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o aumento da circulação de doenças transmissíveis, agravando
ainda mais as condições de saúde e exercendo maior pressão na
assistência à saúde dessa população.
Atendendo ao cumprimento da portaria editada em
A Coordenação Estadual do Programa de Controle da conjunto pelo Ministério da Justiça e o Ministério da Saúde, que
Hanseníase, da Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde, instituiu o Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário, em
Secretaria de Saúde do Estado (SEVS/SES/PE), realizou o I Pernambuco, o Programa Estadual de Controle da Hanseníase
Inquérito da Hanseníase no Sistema Penitenciário de Pernambuco, (PCH-PE), em parceria com a SERES, elaborou o Plano Operativo
em parceria com a Secretaria Executiva de Ressocialização Estadual de Assistência à Saúde da População Prisional como
(SERES/Gerência de Apoio Psicossocial), Saúde e Nutrição (GAPSN) objetivo de implantar as ações de promoção, prevenção,
no período de Setembro de 2010 á Janeiro de 2011. diagnóstico e tratamento.
A SERES é uma secretaria executiva da Secretaria Estadual
de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH-PE) que
administra 20 estabelecimentos penais, três gerências regionais e
mais de 70 cadeias públicas distribuídas em seis Mesorregiões do
Estado (Metropolitana do Recife, Mata, Agreste, Sertão e São
Francisco).
A SERES e a GAPSN, desenvolvem ações de promoção à
saúde; escolarização; capacitação profissionalizante, ocupação,
laboroterapia; assistência social, religiosa e jurídica que visam a
ressocialização da população carcerária.
Os principais fatores de vulnerabilidade e de risco para Em 2012, foram realizadas visitas técnicas de
transmissão de doenças são as condições de confinamento, a assessoramento a 11 unidades prisionais, foram visitadas: Presídio
superpopulação, a precariedade das instalações, a precariedade na Professor Aníbal Bruno (PPAB; Presídio Advogado Brito Alves
assistência à saúde e dificuldade de acesso às informações. (PPAB); Colônia Penal Feminina de Buíque (CPFB); Penitenciária
Observam-se dificuldades para deslocamento externo dos Profº Barreto Campelo (PPBC); Centro de Ressocialização do
detentos da prisão aos serviços sociais e de assistência á saúde. Agreste (CRRA); Penitenciária Juiz Plácido de Souza (PJPS); Centro
Essa dificuldade agrava-se com a rotatividade dos detentos no de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna
sistema prisional pelas mudanças de regime, progressão de penas e (COTEL); Penitenciária Agroindustrial São João (PAISJ);
transferências constantes. Além disso, o contato com a população Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes (PDEG) e a Penitenciária de
externa (visitas íntimas, penas curtas, reincidências), contribui para Salgueiro (PSAL).
Boletim
ANO 1 | Nº 13
2º SEMESTRE | DEZEMBRO | 2012
Vigilância em Saúde
Vigilância em Saúde
Nesta Edição:
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hanseníase, ainda, permanece como como de mui to a l ta endemic idade e
um problema de saúde pública no hiperendêmico. A doença está concentrada na A Brasil, que diagnosticou em 2011, Região Metropolitana de Recife, que detém
33.955 casos novos da doença. O estado de aproximadamente 60% e 80% dos casos
Pernambuco detém 8% dos casos novos do diagnosticados na população geral e menor de 15
Brasil, na população geral, e 12% dos casos em anos, respectivamente.
menores de 15 anos. No ano de 2012, foram O Sistema Penitenciário do Estado, com
detectados 2.561 casos novos, significando um uma população composta por 25.789 indivíduos,
coeficiente de detecção de 29,9/100.000 em 2011, registrou 44 casos de hanseníase.
habitantes. Desses, 24.053 (93,2%) são homens e 1.736
Na população menor de 15 anos, foram (6,8%) mulheres.
diagnosticados 263 casos, equivalendo a um Este boletim visa descrever a situação
coeficiente de detecção de 12,7/100.000 epidemiológica da Hanseníase na população
habitantes. Tais indicadores classificam o estado privada de liberdade (PPL) em Pernambuco.
