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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo Stricto-Sensu
Dissertação
JOSÉ CORRÊA DO PRADO NETO A PROTEÇÃO DA PAISAGEM NOS NOVOS LOTEAMENTOS
URBANOS
São Paulo
2009
José Corrêa do Prado Neto
A PROTEÇÃO DA PAISAGEM NOS NOVOS LOTEAMENTOS URBANOS
Dissertação apresentado no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo Stricto-Sensu da Universidade São Judas Tadeu para obtenção de título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo Orientadora: Professora Doutora Kátia de Azevedo Teixeira
São Paulo
2009
Prado Neto, José Corrêa do
A proteção da paisagem nos novos loteamentos urbanos / José
Corrêa do Prado Neto; orientadora, Kátia de Azevedo Teixeira. -
São Paulo, 2009.
166 f. : il. ; 30 cm
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,
2008.
1. Planejamento Urbano. 2. Paisagem – Proteção. I. Teixeira,
Kátia de Azevedo. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo. III.
Título
CDD – 307.12
Agradecimentos
Às minhas orientadoras Saide Kahtouni e Kátia de Azevedo Teixeira pelo
incentivo e ajuda.
Ao Luiz Augusto Contier pelo seu permanente apoio.
À Márcia Lúcia Guilherme e ao Gilberto di Capodarso Cará pelos apoios
providenciais.
À Raquel Ribeiro Gomes, Ivelize Cristiane Casimiro e Ricardo Milan pela
elaboração do material gráfico.
Ao José Teixeira pela revisão cuidadosa.
RESUMO
O trabalho avalia as inter-relações das legislações urbanística e ambiental na
proteção e produção da paisagem urbana, assim como a aplicação da legislação e de
seus procedimentos normativos no licenciamento e aprovação de novos loteamentos,
tendo a paisagem natural ou cultural como bem ambiental a ser protegido.
Para tanto, procede à identificação e à avaliação dos principais conceitos
relativos à paisagem e ao parcelamento do solo urbano adotados pela legislação
ambiental e urbanística.
Como estudos de caso, o trabalho avalia a proteção e produção da paisagem em
três loteamentos de grande porte situados no vale do rio Paraíba, no estado de São
Paulo, selecionados entre os loteamentos licenciados pela Secretaria do Meio
Ambiente do Estado de São Paulo, no período de 1988 a abril de 2008, que tiveram
como modalidade de licenciamento o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório
de Meio Ambiente (Rima).
Palavras-chaves: urbanismo, meio ambiente, paisagem, paisagismo, desenho urbano,
loteamento, licenciamento ambiental, Vale do Paraíba.
ABSTRACT
The paper assesses the interconnections of both, urbanistic and environmental
legislation in preserving and creating the urban landscape, as well as the enforcement
of such legislation and its regulatory procedures regarding licensing and approval of
new land- subdivisions, having the natural and/or cultural scenery as an environmental
asset to be preserved.
Thus, it leads to identifying and assessing the most relevant concepts regarding the
urban landscape and land-subdivision adopted by the urbanistic and environmental
legislation.
As case studies, the paper assesses the preservation and production of landscape in 3
wide-ranged land-subdivisions in Vale do Paraíba, state of São Paulo, chosen among
those licensed by Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (São Paulo
State Environment Secretariat), from 1988 to April- 2008, which have been licensed
under Environmental Impact Reports (Estudos de Impacto Ambiental) and
Environmental Reports (Relatórios de Meio Ambiente)
Key-words: urbanism, environment, landscape, landscaping, urban design, land-
subdivision, environmental licensing, Vale do Paraíba.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 1
CAPÍTULO 1 – QUADRO CONCEITUAL ......................................................................................................... 6
1.1 CONCEITOS DE PAISAGEM.........................................................................................................................7 1.2 CONCEITO DE LOTEAMENTO...................................................................................................................10 1.3 CONCEITO DE PROTEÇÃO........................................................................................................................13
CAPÍTULO 2 – A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO QUADRO DAS QUESTÕES URBANAS BRASILEIRAS ................................................................................................................................................... 19
2.1 A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL ................................................................................................21 2.2 O LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE.........................26
2.2.1 O licenciamento ambiental ...................................................................................................................28 2.2.2 Licenciamento ambiental no estado de São Paulo...........................................................................32
2.3 A LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E O PARCELAMENTO DO SOLO URBANO ....................................35 2.4 A PROTEÇÃO DA PAISAGEM NA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E URBANÍSTICA..............................41
2.4.1 A proteção da paisagem de forma explícita ......................................................................................42 2.4.2 A proteção da paisagem de forma implícita ......................................................................................45
CAPÍTULO 3 – A GESTÃO AMBIENTAL E O PROCESSO DE APROVAÇÃO E LICENCIAMENTO DE LOTEAMENTOS DIANTE DAS QUESTÕES DA PROTEÇÃO DA PAISAGEM......................................... 51
3.1 O PROCESSO DE APROVAÇÃO E LICENCIAMENTO DE LOTEAMENTOS NAS DIFERENTES
ESFERAS PÚBLICAS..........................................................................................................................................52 3.2 A PROTEÇÃO E A PRODUÇÃO DA PAISAGEM NOS NOVOS LOTEAMENTOS ..............................57
CAPÍTULO 4 - ESTUDOS DE CASOS............................................................................................................ 61
4.1 RECORTE ADOTADO ..................................................................................................................................62 4.2 O VALE DO PARAÍBA E SUA PAISAGEM .................................................................................................68
4.2.1 O meio físico na paisagem do vale do Paraíba.................................................................................69 4.2.2 A vegetação na paisagem do vale do Paraíba..................................................................................75 4.2.3 O meio antrópico na paisagem do vale do Paraíba .........................................................................77 4.2.4 A paisagem urbana regional ................................................................................................................81
4.3 LOTEAMENTOS PESQUISADOS ..............................................................................................................85 4.3.1 Loteamento Terras Altas/Rio dos Pilões ............................................................................................85 4.3.2 Loteamento Villa Branca II .................................................................................................................101 4.3.3 Loteamento Alphaville São José dos Campos ................................................................................115
CAPÍTULO 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 128
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................. 139
FONTES CONSULTADAS ............................................................................................................................. 143
ANEXOS........................................................................................................................................................... 145
ANEXO A - LOTEAMENTOS LICENCIADOS PELA SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE ATÉ 10 DE ABRIL DE 2008 -......................................................................................................................... 146
ANEXO B - QUADRO DOS LOTEAMENTOS LICENCIADOS PELA SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE POR UNIDADE DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICO.......................... 153
ANEXO C - QUADRO DE RESPONSABILIDADES POR LOTEAMENTO PESQUISADO ..................... 162
ANEXO D - LEGISLAÇÃO INCIDENTE COTEJADAS NOS ESTUDOS AMBIENTAIS DOS LOTEAMENTOS ESTUDADOS..................................................................................................................... 162
LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Imagem aérea da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, em sua porção paulista. Fonte: Google Earth - acesso em 1º de novembro de 2008. Figura 02 - Vista geral do vale do Paraíba, a partir da serra da Mantiqueira, tendo ao fundo os divisores do Alto Paraíba. Fonte: autor do estudo Figura 03 - Vista da serra da Mantiqueira. Fonte: autor do estudo Figura 4 – Localização regional dos loteamentos estudados. Fonte: Google Maps - acesso em 1º de novembro de 2008 e EIA/RIMAs pesquisados Figura 05 – Vista do trecho da grande curva do rio Paraíba, próximo a Guararema. Fonte: autor do estudo Figura 06 – Vista geral dos terraços planos junto ao rio Paraíba, Vale Médio, tendo ao fundo a serra da Cangalha, divisor do Alto Paraíba. Fonte: autor do estudo Figura 07 – Vista geral do terraço onde se localiza São José dos Campos, tendo na parte baixa o Banhado do rio Paraíba. Fonte: autor do estudo Figura 08 – Vista geral de região de mar de morros, junto às divisas do Vale Médio Superior. Fonte: autor do estudo Figura 09 – Vista de fragmento de mata na região dos divisores do Vale Médio Superior, junto a Guararema. Fonte: autor do estudo Figura 10 – Mapa da seqüência de fundação das cidades no vale do Paraíba, indicadas por fase de ocupação. Fonte: http:/maps.googles.com/maps - acesso em 1º de novembro de 2008 e Müller (1967) Figura 11 – Vista aérea de Areias, com sua estrutura urbana linear. Fonte: Google Earth - acesso em 1º de novembro de 2008. Figura 12 – vista aérea de cachoeira paulista, com desenho urbano ortogonal. Fonte: Google Earth - acesso em 1º de novembro de 2008. Figura 13 – Vista aérea de Canas, que busca em seu desenho a ortogonalidade. Fonte: Google Earth - acesso em 1º de novembro de 2008. Figura 14 – Vista aérea da conurbação das cidades de Aparecida, Potim e Guaratinguetá, com estrutura polinucleada. Fonte: Google Earth - acesso em 1º de novembro de 2008. Figura 15 - Mapa de localização do Loteamento 01. Fonte: Google Maps - acesso em 1º de novembro de 2008, e EIA/RIMA do Loteamento Terras Altas e Rio dos Pilões.
Figura 16 – Vista do conjunto de morros que compõem a área do Loteamento, tendo ao fundo a serra da Pedra Branca. Fonte: RIMA do Loteamento Terras Altas e Rio dos Pilões, p.66. Figura 17 – Imagem de colinas isoladas, com formato arredondado. Fonte: RIMA do Loteamento Terras Altas e Rio dos Pilões, p.64. Figura 18 - Imagem da cachoeira do rio dos Pilões, um dos atrativos paisagísticos da área do Loteamento 01. Fonte: RIMA do Loteamento Terras Altas e Rio dos Pilões, p.62. Figura 19 – Imagem da fisionomia vegetal da área, compartimento com cobertura de mata secundária (capoeirão), no início da estrada da Pedra Branca. Fonte: RIMA do Loteamento Terras Altas e Rio dos Pilões, p.61. Figura 20 – Imagem da fisionomia vegetal da área, compartimento com formação ripária, apresentando vegetação herbácea e arbustiva, tendo ao fundo plantação homogênea de eucalipto. Fonte: RIMA do Loteamento Terras Altas e Rio dos Pilões, p.62. Figura 21 - Croqui de situação da área do Loteamento Terras Altas / Rio dos Pilões. Fonte: autor do estudo com base no EIA/RIMA Terras Altas / Rio dos Pilões, volume 2. Figura 22 – Croqui das restrições ambientais. Fonte: autor do estudo com base no EIA/RIMA Terras Altas / Rio dos Pilões, volume 2. Figura 23 – Croqui do projeto urbanístico do Loteamento Terras Altas/ Rio dos Pilões. Fonte: autor do estudo com base no EIA/RIMA Terras Altas / Rio dos Pilões, volume 4. Figura 24 - Vista geral da implantação das edificações residenciais no Loteamento 01, vias de cumeadas, lotes em declive e ao fundo linhas da serra da Mantiqueira. Fonte: autor do estudo Figura 25 – Vista geral do Loteamento 01, rede viária estrutural, localizada em meia encosta e linhas de cumeadas. Fonte: autor do estudo. Figura 26 – Vista geral de parte das RPPNs propostas pelo loteamento, ocupando quase sempre os fundos dos vales e áreas de APPs. Fonte: autor do estudo Figura 27 - Mapa de localização do Loteamento 02. Fonte: Google Maps – acesso em 1º de novembro de 2008, e EIA/RIMA do Loteamento Villa Branca II. Figura 28 – Vista geral do terreno do loteamento, evidenciando o seu relevo plano. Fonte: RIMA do Loteamento VILLA BRANCA II, p. 40. Figura 29 – Croqui da situação geral do terreno do Loteamento 02. Fonte: autor do estudo com base no EIA/RIMA do Loteamento Villa Branca II, volume 1.
Figura 30 – Vista geral da várzea do córrego Guatinga, área degradada com cobertura vegetal de gramíneas e herbáceas. Fonte: RIMA do Loteamento Villa Branca II, p. 43. Figura 31 – Vista de remanescente florestal situado ao norte do terreno. Fonte: RIMA do Loteamento Villa Branca II, p. 43. Figura 32 - Vista geral do Loteamento Villa Branca em processo de ocupação. Fonte: autor do estudo Figura 33 – Vista geral de ocupação irregular, em escarpa junto à várzea do Guatinga, nos limites do loteamento. Fonte: RIMA do loteamento Villa Branca II, p. 42. Figura 34 – Croqui das restrições ambientais. Fonte: autor do estudo com base no EIA/RIMA do Villa Branca II, volume1. Figura 35 – Croqui do projeto urbanístico do Loteamento 02. Fonte: autor do estudo com base no EIA/RIMA do Villa Branca II, volume 4. Figura 36 – Vista geral do Loteamento 02 em implantação. Fonte: autor do estudo. Figura 37 – Vista geral do Loteamento 02, com via arterial em implantação. Fonte: autor do estudo. Figura 38 – Vista geral do Loteamento 02, rede de drenagem em implantação. Fonte: autor do estudo. Figura 39 – Vista geral do Loteamento 02 em implantação, o edifício de grande dimensão ao fundo, ocupado pela UNIP – Universidade Paulista, está situado junto à rodovia Presidente Dutra. Fonte: autor do estudo. Figura 40 – Mapa de localização do Loteamento 03. Fonte: Google Maps - acesso em 08 de janeiro de 2009. Figura 41 – Croqui de situação do Loteamento 03. Fonte: autor do estudo com base no EIA/RIMA do Loteamento Alphaville São José dos Campos, volume 5. Figura 42 – Vista geral do terreno, apresentado colinas de topos arredondados de baixa altitude e vales abertos com cobertura vegetal degradada. Fonte: RIMA Alphaville São José dos Campos, p. 20. Figura 43 – Vista geral do terreno, conjunto de colinas, tendo ao fundo a serra da Mantiqueira. Fonte: RIMA Alphaville São José dos Campos, p.22. Figura 44 – Pista de pouso existente no terreno, indicando a sua suave declividade, ao fundo o centro de São José dos Campos. fonte: RIMA Alphaville São José dos Campos, p.23.
Figura 45 – Vista de pequeno fragmento vegetal degradado, junto às áreas de pastagem. Fonte: RIMA Alphaville São José dos Campos, p.22. Figura 46 – Croqui das restrições ambientais do Loteamento 03. Fonte: autor do estudo com base no EIA/RIMA do Loteamento Alphaville São José dos Campos, volume 5. Figura 47 – Croqui do projeto urbanístico do loteamento 03. Fonte: autor do estudo com base no EIA/RIMA do Loteamento Alphaville São José dos Campos, volume 5. TABELAS TABELA 01 - LOTEAMENTOS APROVADOS PELO GRAPROHAB 1998-2005, NA UNIDADE DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS DO PARAÍBA DO SUL TABELA 02 – QUADRO DE ÁREA URBANIZADA E ÁREA TOTAL DO LOTEAMENTO RIO DOS PILÕES TABELA 03 – QUADRO DE USO E OCUPAÇÃO DO LOTEAMENTO VILLA BRANCA II TABELA 04 – DIMENSÕES DA REDE VIÁRIA PROPOSTA – LOTEAMENTO VILLA BRANCA II TABELA 05 – QUADRO DE ÁREAS - LOTEAMENTO ALPHAVILLE / SÃO JOSÉ DOS CAMPOS TABELA 06 - QUADRO DE ÁREAS COMPUTÁVEL LOTEAMENTO - ALPHAVILLE / SÃO JOSÉ DOS CAMPOS TABELA 07 - QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DE LOTES - LOTEAMENTO ALPHAVILLE / SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SIGLAS APM - Áreas de Proteção dos Mananciais APP - Áreas de Preservação Permanente BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento BIRD - Banco Mundial BNH – Banco Nacional da Habitação CCMA - Conselho Consultivo do Meio Ambiente CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo Consema – Conselho Estadual do Meio Ambiente CPRN - Coordenadoria de Licenciamento Ambiental e Proteção de Recursos Naturais
CRH - Conselho Estadual de Recursos Hídricos DAEE – Departamento de Águas e Energia DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica DAIA - Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental DEPRN – Departamento de Proteção dos Recursos Naturais DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral DPP - Departamento de Projetos da Paisagem DUSM – Departamento de Uso do Solo Metropolitano EAS - Estudo Ambiental Simplificado EIA/RIMA - Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Meio Ambiente EIV – Estudo de Impacto de Vizinhança EMPLASA - Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S/A FEHIDRO – Fundo estadual de recursos Hídricos GRAPROHAB – Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo LI - Licença de Instalação LO - Licença de Operação LP - Licença Prévia PNGC - Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro PRAD - Projeto de Recuperação de Área Degradada RAP – Relatório Ambiental Preliminar RFL - Reserva Florestal Legal RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo SEMA - Secretaria Especial de Meio Ambiente (nível federal) SERFHAU – Serviço Federal de Habitação e de Planejamento Urbano SH - Secretaria de Estado da Habitação SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente SMA - Secretaria do Meio Ambiente Estadual
1
INTRODUÇÃO
O reconhecimento do valor da paisagem como bem coletivo vem mobilizando
através do tempo as comunidades visando sua proteção, inicialmente com a
identificação e tutela pública de elementos isolados de valor julgado excepcional, por
sua importância artística ou histórica inequívoca, e mais recentemente com a defesa da
integridade de grandes sítios urbanos ou naturais, sujeitos a ação deletéria de agentes
de produção de espaço, desinteressados nos valores coletivos da paisagem.
No Brasil, poucas iniciativas de caráter pontual no período colonial foram
tomadas tendo como objetivo a proteção do patrimônio paisagístico, sendo
promulgados novos e mais adequados dispositivos legais com essa finalidade somente
após a proclamação da República. No entanto, estas primeiras normas, que buscaram
reconhecer o processo dinâmico e complexo das questões ambientais e paisagísticas,
mostraram-se não eficazes, por deficiência de seus dispositivos ou em virtude da
incipiente estrutura de gestão ambiental pública.
As transformações econômicas, políticas e culturais do início do século XX, que
demandaram reformulações profundas na estrutura e na atuação do Estado
contemporâneo, com a definição de novas normas de gestão da coisa pública,
mantiveram na formulação destas uma rebaixada consciência coletiva dos impactos
das atividades humanas sobre a natureza, como exemplarmente indica Magnoli em sua
reflexão sobre o progresso e a apropriação dos recursos naturais.
2
Nas últimas décadas do século XX ficaram mais claros os vínculos
entre o progresso, o desenvolvimento e a “dominação da natureza”;
entre o mundo moderno e a colonização dos homens “de natureza”; a
aceleração da urbanização mostra uma natureza que, para as
“periferias”, mais madrasta não pode ser; na revolução tecnológica
recente, impressiona, por sua evidência, o contraste entre a liberdade
de circulação de bens e mercadorias – “os fluxos” – e os entraves e as
barreiras, para a liberdade e circulação, fluxos também, de muitos dos
homens que, “colonizados” (de uma forma ou de outra, vêm de
diferentes “senzalas”), procuram territórios, regiões, países, tentam se
inserir na “Casagrande” (MAGNOLI, 2006, p. 2).
É dentro desse contexto que a legislação brasileira, já em 1937, pelo Decreto-Lei
25/37, estabelece normas de proteção da paisagem, nos casos de áreas de envoltórias
de bens tombados, inscritos como patrimônio histórico e artístico nacional, sendo esta
proteção ampliada em 1961, quando foram incluídas na legislação as paisagens
associadas ao patrimônio arqueológico e pré-histórico.
Não só nos países desenvolvidos, como também no Brasil, é vivenciada a partir
dos anos 60 do século passado uma ampliação da consciência ambiental, o que
resultou na edição de um conjunto de normas de proteção do meio ambiente, tendo
como marco referencial a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal 6.938,
de 31 de agosto de 1981).
Essa Legislação foi confirmada e fortalecida pela Constituição Federal de 1988 e
pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada no Rio de
Janeiro em1992, quando foi redigida e aprovada a Agenda 21, que define a agenda
ambiental básica a ser viabilizada no século XXI.
Esse processo tem como referência a Resolução Conama 001/1986, a qual
determina que os atos impactantes no meio ambiente, e, por decorrência, na paisagem,
passam a ser objeto de licenciamento prévio, o que pode resultar em sua proibição ou
3
autorização. Licenciamento que impõe aos empreendedores a obediência a limites,
restrições e medidas de proteção definidas no ato de sua concessão.
Destaca-se aqui que a paisagem, como resultado da interação de diferentes
fatores ambientais, tem sido avaliada de modo parcial, dando-se ênfase ora a um ora a
outro de seus componentes, características e valores, nos estudos ambientais
desenvolvidos para os licenciamentos previstos na legislação. Os critérios adotados
nos diferentes estudos ambientais para sua avaliação não obedecem a metodologias
semelhantes ou comparáveis. Fica indicada por este motivo a necessidade de um
exame detalhado dos instrumentos legais existentes, enfocando os conceitos presentes
em sua formulação e sua aplicação no licenciamento de atividades e empreendimentos
produtores de novas paisagens, possivelmente causadores de impactos significativos
na paisagem preexistente.
A pesquisa aqui desenvolvida busca contribuir para o estudo da paisagem,
identificando e apreciando o mérito e limitações dos instrumentos legais de sua
proteção, os métodos de avaliação e os critérios sustentáveis de possíveis intervenções
urbanísticas.
Este estudo tem como fio condutor o entendimento de que a geração de novas
áreas urbanizadas resulta necessariamente em novas paisagens, situação que
demanda a busca de respostas às questões envolvendo a produção da paisagem
urbana decorrente de novos parcelamentos do solo. E essa busca deve abranger
desde a concepção e o desenvolvimento até a implantação e a operação desses novos
projetos, indicando-nos a necessidade de pesquisar as interfaces existentes entre a
proteção do meio ambiente e da paisagem e o desenho urbano.
A legislação ambiental brasileira vigente trouxe, à produção do espaço urbano,
novas questões que muitas vezes ficaram fora das formulações urbanísticas
predominantes na primeira metade do século XX, tais como as envolvidas na
preservação de bens naturais no ambiente construído. Projetos que possibilitem a
4
existência de áreas de preservação permanentes e as reservas florestais em áreas
urbanizadas, chamando a atenção para a importância da proteção do ambiente e da
biodiversidade nativa, constituem desafios importantes ao adequado equacionamento
das necessidades econômicas e sociais do homem urbano.
O trabalho foi desenvolvido adotando-se como método dois caminhos que
guardaram interdependência permanente, mas com enfoque distinto: um caminho de
cunho conceitual e outro de cunho empírico. O primeiro buscou, na abrangência dos
temas envolvidos, recortar e investigar os principais debates e avaliações acadêmicas
hodiernas, e o segundo visou a investigar, em casos emblemáticos, a aplicação dos
conceitos e a prática profissional de arquitetos e urbanistas na transformação e
produção da paisagem em loteamentos urbanos.
Para tanto, foram desenvolvidas as seguintes atividades:
• Avaliação do conceito de paisagem e de seus principais elementos constitutivos,
de acordo com a formulação adotada na legislação específica;
• Análise da inter-relação dos dispositivos legais de proteção da paisagem sob o
ponto de vista ambiental e urbanístico, na esfera federal e do estado de São
Paulo;
• Avaliação dos conceitos relativos ao parcelamento do solo urbano, tendo o
loteamento de grande porte, com área total acima de 100 hectares, como objeto
de estudo de caso;
• Identificação e discussão dos tratamentos teóricos dados aos conceitos expostos
por diferentes autores, considerados referências na formulação do pensamento
crítico acadêmico;
• Avaliação, como estudos de caso, da proteção e a produção da paisagem em
três loteamentos ambientalmente licenciados desde 1988, situados no vale do rio
Paraíba, no estado de São Paulo.
5
Os estudos de caso foram definidos tendo como ponto de partida a seleção de
loteamentos que obtiveram licenciamento ambiental prévio, na modalidade de
EIA/Rima, da Secretaria do Meio Ambiente do estado de São Paulo. Contou-se, para
isso, com a facilidade de estarem esses estudos ambientais disponibilizados para a
consulta na Biblioteca da Cetesb, o que viabilizou a pesquisa desenvolvida.
Destaca-se que, do total de 126 loteamentos ambientalmente licenciados por
EIAs/Rimas e RAPs, de outubro de 1988 a março de 2008, apresentados no Anexo A,
somente 28 foram enquadrados na modalidade EIA/Rima. Deste grupo, foram pré-
selecionados 5 empreendimentos situados na macropaisagem delimitada pela bacia de
drenagem do rio Paraíba do Sul, em sua porção paulista, tendo sido excluídos da
avaliação final 2 empreendimentos: um, destinado exclusivamente ao uso industrial, e o
outro, um condomínio residencial não implantado.
Para os casos estudados, foram realizadas as seguintes atividades:
• Avaliação dos diferentes compartimentos e unidades da paisagem das áreas
diretamente atingidas pelos loteamentos escolhidos para pesquisa;
• Avaliação das alterações da paisagem ocorridas com a implantação dos
loteamentos, relacionando-as com os impactos na paisagem previstos nos
estudos ambientais de seu licenciamento;
• Identificação e avaliação dos critérios e procedimentos adotados para a proteção
da paisagem na área de influência direta do empreendimento.
É importante salientar que as avaliações dos empreendimentos selecionados
tiveram como base, exclusivamente, os documentos contidos nos EIAs/Rimas
aprovados pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
7
1.1 CONCEITOS DE PAISAGEM
A conceituação da paisagem encontra uma gama bastante distinta de enfoques,
obedecendo aos objetivos e interesses das áreas de conhecimentos que a formulam.
Para a História, a paisagem é a estratificação do trabalho social que se
sucede sobre o território.
Para a Psicologia, é a impressão, a emoção despertada no homem
pelo conjunto das condições sensíveis do seu ambiente de vida.
Para a Antropologia Cultural, é a manifestação exterior da atividade
social, ligada às características dos instrumentos culturais que as
sociedades possuem (LEITE, 1992, p. 43).
A palavra “paisagem”, definida por Aurélio Buarque de Holanda como “espaço de
território que se abrange num lance de vista”,1 aparentemente responde ao senso
comum, porém, na verdade, esta definição relaciona três conceitos cuja teorização é
bastante complexa: a percepção visual, a temporalidade e o território. Como pondera
Leite, “a percepção do tempo, do espaço e da natureza muda com a evolução cultural,
o que exige a procura de novas formas de organização do território que melhor
expressem o universo contemporâneo, [...]” (LEITE, 1992, p. 1).
Entendemos a percepção como resultado de um registro sensível passando por
um filtro cultural, que se vincula ao processo histórico do observador. Milton Santos
explicita com precisão esse processo:
1 Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Pequeno dicionário brasileiro da língua portuguesa. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1985.
8
A percepção é sempre um processo seletivo de apreensão. Se a
realidade é apenas uma, cada pessoa a vê de forma diferenciada;
dessa forma, a visão pelo homem das coisas materiais é sempre
deformada. Nossa tarefa é a de ultrapassar a paisagem como aspecto,
para chegar a seu significado, a percepção não é ainda o
conhecimento, que depende da interpretação e esta será tanto mais
válida quanto mais limitarmos o risco de tomar por verdadeiro o que é
só aparência” (SANTOS, 1994, p. 62).
Fruto dessa complexidade teórica, verifica-se que a palavra “paisagem” quase
sempre não se basta para circunscrever seu significado, ou amplitude, e, quando
empregada, frequentemente é acompanhada de um adjunto, que a situa no assunto em
tela, gerando locuções como “paisagem urbana”, “paisagem rural”, “paisagem cultural”,
“paisagem natural”. É por este motivo que Leite argumenta:
A evolução histórica dos conceitos e dos processos de projeto da
paisagem mostra uma permanente procura de formas que expressem a
integração e compatibilidade entre as manifestações econômicas,
científicas e artísticas da sociedade. Intervenções que refletem de perto
certos padrões estéticos e culturais, cuja origem dificilmente pode ser
situada em cada um destes campos de conhecimento isoladamente
(LEITE, 1992, p. 24).
Da avaliação da legislação brasileira vigente, verifica-se que o conceito de
paisagem dominante atende a uma visão simplificada das questões envolvidas em seu
entendimento e fruição, resumindo a paisagem aos atributos estéticos do meio
ambiente, ficando assim reforçada a valoração de seu cunho cultural, mesmo quando
se refere à paisagem entendida como natural.
A razão para esta falta de precisão talvez repouse na dificuldade de
avaliar a paisagem simultaneamente do ponto de vista funcional e
estético, ou na dificuldade de criar paisagens que expressem a
conexão entre a história natural e a história cultural do lugar,
9
respondendo, ao mesmo tempo, às necessidades sociais de mudança
(LEITE, 1992, p. 2).
Pode-se atribuir a essa dificuldade conceitual o fato de que a expressa proteção
do Estado sobre a paisagem recai, historicamente, somente sobre casos notáveis e
extraordinários, quase sempre elencados e selecionados por conselhos de
excelência.
A Política Nacional do Meio Ambiente indica, em suas diretrizes, critérios e
formas de proteção dos elementos ambientais que diretamente participam da
constituição da paisagem natural e cultural, estendendo desta forma, mesmo que
indiretamente, todas as normas de gestão dos entes ambientais à tutela pública e
coletiva da paisagem.
A tutela da paisagem deverá ter como alicerce todo o arcabouço normativo da
proteção do meio ambiente, pois, segundo Landim e Leite,
A paisagem pode ser entendida como as relações entre o homem e o
meio ambiente. Dessa forma, o espaço, entendido como campo de
trabalho da paisagem, pode ser definido como um reflexo dessa
relação homem/meio ambiente; e a cidade, por sua vez, pode ser
considerada o maior exemplo de como o homem interage com o meio
ambiente. Em resumo, a paisagem seria resultante dos processos
naturais, do meio ambiente; e das condicionantes socioeconômicas e
culturais. (LANDIM, 2004, p. 32).
A paisagem é uma representação desta realidade e dos elementos que
a compõem. O que é representado na paisagem é decorrência da
interação entre sociedade e natureza. (LEITE, 1992, p. 45).
Para o desenvolvimento do estudo, no que se refere à avaliação da paisagem e
das normas nela incidentes, adotaram-se duas abordagens conceituais, elaboradas por
este estudo com base nas considerações teóricas acima apresentadas:
10
a do conceito ambiental, que entende a paisagem como o resultado da interação
sistêmica dos diferentes componentes dos meios do ambiente, tais como, no
meio físico, o relevo, o clima, as águas superficiais, o solo; no meio biótico, a
vegetação e a fauna associada; e no meio antrópico, os espaços construídos, os
processos históricos de ocupação, a estrutura urbana, as redes de infra-
estruturas, a presença de pessoas, sua mobilidade; e
a do conceito cultural, que entende a paisagem como a percepção visual do
ambiente, percepção esta que é fruto da avaliação, filtrada culturalmente, de seu
observador, identificados seus valores culturais, cenográficos e estéticos, e
tendo como referência os pontos ou percursos notáveis de observação e fruição,
as possibilidades e problemas visando uma intervenção ali, com a alteração e
produção de uma nova paisagem.
1.2 CONCEITO DE LOTEAMENTO
Historicamente o processo de urbanização tem pressuposto a implantação de
loteamentos, que resultam em áreas habilitadas a novos assentamentos humanos,
atendendo assim demandas espaciais e funcionais oriundas de diferentes atividades
econômicas, causa e resultado do fato urbano.
