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Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Fazenda
Secretaria Adjunta da Receita Puacuteblica Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
Vantagens e Desvantagens Comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em funccedilatildeo da Legislaccedilatildeo
Ambiental
Cuiabaacute ndashMato Grosso
Janeiro 2006
Paacutegina 2 de 37
1 O CENAacuteRIO AMBIENTAL DO CENTRO-OESTE 3
11 O PANTANAL MATO-GROSSENSE 3 12 BIOMA AMAZOcircNIA NO CENTRO-OESTE 4 13 O CERRADO 4
2 RESTRICcedilOtildeES IMPOSTAS PELA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL AOS BIOMAS PRESENTES NA
REGIAtildeO CENTRO-OESTE 5
21 O COacuteDIGO FLORESTAL - LEI Nordm 4771 DE 15 DE SETEMBRO DE 1965 5 22 A MEDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 2166-67 DE 24 DE AGOSTO DE 2001 QUE ALTEROU O COacuteDIGO FLORESTAL
6 23 LEI DE CRIMES AMBIENTAIS - LEI Nordm 9605 DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 7 24 LEI DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HIacuteDRICOS - LEI Nordm 9433 DE 8 DE JANEIRO DE 1997 7 25 LEGISLACcedilAtildeO ESPECIacuteFICA DO PANTANAL 7 26 AacuteREAS PROTEGIDAS DECORRENTES DA LEGISLACcedilAtildeO SOCIOAMBIENTAL ndash LEI Nordm 9985 DE JULHO DE
2000 8 261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal 9 262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal10
27 PROPOSTAS DE ALTERACcedilAtildeO DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS SOBRE
DISTINCcedilAtildeO DE COMPETEcircNCIA ENTRE UNIAtildeO E ESTADO10
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A
OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 12
31 RESERVA LEGAL 13 311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte 13 312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste13
32 UNIDADES DE CONSERVACcedilAtildeO 14 33 TERRAS INDIacuteGENAS 15 34 SIacuteNTESE DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS ENTRE O CENTRO-OESTE E DEMAIS
REGIOtildeES EM FUNCcedilAtildeO DAS UNIDADES DE CONSERVACcedilAtildeO E TERRAS INDIacuteGENAS 15 341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos
estados da Regiatildeo Centro-Oeste 17
4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS
NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE 18
41 MUDANCcedilAS EM FUNCcedilAtildeO DA POLIacuteTICA NACIONAL DE OCUPACcedilAtildeO DAS REGIOtildeES CENTRO-OESTE E
NORTE DO BRASIL 18 42 EVOLUCcedilAtildeO DEMOGRAacuteFICA 18 43 MUNICIacutePIOS 20 44 AacuteREA PLANTADA 21 45 EXPANSAtildeO DA PECUAacuteRIA - REBANHO BOVINO22 46 A EVOLUCcedilAtildeO DO PIB REGIONAL 24 47 A VARIAacuteVEL AMBIENTAL DESMATAMENTO 26
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE
CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL 27
51 PROPOSTAS INOVADORAS 27 52 INICIATIVAS FISCAIS COM PRESSUPOSTOS AMBIENTAIS 29 53 COMPENSACcedilOtildeES AMBIENTAIS 31
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 31
7 BIBLIOGRAFIA 35
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1 O CENAacuteRIO AMBIENTAL DO CENTRO-OESTE
A Regiatildeo Centro-Oeste estaacute inserida em trecircs biomas1 Pantanal Amazocircnia e
o Cerrado cada bioma compreendendo uma variedade de ecossistemas
especiacuteficos mas afins
11 O Pantanal Mato-grossense
O Pantanal eacute o uacutenico bioma que soacute existe na Regiatildeo Centro-Oeste natildeo existe
em outras regiotildees brasileiras Mas ele se estende aleacutem das fronteiras brasileiras
ocupando tambeacutem parte da Boliacutevia do Paraguai e da Argentina onde recebe a
denominaccedilatildeo de Chaco
Na Regiatildeo Centro-Oeste o Pantanal se concentra em dois estados Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul Sua aacuterea total eacute de 153 milhotildees de hectares (63
milhotildees de hectares em Mato Grosso e 89 milhotildees de hectares em Mato Grosso do
Sul) correspondendo a 949 da aacuterea total do Centro-Oeste2
O Pantanal eacute formado pela Bacia do Paraguai pelo Rio Paraguai e afluentes
entre eles os rios Cuiabaacute Satildeo Lourenccedilo e o Taquari que nascem na parte de maior
altitude no planalto e descem no sentido Norte-Sul para a planiacutecie pantaneira onde
no periacuteodo de cheia transbordam alagando vasta aacuterea formando baiacuteas (lagoas) e
corixos (canais pequenos cursos drsquoaacutegua) Este fenocircmeno natural de cheia e vazante
caracteriza o Pantanal assim como as aacutereas periodicamente alagaacuteveis ndash que
possibilitam um ciclo de vida apropriado para as espeacutecies vegetais e animais laacute
existentes ou que para laacute migram temporariamente Sua vegetaccedilatildeo eacute uma
combinaccedilatildeo de cerrado com floresta de transiccedilatildeo ora campos de pastagens
naturais ora matas de galeria Eacute um bioma muito sensiacutevel agraves alteraccedilotildees impostas
pela accedilatildeo humana
1 Bioma ndash constitui um conjunto de tipos de vegetaccedilatildeo identificaacutevel em escala regional com suas floras e
faunas associadas 2 Aacuterea correspondente agrave planiacutecie pantaneira segundo Mapa de Biomas do Brasil ndash IBGEMMA ndash 2005
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12 Bioma Amazocircnia no Centro-Oeste
O Bioma Amazocircnia eacute caracterizado por uma grande malha de rios liderado
pelo Rio Amazonas e por uma vasta floresta que varia em densidade e composiccedilatildeo
(em alguns pontos haacute floresta de transiccedilatildeo e em outra parte savanas ou
capinaranas de vaacuterzeas) gozando de altos iacutendices pluviomeacutetricos e baixas altitudes
Um nuacutemero importante de rios da Amazocircnia nasce no Centro-Oeste geralmente no
cerrado ou em aacutereas de transiccedilatildeo cita-se o caso do Xingu do Teles Pires e do
Juruena (que formam o Tapajoacutes) do Guaporeacute e outros
A parcela do Bioma Amazocircnia que se situa no Centro-Oeste estaacute no Estado
do Mato Grosso Segundo o Mapa de Biomas do Brasil cerca de 54 do territoacuterio
de Mato Grosso eacute classificado como Bioma Amazocircnia ou seja cerca de 487813
km2 (48781327 ha) que correspondem a 3037 da aacuterea do Centro-Oeste
Importante ressaltar que o Mapa de Biomas do Brasil que respalda o Coacutedigo
Florestal considera a floresta de transiccedilatildeo como Floresta Amazocircnica
Desnecessaacuterio discorrer sobre a riqueza da flora e da fauna do Bioma
Amazocircnia basta assinalar que mais de 90 da madeira consumida no Brasil eacute de
origem amazocircnica (natildeo se contabiliza a biomassa de florestas plantadas voltadas
para fornecer polpa para a induacutestria de celulose e papel)
Dada as suas dimensotildees (que apenas no Brasil compreende cerca de 4
milhotildees de km2 de floresta tropical e cerca de 10 da aacutegua doce disponiacutevel no
mundo) e sua megadiversidade bioloacutegica o Bioma Amazocircnia assume importacircncia
global As alteraccedilotildees impostas pela accedilatildeo humana na regiatildeo como o desmatamento
ou a seca do ano de 2005 por razotildees naturais ou resultantes de modificaccedilotildees
climaacuteticas globais satildeo motivos de preocupaccedilatildeo e debate internacional
13 O Cerrado
O Cerrado eacute o bioma que mais identifica a Regiatildeo Centro-Oeste vegetaccedilatildeo
variaacutevel desde campos de pastagens naturais com arbustos ateacute matas com
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aacutervores encorpadas cortado por nascentes e rios aleacutem de regime regular de
chuvas alternando um periacuteodo concentrado com um periacuteodo de estiagem
Boa parte do Cerrado eacute regiatildeo de planalto que ultrapassa o Centro-Oeste
atingindo tambeacutem parte do Norte (Tocantins) do Nordeste (Piauiacute e Maranhatildeo) e
Sudeste (Minas Gerais e Satildeo Paulo) O Cerrado ocupa cerca de 905841 km2
(90584185 ha) do territoacuterio do Centro-Oeste que corresponde a 5639 da sua
aacuterea total
2 RESTRICcedilOtildeES IMPOSTAS PELA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL AOS BIOMAS PRESENTES NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
21 O Coacutedigo Florestal - Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965
A Legislaccedilatildeo Ambiental eacute vasta contudo destacamos o Coacutedigo Florestal
dada a sua antiguidade e amplitude porque estabelece as normas e restriccedilotildees de
ocupaccedilatildeo de conversatildeo (da cobertura vegetal natural) e do manejo dos recursos
florestais Para os objetivos deste trabalho merecem destaque os seguintes
conceitos e normas
a) Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente ndash APP aacuterea de cobertura vegetal
natural (seja ela floresta densa arbustiva ou pastagem natural) que
natildeo pode ser convertida (desmatada) ou alterada Situada agraves margens
de rios nascentes e tambeacutem nas encostas dos morros com
declividade acima de 45deg Natildeo varia conforme o bioma varia por
exemplo em funccedilatildeo da largura dos rios A supressatildeo total ou parcial
da APP soacute eacute admitida por permissatildeo do Poder Puacuteblico Federal (ou de
outro Poder Puacuteblico por delegaccedilatildeo daquele) em caso de utilidade
puacuteblica ou de interesse social
b) Reserva Legal ndash RL aacuterea de cobertura vegetal natural de toda e
qualquer propriedade que natildeo pode ser convertida em pastagens ou
culturas plantadas ou seja natildeo pode ser desmatada e usada para
agricultura ou pecuaacuteria Varia conforme o bioma na Floresta
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Amazocircnica a reserva era ateacute meados de 1996 de 50 da aacuterea total da
propriedade No Cerrado era de 20 da aacuterea total da propriedade
c) Manejo Florestal permite o uso comercial da floresta seja ela em
aacuterea de Reserva Legal ou em aacuterea sobre a qual pode ocorrer
conversatildeo desde que seja pelo meacutetodo do manejo florestal
Observaccedilatildeo natildeo permitia e ateacute hoje natildeo permite manejo florestal em
Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente -APP
22 A Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que alterou o Coacutedigo Florestal
Em 1996 o Presidente da Repuacuteblica editou a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 (com forccedila de lei) que modificou alguns artigos do Coacutedigo Florestal
vigente ateacute hoje Essa Medida Provisoacuteria sofreu vaacuterias ediccedilotildees sendo a uacuteltima a de
nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que consolidou a seguinte posiccedilatildeo
Reserva Legal
a) em caso de propriedade na Floresta Amazocircnica a Reserva Legal foi
elevada de 50 para 80 de sua aacuterea total
b) em caso de propriedade em Bioma do Cerrado a Reserva Legal foi
aumentada de 20 para 35 da aacuterea total da propriedade desde
que situada na Amazocircnia Legal
Observaccedilatildeo importante a Reserva Legal em propriedade no Bioma do
Cerrado fora da Amazocircnia Legal eacute de 20 Neste caso o tratamento diferenciado soacute
atinge o Estado de Mato Grosso onde a Reserva Legal no Cerrado eacute de 35
Para se ter noccedilatildeo da dimensatildeo quantitativa da restriccedilatildeo imposta por estes
dois conceitos de restriccedilatildeo ambiental (APP e RL) a FEMAMT ndash Fundaccedilatildeo Estadual
do Meio Ambiente3 estimou em 1999 que a aacuterea abrangida e protegida por Reserva
Legal e Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente no Mato Grosso era da ordem de 1314
3 Atualmente SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente
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milhotildees de hectares dos quais 422 milhotildees de hectares no Bioma Cerrado e 892
milhotildees de hectares no Bioma Amazocircnia que somados correspondem a 145 do
territoacuterio do estado
23 Lei de Crimes Ambientais - Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998
A Lei de Crimes Ambientais eacute muito importante embora natildeo estabeleccedila
normas diferenciadas para a Amazocircnia Legal ou para o Centro-Oeste Sua principal
norma eacute a criminalizaccedilatildeo de pessoas fiacutesicas e juriacutedicas que infringirem certas
normas ambientais inclusive do Coacutedigo Florestal
24 Lei de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos - Lei nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997
Eacute a lei das aacuteguas ela criou o sistema de gerenciamento dos recursos hiacutedricos
por meio dos Comitecircs de Bacias e as normas de acesso da outorga e da cobranccedila
da aacutegua retirada dos rios (por exemplo para agricultura irrigada) controlados pelos
Comitecircs de Bacia
No caso da Regiatildeo Centro-Oeste eacute relevante porque existem muitos rios que
nascem ou atravessam a regiatildeo atingindo mais de um estado e por isto mesmo satildeo
considerados nacionais Existem ainda rios que satildeo de soberania partilhada com
outros paiacuteses como eacute o caso do Rio Paraguai Ainda natildeo existem os Comitecircs de
Bacia dos rios que cortam a Regiatildeo Centro-Oeste mas jaacute existem demandas neste
sentido
25 Legislaccedilatildeo especiacutefica do Pantanal
O Pantanal eacute um bioma que necessita de uma legislaccedilatildeo proacutepria mais
acurada embora seja declarado na Constituiccedilatildeo Federal como Patrimocircnio Nacional
(art 225 sect 4ordm) Seus limites estatildeo prefixados pelo Mapa de Biomas do Brasil
Contudo existe um consenso de que o Pantanal merece um tratamento especiacutefico
dada as suas fragilidades ambientais e suas vocaccedilotildees naturais
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A Lei Federal nordm 328 de 1982 estabelece normas de proteccedilatildeo agrave Bacia do Rio
Paraguai e impotildee restriccedilotildees a empreendimentos no bioma Pantanal Existem
resoluccedilotildees do Conselho Nacional de Meio Ambiente ndash CONAMA mais especiacuteficas
que restringem determinadas accedilotildees antroacutepicas especialmente a conversatildeo da
vegetaccedilatildeo natural
O padratildeo de ocupaccedilatildeo secular do Pantanal (especialmente na planiacutecie
pantaneira) eacute de populaccedilatildeo rarefeita de um lado comunidades ribeirinhas e de
outro fazendas dedicadas agrave pecuaacuteria extensiva Tanto as comunidades ribeirinhas
como as fazendas de pecuaacuteria ndash ao longo dos seacuteculos ndash se adaptaram ao bioma
explorando suas potencialidades sem impor alteraccedilotildees importantes na cobertura
vegetal natural reduzindo seus impactos ambientais
O Brasil contudo eacute signataacuterio da Convenccedilatildeo das Aacutereas Alagadas em funccedilatildeo
da qual parte do Pantanal eacute declarada ldquosiacutetio Ramsarrdquo4 e parte ainda maior foi
declarada ldquoReserva da Biosferardquo5 Alguns paiacuteses fizeram leis especiacuteficas para a sua
implantaccedilatildeo o que lhe confere proteccedilatildeo adicional e restriccedilotildees de conversatildeo da
cobertura vegetal natural
A legislaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso por meio da Lei Complementar nordm 38
de 21 de novembro de 1995 em seu art 62 sect3ordm determina
ldquoPara a planiacutecie alagaacutevel do Pantanal natildeo seraacute permitido
nenhum tipo de desmatamento com exceccedilatildeo daquelas
feitas para agricultura de subsistecircncia e limpeza de
pastagens nativas e artificiaisrdquo
26 Aacutereas Protegidas decorrentes da Legislaccedilatildeo Socioambiental ndash Lei nordm 9985 de julho de 2000
Existe um conjunto de aacutereas protegidas pela Lei nordm 9985 de 18 de julho de
2000 ndash Sistema Nacional de Unidade de Conservaccedilatildeo da Natureza - SNUC que satildeo
4 Zonas uacutemidas de importacircncia internacional ndash ver Convenccedilatildeo Ramsar 5 Reserva da Biosfera satildeo instrumentos de gestatildeo e manejo sustentaacutevel que permanecem sob a completa
jurisdiccedilatildeo dos paiacuteses onde estatildeo localizadas Criadas pela UNESCO ndash Comissatildeo das Naccedilotildees Unidas para
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura
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as Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza em regime de proteccedilatildeo diferenciado
daqueles estabelecidos pelo Coacutedigo Florestal para as Aacutereas de Proteccedilatildeo
Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) Existem tambeacutem as Terras Indiacutegenas
com legislaccedilatildeo especiacutefica bem como outras aacutereas protegidas pela legislaccedilatildeo
federal como por exemplo aacutereas militares que natildeo satildeo objeto deste estudo
261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal
Unidade de Conservaccedilatildeo eacute um conceito universal que reconhece a
necessidade de se impor restriccedilotildees de acesso uso ou conversatildeo agrave determinada
amostra dos ecossistemas seja pela riqueza de sua biodiversidade beleza cecircnica
ou valor histoacuterico Para tal define-se seus limites territoriais e se estabelece o maior
ou menor grau da accedilatildeo humana sobre os mesmos Este conceito encontra base no
art 225 da Constituiccedilatildeo Federal e em tratados internacionais como a Convenccedilatildeo da
Biodiversidade
Em relaccedilatildeo agraves Unidades de Conservaccedilatildeo a Lei nordm 99852000 estabelece
duas classes
1) Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel satildeo aquelas unidades de
conservaccedilatildeo onde podem existir algumas atividades antroacutepicas Por exemplo
APA = Aacuterea de Preservaccedilatildeo Ambiental RESEX = Reserva Extrativista
FLONA = Floresta Nacional (art 14)
2) Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral onde natildeo satildeo permitidas
atividades produtivas ou ocupaccedilatildeo territorial como Parques Nacionais
Reservas Bioloacutegicas etc (art 8ordm)
No Centro-Oeste existem 15 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo
Integral totalizando 775111 hectares correspondendo a 048 do seu territoacuterio e
13 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel ocupando 1826232
hectares compreendendo 113 do territoacuterio
Ainda haacute que se considerar as Unidades de Conservaccedilatildeo definidas por leis
estaduais e em menor escala por leis municipais
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Deriva da Constituiccedilatildeo a competecircncia da Uniatildeo dos Estados e dos
Municiacutepios para definir Unidades de Conservaccedilatildeo observados os ritos miacutenimos
definidos na Lei nordm 9985 dos quais eacute importante registrar que somente por meio de
lei eacute possiacutevel alterar os limites territoriais de uma Unidade de Conservaccedilatildeo jaacute
existente
262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal
As terras indiacutegenas satildeo territoacuterios reservados aos povos indiacutegenas para que
se possa garantir a sobrevivecircncia fiacutesica e cultural dos mesmos respeitando seus
padrotildees culturais diferenciados
A Constituiccedilatildeo Federal reconhece direitos originaacuterios aos povos indiacutegenas sobre
esses territoacuterios e estabelece as bases de um ldquodireito indiacutegenardquo diferenciado em
vaacuterios aspectos objeto de todo o Capiacutetulo VIII da Constituiccedilatildeo Federal intitulado ldquoDo
Iacutendiordquo
A definiccedilatildeo delimitaccedilatildeo demarcaccedilatildeo e homologaccedilatildeo de uma Terra Indiacutegena
eacute competecircncia exclusiva da Uniatildeo Constituiacuteda a Terra Indiacutegena em qualquer fase
que esteja o processo satildeo estabelecidas restriccedilotildees de ocupaccedilatildeo e uso sobre as
mesmas por pessoas e empreendimentos que natildeo sejam daquela etnia especiacutefica
correspondente agravequele territoacuterio
Os direitos dos povos indiacutegenas estatildeo detalhados na Lei nordm 6001 de 19 de
dezembro de 1973 o ldquoEstatuto do Iacutendiordquo e em outras normas subsequumlentes
detalhando inclusive o processo de demarcaccedilatildeo (Decreto 1775 de 08 de janeiro de
1996)
Na Regiatildeo Centro-Oeste atualmente existem 124 Terras Indiacutegenas
totalizando 14462380 hectares compreendendo 9 do territoacuterio da regiatildeo
27 Propostas de alteraccedilatildeo da Legislaccedilatildeo Ambiental e iniciativas governamentais sobre distinccedilatildeo de competecircncia entre Uniatildeo e Estado
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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1 O CENAacuteRIO AMBIENTAL DO CENTRO-OESTE 3
11 O PANTANAL MATO-GROSSENSE 3 12 BIOMA AMAZOcircNIA NO CENTRO-OESTE 4 13 O CERRADO 4
2 RESTRICcedilOtildeES IMPOSTAS PELA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL AOS BIOMAS PRESENTES NA
REGIAtildeO CENTRO-OESTE 5
21 O COacuteDIGO FLORESTAL - LEI Nordm 4771 DE 15 DE SETEMBRO DE 1965 5 22 A MEDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 2166-67 DE 24 DE AGOSTO DE 2001 QUE ALTEROU O COacuteDIGO FLORESTAL
6 23 LEI DE CRIMES AMBIENTAIS - LEI Nordm 9605 DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 7 24 LEI DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HIacuteDRICOS - LEI Nordm 9433 DE 8 DE JANEIRO DE 1997 7 25 LEGISLACcedilAtildeO ESPECIacuteFICA DO PANTANAL 7 26 AacuteREAS PROTEGIDAS DECORRENTES DA LEGISLACcedilAtildeO SOCIOAMBIENTAL ndash LEI Nordm 9985 DE JULHO DE
2000 8 261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal 9 262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal10
27 PROPOSTAS DE ALTERACcedilAtildeO DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL E INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS SOBRE
DISTINCcedilAtildeO DE COMPETEcircNCIA ENTRE UNIAtildeO E ESTADO10
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A
OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL 12
31 RESERVA LEGAL 13 311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte 13 312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste13
