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CULTURA, COMUNICAÇÃO E MÍDIA Comunicação Social

Prof° José Geraldo de Oliveira

CONTEÚDO •  A responsabilidade dos profissionais de comunicação enquanto

formadores de opinião. •  Etnocentrismo e relativismo cultural.

•  Os meios de comunicação de massa só podem influenciar a vida política do país criando opiniões.

•  Os poderes tradicionais só podem controlar e criticar a mídia através da própria mídia.

•  Nos anos 60 e 70 a polêmica sobre a natureza e função da imprensa:

1.  Diferença ̧ entre notícia e comentário ( OBJETIVIDADE) 2.  Os jornais são instrumentos de poder. A sua verdadeira

função não é dar notícias aos cidadãos, mas enviar mensagens cifradas a um outro grupo de poder passando por cima da cabeça dos leitores.

•  Nos anos 60 os jornais ainda não sofriam tanto a concorrência da televisão.

•  A televisão tornou-se a primeira fonte de difusão das notícias.

•  As publicações diárias “semanalizou”. •  Dedicou espaço às variedades •  Discussão de notícias •  Costumes, de fofocas sobre a vida política •  Referências ao mundo do espetáculo.

•  Para se tornarem semanais aumentam o número de páginas.

•  Lutam por publicidade •  Para ter mais publicidade aumentam o

número de páginas e inventam suplementos, para ocupar todas essas páginas

•  Contam algo além da notícia seca – já dada pela televisão.

•  A TV que fixa a pauta da imprensa. •  Não há imprensa no mundo em que

as notícias televisivas acabem na primeira página.

•  A não ser que que Clinton ou Mitterrand tenham falado na telinha na noite anterior.

•  Como depende da TV para fazer sua pauta, a imprensa decidiu imitar seu estilo.

•  A entrevista tornou-se a maneira mais típica de dar qualquer notícia e tornou-se obrigatória na TV, onde não se pode falar de alguém sem mostrá-lo.

•  É um instrumento que a imprensa sempre usou com muita parcimônia no passado.

•  Entrevistar quer dizer oferecer o próprio espaço a alguém que diga o que lhe parece.

•  Fim da imprensa investigativa. •  Hoje temos temos um furo por dia.

•  Para entender como os grupos se organizam na sociedade, precisamos compreender o que é cultura e como ela pode ser decisiva no entendimento das peculiaridades de cada grupo e/ou de cada sociedade.

•  Cultura é uma característica exclusiva das sociedades humanas: os animais não são capazes de criar cultura.

•  Cultura é o conjunto acumulado de símbolos, idéias e produtos materiais associados a um sistema social, seja esse sistema uma sociedade inteira ou uma família.

•  Possui aspectos materiais e não-materiais.

•  Tudo o que é feito, modelado ou transformado para a vida social coletiva.

•  Ex.: preparação de alimentos, paisagismo, arquitetura, instrumentos de trabalho, tipos de vestuário, construções etc.

•  Inclui os símbolos, bem como as ideias que modelam e informam a vida de seres humanos em relações recíprocas e os sistemas sociais dos quais participam.

•  São as atitudes, crenças, valores e normas.

A cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões desencontradas das coisas (...). RUTH BENEDICT

A CULTURA CONDICIONA A VISÃO DE MUNDO DO HOMEM

•  Indivíduos de culturas diferentes podem ser facilmente identificados por uma série de características, tais como modo de agir, vestir, caminhar, comer, sem mencionar a evidência das diferenças linguísticas (...).

•  Mesmo o exercício de atividades consideradas como parte da fisiologia humana podem refletir diferenças de cultura. Ex. Riso.

A CULTURA CONDICIONA A VISÃO DE MUNDO DO HOMEM

•  ETNO – uma variação da palavra etnia. •  Conjunto de hábito de um determinado povo. •  Conjunto de crenças, línguas, regras,

comportamentos e etc.

•  CENTRISMO- Variação da palavra centro. •  “Lugar onde se desenvolve certas atividades

com objetivos determinados”.