Os loteamentos são entendidos pelo senso comum como empreendimentos
imobiliários de produção de lotes. Mas esta definição não se mostra adequada, pois
outros empreendimentos urbanos também resultam em lotes, tais como o desdobro e
os desmembramentos. A norma brasileira somente a partir de 1979 irá definir com
clareza os conceitos referentes aos empreendimentos dessa natureza, por meio da Lei
Federal 6.766, que trata dos parcelamentos do solo urbano. Neste sentido, parece-nos
oportuna a apresentação das definições aí contidas.
11
O loteamento na norma federal é entendido como a subdivisão de gleba, área
não anteriormente parcelada, em lotes destinados a edificação, necessariamente com a
abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento,
modificação ou ampliação das vias existentes; denomina-se desmembramento a
subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema
viário existente, desde que não implique a abertura de novas vias e logradouros
públicos, nem o prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes; o
desdobro é a subdivisão de lotes já resultado de processo anterior de parcelamento do
solo.
Equipamentos urbanos são entendidos como a infra-estrutura básica dos
parcelamentos, incluindo nesta modalidade as redes de abastecimento de água,
serviços de esgotos, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado,
energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação (redação dada pela Lei nº
11.445, de 2007). Já os equipamentos comunitários são os equipamentos públicos de
educação, cultura, saúde, lazer e similares.
Os parcelamentos urbanísticos do solo deverão obedecer às normas
urbanísticas municipais, de acordo com determinações constitucionais, que delegam
com exclusividade a ordenação do solo urbano ao ente municipal ou distrital.
Para tanto ficou definida na legislação federal anteriormente citada a
necessidade da fixação, pelo poder executivo municipal, das diretrizes urbanísticas2
que irão possibilitar a elaboração dos projetos de parcelamento, garantindo assim sua
adequada interação e interligação espacial e funcional com a cidade existente, em
obediência aos planos urbanísticos vigentes e os projetos urbanos em implantação.
2 A lei federal define as diretrizes urbanísticas municipais ou distritais como o conjunto de diretrizes, fornecidas pelo poder público, que estabelecem, para o projeto de parcelamento do solo, o uso do solo, o traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário.
12
É importante avaliar o conceito do loteamento fechado, que representa uma
constante no processo de urbanização recente e resulta em paisagens bastante
criticadas, por seus altos muros, pelo cerceamento à livre circulação das pessoas e
pela má integração aos setores correspondentes da cidade. Estes empreendimentos,
na maioria dos casos, são loteamentos regularmente aprovados e cartorialmente
registrados dentro das disposições da Lei 6766/1979, que obtiveram autorização
precária do poder público local, por força de norma específica ou não, para exercer o
controle, por meio de cercamentos e portarias, da circulação de veículos e pessoas nas
áreas públicas intramuros, havendo também os que assim operam sem nenhuma
autorização pública.
Cumpre anotar que, de acordo com a legislação vigente, as áreas públicas
resultantes dos loteamentos ou desmembramentos são bens de uso comum do povo,
não constituindo espaços de domínio patrimonial do poder público, e seu uso deverá
ser amplo e universal, residindo neste fato a ilegalidade dos fechamentos existentes.
Nos casos regulados por lei municipal, quase sempre se mostra como
necessária a constituição de associação de moradores, que receberá a título precário, a
permissão de uso e a tutela dos bens públicos, tendo quase sempre como contrapartida
a responsabilidade de, a custos próprios, desenvolver ações de manutenção, reparo e
fiscalização destas áreas, bem como de alguns serviços públicos, tais como a limpeza
pública.
É bastante comum verificar a denominação de condomínios sendo aplicada
impropriamente aos loteamentos fechados. Este erro conceitual talvez explique a ampla
aceitação coletiva dos fechamentos, podendo-se nesses casos entender que se trata
de área exclusivamente privada, portanto, com direito indiscutível de seus titulares
procederem ao controle do acesso a seu interior.
Destaca-se que os empreendimentos imobiliários verdadeiramente concebidos e
aprovados como condomínios não resultam em lotes, de acordo com a legislação
13
federal, tendo sua área subdividida em fração ideal, como qualquer condomínio, seja
em área urbana ou rural. Outro fato importante é que um condomínio urbano tem
necessariamente de projetar e executar suas edificações. Os casos que não atendem
esta norma estão se valendo de expedientes administrativos para este
descumprimento, estando sujeitos a questionamentos jurídicos.
1.3 CONCEITO DE PROTEÇÃO
Neste estudo, entende-se como proteção o conjunto de normas e ações
referentes à tutela de um bem pelo Estado ou pela coletividade. Desta forma, o
conceito incorpora todas as ações de gestão pública e de controle social, entendendo
que as ações públicas deverão ser baseadas norma específica de competência e dever
definida em lei, e que ações coletivas deverão basear-se em direitos e deveres
definidos por matéria constitucional.
A Constituição de 1988 estruturou e determinou ao Estado e à sociedade
brasileira a tutela de bens e valores ambientais, que tem características bastante
inovadoras no direito brasileiro, uma vez que se desvincula do instituto da posse e da
propriedade, incluindo assim na legislação brasileira o conceito dos direitos difusos.
Os bens ambientais tutelados pelo Estado e pela comunidade têm na Política
Nacional do Meio Ambiente sua norma principal, e os atos de proteção nela baseados
incluem a preservação, a melhoria e recuperação do meio ambiente.
A gestão ambiental instituída pela Política Nacional do Meio Ambiente, que por
norma constitucional tem como princípio basilar a garantia adequada ao pleno
desenvolvimento socioeconômico do país, ao atendimento dos interesses da segurança
nacional e da proteção da dignidade da vida humana, entende o meio ambiente como
um patrimônio público, que deverá ter seu equilíbrio ecológico assegurado e protegido,
tendo em vista seu uso coletivo.
14
Dessa forma, as ações de proteção incorporam em suas formulações as
seguintes questões: a racionalização, o planejamento e a fiscalização do uso desses
bens; a proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; o
controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente poluidoras ou
degradadoras; o incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais; o acompanhamento do estado da
qualidade ambiental; a recuperação de áreas degradadas; e a educação ambiental em
todos os níveis de ensino, entre os quais a educação da comunidade, objetivando
capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente.
A proteção do meio ambiente e, por decorrência, da paisagem apoia-se em
princípios do Direito Ambiental Brasileiro, elencados por Machado (2006), aqui
organizados e avaliados a seguir por ordem de prevalência, adotando-se a visão
antropocêntrica vigente na ordenação jurídica brasileira, ou seja, avaliando o ambiente
e suas normas legais sob a prioridade da proteção e preservação da vida humana, em
consonância com a maioria dos tratados internacionais assinados pelo país e as
legislações de diferentes Estados soberanos:
• Princípio do direito à sadia qualidade de vida
O direito à vida tem sido tratado nas constituições modernas, após a Revolução
Francesa, como direito do indivíduo. Com o processo de modernização do Estado e a
incorporação dos novos deveres, verifica-se nos textos constitucionais e nas normas
deles derivadas o conceito de “direito à qualidade de vida”.
Exige-se, como princípio de justiça social, o direito individual à qualidade de vida,
entendendo-se como qualidade de vida a socialização ou a ampliação do acesso, de
todos os cidadãos, às vantagens e benefícios decorrentes do domínio tecnológico
disponível e já desfrutado por parcelas crescentes do corpo social (MACHADO, 2006).
15
Na Declaração de Estocolmo de 1972, resultado da Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente, ficou definido, no Parágrafo I, como direito fundamental
do homem, “adequadas condições de vida, em meio ambiente de qualidade [...]”, assim
como na Declaração do Rio de Janeiro de 1992, resultado da Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, estabeleceu, também no
Parágrafo Primeiro, que os humanos têm direito a uma vida saudável.3
Como se verifica, a busca de qualidade de vida tem sido ponto de ação de
organismos internacionais e de sociedades civis organizadas, que a têm como móvel
para pressionar permanentemente os Estados, visto que este direito individual
necessita de gestão coletiva e da correspondente definição de deveres estatais na
promoção e garantia de seu pleno uso.4
• Princípio do acesso equitativo aos recursos naturais
A apropriação de elementos da natureza, para a preservação, proteção, abrigo e
segurança do homem, tem sido constante no processo de desenvolvimento econômico
e social. As atividades inerentes aos processos industriais, segundo Leite (1992),
notadamente no século XX, têm sido vorazes na apropriação de entes ambientais,
denominados, dentro de uma visão eminentemente econômica, simplesmente recursos,
ou seja, insumos disponíveis para uso e transformação.
Justamente por essa razão, a denominação “recurso ambiental” tem encontrado
resistência por parte de grupos de militância ambiental, pois incorpora em sua
concepção a disponibilidade a priori para a apropriação econômica.
A ampliação do conhecimento sobre o ambiente da Terra, bem como sobre a
relação sistêmica dos componentes naturais, indica-nos cautela quanto ao uso ilimitado
de entes naturais. Embora tal uso possa evidenciar-se, em alguns casos, como
3 Agenda 21, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92). 4 Annuaire de l’Institute de Droit International, Session de Strasbourg, V. 67, II, Paris, Édition A. Pedone, p. 478.
16
adequado no presente, caso visemos especialmente nosso futuro, parece tornar-se
cada vez mais recomendável, ao contrário, o não uso de tais entes, ou seja, sua
preservação estratégica.
Essa determinação é adotada em atendimento ao princípio do acesso equitativo
aos recursos naturais, hoje e para as futuras gerações. A consideração atual dessas
questões deve pautar-se por uma diretriz segundo a qual esse acesso deve ser objeto
de gestão coletiva que discipline sua extração ou captação, sua transformação, uso e,
quando for o caso, reposição.
Embora tendo o homem como centro das preocupações, as ações de
preservação e proteção do ambiente devem visar o desenvolvimento de processos
culturais sustentáveis, buscando nas atividades produtivas sua harmonia com a
natureza.
Como exemplo disso, citamos o acesso à água, regulado por diferentes normas
federais, das quais destacamos as disposições da Política Nacional de Recursos
Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,5 que
determinam para o acesso à água a necessidade de outorga de direito de uso, com o
objetivo de assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo
exercício dos direitos de acesso à água.
• Princípio da precaução
No princípio de precaução6 incluem-se, por parte da gestão pública, as ações de
proteção e prevenção de danos em um bem e as ações políticas, nesse mesmo
sentido, da sociedade.
5 Art. 11, Lei Federal 9.433/97. 6 Precaução aqui é entendida como “cautela antecipada”, do latim “precaution-onis”.
17
Como anteriormente assinalado, as normas de proteção de bens ambientais não
são recentes. Verifica-se que, de forma isolada, a água, a fauna, as florestas e outros
bens ambientais já se encontravam parcialmente protegidos desde os anos 30 do
século passado.
A novidade da legislação atual é a proteção integrada e sistematizada dos
diferentes componentes do ambiente, buscando a redução de antagonismos e conflitos
entre normas definidas de forma isolada, em tempos diferentes e obedecendo a
enfoques conceituais também distintos.
A Política Nacional de Meio Ambiente estabeleceu como seu objetivo central
compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a prevenção dos danos aos
recursos naturais e a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio
ecológico, tendo a meta de obter a utilização racional e a disponibilidade permanente
daqueles recursos.7 Conta para isso com o emprego, como instrumento de controle, da
avaliação dos impactos ambientais de forma antecipada, subordinada ao processo de
licenciamento ambiental de novas atividades ou à regularização de empreendimentos
preexistentes em modificação.
Esse princípio visa a utilização adequada dos bens naturais, com a minimização
dos riscos ambientais, assumindo uma posição de antevisão e busca de maior duração
do uso dos bens e aumento da qualidade de vida das gerações futuras.
• O Princípio 15 da Declaração do Rio de Janeiro, na Eco-92 (ou Rio-92), afirma que:
De modo a proteger o meio ambiente, o princípio de precaução deve
ser amplamente observado pelo Estado, de acordo com suas
capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis,
a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como
7 Incisos I e IV, Art. 4º, Lei 6.938/83.
18
razão para evitar medidas eficazes e economicamente viáveis para
prevenir a degradação ambiental.
• Princípio de prevenção
O princípio de prevenção compreende o dever de impedir ou evitar a
consumação de danos ao meio ambiente, incluindo para tanto ações antecipadas
visando a garantir a integral proteção dos bens ambientes diante de possível ação
degradadora e julgada irreversível. Este princípio incorpora em sua matriz geradora o
conhecimento científico e a pesquisa, pois, para prevenir, é necessário conhecer. “Sem
informação, não há prevenção”, reafirma Machado (2006, p. 82).
20
As cidades e o campo, se esta oposição é possível em uma sociedade urbana e
industrial, têm sediado questões ambientais com características diferentes: enquanto
nas primeiras, em que pouco de seus recursos naturais foi protegido, buscou-se o
controle de fontes de poluição e de degradação do meio ambiente urbano,
especialmente nas atividades industriais, que de forma bastante direta punham e põem
em risco a saúde e, por consequência, a vida de seus habitantes, no campo, a luta foi
por construir a proteção dos recursos naturais, sob a pressão da ocupação extensiva
do território por atividades extrativas, agrícolas e pastoris, além das impactantes
atividades de mineração e de exploração hidrelétrica.
As normas ambientais derivadas dessas questões, embora conexas, resultaram
em gestões historicamente distintas, quanto a níveis de competência, instituições e
agentes. A gestão dos problemas ambientais urbanos foi atribuída, por um critério de
competência, quase exclusivamente aos níveis locais e regionais (municípios e
estados), e as questões de controle dos problemas ambientais ficaram reservadas ao
nível federal.
Com a edição da Lei Federal 6.938, de 16 de agosto de 1981, definiu-se um
marco regulatório que englobou de forma sistêmica os diferentes entes federados, fato
este reforçado pela Constituição Federal de 1988, o qual resultou na ampliação da
gestão ambiental e na incorporação das normas tradicionalmente aplicadas ao campo,
caso do Código Florestal de 1961, às ações e aos empreendimentos urbanos.
O desenvolvimento deste capítulo busca apresentar como evoluíram no país as
normas ambientais e urbanísticas e suas inter-relações notáveis, entendendo que o
21
quadro ambiental se sofistica e incorpora novos conceitos e conhecimentos oriundos do
meio acadêmico e de centros não governamentais de pesquisa.
2.1 A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
A proteção e a recuperação do meio ambiente têm sensibilizado as sociedades
modernas e mobilizado, inicialmente de forma pontual, os agentes do Estado e a
sociedade organizada. Esta atuação até a metade do século XX foi setorial, tratando de
forma não integrada os problemas resultantes do manejo inadequado dos componentes
ambientais, sob a égide do crescimento econômico voltado para a produção de bens e
serviços.
O processo de ocupação do território brasileiro e o desenvolvimento de
atividades econômicas de extração e produção, seja no período colonial, como após a
Independência, apresentam exemplos emblemáticos da apropriação inadequada de
bens ambientais, resultando em desequilíbrios cujos efeitos perduram até os dias
atuais. Como casos conhecidos deste processo podem-se citar a destruição da Mata
Atlântica na costa nordestina, pelo ciclo da cana, de regiões das Minas Gerais, no ciclo
da mineração do ouro, do próprio vale do rio Paraíba do Sul, no ciclo do café, e mais
recentemente, com a industrialização, chamaram a atenção situações dramáticas como
a de Cubatão e cabe aqui apontar também, por que não?, São Paulo.
O Decreto 9.811, de 26 de novembro de 1887, que decidia sobre a multa
imposta à Companhia Rio de Janeiro City Improvements por haver lançado esgoto ao
mar, sem desinfecção, revela de forma cabal que os problemas ambientais eram
conhecidos, porém muito timidamente se organizava a Monarquia para enfrentá-los.
Com a proclamação da República, o Estado brasileiro pouco se ocupou de
questões ambientais, até a década de 1930. A Constituição de 1892, a primeira da era
republicana, limitou-se a formular as normas definidoras dos poderes republicanos e a
22
implementar a operacionalização do Estado política e administrativamente, com a total
proteção da propriedade privada, permitindo sua exploração de forma quase ilimitada.
A Constituição federal promulgada pela Constituinte de 1934 contempla a
modernização do Estado e, pela primeira vez, determina a proteção ambiental dos
monumentos históricos e naturais. Destacam-se como fatos precedentes o tombamento
federal da cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, e as legislações dos estados da
Bahia e Pernambuco, pioneiras de proteção ao patrimônio histórico.8
Dessa data em diante, gradualmente foram definidas novas normas de proteção
e gestão de componentes ambientais, principalmente as que tinham em vista a flora e
fauna, por meio da criação de parques nacionais e, posteriormente, com o tombamento
de vários bens históricos e culturais.9 Somente em 1961 foi editada a Lei Federal
3.924/1961, voltado para a proteção dos sítios arqueológicos, pré-históricos e do
patrimônio arqueológico.
A queda do Estado Novo e o novo ciclo de industrialização que se lhe seguiu,
tiveram por consequência a crescente urbanização do país, tornando-se agudos, em
algumas regiões, os problemas de natureza urbano-industrial.
No espaço de uma geração, jamais houve na história da humanidade
tal escala e profundidade de transformações sociais e culturais.
Manifestam-se com clareza em Tempo, Espaço e Forma (paisagens)
no “modernizar-se” da agricultura e nas novas urbanizações
(MAGNOLI, 2006, p. 10).
8 Decreto 22.928, de 12 de julho de 1933, que dispôs sobre o tombamento de Ouro Preto como
Monumento Nacional. A legislação de proteção do Patrimônio Histórico do estado da Bahia foi estabelecida em 1927 e a legislação de Proteção do Patrimônio Histórico do estado de Pernambuco, em 1928. 9 Lei 378 de 13 de janeiro de 1937, que define a nova organização ao Ministério da Educação e Saúde Pública, e cria o Serviço do Patrimônio Histórico Nacional.
23
Verifica-se, a partir da década de 50 do século XX, a edição de algumas normas
pontuais que procuram atuar visando à mitigação e ao controle de impactos ambientais
urbanos localizados, especialmente, no controle da poluição industrial.
Nos anos 60-70 destacam-se as normas de controle de atividades poluidoras ou
que causassem impacto no meio ambiente. Surgem os órgãos estaduais de controle
ambiental, voltados essencialmente para as atividades industriais e as mudanças
trazidas por ela no meio físico, especialmente no solo e no ar.
As repercussões negativas na saúde de trabalhadores e moradores vizinhos,
atingidos diretamente pelos efeitos negativos da produção industrial, ganham relevo na
mídia e potencializam ações políticas e sociais que irão desaguar nas atuais normas
ambientais.
Destacam-se no período grandes desastres ambientais ocorridos em áreas
industriais, como Bopal, na Índia, e a baía de Tóquio, no Japão. Essas tragédias
mobilizaram a comunidade internacional para a busca do equacionamento dos danos
ambientais e a conscientização sobre a escala dos problemas, que superam os limites
das tratativas tradicionais. Elas integram em sua avaliação os diferentes componentes
ambientais do meio e incluem na solução dos conflitos e inadequações a revisão ou
redirecionamento de políticas econômicas preconizadas pelas agências internacionais
de financiamento, a exemplo do Banco Mundial (BIRD) e do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID).
As conclusões de estudos desenvolvidos em 1968, que foram divulgados como
Programa do Clube de Roma, já apresentam o que talvez seja o embrião do conceito
de desenvolvimento sustentável, que será o centro do debate internacional nas
décadas posteriores.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, ocorrida em Estocolmo
em 1972, é um marco dessa tomada de consciência e do início da pressão
internacional sobre o Brasil para a adoção de uma legislação ambiental mais
24
abrangente, que enfrente os sérios desequilíbrios ambientais resultantes dos grandes
projetos do governo militar (como, por exemplo, o projeto da Rodovia Transamazônica),
os quais, ampliando as fronteiras econômicas do país, resultavam em forte impacto
sobre os ecossistemas frágeis e estrategicamente protegidos por seu isolamento.
Essa era a conjuntura em 1972, por ocasião da Conferência de
Estocolmo; esta, essencialmente, focalizava os problemas da pobreza
e a chamada explosão demográfica. Desmontado o pensamento
neomalthusiano (ao acoplar modernização das sociedades e transição
demográfica), viria a emergir a conexão que seria mais clara, mais
direta e mais transparente entre a questão ambiental e o
desenvolvimento (MAGNOLI, 2006, p. 3).
Ressalte-se que a Declaração de Estocolmo consagra em seu princípio primeiro
o direito fundamental do homem a “adequadas condições de vida em ambiente de
qualidade”, embora nela não sejam conceituados os parâmetros para precisar-se
“adequação” em relação a “condições de vida”, nem “qualidade” em relação a
“ambiente”. Desafio que todos enfrentarão, daí em diante, na formulação de políticas
públicas e na definição e planejamento de ações de pressão e de conscientização
ambiental por parte de grupos e organizações sociais de cunho não governamental.
O governo brasileiro, sob o regime militar, defendeu em Estocolmo o direito de
os países em desenvolvimento impactarem sem limitações o ambiente, justificando a
busca do crescimento econômico a qualquer preço, a reparação social a populações
em estado de pobreza profunda e a garantia a todos de bens e serviços compatíveis
com o padrão usufruído pelos países centrais, os chamados “desenvolvidos”. Esta tese
foi fortemente combatida pelos demais participantes da Conferência e não obteve
espaço ou confirmação no texto final da Declaração.
A forte pressão internacional teve, no entanto, consequências no Brasil,
resultando na criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema), pelo Decreto
Federal 73.030, de 30 de outubro de 1973, que, de forma tíbia, porém persistente, inicia
25
um trabalho de articulação interministerial e com a sociedade. Os esforços em torno
dessa organização civil e científica desembocarão, em 1981, na Lei Federal 6.938, que
define a Política Nacional do Meio Ambiente, o mais importante marco da atual
legislação ambiental.
Essa lei apresentava em sua formulação uma posição bastante avançada para a
época, incorporando uma visão sistêmica de meio ambiente, pondo-o sob a proteção
integral do Estado brasileiro e considerando como princípio, no inciso I, do Art. 2°, o
meio ambiente como “patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o seu uso coletivo”.
Nesse dispositivo sobrepõe-se o direito do uso coletivo (entende-se usufruto) do
meio ambiente sobre o direito individual, e esse documento determina ao governo
brasileiro o dever de implementar ações que visem “a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida”.
Para tanto, cria-se o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), que define
como deve ser a atuação dos diferentes níveis de poder público, local, estadual e
federal, contemplando também a participação da sociedade civil organizada como peça
fundamental na montagem e operação do sistema.
Com base nessa lei, temos a sistematização da gestão ambiental em todos os
níveis de poder, com a edição de novas disposições que compõem a legislação
ambiental vigente e que normatizam, entre muitas outras importantes questões, itens
gerais e específicos referentes à preservação e proteção do meio ambiente e, por
decorrência, à proteção da paisagem.
Cumpre salientar que a Constituição Federal de 1988, que contemplou, pela
primeira vez de forma explícita, o trato de questões ambientais, confirmou e deu base
constitucional às disposições exaradas na Lei 6.938, de 16 de agosto de 1981.
26
2.2 O LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Até o advento da Lei 6.938/1981 as questões relativas ao meio ambiente eram
tratadas de forma singular e isolada, verificando-se em ocasiões excepcionais a
integração das ações de agentes e a uniformização de procedimentos. Nota-se, na
análise da legislação precedente, a ausência de definição legal ou regular que, no trato
das questões ambientais, possibilite esta articulação.
A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, pela primeira vez na norma jurídica
federal, conceitua, como “meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas”.10
Por essa norma legal, a Política Nacional do Meio Ambiente deverá ter por
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida,
visando a assegurar, no país, boas condições ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,
atendidos os seguintes princípios: a manutenção do equilíbrio ecológico; a
racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; o planejamento e a
fiscalização do uso dos recursos ambientais; a proteção dos ecossistemas; o controle e
zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; o incentivo ao estudo
e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos
ambientais; o acompanhamento do estado da qualidade ambiental; a recuperação de
áreas degradadas; a proteção de áreas ameaçadas de degradação; e a educação
ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a educação da comunidade,
objetivando capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente.11
10 I, Art. 3°, Lei 6.938/1981. 11 Art. 2°, Lei 6.938/1981.
27
Entende-se que a constituição do Sisnama representa o reconhecimento público
da amplitude das questões afetas ao meio ambiente e consagra o sistema federativo,
possibilitando o envolvimento funcional e hierárquico dos entes federados e a
participação efetiva da sociedade organizada, como forma de operacionalizar as ações
de proteção do meio ambiente.
Deve ser destacado que o antigo Conselho Consultivo do Meio Ambiente
(CCMA), instituído pelo Decreto Federal 73.030, de 30 de outubro de 1973, que criou a
Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema), teve na prática papel inexpressivo na
formulação da política do meio ambiente.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente criado no SISNAMA, por outro lado, é
bastante forte e atuante, tendo, entre outras competências (Art. 8º, I, VI e VII), a
incumbência de estabelecer, mediante proposta do Ibama, normas e critérios para o
licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido
pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; de definir critérios e padrões relativos ao
controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional
dos bens ambientais.
• Dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, destacam-se três que
estão diretamente vinculados aos objetivos deste estudo (Art. 9º, III e V):
• A avaliação de impactos ambientais;
• O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; e
• A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo poder público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas.
28
2.2.1 O licenciamento ambiental O licenciamento constitui um instrumento que tem mostrado eficiência na
proteção do meio ambiente e, por decorrência, da paisagem. Suas normas e
metodologias estão em permanente processo de aperfeiçoamento, o que é viável em
face das características normativas e resolutivas do Sisnama, como podemos verificar
nos estudos de caso desenvolvidos no Capítulo 4 desta dissertação.
De acordo com a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, em seus artigos 10
e 11, a construção, instalação, ampliação e o funcionamento de atividades utilizadoras
de recursos ambientais consideradas poluidoras, bem como daquelas capazes de
causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento tanto de órgão
estadual integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) quanto, somente
em caráter supletivo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), perante o qual fica indicado de forma precípua o licenciamento de
atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional.
O órgão estadual do meio ambiente e o Ibama, este em caráter supletivo,
poderão, se necessário, determinar a redução das atividades geradoras de poluição
para dentro das condições e limites estipulados no licenciamento concedido.
Compete ao Ibama propor ao Conama normas e padrões para implantação,
acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior, que se
juntarão às que forem oriundas do próprio Conama.
Ficou determinado pela Política Nacional do Meio Ambiente que as ações de
licenciamento, registro, autorização, concessão e permissão relacionadas à fauna, à
flora e ao controle ambiental são de competência exclusiva dos órgãos integrantes do
Sistema Nacional do Meio Ambiente.12
12 Lei nº 9.960, de 28 de janeiro de 2000.
29
O licenciamento ambiental vem demandando regulamentações sucessivas no
âmbito do Conama, com a edição, até o momento, de oito resoluções – 01/1986,
06/1986, 09/1987, 011/1994, 237/1997, 279/2002, 334/2003, 377/2006 –, que
contemplam dispositivos específicos ou complementares.
A Resolução Conama 237/1997 fornece algumas definições que julgamos
importantes para o entendimento do processo de licenciamento, e por este motivo as
apresentamos a seguir:
I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o
órgão ambiental competente licencia a localização, instalação,
ampliação e operação de empreendimentos ou atividades utilizadores
de recursos ambientais que são considerados efetiva ou
potencialmente poluidores, ou daqueles empreendimentos ou
atividades que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental, levando em conta as disposições legais e regulamentares,
além das normas técnicas aplicáveis ao caso.
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle
ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa
física ou jurídica, ao localizar, instalar, ampliar e operar
empreendimentos ou atividades utilizadores dos recursos ambientais
considerados efetiva ou potencialmente poluidores, ou aqueles
empreendimentos ou atividades que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental.
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos
aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e
ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentados como
subsídios para a análise da licença requerida, tais como relatório
ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental
30
preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de
recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.
IV - Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental
que afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou
em parte, o território de dois ou mais estados.13
O licenciamento ambiental prévio torna-se obrigatório nas atividades referentes à
localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de
empreendimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais e considerados
efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os empreendimentos capazes, sob
qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento
do órgão ambiental competente.14
Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos referentes ao
parcelamento do solo e à implantação de distrito e pólo industrial, conforme definido no
item 8 do Anexo 1 da Resolução 271/1997. A licença ambiental para empreendimentos
e atividades considerados efetiva ou potencialmente causadores de significativa
degradação do meio dependerá de prévio Estudo de Impacto Ambiental e do respectivo
Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA/RIMA).
Os licenciamentos ambientais deverão obedecer à seguinte hierarquia de
competência:15
• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), o licenciamento ambiental de empreendimentos e
atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou
regional;
• Órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal, o licenciamento
ambiental dos empreendimentos e atividades:
13 Art. 1º, Resolução Conama 271/1997. 14 Art. 2º, Resolução Conama 271/1997. 15 Art. 7º, Resolução Conama 271/1997.
31
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um município ou em
unidades de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal;
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de
vegetação natural de preservação permanente e em todas as que
assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou
municipais;
III – aqueles cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites
territoriais de um ou mais municípios;
• Órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da
União, dos estados e do Distrito Federal, quando couber, o
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto
ambiental local e daquelas que Ihe forem delegadas pelo Estado por
instrumento legal ou convênio.
O poder público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as
seguintes licenças:16
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento
do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e
concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os
requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas
fases de sua implementação;
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do
empreendimento ou da atividade de acordo com as especificações
constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as
medidas de controle ambiental e demais condicionantes das quais
constituem motivo determinante;
16 Art. 8º.
32
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que
consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação.
2.2.2 Licenciamento ambiental no estado de São Paulo
O licenciamento ambiental no âmbito do estado de São Paulo é realizado pela
Secretaria Estadual do Meio Ambiente,17 desde 1986, constituindo um procedimento
administrativo em que se verifica a regularidade técnica e jurídica de atividade efetiva
ou potencialmente causadora de significativo impacto ambiental.
Na estrutura da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA) o processo de
licenciamento é realizado por duas instituições:
• Coordenadoria de Licenciamento Ambiental e Proteção de Recursos Naturais
(CPRN), a quem compete o controle das atividades e empreendimentos efetiva
ou potencialmente degradadores dos recursos naturais; e a
• Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), empresa de
economia mista, vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, que tem como
atribuição a preservação e o controle da poluição ambiental.18
São participantes do processo de licenciamento os seguintes órgãos vinculados
à SMA:
• Consema
• Câmara de Compensação Ambiental (CCA)19
17 A SMA foi instituída pelo Decreto Estadual 24.932/1986. 18 A Cetesb (criada em 1968) analisa pedidos de licença considerando fatores de poluição e emite pareceres sobre saneamento básico, além de aplicar a Lei Estadual 917/1976, referente à poluição ambiental, e o Decreto Estadual 8.468/1976, regulamentado pela Lei 997/1976 e pela Lei Estadual 1817/1978, definindo parâmetros para o zoneamento industrial.