32 UNIDADES DE CONSERVACcedilAtildeO 14 33 TERRAS INDIacuteGENAS 15 34 SIacuteNTESE DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS ENTRE O CENTRO-OESTE E DEMAIS
REGIOtildeES EM FUNCcedilAtildeO DAS UNIDADES DE CONSERVACcedilAtildeO E TERRAS INDIacuteGENAS 15 341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos
estados da Regiatildeo Centro-Oeste 17
4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS
NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE 18
41 MUDANCcedilAS EM FUNCcedilAtildeO DA POLIacuteTICA NACIONAL DE OCUPACcedilAtildeO DAS REGIOtildeES CENTRO-OESTE E
NORTE DO BRASIL 18 42 EVOLUCcedilAtildeO DEMOGRAacuteFICA 18 43 MUNICIacutePIOS 20 44 AacuteREA PLANTADA 21 45 EXPANSAtildeO DA PECUAacuteRIA - REBANHO BOVINO22 46 A EVOLUCcedilAtildeO DO PIB REGIONAL 24 47 A VARIAacuteVEL AMBIENTAL DESMATAMENTO 26
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE
CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL 27
51 PROPOSTAS INOVADORAS 27 52 INICIATIVAS FISCAIS COM PRESSUPOSTOS AMBIENTAIS 29 53 COMPENSACcedilOtildeES AMBIENTAIS 31
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 31
7 BIBLIOGRAFIA 35
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1 O CENAacuteRIO AMBIENTAL DO CENTRO-OESTE
A Regiatildeo Centro-Oeste estaacute inserida em trecircs biomas1 Pantanal Amazocircnia e
o Cerrado cada bioma compreendendo uma variedade de ecossistemas
especiacuteficos mas afins
11 O Pantanal Mato-grossense
O Pantanal eacute o uacutenico bioma que soacute existe na Regiatildeo Centro-Oeste natildeo existe
em outras regiotildees brasileiras Mas ele se estende aleacutem das fronteiras brasileiras
ocupando tambeacutem parte da Boliacutevia do Paraguai e da Argentina onde recebe a
denominaccedilatildeo de Chaco
Na Regiatildeo Centro-Oeste o Pantanal se concentra em dois estados Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul Sua aacuterea total eacute de 153 milhotildees de hectares (63
milhotildees de hectares em Mato Grosso e 89 milhotildees de hectares em Mato Grosso do
Sul) correspondendo a 949 da aacuterea total do Centro-Oeste2
O Pantanal eacute formado pela Bacia do Paraguai pelo Rio Paraguai e afluentes
entre eles os rios Cuiabaacute Satildeo Lourenccedilo e o Taquari que nascem na parte de maior
altitude no planalto e descem no sentido Norte-Sul para a planiacutecie pantaneira onde
no periacuteodo de cheia transbordam alagando vasta aacuterea formando baiacuteas (lagoas) e
corixos (canais pequenos cursos drsquoaacutegua) Este fenocircmeno natural de cheia e vazante
caracteriza o Pantanal assim como as aacutereas periodicamente alagaacuteveis ndash que
possibilitam um ciclo de vida apropriado para as espeacutecies vegetais e animais laacute
existentes ou que para laacute migram temporariamente Sua vegetaccedilatildeo eacute uma
combinaccedilatildeo de cerrado com floresta de transiccedilatildeo ora campos de pastagens
naturais ora matas de galeria Eacute um bioma muito sensiacutevel agraves alteraccedilotildees impostas
pela accedilatildeo humana
1 Bioma ndash constitui um conjunto de tipos de vegetaccedilatildeo identificaacutevel em escala regional com suas floras e
faunas associadas 2 Aacuterea correspondente agrave planiacutecie pantaneira segundo Mapa de Biomas do Brasil ndash IBGEMMA ndash 2005
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12 Bioma Amazocircnia no Centro-Oeste
O Bioma Amazocircnia eacute caracterizado por uma grande malha de rios liderado
pelo Rio Amazonas e por uma vasta floresta que varia em densidade e composiccedilatildeo
(em alguns pontos haacute floresta de transiccedilatildeo e em outra parte savanas ou
capinaranas de vaacuterzeas) gozando de altos iacutendices pluviomeacutetricos e baixas altitudes
Um nuacutemero importante de rios da Amazocircnia nasce no Centro-Oeste geralmente no
cerrado ou em aacutereas de transiccedilatildeo cita-se o caso do Xingu do Teles Pires e do
Juruena (que formam o Tapajoacutes) do Guaporeacute e outros
A parcela do Bioma Amazocircnia que se situa no Centro-Oeste estaacute no Estado
do Mato Grosso Segundo o Mapa de Biomas do Brasil cerca de 54 do territoacuterio
de Mato Grosso eacute classificado como Bioma Amazocircnia ou seja cerca de 487813
km2 (48781327 ha) que correspondem a 3037 da aacuterea do Centro-Oeste
Importante ressaltar que o Mapa de Biomas do Brasil que respalda o Coacutedigo
Florestal considera a floresta de transiccedilatildeo como Floresta Amazocircnica
Desnecessaacuterio discorrer sobre a riqueza da flora e da fauna do Bioma
Amazocircnia basta assinalar que mais de 90 da madeira consumida no Brasil eacute de
origem amazocircnica (natildeo se contabiliza a biomassa de florestas plantadas voltadas
para fornecer polpa para a induacutestria de celulose e papel)
Dada as suas dimensotildees (que apenas no Brasil compreende cerca de 4
milhotildees de km2 de floresta tropical e cerca de 10 da aacutegua doce disponiacutevel no
mundo) e sua megadiversidade bioloacutegica o Bioma Amazocircnia assume importacircncia
global As alteraccedilotildees impostas pela accedilatildeo humana na regiatildeo como o desmatamento
ou a seca do ano de 2005 por razotildees naturais ou resultantes de modificaccedilotildees
climaacuteticas globais satildeo motivos de preocupaccedilatildeo e debate internacional
13 O Cerrado
O Cerrado eacute o bioma que mais identifica a Regiatildeo Centro-Oeste vegetaccedilatildeo
variaacutevel desde campos de pastagens naturais com arbustos ateacute matas com
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aacutervores encorpadas cortado por nascentes e rios aleacutem de regime regular de
chuvas alternando um periacuteodo concentrado com um periacuteodo de estiagem
Boa parte do Cerrado eacute regiatildeo de planalto que ultrapassa o Centro-Oeste
atingindo tambeacutem parte do Norte (Tocantins) do Nordeste (Piauiacute e Maranhatildeo) e
Sudeste (Minas Gerais e Satildeo Paulo) O Cerrado ocupa cerca de 905841 km2
(90584185 ha) do territoacuterio do Centro-Oeste que corresponde a 5639 da sua
aacuterea total
2 RESTRICcedilOtildeES IMPOSTAS PELA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL AOS BIOMAS PRESENTES NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
21 O Coacutedigo Florestal - Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965
A Legislaccedilatildeo Ambiental eacute vasta contudo destacamos o Coacutedigo Florestal
dada a sua antiguidade e amplitude porque estabelece as normas e restriccedilotildees de
ocupaccedilatildeo de conversatildeo (da cobertura vegetal natural) e do manejo dos recursos
florestais Para os objetivos deste trabalho merecem destaque os seguintes
conceitos e normas
a) Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente ndash APP aacuterea de cobertura vegetal
natural (seja ela floresta densa arbustiva ou pastagem natural) que
natildeo pode ser convertida (desmatada) ou alterada Situada agraves margens
de rios nascentes e tambeacutem nas encostas dos morros com
declividade acima de 45deg Natildeo varia conforme o bioma varia por
exemplo em funccedilatildeo da largura dos rios A supressatildeo total ou parcial
da APP soacute eacute admitida por permissatildeo do Poder Puacuteblico Federal (ou de
outro Poder Puacuteblico por delegaccedilatildeo daquele) em caso de utilidade
puacuteblica ou de interesse social
b) Reserva Legal ndash RL aacuterea de cobertura vegetal natural de toda e
qualquer propriedade que natildeo pode ser convertida em pastagens ou
culturas plantadas ou seja natildeo pode ser desmatada e usada para
agricultura ou pecuaacuteria Varia conforme o bioma na Floresta
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Amazocircnica a reserva era ateacute meados de 1996 de 50 da aacuterea total da
propriedade No Cerrado era de 20 da aacuterea total da propriedade
c) Manejo Florestal permite o uso comercial da floresta seja ela em
aacuterea de Reserva Legal ou em aacuterea sobre a qual pode ocorrer
conversatildeo desde que seja pelo meacutetodo do manejo florestal
Observaccedilatildeo natildeo permitia e ateacute hoje natildeo permite manejo florestal em
Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente -APP
22 A Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que alterou o Coacutedigo Florestal
Em 1996 o Presidente da Repuacuteblica editou a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 (com forccedila de lei) que modificou alguns artigos do Coacutedigo Florestal
vigente ateacute hoje Essa Medida Provisoacuteria sofreu vaacuterias ediccedilotildees sendo a uacuteltima a de
nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que consolidou a seguinte posiccedilatildeo
Reserva Legal
a) em caso de propriedade na Floresta Amazocircnica a Reserva Legal foi
elevada de 50 para 80 de sua aacuterea total
b) em caso de propriedade em Bioma do Cerrado a Reserva Legal foi
aumentada de 20 para 35 da aacuterea total da propriedade desde
que situada na Amazocircnia Legal
Observaccedilatildeo importante a Reserva Legal em propriedade no Bioma do
Cerrado fora da Amazocircnia Legal eacute de 20 Neste caso o tratamento diferenciado soacute
atinge o Estado de Mato Grosso onde a Reserva Legal no Cerrado eacute de 35
Para se ter noccedilatildeo da dimensatildeo quantitativa da restriccedilatildeo imposta por estes
dois conceitos de restriccedilatildeo ambiental (APP e RL) a FEMAMT ndash Fundaccedilatildeo Estadual
do Meio Ambiente3 estimou em 1999 que a aacuterea abrangida e protegida por Reserva
Legal e Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente no Mato Grosso era da ordem de 1314
3 Atualmente SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente
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milhotildees de hectares dos quais 422 milhotildees de hectares no Bioma Cerrado e 892
milhotildees de hectares no Bioma Amazocircnia que somados correspondem a 145 do
territoacuterio do estado
23 Lei de Crimes Ambientais - Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998
A Lei de Crimes Ambientais eacute muito importante embora natildeo estabeleccedila
normas diferenciadas para a Amazocircnia Legal ou para o Centro-Oeste Sua principal
norma eacute a criminalizaccedilatildeo de pessoas fiacutesicas e juriacutedicas que infringirem certas
normas ambientais inclusive do Coacutedigo Florestal
24 Lei de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos - Lei nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997
Eacute a lei das aacuteguas ela criou o sistema de gerenciamento dos recursos hiacutedricos
por meio dos Comitecircs de Bacias e as normas de acesso da outorga e da cobranccedila
da aacutegua retirada dos rios (por exemplo para agricultura irrigada) controlados pelos
Comitecircs de Bacia
No caso da Regiatildeo Centro-Oeste eacute relevante porque existem muitos rios que
nascem ou atravessam a regiatildeo atingindo mais de um estado e por isto mesmo satildeo
considerados nacionais Existem ainda rios que satildeo de soberania partilhada com
outros paiacuteses como eacute o caso do Rio Paraguai Ainda natildeo existem os Comitecircs de
Bacia dos rios que cortam a Regiatildeo Centro-Oeste mas jaacute existem demandas neste
sentido
25 Legislaccedilatildeo especiacutefica do Pantanal
O Pantanal eacute um bioma que necessita de uma legislaccedilatildeo proacutepria mais
acurada embora seja declarado na Constituiccedilatildeo Federal como Patrimocircnio Nacional
(art 225 sect 4ordm) Seus limites estatildeo prefixados pelo Mapa de Biomas do Brasil
Contudo existe um consenso de que o Pantanal merece um tratamento especiacutefico
dada as suas fragilidades ambientais e suas vocaccedilotildees naturais
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A Lei Federal nordm 328 de 1982 estabelece normas de proteccedilatildeo agrave Bacia do Rio
Paraguai e impotildee restriccedilotildees a empreendimentos no bioma Pantanal Existem
resoluccedilotildees do Conselho Nacional de Meio Ambiente ndash CONAMA mais especiacuteficas
que restringem determinadas accedilotildees antroacutepicas especialmente a conversatildeo da
vegetaccedilatildeo natural
O padratildeo de ocupaccedilatildeo secular do Pantanal (especialmente na planiacutecie
pantaneira) eacute de populaccedilatildeo rarefeita de um lado comunidades ribeirinhas e de
outro fazendas dedicadas agrave pecuaacuteria extensiva Tanto as comunidades ribeirinhas
como as fazendas de pecuaacuteria ndash ao longo dos seacuteculos ndash se adaptaram ao bioma
explorando suas potencialidades sem impor alteraccedilotildees importantes na cobertura
vegetal natural reduzindo seus impactos ambientais
O Brasil contudo eacute signataacuterio da Convenccedilatildeo das Aacutereas Alagadas em funccedilatildeo
da qual parte do Pantanal eacute declarada ldquosiacutetio Ramsarrdquo4 e parte ainda maior foi
declarada ldquoReserva da Biosferardquo5 Alguns paiacuteses fizeram leis especiacuteficas para a sua
implantaccedilatildeo o que lhe confere proteccedilatildeo adicional e restriccedilotildees de conversatildeo da
cobertura vegetal natural
A legislaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso por meio da Lei Complementar nordm 38
de 21 de novembro de 1995 em seu art 62 sect3ordm determina
ldquoPara a planiacutecie alagaacutevel do Pantanal natildeo seraacute permitido
nenhum tipo de desmatamento com exceccedilatildeo daquelas
feitas para agricultura de subsistecircncia e limpeza de
pastagens nativas e artificiaisrdquo
26 Aacutereas Protegidas decorrentes da Legislaccedilatildeo Socioambiental ndash Lei nordm 9985 de julho de 2000
Existe um conjunto de aacutereas protegidas pela Lei nordm 9985 de 18 de julho de
2000 ndash Sistema Nacional de Unidade de Conservaccedilatildeo da Natureza - SNUC que satildeo
4 Zonas uacutemidas de importacircncia internacional ndash ver Convenccedilatildeo Ramsar 5 Reserva da Biosfera satildeo instrumentos de gestatildeo e manejo sustentaacutevel que permanecem sob a completa
jurisdiccedilatildeo dos paiacuteses onde estatildeo localizadas Criadas pela UNESCO ndash Comissatildeo das Naccedilotildees Unidas para
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura
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as Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza em regime de proteccedilatildeo diferenciado
daqueles estabelecidos pelo Coacutedigo Florestal para as Aacutereas de Proteccedilatildeo
Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) Existem tambeacutem as Terras Indiacutegenas
com legislaccedilatildeo especiacutefica bem como outras aacutereas protegidas pela legislaccedilatildeo
federal como por exemplo aacutereas militares que natildeo satildeo objeto deste estudo
261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal
Unidade de Conservaccedilatildeo eacute um conceito universal que reconhece a
necessidade de se impor restriccedilotildees de acesso uso ou conversatildeo agrave determinada
amostra dos ecossistemas seja pela riqueza de sua biodiversidade beleza cecircnica
ou valor histoacuterico Para tal define-se seus limites territoriais e se estabelece o maior
ou menor grau da accedilatildeo humana sobre os mesmos Este conceito encontra base no
art 225 da Constituiccedilatildeo Federal e em tratados internacionais como a Convenccedilatildeo da
Biodiversidade
Em relaccedilatildeo agraves Unidades de Conservaccedilatildeo a Lei nordm 99852000 estabelece
duas classes
1) Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel satildeo aquelas unidades de
conservaccedilatildeo onde podem existir algumas atividades antroacutepicas Por exemplo
APA = Aacuterea de Preservaccedilatildeo Ambiental RESEX = Reserva Extrativista
FLONA = Floresta Nacional (art 14)
2) Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral onde natildeo satildeo permitidas
atividades produtivas ou ocupaccedilatildeo territorial como Parques Nacionais
Reservas Bioloacutegicas etc (art 8ordm)
No Centro-Oeste existem 15 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo
Integral totalizando 775111 hectares correspondendo a 048 do seu territoacuterio e
13 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel ocupando 1826232
hectares compreendendo 113 do territoacuterio
Ainda haacute que se considerar as Unidades de Conservaccedilatildeo definidas por leis
estaduais e em menor escala por leis municipais
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Deriva da Constituiccedilatildeo a competecircncia da Uniatildeo dos Estados e dos
Municiacutepios para definir Unidades de Conservaccedilatildeo observados os ritos miacutenimos
definidos na Lei nordm 9985 dos quais eacute importante registrar que somente por meio de
lei eacute possiacutevel alterar os limites territoriais de uma Unidade de Conservaccedilatildeo jaacute
existente
262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal
As terras indiacutegenas satildeo territoacuterios reservados aos povos indiacutegenas para que
se possa garantir a sobrevivecircncia fiacutesica e cultural dos mesmos respeitando seus
padrotildees culturais diferenciados
A Constituiccedilatildeo Federal reconhece direitos originaacuterios aos povos indiacutegenas sobre
esses territoacuterios e estabelece as bases de um ldquodireito indiacutegenardquo diferenciado em
vaacuterios aspectos objeto de todo o Capiacutetulo VIII da Constituiccedilatildeo Federal intitulado ldquoDo
Iacutendiordquo
A definiccedilatildeo delimitaccedilatildeo demarcaccedilatildeo e homologaccedilatildeo de uma Terra Indiacutegena
eacute competecircncia exclusiva da Uniatildeo Constituiacuteda a Terra Indiacutegena em qualquer fase
que esteja o processo satildeo estabelecidas restriccedilotildees de ocupaccedilatildeo e uso sobre as
mesmas por pessoas e empreendimentos que natildeo sejam daquela etnia especiacutefica
correspondente agravequele territoacuterio
Os direitos dos povos indiacutegenas estatildeo detalhados na Lei nordm 6001 de 19 de
dezembro de 1973 o ldquoEstatuto do Iacutendiordquo e em outras normas subsequumlentes
detalhando inclusive o processo de demarcaccedilatildeo (Decreto 1775 de 08 de janeiro de
1996)
Na Regiatildeo Centro-Oeste atualmente existem 124 Terras Indiacutegenas
totalizando 14462380 hectares compreendendo 9 do territoacuterio da regiatildeo
27 Propostas de alteraccedilatildeo da Legislaccedilatildeo Ambiental e iniciativas governamentais sobre distinccedilatildeo de competecircncia entre Uniatildeo e Estado
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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1 O CENAacuteRIO AMBIENTAL DO CENTRO-OESTE
A Regiatildeo Centro-Oeste estaacute inserida em trecircs biomas1 Pantanal Amazocircnia e
o Cerrado cada bioma compreendendo uma variedade de ecossistemas
especiacuteficos mas afins
11 O Pantanal Mato-grossense
O Pantanal eacute o uacutenico bioma que soacute existe na Regiatildeo Centro-Oeste natildeo existe
em outras regiotildees brasileiras Mas ele se estende aleacutem das fronteiras brasileiras
ocupando tambeacutem parte da Boliacutevia do Paraguai e da Argentina onde recebe a
denominaccedilatildeo de Chaco
Na Regiatildeo Centro-Oeste o Pantanal se concentra em dois estados Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul Sua aacuterea total eacute de 153 milhotildees de hectares (63
milhotildees de hectares em Mato Grosso e 89 milhotildees de hectares em Mato Grosso do
Sul) correspondendo a 949 da aacuterea total do Centro-Oeste2
O Pantanal eacute formado pela Bacia do Paraguai pelo Rio Paraguai e afluentes
entre eles os rios Cuiabaacute Satildeo Lourenccedilo e o Taquari que nascem na parte de maior
altitude no planalto e descem no sentido Norte-Sul para a planiacutecie pantaneira onde
no periacuteodo de cheia transbordam alagando vasta aacuterea formando baiacuteas (lagoas) e
corixos (canais pequenos cursos drsquoaacutegua) Este fenocircmeno natural de cheia e vazante
caracteriza o Pantanal assim como as aacutereas periodicamente alagaacuteveis ndash que
possibilitam um ciclo de vida apropriado para as espeacutecies vegetais e animais laacute
existentes ou que para laacute migram temporariamente Sua vegetaccedilatildeo eacute uma
combinaccedilatildeo de cerrado com floresta de transiccedilatildeo ora campos de pastagens
naturais ora matas de galeria Eacute um bioma muito sensiacutevel agraves alteraccedilotildees impostas
pela accedilatildeo humana
1 Bioma ndash constitui um conjunto de tipos de vegetaccedilatildeo identificaacutevel em escala regional com suas floras e
faunas associadas 2 Aacuterea correspondente agrave planiacutecie pantaneira segundo Mapa de Biomas do Brasil ndash IBGEMMA ndash 2005
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12 Bioma Amazocircnia no Centro-Oeste
O Bioma Amazocircnia eacute caracterizado por uma grande malha de rios liderado
pelo Rio Amazonas e por uma vasta floresta que varia em densidade e composiccedilatildeo
(em alguns pontos haacute floresta de transiccedilatildeo e em outra parte savanas ou
capinaranas de vaacuterzeas) gozando de altos iacutendices pluviomeacutetricos e baixas altitudes
Um nuacutemero importante de rios da Amazocircnia nasce no Centro-Oeste geralmente no
cerrado ou em aacutereas de transiccedilatildeo cita-se o caso do Xingu do Teles Pires e do
Juruena (que formam o Tapajoacutes) do Guaporeacute e outros
A parcela do Bioma Amazocircnia que se situa no Centro-Oeste estaacute no Estado
do Mato Grosso Segundo o Mapa de Biomas do Brasil cerca de 54 do territoacuterio
de Mato Grosso eacute classificado como Bioma Amazocircnia ou seja cerca de 487813
km2 (48781327 ha) que correspondem a 3037 da aacuterea do Centro-Oeste
Importante ressaltar que o Mapa de Biomas do Brasil que respalda o Coacutedigo
Florestal considera a floresta de transiccedilatildeo como Floresta Amazocircnica
Desnecessaacuterio discorrer sobre a riqueza da flora e da fauna do Bioma
