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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A RELEVÂNCIA DA
CULTURA NO DESENVOLVIMENTO
HUMANO E DE HABILIDADE
DENTRO DA EMPRESA
Por: Eliane Braz Pereira
Orientador Prof.: Luiz Cláudio Lopes Alves
Niterói 2005
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A RELEVÂNCIA DA
CULTURA NO DESENVOLVIMENTO
HUMANO E DE HABILIDADE
DENTRO DA EMPRESA
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Pedagogia Empresarial.
Por: Eliane Braz Pereira
3
AGRADECIMENTOS
...Aos meus filhos Marcele e Edmundo
Mayerhofer Neto, pela compreensão,
carinho e entendimento da minha
escolha e opção de vida, e certeza do
meu amor e demonstração concreta
pela busca do ideal que vai de encontro
à minha felicidade.
Aos professores, à Instituição
Educacional por esta oportunidade de
continuar me atualizando e ampliando
horizontes com esta pós-graduação em
Pedagogia Empresarial.
4 DEDICATÓRIA
...Dedico a minha amiga “irmã do
coração” Érica Farah, pela “força-bússola”
rumo à direção ao ponto de partida.
Ao professor orientador, pela sua
dedicação exclusiva no presente trabalho.
5 RESUMO
,
RESUMO
A relevância das atividades culturais na vida profissional
apresenta-se nas ações de pesquisas, debates, leituras
compartilhadas etc.
Podemos ter este aprofundamento no ambiente de trabalho,
proporcionando experiências novas no nosso dia-a-dia e tornando o
futuro da empresa cada vez mais interligado à cultura. Dessa forma,
cria-se alternativas novas de convívio do indivíduo com a sociedade,
gerando novas vivências, que se refletem no crescimento pessoal e no
crescimento dentro do ambiente da empresa.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I - Conceito de Cultura 12
CAPÍTULO II – A Educação 24
CAPÍTULO III – A Importância da Cultura
no Desenvolvimento Humano de Jovens e Adultos 45
CAPÍTULO IV – A Empresa nos dias atuais 52
CONCLUSÃO 59
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 62
BIBLIOGRAFIA CITADA 65
ANEXOS 66
ÍNDICE 67
7
INTRODUÇÃO
A presente monografia visa discutir a relevância das atividades sociais
e culturais como suporte do processo ensino-aprendizagem dentro da
empresa.
Nesta direção, observamos em Paulo Freire, que se entende por
atividades sociais e culturais aquelas que possibilitam o cidadão/trabalhador
participar de diligências pouco usuais dentro do nosso ambiente de rotina e
que, por sua vivência quase sempre prematura no mercado de trabalho,
distanciam-no dessas atividades que só têm a enriquecer e ampliar o seu
horizonte dentro do processo político-social/ensino-aprendizagem. Tais
atividades são aquelas cujos temas têm ligação direta ou indireta com assuntos
ligados à cultura e à educação.
Podemos apontar como exemplo, a cultura que não é dicotômica.
Tendo os veículos de cultura, filmes, vídeos, palestras, visitas, peças de teatro,
apresentações musicais, exposições, museus, etc., além disso, dentro do
Programa de História da Arte eles são levados, sensibilizados para o assunto,
a buscar em si, talentos adormecidos e assim, revelar habilidades e dons que
só tem a elevar sua auto-estima.
8 Observa-se essa necessidade maior de integração dos funcionários,
pelo compromisso da possibilidade de comparecimento nos horários livres, não
tendo horário determinado, sendo flexível, não havendo obrigatoriedade de
freqüências, tratando-se de palestras, filmes, documentários, relacionando-se
apenas com o grupo do seu setor e chefia, sendo esclarecedor das dúvidas e
autorizando as atividades sociais comunitárias, num momento de descanso,
em que outro “colega” trabalha. O contato físico entre os colegas é quase
nenhum, já que não há vínculos freqüentes, ou horários determinados para
encontros sociais.
Dificilmente estabelece-se relação mais profunda como amizade, e
interesses em participar de palestras e acontecimentos extraprofissionais ou
sociais, que os integra ao crescimento e valorização desses aspectos.
Pérsio Santos de Oliveira, em seu livro “Introdução à sociologia”,
menciona Cleide Kluckholn, antropólogo, no livro “Um espelho para o homem”.
p.28, conceituando cultura como “a vida total de um povo, a herança social
que o indivíduo adquire de seu grupo. Ou pode ser considerada a parte do
ambiente que o próprio homem criou”.
Segundo Pérsio, “A cultura de uma sociedade é transmitida das
gerações adultas às gerações mais jovens pela educação”.
9 São valores materiais e não materiais que caracterizam uma
determinada sociedade.
O antropólogo polonês Bronislaw Malinovski (1884-1942) ensina que a
cultura compreende “artefatos, bens, processos técnicos, idéias, hábitos e
valores herdados”.
A cultura é também chamada de herança social e um estilo de vida
própria, um modo de vida particular, que todas as sociedades possuem e que
caracteriza cada uma delas. Os indivíduos que compartilham a mesma cultura
apresentam o que se chama de identidade cultural.
Gadotti e colaboradores em “Perspectivas atuais da educação”
confirmam Freire, que para todas as pessoas a multiculturalidade é a marca
mais significativa do nosso tempo apresentando-se como sendo: o educar para
cidadania.
O empreendedor, precisa facilitar e respeitar as condições culturais e
também sociais do jovem e do adulto semi-analfabetos ou em formação.
Enquanto pedagogo neste ponto, atentar para a importância de diagnósticos
históricos e econômicos do grupo ou da comunidade em que irão trabalhar, é o
ponto de partida. Deste modo, para organização de uma ação coletiva, quer
dizer,com a participação dos indivíduos daquela comunidade, que tem seus
próprios interesses na criação do projeto de ação educativo, a intenção é o
10 envolvimento com entusiasmo e com uma atuação real de uma dinâmica de
animação cultural ou um intelectual (no sentido gramsciano).
O pedagogo cultural deve ter contato direto com a cultura popular.
Não devemos negar esse acesso à cultura geral elaborada, tratando-se
de uma abordagem do ensino/aprendizagem que se baseie em valores e
crenças que fortaleça o pluralismo cultural num mundo cada vez mais
interdependente. Por isso, a educação de uma forma geral, deve ser sempre
uma educação multicultural, uma educação que desenvolva o conhecimento e
a integração na diversidade cultural e social.
Para a compreensão mútua, contra a exclusão por motivo de raça,
sexo, cultura ou outras formas de discriminação, a filosofia primeira, na qual o
pedagogo precisa ser habilitado, é a filosofia do diálogo e do pluralismo cultural
e social, destacado também como uma das formas da filosofia do diálogo.
Diante dessa necessidade, de uma maior integração dentro da
empresa, onde haja momentos de integração social e cultural, principalmente
em fins de semanas, feriados, etc., entre empresa/ funcionários/ comunidade
local e familiar, provendo ou despertando cidadãos críticos, participativos,
político-sociais, conscientizando os cidadãos do novo papel social.
11 Demonstrando assim ser capaz de formar cidadãos responsáveis,
críticos e conscientes, construindo sua própria história, com dignidade e
respeito por si e pelo outro.
Para a elaboração desta, pretendemos utilizar diferentes mecanismos
metodológicos, tais com: consulta a referenciais teóricos, procurando identificar
em diferentes autores, aqueles cujo debate se aproximem teoricamente em
suas formulações, de nossas concepções e reflexões acerca da temática em
referência em nosso projeto.
Além disso, a pesquisa através da mídia eletrônica, como a internet
será um recurso valioso na obtenção de informações que subsidiem e reforcem
nossas reflexões. Para completar nosso rol de recursos metodológicos, iremos
proceder a pesquisa de campo, finalizando pretendendo realizar algumas
entrevistas com os principais participantes deste processo, tais como: diretores,
funcionários e chefe de setores.
12
CAPÍTULO I
CONCEITO DE CULTURA
1. Breves Considerações sobre o Conceito de Cultura:
O conceito de cultura é extenso e entende-se que seu início aconteceu
no momento que o homem passou a viver em comunidade, pois a cultura
desenvolve-se a partir das manifestações iluministas, influenciando
comportamentos e diversificando a humanidade, com variações culturais
contribuindo para mudanças no processo histórico sociocultural.
Freud em sua abordagem sobre o modo de pensar a cultura, entende
como fonte inesgotável de sentidos diversos sobre a vida e a morte. E passou
a considerar como fenômeno social qualquer atitude do indivíduo em relação
ao outro.
Na reflexão de cultura social os grupos são sempre obedientes à essa
cultura, ou leis que marcam o indivíduo.
Observa-se que dentro dos limites impostos pela sociedade são
inúmero s esforços em identificar as manifestações no entendimento dos
fenômenos e sintomas culturais.
13 Freud acredita que a cultura humana é a interioridade de uma situação
individual, manifesta nos impulsos que vêm desde dentro do sujeito e a
exterioridade de um código universal com subjetividade e regulamentações das
ações entre os grupos.