33
• Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH)
• Comitês de bacia hidrográfica e o Fehidro20
• Departamento de Projetos da Paisagem (DPP)
• Ouvidoria Ambiental
Órgãos externos ao Sistema de Meio Ambiente que se manifestam na tramitação
de licenciamento:
• Departamento de Águas e Energia (Daee), que emite outorga de recurso hídrico;
• Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais (Graprohab);
• Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico
do Estado de São Paulo (Condephaat);
• Ibama;
• Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
A Coordenadoria de Licenciamento Ambiental e Proteção de Recursos Naturais
(CPRN) tem três departamentos:
• Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental (Daia), responsável pela
tramitação e aprovação dos Licenciamentos e Estudos de Impacto;21
• Departamento de Proteção dos Recursos Naturais (DEPRN), responsável pelos
licenciamentos e autorizações de supressão, manejo florestal e intervenção em
APP;22
• Departamento de Uso do Solo Metropolitano (DUSM), que analisa pedidos de
obras e atividades nas Áreas de Proteção dos Mananciais (APM).23
19 Analisa e propõe a aplicação dos recursos oriundos da compensação ambiental, com base na legislação específica: Lei 9985/2000, referente ao SNUC; Decreto 4.340/2002, regulamenta a Lei 9985/2000; Resolução 371/2006, dá diretrizes para cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle dos recursos de compensação. 20 Instância de recurso em caso de conflitos entre Comitês de Bacias. 21 Responsável pelo atendimento às Resoluções Conama 01/1986 e 237/1997. 22 Responsável pelo atendimento ao Código Florestal 4771/1965 e à Lei 11.428/2006, referente à Mata Atlântica.
34
No estado de São Paulo a definição da modalidade de estudo ambiental, dada
pelo órgão responsável, é feita relacionando-se o porte da atividade a ser licenciada
com seu potencial de impacto, a qual resulta na indicação de que seja feito um Estudo
de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto do Meio Ambiente (EIA/RIMA), um Relatório
Ambiental Preliminar (RAP), um Estudo Ambiental Simplificado (EAS) ou um Projeto de
Recuperação de Área Degradada (PRAD).
Pela legislação estadual de meio ambiente, entre outros, os seguintes
empreendimentos vinculados ao projeto urbanístico estão sujeitos a avaliação de
impacto ambiental: loteamentos residenciais, condomínios e conjuntos habitacionais,
distritos industriais, assentamentos rurais, marinas/estrutura de apoio à navegação e
parques temáticos e estruturas de lazer.
Visando o entendimento dos caminhos administrativos do processo de
licenciamento na SMA, apresentamos a seguir o fluxograma do licenciamento
elaborado pelo DAIA.
23 Responsável pelo atendimento às Leis Estaduais 898/1975, 1.172/1976 e 12.233/2006, voltada para a proteção dos mananciais, 9.866/1997, que dispõe sobre as zonas de proteção e recuperação das bacias hidrográficas, e o Decreto Estadual nº 9714/1977, que regula o uso do solo em APM.
35
Fluxograma do Licenciamento Ambiental Estadual
PT – Plano de Trabalho TR – Termo de Referência LP – Licença Prévia LI – Licença de Implantação LO – Licença de Operação
2.3 A LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E O PARCELAMENTO DO SOLO URBANO
As normas urbanísticas brasileiras, desde o período colonial, foram de
responsabilidade do poder público local, das câmaras distritais ou municipais. Os
dispositivos que estavam no âmbito da União não apresentavam ordenações gerais,
CONSULTA
PT
LP
PARECER TÉCNICO
AUDIÊNCIA PÚBLICA
COSEMA
LI
LO
LP INDEFERIDA
RAP EAS
EIA/RIMA
LP INDEFERIDA
TR
36
limitando-se a fixar normas voltadas especialmente às questões patrimoniais da terra,
de registro e desapropriações, sempre de forma pulverizada.
Só muito recentemente se verificou a edição de lei de maior abrangência, em
resposta ao dinâmico processo de urbanização do país. Foi o caso da Lei 6.766, de
1979, que definiu normas gerais para o parcelamento do solo urbano, e da Lei
10.257/2001, do Estatuto da Cidade, que regulamentou os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal de 1988, formulando as diretrizes da Política Urbana Nacional.
Merece destaque o texto constitucional pela primeira vez ter possibilitado a unificação
normativa no trato do fato urbano (SILVA, 2008).
A avaliação histórica da legislação urbanística brasileira indica que os preceitos
iniciais da ordenação do espaço urbano tiveram seu início, nas primeiras décadas da
ocupação européia do território, nos hábitos e costumes vigentes naquele novo
contexto geográfico, com certeza trazidos pelos colonos de sua experiência de além-
mar. Somente mais tarde essas regras foram incorporadas às determinações do
Direito, envolvendo questões simples como arruamento e alinhamentos. Esta
formulação tem respaldo nos trabalhos teóricos do arquiteto Murillo Marx, que destaca
o papel da Igreja Católica no desenho das cidades coloniais e das que surgiram no
Primeiro Império (MARX, 2003).
Aqui vale também destacar os encaminhamentos distintos dados na ordenação
jurídica pelas duas metrópoles ibéricas – Portugal e Espanha – e, por decorrência, na
relativa às vilas e cidades, em seus territórios coloniais. Enquanto a Espanha definiu
um detalhado códice específico de regulação das ações nas colônias, Portugal
manteve no Ultramar o mesmo direito luso aplicado na sede do Reino.
As Ordenações do Reino fixavam princípios básicos e genéricos sobre a
produção dos espaços urbanos, e indicavam que estabelecer regulamentos
urbanísticos eram encargo da autoridade local, a qual deveria garantir, aos moradores
das vilas, o “bem viver” (SILVA, 2008, p. 52).
37
Portugal em todo o período colonial preservava ainda em sua base jurídica as
Ordenações Filipinas, editadas por Filipe II de Espanha e passando a ter vigência em
território lusitano quando este, com a extinção da dinastia portuguesa, em 1580, foi
incorporado ao Império Espanhol. As Ordenações apresentavam normas genéricas
visando obter uma boa qualidade estética para as cidades, assegurar boas relações de
vizinhança e o direito de construir.
Destaca-se na literatura urbanística a Carta Régia de criação da capitania de
São José do Rio Negro, correspondente ao atual estado do Amazonas, que definia
regras para o desenho de sua futura capital, com a indicação de equipamentos públicos
básicos (igreja, praças, câmara, cadeia, etc.), e estabelecendo o alinhamento reto,
resultando em ruas largas e direitas, o tratamento estético das fachadas das
edificações e a reserva de área para a expansão urbana.
Dessa ordem geral procedeu o traçado em malha ortogonal nas vilas em cujo
desenho o poder público teve participação direta. O adro, ou terreiro da igreja, tem
importância maior nas povoações, e constitui um ponto focal da ordenação urbanística
colonial, em contraposição à tradição espanhola da praça de armas (REIS, 1999;
MARX, 2003).
Verificam-se no período, para casos específicos, algumas normas referentes à
ação de desapropriação pelo poder público e à obrigação de vender o imóvel a
terceiros, assim como aparece a instituição da autorização ou licença de construir,
visando a segurança, funcionalidade e estética das povoações.
A Constituição do Império não trouxe nenhuma novidade na área do Direito
Urbanístico. A competência da gestão urbana, reservada à administração de âmbito
local, foi mantida, ficando as ações das Câmaras delimitadas pela Lei 10.182, que
instituiu a necessidade de autorização e a responsabilidade da gestão das ações
urbanísticas locais, tais como nos casos das normas de servidões e caminhos públicos,
dos alinhamentos, da limpeza, da iluminação pública, da abertura de vias públicas, da
38
implantação de cais e praças, da manutenção de próprios públicos, calçadas, fontes,
aquedutos, chafarizes, poços, tanques e outras obras de uso comum dos habitantes.
Visando o saneamento ambiental havia normas imperiais que determinavam a
criação de cemitérios fora dos recintos das igrejas, a execução de drenagem de
pântanos e das águas infectas nas áreas urbanas, o asseio de currais e matadouros
públicos e a localização mais adequada de curtumes, depósitos de rejeitos e lixo. Da
mesma forma, normas foram editadas objetivando o controle das edificações e de
ações degradadoras do solo urbano, o controle de ruídos e da propagação de
obscenidades contra a moral pública, a construção e reparo das estradas e caminhos,
com plantações de arvores a seu redor, tendo como alvo sua preservação e a
comodidade de passantes, tanto pessoas como animais.
Em Ato Adicional à Constituição do Império foram criadas as Assembléias
Legislativas Provinciais, com competência para legislar sobre alguns assuntos de
interesse urbanístico, tais como a desapropriação por utilidade pública, no âmbito
municipal e provincial, e a construção de obras públicas e estradas interurbanas.
O instituto da desapropriação vem consolidar a norma urbanística, com novas
leis feitas em 1826, 1836 e 1845, em crescente aperfeiçoamento e com a inclusão de
novas possibilidades de intervenção urbanística pública. A Lei 816 de 10 de julho de
1855 e sua regulamentação pelo Decreto 1.664 de 27 de outubro de 1855 tratam da
desapropriação para fins de implantação de estradas de ferro, da ação de interesses
capitalistas internacionais, predominantemente ingleses, e vinculam a construção da
rede ferroviária à aprovação de plano geral de obras, incluindo nele as intervenções
nas áreas urbanas afetadas, com seus imóveis privados e logradouros públicos.
Em seus primeiros anos a República pouco inovou em matéria urbanística,
apenas revisando e aprimorando o instituto da desapropriação, mas isso permitiu as
obras de renovação e saneamento urbano do Distrito Federal, em 1903.
39
As constituições federais,24 até a de 1969, tradicionalmente delegaram à União a
competência de estabelecer o Plano Nacional de Viação Férrea e de Rodagem e deram
aos municípios a competência de disciplinar as funções urbanísticas locais.
Com a Lei 4.380, de 21 de agosto de 1964, a União, sob pressão do galopante
processo de urbanização, implanta pela primeira vez uma Política Nacional de
Desenvolvimento Urbano, que teve como agentes financeiros o Banco Nacional da
Habitação (BNH) e sociedades de crédito imobiliário e, como agente técnico, o Serviço
Federal de Habitação e de Planejamento Urbano (Serfhau).
As questões urbanas são agora entendidas como centrais no modelo de
desenvolvimento adotado na década de 1970, e assim o II Plano Nacional de
Desenvolvimento25 fixa, em seu Capítulo IX, diretrizes e objetivos visando o
desenvolvimento urbano nacional, o controle de poluição e a preservação do meio
ambiente, gerando ações, nos diferentes níveis de governo, que resultaram em
legislações urbanísticas específicas. A legislação de parcelamento do solo, pela Lei
6.766/1979, surge nesse momento histórico.
Por fim, a Constituição de 1988 inova no trato das questões urbanas,
primeiramente definindo o município como ente federado, com direitos, atribuições,
deveres e responsabilidades bastante precisas, e determinando em seus artigos
normas que irão possibilitar a criação do Estatuto da Cidade.
• Lei de Parcelamento do Solo
A Lei Federal 6.766 de 1979 inovou em matéria de legislação urbanística, visto
que essa matéria, na tradição normativa nacional, sempre foi de âmbito municipal,
tendo sido excepcionalmente tratada na esfera estadual nos setores relacionados a
saúde e higiene pública. Chamamos a atenção para o fato de que o nível federal
sempre se limitou às normas de registro imobiliário. 24 Constituições federais de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1969. 25 O II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), editado em 1974.
40
O forte processo de urbanização verificado a partir dos anos 60 do século XX
encontra as cidades sem capacidade técnica e política para fiscalizar e ordenar a
implantação de seus novos loteamentos, assim como sem base legal para uma
participação maior dos estados no licenciamento e controle dos empreendimentos
imobiliários.
A norma então vigente, o Decreto-Lei 58 de 1937, não possibilitava a adequada
gestão dos loteamentos, o que fazia com que a irregularidade fosse o caso mais
frequente. Em resposta a esta situação, a Lei 6.766 retira da esfera exclusivamente
administrativa o delito de promover o parcelamento irregular e passa-o para a esfera
penal. É um choque que irá modificar procedimentos e atitudes tanto dos
empreendedores como dos gestores públicos.
O processo de aprovação dos parcelamentos do solo passa a ser regulado por
uma norma federal, que também aponta passos mais precisos em sua tramitação.
Permanece com o município a responsabilidade final pela aprovação, que, porém,
deverá contar com a anuência de diferentes órgãos públicos da esfera estadual e, em
alguns casos, da federal.
Um projeto de loteamento inicia-se pela atenção a parâmetros fornecidos pelo
município, quando se verifica a localização do imóvel em face dos limites legais do
perímetro urbano, da área de expansão urbana ou de urbanização especial e são
fixadas as diretrizes urbanísticas para seu desenvolvimento.
Nesse momento é checado com o órgão municipal de Meio Ambiente a
modalidade de licenciamento que o empreendimento deverá receber. Na
impossibilidade desta resposta, o questionamento é feito ao órgão estadual. Obtida a
licença prévia ambiental, o empreendimento é analisado pelos órgãos estaduais
responsáveis pela observância de normas específicas. No estado de São Paulo, esse
procedimento é feito em um balcão único, denominado Grupo de Aprovação de
Empreendimentos Habitacionais (Graprohab), que atua desde 1991 e teve sua
41
regulamentação revista recentemente pelo Decreto Estadual nº. 52.053, de 13 de
agosto de 2007.
Após a anuência dos órgãos participantes do Graprohab, o projeto é
apresentado ao município para os trâmites finais de aprovação, e, somente após a
obtenção desta, poderá ser efetuado seu registro imobiliário e autorizada sua
comercialização.
A implantação do empreendimento ainda não está autorizada pela autoridade
estadual, devendo para isto ser providenciada a Licença de Implantação, com a
solução e equacionamento de todas as pendências e obrigações elencadas na Licença
Prévia. Pela norma vigente no estado de São Paulo, essa licença é obtida na Cetesb.
Uma vez implantado o loteamento, para sua ocupação deverá ser obtida, com a
Cetesb, a licença de operação ou funcionamento, quando será verificado se todas as
obras, dispositivos de mitigação ambiental e ações definidas nas fases anteriores foram
executadas ou estão em andamento.
2.4 A PROTEÇÃO DA PAISAGEM NA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E URBANÍSTICA
Como visto, as proteções normativas da paisagem estão dispostas em diferentes
dispositivos legais, que apresentam hierarquias distintas e definidas nos três níveis de
governo (federal, estadual e municipal), atendendo as competências previstas na
Constituição Federal de 1988, as hierarquias de nível e precedência das normas e a
estrutura de gestão do Sisnama.
Na dissertação a avaliação dos dispositivos específicos de proteção da
paisagem foi desenvolvida adotando-se duas vertentes de análise: 1º) nos dispositivos
que fazem referência clara e específica aos vocábulos “paisagem” ou “paisagístico” em
seus textos, e 2º) na identificação, no interior da legislação analisada, da proteção aos
42
principais componentes do meio ambiente, que compõem a paisagem natural ou
cultural, respectivamente, no meio físico, no meio biótico e no meio antrópico.
Para essa avaliação, foram estudados os dispositivos vigentes da legislação
ambiental e urbanística nos níveis federal e estadual do estado de São Paulo,
adotando-se como data-limite o dia 30 de abril de 2008. A fixação de uma data justifica-
se em face do fato de a legislação ambiental ser bastante dinâmica, com a edição
constante de novas normas e dispositivos, promulgados pelos diferentes órgãos e
conselhos participantes do Sisnama.
2.4.1 A proteção da paisagem de forma explícita
A Constituição Federal de 1988 determina expressamente, por diplomas legais
infraconstitucionais, a proteção da paisagem ou de seus atributos paisagísticos em
casos específicos, em que seus valores foram legalmente reconhecidos.
O Art. 23 da Constituição Federal determina, entre outras coisas, em seu inciso
III, como competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, proteger as paisagens naturais notáveis, sem, no entanto, definir esta
expressão.
O Art. 24, nos incisos VII e VIII, estabelece como competência da União, dos
estados e do Distrito Federal legislar concorrentemente visando à proteção ao
patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico, e à definição das
responsabilidades por danos a bens e direitos paisagísticos. Neste último caso, estão
incluídos os atributos da paisagem de bens tombados ou declarados como patrimônio
público.
A necessidade do reconhecimento legal do valor dos atributos paisagísticos é
bastante clara na norma constitucional, como se verifica no Art. 216, que classifica
43
como patrimônio cultural brasileiro, entre outros, os conjuntos urbanos e sítios de valor
histórico e paisagístico.
Nas normas infraconstitucionais verificamos diferentes situações que indicam a
proteção da paisagem:
- O Código Florestal define como função ambiental das Áreas de Preservação
Permanente (APPs), nos termos dos arts. 2º e 3º da Lei 4.771/1965, a preservação dos
recursos hídricos, da paisagem, da estabilidade geológica, da biodiversidade, do fluxo
gênico de fauna e flora, bem como a proteção do solo e a garantia do bem-estar das
populações humanas;26
- A Lei Federal 6.513/1977, que dispõe sobre a criação de Áreas Especiais e Locais de
Interesse Turístico, em seu Art. 1º, inciso V, considera de interesse turístico as áreas
especiais e os locais com bens de valor cultural e natural, protegidos por legislação
específica, e especialmente as paisagens notáveis. Mais uma vez a norma refere-se a
paisagens que apresentam atributos “notáveis”, deixando de oferecer a definição deste
reconhecimento por dispositivo legal específico;
- A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) não faz nenhuma referência
explícita à proteção da paisagem ou de bens paisagísticos, centrando sua
normatização na proteção lato sensu do meio ambiente e na proteção e no uso dos
recursos naturais;
- Na Lei Federal 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), em sua Seção IV, relativa aos
crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural, estabelece, nos artigos 63
e 64, que é crime alterar o aspecto ou a estrutura de edificação ou local especialmente
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor
paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico,
26 Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001.
44
etnográfico ou monumental, sem permissão da autoridade competente ou em
desacordo com a concedida, assim como promover construção em solo não edificável,
ou em seu entorno, assim considerado por seu valor paisagístico, ecológico, artístico,
turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem
permissão da autoridade competente ou em desacordo com a concedida;
- Na Lei Federal 10.257/2001, dentro das diretrizes gerais da Política Urbana apontadas
pelo Estatuto da Cidade, temos definida a proteção, preservação e recuperação do
meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico,
paisagístico e arqueológico,27 destacando-se a determinação de que na elaboração do
Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) deverão ser contemplados os efeitos positivos e
negativos do empreendimento ou da atividade quanto à qualidade de vida da população
residente na área e suas proximidades, incluindo a análise, entre outras questões, da
paisagem urbana e do patrimônio natural e cultural.28
- Na Lei Federal 7.661/1988 (Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC) e
seu decreto de regulamentação (Decreto 5.300/2004), dentro dos instrumentos de
gestão indicados no PNGC, está o zoneamento de usos e atividades na zona costeira,
que deverá dar prioridade à conservação e proteção, entre outros, dos monumentos
que integrem o patrimônio natural, histórico, paleontológico, espeleológico,
arqueológico, étnico, cultural e paisagístico brasileiro29. Da mesma forma o PNGC
determina que qualquer empreendimento na zona costeira deverá ser compatível com a
infra-estrutura de saneamento e o sistema viário existentes, devendo a solução técnica
adotada preservar as características ambientais e a qualidade paisagística.30
27 Art. 2º, XII. 28
Art. 37, VII. 29 Art. 3, inciso III, Lei 7.661/1988. 30 Art. 16, Decreto 5.300/2004.
45
2.4.2 A proteção da paisagem de forma implícita
Nas Normas constitucionais são protegidas pelo poder público as paisagens dos
seguintes bens ou espaços: bens declarados patrimônio público por norma
constitucional ou legislação infraconstitucional, por processo de tombamento ou
resolução com força de lei;31 bens da União conforme definidos pelo Art. 20 da
Constituição Federal, em seu incisos II, III, IV, VI, VII, X e XI; as terras devolutas
indispensáveis entre outras destinações à preservação ambiental definida em lei; os
lagos, rios e quaisquer correntes de água em terreno de domínio da União, ou que
banhem mais de um estado, ou sirvam de limites com outros países, ou que se
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, e os terrenos marginais aos bens
acima descritos; as praias fluviais,32 as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes
com outros países; as praias marítimas, as ilhas oceânicas e as costeiras;33 o mar
territorial, os terrenos de marinha e seus acrescidos; as cavidades naturais
subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; as terras tradicionalmente
ocupadas por índios; a faixa de até 150 quilômetros ao longo das fronteiras, que terá
seu uso e ocupação regulamentados por lei específica;34 sítios detentores de
reminiscências históricas dos antigos quilombos.35
Deverão ter sua paisagem protegida as áreas situadas em Unidades de
Conservação da Natureza e em suas faixas de amortecimento, definidas por seus
planos de manejo; assim como as áreas situadas em faixas envoltórias de bens
tombados, definidas pelo processo de tombamento; e as áreas situadas em zona
costeira e na orla marítima.
31 São declarados patrimônio nacional a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a zona costeira (§ 4º, do Art. 225 da Constituição Federal). 32 Dispositivo regulamentado por normas infraconstitucionais, no Decreto Federal 1265/1994, relativo à Política Marítima Nacional. 33 Excluídas as que contenham a sede de municípios, exceto as áreas afetas ao serviço público e à unidade ambiental federal. 34 Lei Federal 6.634/1979 e Decreto-Lei 1.135/1970. 35 Art. 216, da Constituição Federal.
46
Nas Normas Relativas aos Componentes da Paisagem do Meio Físico, temos as
seguintes situações:
- Paisagens protegidas em função de relevo – são protegidas integralmente as
paisagens com sua cobertura florestal situadas em APPs decorrentes de relevos com
fragilidade ambiental ou função ecológica essencial.36 Enquadram-se nesta categoria os
seguintes casos: topos de morros, montes, montanhas e serras; encostas ou partes
destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;
as bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa
nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais (redação dada pela Lei nº
7.803, de 18 de julho de 1989); áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos)
metros, qualquer que seja a vegetação (redação dada pela Lei nº. 7.803, de 18 de julho
de 1989); as florestas, situadas em áreas de inclinação entre 25 e 45 graus.37
- Paisagens protegidas em função da hidrografia – são protegidas integralmente as
paisagens, com sua cobertura vegetal natural, situadas em áreas de preservação
permanente em decorrência de bens hídricos,38 tais como ao longo dos rios ou de
qualquer curso d’água desde seu nível mais alto, leito maior, em faixa marginal definida
em função da largura dos cursos d’água;39 ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios
d’água naturais ou artificiais, em faixas de largura variável em função das
características e destinações do reservatório; nas nascentes, veredas, ainda que
intermitentes e nos chamados “olhos-d’água”, qualquer que seja sua situação
topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura.
Nas Normas Relativas aos Componentes da Paisagem do Meio Biótico, temos
duas situações relativas à cobertura vegetal e à fauna existente.
36 Art. 2°, Lei 4.771/1965. Consideram-se de preservação permanente, por efeito desta lei, as florestas e demais formas de vegetação natural associadas ao relevo. 37 Art. 10, Código Florestal. 38 Art. 2°, Lei 4.771/1965. 39 Redação dada pela Lei 7.803, de 18 de julho de 1989.
47
Quanto à vegetação temos:
- Proteção da paisagem decorrente da cobertura vegetal específicas em APPs - são
protegidas as paisagens e sua cobertura natural nas restingas, como função de
fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues,40 consideradas como APPs; assim
como as áreas com cobertura vegetal em áreas de preservação permanentes, quando
declaradas por ato do poder público; as florestas e demais formas de vegetação natural
destinadas41 a atenuar a erosão das terras, a fixar as dunas, a formar faixas de
proteção ao longo de rodovias e ferrovias, a auxiliar a defesa do território nacional a
critério das autoridades militares, a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor
científico ou histórico, a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; a
manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas, a assegurar condições
de bem-estar público.
- Proteção da paisagem por controle da supressão de vegetação - qualquer árvore
poderá ser declarada proibida de corte, mediante ato do poder público, por motivo de
sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-sementes.42
Assim como está proibida a exploração sob forma empírica das florestas
primitivas da bacia amazônica, que só poderão ser utilizadas em observância a planos
técnicos de condução e manejo a serem estabelecidos por ato do poder público.
São protegidas as paisagens das áreas de servidão ambiental, averbadas no
registro de imóveis competente, assim como as áreas situadas em Reserva Florestal
Legal, averbadas à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis
competente.
A vegetação da reserva legal não pode ser suprimida, podendo apenas ser
utilizada sob regime de manejo florestal sustentável. Para cumprimento da manutenção
40 Alínea f, Art. 2°, Lei 4.771/1965. 41 Art. 3°, Código Florestal. 42 Art. 7°, Código Florestal.
48
ou compensação da área de reserva legal em pequena propriedade ou posse rural
familiar, podem ser computados os plantios de árvores frutíferas ornamentais ou
industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em
consórcio com espécies nativas.
De acordo com a Lei 8.171/1991 (Política Agrícola), em seu Art. 99, a partir de
1992, todos os proprietários rurais estavam obrigados a recompor em sua propriedade
a Reserva Florestal Legal (RFL), prevista na Lei n° 4.771, de 1965, mediante o plantio,
em cada ano, de pelo menos um trinta avos da área total para complementar a referida
RFL. Este fato, não verificado até a atualidade, e sem a aplicação das punições
previstas, constitui claramente um passivo ambiental da área rural.
Quanto à Fauna temos:
A proteção da paisagem relativa à fauna, ocorre nas áreas consideradas de
preservação permanentes, quando assim declaradas por ato do poder público,
decorrentes de possuir florestas ou demais formas de vegetação natural destinadas a
asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção.
No Bioma Mata Atlântica está protegida, de acordo com Lei da Mata Atlântica, a
paisagem de áreas com vegetação primária ou nos estágios avançados de
regeneração, ficando determinados limites precisos para a supressão da vegetação nos
estágios avançado e médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica. Nas áreas
urbanas e Regiões Metropolitanas aplicam-se à supressão da vegetação secundária
em estágio avançado de regeneração as seguintes restrições: nos perímetros urbanos
aprovados até a data de início de vigência desta lei, a supressão de vegetação
secundária em estágio avançado de regeneração dependerá de prévia autorização do
órgão estadual competente e somente será admitida, para fins de loteamento ou
edificação, no caso de empreendimentos que garantam a preservação de vegetação
nativa em estágio avançado de regeneração em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento)
da área total coberta por esta vegetação, e atendido o disposto no Plano Diretor do
49
Município e demais normas urbanísticas e ambientais aplicáveis; nos perímetros
urbanos aprovados após a data de início de vigência desta lei, é vedada a supressão
de vegetação secundária em estágio avançado de regeneração do Bioma Mata
Atlântica para fins de loteamento ou edificação.
Nas Normas Relativas aos Componentes da Paisagem do Meio Antrópico
verificam-se paisagens protegidas em função do controle do uso do solo e de obras de
urbanização.
A política urbana definida pelo Estatuto da Cidade, que tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, indica
como uma de suas diretrizes a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente
natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e
arqueológico,43 adotando como instrumentos de proteção os estudos prévios de
impacto ambiental (EIAs) e os estudos prévios de impacto de vizinhança.
De acordo com o Decreto-Lei 25/1937 (Lei do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional), constitui patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis
e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. São também sujeitos a
tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importem
conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza
ou agenciados pela indústria humana.
Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou
reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser
mandada destruir a obra ou retirar o objeto (Art. 18, Decreto-Lei 25/1937).
43 XII, Art. 2°, Estatuto da Cidade.
50
Os sítios com bens arqueológicos também são protegidos e constituem bens da
União, tendo, portanto, sua paisagem e seu entorno imediato protegidos.
De acordo com a Lei 6.513/1977, são protegidos nos termos de sua
regulamentação as Áreas de Especial Interesse Turístico e os Locais de Interesse
Turístico, bem como os respectivos entornos de proteção e ambientação, definidos no
inciso Il do Art. 4º, em decorrência a sua paisagem.
São também protegidas as paisagens de áreas indígenas, consideradas bens da
União, e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
51
CAPÍTULO 3 – A GESTÃO AMBIENTAL E O PROCESSO DE APROVAÇÃO E LICENCIAMENTO DE LOTEAMENTOS DIANTE DAS QUESTÕES DA PROTEÇÃO
DA PAISAGEM
52
A gestão pública busca definir procedimentos padrão para o processo de avaliar
e aprovar empreendimentos de mesma natureza, visando uniformizar a tramitação e
aumentar a racionalidade no uso dos recursos humanos envolvidos. Dentro da área
ambiental verifica-se este princípio administrativo, com a definição de critérios de
enquadramento dos empreendimentos imobiliários quanto a sua potencialidade de
impacto sobre o meio ambiente. Salientamos que, como já foi dito anteriormente, no
Capítulo 2, a norma federal, independentemente de avaliação a priori, prevê, aos
loteamentos com área superior a 100 hectares, a obrigatoriedade de licenciamento
prévio na modalidade EIA/Rima. Os procedimentos de aprovação de loteamentos,
embora atendam as mesmas normas gerais de cunho federal, diferem quanto a seu
detalhamento em cada estado brasileiro. Tendo em mente esse pano de fundo, este
capítulo visa a apresentar as particularidades verificadas no processo de aprovação e
licenciamento dos loteamentos urbanos vigentes no estado de São Paulo.
3.1 O PROCESSO DE APROVAÇÃO E LICENCIAMENTO DE LOTEAMENTOS NAS DIFERENTES ESFERAS PÚBLICAS
Entre os diferentes instrumentos de gestão de meio ambiente, o instituto do
licenciamento ambiental tem sido de grande eficiência e vem alterando atitudes
empresariais e respostas técnicas de urbanistas. Isto, com certeza, deve-se ao fato de
a legislação ambiental exigir aquele licenciamento dos empreendimentos com alto
potencial de degradação, adotando-se para tanto procedimentos que apresentam
complexidades crescentes, em função do potencial estimado de impacto, sem prejuízo
dos demais procedimentos para obter aprovação de outros órgãos locais ou estaduais.
53
Esses procedimentos estruturam-se em dois grandes grupos, de certa forma
interligados: o primeiro inclui os de natureza urbanística, bastantes conhecidos por sua
antiga aplicação pelas municipalidades, tendo consolidação relativamente recente,
dada pela Lei nº 6.766/1979, e o outro grupo é composto por determinações oriundas
das normas de licenciamento ambiental já apresentadas no item 2.3.
A Lei Federal 6.766/1979 consagra, dentro da tradição urbanística brasileira, o
município como principal agente na aprovação de parcelamento do solo urbano,
instância em que começa e termina o processo administrativo, indicando para casos
precisos a obrigatória participação de órgãos públicos da esfera estadual e
eventualmente federal. A vinculação aos interesses locais de planejamento e gestão
faz-se inicialmente com a determinação de que os loteamentos para fins urbanos
somente sejam admitidos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização
específica, quando assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal.44
Essa disposição, que a princípio se mostrava adequada, pois vinculava a
implantação dos loteamentos aos demais regramentos da gestão urbana, buscando
assim a ocupação equilibrada do território municipal, mostrou-se inócua quando
perímetros urbanos foram definidos ou alterados obedecendo ao desejo e pressão dos
empreendedores imobiliários, e aproveitando a não existência de pré-requisitos para a
definição daqueles perímetros na legislação vigente. É importante salientar que,
quando editada a Lei 6.766/1979, as leis orgânicas dos municípios, redigidas pelas
assembléias legislativas estaduais, disciplinavam a delimitação das áreas urbanas, fato
alterado por determinação constitucional em 1998, com a elevação do município como
ente federado, passando a ter a competência exclusiva de ordenar o território urbano.