Amazocircnia basta assinalar que mais de 90 da madeira consumida no Brasil eacute de
origem amazocircnica (natildeo se contabiliza a biomassa de florestas plantadas voltadas
para fornecer polpa para a induacutestria de celulose e papel)
Dada as suas dimensotildees (que apenas no Brasil compreende cerca de 4
milhotildees de km2 de floresta tropical e cerca de 10 da aacutegua doce disponiacutevel no
mundo) e sua megadiversidade bioloacutegica o Bioma Amazocircnia assume importacircncia
global As alteraccedilotildees impostas pela accedilatildeo humana na regiatildeo como o desmatamento
ou a seca do ano de 2005 por razotildees naturais ou resultantes de modificaccedilotildees
climaacuteticas globais satildeo motivos de preocupaccedilatildeo e debate internacional
13 O Cerrado
O Cerrado eacute o bioma que mais identifica a Regiatildeo Centro-Oeste vegetaccedilatildeo
variaacutevel desde campos de pastagens naturais com arbustos ateacute matas com
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aacutervores encorpadas cortado por nascentes e rios aleacutem de regime regular de
chuvas alternando um periacuteodo concentrado com um periacuteodo de estiagem
Boa parte do Cerrado eacute regiatildeo de planalto que ultrapassa o Centro-Oeste
atingindo tambeacutem parte do Norte (Tocantins) do Nordeste (Piauiacute e Maranhatildeo) e
Sudeste (Minas Gerais e Satildeo Paulo) O Cerrado ocupa cerca de 905841 km2
(90584185 ha) do territoacuterio do Centro-Oeste que corresponde a 5639 da sua
aacuterea total
2 RESTRICcedilOtildeES IMPOSTAS PELA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL AOS BIOMAS PRESENTES NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
21 O Coacutedigo Florestal - Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965
A Legislaccedilatildeo Ambiental eacute vasta contudo destacamos o Coacutedigo Florestal
dada a sua antiguidade e amplitude porque estabelece as normas e restriccedilotildees de
ocupaccedilatildeo de conversatildeo (da cobertura vegetal natural) e do manejo dos recursos
florestais Para os objetivos deste trabalho merecem destaque os seguintes
conceitos e normas
a) Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente ndash APP aacuterea de cobertura vegetal
natural (seja ela floresta densa arbustiva ou pastagem natural) que
natildeo pode ser convertida (desmatada) ou alterada Situada agraves margens
de rios nascentes e tambeacutem nas encostas dos morros com
declividade acima de 45deg Natildeo varia conforme o bioma varia por
exemplo em funccedilatildeo da largura dos rios A supressatildeo total ou parcial
da APP soacute eacute admitida por permissatildeo do Poder Puacuteblico Federal (ou de
outro Poder Puacuteblico por delegaccedilatildeo daquele) em caso de utilidade
puacuteblica ou de interesse social
b) Reserva Legal ndash RL aacuterea de cobertura vegetal natural de toda e
qualquer propriedade que natildeo pode ser convertida em pastagens ou
culturas plantadas ou seja natildeo pode ser desmatada e usada para
agricultura ou pecuaacuteria Varia conforme o bioma na Floresta
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Amazocircnica a reserva era ateacute meados de 1996 de 50 da aacuterea total da
propriedade No Cerrado era de 20 da aacuterea total da propriedade
c) Manejo Florestal permite o uso comercial da floresta seja ela em
aacuterea de Reserva Legal ou em aacuterea sobre a qual pode ocorrer
conversatildeo desde que seja pelo meacutetodo do manejo florestal
Observaccedilatildeo natildeo permitia e ateacute hoje natildeo permite manejo florestal em
Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente -APP
22 A Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que alterou o Coacutedigo Florestal
Em 1996 o Presidente da Repuacuteblica editou a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 (com forccedila de lei) que modificou alguns artigos do Coacutedigo Florestal
vigente ateacute hoje Essa Medida Provisoacuteria sofreu vaacuterias ediccedilotildees sendo a uacuteltima a de
nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que consolidou a seguinte posiccedilatildeo
Reserva Legal
a) em caso de propriedade na Floresta Amazocircnica a Reserva Legal foi
elevada de 50 para 80 de sua aacuterea total
b) em caso de propriedade em Bioma do Cerrado a Reserva Legal foi
aumentada de 20 para 35 da aacuterea total da propriedade desde
que situada na Amazocircnia Legal
Observaccedilatildeo importante a Reserva Legal em propriedade no Bioma do
Cerrado fora da Amazocircnia Legal eacute de 20 Neste caso o tratamento diferenciado soacute
atinge o Estado de Mato Grosso onde a Reserva Legal no Cerrado eacute de 35
Para se ter noccedilatildeo da dimensatildeo quantitativa da restriccedilatildeo imposta por estes
dois conceitos de restriccedilatildeo ambiental (APP e RL) a FEMAMT ndash Fundaccedilatildeo Estadual
do Meio Ambiente3 estimou em 1999 que a aacuterea abrangida e protegida por Reserva
Legal e Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente no Mato Grosso era da ordem de 1314
3 Atualmente SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente
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milhotildees de hectares dos quais 422 milhotildees de hectares no Bioma Cerrado e 892
milhotildees de hectares no Bioma Amazocircnia que somados correspondem a 145 do
territoacuterio do estado
23 Lei de Crimes Ambientais - Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998
A Lei de Crimes Ambientais eacute muito importante embora natildeo estabeleccedila
normas diferenciadas para a Amazocircnia Legal ou para o Centro-Oeste Sua principal
norma eacute a criminalizaccedilatildeo de pessoas fiacutesicas e juriacutedicas que infringirem certas
normas ambientais inclusive do Coacutedigo Florestal
24 Lei de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos - Lei nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997
Eacute a lei das aacuteguas ela criou o sistema de gerenciamento dos recursos hiacutedricos
por meio dos Comitecircs de Bacias e as normas de acesso da outorga e da cobranccedila
da aacutegua retirada dos rios (por exemplo para agricultura irrigada) controlados pelos
Comitecircs de Bacia
No caso da Regiatildeo Centro-Oeste eacute relevante porque existem muitos rios que
nascem ou atravessam a regiatildeo atingindo mais de um estado e por isto mesmo satildeo
considerados nacionais Existem ainda rios que satildeo de soberania partilhada com
outros paiacuteses como eacute o caso do Rio Paraguai Ainda natildeo existem os Comitecircs de
Bacia dos rios que cortam a Regiatildeo Centro-Oeste mas jaacute existem demandas neste
sentido
25 Legislaccedilatildeo especiacutefica do Pantanal
O Pantanal eacute um bioma que necessita de uma legislaccedilatildeo proacutepria mais
acurada embora seja declarado na Constituiccedilatildeo Federal como Patrimocircnio Nacional
(art 225 sect 4ordm) Seus limites estatildeo prefixados pelo Mapa de Biomas do Brasil
Contudo existe um consenso de que o Pantanal merece um tratamento especiacutefico
dada as suas fragilidades ambientais e suas vocaccedilotildees naturais
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A Lei Federal nordm 328 de 1982 estabelece normas de proteccedilatildeo agrave Bacia do Rio
Paraguai e impotildee restriccedilotildees a empreendimentos no bioma Pantanal Existem
resoluccedilotildees do Conselho Nacional de Meio Ambiente ndash CONAMA mais especiacuteficas
que restringem determinadas accedilotildees antroacutepicas especialmente a conversatildeo da
vegetaccedilatildeo natural
O padratildeo de ocupaccedilatildeo secular do Pantanal (especialmente na planiacutecie
pantaneira) eacute de populaccedilatildeo rarefeita de um lado comunidades ribeirinhas e de
outro fazendas dedicadas agrave pecuaacuteria extensiva Tanto as comunidades ribeirinhas
como as fazendas de pecuaacuteria ndash ao longo dos seacuteculos ndash se adaptaram ao bioma
explorando suas potencialidades sem impor alteraccedilotildees importantes na cobertura
vegetal natural reduzindo seus impactos ambientais
O Brasil contudo eacute signataacuterio da Convenccedilatildeo das Aacutereas Alagadas em funccedilatildeo
da qual parte do Pantanal eacute declarada ldquosiacutetio Ramsarrdquo4 e parte ainda maior foi
declarada ldquoReserva da Biosferardquo5 Alguns paiacuteses fizeram leis especiacuteficas para a sua
implantaccedilatildeo o que lhe confere proteccedilatildeo adicional e restriccedilotildees de conversatildeo da
cobertura vegetal natural
A legislaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso por meio da Lei Complementar nordm 38
de 21 de novembro de 1995 em seu art 62 sect3ordm determina
ldquoPara a planiacutecie alagaacutevel do Pantanal natildeo seraacute permitido
nenhum tipo de desmatamento com exceccedilatildeo daquelas
feitas para agricultura de subsistecircncia e limpeza de
pastagens nativas e artificiaisrdquo
26 Aacutereas Protegidas decorrentes da Legislaccedilatildeo Socioambiental ndash Lei nordm 9985 de julho de 2000
Existe um conjunto de aacutereas protegidas pela Lei nordm 9985 de 18 de julho de
2000 ndash Sistema Nacional de Unidade de Conservaccedilatildeo da Natureza - SNUC que satildeo
4 Zonas uacutemidas de importacircncia internacional ndash ver Convenccedilatildeo Ramsar 5 Reserva da Biosfera satildeo instrumentos de gestatildeo e manejo sustentaacutevel que permanecem sob a completa
jurisdiccedilatildeo dos paiacuteses onde estatildeo localizadas Criadas pela UNESCO ndash Comissatildeo das Naccedilotildees Unidas para
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura
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as Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza em regime de proteccedilatildeo diferenciado
daqueles estabelecidos pelo Coacutedigo Florestal para as Aacutereas de Proteccedilatildeo
Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) Existem tambeacutem as Terras Indiacutegenas
com legislaccedilatildeo especiacutefica bem como outras aacutereas protegidas pela legislaccedilatildeo
federal como por exemplo aacutereas militares que natildeo satildeo objeto deste estudo
261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal
Unidade de Conservaccedilatildeo eacute um conceito universal que reconhece a
necessidade de se impor restriccedilotildees de acesso uso ou conversatildeo agrave determinada
amostra dos ecossistemas seja pela riqueza de sua biodiversidade beleza cecircnica
ou valor histoacuterico Para tal define-se seus limites territoriais e se estabelece o maior
ou menor grau da accedilatildeo humana sobre os mesmos Este conceito encontra base no
art 225 da Constituiccedilatildeo Federal e em tratados internacionais como a Convenccedilatildeo da
Biodiversidade
Em relaccedilatildeo agraves Unidades de Conservaccedilatildeo a Lei nordm 99852000 estabelece
duas classes
1) Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel satildeo aquelas unidades de
conservaccedilatildeo onde podem existir algumas atividades antroacutepicas Por exemplo
APA = Aacuterea de Preservaccedilatildeo Ambiental RESEX = Reserva Extrativista
FLONA = Floresta Nacional (art 14)
2) Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral onde natildeo satildeo permitidas
atividades produtivas ou ocupaccedilatildeo territorial como Parques Nacionais
Reservas Bioloacutegicas etc (art 8ordm)
No Centro-Oeste existem 15 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo
Integral totalizando 775111 hectares correspondendo a 048 do seu territoacuterio e
13 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel ocupando 1826232
hectares compreendendo 113 do territoacuterio
Ainda haacute que se considerar as Unidades de Conservaccedilatildeo definidas por leis
estaduais e em menor escala por leis municipais
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Deriva da Constituiccedilatildeo a competecircncia da Uniatildeo dos Estados e dos
Municiacutepios para definir Unidades de Conservaccedilatildeo observados os ritos miacutenimos
definidos na Lei nordm 9985 dos quais eacute importante registrar que somente por meio de
lei eacute possiacutevel alterar os limites territoriais de uma Unidade de Conservaccedilatildeo jaacute
existente
262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal
As terras indiacutegenas satildeo territoacuterios reservados aos povos indiacutegenas para que
se possa garantir a sobrevivecircncia fiacutesica e cultural dos mesmos respeitando seus
padrotildees culturais diferenciados
A Constituiccedilatildeo Federal reconhece direitos originaacuterios aos povos indiacutegenas sobre
esses territoacuterios e estabelece as bases de um ldquodireito indiacutegenardquo diferenciado em
vaacuterios aspectos objeto de todo o Capiacutetulo VIII da Constituiccedilatildeo Federal intitulado ldquoDo
Iacutendiordquo
A definiccedilatildeo delimitaccedilatildeo demarcaccedilatildeo e homologaccedilatildeo de uma Terra Indiacutegena
eacute competecircncia exclusiva da Uniatildeo Constituiacuteda a Terra Indiacutegena em qualquer fase
que esteja o processo satildeo estabelecidas restriccedilotildees de ocupaccedilatildeo e uso sobre as
mesmas por pessoas e empreendimentos que natildeo sejam daquela etnia especiacutefica
correspondente agravequele territoacuterio
Os direitos dos povos indiacutegenas estatildeo detalhados na Lei nordm 6001 de 19 de
dezembro de 1973 o ldquoEstatuto do Iacutendiordquo e em outras normas subsequumlentes
detalhando inclusive o processo de demarcaccedilatildeo (Decreto 1775 de 08 de janeiro de
1996)
Na Regiatildeo Centro-Oeste atualmente existem 124 Terras Indiacutegenas
totalizando 14462380 hectares compreendendo 9 do territoacuterio da regiatildeo
27 Propostas de alteraccedilatildeo da Legislaccedilatildeo Ambiental e iniciativas governamentais sobre distinccedilatildeo de competecircncia entre Uniatildeo e Estado
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
Paacutegina 26 de 37
relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
Paacutegina 30 de 37
As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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12 Bioma Amazocircnia no Centro-Oeste
O Bioma Amazocircnia eacute caracterizado por uma grande malha de rios liderado
pelo Rio Amazonas e por uma vasta floresta que varia em densidade e composiccedilatildeo
(em alguns pontos haacute floresta de transiccedilatildeo e em outra parte savanas ou
capinaranas de vaacuterzeas) gozando de altos iacutendices pluviomeacutetricos e baixas altitudes
Um nuacutemero importante de rios da Amazocircnia nasce no Centro-Oeste geralmente no
cerrado ou em aacutereas de transiccedilatildeo cita-se o caso do Xingu do Teles Pires e do
Juruena (que formam o Tapajoacutes) do Guaporeacute e outros
A parcela do Bioma Amazocircnia que se situa no Centro-Oeste estaacute no Estado
do Mato Grosso Segundo o Mapa de Biomas do Brasil cerca de 54 do territoacuterio
de Mato Grosso eacute classificado como Bioma Amazocircnia ou seja cerca de 487813
km2 (48781327 ha) que correspondem a 3037 da aacuterea do Centro-Oeste
Importante ressaltar que o Mapa de Biomas do Brasil que respalda o Coacutedigo
Florestal considera a floresta de transiccedilatildeo como Floresta Amazocircnica
Desnecessaacuterio discorrer sobre a riqueza da flora e da fauna do Bioma
Amazocircnia basta assinalar que mais de 90 da madeira consumida no Brasil eacute de
origem amazocircnica (natildeo se contabiliza a biomassa de florestas plantadas voltadas
para fornecer polpa para a induacutestria de celulose e papel)
Dada as suas dimensotildees (que apenas no Brasil compreende cerca de 4
milhotildees de km2 de floresta tropical e cerca de 10 da aacutegua doce disponiacutevel no
mundo) e sua megadiversidade bioloacutegica o Bioma Amazocircnia assume importacircncia
global As alteraccedilotildees impostas pela accedilatildeo humana na regiatildeo como o desmatamento
ou a seca do ano de 2005 por razotildees naturais ou resultantes de modificaccedilotildees
climaacuteticas globais satildeo motivos de preocupaccedilatildeo e debate internacional
13 O Cerrado
O Cerrado eacute o bioma que mais identifica a Regiatildeo Centro-Oeste vegetaccedilatildeo
variaacutevel desde campos de pastagens naturais com arbustos ateacute matas com
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aacutervores encorpadas cortado por nascentes e rios aleacutem de regime regular de
chuvas alternando um periacuteodo concentrado com um periacuteodo de estiagem
Boa parte do Cerrado eacute regiatildeo de planalto que ultrapassa o Centro-Oeste
atingindo tambeacutem parte do Norte (Tocantins) do Nordeste (Piauiacute e Maranhatildeo) e
Sudeste (Minas Gerais e Satildeo Paulo) O Cerrado ocupa cerca de 905841 km2
(90584185 ha) do territoacuterio do Centro-Oeste que corresponde a 5639 da sua
aacuterea total
2 RESTRICcedilOtildeES IMPOSTAS PELA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL AOS BIOMAS PRESENTES NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
21 O Coacutedigo Florestal - Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965
A Legislaccedilatildeo Ambiental eacute vasta contudo destacamos o Coacutedigo Florestal
dada a sua antiguidade e amplitude porque estabelece as normas e restriccedilotildees de
ocupaccedilatildeo de conversatildeo (da cobertura vegetal natural) e do manejo dos recursos
florestais Para os objetivos deste trabalho merecem destaque os seguintes
conceitos e normas
a) Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente ndash APP aacuterea de cobertura vegetal
natural (seja ela floresta densa arbustiva ou pastagem natural) que
natildeo pode ser convertida (desmatada) ou alterada Situada agraves margens
de rios nascentes e tambeacutem nas encostas dos morros com
declividade acima de 45deg Natildeo varia conforme o bioma varia por
exemplo em funccedilatildeo da largura dos rios A supressatildeo total ou parcial
da APP soacute eacute admitida por permissatildeo do Poder Puacuteblico Federal (ou de
outro Poder Puacuteblico por delegaccedilatildeo daquele) em caso de utilidade
puacuteblica ou de interesse social
b) Reserva Legal ndash RL aacuterea de cobertura vegetal natural de toda e
qualquer propriedade que natildeo pode ser convertida em pastagens ou
culturas plantadas ou seja natildeo pode ser desmatada e usada para
agricultura ou pecuaacuteria Varia conforme o bioma na Floresta
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Amazocircnica a reserva era ateacute meados de 1996 de 50 da aacuterea total da
propriedade No Cerrado era de 20 da aacuterea total da propriedade
c) Manejo Florestal permite o uso comercial da floresta seja ela em
aacuterea de Reserva Legal ou em aacuterea sobre a qual pode ocorrer
conversatildeo desde que seja pelo meacutetodo do manejo florestal
Observaccedilatildeo natildeo permitia e ateacute hoje natildeo permite manejo florestal em
Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente -APP
22 A Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que alterou o Coacutedigo Florestal
Em 1996 o Presidente da Repuacuteblica editou a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 (com forccedila de lei) que modificou alguns artigos do Coacutedigo Florestal
vigente ateacute hoje Essa Medida Provisoacuteria sofreu vaacuterias ediccedilotildees sendo a uacuteltima a de
nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que consolidou a seguinte posiccedilatildeo
Reserva Legal
a) em caso de propriedade na Floresta Amazocircnica a Reserva Legal foi
elevada de 50 para 80 de sua aacuterea total
b) em caso de propriedade em Bioma do Cerrado a Reserva Legal foi
aumentada de 20 para 35 da aacuterea total da propriedade desde
que situada na Amazocircnia Legal
Observaccedilatildeo importante a Reserva Legal em propriedade no Bioma do
Cerrado fora da Amazocircnia Legal eacute de 20 Neste caso o tratamento diferenciado soacute
atinge o Estado de Mato Grosso onde a Reserva Legal no Cerrado eacute de 35
Para se ter noccedilatildeo da dimensatildeo quantitativa da restriccedilatildeo imposta por estes
dois conceitos de restriccedilatildeo ambiental (APP e RL) a FEMAMT ndash Fundaccedilatildeo Estadual
do Meio Ambiente3 estimou em 1999 que a aacuterea abrangida e protegida por Reserva
Legal e Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente no Mato Grosso era da ordem de 1314
3 Atualmente SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente
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milhotildees de hectares dos quais 422 milhotildees de hectares no Bioma Cerrado e 892
milhotildees de hectares no Bioma Amazocircnia que somados correspondem a 145 do
territoacuterio do estado
23 Lei de Crimes Ambientais - Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998
A Lei de Crimes Ambientais eacute muito importante embora natildeo estabeleccedila
normas diferenciadas para a Amazocircnia Legal ou para o Centro-Oeste Sua principal
norma eacute a criminalizaccedilatildeo de pessoas fiacutesicas e juriacutedicas que infringirem certas
normas ambientais inclusive do Coacutedigo Florestal
24 Lei de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos - Lei nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997
Eacute a lei das aacuteguas ela criou o sistema de gerenciamento dos recursos hiacutedricos
por meio dos Comitecircs de Bacias e as normas de acesso da outorga e da cobranccedila
da aacutegua retirada dos rios (por exemplo para agricultura irrigada) controlados pelos
Comitecircs de Bacia
No caso da Regiatildeo Centro-Oeste eacute relevante porque existem muitos rios que
nascem ou atravessam a regiatildeo atingindo mais de um estado e por isto mesmo satildeo
considerados nacionais Existem ainda rios que satildeo de soberania partilhada com
outros paiacuteses como eacute o caso do Rio Paraguai Ainda natildeo existem os Comitecircs de