•  Etnocentrismo ocorre quando um determinado grupo acredita que o “seu” grupo, “suas” ideias, “seus” critérios, “sua” lógica de raciocínio sejam o correto e a única.

•  Está associado à superioridade e a dominação, considerando a classe dos dominados como sub-humanos, e os enxergam como uma ameaça a sua maneira de ser.

•  A maneira encontrada encontram para defender-se foi eliminar quem os ameaçava, de forma violenta e sangrenta.

•  A outra forma de demonstrar seu poder sem eliminar, é oprimindo e explorando, dando o status de inferioridade e descriminação.

•  É a tendência de valorizar a própria cultura, tomando-a como parâmetro para avaliar e julgar as demais.

“Se sua maneira de proceder é a certa, então as outras estão erradas e as sociedades que as adotam constituem 'aberrações’”.

•  A identificação do indivíduo com sua sociedade implica na rejeição das demais.

ETNOCENTRISMO

•  O Etnocentrismo consiste em um preconceito que cada sociedade desenvolve a partir da comparação de sua própria cultura com as demais.

•  Ele nos permite refletir se a maneira de ser de determinada cultura é certa em suas características ou errada tornando-se uma verdadeira aberração.

ETNOCENTRISMO

•  O fator principal das comparações são os costumes tradicionais, a personalidade e a alma de um povo.

•  Essa comparação leva a um julgamento profundo que acusa o idioma alheio, os costumes alimentares, as vestimentas, seus deuses e cultos como torpes e ridículos.

•  Automaticamente esse julgamento e preconceito atribui superioridade que a nação dominante dedica sobre a dominada, quem domina considera o outro como sub-humano ou um ser humano de segunda classe.

ETNOCENTRISMO

•  Esse julgamento e preconceito etnocentrista jamais é inocente e comum, mas sim de uma periculosidade ímpar, pois julga sem precedentes a forma como o outro se porta e o outro em si, negando-o impetuosamente e enxergando o próximo como uma ameaça e o atacando por isso, diminuindo-o como cidadão que é.

ETNOCENTRISMO

ETNOCENTRISMO

•  É necessário atentar-se que o que gera o julgamento é a diferença.

•  Ela é o motivo da dominação, o que retira do ser humano o seu domínio individual e autonomia e o transforma em objeto.

ETNOCENTRISMO

FORMAS DE NEGAÇÃO DO “OUTRO”

1. Eliminação física do “outro” : “limpeza étnica”, “etnocídios” e “massacres”.

2. Eliminar a “diferença”: homogeneização da cultura alheia, assimilação.

•  A diferença legitima e autoriza a dominação e a exploração: se vivem em degradação são por isso inferiores

FORMAS DE NEGAÇÃO DO “OUTRO”

•  Para Marx as ideologias do etnocentrismo buscavam argumentos para se justificar em diferentes momentos da história, já que consciência cultural evoluía de acordo com o movimento presente.

•  O Etnocentrismo possui ideologias que buscam justificar seus ataques de preconceito e legitimar sua opressão, neles encontramos fatos históricos e pontuais que recorrem a motivos para realizar o julgamento etnocentrista.

•  Na época dos descobrimentos, exaltava-se a supremacia da cristandade e sua missão de dilatar a fé e o império. A mente cristã e imperial ditava regras para a sociedade.

•  Grupos se rebelaram contra esse “sistema” e uma série de massacres foram ocasionados.

•  Os pagãos, aqueles que não se enquadraram nessa sociedade alimentada pela criação de um grupo de missionários e conquistadores que vendiam a ideia de que eles deviam ser libertos de Satanás.

•  Nações e povos livres tornavam-se “súbditos del Rey” a custa de massacres.

Victor Meirelles (1861)

•  Uso de massacres para difundir religiões ou condenar outras, obrigando povos livres a seguirem determinado tipo de fé, não dando aos mesmos voz ou poder de escolha.

•  O atraso em relação a civilização ocidental, que se auto proclama suprema e superior. Essa ação ocasiona aos demais povos conflitos manifestados em rebeliões, massacres, além de uma destruição cultural progressiva.