A cultura é apontada por Freud em formas diversas diferentes e nas
manifestações culturais e éticas do totemismo.
Sendo o homem, um sujeito interativo, com o mundo externo e interno
e inserido no meio social, físico e natural, constituído nesse processo histórico
cultural, segundo a perspectiva de Vygotsky, na dimensão social e do
desenvolvimento humano, sua mediação cultural no processo de construção do
indivíduo, e o seu papel na escola com transmissão de conhecimentos,
acrescentando diferentes culturas, das da vida cotidiana.
Vygotsky apresenta a idéia de que o ser humano é constituído em suas
relações com o outro social, tornando a cultura parte da natureza humana no
processo histórico, e que o desenvolvimento dos indivíduos, molda-se ao
funcionamento psicológico do homem e se desenvolve num grupo cultural.
A importância da cultura na educação é conceituada pelas construções
culturais estabelecidas e desenvolvidas no mundo real, selecionado como
relevantes aos diversos grupos culturais e nesse grupo social que não dispõe
de recursos próprios, e não dispõem da ciência como forma de construção
desses conhecimentos, não tendo definidos acessos aos chamados conceitos
14 científicos, funcionando intelectualmente baseados em conceitos espontâneos,
partindo de situações concretas e experiências pessoais. Na teoria de Vygotsky
a cultura é parte essencial da construção do ser humano, transformando-o do
ser biológico para o sócio histórico.
Essa história do homem e o seu pluralismo cultural têm grande
importância, onde reflete as práticas e tradições de outros povos enriquecendo-
os. É de grande preocupação, nos atuais tempos modernos, as diversas
transformações e a riqueza de vivências humanas, observadas na
humanidade, nos povos, nações, sociedades e grupos humanos.
Cada cultura é resultante de cada história particular, incluindo relações
de outras culturas, e em particular com características diferenciadas.
A cultura desenvolve-se, não sendo algo estático, imutável e fechada,
movendo-se em suas relações sociais possibilitando projetos e criando
conflitos no que poderá vir a existir.
São várias as concepções de cultura e há a que nos remete aos
aspectos de uma realidade social, e outra; nos refere especificamente ao
conhecimento, idéias e crenças de um povo, com dimensão das classes
sociais, na vida da sociedade.
15
São necessárias e relevantes, as variantes contribuições, mudanças,
fenômenos, sobrevivência, patrimônio, distância, predisposições e dignidade
para ocorrer uma importante integração e formação cultural.
É também necessário discutir, aprofundar as idéias e valores de pensar
a nossa cultura brasileira em sua estrutura ideológica. Esse multiculturalismo
trazem-nos mudanças e oportunidades sociais, valores culturais relativos a
uma reprodução cultural ou transcultural, valorizando outras culturas mais que
à nossa.
1.1- Atividades Culturais: Conceito e Finalidades
As atividades culturais são os movimentos de várias áreas sociais e
culturais com temas e objetivos de realidades diferentes com propostas de
abranger maior reflexão nas questões de qualidade de vida, respeito às
religiões, meio ambiente, à paz, direitos humanos, direitos culturais, etc.
Essas atividades são fontes de produção de saberes, levando em
conta esse raciocínio, para uma mudança social democrática com a
possibilidade de caminhar com a participação e dando oportunidade a um
processo de mudança e transformação. Propiciando educação e cultura com
qualidade para todos.
16
As atividades culturais através de eventos sociais com a finalidade de
enriquecimento de currículo informal, gera um aprendizado político para a
participação na sociedade, com o compromisso ético e opções pelo
desenvolvimento de propostas que tenham por base o protagonismo da
sociedade civil, e exigências claras de vontades políticas das forças
democráticas organizadas para a construção de uma sociedade com um
espaço público diferente do modelo neoliberal, construído em cima de
exclusões e injustiças.
É preciso respeitar os direitos de cidadania e aumentar
progressivamente os níveis participativos e democráticos, expressando-se
nesses espaços profissionais e públicos, consolidados em instituições que
dêem formas aos direitos humanos e ao exercício da participação cidadã e
possíveis instituições que queiram criá-las.
Atividades como projeção de vídeos e filmes, apresentações culturais,
oficinas educativas e mostras, etc. são veículos culturais que com a arte,
cultura que acrescentam como instrumentos na construção de novos
conhecimentos.
A empresa no dever de cumprir a sua função social, precisa considerar
que essas atividades de nossa sociedade, de natureza política, social e
cultural, com relações diretas ou indiretas, fundamentalmente conhecendo as
17 expectativas da comunidade, da comunidade empresarial, valores, costumes e
manifestações culturais e artísticas.
Conhecendo esses aspectos, a empresa pode e deve ser um pólo
cultural proporcionando a ampliação das possibilidades culturais do contexto,
promovendo assim, a identidade cultural dos funcionários, inserindo-os no
mundo em que vive; criando asas para realizar uma possibilidade de
transformação cultural.
1.2- O lazer e a cultura como ações no cidadão:
Em princípio esse fenômeno pode ser descrito de lazer em uma
situação social e cultural. Nessa situação o trabalhador, assume novos
comportamentos inserindo-se em seu status social, vivenciando uma cultura
redescoberta em sua própria estrutura. Esse estudo do comportamento cultural
é o menos importante diante dos conteúdos advindos de novas leituras,
observando, representando, e recriando relações e referências de diferentes
atividades, em vários setores culturais, associados a normas e valores que
determinam camadas culturais.Nas diferenciações de tipos culturais como
prática artística, científica, filosófica, etc...Onde cada tipo cultural corresponde
aos variados graus de participação, chegando a determinação dos níveis
culturais através da cultura de lazer. A possibilidade de ligar os problemas da
cultura na empresa, em que este conteúdo inscreve-se no tempo, através do
18 processo permanente onde uma série de acontecimentos deve ser colaborada,
estudada e tratada com muito cuidado.
É de fundamental importância a vida social e cultural de um grupo. A
dinâmica das necessidades culturais não deverá satisfazer-se com o estudo
das massas
Em vias de comportamento, considerando um nível conformista,
apoiando-se também na análise de lazer e ainda os trabalhadores inovadores e
criadores.
Entendemos a cultura como ações nas relações sociais espontâneas
onde se processam no tempo livre, e havendo a possibilidade de surgimento de
líderes empreendedores.
As realizações inovadoras provocadas pela sociedade e pelos grupos
com o objetivo de elevar os níveis culturais através da cultura e lazer, e
incentivo à ação cultural, através da arte, cinema, televisão e das associações
etc.
As ações dos efeitos de vários tipos de lazer cultural ligados à
empresa, à igreja etc. E também as caracterizadas pelas atividades esportivas,
turísticas, musicais, sociais etc.
19 Nota-se várias tentativas importantes de intervenção consciente e
voluntária da coletividade empresarial no sentido de inserir na evolução sócio-
cultural do lazer cultural, nas empresas. Essa ação precisa ser prioritária.
Várias vezes são experimentadas a introdução de situações desse
dispositivo, e diante de qualquer mudança de situação no sentido negativo
quanto no positivo, há intervenções de controle de superiores profissionais
dificultando as possibilidades dos pedagogos empresariais progredirem nessa
experimentação, retrocedendo ou atravancando o processo cultural.
A contribuição da cultura de uma cultura autêntica, dinâmica, mais feliz
e mais humana em suas sensibilidades, trazendo como suporte simbólico, ao
retorno às fontes de representação pela descoberta e inventividade
ressuscitando o desejo natural no ato de aprender, conhecer e reconhecer.
Diante do desencanto do mundo, precisamos, na perspectiva contemporânea,
da arte, da poesia e simbolismo etc. Em busca de uma metodologia que melhor
compreenda os mecanismos culturais, e suas funções imaginárias.
Nas empresas, há a intenção de compreender o empregado como
homem nas relações com o mundo, com a cultura, valorizando a intuição, o
sonho, o devaneio, desejos, prazer e a imaginação criativa. O surgimento
desse “novo espírito empreendedor” reflete na importância e no desafio de uma
educação numa cultura nova, onde se valoriza a literatura, o amor à arte e à
20 vida. Sendo essa nova forma de olhar a realidade e a educação nas ações da
empresa com mais respeito aos jovens e adultos trabalhadores.
1.3- Interação Social na Empresa: dinâmica das relações interpessoais e
sócio-culturais:
A interação social é um dos pressupostos da psicologia pessoal, que é a
ação recíproca de indivíduos que se entendem e ou estabelecem relações.
Essas relações interpessoais existem a partir da identificação com outro.
Esses estímulos despertam variedades de comportamentos entre as pessoas.
As interações patrão/empregados e vice-versa dependem dos
comportamentos apresentados entre ambos, de sentimentos e percepções.
O chefe ou diretor não deve ser preconceituoso e conservador, pois é
consciente de que os funcionários já estão formados em seu caráter e
personalidade e as mais variadas preferências individuais.
Deve-se respeitar com muito cuidado as opções, e com o poder de
persuasão na escolha dos gêneros culturais, estabelecendo determinações
biológicas, respeitosas para não perder o viés da educação cultural, sem o
autoritarismo e assim bloqueando a criatividade de funcionários promissores.