Com isso, os processos de alteração de perímetros urbanos intensificaram-se,
verificando-se, em alguns casos, a inclusão de todo o município no perímetro urbano.
Tem-se, neste momento, o reforço da alteração, observada na literatura urbanística, do
modelo de crescimento urbano polarizado pela sede municipal, e acelera-se,
44 Dispositivo expressamente dado pela Lei nº 9.785, de 29 de janeiro de 1999.
54
especialmente no estado de São Paulo, o processo de urbanização dispersa, em
moldes estudados por Reis (2006).
Queremos ressaltar que a legislação federal interpõe outros quesitos limitando a
implantação dos parcelamentos do solo, visando a segurança, saúde e economia dos
futuros moradores, tais como a proibição expressa de ocupação de terrenos alagadiços
e sujeitos a inundação; terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à
saúde pública, sem que sejam previamente saneados; terrenos com declividade igual
ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das
autoridades competentes; terrenos geotecnicamente frágeis, em que não se aconselha
a edificação; áreas de preservação ecológica; ou áreas nas quais a poluição torne as
condições sanitárias insuportáveis, vinculando seu uso e ocupação à aplicação dos
remédios que se fizerem necessários.
Outro aspecto importante da lei federal é a obrigatoriedade de fixação de
diretrizes urbanísticas pelo Poder Executivo municipal, antes da elaboração do projeto
de loteamento, sempre por solicitação do empreendedor. As diretrizes urbanísticas
deverão explicitar, para a área pretendida, os usos e ocupações legais do solo, assim
como dimensões mínimas dos lotes, diretrizes do sistema viário, localização de
espaços livres e de áreas reservadas para equipamentos urbanos e comunitários (Art.
6º, Lei nº 6.766/1979).
Com a edição do Estatuto da Cidade, muitos municípios acrescentaram, às
diretrizes urbanísticas, diretrizes ambientais, com exigência, em alguns casos, da
realização de estudos ambientais, na modalidade RIV ou EIA.
Essas diretrizes possibilitarão a integração do loteamento à estrutura urbana da
cidade ou núcleo urbano, e definirão o percentual e localização das áreas verdes e
institucionais e a possibilidade de receber em doação as áreas ambientalmente
protegidas para compor o sistema municipal de áreas verdes.
55
Quanto à aprovação final do projeto de loteamento e desmembramento, deverá
ser realizada pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, quando aí localizado,
por competência exclusiva definida no Art. 12 da Lei nº 6.766/1979, submetendo-se à
apreciação dos órgãos estaduais nas seguintes situações previstas em lei:45
I - quando localizados em áreas de interesse especial, tais como
as de proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico,
paisagístico e arqueológico, assim definidas por legislação estadual ou
federal;
II - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em
área limítrofe do município, ou que pertença a mais de um município, nas
regiões metropolitanas ou em aglomerações urbanas, definidas em lei
estadual ou federal;
III - quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000 m2
(um milhão de metros quadrados) ou 100 hectares.
No caso de loteamento ou desmembramento localizado em área de município
integrante de região metropolitana, o exame e a anuência prévia à aprovação do
projeto caberão à autoridade metropolitana.
Embora estejam em área urbana, algumas propriedades mantêm seus
cadastramentos originais no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), demandando, no ato de aprovação e licenciamento do novo loteamento, o
cancelamento do cadastro rural; neste caso, todas as alterações de uso do solo rural
para fins urbanos dependerão de prévia audiência do Incra, do órgão metropolitano, se
houver, da região em que se localiza o município, e da aprovação da Prefeitura
Municipal ou do Distrito Federal, quando for o caso, segundo as exigências da
legislação pertinente.46
45
Art. 13, Lei nº 6.766/1979, com redação dada pela Lei nº 9.785, de 29 de janeiro de 1999. 46
Art. 53, Lei nº 6.766/1979.
56
A anuência dos órgãos estaduais no estado de São Paulo é dada através do
Graprohab, anteriormente citado no item 2.3, que tem por objetivo centralizar e agilizar
os procedimentos administrativos de aprovação do Estado para empreendimentos de
parcelamento do solo, com fins residenciais, assim como conjuntos e condomínios
habitacionais, de iniciativa pública ou privada.
Participam do processo de anuência aos projetos de loteamentos apresentados
ao Graprohab os seguintes órgãos colegiados:
• SH – Secretaria de Estado da Habitação;
• SMA – Secretaria de Estado do Meio Ambiente;
• Cetesb – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental;
• Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo;
• Emplasa – Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S/A; e o
• DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica.
Em função da ocorrência de muitos loteamentos aprovados como condomínios,
especialmente para fugir do controle dos órgãos do Graprohab, entenderam a
Corregedoria de Registros Imobiliários e o governo do estado de São Paulo que havia
necessidade de análise e aprovação dessa modalidade de empreendimento por parte
do Graprohab.
De acordo com os regulamentos estaduais, é obrigatória a análise feita pelo
Graprohab dos seguintes novos projetos de parcelamento do solo e de núcleos
habitacionais urbanos a serem implantados:
- Projetos de loteamentos para fins habitacionais;
- Projetos de conjuntos habitacionais com abertura ou prolongamento de vias
públicas existentes;
57
- Projetos de desmembramento para fins habitacionais que resultem em mais de
10 (dez) lotes não servidos por redes de água e de coleta de esgotos, guias e sarjetas,
energia e iluminação pública; e
- Projetos de condomínios residenciais que se enquadrem em uma das seguintes
situações:
a) condomínios horizontais e mistos (horizontais e verticais), com
mais de 200 unidades ou com área de terreno superior a 50.000,00
m2;
b) condomínios verticais, com mais de 200 unidades ou com área
de terreno superior a 50.000,00 m2, que não sejam servidos por
redes de água e de coleta de esgotos, guias e sarjetas, energia e
iluminação pública; e
c) condomínios horizontais, verticais ou mistos (horizontais e
verticais), localizados em áreas especialmente protegidas pela
legislação ambiental com superfície de terreno igual ou superior a
10.000,00 m2.
Esses procedimentos têm garantido a efetiva participação dos órgãos do nível
estadual na aprovação e licenciamento de loteamentos, verificando-se uma pequena
atuação da União, o que só não se dá nos casos em que o interesse regional é
flagrante ou está sob expressa determinação legal. Destaca-se que o pedido de
anuência junto aos órgãos estaduais é de responsabilidade do empreendedor
3.2 A PROTEÇÃO E A PRODUÇÃO DA PAISAGEM NOS NOVOS LOTEAMENTOS
Como verificamos nos itens precedentes, em especial, no item 2.3, a
normatização dos novos loteamentos, por tratar-se de ocupação ou produção de
espaço urbano, está diretamente subordinada ao nível municipal da administração,
havendo determinações de ordem geral definidas pelo Estatuto da Cidade, que indica a
58
necessidade de proteção da paisagem, porém não estabelece, para tanto, critérios e
procedimentos detalhados.
A paisagem urbana é o resultado da incorporação de bens naturais,
especialmente o relevo e a hidrografia, do desenho a que se chegou pela implantação
da rede viária, com seu traçado, dimensões, hierarquias e padrões construtivos, dos
espaços livres e daqueles destinados aos equipamentos urbanos, as quadras, os lotes
e, finalmente, dos usos e ocupações do solo predominante, efetivados pelas atividades
e edificações inseridas no loteamento.
Também tradicionalmente, em muitos municípios, as normas locais foram e são
de cunho funcionalista e sanitarista, tendo como base as teorias urbanísticas
dominantes no Brasil a partir dos anos 20, as quais foram lidas e adotadas em parte
devido ao clamor provocado pelos graves problemas ambientais e de saúde coletiva
vividos pelas nossas cidades de então. Mas o problema dessas teorias, bastante
reforçadas pelo pensamento modernista, apresentado na Carta de Atenas, em 1933, é
que elas preconizam a alteração do meio ambiente natural em prol do novo modelo
urbano-industrial.
Dentro dessa tendência urbanística, as propostas de natureza estética quase
sempre se subordinam exclusivamente à segurança, higiene e funcionalidade da cidade
e de seus moradores.
Destacamos também o fato de que as tradicionais normatizações de ordem
estética da paisagem, que incluíam padrões e controle das fachadas dos edifícios,
tratamentos de calçadas e passeios cobertos, definição de gabaritos fixos por quadra
ou setor urbano, dominantes, por exemplo, na cidade neoclássica, passam por
alterações e abrandamentos na cidade moderna.
A cidade brasileira recebe com maior vigor a influência do urbanismo norte-
americano. O liberalismo econômico redesenha a cidade, fazendo do edifício o símbolo
59
da audácia do empreendedorismo capitalista, para o qual quanto mais alto e mais
diferenciado o edifício, tanto mais se manifestam o sucesso de seu empreendedor e a
pujança econômica da cidade. As cidades são então avaliadas, quanto a sua dinâmica
e padrão urbanístico, pela altura de seus edifícios, pelo tamanho de suas novas
“catedrais” de consumo, os shopping centers, em contraposição às cidades coloniais e
do período do Império, dominadas pelas torres e campanários de suas igrejas, em sua
maioria, modestas.
Na avaliação das normas urbanísticas locais no tocante aos novos loteamentos,
fato confirmado nos casos aqui estudados, frequentemente se verificam determinações
que, direta ou indiretamente, desenham a paisagem urbana, das quais se podem
elencar, como as mais recorrentes e efetivas na organização da paisagem, as
seguintes:
• Delimitação do perímetro urbano, da expansão urbana e de áreas de
urbanização específica, que indicam os sítios de interesse municipal de
ocupação;
• Definição de zoneamento de uso e ocupação do solo, com a
especificação das atividades permitidas e dos índices urbanísticos
caracterizadores da morfologia das ocupações nos lotes, do que podem,
graças a isso, resultar paisagens previsíveis;
• Definição da rede viária estrutural do município – a definição de seu
traçado e sua intensa relação como a geomorfologia do território –, que
estabelece uma associação direta com a paisagem construída e
condiciona as novas ocupações urbanas;
• Definição de regras de arruamentos, com hierarquias viárias, declividades
mínimas e máximas, dimensões das faixas de domínio (leitos carroçáveis
e calçadas), comprimentos de vias, dimensões e limites de quadras e
lotes, etc.;
60
• Percentual e localização de áreas destinadas ao uso comum do povo, em
que podem ser criados espaços livres ou áreas verdes e as áreas
institucionais;
• Definição de percentual computável de áreas de preservação permanente
ou de proteção ambiental integral, tais como reservas florestais e áreas de
compensação florestal, no total de áreas a serem doadas ao uso público;
• Definição do tratamento paisagístico das áreas verdes e das vias públicas.
Estas normas locais, embora interfiram na produção e na qualidade da paisagem
urbana, não têm sido utilizadas de forma diretiva e deliberada para este fim, assim
como, em nosso entendimento, a teoria urbanística não tem desenvolvido estudos para
avaliar em detalhes a eficácia delas na moldagem paisagística.
Destacamos o fato de que, assim como foi avaliado no item dedicado ao
licenciamento ambiental, para os loteamentos, não há previsão expressa de avaliação
de impactos sobre a paisagem pré-existente, bem como das relações do ambiente com
a nova paisagem construída.
62
Os estudos de caso aqui desenvolvidos visam a verificar na prática as
circunstâncias ou limites da aplicação da legislação incidente sobre a produção recente
de novos loteamentos urbanos, evidenciando sua eficácia na proteção das paisagens
pré-existentes e como balizadora na produção das novas paisagens urbanas.
4.1 RECORTE ADOTADO
O processo recente de urbanização do estado de São Paulo indica, no
espraiamento da Região Metropolitana de São Paulo, a existência de cinco vetores de
expansão, que são estruturados pelas principais rodovias do estado, a saber: vetor
Anhanguera/Bandeirantes, vetor Raposo Tavares/Castelo Branco, vetor
Anchieta/Imigrantes, vetor Dutra/Ayrton Senna/Carvalho Pinto e vetor Dom Pedro I. .
Adotamos como primeiro referencial para a escolha dos casos a serem
estudados a macropaisagem, ou paisagem regional, tendo como compartimento de
paisagem regional as áreas delimitadas pelas bacias hidrográficas definidas pela
Política Estadual de Recursos Hídricos, estabelecida na Lei Estadual 7.663/1991.
Da análise da compartimentação paisagística regional do estado de São Paulo,
verifica-se que o vetor que apresenta, mesmo com grande diversidade paisagística
local, a maior unidade regional é o Dutra/Ayrton Senna/Carvalho Pinto, localizado em
sua totalidade na bacia do rio Paraíba do Sul. A Figura 01 apresenta um mapa da
porção paulista da bacia hidrográfica em estudo.
63
Figura 01 – Imagem aérea da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, em sua porção paulista.
Fonte: Google - acesso em 1º de novembro de 2008.
O vale do Paraíba é um compartimento de paisagem fortemente marcado
pelas serras que compõem seus divisores de drenagem: ao sul, a serra do Mar, com
menor altura relativa ao curso d’água principal, e, ao norte, as altas escarpas da serra
da Mantiqueira, com as maiores altitudes do estado de São Paulo.
Sua ocupação e a paisagem resultante estão fortemente impactadas pelas
compartimentações físicas de seus terrenos, em que se pode associar com clareza
esta característica regional às diferentes fases econômicas e ao uso dos bens
ambientais do vale, em função de suas vantagens locacionais diferenciadas, visto ser
um corredor histórico de interligação entre espaços que sediaram importantes ciclos
econômicos do país.
64
Esse conjunto de características, mais as qualidades da macropaisagem, ou
paisagem regional, vale-paraibana justifica sua escolha como vetor de análise, no
processo de ocupação do território paulista recente.
Figura 02 - Vista geral do Vale do Paraíba, a partir da Serra da Mantiqueira,
tendo ao fundo os divisores do Alto Paraíba. Fonte: autor do estudo
65
Figura 03 - Vista da Serra da Mantiqueira. Fonte: autor do estudo
O vale do Paraíba é uma das regiões mais urbanizadas do estado, fruto de uma
evolução histórica bastante longa, que resultou de uma ocupação fortemente vinculada
à atração exercida pelos pólos metropolitanos do Rio de Janeiro e São Paulo.
O intenso processo de urbanização do vale do Paraíba teve como consequência
a ampliação dos núcleos urbanos de sua rede de cidades, com a consolidação de polos
regionais importantes, como São José dos Campos e Taubaté, mas é o processo de
conurbação ao longo da Via Dutra que caracteriza melhor a paisagem urbana regional
do vale.
Nas últimas décadas do século XX, novos loteamentos com destinações sociais
diferentes foram implantados na região. De acordo com dados fornecidos pelo
Graprohab, de 1998 até 2005, 85 loteamentos foram implantados na região, tendo
diferentes dimensões e destinações, apresentados, a seguir, na Tabela 01, de acordo
com a divisão por municípios da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos
(UGRH).
66
Tabela 01 - Loteamentos aprovados pelo Graprohab 1998-2005 Na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Paraíba do Sul n° Município total 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
01 Aparecida 0 02 Arapeí 0 03 Areias 0 04 Bananal 0 05 Caçapava 6 2 - 3 1 - - - - 06 Cachoeira Paulista 2 1 - - - - - - 1 07 Canas 0 08 Cruzeiro 1 - - 1 - - - - - 09 Cunha 0 10 Guararema 0 11 Guaratinguetá 3 2 - - 1 - - - - 12 Igaratá 0 13 Jacareí 14 2 6 5 - - - - 1 14 Jambeiro 0 15 Lagoinha 0 16 Lavrinhas 0 17 Lorena 2 1 - 1 - - - - - 18 Monteiro Lobato 0 19 Natividade da Serra 0 20 Paraibuna 0 21 Pindamonhangaba 9 2 2 3 1 - - - 1 22 Piquete 0 23 Potim 1 - - 1 - - - - - 24 Queluz 0 25 Redenção da Serra 0 26 Roseira 0 27 Santa Branca 1 - 1 - - - - - - 28 Santa Isabel 0 29 São José do Barreiro 1 - - 1 30 São José dos
Campos 26 3 2 8 3 - - - 10
31 São Luís do Paraitinga
0
32 Silveiras 0 33 Taubaté 18 3 5 3 2 - - - 5 34 Tremembé 1 1 - - - - - - -
Total
85
17
16
26 8
-
-
-
18
Fonte: http://www.abci.org.br/padfs/ Tabela_ GRAPROHAB2004.pdf e http://www.abci.org.br/padfs/ Tabela_ GRAPROHAB2005.pdf. Acesso em 21de fevereiro de 2008.
Visto que a análise do conjunto desse universo foge dos objetivos deste estudo,
buscamos identificar aqueles parcelamentos que, por suas características,
possibilitassem avaliar a aplicação das normas ambientais e urbanísticas de proteção
67
da paisagem e as soluções urbanísticas adotadas, assim como as medidas mitigadoras
preconizadas em seus licenciamentos e aprovações.
As modalidades de parcelamentos que melhor atendiam os requisitos acima, por
disponibilidade de dados e facilidade de acesso ao mesmo, foram os loteamentos
objeto de licenciamento ambiental por EIA/Rima na Secretaria do Meio Ambiente do
estado de São Paulo, uma vez que todas as peças que compõem seus estudos
ambientais, por norma legal são de consulta pública e encontram-se depositadas na
biblioteca da sede da Cetesb, em São Paulo, capital.
Para subsidiar este estudo, foi solicitada ao Departamento de Avaliação de
Impacto Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente a relação dos loteamentos
licenciados nas modalidades RAP e EIA/Rima, constante do Anexo A. As informações
fornecidas pela SMA foram organizadas por Unidade de Gerenciamento de Recursos
Hídricos e estão apresentadas no Anexo B.
Da documentação obtida, foram identificados 9 loteamentos licenciados no
período de 1991 a 2008, que podem ser assim distinguidos por modalidade de uso: 4
loteamentos industriais, 3 residenciais, 1 misto (residencial e industrial) e 1 condomínio
residencial, apresentados detalhadamente no Anexo B.
Optamos, nesta pesquisa, pela avaliação dos 3 loteamentos residenciais, por
estes apresentarem maior variedade de questões relativas à alteração/produção da
paisagem e de alternativas de desenho urbano, descartando-se a avaliação do
condomínio residencial por não ter sido implantado até a data de referência deste
estudo, abril de 2008.
Serão, portanto, analisados os EIA/RIMAs dos seguintes loteamentos:
Loteamento Rio dos Pilões, em Santa Isabel, Loteamento Villa Branca II, em Jacareí, e
o Loteamento Alphaville São José dos Campos, em São José dos Campos, dos quais
serão verificados os critérios adotados na identificação e proteção da paisagem e sua
68
relação com o projeto urbanístico. A Figura 4 apresenta a localização regional dos
loteamentos estudados.
Figura 4 – Localização regional dos loteamentos estudados – Fonte: Google Maps - acesso em 1º de novembro de 2008 e localização dos loteamentos com base nos EIAS RIMAs pesquisados
4.2 O VALE DO PARAÍBA E SUA PAISAGEM A análise integrada da paisagem do vale do Paraíba encontra dificuldades,
diante da variedade de compartimentos paisagísticos da região. Por este motivo,
adotamos neste estudo a forma usual de avaliar suas características pelos diferentes
meios que compõem seu ambiente.
Loteamento 01 Loteameto 02
Loteamento 03
69
4.2.1 O meio físico na paisagem do vale do Paraíba
O vale do Paraíba integra o planalto Atlântico e tem como especificidade
geomorfológica um relevo que segue, em suas linhas mestras, rigoroso paralelismo
com a linha da costa, tendo vales e cristas serranas na direção SO–NE. A exceção é o
maciço da Bocaina.
A região estudada apresenta três vales paralelos, com os dois formadores do
curso principal, os rios Paraitinga e Paraibuna correndo no sentido NE–SO e o rio
Paraíba drenando no sentido SO–NE, fato que resulta na grande curva do rio Paraíba
na altura de Guararema, junto a serra de Parateí, divisor do Alto Tietê (ver Figura 05).
Figura 05 – Vista do trecho da grande curva do rio Paraíba, próximo a Guararema.
Fonte: autor do estudo
70
Figura 06 – Vista geral dos terraços planos junto ao rio Paraíba, Vale Médio, tendo ao fundo
a serra da Cangalha, divisor do Alto Paraíba. Fonte: autor do estudo
O seu relevo é resultado de fenômenos tectônicos, em vários ciclos
geológicos, cuja superfície foi alterada por processos de intemperismos e moldadas até
adquirir as feições atuais, apresentando divisões naturais, que foram particularizadas
por Müller (1967), a saber:
a) O vale Médio Superior
Trata-se da mais importante divisão quanto ao processo de ocupação da região,
e localiza-se entre o cotovelo do rio em Guararema e a cidade de Cachoeira Paulista.
Apresenta larga e extensa depressão, ladeada pela serra da Mantiqueira, ao norte, e
por pequenas serras dos divisores do vale Superior, ao sul.
Trata-se de antiga depressão ocupada por um lago, que recebeu sedimentos
fluviolacustres em diferentes períodos. A moldagem de seu relevo resultou, junto ao
71
curso d’água principal, em uma planície inundável com largura variável de até 4 km,
chamada pelos moradores locais de “Banhado”, apresentando, paralelos e limítrofes à
várzea, dois terraços com pequena altura, tradicionalmente ocupados por atividades
rurais.
Sucedendo a esses terraços, verificam-se outros dois, de maior amplitude, por
onde, historicamente, foram traçados os primeiros caminhos da ocupação regional e
que serviram de base para o assentamento de vários núcleos urbanos pioneiros, como,
por exemplo, Taubaté e Tremembé. O Loteamento Villa Branca II localiza-se nesse
compartimento de relevo.
Ladeando esses últimos terraços verificam-se dois outros níveis de colinas. As
primeiras, de pequena diferenciação topográfica, e as superiores, mais amplas,
adequadas à implantação urbana, tendo São José dos Campos como exemplo de
ocupação. O Loteamento Alphaville São José dos Campos também se localiza neste
compartimento de relevo.
72
Figura 07 – Vista geral do terraço onde se localiza São José dos Campos, tendo na parte
baixa o banhado do rio Paraíba. Fonte: autor do estudo
A encosta esquerda, em direção às cristas da Mantiqueira, apresenta trechos de
difícil ocupação urbana. Essa característica geral tem como exceções as planícies de
fundo de vale e áreas amorreadas que possibilitaram a implantação de alguns núcleos
urbanos, junto às vias de penetração transversal, tais como Piquete, Santa Isabel,
Igaratá e Monteiro Lobato. Na margem direita da bacia, devido a seu relevo acidentado,
não se verificam núcleos urbanos. O Loteamento Terras Altas/Rio dos Pilões localiza-
se nesse compartimento de relevo, nos contrafortes da Mantiqueira, próximo dos
divisores da bacia do rio Atibaia.
73
Figura 08 – Vista geral de região de mar de morros, junto às divisas do Vale Médio
Superior.
Fonte: autor do estudo
b) O vale Médio Inferior
O vale Médio Inferior prolonga-se até a cidade fluminense de São Fidélis, e
contém no território paulista as cidades de Cruzeiro, Lavrinhas e Queluz, ao longo do
rio; e Silveiras, Areias e São José do Barreiro, distantes de suas margens, situadas na
encosta direita.
Esse compartimento é constituído de duas porções: uma, correspondente às
soleiras da bacia do Taubaté, inclui trecho entre Cachoeira Paulista e Queluz, que
acompanha o sopé do maciço da Bocaina, e a outra porção, voltada para leste, inclui
trechos entre Silveiras e Bananal. Na primeira porção, os terrenos constituem colinas
de baixa amplitude, responsáveis pela transição da fisionomia do vale Médio Superior,
com mudança brusca de suas características, e nela se verifica a passagem heróica do
rio Paraíba. Müller (1967).
74
Junto a esse curso d’água verificam-se pequenos terraços sedimentares que
serviram de sítios para núcleo urbano (Cruzeiro) e pequenos terraços rochosos também
aproveitados para tal (Queluz). Ao norte, nas proximidades dos contrafortes da
Mantiqueira, apresenta terreno bastante movimentado, com morros e colinas
escalonados, cortado por afluentes do Paraíba em cujas margens verificam-se
pequenas plataformas, onde se situam os antigos núcleos urbanos de Silveiras, Areias,
São José do Barreiro e Bananal.
c) O Alto vale do Paraíba
O vale Superior, ou sub-região do Alto Paraíba, situa-se a montante da cidade de
Guararema, e nele se localizam as cidades de Paraibuna, São Luís do Paraitinga,
Cunha, Redenção da Serra, Natividade da Serra, Jambeiro, Lagoinha e Santa Branca.
O Alto vale do Paraíba é constituído por relevo movimentado dividido em duas
porções: o planalto do Paraitinga, mais ao sul, e o maciço da Bocaina.
O planalto do Paraitinga tem como fisionomia de relevo o mar de morros, com
amplitude constante, cortado por dois vales dos formadores do Paraíba, os rios
Paraitinga e Paraibuna e seus tributários. Junto aos vales aparecem pequenas porções
de terrenos planos, em que se localizam as cidades de Redenção da Serra, Paraibuna,
Natividade da Serra, São Luís do Paraitinga e Jambeiro. Nas pequenas elevações em
níveis intermediários, longe dos cursos principais, estão as cidades de Cunha, Santa
Branca e Lagoinha.
75
4.2.2 A vegetação na paisagem do vale do Paraíba
A região foi dominada pelo que se chamou de Floresta Subcaducifólia Tropical,
caracterizada por uma formação intermediária entre formações florestais perenes de
encostas e formações não florestais do interior, nas encostas continentais da serra do
Mar. A existência de um clima semiúmido, com estação seca bem marcada, condiciona
a fisionomia vegetal com a perda de folhas durante a estação seca.
De acordo com as avaliações constantes nos EIA/RIMAs analisados, a estrutura
dessa floresta é desconhecida, pois em sua quase totalidade foi devastada para dar
lugar à agricultura de subsistência na fase pioneira de ocupação do vale, devastação
ampliada pela exploração intensiva de monocultura no ciclo cafeeiro do século XIX e a
produção agropecuária e industrial no século XX.
Os fragmentos florestais remanescentes apresentam uma floresta com dossel
permeável à luz solar, com três tipos de estratos vegetais: o superior, com árvores
altas, com até 25 m de altura, os intermediários, com espécies arbóreas altura média, e
os inferiores, com arbustos e subarbustos bastante densos.
76
Figura 09 – Vista de fragmento de mata na região dos divisores do vale médio superior, junto
a Guararema. Fonte: autor do estudo
Na vertente da Mantiqueira verificam-se ainda fragmentos de Floresta
Perenofólia Costeira, vegetação decorrente das condições de relevo, pluviosidade e
umidade. Esta floresta é densa, de altas formas, apresentando estratos inferiores em
ambientes de pouca luz, com dependência funcional aos extratos superiores. É a típica
floresta tropical, com os elementos mais altos alcançando de 25 m a 30 m, com a
presença de dois estratos vegetais: um arbustivo e outro arbóreo, com o solo desnudo,
onde só conseguem sobreviver plantas adaptadas à sombra.
Em altitudes acima de 1.000 m, aparecem campos, com fisionomia vegetal
caracterizada por cobertura herbácea, muitas vezes contínua, em meio à qual podem
surgir arbustos isolados e tufos arbóreos, resultado de inter-relação da altitude, com a
topografia suave, os solos raros, a drenagem incipiente e o clima frio.
77
4.2.3 O meio antrópico na paisagem do vale do Paraíba
O processo de urbanização do vale do Paraíba abrange mais de três séculos de
desenvolvimento, apresentando em fases distintas a produção e modificação de sua
paisagem. E viveu períodos pioneiros, de apogeu, decadência e ressurgimento
econômico, que marcaram, por sobreposições, desconstruções e construções, a
paisagem da região. Conforme Müller (1967) verificam-se quatro fases principais de
ocupação do vale: do devassamento, do ciclo do ouro, do ciclo do café e da
industrialização, responsáveis pela construção de uma densa rede de cidades. Para o
entendimento deste processo, a Figura 10 indica, para cada fase, a seqüência da
fundação das cidades implantadas no vale do Paraíba.
a) Fase do devassamento e os primeiros núcleos
A ocupação do vale do Paraíba no trecho paulista teve seu início na primeira
metade do século XVII, e foi resultado da expansão das atividades econômicas dos
núcleos urbanos de São Paulo de Piratininga e Santo André da Borda do Campo.
A ocupação nessa fase limitou-se aos terrenos próximos aos cursos d’água
principais, especialmente nos primeiros terraços do vale médio superior. Destaca-se a
fundação ou o início de nucleação urbana de Taubaté, que passa a ter um papel
importante na ocupação territorial do vale, junto com os núcleos de Guaratinguetá,
Pindamonhangaba e Tremembé. Verifica-se outro vetor de ocupação a montante do rio,
a partir de São Paulo de Piratininga e da Vila de Mogi das Cruzes, daí resultando o
núcleo de Jacareí (1652) e a implantação, na curva do rio Paraíba, da aldeia de Nossa
Senhora da Escada (no hoje município de Guararema).
A criação da aldeia de São José, hoje São José dos Campos, em 1642, fecha a
ocupação pioneira, que resultou, de forma resumida, em três vilas (Taubaté, Jacareí e
Guaratinguetá), dois aldeamentos indígenas (Nossa Senhora da Escada e São José) e
dois povoados ligados a patrimônio religioso (Tremembé e Pindamonhangaba).
78
b) Fase do ciclo do ouro
A descoberta das minas de Cataguases transforma o vale do Paraíba na
principal área de abastecimento de insumos para a extração mineral e a urbanização
que lhe ficou associada.
Inicia-se a produção agrícola, pecuária e de pequeno artesanato, e organizam-se
atividades incipientes de serviços voltados para as tropas que atravessam os precários
caminhos do vale em direção às minas ou delas oriundas com a produção mineral
destinada ao Porto de Parati. Novas ligações transversais possibilitam a incorporação
de outras áreas do vale, com o surgimento de Caçapava (1705) e Lorena (1702), em
pontos de travessia do rio Paraíba. Verificam-se também ligações transversais,
utilizando-se as antigas trilhas dos tamoios, ligando São José dos Campos a
Caraguatatuba e Taubaté a Ubatuba. Em outras ligações transversais surgem
Cachoeira Paulista (1780), São Luís do Paraitinga (1773) e Paraibuna (1773).
Na rota principal de interligação entre as minas e o Porto de Parati, temos a
fundação de Cunha (1736) e Nossa Senhora da Conceição do Embaú (1781). A ligação
do vale ao Rio de Janeiro, pelo “Caminho Novo”, resulta na formação das vilas de
Cachoeira, Areias e Bananal. O processo de urbanização apresenta no final desse ciclo
8 vilas, 1 freguesia e 8 povoados.
Destaca-se que na segunda metade do século XVIII, o vale vai perdendo
gradativamente sua importância com a concorrência do interior fluminense e com a
execução da nova Estrada Real, ligando o Rio de Janeiro às áreas de mineração.
c) Fase do ciclo do café e a eclosão da vida urbana
O vale do Paraíba será responsável pela introdução do café no território paulista,
tendo seu período de difusão no vale Médio nos anos até 1836, e no vale Superior nos
anos até 1848, com o período de produção plena já configurado até 1886. A partir desta
79
data, verifica-se o início da decadência cafeeira, devido à concorrência de outras áreas
de produção, à situação agravada pela exaustão da terra e pela abolição da
escravatura.
