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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
LISTA DE CONSTRUÇÃO NAVAL
Questão 1. Esboce a articulação entre os diferentes atores da construção naval,
definindo-os e explicando brevemente como eles se relacionamento entre si.
Para entender a articulação entre os atores da construção naval é necessário
compreender o objetivo final da mesma: o navio.
Navio: nada mais é que uma embarcação de grandes dimensões, que tem
como objetivo o transporte de grandes quantidades de carga e ou passageiros.
A importância da compreensão do conceito do navio se dá pela definição do
objetivo final de todo o processo da construção naval, passando por cada ator
até chegar no produto final.
Uma vez compreendido o objetivo final da construção naval, é possível definir em
cada etapa do processo da construção naval o correspondente agente responsável,
e explanar sobre a integração entre os mesmos dissertando sobre o que cada um
contribui para alcançar o produto final.
Estaleiro: é o agente que tem a maior influência imediata no produto final, pois
é onde o estágio da confecção do navio é realizado. Ao mesmo tempo que o
estaleiro agrega os requisitos exigidos por outros atores como o armador por
meio de um corretor, e muitas vezes atendendo também os requisitos dos
projetistas. Também atua como o “cliente” dos fornecedores de
equipamentos e serviços durante a etapa da construção propriamente dita.
Engenharia: compreende todos os agentes que estão envolvidos na fase de
projeto do navio, podendo ser indivíduos da própria empresa de projeto, ou
engenheiros próprios do estaleiro. A sua importância para o processo da
construção naval se dá pelo fato de ser nessa fase que os requisitos do
armador são atendidos, também dos órgãos responsáveis pela classificação e
certificação.
Armador: podendo se caracterizar como o proprietário ou o afretador da
embarcação, neste contexto é quem exige os principais requisitos para a
construção, uma vez que são esses requisitos que deverão ser levados em
conta para que o mesmo possa operar o navio de acordo com seu propósito.
Não obstante, ele também está subordinado a regulação de entidades de
classificação e certificação. Com base nesta regulação e de acordo com sua
necessidade, o armador exerce o papel de “cliente” do estaleiro, uma vez que
este presta um serviço para ele.
Certificadoras e Classificadoras: são os órgãos de regulação que regem todas
as normas que devem seguidas nas fases de projeto, construção e operação do
navio, normas essas que devem ser seguidas pelos projetistas, pelo estaleiro e
pelo armador.
Fornecedor de Máquinas e Serviços: são os agentes que atuam diretamente na
construção do navio, fornecendo serviços terceirizados aos estaleiros,
“poupando-os“ de certos trabalhos e gastos, e também fornecendo
equipamentos indispensáveis para o funcionamento dos mesmos.
Banco marítimo: é o agente responsável pelo financiamento de diversas etapas
da construção e até mesmo pela emissão de títulos de propriedade dos navios
para os armadores.
Seguradores: são os agentes responsáveis por prover os seguros e serviços
correlatos de gerenciamento de riscos de embarcações. Se relacionam
diretamente com os bancos e as classificadoras.
Corretores: são os agentes que atuam como intermediários entre o afretador e
o armador, ou até mesmo um comprador e um vendedor de navio, podendo
ser entre estaleiros e armadores, recebendo uma comissão pelo valor
negociado.
Questão 2. Quais as principais diferenças entre os processos de construção, reparo e
desmantelamento de navios? Considere o tipo de trabalho realizado, a localização e o
tipo de instalações necessárias.
Os processos de construção e de reparo naval apesar de envolverem as
mesmas categorias profissionais e utilizarem dos mesmos tipos de tecnologias, diferem
nas suas estratégias e nas suas gestões de operações.
Construção Naval
Partindo da divisão da construção do casco até o lançamento, a evolução dos
processos de construção e o aumento das capacidades de elevação e transporte
proporcionaram novas estratégias construtivas como a de construção do navio feita
por blocos estruturais que são edificados na carreira ou dique de lançamento. Na
indústria naval existem os estaleiros de pequeno, médio e grande porte. A grande
totalidade de estaleiros de grande porte estão localizados próximo ao mar ou em
canais e rios de fácil acesso ao mar. Já os estaleiros de pequeno e médio porte situam-
se em locais de águas mais tranquilas, rios interiores, etc.
Pontos forte e fracos da Construção Naval
- É muito sensível à variação da economia global
- É extremamente competitivo
-Possibilita emprego qualificado
- Promove a economia local
- Constitui um factor de prestígio nacional, dado o carácter internacional do transporte
marítimo e das outras actividades que usam estruturas marítimas e navios
- É necessário dispor de forte apoio bancário para garantias e financiamento, tanto
para construção quanto para o pagamento pelo armador.
- Por serem projctos longos, a boa gestão dos contratos é fundamental para o sucesso
econômico das construções. O controle rigoroso dos custos, prazos e da qualidade, é
fundamental para o sucesso dos contratos.
Reparação Naval
A reparação naval é definida basicamente como uma prestadora de serviços
industriais. Em relação à infraestrutura industrial, existem algumas diferenças em
relação ao estaleiro de construção: a estrutura de cais de atracação e as oficinas para
efetuar as reparações nas maquinas, componentes e equipamentos do navio. O
estaleiro de reparação é caracterizado também por possuir maiores limites de calado,
facilidades de manobra e de atracação, entre diversas modos de docagem da
embarcação.
A construção naval exige um corpo técnico bem estruturado e experiente para
um bom funcionamento da execução da construção, já no mercado de reparo naval a
exigência com a necessidade de uma maior qualificação técnica e flexibilidade, além da
eficiência na gestão de projetos. A atividade de reparação é uma atividade de nível
perigoso relacionada a segurança e saúde no trabalho.
Pontos fortes e fracos na Reparação Naval
- Relativa à construção, possui menor influência direta dos ciclos econômicos, isto é, é
possível uma melhor previsão da procura.
- Menor dependência de financiamento para concretização da atividade e menores
durações na execução da atividade.
- Menor risco financeiro e, em geral, maiores margens.