Devendo estar aberto às novidades e às mudanças.
21
Após a identificação da participação coletiva, garantindo direitos e
deveres, construindo conhecimentos e habilidades, descobrindo talentos.
A cultura relacionada à educação deve ser apresentada com boas
qualidades, contribuindo para estabelecer o aspecto primordial como a paz; a
questão da desigualdade social e a diferença abissal entre ricos e pobre. Que
os jovens percebam a importância, e o respeito aos direitos humanos, à
pluralidade cultural, e o exercício democrático para a convivência profissional
respeitosa e harmoniosa.
O pensamento dos jovens trabalhadores sobre a cultura, as
possibilidades de construí-la, demonstrando que a cultura, demostrando que a
cultura precisa ser apresentada de várias formas, integradas num processo
coletivo.
1.4- Fatores Importantes para a Construção da Cultura:
Primeiro, da cultura da paz, da justiça e a igualdade social. A grande
preocupação, da empresa deve ser, na transmissão de valores, na construção
de uma educação democrática e cidadã, contribuindo para uma vida e
sociedade mais justa.
22 O jovem trabalhador tem um papel fundamental no processo de construção,
pois ele é amanhã, e acreditando nesse futuro, preparemos um mundo melhor,
transformando a realidade brasileira.
A participação ativa dos trabalhadores desbloqueia qualquer tipo de
desenvolvimento seja individual, psicológico, social ou cultural tão
indispensável na busca do conhecimento dinâmico, interativo, onde atitudes,
hábitos, crenças sejam definidos na formação intelectual e humana.
Para que essa consciência seja uma extensão na abordagem sócio-
política, formas de conteúdos culturais, como o processo de relação
diretor/pedagogo precisam de recursos culturais presentes nas nossas novas
realidades do mundo contemporâneo.
Partindo do necessário, e não abandono do passado, é preciso mudar,
construindo agora o presente e futuro.
Priorizar capacidades produtivas desses homens e mulheres fazendo
com que eles possam recriar, resgatar e revalorizar sua sensibilidade individual
e social.
Diante da necessidade de recursos extraprofissionais, como reciclagem,
facilitaria esse aprendizado que não foi valorizado no momento passado, e que
hoje, no presente seja suficientemente considerado atualizado, introduzido e
23 transmitido na pedagogia empresarial. Partindo dessa ação da realidade
interna, cultural e social de todos na empresa.
24 CAPÍTULO II
A EDUCAÇÃO
2- Um breve histórico da Educação
Educação, segundo o nosso Aurélio Buarque de Holanda, é o ato ou
efeito de educar(-se); ou ainda o processo de desenvolvimento da capacidade
física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral. Dessa forma, a
educação é destinada a todas as pessoas, independente de classe social, raça
ou crença. Mas no começo a realidade não era bem assim...
A educação no Brasil, desde o princípio, sempre esteve ligada a ideais
e ações restritivas e que beneficiaram somente a classe dominante.
Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, a educação que
era dada aos colonos não era a desejada para os recém-chegados.
O que haveria de ser mudado?
Nada.
A educação dada aos colonos continuou a ser restrita e a educação
dada aos filhos dos nobres da corte era aquela voltada para as necessidades
de formação da elite dominante.
25 A educação dada à classe dominante era a educação para dominar. A
educação dada à classe dominada, para mantê-la imóvel e obediente.
Planos, leis, denúncias e propostas cheias de boas intenções sempre
existiram, e neste período de nossa história não foi diferente.
Portanto, a culpa não começou no Império, ela já vinha de antes. O
Império apenas transformou o problema de má organização portuguesa em
grande problema de organização brasileira.
Nos períodos posteriores, o que pudemos notar é um simples mudar de
nomes e datas. A mesma importância dada é esqueça que ainda hoje persiste
o mínimo para a maioria e o máximo para a minoria do “status quo”.
2.1- A vinda da família real portuguesa
Com o avanço das tropas napoleônicas sobre toda a Europa, Portugal
viu-se forçado a uma saída estratégica para uma de suas colônias mais
afastadas.
Com a transferência da sede do poder monárquico português para o
Brasil, várias transformações se deram aqui.
26 A falta de estrutura da colônia para receber “el Rei” e sua corte fez com
que fossem implementadas mudanças de cunho social, econômico \
educacional e cultural. Depois disto nada mais seria igual.
Logo que chegou, D. João começou a criar instituições para atender às
necessidades administrativas e de caráter profissional para o bom andamento
na inauguração de um projeto de urbanização e a tentativa de industrialização,
facilitando também a organização econômica e agrícola da colônia. É claro,
sem esquecer o bem-estar da Corte Portuguesa que necessitava, e muito, de
mão-de-obra capacitada para gerir seus negócios.
Com a criação de vários cursos superiores no país, logo imaginamos
como estaria o ensino secundário e primário.
Assim, antes o ensino ministrado no Brasil estava a cargo dos jesuítas,
membros de uma ordem religiosa, que efetivamente fizeram da educação um
bom negócio. Com suas escolas de ensinar a ler - escrever, a catequese (e
seus ensinos literários, ministrados por mão de obra não remunerada, e
obedientes antes de tudo, conseguiram se manter até a chegada da Família
Real como uma fonte de educação muito expressiva).
Mas com as modificações feitas por “ei Rei” nem tudo foi mudado pelos
esforços do Marquês de Pombal para a modernização da educação na
Metrópole e na Colônia.
27 As aulas ministradas no ensino secundário ainda tinham um caráter
mais literário do que científico, e eram ministradas pelos “profissionais”, quando
não formados pela Companhia de Jesus, remanescentes dela, que mantiveram
a prática das aulas régias simplesmente com a inclusão de algumas disciplinas
científicas, como língua viva, matemática e geografia.
O ensino primário, se antes já não tinha nenhuma importância,
continuou na obscuridade. A educação sempre foi um instrumento de
manutenção do poder secular da elite.
Quando a Família Real voltou a Portugal, o seu herdeiro permaneceu
em solo brasileiro para marcar bem, que mesmo se houvesse um movimento
de independência da Metrópole, este passo derradeiro teria de ser dado por um
membro da dinastia portuguesa. E foi o que aconteceu.
As principais características do modelo educacional dos períodos
passados foram mantidas, apenas com o surgimento de uma classe econômica
poderosa, que tinha na cultura do café o seu principal alicerce: tendo abalar,
irias enfim, se adaptou a realidade e esta classe que depois obteve o título de
“barões do café”.
Com este período, que compreende o Primeiro e o Segundo Reinados,
não houve grandes modificações no quadro educacional brasileiro. Não foi por
ausência de idéias e boas intenções.
28 Observemos por exemplo, do projeto de lei apresentado em 1823 à
Assembléia Constituinte, que propunha uma educação sem restrições {criações
de escolas para todas as cidades, vilas e vilarejos; criação de escolas para
meninas; e garantia de educação primária gratuita a todos os cidadãos}.
Somente em 1827 haveríamos de ter a primeira lei que determinaria
parâmetros educacionais para todo país. Em 1834, com um Ato Adicional,
estabeleceu-se uma descentralização sem diretrizes em nível nacional, sem no
entanto dar o mínimo de condições para o seu sucesso. Quem legislaria sobre
o ensino secundário e primário seriam as Assembléias Provinciais.
A ausência de um plano nacional de ensino apenas se torna mais
incoerência neste quadro dantesco, apesar da sua não existência não ser o
principal motivo fracasso dos projetos propostos. falta deste plano nacional de
ensino vem demonstrar que problemas quase foram aumentados por causa de
medidas descentralizadas que não tinham um viés de coerência para os guiar.
As tentativas de aplicar uma administração descentralizada atingiram
como uma bomba a já frágil estrutura do ensino primário, que foi muito utilizada
pelo jogo dos latifundiários, sem, no entanto favorecer em momento nenhum a
educação popular. Novidades, como o método lancasteriano, apesar de ter
péssimos resultados, persistiu durante quinze anos.
29 A tentativa de organizar escolas rurais, outra idéia demagógica, foi
outro tiro n’água, pois acabavam fechadas por falta de alunos. O artesanato
não era prestigiado e as escolas de ensino industrial e comercial não acharam
um campo propício para o seu desenvolvimento.
2.2- Um salto na história e nem uma surpresa...
Avançamos na história, mas não nos problemas educacionais.
Conta-se que quando o Brasil recebeu a República como sua nova
forma de governo, havia uma padaria no centro do Rio de Janeiro com o nome
de “Padaria Monarquia”, numa clara alusão de apoio a “el Rei” e sua família;
pois bem, com a comunicação de que a Família Real voltaria a Portugal e que
a partir de então seríamos republicanos de fé, o dono da padaria optou
(provavelmente como muitos) em trocar a placa da fachada para “Padaria
República”. Bem conto ou não, folclore popular para explicar como as
mudanças são encaradas em nosso país, ou verdade histórica, foi assim que
se passou de um regime autoritário e cheio de vícios a um, novo tendo os
mesmos erros como base, e os mesmos poderosos como governantes.
