sl p” OR “Slow-w v ” AND (2) “A ol s nt” OR “youth” AND (3)
“R s st n tr n n ” OR “Str n th tr n n ”. Os t rmos for m om n os us n o os
operadores lógicos disponíveis como ferramentas de busca. Títulos e resumos dos estudos
identificados foram avaliados contra critérios de elegibilidade. Os estudos que atenderam
aos critérios de elegibilidade foram lidos na íntegra. A busca e a análise dos artigos, de
20
acordo com a estratégia estabelecida, foram conduzidas de forma independente por dois
avaliadores (LCSS e PP) e as divergências foram resolvidas com um terceiro avaliador
(MAMS), por consenso. As referências desses artigos, em uma tentativa de identificar
outros potenciais estudos, foram rastreadas.
Foram utilizados como critérios de inclusão estudos realizados em indivíduos
jovens e que repostassem análise do efeito sobre a modificação do padrão e qualidade do
sono, podendo incluir recomendações gerais no exercício, e/ou prescrição de treinamento
de força. Os resultados primários de interesse foram os efeitos que o treinamento de força
poderia provocar na qualidade do sono de indivíduos jovens. Os desfechos secundários
foram o tempo de intervenção, treinamento utilizado e instrumentos de análise do sono.
Artigos de revisão, estudos de validação, resumos de congressos, monografias,
dissertações, teses, comentários breves e relatórios com crianças e adolescentes ou estudos
realizados com populações especiais ou com adultos não foram incluídos.
Para extração dos dados, os seguintes aspectos entre os artigos elegíveis foram
adotados: (a) ano de publicação, (b) avaliação da qualidade do sono (c) tamanho da
amostra, (d) idade (anos), (e) detalhes do programa de exercício: tipo, duração,
intensidade, frequência semanal e prescrição do exercício e (f) os resultados encontrados.
Os critérios para avaliar a qualidade dos estudos foram avaliados conforme a escala
Tool for the Assessment of Study quality and reporting in Exercise (TESTEX), a qual
estabelece um escore de qualidade formal para cada estudo em uma escala de 15 pontos,
atribuindo um valor de 0 (ausente ou inadequadamente descrito) ou 1 (presente e
explicitamente descrito) para cada uma das seguintes questões: (1) Os critérios de
elegibilidade especificados (2) Randomização especificada (3) Ocultação da alocação (4)
Grupos semelhantes no início do estudo (5) Cegamento do assessor (por, pelo menos, um
resultado-chave) (6) As medidas de desfecho avaliadas em 85% dos pacientes (7) Se
21
eventos adversos são relatados (8) Se o comparecimento ao exercício foi relatado (9) Se
utilizou a análise de intenção de tratar (10) Comparações estatísticas entre grupos relatado
(11) Se a variabilidade dos dados para todos os desfechos foi apresentada (12)
Monitoramento das atividades do grupo controle (13) Manutenção da intensidade relativa
do exercício ao longo do experimento (14) Volume de exercício e (15) o dispêndio
energético foram reportados.
Estudos que alcançaram pontuação 0 a 5 foram classificados como de baixa
qualidade, entre 6 a 10 foram considerados de qualidade média e entre 11 e 15 pontos
foram classificados como de alta qualidade metodológica.
Resultados
Inicialmente, foram encontrados 308 artigos, desses 305 foram descartados. Sendo,
1 estudo de revisão sistemática, 283 estudos não cumpriam os critérios de elegibilidade , 8
não envolviam adolescentes em sua amostra. Assim, foram incluídos apenas três estudos
que avaliaram os efeitos do treinamento de força sobre a qualidade do sono em
adolescentes. Dentre estes, 2 (66,6%) estudos preencheram todos os critérios de inclusão e
1 (33,3%) estudo foi incluído pela literatura cinza. A figura 1 apresenta o fluxograma em
relação ao total de artigos encontrados nas bases de dados usadas e os motivos de exclusão
dos estudos.
Dos estudos incluídos, todos foram publicados no ano 2015. A forma de
intervenção utilizando o TF como variável independente isolada do estudo sobre o sono foi
constatado em 2 estudos (66,6%)13, 15
. Em outro estudo (33,3%)12
foi utilizado como
instrumento, resistores elásticos. O número médio de indivíduos nos estudos foi de vinte e
três, sendo que o estudo com maior amostra por grupo foi de 40 indivíduos12
e o com
menor 6 indivíduos15
. Na avaliação da qualidade dos estudos, dois foram classificados
como de baixa qualidade (66,6%) e um com média (33,3%) qualidade. A tabela 1
22
apresenta os detalhes dos estudos, incluindo informações sobre o ano de publicação, autor,
local do estudo, idade, protocolo de treinamento, resultados principais12, 13, 15
. Ao abordar o
TF, todos os estudos descritos demonstraram a existência de impactos positivos sobre a
melhora da qualidade do sono em indivíduos jovens.
23
Estratégia de busca
PUBMED
295 Artigos
SCOPUS
13 Artigos
LILACS
0 Artigos
Artigos
257 Estudos excluídos após
leitura dos títulos
1 em comum
1 literatura cinza
3 em duplicata
Artigos
30 Estudos excluídos após
leitura dos resumos
Artigos
21 Estudos excluídos após
leitura na íntegra
3 Artigos incluídos na
análise final
Fig.1. Fluxograma, que mostra o número de artigos selecionados para a revisão
sistemática.
24
Tabela 1. Características dos estudos incluídos na revisão sistemática
Autor/ano
Amostra Local do
Estudo
Faixa
Etária
Protocolo de
treinamento Tipo de estudo
Instrumento de análise do
sono Principais Achados TESTEX
Mendelson et
al., 20151
40
(20 obesos
+ 20
eutróficos)
França 14,5 ± 1,7
2 sessões/semana
aeróbio
2 sessões/ semana
r o + for (30’ A
+20’ r s stor s
elásticos)
Experimental
12 semanas
Polissonografia
Melhora da duração do sono (P =
0,025);
eficiência do sono (P= 0,028) no
grupo treinamento combinado
6
Alley et al.,
2015 24 USA
18-25
anos
1 sessões diversos
horários 2 semanas Sensor portátil
Qualidade do sono e pressão
arterial (P = 0,04) 4
Santiago et al.,
2015 6 Brasil 16,6 ± 1,4
1 sessão de treinamento
de força
Intervenção
Exploratório
(PSQI)
Melhoria na qualidade do sono
TF manhã (P = 0,010) e a tarde (P=
0,026)
4
Legenda: (n = Número total da população estudada); (PSQI= Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh); (TF= Treinamento de força); (TEXTEX = avalia a qualidade dos estudos numa escala de 0-15
pontos).
25
Discussão
Na presente revisão, foram identificados três estudos que investigaram os efeitos
do treinamento de força sobre a qualidade do sono de adolescentes. Os principais
resultados analisados demonstram uma forte evidência de alterações positivas na
qualidade do sono. Destaca-se que entre os estudos, apenas 1 estudo foi realizado no
Brasil, reforçando a necessidade de estudos de intervenção nesta população.
Parece existir um consenso, entre os principais resultados dos estudos sobre os
efeitos do treinamento de força na qualidade e padrão do sono. No entanto, não existe
uma padronização quanto ao tempo utilizado na intervenção, para identificar possíveis
efeitos. Foi verificado que há uma carência nos estudos em populações formadas
exclusivamente por adolescentes, até mesmo pelo fato de não existir uma definição
etária definitiva quanto a este ponto de corte cronológico. Do mesmo modo, estudos que
utilizam apenas o treino de força isoladamente como forma de verificar melhorias na
qualidade do sono, sendo em sua maioria intervenções com protocolos de treinamentos
combinados 12, 13
.
Essa revisão sistemática trouxe informações relevantes sobre os efeitos do TF no
sono de indivíduos jovens, na qual todos os estudos sobre essa temática foram
publicados recentemente; os estudos apresentaram resultados significativos quanto aos
efeitos do TF; diferentes períodos de intervenção de treinamento trabalhados nos
estudos. Embora o exercício físico seja amplamente recomendado para a melhoria do
sono em indivíduos jovens, ainda são escassos os estudos que focalizem a intervenção
do TF de forma crônica e isolada no padrão e qualidade do sono 12, 13, 15
.
A suposição de que o TF atua positivamente nas funcões e promoção do sono na
população adolecescente, são observadas, no entanto as intervenções apresentadas na
26
literatura utilizam com frequência amostras em adultos, idosos e atletas. Porém, com
base na reisão realizada, um estudo em grupo formado especificamente por adolescentes
realizado por Santiago et al. (2015)15
, investigou o efeito a relação entre uma sessão de
treinamento de força realizada em diferentes horários (manhã, tarde e noite) sobre a
qualidade de sono. Neste estudo, foi observada uma melhoria na qualidade do sono nos
indivíduos que realizaram o TF nos horários da manhã e tarde. Em outro estudo,
realizado na França, por Mendelson (2015)12
analisou o efeito de 12 semanas do TF
sobre a qualidade do sono em adolescentes. Foram observados efeitos positivos sobre o
sono, qualidade de vida e níveis de atividade física. Estes achados parecem contribuir de
forma positiva na melhora da qualidade do sono de adolescentes uma vez que tem sido
observado que na puberdade ocorre um atraso em relação ao padrão do ciclo vigília-
sono, decorrente dos horários tardios de dormir e acordar que, somados aos horários
sociais e de início das aulas pela manhã, levam a uma importante diminuição das horas
de sono 16
.
