Bases neuropsicológicas da aprendizagem

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Bases neuropsicológicas da aprendizagem

Dra. Marta Regina Clivati

Neurociências

Histórico Egito antigo: lesões e comportamento Gregos: sede do psiquismo Descartes: rompe a unidade corpo-alma Século XIX: base da neurologia moderna

Neurociências

Controvérsias das localizações cerebrais- Kleist (1934) – áreas específicas- Lashley (1929) – visão holística- Geschwind (1964) As áreas de Brodmann Experiência russa. Pavlov

Neurociências

As novidades propostas por Luria (1966) – localização dinâmica das funções cerebrais. Análise psicofisiológica

Posição da Neuropsicologia nas Neurociências

Neurociências

Luria: a neuropsicologia como investigação da correlação entre o estudo dos mecanismos cerebrais implicados na atividade consciente do homem e sua perturbação em casos de lesão cerebral

Possibilita diagnóstico topográfico, precoce e exato das lesões.

Neurociências

Conceitos fundamentais da Neuropsicologia:

função: encarada como um sistema funcional, onde a presença de uma tarefa é desempemhada por mecanismos diversos, e levam o processo a um resultado constante

Neurociências

localização: as funções mentais são organizadas em sistemas de zonas que cumprem cada uma o seu papel dentro de um sistema funcional, e cada componente pode estar em regiões diferentes do cérebro

Neurociências

sintoma: a verificação de um sintoma (perda de uma dada função) se dá pela análise da atividade mental alterada, buscando a determinação dos fatores envolvidos nesta atividade e a determinação das estruturas cerebrais que constituem sua base – análise sindrômica.

SISTEMA NERVOSO

Divisão anatômica

S. N. CENTRAL encéfalo

medula espinhal

S. N. PERIFÉRICO nervos gânglios nervosos

Encéfalo

cerebelo tronco encefálico : mesencéfalo, ponte e

bulbo cérebro- hemisférios- cortical e subcortical- lobos: occipital, temporal, parietal, frontal

Cérebro

Sistema nervoso autônomo

O sistema nervoso autônomo (SNA) controla as funções internas do corpo.

É dividido em dois componentes distintos: 1. sistema nervoso simpáticosistema nervoso simpático e 2. sistema sistema nervoso parassimpáticonervoso parassimpático.

Os dois componentes são estimulados por múltiplos centros cerebrais, localizados, principalmente, no tronco cerebraltronco cerebral e no hipotálamohipotálamo.

Ações dos sistemas simpático e parassimpático sobre os diferentes órgãos

OlhoOlho: o parassimpático contrai a pupila e controla a acomodação do cristalino, permitindo melhor focalização. O simpático dilata a pupila.

Secreção dos sucos digestivosSecreção dos sucos digestivos: são controladas pelas fibras parassimpáticas

Glândulas sudoríparasGlândulas sudoríparas: são estimuladas pelas fibras do simpático.

CoraçãoCoração: o simpático aumenta a tividade cardíaca, e o parassimpático diminui.

Controle dos vasos sanguíneosControle dos vasos sanguíneos: é a mais importante função do simpático, que contraem os vasos.

classificação funcional

divisão em áreas de projeçãoáreas de projeção, que recebem as aferências sensoriais, ou dão origem às fibras eferentes que irão formar os tratos descendentes motores. Ou seja, áreas de projeção dão origem ou recebem fibras de projeção. As áreas deáreas de associaçãoassociação não estão diretamente relacionadas com a motricidade ou sensibilidade.

classificação funcional

Projeção: chamadas de áreas primáriasáreas primárias; recebem ou dão origem a fibras relacionadas diretamente com a motricidademotricidade ou sensibilidade –sensibilidade – são divididas em dois grandes grupos: áreas sensitivas e áreas : áreas sensitivas e áreas motorasmotoras.

classificação funcional

Associação: ocupam a maior parte da superfície do cérebro humano. Ao longo do processo evolutivo, o aumento da superfície cortical se fez através da expansão do córtex de associação, permitindo o aparecimento de funções no homem não encontradas em outras espécies, com a linguagem verbal e autoconsciência.

Áreas secundáriasÁreas secundárias Áreas terciáriasÁreas terciárias

Camadas do córtex cerebral

COMPONENTES

Neurônios

Células da Glia ou Neuróglia sustentação auxiliam na atividade neural nutrição defesa

Neurônio

célula especializada que processa informação

estrutura básica do sistema nervoso existem em número de 100 bilhões detectam, transmitem, analisam e utilizam

informações geradas por estímulos sensoriais e modificações químicas do ambiente externo e interno

organizam e coordenam o funcionamento de quase todas as funções do organismo – motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas

a informação é processada através de um evento conhecido como impulso nervoso

impulso nervosoimpulso nervoso é a transmissão de um sinal codificado de um dado estímulo ao longo do neurônio, a partir do ponto onde ele foi estimulado

Neurônio

CORPO CELULARCORPO CELULAR ou PERICÁRIOPERICÁRIO: centro trófico ou metabólico, contem o núcleo

DENDRITOSDENDRITOS: prolongamentos que recebem estímulos, aumentam superficie receptora

Dendron=árvore

AXÔNIOAXÔNIO: prolongamento único, conduz impulsos nervosos

Axoon=eixo

Células da glia

Estrutura das sinapses

SINAPSESINAPSE: estrutura altamente especializada, local onde há passagem do impulso nervoso entre neurônios, n.-glândula ou n.-músculo

TiposTipos: elétrica e química

Membrana pré-sináptica Membrana pós-sináptica Fenda sináptica Vesículas sinápticas Neurotransmissores

