Adubação Verde em Sistemas Orgânicos

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Adubação verde com leguminosas em sistemas orgânicos de produção

José Antonio Azevedo Espindola

Campus Dr. Leonel Miranda - UFRRJCampos dos Goytacazes, 13 de maio de 2016

A EXPERIÊNCIA DO SISTEMA INTEGRADO DE PRODUÇÃO

AGROECOLÓGICA (SIPA)

Princípios adotados

Integração animal-vegetal

Fixação biológica

de nitrogênio

Diversificação vegetal

Informações geraisInstituições parceiras: Embrapa Agrobiologia, Empresa

Estadual de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro, e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;

Localização: Seropédica, Baixada Fluminense, Estado do Rio de Janeiro;

Altitude: 26 metros acima do nível do mar;Temperatura média anual: 25 oC;Precipitação média: 1.500 mm;Classificação dos solos: Argissolos e Planossolos;Área: 70 ha

Agricultura: 10 ha;Pastagens: 40 ha;Preservação ambiental: 20 ha.

CONCEITO DE ADUBAÇÃO VERDE

Plantas com alto potencial de produção de biomassa, cultivadas em rotação ou em consórcio com culturas de interesse econômico, podendo ser manejadas através de roçada e incorporação da palhada ao solo, ou roçada e manutenção da palhada na superfície.

A adubação verde é uma técnica de caráter

multifuncional e favorece a manutenção e melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo. Em consequência, melhoria nos aspectos agronômicos são normalmente observados com o uso continuado.

Adubos verdes

Baixa disponibilidade de sementes (diversidade e temporalidade).

Alto preço das sementes.

Baixo investimento em pesquisa adaptativa.

Limitada adoção pelos agricultores.

Dificuldades

FORMAS DE USO DA ADUBAÇÃO VERDE

VEGETAÇÃO ESPONTÂNEA

MILHO

MUCUNAS(Mucuna spp.)

CROTALÁRIAS

Crotalaria grahamiana

FEIJÃO-DE-PORCO(Canavalia ensiformes)

GUANDU(Cajanus cajan)

FLEMINGEA(Flemingea macrophyla)

SORGO - Crotalaria ochroleuca

GIRASSOL- Crotalaria juncea

ANILEIRA (Indigofera hirsuta)

Arranjos populacionais de plantio

GUANDU

21

8

19

7

19

8

21

8

0

5

10

15

20

2 4 8 16

NÚMERO DE PLANTAS (metro de sulco)

PRODUTIVIDADE DE BIOMASSA DE GUANDU(toneladas por hectare)

BIOMASSA FRESCA BIOMASSA SECA

NITROGÊNIO ORIGINADO DA FIXAÇÃO BIOLÓGICA NO GUANDU

(kg por hectare)

118 126 135114

0

50

100

150

2 4 8 16

NÚMERO DE PLANTAS (metro de sulco)

DIÂMETRO DO CAULE DE GUANDU(centímetros)

2,1 1,7 1,3 1,40123

2 4 8 16

NÚMERO DE PLANTAS (metro de sulco)

Crotalaria juncea

1

57

11

02468

1012

5 PLANTAS E120CM

40 PLANTAS E30CM

Nº DE PLANTAS E ESPAÇAMENTOS ENTRE

SULCOS

PRODUTIVIDADE DE BIOMASSA DE Crotalaria juncea

OUTONO-INVERNO PRIMAVERA-VERÃO

36

78

140

183

0

50

100

150

200

5 PLANTAS E 120cm 40 PLANTAS E 30 cm

NÚMERO DE PLANTAS E ESPAÇAMENTOS ENTRE SULCOS

NITROGÊNIO ORIGINADO DA FIXAÇÃO BIOLÓGICA(kg por hectare)

OUTONO-INVERNO PRIMAVERA-VERÃO

CICLO DE CULTIVO DE Crotalaria juncea(dias)

0

60

120

180

OUTONO-INVERNO PRIMAVERA-VERÃOESTAÇÃO DO ANO

ALTURA DE Crotalaria juncea NO FLORESCIMENTO(metros)

