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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA NA ESFERA ADMINISTRATIVA
Por: Fernando José de Carvalho Corrêa
Orientador
Prof. Anselmo Souza
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA NA ESFERA ADMINISTRATIVA
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Direito Público e Tributário.
Por: Fernando José de Carvalho Corrêa.
3
AGRADECIMENTOS
A todos aqueles que se dedicam ao
magistério neste país de tantas
desigualdades.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a toda minha
família, razão da minha luta pelo pão
nosso de cada dia e em especial ao meu
saudoso pai, Aldo da Silva Corrêa.
5
RESUMO
O presente trabalho pretende demonstrar a compensação tributária na
esfera administrativa, com o intuito de obter os fundamentos que permitam
admitir a compensação tributária requerida pelo contribuinte perante a
Administração Pública, a partir do reconhecimento desta última de se encontrar
com créditos devidos ao cidadão.
Iniciaremos nosso trabalho pelas bases da compensação no direito
privado, fundamentos da compensação tributária, para posteriormente
apresentarmos os princípios constitucionais que orientam esta forma de
compensação, as formas de lançamento do crédito tributário, sua extinção na
esfera administrativa através da compensação tributária propriamente dita,
noções acerca do imposto de renda da pessoa física para melhor elucidação
da conclusão do nosso trabalho e, por fim, breves considerações acerca da
manifestação de inconformidade diante da declaração de compensação
apresentada pelo contribuinte à administração pública, além de tecermos
também breves considerações acerca do novel art. 170-A do Código Tributário
Nacional que dispõe acerca da compensação tributária na esfera judicial.
6
METODOLOGIA
Pretendemos realizar uma monografia de análise teórica, de compilação,
onde, com base em pesquisa bibliográfica, buscaremos organizar com clareza
e de forma didática os argumentos necessários à confirmação da nossa
hipótese suscitada como tema do presente trabalho.
Pretendemos ainda utilizar como método de abordagem o método
dedutivo, muito empregado na elaboração de trabalhos na área jurídica, por
partirem de uma premissa geral, que muitas vezes é a própria lei, para a
particular.
Como método de procedimento utilizaremos o método comparativo, ou
seja, na comparação de institutos pertencentes ao Direito Civil e ao Direito
Tributário.
Nossa pesquisa bibliográfica terá como base o livro de Processo
Tributário de autoria de Cleide Previtalli Cais, sem o objetivo de acabar se
tornando uma cópia do mesmo, visto que, após a pesquisa em diversos outras
obras, citadas ao final na bibliografia do presente trabalho, observamos que o
assunto que pretendemos tratar é muito específico e simplesmente baseado
na legislação existente, não dispondo de diversidade de doutrinadores acerca
da matéria.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A COMPENSAÇÃO NO DIREITO CIVIL 10
CAPÍTULO II
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS INFORMADORES DA COMPENSAÇÃO E
O LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 15
CAPÍTULO III
A COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA NA ESFERA ADMINISTRATIVA 21
CONCLUSÃO 39
ANEXOS 44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 59
ÍNDICE 61
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
8
INTRODUÇÃO
O tema desta monografia é a compensação tributária na esfera
administratia. Inicialmente em nosso plano de pesquisa pretendíamos abordar
a extinção do crédito tributário por meio da compensação de valores devidos a
título de Imposto de Renda, mas, por sugestão do nosso orientador, Professor
Anselmo Souza, acolhemos a proposta de pesquisar acerca da compensação
tributária e, com o objetivo de delimitarmos nosso tema, decidimos por nos
aprofundarmos apenas na compensação tributária na esfera administrativa.
A questão central deste trabalho está focada na possibilidade da
extinção de débitos reconhecidos pela União, Estados e Municípios perante
seus contribuintes mediante a utilização do instituto da compensação no
Direito Tributário frente a valores devidos na declaração de ajuste anual do
Imposto de Renda. Mais uma vez seguimos as orientações do Professor
Anselmo, que sugeriu que servidores públicos não deveriam ter um tratamento
diferenciado pela Administração Pública em relação aos demais contribuintes.
Isto porque, como justificativa à relevância do tema que optamos para esta
linha de pesquisa, consideramos que, como servidor público federal, lotado no
Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região, observamos que por muitas
vezes a Administração Pública reconhece débitos de natureza salarial perante
seus servidores, mas também frequentemente deixa de honrar tais dívidas sob
a alegação de falta de previsão orçamentária, ficando assim postergados tais
pagamentos para exercícios futuros, mediante sobra da previsão orçamentária
do ano seguinte. Tal fato vem ocorrendo não somente no Tribunal Regional do
Trabalho da Primeira Região (Rio de Janeiro), mas quase na totalidade de
todos os Tribunais Regionais do Trabalho do País, Justiça Federal e Eleitoral.
(vide Anexo 1).
São portanto, objetivos desta pesquisa, demonstrar a possibilidade de
se honrar créditos devidos pela Administração Pública com relação aos seus
9
contribuintes, em geral, servidores públicos ou particulares, por meio da
compensação de valores devidos a título de Imposto de Renda.
Como objetivos específicos do nosso trabalho pretendemos analisar
comparativamente os institutos da compensação perante o Direito Civil e o
Código Tributário Nacional, verificar os princípios norteadores da constituição
do crédito tributário e seu lançamento, a extinção do crédito tributário por meio
da compensação realizada extritamente no âmbito da esfera administrativa e
enfocar pequenas noções acerca do imposto de renda da pessoa física.
Já como hipótese de possível resposta ao problema acima proposto
pretendemos demonstrar que, mediante a elaboração de lei específica, é
possível a compensação de valores devidos e reconhecidos pela
Administração Pública com relação aos seus contribuintes através da dedução
de tais valores dos valores devidos na declaração de ajuste anual do imposto
de renda da pessoa física.
E por fim, como delimitação do tema, pretendemos como objeto do
nosso estudo verificar a compensação do crédito tributário mediante o
abatimento de valores devidos a título de Imposto de Renda de Pessoas
Físicas dos créditos que o cidadão tenha a receber, devidamente reconhecido
pela Administração Pública, sem a necessidade de movimentação do Poder
Judiciário.
Trataremos de tal assunto tendo basicamente como referências
bibliográficas, dentre as citadas ao final deste trabalho, os compêndios de
Cleide Previtalli Cais, acerca da compensação tributária propriamente dita,
Eduardo Sabbag no que se referir ao imposto de renda da pessoa física e
Anselmo Souza, nosso orientador e mestre no que se refere ao direito
tributário.
10
CAPÍTULO I
A COMPENSAÇÃO NO DIREITO CIVIL
A compensação é um instituto do direito privado regulado pelo Código
Civil em seus artigos 368 a 380, sendo oportuno observar que o artigo 374,
que versava sobre compensação de dívidas fiscais e parafiscais, foi revogado
pela Lei 10.667/03.
No campo do Direito Civil podemos definir a compensação como um
meio especial de extinção de obrigações, em que duas pessoas são, ao
mesmo tempo, credora e devedora uma da outra, realizando a extinção das
duas obrigações até o limite da operação mútua da quitação entre credor e
devedor. E ainda, segundo jurisprudência do Tribunal de Justiça de São
Paulo, “não basta haver coincidência entre credor e devedor, quando as
obrigações não são pendentes” (I TACSP, Ag. n. 1.225.002-5, rel. Juiz Alberto
Mariz de Oliveira, j. 18.02.2004), “nem mesmo quando as obrigações
contraídas com terceiro não podem ser compensadas” (TJSP, Ap. n. 881.884-
0/5, São Paulo, 26ª Câm. de Dir. Privado, rel. Des. Andreatta Rizzo, j.
06.03.2006).
“Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo
credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se, até onde se compensarem. Art. 369. A
compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e
de coisas fungíveis. Art. 370. Embora sejam do mesmo
gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações,
não se compensarão, verificando-se que diferem na
qualidade, quando especificada no contrato. Art. 371. O
devedor somente pode compensar com o credor o que
11
este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida
com a de seu credor ao afiançado. Art. 372. Os prazos
de favor, embora consagrados pelo uso geral, não
obstam a compensação. Art. 373. A diferença de causa
nas dívidas não impede a compensação, exceto: I – se
provier de esbulho, furto ou roubo; II – se uma se originar
de comodato, depósito ou alimentos; III – se uma for de
coisa não suscetível de penhora. Art. 374. REVOGADO.
Art. 375. Não haverá compensação quando as partes,
por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia
prévia de uma delas. Art. 376. Obrigando-se por terceiro
uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que
o credor dele lhe dever. Art. 377. O devedor que,
notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a
terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário
a compensação, que antes da cessão teria podido opor
ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido
notificada, poderá opor ao cessionário compensação do
crédito que antes tinha contra o cedente. Art. 378.
Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo
lugar, não se podem compensar sem dedução das
despesas necessárias à operação. Art. 379. Sendo a
mesma pessoa obrigada por várias dívidas
compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as
regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento.
Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de
direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu
credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode
opor ao exequente a compensação, de que contra o
próprio credor disporia.”
12
Portanto, dentre as características da compensação no ramo do Direito
Civil temos que cada uma das partes deve ser credora e devedora da
obrigação principal.
Segundo o art. 369 do Código Civil, a compensação somente poderá
ocorrer quando tiver por objeto dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.
Ou seja, não são compensáveis as dívidas decorrentes de obrigações que
possuam condição, termo ou pressuposição, nem tão pouco as dívidas
ilíquidas, ou não vencidas, que poderão vir a ser compensadas no decurso do
tempo quando se tornarem líquidas ou vencerem. A legislaçao ainda veda
também a compensação de coisas infungíveis.
Já o art. 370 nos revela que, quando especificada no contrato, a
compensação requer débitos idênticos, pois, se os débitos forem da mesma
espécie, mas de qualidade diferente, não se compensarão. Dispõe o art. 369
que a dívida passível de compensação deva possuir como objeto bem fungível,
e além disso, conforme o art. 370, que as duas prestações a serem
compensadas sejam da mesma qualidade, alertando que, na hipótese de
serem diferentes na qualidade especificada no contrato, não serão as mesmas
passíveis de compensação. Ou seja, na forma disposta no art. 85 do CC: “São
fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros de mesma espécie,
qualidade e quantidade.”
O art. 371 trata da regra geral do modelo de extinção de obrigação que
é a compensação propriamente dita, ou seja, quando é aplicável em um
mesmo caso a situação de que ambos são credores e devedores principais,
vez que o devedor só pode compensar com o credor o que este lhe deve.
Como exceção, temos que o fiador poderá compensar seu débito com o de
seu credor ao afiançado, para evitar pagamentos simultâneos, vez que o fiador
é terceiro interessado. Se o fiador compensar seu débito com o que lhe deve o
credor de seu afiançado, poderá exercer contra este o direito de regresso,
cobrnado-lhe o que por ele tiver pago.
13
A compensação requer a personalidade dos sujeitos (Art. 376 do CC),
isto é, se uma pessoa age como representante legal de alguém, ou por ter sido
convencionado entre as partes, não pode opor o crédito do representado para
compensar seu próprio débito. Por exemplo, no caso de dívida de filho, não se
pode reputar dívida de terceiro, a ponto de impedir a compensação, ou seja, a
de filho solteiro em relação a mãe viúva, vivendo sob o mesmo teto e
exercendo ambos o mesmo labor na terra (RT 458/179). Isto é, não haverá
compensação legal em favor de pessoa que se obriga por terceiro, que não
poderá compensar essa dívida com a que o credor lhe dever, vez que, por não
haver reciprocidade de obrigação, há a impossibilidade de compensação para
a pessoa que se obriga por terceiro.
A compensação opera-se automaticamente entre as partes, desde que
entre elas existam dívidas recíprocas, líquidas e exigíveis, de coisa
homogênea. Entretanto, a lei impede a incidência de tal princípio no caso de
vir a prejudicar terceiro (Art. 380 do CC). Tal prejuízo ocorreria se o devedor
pudesse, para compensar dívida com o seu credor, adquirir crédito já
penhorado por terceiro. A compensação legal não pode lesar direitos ou
interesses de terceiros. Existirá a proibição para a compensação, desde que
tenha sido penhorado o crédito que o devedor adquirira contra seu devedor,
vez que após a penhora o devedor não poderá efetuar o pagamento ao credor,
nem opor a compensação ao exequente.
Em síntese, para o objeto desta monografia, que visa abordar a
compensação no direito tributário, temos que, no campo do direito civil o
instituto da compensação, definido como meio de extinção de obrigações entre
duas pessoas que são, reciprocamente, credora e devedora, possui as
seguintes características:
1º) Cada uma das partes deve ser devedora e credora por obrigação
principal;
14
2º) As obrigações devem ter por objeto coisas fungíveis, da mesma
espécie e qualidade;
3º) As dívidas devem ser vencidas exigíveis e líquidas;
4º) Deve efetuar-se sem causar prejuízo para direito de terceiros;
5º) O devedor que se torne, pela compensação, credor do seu credor,
diante de penhora do crédito de seu credor, não pode opor ao exequente a
compensação de que contra o próprio credor disporia, nos termos do art. 380
do CC.
Segundo Cleide Previtalli Cais:
“O Código Civil brasileiro de 1916, no art. 1.017, vedava a
compensação de créditos das Fazendas Públicas, exceto
em casos de encontro entre a Administração e o devedor,
em hipósteses regradas nas leis e nos regulamentos da
Fazenda. Esse dispositivo, provavelmente, constitui o
embrião do instituto, posteriormente consagrado em
matéria tributária no art. 170 do CTN e disciplinado pelo
art. 66 da Lei 8.383/91 e suas alterações.” (CAIS, 2009,
p.395).
15
CAPÍTULO II
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS INFORMADORES DA
COMPENSAÇÃO E O LANÇAMENTO DO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
2.1 – Princípios constitucionais relativos à compensação
O princípio constitucional da supremacia da constituição, da segurança
jurídica, da moralidade administrativa, da igualdade, da proteção ao direito de
propriedade e da economia e utilidade processual são alguns dos princípios
constitucionais que orientam a compensação tributária.
Pelo princípio da supremacia a Constituição podemos entender como a
existência do Estado Democrático de Direito previsto no art. 1º da nossa Carta
Constitucional, onde a existência de qualquer ato normativo dissonante do
texto constitucional deverá ser banido do nosso ordenamento jurídico. Em
outras palavras, temos que a nossa Constituição Federal determina os
princípios e as regras que devem ser seguidos pelo “exercício do poder de
tributar, com o objetivo de proteger o patrimônio dos contribuintes de ilegítimas
investidas do Estado dotado de potesdade tributária” (Cais, 2009, p. 401).
Assim, temos que o contribuinte pode compensar o recolhimento
indevido de um tributo com o crédito tributário que deverá recolher à Fazenda
Pública.
16
Pelo princípio da segurança jurídica, as normas relativas ao exercício
do direito de compensação de créditos tributários devem ser baixadas em
conformidade com as regras constitucionais, sobretudo visando a estabilidade
e a previsibilidade no meio social, a fim de se evitar atos arbitrários da
Administração Pública.
Pelo princípio da moralidade, estampado no art. 37 da Constituição
Federal, é dever da Administração Publica zelar pelo direito do contribuinte de
exercer a compensação de seus créditos tributários. Princípio este que deve
orientar a atuação do Estado baseado na lealdade e na boa-fé que devem
existir entre os agentes públicos e seus administrados, os contribuintes.
Pelo princípio da igualdade, estreitamente ligado ao princípio da
capacidade contributiva, a compensação deve ser realizada com a aplicação
da correção monetária e dos juros de mora equivalentes aos índices aplicados
pela Receita para a cobrança de seus créditos.
Assim, o contribuinte possui o direito de, sendo credor da
Administração Pública, efetuar a compensação com valores vincendos e
devidos a título de tributos e contribuições, ao invés de ter de recorrer ao
judiciário para interpor uma ação de repetição de indébito, geralmente longa e
morosa, para ser ressarcido do seu crédito.
Klaus Tipke afirma que, com relação ao princípio da capacidade
contributiva, este é “o único princípio justo no âmbito tributário; e portanto o
único parâmetro justo de comparação para a aplicação do princípio da
igualdade” (CAIS, 2009, p. 402).
Já o princípio da proteção ao direito de propriedade, que possui
amplaa utilização nas normas relativas ao direito de compensação dos créditos
tributários, visa afastar e evitar a ocorrência de confisco e enriquecimento ilícito
por parte da Administração Pública.
17
Em conclusão, verificamos que, dentre os princípios utilizados para
efeito da compensação tributária, todos visam os ideais de justiça e de
equidade, buscando diminuir a necessidade de apresentação de
requerimentos, pelo contribuinte, tanto na esfera administrativa, quanto no
âmbito judicial, o que denota o princípio da utilidade, da brevidade e da
economia processual.
