Aula 13 - Espanha e Catalunha

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A ERUPÇÃO DE MOVIMENTOS

SEPARATISTASATUALIDADES - PROFa. ISABELA B. ESPÍNDOLA

A U L A 1 3 E S P A N H A E C A T A L U N H A

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Em outubro de 2017, a Catalunha realizou um plebiscito sobre a independência da região, o que provocou resposta violenta do governo espanhol contra o movimento separatista.

A polêmica insistência catalã pela soberania pôs em xeque nas últimas semanas a unidade do Estado espanhol, animando independentistas e autonomistas de muitas partes do mundo.

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A SITUAÇÃO

A Espanha, assim como inúmeros outros Estados atualmente constituídos, é um território multinacional, ou seja, é formada por várias nações ou por diversos grupos étnicos regionais com identidade nacional diferenciada àquela do país ao qual pertencem.  

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A SITUAÇÃO

Esse é o caso dos catalães, que, assim como outros grupos étnicos espanhóis (tais como os Bascos e os Navarros, outros povos da Espanha), possuem um forte sentimento separatista, que é alimentado pelo nacionalismo arraigado que esse grupo regional possui.

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A SITUAÇÃO

Apesar da pressão política do governo espanhol, da proibição da Justiça e da repressão da polícia, o governo da Catalunha manteve a decisão de realizar o plebiscito sobre a independência da região que é a mais importante economicamente na Espanha.

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A SITUAÇÃO

Na Catalunha, o “sim” venceu com mais de 90% dos votos. O comparecimento, no entanto, foi de apenas 42% dos eleitores. O Tribunal Constitucional da Espanha considerou a consulta ilegal e sem efeito. A vitória do “sim” no plebiscito separatista realizado na região da Catalunha pode ter pouca implicação legal imediata, mas suas consequências políticas eculturais já transcendem as fronteiras espanholas.

O que teve início como uma demanda regionalista acabou mobilizando autoridades das maiores potências da União Europeia, que agora se esforçam para respaldar o governo central da Espanha e evitar fissuras no sonho integracionista continental iniciado nos anos 1950.  Isso mostra que há medo na Europa em relação à independência da Catalunha, dado que há muitas outras regiões no continente que desejam sair de seus Estados

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Com idioma próprio, a Catalunha é uma região com forte identidade cultural, mas nunca foi um país independente. Até 1714 contou com um governo relativamente autônomo, situação que mudou com a vitória dos Bourbon na guerra desucessão de Carlos II (Casa de Habsburgo).

A Casa Bourbon impôs seu modelo de Estado centralizador, contrastando com o sistema multiétnico e multilinguístico dos Habsburgo. O século seguinte marcou um forte crescimento do sentimento nacionalista catalão, que ganhou espaço com o advento da República, em 1931.

HISTÓRIA, ECONOMIA E POLÍTICA

CATA LUNHA

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A Catalunha perdeu todos os seus privilégios durante oregime de Francisco Franco, que adotou medidas severas para restringir o idioma e a cultura da região. A Constituição de 1978 devolveu um certo nível de autonomia à Catalunha, que dispõe de polícia própria e instituiu ocatalão como seu idioma oficial, assim como o espanhol.

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É a comunidade autônoma mais rica da Espanha e representa 19% de seu PIB, beneficiando-se de um mundo globalizado e da integração europeia para não depender do mercado nacional. Atualmente, abriga cerca de 7 mil multinacionais e uma renda per capta de 27,6 mil euros, contra 24,1 mil da média espanhola. 

A taxa de desemprego está em 13,2%, enquanto no país o índice é de 17,2%. Ainda que tenha se saído melhor do que outras regiões durante a crise de 2008, os independentistas alegam que estariam em uma situação mais favorável se Barcelona tivesse plena autonomia para administrar seus impostos.

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HISTÓRIA, ECONOMIA E POLÍTICA

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A Constituição da Espanha concede ampla autonomia em matérias como educação, saúde e segurança, mas limita as competências regionais em termos fiscais. Ou seja, limita a capacidade da Catalunha de administrar seus próprios recursos.

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A Constituição da Espanha concede ampla autonomia em matérias como educação, saúde e segurança, mas limita as competências regionais em termos fiscais. Ou seja, limita a capacidade da Catalunha de administrar seus próprios recursos.