0

1

2

3

OUTONO-INVERNO PRIMAVERA-VERÃO

ESTAÇÃO DO ANO

PRODUTIVIDADE DE SEMENTES DE Crotalaria juncea(kg por hectare)

0

300

600

900

1200

1500

OUTONO-INVERNO PRIMAVERA-VERÃO

ESTAÇÃO DO ANO

Introdução de leguminosas em áreas sob pousio

Crotalaria juncea

PLANTIO DIRETO DE BRÓCOLOS

PRODUÇÃO DE INFLORESCÊNCIA DE BRÓCOLOS(grama por planta)

591 593

784700

VEGETAÇÃO ESPONTÂNEA SORGO Crotalaria juncea C. juncea+ SORGO

Consórcio de leguminosas com culturas

PIMENTÃO- Crotalaria juncea

BERINJELA- CAUPI

QUIABEIRO- CAUPI

QUIABEIRO-Crotalaria juncea

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª

Colheita quiabeiro (semana)

Prod

utivi

dade

(t/ha

)

Consórcio- Crotalária podada e roçada Consórcio-Crotalária roçadaMonocultivo

1 2

PRODUTIVIDADE DO QUIABEIRO NO CONSÓRCIO COM Crotalaria juncea

roçada e poda roçada

31

34

37

0

20

40

PRODUTIVIDADE DE QUIABEIRO(toneladas por hectare)

MONOCULTIVO CROTALÁRIA ROÇADA CROTALÁRIA PODADA E ROÇADA

Cultivos em faixas intercalares

INHAME-GUANDU

ALÉIAS DE Gliricidia sepium

PARTE AÉREA* BIOMASSA SECA**------------------------- Kg/planta t/ha

NITROGÊNIO**----------------------- CONC QUANT (g/kg) (kg/ha)

FOLHAS + RAMOS FINOS (até 15mm)

8 5 38 202

RAMOS GROSSOS(entre 15 e 50mm)

26 17 9 155

*Valores obtidos com a densidade de 667 plantas/ha (3 x 5 m).

**Estudo de caso cujos valores referem-se a médias de 3 observações.

RESÍDUOS PODA GLIRICÍDIA

Uso de leguminosas como cobertura morta

CAPIM ELEFANTE

GUANDU

100

2031

17 21 1625

29 25

0102030405060708090

100

SEM COBERTURA

BAGAÇO DE C

ANA

PALHA DE BAMBU

CAPIM ELE

FANTE

MUCUNA

CROTALÁRIA

GUANDU

ERITRIN

A

GLIRIC

IDIA

FONTE COBERTURA MORTA

INFESTAÇÃO TIRIRICA (%)

211246

263279

316

366

328 341 348

0

100

200

300

400

SEM COBERTURA

BAGAÇO DE C

ANA

PALHA DE B

AMBU

CAPIM ELEFANTE

MUCUNA

CROTALÁRIA

GUANDU

ERITRINA

GLIRIC

IDIA

FONTE COBERTURA MORTA

PESO DA "CABEÇA" DE ALFACE (g/planta)

Coberturas vivas permanentes em pomares

Amendoim forrageiro

Cudzu tropical Capim colonião

Siratro

Produtividade, peso de cacho e de penca, número de frutos e de pencas de bananeiras no 1º ciclo , a partir de diferentes

coberturas vivas permanentes de solo.

Cobertura viva

Bananeira

Produtividade Cacho Penca Fruto Penca

(t. ha-1) ---------------(kg. pl-1) ---------- -------------- (n° cacho-1) --------

Amendoim forrageiro 7,7 AB (3) 8,9 AB 8,1 AB 89,6 AB 6,6 AB

Cudzu tropical 10,8 AB 11,7 AB 10,6 A 102,0 A 7,2 A

Siratro 12,6 A 14,4 A 13,1 A 117,6 A 8,0 A

Veg. Espontânea (1) 1,6 B 2,9 B 2,8 B 21,5 B 1,5 B

Veg. Espontânea + N(2) 5,1 AB 7,3 AB 6,7 AB 60,5 AB 4,9 AB

(1)Formada por capim colonião (Panicum maximum Jacq.).(2) Esse tratamento corresponde a bananeiras consorciadas com vegetação espontânea e que sofreram adubação nitrogenada.(3) Médias seguidas de letras na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p< 0,05).