Sinapses

Linguagem dos neurônios

ExcitaçãoExcitação:ligam, ou mandam mensagens excitatórias

InibiçãoInibição: desligam, ou mandam mensagens inibitórias

O neurônio somasoma as mensagens que entram, será estimulado se as mensagens excitatórias excederem as inibitórias e vice-versa

Etapas do funcionamento da neurotransmissão

As moléculas transmissoras devem ser sintetizadas e armazenadas na terminação axônica

O transmissor deve ser transportado à membrana pré-sináptica e liberado em resposta a um potencial de ação

O transmissor deve interagir com os receptores da membrana da célula-alvo, localizados do outro lado da sinapse

O transmissor deve ser inativado para não continuar agindo indefinidamente

Tipos de neurotransmissores

Acetilcolina Dopamina Norepinefrina Serotonina GABA Glicina Peptídeos: encefalina ...

RN 1m 3m 6m 15m 24m

Sistemas funcionais

LURIA

Seu trabalho sobre organização cortical das funções mentais superiores pode ser visto como uma tentativa de resolver o conflito entre a visão mecanicista da localização cerebral e a visão integral ou holística.

Processos mentais complexos podem ser localizados em uma única área focal do cérebro e, por outro, tais atividades envolvem o cérebro inteiro de maneiro indiferenciada.

Sistemas funcionais

LURIA

As funções mentais superiores podem ser conceituadas como sistemas funcionais de composição extremamente complexa, requerendo a cooperação de muitas partes diferentes do cérebro.

Divisão do cérebro em três unidades sob bases estrutural-funcional

As unidades funcionais são uma série de áreas do sistema nervoso responsáveis por um determinado cmportamento.

Sistemas funcionais

Unidade I: o cérebro desperto

é a mais primitiva, regula a estimulação ou estado de consciência

estruturas situadas no tronco cerebral e nas superfícies mediais dos hemisférios cerebrais

um componente importante é o sistema de ativação reticular

o componente cerebral medial compreende diversas estruturas do sistema límbico

Sistemas funcionais

Unidade I: o cérebro desperto

estruturas subcorticais e do tronco cerebral influenciam e são influenciados pelo córtex cerebral

forma um pré-requisito para todo o funcionamento mental

todos os processos cerebrais dependem de um nível ideal de tônus cortical

Sistemas funcionais

Unidade II: o cérebro informado

ocupa a região posterior das superfícies laterais e consiste nos lóbulos occipital, temporal e parietal

capta, processa e registra informações ambientais (recebe, analisa e armazena)

input : visão, audição e sensação tátil-cinestésica

integração

memória

entrada

saída

Sistemas funcionais

Unidade III: o cérebro humanizado

situa-se anteriormente à unidade II consiste nos lóbulos frontais

é o executivo do cérebro; é responsável pelo controle e avaliação da ação – programação, regulação e verificação da atividade

complexas ações recíprocas, tanto verticalmente com níveis inferiores do cérebro como horizontalmente com o resto do córtex.

Sistemas funcionais

Embora cada unidade tenha uma função singular e específica, a cognição depende de uma colaboração íntima entre todas as três unidades.

Zonas corticais

As três unidades constituem a divisão funcional mais amplas nos sistema de Luria.

Cada unidade é subdividida em algumas zonas corticais hierárquicas (primária, secundária e terciária).

Zonais corticais da unidade II

a unidade II é subdividida em três zonas: primária, secundária e terciária

a zona primária é a mais elementar e recebe impulsos indiferenciados dos órgãos sensoriais através das vias de projeção sensorial.

os três sentidos estão representdos no córtex da unidade II: visão, audição e sensibilidade tátil-cinestésica

Zonais corticais da unidade II

em associação com cada uma das zonas primárias encontra-se uma zona secundária específica que forma o nível seguinte de hierarquia.

tem função de síntese da informação sensorial recebida da zona primária em todos os perceptuais organizados.

Conceito de analisadores

a recepção e o processamento das informações que entram ocorre dentro de canais ou sistemas que são específicos ao tipo de energia captado do ambiente.

esses canais são denominados modalidades sensoriais ou analisadores.

cada modalidade consiste em um órgão do sentido periférico, um nervo sensorial um córtex primáriooo e um secundário associado.

o processo de sensação e percepção prossegue ao longo de linhas específicas à modalidade.

Zonais corticais da unidade II

Zona terciária os três córtices secundários da unidade II

alimentam suas informações em uma zona terciária comum que representa o nível mais complexo de processamento da unidade II.

o córtex terciário ocupa grandes áres do lóbulo parietal e estende-se posteriormente para o lóbulo occipital e inferiormente pra o lóbulo temporal.

está em posição para integrar as funções dos três analisadores e a zona terciária, portanto, não é específica à modalidade.

Zonais corticais da unidade III

a unidade III é subdividida em três zonas: primária, secundária e terciária

tem um único canal de saída, refletindo o fato de que as ações visadas são realizadas em movimento

está ligada à saída e fluxos de informações do córtex terciário através dos córtices primário e secundário para os efetores.

Zonais corticais da unidade III

A zona terciária pode ser considerada como o mecanismo regulador mais complexo do cérebro. Reúne informações necessáarias para a ação, planeja a ação e verifica a sua eficácia. Suas conexões aferentes são com quase todas as outras partes do cérebro.

Zonais corticais da unidade III

A zona secundária programa os detalhes específicos da ação. Ou seja, determina a estrutura seqüencial ou compõe a melodia cinética do movimento

Quando as seqüências de movimento foram trabalhadas, a zona primária inicia as contrações musculars individuais, que são as manifestaçõses físicas da ação.

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