Hanseníase no Sistema Prisional
Hanseníase no Sistema Prisional
Situação da Implantação do Controle da Hanseníase no Sistema Prisional
Estratégias a serem desenvolvidas para o controle da hanseníase no Sistema Penitenciário em Pernambuco
H A N S E N Í A S E
Gerência de Controle de DoençasTransmitidas por Micobacterias
Situação da Implantação doControle da Hanseníase no
Sistema Prisional
Fonte: Inquérito Tracoma 2011/2012/Programa SANAR/Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/Secretaria de Saúde de Pernambuco – SES/PE (*) Inquérito 2011(**) Inquérito 2012
Vigilância em Saúde
Vigilância em Saúde 2HANSENÍASE
Os principais entraves detectados são dificuldade de
deslocamento dos reeducados para atendimento externo devido a
problema com a escolta insuficiente, dificuldade de acesso dos
reeducandos aos serviços sociais e de assistência à saúde; poucos
profissionais de saúde qualificados nas ações de controle
hanseníase; rotatividade dos reeducandos no sistema prisional;
mudanças de regime, progressão de penas, transferências; a
precarização das condições de trabalho e do vínculo dos
profissionais; insuficientes recursos repassados do Ministério da
Justiça à SERES para adequação dos espaços físicos, principalmente
do setor de saúde das unidades prisionais.
Na tabela 2, observa-se que apenas 21% das UP visitadas
têm o PCH implantado. Apesar de 47% dos profissionais de saúde
médicos afirmarem que fazem o diagnóstico, foi referido pela
equipe o encaminhamento dos casos suspeitos para confirmação
diagnóstica na unidade de referência, contrariando a afirmação.
Para o Programa de Controle da Hanseníase ser
considerado implantado nas UP, há um total de 21 ações, destas,
apenas 28% são realizadas (Tabela 1).
As unidades prisionais não estão realizando o exame de
contatos e a avaliação do grau de incapacidade no diagnóstico e
na cura. No que se refere à busca de sintomáticos
dermatoneurológico, apesar de ter sido informado a realização, nas
visitas técnicas às UPs não foi comprovada a realização da busca
ativa.
Percebe-se a necessidade de manter a continuidade da
articulação com a SERES/PE ,assim como,a realização de visitas de
monitoramento das ações para que sejam realizadas de forma
regular para implantação efetiva do controle das ações do PCH no
Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco.
Sim Não
21%
79%
47%
53%
50%
50%
43%
57%
50%
50%
21%
79%
36% 64%
57% 43%
Ações de Hanseníase Desenvolvidas nas Ups
Programa de Controle da Hanseníase implantado
Realiza diagnóstico
Realiza tratamento
Realiza controle dos comunicantes
Administra dose mensal supervisionada
Possui o livro de registro de casos
Realiza prevenção de incapacidades
Realiza educação em saúde
Ação Situação encontrada
Realização de diagnóstico Não
Preenchimento da ficha de notificação Sim/ Enfermeira
Registro do atendimento no Prontuário Sim
Realização de Dose Supervisionada Sim
Realização de busca dos faltosos Sim
Preenchimento da ficha de acompanhamento
mensal
Sim /Enfermeira
Realização da busca/controle dos
comunicantes
Sim
Falta de medicação Não
Implementação dos registros nos livros
recomendados pelo Ministério da SaúdeNão
Profissionais de saúde capacitados em manejo
clínico
Não
Realização de atividades educativas para PPL
Não
Realização de reuniões periódicas para discutir
os casosNão
Encaminhamento dos pacientes para
referência, quando necessárioSim
Acompanhamento dos indicadores de cura,
abandono, contatos examinados Não
Realização de ações de busca de casos na
população carceráriaNão
Realização de ações de suspeição de casos Sim
Realização de ações de prevenção de
incapacidade
Não
Realização do teste de sensibilidade Não
Realização da Avaliação do Grau de
Incapacidades (AGI) na primeira consulta
(diagnóstico) e na última consulta (alta)
Não
Realização de orientações para o autocuidado
Não
Realização de ações de reabilitação
Não
Figura 01- Ação do 1º mutirão de busca ativa de casos de hanseníasena Unidade Prisional Agro Industrial São João, -PE.