No auge desse ciclo econômico ocorre forte atração de população, com o
surgimento dos povoados de São José do Barreiro (1803), Santa Isabel (1812) e Santa
Branca (1833), e de aglomerados espontâneos, como Pinheiros (1828), Silveiras (1830)
e Queluz (1803), fundada sobre antigo aldeamento dos índios Puris, que muitos
reveses trouxeram aos circulantes do Novo Caminho, na ligação com o Rio de Janeiro.
Antigos povoamentos foram contemplados com novos posicionamentos na
hierarquia das localidades, de patrimônios a freguesias e posteriormente a vilas.
Surgem, assim, Igaratá, Lagoinha, Jambeiro e Guararema (próxima à Freguesia de
Nossa Senhora da Escada), e também novos núcleos de povoamento: Piquete, Bairro
Alto, Monteiro Lobato, Natividade da Serra, Campos de Cunha (Campos Novos) e
Cruzeiro (única aglomeração resultante, em 1871, da implantação da estrada de ferro).
A fase áurea da cafeicultura encerra-se com 15 cidades, 10 vilas, 5 freguesias e
2 povoados, no fim do século XIX. Alguns núcleos urbanos apresentam expressiva
decadência com a queda da produção cafeeira, caso de Bananal, Jacareí, Santa Isabel,
Pindamonhangaba, São Luís do Paraitinga, Areias, Guaratinguetá, Lorena, São José
dos Campos e Taubaté.
Nesse ciclo temos um processo de desmatamento sistemático da região e o
início de vários problemas ambientais, alguns dos quais perduram até hoje, tais como
processos erosivos sistêmicos, assoreamento dos cursos d’água, alteração do ciclo
hídrico, rebaixamento do lençol freático e baixa diversidade florística.
80
d) Fase atual da evolução urbana regional
Fechado o ciclo da cafeicultura em 1920, a região volta a viver um
adormecimento econômico, com a produção agrícola limitando-se, em um primeiro
momento, à pecuária leiteira e a produtos exigindo baixa qualificação dos trabalhadores
que os produzem. O espaço rural esvazia-se, assim como alguns núcleos urbanos.
Apenas quatro núcleos urbanos surgem no século XX, Roseira, Lavrinhas, Potim
e Canas. A elevação a cidade ocorre em muitos núcleos urbanos, embora não com a
mesma significação hierárquica funcional válida no século XIX, pois, a partir de 1893,
todos os núcleos urbanos sedes de município foram elevados ao status de cidade,
ficando a denominação de vila reservada aos núcleos sedes de distritos.
Nessa fase, as novas estradas de rodagem cumprem um papel importante na
estruturação regional, do mesmo modo que a Estrada de Ferro Central do Brasil no
século XIX. A primeira estrada de rodagem em moldes modernos fazendo a ligação
São Paulo–Rio de Janeiro é aberta em 1924, porém ainda mantinha o traçado da antiga
via do século XIX. Somente a Rodovia Presidente Dutra, implantada em 1950, desenha
um novo traçado, agora ocupando os terraços altos do vale, e alijando muitas cidades
do eixo principal de ligação São Paulo–Rio. As ligações transversais enfraquecem-se,
fato reforçado pela ampliação do papel dos portos de Santos e Rio de Janeiro, que
suplantam de forma definitiva Caraguatatuba, Ubatuba e Parati. As ligações com essas
localidades somente a partir dos anos 1960 recebem alguns melhoramentos.
Em fases mais recentes, o eixo da Dutra recebe a implantação de moderno
parque industrial junto às cidades existentes e, posteriormente, em espaços
interurbanos, constituindo um grande corredor industrial, em termos funcionais
interdependente dos polos metropolitanos de São Paulo e Rio de Janeiro, com papel
especial para as conurbações polarizadas por Taubaté (Taubaté, Tremembé e
Pindamonhangaba), e de São José dos Campos (São José dos Campos, Jacareí e
Caçapava).
81
Fases de ocupação
Figura 10 – Mapa da seqüência de fundação das cidades no vale do Paraíba, indicadas por fase de
ocupação. Fonte: http:/maps.googles.com/maps e Müller (1967)
4.2.4 A paisagem urbana regional
As cidades do vale do Paraíba, por condicionantes territoriais e históricos de
localização e formação, apresentam estruturas urbanas bastante distintas, tendo seu
Pioneira
Ciclo do ouro
Ciclo do café Ciclo industrial
Limite do vale Paulista
82
desenho urbano, traçado de vias e quadras, bem como a localização de suas áreas e
edifícios focais, fortemente influenciados pelo sítio urbano. Verificam-se na tipologia
urbana regional cidades de formato alongado, Cidades Lineares, situadas ao longo
dos cursos de água, ao longo de estradas e vias históricas ou em área de cristas de
contrafortes arredondados, correndo nos topos da elevação, com algumas vias
paralelas a essas estruturais, tais como Areias (Figura 11), Arapeí, Bananal, Cunha,
Guararema, Igaratá, Jambeiro, Lavrinhas, Natividade da Serra, Paraibuna, Piquete,
Queluz, Redenção da Serra, Santa Branca, Santa Isabel, São José do Barreiro,
Silveiras.
Figura 11 – Vista aérea de Areias, com sua estrutura urbana linear. Fonte: Google Earth - acesso em 1º de novembro de 2008.
De outra forma, encontramos na paisagem urbana regional Cidades Compactas
Ortogonais, que guardam em suas morfologias relação direta com as freguesias
coloniais ou cafeeiras, e estruturaram-se ao redor dos pátios ou terreiros das igrejas.
83
Estas cidades apresentam, hoje, um desenho predominantemente de quadras
ortogonais, que, como uma mancha de óleo, ocupa os terrenos planos adjacentes ao
núcleo pioneiro. Identificamos nesta estrutura as cidades de Cachoeira Paulista,
Lorena, Canas, Cruzeiro, Potim, Roseira e São Luís do Paraitinga.
Figura 12 – Vista aérea de Cachoeira Paulista, com desenho urbano ortogonal . Fonte: Google Earth - acesso em 1º de novembro de 2008.
84
Figura 13 – Vista aérea de Canas, que busca em seu desenho a ortogonalidade. Fonte: Google Earth - acesso em 1º de novembro de 2008.
O processo de urbanização contemporâneo do vale do Paraíba foi intensamente
influenciado pela implantação, a partir dos anos 1950, de atividades industriais e de
serviço, tendo importância nacional, tais como indústrias químicas de ponta,
automotivas e aeronáuticas, com o fortalecimento das cidades ou conjuntos de cidades
que desempenhavam função de apoio direto a estas atividades.
Resultou desse processo a transformação de suas estruturas urbanas, com a
criação de Cidades Polinucleadas, apresentando grandes assentamentos conurbados,
com a conjugação de setores de desenho ortogonal, articulados por grandes corredores
e distintos núcleos de comércio e serviço. Dentro desta fisionomia urbana, identificamos
as cidades de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Taubaté, Tremembé e
Pindamonhangaba, Guaratinguetá e Aparecida.
85
Figura 14 – Vista aérea da conurbação das cidades de Aparecida, Potim e Guaratinguetá, estrutura polinucleada. Fonte: Google Earth - acesso em 1º de novembro de 2008.
4.3 LOTEAMENTOS PESQUISADOS
4.3.1 Loteamento Terras Altas/Rio dos Pilões
O Loteamento Terras Altas, em fase de implantação, com área de 2.156,5 ha,
localiza-se no município de Santa Isabel, na bacia do Paraíba do Sul, sub-bacia do rio
dos Pilões,47 tendo como acessos as estradas vicinais municipais do Ouro Fino, do
Jaguari, dos Pilões, da Pedra Branca e Mata Boi, apresentado na Figura 15.
47 O rio dos Pilões é tributário da margem esquerda da represa do rio Jaguari, que, por sua vez, é afluente da margem esquerda do rio Paraíba do Sul.
86
Figura 15 - Mapa de localização do loteamento 01. Fonte: Google Maps e EIA/Rima
loteamento Terras Altas e Rio dos Pilões.
O Loteamento Terras Altas/Rio dos Pilões foi concebido partindo-se da idéia de
integrar clubes residenciais,48 loteamento residencial fechado, com pequenos núcleos
de apoio dotados de comércio/serviço/lazer. Esse projeto resulta numa urbanização
com baixa densidade residencial, tendo a pretensão inicial de implantar 3.495 unidades
residenciais, número revisto no final do processo de licenciamento ambiental. As
reformulações efetuadas devem-se especialmente ao fato de o empreendimento
localizar-se em Área de Proteção de Mananciais.
48
O empreendimento define como clubes residenciais, os condomínios residenciais com funções e equipamentos de clube desportivo.
Loteamento 01
87
O empreendimento foi licenciado na Secretaria Estadual do Meio Ambiente, no
período de 1994 a 1997. Trata-se do loteamento de tramitação mais antiga, dos três
estudados nesta pesquisa. Esta informação mostra-se relevante, visto que o processo
de licenciamento ambiental modifica-se através do tempo, com a incorporação de
novas exigências técnicas e legais, como podemos verificar na listagem de legislação
incidente no caso, recolhida em cada estudo ambiental, e apresentada no Anexo D.
Os estudos ambientais do loteamento em tela foram coordenados por um técnico
com formação em Geografia, e os projetos urbanísticos foram desenvolvidos por um
escritório de arquitetura e urbanismo. Os dados referentes aos demais agentes
responsáveis pelo empreendimento estão apresentados no Anexo C. O EIA/Rima do
Loteamento Rio dos Pilões está depositado na Biblioteca da Cetesb sob o número 412.
Estudo da paisagem pré-existente
O estudo ambiental adota para análise da paisagem métodos distintos em função
dos meios ou compartimentos ambientais estudados:
Para o meio físico, segundo o EIA/Rima do loteamento, a paisagem foi analisada
com base em sua compartimentação geomorfológica, obedecendo aos sistemas de
relevo adotados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT,
1981),49 tendo como referência os mapas geomorfológico e geológico do estado de São
Paulo, elaborados pelo mesmo Instituto em 1981, e o estudo da geomorfologia da área
das barragens do Alto Jaguari de autoria de A. N. Ab’ Saber (IGEOG/USP, 1973).
49 A metodologia adotada pelo IPT (1981) para o mapeamento geomorfológico do Estado de São Paulo baseia-se no conceito de sistemas de relevo, onde se procuram distinguir áreas cujos atributos físicos sejam destinos das áreas adjacentes e onde é comum a existência de um padrão recorrente de topografia, solos e vegetação. “A unidade de relevo tem forma simples, ocorre usualmente sobre um único tipo de rocha ou depósito superficial e encerra solos cuja variação, se não é desprezível, é pelo menos consistente”. As escarpas, morros, leques aluviais e colinas são unidades de relevo (EIA do Loteamento Rio dos Pilões, p. 137).
88
• Características da paisagem no meio físico
A paisagem natural, em função de seu clima,50 apresenta por determinado
período considerável aquecimento e grande perda de água por evaporação, tornando-
se a unidade territorial menos úmida de toda a Região Metropolitana de São Paulo.
Quanto ao relevo ou geomorfologia, a gleba localiza-se em conjunto de serras
alinhadas no divisor da bacia do rio Jaguari (confluente do rio Atibaia) e da bacia do rio
Paraíba do Sul. Os modelados do relevo apresentam-se estruturalmente alongados e
paralelos entre si, identificando-se colinas, cristas, escarpas erosivas e vales adaptados
a falhas e fraturas, que cortam a área na orientação NE–SO.
O conjunto topográfico e morfológico da unidade forma paisagem característica
de “mar de morros”, com pequenas planícies e terraços fluviais junto aos principais rios
da região estudada, entre estes, o rio dos Pilões, indicadas nas figuras 16 a 18.
50 A área de estudo localiza-se na Unidade Climática VIII, Tropical de Altitude de Alto Jaguari, Parateí e Paraíba do Sul.
89
Figura 16 – Vista do conjunto de morros que compõem a área do loteamento, tendo ao fundo a Serra da Pedra Branca. Fonte: RIMA do loteamento Terras Altas / Rio dos Pilões, p.66.
Figura 17 – imagem de colinas isoladas, com formato arredondado. Fonte: RIMA do Loteamento Terras Altas / Rio dos Pilões, p.64.
90
Figura 18 - Imagem da cachoeira do rio dos Pilões, um dos atrativos paisagísticos da área do loteamento 01. Fonte: Rima do loteamento Terras altas / Rio dos Pilões, p.62.
Foram identificados cinco sistemas de relevo na gleba: planícies de aluviais;
colinas isoladas com espigões; morrotes alongados e espigões; morros paralelos
cristalinos e serras alongadas paralelas.
Quanto a sua hidrografia, tanto no âmbito regional como no local, o aquífero
cristalino constitui a principal fonte de recursos hídricos, apresentando uma rede de
drenagem bastante densa na área de estudo, estruturado na encosta oeste pela rede
hidrográfica do rio Atibaia e na encosta leste pelos afluentes do rio Paraíba do Sul,
tendo como componente local o rio dos Pilões – afluente da margem esquerda da
represa do Jaguari.
91
• Características da paisagem no meio biótico
Quanto à vegetação, a gleba apresentava uma cobertura original
predominantemente florestal, constituída pela Floresta Subtropical do Planalto. Já a
cobertura atual, totalmente antropizada, apresenta pequenos fragmentos residuais,
“ilhas” florestais da Floresta Latifoliada Tropical, sendo identificadas seis distintas
fisionomias vegetais: matas secundárias ou capoeirões, em estágios médio e avançado
de regeneração; capoeiras secundárias, em estágio médio de recuperação;
capoeirinhas secundárias, em estágio inicial de regeneração; formações ripárias, com
áreas alagadas ou terrenos hidromórficos, matas ciliares ou de galerias; áreas de
reflorestamento, utilizando-se Pinus, Grevillea, Eucaliptus, etc.; campos antrópicos,
empregados para pastagem, ver figuras 17, 19 e 20.
Figura 19 – Imagem da fisionomia vegetal da área, compartimento com cobertura de mata secundária (capoeirão), no início da Estrada da Pedra Branca. Fonte: RIMA do Loteamento Terras Altas / Rio dos Pilões, p.61.
92
Figura 20 – Imagem da fisionomia vegetal da área, compartimento com formação ripária, apresentando vegetação herbácea e arbustiva, tendo ao fundo plantação homogênea de eucalipto. Fonte: Rima do loteamento Terras altas / Rio dos Pilões, p.62.
Quanto à fauna, associada aos habitats vegetais de mata fechadas e campos
abertos, ela é bastante diversificada, porém sofre forte pressão antrópica, pela caça e a
alteração dos habitats, com desmatamento ou corte seletivo de árvores e arbustos.
Foram identificadas 104 espécies de aves, 22 espécies de mamíferos, havendo
algumas espécies ameaçadas (lontras e suçuaranas). A presença dessa fauna não
constitui elemento determinante de paisagem, mas indicará a necessidade de
dispositivos de proteção que deverão marcar a paisagem construída do loteamento.
A Figura 21 apresenta um croqui com os principais atributos do meio físico da
área
93
Figura 21 - Croqui de situação da área do loteamento Terras Altas/Rio dos Pilões.
Fonte: autor do estudo, com base no EIA/RIMA Terras Altas/Rio dos Pilões, volume 2
• Características da paisagem do meio antrópico/A paisagem cultural
O município de Santa Isabel, com área de 361 km², tem mais de 80% dela
situada dentro da APM, incluindo-se aí a sede urbana. Seu núcleo urbano pioneiro
localiza-se junto a um pequeno vale e desenvolve-se de forma linear em direção à
rodovia que dá acesso à cidade de Igaratá. A tendência de crescimento do município
segue o vetor leste, que aponta para as áreas de assentamentos de baixa renda,
constituídos por áreas urbanizadas, com arruamentos precários ocupando terrenos de
fragilidade geotécnica, em que há ocorrências freqüentes de desmoronamentos e
solapamentos de ruas e moradias.
94
Há a ocorrência de loteamentos destinados a chácaras de lazer, de forma
dispersa pela área do município. De um total recente de 22 novos loteamentos, 13 são
destinados a chácara de recreio.
A vizinhança imediata das glebas do loteamento apresenta uma ocupação
tipicamente rural, com alguns núcleos de chácaras de recreio. E a propriedade do
empreendimento tinha, anteriormente, ocupação de caráter rural.
As restrições ambientais
As restrições ambientais são definidas pela legislação relativa ao meio ambiente
nos três diferentes âmbitos de governo, como foi apresentado nos capítulos anteriores.
Com base nesse quadro de informações, procuramos neste estudo identificar as
restrições relativas à proteção da paisagem, especificamente indicadas pelo estudo
ambiental, ou as de caráter fortemente indutor do projeto urbanístico proposto.
Os estudos ambientais indicam, como legislação ambiental incidente no caso do
empreendimento, algumas normas específicas relativas ao processo de licenciamento e
à proteção dos recursos naturais, incluindo a Constituição Federal e a do estado de
São Paulo, leis e decretos federais, Resoluções do Conama, leis e decretos estaduais,
totalizando 16 diplomas legais. A legislação incidente detalhada está apresentada no
Anexo D.
As restrições ambientais e paisagísticas identificadas no estudo ambiental
indicam compartimentos protegidos relacionados especialmente às APPs de nascentes
e cursos d’água e aos maciços florestais secundários em estágio médio ou avançado
de regeneração. As restrições por declividade são significativas, sobrepondo-se, porém,
às áreas de cobertura florestal protegida, resultando em dupla proteção à área.
A Figura 22 apresenta um mapa resumo das restrições ambientais, que
condicionaram o projeto urbanístico, como veremos a seguir.
95
Figura 22 – Croqui das restrições ambientais. Fonte: autor do estudo, com base no EIA/RIMA Loteamento
Terras Altas/Rio dos Pilões, volume 2
Características gerais do Loteamento licenciado
A Figura 23 apresenta um croqui do plano urbanístico que teve como base o
plano urbanístico do Loteamento Rio dos Pilões revisado e apresentado após as
sucessivas solicitações da SMA. Deste croqui, podemos verificar que o loteamento,
embora seja constituído por um conjunto de glebas que totalizam uma área com mais
de 21.000.000 m2, tem como área efetivamente destinada ao uso urbano apenas
19,48% do total das glebas, e pouco mais de 80% de sua área total são destinados à
implantação de uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN).
96
Figura 23 – Croqui do Projeto Urbanístico do loteamento Terras Altas/ Rio das Pedras
Fonte: autor do estudo, com base no EIA/RIMA Loteamento Terras Altas/Rio dos Pilões, volume 4
Tabela 02 – Quadro de área urbanizada e área total do Loteamento Rio dos Pilões
Tipo de Uso Área (m²) % %
Lotes residenciais 2.730.000,00 65,00 12,66
Sistema Viário 840.000,00 20,00 3,89
Área Institucional 210.000,00 5,00 0,97
Verde/sistema de Lazer 420.000,00 10,00 1,95
Área total loteada 4.200.000,00 100,00 19,48
RPPN 17.365.094,36 80,52
Total da Gleba 21.565.094,39 100
Os lotes projetados, em número de 3.400, têm área mínima de 5.900,00 m², dos
quais 800,00 m² são edificáveis e 5.100,00 m² serão destinados a RPPN.
97
Os usos previstos são residência, lazer e pequeno comércio, estando também
previstos loteamentos residenciais fechados, divididos em lotes para uso unifamiliar, o
que resultará em edificações isoladas, com altura máxima de três pavimentos (ver fotos
tiradas em outubro de 2008 (Figuras 24 a 26). Verificamos que as áreas de
preservação permanentes estão distribuídas entre as Áreas Verdes/ Sistemas de Lazer
e as RPPNs
No projeto da rede viária adotaram-se, como rede estrutural, as estradas pré-
existentes, ampliadas para a largura de 20,00 metros, limitando-se as declividades das
vias, tanto as estruturais como as locais, ao intervalo de 1% a 15%. As vias com
declividades entre 1% e 10% deverão ser acascalhadas, e as com declividades entre
10% e 15% receberão revestimento asfáltico.
Essa é a infraestrutura proposta no empreendimento: rede viária, colocação de
guias e pavimentação; água potável, captação, reservação e distribuição; coleta e
tratamento de esgotos, tratamento isolado em pequenos conjuntos de lotes; coleta e
destinação de resíduos sólidos; rede de drenagem superficial e macrodrenagem.
O projeto urbanístico teve as seguintes diretrizes ambientais relativas à
paisagem: resgate dos aspectos naturais por meio de planos de manejo da flora e
fauna, propondo uma estreita parceria entre homem e natureza; educação ambiental
dos agentes intervenientes na área, nas diferentes fases do empreendimento; criação
de modelo de regulamentos ambientais, para a comunidade moradora e usuária,
visando a preservação da fauna local; adoção de plano de manejo (o traçado viário
deverá garantir o deslocamento protegido da fauna existente); preservação da
qualidade das águas e uso regulamentado de seu potencial recreativo;
preservação/proteção com baixa intervenção em movimentos de terra e retirada de
cobertura vegetal.
Esse projeto tem como proposta paisagística, conforme especificamente
declarado no estudo ambiental, “a recriação da paisagem do sítio, agora com caráter e
98
uso urbano, levando em conta a presença preponderante das matas naturais no local,
embora hoje já alteradas, a fim de buscar o seu enriquecimento com espécies típicas
da região”, indicando quatro tipos de intervenções paisagísticas definidas: zonas de
vegetação a ser preservada, constituídas pelos fragmentos florestais existentes; zonas
de enriquecimento vegetal, em área de antigos reflorestamentos homogêneos; zonas
de recuperação da mata mesófila – áreas de pasto –, destinadas ao reflorestamento
com espécies nativas; e zonas de recuperação da mata ciliar, nas APPs de cursos
d’água e nascentes. Ainda se propõe a implantação de “cortina vegetal arbórea”, assim
denominada no estudo ambiental, densamente plantada ao longo dos limites do
empreendimento, junto aos muros dos loteamentos fechados.
A avaliação de impactos não trata de forma específica das ações potencialmente
degradadoras da paisagem existente ou promotoras de sua requalificação. O estudo
ambiental, porém, identifica para os diferentes meios alguns impactos, que, em nosso
entendimento, atuam fortemente sobre a paisagem, os quais apresentamos a seguir:
• Impactos sobre o meio físico: sobre os terrenos, nos movimentos de terra de
implantação do viário, das redes e edificações, tendo como possíveis
consequências o assoreamentos dos cursos d’água e a poluição da água
superficial;
• Impactos sobre o meio biótico: destruição de ambientes naturais, relativa à
alteração de habitat das espécies hospedeiras da área, em função da
transformação de matas em áreas de lazer, alterando-se o sub-bosque, da
abertura de trilhas, com a locomoção de pessoas e o aparecimento de espécies
oportunistas. Neste item, merece destaque o impacto sobre a ictiofauna, com
represamentos e possíveis alterações da qualidade das águas superficiais da
área.
• Impactos sobre no meio antrópico: não há nada definido a esse respeito sobre a
paisagem pré-existente ou a ser construída.
99
Em relação às medidas de proteção da paisagem, no estudo ambiental não
existe menção específica a este respeito; as medidas existentes limitam-se à indicação
de ações para mitigar os impactos acima apresentados.
Figura 24 - Vista geral da implantação das edificações residenciais no loteamento 01, em vias de cumeadas e lotes em declive. Ao fundo linhas da Serra da Mantiqueira. Fonte: autor do estudo.
100
Figura 25 – Vista geral do Loteamento 01, rede viária estrutural, localizada em meia encosta e linhas de cumeadas. Fonte: autor do estudo.
Figura 26 – Vista geral de parte das RPPNs propostas pelo loteamento, ocupando quase sempre os fundos dos vales e áreas de APPs. Fonte: autor do estudo
101
Avaliação do projeto urbanístico em face das medidas mitigadoras preconizadas
e a proteção da paisagem
O projeto urbanístico, de acordo com nossa avaliação, atende as exigências da
legislação ambiental, pois resulta em uma intervenção que preserva 80% das glebas e
implanta uma enorme RPPN, com área de aproximadamente 1.736 hectares. Trata-se
de uma dimensão bastante incomum para uma reserva de gestão particular,
constituindo um desafio técnico e financeiro sua implementação e seu gerenciamento,
em caráter perpétuo, por parte de seu empreendedor ou de futuros moradores. Além
disso, seu desenho, ou seja, o traçado de vias, lotes e áreas de uso comum, tem como
regra principal buscar o menor impacto sobre o meio físico e biótico. Em decorrência
desta diretriz, são definidas as vias estruturais, como já citado, utilizando-se as
estradas vicinais existentes, requalificando-as em seu traçado, nas dimensões e com
tratamento paisagístico. As vias locais com baixa declividade, situadas ao longo das
curvas de nível e com balões de retorno em suas extremidades. Outras recomendações
situam áreas verdes junto aos talvegues ou próximas das APPs, as áreas institucionais
ao longo das vias estruturais e de lotes grandes com declividade acentuada, limitando-
se a movimentação do solo na implantação das edificações.
Os terrenos destinados a fins residenciais estão distribuídos por todo o
loteamento em conjuntos isolados, com áreas e números de unidades distintos. Estes
conjuntos foram projetados em áreas sem restrições ou com baixas restrições
ambientais.
4.3.2 Loteamento Villa Branca II
O Empreendimento Villa Branca II é um loteamento residencial em final de implantação,
situado em terreno de 97,2 ha, sendo destinado a uma população de renda média a
média baixa, com um total 1.782 lotes, dos quais 1.722 residenciais e 60 comerciais.
Está localizado no município de Jacareí e têm como acessos principais as avenidas
102
Getúlio Vargas e a estrada SP/066, antiga estrada Rio/São Paulo, apresentado na
Figura 27.
Figura 27 - Mapa de localização do loteamento 02
Fonte: Google Maps – acesso em 1º de novembro de 2008, e localização do loteamento com base no EIA/Rima Villa Branca II.
O Loteamento Villa Branca II é a ampliação do Loteamento Villa Branca, ver
Figura 29, já implantado e em fase de ocupação. Foi concebido dentro do mesmo
desenho urbanístico do loteamento pioneiro, com os lotes destinados às unidades
residenciais unifamiliares agrupados em pequenos conjuntos acessados por vias locais,
com balões de retorno em suas extremidades, estando estes balões interligados por
passagens de pedestres ou áreas verdes.
Ao longo das vias arteriais localizam-se os lotes destinados aos usos comerciais
e de serviço, assim como as áreas de uso institucional.
Loteamento 02
103
O empreendimento foi licenciado na Secretaria Estadual do Meio Ambiente no
período de 2000 a 2003. Trata-se de loteamento de tramitação relativamente recente,
atendendo a novas solicitações do Daia e apresentando uma relação bastante maior de
legislação incidente comparativamente à apresentada pelo primeiro loteamento
estudado, como podemos verificar no Anexo D.
Os estudos ambientais do Loteamento Villa Branca II foram coordenados por um
técnico com formação em Engenharia Agronômica, e os projetos urbanísticos foram
desenvolvidos por um escritório de engenharia e arquitetura. Os dados referentes aos
demais agentes responsáveis pelo empreendimento estão apresentados no Anexo C. O
EIA/Rima deste loteamento está depositado na Biblioteca da Cetesb, sob o número
0496.
Estudo da paisagem pré-existente
O estudo ambiental não apresenta método específico de análise da paisagem
pré-existente. A paisagem a seguir descrita foi avaliada de forma explícita pelos
componentes visíveis dos diferentes meios constitutivos de seu ambiente.
• Características da paisagem no meio físico
A área do empreendimento caracteriza-se pela ocorrência de colinas associadas
aos sedimentos terciários, mostrando-se em elevações extensas, com declividades
pequenas, do que resultam amplas áreas planas, conforme pode-se comprovar pela
Figura 28.
104
Figura 28 – Vista geral do terreno do loteamento, evidenciando o seu relevo plano.
Fonte: RIMA Loteamento Villa Branca II, p. 40.
Ao longo dos cursos d’água – o rio Comprido e o córrego Guatinga –, aparecem
pequenas planícies aluvionais, e, na meia encosta, em cotas entre 12 e 20 metros
acima do nível das várzeas, ocorrem terraços de formação quaternária. As planícies e
terraços situam-se mais ao norte do loteamento, na confluência do córrego Guatinga
com o rio Comprido. A bacia hidrográfica do rio Comprido e de seu afluente, o córrego
Guatinga, está assoreada e com as águas poluídas.
105
Figura 29 – Croqui da situação geral do terreno do loteamento 02. Fonte: Autor do estudo, com base no EIA/RIMA Loteamento Vila Branca II, volume 1.
• Características da paisagem no meio biótico
A área apresenta-se bastante antropizada, coberta predominantemente de
pastagem, com algumas árvores dispersas. Não possui mata ciliar ao longo dos cursos
d’água. Na várzea do córrego Guatinga, a vegetação está totalmente degradada, e, na
parte alta do terreno, existe um fragmento de Floresta Atlântica Secundária em estágio
avançado de regeneração. Próximo à Rodovia Dutra e ao rio Comprido encontra-se um
pequeno fragmento de mata em terreno úmido, em estágio inicial de regeneração, com
baixa diversidade biológica (ver as Figuras 30 e 31).
106
Figura 30 – Vista geral da Várzea do córrego Guatinga, área degradada com cobertura vegetal de gramíneas e herbáceas. Fonte: RIMA Loteamento Villa Branca II, p. 43.
Figura 31 – Vista de remanescente florestal situado ao norte do terreno. Fonte: RIMA Loteamento Villa Branca II, p. 43.
A fauna local não é significativa, havendo ocorrência de avifauna mais
expressiva nas áreas de várzea do córrego Guatinga, mas é fauna característica de
áreas abertas, com 72 espécies de aves identificadas.
107
• Características da paisagem do meio antrópico – A paisagem cultural
A paisagem regional mostra empregos diversificados, com a implantação de
novos empreendimentos imobiliários para uso residencial, industrial e de comércio com
âmbito extralocal. A área do projeto localiza-se dentro da mancha da conurbação
Jacareí–São José dos Campos, ao longo do vetor Dutra, sendo equidistante dos
centros das duas cidades. Limítrofe ao empreendimento situa-se o Loteamento Villa
Branca, com área de 972.811,5 m² e 2077 lotes (ver Figura 32).
Não há indicação de bens culturais na área de influência direta do
empreendimento. A Figura 33 apresenta ocupações precárias em terrenos vizinhos
junto ao córrego Guatinga.
Figura 32 - Vista geral do loteamento Villa Branca em processo de ocupação. Fonte: autor do estudo
108
Figura 33 – Vista geral de ocupação irregular, em escarpa junto à várzea do Guatinga, nos limites do loteamento. Fonte: RIMA Loteamento Villa Branca II, p. 42.
A área apresenta à ocupação pretendida poucas restrições ambientais, que se
limitam às planícies aluvionais formando o leito maior dos cursos d’água, às faixas de
30 metros de preservação permanente e ao fragmento florestal em estágio avançado
de regeneração. A Figura 34 (Mapa de Restrições Legais) apresenta uma síntese das
áreas com restrições ambientais na gleba do empreendimento.
109
Figura 34 – Croqui das restrições ambientais.