Bacia dos rios que cortam a Regiatildeo Centro-Oeste mas jaacute existem demandas neste
sentido
25 Legislaccedilatildeo especiacutefica do Pantanal
O Pantanal eacute um bioma que necessita de uma legislaccedilatildeo proacutepria mais
acurada embora seja declarado na Constituiccedilatildeo Federal como Patrimocircnio Nacional
(art 225 sect 4ordm) Seus limites estatildeo prefixados pelo Mapa de Biomas do Brasil
Contudo existe um consenso de que o Pantanal merece um tratamento especiacutefico
dada as suas fragilidades ambientais e suas vocaccedilotildees naturais
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A Lei Federal nordm 328 de 1982 estabelece normas de proteccedilatildeo agrave Bacia do Rio
Paraguai e impotildee restriccedilotildees a empreendimentos no bioma Pantanal Existem
resoluccedilotildees do Conselho Nacional de Meio Ambiente ndash CONAMA mais especiacuteficas
que restringem determinadas accedilotildees antroacutepicas especialmente a conversatildeo da
vegetaccedilatildeo natural
O padratildeo de ocupaccedilatildeo secular do Pantanal (especialmente na planiacutecie
pantaneira) eacute de populaccedilatildeo rarefeita de um lado comunidades ribeirinhas e de
outro fazendas dedicadas agrave pecuaacuteria extensiva Tanto as comunidades ribeirinhas
como as fazendas de pecuaacuteria ndash ao longo dos seacuteculos ndash se adaptaram ao bioma
explorando suas potencialidades sem impor alteraccedilotildees importantes na cobertura
vegetal natural reduzindo seus impactos ambientais
O Brasil contudo eacute signataacuterio da Convenccedilatildeo das Aacutereas Alagadas em funccedilatildeo
da qual parte do Pantanal eacute declarada ldquosiacutetio Ramsarrdquo4 e parte ainda maior foi
declarada ldquoReserva da Biosferardquo5 Alguns paiacuteses fizeram leis especiacuteficas para a sua
implantaccedilatildeo o que lhe confere proteccedilatildeo adicional e restriccedilotildees de conversatildeo da
cobertura vegetal natural
A legislaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso por meio da Lei Complementar nordm 38
de 21 de novembro de 1995 em seu art 62 sect3ordm determina
ldquoPara a planiacutecie alagaacutevel do Pantanal natildeo seraacute permitido
nenhum tipo de desmatamento com exceccedilatildeo daquelas
feitas para agricultura de subsistecircncia e limpeza de
pastagens nativas e artificiaisrdquo
26 Aacutereas Protegidas decorrentes da Legislaccedilatildeo Socioambiental ndash Lei nordm 9985 de julho de 2000
Existe um conjunto de aacutereas protegidas pela Lei nordm 9985 de 18 de julho de
2000 ndash Sistema Nacional de Unidade de Conservaccedilatildeo da Natureza - SNUC que satildeo
4 Zonas uacutemidas de importacircncia internacional ndash ver Convenccedilatildeo Ramsar 5 Reserva da Biosfera satildeo instrumentos de gestatildeo e manejo sustentaacutevel que permanecem sob a completa
jurisdiccedilatildeo dos paiacuteses onde estatildeo localizadas Criadas pela UNESCO ndash Comissatildeo das Naccedilotildees Unidas para
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura
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as Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza em regime de proteccedilatildeo diferenciado
daqueles estabelecidos pelo Coacutedigo Florestal para as Aacutereas de Proteccedilatildeo
Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) Existem tambeacutem as Terras Indiacutegenas
com legislaccedilatildeo especiacutefica bem como outras aacutereas protegidas pela legislaccedilatildeo
federal como por exemplo aacutereas militares que natildeo satildeo objeto deste estudo
261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal
Unidade de Conservaccedilatildeo eacute um conceito universal que reconhece a
necessidade de se impor restriccedilotildees de acesso uso ou conversatildeo agrave determinada
amostra dos ecossistemas seja pela riqueza de sua biodiversidade beleza cecircnica
ou valor histoacuterico Para tal define-se seus limites territoriais e se estabelece o maior
ou menor grau da accedilatildeo humana sobre os mesmos Este conceito encontra base no
art 225 da Constituiccedilatildeo Federal e em tratados internacionais como a Convenccedilatildeo da
Biodiversidade
Em relaccedilatildeo agraves Unidades de Conservaccedilatildeo a Lei nordm 99852000 estabelece
duas classes
1) Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel satildeo aquelas unidades de
conservaccedilatildeo onde podem existir algumas atividades antroacutepicas Por exemplo
APA = Aacuterea de Preservaccedilatildeo Ambiental RESEX = Reserva Extrativista
FLONA = Floresta Nacional (art 14)
2) Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral onde natildeo satildeo permitidas
atividades produtivas ou ocupaccedilatildeo territorial como Parques Nacionais
Reservas Bioloacutegicas etc (art 8ordm)
No Centro-Oeste existem 15 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo
Integral totalizando 775111 hectares correspondendo a 048 do seu territoacuterio e
13 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel ocupando 1826232
hectares compreendendo 113 do territoacuterio
Ainda haacute que se considerar as Unidades de Conservaccedilatildeo definidas por leis
estaduais e em menor escala por leis municipais
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Deriva da Constituiccedilatildeo a competecircncia da Uniatildeo dos Estados e dos
Municiacutepios para definir Unidades de Conservaccedilatildeo observados os ritos miacutenimos
definidos na Lei nordm 9985 dos quais eacute importante registrar que somente por meio de
lei eacute possiacutevel alterar os limites territoriais de uma Unidade de Conservaccedilatildeo jaacute
existente
262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal
As terras indiacutegenas satildeo territoacuterios reservados aos povos indiacutegenas para que
se possa garantir a sobrevivecircncia fiacutesica e cultural dos mesmos respeitando seus
padrotildees culturais diferenciados
A Constituiccedilatildeo Federal reconhece direitos originaacuterios aos povos indiacutegenas sobre
esses territoacuterios e estabelece as bases de um ldquodireito indiacutegenardquo diferenciado em
vaacuterios aspectos objeto de todo o Capiacutetulo VIII da Constituiccedilatildeo Federal intitulado ldquoDo
Iacutendiordquo
A definiccedilatildeo delimitaccedilatildeo demarcaccedilatildeo e homologaccedilatildeo de uma Terra Indiacutegena
eacute competecircncia exclusiva da Uniatildeo Constituiacuteda a Terra Indiacutegena em qualquer fase
que esteja o processo satildeo estabelecidas restriccedilotildees de ocupaccedilatildeo e uso sobre as
mesmas por pessoas e empreendimentos que natildeo sejam daquela etnia especiacutefica
correspondente agravequele territoacuterio
Os direitos dos povos indiacutegenas estatildeo detalhados na Lei nordm 6001 de 19 de
dezembro de 1973 o ldquoEstatuto do Iacutendiordquo e em outras normas subsequumlentes
detalhando inclusive o processo de demarcaccedilatildeo (Decreto 1775 de 08 de janeiro de
1996)
Na Regiatildeo Centro-Oeste atualmente existem 124 Terras Indiacutegenas
totalizando 14462380 hectares compreendendo 9 do territoacuterio da regiatildeo
27 Propostas de alteraccedilatildeo da Legislaccedilatildeo Ambiental e iniciativas governamentais sobre distinccedilatildeo de competecircncia entre Uniatildeo e Estado
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
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ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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aacutervores encorpadas cortado por nascentes e rios aleacutem de regime regular de
chuvas alternando um periacuteodo concentrado com um periacuteodo de estiagem
Boa parte do Cerrado eacute regiatildeo de planalto que ultrapassa o Centro-Oeste
atingindo tambeacutem parte do Norte (Tocantins) do Nordeste (Piauiacute e Maranhatildeo) e
Sudeste (Minas Gerais e Satildeo Paulo) O Cerrado ocupa cerca de 905841 km2
(90584185 ha) do territoacuterio do Centro-Oeste que corresponde a 5639 da sua
aacuterea total
2 RESTRICcedilOtildeES IMPOSTAS PELA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL AOS BIOMAS PRESENTES NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
21 O Coacutedigo Florestal - Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965
A Legislaccedilatildeo Ambiental eacute vasta contudo destacamos o Coacutedigo Florestal
dada a sua antiguidade e amplitude porque estabelece as normas e restriccedilotildees de
ocupaccedilatildeo de conversatildeo (da cobertura vegetal natural) e do manejo dos recursos
florestais Para os objetivos deste trabalho merecem destaque os seguintes
conceitos e normas
a) Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente ndash APP aacuterea de cobertura vegetal
natural (seja ela floresta densa arbustiva ou pastagem natural) que
natildeo pode ser convertida (desmatada) ou alterada Situada agraves margens
de rios nascentes e tambeacutem nas encostas dos morros com
declividade acima de 45deg Natildeo varia conforme o bioma varia por
exemplo em funccedilatildeo da largura dos rios A supressatildeo total ou parcial
da APP soacute eacute admitida por permissatildeo do Poder Puacuteblico Federal (ou de
outro Poder Puacuteblico por delegaccedilatildeo daquele) em caso de utilidade
puacuteblica ou de interesse social
b) Reserva Legal ndash RL aacuterea de cobertura vegetal natural de toda e
qualquer propriedade que natildeo pode ser convertida em pastagens ou
culturas plantadas ou seja natildeo pode ser desmatada e usada para
agricultura ou pecuaacuteria Varia conforme o bioma na Floresta
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Amazocircnica a reserva era ateacute meados de 1996 de 50 da aacuterea total da
propriedade No Cerrado era de 20 da aacuterea total da propriedade
c) Manejo Florestal permite o uso comercial da floresta seja ela em
aacuterea de Reserva Legal ou em aacuterea sobre a qual pode ocorrer
conversatildeo desde que seja pelo meacutetodo do manejo florestal
Observaccedilatildeo natildeo permitia e ateacute hoje natildeo permite manejo florestal em
Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente -APP
22 A Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que alterou o Coacutedigo Florestal
Em 1996 o Presidente da Repuacuteblica editou a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 (com forccedila de lei) que modificou alguns artigos do Coacutedigo Florestal
vigente ateacute hoje Essa Medida Provisoacuteria sofreu vaacuterias ediccedilotildees sendo a uacuteltima a de
nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que consolidou a seguinte posiccedilatildeo
Reserva Legal
a) em caso de propriedade na Floresta Amazocircnica a Reserva Legal foi
elevada de 50 para 80 de sua aacuterea total
b) em caso de propriedade em Bioma do Cerrado a Reserva Legal foi
aumentada de 20 para 35 da aacuterea total da propriedade desde
que situada na Amazocircnia Legal
Observaccedilatildeo importante a Reserva Legal em propriedade no Bioma do
Cerrado fora da Amazocircnia Legal eacute de 20 Neste caso o tratamento diferenciado soacute
atinge o Estado de Mato Grosso onde a Reserva Legal no Cerrado eacute de 35
Para se ter noccedilatildeo da dimensatildeo quantitativa da restriccedilatildeo imposta por estes
dois conceitos de restriccedilatildeo ambiental (APP e RL) a FEMAMT ndash Fundaccedilatildeo Estadual
do Meio Ambiente3 estimou em 1999 que a aacuterea abrangida e protegida por Reserva
Legal e Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente no Mato Grosso era da ordem de 1314
3 Atualmente SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente
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milhotildees de hectares dos quais 422 milhotildees de hectares no Bioma Cerrado e 892
milhotildees de hectares no Bioma Amazocircnia que somados correspondem a 145 do
territoacuterio do estado
23 Lei de Crimes Ambientais - Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998
A Lei de Crimes Ambientais eacute muito importante embora natildeo estabeleccedila
normas diferenciadas para a Amazocircnia Legal ou para o Centro-Oeste Sua principal
norma eacute a criminalizaccedilatildeo de pessoas fiacutesicas e juriacutedicas que infringirem certas
normas ambientais inclusive do Coacutedigo Florestal
24 Lei de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos - Lei nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997
Eacute a lei das aacuteguas ela criou o sistema de gerenciamento dos recursos hiacutedricos
por meio dos Comitecircs de Bacias e as normas de acesso da outorga e da cobranccedila
da aacutegua retirada dos rios (por exemplo para agricultura irrigada) controlados pelos
Comitecircs de Bacia
No caso da Regiatildeo Centro-Oeste eacute relevante porque existem muitos rios que
nascem ou atravessam a regiatildeo atingindo mais de um estado e por isto mesmo satildeo
considerados nacionais Existem ainda rios que satildeo de soberania partilhada com
outros paiacuteses como eacute o caso do Rio Paraguai Ainda natildeo existem os Comitecircs de
Bacia dos rios que cortam a Regiatildeo Centro-Oeste mas jaacute existem demandas neste
sentido
25 Legislaccedilatildeo especiacutefica do Pantanal
O Pantanal eacute um bioma que necessita de uma legislaccedilatildeo proacutepria mais
acurada embora seja declarado na Constituiccedilatildeo Federal como Patrimocircnio Nacional
(art 225 sect 4ordm) Seus limites estatildeo prefixados pelo Mapa de Biomas do Brasil
Contudo existe um consenso de que o Pantanal merece um tratamento especiacutefico
dada as suas fragilidades ambientais e suas vocaccedilotildees naturais
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A Lei Federal nordm 328 de 1982 estabelece normas de proteccedilatildeo agrave Bacia do Rio
Paraguai e impotildee restriccedilotildees a empreendimentos no bioma Pantanal Existem
resoluccedilotildees do Conselho Nacional de Meio Ambiente ndash CONAMA mais especiacuteficas
que restringem determinadas accedilotildees antroacutepicas especialmente a conversatildeo da
vegetaccedilatildeo natural
O padratildeo de ocupaccedilatildeo secular do Pantanal (especialmente na planiacutecie
pantaneira) eacute de populaccedilatildeo rarefeita de um lado comunidades ribeirinhas e de
outro fazendas dedicadas agrave pecuaacuteria extensiva Tanto as comunidades ribeirinhas
como as fazendas de pecuaacuteria ndash ao longo dos seacuteculos ndash se adaptaram ao bioma
explorando suas potencialidades sem impor alteraccedilotildees importantes na cobertura
vegetal natural reduzindo seus impactos ambientais
O Brasil contudo eacute signataacuterio da Convenccedilatildeo das Aacutereas Alagadas em funccedilatildeo
da qual parte do Pantanal eacute declarada ldquosiacutetio Ramsarrdquo4 e parte ainda maior foi
declarada ldquoReserva da Biosferardquo5 Alguns paiacuteses fizeram leis especiacuteficas para a sua
implantaccedilatildeo o que lhe confere proteccedilatildeo adicional e restriccedilotildees de conversatildeo da
cobertura vegetal natural
A legislaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso por meio da Lei Complementar nordm 38
de 21 de novembro de 1995 em seu art 62 sect3ordm determina
ldquoPara a planiacutecie alagaacutevel do Pantanal natildeo seraacute permitido
nenhum tipo de desmatamento com exceccedilatildeo daquelas
feitas para agricultura de subsistecircncia e limpeza de
pastagens nativas e artificiaisrdquo
26 Aacutereas Protegidas decorrentes da Legislaccedilatildeo Socioambiental ndash Lei nordm 9985 de julho de 2000
Existe um conjunto de aacutereas protegidas pela Lei nordm 9985 de 18 de julho de
2000 ndash Sistema Nacional de Unidade de Conservaccedilatildeo da Natureza - SNUC que satildeo
4 Zonas uacutemidas de importacircncia internacional ndash ver Convenccedilatildeo Ramsar 5 Reserva da Biosfera satildeo instrumentos de gestatildeo e manejo sustentaacutevel que permanecem sob a completa
jurisdiccedilatildeo dos paiacuteses onde estatildeo localizadas Criadas pela UNESCO ndash Comissatildeo das Naccedilotildees Unidas para
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura
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as Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza em regime de proteccedilatildeo diferenciado
daqueles estabelecidos pelo Coacutedigo Florestal para as Aacutereas de Proteccedilatildeo
Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) Existem tambeacutem as Terras Indiacutegenas
com legislaccedilatildeo especiacutefica bem como outras aacutereas protegidas pela legislaccedilatildeo
federal como por exemplo aacutereas militares que natildeo satildeo objeto deste estudo
261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal
Unidade de Conservaccedilatildeo eacute um conceito universal que reconhece a
necessidade de se impor restriccedilotildees de acesso uso ou conversatildeo agrave determinada
amostra dos ecossistemas seja pela riqueza de sua biodiversidade beleza cecircnica
ou valor histoacuterico Para tal define-se seus limites territoriais e se estabelece o maior
ou menor grau da accedilatildeo humana sobre os mesmos Este conceito encontra base no
art 225 da Constituiccedilatildeo Federal e em tratados internacionais como a Convenccedilatildeo da
Biodiversidade
Em relaccedilatildeo agraves Unidades de Conservaccedilatildeo a Lei nordm 99852000 estabelece
duas classes
1) Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel satildeo aquelas unidades de
conservaccedilatildeo onde podem existir algumas atividades antroacutepicas Por exemplo
APA = Aacuterea de Preservaccedilatildeo Ambiental RESEX = Reserva Extrativista
FLONA = Floresta Nacional (art 14)
2) Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral onde natildeo satildeo permitidas
atividades produtivas ou ocupaccedilatildeo territorial como Parques Nacionais
Reservas Bioloacutegicas etc (art 8ordm)
No Centro-Oeste existem 15 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo
Integral totalizando 775111 hectares correspondendo a 048 do seu territoacuterio e
13 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel ocupando 1826232
hectares compreendendo 113 do territoacuterio
Ainda haacute que se considerar as Unidades de Conservaccedilatildeo definidas por leis
estaduais e em menor escala por leis municipais
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Deriva da Constituiccedilatildeo a competecircncia da Uniatildeo dos Estados e dos
Municiacutepios para definir Unidades de Conservaccedilatildeo observados os ritos miacutenimos
definidos na Lei nordm 9985 dos quais eacute importante registrar que somente por meio de
lei eacute possiacutevel alterar os limites territoriais de uma Unidade de Conservaccedilatildeo jaacute
existente
262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal
As terras indiacutegenas satildeo territoacuterios reservados aos povos indiacutegenas para que
se possa garantir a sobrevivecircncia fiacutesica e cultural dos mesmos respeitando seus
padrotildees culturais diferenciados
A Constituiccedilatildeo Federal reconhece direitos originaacuterios aos povos indiacutegenas sobre
esses territoacuterios e estabelece as bases de um ldquodireito indiacutegenardquo diferenciado em
vaacuterios aspectos objeto de todo o Capiacutetulo VIII da Constituiccedilatildeo Federal intitulado ldquoDo
Iacutendiordquo
A definiccedilatildeo delimitaccedilatildeo demarcaccedilatildeo e homologaccedilatildeo de uma Terra Indiacutegena
eacute competecircncia exclusiva da Uniatildeo Constituiacuteda a Terra Indiacutegena em qualquer fase
que esteja o processo satildeo estabelecidas restriccedilotildees de ocupaccedilatildeo e uso sobre as
mesmas por pessoas e empreendimentos que natildeo sejam daquela etnia especiacutefica
correspondente agravequele territoacuterio
Os direitos dos povos indiacutegenas estatildeo detalhados na Lei nordm 6001 de 19 de
dezembro de 1973 o ldquoEstatuto do Iacutendiordquo e em outras normas subsequumlentes
detalhando inclusive o processo de demarcaccedilatildeo (Decreto 1775 de 08 de janeiro de
1996)
Na Regiatildeo Centro-Oeste atualmente existem 124 Terras Indiacutegenas
totalizando 14462380 hectares compreendendo 9 do territoacuterio da regiatildeo
27 Propostas de alteraccedilatildeo da Legislaccedilatildeo Ambiental e iniciativas governamentais sobre distinccedilatildeo de competecircncia entre Uniatildeo e Estado
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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Amazocircnica a reserva era ateacute meados de 1996 de 50 da aacuterea total da
propriedade No Cerrado era de 20 da aacuterea total da propriedade
c) Manejo Florestal permite o uso comercial da floresta seja ela em
aacuterea de Reserva Legal ou em aacuterea sobre a qual pode ocorrer
conversatildeo desde que seja pelo meacutetodo do manejo florestal
Observaccedilatildeo natildeo permitia e ateacute hoje natildeo permite manejo florestal em
Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente -APP
22 A Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que alterou o Coacutedigo Florestal
Em 1996 o Presidente da Repuacuteblica editou a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 (com forccedila de lei) que modificou alguns artigos do Coacutedigo Florestal
vigente ateacute hoje Essa Medida Provisoacuteria sofreu vaacuterias ediccedilotildees sendo a uacuteltima a de
nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 que consolidou a seguinte posiccedilatildeo
Reserva Legal
a) em caso de propriedade na Floresta Amazocircnica a Reserva Legal foi
elevada de 50 para 80 de sua aacuterea total
b) em caso de propriedade em Bioma do Cerrado a Reserva Legal foi
aumentada de 20 para 35 da aacuterea total da propriedade desde
que situada na Amazocircnia Legal