A título de exemplo do acima exposto, achamos interessante
reproduzir parte do voto do Exmo. Sr. Juiz Homar Cais, relator do Mandado de
Segurança de nº 93.03.049396-6/SP, julgado pelo Tribunal Regional Federal
da 3ª Região e publicado em 04/06/1993 no Diário Oficial daquele Estado, in
verbis:
“É evidente o periculum in mora. A simples
existência de um indébito, já reconhecida e sacramentada
no Supremo Tribunal Federal, é mais do que razão para
que qualquer contribuinte possa pôr-se desde logo sob a
proteção da lei autorizativa da compensação, pois é
patente a utilidade social visada pelo legislador:
desburocratização da administração fiscal, com redução
praticamente a zero dos pedidos de repetições de
indébito e de espedições de precatórios e, principalmente,
libertação dos contribuintes, em face de todos esses
percalços. Por isso, é certo que a aplicação do disposto
no art. 66 da Lei 8.383/91 é tarefa comum de todos, sob
pena de se obter resultado desastroso, exatamente em
vetor contrário ao que, em realidade, norteou o legislador.
A compensação por este instituída é de caráter
autônomo, independe de qualquer pré-exame do Fisco.
Há, portanto, situação de perigo, pois é alta a
probabilidade de ocorrência do dano temido, em face do
18
dever legal da autoridade fiscal de cobrar e punir (CTN,
art. 142, parágrafo único), em perfeita consonância com
regulamentações e procedimentos administrativos a que
esteja adstrita”.
2.2 – O lançamento do crédito tributário
Podemos classificar o lançamento do crédito tributário de três formas:
1º) Por declaração, onde o contribuinte irá oferecer à autoridade
administrativa informações relativas ao fato gerador do tributo e ficará
aguardando notificação que lhe será endereçada pela Administração Pública
para proceder ao respectivo pagamento;
2º) Por homologação, onde o contribuinte também irá oferecer à
Administração Pública informações com relação ao fato gerador do tributo,
mas apurará e efetuará desde logo o pagamento devido, completando-se o
lançamento, posteriormente, pela homologação que será realizada pela
autoridade administrativa.
3º) Por ofício, quando a apuração do valor do tributo é feita por
iniciativa da autoridade administrativa, que notificará o contribuinte para o
respectivo pagamento.
O exercício da compensação entre créditos e débitos do contribuinte
constitui um direito subjetivo, independentemente de autorizaçao, quer
administrativa, quer judicial, em se tratando de espécies submetidas a
lançamento por homologação, a extinção do crédito tributário somente se
efetivará quando homologado o lançamento pela autoridade fiscal”
19
Observe-se que, no lançamento por homologação, caberá ao
contribuinte todos os atos relativos à determinação do valor do tributo,
enquanto que à Administração Pública tão somente a homologação.
Homologação esta que ocorrerá, na prática, de forma tácita, ou expressa,
conforme disposto no § 4º, do art. 150, do Código Tributário Nacional.
Ainda que todo processo de lançamento seja realizado pelo
contribuinte, somente terá valor legal quando realizada a homologação pela
autoridade administrativa.
Na lição de Paulo Barros Carvalho:
“A conhecida figura do lançamento por
homologação é um ato administrativo de natureza
confirmatória, em que o agente público, verificado o exato
implemento das prestações tributárias de determinado
contribuinte, declara, de modo expresso, que obrigações
houve, mas que se encontram devidamente quitadas até
aquela data, na estrita consonância dos termos da lei.
Não é preciso despender muita energia mental para notar
que a natureza do ato homologatório difere da do
lançamento tributário. Enquanto aquele primeiro anuncia
a extinção da obrigação, liberando o sujeito passivo, este
outro declara o nascimento do vínculo, em virtude da
ocorrência do fato jurídico. Um, certifica a quitação;
outro, certifica a dívida. Transportando a dualidade para
outro setor, no bojo de uma analogia, poderíamos dizer
que o lançamento é a certidão de nascimento da
obrigação tributária, ao passo que a homologação é a
certidão de óbito”(CARVALHO, 1996, p. 282, apud CAIS,
2009, p. 409).
20
Para o presente estudo monográfico é interessante observar ainda
que, com o advento do art. 66 da Lei 8.383/91 “o contribuinte poderá efetuar a
compensação”, isto é, tal artigo autoriza a compensação de valores relativos a
tributos, receitas patrimoniais, contribuições federais, inclusive as
previdenciárias, pagos indevidamente ou a maior, ou seja, segundo Cleide
Previtalli Cais, “a compensação pode ser praticada pelo contribuinte, sendo de
sua atribuição exclusiva, em nada dependendo de autorização da autoridade
administrativa para ser efetuada” (CAIS, 2009, p. 404).
Embora já existisse previsão no art. 170 do CTN acerca da
possibilidade de compensação de créditos tributários, tal faculdade não vinha
sendo realizada face à ausência de lei que regulasse a matéria, por
desinteresse da Administração Pública.
21
CAPÍTULO III
A COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA NA ESFERA
ADMINISTRATIVA
3.1 – A compensação tributária na instância administrativa
O Professor Anselmo Souza nos ensina que:
“No direito privado, a compensação pode ocorrer
de pleno direito, bastando que seus pressupostos
elencados na lei civil estejam presentes. Já no Direito
Tributário, a compensação somente extingue o crédito
tributário se existir lei autorizativa do ente federativo
tributante neste sentido, e nas hipóteses abstratas nela
previstas. A compensação prevista na lei civil não se
aplica às relações jurídico-tributárias.” (SOUZA, 2007, p.
186).
O instituto da compensação no direito tributário encontra seus
fundamentos no art. 170 do Código Tributário Nacional, como segue:
“Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as
garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso
atribuir à autoridade administrativa, autorizar a
compensação de créditos tributários com créditos líquidos
22
e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra
a Fazenda Pública.
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do
sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste
artigo, a apuração do seu montante, não podendo,
porém, cominar redução maior que a correspondente ao
juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer
entre a data da compensação e a do vencimento.”
Observe-se que tal artigo defere à lei ordinária a possibilidade de
“autorizar a compensação créditos tributários líquidos e certos, vencidos ou
vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública.”
Por sua vez a Lei nº 8.383, de 30/12/91, em seu art. 66, com redação
atualizada pelo art. 58 da Lei 9.069/95, veio a autorizar a compensação
tributária nos seguintes termos:
“Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a
maior de tributos, contribuições federais, inclusive
previdenciárias, e receitas patrimoniais, mesmo quando
resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão
de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a
compensação desse valor no recolhimento de importância
correspondente a período subseqüente.
§ 1º A compensação só poderá ser efetuada
entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie.
§ 2º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido
de restituição.
§ 3º A compensação ou restituição será efetuada
pelo valor do tributo ou contribuição ou receita corrigido
monetariamente com base na variação da UFIR.
23
§ 4º As Secretarias da Receita Federal e do
Patrimônio da União e o Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS expedirão as instruções necessárias ao
cumprimento do disposto neste artigo.”
Observe-se ainda, com relação ao parágrafo primeiro deste artigo, que
existe determinação para que a compensação somente seja realizada entre
tributos, contribuições e receitas patrimoniais da mesma espécie. E, quanto ao
parágrafo segundo deste mesmo dispositivo legal, caberá ao contribuinte
“optar pelo pedido de restituição”, sendo-lhe facultado tomar tal iniciativa.
Cleide Previtalli assevera que:
“A orientação do Código Tributário Nacional,
recomendando a edição de lei ordinária para autorizar a
compensação tributária, tem fundamento constitucional,
uma vez que a obrigação tributária tem natureza ex lege,
sendo sujeita ao regime jurídico do direito público, o que
confere à compensação, no âmbito do direito tributário,
caracteres diferenciados daqueles aplicáveis à
compensação, no âmbito do direito privado.” (CAIS, 2009,
p. 397).
Já a Lei nº 9.250, de 26/12/95, no caput de seu art. 39, introduziu
exigência a ser obedecida quando da compensação:
“Art. 39. A compensação de que trata o art. 66 da
Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, com a redação
dada pelo art. 58 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de
1995, somente poderá ser efetuada com o
recolhimento de importância correspondente a
imposto, taxa, contribuição federal ou receitas
24
patrimoniais de mesma espécie e destinação
constitucional, apurado em períodos subseqüentes.”
(grifo nosso).
Com relação às receitas patrimoniais, cujos créditos também podem
ser objeto de compensação, a Lei nº 4.320, de 17/3/64, que estatui normas
gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, dispõe
que:
“Art. 9º Tributo e a receita derivada instituída
pelas entidades de direito publico, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos termos da
constituição e das leis vigentes em matéria financeira,
destinado-se o seu produto ao custeio de atividades
gerais ou especificas exercidas por essas entidades.
...
Art. 11. A receita classificar-se-á nas seguintes
categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de
Capital.
§ 1° São Receitas Correntes as receitas tributária,
patrimonial, industrial e diversas e, ainda as provenientes
de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de
direito público ou privado, quando destinadas a atender
despesas classificáveis em Despesas Correntes.
