Ambientes no século xix

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Uma forma de tentar «mergulhar» os jovens no ambiente de Os Maias - uma visão de um mundo muito diferente daquele que conhecem.

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Interiores no século XIX

Para ajudar a compreender os ambientes e situações n’Os Maias

Casa de banho – esta divisão começava a ser construída nas casas mais ricas. Em casarões antigos, era feita de novo, sacrificando-se um quarto.

Esta, que vemos, é muito completa.

Era frequente que as casas de banho tivessem lareira ou outro aquecimento, pois uma corrente de ar era um perigo muito temido, por poder provocar

resfriados que facilmente evoluíam para pneumonias.

Muitas casas ainda não dispunham de casa de banho. Nesse caso, tinham um recanto, no quarto ou no quarto de vestir, semelhante a este:

A higiene tornou-se de grande importância no século XIX. Mesmo nos aposentos dos criados havia uma casa de banho comum, bastante mais

modesta.

Numa grande casa, como o Ramalhete, a cozinha teria este aspecto:

Vê-se, ao fundo, a copa, onde se lavava a loiça e eram descascados e preparados os vegetais, onde se matavam os frangos – a zona suja, em suma.

Numa casa mais pequena, a cozinha seria também mais pequena e modesta

No século XIX só as mulheres muito pobres precisavam de fazer o trabalho doméstico. Havia criada sem quase todas as casas. No Ramalhete haveria certamente muitos criados, que teriam aposentos próprios. Uma sala comum, para passarem os seus

tempos livres e tomarem as refeições:

Haveria certamente uma sala para tratar da roupa – passar a ferro e fazer arranjos.

Começavam a aparecer as primeiras «máquinas» domésticas, ainda bastante primitivas, mas já facilitando muito a vida, como esta que alisava a roupa de

casa, tornando-a mais fácil de passar a ferro:

Aqui vemos uma máquina de lavar roupa, das mais antigas, e uma máquina de «torcer» (extraía a quase totalidade da água e tornava a secagem mais

rápida)

O mordomo e /ou a governanta teriam um pequeno escritório pessoal para a contabilidade e também para o seu próprio descanso, pois constituíam a

aristocracia dos empregados domésticos:

Os criados tinham os quartos de dormir nas águas furtadas. Por vezes, os criados mais jovens partilhavam o quarto, embora com estrita separação dos

sexos.

Embora as crianças das famílias ricas pudessem ter professores em casa, sobretudo as meninas, os rapazes costumavam frequentar uma escola.

As salas de aula tinham este aspecto, que se manteve até à década de 60 do século XX:

As crianças aprendiam a escrever numa lousa. Só começavam a usar cadernos quando já escreviam com algum desembaraço.

Quando tinham aulas em casa, estas eram dadas numa sala de aula, embora em ponto mais pequeno.

Até irem para a escola, ou se estudavam em casa até aos 12 ou 13 anos, as crianças passavam pouco ou nenhum tempo com os adultos. Tinham aposentos próprios e uma ou mais criadas («criadas de meninos»), além de uma perceptora/ perceptor.

As crianças ricas tinham brinquedos, embora a variedade não fosse grande.As meninas tinham sobretudo bonecas. Rosa, a filha de Maria, tem uma, chamada

Cricri. Era frequente que as bonecas tivessem vestidos iguais aos das suas pequenas «mamãs».

Os rapazes tinham cavalos e soldadinhos, tambores e bolas.

Os ingleses do século XIX achavam que as crianças deviam passar bastante tempo ao ar livre, caminhar muito, correr, praticar desportos de equipa.

Também acreditavam nos benefícios do ar do mar e do sol. Começava-se a passar temporadas à beira-mar e mesmo a tomar banhos de mar, considerados benéficos

para o crescimento

O banho de mar era considerado bom para a saúde. Mas podia ser um sacrifício terrível. A água estava fria e os fatos de banho não eram muito

confortáveis:

Os fatos de banho eram de malha de lã, uma vez molhados eram frios e desconfortáveis e demoravam muito a secar. Por isso só eram vestidos para o banho propriamente dito e despidos logo a seguir. Para esse efeito usavam-se as cabines de

banho, alugadas à estação.