Com relação ao protocolo de treinamento os estudos apresentam formas variadas
de exposição, com tempo de duração, tipos de materiais e diferentes horários de
intervenção, contudo, sendo encontrados efeitos positivos independentemente das
condições observadas. Relativamente, aos instrumentos utilizados para análise do
padrão de sono nesses estudos, utilizados instrumentos de medidas diretas
(polissonografia) quanto indiretas (questionários). Todavia, em seu estudo Alley
(2015)13
utilizou um sensor portátil que avaliou a arquitetura do sono e sua relação com
a pressão arterial em indivíduos de 18 a 25 anos, sendo encontradas melhorias em
ambas variáveis, onde tal ferramenta revelava outra possibilidade de medida direta para
avaliar a qualidade do sono.
27
Os 3 estudos incluídos nesta revisão variaram quanto a análise de efeito crônico
e agudo do exercício, com intervenções entre 1 dia e 12 semanas. De acordo com
Mendelson e colaboradores (2015)12
, o exercício crônico é uma ferramenta importante
na melhoria do sono, bem como na redução de peso, sendo esta uma variável importante
a ser relacionada com a má qualidade de sono. Adicionalmente, Santiago e
colaboradores (2015)15
em apenas uma sessão de treinamento de força observaram
melhoras sobre a qualidade do sono em indivíduos jovens. Alley e colaboradores
(2015)13
em um programa com um número maior de sessões e duração de duas
semanas. Além de respostas positivas sobre o sono, obteve melhores níveis de pressão
arterial em jovens. Indivíduos fisicamente ativos têm benefícios quanto à eficiência,
padrão de sono e à redução na frequência de queixas referentes ao sono, enquanto que
pessoas inativas queixam-se de sono ruim, baixa eficiência e tendem a ser mais
estressadas17, 18
. Entretanto, a prática deve ser contínua para garantir a manutenção
desse estado.
Hague et al. 18
demonstraram que quando indivíduos treinados sedentarizam-se,
mesmo que por um dia, o padrão de ondas e duração dos estágios do sono se redistribui,
aumentando a latência do sono de ondas lentas e aumentando o tempo do REM, sem
aumentar o tempo total de sono. Os modelos teóricos que buscam explicar os efeitos do
exercício sobre o sono estão associados às hipóteses termorreguladoras, da conservação
de energia e da restauração corporal. A hipótese termorreguladora, afirma que o
aumento da temperatura corporal decorr nt o x r í o fís o f vor r “o sp ro”
do sono através da estimulação de mecanismos de dissipação de calor corporal
controlados pelo hipotálamo e ao aumento do sono de ondas lentas, fase mais profunda
do sono em que há a restauração física 3, 19
. Já a da conservação de energia, consiste na
28
elevação do gasto energético decorrente da prática de exercícios físicos durante a
vigília. Esse aumento leva o indivíduo a necessitar de sono como um meio reparador ao
balanço energético, para as horas em vigília que estão por vir 3, 19
. A hipótese
restauradora pressupõe que o aumento do catabolismo decorrente dos exercícios físicos
durante os períodos acordados, acarreta em uma diminuição das reservas energéticas,
resultando em um aumento da necessidade do sono, para que se proporcione o
anabolismo 3, 19
.
Apesar de a literatura apontar alguns estudos conduzidos nesta temática os
resultados ainda não são satisfatórios, devido à escassez de estudos que avaliaram essa
temática. Ademais, o presente estudo apresenta algumas limitações que devem ser
consideradas, tendo em vista que a pesquisa bibliográfica foi realizada apenas em
revistas indexadas em bases de dados eletrônicas PubMed, Bireme, e Scopus. Portanto,
é possível que alguns estudos não tenham sido recuperados. A pesquisa bibliográfica foi
realizada utilizando apenas descritores em Português ou Inglês, e estudos em outros
idiomas não foram incluídos.
Considerações finais
Em resumo, os achados desta revisão demonstraram efeitos do treinamento de força
sobre a duração, eficiência e qualidade em adolescentes e jovens. Todavia, estes
achados devem ser observados com cautela em face da variabilidade observada na
forma, intensidade e tipo de estimulo utilizado. Os resultados ressaltam a necessidade
na elaboração de medidas efetivas e estratégicas na promoção de formas de intervenção
que sejam suficientemente efetivas para amenizar os efeitos negativos da má qualidade
do sono nesta população.
29
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30
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31
4.ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Trata-se de uma dissertação estruturada em três artigos de investigação original
que foram submetidos para publicação e que contemplam o objetivo geral e os objetivos
específicos citados.
32
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Amostra
A população alvo deste estudo foi composta por 31 adolescentes escolares de 14 a
19 anos de ambos os sexos, moradores internos do Instituto Federal de Educação (IFPE)
- Campus Vitória Santo Antão - Pernambuco. Todos os sujeitos são residentes
permanentes do IFPE em regime de internato, de segunda à sexta feira, conforme
normas da instituição e em conformidade com o calendário acadêmico. A coordenação
geral de assistência ao estudante (CGPE) do Campus realiza uma divisão dos alunos por
quarto, onde são alocados oito estudantes em cada dependência e divido em dormitórios
femininos e masculinos.
Todos os adolescentes foram convidados a participar voluntariamente do estudo.
A convocação dos estudantes foi realizada através de avisos em salas de aula e cartaz
com informes sobre a descrição do estudo. Após esta divulgação, os adolescentes
interessados em participar do estudo receberam o Questionário do Índice de Qualidade
do Sono de Pittsburgh (PSQI), para identificação dos sujeitos que apresentariam má
qualidade ou distúrbios do sono e em seguida aplicada a escala de sonolência de
Epworth (ESE) com intuito de quantificar a propensão para adormecer durante 8
situações rotineiras.
O IFPE Campus Vitória de Santo Antão, mantém todos os estudantes sob o
mesmo regime e condições, a saber: todos são acordados por volta das 6h, realizam
higiene pessoal e se dirigem ao refeitório onde recebem um café da manhã padrão (pães,
ovos, queijo, suco, leite e frutas). Não houve qualquer interferência do pesquisador
quanto à quantidade de alimento consumido. Conforme o horário estabelecido para
33
realização da sessão de treinamento, foram feitas adequações na rotina das atividades
diárias dos sujeitos do estudo. O horário de recolhimento dos internos ocorre sempre as
22h00min (momento em que serão orientados a dormir).
Além da identificação de problemas relacionados ao sono, foram estabelecidos os
seguintes critérios de inclusão: i) apresentar queixas de sono não reparador (má
qualidade do sono e distúrbio do sono), ii) apresentar sonolência diurna de acordo com
o escala de sonolência de Epworth, iii) não estar envolvido em programas de exercícios
físicos, iv) não apresentar qualquer lesão muscular ou ortopédica que possa
comprometer a realização das sessões de intervenção, v) ter realizado atividade física
moderada ou vigorosa nas 12 horas que precederam à avaliação e vi) cumprir 85% das
sessões de treinamento e vii) não utilizar medicamento para dormir
4.2 Delineamento do estudo
Trata-se de um estudo de intervenção randomizado. Os sujeitos foram submetidos
a seguintes procedimentos: avaliações antropométricas (peso e estatura),
hemodinâmicas (frequência cardíaca e pressão sanguínea de repouso) e análise da
qualidade do sono por meio do PSQI e sonolência diurna com o ESE e Teste de 1RM.
Os participantes do estudo foram distribuídos através de sorteio em dois grupos: grupo
treinamento de força (GTF) e grupo controle (GC).
A randomização simples foi realizada através de números gerados no site
www.randomizer.org. Todas as sessões ocorreram no IFPE Campus Vitória de Santo
Antão e após as 12 semanas os procedimentos mencionados foram repetidos.
4.3 Descrição e operacionalização da coletas de dados
4.3.1. Antropométria e Composição Corporal
34
Foram coletadas medidas da massa corporal e estatura. A massa corporal foi
obtida através de balança de plataforma (Welmy, Brasil), com carga máxima de 150 kg
e escala de precisão de 0,1 kg, com os sujeitos descalços e usando roupas leves. Para a
medida da estatura foi usado um estadiômetro de madeira com precisão de 0,1 cm. O
índice de massa corporal foi calculado dividindo-se a massa corporal pela estatura ao
quadrado [Massa (kg)/Altura2(m)].
Para estimativa da composição corporal, foi utilizado o modelo de dois
compartimentos (massa gorda e massa magra) adotando-se as medidas de espessuras de
dobras cutâneas, utilizando-se adipômetro cientifico (Lange®
, Cambridge Scientific
Instruments, Cambridge, Maryland), com pressão constante de 10 g/mm2, precisão de 1
mm. Os pontos de coleta foram tríceps e subescapular e seguiram as recomendações
descritas previamente (SLAUGHTER e col., 1988). As medidas foram realizadas em
triplicata e o valor mediano foi adotado.