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O QUE SÃO MOVIMENTOS SEPARATISTAS?

São aqueles que por motivos históricos, geográficos ou econômicos, querem a separação de uma parte do território de um país para se tornarem outro país com governo próprio.

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O QUE SÃO MOVIMENTOS SEPARATISTAS?

Nacionalismo e autodeterminação dos povos ganharam proeminência nas últimas décadas. A fragmentação de países como Tchecoslováquia e Iugoslávia e a reivindicação de autonomia de palestinos, curdos e taiwaneses representam bem esses movimentos emancipatórios.

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MOVIMENTOS SEPARATISTAS AO REDOR DO MUNDO

Desde 1980 houve 38 referendos de independência ao redor do mundo e em 35 deles ganhou o "sim", mas só 13 resultaram de fato no nascimento de um novo Estado. 

E nesses 13 casos, o denominador comum foi que o Reino Unido, a França e os Estados Unidos apoiaram a criação destes novos Estados no Conselho de Segurança da ONU.

Sem esse tipo de apoio, é pouco provável que consiga ter seu próprio país. No caso catalão, ninguém na Europa o apoiou.

Isso ressalta como tem sido difícil - praticamente impossível - para a Catalunha (e demais países, como o Curdistão) conseguir a independência. 

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MOVIMENTOS SEPARATISTAS AO REDOR DO MUNDO

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MOVIMENTOS SEPARATISTAS AO REDOR DO MUNDO

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MOVIMENTOS SEPARATISTAS AO REDOR DO MUNDO

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MOVIMENTOS SEPARATISTAS NA EUROPA

Existe um risco de fragmentação da União Européia, e movimentos como Brexit e a votação da Catalunha demonstram que hoje existe um sentimento de refluxo no sonho integracionista da Europa

Escócia [Reino Unido], Córsega [França], Padania [Itália], Bretanha [França] e Baviera [Alemanha] são apenas alguns entre os possíveis novos Estados da Europa. 

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MOVIMENTOS SEPARATISTAS NO BRASIL

Não há unidade federativa ou região do Brasil que não tenha um movimento separatista. Alguns são pequenos: tem poucas dezenas de adeptos. Mas outros contam com dezenas de milhares de seguidores nas redes sociais. E o maior deles – o Sul é Meu País –tem 122 mil pessoas que acompanham as atividades do grupo. 

 “O Sul é o meu País” é um projeto que visa a constituição de uma nação integrada por Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. No Sudeste, dois grupos resgatam os ideais da Revolução Constitucionalista de 1932, o “São Paulo Independente” e o “São Paulo Livre”.

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MOVIMENTOS SEPARATISTAS NO BRASIL

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MOVIMENTOS SEPARATISTAS NO BRASIL

Há motivos para as queixas em relação ao sistema federativo brasileiro, marcado por uma concentração excessiva de poder nas mãos da União – sobretudo na arrecadação de impostos e na produção legislativa. 

Qualquer iniciativa desse tipo se chocaria com o primeiro artigo da Constituição do Brasil, que estabelece que o país é uma "união indissolúvel" de seus Estados.

Para Mauricio Santoro, professor de RI na UERJ, países como Brasil, Argentina ou México não possuem grande possibilidade (de secessionismo), por causa da fragilidade dos movimentos separaristas locais e porque são países com regimes federalistas, que deram autonomia e poderes aos governos locais.

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MOVIMENTOS SEPARATISTAS NO BRASIL

Matt Qvortrup, professsor de Relações Internacionais da Universidade de Coventry, na Inglaterra, diz que (a Catalunha) não terá um efeito direto ou implicação nas Américas. A maioria dos países não têm problemas com movimentos separatistas da mesma forma que a Espanha.

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QUESTÕES PARA DEBATE

O que define um Estado-nação?

Quem define quem pode e quem não pode ser um Estado-nação?

A defesa do Estado-nação, do nacionalismo, não vai na contramão

da formação de grandes blocos, como a União Europeia, onde as

fronteiras estavam sendo diluídas?

Por que algumas causas de afirmação nacionalista, como o caso

catalão e o caso curdo, despertam a simpatia de movimentos que

chamam a si mesmos de progressistas, enquanto discursos

nacionalistas como o de Donald Trump, nos EUA, causam repulsa

nesses mesmos grupos? Não é tudo nacionalismo, afinal?

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