Observaccedilatildeo importante a Reserva Legal em propriedade no Bioma do
Cerrado fora da Amazocircnia Legal eacute de 20 Neste caso o tratamento diferenciado soacute
atinge o Estado de Mato Grosso onde a Reserva Legal no Cerrado eacute de 35
Para se ter noccedilatildeo da dimensatildeo quantitativa da restriccedilatildeo imposta por estes
dois conceitos de restriccedilatildeo ambiental (APP e RL) a FEMAMT ndash Fundaccedilatildeo Estadual
do Meio Ambiente3 estimou em 1999 que a aacuterea abrangida e protegida por Reserva
Legal e Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente no Mato Grosso era da ordem de 1314
3 Atualmente SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente
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milhotildees de hectares dos quais 422 milhotildees de hectares no Bioma Cerrado e 892
milhotildees de hectares no Bioma Amazocircnia que somados correspondem a 145 do
territoacuterio do estado
23 Lei de Crimes Ambientais - Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998
A Lei de Crimes Ambientais eacute muito importante embora natildeo estabeleccedila
normas diferenciadas para a Amazocircnia Legal ou para o Centro-Oeste Sua principal
norma eacute a criminalizaccedilatildeo de pessoas fiacutesicas e juriacutedicas que infringirem certas
normas ambientais inclusive do Coacutedigo Florestal
24 Lei de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos - Lei nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997
Eacute a lei das aacuteguas ela criou o sistema de gerenciamento dos recursos hiacutedricos
por meio dos Comitecircs de Bacias e as normas de acesso da outorga e da cobranccedila
da aacutegua retirada dos rios (por exemplo para agricultura irrigada) controlados pelos
Comitecircs de Bacia
No caso da Regiatildeo Centro-Oeste eacute relevante porque existem muitos rios que
nascem ou atravessam a regiatildeo atingindo mais de um estado e por isto mesmo satildeo
considerados nacionais Existem ainda rios que satildeo de soberania partilhada com
outros paiacuteses como eacute o caso do Rio Paraguai Ainda natildeo existem os Comitecircs de
Bacia dos rios que cortam a Regiatildeo Centro-Oeste mas jaacute existem demandas neste
sentido
25 Legislaccedilatildeo especiacutefica do Pantanal
O Pantanal eacute um bioma que necessita de uma legislaccedilatildeo proacutepria mais
acurada embora seja declarado na Constituiccedilatildeo Federal como Patrimocircnio Nacional
(art 225 sect 4ordm) Seus limites estatildeo prefixados pelo Mapa de Biomas do Brasil
Contudo existe um consenso de que o Pantanal merece um tratamento especiacutefico
dada as suas fragilidades ambientais e suas vocaccedilotildees naturais
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A Lei Federal nordm 328 de 1982 estabelece normas de proteccedilatildeo agrave Bacia do Rio
Paraguai e impotildee restriccedilotildees a empreendimentos no bioma Pantanal Existem
resoluccedilotildees do Conselho Nacional de Meio Ambiente ndash CONAMA mais especiacuteficas
que restringem determinadas accedilotildees antroacutepicas especialmente a conversatildeo da
vegetaccedilatildeo natural
O padratildeo de ocupaccedilatildeo secular do Pantanal (especialmente na planiacutecie
pantaneira) eacute de populaccedilatildeo rarefeita de um lado comunidades ribeirinhas e de
outro fazendas dedicadas agrave pecuaacuteria extensiva Tanto as comunidades ribeirinhas
como as fazendas de pecuaacuteria ndash ao longo dos seacuteculos ndash se adaptaram ao bioma
explorando suas potencialidades sem impor alteraccedilotildees importantes na cobertura
vegetal natural reduzindo seus impactos ambientais
O Brasil contudo eacute signataacuterio da Convenccedilatildeo das Aacutereas Alagadas em funccedilatildeo
da qual parte do Pantanal eacute declarada ldquosiacutetio Ramsarrdquo4 e parte ainda maior foi
declarada ldquoReserva da Biosferardquo5 Alguns paiacuteses fizeram leis especiacuteficas para a sua
implantaccedilatildeo o que lhe confere proteccedilatildeo adicional e restriccedilotildees de conversatildeo da
cobertura vegetal natural
A legislaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso por meio da Lei Complementar nordm 38
de 21 de novembro de 1995 em seu art 62 sect3ordm determina
ldquoPara a planiacutecie alagaacutevel do Pantanal natildeo seraacute permitido
nenhum tipo de desmatamento com exceccedilatildeo daquelas
feitas para agricultura de subsistecircncia e limpeza de
pastagens nativas e artificiaisrdquo
26 Aacutereas Protegidas decorrentes da Legislaccedilatildeo Socioambiental ndash Lei nordm 9985 de julho de 2000
Existe um conjunto de aacutereas protegidas pela Lei nordm 9985 de 18 de julho de
2000 ndash Sistema Nacional de Unidade de Conservaccedilatildeo da Natureza - SNUC que satildeo
4 Zonas uacutemidas de importacircncia internacional ndash ver Convenccedilatildeo Ramsar 5 Reserva da Biosfera satildeo instrumentos de gestatildeo e manejo sustentaacutevel que permanecem sob a completa
jurisdiccedilatildeo dos paiacuteses onde estatildeo localizadas Criadas pela UNESCO ndash Comissatildeo das Naccedilotildees Unidas para
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura
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as Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza em regime de proteccedilatildeo diferenciado
daqueles estabelecidos pelo Coacutedigo Florestal para as Aacutereas de Proteccedilatildeo
Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) Existem tambeacutem as Terras Indiacutegenas
com legislaccedilatildeo especiacutefica bem como outras aacutereas protegidas pela legislaccedilatildeo
federal como por exemplo aacutereas militares que natildeo satildeo objeto deste estudo
261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal
Unidade de Conservaccedilatildeo eacute um conceito universal que reconhece a
necessidade de se impor restriccedilotildees de acesso uso ou conversatildeo agrave determinada
amostra dos ecossistemas seja pela riqueza de sua biodiversidade beleza cecircnica
ou valor histoacuterico Para tal define-se seus limites territoriais e se estabelece o maior
ou menor grau da accedilatildeo humana sobre os mesmos Este conceito encontra base no
art 225 da Constituiccedilatildeo Federal e em tratados internacionais como a Convenccedilatildeo da
Biodiversidade
Em relaccedilatildeo agraves Unidades de Conservaccedilatildeo a Lei nordm 99852000 estabelece
duas classes
1) Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel satildeo aquelas unidades de
conservaccedilatildeo onde podem existir algumas atividades antroacutepicas Por exemplo
APA = Aacuterea de Preservaccedilatildeo Ambiental RESEX = Reserva Extrativista
FLONA = Floresta Nacional (art 14)
2) Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral onde natildeo satildeo permitidas
atividades produtivas ou ocupaccedilatildeo territorial como Parques Nacionais
Reservas Bioloacutegicas etc (art 8ordm)
No Centro-Oeste existem 15 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo
Integral totalizando 775111 hectares correspondendo a 048 do seu territoacuterio e
13 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel ocupando 1826232
hectares compreendendo 113 do territoacuterio
Ainda haacute que se considerar as Unidades de Conservaccedilatildeo definidas por leis
estaduais e em menor escala por leis municipais
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Deriva da Constituiccedilatildeo a competecircncia da Uniatildeo dos Estados e dos
Municiacutepios para definir Unidades de Conservaccedilatildeo observados os ritos miacutenimos
definidos na Lei nordm 9985 dos quais eacute importante registrar que somente por meio de
lei eacute possiacutevel alterar os limites territoriais de uma Unidade de Conservaccedilatildeo jaacute
existente
262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal
As terras indiacutegenas satildeo territoacuterios reservados aos povos indiacutegenas para que
se possa garantir a sobrevivecircncia fiacutesica e cultural dos mesmos respeitando seus
padrotildees culturais diferenciados
A Constituiccedilatildeo Federal reconhece direitos originaacuterios aos povos indiacutegenas sobre
esses territoacuterios e estabelece as bases de um ldquodireito indiacutegenardquo diferenciado em
vaacuterios aspectos objeto de todo o Capiacutetulo VIII da Constituiccedilatildeo Federal intitulado ldquoDo
Iacutendiordquo
A definiccedilatildeo delimitaccedilatildeo demarcaccedilatildeo e homologaccedilatildeo de uma Terra Indiacutegena
eacute competecircncia exclusiva da Uniatildeo Constituiacuteda a Terra Indiacutegena em qualquer fase
que esteja o processo satildeo estabelecidas restriccedilotildees de ocupaccedilatildeo e uso sobre as
mesmas por pessoas e empreendimentos que natildeo sejam daquela etnia especiacutefica
correspondente agravequele territoacuterio
Os direitos dos povos indiacutegenas estatildeo detalhados na Lei nordm 6001 de 19 de
dezembro de 1973 o ldquoEstatuto do Iacutendiordquo e em outras normas subsequumlentes
detalhando inclusive o processo de demarcaccedilatildeo (Decreto 1775 de 08 de janeiro de
1996)
Na Regiatildeo Centro-Oeste atualmente existem 124 Terras Indiacutegenas
totalizando 14462380 hectares compreendendo 9 do territoacuterio da regiatildeo
27 Propostas de alteraccedilatildeo da Legislaccedilatildeo Ambiental e iniciativas governamentais sobre distinccedilatildeo de competecircncia entre Uniatildeo e Estado
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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milhotildees de hectares dos quais 422 milhotildees de hectares no Bioma Cerrado e 892
milhotildees de hectares no Bioma Amazocircnia que somados correspondem a 145 do
territoacuterio do estado
23 Lei de Crimes Ambientais - Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998
A Lei de Crimes Ambientais eacute muito importante embora natildeo estabeleccedila
normas diferenciadas para a Amazocircnia Legal ou para o Centro-Oeste Sua principal
norma eacute a criminalizaccedilatildeo de pessoas fiacutesicas e juriacutedicas que infringirem certas
normas ambientais inclusive do Coacutedigo Florestal
24 Lei de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos - Lei nordm 9433 de 8 de janeiro de 1997
Eacute a lei das aacuteguas ela criou o sistema de gerenciamento dos recursos hiacutedricos
por meio dos Comitecircs de Bacias e as normas de acesso da outorga e da cobranccedila
da aacutegua retirada dos rios (por exemplo para agricultura irrigada) controlados pelos
Comitecircs de Bacia
No caso da Regiatildeo Centro-Oeste eacute relevante porque existem muitos rios que
nascem ou atravessam a regiatildeo atingindo mais de um estado e por isto mesmo satildeo
considerados nacionais Existem ainda rios que satildeo de soberania partilhada com
outros paiacuteses como eacute o caso do Rio Paraguai Ainda natildeo existem os Comitecircs de
Bacia dos rios que cortam a Regiatildeo Centro-Oeste mas jaacute existem demandas neste
sentido
25 Legislaccedilatildeo especiacutefica do Pantanal
O Pantanal eacute um bioma que necessita de uma legislaccedilatildeo proacutepria mais
acurada embora seja declarado na Constituiccedilatildeo Federal como Patrimocircnio Nacional
(art 225 sect 4ordm) Seus limites estatildeo prefixados pelo Mapa de Biomas do Brasil
Contudo existe um consenso de que o Pantanal merece um tratamento especiacutefico
dada as suas fragilidades ambientais e suas vocaccedilotildees naturais
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A Lei Federal nordm 328 de 1982 estabelece normas de proteccedilatildeo agrave Bacia do Rio
Paraguai e impotildee restriccedilotildees a empreendimentos no bioma Pantanal Existem
resoluccedilotildees do Conselho Nacional de Meio Ambiente ndash CONAMA mais especiacuteficas
que restringem determinadas accedilotildees antroacutepicas especialmente a conversatildeo da
vegetaccedilatildeo natural
O padratildeo de ocupaccedilatildeo secular do Pantanal (especialmente na planiacutecie
pantaneira) eacute de populaccedilatildeo rarefeita de um lado comunidades ribeirinhas e de
outro fazendas dedicadas agrave pecuaacuteria extensiva Tanto as comunidades ribeirinhas
como as fazendas de pecuaacuteria ndash ao longo dos seacuteculos ndash se adaptaram ao bioma
explorando suas potencialidades sem impor alteraccedilotildees importantes na cobertura
vegetal natural reduzindo seus impactos ambientais
O Brasil contudo eacute signataacuterio da Convenccedilatildeo das Aacutereas Alagadas em funccedilatildeo
da qual parte do Pantanal eacute declarada ldquosiacutetio Ramsarrdquo4 e parte ainda maior foi
declarada ldquoReserva da Biosferardquo5 Alguns paiacuteses fizeram leis especiacuteficas para a sua
implantaccedilatildeo o que lhe confere proteccedilatildeo adicional e restriccedilotildees de conversatildeo da
cobertura vegetal natural
A legislaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso por meio da Lei Complementar nordm 38
de 21 de novembro de 1995 em seu art 62 sect3ordm determina
ldquoPara a planiacutecie alagaacutevel do Pantanal natildeo seraacute permitido
nenhum tipo de desmatamento com exceccedilatildeo daquelas
feitas para agricultura de subsistecircncia e limpeza de
pastagens nativas e artificiaisrdquo
26 Aacutereas Protegidas decorrentes da Legislaccedilatildeo Socioambiental ndash Lei nordm 9985 de julho de 2000
Existe um conjunto de aacutereas protegidas pela Lei nordm 9985 de 18 de julho de
2000 ndash Sistema Nacional de Unidade de Conservaccedilatildeo da Natureza - SNUC que satildeo
4 Zonas uacutemidas de importacircncia internacional ndash ver Convenccedilatildeo Ramsar 5 Reserva da Biosfera satildeo instrumentos de gestatildeo e manejo sustentaacutevel que permanecem sob a completa
jurisdiccedilatildeo dos paiacuteses onde estatildeo localizadas Criadas pela UNESCO ndash Comissatildeo das Naccedilotildees Unidas para
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura
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as Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza em regime de proteccedilatildeo diferenciado
daqueles estabelecidos pelo Coacutedigo Florestal para as Aacutereas de Proteccedilatildeo
Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) Existem tambeacutem as Terras Indiacutegenas
com legislaccedilatildeo especiacutefica bem como outras aacutereas protegidas pela legislaccedilatildeo
federal como por exemplo aacutereas militares que natildeo satildeo objeto deste estudo
261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal
Unidade de Conservaccedilatildeo eacute um conceito universal que reconhece a
necessidade de se impor restriccedilotildees de acesso uso ou conversatildeo agrave determinada
amostra dos ecossistemas seja pela riqueza de sua biodiversidade beleza cecircnica
ou valor histoacuterico Para tal define-se seus limites territoriais e se estabelece o maior
ou menor grau da accedilatildeo humana sobre os mesmos Este conceito encontra base no
art 225 da Constituiccedilatildeo Federal e em tratados internacionais como a Convenccedilatildeo da
Biodiversidade
Em relaccedilatildeo agraves Unidades de Conservaccedilatildeo a Lei nordm 99852000 estabelece
duas classes
1) Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel satildeo aquelas unidades de
conservaccedilatildeo onde podem existir algumas atividades antroacutepicas Por exemplo
APA = Aacuterea de Preservaccedilatildeo Ambiental RESEX = Reserva Extrativista
FLONA = Floresta Nacional (art 14)
2) Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral onde natildeo satildeo permitidas
atividades produtivas ou ocupaccedilatildeo territorial como Parques Nacionais
Reservas Bioloacutegicas etc (art 8ordm)
No Centro-Oeste existem 15 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo
Integral totalizando 775111 hectares correspondendo a 048 do seu territoacuterio e
13 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel ocupando 1826232
hectares compreendendo 113 do territoacuterio
Ainda haacute que se considerar as Unidades de Conservaccedilatildeo definidas por leis
estaduais e em menor escala por leis municipais
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Deriva da Constituiccedilatildeo a competecircncia da Uniatildeo dos Estados e dos
Municiacutepios para definir Unidades de Conservaccedilatildeo observados os ritos miacutenimos
definidos na Lei nordm 9985 dos quais eacute importante registrar que somente por meio de
lei eacute possiacutevel alterar os limites territoriais de uma Unidade de Conservaccedilatildeo jaacute
existente
262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal
As terras indiacutegenas satildeo territoacuterios reservados aos povos indiacutegenas para que
se possa garantir a sobrevivecircncia fiacutesica e cultural dos mesmos respeitando seus
padrotildees culturais diferenciados
A Constituiccedilatildeo Federal reconhece direitos originaacuterios aos povos indiacutegenas sobre
esses territoacuterios e estabelece as bases de um ldquodireito indiacutegenardquo diferenciado em
vaacuterios aspectos objeto de todo o Capiacutetulo VIII da Constituiccedilatildeo Federal intitulado ldquoDo
Iacutendiordquo
A definiccedilatildeo delimitaccedilatildeo demarcaccedilatildeo e homologaccedilatildeo de uma Terra Indiacutegena
eacute competecircncia exclusiva da Uniatildeo Constituiacuteda a Terra Indiacutegena em qualquer fase
que esteja o processo satildeo estabelecidas restriccedilotildees de ocupaccedilatildeo e uso sobre as
mesmas por pessoas e empreendimentos que natildeo sejam daquela etnia especiacutefica
correspondente agravequele territoacuterio
Os direitos dos povos indiacutegenas estatildeo detalhados na Lei nordm 6001 de 19 de
dezembro de 1973 o ldquoEstatuto do Iacutendiordquo e em outras normas subsequumlentes
detalhando inclusive o processo de demarcaccedilatildeo (Decreto 1775 de 08 de janeiro de
1996)
Na Regiatildeo Centro-Oeste atualmente existem 124 Terras Indiacutegenas
totalizando 14462380 hectares compreendendo 9 do territoacuterio da regiatildeo
27 Propostas de alteraccedilatildeo da Legislaccedilatildeo Ambiental e iniciativas governamentais sobre distinccedilatildeo de competecircncia entre Uniatildeo e Estado
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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A Lei Federal nordm 328 de 1982 estabelece normas de proteccedilatildeo agrave Bacia do Rio
Paraguai e impotildee restriccedilotildees a empreendimentos no bioma Pantanal Existem
resoluccedilotildees do Conselho Nacional de Meio Ambiente ndash CONAMA mais especiacuteficas
que restringem determinadas accedilotildees antroacutepicas especialmente a conversatildeo da
vegetaccedilatildeo natural
O padratildeo de ocupaccedilatildeo secular do Pantanal (especialmente na planiacutecie
pantaneira) eacute de populaccedilatildeo rarefeita de um lado comunidades ribeirinhas e de
outro fazendas dedicadas agrave pecuaacuteria extensiva Tanto as comunidades ribeirinhas
como as fazendas de pecuaacuteria ndash ao longo dos seacuteculos ndash se adaptaram ao bioma
explorando suas potencialidades sem impor alteraccedilotildees importantes na cobertura
vegetal natural reduzindo seus impactos ambientais
O Brasil contudo eacute signataacuterio da Convenccedilatildeo das Aacutereas Alagadas em funccedilatildeo
da qual parte do Pantanal eacute declarada ldquosiacutetio Ramsarrdquo4 e parte ainda maior foi
declarada ldquoReserva da Biosferardquo5 Alguns paiacuteses fizeram leis especiacuteficas para a sua
implantaccedilatildeo o que lhe confere proteccedilatildeo adicional e restriccedilotildees de conversatildeo da
cobertura vegetal natural
A legislaccedilatildeo do Estado de Mato Grosso por meio da Lei Complementar nordm 38
de 21 de novembro de 1995 em seu art 62 sect3ordm determina
ldquoPara a planiacutecie alagaacutevel do Pantanal natildeo seraacute permitido
nenhum tipo de desmatamento com exceccedilatildeo daquelas
feitas para agricultura de subsistecircncia e limpeza de
pastagens nativas e artificiaisrdquo
26 Aacutereas Protegidas decorrentes da Legislaccedilatildeo Socioambiental ndash Lei nordm 9985 de julho de 2000
Existe um conjunto de aacutereas protegidas pela Lei nordm 9985 de 18 de julho de
2000 ndash Sistema Nacional de Unidade de Conservaccedilatildeo da Natureza - SNUC que satildeo
4 Zonas uacutemidas de importacircncia internacional ndash ver Convenccedilatildeo Ramsar 5 Reserva da Biosfera satildeo instrumentos de gestatildeo e manejo sustentaacutevel que permanecem sob a completa
jurisdiccedilatildeo dos paiacuteses onde estatildeo localizadas Criadas pela UNESCO ndash Comissatildeo das Naccedilotildees Unidas para
Educaccedilatildeo a Ciecircncia e a Cultura
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as Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza em regime de proteccedilatildeo diferenciado
daqueles estabelecidos pelo Coacutedigo Florestal para as Aacutereas de Proteccedilatildeo
Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) Existem tambeacutem as Terras Indiacutegenas
com legislaccedilatildeo especiacutefica bem como outras aacutereas protegidas pela legislaccedilatildeo
federal como por exemplo aacutereas militares que natildeo satildeo objeto deste estudo
261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal
Unidade de Conservaccedilatildeo eacute um conceito universal que reconhece a
necessidade de se impor restriccedilotildees de acesso uso ou conversatildeo agrave determinada
amostra dos ecossistemas seja pela riqueza de sua biodiversidade beleza cecircnica
ou valor histoacuterico Para tal define-se seus limites territoriais e se estabelece o maior
ou menor grau da accedilatildeo humana sobre os mesmos Este conceito encontra base no
art 225 da Constituiccedilatildeo Federal e em tratados internacionais como a Convenccedilatildeo da