4.3.2 Questionário do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh
Questionário do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) foi utilizado
para análise da qualidade do sono, (BUYSSE, REYNOLDS, 1989). O questionário
verifica a qualidade do sono no último mês, fornecendo um índice de gravidade e
natureza do distúrbio (TOGEIRO, SMITH, 2005). Possui 19 questões, agrupadas em
sete componentes com distribuição de pesos que variam de 0 a 3. Estes são classificados
quanto às queixas relativas ao sono, sendo: qualidade subjetiva do sono, latência do
sono, duração do sono, eficiência habitual do sono, distúrbio do sono, uso de
medicamentos para dormir e a disfunção diurna. As pontuações desses sete
componentes são somadas para atingir um escore de 0 a 21 e quanto maior o score, pior
a qualidade do sono. Assim, um score de PSQI >5 revela que o indivíduo apresenta
35
grandes dificuldades em pelo menos dois componentes ou dificuldades moderadas em
três ou mais componentes (BERTOLAZI, 2008). Logo, pontuações de 0 - 4 indicam boa
qualidade do sono, de 5 -10 qualidade ruim e acima de 10, distúrbios do sono. Esse
instrumento foi validado na versão em português por (CHELLAPPA, ARAUJO; 2007)
(ANEXO B).
O PSQI foi aplicado no início dos experimentos (M0), após as primeiras quatro
semanas (M1), após oito semanas (M2) e ao final de todo o período de intervenção
(M3). Os sujeitos foram orientados a responder no dia seguinte após a última sessão
realizada.
4.3.3 Escala de sonolência de Epworth (ESE)
A escala de Epworth foi desenvolvida em 1991 por um médico australiano, Dr.
John W. Murray (MURRAY JW, 1993). Esta escala tem como finalidade quantificar a
propensão para adormecer durante 8 situações rotineiras. As respostas atingem valores
máximos de 24 pontos e 0 como mínimo, sendo 10 o ponto de corte.
A ESE foi aplicada no início dos experimentos (M0), após as primeiras quatro
semanas (M1), após oito semanas (M2) e ao final de todo o período de intervenção
(M3). Os sujeitos foram orientados a responder no dia seguinte após a última sessão
realizada. (ANEXO C).
4.3.4 Acelerômetro (Análise do sono)
A actigrafia é uma técnica de avaliação do ciclo sono-vigília que permite o
registro da atividade motora através dos movimentos dos membros durante 24 horas.
Trata-se de um dispositivo colocado no punho (como um relógio de pulso) que realiza a
detecção dos movimentos. Assim, podemos obter informações como o tempo total de
sono, tempo total acordado, número de despertares e latência para o sono. No presente
36
estudo foi utilizado o actígrafo (Actigraph GT3X+ Tri-Axis Accelerometer Monitor).
Foi coletado no início dos experimentos (M0) e ao final de todo o período de
intervenção (M3). Os sujeitos foram orientados a usarem o aparelho na hora de dormir.
4.3.5 Teste de 1 Repetição Máxima (1RM)
A carga em cada exercício foi prescrita com base no teste de 1RM. O teste foi
aplicado para a avaliação da força máxima nos exercícios utilizados no programa
experimental. Em cada exercício, o teste foi iniciado com aquecimento (10 repetições),
utilizando-se aproximadamente 50% da carga estimada para a primeira tentativa de 1-
RM. Após dois minutos de intervalo, os sujeitos eram orientados a realizarem duas
repetições com a carga estimada para 1-RM. Caso mais de uma repetição fosse realizada
adequadamente ou o sujeito não conseguisse completar uma única repetição, a carga era
ajustada para a segunda tentativa. Para cada exercício foi estipulada até quatro tentativas
para a determinação da carga de 1-RM, com intervalo de três a cinco minutos entre as
tentativas. Pesquisadores envolvidos neste estudo passaram por treinamento prévio para
a devida aplicação do protocolo de exercícios.
Todos os indivíduos foram orientados a não praticarem atividades físicas e
manterem suas rotinas no internato ao longo das 24 horas antecedentes à realização dos
testes. Para minimizar possíveis erros na identificação das cargas, as seguintes
estratégias foram adotadas: a) a técnica dos movimentos foi explicada e demonstrada
pelos avaliadores antes de cada exercício, b) a técnica do movimento de cada exercício
foi monitorada e corrigida quando necessário e c) todos os sujeitos receberam incentivo
verbal durante a realização dos testes.
37
A intervenção foi realizada por um período de 12 semanas com intervalo de 1 dia
entre cada sessão (segunda e quarta), de modo que houvesse um intervalo de pelo
menos 24 a 48 horas da sessão realizada. Para evitar perdas relativas à frequência de
realização da sessão de treino, foi disponibilizado mais um dia na semana para
realização da sessão de treino. Os horários estabelecidos para realização das sessões de
treino foram baseados em nossos achados recentes com esta população (SANTIAGO et
al., 2015). Assim, a intervenção foi realizada no período da manhã ou tarde.
4.3.6 Intervenção - Sessão de treinamento de força
Durante a realização do estudo, os voluntários não realizaram nenhum outro tipo
de exercício físico de modo que o impacto da sessão de treinamento pôde ser avaliado
de forma isolada.
A sessão de treino foi composta por oito exercícios (cadeira extensora, cadeira
flexora, panturrilha e cadeira abdutora, remada baixa, rosca direta, tríceps pulley e
elevação lateral), realizada em três séries de oito repetições, alternada por segmentos
(tabela – 2). A percepção subjetiva de esforço (PSE) foi registrada através da escala
OMNI-RES (OMNI − Resistance Exercise Scale). Era solicitado a cada voluntário que
apontasse na escala, imediatamente após o término da série, sua sensação percebida de
esforço realizado (ROBERTSON RJ et al., 2003).
Tabela 2 - Descrição da sessão de treino
Semana Sessões de
atividade Duração Sessão de treino Progressão de treino
1ª a 12ª
2 x p/semana
50 a 60
min.
Alongamentos para
todos os segmentos
corporais (10 min.);
Parte principal:
Membros inferiores:
cadeira extensora,
cadeira flexora,
1ª- 2ª semana 1-2 séries de 8
-15 repetições;
3ª- 12ª semana 2-3 séries de
8 -15 repetições com o
aumento de 5% - 10% da
carga. Intervalo de 1- 3min.
38
panturrilha e cadeira
abdutora, e Membros
superiores: remada
baixa, rosca direta,
tríceps pulley e
elevação lateral
(45 min)
4.4 Aspectos éticos
O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade de Pernambuco e seguiu as normas estabelecidas pelo Comitê Nacional de
Ética e Pesquisa (CONEP) Resolução 466/12 sobre pesquisa envolvendo seres
humanos, protocolo CAAE Nº 02289512.8.0000.5207. Todos os participantes, após os
esclarecimentos sobre os procedimentos e riscos aos quais foram submetidos, receberam
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A) para que seu
responsável legal o assinasse, autorizando a participação do adolescente no estudo,
assim como aos adolescentes maiores de 18 anos. Os sujeitos menores de 18 anos
receberam o Termo de Assentimento (APÊNDICE B).
4.5 Análise de dados
Os procedimentos estatísticos previstos para esta dissertação serão apresentados
de acordo com o proposto em cada um dos artigos na sessão de resultados.
39
5. RESULTADOS
5.1 - Artigo Original 1- Publicado na Revista Brasileira Medicina do Esporte (ANEXO
A)
40
5.2 - Artigo Original 2 – Submetido na revista Sleep and Breathing
41
Title: The Role Played by Gender and Age on Poor Sleep Quality among
Institutionalized Adolescents
Ladyodeyse da Cunha Silva Santiago1; Rafael Marinho Falcão Batista
2; Maria Julia
Lyra1; Breno Quintella Farah
2, 3; Rodrigo Pinto Pedrosa
4,5; Ana Patrícia Siqueira
Tavares Falcão6; Rodrigo Cappato de Araújo
1,2; Marcos André Moura dos Santos
1,2
1 Program in Adolescent Health, University of Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brazil
2 Associate Graduate Program in Physical Education, University of Pernambuco,
Recife, Brazil
3 Group Research in Health and Sport, ASCES College, Caruaru, Brazil
4 Sleep and Heart Laboratory, Pronto Socorro Cardiologic de Pernambuco (PROCAPE),
University of Pernambuco, Recife, Brazil
5Hospital Metropolitano Sul Dom Helder Câmara – IMIP Hospitalar
6 Group Research in Education, Health and Environment, Vitoria de Santo Antao
(IFPE), PE, Brazil.
Address of corresponding author: Marcos André Moura dos Santos, Physical
Education School, University of Pernambuco. Address: Arnóbio Marques street, 310.
Santo Amaro, Zip code: 50100-130- Recife, PE – Brazil. Telephone: + 55 81 31833354
Fax: + 55 81 31833378
e-mail: mmoura23@gmail.com
42
Abstract
Purpose: The aim of this study was to analyze the prevalence and association between
sleep quality with gender and age and to examine the relation between age and the
components of the PSQI in institutionalized adolescents. Methods: High school internal
students of both genders, aged between 14 and 19 years old were analyzed. After a full
clinical evaluation, the Pittsburg Sleep Quality Index Score was obtained from all
participants. Results: We studied 210 participants [male: 15. 7±1.2 years; BMI:
21.7±2.6 kg/m2; female: 15.7±1. 2 years; BMI: 21.9±4.5 kg/m
2]. Poor sleep quality was
present in 137(65.3%) participants and was predominant among girls than boys (PSQI=
76.3% vs 55.8%; p<0.001), respectively. There were positive correlations between
PSQI components with age in boys (sleep latency: R=0.23; p= 0.02; sleep duration:
R=0.28; p<0.01 and overall sleep quality: R=0.21; p= 0.03), but not among girls.
Conclusion: Institutionalized girls have worse sleep quality than boys and positive
correlations between sleep quality components with age were only present among boys.