Fonte: autor do estudo, com base no EIA/RIMA Loteamento Villa Branca II, volume 1.
Características gerais do loteamento licenciado
A Figura 35 apresenta um croqui do plano urbanístico do Loteamento Villa
Branca II que teve como referência o Mapa do Plano Urbanístico do Loteamento
apresentado no EIA/Rima.
O empreendimento tem uma área total de 913.389,86 m², com previsão de 1.782
lotes, sendo 1.722 residenciais unifamiliares e 60 destinados ao uso comercial ou
residencial multifamiliar. Os lotes apresentam dimensões nas faixas de 140 m², 250 m²
e 300 m² e são destinados a moradores com renda média e média baixa. Estima-se
que, com o loteamento plenamente ocupado, habitará ali uma população de 10.880
pessoas, projetando-se a ocupação total em 30 anos.
110
Figura 35 – Croqui do projeto urbanístico do Loteamento 02. Fonte: autor do estudo, com base no EIA/RIMA Villa Branca II, volume 4.
A tabela a seguir apresenta o quadro de áreas, uso e ocupação do loteamento.
Tabela 03 – Quadro de uso e ocupação do Loteamento Villa Branca II
Domínio Nº. Lotes Área
m²
%
Área privada
Lotes Totais
Residências
Coml/Resid.
1782
1722
60
444.166,86
339.324,48
104.842,38
48,30
37,15
11,15
Área pública
Total
Sistema vias
Área verde
Área institucional
469.223,00
176.409,20
246.631,15
46.182,65
51,37
19,31
27,00
5,06
Total 913.389,86 100,00
111
Para o empreendimento está prevista a seguinte infraestrutura: guias e sarjetas;
rede de água potável; coleta e tratamento de esgotos; energia elétrica, pública e
domiciliar; rede de drenagem superficial e subterrânea, com dois dispositivos de
dissipação de energia em lançamentos no córrego Guatinga; pavimentação asfáltica e
arborização viária.
A rede viária proposta é semelhante àquela implantada no Loteamento Villa
Branca, optando-se pela continuação da via arterial existente e das vias coletoras. As
vias locais com balões de retorno constituem pequenas vilas tendo número fixo de
lotes. A tabela a seguir indica os padrões da rede viária.
Tabela 04 – Dimensões da rede viária proposta – Loteamento Villa Branca II
Identificação Largura (m) Declividade
Av.01 24,00 média 5%
Av. 02 18,00 inferior a 5%
Av. 03 14,00 Inferior a 8%
Av. 4 14,00 Inferior a 8%
Vias locais 9,00 (5,00m²/unid. habit.)
O loteamento tem seu desenho adequadamente assentado sobre o terreno, com
pequeno movimento de terra em sua implantação, necessitando apenas de pequenos
ajustes localizados. Foram feitos mais cortes do que aterros, o que resultou num
volume de bota-fora da ordem de 170.000,00 m³.
• Os impactos na paisagem identificados no EIA/Rima:
Foram definidos como atividades impactantes o movimento de terra, a retirada
de cobertura vegetal e a possível concentração de fluxo de drenagem. E elas poderiam
acarretar impactos de erosão, escorregamento de talude e assoreamento dos cursos
112
d’água, com a alteração da qualidade das águas superficiais, assim como a pressão
antrópica sobre a cobertura vegetal, além da interferência na paisagem natural.
Quanto aos impactos no meio antrópico/socioeconômico, não foram indicadas
intervenções relativas à produção e transformação da paisagem, limitando-se o
EIA/Rima aos aspectos socioeconômicos, e não aos urbanísticos.
• Medidas de proteção à paisagem indicadas no EIA/Rima:
O projeto indica como medidas mitigadoras a arborização das áreas verdes e
das vias públicas e o aumento no manejo das áreas verdes; a implantação do Parque
Natural Municipal Villa Branca, com a utilização do fragmento florestal existente junto
ao Loteamento Villa Branca. Este Parque Natural, destinado ao apoio de programas
específicos de educação ambiental, associado ou não a atividades de lazer e/ou
recreação, constituirá uma unidade de conservação municipal. Também um fragmento
de mata, pertencente a uma floresta secundária em estágio avançado de regeneração,
foi destinado à área verde do loteamento. São indicadas outras ações mitigadoras, tais
como a construção de barreiras arbóreas de porte para isolar as APPs das áreas
residenciais; e o cercamento das áreas de APP ou áreas verdes, privilegiando-se o
plantio de espécies nativas que ofereçam apoio à fauna (abrigo e alimentos), e as áreas
mais interessantes para o abrigo de fauna são as áreas de várzea.
Avaliação do projeto urbanístico em face das medidas mitigadoras preconizadas
e a proteção da paisagem
O projeto urbanístico adota como diretriz básica a criação de um grande parque
linear ao longo do córrego Guatinga, integrado ao parque existente no Loteamento Villa
Branca, incorporando nesta área pública os trechos de várzea e as faixas de APPs.
Esta área é acessada pelas vias coletoras e os balões de retorno das vias locais.
113
Da mesma forma, o referido fragmento florestal existente, que vai compor com
área semelhante do Loteamento Villa Branca um parque municipal, que deverá receber
um Centro de Referência em Educação Ambiental (CNEA), associado à área destinada
à unidade da Universidade do Vale Paraíba (Univap).
O desenho da rede viária busca o adequado ajuste ao relevo da gleba com
apenas pequenos movimentos de terra, mantendo assim as características originais do
terreno, que passa a ser dotado de passagens arborizadas, integradas às pequenas
áreas verdes, possibilitando circulação exclusiva de pedestres no parque linear e no
corredor de comércio e serviços situado ao longo da via arterial.
As Figuras 36 a 39 apresentam imagens recentes da implantação do loteamento.
Figura 36 – Vista geral do loteamento 02 em implantação. Fonte: autor do estudo.
114
Figura 37 – Vista geral do loteamento 02, via arterial em implantação. Fonte: autor do estudo.
Figura 38 – Vista geral do loteamento 02, rede de drenagem em implantação. Fonte: autor do estudo.
115
Figura 39 – Vista geral do loteamento 02 em implantação. O edifício de grande dimensão ao fundo, ocupado pela UNIP – Universidade Paulista, está situado junto à Rodovia Dutra. Fonte: autor do estudo.
4.3.3 Loteamento Alphaville São José dos Campos
O Loteamento Alphaville São José dos Campos é um loteamento residencial
estruturado em quatro núcleos fechados, dotado de núcleos de comércio e serviço, de
2.731 lotes residenciais e área total de 3.242.609,94 m².
Localiza-se na porção oeste do município de São José dos Campos, próximo à
divisa com Jacareí e está situado em vetor de crescimento urbano destinado a
população de renda média e alta. Apresenta como vantagens locacionais sua
proximidade da Região Metropolitana de São Paulo, localização junto ao eixo da
Rodovia Dutra, ligação São Paulo–Rio, e junto do pólo industrial e comércio e serviço
regional do vale do Paraíba. Quanto ao zoneamento municipal, o empreendimento fica
116
em área urbana, em Zona de Vazio Urbano e Zona Mista 2 (ZM 2), tendo como
vizinhança, ao sul, o Loteamento Urbanova, o rio Jaguari e os bairros de Vila Dirce e
Jardim Telespark, ao norte e a leste, o rio Paraíba do Sul, com o Jardim Esplanada do
Sol, na margem oposta.
Figura 40 – Mapa de localização do Loteamento 03. Fonte: Google Maps - acesso em 08/01/2009
O empreendimento foi licenciado na Secretaria Estadual do Meio Ambiente,
durante o período de 2006 a 2008. Dos loteamentos analisados, é o de tramitação mais
recente, com o atendimento de novas solicitações do Daia, e apresentando, como
legislação incidente, uma relação bastante maior que a apresentada pelos dois
loteamentos anteriores, como podemos verificar no Anexo D.
Loteamento 03
117
Os estudos ambientais do Loteamento Alphaville foram coordenados por um
técnico com formação em Engenharia Agronômica, e os projetos urbanísticos foram
desenvolvidos por um escritório de engenharia e arquitetura. Os dados referentes aos
demais agentes responsáveis pelo empreendimento estão reproduzidos no Anexo C. O
EIA/Rima desse loteamento está depositado na Biblioteca da Cetesb, sob o número
587.
Estudo da paisagem pré-existente
Os estudos ambientais trazem uma análise da paisagem no diagnóstico do meio
antrópico, porém esta análise restringe-se unicamente à descrição dos compartimentos
de seu relevo, não utilizando algum método específico de análise integrada da
paisagem pré-existente. Verifica-se no estudo do diagnóstico ambiental, para cada
meio componente do ambiente, a indicação de informações que compõem a paisagem,
as quais foram sintetizadas e a seguir apresentadas.
118
Figura 41 – Croqui de situação do loteamento 03.
Fonte: autor do estudo, com base no EIA/RIMA Alphaville São José dos Campos, volume 5.
• Características da paisagem no meio físico
Quanto ao relevo ou geomorfologia, a gleba apresenta terrenos planos,
compostos por colinas suaves e morrotes alongados, com declividades inferiores a
20%, constituídos predominantemente por sedimentos arenosos.
Quanto à hidrografia, o terreno possui uma rede de drenagem de média
densidade, com as principais nascentes em seu interior e apresentando
predominantemente vales abertos. Na sua parte norte, os cursos drenam para o rio
Jaguari e, na parte sul, para o rio Paraíba do Sul. Continha ainda alguns
represamentos, utilizados no passado para a captação de água, e dois açudes são
119
lindeiros à gleba e dois lhe são internos, contando com uma pequena várzea próxima
ao rio Jaguari.
Figura 42 – Vista geral do terreno, apresentando colinas de topos arredondados de baixa altitude e vales abertos com cobertura vegetal degradada. Fonte: RIMA Alphaville São José dos Campos, p. 20.
Figura 43 – Vista geral do terreno, conjunto de colinas, tendo ao fundo a serra da Mantiqueira. Fonte: RIMA Alphaville São José dos Campos, p.22.
120
Figura 44 – Pista de pouso existente no terreno, indicando a sua suave declividade, ao fundo o centro de São José dos Campos. Fonte: RIMA Alphaville São José dos Campos, p.23.
• Características da paisagem no meio biótico
Quanto à vegetação, a gleba tem sua cobertura predominante constituída por
pastagem de gramíneas plantadas, com pequenas manchas de vegetação nativa nos
fundos de vale, junto às APPs e em áreas de maior declividade.
121
Figura 44 – Vista de pequeno fragmento vegetal degradado, junto às áreas de pastagem.
Fonte: RIMA Alphaville São José dos Campos, p.22.
Quanto à fauna, a gleba apresenta características de vazio intraurbano, tendo
presença inexpressiva de fauna nativa, com exceção das áreas vegetadas,
especialmente as dotadas de vegetação ripária, que têm presença de avifauna.
• Características da paisagem do meio antrópico – A paisagem cultural
A gleba localiza-se em um vetor de crescimento urbano recente no município de
São José dos Campos, que tem como característica básica a existência, na região que
atravessa, de alguns poucos loteamentos destinados à população de alta renda,
predominantemente residenciais e de baixa densidade demográfica e construtiva. Estes
loteamentos estão inseridos em grandes áreas destinadas à pecuária extensiva.
122
A legislação incidente
Os estudos ambientais apresentam uma relação bastante grande de normas
incidentes no empreendimento, reproduzidas no Anexo D, denotando a ampliação do
número de aspectos a serem considerados por orientação do Daia, quando da fixação
dos termos de referência dos estudos ambientais. Verifica-se, contudo, que os estudos
não citam nenhuma norma especial de proteção da paisagem relativa à legislação
municipal. Por tratar-se de uma área bastante antropizada, as restrições ambientais
limitam-se às áreas de preservação permanente de nascentes, cursos e reservatórios
d’água. O croqui apresentado na Figura 46 contem os compartimentos com restrições
ambientais de ocupação.
Figura 46 – Croqui das restrições ambientais do loteamento 03. Fonte: Autor do Projeto, com base no EIA/RIMA Alphaville São José dos Campos, volume 5.
123
O projeto urbanístico
O projeto urbanístico estabelece a implantação de quatro núcleos residenciais
unifamiliares isolados por muros, um núcleo multiuso junto às vias arteriais destinado
aos usos residencial, multifamiliar, comercial, de serviços e clube recreativo, localizado
próximo de um grande parque formado pelas áreas verdes e áreas institucionais
externas aos núcleos residenciais, incluindo neste as APPs lindeiras ao ribeirão
Vermelho.
Os núcleos residenciais têm seus acessos controlados por portarias e possuem
em seu interior clubes e áreas verdes de uso exclusivo, estas últimas incorporando
dentro de seus limites as APPs existentes ao longo dos cursos d’água.
A rede viária proposta é composta basicamente de vias arteriais, atendendo
diretrizes municipais derivadas do plano diretor, e dois padrões de vias locais, as
internas aos núcleos residenciais e as que interligam ao sistema arterial os lotes do
núcleo de multiuso. As vias apresentam declividades baixas e são projetadas visando o
adequado uso do relevo da gleba, o que resulta em pouco movimento de terra, com
compensação interna da ordem de 1.800.000 m³ e off-set de 5,00 m, no máximo, não
estando previsto por este motivo o uso de áreas de empréstimo e bota-fora. A Figura
47 apresenta um croqui do plano urbanístico do loteamento.
124
Figura 47 – Croqui do projeto urbanístico do loteamento 03. Fonte: Autor do estudo, com base no EIA/RIMA Alphaville São José dos Campos, volume 5.
O plano de urbanização estima, quando de sua ocupação total, uma população
residente de 11.155 habitantes, mais 7.738 pessoas como empregados, totalizando
22.894 pessoas.
Os quadros a seguir detalham aspectos quantitativos do loteamento e indicam a
expressiva destinação de áreas à preservação permanente (APPs) e às áreas verdes
do sistema de lazer, totalizando essas destinações mais de 100 hectares, o que
corresponde 31% da área total.
125
Tabela 05 – Quadro de Áreas
Quadro de áreas
Descrição m2 %
Área computável 2.693.246,17 83,05
APP 549.354,77 16,95
Área Total 3.242.609,94 100
Tabela 06 - Quadro de áreas computável
Quadro de áreas computável
Descrição m² %
1- Área privada 1.462.485,03 54,69
1.1 Residencial 1 270.685,05 10,05
1.2 Residencial 2 327.199,70 12,15
1.3 Residencial 3 301.332,69 12,40
1.4 Residencial 4 272.103,03 10,10
1.5 Clube 68.976,09 02,56
1.6 Lotes comerciais 213.983,84 07,95
1.7 Ass. de moradores 5.096,31 00,19
1.8 Lotes de uso condom. 3.201,88 00,12
2. Áreas públicas 1.230.667,55 45,69
2.1 Sistema viário 582.904,73 21,61
2.2 Área verde 494.904,63 18,38
2.3 Área institucional 153.720,19 05,71
Total 2.693.246,17 100,00
126
Tabela 07 - Quadro de distribuição de lotes
Usos Tipo N° de Lotes
R1 997
R2 623
R3 570
Residenciais
R4 541
C.1 141 Comerciais C.2 56
Clube 01
Portaria 04
Associação de Moradores 01
Total 2.934
Quanto às diretrizes referentes à proteção da paisagem, destacam-se as
relativas à recomposição florestal e ao paisagismo, indicando, para as áreas verdes
externas, arborização ou forração rasteira destinada à recreação ativa, contemplação e
repouso; à implantação do parque ao longo do ribeirão Vermelho, com o
reflorestamento de APPs e áreas de compensação florestal; assim como ao tratamento
paisagístico das áreas verdes internas aos residenciais; e à arborização de todas as
vias públicas.
Avaliação do projeto urbanístico em face das medidas mitigadoras preconizadas
e a proteção da paisagem
O projeto urbanístico busca reduzir os impactos ambientais, com a adoção de
desenho urbano que ajusta a implantação das vias ao relevo, evitando alteração
significativa da morfologia natural e movimentos de terra de grande monta.
Outro aspecto relevante é a criação de parques lineares ao longo dos cursos
d’água, incorporando as APPs. Desta forma, todos os núcleos residenciais têm seu
127
parque linear, na maioria dos casos, associado a um clube privado, e, ao longo do
ribeirão Vermelho, temos a criação de um grande parque público integrado às áreas
institucionais, que compõe, com o núcleo multiuso, a área de maior centralidade e
atratividade do loteamento, exercendo função urbana de caráter extralocal,
potencializada por sua grande acessibilidade, garantida pelas vias arteriais a serem
implantadas.
129
Quanto aos loteamentos estudados
Os loteamentos estudados apresentam como semelhanças os fatos de serem
fortemente influenciados em suas concepções pela legislação ambiental vigente e
serem destinados à população de média e alta renda. Este último fato viabiliza a
incorporação ao valor final dos lotes os custos relativos à adoção das medidas
mitigadoras de impacto ambiental e decorrentes ao baixo aproveitamento líquido51 das
glebas, resultante dos desenhos adotados, com percentuais de aproveitamento líquido
de 12,66% no Loteamento 01, 48,30% no Loteamento 02 e 45% no Loteamento 03,
como se pode verificar analisando as características dos loteamentos anteriormente
apresentadas.
Afora essas semelhanças, os loteamentos estudados diferem quanto a sua
localização no tecido urbano, aspecto este bastante importante em sua concepção,
guardando relação direta com a paisagem pré-existente.
O Loteamento Terras Altas/Rio dos Pilões localiza-se distante da área
urbanizada da cidade de Santa Isabel, em terreno de características rurais, tendo como
vizinhança pequenas propriedades rurais e loteamentos de sítios de recreio. Trata-se
de empreendimento residencial de alto padrão construtivo, destinado a moradias de
lazer, quase sempre segundas moradias, constituído por 20 núcleos residenciais
murados, com dimensões variadas, como podemos verificar na Figura 24, inseridos em
áreas já florestadas ou em processo de reflorestamento, as quais comporão uma
grande RPPN, com aproximadamente 17.400.000 m². Busca em seu desenvolvimento
e concepção a relação direta com a paisagem natural, uma baixa ocupação dos lotes e
a potencialização do uso de seu relevo movimentado, que garante o domínio de
cenários naturais de grande amplitude e beleza. Enriquecendo essa vivência, o
empreendimento indica a adoção de programas de educação ambiental para os futuros
moradores e empregados, bem como para a população vizinha ao empreendimento.
51 Aproveitamento líquido: áreas efetivamente destinadas à implantação de lotes privados, de uso residencial, comercial ou de serviços.
130
O Loteamento Villa Branca II situa-se em vazio intersticial urbano, tendo como
área vizinha um mosaico heterogêneo de usos urbanos, guardando relação direta de
continuidade com o Loteamento Villa Branca, já implantado. Insere-se em vetor
estruturado pela Rodovia Presidente Dutra e a Rodovia Geraldo Escavone, antiga
Estrada Rio–São Paulo, dentro da conurbação Jacareí-São José dos Campos,
apresentando paisagem bastante antropizada. Sua contribuição à requalificação da
paisagem natural restringe-se à implantação do parque linear ao longo do ribeirão
Guatinga e do parque natural junto à área da Univap, ampliando assim as áreas já
existentes no Loteamento Villa Branca, como se pode verificar no croqui apresentado
na Figura 36. A pequena amplitude de seu relevo não possibilita o pleno domínio da
paisagem regional, limitando-se ao domínio paisagístico localizado das pequenas vilas
definidas pelas vias locais sem saída e do corredor de comércio e serviços ao longo da
via arterial, de ligação entre a Avenida Getúlio Vargas/Rodovia Dutra e a Rodovia
Geraldo Escavone. Entendemos que a implantação do loteamento não conflitará com
os usos lindeiros e integrará de forma equilibrada a paisagem urbana existente.
O Loteamento Alphaville localiza-se na periferia da mancha urbana da cidade de
São José dos Campos, em área de processo de ocupação recente, com a existência de
grandes trechos de uso rural predominantemente destinado à pecuária extensiva –
trata-se de paisagem dominada por pastagens. A ocupação urbana pioneira nesse
setor foi feita pelos loteamentos Urbanova, perfazendo atualmente o número de 7
loteamentos, destinados a uma população de alta renda. Esses loteamentos oferecem
moradia principal, com uso predominantemente residencial de baixa densidade,
unifamiliar, com desenho urbano de baixo impacto sobre o relevo, tendo arruamento
constituído por ruas locais que resultam em quadras de pequenas dimensões. O
empreendimento Alphaville integra-se sem conflito à paisagem local, usufruindo o
domínio visual do novo parque linear ao longo do ribeirão Vermelho, assim como seu
desenho urbano possibilita o domínio da paisagem regional, com a presença marcante,
na linha do horizonte a sudeste, dos edifícios altos da área central da cidade de São
José dos Campos e, ao norte, das escarpas da serra da Mantiqueira.
131
Quanto ao licenciamento ambiental
O licenciamento ambiental – definido pela Lei Federal 6.938/1981 e
regulamentado pela Resolução Conama 01/1986 e pelo Decreto 99.274/1990 – é um
instrumento de gestão ambiental bastante recente na história administrativa brasileira.
O estado de São Paulo, um dos primeiros a aplicar em seu território os preceitos legais
da Política Nacional do Meio Ambiente, inicia o licenciamento ambiental em 1988,
obtendo bons resultados em apenas vinte anos de aplicação e aperfeiçoamento deste
instrumento.
Na informação extraída da análise dos EIAs/Rimas dos loteamentos
selecionados, verificamos uma ampliação do número de normas legais incidentes no
empreendimento (ver Anexo C). Na leitura das datas de suas edições, constatamos
que, em sua maioria, não são normas novas, e sim dispositivos anteriormente
existentes que não foram considerados nos primeiros licenciamentos ambientais. Estas
reconsiderações devem-se à ação do Daia, que os vem introduzindo e consolidando na
legislação, por meio dos Termos de Referência dos Estudos Ambientais, nos aspectos,
estudos ou aprofundamentos a serem levados em conta nos licenciamentos, do mesmo
modo que se faz a solicitação de detalhamentos de projetos urbanísticos e de
engenharia urbana.
Os licenciamentos ambientais dos loteamentos na Secretaria Estadual do Meio
Ambiente de São Paulo, nos casos de RAP e EIAs/Rimas, bem como a necessária
aprovação dos projetos junto ao Graprohab, com a verificação dos aspectos ambientais
pelo DEPRN e a Cetesb, têm influenciado a concepção e desenvolvimento dos projetos
urbanísticos, a nosso ver, de forma bastante positiva. E daí têm resultado
empreendimentos com impactos ambientais mitigados, especialmente em relação a
importantes aspectos, como a alteração do relevo natural, a proteção das nascentes e
dos cursos d’água, a preservação ou recuperação das APPs, das áreas de reserva
florestal, das áreas de compensação florestal e fragmentos florestais em estágio médio
ou avançado de regeneração.
132
Quanto ao desenho urbano
Como já citado acima, as normas ambientais vigentes têm sido determinantes no
desenvolvimento do novo desenho urbano dos loteamentos, e, por decorrência, na
produção de sua paisagem, o que tem acarretado a reformulação e fixação de uma
nova consciência de valores ambientais, como revela Leite de maneira lapidar:
“A forma pela qual a paisagem é projetada e construída reflete uma
elaboração filosófica e cultural que resulta tanto da observação objetiva
do ambiente, quanto da experiência individual ou coletiva com relação a
ele” (LEITE, 1992, p. 23).
Destacam-se, entre as soluções encontradas nos estudos de caso, os seguintes
aspectos: arruamentos que buscam a menor alteração da geomorfologia dos terrenos,
evitando-se assim movimentos de terra excessivos, que demandariam medidas de
controle de erosão do solo e assoreamento dos cursos d’água, com péssimos efeitos
sobre a qualidade das águas superficiais e da fauna a ela associada.
Cumpre-nos afirmar que os movimentos de terra de grande vulto, fora seu custo
financeiro intrínseco, demandam áreas de empréstimo extralocais ou a definição de
áreas de bota-fora, que deverão ser conjuntamente licenciadas, avaliando-se ainda os
impactos decorrentes do desmonte e do transporte da terra sobre os diferentes
compartimentos ambientais.
O trato com os recursos hídricos apresenta também uma mudança de
paradigma, já que tradicionalmente a urbanização brasileira tinha uma relação ambígua
com a água. Como se trata de um recurso essencial à vida, não podendo ser
negligenciado, buscou-se, assim, situá-lo não muito longe, para que pudesse ser
canalizado para o consumo, porém não muito perto, para não se sofrer seus efeitos
sazonais de cheias e, eventualmente, enchentes. Sempre foi o solvente universal das
imundices produzidas pelo urbano, daí resultando a regra de caráter sanitário de
isolamento das águas, com a firme determinação de retirá-las o mais rápido possível do
133
convívio humano, com a retificação de seus alvéolos ou seu tamponamento para a
implantação de avenidas e logradouros públicos.
Esse princípio, de exemplar aplicação na cidade do Rio de Janeiro pelo prefeito
Pereira Passos, no começo do século XX, teve sua aplicação mantida até data bastante
recente no estado de São Paulo.
Atualmente uma alteração de curso d’água encontra bastante dificuldade em
face das normas ambientais, devendo sua aprovação ser convalidada pelo Ibama,
pelas secretarias do Meio Ambiente, de âmbito municipal e estadual, e pelo DAEE,
considerando sempre a pré-existência de mata ciliar e as disposições da Resolução
Conama 369/2006, relativa aos licenciamentos de baixo impacto em APPs.
Esse fato dificulta a implantação de avenidas de fundo de vale, alterando-se
assim os desenhos tradicionais de loteamentos e indicando-se a necessidade de
buscar novas relações com o recurso hídrico superficial, em muitos casos, integrando-o
aos potenciais paisagísticos dos futuros assentamentos urbanos, com claro reflexo na
proteção e produção de suas paisagens.
É importante destacar que se trata de uma mudança do modelo de urbanização
de cunho higienista para o modelo de cunho ambientalista.
Outro aspecto importante a ressaltar é a ampliação do percentual de áreas do
sistema de áreas verdes, nos novos loteamentos. Verificamos, por exemplo, nos
loteamentos estudados, altos percentuais de áreas com essa destinação, sendo 82%
da área total no Loteamento 01, 27% no Loteamento 02 e 32% no Loteamento 03,
valores bastante superiores ao mínimo de 10% de áreas verdes inicialmente definido
pela Lei Federal 6.766/1979.
As exigências ambientais alteram a relação entre áreas ocupadas e áreas vazias
nos loteamentos, com resultado direto na paisagem produzida, assim como nos custos
134
finais dos lotes, abrindo-se um debate bastante acalorado sobre a sustentabilidade
destes requisitos em loteamentos destinados a população de baixa renda, uma vez
que, nos de alta renda, sua manutenção é feita pelos moradores, por meio de
associações criadas para este fim. Nos casos em que são de domínio público, sob a
tutela das prefeituras, é preciso levar em conta as notórias deficiências estruturais
destes órgãos públicos na proteção e manutenção destas áreas. A pressão por parte
de pessoas sem terra para ocupação de áreas verdes é uma realidade a ser enfrentada
por políticas habitacionais efetivas, sob pena de se desencadearem pendências eternas
de responsabilização civil dos governantes locais.
Outro fato relevante em relação às áreas verdes dos novos loteamentos é a
exigência presente na legislação de manter o caráter de preservação florestal, sem
destinação de recreação ou conforto urbano, nas áreas de preservação ambiental,
abrangendo também reservas florestais oriundas de propriedades anteriormente rurais,
por força das determinações do Código Florestal, e áreas de compensação florestal
integrantes do sistema de áreas verdes municipais.
Essa determinação não encontra justificativa ambiental em áreas bastante
antropizadas situadas no interior da mancha urbana consolidada. Os fragmentos
florestais remanescentes nestes casos estão quase sempre em processo de
degradação progressiva, sem possibilidade de manejos técnicos que os recuperem,
levando-os de volta a suas situações pretéritas, por já apresentarem efeitos de borda
severos e pouca troca gênica. Para estes casos, indica-se a sua utilização, mesmo que
parcial, para recreação de baixo impacto, com a alternativa de implantação de
caminhos calçados, equipamentos de recreação e de apoio sanitário e de manutenção.
Destacamos como precedente importante a existência na norma federal
(Resoluções Conama 302/2002 e 369/2006) de dispositivos que permitem o uso para
recreação e lazer das APPs situadas em faixas lindeiras a reservatórios artificiais,
exigindo-se, para tanto, que sejam atendidas as disposições do plano diretor municipal,
e seja aprovado, por órgão ambiental competente, o Projeto Técnico de Uso e
135
Ocupação da APP, o qual deverá priorizar em seu desenvolvimento a restauração ou
manutenção das características do ecossistema local, contemplando medidas para a
recuperação de áreas degradadas da APP inseridas na área verde de domínio público.
Chamamos a atenção para o fato de que esta recuperação deverá ser feita com
vegetação de espécies nativas, definindo-se também, quando for o caso, medidas para
a contenção de encostas e controle da erosão, bem como o adequado escoamento de
águas pluviais, a proteção de área da recarga de aquíferos, a proteção das margens
dos corpos de água; e designando-se percentuais de impermeabilização do solo e de
alteração da cobertura vegetal natural para ajardinamento paisagístico, que, no caso da
Resolução 369/2006, estão limitados respectivamente em 5% e 15% da área total de
APP inserida na área verde.
O projeto técnico poderá incluir também a implantação de equipamentos
públicos, tais como trilhas ecológicas; ciclovias; pequenos parques de lazer; acesso e
travessias dos corpos de água; mirantes; equipamentos de lazer, cultura e esporte;
bancos, sanitários, chuveiros e bebedouros públicos.
Gestões coletivas junto ao Conama seriam necessárias para viabilizar, nos
moldes da Resolução 369/2006, uma resolução que permitisse, dentro de certos
limites, o uso sustentável das áreas verdes urbanas designadas para preservação
permanente, reserva legal ou de compensação florestal compulsória.
Quanto aos métodos de análise da paisagem
A análise da legislação ambiental nos âmbitos federal e estadual não aponta a
existência de método de avaliação da paisagem, bem como de definição de atributos
que deverão ser considerados em sua avaliação.
A necessidade de avaliação da paisagem pré-existente, nos processos de
licenciamento, refere-se expressamente às situações em que a paisagem, por ser
136
dotada de valores relevantes, está protegida por instrumento específico, seja da
legislação ambiental ou de proteção de patrimônio histórico, artístico e cultural e
paisagístico.
Nos demais casos, a paisagem não é considerada nas avaliações e diagnósticos
de impacto, limitando-se as avaliações aos compartimentos ambientais definidos pela
Resolução Conama 01/1986.
Destacamos o fato de que somente no quadro de informações básicas, definido
pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente para os Estudos Ambientais Simplificados
(EAS), está prevista expressamente a avaliação de impacto sobre a paisagem. Por
decorrência dos fatos acima expostos, a avaliação da paisagem nos estudos
ambientais com fins de licenciamento, quando efetuada, tem seu método definido pela
equipe responsável por sua elaboração, que o apresenta no Plano de Trabalho do
EIA/Rima, o qual resultará nos Termos de Referência de elaboração do EIA/Rima
fixados pela SMA.
