Uma guerra deixa marcas na alma. A menina palestina e todo o desassossego do mundo que carrega em...

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Uma guerra deixa marcas na alma.

A menina palestinae todo o desassossego do mundo

que carrega em seu olhar.

Caças militares cortam o céu.

O silêncio que sucede ao estrondo das explosões.

Uma guerra deixa marcas no corpo.

A menina iraquiana com o braço severamente injuriado repousa num hospital.

Mais uma vítima, de mais uma guerra insana.

Pequenina ave, impedida de voar...

A pequena afegã recebe, num campo de refugiados,

a sua cota de ração diária.

As crianças que no jogo duro da vida conhecem

apenas o que ela tem de mais dilacerador.

A pequena menina afegã, o seu silêncio e o seu olhar.

Que histórias ela terá para nos contar?...

Quem não compreende um olhar

tampouco compreenderá coisa alguma...

As mães africanas e a dor que em seus

peitos abrigam.

A pequena menina africana debilitada pela fome crônica.

O que sentem os anjos quando dirigem o olhar para as tantas

crianças de que tanto carecem?...

Por dia, aproximadamente vinte mil pessoas morrem de fome,

e em decorrência da miséria absoluta.

A grande mídia optou por ignorar estas mortes, alegando que ficaria monótono

abrir todo dia o jornal da noite anunciando a morte de mais 20.000 pessoas de fome.

Aproximadamente 900 vidas ceifadas por hora.

15 mortes por minuto, - em sua grande parte crianças com menos de cinco anos de idade.

E a pequena menina africana lança ao céu o seu frágil olhar.

Quem algum dia contará a história do que poderia ter sido, mas que jamais o será?...

O rio que passa, a montanha que está, o céu que continua...

O rio que passa, a montanha que está, o céu que continua...

E o que sabemos sobre o céu, - alto e profundo -, que à sua maneira acolhe cada

oração, cada súplica, cada olhar?...

E o que sabemos sobre a fome dos que convivem com a dura

rotina de privações?...

Azul talvez seja a cor da compaixão,azul talvez seja a cor da bondade...

O azul da esperança,o azul de um outro mundo possível...

O azul da esperança,o azul de um outro mundo possível...

Esta existência terrena, envolta pelo azul do céu, é a infância da Eternidade.

Um tempo de deleite, mas também de aprendizado.

Conduzidos pelas mãos suaves e invisíveis do tempo, cumprimos um pequeno papel no majestoso ciclo da vida.

Como podemos utilizar as nossas preciosas horas para vivenciar a experiência do Mistério?

O assombro que se sente diante do que é belo,a experiência do encantamento...

Como resgatar a dimensão da Beleza perdida, da Bondade esquecida,

reorientando os nossos passos em direção ao Essencial?...

“A vida é breve”, escreveu certa vez o poeta,“mas cabe nela muito mais

do que somos capazes de viver.”

Nestes tempos líquidos que vivenciamos,

com os laços afetivos cada vez mais

frágeis,

procurar resgatar o significado

do Amor, da Justiça e da Bondade.

Adotar uma visão inclusiva,

capaz de acolher, para além da família

biológica, a nossa família humana.

Cultivar a paternidade responsável,

a maternidade responsável,

a fraternidade responsável.

Abrir mão do individualismo e do consumismo,

adotando nas nossas vidas diárias uma economia justa,

solidária e decente.

A economia do Cuidado,

a economia da Compaixão.

Compartilhar, sem esperar que nos

seja pedido.

Antecipar o ato de Caridade.

O que significa ser humanosob a Luz do Sagrado?...

Os primeiros sinais da alvorada,o calor e a luz que conferem à Vida

significado, sentido e dignidade.

“The Dawn of Hope” (“O Alvorecer da Esperança”),do pintor Daniel Gerhartz.

Tema musical: “Say you, say me”, de Lionel Richie,em versão instrumental, arranjos de Francis Goya.