Keywords: Adolescence; Biological Maturation; Sleep Quality; Age.
43
Introduction
Sleep is part of a daily biological rhythm that is indispensable for the promotion
of health and a proper operating body [1]. There is also evidence that sleep quantity [2]
may change as a function of lifestyle factors, such as leisure activities, vocational
constraints (such as overtime and work shift), academic achievement (including periods
of increased stress due to final examinations), and social activities (such as sports,
concerts, and meeting friends) [3]. During adolescence, changes observed in the pattern
and sleep quality have been associated with hormonal and behavioral changes [4,5].
To detect and manage sleep problems, it is important to monitor habits and
perceptions of sleep with both subjective and objective measures [6]. The Pittsburgh
Sleep Quality Questionnaire Index (PSQI) provides an index of severity and nature of
the disorder, based on different components (i.e. subjective sleep quality, sleep latency,
sleep duration, sleep efficiency, sleep disturbances, use of sleep medication and daytime
dysfunction) which together establish a final diagnosis [7]. As subjects may present
problems in one specific component, total score may be in the normal range [8] and
therefore individual components of PSQI score should be analyzed separately.
This is a gap that need to be especially investigated among adolescents, as more
than 40% of them reported significant sleep complaints [9] and sleep deprivation may
be a very common problem [10]. Thus, we sought to investigate the prevalence of poor
sleep quality and the association between sleep quality with gender and age in
institutionalized adolescents.
44
Materials and Methods
Subjects
This is a cross-sectional study that evaluated institutionalized adolescents from
both genders, aged between 14 and 19 years old (without any kind of chronic disease),
enrolled on the Federal Institute of Pernambuco (IFPE), a traditional school located in
an economically poor rural zone in the state of Pernambuco, in northeastern Brazil. The
sample size was calculated based on an estimated population of 454 adolescents with a
confidence interval of 95%, an alfa error of 5% and poor sleep quality prevalence of
37.2% [11] resulting in a total sample size of 201 adolescents.
All adolescents spend the whole week in the institution. The nutrition is similar
to all of them and alcohol and tobacco are forbidden. They are distributed in 6 per
rooms. Sleep time is from 10:00 PM to 6:00 AM. Written consent was previously
signed by the responsible subject and all volunteers were informed about the study
procedures and their implications and received the free consent form to be signed by
their legal guardians. The study was approved by the Research Ethics Committee of the
University of Pernambuco, Recife, Brazil and followed the established norms of the
National Research Ethics Commission (CONEP; No. 89.701).
Anthropometry and body composition
The body weight of lightly dressed and barefooted adolescents was measured to
the nearest 0.1kg with a digital scale (Filizola, São Paulo, Brazil), and the stature was
measured to the nearest 0.5cm using a portable stadiometer (Sanny, São Paulo, Brazil)
with each adolescents’ sho s off f t to th r n h n the Frankfurt horizontal
plane [12]. BMI was calculated using the standard formula (weight [kg]/height2 [m]).
45
Sleep quality assessment
The Sleep Quality Index Questionnaire (Pittsburgh Sleep Quality Index – PSQI)
[13] was used to assess the quality of sleep in the last month, providing an index of
severity and nature of the disorder . This instrument was validated and translated into
Portuguese (PSQI-BR) by Bertolazi [14] . The PSQI is a seven domain (19 item) self-
rated questionnaire evaluating usual sleep habits during the last month. The seven
domain scores combine to provide a global sleep quality index score, including:
subjective sleep quality, sleep latency, sleep duration, sleep efficiency, daytime
dysfunction, sleep fragmentation, and use of sleep aid medications. The possible scores
range from 0–21, with greater or equal five indicative of impaired sleep quality. For this
study, the categories "poor sleep (range from 5-10)" and "sleep disorder; >10" were
grouped. Thus, two categories were formed: "Good and Poor sleep quality". The
s ns t v ty of th tool s 89.6% n sp f ty s 86.5% n st n u sh n “ oo ” n
“poor sl p rs.” PSQI h s oo r l l ty w th h h nt rn l ons st n y (𝛼 = 0.83) and
a good test-retest reliability (𝑟 = 0.85) [13]. The PSQI was applied during classrooms
and was fulfilled by the study subjects.
Statistical analysis
Normality distribution was evaluated with the Kolmogorov-Smirnov test. The
association between sex and age with the quality of sleep (good and poor) was analyzed
y P rson’s h -square. The relationship between age and PSQI components was
analyzed using the Spearman's rank correlation coefficient. Data were analyzed using
SPSS version 17.0 (SPSS, USA, 2012). The significance level for all analyses was 5%.
46
Results
The study sample was composed by 210 adolescents, 53.8% of boys, which
represents 50.4% of adolescents from FIPE. The characteristics of adolescents are
presented in Table 1.
Table 1- General characteristics of adolescents included in the study (n = 210).
Variables Male
(n=113)
Female
(n=97)
Gender n (%) 113 (53.8) 97 (46.2)
Age range
14 to 16 years (%) 86 (76.1) 68 (70.1)
17 to 19 years (%) 27 (23.9) 29 (29.9)
Pittsburgh Sleep Quality Index – PSQI
Poor Sleep Quality (%) 63 (55.8) 74 (76.3)
Good Sleep Quality (%) 50 (44.2) 23 (23.7)
Anthropometric variables
Height (m) 1.6±0.07 1.6±0.07
Weight (kg) 62.9±11.9 56.4±12.7
Body Mass Index (kg/m2) 21.7±3.6 21.9±4.5
Poor sleep (range from 5-10) and sleep disorder: >10
Approximately 65.3% (95% CI: 0.58 to 0.71) of adolescents have sleep
disorders, but girls were the ones with the poor sleep quality (OR: 2.55; 95% CI: 1.41 to
4.64). It was not possible to observe any association between sleep quality and age (OR:
1.31; 95% CI: 0.69 to 2.46). (Figure 1; Table 2).
47
Table 2- Association between gender and age with the quality of sleep in school adolescents.
Sleep quality
P
Good sleep Poor sleep
Gender
0.001 Male 50 (44.2) 63 (55.8)
Female 23 (23.7) 74 (76.3)
Age range
0.406 14 to 16 years 51 (33.1) 103 (75.2)
17 to 19 years 22 (39.3) 34 (60.7)
Values presented in absolute frequency (relative frequency)
Figure 1- Prevalence of sleep quality among institutionalized adolescents (95% CI).
48
The relationship between gender and age with PSQI components are presented
in Table 3. There was a positive correlation between age and the components related to
sleep latency (rho = 0.226, p = 0.016), sleep duration (rho = 0.289, p = 0.002) and
Global PSQI score (rho = 0.209, p = 0.026) among boys, but there was no correlation
among girls.
Table 3 - Correlation between age and sleep quality indicators in adolescents stratified by sex (n = 210).
Sleep quality indicators Age (years)
P
Boys
Subjective sleep quality (score) Rho= 0.085 0.372
Sleep latency (score) Rho= 0.226 0.016
Sleep duration (score) Rho= 0.289 0.002
Sleep efficiency (score) Rho= 0.064 0.503
Sleep disturbances (score) Rho= -0.014 0.884
Use of sleep medication (score) Rho= 0.136 0.150
Daytime dysfunction (score) Rho= 0.095 0.317
Global PSQI score (score) Rho= 0.209 0.026
Girls
Subjective sleep quality (score) Rho= 0.020 0.846
Sleep latency (score) Rho=- 0.138 0.179
Sleep duration (score) Rho= 0.118 0.249
Sleep efficiency (score) Rho= -0.037 0.721
Sleep disturbances (score) Rho= 0.167 0.102
Use of sleep medication (score) Rho= 0.076 0.459
Daytime dysfunction (score) Rho= 0.081 0.429
Global PSQI score (score) Rho= 0.099 0.334
49
Discussion
This study demonstrated a high prevalence of poor sleep quality among
institutionalized adolescents, mainly among girls. Moreover, some components of sleep
quality are related to age only among boys.
Epidemiologic and experimental studies have consistently reported that,
compared with males, females complain more about poor sleep [15]. The underlying
mechanisms remain unclear, [16] and there is a suggestion that poor sleep as reported
by females might be associated with further psychologic issues, such as depression and
anxiety symptoms, rumination, and emotion-focused coping strategies, regardless of age
[17]. Instead, some studies have shown the existence of a high prevalence of insufficient
sleep and poor sleep quality among young people [18,19], which can relate to certain
biological and maturational factors, as well as behavioral changes, specifically the
increase in school bonds [5], and more recently, excessive use of electronic equipment
[20]. Recently, Guo et al.[21] observed in 3.186 Chinese students using PSQI score that
girls and older adolescents (95% CI = 1.61 to 3.79) have 2.47 times more risk to have
sleep disorders [21].
In this scenario, women are the ones who often report poor sleep quality
complaints, a fact that appears to be associated with hormonal changes that occur during
adolescence [22]. In different periods of a woman's life, when your body undergoes
changes both emotional and physical, changes in estrogen and progesterone have a
strong influence on the sleep-wake cycle. In this sense, Barker et al [23], note that an
increase in sleep latency and a significant decrease in sleep quality efficiency are
observed during the luteal phase of the menstrual cycle [23].