§ 2º São Receitas de Capital as provenientes da
realização de recursos financeiros oriundos de
constituição de dívidas; da conversão em espécie, de
bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas
de direito público ou privado destinados a atender
despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda,
o superávit do Orçamento Corrente.
25
§ 3º O superávit do Orçamento Corrente
resultante do balanceamento dos totais das receitas e
despesas correntes, apurado na demonstração a que se
refere o Anexo n. 1, não constituirá item da receita
orçamentária.
§ 4º A classificação da receita por fontes
obedecerá ao seguinte esquema: RECEITAS
CORRENTES; Receita Tributária: Impostos. Taxas.
Contribuições de Melhoria. Receita de Contribuições.
Receita Patrimonial. Receita Agropecuária. Receita
Industrial. Receita de Serviços. Transferências
Correntes. Receitas de capital: Operações de Crédito.
Alienação de Bens. Amortizações de Empréstimos.
Transferências de Capital. Outras receitas de Capital.
(Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20/5/1982).”
Dentre outros dispositivos que regulam a compensação tributária,
temos o art. 7º do Decreto-lei nº 2.287/96, com sua redação atualizada pela Lei
nº 11.196, de 21/11/2005, que assim dispõe:
Art. 7o A Receita Federal do Brasil, antes de
proceder à restituição ou ao ressarcimento de tributos,
deverá verificar se o contribuinte é devedor à Fazenda
Nacional. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 1o Existindo débito em nome do contribuinte, o
valor da restituição ou ressarcimento será compensado,
total ou parcialmente, com o valor do débito. (Redação
dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 2o Existindo, nos termos da Lei no 5.172, de 25
de outubro de 1966, débito em nome do contribuinte, em
relação às contribuições sociais previstas nas alíneas a, b
e c do parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24
26
de julho de 1991, ou às contribuições instituídas a título
de substituição e em relação à Dívida Ativa do Instituto
Nacional do Seguro Social – INSS, o valor da restituição
ou ressarcimento será compensado, total ou
parcialmente, com o valor do débito. (Redação dada pela
Lei nº 11.196, de 2005)
§ 3o Ato conjunto dos Ministérios da Fazenda e da
Previdência Social estabelecerá as normas e
procedimentos necessários à aplicação do disposto neste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
Outros dispositivos que tratam da compensação tributária são os
artigos 73 e 74 da Lei 9.430/96, sendo que o art. 73, em consonância com o
art. 7º do Decreto-lei nº 2.287/86, determina que:
“Art. 73. Para efeito do disposto no art. 7º do
Decreto-lei nº 2.287, de 23 de julho de 1986, a utilização
dos créditos do contribuinte e a quitação de seus débitos
serão efetuadas em procedimentos internos à Secretaria
da Receita Federal, observado o seguinte:
I - o valor bruto da restituição ou do ressarcimento
será debitado à conta do tributo ou da contribuição a que
se referir;
II - a parcela utilizada para a quitação de débitos
do contribuinte ou responsável será creditada à conta do
respectivo tributo ou da respectiva contribuição.”
Por fim, o art. 74, com as mudanças introduzidas pelas Leis
10.637/2002, 10.833/2003, 11.051/2004 e 11.941/2009, disciplina a
27
compensação de tributos, ainda que não sejam da mesma espécie, como
segue:
“Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito,
inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a
tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da
Receita Federal, passível de restituição ou de
ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de
débitos próprios relativos a quaisquer tributos e
contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação
dada pela Lei nº 10.637, de 2002)
§ 1o A compensação de que trata o caput será
efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de
declaração na qual constarão informações relativas aos
créditos utilizados e aos respectivos débitos
compensados. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)
§ 2o A compensação declarada à Secretaria da
Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição
resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei
nº 10.637, de 2002)
§ 3o Além das hipóteses previstas nas leis
específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão
ser objeto de compensação mediante entrega, pelo
sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: (Redação
dada pela Lei nº 10.833, de 2003)
I - o saldo a restituir apurado na Declaração de
Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa
Física;(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)
28
II - os débitos relativos a tributos e contribuições
devidos no registro da Declaração de Importação.
(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)
III - os débitos relativos a tributos e contribuições
administrados pela Secretaria da Receita Federal que já
tenham sido encaminhados à Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da
União; (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003)
IV - o débito consolidado em qualquer modalidade
de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita
Federal - SRF; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de
2004)
V - o débito que já tenha sido objeto de
compensação não homologada, ainda que a
compensação se encontre pendente de decisão definitiva
na esfera administrativa; e (Redação dada pela Lei nº
11.051, de 2004)
VI - o valor objeto de pedido de restituição ou de
ressarcimento já indeferido pela autoridade competente
da Secretaria da Receita Federal - SRF, ainda que o
pedido se encontre pendente de decisão definitiva na
esfera administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.051, de
2004)
§ 4o Os pedidos de compensação pendentes de
apreciação pela autoridade administrativa serão
considerados declaração de compensação, desde o seu
protocolo, para os efeitos previstos neste artigo.(Incluído
pela Lei nº 10.637, de 2002)
§ 5o O prazo para homologação da compensação
declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos,
29
contado da data da entrega da declaração de
compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de
2003)
§ 6o A declaração de compensação constitui
confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a
exigência dos débitos indevidamente compensados.
(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003)
§ 7o Não homologada a compensação, a
autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito
passivo e intimá-lo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias,
contado da ciência do ato que não a homologou, o
pagamento dos débitos indevidamente
compensados.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003)
§ 8o Não efetuado o pagamento no prazo previsto
no § 7o, o débito será encaminhado à Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da
União, ressalvado o disposto no § 9o. (Incluído pela Lei nº
10.833, de 2003)
§ 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo
referido no § 7o, apresentar manifestação de
inconformidade contra a não-homologação da
compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003)
§ 10. Da decisão que julgar improcedente a
manifestação de inconformidade caberá recurso ao
Conselho de Contribuintes.(Incluído pela Lei nº 10.833,
de 2003)
§ 11. A manifestação de inconformidade e o
recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito
processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972,
30
e enquadram-se no disposto no inciso III do art. 151 da
Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código
Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da
compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003)
§ 12. Será considerada não declarada a
compensação nas hipóteses: (Redação dada pela Lei nº
11.051, de 2004)
I - previstas no § 3o deste artigo; (Incluído pela Lei
nº 11.051, de 2004)
II - em que o crédito: (Incluído pela Lei nº 11.051,
de 2004)
a) seja de terceiros; (Incluída pela Lei nº 11.051,
de 2004)
b) refira-se a "crédito-prêmio" instituído pelo art.
1o do Decreto-Lei no 491, de 5 de março de 1969;
(Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)
c) refira-se a título público; (Incluída pela Lei nº
11.051, de 2004)
d) seja decorrente de decisão judicial não
transitada em julgado; ou (Incluída pela Lei nº 11.051, de
2004)
e) não se refira a tributos e contribuições
administrados pela Secretaria da Receita Federal - SRF.
(Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)
f) tiver como fundamento a alegação de
inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a
lei: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
31
1 – tenha sido declarada inconstitucional pelo
Supremo Tribunal Federal em ação direta de
inconstitucionalidade ou em ação declaratória de
constitucionalidade; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
2 – tenha tido sua execução suspensa pelo
Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
3 – tenha sido julgada inconstitucional em
sentença judicial transitada em julgado a favor do
contribuinte; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
4 – seja objeto de súmula vinculante aprovada
pelo Supremo Tribunal Federal nos termos do art. 103-A
da Constituição Federal.(Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009)
§ 13. O disposto nos §§ 2o e 5o a 11 deste artigo
não se aplica às hipóteses previstas no § 12 deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
§ 14. A Secretaria da Receita Federal - SRF
disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à
fixação de critérios de prioridade para apreciação de
processos de restituição, de ressarcimento e de
compensação. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
3.2 – O imposto de renda da pessoa física
Em que possa parecer fora de contexto o presente tópico introduzido
em nossa monografia, entendemos ser necessárias algumas considerações
com relação ao conceito do que seja objeto do imposto de renda da pessoa
física para melhor elucidação do objetivo proposto ao início do nosso trabalho.
32
O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, ou
simplesmente imposto de renda, como é geralmente conhecido, é de
competência da União, conforme disposto no inciso III, do art. 153 da
Cosntituição Federal e no art. 43 do Código Tributário Nacional. É um imposto
de caráter direto e pessoal, na medida em que leva em consideração a
situação específica de cada contribuinte, ou seja, o imposto de renda deve ser
cobrado de acordo com a capacidade econômica do contribuinte, em respeito
ao princípio da capacidade contributiva, estabelecido no § 1º, do art. 145 da
CF. E sua cobrança deve ainda ser informada, pelos critérios da generalidade,
universalidade e progressividade, segundo o inciso I, do § 2º, do art. 153 da
CF.