•  Na época das luzes, o que justificava a exploração e os banhos de sangue não era mais o Outro incréu, mas seu atraso em relação à civilização ocidental.

•  O racismo. A raça branca aparece no topo e desqualifica nessa posição as demais raças.

•  Essa realidade era mais presente na Europa, gerando o “Eurocentrismo” que é encontrado até a atualidade.

•  O evolucionismo cultural, que como o próprio nome diz, está estritamente ligado ao caminho, a evolução que cada povo percorreu e as etapas culturais que justificam uma cultura perfeita.

Jean Debret, 1835

•  O racismo, formulado em bases científicas, colocava o europeu como a sumidade de inteligência e humanidade e as demais “raças” entre ele e os primatas superiores

•  O evolucionismo cultural separava a humanidade em idades: selvagem, bárbaros e civilizados que se sucedem como as idades dos indivíduos.

•  Nada mais natural que o europeu ou o “wasp” americano tutelassem as culturas infantis até que elas atingissem a maturidade.

Avatares do etnocentrismo •  Há maneiras de “valorizar” ou

de“promover”o OUTRO tão danosas quanto a eliminação física ou cultural.

•  Folclorização, exotismo e romantismo: a cultura diferente não é levada a sério, mas como um espetáculo ou show surrealista, instigante por ser insólito, pitoresco ou exótico.

•  Criam-se personagens cômicos, transforma-se a cultura alheia em objeto de turismo e exploração comercial.

•  Separa-se em importância o popular e o erudito.

•  É o oposto do etnocentrismo [ Puro preconceito] e nos coloca um desafio importante: Em nome do respeito à cultura alheia, devemos considerar que todos os costumes existentes são igualmente legítimos.

•  O relativismo cultural pertence à esfera da ciência e é resultado de pesquisa: a observação participante permitiu compreender, produzindo conceitos que dessem conta da diversidade das culturas e sociedades humanas. É um instrumento de análise que quando aplicado a outros conhecimentos (história, etnografia, etnologia) produz conhecimentos novos.

•  Defende que o bem e o mal, o certo e o errado, o belo e o feio, entre outras categorias de valores, são relativos a cada cultura.

•  O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada cultura.

•  Os princípios morais, na realidade, descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas experiências e normas compartilhadas pela sociedade analisada.

A noção de RELATIVISMO CULTURAL abrange três significados:

1.  Todo e qualquer elemento de uma cultura é relativo aos

elementos que compõem aquela cultura, só tem sentido em função do conjunto.

2.  As culturas são relativas. Não há um padrão absoluto “a priori” que permita julgar o certo e o errado, o belo e o feio entre as culturas.

3.  As culturas são equivalentes e, portanto, não se pode fazer uma escala em que cada cultura receba uma “nota”, de acordo com algum critério que indique o que é mais ou menos perfeito.

•  É claro que existem sociedades econômica e militarmente superiores a outra.

•  Mas nada prova que o etnocida é culturalmente superior à população massacrada.

•  Nem Hitler em relação aos judeus; nem Bush em relação aos iraquianos.

1.  Respeito sincero pela cultura e sociedade de outros povos. (Comportamentos são tão dignos como outros quaisquer)

2.  Um cuidado extremo com a objetividade. (Xamã não é o mesmo que feiticeiro, Exu não é o Diabo, Tupã não é Deus).

3.  Recusa de interferir e modificar costumes e tradições de um povo. Não tem sentido ensinar um povo a “ser gente”.

4. O anti-colonialismo: a base conceitual da antropologia deu suporte ideológico à luta política.

5. O problema das minorias étnicas: a valorização das culturas diferentes deu força a movimentos de povos minoritários (curdos, bascos, armênios etc.)

6. Movimentos contra a discriminação: qualquer forma de discriminação fica fragilizada a medida que se aprende a valorizar a diversidade cultural humana.

7. A luta pela libertação da mulher. Estudos mostraram que era preconceituosa a posição da mulher entre os americanos.

8. Novo rumo das missões: missionários católicos modificaram o sentido da evangelização, agora sem a destruição radical das culturas diferentes.