50
In the present study, poor sleep quality was more prevalent among girls and
there was no association between sleep quality and age. Along the way through the
puberty stage, the changes arising from biological maturation, specifically sexual
maturation, alter gonadal hormones pulses of both genders and seem to influence the
standard and quality of sleep in adolescents [22]. In addition, circadian cycle disorders,
particularly the Delayed Sleep Phase Disorders (DSPD) [24] have been described as a
common problem in adolescents after the onset of puberty. DSPD is the most common
circadian rhythm disorder and results in a preferred sleep phase that may be delayed
until after midnight and lasting until late morning. Estimates suggest that between 5%
and 10% of adolescents may have DSPD, which may occur as a result of underlying
biological factors as well as environmental demands and the lifestyle itself [25].
However, it is important to note that in the present study the age range was
narrow and can explain the absence of association with age. The present study involved
a global analysis between sleep quality and age. This introduced high heterogeneity of
group (age) and main variable (sleep quality), increasing the spectrum of variability in
the global analysis of the sample. According to Raudenbush et al., [26] high coefficients
of variation of values attributed to one or more variables may imply correlation
coefficients close to zero when two variables are compared, affecting the direction of
intervariable relations.
In the present study, there were positive correlations between age and the PSQI
components in adolescents stratified by gender. It was interesting to note that although
girls had higher prevalence of poor sleep quality, only among boys were identified
significant correlations with sleep quality components and age (sleep latency: rho =
0.226, p = 0.016; sleep duration: rho = 0.289 ; p = 0.002 and overall sleep quality: rho =
51
0.209, p = 0.026). Notably, it appears that despite the existence of a global quality score
of sleep described as poor quality and sleep disorders, this may not present a high
prevalence, since your final score is established by the arithmetic mean of all the scores
and thus hide the existence of the disorder or difficulties in specific components.
Besides, this instrument is utilized as general measures of sleep health and daytime
dysfunction, and is not specific for any single primary sleep disorder.
However, there are studies addressing the impact of sleep disturbance on
stu nts’ p rform n n h lth r sks th t h v ttr ut poor sl p qu l ty to
alteration in one or more of the sleep domains [27,28]. For example, similar results were
found with university students (n = 136; 24 men and 112 women, 18 to 30 years old), so
that quality of sleep (p = 0.001), sleep latency (p = 0.035) and duration of sleep (p =
0.001) were components that interfere with poor sleep quality, independent of age and
gender [29]. Benitez and Gunstad [30] recently reported an independent relationship
between the PSQI domain scores and cognitive decrements impacting attention and
executive functions [30]. It is important, observe that the PSQI evaluates subjective
sleep quality over the previous month and it may be influenced by various internal and
also external factors. Hence, the PSQI may not always be associated with a sleep
disorder.
Nevertheless, studies that analyze the answers on sleep quality parameters only
use the general index PSQI to detect the rotten sleep quality or disorders. In our view,
there are others aspects that should be considered when these relationships are analyzed.
For example, the existence of collinearity between the components, this may represent a
superposition of the variables in the explanation of the relationship between one or the
other variable and thereby reduce the force or existence of these relationships. Another
52
important point is that the coefficients of variation of the components have not been
considered. However, the larger the coefficient of variation between components the
most heterogeneous the variables can become, their contribution when jointly analyzed.
Strengths and limitations of our work are described below. This study
contributes to the empirical literature on the association between sleep quality and sex,
and relationships between the components of PSQI and age in adolescents. It also
provides relevant information for students in a boarding-school regime in a northeastern
Brazilian city. Since those students have different socio-cultural and economic profiles,
we should not extrapolate these results for the general population. Nevertheless, our
results are comparable to other studies investigating poor sleep quality and its
consequences. Other potential limitation is the lack of objective tools to measure sleep,
as sleep-wake diary or actigraphy data, in association to references and concerns
surrounding delayed sleep phase disorder.
Conclusion
In summary, the present study highlights the prevalence of poor sleep quality
among institutionalized students and argues that sleep quality is associated with sex. In
ours study, girls are the most affected, by poor sleep quality and there are relationships
between components of the PSQI and age in boys. This has important implications for
the health and academic performance of students.
Acknowledgements
This study was supported by the National Council for Scientific and
Technological Development (CNPq), Coordination for the Improvement of Higher
Level (or Education) Personnel (CAPES). We thank all adolescents and their families
53
for participating in this study. The authors have stated that they had no interests that
might be perceived as posing a conflict or bias.
Ethics approval and consent to participate
All procedures performed in studies involving human participants were in
accordance with the ethical standards of the institutional and/or national research
committee and with the 1964 Helsinki declaration and its later amendments or
comparable ethical standards.
Conflict of interest
All authors certify that they have no affiliations with or involvement in any
organization or entity with any financial interest (such as honoraria; educational
grants; participation in speakers' bureaus; membership, employment, consultancies,
stock ownership, or other equity interest; and expert testimony or patent-licensing
arrangements), or non-financial interest (such as personal or professional
relationships, affiliations, knowledge or beliefs) in the subject matter or materials
discussed in this manuscript.
Funding
No funding was received for this research.
Informed consent
Informed consent was obtained from all individual participants included in the
study.
54
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58
6.3 - Artigo Original 3 - Artigo elaborado de acordo com as normas da Revista
Brasileira de Atividade Física e Saúde
EFEITO DE 12 SEMANAS DE TREINAMENTO DE FORÇA SOBRE A
QUALIDADE DO SONO E SONOLÊNCIA DIURNA DE ADOLESCENTES: UM
ESTUDO DE INTERVENÇÃO RANDOMIZADO
Ladyodeyse da Cunha Silva Santiago – Programa de Pós-Graduação de Mestrado em
Hebiatria, Universidade de Pernambuco, Recife, Brasil.
Autor correspondente:
Marcos André Moura dos Santos
Endereço: Rua Arnóbio Marques, 310. Escola Superior de Educação Física, Santo
Amaro, CEP 50100-130- Recife, PE
E-mail: mmoura23@gamil.com
59
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos do treinamento de força sobre a qualidade
do sono e sonolência diurna em adolescentes institucionalizados (14 a 19 anos de
idade). Trinta e um adolescentes foram aleatoriamente alocados em dois grupos
amostrais: grupo intervenção (GI, n = 19) e grupo controle (GC, n = 12). Foram
realizadas medidas antropométricas (estatura e massa corporal) e determinado o IMC. A
qualidade do sono e sonolência diurna foi avaliada com os questionários, Índice de
Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) e Escala de sonolência de Epworth (ESE), e o
tempo total de sono pela acelerometria. O treinamento físico (2x/semana) foi realizado
durante 12 semanas. A escala de OMNI-RES foi utilizada para controle da intesidade do
esforço e os exercícios seguiram uma precrição alternada por seguimento. Foram
encontradas diferenças significativas no GI na qualidade do sono (p<0,001; d=0,94). Na
análise intragrupo, foram evidenciadas melhorias na qualidade do sono (p<0,01; d=
0,91) e sonolência diurna (p<0,01, d=0,90). Os resultados analisados pela acelerometria
demonstraram efeitos significativos sobre tempo total de sono (TTS) (p= 0,036). O
treinamento de força melhorou a qualidade do sono, sonolênca diurna e tempo total de
sono de adolescentes independente do gênero.
PALAVRAS–CHAVE: Adolescentes, distúrbios do sono, ritmo circadiano,
treinamento físico, intervenção.
60
ABSTRACT
The aim of this study was to analyze the effects of strength training on sleep quality and
daytime sleepiness in institutionalized adolescents (14 to 19 years of age). Thirty-one
adolescents were randomly assigned in two sample groups: intervention group (IG, n =
19) and control group (CG, n = 12). Anthropometric measures were performed (height
and body mass) and BMI was determined. Sleep quality and daytime sleepiness were
assessed using the questionnaires, Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) and Epworth
Sleepiness Scale (ESE), and total sleep time by accelerometer. Physical training (2x /
week) was performed for 12 weeks. The OMNI-RES scale was used to control the effort
intensity and the exercises followed an alternate pre-follow-up. Significant differences
were found in IG in sleep quality (p <0.001; d = 0.94). In the intragroup analysis,
improvements were observed in sleep quality (p <0.01, d = 0.91) and daytime sleepiness
(p <0.01, d = 0.90). The results analyzed by accelerometer showed significant effects on
total sleep time (TTS) (p = 0.036). Strength training improved sleep quality, daytime
sleepiness, and total sleep time of institutionalized adolescents regardless of gender.
KEY WORDS: Adolescents, sleep disorders, circadian rhythm, physical training,
intervention
61
INTRODUÇÃO
A qualidade do sono representa uma fase na qual o sistema respiratório sofre
diversas mudanças que levam a uma maior vulnerabilidade e maior chance de
ocorrência de anormalidades mesmo em indivíduos mais jovens (1, 2). Neste contexto,
estudos apontam a existência uma alta prevalência de sono insuficiente e de má
qualidade entre os jovens, o que pode estar relacionado a determinados fatores
biológicos e maturacionais (1, 3).
Em um estudo realizado por Hysing et al., em uma amostra (n=9.875) de
adolescentes (16 a 18 anos de idade), encontrou uma prevalência de 23,8% de distúrbio
do sono nesta fase da vida (4). Mais recentemente, nós observamos em adolescentes
institucionalizados (n=210; 14 a 19 anos de idade) uma prevalência de má qualidade e
distúrbios do sono de 55,8% entre os meninos e 76,3% nas meninas (Santigo, et al.,
2017, in press).