- Boas condições para melhoria da produtividade quando se investe em planejamento,
organização da produção e introdução de novas tecnologias
- Capacidade de diferenciação do potencial tecnológico dos estaleiros através da
apresentação ao armador de soluções de reparação.
- Requer maior agilidade na gestão das operações.
Desmantelamento
No fim da sua vida útil, muitos navios mercantes de mar são vendidos a
estaleiros de baixa qualidade, localizados na Ásia, mais precisamente em países como
a Índia, Paquistão e Bangladesh. O processo começa depois que um atravessador
adquire embarcações de um corretor internacional que lida com navios desativados.
Um capitão especialista em manobras de encalhe é contratado para entregá-lo ao local
de desmantelamento. Uma vez que o navio fica atolada na lama, seus líquidos são
drenados, incluindo qualquer restante de combustível diesel, óleo do motor e
extintores químicos de incêndio, que são revendidos. Em seguida, as máquinas e
equipamentos são removidos. Tudo é retirado e vendido para negociantes e onde são
transformados em materiais de construção, vigas, chapas de metal e móveis.
Desde motores enormes, baterias, geradores, e quilômetros de fios de cobre a
beliches da tripulação, vigias, botes salva-vidas, pias, vasos sanitários, e mostradores
eletrônicos da ponte de comando. Depois que o navio tenha sido reduzido a grandes
pedaços de aço, trabalhadores das regiões mais próximas ao local de
desmantelamento usam maçaricos de acetileno para cortar a carcaça em pedaços.
Estes são transportados para fora da praia por equipes de carregadores, então são
derretidos e refeitos em vergalhões para a construção civil.
O desmantelamento de navios é um negócio rentável, em três ou quatro
meses, um navio médio retorna o lucro aproximado de um milhão de dólares em um
investimento de cinco milhões a um estaleiro de desmantelamento. Navios de todos
os tamanhos, tipos e bandeiras são descartados nesses locais e a demolição é feita por
homens, mulheres e crianças, sem qualquer preocupação com a segurança das
pessoas e do meio ambiente, inalando fumaças nocivas e vulneráveis a queda de
destroços e explosões de gás.
Para desmanchar um navio, seguindo as melhores práticas, o custo é igual ou
até mais alto do que construir um novo navio. A alternativa encontrada é a deposição
de navios em locais onde leis trabalhistas, normas de segurança e ambientais, não têm
qualquer valor, evitando custos maiores e muita dor de cabeça aos armadores em
relação à gestão de suas embarcações em fim de vida.
Fontes:
http://www.shipbreakingplatform.org/shipbrea_wp2011/wp-
content/uploads/2016/02/Press-release-2015-List-NGO-Shipbreaking-Platform-Jan-
2016-PORTOGUESE.pdf
http://www.curionautas.com.br/2014/07/o-desmantelamento-de-navios-em.html
http://pinheiropedro.com.br/site/imprensa/reciclagem-de-navios/
http://www.ordemengenheiros.pt/fotos/editor2/eng.naval/11construcaonaval_sintes
ejorn.pdf
QUESTÃO 3. Comente brevemente sobre ao menos cinco características marcantes da
indústria de construção naval.
As características mais marcantes da indústria naval são: grande dependência
geográfica (acesso a mares e rios, influência em restrições nas dimensões principais
dos navios e clima); alto valor de investimento inicial (desde a montagem de fábrica
até a fabricação do produto); sua sazonalidade, ou seja, não é uma indústria de longo
prazo; a individualidade de cada produto, ou seja, apesar das delimitações
dimensionais que uma embarcação necessita para funcionar integralmente, o estaleiro
está aquém das exigências do armador, logo, não é possível completa automatização;
e é responsável pela fabricação do produto de maior importância para a exportação
mundial.
Questão 4. Diferencie os seguintes conceitos e explique como se calcula:
a) Eficácia x Eficiência;
b) Produção x Produtividade;
c) Lucro x Lucratividade.
a) Segundo Maximiano (2000), a eficiência define-se pela realização das
atividades ou tarefas de maneira certa, sem erros ou atrasos e pela realização
das tarefas de maneira inteligente, com o mínimo de esforço e com o melhor
aproveitamento possível de recursos.
(...) O princípio da eficiência é o da relação entre esforço e resultado. Quanto
menor o esforço necessário para produzir um resultado, mais eficiente é o
processo.
De forma geral, a eficiência é determinante da eficácia.
A eficiência é definida como:
Onde Entrada Padrão é o tempo estimado para produzir um resultado e Entrada
Consumida é o tempo real gasto para produzir o resultado.
Já a eficácia, ainda segundo Maximiano (2000), é conceito de desempenho que
envolve a comparação entre objetivos (desempenho esperado) e resultados
(desempenho realizado). Eficácia significa o grau ou taxa de realização dos
objetivos finais da organização. Satisfação dos clientes, satisfação dos
acionistas, impacto na sociedade e aprendizagem organizacional são alguns dos
mais importantes indicadores de desempenho final da organização.
Eficácia é definida como:
Metas Atingidas = Desempenho realizado;
Metas Programadas = Desempenho esperado.
b) A produção é apenas uma medida de resultados, ou seja, um dado sobre o que
foi produzido em determinada empresa por um período de tempo. Estas
informações são importantes para o planejamento e controle de produção
(PCP), que controlará a atividade de decidir sobre o melhor uso dos recursos de
produção. Este planejamento e controle de produção trabalha solucionando as
seguintes questões:
O que produzir;
Quanto produzir;
Onde produzir;
Como produzir;
Quando produzir;
Com o que produzir;
Com quem produzir.
Para ajudar neste processo, há estudos como o estudo de Curva de Possibilidades de
Produção (C.P.P), que é um conjunto teórico com o qual se ilustra como a questão da
escassez impõe um limite à capacidade produtiva, como também a ociosidade de
produção. Pode ser usado também para um estabelecimento de metas. Sanadas estas
questões, o PCP pode ser considerado ‘’pronto’’.
O cálculo do tempo de produção é dado por:
(http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/diferencas-entre-producao-e-
produtividade/39023/)
A produtividade, segundo Maximiano (2000), é definida como a relação entre os
recursos utilizados e os resultados obtidos, ou produção. Todo sistema tem um índice
de produtividade, que é a quantidade de produtos e serviços que cada unidade de
recursos fornece.
