Governo rodrigues alves

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Governo Rodrigues Alves

(1902-1906)

• Francisco de Paula Rodrigues Alves venceu as eleições presidenciais com o apoio de Campos Sales e dos Partidos Republicanos Paulista e Mineiro. Grande proprietário de terras paulista e ex-ministro da Fazenda do governo de Prudente de Moraes,

• Rodrigues Alves foi eleito com respaldo da aliança política entre as oligarquias agrárias de São Paulo e Minas Gerais, selada pelo acordo da Política dos Governadores.

• O governo de Rodrigues Alves foi beneficiado pela recuperação econômica promovida por Campos Sales no mandato anterior. O ex-presidente trabalhou no momento mais difícil, no qual era preciso fazer alguns sacrifícios e esforços para colocar a economia nacional nos eixos.

• O resultado de seu empenho foi aproveitado por Rodrigues Alves, que tendo mais dinheiro nos cofres públicos dedicou seu governo a recuperação dos espaços públicos que estavam em situações de calamidade. O dinheiro vinha dos capitais estrangeiros e do repentino estouro da borracha amazônica no mercado mundial.

A Modernização do Rio de Janeiro:

• Na época, o Rio de Janeiro era uma área urbana decadente. O acúmulo de lixo e a sujeira nas ruas nas zonas periféricas e centrais atraía insetos e ratos que transmitiam doenças fatais como a febre-amarela, a varíola e a peste bubônica, resultando na morte de milhares de pessoas anualmente.

• O objetivo do governo era moderniza o Rio de Janeiro, capital do país e recebeu grande apoio do prefeito da cidade, Pereira Passos. Mas a forma como foi realizada gerou revolta e protestos populares, abrindo a primeira crise política do governo de Rodrigues Alves.

• A reconstrução, a limpeza e o embelezamento da cidade foram feitos às custas das camadas pobres da população. O governo desapropriou sem indenizações, as casas populares (casebres e cortiços) que foram derrubadas para aumentar a largura das ruas, avenidas e construções de praças públicas.

Cortiço no centro do Rio:

• A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares.

• Os pobres foram expulsos para os morros e áreas periféricas da cidade, dando origem às favelas que existem até hoje. A valorização das novas áreas gerou uma grande especulação imobiliária, prejudicando também a classe média.

A REVOLTA DA VACINA:

• O problema da saúde pública desencadeou revoltas populares que, por sua vez, geraram uma grave crise política. O combate às doenças foi liderado pelo médico sanitarista Osvaldo Cruz.

• O médico e cientista Osvaldo Cruz, que dirigira o Instituto Manguinhos, foi nomeado pelo presidente como diretor geral de Saúde Pública, com a responsabilidade de combater as epidemias de peste bubônica e febre amarela.

Oswaldo Cruz:

• Em 1904 foi decretada a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. Os representantes do governo iam até a casa das pessoas para vaciná-las à força.

Criança com varíola:

• A população não tinha sido informada de como seria a vacinação e por isso, não entendiam porque estavam sendo vacinados à força. A população, humilhada pelo poder público autoritário e violento, não acreditava na eficácia da vacina.

• A população se rebelou contra a vacinação tomando as ruas do Rio de Janeiro em protesto no dia 10 de fevereiro. A vacinação obrigatória foi a “ gota d’água” para que o povo, já profundamente insatisfeito com o “bota-abaixo” e com a miséria em que viviam, a falta de empregos, etc, se revoltasse.

• A raiva da população contra Oswaldo Cruz e o governo acabou provocando a revolta que explodiu na forma de passeatas e comícios em praças e ruas do Rio de Janeiro, e foram se agravando. Os mais exaltados começaram a jogar pedras nos funcionários da Saúde Pública nos policiais que lhes davam proteção.

• Mas logo em seguida começaram a tombar e incendiar os bondes e carroças que encontravam pela frente, muitos saquearam as lojas instaladas ao longo do caminho que percorriam.

• Em 16 de novembro, Rodrigues Alves revogou a Lei da Vacina Obrigatória, e no dia seguinte, com o apoio do Exército e da Marinha, a polícia ocupou o bairro da Saúde, acabando com a revolta. 23 pessoas morreram, 67 ficaram feridas, 945 pessoas foram presas, quase a metade dos presos foi mandado para o Acre.