Já está bem estabelecido, que o treinamento físico induz importantes adaptações
no organismo, como redução da adiposidade, aumento na massa muscular e na aptidão
cardiorrespiratória, além de um controle metabólico. Neste contexto, o exercicio fisico
tem sido considerado uma abordagem não-farmacológica, eficaz para melhorar o sono
(5). No entanto, embora, o sono e o exercício físico se diferenciem em termos
fisiológicos, existem evidências de uma associação entre estas variáveis (6). Por
exemplo, alguns trabalhos sugerem que a privação de sono não possui efeitos na força e
na potência máxima, na contração isométrica máxima, na fadiga muscular e no trabalho
total (7). Contudo, tais adaptações parecem ser dependentes da intensidade, tipo de
esforço realizado e a população estudada.
62
Por outro lado, em um estudo realizado por Mendelson, et al., (2015), (n=40;
14,5±1,7 anos de idade), foi observado que o treinamento de força foi capaz de
melhorar a duração (p=0,025) e eficiência do sono (p= 0,028). Em outro estudo, nos
verificamos que uma sessão de treinamento força realizada nos períodos na manhã
(p<0,001) e tarde (p=0,001), foram suficientes para melhorar a qualidade do sono de
adolescentes (8).
Contudo, os estudos que utilizam o treinamento de força como forma de
intervenção em adolescentes são limitados e inconclusivos, o que limita as
interpretações e comparações que possam ser realizadas. Deste modo, verifica-se a
existência de uma lacuna de estudos que investiguem os efeitos do treinamento de força
sobre a qualidade do sono e sonolência diurna em adolescentes. Sendo assim, este
estudo tem por objetivo analisar o efeito de 12 semanas de treinamento de força sobre a
qualidade do sono e sonolência diurna de adolescentes.
MATERIAIS E MÉTODOS
Amostra
Foram incluídos neste estudo 31 adolescentes (10 meninas e 21 meninos)
institucionalizados (14 a 19 anos de idade), moradores internos do Instituto Federal de
Educação (IFPE), Campus Vitória de Santo Antão, Pernambuco, Brasil. Localizado em
uma zona rural do estado de Pernambuco, no Nordeste do Brasil.
Todos os adolescentes permanecem durante a semana na instituição, em
alojamentos, onde são distribuídos 6 estudantes por quarto, durante esse período os
adolescentes são orientados a dormir às 22h00min e acordar por volta das 6h00min,
realizam higiene pessoal e se dirigem ao refeitório. A alimentação segue um mesmo
padrão para todos. Previamente, ao inicio das avaliações e intervenção os pais e
63
responsáveis legais assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE),
sendo informados sobre os procedimentos do estudo e suas implicações. O estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco, Recife,
Brasil e seguiu as normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Ética e Pesquisa
(CONEP, Nº 89.701).
Para participação no estudo, os adolescentes deveriam atender aos seguintes
critérios de inclusão: i) apresentar queixas de sono não reparador (má qualidade do sono
e distúrbio do sono), ii) apresentar sonolência diurna , iii) não estar envolvido em
programas de exercícios físicos, iv) não apresentar qualquer lesão muscular ou
ortopédica que possa comprometer a realização das sessões de intervenção, v) não ter
realizado atividade física moderada ou vigorosa nas 12 horas que precederam à
avaliação, vi) cumprir 85% das sessões de treinamento e vii) não utilizar medicamentos
para dormir.
Delineamento do estudo
O presente estudo é caracterizado como um delineamento experimental
randomizado. Os sujeitos foram submetidos aos seguintes procedimentos: avaliações
antropométricas (peso e estatura), teste de 1RM, análise da qualidade do sono e
sonolência diurna.
Os participantes foram aleatoriamente divididos por randomização simples,
realizada através de números gerados no site www.randomizer.org. e distribuída por
meio de sorteio em grupo controle [GC=12; (4 meninas)] e grupo intervenção [GI=19;
(6 meninas)]. Todas as sessões ocorreram na academia de musculação do IFPE Campus
Vitória de Santo Antão e após 12 semanas todos os procedimentos foram repetidos.
Antropometria
64
Foram realizadas medidas da massa corporal e estatura. A massa corporal foi
obtida através da balança de plataforma (Filizola, São Paulo, Brasil), com carga máxima
de 150 kg e escala de precisão de 0,1 kg, com os sujeitos descalços e usando roupas
leves. Para a medida da estatura foi usado um estadiômetro de madeira com precisão de
0,1 cm. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado pelo quociente entre massa
corporal (kg) e o quadrado da estatura (m): [massa corporal (kg)/altura2 (m)].
Avaliação da qualidade do sono
Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI)
Para avaliação da qualidade do sono foi utilizado o questionário de Índice de
Qualidade do Sono (PSQI), que determina um índice de gravidade e natureza do
disturbio do sono (9). O PSQI possui 19 questões, agrupadas em sete componentes com
distribuição de pesos que variam de 0 a 3. Classificados quanto às queixas relativas ao
sono, sendo: qualidade subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência
habitual do sono, distúrbio do sono, uso de medicamentos para dormir e a disfunção
diurna. As pontuações desses sete componentes são somadas para atingir um escore de
0 a 21 e quanto maior o score, pior a qualidade do sono. Assim, um score de PSQI >5
revela que o indivíduo apresenta qualidade ruim e >10 distúrbios do sono. Este
instrumento pr s nt o onf l lt ons st n nt rn (α = 0 83) o
confiabilidade teste-reteste (𝑟 = 0,85) (9, 10) este instrumento foi devidamente validado
em sua versão em português e para adolescentes (11).
Escala de sonolência de Epworth (ESE)
A sonolência diurna foi avaliada com a Escala de sonolência de Epworth (ESE),
com finalidade de quantificar a propensão para adormecer durante 8 situações rotineiras
(12). As respostas atingem valores entre 0 e 24 pontos, sendo 10 o ponto de corte. O
65
entrevistado deve fornecer uma nota de zero a três, quantificando sua tendência
(probabilidade) para adormecer; as notas dadas a cada uma das oito questões são
somadas; o total de 10 ou mais pontos é indicativo da presença de sonolência excessiva.
Acelerômetria no sono
Com o propósito de verificar a avaliação do ciclo sono-vigília que permite o
registro da atividade motora através dos movimentos dos membros durante 24 horas, foi
utilizado, apenas no grupo controle, a acelerômetria no sono. O acelerômetro Actigraph
GT3X+ Tri-Axis Accelerometer Monitor (Pensacola, FL) foi colocado no punho não
dominante para realizar a detecção dos movimentos, sendo o tempo de não uso
determinado pelo diário de bordo. As coletas foram realizadas com um mínimo de três
dias com pelo menos um dia no final de semana. Em seguida foram analisadas
informações referentes ao tempo total de sono (tempo de sono em minutos dentro do
período de sono total) e eficiência do sono (tempo de sono total dividido pelo período
de sono total). O início do sono foi definido como os primeiros 15 min de sono e o
despertar foi definido como os primeiros 15 min de minutos de vigília (13).
Sessão de treinamento de força
Durante a realização do estudo, os voluntários não realizaram nenhum outro tipo
de exercício físico de modo que o impacto da sessão de treinamento pôde ser avaliado
de forma isolada. Para identificação da carga foi utilizado o teste de 1 RM, a sessão de
treino foi composta por oito exercícios (cadeira extensora, cadeira flexora, panturrilha e
cadeira abdutora, remada baixa, rosca direta, tríceps pulley e elevação lateral),
realizados alternado por segmento, duas vezes por semana, durante doze semanas
seguindo as recomendações para esta população (14). A percepção subjetiva de esforço
(PSE) foi registrada através da escala OMNI-RES (OMNI − Resistance Exercise Scale).
66
Foi solicitado a cada voluntário que apontasse na escala, imediatamente após o término
da série, sua sensação percebida de esforço realizado (15).
Análise estatística
A normalidade e a homogeneidade de variância dos dados foram analisadas
utilizando o teste Kolmogorov-Smirnov e Levene, respectivamente. Os dados são
apresentados em média e desvio-padrão. Para normalizar a variável PSQI foi realizada a
transformação quadrática e para ESS foi realizada a transformação cúbica. Potenciais
fatores de interação (isto é., sexo x PSQI; p=0,785 e sexo x ESE; p=0,689) foram
avaliados usando ANOVA two-way. Como não houve interações estatisticamente
significativas, os dados foram analisados em conjunto (ou seja., meninos e meninas).
Para comparações entre os grupos (GC e GTF) e momentos (basal e 12 semanas) foi
utilizada a Análise de Variância de dois caminhos (ANOVA two-way). Adicionalmente,
o tamanho do efeito (Effect Size) foi calculado e classificado mediante a proposição de
Coh n (1988) f n o m f to p qu no (0 20 ≤ < 0 50) f to mé o (0 50 ≤
<0 80) f to r n ( ≥ 0 80). Os dados são apresentados por meio da estatística
descritiva utilizando, a média, desvio-padrão e erro padrão. O software GraphPad
Prisma 6 foi utilizado para a construção das figuras. Para a análise estatística, utilizou-
se o software SPSS, versão 17.0 (SPSS, EUA, 2012). Em todas as análises o nível de
significância estabelecido foi de 5%.
67
RESULTADOS
As características descritivas dos adolescentes e a qualidade do sono são
apresentadas na tabela 1.
Tabela 1- Características gerais dos adolescentes incluídos no estudo (n = 31).
