Gestão e Avaliação Qualitativa de Planos Municipais de Saneamento: Estudo de caso

Preview:

Citation preview

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO NO PMSB:

UM ESTUDO DE CASODieter Wartchow

Giuliano C. Daronco

Marcio A. Nicknig

Introdução

• Lei Federal 11.445/2007 – Estabelece prazo final (dezembro/2015) para aprovação dos Planos Municipais de Saneamento Básico visando acesso a recursos financeiros públicos.

• Lei Federal 12.305/2010 – Estabelece prazo para que não mais sejam enviados resíduos recicláveis para aterros sanitários. A tão difundida lei entendida como “prazo para extinção dos lixões”.

Introdução

• Segundo estudo do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS):

- Em julho/2014, de 497 municípios gaúchos, 209 municípios não tinham seus Planos Municipais de Saneamento (PMSB) aprovados (42%);

- O estudo aponta que dos 233 PMSB’s aprovados ignoram em algum aspecto as exigências de Participação Social e Controle Social;

- Aponta falta de equipes técnicas especializadas;

Introdução

Problemas consequentes dos apontamentos do TCE-RS:

PMSB’s incompletos e/ou essencialmente teóricos;

Planos complexos e audaciosos para uma equipe técnica insuficiente;

Distanciamento entre o PMSB e a capacidade de execução dos municípios;

Objetivos

• Utilizar ferramenta administrativa adaptada para avaliar os PMSB’s;

• Criar documento técnico e informativo para orientar prioridades de ação aos gestores municipais;

• Realizar diagnóstico qualitativo de três PMSB’s onde os autores tiveram participação;

Metodologia – O Índice de QualidadeElaborado por Giuliano Crauss Daronco, em tese de Doutorado em 2014:

Avalia o PMSB através de 10 indicadores (os indicadores foram definidos após consulta a especialistas);

Cada indicador recebe uma nota, resultado da análise de 3 critérios:

ATENDIMENTO – O indicador em questão atende o conteúdo mínimo definido por Funasa e Ministério das Cidades?

SUFICIÊNCIA – O Indicador atende o item da forma que os órgãos exigem? AVALIAÇÃO – Análise qualitativa geral do indicador pelo examinador.

Metodologia – Valoração do Índice de Qualidade

ATENDIMENTO 0 = NÃO ATENDIDO 1 = ATENDIDO

SUFICIÊNCIA 1 = ABORDAGEM INSUFICIENTE2 = ABORDAGEM

SUFICIENTE

AVALIAÇÃO 1 = RUIM/SEM DADOS 3 = REGULAR 5 = BOM

NOTA ATENDIMENTO X SUFICIÊNCIA X AVALIAÇÃO

Metodologia – O Índice de Qualidade# INDICADOR

1 Participação da sociedade (IQ-1)

2 Diagnostico dos serviços de saneamento básico (IQ-2)

3 Avaliação periódica do PMSB (IQ-3)

4 Objetivos, metas e ações para universalização (IQ-4)

5 Comitê gestor do PMSB (IQ-5)

6 Educação Ambiental (IQ-6)

7 Desenvolvimento institucional (IQ-7)

8 Compatibilidade com outros planos (IQ-8)

9 Qualificação dos servidores envolvidos com o PMSB (IQ-9)

10 Diretrizes básicas Ministério das Cidades (IQ-10)

Metodologia – O Índice de Qualidade

Adicionalmente, foi inserida uma escala de cores, visando dar

destaque ao desempenho de cada indicador nessa avaliação

de qualidade do PMSB.

Metodologia – O Índice de Qualidade

Resultados

Foram avaliados dois PMSB’s,

ambos de municípios gaúchos:

- Porto Lucena

- Maçambará

- Santa Vitória do Palmar

Resultados – Características dos municípios

Porto Lucena

População estimada 2014 (1) 5.360

População 2010 5.413

Área da unidade territorial (km²)

250,078

Densidade demográfica (hab/km²)

21,65

Santa Vitória do Palmar

População estimada 2014 (1) 31.524

População 2010 30.990

Área da unidade territorial (km²)

5.244,353

Densidade demográfica (hab/km²)

5,91

Maçambará

População estimada 2014 (1) 4.824

População 2010 4.738

Área da unidade territorial (km²)

1.682,820

Densidade demográfica (hab/km²)

