Geragogia: Educação de Pessoas Idosas mestrado 2012 Arthur Moreira da Silva Neto

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Geragogia ou Gerontagogia: Aprendizagem ao Longo da Vida e Educação Social Gerontológica.

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GERAGOGIA: Educação das Pessoas IdosasArthur Moreira da Silva Neto amsneto1@gmail.com

Mestrado em Ciências da Educação - Investigação e Problemáticas Emergentes (Universidade Portucalense)

PEDAGOGIA X GERAGOGIA

Pedagogia » Educação, Condução e/ou Acompanhamento das Crianças.

Geragogia » Educação, Condução e/ou Acompanhamento das Pessoas Idosas.

Crianças ≠ Pessoas Idosas

Público Infantil:

Início do Desenvolvimento

Humano.

Menor Número de

Vivências e Reduzidas

Experiências.

Deseja Saber e Aprender

Novos Conhecimentos.

Público Sénior:

Fim do Desenvolvimento

Humano.

Extenso Percurso de Vida e

Ampla Vivência e

Experiência.

Quer Partilhar o que Sabe,

Atualizar os Conhecimentos

e Aprender Algo Novo.

Geragogia: Especialização

da Educação A Educação Permanente, a Aprendizagem ao Longo da

Vida e o Envelhecimento Ativo demandam uma Especialização da

Educação para equacionar melhor as questões dos Adultos e

Gerontes, contemplando e atendendo adequadamente às suas

peculiaridades e necessidades.

Surgem ainda a Gerontologia Educativa, voltada para a

Aprendizagem das Pessoas Maduras e a Educação Gerontológica

para Pensar, Planear e Desenvolver as diferentes modalidades do

Ensino da Gerontologia.

Geragogia

A Geragogia tem sido sugerida por alguns

estudiosos do envelhecimento humano.

Se a Pedagogia tem como objeto a educação das

crianças, a Geragogia tem como objeto a educação dos

mais velhos, procurando aplicar os novos conhecimentos

desenvolvimentais humanos, nomeadamente do

envelhecimento e da velhice, ao ensino e à aprendizagem

das pessoas idosas (Vega, Bueno & Bus, 2004 & Silva Neto,

2010).

DECÁLOGO PELO RESPEITO E VALORIZAÇÃO DAS PESSOAS IDOSAS (Zimerman, 2000, p. 47):

1. Respeitar as individualidades, evitando as generalizações.

2. Não infantilizá-los.

3. Não tratá-los como doentes.

4. Não tratá-los como incapazes.

5. Oferecer-lhes cuidados específicos para sua faixa etária.

6. Preservar sua independência e autonomia.

7. Ajudá-lo a desenvolver aptidões.

8. Ter paciência, pois seu tempo é outro; são mais lentos.

9. Trabalhar suas perdas e seus ganhos.

10. Promover muita estimulação biopsicossocial.

Geragogia: Preparação para o Envelhecimento

«Uma educação para o envelhecimento e uma

consciencialização do que acontece ao organismo pode permitir

a quem envelhece ter uma melhor qualidade de vida»

(Monteiro & Neto, 2008, p. 24).

Um dos Objetivos da Geragogia: preparar o sujeito para

lidar melhor, e de maneira mais consciente, com as alterações

corporais, orgânicas e funcionais que poderão experimentar

futuramente.

Gerontagogia e Gerontagogo

Em 2004, Investigadores Espanhóis da Universidade de

Granada usaram o termo Gerontagogia para dar título ao livro

que escreveram sobre a Educação de Idosos.

Também fazem alusão a um novo profissional: o

gerontagogo, responsável pelo atendimento das necessidades

socioeducativas dos sujeitos idosos (Bedmar Moreno, Fresneda

López & Muñoz López, 2004, p.153).

Geragogia e Velhice Bem-Sucedida

Segundo Fontaine (2003, p.147), só podemos pensar em

velhice bem-sucedida se houver, em conjunto, as três seguintes

situações:

Reduzida probabilidade de doenças.

Manutenção de um elevado nível funcional nos planos cognitivo

e físico (também denominada velhice ótima).

Continuidade de empenhamento social e de bem-estar

subjetivo.

Geragogia e a Educação para a Reforma/Aposentadoria

À medida que a reforma/aposentadoria se aproxima, as

pessoas poderão ficar ansiosas, apreensivas, com expectativas e

até mesmo fantasias sobre o seu futuro.

Stuart-Hamilton (2002, p. 137), acrescenta: «as pessoas que

dela (da reforma/aposentadoria) se aproximam tendem a um

estado de maior apreensão e auto-depreciação, mas, na maioria

dos casos, depois que as pessoas param de trabalhar a experiência

é agradável».

Geragogia: Ocupação Durante a Reforma/Aposentadoria

Aposentar-se não deverá significar viver sem

atividades, mas sim experimentar uma etapa de vida

diferente, com outras perspectivas e ocupações.