Baseline
Controle Intervenção
Variáveis
n=12 n=19
Sexo
Masculino 8 13
Feminino 4 6
Faixa Etária
14 - 19 anos 16 ± 1,4 16 ± 1,9
Variáveis Antropométricas
Altura (m) 1,71 ± 0,09 1,67 ± 0,07
Peso (kg) 62,5 ± 11,1 62,9 ± 11,9
Índice de Massa Corporal (kg/m2) 21,6 ± 2,9 22,4 ± 3,2
Qualidade do sono
PSQI 6,3 ± 3,1 7,6 ± 3,2
ESS 10,7 ± 2,9 10,3 ± 3,3
PSQI - Pittsburgh Sleep Quality Index; ESS - Escala de sonolência de Epwort.
A Tabela 2 apresenta as analises comparativas entre o momento inicial
(baseline) e pós-intervenção sobre a qualidade do sono e sonolencia diurna.
Inicialmente foi observada uma diferença significativa apenas no GI na qualidade do
sono (p<0,001; d=0,94). Na análise intragrupo (controle e intervenção) estas diferenças
foram observadas apenas no periodo pós-intervenção tanto na qualidade do sono
(p<0,01; d= 0,91) quanto na sonolência diurna (p<0,01, d=0,90).
68
A figura 1apresenta as respostas individuais do grupo intervenção referentes aos
questionários PSQI e ESS. Foi observado que 68,4% dos adolescentes relataram
melhoras na qualidade do sono (PSQI) e 26,3% na sonolência diurna.
In te r v e n ç ã o
PS
QI
B a s e lin e P ó s - in te r v e n ç ã o
0
5
1 0
1 5
In te r v e n ç ã o
ES
S
B a s e lin e P ó s - in te r v e n ç ã o
0
5
1 0
1 5
2 0
Figura1. Respostas individuais do grupo intervenção em ambos os questionários de avaliação do sono.
Os resultados da análise por acelerometria realizada no grupo intervenção são
apresentados na figura 2. Os resultados demonstraram efeitos significativos sobre tempo
Tabela 2. Comparação dos grupos submetidos a um programa de treinamento de força durante 12 semanas. Os
dados incluem avaliação da qualidade do sono por grupos pré e pós.
Baseline Pós-intervenção Efeito grupo Efeito tempo Efeito interação
Qualidade do sono - PSQI*
Controle (n=12) 6,3 (0,9) 7,4 (0,8)
0,17 <0,01 <0,001
Intervenção (n=19) 7,6 (0,7) 4,8 (0,7)§ ∞
Sonolência Diurna - ESS**
Controle (n=12) 10,7 (0,8) 11,0 (0,8)
0,07 0,20 <0,001
Intervenção (n=19) 10,3 (0,8) 8,2 (0,8)∞
* PSQI - Pittsburgh Sleep Quality Index; **ESS - Escala de sonolência de Epwort; EP – erro padrão; dados expressos em
Média (erro padrão); §diferença significativa para o baseline (p<0,01);
∞ diferença significativa para o controle (p<0,01)
69
total de sono (baseline: 333,49 ± 16,94 vs Pós-intervenção: 381,60 ± 21,82; p= 0,036).
Porém, em relação à eficiência do sono não foram observadas diferenças significantes.
Efi
ciê
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e
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0
2 0
4 0
6 0
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0
1 0 0
2 0 0
3 0 0
4 0 0
5 0 0
*
Figura 2. Comparação da qualidade do sono (eficiência do sono e tempo total de sono) com a utilização
de acelerômetros
DISCUSSÃO
O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos de doze semanas de
treinamento de força sobre a qualidade do sono e sonolência diurna em adolescentes.
Inicialmente, foi observado um efeito positivo significativo desta intervenção na
qualidade do sono e sonolência diurna, que apresentou reflexos em um maior tempo
total de sono. Os achados do presente estudo encontram suporte na literatura, onde têm
sido descritos efeitos significativos do treinamento de força e sono em adolescentes. (8,
16, 17).
No presente estudo, inicialmente foi observado que o GI apresentou melhoras na
qualidade do sono, comparativamente ao momento inicial. Após uma sessão aguda de
TF, a literatura relata que ocorrem alterações nos sistemas cardiovascular e endócrino,
incluindo aumento da freqüência cardíaca, pressão arterial, débito cardíaco e elevação
70
das concentrações sanguíneas do hormonio do crescimento, beta-endorfinas, cortisol e
testosterona. Estas alterações podem melhorar a capacidade física geral e pode ser capaz
de promover alterações positivas no sono (18). Ao considerarmos que a má qualidade
do sono está se tornando mais comum na população em geral, parece ser extremamente
importante desenvolver estratégias que podem minimizar ou mesmo reverter efeitos
nocivos dos disturbios e privação do sono (18, 19).
Relativamente, as análises intragrupo estas melhoras foram evidenciadas tanto
na qualidade do sono, como na sonolência diurna e parecem refletir no ciclo sono-
virgila, uma vez que o tempo total de sono também apresentou uma maior duração.
Estes achados parecem demonstrar que uma intervenção com treinamento de força,
pode ser uma estratégia para contribuição do sono reparador, durante a puberdade, e
uma ferramenta não farmacológica na indução do sono (8, 16).
Os mecanismos que parecem explicar estes achados reportam que o treinamento
de força parece contribuir de forma positiva em maiores níveis de atividade física, por
proporcionar ganhos de massa muscular, tendo em vista que a ação anabólica atua na
qualidade do sono, através da melhora na concentração de testosterona, hormônio do
crescimento e estímulo da síntese de proteínas através de moléculas chave de
sinalização (20). Engle-Friedman e colaboradores (2003) notaram que o aumento da
sonolência, da fadiga e do tempo de reação observado com a privação de sono, está
associado à escolha de tarefas menos difíceis, sendo que os sujeitos privados, quando
comparados aos com controles, não percebem essa redução do esforço. Esse estudo
demonstrou que a perda de sono resulta em um comportamento de escolha de baixo
esforço para ajudar a manter a acurácia da resposta a uma tarefa (21).
71
No entanto, investigações crônicas parecem ser promissoras, haja vista serem
poucos os estudos que têm analisado o efeito crônico do treinamento de força em jovens
(17), comparativamente ao treinamento aeróbico (22, 23). Considerando, as diferenças
nas respostas fisiológicas que surgem de formas distintas de exercício (aerobio versus
TF) e diferenças nos indivíduos (adultos e adolescentes, treinados versus sedentários),
as alterações mais significativas no padrão de sono são mais evidentes em estudos sobre
a atividade aeróbia (23).
Deste modo, a natureza do próprio exercício parece exercer uma influência
direta sobre o sono, provocando respostas distintas, bem como correspondentes
adaptações fisiológicas. Uma explicação para este fenômeno poderia ser que a taxa
metabólica durante o TF é menor que durante o exercicio aeróbio (24, 25), o que
suporta tanto as hipóteses de conservação de energia e da restauração corporal (25).
Ambas as teorias postulam que as alterações no padrão de sono poderiam ocorrer
devido ao esgotamento da energia do corpo e danos ao tecido que ocorrem durante o
exercício, que se recupera com o sono (18, 25). De fato, estas repostas parecem ocorrer
de forma diferenciada, uma vez que no presente estudo foram observadas repostas
diferentes quanto ao percentual de sujeitos que melhoraram a qualidade do sono e
sonolencia diurna.
Potenciais limitações deste estudo devem ser consideradas na interpretação dos
resultados encontrados. Nomeadamente, a ausência de medidas de atividade física
habitual, polissonografia, e a ausência de algum parâmetro comportamental como diário
do sono. Contudo, o ponto forte do presente estudo é que a intervenção utilizada foi
composta exclusivamente pelo TF como uma forma de estimulo para induzir uma
possível melhora na qualidade do sono.
72
Estudos anteriores que examinam os efeitos do exercício sobre indivíduos
sedentários verificaram que existem de fato alterações em vários parâmetros fisiológicos
após algumas formas de esforço físico. Contudo, com base nos resultados obtidos no
presente estudo, foi possivel concluir que o TF realizado durante 12 semanas exerce
influência significativa sobre a qualidade do sono, sonolência diurna e tempo total de
sono em adolescentes.
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75
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As implicações observadas na presente dissertação atestam que o treinamento de
força pode influenciar positivamente sobre a duração, eficiência e qualidade do sono
em adolescentes e jovens. Estes achados devem ser observados com cautela em face
da variabilidade observada na forma, intensidade e tipo de estimulo utilizado.
Os resultados sugerem relação positiva entre a melhoria da qualidade do sono e
as sessões de exercícios realizadas pela manhã e a tarde em adolescentes sedentários.
A relação entre os horários parece ser diferente após ajustes pela idade dos indivíduos,
de forma que maiores coeficientes de correlação são observados. A aptidão física
parece ser altamente responsiva por uma melhora qualidade do sono, estudos de
intervenção com maior período de tempo são necessários para investigar o potencial
efeito do exercício na melhora da qualidade do sono em adolescentes.
Destacou-se a alta prevalência de má qualidade do sono entre os estudantes
institucionalizados. Foram evidenciadas que a qualidade do sono está associada ao
sexo. Sendo as meninas mais afetadas pela má qualidade do sono. Aponta-se a
existência de relações entre os componentes do PSQI e a idade nos meninos.
Indicando importantes implicações para a saúde e desempenho acadêmico dos alunos.
O TF realizado durante 12 semanas exerce influência significativa sobre a
qualidade do sono e sonolência diurna de adolescentes.