Na política do café com leite, até a diretas já, escolhemos as décadas
de 80 e 90 para ilustrar como tem sido encarada a educação e a questão de
currículo hoje, pois acreditamos que sem um viés histórico fica inviável
30 determinar as, nem sempre compreensíveis, razões do ciclo da exclusão:
negação-retenção-fracasso.
O século XX deixou uma profunda marca na historia.
Duas guerras mundiais, a Revolução de 1917 na União Soviética, a
grande depressão dos anos 30, a guerra civil Espanhola, o Holocausto, a
descoberta da penicilina, a bomba atômica, o primeiro transplante cardíaco...
A educação teve seus avanços e retrocessos. Houve mudanças nas
leis de acordo com a política, começando com a Lei 4024/61, 5692/71, 7044/82
e a atual 9394/96, evoluimos ou não? Avançamos nos direitos que toda a
democracia tem de levar em consideração, porém, desde de quando isto tem
sido parte de nossa realidade educacional?
Em 1980, segundo censo a população brasileira em idade escolar
estava na casa de 22.968.515 habitantes, dos quais cerca de um terço não
freqüentavam e metades da população rurais não tinham acesso à escola.
Segundo estatísticas do período1, o índice dos analfabetos no Brasil era de
25,5%.
Realizou-se o XXV Congresso Nacional da Campanha Nacional de
Escolas da
31 Comunidade e o 1 º Congresso Brasileiro Piagetiano, pelo Centro
experimental Jean Piaget CEFJP que diante destas estatísticas propôs corrigir
esta distorção — lançando (o programa Nacional de Educação Pré - escolar
facilitando o acesso à escola).
Em 1982, a educadora Esther de Figueiredo Ferraz assume o
ministério da Educação e Cultura, tornando-se a primeira mulher a assumir um
cargo de Ministro, no Brasil. Dentro destas inovações, o Parecer n O 342 do
Conselho Federal de Educação traz de volta a Filosofia como disciplinas
optativas.
Com a criação dos Centros Integrados de Educação Pública — CIEPs,
no Estado do Rio de Janeiro, por iniciativa do educador Darcy Ribeiro, com o
objetivo de atender até mil crianças em dois turnos de atividades, vem de forma
contundente corrigir e a reforçar a idéia de acesso e permanência dos alunos
na escola.
Com o despontar do Construtivismo como inspiração para ações
educacionais, voltadas para a proposta de Emilia Ferrero, segundo a qual, a
valorização das vivências do aluno no processo de aquisição do conhecimento
atrela-se as idéias pedagógicas críticas dos conteúdos e da renovação da
esperança com os textos de Paulo Freire e seu modo de ver a educação como
propulsora de reformas profundas da sociedade.
32 Com a realização de várias iniciativas como: o II Congresso Latino-
Americano de Educação Montessori, pela Associação Brasileira de Educação
Montessori - ABEM e Organização Brasileira de Atividades Pedagógicas -
OBRAPE, vem Projeto Educar, pondo fim o movimento Brasileiro de
Alfabetização-MOBRAL.
Durante os idos de 1985/86 os Ministros da Educação no Governo
José Sarney realizaram iniciativas desconexas neste período, e desta forma
não concretizaram grandes reformas no ensino.
O Parecer nº 785 do Conselho Federal de Educação reformula o
núcleo comum para o ensino de 1 e 2o Graus.
A Resolução n 06 do Conselho Federal de Educação reformula o
núcleo comum para os currículos do ensino de 1o e 2o graus, revogando a
Resolução n º 8/71 do próprio CFE, dando novas diretrizes.
Em 1987, apenas 13,1% do total dos gastos da União foram destinados
à Educação.
Na Abertura Política a ausência de uma estratégia de desenvolvimento
socioeconômico minimamente coeso e claro se reflete na imensidão de
generalidades que compõe a nova LDB. Esta por sua vez abre espaço para
33 uma adequação à moda neoliberal do ensino com o interesse mercadológico
em detrimento ao da construção da cidadania e do fortalecimento da nação.
Nos anos 70 a questão do que ensinar, por um lado, havia sido citada
em segundo plano pelas orientações que insistiram em aspectos operacionais
do currículo, por outro lado, para as teorias criticas na metade dessa década, o
conhecimento foi transformado em simples instrumento de dominação.
Nos anos 80, tratava-se de recuperar a importância do saber veiculado
pela escola como instrumento de exercício da cidadania plena e como
elemento capaz de contribuir pra a transformação das relações sociais
vigentes.
Mais de que em qualquer outro período da história brasileira, o discurso
a favor das classes populares passa a fazer parte dos pronunciamentos oficiais
das administrações de ensino, dentro de um compromisso que queria resgatar
a imensa dívida social com os milhões de excluídos dos benefícios sociais pelo
regulamento autoritário.
Há no Brasil um enorme descompasso entre o esforço de renovação
curricular realizado pelas secretarias veiculadas através dos livros didáticos e
os textos adotados nas escolas, poucos foram produzidos, prevalecendo os
mesmo inclusive dos anos 40, tendo passado apenas por maquiagens
modernizadoras sem alterar o conteúdo e a metodologia no decorrer de
34 centenas de edições sucessivas.Além do mais, como o porque editorial está
concentrado nas regiões sudeste e sul do país os autores de livros didáticos
costumam tomar como referencia as orientações provenientes das propostas
curriculares de estados dessas regiões.
A década de 90 iniciou-se com a participação do Brasil em um
importante evento na educação mundial a Conferência Mundial de Educação
para Todos, em Jomteim Tailândia, resultando posições consensuais na luta
pela satisfação das necessidades básicas de aprendizagem para todos,
tornando universal a educação fundamental e aplicar as oportunidades de
aprendizagem para crianças , jovens e adultas.
Tendo em vista o quadro atual da educação no Brasil, o Ministério da
Educação e do Desporto coordenou a elaboração do Plano Decenal de
Educação (1993-2003), que é entendido como um conjunto de diretrizes
políticas a recuperação da escola fundamental, como também uma avaliação
constante dos sistemas escolares, visando um aprimoramento continuo.
A nova LDB vem reforçar a necessidade de uma formação básica
comum.
O processo de elaboração dos parâmetros curriculares nacionais teve
início a partir do estudo de propostas curriculares de Estados e Municípios
brasileiros, das análises realizadas pela Fundação Carlos Chagas, sobre os
35 currículos oficiais e informações de experiências de outros países. Segundo
essa análise as propostas apontam que o ensino fundamental deve se
comprometer com a formação de cidadãos críticos, autônomos e atuantes.
Os PCN’s apontam questões de tratamento didático por área e por
ciclo, procurando garantir coerência entre os pressupostos técnicos, os
objetivos e os conteúdos, mediamente sua operacionalização em orientações
didáticas e critérios de avaliação.
2.3- As Leis 7044/82 e 9394/96
A lei 7044 de 18/10/82 tomou a opcional a profissionalização no 2o
grau, nos graus de ensino havia o pré - escolar para crianças menores de 7
anos, ensino de 1º grau de 7 a 14 anos com a duração de 8 anos letivos com
mínimo de 720 horas anuais, ensino de 2o grau duração de 3 ou 4 séries com
mínimo 2200 horas de atividades para 3 séries e 2900 horas por 4 séries e o 3º
grau ou ensino superior também chamado que podia abranger os cursos de
graduação, pós-graduação e outros. O ensino oferecido começaria para uma
base comum para todos a uma parte diversificada até alcançar uma
especialização no nível de ensino superior. A pré - escolar tinha objetiva de
prepara as crianças para alfabetização, o 1º grau com um núcleo comum
obrigatório e uma parte diversificada para atender as necessidades locais. O
20. grau preparava o estudante para entrar no curso superior habilitar para uma
36 profissão técnica. O 3º grau sempre termina por uma especialização
profissional.
A diferença entre essa lei e a 9394 de 20/12/96 na educação nacional é
o atendimento gratuito em creches e pré - escolas a criança de O a 6 anos, o
ensino fundamental obrigatório e gratuito.
No ano de 1990, o Brasil participou da Conferência Mundial de
Educação para Todos, em Jomtein, na Tailândia, convocada pela Unesco,
Unicef e Banco Mundial. Dessa conferência e da Declaração de Delhi –
assinada pelos nove países em desenvolvimento – resultaram posições
comuns na luta pela educação.
Os documentos internacionais salientaram que a educação deverá
capacitar o aluno a: aprender a fazer, aprender a conhecer, aprender a viver
com os outros, aprender a ser.