Nos EIAs analisados procuramos identificar o enfoque metodológico dado pelo
responsável pela coordenação dos estudos. Embora seja difícil explicitar com certeza
as diferentes abordagens dadas aos casos estudados, na avaliação de outros EIAs
verifica-se que, em função da formação do coordenador, esse enfoque tende a
privilegiar aspectos mais relevantes de sua atuação profissional, com ênfase na
avaliação do meio físico, para as coordenações feitas por geólogos e engenheiros; do
meio biótico, para as coordenações de biólogos e engenheiros florestais; e realizada de
forma mais integrada, quando coordenada por geógrafos e arquitetos. Para confirmar
de forma cabal estas afirmações, seria necessária uma pesquisa de maior
profundidade, com o estudo de um número maior de casos.
Os três estudos ambientais analisados não apresentam método de avaliação
integrada da paisagem, nas diferentes áreas afetadas pelo empreendimento, ou seja, a
área de influência indireta (AII), de caráter regional, a área de influência direta (AID), de
137
âmbito setorial, e a área diretamente afetada (ADA), de âmbito local. Somente o estudo
referente ao Loteamento 03 mostra, no diagnóstico do meio socioeconômico, um item
de avaliação da ADA, limitando-se nessa tarefa à descrição quase integral dos
compartimentos de relevo apresentados no diagnóstico do meio físico. De fato, em
todos os estudos do meio físico verifica-se maior domínio metodológico quando da
definição de compartimentos de paisagem, com base na morfologia do relevo da área
estudada, utilizando-se para tanto de métodos de avaliação desenvolvidos pelas áreas
de geologia e geografia física.
As análises do meio socioeconômico ou antrópico limitam-se ao estudo das
estruturas urbanas, explicitando as relações das diferentes redes e funções do tecido
urbano, identificando polaridades, especialidades, caráter de uso e ocupação e
dinâmicas de transformação ou inércias. Quase sempre não apresentam uma avaliação
qualitativa ou ponderada dos valores imanentes dos diferentes compartimentos da
paisagem urbana, ou de sua relação com a paisagem natural transformada. Elementos
esses que seriam fundamentais para o desenvolvimento dos projetos urbanísticos,
visando a mitigação de possíveis impactos ou a potencialização de vantagens
referentes à transformação da paisagem pré-existente.
As diretrizes e justificativas dos projetos urbanísticos contidas nos EIAs
estudados não apresentam considerações sobre a paisagem pré-existente, embora
denotem-se nos projetos claras intenções de potencializar aspectos relevantes da
paisagem imediatamente anterior e de produzir nova paisagem harmonizada com os
atributos ambientais nas diferentes áreas de influência do empreendimento.
Caracteriza-se nos exemplos estudados o trato da paisagem como fator condutor
da escolha ou do desenvolvimento dos projetos urbanísticos. Caso que fica bastante
claro no Loteamento 01, localizado em área de paisagem rural, nos contrafortes do
maciço da serra da Mantiqueira, divisor de águas das bacias hidrográficas do médio
Paraíba e do alto Tietê. As áreas residenciais desse empreendimento ocupam espaços
138
intersticiais, não vegetados, de extensos compartimentos florestais de Mata Atlântica
transformados em unidade de conservação de domínio privado (RPPN).
Cumpre-nos notar que o Loteamento 02 tem seu desenvolvimento bastante
desvinculado do pequeno potencial paisagístico local. O projeto urbanístico do
Loteamento 03 vincula-se fortemente, porém, às qualidades paisagísticas de suas
diferentes áreas de influência. Disso resultaram os parques lineares propostos junto às
APPs, de nascentes e cursos d’água, com papel bastante importante na estruturação
paisagística do loteamento, fato este verificado tanto nos núcleos residenciais, como no
polo de comércio e de serviços situado ao longo do ribeirão Vermelho.
Da análise dos impactos identificados nos EIAs, nota-se que não foram
consideradas especificamente, para estes estudos, medidas de proteção ou de uso da
paisagem. Os impactos dessa natureza, por serem julgados não significativos ou
irrelevantes, não foram sequer citados.
Embora este seja o estado da arte do trato da paisagem nos licenciamentos
ambientais, a ampliação da consciência coletiva do direito à paisagem, assim como o
aprofundamento de seu estudo no campo acadêmico, tem motivado a necessidade do
desenvolvimento de métodos de avaliação da paisagem, bem como de identificação e
quantificação de possíveis impactos decorrentes de sua transformação e produção.
139
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SANTOS, Milton. Técnica espaço tempo: globalização e meio técnico-científico
informacional. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1997.
SPOSITO, Eliseu Savério; SPOSITO, Maria da Encarnação Beltrão; SOBARZO, Oscar
(orgs.). Cidades médias: produção do espaço urbano e regional. 1. ed. São Paulo:
Expresso Popular, 2006.
TOMMASI, Luiz Roberto. Estudo de impacto ambiental. São Paulo: Cetesb, 1994.
146
ANEXO A - LOTEAMENTOS LICENCIADOS PELA SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE ATÉ 10 DE ABRIL DE 2008 -
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
1990 7069 CONDOMÍNIO COUNTRY VILLAGE DE BOITUVA Loteamento - Boituva Condomínio BOITUVA EIA E RIMA 13/6/90
2005 13586 MAR ABERTO INCORPORAÇÕES LTDA Condomínio Penhasco das tartarugas Condomínio GUARUJÁ
EIA E RIMA 18/12/07
2006 13750 CLAUDE MATCHOULINE DE BARROS Condomínio Residencial e Comercial Santa Ana do Atibaia Condomínio CAMPINAS RAP 26/7/07
2003 13723 TOP SHORE ILHABELA LTDA Condomínio Residencial e Hotel - Praia do Curral Condomínio ILHABELA RAP 4/8/04
1988 108 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PARDO
Distrito industrial de São José do Rio Pardo loteamento industrial
SÃO JOSÉ DO RIO PARDO
EIA E RIMA 13/9/88
1988 240 QUILOMBO ADMINISTRAÇÃO DE BENS E PARTICIPAÇÃO S/C
Loteamento Industrial Antonio Zanaga loteamento industrial SÃO PAULO
EIA E RIMA 6/11/89
1991 7034 ARTURVILLE AGRO-COMERCIAL LTDA Loteamento Industrial de Jacareí - Bacia do rio Parateí loteamento industrial JACAREÍ
EIA E RIMA 22/11/91
1992 7064 COMPANHIA DE MELHORAMENTOS DE SÃO PAULO E CONSTRUTORA LIX DA CUNHA S/A Loteamento Industrial Intervias loteamento industrial CAMPINAS
EIA E RIMA 9/2/93
2001 1300168 PREFEITURA MUNICIPAL DE BURITAMA
Parque Misto Comercial e Industrial na estrada vicinal José Teixeira de Ameida loteamento industrial BURITAMA RAP 5/9/01
1994 1349 PREFEITURA MUNICIPAL DE SUMARÉ Distrito industrial de Sumaré loteamento industrial SUMARÉ RAP 12/7/94
2004 13511 SETEG - CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS LTDA Parque Industrial San Francisco loteamento industrial ITATIBA RAP 20/8/04
1996 13518 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS Distrito industrial de São Carlos loteamento industrial SÃO CARLOS RAP 12/8/97
2000 13519 JOÃO GERALDO GONÇALVES DE ARAÚJO Loteamento Industrial Quinta da Colina loteamento industrial JAÚ RAP 10/8/00
2002 13521 PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO Distrito industrial de Ribeirão Preto - 2ª etapa loteamento industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 28/4/03
2000 13522 PREFEITURA MUNICIPAL DE LIMEIRA Distrito industrial de Limeira loteamento industrial LIMEIRA RAP 18/8/00 1998 13523 PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPIRA Parque Industrial Juvenal Leite loteamento industrial ITAPIRA RAP 9/6/98
2000 13557 PREFEITURA MUNICIPAL DE MATÃO Loteamento Parque Industrial Toriba loteamento industrial MATÃO RAP 15/11/00
2002 13557 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA Distrito industrial Nadir Paula Eduardo loteamento industrial TAQUARITINGA RAP 10/1/03
2003 13562 LDA - TECNOLOGIA ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES LTDA
Loteamento Industrial - CIL Centro Industrial loteamento industrial LIMEIRA RAP 12/11/03
1998 13565 PREFEITURA MUNICIPAL DE URUPÊS Parque Industrial Jardim Mundo Novo loteamento industrial URUPÊS RAP 18/6/98
2003 13565 SATURNO PARTICIPAÇÕES LTDA Loteamento Industrial Saturno loteamento industrial LIMEIRA RAP 22/1/04 2002 13566 PREFEITURA MUNICIPAL DE MIRANDÓPOLIS Distrito industrial de Mirandópolis loteamento industrial MIRANDÓPOLIS RAP 31/7/02 2000 13568 PREFEITURA MUNICIPAL DE IRACEMÁPOLIS Distrito industrial de Iracemápolis loteamento industrial IRACEMÁPOLIS RAP 14/7/00
147
2002 13568 FAZGRAN EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A
Desmembramento de gleba para loteamento industrial na fazenda Grande-Fazgran loteamento industrial JUNDIAÍ RAP 10/6/02
1997 13573 PREFEITURA MUNICIPAL DE LUÍS ANTÔNIO Distrito industrial de Luís Antônio loteamento industrial LUÍS ANTÔNIO RAP 22/12/97
1998 13576 PREFEITURA MUNICIPAL DE GARÇA Distrito industrial de Garça - quadra D loteamento industrial GARÇA RAP 5/10/98
2000 13577 PREFEITURA MUNICIPAL DE BÁLSAMO Loteamento industrial de Bálsamo loteamento industrial BÁLSAMO RAP 14/6/00
2005 13579 PREFEITURA MUNICIPAL DE OSVALDO CRUZ Distrito industrial II em Osvaldo Cruz loteamento industrial OSVALDO CRUZ RAP 30/3/06
2007 13581 CÉLIA REGINA DA COSTA ISSA E OUTROS DISTRITO INDUSTRIAL JORGE ISSA JÚNIOR loteamento industrial BIRIGÜI RAP 28/2/08
2000 13582 CONSBRÁS S/A DESENVOLVIMENTO URBANO E TAMBORÉ S.A
Loteamento Empresarial Consbrás Tamboré - 1 loteamento industrial SANTANA DO PARNAÍBA RAP 1/8/00
2003 13585 PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTILHO Distrito Industrial de Castilho loteamento industrial CASTILHO RAP 31/10/03
2004 13588 PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA DA SERRA
Distrito Industrial - gleba fazenda São Marcos loteamento industrial SANTA MARIA DA SERRA RAP 27/11/06
2000 13591 CINASA - CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA NACIONAL S/A Ituville Condomínio Industrial loteamento industrial ITU RAP 1/5/00
2003 13594 JOAQUIM GOMES MOREIRA Loteamento Industrial Centerville Empresarial no Bairro Fazendinha loteamento industrial SANTANA DO PARNAÍBA RAP 24/1/05
1997 13599 PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJOBI Loteamento Parque Industrial de Itajobi loteamento industrial ITAJOBI RAP 24/7/97
2003 13601 PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES Loteamento Industrial Vereador Alcides Celestino Filho loteamento industrial MOGI DAS CRUZES RAP 17/9/03
1997 13602 CENTAC - IMOBILIÁRIA E ADMINISTRADORA DE BENS S/C LTDA
Loteamento Industrial Techno Park Campinas loteamento industrial CAMPINAS RAP 30/3/98
1997 13604 HUCAN EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES Distrito industrial de Martinópolis loteamento industrial MARTINÓPOLIS RAP 30/12/97
2002 13606 FUNDAÇÃO PARQUE DE ALTA TECNOLOGIA SÃO CARLOS
Complexo industrial São Carlos Science Park loteamento industrial SÃO CARLOS RAP 28/1/03
1999 13612 PREFEITURA MUNICIPAL DE AVARÉ Distrito industrial de Avaré loteamento industrial AVARÉ RAP 27/12/99
2001 13616 POLICON S/A CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO Loteamento Industrial ou Polo Industrial de Jandira loteamento industrial JANDIRA RAP 22/11/01
1998 13617 PREFEITURA MUNICIPAL DE GÁLIA Loteamento "Distrito Industrial" de Gália loteamento industrial GÁLIA RAP 24/8/98
2003 13619 PREFEITURA MUNICIPAL DE TRABIJU Distrito Industrial - Trabiju loteamento industrial TRABIJU RAP 24/11/03 2003 13620 GAROPABA CONSTRUTORA LTDA Condomínio Industrial Ambiental loteamento industrial ITATIBA RAP 29/8/03 1999 13635 PREFEITURA MUNICIPAL DE ELISIÁRIO Parque Industrial I - Elisiário loteamento industrial ELISIÁRIO RAP 16/4/99
2001 13638 PREFEITURA MUNICIPAL DE BERNARDINO DE CAMPOS
Distrito industrial do bairro Douradinho loteamento industrial
BERNARDINO DE CAMPOS RAP 21/1/02
1999 13641 PREFEITURA MUNICIPAL DE TABATINGA Parque Industrial I - Tabatinga loteamento industrial TABATINGA RAP 6/10/99
2002 13643 PAULO NADIR SIMÕES PIACEZZI Distrito industrial de Franca II - Dinfra II loteamento industrial FRANCA RAP 28/1/03
2002 13644 ORLANDO ALFREDO OLIVIERI Distrito industrial de Franca III - Dinfra III loteamento industrial FRANCA RAP 10/2/03
1998 13653 PREFEITURA MUNICIPAL DE IPEÚNA Mini Distrito Industrial II loteamento industrial IPEÚNA RAP 30/10/98
148
1998 13654 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Mini Distrito Industrial "Prof. Adail Vetorazzi" loteamento industrial SÃO JOSÉ DO RIO PRETO RAP 19/11/98
2001 13659 GUERINI PLANEJAMENTOS S/C LTDA Centro empresarial de Tatuí I loteamento industrial TATUÍ RAP 25/10/01 2001 13661 GUERINI PLANEJAMENTOS S/C LTDA Centro empresarial de Tatuí II loteamento industrial TATUÍ RAP 25/10/01
2003 13664 PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO FELIZ Distrito Industrial Engenho dos Bandeirantes loteamento industrial PORTO FELIZ RAP 22/1/04
2006 13668 PREFEITURA MUNICIPAL DE PINDAMONHANGABA
Loteamento Industrial Feital em Pindamonhangaba loteamento industrial PINDAMONHANGABA RAP 30/11/06
2006 13677 Terra Empreendimentos S/C Ltda. Distrito Empresarial, Estrada Municipal Jaú-Guarapuã loteamento industrial JAÚ RAP 23/4/07
1998 13692 PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRACICABA Distrito industrial Uninorte loteamento industrial PIRACICABA RAP 26/3/99 2003 13693 JOSE ROBERTO MACIEL NOGUEIRA Polo industrial Abílio Nogueira loteamento industrial FRANCA RAP 13/9/04
2000 13701 PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO Distrito industrial de Ribeirão Preto - 1ª etapa loteamento industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 19/7/01
1999 13705 PREFEITURA MUNICIPAL DE COSMORAMA Distrito industrial de Cosmorama loteamento industrial COSMORAMA RAP 8/12/99 2003 13718 PREFEITURA MUNICIPAL DE AMPARO Distrito Industrial - bairro Modelo loteamento industrial AMPARO RAP 19/7/04
2001 13719 PARQUE EMPRESARIAL EMPREENDIMENTOS LTDA
Loteamento Comercial/ Industrial Parque Empresarial Ltda loteamento industrial ITATIBA RAP 11/7/02
2002 13719 NR CONSTRUÇÃO E INCORPORAÇÃO LTDA Loteamento Comercial e Empresarial Park NR loteamento industrial INDAIATUBA RAP 18/3/03
2007 13729 GUERINI PLANEJAMENTOS LTDA Centro Empresarial Castelo Branco loteamento industrial BOITUVA RAP 16/1/08
2002 13732 PREFEITURA MUNICIPAL DE BATATAIS Loteamento Industrial e Comercial Parque Textil de Batatais loteamento industrial BATATAIS RAP 21/11/02
2003 13736 PLANEGRAM CONSTRUÇÕES E PLANEJAMENTO LTDA
Loteamento industrial Multivias - pólo industrial e logístico loteamento industrial JUNDIAÍ RAP 4/3/04
2001 13740 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAUBATÉ Distrito industrial do Una - 2ª etapa loteamento industrial TAUBATÉ RAP 31/1/03
2003 13742 ANICEO CHADE Loteamento comercial e industrial - Tupã loteamento industrial TUPÃ RAP 21/10/04
1998 13751 PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARAQUARA Ampliação de distrito industrial - Araraquara - parque Belvedere loteamento industrial ARARAQUARA RAP 30/6/99
1998 13754 PROMON ELETRÔNICA LTDA
Parque Empresarial de Alta Tecnologia "Business Park Campinas" loteamento industrial CAMPINAS RAP 5/5/99
2006 13759 TENIMPORT COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO LTDA. Loteamento Industrial Aduaneiro de Campinas loteamento industrial CAMPINAS RAP 25/5/07
2001 13782 DEVANIR JOSÉ MAGRO E EGISTO MAGRO Distrito industrial II e III em Sertãozinho loteamento industrial SERTÃOZINHO RAP 23/5/03
2001 13783 URBANIZADORA SERVIOBRÁS LTDA Loteamento Industrial Jardim Rosana loteamento industrial JACAREÍ RAP 22/3/02
1998 13806 PREFEITURA MUNICIPAL RIO DAS PEDRAS Distrito industrial "Augusto Scarassatti II" loteamento industrial RIO DAS PEDRAS RAP 22/2/99
2002 13841 FAZGRAN EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A
Loteamento industrial parque industrial Jundiaí III - Avenida José Benassi Gleba A2A loteamento industrial JUNDIAÍ RAP 16/6/03
149
2002 13846 PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIENTE
Desmembramento distrito industrial 01 - bairro Mil Alqueire - estrada municipal Oriente loteamento industrial ORIENTE RAP 3/6/03
2006 13850 ENCALSO CONSTRUÇÕES LTDA Parque tecnológico Damha São Carlos loteamento industrial SÃO CARLOS RAP 28/12/06
1990 7027 MOMENTUM EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA
Loteamento "Thermas de Santa Bárbara" Loteamento
ÁGUAS DE SANTA BÁRBARA
EIA E RIMA 19/12/91
1988 117 BARMA INCORPORAÇÕES E COMÉRCIO S/A Loteamento Costa Blanca Loteamento BERTIOGA EIA E RIMA 13/7/90
2000 13707 JDAC INCORPORAÇÃO E EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS
Loteamento Residencial Fazenda Ouro Verde Loteamento BOFETE
EIA E RIMA 12/1/04
1997 13544 TERRAS DE BRAGANÇA PARTICIPAÇÕES LTDA / OU ALPHAVILLI URBANISMO S/A
Quinta do Barão (Loteamento Residencial Baronesa) Loteamento BRAGANÇA PAULISTA
EIA E RIMA 31/10/00
2005 13738 PILAR EMPREENDIMENTOS LTDA Loteamento Comercial e Residencial Portal dos Ipês Loteamento CAJAMAR
EIA E RIMA 2/4/07
1994 7268 SOCIEDADE ALPHA DE DESENVOLVIMENTO LTDA Loteamento Residencial Alphacamp Loteamento CAMPINAS
EIA E RIMA 25/6/96
2000 13690 CRISTAIS PRADO LTDA Loteamento Residencial Chácara Prado Loteamento CAMPINAS
EIA E RIMA 25/10/02
1988 416 JEAN PIERRE BERJEAUT Loteamento - Fazenda Paraíso Loteamento CAMPOS DO JORDÃO EIA E RIMA 12/10/88
1993 7006 IPORANGA CAMPOS DO JORDÃO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Iporanga Campos do Jordao Loteamento CAMPOS DO JORDÃO
EIA E RIMA 22/1/96
1989 334 BALNEÁRIO PRAINHA BRANCA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Loteamento Tijucopava Loteamento GUARUJÁ
EIA E RIMA 14/3/91
1994 7343 AGROPECUÁRIA SANTA ROSA LTDA Loteamento Fazenda Santa Rosa Loteamento ITATIBA EIA E RIMA 21/1/02
1992 7280 PREFEITURA MUNICIPAL DE ITU Loteamento Cidade Nova I, II, III - Portal do Eden Loteamento ITU
EIA E RIMA 31/1/96
2002 13699 SENPAR - TERRAS DE SÃO JOSÉ EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS LTDA
Loteamento fechado Parque Terras de Santa Cecília Loteamento ITU
EIA E RIMA 29/6/05
1991 7191 CONDOMÍNIO VISTAZUL S/A Loteamento Residencial Loteamento JACAREÍ EIA E RIMA 17/11/92
2000 13704 CONSTRUHAB COMERCIAL E CONSTRUTORA LTDA Loteamento Villa Branca II Loteamento JACAREÍ
EIA E RIMA 28/8/03
1999 13586 PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO Loteamento Projeto Fazenda Baixadão - Jardim Paiva Loteamento RIBEIRÃO PRETO
EIA E RIMA 9/9/99
1994 7097 RIO DOS PILÕES REFLORESTAMENTO E COMÉRCIO LTDA Loteamento - Santa Isabel Loteamento SANTA ISABEL
EIA E RIMA 30/6/97
1992 7039 ALPHAVILLE URBANISMO S/A Loteamento residencial Alphaville Santana - antigo 14 Loteamento SANTANA DO PARNAÍBA
EIA E RIMA 4/8/04
2004 13604 ENCALSO CONSTRUÇÕES LTDA Condomínios Residenciais Ecoesportivos Damha São Carlos Loteamento SÃO CARLOS
EIA E RIMA 1/11/06
2004 13571 AD EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento residencial Damha Loteamento SÃO JOSÉ DO RIO PRETO EIA E RIMA 22/6/06
1998 13664 GRUPO ÁUREO FERREIRA Loteamento Auferville Loteamento SÃO JOSÉ DO RIO PRETO EIA E RIMA 28/2/99
150
2004 13558 ALPHAVILLE URBANISMO S/A Loteamento Alphaville São José dos Campos Loteamento SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
EIA E RIMA 18/3/08
1988 478 LUBECA S/A EMPREENDIMENTOS E ADMINISTRAÇÃO
Chácara Tangará - marginal Pinheiros Loteamento SÃO PAULO
EIA E RIMA 7/4/89
1990 7070 TEVERE EMPREENDIMENTOS E CONSTRUÇÕES LTDA Loteamento "Voturuma EcoPark" Loteamento SÃO ROQUE
EIA E RIMA 22/11/91
2004 13650 AGROPECUÁRIA BAURU LTDA Loteamento chácaras de lazer Recanto do Lago Loteamento AGUDOS RAP 11/1/06
2007 13594 TERRAMÉRICA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS SPE LTDA Jardim Terramérica I, II e III Loteamento AMERICANA RAP 27/11/07
1998 13562 BANI INCORPORAÇÕES E EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIA LTDA Loteamento Estância Lynce Loteamento ATIBAIA RAP 26/5/99
2005 13545 THEA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Loteamento residencial " Quintas do Rio Novo" Loteamento AVARÉ RAP 11/4/06
1996 13521 MODULAR EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento Vale Verde Loteamento BOITUVA RAP 10/7/98
1997 13504 CONSTRUTORA COSAG LTDA Loteamento Residencial Indaiá Loteamento BOTUCATU RAP 14/1/98
2002 13842 L E BIRIGÜI EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA
Loteamento residencial e comercial Jardim Itaparica Loteamento BURITAMA RAP 22/8/03
2006 13501 MOINHO DE VENTO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Loteamento Residencial Moinho de Vento Loteamento CAMPINAS RAP 6/12/07
2005 13540 AMBIENCE EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Ville Saite Helene Loteamento CAMPINAS RAP 21/9/05
2006 13589 VIAL ENGENHARIA E CONSTRUTORA LTDA Residencial Pedra Alta em Campinas Loteamento CAMPINAS RAP 16/1/08
2004 13616 VERA CRUZ EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA
Loteamento Santa Paula no distrito de Barão Geraldo Loteamento CAMPINAS RAP 11/1/06
2000 13748 ALPHAVILLE URBANISMO S/A Empreendimento imobiliário Alphaville Dom Pedro Loteamento CAMPINAS RAP 8/8/03
2002 13824
TERRAS DO ENGENHO EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS LTDA E TERRAS DO ENGENHO AGROPECUÁRIA
Loteamentos residenciais fazenda Boa Esperança - lotes 4, 5 e 6 Loteamento CAMPINAS RAP 29/12/05
1998 13595 GUARUJÁ VEÍCULOS CONSTRUÇÕES LTDA Loteamento Parque da Montanha - Sítio da Cachoeira Loteamento GUARUJÁ RAP 20/7/99
1998 13627 GUARUJÁ VEÍCULOS CONSTRUÇÕES LTDA Loteamento Jardim Brasil Loteamento GUARUJÁ RAP 20/7/99
2001 13640 VIVENDA COOPERATIVA DA HABITAÇÃO Loteamento Residencial Vitória Park -bairro Morrinhos Loteamento GUARUJÁ RAP 22/11/01
1998 13660 GUARUJÁ VEÍCULOS CONSTRUÇÕES LTDA Loteamento Jardim Brasil II Loteamento GUARUJÁ RAP 3/8/99
1999 13793 GUARUJÁ VEÍCULOS CONSTRUÇÕES LTDA Loteamento Residencial Don Domênico Loteamento GUARUJÁ RAP 25/7/00
1999 13591 BOM SUCESSO EMPREENDIMENTO E INCORPORACÕES
Loteamento Residencial Recreio Campo Verde Loteamento IBIÚNA RAP 26/8/99
1999 13856 MARIA ANGELA BATISTA CONRADO E OUTROS Condomínio residencial na praia de Pacuíba Loteamento ILHABELA RAP 20/9/05
2001 13789 ENPLAN ENGENHARIA E CONSTRUTORA Loteamento Residencial Guapurá Loteamento ITANHAÉM RAP 4/8/04
151
1996 13512 ASSUMERE COMÉRCIO, EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA.
Projeto Paradiso Municípios de Itatiba e Louveira Loteamento ITATIBA RAP 7/6/00
2005 13762 FDC EMPREENDIMENTOS, ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA
Loteamento Terras Altas Dona Carolina Loteamento ITATIBA RAP 30/10/07
1996 13526 GLOBOTERRA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento Jardim Europa Loteamento ITU RAP 30/9/97
2002 13675 SENPAR - TERRAS DE SÃO JOSÉ EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS LTDA Loteamento Parque Chapada de Itú Loteamento ITU RAP 18/11/04
2004 13678 AGROPECUÁRIA SANTA LUZIA LTDA. Loteamento residencial Induiá Ecopark Loteamento ITUPEVA RAP 16/3/06
2003 13730 EXTREMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Loteamento Residencial Vila Victória Loteamento ITUPEVA RAP 29/6/05
2001 13773 EXTREMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Loteamento Horizonte Azul Village Ambiental II - localizado no bairro Parque dos Cafezais Loteamento ITUPEVA RAP 27/12/01
2002 13826 TEBAS AGRO PASTORIL LTDA Loteamento residencial Colinas de Itupeva Loteamento ITUPEVA RAP 19/1/05
2000 13716 CAP EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento Rio das Pedras Loteamento JUNDIAÍ RAP 7/8/01
1998 13819 FAZGRAN EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A Parque Residencial Jundiaí Loteamento JUNDIAÍ RAP 20/9/99
1999 13844 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS RIO DOURADO S/C LTDA Loteamento Recanto Dourado II Loteamento LINS RAP 1/6/00
2000 13583 EXTREMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Parque Residencial São Clemente - fase I Loteamento MONTE MOR RAP 20/11/00
2005 13633 LARISSA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS Loteamento Haras Santo Antônio Loteamento MONTE MOR RAP 29/12/06
2004 13664 EXTREMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Loteamento Parque Residencial São Clemente Fase II Loteamento MONTE MOR RAP 15/5/07
2002 13818 GLOBOTERRA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento Colina da Castelo Loteamento PORTO FELIZ RAP 8/11/06
2004 13627 PREFEITURA MUNICIPAL DE PRESIDENTE PRUDENTE
Loteamento residencial Jardim João Domingos Netto Loteamento PRESIDENTE PRUDENTE RAP 19/9/05
2006 13655 PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO
Loteamento Residencial e Comercial Jardim Dr. Paulo Gomes Romeo Loteamento RIBEIRÃO PRETO RAP 4/5/07
2002 13713 PROTENCO PROJETOS TÉCNICOS E CONSTRUÇÕES LTDA
Loteamento residencial e comercial de interesse social Jardim Professor Antonio Pallocci Loteamento RIBEIRÃO PRETO RAP 20/2/03
2000 13643 BRASTAR EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA
Loteamento Residencial Jardins das Bandeiras Loteamento SANTANA DO PARNAÍBA RAP 22/11/02
2001 13526 VERDE MAR COOPERATIVA DA HABITAÇÃO Loteamento Jardim Verde Mar Loteamento SÃO VICENTE RAP 1/12/03
2004 13793 FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA Parque Ibiti Royal Park Loteamento SOROCABA RAP 27/10/05
2003 13763 TERRAS ALTAS DE VINHEDO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA
Loteamento Residencial Altos de Vinhedo Loteamento VINHEDO RAP 6/9/07
1992 7234 ELIEZER STEINBRUCH E OUTROS Loteamento Residencial e Industrial "Bairro da Balsa"
Loteamento misto com uso industrial AMERICANA
EIA E RIMA 1/3/96
152
1997 13516 SETE QUEDAS EMPREEENDIMENTOS IMOBOLIÁRIOS E PARTICIPAÇÕES LTDA
Plano de desenvolvimento urbano Fazenda Sete Quedas
Loteamento misto com uso industrial CAMPINAS
EIA E RIMA 24/5/00
2002 13760 L BERTONI PARTICIPAÇÕES LTDA Loteamento Misto Industrial Jardim Bertoni - novo licenciamento
Loteamento misto com uso industrial AMERICANA RAP 5/5/03
2005 13766 AGRO IMOBILIÁRIA JAGUARI S/A Parque Industrial 9 de Julho Loteamento misto com uso industrial AMERICANA RAP 22/2/08
2004 13745 IMOBILIÁRIA LAGO AZUL S/C LTDA Distrito Industrial Abrão Buchlla Loteamento misto com uso industrial BIRIGÜI RAP 1/6/07
2004 13662 MANUELA SAN NICOLAS FERNANDES DE MORENO
Condomínio Comercial e Industrial - Sítio São Miguel
Loteamento misto com uso industrial CAMPO LIMPO PAULISTA RAP 23/9/05
2004 13790 ETESCO S/A COMÉRCIO E CONSTRUÇÕES Industrial Granja Viana Loteamento misto com uso industrial COTIA RAP 3/5/05
2004 13697 AMAZONAS CONSTRUTORA LTDA Loteamento industrial - Franca Loteamento misto com uso industrial FRANCA RAP 11/4/05
2005 13659 PATRIMÔNIO CONSTRUÇÕES E EMP. IMOBILIÁRIOS LTDA
Loteamento Industrial em Itaquaquecetuba
Loteamento misto com uso industrial ITAQUAQUECETUBA RAP 19/6/06
2005 13554 HBS PARTICIPAÇÕES LTDA Loteamento industrial em Mauá Loteamento misto com uso industrial MAUÁ RAP 27/10/05
2004 13599 ATASA PARTICIPAÇÕES E EMPREENDIMENTOS LTDA Núcleo Industrial Cezar de Souza
Loteamento misto com uso industrial MOGI DAS CRUZES RAP 29/12/06
1997 13613 BALBO CONSTRUÇÕES S/A Loteamento Residencial Comercial e Industrial Parque das Oliveiras
Loteamento misto com uso industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 2/4/98
1998 13673 LUIZ FREITAS MONTEIRO DA SILVA & OUTROS Loteamento Misto Nova Aliança. Loteamento misto com uso industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 25/8/99
1998 13717 BALBO CONSTRUÇÕES S/A Loteamento Residencial, Comercial e Industrial Parque das Oliveiras II
Loteamento misto com uso industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 26/5/99
2000 13718 WJN COMÉRCIO E PARTICIPAÇÕES LTDA E SFM COMÉRCIO E PARTICIPAÇÕES LTDA
Loteamento Residencial e Comercial Jardim Botânico
Loteamento misto com uso industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 16/3/01
1999 13708 RIO COMPRIDO EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES
Centro Industrial e Empresarial Eldorado
Loteamento misto com uso industrial SÃO JOSÉ DOS CAMPOS RAP 25/4/00
ANEXO B - QUADRO DOS LOTEAMENTOS LICENCIADOS PELA SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE POR UNIDADE DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICO UGRI 01 – Mantiqueira
Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria Data_aprovação
1988 416 JEAN PIERRE BERJEAUT Loteamento - Fazenda Paraíso Loteamento CAMPOS DO JORDÃO EIA E RIMA 12/10/88
1993 7006 IPORANGA CAMPOS DO JORDÃO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Iporanga Campos do Jordao Loteamento CAMPOS DO JORDÃO
EIA E RIMA 22/1/96
UGRI 02 – Paraíba do Sul
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria Data_aprovação
1991 7034 ARTURVILLE AGRO-COMERCIAL LTDA Loteamento Industrial de Jacareí - Bacia do rio Parateí loteamento industrial JACAREÍ
EIA E RIMA 22/11/91
2006 13668 PREFEITURA MUNICIPAL DE PINDAMONHANGABA
Loteamento Industrial Feital em Pindamonhangaba loteamento industrial PINDAMONHANGABA RAP 30/11/06
2001 13740 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAUBATÉ Distrito industrial do Una - 2ª etapa loteamento industrial TAUBATÉ RAP 31/1/03
2001 13783 URBANIZADORA SERVIOBRÁS LTDA Loteamento Industrial Jardim Rosana loteamento industrial JACAREÍ RAP 22/3/02
1991 7191 CONDOMÍNIO VISTAZUL S/A Loteamento Residencial Loteamento JACAREÍ EIA E RIMA 17/11/92
2000 13704 CONSTRUHAB COMERCIAL E CONSTRUTORA LTDA Loteamento Villa Branca II Loteamento JACAREÍ
EIA E RIMA 28/8/03
1994 7097 RIO DOS PILÕES REFLORESTAMENTO E COMÉRCIO LTDA Loteamento - Santa Isabel Loteamento SANTA ISABEL
EIA E RIMA 30/6/97
2004 13558 ALPHAVILLE URBANISMO S/A Loteamento Alphaville São José dos Campos Loteamento
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
EIA E RIMA 18/3/08
1999 13708 RIO COMPRIDO EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES
Centro Industrial e Empresarial Eldorado
Loteamento misto com uso industrial
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS RAP 25/4/00
UGRI 03 – Litoral Norte
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria Data_aprovação
2003 13723 TOP SHORE ILHABELA LTDA Condomínio Residencial e Hotel - Praia do Curral Condomínio ILHABELA RAP 4/8/04
UGRI 04 – Pardo
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria Data_aprovação
2002 13521 PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO Distrito industrial de Ribeirão Preto - 2ª etapa loteamento industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 28/4/03
2000 13701 PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO Distrito industrial de Ribeirão Preto - 1ª etapa loteamento industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 19/7/01
1999 13586 PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO Loteamento Projeto Fazenda Baixadão - Jardim Paiva Loteamento RIBEIRÃO PRETO
EIA E RIMA 9/9/99
2006 13655 PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO
Loteamento Residencial e Comercial Jardim Dr. Paulo Gomes Romeo Loteamento RIBEIRÃO PRETO RAP 4/5/07
2002 13713 PROTENCO PROJETOS TÉCNICOS E CONSTRUÇÕES LTDA
Loteamento residencial e comercial de interesse social Jardim Professor Antonio Pallocci Loteamento RIBEIRÃO PRETO RAP 20/2/03
1997 13613 BALBO CONSTRUÇÕES S/A
Loteamento Residencial Comercial e Industrial Parque das Oliveiras
Loteamento misto com uso industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 2/4/98
1998 13673 LUIZ FREITAS MONTEIRO DA SILVA & OUTROS Loteamento Misto Nova Aliança.