De forma geral, quanto mais elevada a quantidade de resultados obtidos com a mesma
unidade de recursos, mais produtivo o sistema é. Ao longo de um período, a
produtividade pode aumentar porque a produção aumenta e, ao mesmo tempo,
porque diminui o volume de recursos empregados.
Produtividade é definida por:
c) Lucro é o retorno positivo de um investimento. Na economia, o termo lucro
tem dois significados distintos, mas relacionados. O lucro normal representa
o custo de oportunidade total (explícitos e implícitos) de uma empresa de um
empreendedor ou investidor, enquanto que o lucro econômico é, pelo menos
na teoria neoclássica, que domina a economia moderna, a diferença entre a
receita total da empresa e todos os custos, inclusive o lucro normal. (Carbaugh,
2006. p.84.)
É dado por:
A lucratividade mede a relação entre o valor obtido pelas saídas geradas e o
valor gasto com as entradas consumidas.
Questão 5 – Como se define a capacidade de produção de um estaleiro? Como se
define produtividade?
De maneira geral, a capacidade de produção é definida como o máximo nível
de valor adicionado em determinado período de tempo. Em um estaleiro, a prática
comum é que este valor seja expresso em t/ano ou em CGT/ano. A primeira unidade
geralmente se refere a capacidade da área de edificação ou da oficina de montagem e
costuma ser inapropriada para comparar a capacidade de produção entre estaleiros
que constroem embarcações de diferentes níveis de sofisticação, sendo a segunda
mais apropriada e elegante.
A produtividade é definida como a razão entre as saídas geradas e as entradas
consumidas. A indústria de construção naval é intensiva em mão de obra, sendo o
homem-hora um dos principais recursos consumidos. Desta forma, a prática comum é
que a produtividade de um estaleiro seja representada em t/hh ou CGT/hh.
Resposta:
Capacidade -> t/ano ou CGT/ano
Produtividade -> t/hh ou CGT/hh
Questão 6. Descreva como os cinco objetivos competitivos de uma organização se
articulam num estaleiro.
Os cinco objetivos competitivos de um estaleiro são:
Preço/custo: Em um estaleiro os maiores custos diretos estão na grande quantidade de
matéria-prima necessário, aos equipamentos caros e também da grande quantidade
de mão-de-obra empregada. Já os custos indiretos estão relacionados à produtividade
geral, englobando mão-de-obra, equipamentos e processos, mas não se fixando
apenas nestes. Estaleiros que obtém sucesso são aqueles que consegue enxugar sua
produção de gargalos, reduzindo ao máximo estoques e portanto conseguindo
oferecer um preço competitivo no mercado.
Velocidade: A velocidade está ligada ao tempo entre o pedido do armador e a entrega
da embarcação. Para se obter competitividade neste quesito é preciso conhecer os
lead times internos e externos do estaleiro, reduzir estoques intermediários no
processo, conhecer e reduzir o tempo perdido com atividades que não agreguem valor
ao produto, como movimentação de material e pessoal dentro do estaleiro, atingido
com a redução das distâncias entre processos consecutivos.
Confiabilidade: A confiabilidade de um estaleiro está ligada principalmente ao
atendimento do prazo de entrega da embarcação. Outro ponto extremamente
importante é a segurança, uma vez que em estaleiros ocorrem processos perigosos, se
tornando essencial adotar medidas para se garantir a integridade do pessoal, dos
equipamentos e dos bens produzidos. Para atacar este quesito um estaleiro deve
conhecer seu tempo de atraso médio, seus lead times e percentual de entregas no
prazo e buscar otimizar estes fatores.
Qualidade: Um estaleiro de qualidade é aquele que entrega embarcações confiáveis,
sem defeitos e que atenda as especificidades do armador. Para isso é preciso conhecer
a qualidade comparada a concorrência, manter uma comunicação saudável com o
armador, para garantir que seus requisitos estejam de fato sendo cumpridos, além de
estudar o número de reclamações, observar a taxa de retenção de clientes e atingir as
metas preestabelecidas.
Flexibilidade: É essencial que um estaleiro seja flexível o suficiente para que atenda
aos requisitos específicos de cada armador mantendo a produtividade, uma vez que
esta será a flexibilidade percebida pelos clientes do estaleiro. Outro ponto essencial
para um estaleiro é ser flexível quanto aos tipos de embarcação que este produz, uma
vez que o mercado é cíclico e imprevisível, é importante que este seja capaz de se
adaptar às demandas e assim se manter saudável no longo prazo.
Questão 7. Explique a filosofia Lean e comente sobre os 5 passos para sua aplicação.
A Filosofia ´Lean´ - ‘Just in Time’ ou Manufatura Enxuta trata-se de uma filosofia
orginalmente concebida com o Sistema Toyota de Produção e é inteiramente focada
na eficiência dos processos e redução de desperdícios. Nesta, o objetivo principal de
todas as ações envolvidas é entregar o máximo de valor com o mínimo possível de
recursos. Segundo ela você deve eliminar todos os desperdícios e trabalhar apenas
com o que está sendo demandado no momento. Ela defende também a melhoria
contínua dos processos não se detendo severamente a regras e burocracias. Ou seja,
se é encontrada uma maneira de produção mais eficiente o processo deve ser
alterado. Outro ponto importante dessa filosofia é o desenvolvimento de pessoas.
Acredita-se na importância de incentivar e desafiar as pessoas envolvidas no trabalho
para que aja melhoria não apenas no processo, mas também dos profissionais
envolvidos no mesmo.
Dentre os desperdícios que devem ser subtraídos do processo produtivo tem-
se: espera, superprodução, transporte desnecessário, excesso de processamento,
retrabalho, estoque, excesso de movimentação.
Dentre as metas “inatingíveis” que eliminam os desperdícios citados acima se
tem: tempo zero de preparação, lead time zero, zero defeito, estoque zero,
movimentação zero.
Os princípios para implementação de uma metodologia Lean são, em ordem:
1. Valor: definir o que é valor sob a ótica cliente.
2. Fluxo de Valor: Identificar o fluxo de valor e redefinir os
processos deixando apenas o que realmente gera valor ao cliente.
