Slide - A escola e conhecimento

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Slide apresentado na disciplina de Didática Geral I.

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Conhecimento escolar:

epistemologia e política

Questões norteadoras

• Qual o sentido social do que fazemos?

• Qual a compreensão política que temosacerca da finalidade do nosso trabalhopedagógico?

• Qual a nossa concepção sobre a relaçãoentre Sociedade e Escola?

Relação sociedade/escola

SOCIEDADE

ESCOLA

Concepção de sociedade e Educação

• Sociedade: conjunto de seres humanosque vivem e sobrevivem num todoorgânico e harmonioso;

• Educação: integrar harmonicamente osindivíduos no todo social já existente;

• Adaptar o indivíduo à sociedade.

Otimismo ingênuo

• Escola: caráter messiânico;

• Educador: Sacerdote / portador devocação;

• Educação: alavanca para odesenvolvimento, o progresso e aresolução dos problemas sociais.

• Otimista?

Valoriza a escola/ dar destaque o queela faz.

• Ingênua?

A escola tem autonomia absoluta nasua inserção social e na capacidade deextinguir a pobreza e a miséria que nãoforam por ela originalmente criadas.Politicamente desinteressada.

De que forma encontramos essa

concepção no cotidiano pedagógico

e social?

Otimismo ingênuo

• Docência é um chamamento missionário eapartada do mundo profissional;

• Rejeição a movimentos sindicais oucorporativos de educadores;

• Escola – suprassocial (não é ligada a nenhumaclasse social específica);

• Atividade educativa marcada pelaneutralidade, não estando a serviço de nenhumgrupo social, político, partidário;

Falas de otimistas ingênuos

• “Meu filho, estuda para ser alguém na vida”;• “Os países desenvolvidos souberam investir

na Escola”;• “Vou fazer uma faculdade e conquistar vida

mansa”;• “Estude para se tornar um empreendedor e

realizar todos os seus sonhos”;• Os portadores de tal visão, geralmente,

chegam à decepção por causa da demora ouda impossibilidade em ver tais sonhos

realizados.

Educação: solução para as mazelas sociais

• Ante os múltiplos desafios do futuro, a educação surge como um trunfo indispensável à humanidade na sua

construção de ideais de paz, da liberdade e da justiça social. Ao terminar os seus trabalhos a Comissão faz, pois, questão de afirmar a sua fé tanto nas pessoas

como nas sociedades. Não como um “remédio milagroso”, não como um “abre-te sésamo” de um mundo que atingiu a realização de todos os seus ideais, mas entre outros

caminhos e para além deles, como uma via que conduza a um desenvolvimento humano mais harmonioso, mais

autêntico, de modo a fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões, as opressões, as guerras...

(DELORS, 1999)

Relação sociedade/escola

SOCIEDADE

ESCOLA

Pessimismo ingênuo

• Educação: instância dentro dasociedade e exclusivamente a seuserviço;

• A educação é um instrumento dedominação;

• Escola é uma determinação absoluta dasociedade, das elites sociais que acontrolam. (não tem autonomia)

Pessimismo ingênuo

• A escola é reprodutora dadesigualdade social;

• Educador é um agente da ideologiadominante;

• Escola é um aparelho ideológico doEstado (perpetuação do “sistema”).

Ainda encontramos essa concepção

no cotidiano pedagógico e social?

• Pessimismo?

Papel unicamente discriminatório daescola, desvalorizando suacapacidade como ferramenta para aconquista da justiça social;

• Contribuição?

A educação não é uma atividadesocialmente neutra, e sim, política;Educador: profissional politicamentecomprometido.

• Ingênua?

Obscurece a existência decontradições no interior dasinstituições sociais, atribuindo-lhes umperfil exclusivamente conservador;

As instituições sociais são permeáveisaos conflitos sociais e às mudançascontínuas do tecido político emconfronto nas sociedades de classes.

Relação escola/sociedade

SOCIEDADE

ESCOLA

Concepção de educação

• Educação: mediação de um projeto social;

• Educação: serve de meio, ao lado deoutros meios, para realizar um projetode sociedade;

• É possível compreender a educaçãodentro da sociedade, com seusdeterminantes e condicionantes, mas coma possibilidade de trabalhar pela sua

• democratização. (via de mão dupla)

Otimismo crítico

• Valoriza a escola, sem cair na noção deneutralidade ou colocá-la como inútilpara a transformação social;

• Aponta a natureza contraditória dasinstituições sociais e a possibilidade demudanças;

• A educação tem função conservadora einovadora, ao mesmo tempo.

