Quando eu era pequenina,
Nem podia suportar
O peso das borboletas Que em mim queriam
poisar
Qualquer menino de colo me poderia arrancar.
Fui crescendo pouco a pouco…
E o tempo, sempre a girar,
Fez de mim este gigante Tamanho que faz pasmar
Já vejo além o machado Com que me vão derrubar. Já vejo os dentes de serra Com que me querem serrar.
Tão grossa, rija, aprumada, Já pouco posso durar…
E depois ? O que serei ?
Um navio para o mar ?
Um simples carro de bois
Para o trigo transportar ?
Um grande portão de quinta ?
Uma trave de lagar ?
Talvez soalho de casaOnde noivos vão noivar…
Talvez arca de moleiro Para o grão arrecadar…
Serei talvez isso tudo…
E depois ? Em que me hei-de dar ?
?
Gira o tempo, gira a vida,
E tudo sempre a mudar !
Quem sabe lá os destinosQue Deus tem para nos
dar…
Poema ilustradopor youpi & vicky
(8° ano, SP/LI,2009-2010)