Sua função é predominantemente fiscal, sendo a principal fonte de
receita tributária da União. Entretanto, pode ter função extrafiscal quando, por
exemplo, são concedidos incentivos fiscais.
Seu fato gerador, segundo o art. 43 do CTN, é a aquisição de
disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do
capital, do trabalho, ou da combinação de ambos, e de proventos de qualquer
natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais, não compreendidos
no conceito de renda.
Para Kiyoshi Harada:
“a disponibilidade econômica consiste no acréscimo
patrimonial decorrente de uma situação de fato,
ocorrendo no instante em que se verifiquem as
circunstâncias materiais necessárias a que produza esse
efeito, (art. 116, I, do CTN), ao passo que, a
disponibilidade jurídica consiste no direito de usar, por
qualquer forma, da renda e dos proventos definitivamente
constituídos nos termos do direito aplicável (art. 116, II,
33
do CTN).” (HARADA, 2001, p. 303, apud, SABBAG, 2009,
p. 1.010).
Quanto ao conceito de renda, Hugo de Brito Machado leciona que:
“Na expressão do Código, renda é sempre um produto,
um resultado, quer do trabalho, quer do capital, quer da
combinação desses dois fatores. Os demais acréscimos
patrimoniais que não se comportem no conceito de renda
são proventos.
(...) Não há renda, nem provento, sem que haja
acréscimo patrimonial, pois o CTN adotou expressamente
o conceito de renda como acréscimo. (...) Quando
afirmamos que o conceito de renda envolve acréscimo
patrimonial, como o conceito de proventos também
envolve acréscimo patrimonial, não queremos dizer que
escape à tributação a renda consumida. O que não se
admite é a tributação de algo que na verdade em
momento algum ingressou no patrimônio, implicando
incremento no valor líquido deste. Como acréscimo se há
de entender o que foi auferido, menos parcelas que a lei,
expressa ou implicitamente, e sem violência à natureza
das coisas, admite sejam diminuídas na determinação
desse acréscimo.
(...) A renda não se confunde com sua disponibilidade.
Pode haver renda, mas esta não ser disponível para seu
titular. O fato gerador do imposto de que se cuida não é a
renda mas a aquisição da disponibilidade da renda, ou
dos proventos de qualquer natureza. Assim, não basta,
para ser devedor desse imposto, auferir renda ou
proventos. É preciso que se tenha adquirido a
disponibilidade, que não se configura pelo fato de ter o
34
adquirente da renda ação para sua cobrança. Não basta
ser credor da renda se esta não está disponível, e a
disponibilidade pressupõe ausência de obstáculos
jurídicos a serem removidos.” (MACHADO, 2008, pp. 314-
315, 317 e 323, apud SABBAG, 2009, p. 1.010).
Sua base de cálculo é o montante real, arbitrado, ou presumido, da
renda, ou dos proventos tributáveis, na forma do art. 44 do Código Tributário
Nacional.
Possui como contribuinte, nas palavras de Daniela Ribeiro de Gusmão:
“... as pessoas físicas domiciliadas ou residentes
no Brasil, titulares de disponibilidade econômica ou
jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza,
inclusive rendimentos e ganhos de capital, sem distinção
de nacionalidade, sexo, idade, estado civil ou profissão, e
também aquelas que perceberem rendimentos de bens
de que tenham a posse como se lhes pertencessem”
(GUSMÃO, 2009, p. 41).
Muito embora já definidos os conceitos de disponibilidade econômica e
jurídica na citação que utilizamos anteriormente de Kiyoshi Harada, para
melhor sedimentação destes conceitos também achamos oportuno introduzir a
análise destes conceitos pelo Professor Eduardo Sabbag, in verbis:
“a) Disponibilidade econômica: é a obtenção da
faculdade de usar, gozar e dispor de dinheiro e de coisas
conversíveis. É Ter o fato concretamente. A
disponibilidade “financeira” não é sinônimo de
disponibilidade econômica. Esta última é somente aquela
que representa a incorporação ao patrimônio. Nada
35
impede, no entanto, que a lei ordinária agregue o
“elemento financeiro” ao fato gerador, desde que tenha
havido prévia disponibilidade econômica ou jurídica.
b) Disponibilidade jurídica: é a obtenção de direitos de
créditos não sujeitos à condição suspensiva,
representados por títulos ou documentos de liquidez e
certeza. Representa o “Ter o direito, abstratamente”. O
IR só pode incidir quando há acréscimo patrimonial,
salientando-se que não há a necessidade de o
rendimento ser efetivamente recebido pelo sujeito
passivo, sendo suficiente que este tenha adquirido o
direito de crédito sobre ele, ou seja, a disponibilidade
jurídica. Portanto, se um comerciante vende um produto
no último dia do ano, porém só recebe o pagamento no 1º
dia do ano subsequente, considera-se, para fins de
tributação, a data da venda, e não a do “recebimento”,
pois com a venda o contribuinte adquire a disponibilidade
jurídica sobre o rendimento tributável” (SABBAG, 2009, p.
1.011).
Seu lançamento é feito mediante declaração, sendo que o lançamento
incorreto ou incompleto será efetuado pela Receita Federal, de ofício. E ainda,
se houver imposto a pagar, sujeito à fiscalização posterior do fisco, o
lançamento se dará por homologação.
Assim, passados os conceitos do Imposto de Renda da pessoa física,
deixamos de tecer maiores considerações acerca de suas alíquotas, por não
serem, nesta oportunidade, objeto relativo ao estudo de nosso trabalho
monográfico.
36
3.3 – A manifestação de inconformidade diante da declaração
de compensação realizada
Conforme a legislação apresentada, a compensação dos crédito
tributários a ser realizada pelo contribuinte deve ser declarada em
documentação própria com todas as informações relativas à compensação a
ser realizada. Segundo o parágrafo 6º, do art. 74, da Lei 9.430/96, “a
declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e
suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados”.
Entregue a declaração de compensação, é concedido o prazo de 05
(cinco) anos à Secretaria da Receita Federal, em sendo tributos de alçada
federal, na forma do § 5º do dispositivo legal acima citado, a sua homologação
como condição resolutiva do crédito tributário e sua consequente extinção,
conforme § 2º da mesma legislação.
Caso não seja homologada a declaração, a autoridade administrativa
deverá aplicar o § 7º e subsequentes da legislação em comento, intimando o
contribuinte a efetuar o recolhimento dos débitos indevidamente compensados
no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência do ato que deixou de
homologar a compensação.
Findo tal prazo sem o devido recolhimento, o débito será encaminhado
à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional para a devida inscrição na Dívida
Ativa da União, sendo ainda facultado ao contribuinte, no mesmo prazo acima
citado, “apresentar manifestação de inconformidade contra a não-homologação
da compensação”, na forma do § 9º da lei supracitada. Manifestação esta que
deverá ser decidida pelo órgão ao qual foi apresentada, cabendo ainda recurso
ao órgão superior em instância administrativa, na forma do § 10º do art. 74 da
Lei 9.430/96.
37
Todo este processo de manifestação de inconformidade e a
possibilidade de apresentação de recurso, incursos nos §§ 9º e 10º do art. 74
da Lei 9.430/96 encontram-se disciplinados, a teor do § 11 da citada lei, no
Decreto 70.235/72 e enquadram-se no disposto no inciso III do art. 151 do
CTN relativamante ao débito objeto da compensação.
Observe-se ainda o efeito suspensivo à exigibilidade do crédito
tributário em questão, conferido pelos dispositivos legais acima citados (Anexo
2).
3.4 – O art. 170-A do Código Tributário Nacional e a
compensação tributária na esfera judicial
O presente subtítulo de nossa monografia visa tão somente tecer breve
considerações acerca da compensação tributária na instância judicial, já que
este não é o objeto do nosso estudo.
O art. 170-A foi introduzido no Código Tributário Nacional através da
Lei Complementar de nº 104/2001, determinando ser “vedada a compensação
mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo
sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial”.
Este artigo introduziu no sistema de compensação tributária a
necessidade da exigência de trânsito em julgado de questões postas em juízo
pelo contribuinte, a fim de que este, sujeito passivo, possa se valer de tais
créditos para efeito de compensação.
Segundo Cleide Previtalli:
“A certeza do crédito da Fazenda Pública é
consequencia de ser o ato administrativo de lançamento
(de ofício ou por declaração) dotado da presunção de
38
legitimidade, tanto que, na forma do art. 145 do CTN,
após regularmente notificado ao contribuinte, somente
pode ser alterado em virtude de: “I – impugnação do
sujeito passivo; II – recurso de ofício; III – iniciativa de
ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos
no art. 149”.
