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Reflexões sobre energia no BrasilGeração distribuída
Me. Eng. José Roberto Branco Ramos FilhoIEG – PCTPPGSND
Brasil
• Hoje o Brasil é parte dos BRICs e uma das 20 maiores economias do mundo
• Existe uma forte correlação entre crescimento dos níveis de consumo de energia per capita e o PIB em países em desenvolvimento
• Se o Brasil quer crescer, precisa de ENERGIA!
Brasil
Magalhães, I. Habitação social no Brasil. Apresentação. Secretaria Nacional de Habitação – Ministério das Cidades, 2012.
Brasil
http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/02/economia-brasileira-avancou-23-em-2013-diz-ibge.html
Brasil
• Forte tradição em geração hidrelétrica
• Dono de um dos 5 maiores potenciais do planeta
• Seu uso remonta ao século XIX
• Ganhou força durante o governo militar
Brasil
• Crises na década de 80 e a dívida externa acumulada minguaram os investimentos em distribuição, transmissão e geração de energia
• O crescimento anual médio da oferta de energia entre 1940 e a década de 80 > 8%
• Crescimento anual médio entre 1994 e 2002 - 2,1%
Brasil• Pressões para a redução de impactos mudaram os
projetos das usinas para formatos com reservatórios menores (20 meses na década de 70 para 4,5 meses, ou mesmo fio d’água)
• No início da década de 2000 o Brasil passou por apagões e racionamentos.
• O mercado de ações caiu 70% e o crescimento do PIB caiu de 4,3% em 2000 para 1,3% em 2000.
Brasil
• Em 2000 o Brasil criou o Programa Prioritário de Termelétricas (PPT) - Decreto 3.371/00
• Incentivava investimentos em geração termelétrica a gás.
• O objetivo era aumentar o parque disponível para despacho sempre que os reservatórios estivessem com baixos níveis.
Brasil
• A demanda por energia cresceu mais do que o esperado, levando o Brasil a despachar cada vez mais as termelétricas.
Preço da energia (US$) 2004-2013
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 20130
50
100
150
200
250
300
IndustrialResidencial
Fonte: EPE, 2014
Prejuízo foi influenciado pela renovação antecipada de concessões em 2013 que levou a um corte médio de 20% da tarifa de luz. Ao aceitar as condições a Eletrobras deixou de receber R$ 8,75 bilhões.
R$ 4 bilhões vieram do setor de geração e transmissão.
Gastos dispararam diante da forte geração térmica para recuperar os reservatórios das hidrelétricas...
Em 26/11/2014
• Governo reduz o preço máximo da energia negociada no mercado de curto prazo R$822,00 para R$ 388,00 por MWh.
• Termelétricas produzem acima de R$ 388,00.
Bom Dia Brasil, análise por Mírian Leitãohttp://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/t/edicoes/v/governo-reduz-o-preco-maximo-da-energia-negociada-no-mercado-de-curto-prazo/3790388/
• “Governo deu 28 bilhões de reais para as distribuidoras em 2014. Diretamente e em empréstimos...”
• “Será repassado às contas em 2015...”
• http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/t/edicoes/v/governo-reduz-o-preco-maximo-da-energia-negociada-no-mercado-de-curto-prazo/3790388/
Hidrelétricas
• Ressurge a discussão sobre o aproveitamento da Amazônia
• 40,6% do potencial total nacional – Sub-bacia do Xingu (10,7%)– Sub-bacia do Tapajós (11,4%)– Sub-bacia do Madeira (8,4%)
Fonte: ANEEL, 2005
Hidrelétricas
• Elevada eficiência• Longa vida útil• Elevada confiabilidade• Controle de enchentes• Facilita a navegação
Hidrelétricas
• Elevados investimentos em barragens e geradores
• Elevados investimentos em transmissão• Elevadas perdas na transmissão• Risco de não se pagar se o clima continuar
mudando• Impactos ambientais, físicos, sociais• Levam anos para começar a gerar!
• “...instalação de sistemas de GD, promovidas pelo efeito de: (i) políticas existentes; (ii) políticas adicionais; (iii) decisão final do consumidor sem vínculo direto com essas políticas.”Nota Técnica DEA 13/14. Demanda de Energia 2050 – EPE, Agosto de 2014
Geração distribuída
• CIGRÉ (International Council on Large Electric Systems)
–Geração com capacidade máxima entre 50 e 100 MW, conectada à rede de distribuição e não planejada nem despachada de maneira centralizada.
Geração distribuída
• IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers)
–Geração suficiente menor do que a geração centralizada de maneira que a conexão pode ser feita perto da carga.
Geração distribuída
• PRODIST (Procedimentos de Distribuição de energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional)
–Centrais de qualquer potência conectadas à rede de distribuição, operando de forma isolada ou em paralelo e despachadas ou não de maneira centralizada.
Geração distribuída
• Decreto 5.163/2004–Geradores, incentivados, conectados à rede
de distribuição excluindo hidrelétricas com potência superior a 30MW e termelétricas, cogeração incluída, com eficiência inferior a 75%.–Nesta última são excluídos os resíduos e
biomassa, que não são limitadas pelo percentual.
Geração distribuída
• Micro GD – menor ou igual a 100 kW• Mini GD – Superior a 100kW e menor ou igual
a 1MW• Média GD – Superior a 1 MW e menor ou
igual a 5 MW• Grande GD – Capacidade superior a 5 MW ou
igual a 30 MW
DEA 13/14 – EPE, 2014
Geração distribuída
• Geração embutida–Atende a carga local, mas mantém relação
com a rede pública. Muda apenas o perfil de demanda. –Autoprodução
DEA 13/14 – EPE, 2014
Geração distribuída
• Geração na ponta–Consumidor gera para retirar/reduzir o
consumo e demanda de ponta (no horário de pico).