3. Fluxo Contínuo: estabelecer um fluxo sem interrupções para os
processos restantes.
4. Produção Puxada: Só produza quando houver demanda do
cliente.
5. Perfeição: Melhore continuamente o que for necessário e
busque sempre pela perfeição.
Referências
http://ramonkayo.com/conceitos-e-metodos/o-que-e-manufatura-enxuta-lean-
manufacturing
http://www.leanti.com.br/conceitos/4/O-que-e-Lean-Thinking.aspx
http://www.leanti.com.br/conceitos/5/Os-5-principios-do-Lean-Thinking.aspx
http://www.ft.unicamp.br/liag/semanaliag/Slides/Lean.pdf
Questão 8. Explique a filosofia da Teoria das Restrições (TOC) e comente sobre os
cinco passos para sua implementação.
A Teoria das Restrições é um desenvolvimento relativamente recente no
aspecto prático da tomada de diversas decisões organizacionais em função de
restrições. O Dr. Eliyahu Goldratt desenvolveu toda uma lógica de princípios que tinha
como base um software extremamente poderoso, entretanto ele se deparou com a
necessidade de popularizar sua ferramenta e para isso editou o livro, “A Meta”.
Esta pode ser compreendida como a ampliação do pensamento da tecnologia
da produção otimizada, valorizando o resultado global ao invés do resultado das
partes, utilizando da premissa que as restrições que são os obstáculos do sistema
visando que estas não venham prejudicar a lucratividade e o alcance das metas.
Gargalos ou restrições são tidos como recursos restritivos, ou seja, aqueles que
limitam a capacidade produtiva e as não-restrições possuem capacidade maior do que
a demanda, sendo assim, deverá haver um balanceamento do fluxo, devendo os
recursos que não são restrições estar subordinados as restrições para que não haja um
acumulo de estoques.
1. Identificar a restrição do sistema
Tendo em vista a melhoria da atuação de um sistema, é preciso identificar qual
é o recurso que mais influência no desempenho do mesmo. Uma vez encontrado o que
mais restringe o sistema, inicia-se o processo de focagem.
2. Explorar a restrição do sistema
Após a identificação do recurso que limita o desempenho, deve-se garantir que
esse seja explorado em toda sua plenitude. Nesta parte vale a premissa que uma hora
perdida em um gargalo corresponde a uma hora perdida pelo próprio sistema. Assim
sendo, todo e qualquer recurso que não seja restrição deverá ser utilizado em função
de fornecer o que a restrição necessita para executar a operação
3. Subordinar o sistema à restrição
Todos os recursos que não são gargalos devem trabalhar na cadência da
restrição. Não se deve faltar material para ser processado no gargalo e ainda e
totalmente ineficaz trabalhar mais rápido que o mesmo pois não estaria melhorando o
sistema, apenas aumentando os estoques intermediários.
4. Romper ou elevar a restrição do sistema
Foca-se na visão de alternativas para aumentar a capacidade do gargalo tais
como mais turnos, redução do tempo de preparo dos recursos, etc. A partir desta ação
é possível elevar a capacidade de todo o sistema até o momento que irá surgir outra
restrição, surgindo assim outro limitador do sistema.
5. Identificar a nova restrição do sistema caso a restrição seja rompida
Se no passo anterior alguma restrição for quebrada, deve-se volt ar ao passo de
identificar a nova restrição, porém com o cuidado de não deixar que a inércia do
sistema cause uma restrição no mesmo. É crucial após o controle da restrição verificar
o sistema como um todo visando evitar o monopólio por uma só restrição tornando
assim o estudo mais completo e eficaz
Questão 9. Assista o filme “A Meta” e responda:
a) Foi possível ampliar a capacidade do gargalo sem investimentos? Por que?
Não, pois para solução do gargalo foi reciclada uma máquina obsoleta e foi necessário
certo investimento, além do aumento das despesas operacionais e as peças que
apresentavam imperfeições eram descartadas antes de serem processadas no gargalo,
aproveitando mais seu tempo, que era limitado. Mas os gastos com estoque foram
diminuídos, assim como os gastos com as despesas operacionais de máquinas
superprodutivas que geravam produtos em espera pelo processamento do gargalo.
b) Ao longo de todo o processo de melhoria evidenciado no filme, o gargalo se
alterou? Se sim, quantas vezes? E para onde o gargalo se moveu? Ou seja, que etapas
da cadeia de valor (do fornecedor ao cliente) se tornaram – mesmo que
temporariamente – gargalos?
O primeiro gargalo destacado foi uma máquina que era a única responsável pela
fabricação de uma peça específica. Quando isso foi solucionado com uma nova
máquina reciclada e controle de qualidade antes dela para aproveitamento maior do
seu tempo, o gargalo foi atribuído a uma máquina que ficava inativa enquanto seu
setup era realizado. Depois, o gargalo tornou-se uma máquina que produzia demais:
ela gerava mais produtos por unidade de tempo do que o resto da cadeia produtiva
tinha capacidade de absorver, então seu custo operacional podia diminuir sem
prejudicar o resto da produção.
c) Relacione o estudo de caso do filme com uma situação semelhante num estaleiro.
Em um estaleiro um problema de mesmo cunho o gargalo poderia ser o tratamento de
chapas que gera um estoque de chapas tratadas que não são processadas e se
acumulam esperando o resto da cadeia produtiva “desengarrafar” e causam um gasto
para serem mantidas assim Também poderia ser comparado um problema de
edificação, que atrasa a produção dos produtos seguintes, sendo que poderia ser
resolvido com outra carreira que exige um investimento, mas se paga com o tempo e
melhora a eficiência do estaleiro
Questão 10. Uma oficina de tubulação de um estaleiro opera uma máquina que dobra
60 tubos por dia (8 horas). Num dado momento, havia 200 tubos esperando para
serem processados num estoque intermediário ou sendo processados dentro da
oficina. A soma do tempo de todas as tarefas necessárias para dobrar um tubo é de 7
minutos. Qual é a eficiência percentual de atravessamento?