Biodiversidade
Em relaccedilatildeo agraves Unidades de Conservaccedilatildeo a Lei nordm 99852000 estabelece
duas classes
1) Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel satildeo aquelas unidades de
conservaccedilatildeo onde podem existir algumas atividades antroacutepicas Por exemplo
APA = Aacuterea de Preservaccedilatildeo Ambiental RESEX = Reserva Extrativista
FLONA = Floresta Nacional (art 14)
2) Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral onde natildeo satildeo permitidas
atividades produtivas ou ocupaccedilatildeo territorial como Parques Nacionais
Reservas Bioloacutegicas etc (art 8ordm)
No Centro-Oeste existem 15 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo
Integral totalizando 775111 hectares correspondendo a 048 do seu territoacuterio e
13 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel ocupando 1826232
hectares compreendendo 113 do territoacuterio
Ainda haacute que se considerar as Unidades de Conservaccedilatildeo definidas por leis
estaduais e em menor escala por leis municipais
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Deriva da Constituiccedilatildeo a competecircncia da Uniatildeo dos Estados e dos
Municiacutepios para definir Unidades de Conservaccedilatildeo observados os ritos miacutenimos
definidos na Lei nordm 9985 dos quais eacute importante registrar que somente por meio de
lei eacute possiacutevel alterar os limites territoriais de uma Unidade de Conservaccedilatildeo jaacute
existente
262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal
As terras indiacutegenas satildeo territoacuterios reservados aos povos indiacutegenas para que
se possa garantir a sobrevivecircncia fiacutesica e cultural dos mesmos respeitando seus
padrotildees culturais diferenciados
A Constituiccedilatildeo Federal reconhece direitos originaacuterios aos povos indiacutegenas sobre
esses territoacuterios e estabelece as bases de um ldquodireito indiacutegenardquo diferenciado em
vaacuterios aspectos objeto de todo o Capiacutetulo VIII da Constituiccedilatildeo Federal intitulado ldquoDo
Iacutendiordquo
A definiccedilatildeo delimitaccedilatildeo demarcaccedilatildeo e homologaccedilatildeo de uma Terra Indiacutegena
eacute competecircncia exclusiva da Uniatildeo Constituiacuteda a Terra Indiacutegena em qualquer fase
que esteja o processo satildeo estabelecidas restriccedilotildees de ocupaccedilatildeo e uso sobre as
mesmas por pessoas e empreendimentos que natildeo sejam daquela etnia especiacutefica
correspondente agravequele territoacuterio
Os direitos dos povos indiacutegenas estatildeo detalhados na Lei nordm 6001 de 19 de
dezembro de 1973 o ldquoEstatuto do Iacutendiordquo e em outras normas subsequumlentes
detalhando inclusive o processo de demarcaccedilatildeo (Decreto 1775 de 08 de janeiro de
1996)
Na Regiatildeo Centro-Oeste atualmente existem 124 Terras Indiacutegenas
totalizando 14462380 hectares compreendendo 9 do territoacuterio da regiatildeo
27 Propostas de alteraccedilatildeo da Legislaccedilatildeo Ambiental e iniciativas governamentais sobre distinccedilatildeo de competecircncia entre Uniatildeo e Estado
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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as Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza em regime de proteccedilatildeo diferenciado
daqueles estabelecidos pelo Coacutedigo Florestal para as Aacutereas de Proteccedilatildeo
Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) Existem tambeacutem as Terras Indiacutegenas
com legislaccedilatildeo especiacutefica bem como outras aacutereas protegidas pela legislaccedilatildeo
federal como por exemplo aacutereas militares que natildeo satildeo objeto deste estudo
261 Unidades de Conservaccedilatildeo conceito e base legal
Unidade de Conservaccedilatildeo eacute um conceito universal que reconhece a
necessidade de se impor restriccedilotildees de acesso uso ou conversatildeo agrave determinada
amostra dos ecossistemas seja pela riqueza de sua biodiversidade beleza cecircnica
ou valor histoacuterico Para tal define-se seus limites territoriais e se estabelece o maior
ou menor grau da accedilatildeo humana sobre os mesmos Este conceito encontra base no
art 225 da Constituiccedilatildeo Federal e em tratados internacionais como a Convenccedilatildeo da
Biodiversidade
Em relaccedilatildeo agraves Unidades de Conservaccedilatildeo a Lei nordm 99852000 estabelece
duas classes
1) Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel satildeo aquelas unidades de
conservaccedilatildeo onde podem existir algumas atividades antroacutepicas Por exemplo
APA = Aacuterea de Preservaccedilatildeo Ambiental RESEX = Reserva Extrativista
FLONA = Floresta Nacional (art 14)
2) Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral onde natildeo satildeo permitidas
atividades produtivas ou ocupaccedilatildeo territorial como Parques Nacionais
Reservas Bioloacutegicas etc (art 8ordm)
No Centro-Oeste existem 15 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo
Integral totalizando 775111 hectares correspondendo a 048 do seu territoacuterio e
13 Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel ocupando 1826232
hectares compreendendo 113 do territoacuterio
Ainda haacute que se considerar as Unidades de Conservaccedilatildeo definidas por leis
estaduais e em menor escala por leis municipais
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Deriva da Constituiccedilatildeo a competecircncia da Uniatildeo dos Estados e dos
Municiacutepios para definir Unidades de Conservaccedilatildeo observados os ritos miacutenimos
definidos na Lei nordm 9985 dos quais eacute importante registrar que somente por meio de
lei eacute possiacutevel alterar os limites territoriais de uma Unidade de Conservaccedilatildeo jaacute
existente
262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal
As terras indiacutegenas satildeo territoacuterios reservados aos povos indiacutegenas para que
se possa garantir a sobrevivecircncia fiacutesica e cultural dos mesmos respeitando seus
padrotildees culturais diferenciados
A Constituiccedilatildeo Federal reconhece direitos originaacuterios aos povos indiacutegenas sobre
esses territoacuterios e estabelece as bases de um ldquodireito indiacutegenardquo diferenciado em
vaacuterios aspectos objeto de todo o Capiacutetulo VIII da Constituiccedilatildeo Federal intitulado ldquoDo
Iacutendiordquo
A definiccedilatildeo delimitaccedilatildeo demarcaccedilatildeo e homologaccedilatildeo de uma Terra Indiacutegena
eacute competecircncia exclusiva da Uniatildeo Constituiacuteda a Terra Indiacutegena em qualquer fase
que esteja o processo satildeo estabelecidas restriccedilotildees de ocupaccedilatildeo e uso sobre as
mesmas por pessoas e empreendimentos que natildeo sejam daquela etnia especiacutefica
correspondente agravequele territoacuterio
Os direitos dos povos indiacutegenas estatildeo detalhados na Lei nordm 6001 de 19 de
dezembro de 1973 o ldquoEstatuto do Iacutendiordquo e em outras normas subsequumlentes
detalhando inclusive o processo de demarcaccedilatildeo (Decreto 1775 de 08 de janeiro de
1996)
Na Regiatildeo Centro-Oeste atualmente existem 124 Terras Indiacutegenas
totalizando 14462380 hectares compreendendo 9 do territoacuterio da regiatildeo
27 Propostas de alteraccedilatildeo da Legislaccedilatildeo Ambiental e iniciativas governamentais sobre distinccedilatildeo de competecircncia entre Uniatildeo e Estado
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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Deriva da Constituiccedilatildeo a competecircncia da Uniatildeo dos Estados e dos
Municiacutepios para definir Unidades de Conservaccedilatildeo observados os ritos miacutenimos
definidos na Lei nordm 9985 dos quais eacute importante registrar que somente por meio de
lei eacute possiacutevel alterar os limites territoriais de uma Unidade de Conservaccedilatildeo jaacute
existente
262 Terras Indiacutegenas conceito e base legal
As terras indiacutegenas satildeo territoacuterios reservados aos povos indiacutegenas para que
se possa garantir a sobrevivecircncia fiacutesica e cultural dos mesmos respeitando seus
padrotildees culturais diferenciados
A Constituiccedilatildeo Federal reconhece direitos originaacuterios aos povos indiacutegenas sobre
esses territoacuterios e estabelece as bases de um ldquodireito indiacutegenardquo diferenciado em
vaacuterios aspectos objeto de todo o Capiacutetulo VIII da Constituiccedilatildeo Federal intitulado ldquoDo
Iacutendiordquo
A definiccedilatildeo delimitaccedilatildeo demarcaccedilatildeo e homologaccedilatildeo de uma Terra Indiacutegena
eacute competecircncia exclusiva da Uniatildeo Constituiacuteda a Terra Indiacutegena em qualquer fase
que esteja o processo satildeo estabelecidas restriccedilotildees de ocupaccedilatildeo e uso sobre as
mesmas por pessoas e empreendimentos que natildeo sejam daquela etnia especiacutefica
correspondente agravequele territoacuterio
Os direitos dos povos indiacutegenas estatildeo detalhados na Lei nordm 6001 de 19 de
dezembro de 1973 o ldquoEstatuto do Iacutendiordquo e em outras normas subsequumlentes
detalhando inclusive o processo de demarcaccedilatildeo (Decreto 1775 de 08 de janeiro de
1996)
Na Regiatildeo Centro-Oeste atualmente existem 124 Terras Indiacutegenas
totalizando 14462380 hectares compreendendo 9 do territoacuterio da regiatildeo
27 Propostas de alteraccedilatildeo da Legislaccedilatildeo Ambiental e iniciativas governamentais sobre distinccedilatildeo de competecircncia entre Uniatildeo e Estado
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
Paacutegina 26 de 37
relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
Paacutegina 30 de 37
As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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Existem vaacuterias iniciativas e propostas de alteraccedilatildeo na Legislaccedilatildeo Ambiental
das quais citaremos as que estatildeo em negociaccedilatildeo entre a Uniatildeo Estados
Municiacutepios Congresso Nacional e representaccedilotildees da Sociedade
1 Projeto de Lei de Gestatildeo de Florestas (PL nordm 47762005) proposta do
Executivo que ldquoCria o Sistema Florestal Brasileiro define Floresta Puacuteblica e a
possibilidade de cessatildeo de uso para iniciativa privada exploraacute-las de forma
sustentaacutevel e transfere competecircncias para oacutergatildeos estaduais de meio-
ambienterdquo Aprovado na Cacircmara dos Deputados em discussatildeo no Senado
2 Ante-Projeto de Lei Complementar que regula o art 23 da Constituiccedilatildeo
Federal (PLC nordm 0122003) ldquoDefine competecircncias da Uniatildeo Estados e dos
Municiacutepios sobre licenciamento ambiental e outras iniciativasrdquo
3 Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional do Meio Ambiente ndash CONAMA sobre as
Aacutereas de Proteccedilatildeo Ambiental ndash APPs (Resoluccedilatildeo nordm 0101988) detalha as
possibilidades de uso das APPs regulamentaccedilatildeo do passivo jaacute existente
4 Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico ndash ZEE existem iniciativas algumas jaacute
transformadas em leis estaduais que estabelecem normas de ocupaccedilatildeo
territorial conforme as variadas zonas do Estado O Governo Federal em
parceria com os estados da Amazocircnia Legal estaacute fazendo o Macro Zoneamento
Ecoloacutegico-Econocircmico da Amazocircnia Legal Semelhante iniciativa tambeacutem existe
em relaccedilatildeo agrave orla mariacutetima brasileira
5 Existem tambeacutem variadas iniciativas legislativas de parte do Congresso
Nacional em tramitaccedilatildeo aqui natildeo levantadas
Por outro lado independentemente de alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo existente haacute
iniciativas em curso envolvendo Uniatildeo e Estados relevantes para o tema aqui
tratado das quais citaremos duas
a) Acordos de Cooperaccedilatildeo Teacutecnica envolvendo transferecircncias de
competecircncias administrativas da Uniatildeo para os Estados eou partilha de
competecircncias e coordenaccedilatildeo de gestatildeo nas aacutereas de fiscalizaccedilatildeo
monitoramento e licenciamento ambiental
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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b) Comissotildees Tripartites compostas de representaccedilotildees da Uniatildeo Estados e
Municiacutepios estabelecidas com todos Estados como foacuteruns para dirimir
duacutevidas fazer acordos e agilizaccedilatildeo administrativa
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DO CENTRO-OESTE EM RELACcedilAtildeO A OUTRAS REGIOtildeES DO PAIacuteS DO PONTO DE VISTA DA LEGISLACcedilAtildeO AMBIENTAL
Olhando do ponto de vista da ocupaccedilatildeo territorial da permissatildeo legal para
conversatildeo de cobertura vegetal natural e de uso de seus recursos naturais existem
algumas condiccedilotildees para a Regiatildeo Centro-Oeste que podem ser vistas como
vantagens ou desvantagens econocircmicas conforme a regiatildeo brasileira a ser
comparada Sem esgotar o assunto seguem algumas indicaccedilotildees em relaccedilatildeo agraves
seguintes variaacuteveis Biomas Reserva Legal Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
Os Biomas constituem uma variaacutevel importante para uma anaacutelise comparativa
de vantagens e desvantagens para a economia decorrente da legislaccedilatildeo
socioambiental A tabela abaixo mostra em que proporccedilotildees estatildeo distribuiacutedos os
territoacuterios das Grandes Regiotildees pelos biomas brasileiros
TABELA 1 - Distribuiccedilatildeo percentual das aacutereas dos Biomas por Regiotildees
Regiatildeo Amazocircnia Mata Atlacircntica Caatinga Cerrado Pantanal Pampa
NO 9397 - - 657 - -
NE 726 1009 5297 2968 - -
SE - 5398 127 4475 - -
SU - 6851 - 070 - 3079
CO 3037 375 - 5639 949 - Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente-MMA Mapa de Biomas do Brasil ndash 2005
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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31 Reserva Legal
311 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiatildeo Norte
A Regiatildeo Centro-Oeste possui vantagens comparativas (menor restriccedilatildeo
ambiental) em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte quando examinada a variaacutevel Reserva Legal
porque nela predomina o Bioma do Cerrado cuja Reserva Legal eacute inferior a da
Floresta Amazocircnica
TABELA 2 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Norte x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste Norte Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta Cerrado Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 80 35 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
O Centro-Oeste do ponto de vista da restriccedilatildeo de conversatildeo de
desmatamento de cobertura vegetal natural tem vantagem em relaccedilatildeo agrave Regiatildeo
Norte exceto o Estado de Mato Grosso que estaacute submetido agrave mesma restriccedilatildeo da
Regiatildeo Norte
312 Regiatildeo Centro-Oeste x Regiotildees Sul Sudeste e Nordeste
O Centro-Oeste exceto o Estado de Mato Grosso tem maior grau de
restriccedilatildeo que as regiotildees Sul Sudeste e Nordeste contudo em relaccedilatildeo ao Sul e
Sudeste onde jaacute houve desmatamento generalizado haacute restriccedilotildees mais severas
para proteccedilatildeo dos remanescentes da Mata Atlacircntica6
TABELA 3 - Restriccedilatildeo de Conversatildeo da Cobertura Vegetal Natural
Centro-Oeste x Sul x Mato Grosso
Restriccedilatildeo Centro-Oeste SulSudesteNordeste Mato Grosso
Floresta Cerrado Floresta CerradoCaatinga Floresta Cerrado
Reserva Legal
80 20 - 20 80 35
Fonte Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 2001
6 Os remanescentes da Mata Atlacircntica (cerca de 9 do total antes existente) estatildeo sob restriccedilatildeo total de conversatildeo (proibiccedilatildeo de desmatamento) por meio do Decreto nordm 750 de 10 de fevereiro de 1993
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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32 Unidades de Conservaccedilatildeo
As vantagens e desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em
relaccedilatildeo as demais regiotildees brasileiras do ponto de vista de restriccedilotildees
socioambientais decorrentes da legislaccedilatildeo e accedilatildeo do Governo Federal
representados por Unidades de Conservaccedilatildeo podem ser observadas na tabela
abaixo
TABELA 4 - Restriccedilotildees socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
por Regiotildees do Paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral
Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
Aacuterea (ha) Nordm Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 23592953 42 612 27084770 79 702
NE 155425700 2699073 33 173 3677789 35 236
SE 92451129 791850 32 085 1158209 26 125
SU 57640957 595722 16 103 909765 9 157
CO 160637151 775111 15 048 1826232 13 113
Fontes Dados do Instituto Brasileira de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGE e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA
A Regiatildeo Centro-Oeste eacute a regiatildeo que sofre menor restriccedilatildeo quantitativa de
uso do seu territoacuterio decorrente de definiccedilatildeo de Unidades de Conservaccedilatildeo Federal
a) apenas 048 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral (de maior restriccedilatildeo)
contra 612 da Regiatildeo Norte 173 do Nordeste 103 do
Sul e 085 do Sudeste
b) apenas 113 do seu territoacuterio eacute definido como Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal de Uso Sustentaacutevel contra 702 no
Norte 236 no Nordeste 157 no Sul e 125 do Sudeste
Entre os Estados que compotildeem a Regiatildeo Centro-Oeste o Estado do
Mato Grosso eacute a unidade da federaccedilatildeo com mais restriccedilotildees em funccedilatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal de Proteccedilatildeo Integral 438068 hectares embora
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
Paacutegina 30 de 37
As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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em proporccedilatildeo bastante reduzida soacute 047 do seu territoacuterio compreendendo 566
da aacuterea total destas Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral da Regiatildeo
33 Terras Indiacutegenas
O reconhecimento de Terras Indiacutegenas por determinaccedilatildeo constitucional
ocorreu mais nas Regiotildees Norte e Centro-Oeste de ocupaccedilatildeo tardia (segunda
metade do seacuteculo XX) pelos descendentes de europeus que ldquodesbravaramrdquo o Brasil
quando o Estado Nacional jaacute praticava uma poliacutetica de proteccedilatildeo aos Povos
Indiacutegenas
TABELA 5 - Terras Indiacutegenas por Regiotildees do paiacutes - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha) Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha) Nordm
NO 385332723 87877060 323 2280
NE 155425700 2208582 68 142
SE 92451129 89661 28 009
SU 57640957 233677 63 040
CO 160637151 14462380 124 900
Fonte Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio- FUNAI Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Possiacuteveis diferenccedilas de pequena monta podem ocorrer em funccedilatildeo da data da emissatildeo dos dados e partilhamento entre regiotildees de algumas Terras Indiacutegenas
A Regiatildeo Centro-Oeste tem a segunda maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo territorial e
agrave conversatildeo de cobertura vegetal natural em funccedilatildeo das Terras Indiacutegenas com
900 do territoacuterio sendo superada apenas pela Regiatildeo Norte que conta com
2280 do seu territoacuterio reconhecido como Terras Indiacutegenas As demais regiotildees
cedem pequena percentagem de seu territoacuterio para Terras Indiacutegenas
34 Siacutentese das vantagens e desvantagens comparativas entre o Centro-Oeste e demais regiotildees em funccedilatildeo das Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
A tabela 6 mostra que a Regiatildeo Norte sofre maior restriccedilatildeo agrave ocupaccedilatildeo
territorial e agrave conversatildeo de cobertura natural (aleacutem das restriccedilotildees agrave exploraccedilatildeo do
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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seu subsolo e demais recursos naturais) com 3644 do seu territoacuterio ocupado
quando se soma as aacutereas de Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e as
Terras Indiacutegenas Em segundo lugar estaacute a Regiatildeo Centro-Oeste que cede 1062
do seu territoacuterio para tais compromissos socioambientais
Na segunda coluna da tabela 6 somam-se todas as Unidades de
Conservaccedilatildeo Federal (UCs de Proteccedilatildeo Integral e UCs de Uso Sustentaacutevel) com as
Terras Indiacutegenas dando-se uma visatildeo geral da proteccedilatildeo ambiental e do
reconhecimento aos direitos constitucionais dos Povos Indiacutegenas
Neste caso ao se somar as Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
natildeo cabe a mesma anaacutelise referente agrave primeira coluna porque nas Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel natildeo haacute as mesmas restriccedilotildees que nas Unidades
de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas ndash mas natildeo deixam de ser
importantes ambientalmente
TABELA 6 - Aacutereas Protegidas Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas
nas regiotildees brasileiras - 2005
Regiatildeo Aacuterea (ha)
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + TI
Total de aacutereas ocupadas por UCs federais de
Proteccedilatildeo Integral + Uso Sustentaacutevel + TI