Período e proporção de cachos colhidos em pomar de bananeiras (1° ciclo de produção), a partir de diferentes

coberturas vivas permanentes de solo

Cobertura vivaBananeira - colheita

Período(meses pós-plantio)

Proporção cachos(%)

Amendoim forrageiro 19,5 BC (3) 100,0

Cudzu tropical 17,5 C 100,0

Siratro 15,8 C 100,0

Veg. Espontânea (1) 26,0 A 12,5

Veg. Espontânea + N (2) 21,6 B 43,8

(1)Formada por capim colonião (Panicum maximum Jacq.).(2) Bananeiras consorciadas com que receberam adubação nitrogenada.(3) Médias seguidas de letras na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p< 0,05).

Produção de matéria seca, acumulação de N, proporção e quantidade de N fixado na parte aérea de leguminosas

herbáceas perenes, e proporção de N derivado da fixação biológica em folha índice de bananeira (1º ciclo de

produção)

Espécie

Cobertura Viva – parte aérea Bananeira

Matéria N Ndfbl (2) N Ndfbb (3)

seca (1) acumulado (1) (%) fixado (1) (%)

(t. ha-1) (kg.ha-1) (kg. ha-1)

Amendoim forrageiro 12,0 BC (4) 296,1 B 66,9 AB 201,6 AB 40,5 A

Cudzu tropical 15,0 AB 375,0 A 86,2 A 305,5 A 33,7 A

Siratro 9,7 C 236,5 C 38,2 B 89,3 B 24,2 A

Capim colonião 16,2 A 132,4 D - - -

(1) Somatória de três cortes.(2) Ndfbl = proporção de N fixado biologicamente nas leguminosas.(3) Ndfbb = proporção de N na bananeira derivado da fixação biológica nas leguminosas.(4) Médias seguidas de letras na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p< 0,05).

1 Formada por capim colonião (Panicum maximum Jacq.). 2 Adubação nitrogenada nas bananeiras.3 Médias seguidas de letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05).

Produtividade, peso de cacho e de penca, número de frutos e de pencas de bananeiras no 2º ciclo , a partir de diferentes

coberturas vivas permanentes de solo

Cobertura viva

Bananeira

Produtividade Cacho Penca Fruto Penca

(t. ha-1) ---------------(kg. pl-1) ---------- -------------- (n° cacho-1) --------

Amendoim forrageiro 5,31 b(3) 8,49 ab 7,99 ab 77,50 a3 5,88 ab

Cudzu tropical 12,09 a 10,89 a 10,16 a 89,33 a 6,44 a

Siratro 10,87 a 11,51 a 10,58 a 95,13 a 6,92 a

Veg. Espontânea (1) 1,04 c 6,27 b 5,95 b 39,75 b 4,25 b

Veg. Espontânea+ N(2) 4,01 b 11,54 a 10,92 a 78,00 a 6,42 a

Produção de sementes

Banco comunitário de sementes de adubos verdes

O Ministério da Agricultura do Brasil criou um programa para estimular a formação de bancos comunitários de sementes de adubos verdes.

Os agricultores preferenciais são familiares, orgânicos ou em transição agroecológica.

Mucuna sp.

Para saber mais sobre o temaCapítulo de livro:GUERRA, J. G. M. ESPINDOLA, J.A. A. ; ARAÚJO, E. S.; LEAL, M. A. A. ; ABBOUD, A. C. S. ; ALMEIDA, DEJAIR L DE ; DE-POLLI, H. ; NEVES, M. C. P. ; RIBEIRO, RAUL DE LD . Adubação Verde no Cultivo de Hortaliças. In: LIMA FILHO, O. F. de; AMBROSANO, E. J.; ROSSI, F.; CARLOS, J. A. D.. (Org.). Adubação verde e plantas de cobertura no Brasil: Fundamentos e prática. Brasília, DF: Embrapa, 2014, v. 2, p. 241-267.

*Publicações técnicas da Embrapa Agrobiologia:Disponíveis no site: https://www.embrapa.br/agrobiologia/publicacoes

OBRIGADO.

jose.espindola@embrapa.br

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