A história duma flauta aventureira

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História duma Flauta Aventureira

«… Eram tantas as históriasque a flauta tinha para contarque davam para escrever umlivro que se podia chamar “Asaventuras e desventuras deuma flauta”. Que flauta aquela!Não era tão famosa como a doflautista de Hamelin, nem tãoimportante como a “flautamágica” de Mozart, nem tãocorajosa como as flautas dosencantadores de serpentes, masera uma flauta e peras. Atétinha dado a volta ao mundo! Epensar que tinha estadofechada tanto tempo dentro deuma arca!... »

In O circo das

palavras voadoras,

texto de

Álvaro Magalhães,

coleção Biblioteca

Álvaro Magalhães,

n.º 6.

E. B. da Chave

Era uma vez um menino

Muito esperto e curioso.

Na velha arca espreitou…

E o que é que encontrou?

- Um tesouro… - disse então.

Tão esquisito, o que será?

Serão joias ou não?

Haverá aqui muitas moedas?

Revirou tudo com a mão

Descobriu uma flauta, admirado.

Pegou nela com cuidado

Levou-a à boca e soprou.

Surgiu logo um grande nevoeiro

E ele ficou muito assustado.

De repente, apareceu um feiticeiro

Que o deixou descansado.

O menino destemido

E o feiticeiro valente

Grandes amigos ficaram.

Juntos pelo mundo

foram …

Sete dias viajaram…

De barco, comboio e avião.

Coisas novas encontraram…

E o que fizeram então?

Serpentes na Ásia encantaram,

Na América sambaram,

Na Europa estudaram…

Na Austrália, com tubarões nadaram

E em África… descansaram.

Poderia mesmo escrever-se um livro:

As Aventuras e Desventuras duma Flauta,

Talvez … O menino Destemido,

Ou… A Flauta Aventureira,

Ou até … O Feiticeiro Atrevido.

Uma aventura nos vão contar…

Em África, não só descansaram.

Na selva, muitos animais encontraram:

Os leões rugiam, os elefantes banhavam-se,

As chitas caçavam e as gazelas saltavam,

Todos em grande harmonia.

Numa viagem noturna,

O que será que aconteceu?

A flauta aventureira,

o menino perdeu.

Desanimado, triste e infeliz

O menino até chorou…

O feiticeiro um feitiço lançou,

Mas enganou-se e não resultou.

A flauta não estava perdida.

Um som baixinho, ouviram no ar.

Era um macaco, num galho,

Com a flauta, a tocar.

O macaco trapalhão

A flauta deixou escapar…

Será que o menino e o feiticeiro

A conseguirão apanhar?

Naquela zona noturnaEra difícil de encontrar.Numa correria louca,A flauta tentaram apanhar.

O menino, muito desassossegado,

Não queria a flauta perderSerá que vão esperar até

amanhecer?

Preocupados, não conseguiam dormir…

De repente, uma luz misteriosa viram reluzir…

Estariam a sonhar?

Como acreditar?

Os olhos esfregaram

E ao encontro da luz caminharam.

Com algum receio,

Na flauta pegaram.

Com um simples feitiço,

Os animais chamaram

E uma banda organizaram.

Instrumentos?! Não existiam.

Pelos sons dos animais optaram

E, com as suas vozes,

Um concerto realizaram.

Uma festa com todos os animais…

Alguns diferentes e outros iguais

Todos diziam que queriam mais!

Quando a festa acabouTodos se foram embora.O menino, a flauta e o

feiticeiroRegressaram a casa numa

hora.

As suas aventuras a todos foram contar

E toda a gente disse que queria experimentar…

Uma grande melodia a flauta tocou

E veloz, sem demora, para a arca voltou.

Para se recordarem,

Um livro decidiram escrever:

A História duma Flauta Aventureira

Que todos queriam ler.

Muito felizes, amigos ficaram

E nunca mais se separaram.

Quando o menino queria brincar,

A flauta ia imediatamente buscar

E novas aventuras podiam começar…

História a várias mãos – 2012

• Imagens: Google

• Fotografia e

montagem da apresentação: Isabel Pinheiro

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