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SAÚDE É O QUE INTERESSA! O RESTO NÃO TEM PRESSA!

Gilson José Caetano (Colégio Estadual Edite Cordeiro Marques. Turvo - Pr Escola Joanna Lechiw Thomé. Turvo – Pr)

Este jargão era usado em um programa humorístico transmitido por uma grande emissora nacional e esse personagem, na época, representou o “boom” pela procura de academias em todo o país. Será que a atividade física dá conta de proporcionar saúde aos seus praticantes? Outros fatores poderiam influenciar as condições de saúde de cada um de nós? Que fatores seriam estes? Mas, na verdade, o que é ser saudável? E “o resto não tem pressa”, o que pode ser?

Os meios de comunicação de massa, frequentemente, orientam as pessoas sobre os benefícios que a prática regular de exercícios físicos pode oferecer. Dentre eles, citamos os mais comuns: Redução de peso e emagrecimento; Combate à hipertensão arterial; Prevenção da osteoporose; ajuda a controlar os níveis de colesterol; Redução da ansiedade e depressão; Combate ao estresse e ajuda a melhorar o humor. Segundo Matsudo (1998, p.7), apenas 30 minutos diários de atividades físicas “podem representar o limiar para a população em geral adquirir o Passaporte para a Saúde”. De acordo com essa visão, “só não é saudável quem não quer pois, pouco tempo de práticas “físicas” seriam o suficiente para adquirir os possíveis benefícios para as pessoas que queiram e possam aderir a esse movimento”. Mas para você, hoje, adiantaria ter um passaporte para qualquer país e não ter condições financeiras de usufruí-lo? Como assim? Irei explicar melhor: Você sabe como resolver seus problemas de saúde, mas você pode fazê-lo? Dispõe de 30 minutos diários para fazer exercícios e espaços adequados para sua prática? Você sabe qual é o percentual da população mundial que não tem por hábito a prática regular de atividades físicas? “(...) perto de 80% das pessoas se recusam a realizar esforços físicos sistemáticos para aumentar a potência ou para conservar a saúde” (LOVISOLO, apud NOGUEIRA & PALMA, 2003, p. 106). Qual sua explicação para este fato? Ser ou não ser (saudável): eis a questão!

O modelo de sociedade em que vivemos (capitalista) vê o homem, e sua força de trabalho, como uma ferramenta essencial para a produção; dessa forma, segundo alguns autores, as pessoas com estilo de vida saudável (ativo) aumentam a eficiência e produtividade, reduzem as faltas no trabalho, assim, auxilia as empresas a diminuírem os gastos e aumentam os lucros (KIMIECIK e LAWSON apud MATIELLO JUNIOR e

QUINT, 1999, p. 869). Nesse sentido, ser saudável é uma exigência do sistema econômico em que estamos inseridos. Existem os que entendem que ter hábitos saudáveis está relacionado ao estilo de vida. Para adquirir este estilo de vida, devem-se adotar algumas condutas. Você poderia indicar que condutas seriam estas? Será que as pessoas que levantam às 5 horas da manhã, andam uma hora e meia de ônibus, trabalham mais de dez horas diárias, retornam para suas casas e ainda dão conta dos afazeres do lar e dos filhos, precisam fazer atividades físicas? Será que podemos considerá-las sedentárias?

As atividades físicas propiciam uma série de adaptações metabólicas, cardiorrespiratórias e músculo-ósteoarticulares que produzem benefícios ao bom funcionamento geral dos sistemas do corpo humano. Para que nosso corpo esteja bem, é necessário que façamos escolhas que atendam aos nossos interesses, sejam prazerosas, sejam cotidianas, e possibilitem a ampliação das relações sociais. Para ampliar a discussão, vejamos as definições de alguns termos:

Atividade Física: Qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso. (CASPERSEN et al, apud NOGUEIRA & PALMA, 2003, p. 107).

Exercício Físico: É toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que visa à melhoria e à manutenção de um ou mais componentes da aptidão física. (CASPERSEN et al, apud NOGUEIRA & PALMA, 2003, p. 107).

Esporte: O termo esporte vem do século XIV, quando os marinheiros usavam as expressões “fazer esporte”, “ deportar-se” ou “sair do porto” para explicar seus passatempos que envolviam habilidades físicas. Durante um longo período, o mundo entendeu o esporte pelo aspecto do rendimento e atualmente, considendo-o como um direito de todos, pode ser entendido pela abrangência de três manifestações: o esporte educação (processo educativo na formação de jovens) o esporte lazer ( utilização construtiva do tempo livre e de liberdade) e o esporte de desempenho (obedece regras e códigos existentes, específicos de cada modalidade).TUBINO,Manoel José Gomes, Coleção primeiros passos, O que é esporte, ed. Brasiliense,2006, p.8,21-24.