2.4- As particularidades na Educação
A educação no Brasil desde o princípio sempre esteve ligada as ações
restritivas e que beneficiavam somente à classe dominante. Esta educação, a
educação para dominar, e a dada à classe dominada fortaleciam o domínio
sobre os dominados. Com o Império o problema da má organização
portuguesa é transferido para esfera da organização brasileira. Nos períodos
37 posteriores o que podemos notar é um simples mudar de nomes e de datas, a
mesma importância dada é aquela que ainda hoje persiste, o mínimo para a
maioria e o máximo para manter o “status quo”. Da vinda da Família Real
Portuguesa ao do advento da República temo um período carregado de
grandes mudanças no campo educacional, porém sempre desviados dos ideais
nobres, mantendo assim, o predomínio da elite dominante, que utilizava a
educação como instrumento de dominação e manutenção da ideologia vigente.
Este modelo educacional é, ainda hoje, bem realista e atual.
Continuamos presos a um a compromissos políticos que a mantém.
Acumulamos fracassos e aumentamos o número de excluídos que não se
enquadram ao modelo pedagógico tradicional.
...“a escola, em que pese a aparência unitária e unificadora, é uma
escola dividida em duas (e não mais do que duas) grandes redes, as quais
correspondem à divisão da sociedade capitalista em duas classes
fundamentais: a burguesia e o proletariado.” (Saviani, 1987)
Essa trajetória foi alvo de reflexões de filósofos, pedagogos,
pensadores e outros comprometidos com um modelo educacional que privilegie
o indivíduo no todo oportunizando condições igualitárias.
38 2.5- Educação e humanização
Em seu livro, “O que é educação” (1995), Carlos Brandão observa que
a educação é um processo de humanização que se dá ao longo de toda a vida,
ocorrendo em casa, na rua, no trabalho, na igreja, na escola e de muitos outros
modos diferentes. Ressalta-se, neste conceito, que a educação tem como
figura central o homem e é ele ao mesmo tempo o sujeito da ação e o alvo do
processo. Em vista do enfoque antropocêntrico da educação Freire (1979)
esclarece que “A educação é possível para o homem, porque este é
inacabado. Isto leva-o à sua perfeição.”
A questão básica, portanto, que se põe quando tratamos de educação
é a do ser do homem. Uma reflexão equilibrada faz-se necessária. Leloup
(1997) nos leva a refletir quanto a importância de definirmos uma visão
antropológica e o quanto essa visão pode influenciar, tanto na terapia quanto
na educação:
“Dependendo da nossa imagem do homem, advirão
conseqüências bem concretas. Porque cuidaremos de alguém de maneira
diferente se o consideramos apenas como um ser material, somente uma
combinação de átomos e moléculas ou se consideramos que estes átomos e
molécula estão habitados por um psiquismo, por uma alma e também por um
espírito. Podemos, também, estudar essas conseqüências na educação,
39 porque a nossa educação tem um pressuposto, antropológico. Estamos indo a
direção a que tipo de homem?”
Como tão bem também assinala o Manifesto da Transdisciplinaridade
(Nicoleseu, 1999), quando afirma que estamos indo a direção a um novo
humanismo: o transhumanismo:
“Não se trata de definir o ser humano procurando construir o” homem
novo “, o que sempre leva a destruição do ser humano, devido a sua
transformação em objeto...”.
...Lembremo-nos daqui que já foi dito: o Homo sui
transcendentalis não é um “homem novo” mas um homem que nasce de novo.
Homo sui transcedendentalis é o verdadeiro estado do ser humano.”“.
Conhecer a essência do homem de uma forma integral é vestir-lhe com
toda a dignidade nobreza inerente ao processo de humanização e isso implica
em uma renovada educação voltada para esse humano re - descoberto.
“... e na educação trataremos de despertar a essência, de dizer que a
finalidade da vida humana, no nível, material é o sucesso, mas trataremos de
40 conhecer a beleza de sua alma e a liberdade desta alma em relação ao corpo e
‘a matéria. “(Leloup 1997).
2.6- Novos paradigmas na educação
Conceitualmente falando Paradigma é o referencial primário da
estrutura básica de pensamento que irá determinar a nossa postura perante a r
alidade (Migliori, 1993). Podemos dizer que paradigma é as lentes pelas quais
vemos o mundo ao nosso redor, isto é, a nossa visão de mundo. Edgar Morin
(200 explica que um paradigma pode ao mesmo tempo elucidar e cegar,
revelar e ocultar. “E no seu ceio, afirma, que se esconde o problema - chave do
jogo da verdade e do erro.”
Kuhn (1987) afirma que quando os paradigmas não podem mais
resolver os problemas que surgem à necessidade de uma mudança vai
aumentando. Portanto uma mudança paradigmática significa uma mudança na
forma de ver o mundo e consequentemente na maneira de relacionar-se com
ele.
Na visão de Migliori (p cit)
“Um novo paradigma implica um princípio que sempre existiu, mas do
qual não nos apercebíamos. Não estávamos errados”, mas sim, “parciais”. Não
se trata de um novo conhecimento, mas um novo conhecer”.
41
É preciso esclarecer que o modelo sobre o qual todo o processo
civilizatório ocidental que conhecemos está apoiado é o chamado paradigma
cartesiano - newtoniano que nos dizeres de Biaze (1995)
“é um modelo dualista (divide o homem em corpo e mente), reducionista (reduz
o funcionamento do universo e do homem às interações atômico -
moleculares), e mecanicista (concebe o universo como um imenso e complexo
mecanismo de relógio) “.
A grande pergunta, portanto, que se faz é: Estaria a humanidade diante
de uma mudança de paradigma?
“Conhecemos o paradigma vigente que norteou a humanidade até aqui
sendo responsável por importantes avanços nas ma diversas áreas, mas
também pela degradação da natureza, pela global ação da miséria, da fome e
da exploração humana.” Rafael Yus (op.cit.).
O citado autor esclarece ainda que:
“é difícil afirmar se estamos ou não diante de um processo de mudança
de paradigma, mas o que podemos constatar é a existência de uma forte
42 representação de reflexões a partir dos mais diversos ramos da cultura que nos
mostra as deficiências do paradigma vigente”
Continua, citando hipótese compartilhada por outros pensadores:
“Estamos diante de um processo de mudança de paradigma diante de
evidente ” crise de percepção ‘, segundo a qual o paradigma que vem
dominando o mundo ocidental, o paradigma mecanicista (também conhecido
como cartesiano ou analítico), não só está deixando de ser útil para as metas
atuais como está provocando danos consideráveis em todas as escalas (devido
a onipresença de todo o paradigma)”
Roberto Crema (citado em Teles (2003) afirma que).
“O naufrágio de todas as ideologias clássicas nos convoca, a partir de
uma visão de inteireza, a reinventar uma imagem do ser humano que possa
abrigar o seu alcance, a sua vastidão, a sua alteridade.”
Reafirma ainda Crema em uma outra publicação (Crema 1989):
“Toda a cosmovisão envolve m compromisso paradigmático. E o
grandioso paradigma, cujo despertar estamos presenciando, de modo especial
nestas ultimas década, por seus diversos mentores, tem sido denominado
holístico e surge como resposta a uma crise ampla”.
43 2.7. Educação integral e educação holística
Não existe uma definição universalmente aceita sobre educação
holística, mas podemos entender os seus significado examinando a etimologia
do termo. O dicionário Aurélio descreve holismo como “Tendência que se
supõe seja própria do universo, a sintetizar unidade em totalidades
organizadas”. Rafael Yus (2002) afirma que o termo grego holon faz referência
a um universo feito de conjuntos integrados que pode ser reduzido a simples
somas de suas partes.
O termo Educação holística foi proposto pelo americano R. Milier
(1997) para designar o trabalho de um conjunto heterogêneo de liberais, de
humanistas e de românticos que têm em comum a convicção de que a
personalidade global de cada criança deve ser considerada na educação
(Rafael Yus, op. cit.). Na visão da educação holística, são consideradas todas
as facetas da experiência humana, não só intelecto racional e as
responsabilidades de vocação e cidadania, mas também os aspectos físicos,
emocionais, sociais, estéticos, criativos, intuitivos e espirituais inatos da
natureza humana.
Teles (op.cit.) assinala em seu livro “Educação sem fronteiras” que o
paradigma holístico surgiu como resposta a uma crise ameaçadora de colapso
total em nossa cultura. A educação holística é uma nova maneira de pensar a
organização do conhecimento que surge como alternativa critica ao código
44 disciplinar e à fragmentação e isolamento do conhecimento. Podemos dizer
que a base desse “novo” pensar acontece a partir de uma mudança
paradigmática decorrente das mais recentes e inovadoras pesquisas
científicas. Rafael Yus (2002) vai mais longe quando afirma que,
“Mediante da convicção da existência de uma fragmentação de todas
as esferas da vida humana o que precisamos é de uma mudança de
paradigma, e esse paradigma tem estado presente na história da educação,
sempre de maneira marginal, sendo conhecido atualmente como educação
holística”.
A educação holística também chamada de Educação integral, pois
integra todas as partes de um todo, nos dizeres de Teles (op.cit.)
“Preocupa - se com o todo: a interação entre as disciplinas entre as
pessoas – educando e educador de mãos dadas, lado a lado – passando
sempre a nova cosmovisão, onde o amor é a argamassa que une todo o
universo. Mas do que tudo se preocupa com a sensibilidade ética e estética,
com o auto conhecimento e a educação da alma.”