Sendo: Eficiência percentual de atravessamento é a taxa com que as unidades emergem do processo. Quociente entre o número de unidades e o tempo;
Temos que:
Onde:
Conteúdo de Trabalho (CT) : volume total de trabalho necessário para produzir uma unidade de recurso de saída.Pode ser dado em capital ($$) ou em unidades de tempo. Tempo de atravessamento (TA): tempo médio consumido pelos inputs para passarem pelo processo,tornando-se outputs.
Temos que:
Onde:
Trabalho em processo (TP): número de unidades em processo (é uma média por um período de tempo). São os recursos sendo processados,incluindo fila. Tempo de ciclo (TC): tempo médio entre unidades de recursos de saída (outputs) emergindo do processo;
Dados: TP= 200 un. TC= 8 min/tubo *todos tubos processados dividido pelo
tempo total, considerando filas e esperas
CT= 7 min/tubo *tempo de produção de um tubo sem
considerar as filas e esperas
Resultado: TA= 1600 min
Ef. Atravessamento= 0,0044
Questão 11. Quais são os 5 tipos de processos em manufatura? Cite exemplos.
Em ordem de aumento de volume e diminuição de variedade:
1) Processos de projeto: produtos discricionários e customizados. Baixo volume,
alta variedade, tempo longo. As atividades podem ser mal definidas e incertas,
às vezes, até mesmo modificando-se durante o processo de produção.
Exemplos: construção civil e naval, produção de filmes, etc.
2) Processos de jobbing: cada produto deve compartilhar os recursos de operação
com diversos outros produtos. Exemplos: mestres ferramenteiros,
restauradores de móveis, alfaiates, etc.
3) Processos em lotes ou bateladas: semelhantes a processos de jobbing, mas
com menor variedade. Exemplos: manufatura de máquinas-ferramenta e de
peças de automóveis.
4) Processos de produção em massa: alto volume, variedade restrita. Atividade
repetitivas e previsíveis. Embora possa haver variabilidade, as diferentes
variantes do produto não afetam o processo básico de produção. Exemplos:
fabricação de automóveis, televisores, etc.
5) Processos contínuos: operam por longos períodos de tempo. Tecnologias
inflexíveis e intensivas em capital. Exemplos: refinarias, centrais elétricas,
siderúrgicas, etc.
Questão 12 Explique o que é MRP, MRP II e ERP, e quais são os impactos que essas
ferramentas de gestão e planejamento podem ter num estaleiro.
MRP -> MRP I (Material Requirements Planning) permite que as empresas calculem
quantos materiais de determinado tipo são necessários e em que momento. Para fazer
isso, ele utiliza os pedidos em carteira, assim como uma previsão para os pedidos que
a empresa acha que irá receber. O MRP verifica, então, todos os ingredientes ou
componentes que são necessários para completar esses pedidos, garantindo que
sejam providenciados a tempo. É um sistema que ajuda as empresas a
fazerem cálculos de volume e tempo similares a esses, mas numa escala e grau de
complexidade muito maiores.
MRP II -> MRP II (Manufacturing Resources Planning) permite que as empresas avaliem
as implicações de demanda futura nas áreas financeira e de engenharia, assim como as
necessidades de materiais. Como resultado, o MRP oferece a documentação que
converterá as necessidades do mercado em uma linguagem que possa ser entendida
pela produção. Serão, portanto, geradas listas de materiais, ordens de produção, etc.
ERP-> ERP (Enterprise Resource Planning), é um sistema de informação que integra
todos os dados e processos de uma organização em um único Sistema. A integração
pode ser vista sob a perspectiva funcional e sob a perspectiva sistêmica. Os ERPs em
termos gerais, são softwares desenvolvidos para integrar os diversos departamentos
de uma empresa, possibilitando a automação e armazenamento de todas as
informações de negócios.
Num estaleiro, as ferramentas de gestão são imprescindíveis para o seu crescimento,
fazendo com que o impacto de suas implementações seja demasiadamente positivo. O
MRP em um estaleiro fornece a lista de materiais para a construção da embarcação,
assim como o gerenciamento do estoque e o cronograma detalhado da estrutura do
projeto. O MRP II trabalha com o controle de qualidade do projeto da embarcação, as
finanças e o marketing do estaleiro e a previsão da demanda dos produtos. O ERP é
mais global e trabalha na relação do estaleiro com o cliente, a cadeia de suprimentos
do estaleiro, gestão de projetos e a integração de todos os setores da empresa.
Questão 13. Trace um panorama da construção naval no Brasil nos últimos 15 anos,
citando os PROMEF´s I e II, o PROREFAM e as demandas da Sete Brasil. Quais lições
podem ser aprendidas?
No ano de 1999 foi criado o Prorefam (Programa de Renovação da Frota de Apoio
Marítimo), que teve como objetivo substituir importações e estimular a produção de
embarcações nacionais. A partir daí as indústria naval brasileira começava a dar sinais
de crescimento. Mas foi a partir do ano de 2004, com a criação do Promef que a
indústria naval começou a ser de fato retomada. O programa de modernização e
expansão da frota (etapas I e II) teve como premissas construir navios no Brasil, ter
índice de no mínimo 65% de conteúdo nacional e atingir competitividade
internacional.
Inicialmente abrangendo a construção de 49 novos petroleiros, com investimento na
ordem de R$ 11,2 bilhões, o Promef vem sofrendo sucessivos atrasos e cancelamentos,
o que levanta o questionamento sobre sua realização. Desde o início do Promef, já
foram canceladas as aquisições de 14 embarcações e apenas 12 foram entregues até
agora. Parte desse problema se deve à empresa Sete Brasil, criada em 2008 para
atender o maior plano de frota de exploração de águas ultraprofundas do mundo. Esse
projeto de começou a ter problemas em 2014, quando a Petrobras e a Sete Brasil
mergulharam num escândalo de corrupção investigado pela operação Lava Jato. O
escândalo fez o governo atrasar financiamentos e a assinatura do contrato de longo
prazo.