• Depois que a revolta foi controlada, Rodrigues Alves retomou o controle da cidade e a vacinação foi reiniciada. Em pouco tempo a varíola desapareceria do Rio de Janeiro.

A anexação do Acre:

• Na época do governo de Rodrigues Alves, o Acre era uma província da Bolívia, embora habitado por nordestinos que imigraram para a região, devido à seca e o aumento da produção da borracha. O Brasil passou então a reivindicar o território do Acre.

• A questão piorou quando, recusando-se a reconhecer a autoridade boliviana, Luís Galvez Rodrigues de Arias proclamou a República do Acre em 1899, exigindo sua anexação ao Brasil.

• Os exércitos do Brasil e da Bolívia expulsaram Luís Galvez do Acre. Mas, em 1902, quando os bolivianos arrendaram a área para o Bolivian Syndicate of New York, uma nova rebelião estourou.

• Comandados por Plácido de Castro, os brasileiros decretaram o Estado Independente do Acre. Em julho de 1903 Rui Barbosa foi chamado para tentar resolver o impasse.

Rui Barbosa:

• Rui Barbosa discordou das propostas do Barão do Rio Branco, que queria pagar pelo território do Acre. Mas Rui julgava esse território brasileiro por direito e por causa disso demitiu-se do cargo.

Barão do Rio Branco:

• No final, o Brasil acabou comprando o Acre dos bolivianos e dos peruanos e assinou Tratado de Petrópolis em 1903. O Brasil indenizaria o Bolivian Syndicate e prometeu a construir a ferrovia Madeira-Mamoré, no trecho das cachoeiras do rio Madeira,

• para permitir o escoamento e a exportação da borracha pelos portos de Manaus e Belém.

Turma de Linha:

O Ciclo da Borracha:

• O ciclo da borracha foi o período que vai de 1879 a 1912, onde a exportação de borracha in natura proporcionou à região norte uma proeminência econômica e social inédita dentro do país. Outro breve e menos conhecido ciclo da borracha ocorreria durante a Segunda Guerra Mundial, mas pelo curto período de 1942 a 1945.

• A utilização da borracha foi desenvolvida por causa das diversas descobertas científicas do século XIX. No começo, o látex era utilizado na fabricação de borrachas de apagar, seringas e galochas (botas de chuva).

• O cientista Charles Goodyear desenvolveu o processo de vulcanização através do qual a resistência e a elasticidade da borracha foram melhoradas.

• Depois do desenvolvimento do método de vulcanização, a borracha tornou-se ideal para ser usada em automóveis, motocicletas e bicicletas, se tornando um material indispensável na indústria moderna. Por isso mesmo, procura pelo produto cresceu muito e o preço subiu.

• Um dos lugares mais importantes na produção de látex é a região amazônica, onde existem muitos seringais. Látex é a matéria-prima da borracha natural, um líquido branco extraído da seringueira, que ao coagular, se transforma em borracha ao entrar em contato com o ar.

• Entre 1879 e 1912, o Brasil exportou mais de 30 mil toneladas de borracha. O preço do produto aumentou depois, tanto quanto a procura nos mercados europeu e norte-americano. As riquezas da borracha trazem benefícios também às cidades do norte brasileiro, proporcionando a construção de estradas, pontes, casas e escolas.

• Em 1896, Manaus é a segunda cidade brasileira a possuir uma rede pública de iluminação elétrica. No mesmo ano, começam a circular pelas suas ruas os primeiros bondes elétricos. O ciclo da borracha fez ainda com que muitos trabalhadores, principalmente nordestinos, migrassem para a região, pouco povoada na época.

Palácio do Rio Negro – Manaus:

Belém:

Teatro da Paz – Balém:

• O monopólio da borracha brasileira durou até 1910, quando holandeses e ingleses iniciaram a plantação de seringais na Ásia (Sri Lanka, Malásia e Indonésia) e passam a oferecer o produto com preços mais competitivos

• O látex produzido de forma intensiva nos seringais ingleses invadiu o mercado, e no norte do Brasil, inicia-se uma crise, gerada por falta de visão empresarial e governamental, além da ausência de alternativas para o desenvolvimento regional.

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