45 CAPÍTULO III
A Importância da Cultura no Desenvolvimento
Humano de Jovens e Adultos
3- Implicações do Fenômeno da Cultura
Os funcionários de hoje, tiveram a infância que ganhou conotações
diferentes e funções assumidas de adultos. Nesse momento da história, não se
valorizava a pré-escola que surge após várias décadas, com a evolução de um
processo histórico e as transformações sócio-políticas e econômicas trazidas
pelo capitalismo.
Com essa estrutura social capitalista, essas jovens, antes crianças,
foram vistas como cidadãos, não respeitando esta infância afastando-os dos
objetivos essenciais à formação humana, levando-os aos trabalhos servis que
o sistema lhes impunha.
Não sendo protegido desses males físicos e morais, cuidados básicos
de saúde e higiene, e formação de boa conduta, nem tendo influências de
movimentos higienistas, que iniciou a partir do século XIX e início do século
XX.
46 Ressalta-se que estas transformações perduram até hoje, onde ainda
marca grande parte do atendimento de crianças em idade pré-escolar. Apesar
de novos tempos, rumo à modernidade, acentuaram as desigualdades e
injustiças. Êxitos no caminho do progresso “exige” uma nova concepção de
mundo e, consequentemente uma nova concepção de sociedade, uma
“reestruturação” da ordem mundial.
Dentro desse contexto, as instituições que não atenderam com função
de guardiã - com o objetivo de guardar as crianças – não atendendo a
demanda dessa população que gerou a necessidade de transformação do
discurso e das práticas de atendimento.
Essa função não compensatória constituiu um marco histórico para a
mudança do discurso da educação infantil em final da década de 70. Tornando
a realidade uma tentativa de responder ao fracasso escolar e o abandono à
escola para o trabalho nas classes populares.
Esta trajetória histórica não compensou e nem supriu as carências e
deficiências que os homens e mulheres de hoje, sofreram em seu meio cultural.
São encarados como privados culturalmente e não promoção à mudança
social. Esse modo mecanicista de desenvolvimento e aprendizagem,
treinamento de funções essenciais para o desenvolvimento da coordenação,
percepção, linguagem, entre outras os levou a destacar que a abordagem da
47 privação cultural estaria fundamentada na ideologia de “igualdade de
oportunidades”, que funcionaria como “mola propulsora da mudança social”.
Esses questionamentos acerca dessas funções compensatórias da
pré-escola devem resistir ao tempo, promovendo no presente, hoje adultos
esse desenvolvimento global e harmônico, visando prepará-los para o ensino
de todos, e contribuindo, à medida que possibilita a superação de problemas
de ordem sócio-econômica e, facilitando esse desenvolvimento humano e
social.
Já embasada essa idéia de atividades culturais e sociais na empresa,
atendendo a essa clientela adequando às suas atividades às necessidades do
meio físico, social, econômico e cultural, promovendo seu desenvolvimento.
Acredita-se que esse desenvolvimento através do espontaneísmo, não sendo
necessária a função pedagógica no trabalho, com falta de critérios e objetivo de
cunho educativo.
Percebe-se a fragilidade, exploração e inconstância dos problemas dos
jovens e adultos, sendo necessário questionar a função, os objetivos e os
critérios de qualidade, tentando buscar essa função na empresa, que não seja
supressora de carências das mesmas, mas que tenha os objetivos de estudar a
realidade atual, penetrá-la e vivê-la, buscando a sua transformação. Essa
preocupação deve servir de eixo norteador para as atividades que venham a
ser planejada e realizada na empresa, sendo necessária que a função da
48 empresa, eminentemente PEDAGÓGICA, assegure os novos conhecimentos
nos aspectos e atividades culturais e sociais.
Essas considerações devem estar pautada na cultura dos funcionários,
na realidade e nas particularidades do seu desenvolvimento. Devemos
reconhecer a necessidade de capacitação de profissionais que atuam nessa
área de pedagogia empresarial, como também a necessidade de supervisionar
esses trabalhos e atividades pedagógicas, culturais e sociais, através de
referenciais teóricos, que tenham a sua intenção e prática voltada para o
desenvolvimento e enriquecendo a todos na empresa.
Com a função de mais que transmissora de conhecimentos e
socializadora, deve-se privilegiá-los com todo processo de riqueza,
complexidade e prazer. Levando em consideração que esta função da empresa
sustente a prática educativa, sobretudo aos jovens das classes populares, que
não tiveram acesso à escola no momento correto.
É preciso que através das vivências do processo de educação que
tiveram esses funcionários, busquemos essas riquezas vivenciadas,
desenvolvendo uma percepção crítica de si mesmo, do seu grupo e da
realidade social, fundamentando em transformar posturas subservientes e
sentimentos de inferioridade em relação aos que representam o saber e o
poder dominante.
49 Que os pedagogos empresariais confiantes em sua capacidade de
transformar-se e transformarem a atual realidade, tenham melhores condições
de contribuir na nova formação de sujeitos autônomos, críticos e solidários.
Tornando possível às adequações necessárias, tendo funcionários e
chefes condições na medida do possível, enfrentados os problemas, realizar
melhor atendimento na qualidade, resguardando os objetivos primordiais da
empresa.
Através dessa concepção e consciência os funcionários enquanto ser
social e cultural em desenvolvimento e sujeito ativo na construção dos seus
novos conhecimentos, viabilizando o trabalho, nos objetivos dos funcionários e
o seu desenvolvimento em todos os aspectos, diminuindo assim a distância
entre o que não aconteceu na prática educacional, social e cultural e o que
pode vir a acontecer nos campos das políticas sociais, culturais, etc.
3.3 A Missão da Pedagogia empresarial
A missão da pedagogia empresarial é promover a gestão de
conhecimento dentro da organização (empresa), e tendo com objetivo de
estimular mudanças no comportamento das pessoas, mesmo que ocorra em
longo espaço de tempo o que requer do comportamento o preparo e a
qualificação do responsável pelo desenvolvimento das atividades.
50 O pedagogo deverá buscar soluções que envolvam a criatividade, a
inovação e o aumento de produtividade e interação das equipes profissionais.
O pedagogo é, portanto o responsável pela implantação de programas de
capacitação, treinamentos me desenvolvimento das pessoas influenciando-as
positivamente.
No mundo moderno as empresas estão despertando para a
necessidade de equilíbrio corpo/mente/espírito (razão/mente/emoção) para
melhor desempenho do profissional tanto no trabalho quanto no meio
educacional.
Após a observação pessoal do comportamento e atitudes de
profissionais dentro das empresas e ou contato direto na sociedade, identifica-
se a necessidade de mudanças de posturas e paradigmas das inter-relações
humanas dentro do meio social.
Através da observação na prática de profissionais de recursos
humanos fica bem claro que a rotina diária de um pedagogo dentro de uma
empresa e toda a atividade que é responsabilidade deste profissional está
sendo novidade e começando a ser valorizado e reconhecido por possuir
habilidades, conhecimentos e competências teóricas e práticas inseridas à sua
profissão.
51 Este espaço conquistado no mercado pode ser mais abrangente,
onde mostra que a área de RH, já não suporta tantas mudanças como a da
LDBE, em exigência empresariais, culminando assim em mais vagas no
mercado de trabalho para pedagogos educacionais fazendo através de pó-
graduação, mestrado e até doutorado uma ponte com novas propostas
empresariais pois a clientela são profissionais e não discentes como na
educação escolar.
A paixão por esta nova área no mercado de trabalho , mostra que o
pedagogo eficiente e mais qualificado profissionalmente, está apto a exercer tal
função.
Acredita-se que com um contato direto com um pedagogo empresarial,
desperte o estímulo e até empolgação nos profissionais da empresa, à volta
aos bancos escolares para continuidade dos estudos ou até extensão na sua
formação intelectual, técnica, ou “quiçá” acadêmica. Elevando assim o nível de
escolaridade dos profissionais da empresa onde haverá certamente o
crescimento e desenvolvimento da capacidade critica para uma formação
harmoniosa e integral desse profissional e cidadão.
52 CAPÍTULO IV
A EMPRESA NOS DIAS ATUAIS
4- Na reorganização, na avaliação e nas dimensões técnicas X éticas.
É preciso lembrar que em diversos momentos, como decorrências das
interações no trabalho, os chefes de setores realizam pequenos ajustes de
rumo de funções não definidas. O desinteresse desse trabalhador, suas
dificuldades p/ realizar certas tarefas, deve levar o chefe a reorganizar seu
planejamento, bem como proporcionar ao funcionário um autoquestionamento.
Há sempre uma regulação dos processos profissionais. Entretanto a prática de
uma avaliação formativa sistematiza esses procedimentos na medida em que
leva o chefe ou diretor a observar mais criteriosamente seus funcionários, a
buscar formas de gerir as aprendizagens. O objetivo é otimizar os processos e
propiciar a construção de conhecimentos pelo trabalhador. Nessa direção, essa
avaliação precisa estar voltada para a formação integral dos trabalhadores e
não somente para sua instrução. Assim, é importante refletir também, sobre
duas dimensões avaliativas (técnica e ética), que não se confundem, mas se
complementam e devem estar sempre presentes no processo de avaliar. Como
questões próprias da dimensão técnica, surgem perguntas sobre o que avaliar,
quando avaliar e com avaliar, que já são bem conhecidas dos chefes/diretores.