DEA 13/14 – EPE, 2014
Geração distribuída
• Cogeração ou multigeração–Além da geração de energia elétrica, há a
produção de utilidades.
DEA 13/14 – EPE, 2014
Vantagens
• Aumento progressivo da oferta• Viabiliza grandes empreendimentos
(complementaridade, compra tempo)• Posterga investimentos em linhas de
transmissão e grandes usinas• Possibilidade de uso em linhas
sobrecarregadas com dificuldades em atender demandas adicionais.
Vantagens
• Gerar próximo ao local de consumo• Menor perda na transmissão (efeito Joule)• Instalação rápida• Menor impacto• Menor regulamentação• Pode utilizar tecnologias mais adequadas à
região
Dificuldades
• Desconhecimento / inexperiência de planejadores, investidores, concessionários
• Técnicas (manutenção, estabilidade, segurança)
• Regulatórias (conexão, comercialização)
• Impactos Ambientais
Dificuldades
• Preços (caindo...)
• Tarifas de pico e fora de pico
• ICMS cobrado sobre os créditos de energia
Convênio CONFAZ n. 6/2013
• Deve-se pagar ICMS sobre o valor integral da energia entregue pela distribuidora, antes de compensação!
• Deve-se pagar ICMS (via desconto no crédito) pela energia entregue à distribuidora que for aproveitado para dedução.
• Micro e mini geradores que já sejam contribuintes do ICMS deverão emitir NF-e 55 sobre a energia entregue.
Convênio ICMS 101/97
• Isenta operações com equipamentos e componentes para o aproveitamento de energia solar.
• Prorrogado até 2021 em out/2014
Legislação
• Lei n. 10.848/04• Decreto n. 5.163/04• Resolução Normativa ANEEL n. 228/06• Resolução Normativa ANEEL n. 482/12• CELPA– NTD 26 - conexão de microgeração com potência
menor que 100 kW – NTD 27 -conexão de minigeração com potência
acima de 100 kW até 1000 kW.
Resolução Normativa ANEEL 482/2012
• Condições gerais para o acesso de micro e minigeração aos sistemas de distribuição.
• Sistema de compensação de energia elétrica.
• Outros.
Resolução Normativa ANEEL 482/2012
• Sistema de compensação de energia elétrica (net meetering)– Se o gerador gerar menos energia do que o
consumido, paga-se a diferença consumida à distribuidora.
– Se gerar mais, o excedente gera um crédito a abater de contas futuras. A validade é de 36 meses. O crédito também pode ser usada em outra conta do mesmo CPF/CNPJ da mesma distribuidora.
Custo de disponibilidade
• Art. 98 da Resolução 414/2011 da ANEEL (para o grupo B – residencial e rural),
• Valor mínimo faturável– monofásica: 30kW/h; – bifásica: 50kW/h; – trifásica: 100kWh.
• Os valores mínimos serão aplicados sempre que o consumo medido ou estimado (média) for inferior aos citados acima.
Valor da redução na conta dependerá:
• Do perfil de consumo (consome principalmente durante o dia ou durante a noite) – influência sobre os impostos a serem pagos
• Do estado (preço da energia, isenção de ICMS...)
Ainda assim já é bem mais viável economicamente do que já foi!
Quanto maior a conta, maior a viabilidade
1. Pré dimensionamento2. Contatar empresa/profissional acompanhar
o projeto, de acordo com a Res. 482/12 , módulo 3 seção 12 do PRODIST e ABNT
3. Obter lista de documentos junto à distribuidora
4. Inspecionar o local da instalação5. Elaborar o projeto6. Solicitar o acesso à rede com os documentos
do passo 3 (com memorial descritivo e diagramas).
7. Acompanhar o processo (o PARECER de ACESSO deve ser dado em até 30 dias)
8. Providenciar adequações solicitadas (em até 60 dias do Parecer)
9. Instalar e testar o microgerador10.Solicitar a vistoria da distribuidora ( resposta
em até 30 dias)11.Acompanhar a instalação do medidor
(dentro dos 30 dias citados)12.Acompanhar a vistoria
13.Acompanhar a emissão do RELATÓRIO de VISTORIA (15 dias após a vistoria)
14.Realizar adequações solicitadas15.Elaboração e assinatura do
RELACIONAMENTO OPERACIONAL (90 dias após o PARECER de ACESSO)
16.Acompanhar a APROVAÇÃO do PONTO de CONEXÃO (7 dias após RELATÓRIO de VISTORIA)
17.Se algo falhar, procure a ouvidoria ou a ANEEL
Futuro
• Custo do carbono será mensurado e taxado
• Eletricidade Next Generation
• Engenharia para a eficiência
Futuro
• Retrofit dos prédios atuais
• Casas novas serão eficientes
• ZEB (Zero Energy Building) ou NZEB (Net Zero Energy Building)
Futuro
• Sistemas urbanos interconectados que podem funcionar de forma isolada.
• MEGA grids e SMART grids
• Automóveis elétricos e superbaterias darão suporte a energias renováveis e diminuirão os desafios do despacho de usinas.
Baterias do futuro
• Novas baterias carregam em minutos, são mais baratas e chegam a 10.000 ciclos
• Baterias de metal líquido (Donald Sadoway - MIT) podem chegar a abastecer bairros
• Tesla Motors e SolarCity
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