Aptidão física: é abordada por Guedes em seu capítulo nas “Orientações Básicas sobre Atividades Físicas e Saúde para Profissionais das Áreas de Educação e Saúde”, definindo-a como “um estado dinâmico de energia e vitalidade que permite a cada um não apenas a realização das tarefas do cotidiano, as ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, mas, também, evitar a diminuição da atividade funcional ( funções hipocinéticas), enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria de viver”. Propõe também que a aptidão física seria a capacidade de realizar esforços físicos sem fadiga excessiva, garantindo a sobrevivência de pessoas em boas condições orgânicas no meio ambiente em que vivem. ( http://www.scielo.br/pdf/rbme/v6n5/v6n5a05.pdf)

Atividade Física é Saúde!

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é “um estado completo de bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença ou enfermidade”. Na VIII Conferência Nacional de Saúde (1986), saúde foi definida como: “resultante das condições de alimentação, habitação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso aos serviços de saúde. Em se tratando de saúde, o documento que referencia todas as discussões modernas é a Carta de Ottawa. Nesse documento, resultado da I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986, foram definidas as principais ações em termos de promoção da saúde, a qual é entendida como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde. Os pré-requisitos para a promoção da saúde ficaram definidos como sendo: paz; habitação; educação; alimentação; renda; ecossistema estável; recursos sustentáveis; justiça social e equidade. Paim e Almeida (apud NOGUEIRA e PALMA, 2003) apontam que, lamentavelmente, a maior atenção foi e é dada às intervenções para mudanças de comportamento individual e pouco à estratégia política populacional, indicando a opção de modificação dos hábitos considerados de risco, tais como: o fumo, o sedentarismo, a dieta, etc. Como você pode notar, definir saúde é algo muito complexo.

Para o senso comum, atividade física é saúde. Não só a atividade física, mas principalmente os esportes, os exercícios físicos, pois basta ligarmos a TV, abrirmos um jornal, folharmos uma revista e até mesmo passearmos pelas ruas da cidade, que encontramos vários elementos identificando a associação entre as diversas formas de atividade física e a promoção da saúde. Mas você sabe de onde vem tal associação? Sabe-se, porém, que essa associação entre a prática regular de atividades físicas e a saúde advém desde a Antiguidade e um dos exemplos mais comuns é a famosa frase grega “Mens sana in corpore sano”, que significa “Mente sã em corpo são”.

Para termos saúde não basta apenas praticarmos algum tipo de atividade física regularmente, pois saúde envolve, além do comprometimento pessoal, políticas públicas e medidas sociais que atendam às reais necessidades dos indivíduos. Algumas medidas sociais adotadas em vários programas de políticas públicas tendem a transferir a responsabilidade da saúde pública para os indivíduos. Argumenta-se que não é preciso um espaço específico para fazemos exercícios, podemos aproveitar aquele momento na fila do ônibus, que ficamos parados em posição incorreta, ou aquele deitado na frente da televisão. A ideia de que para adquirir hábitos saudáveis é necessária a adesão a clubes e academias deve ser superada, uma vez que o acesso a parques, praças e espaços propícios para a prática regular de atividades físicas não requerem nenhum tipo de investimento a mais de seus adeptos. Porém, tornar esses espaços em condições de uso para que toda a população possa usufruir, é de responsabilidade dos órgãos públicos.

Questionário 1

1) Considerando a atividade de reflexão e as definições acima citadas, qual delas você acredita ser mais abrangente em relação à saúde?

2) Será que a expressão atividade física refere-se mesmo aos exercícios físicos e aos esportes?3) Você concorda que as atividades físicas fazem bem à saúde?4) Para você, o que é saúde?5) Qual a relação que você pode fazer entre exercício e aptidão física?6) Será que a atividade física como fator isolado pode promover a saúde?7) Se esporte é saúde, como devemos tratar do uso do doping, além do grande número de pessoas afastadas

devido a lesões esportivas, não deixando de falar dos casos de morte súbita de atletas?8) Devemos fazer uso de dietas e sacrificar nosso corpo em busca de um corpo “sarado”? 9) Qual é a sua opinião sobre aquelas pessoas chamadas de atletas de final de semana, que só praticam alguma

forma de atividade física no final de semana, e que acabam ficando com o corpo todo doído?10) Esse tipo de atividade traz algum benefício? Por quê?

Fonte: Adaptado de http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/livro_didatico/edfisica.pdf acesso em 16/02/2016

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