A dimensão ética da Avaliação remete a perguntas de outra ordem: por que
avaliar, para que avaliar, quem se beneficia da avaliação, que usos fazem os
diretores, trabalhadores e a sociedade da avaliação praticada nas empresas?
53 Tais questionamentos nos levam à seguinte constatação: Avaliar – não
é um processo simples, pois, constantemente, corremos riscos, e, muitas
vezes, temos dificuldades de detectar nossos próprios erros e acertos.
Devemos construir uma avaliação criteriosa, lúcida, capaz de ultrapassar o
arbitrário.
4.1- Ética no trabalho:
Aprendizagem é desenvolvimento ético. As mudanças tecnológicas,
biológicas, geram grandes turbulências, onde pressões cada vez mais intensas
e problemáticas ficam mais intratáveis. A pergunta não cala, “mundo está
mudando, onde quer chegar a humanidade?” Não se pode afirmar com certeza,
mais fatalmente que freqüentes desafios exigirão de nossa capacidade social
na busca de opções de lidar com tantos desafios. Como resolver isso?
Organizações efetuarão grandes e profundas mudanças nas várias formas do
pensar, interagir e comunicar-se c/ as pessoas. Há a necessidade de uma
abertura para um novo movimento significativo sustentável pelos esforços
constantes, construindo relacionamentos mais intensos, maior confiança,
despertando talentos, com entusiasmos naturais e autênticos de cada
profissional, tendo uma aproximação mais integrada de seus clientes.
É através do exercício prático implementado na consciência ética da
organização que chegaremos à necessidade de dois processos: aprendizagem,
onde ajudar as pessoas a desenvolver o raciocínio sobre ética, e o
desenvolvimento ajudando-as a incorporar a ética à suas atividades e ações.
54
Educar para a ética requer que os indivíduos sejam motivados,
encorajados e promovidos, auxiliando-os a compreender suas próprias
percepções, conclusões e crenças sobre o que é ética e quais são seus valores
próprios. Precisa-se explorar percepções dos valores da organização onde
trabalham, compreendendo as diferenças entre eles. Devendo excluir a ética
simplista, estreita e repressora, dirigindo-se a um reconhecimento e uma
apreciação da complexidade dos fatos em sua própria habilidade intelectual
para dar respostas a eles.
Na prática, o desenvolvimento é tão necessário, sendo impossível
“treinar as pessoas para serem éticas, ou se comportarem eticamente”.
Essa exigência cultural educacional surgiu na LDBE 9394/96 (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação) nas diretrizes curriculares nacionais. Segundo
o Parecer CNE 04/98 “O ensino fundamental tem como projeto o dever de”
abordar temas ligados à vida cidadã e que sejam tratados contextualmente e
interdisciplinarmente. Enquanto que no Parecer 15/98, no ensino médio, os
projetos devem valorizar vários princípios e como um deles, “a ética da
identidade”, em que a visão principal objetiva transcede das questões
educacionais, desenvolvendo a formação para valores éticos, isto é, formação
de qualidades morais, traços de caráter, atitudes e convicções humanistas e
humanitárias.
55 4.2- A Relação humana com a Comunidade empresarial
Nos dias de hoje, é muito comum à exigência de várias qualificações
pelo mercado, onde profissionais acumulam funções numa mesma
organização, que acreditam serem verdadeiras oportunidades de liderança,
gerindo negócios em segmentos distintos, colhendo resultados expressivos. A
comunidade empresarial deve ser o hábito da multifuncionalidade nas
organizações quanto os profissionais devem estar predispostos ao exercício de
competências diversas, e este é um grande desafio.
Conscientes que em média passamos grande parte do nosso dia com
colegas de trabalho, mantendo uma postura extremamente formal, requer do
ser humano o comportamento de uma máquina. Somos dotados de
sentimentos e da capacidade de estabelecer laços afetivos, que são inevitáveis
nas relações profissionais, devemos criar o hábito do afeto humano, onde nos
dá ânimo e permite que compartilhemos uma energia muito agradável durante
a jornada de trabalho, facilitando assim a resolução de eventuais conflitos.
4.3- A análise das competências essenciais ao profissional
contemporâneo
Competência: é conseguir lidar com complexidade do mundo de hoje,
realizando, enfrentando, resolvendo situações - problemas.
56 Na educação essa palavra competência, onde o professor desenvolve e
faz com que o aluno perceba, descubra e desenvolva com capacidade que o
conteúdo aprendido na escola, está no seu cotidiano, desenvolvendo sua visão
crítica.
Fazendo perguntas lançando desafios, não respondendo o que o
indivíduo pode aprender sozinho (ensinar a pescar).
Segundo, Scotto em Competências e habilidades (da teoria à prática,
pág 16:, “O homem pode alcançar uma dimensão mais ética e mais humana de
si e da coletividade, tendo a educação pautada nos 4 pilares da educação”.
_ Aprender a viver juntos; aprender a conhecer; aprender a fazer e aprender a
ser.
A competência é uma capacidade é uma capacidade de produzir
hipóteses, até mesmo saberes, se já não estão “constituídos”, são “
constituíveis” a partir dos recursos do sujeito trabalhar a competência equivale
a formar para competências do que para conhecimentos (apenas).
Esse novo paradigma, que envolve conhecimento técnico e valores
humanos.
Competência significa também uma condição obtida pelo produto entre o
saber, o poder e o queres, é o conhecimento multiplicado por habilidade
57 multiplicado por atitude. A pessoa competente “ sabe” fazer e “que” fazer.
Esse resultado lhe dá o poder da competência.
4.4-Desenvolvendo suas inteligências múltiplas.
Com a finalidade do homem ter mais capacidade de trabalho,
aprendizado,ser mais feliz e sentir-se um cidadão competente e mais
equilibrado emocionalmente, após muitas décadas, psicólogos, pedagogos,
filósofos, e outros, pesquisadores dedicou ao estudo da inteligência humana.
As pesquisas envolviam origem, definição, e os meios favoráveis ao seu
desenvolvimento. Após teorias, teses, estudos apontam como hereditária e
biológica, pouco modificável pelo meio, e sobretudo o desenvolvimento,
relacionada ao meio social do indivíduo.
A vertente que mais progrediu nesse assunto foi a Pedagogia, na busca de
caminhos para crianças que tem dificuldades na aprendizagem.
Fala-se de pessoas mais ou menos inteligentes, da inteligência com
hereditária, como privilégio de determinadas raças ou classes sociais ou até
assunto de reflexão pessoal. Quem já não duvidou de sua inteligência, de sua
habilidade para gerenciar problemas, e capacidade de administrar a própria
vida, de sua contribuição para o mundo?
Através de rótulos, classificações em julgar as pessoas.
58
Na década de 80, o psicólogo americano Howard Gardner, na
Universidade de Harward, e pesquisador da educação no mundo, desbancou a
idéia de classificação das pessoas, descobrindo que testes de QI mediam
apenas a capacidade verbal - lingüística e lógico - matemática, em descrédito
pela descoberta de que as inteligências são múltiplas, que além das citadas há
também a corporal - cinestésica, musical, visual -espacial, interpessoal e
intrapessoal e estão sendo estudadas, mais duas novas inteligências: a
naturalista e a espiritual -existencial. Todos nascem com elas, mas o que faz a
diferença é o estímulo que é dado para se desenvolverem.
59 CONCLUSÃO
Diante dos estudos, pesquisas e observações tentando aprofundar
algumas questões apontadas e levantadas nessa problematização, observa-se
que o histórico da cultura herdada em família e reproduzida na escola mantém-
se forçosamente na sociedade.
As evasões escolares reproduzem em fracassos e reprimem mais idéias
que ainda vivem e resistem, onde caracteriza uma ruptura na importante
interação aluno-escola e seu meio sócio-cultural, sendo uma das principais
idéias de Vygotsky.
A cultura criada entre nós e propagada pela sociedade é a que
determina o “status social”, “status cultural”, porém nem sempre o “status
social” eleva o “status cultural”.
Na escola vemos a reprodução do currículo de uma fragmentação
cultural, havendo reprodução da realidade.
Funcionários e familiares não esperam desse aprendizado a reiteração
de sua própria cultura, pretendendo adquirir algo que não foi vivenciado em seu
meio social, familiar, a “cultura escolar” esperando diretamente na qualidade da
formação e disposição do professor que a escola lhe oferece. Pois a “cultura do
mundo”, eles já conhecem e acreditam em algo mais como “ir à escola para
60 sonhar”, vislumbrar novos princípios, conceitos e valores intelectuais nas
relações sociais e numa nova sociedade de conhecimentos na “era da
globalização”.