Assim, a compensação cujo objeto seja tributo do qual o sujeito
passivo entenda por inválida a legislação tributária que o instituiu, embora já
recolhida pelo contribuinte, poderá propor ação, na forma do art. 170-A,
requerendo a declaração judicial de invalidade da exigência.
Reconhecida a invalidade da lei pelo Poder Judiciário e o consequente
recolhimento indevido pelo contribuinte, somente após o trânsito em julgado
estará este crédito dotado de certeza para operar a compensação na forma do
art. 170 do CTN e legislação correlata.
Observe-se que o art. 170-A não possui aplicação caso a espécie
tributária objeto da ação já tenha sido apreciada em Ação direta de
inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.
Ou seja, seguindo as lições de Cleide Previtalli, temos que:
“Nessa hipótese, propondo o contribuinte ação
para discutir tão-somente o seu direito de compensação,
a decisão judicial ficará limitada a esse reconhecimento
tal como requerido, podendo o contribuinte efetuá-la
desde logo, sujeitando-se , por decorrência lógica, à
decisão final transitada em julgado. Caso o desfecho lhe
seja desfavorável por qualquer outra razão que não seja a
incostitucionalidade da exigência, deverá o contribuinte
suportar as consequências do inadimplemento, mediante
39
o exercício da ampla fiscalização pela Administração”
(CAIS, 2009, p. 411).
E a insigne doutrinadora continua ao afirmar que “o art. 66 da Lei
8.383/91 conduz ao entendimento de que o direito à autocomposição do
indébito tributário é de ordem subjetiva, podendo ser exercitado
independentemente de autorização judicial” (CAIS, 2009, p. 411)
Assim, comungamos do entendimento da ilustre autora ao concluirmos
que o art. 170-A do CTN aplica-se tão-somente ao “aproveitamento de créditos
tributários objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo da relação
jurídico-tributária,” visando o contribuinte “prevenir-se de um desfecho
desfavorável, que implique consequências decorrentes do inadimplemento da
espécie tributária”, propondo “ação em Juízo requerendo provimento sobre a
certeza e liquidez de seu crédito, que, transitado em julgado, torne-se
incontestável em face da Fazenda Pública” (CAIS, 2009, p. 411).
CONCLUSÃO
Ao longo do nosso trabalho verificamos que o sistema tributário
nacional oferece duas maneiras de se efetuar a compensação de créditos
tributários a escolha do contribuinte, a saber:
1º) Faculta ao contribuinte o exercício de seu direito subjetivo de
realizar a compensação de créditos tributários independentemente da
autorização da Administração Pública, ou do Poder Judiciário, conforme
disposto no art. 66 da Lei 8.383/91, sujeitando-o apenas à fiscalização da
autoridade administrativa acerca da regularidade de seus atos praticados.
40
2º) Faculta-lhe o exercício do direito de ação, visando obter
declaração acerca da inexistência de relação jurídica que o vincule ao
recolhimento de tributo, com a consequente declaração de certeza e liquidez
de seu crédito, por sentença transitada em julgado, exercendo, tão somente, a
compensação de seu crédito com débitos vincendos, na forma do art. 170-A do
CTN.
Por sua vez, observamos também, diante de toda a legislação
apresentada, que o art. 74 da Lei 9.430/96, com suas modificações
posteriores, regula a compensação de tributos, ainda que não sejam da
mesma espécie, da seguinte forma:
1º) A compensação deve ser requerida mediante a entrega, à
Administração Pública, pelo contribuinte, sujeito passivo, de declaração na qual
constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos
débitos compensados, extinguindo-se o crédito tributário, sob condição
resolutória de sua posterior homologação;
2º) Tal declaração de compensação deve ser apresentada obedecendo
aos termos das leis específicas de cada tributo ou contribuição, não podendo
ser objeto de compensação mediante entrega, pelo contribuinte, com relação
aos tributos elencados nos incisos do § 3º do referido art. 74 da Lei 9.430/96,
dentre os quais, em especial, o saldo a restituir apurado na Declaração de
Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física, conforme disposto no
inciso “I”, objeto do nosso estudo.
3º) A Fazenda Pública possui o prazo de 05 (cinco) anos, contados da
data de entrega da declaração de compensação, para fiscalizar a regularidade
do procedimento compensatório realizado pelo contribuinte e, se for o caso,
lançar de ofício as diferenças compensadas a maior.
41
4º) A declaração de compensação constitui confissão de dívida,
instrumento hábil e suficiente para que a Administração Pública possa exigir os
débitos que entenda por indevidamente compensados.
5º) Não sendo homologada a compensação pela autoridade
administrativa, esta deverá dar ciência ao contribuinte, intimando-o a efetuar
no prazo de 30 (trinta) dias o recolhimento dos débitos indevidamente
compensados, prazo este contado a partir da ciência do ato que não
homologou a declaração de compensação.
6º) Caso o contribuinte não concorde com o entendimento da
autoridade administrativa, deixando de recolher o pagamento do tributo
indevidamente compensado, terá seu débito encaminhado à Procuradoria
Geral da Fazenda Nacional para inscrição na Dívida Ativa da União.
7º) Não concordando o contribuinte com a não homologação, lhe será
concedido o prazo de 30 (trinta) dias para apresentar sua manifestação de
inconformidade contra a não homologação da compensação requerida, que
deverá ser objeto de julgamento pela primeira instância administrativa, sendo
ainda passível da interposição de recurso à autoridade administrativa
hierarquicamente superior na instância administrativa;
8º) Tanto a manifestação de inconformidade, quanto ao recurso
interposto contra a não homologação da compensação tributária estarão
sujeitos ao rito processual disposto no Decreto 70.235/72 e enquadram-se
também nas disposições contidas no inciso III, do art. 151, do CTN,
relativamente ao débito objeto da compensação, acarretando a suspensão da
exigibilidade do crédito tributário em discussão.
Já o artigo 66 da Lei 8.383/91 e suas alterações, Lei 9.069/99,
determinam as condições a serem atendidas pelo contribuinte para o exercício
do direito de compensação de seus créditos tributários, a saber:
42
1º) Os requisitos necessários à compensação tributária encontram-se
dispostos nesta lei, além daqueles determinados no art. 170 do CTN;
2º) Portanto, todos os atos normativos baixados pela Administração
Pública, que vierem a ultrapassar as regulamentações já autorizadas pela Lei
8.383/91 com relação às compensações tributárias serão tidos como ilegais;
3º) Tributos da mesma espécie, para fins de compensação, são
aqueles que apresentam a mesma destinação constitucional, requisito
indispensável no regime das Leis 8.383/91, 9.065/95 e 9.250/95, mas que, por
outro lado, não apresentam relevância com relação à Lei 9.430/96 e ao
Decreto 2.138/97, admitindo o exercício da compensação entre exações de
diferentes espécies, desde que administradas pela Receita Federal;
4º) O contribuinte deve ser titular de um crédito relativo a pagamento
indevido ou a maior do que o devido a título de tributos e/ou contribuições,
inclusive previdenciárias, ou receitas patrimoniais diversas, sendo que esse
créditos podem ser compensados com valores devidos da mesma espécie, ou
seja, título de tributos e/ou contribuições, inclusive previdenciárias, ou receitas
patrimoniais diversas, vincendas e de responsabilidade do mesmo contribuinte.
Pelo art. 74 da Lei 9.430/96, com suas alterações posteriores, é
admitida a compensação, pelo contribuinte, de créditos, inclusive os judiciais,
com trânsito em julgado, na forma como especifica.
O art. 73 da mesma Lei disciplina que utilização dos créditos do
contribuinte e a quitação de seus débitos serão efetuadas em procedimentos
internos da Secretaria da Receita Federal, observando:
1º) O valor bruto da restituição ou do ressarcimento que será debitado
à conta do tributo ou da contribuição a que se referi e;
43
2º) A parcela utilizada para a quitação de débitos do contribuinte ou
responsável será creditada à conta do respectivo tributo ou da respectiva
contribuição.
Portanto, admite o exercício do direito de compensação entre créditos
e débitos de tributos, ainda que não sejam da mesma espécie nem tenham a
mesma destinação constitucional, desde que tais créditos e débitos tributários
sejam administrados pela Secretaria da Receita Federal e que perante a
mesma venham a ser processados (Anexo 3).
De se observar também que o art. 78 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da nossa Carta Constitucional de 1988 admite a
compensação de créditos vincendos administrados pela Secretaria da Receita
Federal com créditos decorrentes de sentença judicial transitada em julgado
(Anexo 4).
