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Dia Nacional da Cultura Científica
24 / nov / 2014
António Gedeão / Rómulo de Carvalho
Professora Carmo Valente, 11º A e B
António Gedeão / Rómulo de Carvalho
(1906 – 1997)
O Dia Nacional da Cultura Científica, 24 de
novembro, foi instituído em 1997 para comemorar
o nascimento de Rómulo de Carvalho e divulgar o
seu trabalho na promoção da cultura científica e no
ensino da ciência.
António Gedeão / Rómulo de Carvalho
(1906 – 1997)
Nasceu em Lisboa, a 24 de novembro de 1906
Rómulo de Carvalho foi:
professor de Física e Química
historiador da Ciência e da Educação
ensaísta
dramaturgo
divulgador científico
poeta
autor de manuais escolares
António Gedeão / Rómulo de Carvalho (1906 – 1997)
Cedo começou a escrever poemas. Contudo, só aos 50 anos publica o primeiro livro de poemas, “Movimento Perpétuo”, sob o pseudónimo António Gedeão.
Em 1931 licencia-se em Ciências Físico-Químicas.
Durante 40 anos foi professor e pedagogo.
Em 1996, quando fez 90 anos foi alvo de uma homenagem nacional promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
Morre a 19 de Fevereiro de 1997.
António Gedeão / Rómulo de Carvalho (1906 – 1997)
Exigente, comunicador por excelência,
tinha grande paixão pelo ensino e pela
divulgação da ciência.
Da sua vasta obra destaca-se:
1952 – “A História do Telefone”, da
colecção “Ciência para Gente Nova”
1968 - “A Física para o Povo”, hoje
“A Física no dia-a-dia”
1979- 1983, “Cadernos de Iniciação
Científica”
1946-1974, co-diretor da “Gazeta de
Física”
António Gedeão / Rómulo de Carvalho (1906 – 1997)
Paralelamente, desenvolve uma original carreira de poeta, onde se indicam, a título de exemplo, os poemas:
“Poema das coisas Belas”
“Pedra Filosofal”
“Lição sobre a água”
“Poema para Galileu”
“Máquina do Mundo”
“Lágrima de Preta”
“Esta é a Cidade”
Os seus poemas refletem a sua formação científica e ao mesmo tempo dão-nos a beleza da própria poesia.
Lágrima de preta
Encontrei uma preta que
estava a chorar, pedi-lhe
uma lágrima para a
analisar.
Recolhi a lágrima com
todo o cuidado num
tubo de ensaio bem
esterilizado.
Olhei-a de um lado, do
outro e de frente: tinha
um ar de gota muito
transparente.
Mandei vir os ácidos, as
bases e os sais, as
drogas usadas em casos
que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume, de
todas as vezes deu-me o
que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo) e
cloreto de sódio.
António Gedeão
Máquina do Mundo
O Universo é feito
essencialmente de coisa
nenhuma.
Intervalos, distâncias,
buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma. O
resto é matéria.
Daí, que este arrepio, este
chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e
defrontá-lo, esta fresta de
nada aberta no vazio, deve
ser um intervalo.
António Gedeão
Poema das coisas belas
As coisas belas,
as que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por que motivo serão belas?
E belas, para quê?
Põe-se o sol porque o seu movimento é relativo.
Derrama cores porque os meus olhos vêem.
Mas por que será belo o pôr do Sol?
E belo, para quê?
Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas só são coisas quando coisas percebidas,
por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?
Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas
sem precisarem de ser coisas percebidas,
para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?
António Gedeão
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