Atualmente o segmento offshore ainda tem encomendas relevantes em processo de
construção. A questão é a continuidade. A Petrobras anunciou que as encomendas de
plataformas de produção de petróleo serão direcionadas para a licitação internacional
de grandes integradores de sistemas como a Modec, a SBM, a BW, a Teekay e Bumi
Armada. Mesmo assim existem estaleiros com alinhamento internacional que são o
Brasfels, o Jurong Aracruz e o Brasa que provavelmente poderão se beneficiar com
contratos de integração local de módulos, segmento onde o Brasil apresenta
competitividade. Seria essa a comprovação do fracasso da implantação do Promef (da
forma como ele é)?
No Brasil e nos demais países onde a construção naval é relevante a crise promoveu a
redução de encomendas. A redução do crescimento econômico internacional reduziu o
dinamismo do comércio mundial e mudou completamente o cenário.
Como lições, mais uma vez comprovamos que a construção naval é um setor cíclico
sendo necessário demonstrar que os estaleiros possuem capacidade de reação com
geração de empregos, renda e atração de investimentos. Além disso, é interessante a
flexibilidade na construção de diferentes tipos de embarcações.
Outro ponto são os programas criados pelo governo que contrastam com política de
afretamento da Petrobras, que ao longo das duas últimas décadas levou a estatal a
contratar cerca de 300 navios estrangeiros, contra apenas 33 navios brasileiros, sendo
somente 12 (agora) as embarcações construídas e entregues no século atual.
Fontes:
https://www.ufpe.br/engnaval/images/pdf/prominp/Disciplina1/disciplina1_a_industria_de_construcao
_naval_e_offshore.pdf
http://www.sindmar.org.br/promef-do-futuro-promissor-a-promessa-nao-cumprida/
https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/34396-a-situacao-da-construcao-
naval-brasileira
https://jornalggn.com.br/noticia/construcao-naval-brasileira-a-politica-industrial-que-deu-certo
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/04/lava-jato-descobre-que-estatal-sete-brasil-foi-criada-
para-ajudar-na-corrupcao.html
http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2016/08/sete-brasil-buscara-ate-us-5-bilhoes-em-
plano-de-reorganizacao.html
http://www.transpetro.com.br/pt_br/imprensa/noticias/transpetro-convida-estaleiros-para-a-segunda-
fase-do-promef.html
Questão 14. Que fatores influenciam nos preços de venda de novos navios num
estaleiro?
O preço de venda de um navio é regido por quanto o mercado mundial está disponível
a pagar naquele momento pelo navio, que está ligando de forma direta com o lei da
oferta e da procura do mercado de frete referente a cada segmento de produto
(granel, container, carga geral e outros). No entanto esses fatores só podem ser
alcançados para uma venda quando o estaleiro possui condições de competir preços
com demais estaleiros e os fatores que fornecem essas condição são fatores
estratégicos, táticos e operacionais. Os fatores estratégico referem-se aos custos
locais, leis, capacitação da mão de obra, ciclos de mercado, proximidade com o
fornecedor que por fim são consequências do local de instalação do estaleiro. Os
fatores táticos tratam da gestão organizacional, de processos, espaço, relação com
fornecedores e o fator preponderante para os estaleiros mais produtivos esta a
estratégia construtiva. Por fim o tem-se o fator operacional que é influenciado pelos
outros fatores e gera informações sobre o estaleiro e medidas de contenção, expansão
e resolução podem ser tomadas.
Questão 15. Explique qual é o impacto do uso de sistemas CAD/CAE/CAM em
construção naval. Quais as vantagens e desvantagens?
O CAD/CAE/CAM são ferramentas computacionais de trabalho, através do uso do
computador de forma a facilitar e melhorar a produtividade de um produto e/ou
empresa, tais ferramentas possibilitam sua utilização de maneira isolada ou integrada
entre si. No mercado Naval a competitividade entre as empresas é determinada pela
qualidade de seus recursos, pelo conhecimento que são capazes de produzir e pela
capacidade de aplicar ciência, tecnologia e conhecimento na produção de
embarcações cada vez mais eficientes, porem existem restrições físicas que dificultam
a realização de diversas tarefas de projeto, como projetar, construir, testar e aceitar o
protótipo de um produto.
Uma das principais vantagem desses software e podermos minimizar estes processos,
através de uma simulação como uma maneira eficaz de criar um teste preliminar,
antes de desenvolver protótipos caros, testes de campo ou execuções reais. Podendo
assim prever futuros defeitos e dificuldades.
Como desvantagem podemos citar e o alto valor de obtenção que esses software
específicos da indústria naval possuem, limitando o acesso de forma legal a muitos
profissionais na área ou empresas. Outra desvantagem também, e a complexidade que
alguns desses software podem apresentar, necessitando de uma melhor qualificação e
capacitação dos profissionais que iram utilizar esses programas, de forma a obter
maior aproveitamento possível de tais ferramentas.
Questão 16. Como escolher a localização de um estaleiro?
Na escolha da localização, deve-se levar em consideração sobretudo os custos
espacialmente variáveis (se alteram com a localização geográfica), o serviço que a
operação é capaz de prestar a seus clientes e a receita potencial da operação.
Tipicamente, em construção naval, a preocupação maior é em minimizar os custos,
pois a receita é menos sensível em relação à localização.
Em relação à oferta, consideram-se os custos da mão-de-obra, os custos de terreno, os
custos de energia, os custos de transporte e os fatores da comunidade. Quanto à
demanda, a habilidade da mão-de-obra, a adequação do local em si, a imagem do local
e a conveniência para os clientes.
Para auxiliar na escolha da localização, algumas técnicas podem ser utilizadas, como a
pontuação ponderada (o mesmo que ponderação qualitativa ou matriz de decisão, o
centro de gravidade (encontrar uma solução que minimize os custos de transporte) e
métodos de otimização (minisoma – programação linear e minimax – teoria dos jogos).
Questão 17. Quais são os aços mais utilizados em construção naval e quais são suas
principais características?