Fonte:PCH/GPCDTM/DGCDA/SEVS/SES-PE
Tabela 1- Situação das ações referentes ao controle da hanseníase em11 presídios de PE, 2012.
Fonte: PCH/GPCDTM/DGCDA/SEVS/SES/GAPSN/SERES-PE.
Tabela 2-Percentual de Atividades executadas na assistência à pessoaatingida pela hanseníase nas unidades prisionais, PE, 2012.
Vigilância em Saúde
Vigilância em Saúde3 HANSENÍASE
ŸRealizar capacitação ou atualização dos
Profissionais de saúde/Técnicos do Sistema
Penitenciário.
A assistência ao portador de hanseníase em UP's
encontra-se no processo de implantação no Estado, os resultados
das visitas técnicas de assessoramento apontam a necessidade de
tomada de decisão para as dificuldades identificadas na assistência
à saúde aos privados de liberdade.
O planejamento das estratégias para o controle da doença
no Sistema Penitenciário Estadual prioriza os seguintes eixos:
detecção de casos, diagnóstico, tratamento, Informação, educação
e capacitação, melhoria das condições ambientais das UPs,
melhoria do sistema de registro de casos, monitoramento,
supervisão e avaliação e compromisso político.
Levando em consideração os resultados apontados no
inquérito realizado e nas visitas técnicas de assessoramento e a
necessidade de eliminar a hanseníase como problema de saúde
pública, foram adotadas as ações para implantação do PCH nas UPs
como:
ŸImplantação do Protocolo Operacional Padrão
(POP) contemplando diagnóstico, tratamento
após a libertação e transferências, fluxos e
transporte de pacientes; sistema de referência e
contra-referência de serviços de saúde;
ŸRealizar exames dos contatos intracela pela
equipe da unidade prisional;
ŸRealizar campanhas/mutirões de busca ativa de
casos;
ŸRealizar visitas técnicas de assessoramento das
ações do PCH sistemáticas;
Estratégias a serem
desenvolvidas para o controle
da hanseníase no Sistema
Penitenciário em Pernambuco
Figura 02 – Ação do I Mutirão de busca ativa de casos de hanseníasena Unidade Prisional de Igarassu, PE.
Fonte: PCH/GPCDTM/DGCDA/SEVS/SES-PE
Apoio:ExpedienteEduardo Henrique Accioly CamposGovernador de Pernambuco
João Soares Lyra NetoVice Governador de Pernambuco
Antônio Carlos FigueiraSecretário Estadual de Saúde
Eronildo FelisbertoSecretário Executivo de Vigilância em Saúde
Roselene HansDiretora Geral de Controle de Doenças e Agravos
Ana Lúcia Alves de SouzaGerente de Controle de Doenças Transmitidas por Micobacterias
Ana Wylma Pinto Saraiva
Coordenação de Prevenção e Controle da Hanseníase
Alexandre MenezesCoordenação do Programa Sanar
Elaboração:Raissa dos Santos Calado Sampaio de AlencarJaqueline Ricardo Pessoa dos Santos
Revisão:Maria Goretti de Godoy SousaCarmen de Barros Correia Dhalia
Projeto Gráfico e diagramação:Rafael Azevedo de Oliveira
SECRETARIA DE SAÚDEDO ESTADO DE PERNAMBUCORua Dona Maria Augusta Nogueira, 519, Bongi Recife-PE, CEP: 50751-530www.saude.pe.gov.br
DIA ESTADUAL DE 06 DE JUNHO,
COMBATE À HANSENÍASEDIA ESTADUAL DE 06 DE JUNHO,
COMBATE À HANSENÍASEUMA SIMPLES MANCHA PODE SER HANSENÍASE PROCURE UM POSTO DE SAÚDE, HANSENIASE TEM CURA
4Vigilância em Saúde
Vigilância em SaúdeHANSENÍASE
Informações - Ouvidoria da SES:
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