A multa moratória indevidamente aplicada contra o contribuinte
também pode ser objeto de compensação com o crédito tributário. Pelos
parágrafos 1º e 3º do art. 113 do CTN c/c o art. 139, levam ao entendimento
de que a multa, mesmo que decorrente de uma obrigação acessória converte-
se em obrigação principal e, portanto, em crédito tributário. O art. 43 da Lei
9.430/96 afirma que “poderá ser formalizada exigência de crédito tributário
correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou
conjuntamente” (Anexo 5).
O art. 170-A do CTN condiciona a compensação do tributo
questionado pelo contribuinte em juízo ao reconhecimento de que seja ele
indevido,por meio de sentença transitada em julgado.
Portanto, diante de toda legislação exposta (Anexo 6), observamos ser
possível a proposta inicial do nosso trabalho, ou seja, do contribuinte
44
compensar na sua declaração de ajuste anual do imposto de renda valores
devidos e efetivamente reconhecidos pela Administração Pública, desde que,
editada legislação neste sentido, conforme determina o art. 170 do CTN.
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Edição Extra do Jornal do TRT – 1ª Região (Agosto/2006) e
Boletim Extra do Jonal Atualidade da Associação dos Servidores da Justiça do
Trabalho – ASJT-Rio – Edição 066 – 03 de Agosto de 2006.
Anexo 2 >> Ementa relativa ao REsp 781990/RJ - RECURSO ESPECIAL -
2005/0153329-2 - Relatora Ministra DENISE ARRUDA - Data do Julgamento:
20/11/2007 - Data da Publicação/Fonte: DJ 12/12/2007 - p. 391.
45
Anexo 3 >> Ementa relativa ao REsp 896831 – Relator Ministro LUIZ FUX -
Data da Publicação DJ 20/11/2007.
Anexo 4 >> Ementa relativa ao REsp 800133 / PR - RECURSO ESPECIAL -
2005/0196654-8 – Relator Ministro FRANCISCO PEÇANHA - Data do
Julgamento: 14/02/2006 - Data da Publicação/Fonte: DJ 06/04/2006 - p. 262.
Anexo 5 >> Ementa relativa ao EREsp 792628 / RS - EMBARGOS DE
DIVERGENCIA NO RECURSO ESPECIAL - 2006/0200562-5 – Relatora
Ministra DENISE ARRUDA - Data do Julgamento: 27/08/2008 - Data da
Publicação/Fonte: DJe 22/09/2008.
Anexo 6 >> Ementa relativa ao AgRg nos EREsp 465677 / SP - AGRAVO
REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGENCIA NO RECURSO
ESPECIAL - 2003/0185493-2 – Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI -
Data do Julgamento: 24/11/2004 - Data da Publicação/Fonte: DJ 17/12/2004 -
p. 397 - RDDT vol. 115 p. 160.
46
ANEXO 1
47
48
49
50
51
ANEXO 2
Processo
REsp 781990 / RJ
RECURSO ESPECIAL
2005/0153329-2
Relator(a)
Ministra DENISE ARRUDA (1126)
Órgão Julgador
T1 - PRIMEIRA TURMA
Data do Julgamento
20/11/2007
Data da Publicação/Fonte
DJ 12/12/2007 p. 391
Ementa
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO
POR HOMOLOGAÇÃO. PENDÊNCIA NA APRECIAÇÃO DE
"MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE" APRESENTADA PELO
CONTRIBUINTE CONTRA DECISÃO PROFERIDA NO PROCESSO
ADMINISTRATIVO DE COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE DE EXPEDIÇÃO
DA CERTIDÃO POSITIVA DE DÉBITO COM EFEITOS DE NEGATIVA.
(...)
3. Consoante o Superior Tribunal de Justiça tem decidido reiteradamente, o
recurso contra decisão proferida em processo administrativo de compensação
está compreendido na expressão "as reclamações e os recursos", a que se
refere o inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional, a justificar a
suspensão da exigibilidade do crédito tributário objeto da compensação.
52
4. A Lei 10.833/2003, ao acrescentar os §§ 7º a 12 ao art. 74 da Lei 9.430/96,
veio positivar no ordenamento jurídico a orientação jurisprudencial de que a
"manifestação de inconformidade" suspende a exigibilidade do crédito
tributário, conforme consta do § 11, transcrito a seguir: "A manifestação de
inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito
processual do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadram-se no
disposto no inciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 -
Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação."
53
ANEXO 3
Processo
REsp 896831
Relator(a)
Ministro LUIZ FUX
Data da Publicação
DJ 20/11/2007
Ementa
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO
POR HOMOLOGAÇÃO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO/COMPENSAÇÃO.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. SUCESSIVAS MODIFICAÇÕES
LEGISLATIVAS. LEI 8.383/91. LEI 9.430/96. LEI 10.637/02. REGIME
JURÍDICO VIGENTE À ÉPOCA DA PROPOSITURA DA DEMANDA.
LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. INAPLICABILIDADE EM SEDE DE
RECURSO ESPECIAL.
1. A compensação, posto modalidade extintiva do crédito tributário (artigo 156,
do CTN), exsurge quando o sujeito passivo da obrigação tributária é, ao
mesmo tempo, credor e devedor do erário público, sendo mister, para sua
concretização, autorização por lei específica e créditos líquidos e certos,
vencidos e vincendos, do contribuinte para com a Fazenda Pública (artigo 170,
do CTN).
2. A Lei 8.383, de 30 de dezembro de 1991, ato normativo que, pela vez
primeira, versou o instituto da compensação na seara tributária, autorizou-a
apenas entre tributos da mesma espécie, sem exigir prévia autorização da
Secretaria da Receita Federal (artigo 66).
3. Outrossim, a Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996, na Seção intitulada
"Restituição e Compensação de Tributos e Contribuições", determina que a
utilização dos créditos do contribuinte e a quitação de seus débitos serão
54
efetuadas em procedimentos internos à Secretaria da Receita Federal (artigo
73, caput), para efeito do disposto no artigo 7º, do Decreto-Lei 2.287/86.
4. A redação original do artigo 74, da Lei 9.430/96, dispõe: "Observado o
disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a
requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem
a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e
contribuições sob sua administração".
5. Consectariamente, a autorização da Secretaria da Receita Federal constituía
pressuposto para a compensação pretendida pelo contribuinte, sob a égide da
redação primitiva do artigo 74, da Lei 9.430/96, em se tratando de tributos sob
a administração do aludido órgão público, compensáveis entre si.
6. A Lei 10.637, de 30 de dezembro de 2002 (regime jurídico atualmente em
vigor) sedimentou a desnecessidade de equivalência da espécie dos tributos
compensáveis, na esteira da Lei 9.430/96, a qual não mais albergava esta
limitação.
7. Em conseqüência, após o advento do referido diploma legal, tratando-se de
tributos arrecadados e administrados pela Secretaria da Receita Federal,
tornou-se possível a compensação tributária, independentemente do destino
de suas respectivas arrecadações, mediante a entrega, pelo contribuinte, de
declaração na qual constem informações acerca dos créditos utilizados e
respectivos débitos compensados, termo a quo a partir do qual se considera
extinto o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior
homologação, que se deve operar no prazo de 5 (cinco) anos.
8. Deveras, com o advento da Lei Complementar 104, de 10 de janeiro de
2001, que acrescentou o artigo 170-A ao Código Tributário Nacional, agregou-
se mais um requisito à compensação tributária a saber: "Art. 170-A. É vedada
a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação
55
judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão
judicial."
9. Entrementes, a Primeira Seção desta Corte consolidou o entendimento de
que, em se tratando de compensação tributária, deve ser considerado o regime
jurídico vigente à época do ajuizamento da demanda, não podendo ser a
causa julgada à luz do direito superveniente, tendo em vista o inarredável
requisito do prequestionamento, viabilizador do conhecimento do apelo
extremo, ressalvando-se o direito de o contribuinte proceder à compensação
dos créditos pela via administrativa, em conformidade com as normas
posteriores, desde que atendidos os requisitos próprios (EREsp 488992/MG).
10. In casu, a empresa recorrente ajuizou a ação ordinária em 01.07.1994,
pleiteando a compensação de valores recolhidos indevidamente a título de
FINSOCIAL com a CSSL e PIS.
11. Consectariamente, à época do ajuizamento da demanda, vigia a Lei
8.383/91 que admitia a compensação apenas entre tributos e contribuições da
mesma espécie, sem a exigência de prévia autorização da Secretaria da
Receita Federal, sendo cediço, na Primeira Seção, que o FINSOCIAL e a
COFINS possuíam a mesma natureza jurídico-tributária, destinando-se,
ambas, ao custeio da Previdência Social. Assente ainda, à época, que não
eram compensáveis os indébitos do FINSOCIAL com os valores devidos a
título de CSSL, de contribuição destinada ao PIS, de contribuições
previdenciárias e, a fortiori, de impostos (EREsp 78301/BA; e EREsp
89038/BA)”.