76
REFERÊNCIAS
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adolescents sleeping. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 21, n. 2, p. 148-
152,2015.
78
ANEXOS
ANEXO A Artigo publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte: Efeito
de uma sessão de treinamento de força sobre a qualidade do sono de
adolescentes. Rev Bras Med Esporte – Vol. 21, No 2 – Mar/Abr,
2015.
ANEXO B Parecer do comitê de ética em Pesquisa
ANEXO C Questionário de avaliação da qualidade do sono PSQI
ANEXO D Questionário de avaliação da sonolência diurna
APÊNDICE A Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
APÊNDICE B Termo De Assentimento Livre E Esclarecido
APÊNDICE C Ficha de avaliação antropométrica.
APÊNDICE D Diário do sono
APÊNDICE E Ficha de Treinamento de Força
79
ANEXO A
Artigo publicado na Revista Brasileira Medicina do Esporte
80
81
82
83
84
ANEXO B
85
ANEXO C
86
87
88
ANEXO D
89
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Elaborado de acordo com a Resolução 196/1996 do Conselho
Nacional de Saúde e legislação complementar da Comissão Nacional de Ética em
Pesquisa)
Convido (amos) V.Sa. a participar da pesquisa: Treinamento de força e
qualidade do sono em adolescentes: um estudo de intervenção, sob responsabilidade
do pesquisador Dr. Marcos André Moura dos Santos que tem por objetivo: Investigar o
efeito de 12 semanas de treinamento de força sobre a qualidade do sono de
adolescentes, de ambos os sexos estudantes em regime de internato do Instituto Federal
de Educação (IFPE) da Cidade de Vitória de Santo Antão –PE, Brasil.
Para a realização deste trabalho será (ão) utilizado(s) o(s) seguinte(s) método(s):
(1) avaliação de parâmetros antropométricos (peso, altura, percentual de gordura
corporal e frações), (2) avaliação da carga de treinamento através do teste de 1RM, (3)
avaliação da qualidade do sono baseada na aplicação de 3 questionários (Índice de
Qualidade do Sono de Pittsburgh, Escala de sonolência de Epworth e o questionário de
Berlin), (4) a avaliação do estágio de maturidade biológica, será realizada através de
questionários e determinação do Pico de Velocidade de Crescimento, (5) avaliação da
pressão arterial, (6) exame de polissonografia para investigação de apneia do sono.
Esclareço (cemos) ainda que após a conclusão da pesquisa todo material a ela
relacionado, de forma gravada, filmada ou equivalente será destruído, não restando nada
que venha a comprometer o anonimato de sua participação agora ou futuramente.
Quanto aos riscos e desconforto, as baterias de testes e os questionários não
incorrem em riscos para os avaliados, pois os testes e avaliações não são invasivos e não
implicam na utilização de materiais que possam trazer riscos aos avaliados. Na
verificação da pressão arterial, talvez o equipamento que insufla aperte um pouco, mas
assim que desinflar o desconforto passa. Para verificar a índice de apneia do sono, será
utilizado o exame de polissonografia portátil a ser realizado na própria instituição numa
sala reservada, que irá promover uma mínima sensação de desconforto devido o uso da
cânula no nariz durante a noite de aplicação do exame, mas assim que dormir o
desconforto passa. Caso o sujeito venha a sentir algo além desses padrões, comunicar
imediatamente ao pesquisador para que sejam tomadas as devidas providências, para
isto, informar imediatamente aos responsáveis pelo estudo.
Os benefícios esperados com o resultado desta pesquisa envolve a apresentação
de uma ferramenta não farmacológica sobre a qualidade do sono de adolescentes,
visando sensibilizar as autoridades por melhores condições de saúde, com vistas à
melhoria da qualidade de vida de indivíduos jovens utilizando a prática de exercícios.
O (A) pesquisado (a) terá os seguintes direitos: a garantia de esclarecimento e
resposta a qualquer pergunta; a liberdade de abandonar a pesquisa a qualquer momento
sem prejuízo para si ou para seu tratamento (se for o caso); a garantia de privacidade à
sua identidade e do sigilo de suas informações; a garantia de que caso haja algum dano a
90
sua pessoa (ou o dependente), os prejuízos serão assumidos pelos pesquisadores ou pela
instituição responsável inclusive acompanhamento médico e hospitalar. Caso haja
gastos adicionais, os mesmos serão absorvidos pelo pesquisador. Destaco que a
participação na pesquisa é voluntária e não incorre em pagamentos ou gratificações por
sua participação.
Nos casos de dúvidas e esclarecimentos o (a) senhor (a) deve procurar os
pesquisadores: Marcos André Moura dos Santos, Ladyodeyse da Cunha Silva Santiago
ou Ana Patrícia Falcão - Escola Superior de Educação Física - Universidade de
Pernambuco Rua: Arnóbio Marques s/n Santo Amaro – Recife – PE (81) 97934897.
Caso suas dúvidas não sejam resolvidas pelos pesquisadores ou seus direitos
sejam negados, favor recorrer ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de
Pernambuco, localizado à Av. Agamenon Magalhães, S/N, Santo Amaro, Recife-PE ou
pelo telefone 81-3183.3775 ou através do e-mail: comitê.etica@upe.pe.gov.br
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu____________________________________ nome completo do pesquisado, após ter
recebido todos os esclarecimentos e ciente dos meus direitos, concordo em participar
desta pesquisa, bem como autorizo a divulgação e a publicação de toda informação por
mim transmitida em publicações e eventos de caráter científico. Desta forma, assino este
termo, juntamente com o pesquisador, em duas vias de igual teor, ficando uma via sob
meu poder e outra em poder do (s) pesquisador (a) (es).
Local: Data: ____/____/____
____________________________________ _______________________________
Assinatura do Sujeito (ou responsável) Assinatura do Pesquisador
Para menores de 18 anos a autorização é assinada pelo Pai ou Responsável
91
APÊNDICE B
TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Elaborado de acordo com a Resolução 196/1996 do Conselho Nacional
de Saúde e legislação complementar da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa)
Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa
“TREINAMENTO DE FORÇA E QUALIDADE DO SONO EM
ADOLESCENTES: UM ESTUDO DE INTERVENÇÃO”. Nesta pesquisa
pretendemos analisar o efeito de 12 semanas de treinamento de força (musculação)
sobre a qualidade do sono de adolescentes (ambos os sexos) com idade entre 14 a 19
anos. O motivo que nos leva a estudar esse assunto é a alta presença de distúrbios do
sono em adolescentes, suas implicações na saúde e no processo de aprendizagem e se o
exercício pode trazer benefícios sobre a qualidade do sono.
Para esta pesquisa adotaremos o(s) seguinte(s) procedimento(s): Você precisará
participar das avaliações antes e ao término da pesquisa,como: parâmetros
antropométricos (peso, altura, percentual de gordura corporal e frações), avaliação da
carga de treinamento através do teste de 1RM, avaliação da qualidade do sono que será
constituída por 3 questionários (Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, Escala de
sonolência de Epworth e o questionário de Berlin), a avaliação do estágio de maturidade
biológica através de questionários, avaliação da pressão arterial, exame de
polissonografia caso apresente indicativos de apneia do sono, comparecer fielmente aos
treinos de força e não estar ligado à qualquer atividade física que não seja a nossa.
Para participar desta pesquisa, o responsável por você deverá autorizar e assinar
um termo de consentimento. Você não terá nenhum, nem receberá qualquer vantagem
financeira. Apesar disso, caso sejam identificados e comprovados danos provenientes
desta pesquisa, você tem assegurado o direito à indenização. Você será esclarecido (a)
em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se. O
responsável por você poderá retirar o consentimento ou interromper a sua participação a
qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não
acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido (a) pelo
pesquisador que irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Você
não será identificado em nenhuma publicação. Os riscos envolvidos na pesquisa
ons st m m “r s os mín mos” p squ s ontr u rá para a apresentação de uma
ferramenta não farmacológica sobre a qualidade do sono de adolescentes, visando
sensibilizar as autoridades para oferecerem condições de prevenção e tratamento de
doenças, com vistas à melhoria da qualidade de vida de indivíduos jovens.
Os resultados estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material
que indique sua participação não será liberado sem a permissão do responsável por
92
você. Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o
pesquisador responsável por um período de 5 anos, e após esse tempo serão destruídos.
Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias originais: sendo que
uma será arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida a você. Os
pesquisadores tratarão a sua identidade com padrões profissionais de sigilo, atendendo a
legislação brasileira (Resolução Nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde), utilizando
as informações somente para os fins acadêmicos e científicos.
Eu, __________________________________________________, portador (a)
do documento de Identidade ____________________, fui informado (a) dos objetivos
da presente pesquisa, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a
qualquer momento poderei solicitar novas informações, e o meu responsável poderá
modificar a decisão de participar se assim o desejar. Tendo o consentimento do meu
responsável já assinado, declaro que concordo em participar dessa pesquisa. Recebi o
termo de assentimento e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas
dúvidas.
Local: Data: ____/____/____
__________________________ ____________________________
Assinatura do (a) menor Assinatura do pesquisador (a)
Nome do pesquisador: Marcos André Moura dos Santos - Escola Superior de
Educação Física - Universidade de Pernambuco Rua: Arnóbio Marques s/n Santo
Amaro – Recife – PE (81) 97934897.
93
APÊNDICE C
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APÊNDICE D
95
APÊNDICE E
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