Os reformados/aposentados podem, e devem,

buscar novas alternativas. Deverá haver um

redirecionamento de suas ações e atividades,

substituindo algumas ocupações por outras.

Geragogia: Ocupação Durante a Reforma e Aposentadoria

O aposentado/reformado e a aposentada/reformada que durante

a aposentadoria/reforma conseguem manter-se ocupados

com aquilo que os motive, onde percepcionem utilidade para

si e/ou para outrem, sentir-se-ão bem e recompensados.

Afinal, a vida, seja em que época ou idade for, necessita ter

sentido e significado, para justificá-la!

Geragogia:Ocupação Durante a Reforma/Aposentadoria

Para a orientação e para o encaminhamento das dúvidas dos

futuros reformados/aposentados, os programas de

preparação para a reforma/aposentadoria são bastante

úteis, na medida que esclarecem e apresentam inúmeras

possibilidades de ocupação para um envelhecimento

bem-sucedido (França, 2002; Simões, 2006; Barros de

Oliveira, 2008; Silva Neto, 2010).

Geragogia e as Universidades para a Terceira Idade

As Universidades para a Terceira Idade têm

prestado um grande contributo em várias

esferas da vida das pessoas idosas, inclusive na

promoção de atividades que otimizam o

funcionamento mental, bem como o convívio

(Monteiro & Neto, 2008).

Geragogia e Avosidade

A avosidade, isto é, a possibilidade das pessoas idosas

vivenciarem o papel de avô e avó também poderá ser

trabalhada pela Geragogia.

Barros de Oliveira (2002, p.198), em sua «Psicologia da

Família», sublinha: «uma das alegrias, mas que também pode

ser causa de conflitos e preocupações, são os netos que dão

novo trabalho, mas também novo sentido à vida».

Geragogia e as Respostas Sociais

Barros de Oliveira(2002, p. 197) lembra: «muitas pessoas chegam à terceira idade casadas e felizes, mas outras tantas vivem sós (divórcio, viuvez, solteiros), sofrendo de solidão em casa própria». Por vezes, o Apoio Domiciliário consegue minimizar as necessidades das pessoas idosas, que não têm familiares a quem recorrer.

Entretanto, dependendo da situação das pessoas idosas, a melhor solução pode ser a ida para um Lar de Idosos/ILP. O mesmo autor refere: «a estadia num lar não é sinónimo de infelicidade e pode até proporcionar melhor qualidade de vida do que na família». Em determinados lares, as pessoas idosas recebem um melhor tratamento, carinho e afeto, que muitas vezes não gozam na sua própria casa.

Geragogia e Qualidade de Vida

O Público Sénior é Educável e Beneficia-se das Informações e Conhecimentos Recebidos e Partilhados.

A Educação Sénior otimiza a Qualidade de Vida do Sujeito Idoso, auxilia os seus Cuidadores Formais e Informais e prepara a Sociedade como um todo para melhor lidar com seus Gerontes.

Todas as Respostas Sociais Dirigidas aos Idosos possuem Funções Educativas, que possibilitam um Envelhecimento mais Satisfatório.

Bibliografia

Barros de Oliveira, José Henrique (2002). Psicologia da Família. Lisboa: Universidade Aberta.

Barros de Oliveira, José Henrique (2008). Psicologia do Envelhecimento e do Idoso. 3ª ed. Porto: Legis Editora.

Bedmar Moreno, Matías; Fresneda López, Mª Dolores & Muñoz López (2004). «Gerontagogía: Educación en

Personas Mayores». Granada: Editorial Universidad de Granada.

Bueno, Belén; Vega, José Luís & Buz, José (2004). Desenvolvimento Social a partir da Meia-Idade. In César Coll,

Álvaro Marchesi, Jesús Palacios et al Desenvolvimento Psicológico e Educação, vol. 1 Psicologia Evolutiva.

Trad. Daisy Vaz Moraes, 2ª ed. (pp. 421- 437). Porto Alegre: Artmed.

Fontaine, Roger (2000). Psicologia do Envelhecimento. Trad. José Nunes de Almeida. Lisboa: Climepsi Editores.

França, Lucia (2002). Repensando a aposentadoria com qualidade: um manual para facilitadores de programas de

educação para aposentadoria em comunidades. CRDE-UNATI-UERJ (Brasil): Rio de Janeiro.

Silva Neto, Arthur Moreira (2010). Da Vida Laboral à Reforma: Expectativas de Ocupação. Tese de Doutoramento

em Educação, orientada pela Profª Doutora Zaida Azeredo. Porto: Universidade Portucalense.

Stuart-Hamilton, Ian (2002). A Psicologia do Envelhecimento: uma introdução. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed.

Zimerman, Guite I. (2000). Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed Editora.

Obrigadíssimo!

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