56
ANEXO 4
Processo
REsp 800133 / PR
RECURSO ESPECIAL
2005/0196654-8
Relator(a)
Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS (1094)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
14/02/2006
Data da Publicação/Fonte
DJ 06/04/2006 p. 262
Ementa
“(...) SENTENÇA TRÂNSITA EM JULGADO QUE RECONHECEU O DIREITO
À COMPENSAÇÃO DO RECOLHIMENTO INDEVIDO - OPÇÃO POR
RESTITUIÇÃO VIA PRECATÓRIO - POSSIBILIDADE (...)
(...)
- A sentença trânsita em julgado que proclamou o direito do contribuinte de
creditar-se dos valores recolhidos indevidamente, a título do tributo
questionado, é título executivo para a ação ajuizada com o objetivo de ver
restituído o montante pago.
- Pode o contribuinte manifestar a opção de receber o crédito tributário,
certificado por sentença declaratória trânsita em julgado, por meio de
precatório ou por compensação, já que ambos constituem formas de execução
da decisão judicial.”
57
ANEXO 5
Processo
EREsp 792628 / RS
EMBARGOS DE DIVERGENCIA NO RECURSO ESPECIAL
2006/0200562-5
Relator(a)
Ministra DENISE ARRUDA (1126)
Órgão Julgador
S1 - PRIMEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
27/08/2008
Data da Publicação/Fonte
DJe 22/09/2008
“(...)
1. Na atual sistemática de compensação tributária, não há como preponderar a
tese da impossibilidade de compensação entre tributo e multa.
2. Considerando a amplitude conferida à expressão "crédito relativo a tributo
ou contribuição" (art. 74 da Lei 9.430/96), deve-se entender que ela abarca
qualquer pagamento indevido feito pelo contribuinte a título de crédito
tributário. Por outro lado, do exame sistemático das normas insertas no Código
Tributário Nacional (arts. 113, §§ 1º e 3º, e 139), observa-se que crédito
tributário não diz respeito apenas a tributo em sentido estrito, mas alcança,
também, as penalidades que incidam sobre ele.”
Veja [Precedentes citados:
(COMPENSAÇÃO ENTRE TRIBUTO E MULTA)
STJ - RESP 831278-PR
(COMPENSAÇÃO - PAGAMENTO INDEVIDO À TÍTULO DE TRIBUTO)
STJ - ERESP 831278-PR, ERESP 760290-PR]
58
ANEXO 6
Processo
AgRg nos EREsp 465677 / SP
AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGENCIA NO
RECURSO ESPECIAL
2003/0185493-2
Relator(a)
Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI (1124)
Órgão Julgador
S1 - PRIMEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
24/11/2004
Data da Publicação/Fonte
DJ 17/12/2004 p. 397
RDDT vol. 115 p. 160
Ementa
PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL TRIBUTO SUJEITO A
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. COMPENSAÇÃO ENTRE TRIBUTOS
ADMINISTRADOS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL.
INVIABILIDADE DA APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI 10.637/02 OU DO
EXAME DA CAUSA À LUZ DO DIREITO SUPERVENIENTE.
1. A compensação, modalidade excepcional de extinção do crédito tributário,
foi introduzida no ordenamento pelo art. 66 da Lei 8.383/91, limitada a tributos
e contribuições da mesma espécie.
2. A Lei 9.430/96 trouxe a possibilidade de compensação entre tributos de
espécies distintas, a ser autorizada e realizada pela Secretaria da Receita
Federal, após a análise de cada caso, a requerimento do contribuinte ou de
59
ofício (Decreto 2.138/97), com relação aos tributos sob administração daquele
órgão.
3. Essa situação somente foi modificada com a edição da Lei 10.637/02, que
deu nova redação ao art. 74 da Lei 9.430/96, autorizando, para os tributos
administrados pela Secretaria da Receita Federal, a compensação de iniciativa
do contribuinte, mediante entrega de declaração contendo as informações
sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito
tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.
4. Além disso, desde 10.01.2001, com o advento da Lei Complementar 104,
que introduziu no Código Tributário o art. 170-A, segundo o qual "é vedada a
compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação
judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão
judicial", agregou-se novo requisito para a realização da compensação
tributária: a inexistência de discussão judicial sobre os créditos a serem
utilizados pelo contribuinte na compensação.
5. Atualmente, portanto, a compensação será viável apenas após o trânsito em
julgado da decisão, devendo ocorrer, de acordo com o regime previsto na Lei
10.637/02, isto é, (a) por iniciativa do contribuinte, (b) entre quaisquer tributos
administrados pela Secretaria da Receita Federal, (c) mediante entrega de
declaração contendo as informações sobre os créditos e débitos utilizados,
cujo efeito é o de extinguir o crédito tributário, sob condição resolutória de sua
ulterior homologação.”
60
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAIS, Cleide Previtalli. O processo tributário. – 6. ed. rev. atual. e ampl. - São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.
CASSONE, Vittorio. Processo tributário: teoria e prática. / Vittorio Cassone,
Maria Eugenia Teixeira Cassone – 9. Ed. – São Paulo: Atlas, 2009.
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito tributário: com anotações sobre direito
financeiro, direito orçamentário e lei de responsabilidade fiscal. – 12. ed. ver. e
atual. – São Paulo: Saraiva, 2008. – (Coleção sinopses jurídicas; v. 16)
FERNANDES, Marcos Antônio Oliveira. Direito tributário / Marcos Antônio
Oliveira Fernandes, Mauro José Silva – São Paulo: Barros, Fischer &
Associados, 2005. – (Para aprender Direito; 7)
FERNANDES, Ricardo Vieira de Carvalho. Jurisprudência do STF: anotada e
comentada / Ricardo Vieira de Carvalho Fernandes, Eduardo Muniz Machado
Cavalcanti. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2009.
GUSMÃO, Daniela Ribeiro de. Direito tributário. – 3. ed. – São Paulo: Saraiva,
2009. – (Coleção roteiros jurídicos / coordenação José Fábio Rodrigues
Maciel)
MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Direito tributário e financeiro. – 2. ed. –
3. reimpr. - São Paulo: Atlas, 2007. – (Série leituras jurídicas: provas e
concursos; v. 24)
MACHADO, Antônio Cláudio da Costa Machado. Código civil interpretado:
artigo por artigo, parágrafo por parágrafo / Antônio Cláudio da Costa Machado,
(organizador); Silmara Juny de Abreu Chinellato, (coordenadora). – Barueri, SP
: Manole, 2008.
61
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. – 29. ed. – São Paulo:
Malheiros, 2008.
NERY JÚNIOR, Nelson. Código civil comentado e legislação extravagante:
atualizado até 15 de junho de 2005 / Nelson Nery Júnior, Rosa Maria de
Andrade Nery. – 3. ed. ver., atual. e ampl. da 2. Ed. do Código Civil anotado. –
São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2005.
PINTO, Antônio Luiz de Toledo. Vade Mecum / obra coletiva de autoria da
Editora Saraiva com a colaboração de Antônio Luiz de Toledo Pinto, Márcia
Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes – 8. ed. atual. e ampl. – São
Paulo : Saraiva, 2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. – São Paulo: Saraiva, 2009.
SOUZA, Anselmo. Curso básico de direito tributário: A Constituição Tributária,
o Codigo Tributário Nacional e comentários ao simples nacional – 2. ed. – Rio
de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2007.
62
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A COMPENSAÇÃO NO DIREITO CIVIL 10
CAPÍTULO II
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS INFORMADORES DA COMPENSAÇÃO E
O LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
2.1 – Princípios constitucionais relativos à compensação 15
2.2 – O lançamento do crédito tributário 18
CAPÍTULO III
A COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA NA ESFERA ADMINISTRATIVA
3.1 – A compensação tributária na instância administrativa
21
3.2 – O imposto de renda da pessoa física 31
63
3.3 – A manifestação de inconformidade diante da declaração de
compensação realizada
35
3.4 – O art. 170-A do Código Tributário Nacional e a compensação tributária na
esfera judicial 36
CONCLUSÃO 39
ANEXOS 44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 59
ÍNDICE 61
64
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Instituto A Vez do Mestre
Título da Monografia: A Compensação Tributária na esfera Administrativa
Autor: Fernando José de Carvalho Corrêa
Data da entrega: 17/04/2010
Avaliado por: Anselmo Souza Conceito:
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