R= AH 32, DH 32, AH 36, DH 36, EH 32, EH 36, Grau A, Grau B, Grau C, Grau D e Grau E,
esses são os Aços de média e alta resistência mecânica com limitação de carbono
geralmente, são os aços mais utilizados na construção Naval. Por conta de todos os
processos pelos quais esses aços passam, como, laminação convencional, laminação
controlada e tratamento térmico de normalização, eles são de excelente limpidez
podendo garantir tenacidade a baixas temperaturas, tração da direção da espessura,
qualidade interna por ensaio de ultrassom e tem ótima soldabilidade (levando em
conta os mais diversos processos de soldagem utilizado na construção naval).
Devido a menor quantidade de carbono equivalente a microestrutura refinada, esses
tipos de aço proporcionam excelentes características na Zona Termicamente Afetada,
mesmo com alto aporte térmico.
Questão 18. Quais as vantagens e desvantagens desse utilizar perfis bulbo ao invés de
cantoneiras em L?
Os perfis bulbo apresentam vantagens estruturais como a maior resistência à
flambagem em relação aos perfis soldados ou dobrados, além de maior facilidade na
soldagem de chapas colar; rápida pintura e soldagem do perfil; menor área para o
mesmo módulo de seção (menos material de revestimento), menor índice de corrosão
devido aos cantos arredondados e maior facilidade e rapidez na limpeza no interior de
tanques de lastro.
Como desvantagem: este tipo de perfil apresenta várias dimensões, ou seja, a maior
variedade dificulta a logística e a manutenção.
Questão 19. Como definir a capacidade de um estaleiro?
R: A capacidade produtiva é o valor máximo que define a saída do processo produtivo
por unidade de tempo. Para pequenas empresas esse tempo é geralmente o dia. Logo,
a capacidade de produção desta empresa seria a quantidade de peças que ela
consegue produzir por dia. Para determinar a capacidade, deve-se primeiro saber a
forma de medi-la, considerando os aspectos da empresa.
Num estaleiro essa capacidade de produção é medida em toneladas, expressa
geralmente em toneladas de aço processado no ano. Há quatro formas de determinar
a capacidade do estaleiro: Saída de jato, saída de corte, saída de blocos e peso leve das
embarcações.
Quanto mais rápido é realizado o processo ou saída de um produto de uma máquina
onde se deseja medir o processamento, menor deve ser a tomada de tempo deste
produto. Numa máquina de jato e corte saem uma grande quantidade de aço por um
determinado período de tempo, logo é aconselhável medir estes por semana ou mês.
Com objetivo de obter um melhor controle sobre a quantidade de aço processado.
Cada estaleiro adota sua medida para calcular a sua capacidade dependendo de sua
necessidade. Visto que vários fatores são levados em conta. Um deles é o porte do
estaleiro (pequeno, médio ou grande), demanda de embarcações, tipos de
embarcações construídas, etc.
O cálculo pelo peso leve é um dos mais fáceis de se realizar, pois esse se dá pelo
somatório do peso leve em toneladas das embarcações construídas em um ano pelo
estaleiro.
Fontes:
http://www.blogdaqualidade.com.br/qual-e-minha-capacidade-produtiva/
http://www2.rj.sebrae.com.br/boletim/como-estabelecer-a-capacidade-produtiva-da-
minha-empresa/
Questão 20. Como definir a quantidade de trabalho a ser subcontratado no estaleiro,
e como ranquear os fornecedores de serviços subcontratados?
Resposta: A terceirização é adotada por estaleiros com uma maior capacidade
produtiva pois permite às empresas contratantes uma produção mais enxuta e mais
focada no objetivo final. Dessa forma, para definir a quantidade de trabalho a ser
subcontratada deve-se primeiro compreender dois principais aspectos: o primeiro são
serviços que não são o foco do estaleiro e que estejam ocupando tempo e mão de obra
em números relevantes e o segundo são os gargalos produtivos de curto e médio prazo
dentro de um estaleiro. Os serviços desnecessários, pois excluindo postos de trabalho
que não refletem o objetivo construtivo do estaleiro é possível realocar mão de obra
para postos chave que permitam o aumento da produção e da competitividade. Os
gargalos produtivos, pois em picos de demanda o estaleiro acaba por encontrar
restrições para sua produção, como capacidade de algumas máquinas por exemplo, e
nesses casos é necessário subcontratar serviços para aumentar a capacidade
produtiva. Assim, para ranquear os fornecedores de serviços, uma boa prática seria
subdividir os fornecedores em áreas produtivas (ex. fornecedores de dobras,
fornecedores de máquinas, fornecedores de serviços) e dentro de cada área ranquear
os mesmos de acordo com os preços ofertados, qualidade do serviço e
capacidade/velocidade de entrega, onde os que apresentassem os melhores valores
seriam os preferenciais na escolha do estaleiro. Além desses fatores, a subcontratação
de serviços em empresas do ramo naval permite uma maior velocidade de produção,
versatilidade em diferentes estratégias construtivas e a redução de estoques. Segundo
Queiroz, “ a terceirização vai comandar as atividades empresariais no Brasil. Aqueles
empresários que não a entender bem no mundo dos negócios poderá tornar-se
desatualizado e, por isso, tornar-se um candidato a ver sua empresa perder a
competitividade, a eficiência e a eficácia empresarial”. Essa tendência vem sendo
adotada principalmente por estaleiros europeus e asiáticos.
http://wwwo.metalica.com.br/centros-de-servicos-intensificam-acoes-para-apoiar
http://antigoprominp.petrobras.com.br/objects/files/2009-
06/2491_1.%20Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20COPPE%20-%20Floriano%20Pires.pdf
http://www.guiaoilegas.com.br/pt/site_extras_detalhes.asp?id_tb_extras=422637
http://feemar.weebly.com/0803---estruturaccedilatildeo-de-redes-de-
subcontrataccedilatildeo-e-flexibilizaccedilatildeo-laboral-do-sector.html
QUESTÃO 21. Esboce uma estratégia construtiva para as seguintes embarcações:
a) AHTS;
b) Barco de carga e passageiros (“recreio”);
c) Navio ro-ro.
OBS: Galera a estratégia foi elaborada somente para a embarcação de “Recreio”.