Otimismo crítico

• Educador tem um papel político-pedagógico;

• A atividade do professor não é neutranem absolutamente circunscrita;

• A educação escolar e os educadorestem uma autonomia relativa.

Como podemos construir espaços

efetivos de inovação na prática

educativa?

Não será simples...O caminho é repleto de armadilhas, já que os

mecanismos de adaptação acionados periodicamente a partir dos interesses dominantes podem ser confundidos com

anseios da classe dominada. Para evitar esse risco, é necessário avançar no sentido de

captar a natureza específica da educação, o que nos levará á compreensão das complexas

mediações pelas quais se dá sua inserção contraditória na sociedade capitalista.

(SAVIANI, -)

Referências bibliográficas

• CORTELLA, M. S. A escola e oconhecimento: fundamentos epistemológicose políticos. 3.ed. São Paulo: Cortez,Instituto Paulo Freire, 2000.

• Luckesi, C. C. Filosofia da Educação. SãoPaulo: Cortez, 1994.

Alerta contra o pedagocídio

• Palavra que se assemelha a suicídio, que

lembra fracasso.

Desempenho da prática pedagógica

• Gostar

• Gostar de criança idealizada

• Qualificar-se

• Atuação junto aos vários modos de ser criança

Aprofundamento das diferenças e

manutenção das injustiças.

Reflexo das condições de vida dos alunos no seu desempenho escolar

• Dependendo da origem social do alunoaté a altura da voz é explicável;

• Maximizar o apoio da família;

• Criar alternativas pedagógicasemergenciais diante de falta decondições.

O fracasso escolar

• Causas extra-escolares: precáriascondições econômicas e sociais dapopulação, formação históricacolonizada, poderes públicosirresponsáveis;

• Causas intra-escolares.

Produção do fracasso escolar

• Uso não-reflexivo e crítico dos livrosdidáticos;

• Seleção de conteúdos excessivamenteabstratos e sem integração;

• Culpabilização dos alunos;

• Avaliação da qualidade do trabalhofosse medida por fracassos e punições;

Produção do fracasso escolar

• A prova é considerada um instrumentopara correção disciplinar;

• Avaliação considerada como auditoria(punição);

• Cartilhas fora da realidade dos alunos.

Preconceitos e discriminações

• Padrão sexista de comportamento;

• Padrão único de família;

• Padrão de cor;

• Degradação da cultura popularbrasileira (ex. festas juninas).

Crise da educação

• Não é uma fatalidade;

• Ideia imobilizadora: “A escola públicado passado era boa”;

• Dificuldade de articular a escola àsnecessidades atuais dos alunos;

• Distinção entre o Tradicional e oArcaico;

• Buscar romper o ciclo vicioso;

Crise da educação

• A ruptura do “porque aqui é assim”;

• Ideia de que não estamos prontos;

• Educador como partejador de futuro(realizar as possibilidades que aeducação tem de colaborar na conquistade uma realidade social superadora dasdesigualdades)

• Conhecimento como ferramenta daliberdade.

REFLEXÃO FINAL

Um caminho: se você quer ter perspectiva de futuro,conheça o passado – analise sua história pessoal, a históriade sua família, de seu país. Uma clareira: na realidademassacrante em que estamos imersos, no qual imperam oconsumo, o individualismo e a fugacidade, revolucionário éaquele que se mantém fiel a si mesmo, que tem noção depertencimento a um grupo, que é capaz de ser solidário. Emsuma, é preciso resgatar o sentido original da expressãoser humano e que faz jus a ela em nossas ações, nocotidiano. Uma luta silenciosa (e que pode até ser lírica),mas que certamente requer o uso de toda a nossacapacidade de ter esperança.

REFLEXÃO FINAL

A Educação é o veículo que transporta o conhecimento paraser produzido e reproduzido, sendo a escola, desta forma, olugar privilegiado para a ação política da (re)produção desteconhecimento. Enquanto instituição social retrata asociedade em que se insere, com as suas inclusões eexclusões: democratizou-se o acesso, mas não se garantiu apermanência. O mesmo sistema que prima pela inclusão,incoerentemente provoca a exclusão. Aos "privilegiados"que permanecem no sistema escolar é exigida dedicaçãomanifestada no estudo que, no seu sentido original, sereferia à "aplicação zelosa, ao gosto, à paixão", entreoutros.

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