Loteamento misto com uso industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 25/8/99
1998 13717 BALBO CONSTRUÇÕES S/A
Loteamento Residencial, Comercial e Industrial Parque das Oliveiras II
Loteamento misto com uso industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 26/5/99
2000 13718 WJN COMÉRCIO E PARTICIPAÇÕES LTDA E SFM COMÉRCIO E PARTICIPAÇÕES LTDA
Loteamento Residencial e Comercial Jardim Botânico
Loteamento misto com uso industrial RIBEIRÃO PRETO RAP 16/3/01
UGRI 05 – Piracicaba / Capivari / Jundiaí
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
2006 13750 CLAUDE MATCHOULINE DE BARROS Condomínio Residencial e Comercial Santa Ana do Atibaia Condomínio CAMPINAS RAP 26/7/07
1992 7064 COMPANHIA DE MELHORAMENTOS DE SÃO PAULO E CONSTRUTORA LIX DA CUNHA S/A Loteamento Industrial Intervias loteamento industrial CAMPINAS EIA E RIMA 9/2/93
1994 1349 PREFEITURA MUNICIPAL DE SUMARÉ Distrito industrial de Sumaré loteamento industrial SUMARÉ RAP 12/7/94
2004 13511 SETEG - CONSTRUÇÕES E EMPREENDIMENTOS LTDA Parque Industrial San Francisco loteamento industrial ITATIBA RAP 20/8/04
2000 13522 PREFEITURA MUNICIPAL DE LIMEIRA Distrito industrial de Limeira loteamento industrial LIMEIRA RAP 18/8/00 2003 13565 SATURNO PARTICIPAÇÕES LTDA Loteamento Industrial Saturno loteamento industrial LIMEIRA RAP 22/1/04
2002 13568 FAZGRAN EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A
Desmembramento de gleba para loteamento industrial na fazenda Grande-Fazgran loteamento industrial JUNDIAÍ RAP 10/6/02
2004 13588 PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA DA SERRA
Distrito Industrial - gleba fazenda São Marcos loteamento industrial
SANTA MARIA DA SERRA RAP 27/11/06
2002 13841 FAZGRAN EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A
Loteamento industrial parque industrial Jundiaí III - Avenida José Benassi Gleba A2A loteamento industrial JUNDIAÍ RAP 16/6/03
2002 13824
TERRAS DO ENGENHO EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS LTDA E TERRAS DO ENGENHO AGROPECUÁRIA
Loteamentos residenciais fazenda Boa Esperança - lotes 4, 5 e 6 Loteamento CAMPINAS RAP 29/12/05
1996 13512 ASSUMERE COMÉRCIO, EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA.
Projeto Paradiso Municípios de Itatiba e Louveira Loteamento ITATIBA RAP 7/6/00
2005 13762 FDC EMPREENDIMENTOS, ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA
Loteamento Terras Altas Dona Carolina Loteamento ITATIBA RAP 30/10/07
2003 13730 EXTREMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Loteamento Residencial Vila Victória Loteamento ITUPEVA RAP 29/6/05
2001 13773 EXTREMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Loteamento Horizonte Azul Village Ambiental II - localizado no bairro Parque dos Cafezais Loteamento ITUPEVA RAP 27/12/01
2002 13826 TEBAS AGRO PASTORIL LTDA Loteamento residencial Colinas de Itupeva Loteamento ITUPEVA RAP 19/1/05
2000 13716 CAP EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento Rio das Pedras Loteamento JUNDIAÍ RAP 7/8/01
1998 13819 FAZGRAN EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A Parque Residencial Jundiaí Loteamento JUNDIAÍ RAP 20/9/99
2000 13583 EXTREMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Parque Residencial São Clemente - fase I Loteamento MONTE MOR RAP 20/11/00
2005 13633 LARISSA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS Loteamento Haras Santo Antônio Loteamento MONTE MOR RAP 29/12/06
2004 13664 EXTREMA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Loteamento Parque Residencial São Clemente Fase II Loteamento MONTE MOR RAP 15/5/07
2003 13763 TERRAS ALTAS DE VINHEDO EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA
Loteamento Residencial Altos de Vinhedo Loteamento VINHEDO RAP 6/9/07
1992 7234 ELIEZER STEINBRUCH E OUTROS Loteamento Residencial e Industrial "Bairro da Balsa"
Loteamento misto com uso industrial AMERICANA EIA E RIMA 1/3/96
1997 13516 SETE QUEDAS EMPREEENDIMENTOS IMOBOLIÁRIOS E PARTICIPAÇÕES LTDA
Plano de desenvolvimento urbano Fazenda Sete Quedas
Loteamento misto com uso industrial CAMPINAS EIA E RIMA 24/5/00
2002 13760 L BERTONI PARTICIPAÇÕES LTDA Loteamento Misto Industrial Jardim Bertoni - novo licenciamento
Loteamento misto com uso industrial AMERICANA RAP 5/5/03
2005 13766 AGRO IMOBILIÁRIA JAGUARI S/A Parque Industrial 9 de Julho Loteamento misto com uso industrial AMERICANA RAP 22/2/08
UGRI 06 – Alto Tietê
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria Data_aprovação
1988 240 QUILOMBO ADMINISTRAÇÃO DE BENS E PARTICIPAÇÃO S/C Loteamento Industrial Antonio Zanaga loteamento industrial SÃO PAULO
EIA E RIMA 6/11/89
2003 13601 PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES
Loteamento Industrial Vereador Alcides Celestino Filho loteamento industrial MOGI DAS CRUZES RAP 17/9/03
2001 13616 POLICON S/A CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO
Loteamento Industrial ou Polo Industrial de Jandira loteamento industrial JANDIRA RAP 22/11/01
2005 13738 PILAR EMPREENDIMENTOS LTDA Loteamento Comercial e Residencial Portal dos Ipês Loteamento CAJAMAR
EIA E RIMA 2/4/07
1992 7039 ALPHAVILLE URBANISMO S/A Loteamento residencial Alphaville Santana - antigo 14 Loteamento
SANTANA DO PARNAÍBA
EIA E RIMA 4/8/04
1988 478 LUBECA S/A EMPREENDIMENTOS E ADMINISTRAÇÃO Chácara Tangará - marginal Pinheiros Loteamento SÃO PAULO
EIA E RIMA 7/4/89
2000 13643 BRASTAR EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA
Loteamento Residencial Jardins das Bandeiras Loteamento
SANTANA DO PARNAÍBA RAP 22/11/02
2004 13790 ETESCO S/A COMÉRCIO E CONSTRUÇÕES Industrial Granja Viana
Loteamento misto com uso industrial COTIA RAP 3/5/05
2005 13659 PATRIMÔNIO CONSTRUÇÕES E EMP. IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento Industrial em Itaquaquecetuba
Loteamento misto com uso industrial ITAQUAQUECETUBA RAP 19/6/06
2005 13554 HBS PARTICIPAÇÕES LTDA Loteamento industrial em Mauá Loteamento misto com uso industrial MAUÁ RAP 27/10/05
2004 13599 ATASA PARTICIPAÇÕES E EMPREENDIMENTOS LTDA Núcleo Industrial Cezar de Souza
Loteamento misto com uso industrial MOGI DAS CRUZES RAP 29/12/06
UGRI 07 – Baixada Santista
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
2005 13586 MAR ABERTO INCORPORAÇÕES LTDA Condomínio Penhasco das tartarugas Condomínio GUARUJÁ
EIA E RIMA 18/12/07
1988 117 BARMA INCORPORAÇÕES E COMÉRCIO S/A Loteamento Costa Blanca Loteamento BERTIOGA EIA E RIMA 13/7/90
1989 334 BALNEÁRIO PRAINHA BRANCA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Loteamento Tijucopava Loteamento GUARUJÁ
EIA E RIMA 14/3/91
1998 13595 GUARUJÁ VEÍCULOS CONSTRUÇÕES LTDA Loteamento Parque da Montanha - Sítio da Cachoeira Loteamento GUARUJÁ RAP 20/7/99
1998 13627 GUARUJÁ VEÍCULOS CONSTRUÇÕES LTDA Loteamento Jardim Brasil Loteamento GUARUJÁ RAP 20/7/99
2001 13640 VIVENDA COOPERATIVA DA HABITAÇÃO Loteamento Residencial Vitória Park -bairro Morrinhos Loteamento GUARUJÁ RAP 22/11/01
1998 13660 GUARUJÁ VEÍCULOS CONSTRUÇÕES LTDA Loteamento Jardim Brasil II Loteamento GUARUJÁ RAP 3/8/99
1999 13793 GUARUJÁ VEÍCULOS CONSTRUÇÕES LTDA Loteamento Residencial Don Domênico Loteamento GUARUJÁ RAP 25/7/00
2001 13789 ENPLAN ENGENHARIA E CONSTRUTORA Loteamento Residencial Guapurá Loteamento ITANHAÉM RAP 4/8/04
UGRI 08 – Sapucaí / Grande
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
2002 13643 PAULO NADIR SIMÕES PIACEZZI Distrito industrial de Franca II - Dinfra II loteamento industrial FRANCA RAP 28/1/03
2002 13644 ORLANDO ALFREDO OLIVIERI Distrito industrial de Franca III - Dinfra III loteamento industrial FRANCA RAP 10/2/03 2003 13693 JOSE ROBERTO MACIEL NOGUEIRA Polo industrial Abílio Nogueira loteamento industrial FRANCA RAP 13/9/04
2002 13732 PREFEITURA MUNICIPAL DE BATATAIS Loteamento Industrial e Comercial Parque Textil de Batatais loteamento industrial BATATAIS RAP 21/11/02
2004 13697 AMAZONAS CONSTRUTORA LTDA Loteamento industrial - Franca Loteamento misto com uso industrial FRANCA RAP 11/4/05
UGRI 09 – Mogi-Guaçu
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
1998 13523 PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPIRA Parque Industrial Juvenal Leite loteamento industrial ITAPIRA RAP 9/6/98 2001 13782 DEVANIR JOSÉ MAGRO E EGISTO MAGRO Distrito industrial II e III em Sertãozinho loteamento industrial SERTÃOZINHO RAP 23/5/03
UGRI 10 – Tietê / Sorocaba
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
1990 7069 CONDOMÍNIO COUNTRY VILLAGE DE BOITUVA Loteamento - Boituva Condomínio BOITUVA EIA E RIMA 13/6/90
2000 13591 CINASA - CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA NACIONAL S/A Ituville Condomínio Industrial loteamento industrial ITU RAP 1/5/00
2001 13659 GUERINI PLANEJAMENTOS S/C LTDA Centro empresarial de Tatuí I loteamento industrial TATUÍ RAP 25/10/01 2001 13661 GUERINI PLANEJAMENTOS S/C LTDA Centro empresarial de Tatuí II loteamento industrial TATUÍ RAP 25/10/01 2007 13729 GUERINI PLANEJAMENTOS LTDA Centro Empresarial Castelo Branco loteamento industrial BOITUVA RAP 16/1/08
2000 13707 JDAC INCORPORAÇÃO E EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS
Loteamento Residencial Fazenda Ouro Verde Loteamento BOFETE
EIA E RIMA 12/1/04
1992 7280 PREFEITURA MUNICIPAL DE ITU Loteamento Cidade Nova I, II, III - Portal do Eden Loteamento ITU
EIA E RIMA 31/1/96
2002 13699 SENPAR - TERRAS DE SÃO JOSÉ EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS LTDA
Loteamento fechado Parque Terras de Santa Cecília Loteamento ITU
EIA E RIMA 29/6/05
1990 7070 TEVERE EMPREENDIMENTOS E CONSTRUÇÕES LTDA Loteamento "Voturuma EcoPark" Loteamento SÃO ROQUE
EIA E RIMA 22/11/91
1996 13521 MODULAR EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento Vale Verde Loteamento BOITUVA RAP 10/7/98
1997 13504 CONSTRUTORA COSAG LTDA Loteamento Residencial Indaiá Loteamento BOTUCATU RAP 14/1/98
1999 13591 BOM SUCESSO EMPREENDIMENTO E INCORPORACÕES
Loteamento Residencial Recreio Campo Verde Loteamento IBIÚNA RAP 26/8/99
1996 13526 GLOBOTERRA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento Jardim Europa Loteamento ITU RAP 30/9/97
2002 13675 SENPAR - TERRAS DE SÃO JOSÉ EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS LTDA Loteamento Parque Chapada de Itú Loteamento ITU RAP 18/11/04
2002 13818 GLOBOTERRA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento Colina da Castelo Loteamento PORTO FELIZ RAP 8/11/06
2004 13793 FFE CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA Parque Ibiti Royal Park Loteamento SOROCABA RAP 27/10/05
UGRI 11 – Ribeira de Iguape e Litoral Sul Nenhum loteamento aprovado
UGRI 12 – Baixo Pardo / Grande Nenhum loteamento aprovado
UGRI 13 – Tietê / Jacaré
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
1996 13518 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS Distrito industrial de São Carlos loteamento industrial SÃO CARLOS RAP 12/8/97
2000 13519 JOÃO GERALDO GONÇALVES DE ARAÚJO Loteamento Industrial Quinta da Colina loteamento industrial JAÚ RAP 10/8/00
2002 13606 FUNDAÇÃO PARQUE DE ALTA TECNOLOGIA SÃO CARLOS
Complexo industrial São Carlos Science Park loteamento industrial SÃO CARLOS RAP 28/1/03
2003 13619 PREFEITURA MUNICIPAL DE TRABIJU Distrito Industrial - Trabiju loteamento industrial TRABIJU RAP 24/11/03 1999 13641 PREFEITURA MUNICIPAL DE TABATINGA Parque Industrial I - Tabatinga loteamento industrial TABATINGA RAP 6/10/99
2006 13677 Terra Empreendimentos S/C Ltda. Distrito Empresarial, Estrada Municipal Jaú-Guarapuã loteamento industrial JAÚ RAP 23/4/07
1998 13751 PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARAQUARA Ampliação de distrito industrial - Araraquara - parque Belvedere loteamento industrial ARARAQUARA RAP 30/6/99
2006 13850 ENCALSO CONSTRUÇÕES LTDA Parque tecnológico Damha São Carlos loteamento industrial SÃO CARLOS RAP 28/12/06
2004 13604 ENCALSO CONSTRUÇÕES LTDA Condomínios Residenciais Ecoesportivos Damha São Carlos Loteamento SÃO CARLOS
EIA E RIMA 1/11/06
2004 13650 AGROPECUÁRIA BAURU LTDA Loteamento chácaras de lazer Recanto do Lago Loteamento AGUDOS RAP 11/1/06
UGRI 14 – Alto Paranapanema
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
2001 13638 PREFEITURA MUNICIPAL DE BERNARDINO DE CAMPOS Distrito industrial do bairro Douradinho
loteamento industrial
BERNARDINO DE CAMPOS RAP 21/1/02
UGRI 15 – Turvo / Grande
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
2000 13577 PREFEITURA MUNICIPAL DE BÁLSAMO Loteamento industrial de Bálsamo loteamento industrial BÁLSAMO RAP 14/6/00
1998 13654 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Mini Distrito Industrial "Prof. Adail Vetorazzi" loteamento industrial
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO RAP 19/11/98
2004 13571 AD EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento residencial Damha Loteamento SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
EIA E RIMA 22/6/06
1998 13664 GRUPO ÁUREO FERREIRA Loteamento Auferville Loteamento SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
EIA E RIMA 28/2/99
UGRI 16 – Tietê / Batalha
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
2000 13557 PREFEITURA MUNICIPAL DE MATÃO Loteamento Parque Industrial Toriba loteamento industrial MATÃO RAP 15/11/00
2002 13557 PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA Distrito industrial Nadir Paula Eduardo loteamento industrial TAQUARITINGA RAP 10/1/03
1998 13565 PREFEITURA MUNICIPAL DE URUPÊS Parque Industrial Jardim Mundo Novo loteamento industrial URUPÊS RAP 18/6/98
1997 13599 PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJOBI Loteamento Parque Industrial de Itajobi loteamento industrial ITAJOBI RAP 24/7/97
1999 13635 PREFEITURA MUNICIPAL DE ELISIÁRIO Parque Industrial I - Elisiário loteamento industrial ELISIÁRIO RAP 16/4/99
1999 13844 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS RIO DOURADO S/C LTDA Loteamento Recanto Dourado II Loteamento LINS RAP 1/6/00
UGRI 17 – Médio Paranapanema
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
1999 13612 PREFEITURA MUNICIPAL DE AVARÉ Distrito industrial de Avaré loteamento industrial AVARÉ RAP 27/12/99
1998 13617 PREFEITURA MUNICIPAL DE GÁLIA Loteamento "Distrito Industrial" de Gália loteamento industrial GÁLIA RAP 24/8/98
1990 7027 MOMENTUM EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA
Loteamento "Thermas de Santa Bárbara" Loteamento
ÁGUAS DE SANTA BÁRBARA
EIA E RIMA 19/12/91
2005 13545 THEA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/C LTDA
Loteamento residencial " Quintas do Rio Novo" Loteamento AVARÉ RAP 11/4/06
UGRI 18 – São José dos Dourados
codAno Numero Interessado nomEmpreendimento Tipo Empree Município Categoria Data_aprovação
1988 108 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PARDO
Distrito industrial de São José do Rio Pardo loteamento industrial
SÃO JOSÉ DO RIO PARDO
EIA E RIMA 13/9/88
UGRI 19 – Baixo Tietê
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
2001 1300168 PREFEITURA MUNICIPAL DE BURITAMA
Parque Misto Comercial e Industrial na estrada vicinal José Teixeira de Ameida loteamento industrial BURITAMA RAP 5/9/01
2002 13566 PREFEITURA MUNICIPAL DE MIRANDÓPOLIS Distrito industrial de Mirandópolis loteamento industrial MIRANDÓPOLIS RAP 31/7/02
2007 13581 CÉLIA REGINA DA COSTA ISSA E OUTROS DISTRITO INDUSTRIAL JORGE ISSA JÚNIOR loteamento industrial BIRIGÜI RAP 28/2/08
2003 13585 PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTILHO Distrito Industrial de Castilho loteamento industrial CASTILHO RAP 31/10/03
2002 13842 L E BIRIGÜI EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA Loteamento residencial e comercial Jardim Itaparica Loteamento BURITAMA RAP 22/8/03
2004 13745 IMOBILIÁRIA LAGO AZUL S/C LTDA Distrito Industrial Abrão Buchlla Loteamento misto com uso industrial BIRIGÜI RAP 1/6/07
UGRI 20 – Aguapeí
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
1998 13576 PREFEITURA MUNICIPAL DE GARÇA Distrito industrial de Garça - quadra D loteamento industrial GARÇA RAP 5/10/98
2003 13742 ANICEO CHADE Loteamento comercial e industrial - Tupã loteamento industrial TUPÃ RAP 21/10/04
UGRI 21 – Peixe
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
2005 13579 PREFEITURA MUNICIPAL DE OSVALDO CRUZ Distrito industrial II em Osvaldo Cruz loteamento industrial OSVALDO CRUZ RAP 30/3/06
1997 13604 HUCAN EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES Distrito industrial de Martinópolis loteamento industrial MARTINÓPOLIS RAP 30/12/97
2002 13846 PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIENTE
Desmembramento distrito industrial 01 - bairro Mil Alqueire - estrada municipal Oriente loteamento industrial ORIENTE RAP 3/6/03
UGRI 22 – Pontal do Paranapanema
codAno Numero Interessado nome do Empreendimento Tipo Empreendimento Município Categoria
Data_aprovação
2004 13627 PREFEITURA MUNICIPAL DE PRESIDENTE PRUDENTE
Loteamento residencial Jardim João Domingos Netto Loteamento
PRESIDENTE PRUDENTE RAP 19/9/05
162
ANEXO C - QUADRO DE RESPONSABILIDADES POR LOTEAMENTO PESQUISADO QUADRO DE RESPONSABILIDADES POR LOTEAMENTO PESQUISADO
Loteamento Terras Altas ou Rio dos Pilões
Empreendedor: Rio dos Pilões Reflorestamento e Comércio Ltda. Urbanização
SCOPEL – Engenharia e Urbanismo Ltda.
Empresa consultoria: ENGEA – Engenharia Ltda.
Responsável Técnico: Renato Dell’Erba Ortega
Coordenação do Estudo Ambiental: Regina Stela Néspoli Camargo – geógrafa
Projeto Urbanístico: Jorge Wilheim Consultores Associados
Loteamento Villa Branca II
Empreendedor: Construhab Construtora Ltda.
Consultoria Ambiental: CEMA Ltda
Coordenador do EIA: Leda Ferreira Prado – eng. Agrônoma
Autor do projeto Urbanístico: Naves Silva Engenharia e Arquitetura Ltda
Loteamento Alphaville São José dos Campos
Empreendedor: Alphaville Urbanismo S/A
Consultoria Ambiental: CEMA Consultoria e Estudos Ambientais Ltda.
Coordenador do EIA: Leda Ferreira Prado – eng. Agrônoma
Autor do projeto Urbanístico: Mara Paludo - arquiteta
ANEXO D - LEGISLAÇÃO INCIDENTE COTEJADAS NOS ESTUDOS AMBIENTAIS DOS LOTEAMENTOS ESTUDADOS Quadro D-01 Legislação incidente aplicada no Loteamento Terras Altas / Rio dos Pilões Assunto Norma Aspectos gerais Constituição Federal – inciso IV, § 1º, Art. 225.
Constituição Estadual – Art. 192 e 196 Lei Federal 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente Decreto Federal 87.561/82 – Cria a APA Vale do Paraíba Decreto Federal 99.274/90 – regulamenta a Lei Política Nacional do Meio Ambiente
163
Licenciamento
Resolução CONAMA 001/86 Resolução 009/87 Resolução 010/88 Decreto Estadual 33.499/91 – Graprohab
Parcelamento do solo
Lei Federal 6.766/79
Proteção da Vegetação
Lei Federal 4.771 de 15/09/65 - Código Florestal Lei Federal 6.902 de 27/04/81 - Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental Decreto Federal 750/93 – Proteção do Bioma da Mata Atlântica.
Resíduos/solo s/r Águas s/r Proteção do Ar s/r Patrimônio Arqueológico
s/r
Quadro D- 02 Legislação incidente aplicada no Loteamento Villa Branca II Assunto Norma Aspectos gerais
- Constituição Federal
- Lei Federal 6.938/81
- Lei Federal 9605/98
- Constituição Estadual
- Resolução Consema nº. 20/86
Licenciamento
- Lei Federal 6.938/81
- Resoluções CONAMA 237/97
-Decreto Estadual 33.499/91 (Graprohab)
- Resolução SMA nº. 42/1994
- Deliberação Consema nº. 6/1995 -regulamenta a Resolução
SMA nº. 42/94
- Resolução SH – 87/1996 – regulamentando o processo
Graprohab
- Lei Orgânica do Município de Jacareí – Lei 9.605/98
- Lei Municipal 2874/90 – uso do solo Parcelamento do - Lei Federal 6766/79 – parcelamento do solo
164
solo
- Lei Orgânica do Município de Jacareí – Lei 9.605/98
- Lei Municipal 2874/90 – uso do solo
- Lei Municipal 3.033/91 – parcelamento do Solo Jundiaí Proteção da Vegetação
-Lei Federal 4.771/65 – Código Florestal
- Resolução Consema 04/85 – reserva florestal
- Decreto Federal 750/93 – Mata Atlântica
- Lei Estadual 9.989/98 – recomposição da cobertura florestal
- Lei Municipal 3.647/95 – plantio obrigatório de árvores Resíduos/solo - Lei Estadual 997/1976
- Decreto Estadual 8468/76 – regulamentando a Lei 997/76 Águas - Lei Federal 9.433/97 – P. Nacional de Recursos Hídricos
- Portaria Ministério da Saúde 1469/2000 – qualidade da água
- NBRs 9897/9649/9648/12.208/7.229
-Portaria DAEE 717/96
- Portaria DAEE nº. 1/98
- Decreto Estadual 10.755/1977
- Lei Estadual 6.134 de 02/06/88 – águas subterrâneas
- Lei Estadual 7.663/91 – Política Estadual de Recursos
Hídricos
- Decreto Estadual 32.955/1991 – regulamenta Lei 6.134/88
Patrimônio Arqueológico
-Patrimônio Histórico – Lei 3.924/1961
Quadro D-03 Legislação incidente aplicada Loteamento Alphaville São José dos Campos Assunto Norma Aspectos gerais
Lei federal 6.938/1981 – política nacional do meio Ambiente Constituição Federal Constituição Estadual Lei Orgânica do Município Lei federal 9.605/1990 – Crimes ambientais
Licenciamento
Lei federal 6.938/1981 Constituição Federal art. 225, IV Resolução Conama 001/86, 009/87, 237/97
165
Lei estadual 997/76 Decreto estadual 8.468/1976, que regulamento a lei 8.468/1976 Resolução SMA n°42/1994 Deliberação Consema n°6/2003 Decreto estadual 33.499/1991 Resolução SH n° 87/1996 Portaria DAEE 717/1996 Lei Orgânica do Município de São José dos Campos Lei Complementar Municipal 165/1997 – Parcelamento do solo e Zoneamento de São José dos Campos
Parcelamento do solo
Lei Federal 9605/1998 Decreto federal 3.179/1999 Lei federal 6.766/1979 e sua alteração Lei 9785/1999 Lei federal 10.257/2001 – Política Urbana Lei Orgânica do Município de São José dos Campos Lei Complementar Municipal 165/1997 – Parcelamento do solo e Zoneamento de São José dos Campos
Proteção da Vegetação
Lei federal 4.771/1965 Lei federal 9.605/1998 Lei estadual 9.989 – recomposição da cobertura florestal do estado de São Paulo Decreto 750/1993 – Mata Atlântica Lei municipal 5097/1997 – Lei Orgânica do Município de São José dos Campos
Resíduos/solo Lei federal 9.605/1998 Lei estadual 997/76 Decreto estadual 8.468/1976, que regulamento a lei 8.468/1976 NBR 10.004 da ABNT- resíduos Lei municipal 3.718/89 – Limpeza pública
Águas Lei federal 9.605/1998 Portaria DAEE 717/1996 Lei federal 9.433/1997 - Política Nacional de Recursos Hídricos Lei estadual 7.663/1991 - Política Estadual de Recursos Hídricos Portaria DAEE nº 01/1998 Resolução Conama 357/2005 - art.s 14, 15 e 34 Decreto Estadual 10.755/1977 Portaria MS 518/2004 – Norma de qualidade das águas para consumo humano Decreto federal 8.468 - art.s 11e 18 Lei estadual 6.134/1988 Decreto estadual 32.955/1991
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