Devido ao fato, de o AHTS e Ro-Ro todo mundo já ter feito em seus trabalhos, então,
para evitarmos estratégias iguais no trabalho final de construção preferi fazer uma
estratégia bem simples, só para termos uma noção.
Toda estratégia construtiva é dividida em duas partes: fluxo de processos e plano de
construção. O primeiro refere-se ao fluxo de aço, materiais e serviços realizados pelo
estaleiro.
Por exemplo: Tudo começa com o recebimento de materiais (chapas, perfis, tubos,
tintas, elétrica, equipamentos e etc), em seguida cada material vai para o ser
determinado estoque/oficina. Depois, ocorre o beneficiamento do aço (jato/primer,
corte e dobra), com as peças tratadas elas são levadas para a oficina de pré-fabricação,
onde é feita a montagem de painéis planos e/ou curvos.
Terminado essa etapa, é passado para sub-montagem, onde é feito a união dos
painéis. Em seguida, vai para a oficina de montagem de blocos/seções, nesta oficina
pode ser realizado os processos de pré-outfitting da parte elétrica, tubulação e outros.
Após, é levado a peça para a pintura, podendo ser realizado numa cabine de pintura
ou em área aberta com air-less.
Depois é levado para uma oficina de edificação, onde pode ser feito por ilha ou
pirâmide, blocos ou seções, de baixo para cima, de popa para proa, enfim. Pode ser
feito também o outfitting da tubulação, instalação das modularizações, pré-outfitting
de marcenaria e mecânica.
Terminado a edificação, a embarcação pode ser lançada e levada para o cais de
acabamento. Por fim, é feito os testes e prova e a entrega para o armador.
O plano de construção depende da forma de cada embarcação, nº de blocos/seções,
pesos dos blocos/seções, capacidade de carga das pontes do estaleiro, se é edificado
em dique ou em carreira, área das oficinas, sistema de informação do estaleiro
(engenharia, PCP, compra), entre outros.
Fazendo uma suposição de que a embarcação de recreio tenha 50 m de comprimento,
17 metros de boca e 5 metros de pontal. Devido ser uma embarcação de
pequeno/médio porte pode ser edificada somente por blocos diminuindo o tempo de
chegada da peça no dique. Pode ser edificada da popa a proa, deixando mais tempo
para instalação da praça de máquinas, de baixo para cima e do centro para transversal
para depois ir no sentido longitudinal. Pode ser feito por ilha com origem ao mesmo
tempo na popa e na proa, vindo em direção a meia-nau. A fabricação de painéis planos
e curvos pode ser feita em paralelo se o estaleiro tiver capacidade para tanto, se não
em série mesmo.
Questão 22: Por que modularizar a produção num estaleiro? Quais as vantagens e
desvantagens?
R: O projeto por modularização em um estaleiro lida com boas vantagens, pois reduz o
trabalho a ser empregado na obra e o tempo de ciclo. Construir um bloco da praça de
máquinas pelo processo de modularização é instalar todo o chapeamento, esqueleto,
sistemas elétricos, tubulações, instalações propulsoras na fase de construção do bloco,
facilitando o processo de edificação, reduzindo o tempo em acabamento quando
comparado aos processos usuais de construção. Outra vantagem é que a produção
para a construção do bloco se torna enxuta, pois não vai ser gerado conflito no
acabamento, tornando as ligações dos blocos mais simples. As desvantagens estão
pelo fato de ser um processo altamente preciso, a engenharia deve ser capaz de
detalhar todos os processos, todas as ligações de tubos e etc enquanto está na fase de
bloco, de forma que a edificação a junção desses blocos ocorra perfeitamente. A mão
de obra precisa ser mais especializada para realizar este tipo de produção.
Questão 23. Esboce o WBS para o mastro de um navio
WBS para a construção de um mastro de navio
Questão 24. O que deve-se considerar para a definição do layout de um estaleiro?
Deve-se levar em consideração o fluxo dos materiais e pessoas, de modo que tal fluxo
seja claro e atenda aos objetivos operacionais do estaleiro, além de fornecer o devido
conforto, iluminação, ventilação e segurança aos funcionários. O fluxo em questão
pode ser alterado diversas vezes no momento de definição de layout, em formato de
linha reta, U, L, T, W, adaptando-se aos limites do terreno, e buscando dessa forma
uma melhor integração das atividades. Deve-se considerar o total uso do espaço do
terreno, tanto a área de chão quanto áreas para possíveis alterações futuras e
adaptação, caso haja mudança de necessidades de operação.
A distribuição de galpões e prédios adjacentes (administração, engenharia,
manufatura, almoxarifado) também é um ponto crucial, visto que o layout deve
facilitar também, a questão supervisional e o deslocamento de maquinário para
manutenção.
Uma das principais considerações são os tipos de embarcação que serão projetadas no
estaleiro e a quantidade de produção, pois, essa determinação irá expor a quantidade
de maquinário necessária, os espaços, os tipos de equipamentos de movimentação,
além de estratégias construtivas diversificadas, acarretando adaptações necessárias.
Questão 25 Quais os tipos de layout operacional? Quais são mais tipicamente
utilizados em estaleiros? Cite exemplos.
Os tipos de layout operacional são: posicional, funcional, celular e por produto. No
primeiro, os recursos transformados não se movem entre os recursos
transformadores. No segundo, os processos similares se localizam juntos um do outro.
No terceiro, os recursos transformados são movimentados até uma área específica da
operação na qual todos os recursos transformadores necessários se encontram e no
quarto as máquinas são organizadas de modo que cada operação necessária para
fabricar um produto seja realizada em estações de trabalho dispostas em uma
sequência fixa.
Em um estaleiro em geral usa-se um arranjo do tipo posicional, visto que a construção
das embarcações se encontram eu um lugar especifico (dique) e das oficinas estarem
sempre distribuídas ao seu redor. Mas esse layout não se aplica necessariamente a
todas as oficinas do estaleiro, visto que é necessário ver qual tipo de layout fica melhor
para cada uma das mesmas. Por exemplo na oficina de edificação, o melhor layout
seria o posicional, já nas oficinas mecânicas e elétricas, o melhor arranjo seria o celular
e nas oficinas de tubulação, o melhor layout seria o funcional.
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