A cultura que leva todos de volta aos estudos, é aquela que passa a
imagem da escola como trampolim social, onde as pessoas entram sendo da
classe mais baixa e saem anos depois como “aristocratas”. Ledo engano, a
escola não reproduz o que procuramos mas o que somos...Ou como querem
que sejamos.
Esta mesma cultura da elitização, do trampolim social, também mantém
esses homens e mulheres na escola, durante algum tempo, mas tantas vezes
não por tempo o bastante, para concluir o que começaram. Neste momento
mostra-se a crueldade “cultural” transportada para a “cultura escolar” criada: o
aluno fracassa, morre o sonho, e finalmente ele é mais um evadido.
Dura e cruel realidade de uma cultura de elites e de proletários...
A cultura é um dos instrumentos de unificação da sociedade mas
também é um pontos mais dicotômicos dela.
A mesma cultura que reúne negros e brancos, nos terreiros de
candomblé e coloca ricos e pobres nas alas das escolas de samba, divide a
61 sociedade em rica e pobre. Aponta os proletários e os governantes, que os
mesmos elegeram antes e quase sempre ao longo da história.
62
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALENCAR, Chico, CARPI, Luci. RIBEIRO, Marcos Vinícius. História da Sociedade Brasileira. 1 3º edição.Rio de Janeiro,Editora Ao Livro Técnico, 1996. BIASE, Francisco di. O homem holístico. Petrópolis RJ: Vozes, 1995. BRANDÃO, Rodrigues Carlos. O que é Educação. São Paulo Brasiliense. 1995 CARBONELL, Jaume. A aventura de inovar a mudança na escola. Porto Alegre: Artmed. CARVALHO, Célia Pezzolo de. Ensino Noturno: realidade ou ilusão. 4º edição. São Paulo, Cortez e Autores Associados, 1986. CREMA, Roberto . Introdução à visão holística. São Paulo, Summus Editorial, 1999) D’AMBROSIO, Ubiratan. Transdisciplinaridade. São Paulo, Palas Athenas, 1997. DEMO, Pedro. A nova LDB: ranços e avanços. 14º edição. Papirus Editora, São Paulo 2002. FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. Coleção Educação e Comunicação vol. 1. _____________, Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. Coleção Leitura, São Paulo: Editora Paz e Terra, 2000. FUKS, BETTY B., Freud e a cultura. Editora Jorge Zahar Editor Ed. 2003.
63 ALENCAR, Chico, CARPI, Luci. RIBEIRO, Marcos Vinícius. História da Sociedade Brasileira. 1 3º edição.Rio de Janeiro,Editora Ao Livro Técnico, 1996. GADOTTI, MOACIR, História das Idéias Pedagógicas. Edição Série Educação, São Paulo: Ed. Ática, 1988. GARDNER Haward. Inteligências múltiplas, Porto Alegre: Artmed, 1995. _________________, Perspectivas atuais da educação, Porto Alegre: Artmed Ed, 2000. INCONTRI, Vera. Pestalozi: educação e ética. São Paulo: Scipione, 1997. KUHN, T. A Estrutura das Revoluções Científicas. Ed. Perspectiva, 1987. LACASSE, Micheline. Encontro consigo mesmo. Petrópolis, Vozes, 1994. LELOUP, Jean Yves. Terapeutas do deserto: de Píton de Alexandria e Francisco de Assis a GrafDurckheim. Petrópolis, Ri: Vozes, 1997. MIGLIORI, Regina. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: YNESCO, 2002. MOREIRA, PAULO ROBERTO, Psicologia da Educação (Integração e individualidade),Coleção Aprender e Ensinar, São Paulo: FTD Ed. 1994. OLIVEIRA, PÉRSIO SANTOS DE, Introdução à sociologia, São Paulo: Ed. Ática, 2000. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. São auto: Cortez; autores Associados, 1987. TELES, Maria Luiza Silveira. Educação sem fronteiras: cuidando do ser. Petrópolis, RJ:Vozes, 2003. YUS, Rafael. Educação Integral: uma educação holística para o século XXI. Porto alegre: Artmed, 2002.
64 www.paulofreire.org - Instituto Paulo Freire, Programa de Educação de Jovens e Adultos. Acessado em 18/10/2003.
65 BIBLIOGRAFIA CITADA
BIASE, Francisco di. O homem holístico. Petrópolis RJ: Vozes, 1995. BRANDÃO, Rodrigues Carlos. O que é Educação. São Paulo Brasiliense. 1995 CARBONELL, Jaume. A aventura de inovar a mudança na escola. Porto Alegre: Artmed. CREMA, Roberto . Introdução à visão holística. São Paulo, Summus Editorial, 1999) D’AMBROSIO, Ubiratan. Transdisciplinaridade. São Paulo, Palas Athenas, 1997. FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. Coleção Educação e Comunicação vol. 1. _____________, Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. Coleção Leitura, São Paulo: Editora Paz e Terra, 2000. GARDNER Haward. Inteligências múltiplas, Porto Alegre: Artmed, 1995. _________________, Perspectivas atuais da educação, Porto Alegre: Artmed Ed, 2000. INCONTRI, Vera. Pestalozi: educação e ética. São Paulo: Scipione, 1997. KUHN, T. A Estrutura das Revoluções Científicas. Ed. Perspectiva, 1987. LACASSE, Micheline. Encontro consigo mesmo. Petrópolis, Vozes, 1994. LELOUP, Jean Yves. Terapeutas do deserto: de Píton de Alexandria e Francisco de Assis a GrafDurckheim. Petrópolis, Ri: Vozes, 1997. MIGLIORI, Regina. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: YNESCO, 2002.
66 OLIVEIRA, PÉRSIO SANTOS DE, Introdução à sociologia, São Paulo: Ed. Ática, 2000. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. São auto: Cortez; autores Associados, 1987. TELES, Maria Luiza Silveira. Educação sem fronteiras: cuidando do ser. Petrópolis, RJ:Vozes, 2003. YUS, Rafael. Educação Integral: uma educação holística para o século XXI. Porto alegre: Artmed, 2002
67 ANEXOS
68
ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 SUMÁRIO 6 INTRODUÇÃO 7 CAPÍTULO I Conceito de cultura 12 1. Breve considerações sobre o conceito de cultura 12 1.1 – Atividades culturais: Conceito e Finalidades 15 1.2 – O lazer e a cultura como ações no cidadão 17 1.3 – Interação social na empresa: dinâmica das relações interpessoais e sócio culturais 20 1.4 – Fatores Importantes na Construção da Cultura 21 Capítulo II A Educação 24 2- Um breve histórico da Educação 24 2.1 – A vinda da família real portuguesa 25 2.2 – Um salto na historia e nenhuma surpresa 29 2.3 – As Leis 7044/82 e 9394/96 35 2.4 – As particularidades na Educação 36 2.5 – Educação e humanização 38 2.6 – Novos Paradigmas da Educação 40 2.7 – Educação Integral e Educação Holística 43 CAPÍTULO III A Importância da cultura no desenvolvimento humano De Jovens e Adultos 45 3.Implicações do fenômeno da cultura 45 3.1 – A missão da Pedagogia Empresarial 49 CAPITULO IV A Empresa nos dias atuais 4 –Ns reorganização, na avaliação em dimensões técnicas X éticas 52 4.1 – Ética no trabalho 53 4.2 – A relação Humana com a Comunidade empresarial 55 4.3 – A análise das competências essenciais ao profissional contemporâneo 55 4.4 – Desenvolvendo suas inteligências múltiplas 57 CONCLUSÃO
69 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BIBLIOGRAFIA CITADA ANEXOS ÍNDICE
70
71
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO 7
72 CAPÍTULO I
Conceito de Cultura 11
1. Breves considerações sobre o conceito de cultura 11
1.1 – Atividades Culturais: Conceito e Finalidades 13
1.2 – O Lazer e a Cultura como ações no cidadão 15
1.3 – Interação Social na Empresa: dinâmica das relações
interpessoais e sócio-culturais 17
1.4 – Fatores Importantes para a Construção da Cultura 18
CAPÍTULO II
A Educação 20
2- Um Breve histórico da Educação 20
2.1- A vinda da família real portuguesa 21
2.2- Um salto na história e nem uma surpresa 24
2.3- As leis 7044/82 e 9394/96 28
2.4- As particularidades na Educação 29
2.5- Educação e humanização 31
2.6- Novos paradigmas na Educação 32
2.7- Educação integral e Educação holística 35
CAPÍTULO III
A importância da cultura no desenvolvimento humano
de Jovens e Adultos 37
3- Implicações do fenômeno da cultura 37
CAPÍTULO IV
A Empresa nos dias atuais 41
4- Na reorganização, na avaliação e dimensões
técnicas X éticas 41
4.1- Ética no trabalho 42
4.2- A Relação humana com a Comunidade empresarial 43
4.3- A análise das competências essenciais ao profissional
contemporâneo 44
4.4- Desenvolvendo suas inteligências múltiplas 45
73 CONCLUSÃO
ANEXOS
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BIBLIOGRAFIA CITADA
ÍNDICE
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