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 385332723 113370760 2942 140437530 3644
NE 155425700 3001907 193 6647666 427
SE 92451129 1025527 110 2183736 236
SU 57640957 685383 118 1595148 276
CO 160637151 15237491 948 17063723 1062
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
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ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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341 Impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de Conservaccedilatildeo + Terras Indiacutegenas nos estados da Regiatildeo Centro-Oeste
Particularizando os impactos das variaacuteveis socioambientais Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel e
Terras Indiacutegenas (TI) definidas pela Legislaccedilatildeo Federal e pela Uniatildeo na Regiatildeo
Centro-Oeste analisando a tabela 7 pode-se ter uma noccedilatildeo dos seus impactos
diferenciados sobre os Estados destacando-se o Distrito Federal quando somadas
as trecircs variaacuteveis em razatildeo do percentual de Unidades de Conservaccedilatildeo de Uso
Sustentaacutevel Mas quando analisamos as variaacuteveis com maior grau de restriccedilatildeo as
Unidade de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras Indiacutegenas observa-se que o
Estado do Mato Grosso eacute o que tem maior impacto restritivo
TABELA 7 - Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras Indiacutegenas nas Unidades
Federativas da Regiatildeo Centro-Oeste - 2005
UF
Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo
Integral
Terra Indiacutegena Unidades de
Conservaccedilatildeo de Uso Sustentaacutevel
UCs de Proteccedilatildeo Integral + Terras
Indiacutegenas
UCs de Proteccedilatildeo Integral + UCs de Uso Sustentaacutevel +Terras Indiacutegenas
Aacuterea (ha)
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (haacute) Aacuterea (ha)
MT 438068 048 13766416 1523 270493 029 14204484 1572 14474977 1602
MS 106825 029 655601 183 690285 193 762326 213 1345892 376
GO 194829 057 40463 011 386176 113 235292 069 621468 182
DF 35388 609 - - 479277 8260 35388 609 514665 8870
CO 775110 048 14462380 900 1826231 113 15237490 948 16957002 1055
Fontes Fundaccedilatildeo Nacional do Iacutendio ndash FUNAI e Ministeacuterio do Meio Ambiente ndash MMA Nota Dados sujeitos a retificaccedilatildeo Haacute sobreposiccedilatildeo de algumas Terras Indiacutegenas com Unidades de
Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral principalmente na Regiatildeo Norte que se consideradas natildeo alterariam significativamente os totais desta tabela
Como se pode verificar na tabela 7 o Estado do Mato Grosso eacute a Unidade da
Federaccedilatildeo do Centro-Oeste com maior restriccedilatildeo para conversatildeo de cobertura
natural (exploraccedilatildeo dos recursos naturais etc) em funccedilatildeo de ter 1572 do seu
territoacuterio destinado a Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral e Terras
Indiacutegenas
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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4 MUDANCcedilAS NO PADRAtildeO DE OCUPACcedilAtildeO TERRITORIAL E DE USO DOS RECURSOS NATURAIS NA REGIAtildeO CENTRO-OESTE
41 Mudanccedilas em Funccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de Ocupaccedilatildeo das Regiotildees Centro-Oeste e Norte do Brasil
A Regiatildeo Centro-Oeste brasileira foi objeto de uma poliacutetica nacional de
incentivo agrave sua ocupaccedilatildeo territorial a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo passado por
meio de investimentos estatais em infra-estrutura (estradas e energia) incentivo a
migraccedilatildeo de populaccedilatildeo originaacuteria de outras regiotildees do paiacutes (projetos de
colonizaccedilatildeo) e de incentivos fiscais aos investimentos privados
Entre as iniciativas governamentais que impulsionaram um novo padratildeo de
ocupaccedilatildeo territorial do Centro-Oeste vale registrar a) a construccedilatildeo de Brasiacutelia e sua
consolidaccedilatildeo como Capital Federal b) a construccedilatildeo das rodovias BeleacutemBrasiacutelia
Campo GrandeCuiabaacute CuiabaacuteSantareacutem CuiabaacutePorto VelhoRio Branco c) a
poliacutetica de incentivo a colonizaccedilatildeo privada e a promoccedilatildeo da colonizaccedilatildeo puacuteblica d)
a poliacutetica de incentivos fiscais a empresas que optassem investir em grandes
fazendas de pecuaacuteria
Embora o regime militar (1964-85) tenha sido o grande propulsor desta
poliacutetica ela continuou por mais anos gerando um novo quadro demograacutefico social e
econocircmico para a Regiatildeo Centro-Oeste
Para dimensionar essas mudanccedilas demograacuteficas econocircmicas sociais e
ambientais selecionamos as seguintes variaacuteveis a) populaccedilatildeo b) nuacutemero de
municiacutepios c) aacuterea plantada pela agricultura d) rebanho bovino e) PIB f) aacuterea
desmatada
42 Evoluccedilatildeo demograacutefica
A evoluccedilatildeo demograacutefica da Regiatildeo Centro-Oeste de 1960 ateacute 2005 eacute de
crescimento extraordinaacuterio da ordem de 3861 soacute sendo superada relativamente
pela Regiatildeo Norte que cresceu 40167 enquanto o Brasil como um todo cresceu
apenas 15944
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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Conclusatildeo houve migraccedilatildeo em grande escala de populaccedilatildeo de outras
regiotildees para o Norte e o Centro-Oeste especialmente de 1960 a 2000
TABELA 08 - Populaccedilatildeo das Regiotildees do Brasil
Regiatildeo 1960 2000 Δ
20001960
2005 Δ
20051960
NO 2930005 12893561 34005 14698878 40167
NE 22428873 47693253 11260 51019091 12747
SE 31062978 72297351 13270 78472017 15262
SU 11892107 25089783 11090 26973511 12682
CO 2678380 11616745 33370 13021576 38617
Brasil 70992343 169590693 13880 184184264 15944
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
Todas as regiotildees reduziram sua participaccedilatildeo relativa no conjunto da
populaccedilatildeo brasileira de 1960 a 2005 exceto a Regiatildeo Centro-Oeste que aumentou
de 377 para 707 e a Regiatildeo Norte de 413 para 798
TABELA 9 - Participaccedilatildeo relativa da populaccedilatildeo regional
1960 2005
Regiatildeo Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa Populaccedilatildeo Participaccedilatildeo
Relativa
NO 2930005 413 14698878 798
NE 22428873 3159 51019091 2770
SE 31062978 4376 78472017 4261
SU 11892107 1675 26973511 1464
CO 2678380 377 13021576 707
Brasil 70992343 10000 184184264 10000
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA Populaccedilatildeo de 2005 estimada
O incremento da populaccedilatildeo tem efeitos econocircmicos do ponto de vista de
transferecircncias constitucionais obrigatoacuterias do Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados ndash
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
Paacutegina 26 de 37
relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
Paacutegina 27 de 37
TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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FPE Ateacute 1989 os criteacuterios do FPE eram favoraacuteveis agraves Regiotildees Centro-Oeste e
Norte7
43 Municiacutepios
O aumento da populaccedilatildeo brasileira e sua consequente urbanizaccedilatildeo levou agrave
proliferaccedilatildeo de Municiacutepios O Brasil tinha 3952 Municiacutepios em 1960 jaacute em 2005
atingiu 5563 municiacutepios - um incremento percentual de 4076
Mas as regiotildees brasileiras tiveram crescimento diferenciado do nuacutemero de
municiacutepios A Regiatildeo Norte lidera com o crescimento de 19346 mas a Regiatildeo
Centro-Oeste natildeo acompanhou o ritmo crescendo apenas 12038 o seu nuacutemero
total de municiacutepios
TABELA 10 - Evoluccedilatildeo do nuacutemero de Municiacutepios Brasileiros por Regiatildeo
Regiatildeo 1960 2000 2005 Δ
20051960
NO 153 449 449 19346
NE 903 1787 1793 9856
SE 1085 1666 1668 5373
SU 414 1159 1188 18696
CO 211 446 465 12038
Brasil 3952 5507 5563 4076
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
Na Regiatildeo Centro-Oeste o crescimento do nuacutemero dos municiacutepios no periacuteodo
de 1960 a 2005 natildeo acompanhou o crescimento da populaccedilatildeo o primeiro atingindo
12038 contra 38617 do segundo Isto poderia se explicar porque boa parte da
migraccedilatildeo se concentrou em assentamentos rurais em projetos de colonizaccedilatildeo
oficiais e particulares e em projetos de assentamento do Plano Nacional de Reforma
Agraacuteria Fato semelhante tambeacutem ocorreu na Regiatildeo Norte com iacutendices de
7 A lei Complementar nordm 62 de 28 de dezembro de 1989 fixou os coeficientes individuais das Unidades da
Federaccedilatildeo e desde entatildeo natildeo foram alterados
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
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ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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40167 de crescimento de populaccedilatildeo e 19346 de crescimento do nuacutemero de
municiacutepios
Na Regiatildeo Sul onde o iacutendice de crescimento do nuacutemero de municiacutepios
18696 supera o iacutendice de crescimento demograacutefico 12682 ocorreu o inverso
Talvez a explicaccedilatildeo esteja de um lado no processo de urbanizaccedilatildeo diferenciado
mais distribuiacutedo no Sul ou por outro pode ter ocorrido uma estrateacutegia poliacutetica de
promover a expansatildeo do nuacutemero de municiacutepios para se captar mais recursos do
Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios - FPM que ateacute 1989 era influenciado pelo
nuacutemero de municiacutepios de cada Estado8
44 Aacuterea Plantada
A aacuterea plantada eacute relevante para se avaliar simultaneamente o avanccedilo
econocircmico da agricultura e seus impactos ambientais
TABELA 11 ndash Aacuterea plantada de lavoura permanente e temporaacuteria por regiatildeo
Regiatildeo 1960 1996 2004
Aacuterea (ha) Aacuterea (ha) Aacuterea (ha)
NO 432302 151 1968752 370 2773227 440
NE 8727700 3040 12934412 2433 12603737 1999
SE 10042241 3497 12188201 2293 12355967 1961
SU 8144087 2836 18574922 3495 19877715 3153
CO 1365879 476 7486159 1408 15426320 2447
BRASIL 28712209 100 53152446 10000 63036966 100
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica ndash IBGESIDRA
A tabela 11 revela que ocorreu uma expansatildeo maior de aacuterea plantada nas
Regiotildees Centro-Oeste e Norte em relaccedilatildeo agraves demais regiotildees do paiacutes que
estabilizaram ou reduziram suas participaccedilotildees relativas de 1960 a 2004
8 Lei Complementar nordm 62 de 28121989 art 5ordm paraacutegrafo uacutenico
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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No periacuteodo de 1960 a 2004 na Regiatildeo Centro-Oeste a aacuterea plantada pela
agricultura teve um crescimento excepcional saltando de 136 milhotildees de hectares
para 1542 milhotildees de hectares ou seja cresceu 1129 vezes em 44 anos quando a
aacuterea plantada pela agricultura no paiacutes cresceu apenas 22 vezes Sua participaccedilatildeo
relativa no total de aacuterea ocupada pela agricultura do paiacutes saltou de 476 para
2447 tornando-se a segunda maior regiatildeo produtora agriacutecola
Tambeacutem a Regiatildeo Norte expandiu a aacuterea plantada que de uma base pequena
em 1960 de 043 milhotildees de hectares passou para 277 milhotildees de hectares
crescimento de 640 vezes no mesmo periacuteodo
Se observarmos os mesmos dados referentes ao ano de 1996 vemos que
deste ano para o ano de 2004 as Regiotildees Nordeste Sudeste e Sul decresceram
suas participaccedilotildees relativas e praticamente estabilizaram suas participaccedilotildees
absolutas ou seja quase natildeo cresceram suas respectivas aacutereas plantadas ndash
periacuteodo este em que as Regiotildees Norte e Centro-Oeste tiveram acreacutescimos nas suas
aacutereas plantadas tanto absoluta como relativamente
Obviamente que esta expansatildeo da agricultura assim como ocorre com a
expansatildeo da pecuaacuteria no Norte e no Centro-Oeste soacute foi possiacutevel devido a
conversatildeo da cobertura vegetal nativa ou seja ao desmatamento Eacute claro tambeacutem
que esta foi a orientaccedilatildeo governamental ateacute o final da deacutecada de 80 do seacuteculo
passado que estimulou a migraccedilatildeo tanto da populaccedilatildeo como dos investimentos
para aquelas regiotildees Alguns destes instrumentos ainda persistem como os Fundos
Constitucionais de Desenvolvimento Regional (FCO FNO) embora o Nordeste
tambeacutem seja beneficiado com seu respectivo fundo o FNE
45 Expansatildeo da pecuaacuteria - rebanho bovino
Durante muitos anos a pecuaacuteria foi a atividade principal que sustentou a
economia e a ocupaccedilatildeo territorial das Regiotildees Centro-Oeste e Norte Desde 1960
ateacute hoje continua sendo uma atividade relevante para a economia regional e a
principal atividade para ocupaccedilatildeo territorial
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
Paacutegina 30 de 37
As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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A tabela 12 abaixo mostra que em 2004 a Regiatildeo Centro-Oeste concentrou
3480 do rebanho bovino do paiacutes seguida pela Regiatildeo Norte com 1945 do total
enquanto em 1960 o Centro-Oeste detinha 1879 e a regiatildeo Norte apenas 220
do rebanho bovino brasileiro
TABELA 12 - Rebanho Bovino por regiatildeo
Regiatildeo
1960 1996 2004
Nuacutemero de cabeccedilas
Nuacutemero de
cabeccedilas
Nuacutemero de cabeccedilas
NO 1234882 220 17276621 1128 39787138 1945
NE 11555757 2062 22841728 1492 25966460 1270
SE 21131024 3771 35953897 2349 39379011 1926
SU 11678003 2084 26219533 1713 28211275 1379
CO 10532835 1879 50766459 3312 71168853 3480
Brasil 56041835 100 153058275 10000 204512737 100
Fonte IBGE ndash 1960 e 1996 Censo Agriacutecola Brasil 2004 IBGESIDRAPPM
O crescimento do rebanho bovino brasileiro de 264 no periacuteodo de 1960 a
2004 ocorreu fundamentalmente em funccedilatildeo da expansatildeo da atividade pecuaacuteria nas
Regiotildees Norte e Centro-Oeste A regiatildeo Norte com um crescimento 3121 e a
Regiatildeo Centro-Oeste com crescimento de 575 Juntas as Regiotildees Centro-Oeste e
Norte somaram 5425 do rebanho bovino brasileiro em 2004
A expansatildeo da pecuaacuteria bovina ocasionou grandes impactos ambientais Se
aplicarmos a relaccedilatildeo hectarecabeccedila de gado bovino encontrada pelo Censo
Agropecuaacuterio de 199519969 para o ano de 2004 o rebanho bovino do Centro-Oeste
de 7116 milhotildees de unidades exigiria 8753 milhotildees de hectares de pastagens A
Regiatildeo Norte por sua vez em 2004 exigiria 5609 milhotildees de hectares de
pastagens para os 3978 milhotildees de cabeccedilas de gado bovino Contudo para se
avaliar os impactos ambientais eacute preciso levar em conta a utilizaccedilatildeo pela pecuaacuteria
(bovina) das pastagens naturais que em 1996 correspondiam na Regiatildeo Centro-
9 O Censo Agropecuaacuterio do IBGE 19951996 constatou na Regiatildeo Norte a relaccedilatildeo de 141 hectarecabeccedila de
gado bovino e na Regiatildeo Centro-Oeste 123 hectarecabeccedila de gado bovino A mesma fonte informa sobre a
participaccedilatildeo de pastagens naturais nos totais das aacutereas de pastagens das referidas regiotildees
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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Oeste agrave 273 e na Regiatildeo Norte agrave 3947 do total das pastagens e finalmente haacute
que considerar ndash o que natildeo foi possiacutevel neste texto por falta de estatiacutesticas oficiais
adequadas ndash os ganhos de produtividade ocorridos ao longo deste periacuteodo
promovendo provavelmente a ocupaccedilatildeo de uma menor aacuterea de pastagem por
cabeccedila de gado bovino
46 A Evoluccedilatildeo do PIB Regional
Os dados existentes sobre a participaccedilatildeo do PIB da Regiatildeo Centro-Oeste e
das demais Grandes Regiotildees do Paiacutes no total do PIB brasileiro satildeo indicadores do
maior crescimento econocircmico que ocorreu nas Regiotildees Centro-Oeste e Norte
comparativamente agraves demais Regiotildees
No periacuteodo de 1960 a 1996 a taxa meacutedia anual de crescimento do PIB do paiacutes
foi de 52 enquanto o PIB da Regiatildeo Centro-Oeste cresceu a 81 e o da Regiatildeo
Norte a 86 Igual diferenciaccedilatildeo ocorreu com o PIB per capita enquanto o do
Brasil no periacuteodo cresceu a taxas meacutedias anuais de 28 as da Regiatildeo Centro-
Oeste foram da ordem de 41 e a da Regiatildeo Norte de 42
TABELA 13 - Taxas Meacutedias Anuais de crescimento do PIB total e
per capita Brasil e Regiotildees ndash 1960 ndash 1996
Regiatildeo PIB TOTAL PIB PER CAPITA
NO 86 42
NE 51 30
SE 48 25
SU 51 32
CO 81 41
BRASIL 52 28
Fonte Dados Brutos IBGE e IPEA ndash Aristides Monteiro Neto ndash 1996
Esse crescimento desigual do PIB tambeacutem continuou no periacuteodo 1997-2003
favoravelmente agraves Regiotildees Centro-Oeste e Norte (tabela 14)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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TABELA 14 - PIB a preccedilos correntes do Brasil e Regiotildees e Taxa de
crescimento no periacuteodo 1997-2003
Regiotildees 1997 2003 Δ
20031997
No 38507 77346 10086
NE 113942 214598 8834
SE 509961 858723 6839
SU 153945 289253 8789
CO 54389 116172 11359
BRASIL 870743 1556182 7872
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica - IBGE
A Regiatildeo Centro-Oeste foi agrave regiatildeo que teve maior incremento do PIB no
periacuteodo 1997-2003 cerca de 11359 seguida pela Regiatildeo Norte com 10086 - o
que explica dentre outras coisas o aumento de suas respectivas participaccedilotildees
relativas no PIB do paiacutes porque suas economias regionais tiveram dinamismo
superior ao do conjunto da economia brasileira (tabela 15)
TABELA 15 - Participaccedilatildeo Percentual das Regiotildees no PIB do Brasil
Regiotildees 1970 1985 2003 Δ
20031970 ()
NO 222 384 498 12432
NE 1203 1410 1379 1463
SE 6498 6015 5518 (-) 1508
SU 1711 1710 1859 865
CO 364 481 747 10522
Brasil 10000 10000 10000 1000
Fonte FGV (1970) - IBGE (1985 2003)
Em 1970 a Regiatildeo Centro-Oeste contribuiacutea com apenas 364 do PIB do
paiacutes alcanccedilando 747 em 2003 ndash multiplicando por 2 a sua parcela no PIB
brasileiro A tabela 15 mostra que apenas a Regiatildeo Norte teve um crescimento
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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relativo maior do que a Regiatildeo Centro-Oeste partindo de uma base pequena da
ordem de 222 em 1970 e atingindo 498 em 2003
O crescimento extraordinaacuterio da participaccedilatildeo relativa das Regiotildees Centro-
Oeste e Norte no PIB brasileiro eacute devido principalmente agraves atividades agropecuaacuterias
dentre agraves quais a cultura da Soja Contudo natildeo se deve menosprezar o avanccedilo das
atividades industriais e de serviccedilos No caso da Regiatildeo Centro-Oeste merece
destaque neste sentido o Distrito Federal e da Regiatildeo Norte o Estado do
Amazonas com a Zona Franca de Manaus
47 A variaacutevel ambiental Desmatamento
Natildeo haacute seacuteries histoacutericas de dados estatiacutesticos de impactos ambientais
provocados pelo padratildeo de ocupaccedilatildeo territorial e do desenvolvimento econocircmico
sobre os Biomas com recortes das Grandes Regiotildees ou mesmo das Unidades da
Federaccedilatildeo que possibilitem uma anaacutelise comparativa Por isto mesmo esta
tentativa empreendida neste texto deve ser entendida como uma aproximaccedilatildeo
bastante primaacuteria indicativa a partir da variaacutevel desmatamento
Dados sistemaacuteticos sobre desmatamentos soacute existem sobre o Bioma
Amazocircnia Trata-se de uma seacuterie histoacuterica de dados anuais produzidos pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Ministeacuterio de Ciecircncias e Tecnologia
desde 197778 por meio da anaacutelise de imagens de sateacutelite cobrindo a Amazocircnia
Legal isto eacute toda a Regiatildeo Norte e as partes amazocircnicas dos Estados do Mato
Grosso e do Maranhatildeo As estimativas sobre os outros biomas satildeo de fontes
variadas gerando dificuldades comparativas e analiacuteticas donde o alerta para
consideraacute-las como uma primeira aproximaccedilatildeo sobre o tema
Os dois Biomas sobre os quais se tem dados mais confiaacuteveis sobre
desmatamento satildeo o Bioma Amazocircnia e o Bioma Mata Atlacircntica O Bioma
Amazocircnia apresenta um iacutendice de desmatamento da ordem de 155 e o Bioma
Mata Atlacircntica cerca de 908
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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TABELA 16 - Iacutendice de Desmatamento dos Biomas Brasileiro
Bioma Aacuterea do Bioma (km2) (1) Aacuterea desmatada do Bioma
()
Amazocircnia 4196943 155 (2)
Cerrado 2036448 570 (3)
Mata Atlacircntica 1110182 908(4)
Pampa 176496 -
Pampa 150355 -
Brasil 8514877 -
Fontes 1 IBGEMMA ndash Mapa de Biomas do Brasil 2005 2 INPE PRODES 2005 3 Conservation International 4 Rede Mata Atlacircntica
Nas Grandes Regiotildees onde predominam biomas com altos iacutendices de
desmatamento necessariamente apresentam um grande iacutendice de desmatamento
em relaccedilatildeo ao seu territoacuterio Por exemplo a Regiatildeo Sul onde predominava a Mata
Atlacircntica (6936 do seu territoacuterio) ou a Regiatildeo Sudeste cujos domiacutenios da Mata
Atlacircntica correspondiam a 5397 e o Cerrado com 4475 de sua aacuterea
5 INICIATIVAS DE COMPENSACcedilAtildeO ECONOcircMICA PARA ESTADOS E MUNICIacutePIOS QUE CONTRIBUEM PARA PRESERVACcedilAtildeO AMBIENTAL
51 Propostas inovadoras
Assim como eacute aceito o princiacutepio ambiental do ldquopoluidor ndash pagadorrdquo que obriga