2,82

Resultados

Indicador LegendaPorto Lucena

Santa Vitória do Palmar

Maçambará

Nota Nota Nota

IQ-1 Participação da sociedade 6 6 6

IQ-2 Diagnostico dos serviços de saneamento básico 10 10 10

IQ-3 Avaliação periódica do PMSB 2 1 1

IQ-4 Objetivos, metas e ações para universalização 6 10 10

IQ-5 Comitê gestor do PMSB 6 3 3

IQ-6 Educação Ambiental 6 10 6

IQ-7 Desenvolvimento institucional 2 1 1

IQ-8 Compatibilidade com outros planos 6 3 3

IQ-9 Qualificação dos servidores envolvidos com o PMSB 1 1 1

IQ-10 Diretrizes básicas Ministério das Cidades 10 10 10

Média 5.5 5.5 5.1

Resultados - Indicadores # INDICADOR

IQ -1 Participação da sociedade

IQ-2Diagnostico dos serviços de

saneamento básico

IQ-3 Avaliação periódica do PMSB

IQ-4Objetivos, metas e ações para

universalização

IQ-5 Comitê gestor do PMSB

IQ-6 Educação Ambiental

IQ-7 Desenvolvimento institucional

IQ-8 Compatibilidade com outros planos

IQ-9Qualificação dos servidores

envolvidos com o PMSB

IQ-10Diretrizes básicas Ministério das

Cidades

6

10

2

6

6

6

2

6

1

10

6

10

1

10

3

6

1

3

1

10

6

10

1

10

3

10

1

3

1

10

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

IQ-1

IQ-2

IQ-3

IQ-4

IQ-5

IQ-6

IQ-7

IQ-8

IQ-9

IQ-10

Porto Lucena Maçambará Santa Vitória do Palmar

Resultados – Pontos fracos

IQ – 3 – Avaliação Periódica do PMSB

Este indicador naturalmente possui nota baixa na sua primeira aplicação, poisdepende da revisão periódica do plano para ser plenamente atendido;

IQ – 7 – Desenvolvimento Institucional

Problema recorrente nas prefeituras municipais onde os autores atuaram ao longoda vida profissional. A ausência de setores geridos de forma técnica, fazendo com quequestões políticas momentâneas mudem diretrizes e planejamentos de longo prazo deforma exagerada impede a implementação de medidas estruturantes.

A não utilização de ferramentas administrativas, como o IQ apresentado nestetrabalho, o Swot (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, tradução livre) e o5W2H, torna difícil a avaliação da atuação das municipalidades nos diversos aspectosda gestão municipal.

Resultados – Pontos fracos

• IQ – 9 – Qualificação dos Servidores Envolvidos com o PMSB

Depende da saúde financeiro do município (realização de concursos,manutenção de mão de obra especializada).

Pode ser melhorada com a contratação de pessoal, incentivo à qualificação doquadro presente.

Cuidado com a delegação em ausência de corpo técnico para fiscalizar.

Conclusão

A ferramenta de Daronco (2014) é um bom método para evidenciar os problemas em torno do PMSB às gestões municipais.

Ela pode ser um tanto subjetiva, exigindo experiência no ramo e acesso ao processo de elaboração do PMSB por parte do avaliador. Melhor ainda se o avaliador for parte do comitê gestor ou executor.

A universalização dos serviços de saneamento é tarefa para longo prazo, e ferramentas de avaliação aplicadas com periodicidade são fundamentais para que os Planos Municipais de Saneamento não se tornem “peças de gaveta”.

ObrigadoDieter Wartchow

Giuliano C. Daronco

Marcio A. Nicknig

Indíce de Auditoria

É um índice desenvolvido em conjunto com o IQ, aqui apresentado.

É quantitativo, utiliza indicadores já existentes, de fontes como o SNIS.

Independe do avaliador, em qualquer aspecto.

Indíce de Auditoria

• Exemplo: IA – 1

Indicador Formulação de cálculo Subindicador Fonte

Indicador de drenagem urbana

(IA-1)

𝑃𝐴 + 𝐴𝐴

2

PA - Pontos de alagamento.

ISA

AA - Área alagada

Subindicador Formulação de cálculo Unidade

PA = Pontos de

alagamento.𝑃𝐴 =

𝑛º 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑙𝑎𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑒𝑥𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑒 𝑐ó𝑟𝑟𝑒𝑔𝑜𝑠á𝑟𝑒𝑎 𝑢𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎

%

AA = Área alagada 𝐴𝐴 = á𝑟𝑒𝑎𝑠 𝑎𝑙𝑎𝑔𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑧𝑜𝑛𝑎 𝑢𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎

á𝑟𝑒𝑎 𝑧𝑜𝑛𝑎 𝑢𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎%

Índice de Auditoria

• Para maiores detalhes, ver obra referenciada, e apresentação do índice.

ObrigadoDieter Wartchow

Giuliano C. Daronco

Marcio A. Nicknig

Recommended