A função das veredas na hdrologia regional e os impactos de barramentos antonio

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A FUNÇÃO DAS VEREDAS NA HIDROLOGIA REGIONAL E OS IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DE

BARRAMENTOS PARA IRRIGAÇÃO

FENICAFE - 2015

Prof. Antonio Giacomini Ribeiro

A FUNÇÃO DAS VEREDAS NA HIDROLOGIA REGIONAL E OS IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DE

BARRAMENTOS PARA IRRIGAÇÃO

1. Aspectos climato-hidrológicos da região dos cerrados e a necessidade do armazenamento das águas superficiais

2. Veredas2.1. Conceitos

2.2. Gênese e evolução geomorfológica

2.3. A dinâmica das águas no ambientes das veredas e no entorno

3. Capacidade armazenadora das chapadas com vertentes latossólicas

 VAZÃO ESPECÍFICA MÉDIA DE LONGO PERÍODO

VAZÃO ESPECÍFICA MÍNIMA DE SETE DIAS DE DURAÇÃO E PERÍODO DE RETORNO DE 10 ANOS (Q710)

 VAZÃO ESPECÍFICA MÁXIMA DIÁRIA ANUAL PARA PERÍODO DE RETORNO DE 10 ANOS

O ARMAZENAMENTO DE ÁGUA EM BARRAGENS RURAIS NOS CHAPADÕES

DO BRASIL CENTRAL

O ARMAZENAMENTO DE ÁGUA EM BARRAGENS RURAIS NOS CHAPADÕES

DO BRASIL CENTRAL

VEREDACONCEITO

Ambiente de elevada umidade, com solos hidromórficos e com fitofisionomia de formação savânica típica de campo úmido. Geralmente apresenta a palmeira buriti, arbórea e emergente, em meio a agrupamentos mais ou menos densos de espécies arbustivo-herbáceas, circundadas por uma faixa de campo limpo.

VEREDACONCEITO

Lei Nº 12.655 DE 25/05/2012

Código Florestal Brasileiro

Vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com a palmeira arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas;

VEREDA NO TRIÂNGULO MINEIRO

VEREDA - FITOFISIONOMIA

Transecto esquemático de uma vereda (Fonte: Maillard 2008).

VEREDAS

GÊNESE E EVOLUÇÃO

VEREDASDINÂMICA HIDROLÓGICA SAZONAL

No período chuvoso do ano verifica-se uma intensa infiltração das águas pluviais com a consequente elevação do nível freático (NA). A elevação do NA nos terrenos adjacentes resulta na migração da água no sentido da vereda, o que leva à saturação.

FIGURA 06 - Movimento da água em uma vereda de vale no período chuvoso do ano.

VEREDASDINÂMICA HIDROLÓGICA SAZONAL

No período seco do ano, em razão do baixo índice pluviométrico, o aporte de água para a vereda diminui ao mesmo tempo em que o lençol freático sofre depleção no seu nível. Como resultado o nível da água freática (NA) na vereda também sofre um rebaixamento.

FIGURA 07 - Movimento da água em uma vereda de vale no período seco do ano.

DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS

As veredas representam ambientes em que a oscilação do lençol freático é o principal fator responsável pelo seu desenvolvimento e evolução.

DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS

A condição de saturação hídrica do solo das veredas deve-se, principalmente, à pressão lateral da água freática das formações superficiais do entorno delas..

DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS

As veredas se constituem em drenos naturais para as águas freáticas

DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS

As veredas podem ser consideradas como drenos entulhados, que acabam por impedir a livre exsudação das águas que provém do entorno.

DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS

O pacote sedimentar que sustenta o ambiente da vereda é constituído, em sua maior parte, por materiais argilosos com baixa capacidade de retenção hídrica.

DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS

As veredas, por si só, não representam significativa reserva de água com capacidade para a para a manutenção dos cursos d’água.

Pouco significativos também são os volumes hídricos envolvidos.

DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS

A imensa disponibilidade de água na região encontra-se nas chapadas, onde se associam o relevo plano e a natureza porosa dos materiais sedimentares, induzindo à intensa infiltração das águas pluviais.

Práticas agrícolas conservacionista tendem a incrementar os processos de infiltração das águas de chuva.

DINÂMICA HÍDRICA DAS VEREDAS

As chapadas com as suas vertentes latossólicas alongadas são as reais armazenadoras e provedoras das águas que abastecem os córregos e rios da região.

CAPACIADE ARMAZENADORA DAS CHAPADAS COM VERTENTES LATOSSÓLICAS

Exemplo 1 –

BACIA DO RIO CLARO (MG)

Unidade de Paisagem da Chapada Úmida

VEREDAS

BACIA DO RIO CLARO (MG)U P – Chapada Úmida

Área=4.641.600 m2

Espessura da camada saturada=15 mVol. da camada saturada = 6.962.400.000 m3

Porosidade da camada saturada = 9 a 11%Água de recuperável pela drenagem

superficial a 9%=626.616.000 m3

Água de recuperável pela drenagem superficial a 11%=765.864.000 m3

CAPACIADE ARMAZENADORA DAS CHAPADAS COM VERTENTES LATOSSÓLICAS

Exemplo 2 –

BACIA DO RIBEIRÃO SANTA JULIANA (MG)

Unidade de Paisagem da Chapada Seca

BACIA DO RIB. Sta JULIANA (MG)U P – Chapada Seca

Área=339.230.000 m2

Espessura da camada saturada=10 mVol. da camada saturada = 3.392.300.000 m3

Porosidade da camada saturada = 5 a 8%Água de recuperável pela drenagem

superficial a 5%=169.615.000 m3

Água de recuperável pela drenagem superficial a 8%=271.384.000 m3

CONCLUSÃO

• A introdução de barramentos em veredas provoca o retardamento do fluxo da água recuperável pela drenagem superficial, pois a formação do lago da barragem provoca a elevação do nível da água do lençol freático no entorno do reservatório.

CONCLUSÃO

A implantação de barramento na vereda provoca o aumento da capacidade de retenção das águas armazenadas nas chapadas latossólicas com vertentes alongadas

.

CONCLUSÃO

Assim, o real “represamento” das águas ocorre nas formações superficiais latossólicas do entorno das áreas inundadas

CONCLUSÃO

Entretanto,

EVITAR captação direta a fio d’água e

NUNCA drenar as veredas.