o agente causador do dano ambiental a se responsabilizar pela sua reparaccedilatildeo ou
compensaccedilatildeo estaacute crescendo tanto na comunidade internacional como
internamente no Brasil a aceitaccedilatildeo do princiacutepio ambiental de se premiar compensar
ou remunerar aquele agente puacuteblico ou privado que promover a preservaccedilatildeo
ambiental (princiacutepio do ldquopreservador-recebedorrdquo)
O caso claacutessico de aplicaccedilatildeo deste princiacutepio na esfera internacional eacute o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Kyoto que
remunera aqueles agentes puacuteblicos e privados que investem em projetos de reduccedilatildeo
de emissatildeo de gases de efeito estufa ou captaccedilatildeo destes mesmos gases
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
Paacutegina 29 de 37
Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
Paacutegina 30 de 37
As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
Paacutegina 31 de 37
53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
Paacutegina 33 de 37
Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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No plano nacional existem algumas tentativas na administraccedilatildeo federal como
o chamado ldquoFPE Verderdquo e na esfera estadual algumas experiecircncias concretizadas
como o chamado ICMS Ecoloacutegico
1 - Medidas Internacionais
a) Protocolo de Kyoto
Eacute um instrumento da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas Climaacuteticas
Concebido em 1987 entrou em vigor em 2005 Parte do princiacutepio das
responsabilidades comuns mas diferenciadas de todos os paiacuteses sobre as
mudanccedilas globais do clima recaindo o ocircnus maior e obrigatoacuterio de reduccedilatildeo
das emissotildees de gases do efeito estufa sobre os paiacuteses desenvolvidos O
Protocolo de Kyoto por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ndash
MDL possibilita que paiacuteses que natildeo tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo das
suas emissotildees dos Gases do Efeito Estufa (GEEs) como o Brasil possam
promover projetos de captaccedilatildeo do carbono atmosfeacuterico (aflorestamento e
reflorestamento) ou que evitem emissotildees de gases como por exemplo
usinas de captaccedilatildeo e destino industrial para gaacutes metano dos aterros
sanitaacuterios e que possam vender os Certificados de Reduccedilatildeo dos GEEs
para os paiacuteses que tecircm metas obrigatoacuterias de reduccedilatildeo destes gases
b) Proposta de Compensaccedilatildeo pelo Desmatamento Evitado
Foi aceita na Conferecircncia das Partes da Convenccedilatildeo Quadro de Mudanccedilas
Climaacuteticas (COP-11) a proposta para discussatildeo sobre uma compensaccedilatildeo
financeira para os paiacuteses que preservam suas florestas (proposta
apresentada por Papua Nova Guineacute Costa Rica e Brasil) Pensa-se em um
mecanismo extra Protocolo de Kyoto que seraacute objeto de discussatildeo nos
proacuteximos 2 anos
II ndash Iniciativas Nacionais
a) Fundo de Participaccedilatildeo dos Estados - FPE ndash PLP 3512002 - Proposta
de Projeto de Lei Complementar da Senadora Marina Silva aprovado no
Senado em tramitaccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Ementa Cria uma
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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Reserva do FPE de 2 (dois por cento) do seu total a ser distribuiacutedo agraves
Unidades da Federaccedilatildeo que abriguem Unidades de Conservaccedilatildeo da
Natureza ou Terras Indiacutegenas demarcadasrdquo Esta Reserva seria composta de
05 do total do FPE destinado a Regiotildees Norte Nordeste e Centro-Oeste
(passaria de 85 para 845) mais 15 do total destinado a Regiotildees Sul e
Sudeste (passaria de 15 para 135) Se aprovada esta lei beneficiaria mais
as Regiotildees Norte e Centro-Oeste que mais cedem parte dos seus territoacuterios
para Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas
b) Fundo de Participaccedilatildeo dos Municiacutepios ndash FPM ndash PL 932003 Proposta
de Projeto de Lei do Deputado Pastor Frankembergen Ementa ldquoCria Reserva
do FPM destinado aos municiacutepios que abrigam Terras Indiacutegenas em seus
territoacuteriosrdquo A reserva seria criada por 3 dos recursos do FPM alocada
considerando a porcentagem de territoacuterio de cada municiacutepio abrangido por
Terras Indiacutegenas
III ndash Iniciativas Estaduais
a) ICMS Ecoloacutegico Trata-se de um mecanismo estabelecido por leis
estaduais que estabelecem uma porcentagem do total do Fundo Estadual
composto pelo ICMS destinado aos municiacutepios distribuiacutedo segundo criteacuterios
ecoloacutegicos Alguns estados jaacute instituiacuteram e colocaram em funcionamento o
ICMS Ecoloacutegico por exemplo PR SP MG MT GO MS TO RS
O criteacuterio mais usado eacute aquele que compensa os municiacutepios que cedem
parte dos seus territoacuterios para Unidades de Conservaccedilatildeo e Terras
Indiacutegenas
52 Iniciativas fiscais com pressupostos ambientais
No Brasil natildeo existe uma poliacutetica ambiental baseada em instrumentos
econocircmicos (creditiacutecios tributaacuterios) embora exista uma seacuterie de iniciativas fiscais
com pressupostos ambientais ndash sobre as quais este trabalho faraacute uma referecircncia
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
Paacutegina 33 de 37
Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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As iniciativas fiscais com pressupostos ambientais geram recursos
orccedilamentaacuterios que satildeo compartilhados pela Uniatildeo Estados e Municiacutepios ndash quase
sempre sem condicionalidade ambiental quanto agrave sua aplicaccedilatildeo ndash conforme se pode
ver a seguir
a) Contribuiccedilatildeo de Intervenccedilatildeo sobre o Domiacutenio Econocircmico ndash CIDE
Incide sobre o consumo de derivados de petroacuteleo e gaacutes natural Estabelecida
pela Emenda Constitucional nordm 332001 regulamentado pela Lei nordm 10336
de 19122001 que obriga a utilizaccedilatildeo de parte dos recursos arrecadados em
projetos ambientais (Art 1ordm Paraacutegrafo 1ordm Inciso II) A partir de 2004 (Lei nordm
108662004) a Uniatildeo passou a transferir parte dos recursos arrecadados via
CIDE (que em 2005 totalizaram 78 bilhotildees de reais) aos Estados
b) Royalty - sobre extraccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural Incide sobre a atividade
extrativa de petroacuteleo xisto betuminoso e gaacutes natural A Lei nordm 7990 de
28121989 fixou em 5 o montante miacutenimo do valor bruto da produccedilatildeo
alterado para 10 da produccedilatildeo de petroacuteleo e gaacutes natural pela Lei nordm
94781997 que eacute transferido para Estados e Municiacutepios onde se localizam as
aacutereas de exploraccedilatildeo proporcionalmente ao volume produzido
c) Compensaccedilatildeo pela utilizaccedilatildeo de recursos hiacutedricos para fins de
geraccedilatildeo de eletricidade Incide sobre a produccedilatildeo de energia por usinas
hidreleacutetricas correspondendo a 6 do valor da energia produzida dos quais
45 satildeo transferidos para os Estados e 45 para os Municiacutepios repartidos
segundo a aacuterea inundada e outros paracircmetros Criada pela Lei nordm 7990 de
28 de dezembro de 1989
d) Compensaccedilatildeo financeira pela exploraccedilatildeo de recursos minerais
Corresponde a 3 do valor do faturamento liacutequido resultante da venda do
produto mineral Criada pela Lei nordm 7990 de 20 de dezembro de 1989 Sua
distribuiccedilatildeo foi assim definida pela Lei nordm 9993 de 24 de julho de 2000 65
para os Municiacutepios 23 para Estados e Distrito Federal e 12 para Uniatildeo
(dos quais 2 para o IBAMA)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
Paacutegina 33 de 37
Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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53 Compensaccedilotildees ambientais
Existem algumas compensaccedilotildees que incidem sobre empreendimentos
puacuteblicos e ou privados que usem recursos naturais ou causem danos ao meio
ambiente dos quais merecem destaque
a) Compensaccedilatildeo Ambiental por impacto ambiental dos empreendimentos
Determinada pelo artigo 36 da Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000
(regulamentado pelo artigo 31 do Decreto nordm 4340 de 22082002) que fixa o
valor miacutenimo de 05 do valor total do empreendimento que deve ser
aplicado em Unidades de Conservaccedilatildeo de Proteccedilatildeo Integral diretamente pelo
empreendedor ou por oacutergatildeos puacuteblicos ambientais (Federal Estadual ou
Municipal)
b) Taxa de Controle e Fiscalizaccedilatildeo Ambiental ndash TCFA Instituiacuteda pela Lei nordm
10165 de 27 de dezembro de 2000 Incide sobre atividades poluidoras e ou
que usem recursos naturais ndash cobrada diretamente pelos oacutergatildeos de gestatildeo
ambiental Federal Estaduais e Municipais ficando a Uniatildeo com 40 do valor
total
c) Multas Ambientais Multas aplicadas por oacutergatildeos ambientais das 3 esferas
de governo (Federal Estadual e Municipal) a pessoas juriacutedicas e fiacutesicas que
provoquem ou causem danos ambientais natildeo autorizados
d) Preccedilo da Aacutegua Trata-se de uma compensaccedilatildeo cobrada dos detentores de
outorga para o uso da aacutegua atraveacutes dos Comitecircs de Bacia Hidrograacutefica onde
devem ser aplicados os recursos em projetos de gestatildeo ambiental
Determinado pela Lei nordm 9433 de 18 de janeiro de 1997 sendo o preccedilo fixado
por Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos ndash CNRH
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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1 As caracteriacutesticas ambientais da Regiatildeo Centro-Oeste constituiacuteram em
grande vantagem comparativa para a mudanccedila do seu padratildeo de
desenvolvimento econocircmico e social existente ateacute a deacutecada de 60 no
seacuteculo XX Tambeacutem em relaccedilatildeo a outras regiotildees especialmente Sul e
Sudeste as condiccedilotildees ambientais foram mais favoraacuteveis possibilitando a
implantaccedilatildeo de um padratildeo de desenvolvimento capitalista moderno
baseado na agricultura com elevados iacutendices de produtividade e na
pecuaacuteria extensiva mas com alto iacutendice de competitividade em relaccedilatildeo agraves
outras regiotildees do paiacutes e mesmo de outros paiacuteses
Entre as regiotildees brasileiras o Centro-Oeste ocupa o primeiro lugar em
rebanho bovino e o segundo lugar em aacuterea plantada pela agricultura
revelando uma tendecircncia agropecuaacuteria de longo prazo
2 Dentre as condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis a este desenvolvimento
ressalte-se a abundacircncia de terras virgens agricultaacuteveis favoraacuteveis em
grande parte agrave mecanizaccedilatildeo agriacutecola regime de chuvas mais ou menos
regular e previsiacutevel ao qual se adaptaram variedades de soja milho arroz
algodatildeo e cana de accediluacutecar abundacircncia de fontes daacutegua importante tanto
para agricultura como para a pecuaacuteria grandes recursos florestais
madeireiros ndash fonte de mateacuteria prima para induacutestria e para agricultura
(especialmente para geraccedilatildeo de energia)
3 Essas condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis aliadas agrave transferecircncia de capital agrave
matildeo de obra capacitada ao arrojo dos desbravadores e agraves condiccedilotildees infra-
estruturais explicam em grande parte o desenvolvimento econocircmico
alcanccedilado pela Regiatildeo Centro-Oeste natildeo obstante algumas desvantagens
comparativas decorrentes das restriccedilotildees ambientais em relaccedilatildeo agraves Regiotildees
Sul e Sudeste
4 As desvantagens comparativas da Regiatildeo Centro-Oeste em relaccedilatildeo agraves
Regiotildees Sul e Sudeste em relaccedilatildeo ao meio ambiente (natildeo eacute o caso em
relaccedilatildeo agrave Regiatildeo Norte) dizem respeito basicamente agraves determinaccedilotildees
mais restritivas do Coacutedigo Florestal estabelecidas pela Medida Provisoacuteria
21662001 como a porcentagem mais elevada de aacutereas protegidas
Paacutegina 33 de 37
Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
Paacutegina 34 de 37
efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
Paacutegina 35 de 37
7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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Contudo essas desvantagens comparativas de ordem socioambiental ateacute
2004 natildeo foram empecilho ao crescimento da atividade econocircmica em ritmo
mais elevado que o do conjunto do paiacutes
Dentro da Regiatildeo Centro-Oeste o Estado de Mato Grosso eacute mais afetado
porque partilha dois Biomas sobre os quais pesam maiores restriccedilotildees de
conversatildeo de cobertura vegetal natural para pastagens plantadas e
agricultura no caso o Bioma Amazocircnia e o Bioma Pantanal Com relaccedilatildeo a
este uacuteltimo o Estado de Mato Grosso do Sul tambeacutem eacute afetado
Particularmente as alteraccedilotildees advindas com a Medida Provisoacuteria nordm
15111996 atual MP nordm 2166 de 2001 trouxeram restriccedilotildees adicionais para
o Estado de Mato Grosso tambeacutem na parte do seu territoacuterio compreendido
no Bioma Cerrado
5 Desvantagens ambientais podem se transformar em desvantagens
comerciais afetando a competitividade dos produtos agropecuaacuterios do
Centro-Oeste ndash na medida em que mercados compradores dos produtos
agropecuaacuterios e florestais do Centro-Oeste passem a exigir respeito agrave
Legislaccedilatildeo Ambiental Os casos mais graves dizem respeito ao noticiaacuterio da
miacutedia internacional contra os altos iacutendices de desmatamento em Mato
Grosso referentes a 2003 e 2004 e recentemente em 2005 agrave polecircmica
sobre a construccedilatildeo de usinas de accediluacutecar e aacutelcool nas bordas do Pantanal no
Mato Grosso do Sul
6 Finalmente restriccedilotildees ambientais podem se transformar em vantagens
comerciais o que em parte estaacute ocorrendo no Mato Grosso do Sul ao se
promover agrave induacutestria do turismo no Pantanal e mesmo agrave crescente
valorizaccedilatildeo do boi verde pantaneiro
7 Olhando do ponto de vista fiscal e do ponto de vista econocircmico algumas
limitaccedilotildees determinadas pela Constituiccedilatildeo Federal e pela Legislaccedilatildeo
Socioambiental funcionam como restriccedilotildees econocircmicas ou limitaccedilotildees agrave
expansatildeo da economia e ao desenvolvimento da regiatildeo Deveriam existir
compensaccedilotildees fiscais e financeiras para Estados e Municiacutepios que
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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efetivamente cedem parte de seus territoacuterios para a conservaccedilatildeo ambiental
e respeitam os direitos sociais como por exemplo o direito constitucional
dos povos indiacutegenas
Como se pode observar na tabela 06 que soma as aacutereas cedidas para
Unidades de Conservaccedilatildeo Federal e Terras Indiacutegenas a Regiatildeo Norte cede
3644 do seu territoacuterio e a Regiatildeo Centro-Oeste 1062 e tendem a
crescer estes nuacutemeros nos proacuteximos anos
8 A relaccedilatildeo entre poliacutetica fiscal e poliacutetica ambiental deveria merecer uma
maior atenccedilatildeo por parte das autoridades governamentais brasileiras
federais estaduais e municipais pois estaacute definitivamente integrada agrave
agenda internacional Os paiacuteses da Organizaccedilatildeo de Cooperaccedilatildeo e
Desenvolvimento Econocircmico ndash OCDE tecircm se submetido a avaliaccedilotildees de
desempenho ambiental nas quais este tema eacute parte importante
Por outro lado a Comissatildeo Econocircmica para Ameacuterica Latina e Caribe ndash
CEPAL tem promovido eventos e publicaccedilotildees com a participaccedilatildeo de
autoridades brasileiras federais e estaduais destacando-se Secretaacuterios
Estaduais de Fazenda revelando a atenccedilatildeo crescente sobre o tema
Assessoria de Relaccedilotildees Federativas Fiscais
ARFFSARPSEFAZ-MT
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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7 BIBLIOGRAFIA
BRASIL Lei nordm 4771 de 15 de setembro de 1965 Institui o novo Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em ltagovbrgt BRASIL Medida Provisoacuteria nordm 2166-67 de 24 de agosto de 2001 altera artigos e
acrescenta dispositivos agrave Lei 4771 de 15 de setembro de 1965 que institui o Coacutedigo Florestal Disponiacutevel em lthttpwwwplanaltogovbrgt BRASIL Decreto nordm 3179 de 21 de setembro de 1999 Dispotildee sobre a especificaccedilatildeo das sanccedilotildees aplicaacuteveis agraves condutas e atividades lesivas ao meio ambiente BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Sistema Nacional de Unidades de Conservaccedilatildeo da Natureza ndash SNUC Lei nordm 9985 de 18 de julho de 2000 decreto nordm 4340 de 22 de agosto de 2002 5ordf ed BrasiacuteliaMMASBF 2004 56p BRASIL (Ministeacuterio do Meio Ambiente) Causas e Dinacircmica do Desmatamento na Amazocircnia BrasiacuteliaMMA 2001 436 p Conservation International lthttpwwwconservationorgbrgt ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente - FEMA Dinacircmica do Desmatamento ateacute o ano de 1999 Cuiabaacute-MT FEMA 1999
ESTADO DO MATO GROSSO Fundaccedilatildeo Estadual do Meio Ambiente FEMA Unidades de Conservaccedilatildeo de Mato Grosso compromisso com a proteccedilatildeo da biodiversidade Cuiabaacute-MT FEMA 2002 80 p
ESTADO DO MATO GROSSO Secretaria de Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral Anuaacuterio Estatiacutestico 2001- Estado de Mato Grosso Cuiabaacute-MT Seplan 2002 648p HADDAD Paulo amp REZENDE Fernando Instrumentos econocircmicos para o desenvolvimento sustentaacutevel da Amazocircnia Brasiacutelia Ministeacuterio do Meio Ambiente Secretaria de Coordenaccedilatildeo da Amazocircnia 2002 146p FUNDACcedilAtildeO INSTITUTO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Estatiacutesticas Histoacutericas do Brasil Seacuteries estatiacutesticas retrospectivas V3 Seacuteries Econocircmicas
demograacuteficas e sociais 1550 a 1985 Rio de Janeiro 1987 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1995 ndash 1996 Rio de Janeiro IBGE 1998
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE Censo Agropecuaacuterio 1960 1970 1975 1980 1985 19951996 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash IBGE Censo Demograacutefico de 2000 caracteriacutesticas da populaccedilatildeo e dos domiciacutelios ndash resultados do universo Rio de Janeiro 2001 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 1985 - 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS ndash Diretoria de Pesquisas Contas regionais do Brasil 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwsidraibgegovbrgt INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICAS - IBGE MMA Mapa de Biomas do Brasil 2005 INPE PRODES Disponiacutevel em lthttpwwwobrinpeprodesgt JATOBAacute Jorge A coordenaccedilatildeo entre as poliacuteticas fiscal e ambiental no Brasil a perspectiva dos governos estaduais Divisatildeo de Meio Ambiente e de
Assentamentos Humanos da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina e o Caribe-CEPAL (Seacuterie Meacutedio Ambiente y Desarrollo) Santiago de Chile 2005 LOPES IgnezVidigal (Coord) O mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Fundaccedilatildeo Getulio Vargas Rio de janeiro 2002 LOUREIRO Wilson O ICMS ecoloacutegico na biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt
_________ Wilson ICMS ndash A consolidaccedilatildeo de uma experiecircncia brasileira de incentivo a Conservaccedilatildeo da Biodiversidade Disponiacutevel em lthttpwwwflorestasufprbrpos-graduacaoseminaacuteriosgt MAGALHAtildeES Edvard Dias (org) Legislaccedilatildeo Indigenista Brasileira e normas correlatas Brasiacutelia FUNAICGDOC 2 ed 2003
MATO GROSSO Lei Complementar Estadual nordm 381995 de 21 de novembro de 1995 Dispotildee sobre o Coacutedigo Estadual do Meio Ambiente MATO GROSSO Decreto Estadual nordm 7901996 de 13 de fevereiro de 1996 Regulamenta dispositivos do Coacutedigo Estadual de Meio Ambiente do Estado de mato Grosso MATO GROSSO DO SUL Lei nordm 2406 de 29 de janeiro de 2002 Institui a Poliacutetica Estadual dos Recursos Hiacutedricos cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hiacutedricos Rede Mata Atlacircntica Disponiacutevel em lthttpwwwredemataatlanticaorgrgt VIANA Gilney Amorim amp MACIEL Joatildeo OF O ICMS Ecoloacutegico de Mato Grosso Cuiabaacute 2002(Seacuterie Coleccedilatildeo Eco-Cidadania nordm 6)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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_____ Gilney Amorim Deputado Federal (Relator) Relatoacuterio da Comissatildeo Externa destinada a averiguar a aquisiccedilatildeo de madeiras serrarias e extensas porccedilotildees de terras brasileiras por grupos asiaacuteticos Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados ndash Comissatildeo Externa 1998 (Seacuterie Accedilatildeo parlamentar nordm 88) _____ Gilney Amorim Impactos ambientais da poliacutetica de globalizaccedilatildeo na Amazocircnia In O desafio da sustentabilidade um debate soacutecio-ambiental no Brasil Satildeo Paulo Editora Fundaccedilatildeo Perseu Abramo (Coleccedilatildeo Pensamento Petista) 2001 p 265-288 _____ Gilney Amorim FPE ndash Uma Reforma Necessaacuteria Brasiacutelia Cacircmara dos Deputados Centro de Documentaccedilatildeo e Informaccedilatildeo 1998 (Seacuterie separata de discursos pareceres e projetos nordm 6995)
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